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INSTITUTO FEDERAL DE MINÀS GERAIS - CÂMPUS BETIM cuRso DE ENSTNo MEDro rÉcr.uco TNTEGRADo DISCPLINÂ: GEOGRAFIA ln Â1{O PROFES§OR: DIEGO ÀLYE§ DE OLIY§IRA ATIYII}ADE 1: INTRODUÇÃO A GEOGRAFIA POR MEIO DE ESTUDO DIRIGIDO. Curso: Turma: Nome do estudante l: Nome do estudante 2: .lffXÇÃO ESTUDANTE§: Esta atividade inicial visa exerciÍar seus conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental e sua capacidade de interpretação. Leia os textos abaixo, anote as palavms que nâo entender para buscar a definição no dicioniirio. Depoix marquo os tr€chos mais importantes e após, responda as perguntas apresentadas antes dos textos. Não esqueça de colocar o nome dos estudantes que frzeram a atividade, pois ela vale nota. IdentiÍique também qual é o seu curso e sua tuÍfira, corretaÍnente. Esta atividade não deve ser digitad4 impressa ou escancad4 você deve entregar as respostas escritas e com identificação. Bom trabalho. 1. Após a leitura dos textos "O espaço geográfico e Espaço e Sociedade", de Ruy Moreira responda: a) O que você entende por processo do úabalho? b) Qual é a relação €ntre o proc€sso de trabdho e o espaço? c) O que seria a "natureza natural" a qual o autor se refere? d) Explique o que o autor quis dizer com a ftase: "Quanto mais alto o nível e a forma de organização das forças produtivas, maior a capacidade dos homens de extrairem produtos da natureza com o seu trabalho". e) O que você entende quando o autor afirma que "o espaço é, assim, a própria sociedade"? 2. Após a leitura do texto"Um saber estratégico em mãos de alguns", de Yves Lacostç, responda o que se pede: a) Por que, segundo o autor, os mapas o as carüas sâo reservadas a uma minoria dirigende de muitos Estados? Como o autor exanplifi ca esta situação? b) O que você sntende com a aflrmação do autor de qve "Cartas, Wra quem não aprendeu a lê-las e uliliai-las, sem dúvida não tem qualquer senÍido, como não teria uma págiw escríga para quem ndo aprendeu a ler"2 c) Qual é a importância das reflexões do tipo geográficas para as grandes firmas capitalistas? d) Como a estratégia espacial capitalista interferiu na força política dos operarios da região de Lyon, na primeira metade do século XIX? e) De acordo com o autor, como a estratégia espacial capitalista é colocada em prática pelas multinacionais? 3. Após a leitura e compreensão dos dois textos, explique som suͧ palavras o que é Espaço Geogrrífico. Trecho do livro: 0 que é GeograÍia. Textos: O espaço geográfico e Espaço e §ociedadc. O espaço geográfico O espaço geográfico é a maierialidade do proces-so do trabalho. E a relação homcm-meio na sua cxprsrisão historicamcntc conçreta É u naturçza, mas a natureza sm seu vaivém dialético: ora a primeira natureza que se transfonna em segunda ora mais adiante a seguuda que rÊvcrts em primeir4 para mais além voltar a ser segunda. É a história em seu devir perpetuo.História na sua expre{são concreta de dada sociedade. E espaço como resultante/determinante dçssas relações. Esclareçamos. () espaço geográfico é o metabolismo homem-meio do trabalho em sçu estado de concreto-organizado. Assim como o processo do trabalho materializa-se na máquina, para tomaÍ a máquina como base de apoio a ponto de daí para dianie nâo mais poder realizar-se sem ela assim também é ele em relação ao espaço. Só que como escala de organização: uma vez que o processo de trâbalho implica organizaçâo, organiza-se espacialmente. Daí podermos dizer que o espaço geográfico é a materialidade hisórico-concreta do processo do frabalho. O trabalho estrutqrado na forma