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, DIARIO República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLID _. N'046 CAPITAL FEDERAL QUARTA·FEIRA, 25 DE MAIO DE 1988 " CAMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- ATA DA 39' SESSÃO DA 2' SESSÃO LEGIS- LATIVA DA 48- LEGISLATURA, EM 24 DE MAIO DE 1988 I- Abertura da Sessão 11 - Leitura e Assinatura da Ata da Sessão Ante- rior li - Leitnra do Expediente COMUNICAÇÁO Do SI. Deputado Ottomar Pinto, participando que desde dezembro de 1987 pertence à Bancada do Partido do Movimento Democrático Brasileiro -PMDB. PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Lei n' 311-B, de 1988 (Do Poder Execu- tivo) Mensagem n' 3188 - Dispõe sobre a criação do Conselho Nacional da Habitação e dá outras pro- vidências; tendo parecer do Relator designado pela .Mesa, em substituição às Comissões, pela aprova- ção. Parecer ao Substitutivo de Plenário: pela apro- vação com subemenda substitutiva. Projeto de Lei n' 316-B, de 1988 (Do Poder Execu- tivo) Mensagem n' 38/88 - Altera a Lei n' 6.750, dc 10 de dezembro de 1979, que dispõe sobre a Orgaltização Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios, e dá outras providências; tendo parecer do Relator designado pela Mesa em substituição às Comissões, pela constitucionalidade, legalidade e aprovação, com emenda. Pendente de parecer às Emendas de Plenário. PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Lei n' 678, de 1988 (Do SI. Paulo Paim) - Esta1?elece a inclusão de matérias da Histó- ria Geral da Africa e História do Negro no Brasil como disciplinas integrantes do curriculo escolar obrigatório. Projeto de Lei n' 685, de 1988 (Do Sr. Henrique Eduardo Alves) - Altera o caput e o § I' do artigo 10 da Lei n' 5.890, de 8 de junho de 1973, que "altera a legislação de previdência social e dá outras providências" . Projeto de Lei n' 692, de 1988 (Do Sr. Hélio Rosas) - Estende aos trabalhadores, em atividades que especifica, o direito à aposentadoria especial. Projeto dc Lei n' 693, de 1988 (Do Sr. Hélio Rosas) - Estende a concessão do amo1io-funeral aos casos que especifica. Projeto de Lei n' 700, de 1988 (Do Sr. Antônio de Jesus) -Revoga a Lei n' 6.195, de 19 de dezem- bro de 1974 e estende os benefícios do seguro de acidentes do trabalho a cargo do INPS ao traba- lhador rural. Projeto de Lei n'701, de 1988 (Do Sr. José Genoí- no) - Acrescenta parágrafo 3' ao artigo 2' da Conso- lidação das Leis do Trabalho, que dispõe sobre exe- cução trabalhista. .IV - Pequeno Expediente NiLSON GIBSON - Excelência das normas VO'- tadas pela Assembléia Nacional Constituinte relati- vamente aos Capítulos "Da Seguridade Social" e "Da Previdência Social". PAULO RAMOS - Razões do clima de deterio- ração da segurança pública no Estado do Rio de Janeiro. JOSÉ GENOíNO - Falecimento do Prof. Éder Simão Sader. Omissão das autoridades governamen- tais no controle e fiscalização do comércio de sangue no País. IVO MAINARDI - Obscuridade existente no texto constitucional com referência às normas ati- nentes à prescrição trabalhista. CÉSAR Mf\IA - Necessidade de ampla infor- mação ao Congresso Nacional sobre nova sistemá- tica de reajustes orçamentários a ser posta em prá- tica pelo Governo. PAULO PAIM - Apreciação, pelo Congresso Naci0!1al, do Decreto-Lei n' 2.425 que congelou a URP para efeito de reajuste dos salários dos servi- dores da União. Repúdio à possibilidade de rompi- mento de acordos por parte do grupo "Centrão", no segundo turno de votação do Projeto de Consti- tuição. ANTÓNIO DE JESUS - Defesa da família na futura Constituição. RUY NEDEL - Desempenho do Ministro Rena- to Archer à frente da Pasta da Previdência e Assis- tência Social. OLíVIO DUTRA - Definição da duração do mandato do Presidente José Sarney. AMAURY MÜLLER - Alterações pretendidas pelo Presidente José Sarney na projeto de lei disci- plinador das eleições municipais de 1988. Reihte- gração de servidores demitidos em decorrência de participação em EDIVALDO HOLANDA - Regionalização da produção cultural, artística, informativa e publici- tária dos meios de comunicação. FRANCISCO KÜSTER - Isenção da correção monetária incidente nos empréstimos tomados por micro, pequenos e médios empresários e pequenos agricultores. ELIEL RODRIGUES - Conseqüências da de- mora da efetiva institucionalização do Centro Téc- nico Mineral - Cctem. ÁTILA LIRA - A educação no futuro texto constitucional. OSVALDO BENDER - Recuperação da Rodo- via BR-472, São Borja-Itaqui, Estado do-Rio Grande do Sul. OSWALDO ALMEIDA -Conveniência da sus- pensão da intervenção do Banco Central no Banco do Estado do Rio de Janeiro. FARABULINI JúNIOR - Utilização do Depar- tamento de Assistência Patronal, do Ministério da Previdência e Assistência Social, como instrumento de desestabilização do Governo da República. VICTOR FACCIONI - Prejuízos para as indús- trias de conservas do Estado do Rio Grande do Sul e nacionais com o cúmprimento do Protocolo n' 22, acordo comercial firmado entre o Brasil e a Argentina. OSMIR LIMA - Improcedência da denúncia de desmatamento criminoso no Seringal Equador, Es- tado do Acre. DAVI ALVES SILVA - Realização de plebiS- cito junto à população do sul do Estado do Mara- nhão sobre a criação do Estado do Maranhão do Sul. FIRMO DE CASTRO - Repercussões da nova política industrial proposta pelo Governo Federal. ARNALDO FARIA DE SÁ - Mandato dc qua- tro anos para o Presidente José Sarney. Reposição das defasagens e atualização dos proventos dos apo- sentados e pensionistas da Previdência Social. HERÁCLITO FORTES -Tentativa de desesta- bilização do Ministro Renato Archer, da Previdên-

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Page 1: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD25MAI1988.pdf, DIARIO República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLID_. N'046 CAPITAL FEDERAL QUARTA·FEIRA,

,

DIARIORepública Federativa do Brasil

DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO I

ANO XLID _. N'046 CAPITAL FEDERAL QUARTA·FEIRA, 25 DE MAIO DE 1988

"CAMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

1- ATA DA 39' SESSÃO DA 2' SESSÃO LEGIS­LATIVA DA 48- LEGISLATURA, EM 24 DE MAIODE 1988

I - Abertura da Sessão11 - Leitura e Assinatura da Ata da Sessão Ante­

riorli - Leitnra do Expediente

COMUNICAÇÁO

Do SI. Deputado Ottomar Pinto, participandoque desde dezembro de 1987 pertence à Bancadado Partido do Movimento Democrático Brasileiro-PMDB.

PROJETOS A IMPRIMIR

Projeto de Lei n' 311-B, de 1988 (Do Poder Execu­tivo) Mensagem n' 3188 - Dispõe sobre a criaçãodo Conselho Nacional da Habitação e dá outras pro­vidências; tendo parecer do Relator designado pela

.Mesa, em substituição às Comissões, pela aprova­ção. Parecer ao Substitutivo de Plenário: pela apro­vação com subemenda substitutiva.

Projeto de Lei n' 316-B, de 1988 (Do Poder Execu­tivo) Mensagem n' 38/88 - Altera a Lei n' 6.750,dc 10 de dezembro de 1979, que dispõe sobre aOrgaltização Judiciária do Distrito Federal e dosTerritórios, e dá outras providências; tendo parecerdo Relator designado pela Mesa em substituiçãoàs Comissões, pela constitucionalidade, legalidadee aprovação, com emenda. Pendente de parecer àsEmendas de Plenário.

PROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Lei n' 678, de 1988 (Do SI. PauloPaim) - Esta1?elece a inclusão de matérias da Histó­ria Geral da Africa e História do Negro no Brasilcomo disciplinas integrantes do curriculo escolarobrigatório.

Projeto de Lei n' 685, de 1988 (Do Sr. HenriqueEduardo Alves) - Altera o caput e o § I' do artigo10 da Lei n' 5.890, de 8 de junho de 1973, que"altera a legislação de previdência social e dá outrasprovidências" .

Projeto de Lei n' 692, de 1988 (Do Sr. HélioRosas) - Estende aos trabalhadores, em atividadesque especifica, o direito à aposentadoria especial.

Projeto dc Lei n' 693, de 1988 (Do Sr. HélioRosas) - Estende a concessão do amo1io-funeralaos casos que especifica.

Projeto de Lei n' 700, de 1988 (Do Sr. Antôniode Jesus) -Revoga a Lei n' 6.195, de 19 de dezem­bro de 1974 e estende os benefícios do seguro deacidentes do trabalho a cargo do INPS ao traba­lhador rural.

Projeto de Lei n'701, de 1988 (Do Sr. José Genoí­no) - Acrescenta parágrafo 3' ao artigo 2' da Conso­lidação das Leis do Trabalho, que dispõe sobre exe­cução trabalhista.

.IV - Pequeno Expediente

NiLSON GIBSON - Excelência das normas VO'­

tadas pela Assembléia Nacional Constituinte relati­vamente aos Capítulos "Da Seguridade Social" e"Da Previdência Social".

PAULO RAMOS - Razões do clima de deterio­ração da segurança pública no Estado do Rio deJaneiro.

JOSÉ GENOíNO - Falecimento do Prof. ÉderSimão Sader. Omissão das autoridades governamen­tais no controle e fiscalização do comércio de sangueno País.

IVO MAINARDI - Obscuridade existente notexto constitucional com referência às normas ati­nentes à prescrição trabalhista.

CÉSAR Mf\IA - Necessidade de ampla infor­mação ao Congresso Nacional sobre nova sistemá­tica de reajustes orçamentários a ser posta em prá­tica pelo Governo.

PAULO PAIM - Apreciação, pelo CongressoNaci0!1al, do Decreto-Lei n' 2.425 que congelou aURP para efeito de reajuste dos salários dos servi­dores da União. Repúdio à possibilidade de rompi­mento de acordos por parte do grupo "Centrão",no segundo turno de votação do Projeto de Consti­tuição.

ANTÓNIO DE JESUS - Defesa da família nafutura Constituição.

RUY NEDEL - Desempenho do Ministro Rena­to Archer à frente da Pasta da Previdência e Assis­tência Social.

OLíVIO DUTRA - Definição da duração domandato do Presidente José Sarney.

AMAURY MÜLLER - Alterações pretendidaspelo Presidente José Sarney na projeto de lei disci­plinador das eleições municipais de 1988. Reihte­gração de servidores demitidos em decorrência departicipação em greve~

EDIVALDO HOLANDA - Regionalização daprodução cultural, artística, informativa e publici­tária dos meios de comunicação.

FRANCISCO KÜSTER - Isenção da correçãomonetária incidente nos empréstimos tomados pormicro, pequenos e médios empresários e pequenosagricultores.

ELIEL RODRIGUES - Conseqüências da de­mora da efetiva institucionalização do Centro Téc­nico Mineral - Cctem.

ÁTILA LIRA - A educação no futuro textoconstitucional.

OSVALDO BENDER - Recuperação da Rodo­via BR-472, São Borja-Itaqui, Estado do-RioGrande do Sul.

OSWALDO ALMEIDA -Conveniência da sus­pensão da intervenção do Banco Central no Bancodo Estado do Rio de Janeiro.

FARABULINI JúNIOR - Utilização do Depar­tamento de Assistência Patronal, do Ministério daPrevidência e Assistência Social, como instrumentode desestabilização do Governo da República.

VICTOR FACCIONI - Prejuízos para as indús­trias de conservas do Estado do Rio Grande doSul e nacionais com o cúmprimento do Protocolon' 22, acordo comercial firmado entre o Brasil ea Argentina.

OSMIR LIMA - Improcedência da denúncia dedesmatamento criminoso no Seringal Equador, Es­tado do Acre.

DAVI ALVES SILVA - Realização de plebiS­cito junto à população do sul do Estado do Mara­nhão sobre a criação do Estado do Maranhão doSul.

FIRMO DE CASTRO - Repercussões da novapolítica industrial proposta pelo Governo Federal.

ARNALDO FARIA DE SÁ - Mandato dc qua­tro anos para o Presidente José Sarney. Reposiçãodas defasagens e atualização dos proventos dos apo­sentados e pensionistas da Previdência Social.

HERÁCLITO FORTES -Tentativa de desesta­bilização do Ministro Renato Archer, da Previdên-

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1988 Quarta-feira 25

cia e Assistência Social. Objetivos do Sistema Unifi­cado e Descentralizado dc Saúde - SUDS.

ARNALDO FARIA DE SÁ (Pela ordem) -Ine­xistência, no conteúdo do discurso proferido peloorador durante o Pequeno Expediente, de críticasà honorabilidade do Ministro Renato Archer e aoSistema Unificado e Descentralizado de Saúde ­SUDS.

ADYLSON MOITA - Apoio do PDS ao Siste­ma Único e Descentralizado de Saúde - SUDS.Extinção da cobrança do Imposto de Renda de con­tribuintes com mais de uma fonte de rendimentos.

JORGE UEQUED - Extinção da cobrança doImposto de Renda de contribuintes com mais deuma fonte de rendimentos.

ASSIS CANUTO - Intensificação dos progra­mas de combate à malária no Estado de Rondônia.

JOSÉ TAVARES - Clima de inquietação geradopela intenção governamental de privatizar emprcsaspúblicas.

ANTÓNIO CÂMARA - Isenção da corrcçãomonetária incidente sobre empréstimos tomados porpequenos agricultores e micro, pequenos e médiosempresários.

MAURÍLIO FERREIRA LIMA - Mandato dequatro anos para o Presidente José Sarney.

FÉRES NADER - Incentivo à participação dainiciativa privada nos projetos e programas de res­tauração dos monumentos históricos mineiros.

JOSÉ TEIXEIRA - Início das obras da Ponteda Amizade, ligando Timon, Estado do Maranhão,a Teresina, Estado do Piauí.

ERICO PEGORARO - Elenco de medidas de­corrcntes da introdução no texto constitucional daobrigatoriedade da concessão de tratamento dife­renciado à empresa de pequeno porte, como princí­pio da Ordem Econômica.

GANDI JAMIL - Valorização e adequado reco­nhecimento, pelo Governo, da relevância do exer­cício da função pública.

DASO COIMBRA - Transcurso do jubileu deouro de ordenação no ministério evangélico do Rev.Manoel da Silveira Porto Filho.

JORGE ARBAGE - RealizaçãO de exposiçãosobre o tema "Pará, a nova Fronteira da Arte",na Embaixada da França, Brasília, Distrito Federal,pela Fundação Rômu[o Maiorama.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

ANTONIOCARLOS MENDES THAME ­Elevada carga tributária incidente sobre o .contri­buinte brasileiro.

TADEU FRANÇA - Denúncias dc violênciacontra os índios Yanomani. Urgência na demarca­ção das terras indígenas.

NAPHTALI ALVES DE SOUZA -Breve vota­ção, pela Assembléia Nacional Constituinte. da cria­ção do Estado do Tocantins.

JUAREZ ANTUNES - Manutenção, no segun­do turno de votação do Projeto de Constituição,da jornada de 6 horas para trabalhadores em reveza­mento.

PAULO ZARZUR - Documento eleborado pe­la 26' Assembléia Geral da Confederação Nacionaldos Bispos do Brasil - CNBB, sobre a questãoindígena.

ANTONIO SALIM CURIATI - Projeto de leide autoria do orador que cria a Comissão Nacionalde Estudos Tarifários do Transporte Coletivo Urba­no. Possibilidade de aquisição e manutenção, pelaCâmara dos Deputados, de frota de veículos desti­nada ao transporte de servidores da Casa.

V - Comunicações das Lideranças

VICTOR FACCIONI - Imediata extinção doImposto de Renda incidente sobre contribuintescom mais de uma fonte de rendimentos. Repúdioa hipotético acordo entre o Presidente José Sarneye o Deputado Ulysses Guimarães em torno da apro­vação do mandato de cinco anos para o atual Chefedo Executivo.

SIQUEIRA CAMPOS - Breve votação, pelaAssembléia Nacional Constituinte, da criação do Es­tado do Tocantins.

BRANDÂO MONTEIRO - Repúdio a hipoté­tico acordo entre o Presidente José Sarney e o Depu­tado Ulysses Guimarães em torno da aprovação domandato de cinco anos para o atual Chefe do Execu­tivo. Irregularidades no ato de desencampação dasempresas de transportes coletivos no Rio de Janeiro,Estado do Rio de Janeiro.

RUY NEDEL - Importância da hierarquizaçãoe regionalização das ações de saúde no País.

ARNALDO FARIA DE SÁ - Necessidade decontrole e fiscalização, pelo Ministério da Previdên­cia Social, do uso das verbas destinadas ao Sistema

Maio de 1988

Unificado e Descentralizado de Saúde - SUDS.Extinção do Imposto de Renda incidente sobre con­tribuintes com mais de uma fonte de renda.

ANTÓNIO DE JESUS - Responsabilidade doPMDB na consecução do processo de redemocra­tização do País através da Assembléia NacionalConstituinte.

BENEDITA DA SILVA - Solidariedade ao pas­tor negro Jesse Jackson, vítima de tentativa de assas­sinato.

FERNANDO SANTANA - Solidariedade aopastor Jesse Jackson, vítima de tentativa de assassi­nato. Avanços alcançados no tocaute à disciplinaçãoda questão mineral no futuro texto constitucional.

JOAQUIM BEVILACQUA - Injusta distribui­ção da renda nacional. Imediata extinção do Impos­to de Renda incidente sobre contribuintes com maisde uma fonte de rendimentos.

MOZARILDO CAVALCANTI - Duração domandato do Presidente José Sarney.

OrrOMAR PINTO - Duração do mandato doPresidente José Sarney.

VI - Apresentação de Proposições

MIRO TEIXEIRA, HENRIQUE EDUARDOALVES, FÁBIO FELDMANN, STÉLIO DIAS,MESSIAS SOARES, VLADIMIR PALMEIRA,GANDI JAMIL, PAULO SILVA, BENEDITADA SILVA.

VII - Grande Expediente

FERNANDO SANTANA - Avanços alcança­dos no tocante à disciplinação da questão mineralno futuro texto constitucional.

VIII - Encerramento

2- ATO DA MESA

3 - MESA (Relação dos membros)

4 - LÍDERES E VICE.LÍDERES DE PARTIDOS(Relação dos membros)

5 - COMISSÕES (Relação dos membros das Co­missões Permanentes e de Inquérito)

Ata da 39~ Sessão, em 24 de maio de 1988

Presidência dos Srs. Heráclito Fortes, Terceiro-Secretário; Irma Passoni, Suplente de Secretário;

Victor Faccioni, Arnaldo Faria de Sá, Eraldo Trindade, artigo 76 do Regimento Interno

As 9:00 HORAS COMPARECEM OS SENHORES:

Acre

Geraldo Fleming - PMDB; José Melo - PMDB;Maria Lúcia - PMDB.

Amazonas

Bernardo Cabral - PMDB; Beth Azize - PSB; JoséDutra - PMDB; José Fernandes - PDT.

Rondônia

Arnaldo Martins - PMDB; Assis Canuto - PFL;José Guedes - PMDB; Raquel Cândido - PFL.

Pará

Aloysio Chaves - PFL; Jorge Arbage - PDS.

Maranhão

Albérico Filho - PMDB; Antonio Gaspar ­PMDB; Costa Ferreira - PFL; Davi Alves Silva ­PDS; Haroldo Sabóia - PMDB; Jayme Santana ­PFL.

Piauí

Átila Lira - PFL; Felipe Mendes - PDS; HeráclitoFortes - PMDB; Jesus Tajra - PFI;; José Luiz Maia- PDS; Myriam Portella - PDS; Paes Landim - PFL;Paulo Silva - PMDR

Ceará

Aécio de Borba - PDS; Expedito Machado ­PMDB; Firmo de Castro - PMDB; Furtado Leite ­PFL; José Lins - PFL; Lúcio Alcântara - PFL; Ma­nuel Viana - PMDB; Mauro Sampaio - PMDB; Moy­sés Pimentel - PMDB; Paes de Andrade - PMDB;Raimundo Bezerra - PMDB; Ubiratan Aguiar ­PMDB.

Rio Grande do Norte

Henrique Eduardo Alves - PMDB; Vingt Rosado-PMDB.

Paraíba

Agassiz Almeida - PMDB; Antonio Mariz ­PMDB; Cássio Cunha Lima -PMDB; João Agripino-PMDB.

Pernambuco

Cristina Tavares; Egídio Ferreira Lima - PMDB;Gonzaga Patriota - PMDB; Inocêncio Oliveira ­PFL; José Jorge - PFL; José Moura - PFL; JoséTinoco - PFL; Maurílio Ferreira Lima - PMDB; Nil­son Gibson - PMDB; Roberto Freire - PCR

Alagoas'

Albérico Cordeiro - PFL; Eduardo Bonfim - PCdo B; Geraldo Bulhões - PMDB.

Sergipe

Acival Gomes - PMDB; José Queiroz - PFL; Mes­sias Góis - PFL.

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Maio de 1988

Bahia

Ângelo Magalhães - PFL; Benito Gama - PFL;Carlos Sant'Anna - PMDB; Fernando Santana ­PCB; Haroldo Lima - PC do B; Jairo Carneiro ­PFL; João Alves - PFL; Jorge Hage - PMDB; JoséLourenço - PFL; Manoel Castro - PFL; WaldeckOrnélas - PFL.

Espírito Santo

Hélio Manhães - PMDB; Rita Camata - PMDB;Stélio Dias - PFL.

Rio de Janeiro

Adolfo Oliveira - PL; Amaral Netto - PDS; AnnaMaria Rattes- PMDB; Arolde de Oliveira - PFL;Artur da Távola - PMDB; Brandão Monteiro - PDT;César Maia - PDT; Daso Coimbra - PMDB; DenisarArneiro - PMDB; Edmilson Valentim - PC do B;José Luiz de Sá - PL; Juarez Antunes - PDT; Lysâ­neas Maciel - PDT; Paulo Ramos - PMDB; SandraCavalcanti - PFL; Vivaldo Barbosa - PDT; VladimirPalmeira - PT.

Minas Gerais

Bonifácio de Andrada - PDS; Carlos Cotta; ChicoHumberto' - PDT; Christóvam Chiaradia - PFL;Elias Murad - PTB Humberto Souto - PFL; IsraelPinheiro - PMDB; João Paulo - PT; Lael Varella-PFL; Mello Reis -PDS; Octávio Eüsio; Paulo Del­gado - PT; Rosa Prata - PMDB; Ziza Valadares.

São Paulo

Agripino de Oliveiríl Lima - PFL; Del Bosco Ama­ral - PMDB; Eduardo Jorge - PT; Fábio Feldmann- PMDB; Farabulini Júnior - PTB; Fausto Rocha- PFL; Florestan Fernandes - PT; Irma Passoni -PT; José Carlos Grecco - PMDB; José Genoíno ­PT; Koyu Iha; Luis Gushiken - PT; Michel Temer- PMDB; Roberto Rollemberg - PMDB; UlyssesGuimarães - PMDB.

Goiás

Aldo Arantes - PC do B; Pedro Canedo - PFL;Siqueira Campos - PDC.

Distrito Federal

Augusto Carvalho - PCB; Francisco Carneiro ­PMDB.; Jorran Frejat - PFL; Valmir Campelo - PFL.

Mato Grosso do Snl

Ivo Cersósimo - PMDB; José Elias - PTB; LevyDias - PFL; Ruben Figueiró - PMDB; Saulo Queiroz-PFL.

Paraná

Alarico Abib - PMDB; Dionísio Dal Prá - PFL;Euclides Scalco - PMDB; Hélio Duque - PMDB;Matheus Ienscn - PMDB; Nelton Fricdrich - PMDB;Oswaldo Trevisan - PMDB; Tadeu França - PDT.

Santa Catarina

Alexandre Puzyna - PMDB; Antônio Carlos Kon­der Reis - PDS; Francisco Küster - PMDB; HenriqueCórdova - PDS; Ivo Vanderlinde - PMDB; RubervalPilotto - PDS; Victor Fontana - PFL; Vilson Souza-PMDB.

Rio Grande do Sul

Adylson Motta - PDS; Amaury Müller - PDT;Antônio Britto - PMDB; Erico Pegoraro - PFL; Her­mes Zaneti - PMDB; Ivo Mainardi - PMDB; Joãode Deus Antunes - PTB; Júlio Costamilan -PMDB;Luís Roberto Ponte - PMDB; Mendes Ribeiro ­PMDB; Olívio Dutra - PT; Paulo Paim - PT; RuyNedel- PMDB; Victor Faccioni - PDS.

Amapá

Eraldo Trindade - PFL.

Roraima

Mozarildo Cavalcanti - PFL.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

I - ABERTURA DA SESSÃO

A SRA. PRESIDENTE (Irma Passoni) - A lista depresença registra o comparecimento de 164 SenhoresDeputados.

Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Sccrctário procederá à leitura da ata da sessão

anterior.

11 - LEITURA DA ATA

o SR. PAULO RAMOS, servindo como 2'-Secretário,procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qualé, sem observações, assinada.

A SRA. PRESIDENTE (Irma Passoni) - Passa-seà leitura do expediente.

O SR. NISLON GmSON, servindo como l'-Secre­tário, procede à leitura do seguinte.

111 - EXPEDIENTE

COMUNICAÇÃO

Do Sr. Deputado Ottomar Pinto, nos seguintes ter­mos:

DECLARAÇÃO

Declaro a fim de fazer prova junto à Mesa da Câmarados Deputados e da Assembléia Nacional Constituintc,que desde o mês de dezembro de 1987, estou integradoà bancada do Partido do Movimento Democrático Bra­sileiro - PMDB.

Brasília, 23 de maio de 1988. ....,. Ottomar Pinto.

PROJETO DE LEIN' 311-B, DE 1988

(Do Poder Executivo)

MENSAGEM N' 3/88

Dispõe sobre a criação da Conselho Nacional deHabitação e dá outras providências; tendo parecerdo Relator designado pela Mesa, em snbstituiçãoàs Comissões, pela aprovação. Parecer ao Substi­tutivo de Plenário: pela aprovação, com subemendasubstitutiva.

(Projeto de Lei n' 311-A, de 1988, Emcndadoem Plenário, a que se refere o parecer.)

.O Congresso Nacional decreta:Art. l' Fica criado o Conselho Nacional da Habita­

ção, órgão de natureza deliberativa, com a finalidadede formular a Poütica Nacional da Habitação, de acordocom as diretrizes e prioridades estabelecidas pelo Presi­dente da República, especiahnente:

I - definir diretrizes e fixar prioridades à instituiçãode um plano habitacional integrado, a nível nacional;

II - instituir novos instrumentos e sistcmáticas visan·do a implemcntação progressiva de programas habita­cionais, especialmente para as populações de menorrenda;

IH - estimular o desenvolvimento de programas depesquisa e assistência técnica, voltados para o baratea­mento e melhoria da habitação;

IV -deliberar sobre diretrizes, estratégias, priori­dades e instrumentos do Sistema Financeiro da Habita­ção, ressalvada a competência privativa do ConselhoMonetário Nacional;

V - expedir normas ncccssárias à regulamentaçãoe execução da Política Nacional da Habitação.

Art. 2' O Conselho Nacional da Habitação serápresidido pelo Ministro da Habitação. Urbanismo eMeio Ambiente.

.Art. 3" A composição, atribuições, estruturação eo funcionamento do Conselho da Habitação serão esta­belecidos cm decreto do Poder Executivo, aplicando-seo disposto no parágrafo único do art. 177 do Decreto-lein' 200/67, de 25 de fevereiro de 1967.

Art. 4' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 5' Revogam-se as disposições em contrário.Brasília,

Quarta-feira 25 1989

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

DECRETO-LEI N' 200,DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967

Dispõe sobre a organização da Administração Fe­deral, estabelece diretrizes para a reforma adminis­trativa, e dá outra providências.

O Presidente da República, usando das atribniçõesque lhe confere o art. 9', § 2", do Ato Institucionaln' 4, de 7 de dezembro de 1966, decreta:

TÍTULO I

Da Administração Federal

Art. 177. Os conselhos, comissões e outros órgãoscolegiados que contatem com a representação de gruposou classes econômicas diretamente interessados nos as­suntos de sua competência, terão funções exclusiva­mente de consulta, coordenação e assessoramento, sem­pre que àquela representação corresponda um númerode votos superior a um terço do total.

Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste arti­go os órgãos incumbidos do julgamento de litígios fiscaise os legahnente competentes para exercer atribuiçõesnormativas e decisórias relacionadas com os impostosde importação, e exportação, medidas cambiais corre­latas.

Mensagem n' 3Excelentíssimos Senhores Membros do Congresso

Nacional:Nos termos do art. 51 da Constituição Federal, tenho

a honra de submeter à elevada deliberação de VossasExecelências, acompanhado de Exposição de Motivosdos Senhores Ministros de Estado da Habitação, Urba­nismo e Meio Ambiente e da Fazenda, o anexo projetode lei que "dispõe sobre a criação do Conselho Nacionalda Habitação e dá outras providências".

Brasília, 6 de janeiro de 1988. - José Sarney.EM n'2/88

5-1-88Excelentíssimo Senhor Presidente da República,Temos a honra de submeter à elevada consideração

de Vossa Excelência, anteprojeto de lei dispondo sobrea criação do Conselho Nacional da Habitação no âmbitodo Ministério da Habitação, Urbanismo e Meio Am­biente, com a finalidade de assegurar a retomada deuma política habitacional objetivando o desenvolvimen­to das seguintes linhas de ação:

I - ampliar o atendimento às áreas urbanas mais ca­rentes, priorizando a população dc baixa renda;

II - propiciar a maior participação estadnal, muni­cipal e da sociedade na definição de alternativas e proje­tos habitacionais que atendam às necessidades locais;

III - fixar dirctrizes que permitam o estabelecimentoefetivo de um planejamento habitacional e plurianualdos investimentos de curto e médio prazos para o País;

IV -pcrmitir a compatibilização das programaçõesestaduais e municipais em função das característicassócio-econômicas e demanda habitacional de cada re­gião;

V - promover a integração de intervenção no campoda habitação com as programações estaduais c muni­cipais de habitação;

VI - estimular os programas de pesquisa voltadospara o barateamento da habitação popular.

A missão pioneira e prioritária que se pretende atri­buir ao novo conselho se relaciona com a formulaçãoe supervisão das mundanças institucionais que se im­põem no sistema de habitação. Neste particular as mu­danças pretendidas vieram no elenco dos subsídios esugcstões apresentadas pelo grupo de trabalho com­posto por diversos segmentos da sociedade nacional,além dos setores especializados que lidam com graveproblema da moradia. A reformulação do sistema habi­tacional, que passará a contar com um instrumentocoordenador e deliberativo, será orientado por dire­trizes de ampla descentralização e racionalização. Aracionalização deverá implicar numa nova organizaçãodo trabalho, visando a simplificar ou mesmo eliminaras intermediações, em proveito da redução dos encargos

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1990 Quarta-feira 25

financeiros que gravam o mutuário final. Mais do quesimples delegações, a descentralização deve consistirna mudança da estratégia governamental, atribuindo-sepreferencialmente ao município e à comunidade interes­sada, o que lhes cabe decidir e conduzir, mediante odesenvolvimento de uma tecnologia construtiva maiseconômica.

Neste termos, o Governo Federal se reservará o exer­cício da responsabilidade normativa e de assistência fi­nanceira.

Assim, como instrumento de deflagração do processode reformulação institucional dos setores em referência,o projeto de lei introduz na competência do conselho,matériais eminentemente típicas e exclusivas de órgãoda Administração Federal direta.

São estas, Senhor Presidente, as diretrizes da pro­posta que tenho a honra de submeter ao juízo de Vossa'Excelência.

Apresento-lhe nesta oportunidade a expressão domeu mais elevado e respeitoso apreço. - Luiz Hum­berto Prisco Viana, Ministro de Estado da Habitação,Urbanismo e Meio Ambiente - Mailson Ferreira daNóbrega, Ministro Interino da Fazenda.Aviso n' 3 - SAP

Em 6 de janeiro de 1988A Sua Execelência o SenhorDeputado Paes de andradeDD. Primeiro-Secretário da Câmara dos DeputadosBrasília - DF.

Excelentíssimo Senhor l'-Secretário:Tenho a honra de encaminhar a essa Secrctária a

Mensagcm do Excelcntíssimo Senhor Presidente da Re­pública, acompanhada de Exposição de Motivos dosSenhores Ministros de Estado da Habitação, Urbanis­mo e Meio Ambiente e da Fazenda, relativa a projetode lei que "dispõe sobre a criação do Conselho Nacionalda Habitação e dá outras providências".

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Ex­celência protestos de elevada estima e consideração.- Ronaldo Costa Couto, Ministro-Chefe do GabineteCivil.

PARECER DO RELATORDISIGNADO PELA MESA EM

SUBSTITUIÇÃO As COMISSÕES

O SR. JORGE UEQUED (PMDB - RS. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, O Projeto de Lein' 311, de 1988, dispõe sobre a criação do ConselhoNacional da Habitação. Não se trata apenas de matériade origem executiva. É produto do trabalho de umgrupo, organizado para preparar o início da políticahabitacional de que o País carece. Depois do fracassodo Sistema Financeiro da Habitação é indispensávelque o País seja dotado de uma política habitacional.E o conselho será o órgão rcsponsável para a formulaçãodessa política.

Inclusive ao conselho se atribuem poderes que o dife­rcnciam de outros conselhos e comissões organizados.

Por isso, Sr. Presidente, pelos altos motivos que esti­mularam a sociedade brasileira a participar dessa comis­são, pelas determinações que trazem as atribuições doconselho, somos pela aprovação da matéria.

SUBSTITUTIVO OFERECIDO EM PLENÁRIO

Dê-se ao projeto a seguinte redação:

Autoriza a instituição da Política Nacional de Ha­hitação e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:Art. l' O Poder Executivo, por decreto, devcrá

formular anualmente a Política Nacional de Habitação,de acordo com as diretrizes e prioridades estabeledaspelo Presidente da República.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Art. 2' O Ministro da Habitação, Urbanismo cMeio Ambiente, ao elaborar a Política Nacional dc Ha­bitação, deverá:

I - definir diretrizes e fixar prioridades à instituiçãode um plano habitacional integrado, a nível nacional;

1I- recomendar a instituição de novos instrumentosc sistemáticas visando a implementação progressiva deprogramas habitacionais especialmente para as popula­ções de menor renda;

lU - estimular o desenvolvimento de programas depesquisa e assistência técnica, voltados para o baratea­mento e melhoria da habitação;

IV - deliberar sobre diretrizes, estratégias, priori­dades e instrumentos do Sistema Financeiro da Habi­tação;

V - recomendar a expedição de normas necessáriasã regulamentação e execução da Política Nacional deHabitação.

Art. 3' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 4' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

O substitutivo visa a autorizar o Poder Executivoa instituir a Política Nacional da Habitação, sem quese crie mais um órgão de deliberação coletiva na esferafederal.

Com a criação do Ministério da Habitação, Urba­nismo e Meio Ambiente, tão bem dirigido pelo emi­nente Ministro Prisco Viana, entendemos que não hánecessidade do Conselho Nacional da Habitação, poiso Ministério já dispõc de uma secretaria especializadapara essa finalidade.

Com a sugestão ora oferecida, a Política Nacionalda Habitação deve ser revista anualmente, a fim deser mantida permanentemente atualizada.

Sala das Sessões, 8 de março de 1988. - GersonPeres - Amaury Müller.

PARECER DO RELATORDESIGNADO PELA MESA

I e n - Relatório e Votom - Snbemenda Snbstitutiva

ao Substitutivo de Plenário

Dispõe sobre o Conselho Nacional de Desenvol­vimento Urbano, e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:

Ar!. l' Dispõe sobre o Conselho Nacional de De­senvolvimento Urbano, órgão colegiado de naturezadelibcrativa e normativa, com a finalidade de formulara política nacional dc desenvolvimento urbano, nelacomprccndida as políticas nacionais de habitação, sa­neamento básico e transportes urbanos, de acordo comas prioridades estabelecidas pelo Presidente da Repú­blica, especialmente para:

I - formular as diretrizes, estratégias, instrumentose fixar as prioridades da política nacional de desenvol­vimento urbano;

II - propor a legislação relativa ao desenvolvimentourbano, habitação, ao saneamento básico e aos trans­portes urbanos;

UI - examinar e compatibilizar, em conjunto comos ministérios competentes, as políticas nacionais dedesenvolvimento econômico e setoriais, com a políticanacional de desenvolvimento urbano, nos aspectos quetenham repercussão no processo de urbanização e naordenação do território nacional;

IV - de conformidade com a política nacional dedesenvolvimento urbano, cxpedir normas técnicas, ad­ministrativas e financeiras, bem como diretrizes relati­vas às políticas habitacional de saneamento básico ede transportes urbanos;

V - deliberar sobre as diretrizes, estratégias, priori­dades e instrumentos do Sistema Financeiro da Habita­ção, ressalvada a competência privativa do ConselhoMonetário Nacional;

Maio de 1988

VI - estimular a execução de programas de pesquisae assistência técnica voltadas para o barateamento ea melhoria da habitação, bem como para o provimentode sistemas de saneamento básico e transportes urbanosadequados;

VII - acompanhar e avaliar a execução da políticanacional de desenvolvimento urbano de habitação, sa­neamento básico e transportes urbanos.

Art. 2' O Conselho Nacional de DesenvolvimentoUrbano será presidido pelo Ministro da Habitação, Ur­banismo e Meio Ambiente.

Art. 3' A composição, atribuições, estruturação efuncionamento do Conselho Nacional de Desenvolvi­mento Urbano serão estabelecidos em decreto pelo Po­der Executivo.

Art. 4' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 5' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

O substitutivo, ora apresentado, visa a autorizar oPodcr Executivo a instituir a política nacional de dcscn­volvimento urbano, tendo como parte integrante delaas políticas setoriais de habitação, saneamento básicoe transportes urbanos.

O Ministro da Habitação, Urbanismo e Meio Am­biente preside o Conselho Nacional de Desenvolvimen­to Urbano, orgão criado por decreto do Poder Execu­tivo, com a fiualidade de propor a política nacionalde descnvolvimentourbano e acompanhar sua cxccu­ção.

Ora, a Assembléia Nacional Constituinte vcm deaprovar no Título m, da Organização do Estado, Capí­tulo lI, da União, estabelecendo que habitação, sanea­mento básico e transporte urbano estão vinculados aodesenvolvimento urbano, ao atribuir competência àUnião (inciso XIX do ar!. 23') para "instituir diretrizespara o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,saneamento básico e transportc urbano".

O prcsente substitutivo, acolhendo este conceito,propõe que o Poder Exccutivo venha a instituir a polí­tica nacional de desenvolvimento urbano, abrangendoa política nacional d.e habitação como parte dela. Estaproposta permite alcançar o objetivo da mensagem doExecutivo, que originou o presente projeto de lei, semque se crie um órgão de deliberação coletiva no Go­verno Federal. ·Fácil é supor, ainda, que, se aprovadaa criação do Conselho Nacional dc Habitação, não tar­dariam pressões para a instituição de consclhos seme­lhantes nas áreas de saneamento básico e transportesurbanos, acentuado o indesejável tratamento setorialda questão urbana.