organieacional que de repetirse como movimento produtivo de modo contínuo e indefinidaÍnente. Porque produção é reprodução. E assim como a nuáquina o espaço é condição de reprodução Em qualquer forma de sociedade o processo do trabalho é a transformação da natureza «n produtos úteis aos homens. Produzem-se meios de subsistência e meios de produção que se destinam a reproduzir homens vivos. Parte da produção é destinada ao consumo humano e parte é reintroduzida no ciclo produtivo seguinte. Assim como os grãos do trigo, que em partÊ são transformados sm pão e em paÍte permanecem somo sementes destinadas a novo plantio. No fundo, todos os frutos do trabalho cedo ou tarde irão ser consumidos, urna vez que a segunda parte sení destinada a um "consumo produtivo". amrmada e retida como "condição de reproduçâo". Assim, as semontes do trigo. Mas entre as "c,r.rn<liç:ôes «lc reprodução" encontra-se também a "naítreza nalural", que nÍlo se origina do trabalho de ninguém; no sntantq sem ela não M produção.l A reprodução é feita nessa referência de organização, em que a dinâmica prodúivo-reprodúiva Íica na dependência da nalureza e qualidade das condições maÍeriais do trabalho, a exemplo da qualidade e quantidade de recursos naturais ou da qualidade e quantidade de homens. Mas, sobretudq do nível do desenvolvimento dessas forças produtivas. Quanto mais alto o nÍvel e a forma organização das forças produtivag maior a capacidade dos homens de extraírem produlos da natureza com o sêu trabalho. O espaço geográfico é esse quadro de organizaçâo, onde os meios de produção se dispõem na distribuição territorial adequada à reprodução e encarnÍrm a própria forma como a segunda natureza se modeliza como condição de produçâo. O exemplo mais típico é a divisão tertÍitoriat do trabalho, onde o arranjo do espaço organiza e orisnta todo o movimento repmdúivo da relação do homem çom a nafurcza num processo metabólico de intercâmbio de forças e mudanças de forma. Espaço e Socicdede Uma vez que a história dos homens é a história dos homens e dos espaços geográficos concretos vemos no espaço a própria história. Posto à base da sociedade. o espaço . a comanda em sua reprcdutibilidade por inteiro. Com isto rcvela-se um esplêndido recurso de "leitura- da sua sstrufura e movimentos. Leifura que invariavelmenüç será feita pelos óculos de quem a faz: "óculos empíricoso' ou "óculos dialéticos". Sob a forma de fríbricas, plantações, estrada& construções, fluxos de produção e homens, o espaço geografico revel4 como numa fotografi4 o processo do trabalho. Sob a forma da densificação das fábricas, plantações, es'kadas, oonstruçõcs e fluxos rcvcl4 como um construto, os tertros e andureza da acumulação. Produto histórico e tendo, por conseguinte um conteúdo históriço, o espaço é, assim, a própria sociedade. Não é, então, o lugar onde a sociedade se aloja, coÍno uma cidade enrçravada no fundo de um vale, uma voz que a hiSória dos homem ocorre na superÍicie da Terra, Também não é çomo um reflçxo da sociedade e da história- Nâo é receptáculo ou espelho. C) espaço é a snciedade pelo simples fato de que os homens produz€rn sua exi$ência produzindo o espaço. É a sociedade porquo é condição de existência dos homern na hístória O fato é que espaço é o t€mpo histôriço real. Não o tempo-data. A. noçâo kantiana de tempo como lugar da história e de espaço como lugar da geograÍi4 promovendo a separação entre tempo e Êspaço e enüe historia e geografia, é uma ambig[idade que levou Michel Foucaút a designá-lo & rm espaço congelado. Ora" assim çomo tempo histórico rão é o tempo do rslógio (tempo-data, tempo