Cabe afirmar, por fim, que o substitutivo propostonão inova, pois tramita nesta Casa o Projeto de Lei,onde se dispõe sobre o Conselho Nacional de Desenvol­vimento Urbano e a política nacional de desenvolvi­mento urbano, tanto na Mcnsagem do Poder Executivo(155/83), que lhe dcu origem, como no substitutivoapresentado pelo relator da Comissão do Intcrior, De­putado Raul Ferraz (art. 76').

Brasília, - Jorge Uequed.

PROJETO DE LEIN' 316-B, de 1988

(Do Poder Executivo)(MENSAGEM N' 38/88

Altera a Lei n' 6.750, de 10 de dezembro de 1979,que dispõe sobre a Organização Judiciária do Dis­trito Federal e dos Territórios, e dá ontras provi.dências; tendo parecer do Relator designado pelaMesa em substituição às Comissões, pela constitu­cionalidade, legalidade e aprovado, com emenda.Pendente de parecer às Emendas de Plenário.

(Projeto de Lei n' 316-A, de 1988, emendadoem Plenário.)

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Maio de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 25 1991

ANEXO II

Secretaria dto Tribun:ll de Justiça do Di~trito Federal e dos Territórios

GRUPO - Direção e Assessoramento Superiores - DAS - ·100

de 1 988.

CODIGO

JTF-DAS-101.5JTF-DAS-10L4JTF-DAS-101.4JTF-DAS-IOl.".JTF-DAS-IOl."

de 198 )de

de

de

ANEXO I

D, E N O M I N A, ç"X O

Diretor de S-ecreuriaDistribuidorOficial de RegistroContador Part.idorDepositário Püblico

OEN"OMINAÇXO

Assessor de Desellbargod_o_r -IL:..:.:.:....:::=..::.:.:..:.:.:-.J

Brasília, ea

(Art. 3~ da Lei n9

11D4040706

"9 DE C{iRGOS

(Art. 39 da te.i n. de de de ,198 )

Serviços Auxiliares da Justiça dos Territórios Federais

GRUPO - Direção e Assessoramento Superiores - DAS - 100

Ofíci.os Judiciais dos Terri tól'ios

S .. ' - O provimento dos car~os de Jui z Temporário dependerãde concurso de provas e títulos, perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, dentre bacharéis em Direito com "1(dois) . anps, pelo menos. ~e {;.r~du::Uião.c prática na ~dvocacia!na magIstratura ou no Minlstcrlo PubllCO, comprovada idaneldarle moral e idade maior de ZS anos e menor de 40 anos. -

§ 5':> - Os Juízes teMporários estarão sujeitos ã recondução dequatTo em quatro anos.

S 6':> - 05 cargos de Juü Temporario extinguem-se à medida eJllque forem providos os c.argos de Juiz de Di rei to Substituto. Aext~nção dar-se-â obedecida a ordem de antigUidade do Juiz. TeJlporario. do mais antigo ao de investidura mais recente. -

§ 7' - O Juiz Temporário perceberá remuneração equivalente li80\ (oitenta por cento) dos ~·~neÜllent-::J5 do Juiz de DireitoSubs ti tu to •

Art. 39 - Compete aos Juízes de Direito dos Territórios processar e julgar, l1ediante distribuição. todos O!l feitos· que:nO) Distrito Federal, são atribuídos aos· Juízes de Direito,bemCOrlO os d~ competência da -Justiça Federal.

SI' - Substituem-se mutuamente:

I .. Os Juízes de Direito das Varas Cíveis;

II ... O Juiz de Direito da'Vara de FaJlília e SL'1cessões e oJuiz de Direito da Vara de OrfÃos c Meno.res;

I I I - 0$ Juí ZC$ de Direito das Ci reunscrições de Amapá c Calçoene;

IV ... Os Juíz.es de Direito das Circunscrições de MUBgão eBeir,dao. -

S 29 - O Juiz de Direito da Circunscrição de Oiapoque serasubstituído pelo Juiz de Direito da Circunscrição de ·Amapá.

S 3 9 - O Juiz de Direito da Circunscrição de C~rucarai: serásubstituído pelo Juiz de Direito da la. Vara Cível da Circunsc'rição de Boa Vista.' -

~:;tit~içi~~oodpr:~i~:~~: ~~ i~~tiU~:lD~~e1~~tl~iai~~i~~;5r :substituto." .

elll ~~~~0~9' - 1! mantida a competência das atuais Varas para (15 Pl:,2

11.1'1. 39 '- Ficam criados 20 (vinte)'cólTgos de Juiz de DireitoSubstituto dos Territôrios, 20 (vinte) cargos de Juiz TCIF:porário. naJustiça de Prilllei}'o Grau nos Territórios. e os cargos Constantes dos AniXO$ I, 11 c lU dcst.:'l tei. -

Art. 4' - Ficam cxtintos 11 (onze) car&o$ de Juiz de Direito-JULcntiio Território Federal de Rondônia, criado!; pelo Dccrc-to-lei n" ,113.­

de 25 de jn.nciro de 1961 c pela Lei n" ti 750. de 10 de de::cr.Jhl'odc 1079 ..

1\rt_ 5" - O quadro e ti. dcoscrriçúo de limit.C:$ nos cjuni$ se referem os artigos 1':> c 6 9 d:t J.r-í n' S 055. de 2Z de dCzf"uubro ~le 1956. paiSOlta a vi-gorar coei :.5 :Jltcr.lçõcs introdu:ddns f,elo ArfcxolV deMo Lei. ,-

Art'•. 1i9 - AS' despesas decorrentes da .aplicação desta x.elserio atendidas pelos recursos orçit,1Qen.târios pxópribs do "tribunal deiJwlUoa do D15trito Federal e elo. Tcrritór;lo••

Art. 7fi - Esta Lei, entra eDI vi~or na. data de sua public!.

Art. 1'i" - Os artigos 49. 38 e seus parágrafos, e 39 eseusparigl'afos, da Lei n9 6.750, de 10 de dezembro de 1979, passam a vigara.:r com a seguinte redação: • ­

"Art. 49 - Os Territórios Federais do AmaEã e de Roraimaficam divididos nas seguintes circunscrlçocs judiciárias.segundo os limites estabelecidos,. respectivalnente, pelaLei n9 3.055, de 22 d.e dezembro de 1956. com as modifica

-ções posteriores, e pela ~ei n9 2.495, de 27 de maio de1955.I - Terrltcrio Federal do Amapá:

la. ClrcunGcriç'ão, Macap~;2a. Circ..mscrlçªo, MazaCj30j3a. Circunscrlçao, Amapaj421. Cir::'lmscriçªo, calçoenc;Sa. Clrcunscriçao, Oiapoque;:6a. Circunscrição, seiraàão.

1.1 - Território Federal de Roraima:

la. Circunscrição, Boa Vista;~iiI. Circuns'crição, Caracarai.

XII _ Providenciar sobre os bens vagos na fO!W1I\'da 'legislaç5~processual civil. procedendo. em reh,çao oos valores.conforme o dis.posto no inciso IX deste artigo.

o CONGRE~SO NACIONAL decreta:

II - Território Federal de Roraima:

la. Circunscriç.no. Boa Vista':- duas Varas CJ.vci~~

- UIIa Vara de Fa.ília c Sucessões;- ulla Vara de arfoios e Menores;- 'três Varas Cri.ina;is.

2•• Ci:fclD1scriçiQ. Car8caraí ..

li:~l ~ ~:II::::~O d;e~S::r:s~~~~:~~~:~e obedecem ~ nuaeração 0o!:

t 2' - A-la. Vara Criai!,al da Capital. de cada Território. se'ti privativa do Júri e das ,Execuções Penais .. se. prejuízo dosele.als feitos ·cri.inais'•. exceto contrayenções penais.

I- 3· '- Ao,: .Ju.ízelS Te.paririos. alêa de substituir 05 Jubes deDireito nos casos de vacância do car,o. afastamento· legal. i.pedi.conto e suspeição do titular. quando &5 suas atribuiçõesserio de jurisdição plena. excetuados os casos e. que a lei exi.ir a &~ran·..ia de vitaliciedade e inamovibilidade co.pete :ainda:

- O processo c jul,iamcnto das contravenções penais e criaI' ... a que seja i.posta pena de detenção; -

II - O processo e julgamento de todos os feitos e causas cíveis e cOlacrdaÍ! de valor nio excedente a vinte vexes õsalário ainil'lo;

III - ~r~~:~:::~ i:t~~;=~::ij~~ ~o1l~u~~~:i:i~~;~:~~ ;:e~~~~ittria;para servirem de docunento ~

IV - Proceder li. instrução dos proces sos por crimes da co.petência do Tribunal do Juri até a 'pronúncia, exclusive; -

V - A preparação dos processos cujo valor exceda o liJlite estabelecido no inciso II; -

VI - Assinar teTJ:lOS de abertura e encerramento e rubricar asfolhas dos livros dos Oficiais do Re&istro Civil das Pessoas Platu-rais; -

VII - Presidir a celebração de easa1l\ento. na ~ede da Circun~

criçiío. Judiciária;VIII- Arrecadar. invent8riãr e adAinistrar. na. forma da 1egis

;~~:~t~;~C;~~~~~oC~~~;ga~ ~e~~ii::5j~e~~: : osa~~~~uiÇ~~de arrecadar e arrolar os meslllos. bem como de os mandt\1'aval i3'1' e vonder ~

IX - Recolher. como dt?põsito BO Banco do Brasil, ou se nãohouver aB-êJicia dói Circunscrição. ã Mesa de Rendas federnisDu a Coletoria Federal • os bens arrecadados que. seconstituirclJl de dinheiro, pedras ou metais preciosos. 3.

çõe:s ou titulos de crédito; -

- Proceder de IRodo idêntico em relação aos rendilllcontos dosbens, à illlpo-rtância da5 dívidas ativas celebrada!'> e' aoproduto dos hC'I1S arromatados eIU leilão;

XI - Fazer entreg.") dos ben:'> de au.">cntcs a qUl'r.J de direito;

:~ta3~e-v~nt~s5~t:e:e~~r~~~~~~o:r~:, v~~~e'r~~I~~~r~~s~~It.o Substitutos e de vinte JuIzes temporários. compreende:

I - Território Fcdex:al do Amapá:

la. Circunscrição,. M.-"lc.:lpá:- duas Varas CJ.veis;- uma Vara de PaJJIi.lia e Sucessões;- 'Uma VaJ;i1 de Órfãos (!; Menores;- três Varas Criminuh~.

2.11. Circunscrição, Kazagão;3a. circunscriç5.o, l\1l',üp5.;42.• circunscriç20' Ca}(io~nc;

~:: g~~~~::~~f~~~: ~~~~~~~:

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1992 Quarta-feira 25 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1988

Serviços Auxiliares da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

GRUPO - Atividades de Apoio Judiciário-AJ-DZD

(Art. 39 da Lei n 9

A N E X o IH

de de de 198 )

Art. r. C()rn~tl\ I JUl>lltl li'\) Di~t'l"ilo n,dtrll t dos 'rtnitâdGI;(_OTrilJunlldeJIJ5l;(I;li - G COMelll(l d. ~bl:)~lt.t1JrI;

111- olTriblJ"lIi~d()Jcri;IV - OI Juizes de OirciLo do Di~ttito Fedeul;V _ OI Juizel de Direito Subs1.ltu1.oS do Uistrito Ftdu.l;VI- ,\)i Juizes de Uireito l!cos Tnrllllrios.VII _ OI Ju1'.~1 d~ l'aL d<:> [IiMril<) ~·"dtfl.l;"

f"ito;.:~~:~~~f~i;~;~:'I~~:.7:fl~;~:~~:i.~~m ~ml, líur·.e·a ptl. dímibui;lo dOI

N' DE DENO}! INA.ÇÃO CÓDIGO CLASSE REFER!NCIACARGOS

OFICIOS nIDICIAIS OOSm!.RI1l1JlIQS.

02 Técnico ,Judicüirío JTF-AJ-021 Especial NSZ2aZ5

04 Técnico Judiciário JTF-AJ-021 'I NS16a21

09 Térnico Judiciário JTF-AJ-021 NS la a IS

02 Auxiliar Judiciário JTF-AJ-On Especial NM32a35

06 Auxiliar Judiciário JTF-AJ-OlZ B 1f.f28a31

12 Auxiliar Judiciário JTF-AJ-022 A lN 24 a 27-

01 Atendente JudicHirio JTF-AJ-024 Especial "'128 a 33

03 Atcndente Judiciário JTF-AJ-024 B ~ 21 a 27

06 Atendente Judiciário JTF-AJ-024 A }i.f 14 a 2D

02 Oficial de Justi~a-Avaliador JTf-AJ-025 Especial NS22a25

04 Oficial de Justiça-Avaliador JfF-AJ-OZ5 B 1'516a21

09 Oficial de Justiça.-Avaliador JTF-AJ-025 A NSIOalS

ANEXO IV

TíTULO 11

Du CireUllltric6e' doI T'nilóriD~

Art. 4~ Os T,nilórilJ' Frdrnil dI> .... m.p,i. ROlld~ni. t Rorllim. lium dj.·j~;"[1' "u",~inle' ôrcunseôçrlcs judici"nu. Ic,!;,,,,do '0$ limll,s ""bc/rrido•• rrlprcfIYllmrllt,.r;~."ri;;s~3:1/J/~:i~~:~~~1I dI! 1956. Dt'cr,lo fl~ Sl.m. d~ 3Ocfl!J.Mjro tIl! J!l18. I

1- TERnJTÔnla FEDER"'L DO ...M.... P...:

f~Circunscrklo. Ar.c.pi:J:'Cireuturriç'I).Mnl'R!o;3:Circunscr;r:~o.Am.pa':C Cir"unsui~'o. C.ICMnl';J~ CjfCllnscri~~Q, Oi.poqul'.

" - TERRJTOnrO fEVeRAI. DE RONOONl...:

l~ CirculI5crk'o. l'~rlQ v../Ilo;

~ 'C~:: '/;~~;.rr~~~hrfm;.e I·C~o. C.ro./;~ IC~I),""ri"lItmr':Co' I'C~I>, VUhc".;n Cit=unscnc'o. Pim,I\l.. [J~ao.

111 - TERRlTORfO FEDERAl. DE AaRAmA:

(Art. 59 da Lei n 9 de de de 198 ) l~ CirculI,eriC'Il. BM Vi'u:r. Cin:lmscriCIIl. C./lClir.'.

Limites das 2a. e 68. Círcunsc;tições Judiciárias, rcspectiva~ente, Mazagão e Bciradão, no TerritôrioFederaldo Amara.

2'0 CIRCUNSCRIçÃo JUDICI~RIA - MAZAGÃO

1 - Com o Estado do Pará: começa no álveo do rio Araazonas. em frente àfoz ?o_r~o An,:-uerapucu 01;1 Vil~ Nova, seg.!:10 pela linha de limite doTerr!;tor10. f1xada em le1. ate defronte li foz do Cajari. englobandotambem a ilha de Cajari.

2 ~ Com a Circunscrição Judiciária. de Beiradão: começa na foz do rio Caj~ri e segue rio ac~ma, até a' sua cabeceira ocidental. dai por umal:tnha reta de aprox:tmada.mente.03 km. no sentido nw. encontra-se coma cabece:íra principal do Igarapé Amazonas. afluente na margem csquerda. do r10 Iratapuru, segue :por este afluente ate sua foz no t'io Iratapurft. daí, segue rio acima até a sua cabeceira princiBal ao norte-;prossegue na mesma dil'{;ção até' cncont:rar no divisor de aguas o ponto comym de li~ite entre _as Circunscrições Judiciárias de Laranjaldo Jar1. Mazagao e Macllpa.

3 - Cf?IlI o Mup!cipio e Circunscrição Judiciária de Macapâ: começa no diV:t-sor de 8guas da vertente esqu&orda do rio Ir&tapuru, linha de lim!te jií. fixada em lei, e desce por cs~e divisor de águas atê alcançara .cabeceira principal do rio Anauerapucu ou Vila Nova., segue por este' rio abaixo, até sua foz no rio Amazonas, englobando a ilha de Barreiras!. daí. alcança a linha de limites do Terri tôrio com o Estadõdo Para.

6'0 CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA - BEIRADÃO

1 - Com. o Estado do P-ará: começa e~~···freIlte ã foz do rio Cajari c seguepela linha de limite do Território, fixada em lei, até a. fronteirado Brasil com o Surina.me."

2 .. Com o Suriname e Guiana Francesa: começ~ na intersecção do meriditlno da cabeceira principal do rio Jari com a linh<r de fronteira eutre o Brasil e Surinarne e Guiana Francesa, segue com esta linha atealcançar a cabeceira do rio. Oiapoque.

3 - Com o Município e Circunscrição Judiciária de Oiapoque: começa nacabeceira do rio Oiapoque, ga linha de limites internacionais do Brasil, segue pelo divisor de águas da' vertente direita do rio Oia:eoque até alcançar o ponto comum das divisas intermunicipais Macapa7Oiapoque e Macapá/Mazagão. ã a1 tura da. cabeceira. dQ rio Mutaquire.

4 - Coa o Munic!rio e Circunscriçi:o Judiciária de Macapá: começa no divisor de âgua5 da vertente diTei ta do Tio Oia~oque i altura da cabeceira principal do rio Mutaquire, dai, alcança o divisor de água.sda vertente d:;rciu. do rio Amaparí pelo qual segue até alcançar a.cabecçira principal do rio Iratapuru.

5 - COI1\ a Circunscriçã.o Judiciária de Mazagão: começa na cabeceira priucipa.! do rio Iratapuru e desce por este até a fOl do Igarapé luRazõnas afluente pela Il.ngcia esquerda, segue por este referido afluenteaté a SU3 cabeceiT3, daí, por UrAa rct3. medindo aproximadaMente 03 n.de extensão. na direção sul. encontra a cabeceira do rio Cajad ~desce por es'tc "rio até sua fo't no rio Ammmnas. indo findar na linha do liMites do Território, fixada CR lei. -

LEr Ir. 1.7$1. DE ti DE.DDESU'ao DE Im

.........~"~.1NItftII.,....,,, ..t'~'I'eca ........c...r-H-w-I ""-a................... a.c

ftn.u...r lHliIwkIn~

~-::.~=3.:Dirln., .

CAPITULO VIII

DoN Ja{u5 (1, P.,"n.:r? OI J.,ius d" Pu Um alnvuUtl.ur. I a compdlnd. fi::tad.... Ú11 Oreilli,.

c!aMIEl.lrstllraN.eiolla!.

TtTULO V

De 17iml'iro Gr.u dI' Jvrisdiç'o tlOl" Trmfól";o'

CAPITULp ÚNICO

"" Composiclo l! d. Compl"lilld.Jod.:sIl. A ,Ju,~h;. d. prlmeirll 11'.11. no' T'n~riol eomprulld. V.r.. CI.eunlCri·

donail n\lmHIQftJ e nlim diltribuidn: l~ • 6~ do T,trllórlo do Am.p';; I: • li! do T<!r'rltoSri<:> de Rondôni.; l! a 3~ do Turll.irio d. ItIltlimaõ I Juiu. di Pu, JlC.I kft;Io. doMUD.

PAracrlfo unicil • Um. du Vir.. d. C'Clil.S1 d, tld. Tlfril-ório ser. rorill.tiy. doJllri ~ dn I::X<'!<:m:6c$ Criminais. SIm pr~ju;,.o d~ dhtribuk~o d~ dem.is {,ito' crimm.il.lendo u dem.is icu.lmente tslleei.liudu. suundo •• neceuldldts do lerv1çg I 1'1' for·mlut.bc1~cid.prlo'·ribund.