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INSTITUTO FEDERAL DE MINÀS GERAIS - CÂMPUS BETIMcuRso DE ENSTNo MEDro rÉcr.uco TNTEGRADoDISCPLINÂ: GEOGRAFIA ln Â1{OPROFES§OR: DIEGO ÀLYE§ DE OLIY§IRAATIYII}ADE 1: INTRODUÇÃO A GEOGRAFIA POR MEIO DE ESTUDO DIRIGIDO.Curso:Turma:Nome do estudante l:Nome do estudante 2:

.lffXÇÃO ESTUDANTE§: Esta atividade inicial visa exerciÍarseus conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental e suacapacidade de interpretação. Leia os textos abaixo, anote as palavmsque nâo entender para buscar a definição no dicioniirio. Depoixmarquo os tr€chos mais importantes e após, responda as perguntas

apresentadas antes dos textos. Não esqueça de colocar o nome dosestudantes que frzeram a atividade, pois ela vale nota. IdentiÍiquetambém qual é o seu curso e sua tuÍfira, corretaÍnente. Esta atividadenão deve ser digitad4 impressa ou escancad4 você deve entregar as

respostas escritas e com identificação. Bom trabalho.

1. Após a leitura dos textos "O espaço geográfico e Espaço eSociedade", de Ruy Moreira responda:a) O que você entende por processo do úabalho?b) Qual é a relação €ntre o proc€sso de trabdho e o espaço?c) O que seria a "natureza natural" a qual o autor se refere?d) Explique o que o autor quis dizer com a ftase: "Quanto mais altoo nível e a forma de organização das forças produtivas, maior acapacidade dos homens de extrairem produtos da natureza com o seu

trabalho".e) O que você entende quando o autor afirma que "o espaço é, assim,a própria sociedade"?2. Após a leitura do texto"Um saber estratégico em mãos de alguns",de Yves Lacostç, responda o que se pede:

a) Por que, segundo o autor, os mapas o as carüas sâo reservadas auma minoria dirigende de muitos Estados? Como o autorexanplifi ca esta situação?b) O que você sntende com a aflrmação do autor de qve "Cartas,

Wra quem não aprendeu a lê-las e uliliai-las, sem dúvida não temqualquer senÍido, como não teria uma págiw escríga para quemndo aprendeu a ler"2c) Qual é a importância das reflexões do tipo geográficas para asgrandes firmas capitalistas?d) Como a estratégia espacial capitalista interferiu na força políticados operarios da região de Lyon, na primeira metade do século XIX?e) De acordo com o autor, como a estratégia espacial capitalista é

colocada em prática pelas multinacionais?3. Após a leitura e compreensão dos dois textos, explique som suͧpalavras o que é Espaço Geogrrífico.

Trecho do livro: 0 que é GeograÍia.Textos: O espaço geográfico e Espaço e §ociedadc.O espaço geográficoO espaço geográfico é a maierialidade do proces-so do trabalho. E arelação homcm-meio na sua cxprsrisão historicamcntc conçreta É unaturçza, mas a natureza sm seu vaivém dialético: ora a primeiranatureza que se transfonna em segunda ora mais adiante a seguudaque rÊvcrts em primeir4 para mais além voltar a ser segunda. É ahistória em seu devir perpetuo.História na sua expre{são concreta dedada sociedade. E espaço como resultante/determinante dçssasrelações. Esclareçamos.() espaço geográfico é o metabolismo homem-meio do trabalho emsçu estado de concreto-organizado. Assim como o processo dotrabalho materializa-se na máquina, para tomaÍ a máquina como base

de apoio a ponto de daí para dianie nâo mais poder realizar-se semela assim também é ele em relação ao espaço. Só que como escalade organização: uma vez que o processo de trâbalho implicaorganizaçâo, organiza-se espacialmente. Daí podermos dizer que oespaço geográfico é a materialidade hisórico-concreta do processodo frabalho. O trabalho estrutqrado na forma organieacional que

de repetirse como movimento produtivo de modo contínuo eindefinidaÍnente. Porque produção é reprodução. E assim como a

nuáquina o espaço é condição de reproduçãoEm qualquer forma de sociedade o processo do trabalho é atransformação da natureza «n produtos úteis aos homens.Produzem-se meios de subsistência e meios de produção que sedestinam a reproduzir homens vivos. Parte da produção é destinadaao consumo humano e parte é reintroduzida no ciclo produtivoseguinte. Assim como os grãos do trigo, que em partÊ sãotransformados sm pão e em paÍte permanecem somo sementesdestinadas a novo plantio. No fundo, todos os frutos do trabalhocedo ou tarde irão ser consumidos, urna vez que a segunda parte senídestinada a um "consumo produtivo". amrmada e retida como"condição de reproduçâo". Assim, as semontes do trigo. Mas entre as

"c,r.rn<liç:ôes «lc reprodução" encontra-se também a "naítreza nalural",que nÍlo se origina do trabalho de ninguém; no sntantq sem ela nãoM produção.lA reprodução é feita nessa referência de organização, em que adinâmica prodúivo-reprodúiva Íica na dependência da nalureza equalidade das condições maÍeriais do trabalho, a exemplo daqualidade e quantidade de recursos naturais ou da qualidade equantidade de homens. Mas, sobretudq do nível do desenvolvimentodessas forças produtivas. Quanto mais alto o nÍvel e a forma dçorganização das forças produtivag maior a capacidade dos homensde extraírem produlos da natureza com o sêu trabalho.O espaço geográfico é esse quadro de organizaçâo, onde os meios deprodução se dispõem na distribuição territorial adequada àreprodução e encarnÍrm a própria forma como a segunda natureza se

modeliza como condição de produçâo. O exemplo mais típico é adivisão tertÍitoriat do trabalho, onde o arranjo do espaço organiza eorisnta todo o movimento repmdúivo da relação do homem çom anafurcza num processo metabólico de intercâmbio de forças e

mudanças de forma.Espaço e SocicdedeUma vez que a história dos homens é a história dos homens e dosespaços geográficos concretos vemos no espaço a própria história.Posto à base da sociedade. o espaço . a comanda em suareprcdutibilidade por inteiro. Com isto rcvela-se um esplêndidorecurso de "leitura- da sua sstrufura e movimentos. Leifura queinvariavelmenüç será feita pelos óculos de quem a faz: "óculosempíricoso' ou "óculos dialéticos". Sob a forma de fríbricas,plantações, estrada& construções, fluxos de produção e homens, oespaço geografico revel4 como numa fotografi4 o processo dotrabalho. Sob a forma da densificação das fábricas, plantações,es'kadas, oonstruçõcs e fluxos rcvcl4 como um construto, os tertrose andureza da acumulação.Produto histórico e tendo, por conseguinte um conteúdo históriço, oespaço é, assim, a própria sociedade. Não é, então, o lugar onde asociedade se aloja, coÍno uma cidade enrçravada no fundo de um vale,uma voz que a hiSória dos homem ocorre na superÍicie da Terra,Também não é çomo um reflçxo da sociedade e da história- Nâo éreceptáculo ou espelho. C) espaço é a snciedade pelo simples fato deque os homens produz€rn sua exi$ência produzindo o espaço. É asociedade porquo é condição de existência dos homern na hístóriaO fato é que espaço é o t€mpo histôriço real. Não o tempo-data. A.noçâo kantiana de tempo como lugar da história e de espaço comolugar da geograÍi4 promovendo a separação entre tempo e Êspaço eenüe historia e geografia, é uma ambig[idade que levou MichelFoucaút a designá-lo & rm espaço congelado. Ora" assim çomotempo histórico rão é o tempo do rslógio (tempo-data, tempo

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geográfices. Embora a história embsta-se no calendário e o espaçogeográfico ernbuta-se na rede de coordenadas (latitude e longitude),ternpo e espaço sâo estruturas da hisória- Propriedades dessa matériachamada realidade social. E são esse çonteúdo.E qual é esse conteúdo? 0 coúeúdo comunitário nas sociedadesnaturais. O conteúdo de cla"ses nas sosidades socialmenteestratifieadas em classes, como na sociedade capitalist4 o espaçoguardafldo sm suê essência os conflitos que jogam em embate suas

classes coatradifórias.

Trecho do livro: GeograÍie, a isso serve, em primeiro lugar, paraf*zer e guerre.Texto: Um saber estratégico em mãos de alguns.Em contrapaÍida, em numerosos Estados, a geografia é claramentepercebida como um saber estratégico e os mapas, assim como adocumentação estaÍística, qus dá ume represeilteção precisa do gaís,

são reservados à minoria dirigente. Os esos exffemos dessa

conÍiscação dos coúecimentos geogriáfcos em proveito da minoriano porier são fornecidos pelos Estados comunistas, onde as cartasdetalhadas em grande escala são esffiafireüte reservadm aos