Art..19. COlnClete a.os Jui!e. d. Dir.ito dll. Territ6riolll~eUtrI!! iulpr, medl.llt1!'dlstribui~'o, todos 0'1 [~,(o~ que. no Dl.trito l"edtral. do .tribUldos "'" JIII:rts dt Dirr,to"In cllrno os de comJlel~l'Iei.d. JUSlicI ~·Ideral. lljm d. sub~l.It\liCllllleiprO(l(on(otl'MdKe.min.~'odo Ptesidcnte do Tnbunll.

Art. ~O. OI Jvir... \.t!.lo juri.dicl.r> ..m Cldl T.rn~rio.,omp.u..d. ao. llmita. d••l'I.pootUIIUcirCulucrie/lu.

Atl;.. 41. O T"bunal ('u..á o nu....,•., d. V..u .m (.Ida Ci'cunle[~lo. podend.oettterminar ••eumlll.c~o.~r 11m. mesml Vn•• de m.is de Um. CireU1Uetiçlo.

Art. ,(2. A 'Ublli~ultlo do Juie r.r·..·' 'leI.. titular di VI,. d. llUlMClç.~g ioMdi.ta·....nu Iuplt"iof•• IS ela V••• de númuo mlis .·I,II.do p,lo d.l~ Vua.

t _ r.EIS COl.fPLl:J,fENTAft

LE1CQ~H'U-;"U;NT"'RN.~ 3!i.l)~; U\\~:MM{ÇO tlE.l!r.t!D;'P&>"..bn.lAl Or/: i<:. d. M.&j'I'.c~",N.",·".,.!.

O P,...tdt"t.. d. Tt'p~b1lcaF 'lueoC"ncrelso N.,to<>.1 olecr,t eU IIIICo-.''''.i''tli1.eiComllltrnenl.lr

An.. 11 O. Jubu d, dlalt.... ...,d.. 111. h.uv,.. JW}H' nbst!lv101•• " ....OfIde.IJ 11111'.,.... Mr&o ...",caclo. mcdialll.fl,"''''Ul'H ~~lIlico d" llc."" I tilulel"

11,-IVL""OOJ •I t.. ÁlIlI' Ih dec:orrid- Ol>i6I1M~. "1.11 ~""'ok .._ ..J- .p'flellUtI. a Itr'!l:>-1lI

iUT,i"ltnll.e Clltr,.e \'edu f:.ul:1IKivo. par al.O di: eUMI.cIO. o jlli:. 'lIbnit<>to fiell['.-.l.kIIll.nte.r.l!lCdl> dI' .UIII rlln~I' puticrâ o direilo ....it.lil:lNl.d....ind.q..,.a.1lolltns:Q.I\Ir"c....'J....ill~.p/I...dItVC10d.q\lclllltrioth•.

I J.- O. jllilll H 4ir.iw .... juiuI ...ktiIUC.1 "111 ....... )uiadiç.... compo1.fllekfllll."mld.

U.- PNnI...ena6M inttitlllr. ",,"!anti!' ,,",POlta" 1'II'1plll'tl>,. 'roi.....1de Ju.....(1._ 0..1. E."""llll. jlllus l"'dot. tGlII illftltidllra lintltada "O "111'"._,mll(~"·n..1Io11l...I<\....eallSlI ... ,..-q'll__lfIt'.(d_ .......·"I.~-1a.4...- ..... n<:1.loo.........e_.pur•••NticVÓc•• d_illíl.C'fYk.alh:.... I

I'" hth-. .iatl~.. EM-Huçiar f1t~.l'U..,..,..-,...,.....-n.....'-4fI"'~itK ...e:tkw.ca..lfcc--.u.

U!1 N.·J.DS, __Ji.~_ ttI5

nu .. ~,...",-"- ~~ • Tcw&WI~ til~fl:Jtfll·...-r~"Jf.1fSS

OP-4,.il2.f:...~

~JIC.~~.~-HadiIdlkeoN ...~ a.,..... t.k

At~ I.· A _ -... • jcoIidüla do°T_'d"'" olo Acul'l • • l_I 5·_1:;l.~;.!oo& Co 11 t~1 4btdMI. .. eMI" CMI •

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Maio de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 25 1993

qll.ldro c 11 drscrl~;'o de Iinlilc.lõ: ôlOS qunls u rdeu' o tlr!. 1).­dula l~i.

~ '1.- O tlovern:lclor do TerritórIo Foderoi c1i\'idlr os dis­tritos munici[l<lls c:m .5uhdblrilos, submeltndo o nto, ,IJ poJlerlorl.1 õ1provõl"õo do Ministério tia Justiçól te NCDócios [nterioru. queol.l\'lr:'. $Ílhre o n,sunto. o COlll\dho N<tt:ionnl de GCOglõl Fia. ~

crfilr. dentro dos subdi!lritos. drrUJ15UiçllCS especiais par1l dd­tos do registro civil de peSRo.15 nalu·c.Ji!l' (UIS. 163 c 16·1' dodecreto· lei n." 6.~S1. de 21 de setembro de 19'1i).

! 2." PQdtr~ o gO\1e~nador do Território b.,ixõlf aios In.tcrprelnclvos das Jlnh;ls divlsôri:ls inlerc.lisl1llais flMn SII:l carac:­tttj::n~ão sóbre o terreno. desde que. C:::I inlc:rprcl~çao. n50 rt'~

sulte o ..lc:.slO(amento de qUJ.lqucr cidódt ou vila do jeu ~mbilo

municipal 011 distrital, ..

! 3." O lf:tmo de C:)llõotlle pertence ;\ comare:) de Amllp~.

Ar!. 2.·. A soltnidadt: in;lugllm) do novo qU:ldro' tcrritoriõ11nall.z:u-se·:1 no dia P%imeiro do mês seguintê tlque:le em que ula11:1 entra: em vigor e. obedecer' no ri1\I:)) :lpcovado pelo Con·selho N.acional de GeogralJiI. •

Art. 3.- • O qU;ldro u:rriloriaJ lixado ne:;l; la vl9~arlJ alé31 de deZl~mbro de 1958.

! ).- O tl0vernildor do Território pro...ldendólr' pilm •eiJ.bor,1ç50 do proj~lo dt novo qu:::tdto territorial, a vlgornr noqmngütnio 1959.1963. de conf-ormldll.dt. com o dispOslO nos de.Utlos-Iels n.·s 31'1. de 2 de março de 1935. e S.901, de 21 de

.outubro de 1913.

i 2.- Se o novo quadro territorial n50 ,Uver sIdo aprovado:ltl: 31 tle dezembro de 19515. flearâ. ô!lutomàfle;'lm.ctlte. prorro·gadl'l a vlglnciil do qtlndrn que acompanha '.ia praenlt. leI. atique o novo qundro entre em vigor.

Art. ~.. B coneeditlil. p;ua o. p:Jtrlm6n!o dn Prdcitu~,l Mu.nlclp.d de <;.!lçoene. uma Arcô\ de 1.356 hectnru de terrenodevoluta. siluado no munldplo c.Ie Am41.pi. •

§ 1.' NiI .sua medio;50 e demilrcilçlio. que :lerio detuad:tspelo govfrno do I"euitórlo. por IntermedlO da Oivisão'de ler·ras e Co!oniZ3tiio. 9Mnntir-se-ao os direitos de propr'ic:dade pac..ti<:ular. Ixm corno '0' de Pos;e Jeljõllmente n:u!slrólda.

! 2.- A. Prde:lturó1 Munlcipôll de Caltoc:nc entMlri na possee dom)nlo imedi3to d<lquc:la Area jõldcpcndellolrmenlc de qualquer

.outra formalldnde. .

Art.·5.- S.5o !=rindo.5, ~('m ônus poUól os cofres rll·.bJJc(l~. os:seguintes .90:1 de jmti~n do Ternl&io:

o) oi (qUnlfO) jlll:e:~ de P:l:- dos dlslrifol de:Ctlnnni. Lourellço. SUtUrijll c Serra do Navio:

b) "l (qu.1Iro} cscrivJC:!l dos jul:c:;: de: p:l: dosdi~lrlto:s de Cunnni. Lourenço. Sucuciju e Seuil doNnvlo.

Pilrâgr:'lfo único. Os sen'cntllMios de que tr:ltn 1'1 Illril boi':!lle Mlígo exercer.io... l':ill dlU funçOes prõprl"5. a de! labe.lião de notõls e de oFiciai do rtfll~lro ci~'íl d;" ptSSOólS n;llu..tlli,;. nos termo_, do ~ 2,· do õlrt. 5." do ~ecrelo.Jcl fl.~ 6,867. de­21 dt: ~r,teJnbro d~ 19.,.,.

Art, fi.- 5iio 05 selluin1es o '1llildl"O e a descrlçllo dos l:ml­fes dtndos no nrt. L· d<!sta 'd:

ClUADRO DA DlVIS.\O Téf1nrroJl'p'1"R~06JgmJ~~[~~~ r1f~l~t~1~~IA DO n;p~ITCllJO ou AJ,IIl.Po\,

L1.·.JITES fllll~!Clfll\:S E D[Vl.3..\$ !7'\TE1~rl;~n'(~j7A!:;,nclQUE SE I3A~EIA O Ql1)\DJ~O T[!W~I1'O)êl ..\L .'\lJ:'I,;:,JI~­

T1MT1VO E IllDlCIARlO DO TERRITólllO OO-I\l\I'\PA

Dl Limilcs l\llInícij';'lis

1. Com o M'lr)i<;irio ue M.1Cólpâ.

- Co~:c<;n nn fOI dt! Rio Ar;\l;I.IMi no O<:tõl:'lO Ad!'.mko.S~SUi' i'~10 C1..I~rido Ril1l\r:-r,llilri ntt il eonfluenciil da R:o ;\!ulum.

2 - Cor:. o MUI\J('jl;U J..., C.,I~n~nc

- C~mt"<;il n:! fo:: do Rico Í',lU.llll1. 'no Rio Ar.19u:Jri. D':~le;:1'1\:0. ~·.. r 'IIn;t reta.•1hflÇle O.dl"i~or dt ..If!ll"$ dn~ Rms Cõllçocne.Annr.'! Grar:·de. FlccIlDl. {-nhino c Mutllm: ~e!1Ut p;o:Jo rcicrJdocii\'i~nr Mê .,I("iJ"l;nr ;\$ I1,UH'llles llrl1lo;il1:l;l' do Ri('l J\PUl'lrõj GrnnJe,pelo '1t. .. 1 r.ro~~~gl~<! :llli- n snn lo: no Oecnno Attllllir::o

J - Com ° OCC.l'lO Alt:"t;co

- Co:>m('çn 110 RiO f\<O;lfi:'1 Grnnde em SUl) fo:::. flO Oec.1no.AtJ.1~;iço: ~91;~ peb l;O,t" rtll11l1 sul. ;lte " Io~ do Rio Arilqunfi.<lb"mq.:::nco ÚS IlIw5 f\l:mcâ. Jipiccn " tlõtlns as dcn:ill~ do' "cr_Cll~~o: . '

b) Dh'i~a$ Illlt'rdi~tritai5

I - Enlrt ós Dj~trilo.~ d~ Aro"pó c Suc:uriju.

_. COlllcçn nõl cxtremid.1(le sul da n~., fipioC'.l. deix.illldo esta'p~r3 o Di.o;trito do:! Arr..,pa c Sr.'f11ll': TIn dircç:io d., rOI do Rio r...t<lcarlGr":ld!, no (:mlõlJ de M:'trõl~;l ou de: Cõlrap'lpori!': prossc!lue pdnRío Mn{'lIri Gr:lnde li l1jC'lnl.'IHt. l'lt~ 1\ b:lrt:t do nfluente da m'lrl1emdi:eillJ déste. c~re·l de' 21 krll da sua lo:. }

2 - E.ntre os Dislrilos de Amapá e Aportml1

_ ComcçlJ c~rca dc 2-1' klrl da fOI do) Rio lI.lac~ri GralHIe na1::.1. ".;;).1ur.1 do seu õ1(1l1cnle dõl mnr~I'~1n direifll: rHO~~Cll\lt' pt~<>

cil"OO Rio M:Jc.1rj Gr.1flde i1t~ Sl.lilS nnscentes. no L"HO )ilcll: s~!luc"

em dire"io :lO L.'!:lO Dlln~ l3ô~ns, õlt~ lJ1c..ml;:l' n 11): do Rio T:'II'I:l~tl.l901 Gr,1;'l~r: ~Clhe por l:lle rio rlle n st::l cnl1ecel'õl. dni por limo:lin~a reta Ol!cnnçOl a lo: do Uio f"l~iflo. no Riu ,\,õlí!uati.

3 - Entre os ,Distritos de Aporcma c Su~urlJu

- Cornc"n n:l lo: do ... fltlell!e d:) nlõlfDem diteit... do Rio­1I.b~lU; Grnr.;d~. co:rCll de 21 km diJ embocildurõ1 deste ulJimo:~ert:e por cs~c llflllCllte. a ml'lntnntc. rumo sul M': iiI bllrrn' cle l!in

Itib'Jlârio sell pelo lI1õ1fEiem e~qJ.:erdil; por este lributlirio... mo~.

l:tr.l~. ate sua nn~ctnlc e dcsl:J. por uma linhiJ rtl'} que plssa entreos 1."!10~ Comprido e Mulll~\I, nknnçil il fo: tio nr~lIc:tlc d"~Arõlouiui. enlrc- <I lócallrlnd", ile L'ilInólk,'o n monlanle t' • :lh:J de:JlIuil1 nomo!•• fu:mnte do mc:>mo rio.

t.1U~Ir:lpla Oi e .... l.çOIN•

a) limitcs MUllkipOIi,

I - <':orn o MUlliclr>in de l\map41- Comcçn nil fOl: rJo Rio Amapá GJnndt. no OCC<lTlO Atl3ln

fito e :stR'U~ flt'lo irlvco dP llIc.!tmo Rio Am...p-.... Grllfldc. ;1t~ iI SU;!nmtrc-nle pri,1C'ipõlJ. dr- onde. f)Or umn rtl:'l. ~Ic.an;:;) o divisor cltâgul'l"l dll~ \'erlente~ dlJ~ Rlo~ C.. ~toent. !\mo1pã Grôlndc. Fleehill.l~nbh:o e I~hltllm: srgllt pr-b rclerido Qi\nor .Ho!: .ll.!CJnç.1r .a nas.cente prlnciJml do dita Rio- Murum. pelo qual desce .ate .. :su~ Co:no Rio Arn!pmrl.

2 - Com o Municipio'ck M3C"~

- Comel;Ol !lil rOl do I~io Mutum, 1'10 Rio Arl'lguilri. e 3(gulI:p'do citildo Rio Alilguarl nte n SUl) c"becelrn prine'pill: dlli. por umaItnhiJ relI!...ka"~iI o dl\l::sor de bguns do n.o Arõlgu;lri e li. vertentedirc;t.1 do UIC OliJpo'lilC:,

3 - Com o Municrpio de OIl\))OQuç

- CameO;:l 110 uivi:tor de" bglló1S UO Rio Arngll .. rl e a verlcnte-direi\., do {{lO Oi.1puqm:. no ponlo mtli$ próximo .Ia eó1b1:eclr..principl11 do H-io Arngll11fl; ~c!lue pdo rclcrid(\ divi"C'lr- ate lIlcllflçilr.a caheceir;:a priflCipill do ruo C.,niporc: d.11. scgue pdo 1U0 C.,uiport...bal:,o ar~ OI ~ua lo~. no OCtõlnO Atlântico. •

oi - Com o Ocr:lno À.IIAntko

_ Comc(n on rOl do Rio Cas5iporc: stgtle peli\. eo~tll. r-u:no~l1J. (tIl!: a fol do Rio .I\nlilp!\ Grande.

b) Divis;'ls Interdistrit:lls

I - Efllrc os DJslrilo5 de C.a1totllt. t. CUllõlni

- Comtl;" na fo: uo Rio Cun:Jn!. no Oce,IDo Atlântico;.segut pdo ellndo RIO Cllll:'tni. ::1tt $UM n::sctnte.s prineip3i,.

2 _ Entre os Uist:itos dc CiJlçol!ne e Louunto

- Comec::! n:'\. cnbeeeir~ principõll do nio Cunilnl e. Por um;,:rern, nle,mç" II enbeceir:l do J!Jllr.,p~ qu~ dc~';'9un no) Rio CI11;:oenc.pel" nlo1r!)"m C~qlltrdõl. " il1~nllte d.1 lo: J\1 Hm ~rllor. e~tC3

de G I:m, Sl"gUt p:lo tlludldo J(Joir"illl :1guil :Ib,]ixo ill~ i\. sua 10% noRio Cillçc(nc e prOSSl!!lll~ por blc ilte ilS Slli1'; nnscenlt~ prineipllis:dcsl."l'.. por um:J rctil•. <tkall'õOl õ1S nilsccntccs princ.ipais ilo RiaMutllm.

3 _ Entro: o.~ DiftrilOs de Cunillli e Lnt,rC;lço

- Co,,",cç., n.' flil:>l;enlC maIs c,,:idcntal do Rio C\ln"ni. d.t

~~;Cl' ~:I ld~r~~;~ ;~;:I~~:~II~~~~.~~~~~ ;~~:ro~I~~:l~~:\h~oí!~~f:~:;~~ ~~~~~,~~~~\~~~.c~~ ~~~<1I~I.~rt~~~ir;~~~;iS~~{~I~'l~~~~~~~~' em dirt~f,a

,1) Llmiles l:llInidpnis

I - Com o :"hmi~ip:" de l'>'ln:n9:ío- CO'llrç.l nil ]jnlJ;1 de limite'> do Tcrl"ltôrio com o E!<lndo do

Pól~:'. 0::'1 lrl'll:c 5 lo~ do Jijo AlI;lfl.:r.1plltU nu VJln NO\in. no IUoAr.':":oll"~: ~elluc pc10 rdcrido Rio An<lUerAj'llIcu cu Vlin NO"nilC·~.l. ~clx:lntlo pnrn Mnz:lg.io ~ Uh... dO:l lJilrrdro~. Me n sun

d~:~~:~,!!:t~ ~I:~e~.~~:~:'~~.ii'.:Jet;~7~il;c~~ ~t1::ii~~rd~~i.~~;t:Sléd~n~~~tne~~~

~~m:,;:,;:~~~'o; ~j.:,~.~~,~,:.q~C~~~~~'; ~~ ~~;;~:~.;~I:;lI~~I:'~t'II~'~iflH~~.l\~l'IL'em·r.,. ;"llillClltc da margem d,rel!;J. do lHo O,wpoqur::.

2 - C:)nt n MUr.lcipia de OiilpOq"...,

t;{,~;~~,t~~~R;~~~~:~~~I~I:~::~:~~~~~:~~~:(~:c;'i;~:~~~~.~~;;;~:~~~:~1~j:r;~cl:-.1! GO Rm /\r;l1\1.1ri.

J - C(\m,., f\:unicifllo dc C:lI~(\ent

~;'~'~.~\1J.1~~~~0~T11~lr;~i~~~~~·r:t~,:I~~~~ç~ i;~~E~!~1jr~;I;,~~;t~~~..drr;\lo Rio Ar.1(";lInn. nêlo qual dl:~tO! :lt-l: n lo: dl'l Rio Mutllm.

oi - Com o :'IMi~il"l\o <lo;: JY:ll,)pilC:('ll'tl'\"õl 1::1 lo:: d,,. Hio MlIl\lm. '110 Rio Ar.1lJllnri. e ~Cgllt por

';é:r '<[111>1). ,t1c' õl SI1.1 ro~ no O,·c,'no Atlântico,

5 .- COIl1 o Oc':"'l1o' Atlãntíco,- CCr.'".e;:n n:l lo: do Hio Ar.,!]"nrl• .'lt~ue pela eo_dn õl.tl

eOI'·:cm:.'r eom ., b6cA ::e:cnlrion"l do 1110 A0"ll1ltOI:ilS. 110 sul do;'.rrw,pc).:l;lO d,=, B:Jilique.