responsáveis do Partido e aos oficiais das forças armadas e da polícia-Na {,IRSS os estudantes de geograÍia são privados delas e fazem seus

trabalhos práücos sobre cartas imaginrárias. Explicam-se taisprecauções pela aneaça extemq mas estrs são bern zupérftuas numaépoca ern que os saÍélites permitem a outra superpoÍência estabelecercarta§, âs mais detalhadas, do território adversário. Esse confisco dosconhççimentos geogriíficos é essencialmeute devido a problenras depolílica interna 0 mesmo se passa em muitos parses do TerceiroMundo, onde a venda de cartas €m grande escal4 que erarclativamcatc liwc na época colodal" é intcrditada hojg por causadas teüsões soclais. Na guenilh4 uma das forças dos camponeses é ade "conhecer" taticamente muito bem o espaço no qual elescombatem mas, €ntrogues a si próprios, sua cryacidade sedesmorona tàce a operações de nivel estratégiro, pois estas devemser conduzidas numa outra escal4 sobre €spaços bem mais amplosque só podem ser representados cartograflcamçnte. Uma etapa. muitoirnportante é transpcsta no desenvolvimento da guerra dos "paaisans "* quaudo so constifui um estado-maior onde se é capaz deler cartas; estas são, fieqüentemente, obtidas ao pÍsço de grandes

saçrificios. Á necessidade de saber ler uma carta se coloca tambérnnas manifestaçôes urbanaq a guerrilha urbana a guerra de nrlt; ernceftos países (comunistas ou não), o público não pode consçguir ,rm

plaoo da cidadg mas somentÊ os croquis dos locais freqüentadospelos turistas; essa medida permite à polícia monttr um esquema,

trmto mais ehcaz quanlo mais tliíIsil for para ouinxs umseguirrepresentálo espacialmente. Após vrârias experiências desasfosas, oaprendizado da leitura de cartas aparece como tarefa prioritária paraos militantes, num grande núrnero de países, No entanto, oa mdoriados palses de regime democrático, a difusão de carks, em qualquerescal4 é completamente livre, assim somo a dos planos da cidade.Às autoridades perceberam que poderiam coloçá-las ern circulaÉqsem iaconveníerte. Carfas, para quem não aprendeu a lê-Ias e

utilizá-las, sera dúvida oão têrn qualqBsr sentido, como não teriauma pagina escrita para quem não apre,ndeu a ler. Não que oapreodizado da leifura de uma carta seja uma tarefa diflcil, mas éainda preciso que se veja o interesse ern priíticas políticas e militares:a livre circulaç66 das caÍtas nos paises de regime liberal é o coroláriodo pequeoo número daqueles que podem pretender investir contrd ospoderes estabelecidos em lugar de oukos tipos de ação diversosdaqucles convencionados num sistcma de,rnocrático. Confudo, aimportância da análise geognâfica não se coloca ssmerte no domínioda esratégia e trítica sobrs o t€rrcoo, embora isso seja essencial emcertas circunstâncias. A ausência quase total de intsresss, em amplosmeios, rl$m& reflexão de tipo geográfico, permite aosestados-maiores das grandes firmas capitalistas desdobrar estratégiasesprciais onde a eficácia pefinanece, e em boa parte, não tanto porceusa do segredo que os çercA mas por causa da despreocupação dosmilitantes s dss sindicalistas quanto aos fenômenos de loelizaçâo; aanálise dos ma:xistas, que é fundamentalmente de tipo historico,negligeacia quase totalmente a repartição no eryaço dos feaômenosquc ela apreende teoricamente. DevEr-se-ia citar c analisar maisfreqiieÍrtemente um dos mais çélebrçs exemplos de esfaÍégiaespacial do capitalismo na regrão de Lyon, a propósito do trabalho

fato, na primeira metadê do seculo XIX os capitalisas de LyonencetaÍirm uma verdadeira estratégia geográfica para quebrar a forçapolítica dos ope.rár'ios: o trabalho da seda a1é então concenfiado emLyon, foi esfacelado n-rrm grande número de operações técnicas; elesforam disseminados por urn grande raio, no campo: somente cadaum dos mercantes-fabricantes sabia onde se enconüavam seusateliers. Com isso. os trúalhadores dispersados, não podiam maisempreender ação conjuntâ- Belo exemplo de estratégia geográfica docapitalismo que deveria ser motivo de meditação pwa caia mititante.Longe de pcrtenc€r ao passadq esta estratégia é sistematicameateempreendida desde alguns dmênios, com o desenvolvimento dosfenômenos de sublocação e com as políticas de descentralizaçãoindustrial e de " aménagemeÍrt " do território. Boa parte do pessoalque trabalha de fato para esta ou aquela grande firma iadustrial nãose encontra mais nos estabeleçimentos que dependem juridicamentedessa firma; ela se sncontra dispersa numa série de empresasdependentes: onde se sncontram elas? Em quâis pequenas cidades?Em quais campos? Onde elas rrcrutam seus operários? Não seriaimpossivel juntar informações, mas por nãÕ se ter o hábito de prestaratençâo a esses problemas" geralmente não se sabe nada, para amaior conveniência dos estados-maiores das grandes firmas. Nosmeios "de esquerda" denunciase regularmente a derrota da políticade " arnénagement " do terÍitório, sern sÊ procumr ver em que tais"derrotâs" (em vi*a dos objetivos oficialmente proelamados)permitem, de fato, Êutuosos negócios para as emprêsas que, numavsrdadeira estratégia de movimento, desviam rapidamente seusinvestimsntos para se bsnsficiarem das numerosas vaÊtageÍrs quolhes são conçedidas na instalação de uma nova flibrica revendida ouliquidada um porlco mais tarde ... Essa estralégia bem flexível é

transportada para sspaços mais amplos pclos dirigcntcs dasmultinacionais: eles investem e desinvestem em diversas regiôes denumerosos Estados para tirar o melhor proveito de todas asdiferenças (salariais" fiscais, moaetrírias) que existern eatre locaisdiversos. O sistema das multinacionais é. sem dúvid4 bem analisado,mas somente no plano teórico: uma análise geográfica precim dosmúltiplos pontos contrrolados por essas organizações tenÍaculares nãoé impcssível de ser feita e isso pennitiria dirigir contra elas. açÕesimbricadas, denmciar bem mais eírcazmente suas condutasconÇreas (sempre aperfeiçoando a teoria)- o sabsr geográfico nãodeve permanecer como apanrágio dos dirigentes de grandes bancos;ele pode ser voltado contra eleg na condição de prestar atenção asforrnas de localização dos fenômsnos e cessar ds evocá-losabshatamente. Numa outra escala, a dos problemas que se colocamna cidade, é surpreendente constatar a que ponto os habitantes (emerrmo os mais preparados politir:amcnte) se acham incapacitados deprev€r as conseqiÉncias desastrosas qu€ acarrearão tal plrro deurbanismo, tal empresa de renovação, que rro entaoto lhes concemçdiretamcnte. As municipaliddes, os prcrnoÍorss estão agora tãoconscientes desta incapacidade que sles nãô hesitam mais empraticar o "acordo" e de apresentr os planos dos futums trabalhos,pois as objeções são raÍas e fráceis de iludir. Deveras, as

rÊpresentações espaciais so tÉm verdadeiro significado para aquelesque as sabem ler, e esses sâo rafoü dessa formA as pssso€§ não irãoperceber até que ponto foram otganadas, se não após o términs dostrabalhos, quando as modificações se tomarem irreversiveis ein boaparte. Essss poucos exemplos, sumariamsnts evocados, sãosuficientes, sem dúvid4 para dar uma idéia da gravidade dasconseqüências que resultam dessa miopi4 dessa cegueira que, àsvezeq mostram lantos militantes com respeito âí) aspscto geográficodos problemas políticos. Quaíto mais esscs responsáveis polÍticos,esses sindicalistas desempeúarn, um papel importrote junto àsmassas explicand+'lhes as origes históricas de uma situaçãqanalisando as contradições de uma formação social, aato mais elesnegligenciam o saber estratégiso que é a geograÍi4 da qual elesdeixam o monopólio para uma minoria dirigente que, ela sim, sabese servir, para manobrar eficazmente.