Ó - Co:-: o E~r;ló1 ~o P~r.i

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. 1994 -Quarta-feira 25 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1988

•.- COr:1CÇO no Oce;)no Atli\ntko. <la sul do Arqnil'M<lgo do~,"llq:1C; scnUC·'ll::JilS limites do Terti:6riq com o Est..do do P:m~.{,:x;ldo em lei, ;J!C d~lront.:Jr 11 fo: do Rio' Anillltrapllcu' ou VlInNo,",).

b) Dh'Is;lslnJerdistrirnis

1 - Entre os Oistdto! de MaclIpá li!: B2Iillque.

- COr:lI~ÇO na Jinhil de linlitcs Jo 1'I:rrllório com o Est.1JO doPM.5. ;la sul dil Uhõl Curu<Í. p~rtO:Ilc:cnte ao Anrliré-l,'uo dc Bilil!qUe:!;segue por um'l linh~ reta. õ11~ i1 io: do R!o Arui! ou JupatJ. peloqual sobc nl~ .'l\I<\ cabcceira; daí. por Unl:< linha ret.:!. aleanÇl •caheceira do Rio Guriíuba.

2 _ Entrc os Distritos_ d~ Mncólp'" e Pcndra Gomes

- Começa na ""bectir:J do Rio Gurljuba; segue por umill linhõl'ret". ,!te "lil1!ltr o ctloe:ceiro pril\cip~1 do Rio Mncnco:1rl. cC:l1inuapor outra linho. rel:l <lle ako.n~;lI '" eabcctir,] do Rio Branco. pcloquilo] descc .01(' n suo [o:. no Ri<> Mnt,]pi; segue: pdo Rio MataplaClIlli'l. Me cncontrar o seu primeiro aflucnl<!, a montante da lOCA.1,d:Jde dr:nom!'):lt![1 Pôrlo Liln'JO.

3 - Entre:! os Distritos dt" M::lC<lpA e Põrto Gr;lnde:!

- Começa no Rio Anô\t1cr:.pucu ou Villl. NovlI. n"a fo:: dO'IgM.:Jpé G"it'llfa; lôohr pelo Ignr'lpé G<Jivol.. õlte !\IJ<J cobeceirl.: d.icontinua por oulra rela ille i1lcançlJr il primeira c'OIl[luêru,:ia. no RioMatilpi, ,I montante da locnlitlad..: dcnominõlda Pôrto Limão.

1 - Entre 05 Oi:;trit05 de 13ô1ilique. e Ferrdrn Gome.!

- Com('ço n.. enbeedr.tl do H.o Gurijubn: seguc pelo pJl"3ldl:)da e.nhcceir:\ do Rio Gurijubn >llt SU3 inle:sceç30 com o RioAragllllri. .

S - Entre cs Distritos de Põrto Gr.:lnde e Ferreir11 Gomes- Comcçn na prilPeirn confluêncin. no Rio M:;<lapi. :l mO:1~

tllnle d:l loclliu.odc denomini!d:l f'ÔrlO lim;111; f:c!lue por UT.:" linh:l:reta <I~é a lo: do primeiro ilflu("lIlc th mnrfler.l dlreH.. do RioAragll::ri• .:t jlls"nle ch Viln. cle Põrto Gr:lIlde.

6 - Entre Olô 1Ji.!tritos de Pôrlo Grande c ::)ur<l do Navio- COlnc.;n na conlIucnei:'l du Rio An: ... rari com o Rio Aro:l~

gu""rl: seguc j"1eJo rderido Wo ·!l.mllp.lli õlCÍllJõl• .nt~ a lo: .!o RioCU('Ihi. pdo qU~11 ~obe. i'lt~ ilS !>\IilS na~çC11h=s: destas. por um1!.Jinhll gcodcsicn k~lc·ocste...lc"I1~.l 0$ limites illterm\mic:ipal.>.

MUNlclrlO DP. f.IAZ"OÂO

li) Limite:!sM\lnicipaisI - Com o E5tado do P.lrli

-- Cllmeo;;t n; iLh'co do Rio Am1JZOllas. ent frente ). rOl dO"Rio Anllilcrnpucu ou Vilil Novll; scgue pela linllô1 de ]jmit~ dO"T~rrit"!rjo. fixada em Id. llté as Iro l1 lt:Ír'as do BJ::Jsil com. .a Gul.n~Holilndes~. .

2: - Com ;lS Guianas HO!<H1uesa e Francesa

- Come.;;) n:t il\tt"r.-::c~iin do meridinno d;J côlbceeirn j'lrineip:ll.t!o Rio !.1ri _CC'1n li lillll.l de lrunteiro elltre o Br.,~il c o'ti'l GlIion:l!lHol.~r.rle"'a e Fr.lneesll: l-t!ll:e pnz est:l linhl'1 "'tê nte:lnCllr .. C"lhe(t:lt:lelo I~'o OLI;1<>qtlC.

3 - Com o :-'hlniclpio de Oi.. poque- Com.::çll li;) ç.,hecf'ir'l do Rio Oi"p'~qlle. 11" Iinh., d~ lill1it~-li

i:ltcrr..1':,oll,~I~ tio Ih.l~,I; ~cfl\le pclo (li\Í~'.r de ('911..l" da \crtente,dir~it<l do I~io üi,'paquc. "l~ a!callç..r o ponto Cl:'llll1m d3S 4ivi~as

int~r:ntn:tc;j'lais ~!:JCl1pfl-Oil1Po"tle e Ml\c,'pâ"!\I:l:,,~ão. iI illtur3da c:.1::::('c::., p:incij'Ml do Rio l\ 1,1l.1Cucr,1.

-i - COr.:1 o MIlnidpro de MilC,lpã

- COllleç:l no dll;i~or de lI.:JUM d:l vertente dircila do RioOi;!ç.:qlle ã dtura d;1 c.,bcceim ptllldplll do Rio M<ltaCllcrõl: d_~I.

alcan-=n o di\·isflr.de .á\1lu1S d<l \~r:cnti! dird!" do R.:o Am:lpnri.pelo qli.:tl ~'::!JUC .,t~ ,,!c,mc.lr 11 e11hcccira pril1cipal cio !lia An:<uem.PUCll ou Vila No':,,: .~c!Jl\C pelo Hio Alll1UCrl:pU(U ou Vila NovilI..bl'li'.c 0::': Slln ro~. 1"<' l~lO' Amôl:onM.: dilÍo .. Ic,lnçil .. !inlhl de1I:)::lcs ~!o 1".:.rnl<;..o com o E~f~do do P"r.i.

bl U,ds;,,,,lntcnlistrit<Jis

I - Entre os Oislritos de r.IilW9~o e Ma!<lgão Vdho- ÇOmC{,l na lo! do 19..mpé Pirllamema; sobe Dor l:ste

Igat"r~ nté a SUil cabeceir,,; d"j, alcança r> divisor de ;Íg~as entre3.!ô \'er:~ll;es csc.lIcrd<l dC' Rio f..h:...gão '!: direita do Rio Alll\llCra­t'IlCU ol! Vii.. :'\0\',1. pcJo q:J.l) .!l'gllC "1" ;Ilil,gi.r o dh'jsor de:ilr.i1r,~ r.J3 vertcntcs e~qll~rdll do Rio Mllracá e direitn do mc~mo

An:\I\cr..p";:u nu Vih No.'''; ~c9ue por btc dí\·i.~or. C:Ollton:mldo·os cnbc:ccil,]s do Rio AnilucrnpuCIl olt y,l<l Now\. ntê <I linhad~ limiles do ~'l~llicipio_

2 - Entre.os D,~trito~ de Mt1:lIg50 Vdho e nata do jnrJ- Co::w;,.:I n.. fo: do Rio Cnj.. ri; S::llue po:lo RIO Ciljõlri <lcima

até $011 e..beceirn prin~ir.. l: dlli, <Ik<lllça o dh'isor ue .igUtlS dó'l.!:,·crlc;l:1:s e~l1cC'hl,-: cln UIO lratnpuru e direit<l do Rio Mi\r<lrfl. peloqual ~rij~lc ali! tlkalu;.lr n Jinllll de limilu l:nlrr: os MlIt1icij"1í05 d~

Mõ\Z:l9',QcM.lcnpã.

:.1UNIC!PIO D!l 01.'POQUe

~) Urr.ilesMunldpais

1 - Com 1J GUi,Hlõ\ Frances..- CO'l:leç.. na tabl;ceir:J do Rio Oinpoque:: se9111~ petl')s li::lIit~s

,~~i;~~~~O_n.1is do BrMil até ;I fo: do mesmo Oiapoque; no Oce.::lno

2 - Com o OeC<lllO Atl:intico- Começo na IOl do Rio Oiapoqllc: segne pc::la costa at! a

[Ol: do Rio Cllssipor!.3 - Com o Mt1flidpio de Cal<;oene- Come~õ3 na rOl: do Rio Cassipon!. no Oec<lr,o Atlântico;

scgue 'pc1o Rio C(l5Slpor~ at~ a sua cnbeceirll principal; d.li. illcan<;ao divisor de ~g110S do vertente direilõl. do Rio Oiõl.poque e o Ri.,~~~~ri. peJo (jll:ll :egut .ali dd.roJÍt.o.r .a cõlbrctitõl I'tineJp.1J d!.J!.e'

~ - Com o Munidpio de M<lf<lp5- Começa 110 divisor de !:lguol..lõ da vertente dlu:itól do Rio

Oiapoquc e o Rio 1\r.,g1Jari. em frente ]i .::"b:cdra prindp1!lJ dE:!tedo; segue pelo rderido divhor õllê <Ikanç,lJ" o pon:o comum dosJimite.: intermlm;cipllis M,1C,')p.1·Mo1=lIg,ija e M.1:o1go"io-OJoll'oque. "lIlhurl1 da cobccCirôt princip:ll dn Rio Matncuer",.

5 - Com o Municipio de Maz<1.g50- Cor:lcça no dkbor de ãUlJ,'IS dn "cr::nte <1ircit<t do RIo

OiaPOllue e o Ria Ar;tguati. no polllo WllIUm. dos lindtes In!er~mUlliC'ip;I!S OiopoI1tlc.Mnca]"liJ e M:lc:tJ':-,.z"!:na!li'io. l'i illtllrôl. dlJlc:lbeceirôl. princij"1ôll do Rio Milt<lcucrl'l: selJue pda rderido di ...is;l[

ilté: dcfrantilr ti cabeceir.a do Rio Cillpoque. 11,] linhn de limiteslntcrnaciolllli$ do 13r0\511. '

. b) Divisas Intudlstritds

I - Entre O! Distrilos de Oiapoque e Cb-tlàndia do Norte(ex-Cle\·t13ndia) .

- Começa no Rio Oiapoqllc. lia foz do Rio POlJlnn.ui; scguepelo r~io Pontdnilri admil ilt~ a sua cilbeceim; :!icgllc pdo pualdoda ci'lhcedr;, do nio PontaJllllrl iltt!' llJc;1J1'illr O lUa Curipl. pel!)qU:JI sohe 3t~ .'lU:J l:õ1becdrõl; dOll. pOr' uma llnh", ret3. alcança acabeça do r~lo Arm:<JlIâ.

2 - Eutre o:: DistrilllS de Oi:l!loquC c Vila Vdha- C0'11Cça M lo! do Rio U""â: sobc pelo Rio U:u;:!:t .\t~ a ro=

do Rio Aruc<lll~; ;,legue ptlo Rio Arue.:H.tõ' adm" :ué .!Ou,, OIbeedro'l.3 - Cntrc os Distritos' de Ck\Ic!.india do Norte (ex.Cleve~

UndiaJ c Vila Velho- C.)llIC~<l na c'lucco!irõa do Rio Aruc.1Uoí: t.l~~se ponto .alcanl;:I

o divi~or de âgua.'l <! ..s vel!l:nlc:s direita do Rio Oi"poquC' e esquerd",do Rio Cas~iporé. pelo qual segue atl! encontroor a linha de' limites-enue o~ !\.1unicipios de Olopoqu: e Ama~á.

Art. 1.· l~evogolJHe:ls dlsposiçoes em contrário.Rio d.. '''"d..o...", 22 de cl.o:..mbro d<, IIlS/i: ns.~ rL~ IlId~r<'''<!''ll(i;> <: 63.° da

R..pub!lc..,Jusc~u~o KUtUlXlll:1C

Nucu R~<1IaJ

o t'rr.'ll~~n:e d~ Rcp(ll;llen.:

c:uinf;::~I:$:lb~c Que o CCn~rt::eo N:lC~OIll\l dl'e~et:l t eu #:Illclono a se_

!~~{~~~fl~;:~fcl ~i~~~J~~~~~~~~~~~~a :~~~;r:~~j~:~~~~~~~~~~~:i

~fE~~;;::~~;,:~jEr;~j~~:~i~~~]fj.:{;z;ff;:?i,l::~~ffiiArt 2.' O OCI'C:-nfldor prO"'11

~~~t;;:~~. ~~~;~v~::or~~u3~~0[~~13~s~f::~~g~r~~r!T~~1:~:,:Th:~~o~q~e ~~u J~' , .... ~~ruo3d~ d~ In:lltrur.ç~o OI) no,.o Q:l,V1ro rorrlttlrl:u. dr:COr:'C':h~ l'"e;';ml.l ~e::rÓ~O~;3f:~:.;a lcl .. obcdecerl la ritUal #llrev3.do pejo

C!fZt~g,O ~~ 1~:_~qll:ldrO terr!tl,lflcJ rlxltlfo l:l~~~ ld YI!Oru. are :n 4e

~~~~~~ii:il;'~~~~I;;1~~;~~~;~~~:;~~:;:;;~;~;~;;R~G ~~i.n~:..t Cl1.:'..do o CIl'l':O l:!~ JU!Z d~ O:rClto do 'l'crrlt(lMo FC(l~t\l d<l

dO ::~~IS!~·::o s~ J~,~~~o: ~o=,~1~1~~ ~~;I~~~i:il os-~e~~~~~;e~~~~~te _III 1 (l1l'l1 t!e Prc.moler PlibllcQ _ JIJ~t1ç.2 dOS TntltnrJO$' •

&l .: ~~Ilt:~~~O0L "'Crl~~O l:!O JUIZO de dUOlto - Juulç:1 1105 ·~enlt.6tl~

~, ~:~;~~d:~:~~~l;:ie~~::,ç: ~~~t~~::~eT~~:~:10~ -:;:~:ed~eJ. :'1~~1~~~6ecScrYcnte 110 JU:to de d:relto _ J~3t:çl des l'trrltórJ03

ot!c:~:~: J;':~~~o~ ~.x~~;e1:n~r:,,:~de de o:1d:. eOlll.2rC4 ~m e""rlY~o. um

R:~:,r~f:1~;:~~-::~;;~!i;~:'{:/;~~t~~:~;f~~;;;~r~:~;~~~::1it~~J

LEGISLA9Ã~ CITADA

dL~ ff~;~c.e~ :~~l~ ~ ~~1I~~1 d~'~:l~~~~~ ~Ui~eI2(eret:.m. ilml

terile:i:;c~kJ ~~e~~1! C!d:1 n~';?~~n~~ ~~l1~(J~M~i..~ ~o~:e(~cri~!i~tJl~'1~~:~

~~~if:~~!~f~' :r~~;~:~::ro~~~J~i:liv!~ ~~~~~:;~~ ~:g!.~1~~:;~~~c::~;~Jtd:,:r ~u~~~'" C~:ci~~I~i~Jfl~~~ ~r;\ os cotru pub:lcos. os ~=u~te.l

li' ~J:~~~. d~o~c~l~li~1' d~·~~!~~ ~~:~~7~"I~cS~1Jr::,~t~cU~~~~o:r~

bl ~~~Çui~i~.' cctgn~~~.!3o d~!~~~ild; j~~ ~~ ~;;~'ln~ ~Ol~~:l<:w ••

EIH~i~r~~:~~~~;~;~.~~;:~~:;:~~:~~~:::~:~2~:;f:I~;:~k!~,~;~~ ~ ~~~::VI<t.~r;U1~·;ltI~r~~(II~~~:::t.ll~Cn~,~,r:rj~~\l;~:;~\;~~( par ~,I:l lei. t' :. de U~..

~ll":~r.t.: 1~1:'1;';~: h:'i ::~::'I~I,:~~; 1.lIIU:"ilol C " 1!r:<r'I-I';!Io dll~ UIl;\IU. 1\".

Page 9: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD25MAI1988.pdf, DIARIO República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLID_. N'046 CAPITAL FEDERAL QUARTA·FEIRA,

Quarta-feira 2S 1995DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)Maio de 1988.::.::.-_----------_---.:._----------=---=----:..._------~----------..

QI.I.~PRO DA ~OVA DIVISA0 TrnRITo~IAL. AD:I,ut:I ..-rnA'l'lV.\ & JUPIClAR.IA PC TJ::IH:tTO.uO rm!:nAL DO ato nnA.'\CO

Ob;u\:açór,;

11 g~~~?j7~~ el~a lei com ~ede n& loellU:ugOo 4e APueelD e eonsmuld" c:.e Il:u:te c!~ tel';'ltO~'Jo ao .n:J::II cllittao de MU."'Il~U, d? UUo.::elll!o de

:lI ~j~\;l!~ g';:~e~SI' lcl com 3e~e Il:r. Jocflj\llade do· mesmo e COlllõ~IIUll!.o de j,artu dos tln:l:c~ d~l:l!o$ de Mtm.l;:1I e Doll. V1t:ll. co Mull.!cllllo a~'te

31 Crlnrlo púr Ulll lel com s.ede n", lO[1l1:d~l!e Mau e OúMtltulrl" d~ ll~r:c d) l!~:rilo de Doa ·"::Oh dD MunlclpJ" do meuno [lom~.

41 c,:~<!'~ ;>01' os!., ld co:'" atole n:l l:it:. de Cr.tncnraJ ~uc " c1em<!1l :\ clt~;orJ1 de ckl:lllc.5, C,.:el!(I p'.Jr C.l;!" lei COl:l s~dl na y:l:l de C:;'r:lcar.l~ Cj':Je ~ clcvncla l\ [:lt:!:?:l" de c):I:Il!:.51 Cr:.ld" Jl(lr e~:. lei CQ~l ~~de 11.. YI:~ de CJrólCólr.:l1 Q\.C t ele"õ1da /l, c:tt:,<lria ~.: ci;l:>.~e c c.:IN:lm:d) dos t~rrltOI:o ~o lIl:lnlclplo d~ C~trlm.t:I

'1';.<) \n-,~',lool~, c 1:"~"I'C ~C C~.ne.lr:l1, :l;C'" d3 p~~I"Cn3 :::kt~ do dJ.tclto de :803 V~;l3 do mrmlcl;J:c do llle~':r.o Il"mc." D,-"nr'l';r3.Cr.. do ,",unkl"lo dl' CC;) \·~\:n C ClCH.d" ~ll" se<.l~ ::I c:;t~l·o-jrJ. de c!C:õI<!e.tI CI;'<!O;;o. f'Ü lei e(l;), t;cd~:1:1 l~e:,l:d"de do m,'\r:>o llC:nC e cn:ls!h~t.:o ti" lU::L~ ~o GI~t,J1o de Car.ílr...lr,,!. <!o nnt!.o f)luokr~b rl~ lla..

V..!::l.ti C::~.l!o pc;r e$:ó1 ld cem H~e n3 ]oc:r.I:,b;!c de S-l:l\:: ~!~rlr. cotutllalrlo dJ l~nUOI:o c'J ~~;Ú:i)'3 cc c~t;lmc:ll [nrll'{o d~I.I:o de ,;I,,, Il, Cllc:-:mo..cl

de.::,;:c,n1,,:õ1(lo ~o munkJ,:o de l\~'purn, <lo E>~ó1do dJ A:n:l~(lno~l llue n~o cllc:ou /I. .cr lnc:,ll~d? ;lr.:.!:n:::t:o ;\1.1:1 t~tlt: t ;l~l::U~I\'.. ~t'JóI'~ d.~

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C:ç tl:;.~;) _ 1'1,;; ~~.Á _ ":"P" 1

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l. çO~::l f::lltt';ll:r:l c!:t Vrl\~l'.u!ln:

CCl1;'~3 ", cr:l" P .. r'.t':>. r:" rOln:" 'do rllv~'}r de t!-::11:l~ rio Bfllnr:O"0:-:::'1:0. I':.':' 1l:''1:mu <1'1 e,~L'c,·t,_, )J~:n~l::l\: d'l rlo i\t1::l'l.\I~ ~:::ue por(. ~ :':•• ,.o'. r.o )"":'J ~" ;,nlt(r::a mU,:Mf:OIl11 CC~.<I!·VellC"I!fl::. ate,,:r.,,;""" " r.".L""'.C ,:" r.'1 t\\·"c.S lia l.l;·m·.fll li.." -'-tn",,,, l'"r'--'l1".I'", :·· .. ,1";,: ,.: 1. I'·.... ' '1" ~1··=0 'I:~:'ot ~ ... ::,.!:'l~ r,o R'·:m~'l-O:1f)Or(). 1:'­H~r,l l'.•·.·.t .'.'. 'l:,' .';'.'::'.,~ O 11' r~1) :11:G.\'·O 110 r.:OIl:~ F'.Ilfi\an:l..:~"'C" <.~ r:: "C,'.:." ,!·r. lI:",[t. Ilr~:II-'"'''a'·_':~.C;llI:m!' Indo··..",

z. CO~lI li Ou:~ll,' In~='·:3.

(\4.;t('1 n·) m~~(o 1::n~'::'Ir:;J n m;· ..·_·O. no monte Rornlmn: y;ut:FC~O ,",\ ljC 'H :q::.'~ "'o 1;,·,.:l~O·:';' N:,,:"l. IIf~ '1 11,,,r~o InlCnl"c'''r:~J

éc "·'..;l:,· C,,·;I .•,Il; (k"~ :1"!110. :::~ o m::l"CO mt~'·n~.~:i)nnJ l.>,.RG·:J,t:~ll:,.'o *' n;..t.. IH~ w. TIO 2,1'\(1 ou J:~;':;: \l,'iCC l'~r ~'t~ r:::I. :.te ,~'J~

fOIl:.\.~:.;~;1 CO::I " r:o 'l"'l:utU. 11<.:0 C/ulIl 10<1: a~~ n fU1- do rJo J=.r.1Ir.1.3. Com o M;:":~I~:O ée C:u'ne~m:

C~''':~(a "D r;n T .•::'lu. n., tez co rl" JaC:lm!m•.\cbr: r."r ~\te .;0.' at~S(j" n~'n:l!~: d,:r. l><l,' t:01U 1:'*" <r":~ I' !cr". nll'::Ill;:1 ~ lln~~~nte do:.e C:.eilo:~o, [:(:0 ~UJl ll~He lllt: SI'II ft:1. no rIo 0::.11::0; ~oiX: poe C'UI:r'" ~~I: a 1(;,' ~1I no :'!.o<•• ),,[: l'rO!Se:~lIe llO: c~:e r!o lI~jma.·"I~ SUA~~t>:!'el~~; ~~;~;~~I. cf"L ~[<:~'l~lI. Il:I l1\~Jlü: c:,sltlncm. " t1;VI;or de âSIl:ls

1. !<:n(fC os dl~~ltos ce :Boa· Vista <= Otllflaoe:i11 lex'~'Oldo APf;­ree:<.lal.:

P.ú,,~~::;C~:In~:~:~~~"d~~~::;r"~~-:':"~;}d~;ioc!~~r~ ~,~,;-~~~ di ~~~tÍ\J:I:l'l:~rer{'t;~,' rI'!; :{:.,.;: :J.~=I) ,\:'''''''1111 ~~"I~O, :ltt !LI.. Jaz n:: rl[) Utó\tleoera,pelo r;u"l é~se: ..t~ a ror elo rio P;lTlnt~.

:2 Ent~o C.l dl'lnlo; ~c DO:l ViS!::!. e Dl'pOs!to:

n!~:l;~;e~:.ro~~:u~~~:~(j~:~c,~~)d~U"~~UP~~~n~ ·c:, ';II:~~u:U~~;:o~:lr;~~~~:..:.o a lol'. ';:c 1';~r:.;Y.' c:0 :'10:.

3. Ln(~o CS l!,,:.l~~. "t· no:!. ·JI~t:1 f C01}cr,~lo do Ahú:

Car:':((n no riO T:Lr:ml, t"ll\ tez én l':::lr.:.":'c do 18'!: :ollc \lor ~ste

I,;,:,:.,~" .<..~~ ~:.a l'''·.~'.,:·~ .l~ ,e:-:-Il C:o~ TU~~nQ~: !~~1Je ):c:o dlV:!O~ den"'~:_ L1 "',,.,, <:ll'~ l't.;~.·"n~, "".,. n n"'eCllt~ do l~:..ap: ".rr;?l". jJcloq~)ll '::tlle ~Ie ~~.~ lo:r !lQ t:o T:.C:.IU.

f.6 .. ,{O: EfI:,o Cl 1l1':;;I~~ llc U:,;,;,cç,er:r. (ç:.·po:..oc.r.lo Ap~rcdcllll e Oc~

~;:~:'~~;D!~;~~;~~ ~~:~:::..~~.;':::~/::~,~~:;~. :~~,,~:~~~r~'~~~ ~i~:r~u:.~f~::~~('.~uo '-.... : til~ r:o "hl 1\..\ IC: !lO rJ" Ur:u::et>e:o,

:; !:..~~~ o. ll, ,~.to: de Cr:'u:Ho O Crn:c:,Jo <lo 1>1:1,',:

C~:::rp 1'0 ri? \l:lu CIl Ire,:"; :1:\ I~.: ai) rio 1õ1n~mlt ~~llc T1"t (·~te

r:n ,,:.' ' ... ,,' ·'''te, .I.U. l·," ":'I~ rr'.,·, lin·I'N"·. lI.' fI:u,,, (:(1:11"'1­It , .'. ,', :' ,. :"". ;" ',oI 1." L' l "I.' ": ,i' ., •. '" I' le fi". ~!1

3 Com o ;:'.!I.1,lo do P~m: •Com~'i1l. til'. s~r~:\ l'~~:\j, 1\" rx:n·" I'.e ~~:1 ';:'J:'~r ,;;u~:J" li. m~l~

dl:~;\Il~I:t. d:l;~ cr_~~,·:j"::..~ m~~~ w~~:et,,~, dO~ ~I?! .I:\u~;)~rt c l.::~:;~~~l

di\l. :.i~;:.r.ç3. n, dj~ ..'o:~. <'õe :'l:n.H J.,u.\;lr~l• .\l.,p;:~.;l. :l~.CS r;u.\!s 5e::u:,at~ >l.... "l1c: p:;!",o ("'11 \I ~'H3·.•·:O <111. n?lrr:lW ,lJ f.J?U1:.'l

~ Com, ;:.;~~(:o do A'''''~''n''·Com,'!;:! !\" 1r.:.. r,r,Jo d"t Ih,·.flI""~ de fI;"::~ J3~".,.,""I.~1"r:>:;e,", eom

o p;l.rnlC10 lI' 1I::~~cnle do rIo f.~'~UM'_ ~e~uc 1)0: (·~te ~"lr-\!CU, Me ll.:e3n~::If

:lo~~~~:~;rll;I,&~~:e~o~(IN~i~I;~.) l~;: ~~.~ f~~i\~;~ll ";~~:~;~~o~t~~:~\l~~;~~:...,I~:J.t.: n trll do ~['1 Jut.ITl: ;J:o~je~tto ;"';\1 Jub'l 3e'!'1~, :!IC " •.1. !13....n:,c:d,'.I c(>nlllm~ m'o.< dl\';~o):c" tle 1I'~Ia~ X~ruall~Do'.tlll ~ C;\tr~:'1:1nl.D:.':tnl.

:;~~ r:~~lo~~~ ··~;r.~\I;;~.~~~f~O ~od~'..j<~;·r~~<::~l;~;~O~'~~~~;.:')p~ii~·:rar-m!:5. Cem .~ n~rú~l,,,,~ <11\ Ve"H"C':I:

':nm~O~~[loL~~r:~:{,,:I d;'\;~r:;cn~~ g,0~~ ~:t"~,t,~;~~';~1l1~~'I~C~~!~11;;~;rl1~~'~~~IIJ~~~d~ r~~nt~f~~~);rl: d.1~i.o~ ao ~::1I~~ :1~:l\5 ll:/)~Il!'O dJ. en!.-:~~:r~

,,, 1"lIrl1o.I:llerl!lm·l:l1Il;

1. 1:11tre ns tll~!Ill{,\'f de CI",;I.~:lrlll o Bcb~\J 'e.~.pl)~'latlo Sanlll.)~<l'l'" ,

ctlr.~ ~)~~~:~r,à~e~;.~;~~nli~'~:~C~;~ 2~n~~~~~~; ~gl~IJ~;~;C~~~~~?~r:;;~?~!1~~• Ill"~e~~c ~(ot:;~;~~;l~"~;l~~~ 1~':~/l~~It1[t:L':~ ~!~ ;\[110~r~'~:~~;:;~:; ~;;:;::;~~C~~~:G~):~I~:' 1~:,;~;';:'1 ~10 tll·.lt(J~ AIl'~~{l!.~,·!;·,I:~~::Jl(l. ;::!,;t.-l I""c:n~c:orwr

2. Enuo ':. :!:"·I,LC$ ~C C;I.:"N:;:I e S::o .Io'e ~o !Ir..1t:~:

~r Cl~':l,\~'~!,;;:,: r:~(,i··~tr.~~~;:l.•. ,':~tl;;( .1(:(j,:;',~·;~::~~,ê .i~r~;;~r!~J~~~:':; :J~~}~lXIr (··t~ no. ~'e ~1i.' :~., .,,' r;(l U:,t::ro. l':O"~'L:,J ':c·t"::;,~o ~. fs:..,'r;c,. ,.t":l I"" "o] r:u A:.,,'-'.\.

3. l::n~:c r,< dM,Hú' d" oS.'c Jo.<ê d~ ".,,;,u.\ ~ a~,."", (et.P.l'_''''~oS.:m:.l ).\;_r'di·

C(j'r."" t1~ [.~r.'~l.':ne'~ .." r=... ,\,', '.~ 1''''1 o ::0 n;~mo: l~e."re oo~

~~1( r." ::t.c ~ : z no ~.1I C:.',,''''·I''. r~·-.l r;r:., ",1;0, "t~ 11 rOi!. ~o ç:,:a.;:.'A':II·"fl.

I\r:. 10. i'~·'·C~'I'!·!e"~ d"·;:e,!.,;:'~: ("1 [lI"I~.\::o.

It:., d~ J,,:..re>. ~, do lIU:" ,:'" l~~~: l-lI: ,!" !t"l~:>wd.õldll '" 61.- dll.n'·;ll·"'!'C\_

MENS.AG~ N~ 038, DE 19 DE J A.\lfEIhO DE 1993

:ELENTÍSSIM.QS SENHORES BEl·fiROS DO CONGRE5!" "\CIONAL:

tt _ ",,,,..drIO '~r eu\e.ln.11

IH. Lhllr!r: m'uuc:r.<t::

~;s~ft~~;;~;li~~i:~ç~~~t;:~~~~~,~;':;:[:iE2;;1!~I:Ii~I{'~!Jl!C":Hr!:!1 ~b":·"Q ~tl' ':.:1 1c7 I~u rio '.'~lltU.

~;ªf{1~:g~ri~"f!;~f:~,Ji~:)~~::?;i~:~i~l.IT~~:Bii;{~!;;~

Nos termos do ·tigo 51 da Constituição Fedc:!:al,

tenho a honra de submeter õ: e1ev.:l.dJ. da1iberi1ção de Vossn~ EXC~

lências r acompanhado de EXPOSiÇão de Motivos do Senhor. Nini~tro

de Estado da Justiça, o anexo projeto de lei que "altera a Lei

n9 6.750, de 10 de dezembro de 1979, que dispõe sobre a Organiz~

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1996 Quarta-feira 25 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1988

çio Judlclirl11l do Dl.t~it:o r~r.l 'c doa ftrrlt6rlD... o d O!!,

tJ:'iltl F,rovldlncl••-.

.r.atil&, Ulk :l~lro de 1 " ••

~/ ~7/'r'....... 7

IUOlIç1D DI -o,nol .. DAl .. 00014 DI· U DIJAIlllaJ DI1'lM • !lO s~. IllltS'faJ Da D'~DO Da Jusnça •

Excetentissiao Senhor Prosident. da lr.piibUca

. O·ecri.io'Tr';lnlA..l de J;jstiç. ~o Discrito F....r.•l edos Territórios. ea Scs3ies AlÜI'inistrftUvas rcali::aclas ~os âi~~ 26

'de .sete.bro de 1986 e O~, de dezeMi'ô d .. 19.1. d'eliINIS'CN su&~rir ~~.alteração dos artieos 49 , 31 "t" 39, d. Lei n 9 6 7S0. d. 10 de de;e\:

bro de 1979.' que .dispõe sobre ..-. OrEaniuçi6 Judiciária do Distrit;

F.der.l e dos Territórios. objetivariao a criação de:

a) Varat nos 'Terri tôrias do AII.P. e ,de lar.a.;

bJ 20 (vin~e) Cl}1"1l0~ d:·dUit de IH.rcÚ'to" Substitbtona Jusuça de prutelTo ara.,l nos Territórios:

c). 20 (yin'te) c.r,os de J.Jit T~!i'Porâric. aa ,Jus:tiçade priaeiro gra.u nos Territórios. in"dleaodo todas as suas atribuiçoe:t:

d} 'Cin:unscriçio .JudieÜída de lIeiradão, des.t'!",hTllda da de M;lLag..~o. 110 Território dQ ~al"'i~ -

f) l;<;~~~~~~~cÍí~~";:~!\r~:;:~;~:": 11:'õ~;r~~uJ'ff. _::l~~ttlt';'ll~5t'ndç".. Allxi'li:1n"'" \~,' ,h!"-\,h.<.I Jv.:> l':nltóno:; i\:d.:rill'; (~,- -

<!) 6n (~('''''a'1Ir!11 (",,.t't'l,, :il"1.I - AL •• ul..dc ..AI'OlU .,lllll1·. i;lllt'. t.\"~I.I' 11 ..'.I~,l:'r. 1' .... s~

J~~ i~::',~:~~~~'~~\11 i', I l·.' u(\ IJ:Hrno I'("dct-'I~

lel...a .otar, t ..bêa. '1018 as atri'butç6es cOMtldas aoS .a,1st'r.cIos tellpO~ãrios. p111as ioze it••s tio I S·,laseri';pelo aJlteprojeto ao .11:110 3. , da Lei •• "6 750/1'. en.c:Olltr.. re!,p.bto nos dita.s cOltstituciOll.is • COIlI'1e_ntares.

A anteproposiçio 1...isl.ti....... ao PTever. "CO.duçio. de qu.tro •• quatro aos.• dos juri.s te-.oririos,(I $. .;

.:rti&o 3.). li.ltou sua i."stI4u'I'& ã aztinção .s carlOs corres

pondcntes. ã,.idi4... Cltle fore. sendo providos OI di: Juiz ~ Dlreito Sub\titut.o Cf 6. do ~rtl,o 3.). Afi,ura-se adequ3da • exi,ê;cla do c:o~cur,Jo público :Se provas , thulos par. proYi':.to do;~J.Tlo,s el.· juiz teaporário (I 4. 'lIo &rtllO 31) ... ~onsoúaci.' coaD anil" 17. ~. ia _. à LOMAlI.

Ó ~Jt:teprD'.tD de lei _eac.o-.\nto _.avol•• coçet.i!,

el. de, J,Jaicillt\.v. le.cl.r..1a.tiva _conc;orrent.,.-,talit6 to Tribuaal ..Justiça lJltere!t.... ~· IM).~ ..se 'tefoft ã proposta te cri~ão ...c.rIOS .••~-sü leí::ret.ria. de acoreto-co. o artilo 'IS. it•• II. aaCarta Malna. quaato cio Chefe do Poder Executivo••0 pertillento 1 iproposiç;o..1Ie leis orilinadoras de càr.os para os sêrviços Auxili!res da5 scrvantias de justiça do Distrito Pederal! e dos Territ.ôriM.bc.-·cocr~ ~Je di~ sobre a orJ~ização ju<Ue:iária dos Terr!

tõri~J. '-c~"base'iIQ ayttJD'S7~- it.1I5' tI'. IV. da Lei Maior.

. Loport.uDo esclarece%- qtte • iniciaÜva .a tell1 ac.,!re:tan '-.1ispindio aAuilt-l C4III,pcssoát. salvo 0$ ,astos coa ..terial •per.anente e de tonif*ltO. Jla órbita 'de Cd 17 %41 629.21 (de%e5Se~e

ai1hões9

1Iuzentos ~ "quarenta e ua .il. :seixeat:. c vinte e DOvecruzados e viJlte e oito celttavos). a preços de j.~iro dIi 19'7.

Ante o-,exposto. considerando as ponderaçães já ad.!!

zidas, o!'; e5t,udo~ efetuados pelo ~parta.ento ,de AS5untos Lelisl!

tivos e 'Pl!10 t>ep.rt:l.lten'to de Assuntos .Judiciários desta S.cr~t.aria

de °Estado ~ aCOlhendo· a proposta do c,ré,io;Tribtdti.l tle JlbStiça do

Dis'tT.i'hF F"'rlt~' .~-dos.3'fti'itirjos: elaborou--se o ancx~ Ultep't'oj~ro d!.,lei. que ora tenhi:J a honra de !iubtlleter à elevada consider~

çio ~c voss. Ex.ce-lenda. co•.vistas ao Cone,rc~so Nacional. a fil"!

de alterar a Lel n.) ô 750. de 10 de dezell.t'Jro de 1979. que dj:l(1ti

,,-,atire .\ Or~l::lll;:a...ao JUdH:_j3rl~ do, Distrito F.der.1 ,dos Territ~

rlOo.. co ~l:l Otn r,.,. "p~oVJ~l:nClil1.:.

')nITO'Vt' .. ,.,· a-'(JjJorttm1d8'de-''pU'a T.e1lO"b;,.-". ~~Il'-' EXCl'

~cnda '"rrr°rf1"\::.i-o. "-ih;' ~\' fI:rofunlf~" reilptlit.tI:'

llf~sd" lo$C;o. e impornur!" {n'l~lp'n'll' 'lu'" CI r:Xl!t':"1'

nbor Presidl'flll' dn ~ BIl'l":l' '1'1'11'(1111 i • d( ,Il'~i i~:i' dA 'h "rr'"'' 'llcd(,Tõl ~

e dos ·r('rrilÕr;f'l~. vi:'l .. r.);.p05ição de Nr'Jtjvo'<;n·'l.,d~_13,de·j~Rêttã

c.1..: ltn,p ,li ll.ll.id:'l. ::I Vo,,;:;a i:xcl·l~nd:l. f' {In Oficio Gro nl' 'C SJ.,~,; de"

1ft tk ~ll·?l'l'llhr(' d<' L91'''', (·~I("lllll:nh:ldn'[, ("q{. ~Hni-;tC:rlt'l, ('(ll!\Vi~t~<

ti l.'vns..,I:ill:ll,;1Il da pro.f'u'.'tur::l do Trihullill t'm <11:\ C:c!lIpn~tc;-iio l'h·n:'l-..,­

just jfjcou••inuciosa.cnte. a nE:ce5~id3tk da cria~~o do" ('ar~o'" :;/i

tes Te:tacio~ados.e dellllais ae-didas in!~l i tu:íd4lS no antepT()jt"to de­

lr.i ea l;ausa..

tuapre .assinal.r que: a teuT da' Con!ot.i"tuiçio fede

fal. n. alínca'!?9 do J 11'. do a,rtie,o 1-44. c da, f.ei ..coapleJtentar R~~S9 de 14 de ••rço dc' 1979 - Lei Orlinh:a \la *..istratura Nat:i!.al: -no S 4 t , do arti,fo lt. i~aGllitida a'-criação. Jtediante propo!ta do Tribunal de Justiça. de -carcos d. juh to.ado ,coa iJly••tid!!

ra'lia1tada .. te-.o. 'rOCC5so'K] •• '.7/17.

t/~-, ~~, PAULO BROSS",Rn SOUZ.\ INTO

Min.istro da J'usti r

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Maio de 1988

TERRI11lRIO

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

mNISTSRIO DA JOSTIÇ_~

ANEXO A EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS N'" ou, DE 12 DE JANEIRO DE 1988 •

.tlQ.ATRO D~!'I0NSTRATIYQ

JUSTIÇA DE PRIMEIRO GRAU DOS TERRITORIOS FEDERAIS

1 Vara Criminal

I 1 Vara Criminal

i

Quarta-feira 25 1997

Caracaraí I 1 Vara 1 Vara

20 !l

Av1'!1o n9 059 -SAP.

Em -19 de janeiro de 1988.

Excelentl.ssimO Senhor Primeiro secretário:

Tenho a honra de c~cLl.1ll1nhar a essa Secretaria,.A Kensagelll do EXClclentíssimo Senhor Presidente da República,

acompanhada de ExpoSiÇão de Motivos do Senhor Ministro de Es

tado da Just.iga, relativa a projeto de lei· que "alt~ra a Le7.

n9 6.750, de 10 de de:tembro de 1979, que diSpÕe sobre a Orga

n.J,zaçâo Judiciária do Distrito Federal e dos Te:r:r1tórios~ ';

dá outras providências n•

Aproveito a oportunidade para .renovar a Vossa

-,,~.. ~o.~.~ ,. ~=,:iJ :~~~~~

Ministro Chefe do Gabinete Civii

A Sua Excelência o SenhorDeputado PAl::S Dl:: ANDRADEDD. Primeiro secretário da Câmara dos Deputados·DR1\slr.IJl.-DV.

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',1~ Quart=a..::-f::..:ei::..:ra::...:::.25=-- D_IÁ_RI_O_D_O_C_O_N_G_R_E_S_S_O_N_A_C_I_O_N_A_L_<,;,.S_e,;,.çã_O_I,;,.) ~~ M_ai_O_d_e_l_98....,.,~,.

PARECER DO RELATOR DESIGNADO PELA MESA EM SUBSTITUIC1l.0AS COMISSOES.

Art.' 38.-

Art. 39 -I e. 11 - Re latório e Voto do Relator

"Art. 50 - O preenchimento dos cargo:; de

No momento oportuno, após estudos levados a Juiz de Direito do Distrito Federal e dos Terr;-itórios far-

efeito. inc';'uindo v.::íri;)lõ vi<J9cns ;JOS Território:; Federai:;' ào se-á, inicialmente, pDr remoções, a pedido, às quaifi concO,!:

Amapá c Roraima. o ilustre Presiôente do Tribunal de Justiça rer.9lj, pDr antiguidade os Juizes de Direito do Distrito Fed-ª.

do Distrito Federal e ôos Territórios. Desembargador Luiz ral e dos Terr;-itórios e, em seguida, por promoções. par anti

vicente Cernicchiaro, encaminhou aou Senhor Ministr.o da Just,i guidade e merecimento. de Juizes de Direito Substitutos dQ Di.§.

ça o Projeto àl': Lei,' que por sua vez o submeteu ao Excelentí]i trito Fe::leral e àos Territórios",.

simo Senhor Presidente da República. que o encaminhou a est.a

ilustre Casa, alterando ti Lei n!! 6.750, de 10 de dezembro de

1979, que dispõp. sobre <:I orgünizDçào Judici.3rin do Distrito

Federal e dos Territórios, e dá outras providências. JUSTIFICAÇÃO

Trata-se da criação, na Justiça dos Terri.

tório:;, de 20 cargos de Juízes de Dircit".o, 2.0 cõrgos de Juízes

Portanto, o presente projeto pugna pela boa

Isto posto, Senhor Presidente, sou pela .E.

ção je tais cargos, em ci'lri'Íter de urgência, máxime quando desde

Substituto c de 20 cargos de Juiu~s Temporários (art. 38).

n'70086. àe 22 'de dozembro de 1982, que deu nova rcàaç50

rau, mais ainda, com a advento, digo, advento da Lei

Territérios, ma::: era razoável, embora discriminatério. Entr~

tanto. dificultava a vinda oe Juízes para os Territórios, pois

Substituto do Distr.ito F€'.dera~ aos JU:L7.f!'_S de Direito dos

- A Lei 02 6.750, de 10 de dezembro de

Federal c do~ Territórios, no seu artigo 50 (redaç50 origi

naI), determinava que os cargos de Jujz de Direito do Distri

rias dos Territórios ficavam quase sempre vagas. O quadro pi-º.

to Fp.deral seriam preenchidos, alternadamente, por promoçõe.<:

dos Juizes Substitutos do Distrito Federal e remoção, a pedido,

equiparados, os LTuizes optavam em continuar em Brasília, mesmo

senào Juízes Substituta. Con isto. as Circunscrições Judieiá

dos Juizes (lc Direito do:::; Territórios. Este critério equipara

va. para efeito de promoções e remoções, os Juizes de Direito

1979, 'que dispõe sabre <lo organização Judici<iria do Distrito

justiça

elevado núm,g,rat:oável de membros do Mi~istério 'Público e

o ano pllssado os Tcrritório~ contam, cado um, com .:lpenas dois

ro de Advogados militantes.

aplicação das leis e pela rápida administração ôa

Juíze!;' de Direito para uma. p':Ipu]açao de m~lhares ôe habita!!

tes no Amapá e Roraima. acrescentando, aindiJ, um quodro bem

'Essas razões, por si sós, justificam a cri.a

naquelas long!nqUns regiões da Amnzôniu, fronteiras da Pátria.

além de cargos nai:- respectivas Secretarias Judiciais.

Com as poucas aposentadorias e remoções de

Magistrados para Br13síli13, a JU5tiçü ~os T~rrritórios entrou em

crise, esta decorrente também do desenvolvimento sócio-ceaoº-

mico da região e do crescimento de sua população.

provação ôo Projeto ôe Lei, com a emenda ora aprcl'ientada, pois.foram atendidos os ditames da consitucionalidade e legalid.ª-

de

"caput", do artigo 50, da Lei n"': 6.750, de 10/12/1979, dete:rmj,

nando que o preenchimento de cargos de Juiz de Direito do

Distrito Feüeral .<:eria à razão de 4/5, por promoção de Juízes

de Direito Sub!'lt.i.tuto do Distrito Fede:ral e 1/5, por remoção,

Sala das Sessões. em 23 de março dc 1988.<I pedido, de Juize:: de Direito dos Territórios.

Com 0!;te tipo de di:::criminaç5o. o precn

ANNIBAL BARCELLOS

chimen<:o das vagas existentes nas Circunscrições Judi4iárias '

dos T€'l:ritórioE Sf? tornou mais:; ditícil, pois um recém concurs.Q,

de, saberd:::o que tere- ~ ch!lnces -je ser proInovi::Jo a Juiz :Je Direi'Co

Deputado Federal - PFL!APdo Distrito Federal por uma de remoção, de Juiz de Terrtório. não

aceita trabaihé.lr ou preencher vagas nos Territórios. Ora,

Emenda ao projeto él.e Lei n g 316, de 1988,acesso aos cargos de Desemb<'lrgadores €i privativo de Juízes de

que altera a Lei 0."': 6.750, de 10/]2/1979,Direito do Distrito Federal e pelo critério atual, os Juízes de

que dispõe sobre a Organização Judiciária

do Distrito Federal e dos Territórios,

Direito dos Territórios primeiro têm que se removerem para

Di:::;trito Federal. para ent50 começarem contar tempo de serviço PA

dá outras providências.ra di5putar;-em tais cargos. A lei dos 04 por DL definitivamente'

retirou él possibilidade üe um Juiz do Território chegar a exercer

O CONGRESSO N"J.\.CrONAI. decrRta: c cargo de De1'lcmbargador. Esta barreira é tão intransponível, que

Art. 1º - O::: artigos .•..•••....:0 ..

••••• o o. o ••••••••• e 50, da Lei n"': 6.75D, de 10 de dezembr-o de

para exemplificar, no Território do Amapá existem sete cargos de

Jui_;.. de Direito, COIll a propost;;i de criação da Circunscrição Juõi,

1979, passam a vigorar;- com a seguinte redação: ciária do Beirão e em Roraima existe três, sem contar com a cr;-i~

Art. 49 - o o •••••••••••••••• ; o. o ••••• o ••• çâo de Varas, constantes do Projeto n"': 316/88. Para estes dez

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Maio de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 25 1999

Juí::!:es serem removidos para o Distrito Federal teriam que agua.f:

dar a vacância de 50 (cinquenta) cargos de Juízes de Dirêito do

Distri to Federal e não é de um dia para o outro que se cria novos

cargos, ou que Juízes se aposentam, assim como Dcsêmbargadores.Se

~posentüriü.m aos 3D anos de serviços sem conseguir remoção.

Por outro lado, o projeto de Lei n~ 316/88 ai.rr

ções. Asssim como 05 Juízes Substitutos e a Justiça dos TerritQ

rios não ficará tão caótica como !"ie encontra hoje.

Brasília. 23 de março de 1988.

da ~dificulta mais o acesso de candidatos aos car~os de Juíz de Dêputado Fcder<ll - PE'L/AP.

Direito dos Territórios e remoção para o Distrito Fêdêral, com a

criação de Cargos de JU:Lzes Substituto da Justiça dos Territ.Q

rios, pois nenhum candidi:lto aceitará o cargo de Juíz Substituto

dos Territórios e ter que aguardar, pelo menos dois anos, para

serem promovidos a Juízes de Direito dos Territórios e só depois

que ir'; d~sputDr com quatro Juizes substitutos do Distro Federal,

para preencher um quinto e aínda úisputará este quinto entre si ..

Per eEte~ motivos ninguem aceita ser Juiz n05 Territórios, porgue

n~~ tc- [~·.crn;c. "':crn:"'- ~,_d71?:", ~em, pelo lIl€'no!'l, ô'llmejar em participllr

de uma lísta triplice para os cargos dê Desembargador.

A situação é tão critica que no Território do

Amapá só existem àois Juizes: um é Diretor do Forum da Capital,

Juiz-Criminal da Capital, Juiz Eleitoral da Capital, Juiz Fede-

RELATOR

LEGISLAÇÃO CITADA

LEI N!!: 6.750, DE 10 DE' DEZEMBRO DE 1979

Dispõe sobre a Organização Judiciária do Distrito Fedral e dos

Tcrri tórios.

Faço saber que o Congresso nacional decreta e eu sa.!1

ciono a seguinte lei:

Art. 50. O preenchimento à05 ci'lrgos de Juiz de Direi.

to do Distrito Federal far-sc-á, alternadamente, por promoção

doe Juízes Substituto ao Distrito Feder<3l e remoção, a pedido

dos Juízes de Direito dos Territórios.

ral Criminal de todo o Território, Juiz de Menores, Presidente(Redação alterada pelo art. ela Lei n!l 7.086, de

do Tribunal do Juri, Juiz de Menores e Ordenador àe Dospesas; o

outro é Juiz da Vara Cível da Capital, Corregedro da Justiça da

cnpitnl, Juiz com Jurisdição Plena nas Circunscrições Judiciári

;;JS de Amap6., Cnlçoenc, oiü.poque e Mazngão e Juiz Eleitoral de.§.

tes Municípios. Um deles es'tá pre::;tes a se aposentar, quando e.rr

tão só restará um para promover a Justiça de todo o .Território.

Pelo critério discriminatório da Legis1ação

citada e do projeto, não haverá nenhum :inc:entivo a candidatos

aprovados ~m concurso, para iJ. magistratura, de preencherem caI

gos nOE; Territórios, pois, para os Juízes dos Territórios não

haverá carrl':!ira, som~nte para os juizes Substitutos do Distrito

Federal e Juiz de Dir~ito do distrito Federal, dada a dificuldQ

d~ imposta pela legislação. Com o critério proposto na emenda

o quadro mudará, pois é justo e colocará os Juizes de Direito

do Distrito Federal e os dos Territórios em igualdade de condi-

22 éle dezembro de 1982)

LEI Nº- 7.086, de 22 de dezembro de 1982

Modifica a lei n9. 6.750, de 10 de dezembro de 1979 •

e dá outras providências.

o PRESIDENTE DA REPÚBLICl\

Faço saber gue o Congresso nacional êiecreta e eu sanciono a se

gllint~ Lei:

Art. 99. - Dê-se ao caput do art. 50 da Lei nº 6."150,

de 10 de dezembro de 1979. mantidos os atuais parágrafos. a sQ

guinte redação:

"Art. SO - O prep.nchimento dos cargos de Juiz de Di

reito do Distrito F~dcral far-se-,6 2J. ri1z~o de 4/5 (guatro quin

tosJ por promoção de Juizes Substitutos do Distrito Federal e

1/5 (um quinto) por remoçãe" a pedido, dos Juízes de Direito

dos Territórios."

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2000 Quarta-feira 25 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

EJacndas Ofe:reci~a. ela plenário

N" 1

"92

Maio de 1988

Art. IR .. Adlte_s~ la Projeto de lei n~

'16 de 198~ o seguInte Artiço:

-Art. 22 - fica o poder Executivo a1Jt~

rizado a criar e implantar? na conforl'lidade com o esta6elecida em lei, ClrcunscriçOes Judiciárias nos Munte!pios de Saio Jo~o da Baliza, sao Luiz do Anauá, Mue.jaí

l

Alto Alegre, Bonril\ e NQrmandla, no Território Federalde Roraima. no prazo de 90 (novent_~) dIas a partir da

data da publlcaç:io desta lei, ouvido o TribUnal de Ju~

tiça do DIstrito Federal e TerrltcSrlos.

Art. 2'" - Renu_ere_se os demais artIgos

JúSTJ<1CAÇftO

D!-se a seguinte redar;30 80 Anexo 1 do PrDJ~

to:

ANEXO I

(Art. 3' da LeI no de de de "88)Sccretllr1a do Tribtn3l de Justiça do Oistrito Federal e dos Territórios

GRUPO - Direção e Assessoralhento Superiores _ DAS _ 100

DENOHINAÇ~O

Assessor de Desembargador

JUSTlFlCAÇ~O

A elJle~tSa visa estipular nlvel compatlvel p.!rll as Assessorias de Ocsenlbargador.

,~ ,. { ,""".... ---==--

~-/'

As dJ5t~llclas que separam os JoIunlc!pJosde Roraima saa superiores a centenas de quilômetros de estr,!

das de chão, e~ precoirl0 estado de conservaçao.

Pel. proposto inicl.l do P.l. 31G18S", •JustIça no Territ6rio de Roraima estarIa concentrada nos Municfp!os de Boa Vista e Caracaraí, ficandD os demais seis Munlc!pios sem Juízes, dificultando prec1sam.ente a quem cais teClt -r;.e e sede de Justiça" t que E eJCatamente o povo humilde e pobre-=-·

H:lO se aprove!tar o 1l0lDentD Importante

da tramltaç;o do P.L. 316/68, para ~orr191r \al dlstorç:lo, s.,!ria cometer verdadeiro c:dme contra o povo daqueles launlciplos.

~ Sala das Sessõe, ~m \

--~ '" . \"_>!1--.t..:~'"'.__ \""_ ·li

11" 3

de de 1~88.

:r:rnpOe-se, pois, criar em. cada MunIcípio

do TerrJ t6rio Federal de Roraima uma Clrc;unscriçao JudicIária.

Sala das SessOes,

Suprima_se DO Anexo 11, de que t.:r:ata. o Art. 39

ou cargos de Ofic::ial de Registro JTF - DAS _ 101-4

----7~=j'~r;'=----T'---.-,1

-I

Justificaçio

Tr.ta-sc de ati1.-ldade (serviços reqlstraiB)

prlvatb;ada no texto da ~ova. Con:St1.tu1.çãio ..

Centro Gráfico do Senado Federal - Brasllia - DF

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Maio de 1988

PROJETO DE LEIN9 678, de 1988

(Do Sr. Paulo Paim)

Estabelece a inclusão de matérias da História Ge­rai da África e História do Negro no Brasil comodisciplinas integrantes do currículo escolar obriga­tório.

(Às Comissões de Constituição e Justiça e deEducação e Cultura.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' A matéria da História Geral da Áfriéa e

da História do Negro no Brasil passa a integrar, obriga­toriamente, a disciplina de História em todos os níveisescolares da rede pública e privada.

Art. 2' O Ministério da Educação elaborará o pro­grama para a matéria, considerando os diversos níveisescolares, a fim de orientar a classe docente c as escolaspara as adaptações de currículo que se tornarem neces­sárias.

Art. 3' O Poder Executivo regulamentará a pre­sente lei no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias,contados da data de sua publicação.

Art. 4' Revogam-se as disposições em contrário.Art. 5' Esta lei entrará em vigor na data de sua

publicação.

Justificação

Há uma vasta literatura sobre a educação no Brasil,que demonstra insofismavelmente as inúmeras informa­ções distorcidas veiculadas pelos currículos escolares.

Não podemos mais admitir que nossas escolas ensi­nem às crianças negras que, historicamente, elas seriaminferiores a seus pares brancos. Em outras palavras,não mais podemos admitir que a escOla seja um pode­roso agente de manutenção e perpetuação do racismo.

É fundamental para a construção de um brasil mo­derno que a História ensinada nas escolas dê um novoenfoque à participação da população negra na formaçãosocial brasileira de forma a resgatar a verdade.

Ao mesmo tempo, é indispensável que um país quepossui pelo menos metade de sua população compostade negros, desconheça por completo a história da Áfri­ca.

Portanto entendemos que estaremos dando um gran­de passo na direção de extipar o preconceito de nossasociedade.

Sala das Sessões, 11 de maio de 1988. - Paulo Paim.

PROJETO DE LEIN~ 685, de 1988

(Do Sr. Henrique Eduardo Alves)

Altera o caput e o § l' do art. 10 da Lei n' 5.890,de 8 de junho de 1973, que "altera a legislaçãode ·previdência social e dá outras providências".

(Às Comissões de Constituição e Justiça; de Pre­vidência e Assistência Social e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. l' O capute o § l' do art. 10 da Lei n' 5.890,de 8 de junho de 1973, passam a vigorar com a seguinteredação:

"Art. 10. A aposentadoria por tempo de servi­ço será concedida com 80% do salário-de-benefícioaos 25 anos de serviço ao segurado do sexo femi­nino c aos 30 anos de serviço ao segurado do sexomasculino.

§ l' Para os segurados de que trata este artigo,que permanecerem em serviço por mais de 5 cincoanos, o valor da aposentadoria será acrescido de4% do salário-de-benefício para cada ano completode atividade, abrangida pela Previdência Soeial,até o máximo de 100% desse salário aos 25 anose 35 anos de serviço. conforme o sexo."

Art. 2' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação, revogadas as disposições em contrário.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Justificação

Nosso ponto de vista é de que a legislação tal comoestá vigorando consagra tratamento deveras discrimi­natório em relação à mulher, vez que concede o bene­fício pelo máximo (trinta anos de serviço) e não dispõesobre o escalonamento que deveria haver, I)U seja, nãoassegura o benefício como seria lógico e justo, na basede 80% a partir de 25 anos de serviço até chegar aos100% no momento.em que a.segurada completar os30 anos de atividade.

Perguntamos nós: por que pode o trabalhador dosexo masculino aposentar-se aos 30 anos de serviço com80% do salário-de-benefício e esse mesmo tratamentonão é dispensado à mulher ao completar 25 anos domesmo serviço?

Impõe-se, portanto, a modificação ora proposta, afim de que o tratamento dispensado aos segurados deambos os sexos não sofra discriminação, que de resto,nem o admite nossa melhor tradição nem os instru­mentos internacionais firmados pelo Governo brasilei­ro.

Sala das Sessões, 16 de maio de 1988. - HenriqueEduardo Alves.

LEGISLAÇÃO CITADALEI N' 5.890

DE 8 DE JUNHO DE 1973

Altera a legislação de Presidência Social e dá ou­tras provldêncins.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eusanciono a seguinte Lei:

Art. 10. A aposentadoria por tempo de serviçoconcedida aos trinta anos de serviço:1-até a importância correspondente a 10 vezes o

maior salário-minimo vigente no Pais, em valor iguala:

a) 80% (oitenta por cento) do salário-de-benefício,ao segurado do sexo masculino;

b) 100% (cem por cento) do salário-de-benefício, aosegurado do sexo feminino;

11-sobre a parcela correspondente ao valorexce­dente ao do item anterior aplicar-se-á o coeficiente pre­

.visto no item 11 do art. 5', desta lei:III - Ovalor da renda mensal do benefício será a

soma das parcelas calculadas na forma dos items ante­riores e não poderá exceder ao. limite previsto no itemIIIdo artigo 5· desta lei.

§l' Para o segurado de sexo masculino que conti­nuar em atividade após 30 (trinta) anos de serviço, ovalor da aposentadoria, referido no item I, será acres­cido e 4% (quatro por cento) do salário-de-benefíciopara cada novo ano completo de atividade abrangidapela previdência social, até o máximo de 100% (cempor cento) desse salário aos 35 (trinta e cinco) anosde serviço.

§ 2' O tempo de atividade será comprovado na for­ma disposta em regulamento:

§ 3' A aposentadoria por tempo de serviço será de­vida:

I - a partir da data do desligamento do empregoou da cessação da atividade, quando requerida até 180(cento e oitenta) dias após o desligamento;

11- a partir da data da entrada do requerimento,quando solicitada após de~rrido o prazo estipuladono item anterior.

§ 4' Todo segurado que, com direito ao gozo daaposentadoria de que trata este artigo, optar pelo pros­seguimento no emprego ou na atividade fará jus a umabono mensal, que não se incorporará à aposentadoriaou pensão, calculado da seguinte forma:

1-25% (vinte e cinco ·por cento) do salário-de-be­nefício, para o segurado que contar 35 (trinta e cinco)ou mais anos de atividade;

II -20% (vinte por cento) do salário-de-benefíCio,para o segurado que tiver entre 30 (trinta) e 35 (trintae cinco) anos de atividade.

§ 5' O abono de permanência será devido a contarda data do requerimento, e não variará de acordo coma evolução do salário do segurado, fazendo-se o reajus-

Quarta-feira 25 2001

tamento na forma dos demais benefícios de prestaçãocontiiíuada.

§ 6' O tempo de atividade correspondente a qual­quer das categorias de segurado, previstas no art. 5'da Lei n' 3.807, de 26 de agosto de 1960, será computadopara os fins deste artigo.

§ 7' Além das demais condições deste artigo, a con­cessão da aposentadoria por tempo de serviço depen­derá da realização, pelo segurado, de no mínimo 60(sessenta) contribuições mensais.

§ 8' Não se admitirá, para cômputo de tempo deserviço, prova exclusivamente testemunhal. As justifi­cações judiciais ou administrativas, para surtirem efeito,deverão.partir de um início razoável de prova material.

§ 9' Será computado o tempo intercalado em queO segurado esteve em gozo de auxílio-doença ou aposen­tadoria por invalidez, e em que haja contribuído naforma do art. 9" da Lei n" 3.807, de 26 de agosto de1960.

PROJETO DE LEIN' 692, de 1988

(Do Sr. Hélio Rosas),

Estende aos trabalhadores, em atividades que es·pecifica, o direito à aposentadoria especial.

(Às Comissões de Constituição e Justiça; de Pre­vidência e Assistência Social e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1" São consideradas perigosas, para efeito da

concessão da aposentadoria especial, disciplinada nalegislação previdenciária vigente, as atividades de trato­rista e operador de máquinas. .

Art. 2' As despesas decorrentes da execução destalei correrão à conta dos recursos próprios da PrevidênciaSocial.

Art. 3' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 4' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

O objetivo desta proposição é dar tratamento igualaos tratoristas e operadores de máquinas, visto que osmotoristas profissionais em transportes urbauos e rodo­viários já gozam desse privilégio legal. Os que dirigemtratores no campo ou na cidade e os que operam máqui­nas de todo tipo têm, pelas razões, o mesmo direito.

Sala das Sessões, - Hélio Rosas.

PROJETO DE LEIN~ 693, de 1988

(Do Sr. Hélio Rosas)

Estende a concessão do auxílio-funeral aos casosque especifica.

(Às Comissões de Constituição e Justiça, de Ser-oviço Público e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' O auxílio-funeral, de que trata O art. 156

da Lei n' 1.711, de 28 de outubro de 1952, será conce­dido ao funcionário por falecimento de cônjuge, filhosmenores ou qualquer pessoa que viva às suas expensas,desde que conste de seu assentamento individual comodependente.

Art. 2" Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 3' Revogam-se as disposições em contrário.

.Justificação

O auxílio-funeral, de acordo com o vigente Estatutodos Funcionários Públicos Civis da União, é concedidoà família do funcionário por ocasião de seu falecimento,ainda que, à data de sua morte, se encontre em disponi­bilidade ou aposentado. Esse benefício, é lógico, desti­na-se a ajudar no custeio do sepultamento do servidor.Acontece, entretanto, que quando ocorre a morte depessoa da família do servid9r, ou. de qualquer depen­dente legal seu, a Administração Federal se comportacomo se esse triste evento não acarretasse nenhuma

Page 16: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD25MAI1988.pdf, DIARIO República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLID_. N'046 CAPITAL FEDERAL QUARTA·FEIRA,

2002 Quarta-feira 25

despesa para o servidor, beneficiando-o apenas comum período de afastamento do trabalho, para atenderàs providências que a situação requer.

O presente projeto visa a corrigir essa situação âno­mala, obrigando a Administração a conceder o auxílio­funeral quando ocorre a morte de qualquer dependentedo servidor, que ela mesma reconheça como tal.

Sala das Sessões, - Hé,lio Rosas.

LEGISLAÇÃO CITADA,ANEXADA PELA COORDENAÇÃO DAS

COMISSÕES PERMANENTES

LEI N' 1.711,DE 28 DE OUTUBRO DE 1952

Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públi­cos Civis da União.

......... ······ iiiüLO·iii······ ······ .Dos Direitos e Vantagens

····........ ···········..c'APi:rü'L·ü·Vi:·············· .. ··.... ····Das Concessões

Art. 156. À família do funcionário falecido, aindaque ao tempo de sua morte estivesse ele em disponi­bilidade ou aposentado, será concedido auxílio-funeralcorrespondente a um mês de vencimento, remuneraçãoou provento.

§ l' Em caso de acumulação, o auxílio-funeral serápago somente em razão do cargo de maior vencimentodo servidor falecido.

§ 2' A despesa correrá pela dotação pr6pria do cargo,não podendo, por esse motivo, o nomeado para preen­chê-lo entrar em exercício antes de decorridos trintadias do falecimento do antecessor.

§ 3' Quando não h~uver pessoa da família do funcio­nário no local do falecimento, o auxílio-funeral serápago a quem promover o enterro, mediante prova dasdespesas.

§ 4' O pagamento de auxílio-funeral obedecerá a pro­cesso sumaríssimo, concluído no prazo de 48 horas daapresentação do atcstado de 6bito, incorrendo em penade suspensão o responsável pelo retardamento.

PROJETO DE LEIN' 700, de 1988

(Do Sr. António de Jesus)

Revoga a Lei n' 6.195, de 19 de dezembro de1974, e estende os beneficios do seguro de acidentesdo trabalho a cargo do INPS ao trabalhador rnral.

(Às Comissões de Constituição e Justiça, de Pre­vidência e Assistência Social e de Finanças.)

O Congresso Nacional deereta:

Art. l' Ao trabalhador rural são estendidos os be­nefícios de acidentes do trabalho previstos na Lei n'6.367, de 19 de outubro de 1976.

Art. 2' O trabalhador rural é equiparado ao empre­gado rural, definido no art. 2' da Lei n' 5.889, de 8de junho de 1973.

Art. 3' Revoga-seaLein'6.195,de19dedezembrode 1974.

Art. 4' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Justificação

Não bá dúvida de que a Lei n' 6.195, de 19 de dezem­bro de 1974, ao entrar em vigor em 1\' de junho de1965. trouxe evidentes restrições ao trabalhador aciden­tado do campo com enormes prejuízos ao seu direito.

O trabalhador rural, anteriormente a esse diplomalegal, tinha seus direitos nortcados pelo Decreto-Lein' 7.036, dc 1944, que dava à vítima de um acidentelaboral uma série de benefícios já consagrados nosmeios forenses.

Ao ex-Funrural, a Lei n' 6.195 atribuiu a responsa­bilidade pejas reparações relacionadas com acidentes,regulando a mesma matéria abrangida por lei anterior,

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

que, por conseqüência (conforme a Lei dc Introduçãoao C6digo Civil). o Decreto-Lei n' 7.036. não se aplicamais aos trabalhadores rurais. .

A lei atualmente em vigor exclui do entendimentoconceitual de acidente típico aquele ocorrido entre aresidência e o local de trabalho. No entanto esse tipode acidente é defendido pela maioria das legislaçõcsexistentes no mundo civilizado. Em razão desse fatonada justificaria a sua supressão em nossa legislação.

Se o acidentado é do comércio ou da indústria, osdependentes são contemplados com uma pensão mensaligual ao salário-de-contribuição que lhe é devido nodia do acidente, e um pecúlio equivalente a 25% de72 vezcs o maior salário mínimo. Mas se o acidentadoé da área rural, rcccbe minguada pensão. não recebendoindenização ou pecúlio algum.

Acreditamos ser justo que a Lei n° 6.195 (em facede suas restrições), dê lugar à Lei n' 6.367, de 1976,que restitui aos trabalhadores do campo os direitos quelhes são devidos.

Sala das Sessões. . - Antônio de Jesus.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

LEI N° 6.195,DE 19 DE DEZEMBRO DE 1974

Atribui ao Funrural a concessão de prestaçõespor acidente do trabalho.

O Presidente da República,Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte lei:Art. l' O seguro de acidentes do trabalho rural,

de que trata o Art. 19 da Lei n° 5.889, de 8 de junhode 1973, ficará a cargo do Fundo de Assistência aoTrabalhador Rural (Funrural), na forma estabelecidanesta lei.

§ l' Para os efeitos deste artigo, acidente do traba­lho é aquele assim definido no "caput" e no § 2', doart. 2' da Lei n° 5.316, de 14 de setembro de 1967.

§ 2' Equipara-se ao acidente do trabalho de quetrata este art. a doença profissional, inerente à atividaderural e definida em ato do Ministro da Previdência eAssistência Social.

Art. 2' A perda da capacidade para o trabalho oua morte, quando decorrentes de acidente do trabalho,darão direito, conforme o caso:

I - a auxílio-doença, no valor mensal de 75% (seten­ta e cinco por cento) do maior salário mínimo em vigorno País, a contar do dia seguinte ao do acidente;

H - aos benefícios do Funrural, na forma da legisla­ção em vigor, devidosa contar do dia do acidente, coma aposentadoria ou pensão no valor de 75%(setentae cinco por cento) do maior salário mínimo vigenteno País;

IH - a assistência médica.Parágrafo único. No caso de ameI1io-doença. cabe

ao empregador pagar o salário do dia do acidente.Art. 3' A assistência médica, aí incluída a cirúrgica,

a hospitalar, a farmacêutica e a odontol6gica, bem comoo transporte do acidentado, será devida em caráter obri­gat6rio, a partir da ocorrência do acidente.

§ l' Quando a perda ou a redução da capacidadepara o trabalho pudcr ser atenuada pelo uso de aparelhode pr6tese, ele será fornecido pelo Funrural, indepen­dentemente das prestações cabíveis.

§ 2' Quando o Funrural não mantiver, na locali­dade, convênio com serviço organizado de assistênciamédica, o empregador:

a) prestará ao acidentado completa assistência emer­gencial, comunicando o fato ao Funrural;

b) promoverá o transporte do acidcntado para localonde o Funrural disponha, mediante convênio, de servi­ço médico.

Art. 4' O Funrural, em colaboração com o InstitutoNacional de Previdência Social. promoverá programasde reabilitação profissional dos acidentados.

Art. 5' O custeio dos bencfícios do Funrural. poracidentes do trabalho, na forma desta lei, será atendidopor uma contribuição adicional de 0,5% (cinco décimospor cento) incidente sobre o valor comercial dos produ­tos agropecuários em sua primeira comercialização.

Maio de 1988

Art. 6' Esta lei entrará em vigor em I' de julhode 1975. revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 19 de dezembro de 1974; 153' da Indepen­dência e 86' da República. - ERNESTO GEISEL ­L. G. do Nascimento e Silva.

LEI N0 5.889,DE 8 DE JUNHO DE 1973

Estatui normas reguladoras do trabalho rural edá outras providências.

O Presidente da República,Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte lei:Art. l' As relações de trabalho ruràl serão regu­

ladas por esta lei e, no que com ela não colidirem,pelas normas da Consolidação das Leis do Trabalho,aprovada pelo Decreto-lei n' 5.452, de l' de maio de1943.

Parágrafo único. Observadas as peculiaridades dotrabalhador rural, a ele também sc aplicam as Leis n"605, de 5 de janeiro de 1949; 4.090, de 13 de julhode 1962; 4.725, de 13 de julho de 1965, com as alteraçõesda Lei n' 4.903, de 16 de dezembro de 1965; e os Decre­tos-leis n" 15, de 29 de julho de 1966; 17, de 22 deagosto de 1966 c 368, de 19 de dczcmbro de 1968.

Art. 2' Empregado rural é toda pessoa física que,em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviçosde natureza não eventual a empregador rural, sob adependência deste emediante salário.

LEI N' 6.367DE 19 DE OUTUBRO DE 1976

Dispõe sobre o seguro de acidentes do trabalhoa cargo do INPS e da outras providências.

O Presidente da RepúblicaFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte lei:Art. l' O seguro. obrigatório contra acidentes do

trabalho dos empregados segurados do regime de previ­dência social da Lei n' 3.807, de 26 de agosto de 1960(Lei Orgânica da Previdência Social), e legislação poste­rior, é realizado pelo Instituto Nacional de PrevidênciaSocial (INPS).

§ 1\' Consideram-se também empregados, para osfins desta lei, o trabalhador temporário avulso, assimentendido o que presta serviços a diversas empresas,pertencendo ou não a sindicato, inclusive o estivador,o conferente e assemelhados, bem como o presidiárioque exerce trabalho remunerado.

§ 2' Esta lei não se aplica ao titular de firma indivi­dual, ao diretor, s6cio gerente, s6cio solidário, s6ciocotista e s6cio de indústria de qualquer empresa, quénão tenha a condição de empregado, nem ao traba­lhador autónomo e ao empregado doméstico.

Art. 2' A cidente do trabalho é aquele que ocorrerpelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provo­cando lesão corporal ou perturbação funcional que cau­se a morte, ou perda, ou redução, permanente ou tem­porária, da capacidade para o trabalho.

§ l' Equiparam-se a acidente do trabalho, para osfins desta lei;

I - a doença profissio,nfl ou trabalho, assim enten­dida a inerente ou peculiar a determinado ramo deatividade e constante de relação organizada pelo Minis­tério da Previdência e Assistência Sucial (MPAS);

H - o acidente que, ligado ao trabalho. emboranão tenha sido a causa única, haja contribuído direta­mente para a morte, ou a perda, ou redução da capaci­dade para o trabalho;

IH - o acidente sofrido pelo cmpregado no locale no horário do trabalho, cm conseqüêm:ia de:

a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado porterceiro, inclusive companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, pormotivo de disputa relacionada com o trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperíciade terceiro, inclusive companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;e) desabamento, inundação ou incêndio;

Page 17: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD25MAI1988.pdf, DIARIO República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLID_. N'046 CAPITAL FEDERAL QUARTA·FEIRA,

Maio de 1988

f) outros casos fortuitos ou decorrentes de forçamaior.

IV - a doença provcniente de contaminação aciden­tal de pessoal de área médica, no exercício de sua ativi­dade;

V - o acidente sofrido pelo empregado ainda quefora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviçosob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço àempresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar pro­veito;

c) em viagem a serviço da empresa, seja qual foro meio de locomoção utilizado, inclusive veículo depropriedade do empregado;

d) no percurso da residência para o trabalho ou destepara aquela.

§ 2' Nos períodos destinados a refeição ou descan­so, ou por ocasião da satisfação de outras necessidadesfisiológicas, no local do trabalho ou durante este, oempregado será considerado a serviço da empresa.

§ 3' Em casos excepcionais, constatando que doen­ça não incluída na relação prevista no item I do § l'resultou de condições especiais em que o trabalho éexecutádo e com ele se relaciona diretamente, o Minis­tério da Previdência e Assistência Social deverá conside­rá-Ia como acidente do trabalho.

§ 4' Não poderão ser consideradas, para os fins dodisposto no § 3', a doença degenerativa, a inerentea grupo etário e a que não acarreta incapacidade parao trabalho.

§ 5' Considera-se como dia do acidente, no casode doença profissional pu do trabalho, a data da comuni­cação desta à empresa ou, na sua falta, a da entradano pedido de benefício no INPS, a partir de quandoserão devidas as prestações cabíveis.

Art. 3' Não será considerada agravação ou,compli­cação de acidente do trabalho lesão que, resultante deoutro acidente, se associe ou se superponha às conse­qüências do anterior.

Art. 4' Em caso de acidente do trabalho, os segu­rados de que trata o art. l' e seus dependentes terãodireito, independentemente de período de carência, àsprestações previdenciárias cabíveis, observado o dispos­to nesta lei.

Art. 5' Os benefícios por acidente do trabalho se­rão calculados, concedidos, mantidos e reajustados naforma do regime de previdência social do INPS, salvono tocante aos valores dos benefícios de que trata esteartigo, que serão os seguintes:

I - auxílio-doença - valor mensal igual a 92% (no­venta e dois por cento) do salário-de-contribuição doempregado, vigente no dia do acidente, não podendoser inferior a 92% (noventa e dois por cento) de seusalário-de-benefício;

11 - aposentadoria por invalidez' - valor mensaligual ao do salário-de-contribuição, vigente no dia doacidente, não podendo ser inferior ao de seu salário-de­benefício;

III - pensão - valor mensal igual ao estabelecidono item 11, qualquer que seja o número inicial de depen­dentes.

§ l' Não serão considerados para a fixação do salá­rio-de-contribuição de que trata este artigo os aumentosque excedam os limites legais, inclusive os voluntaria­mente concedidos nos 12 (doze) meses imediatamenteanteriores ao início do beneficio, salvo se resultantede promoções reguladas por normas gerais de empresa,admitidas pela legislação do trabalho, de sentenças nor-

, mativas ou de reajustamentos salariais obtidos pela ca­tegoria respectiva.

§ 2' A pensão será devida a contar da data do óbito,e o beneficio por incapacidade a contar do 16' (décimosexto) dia do afastamento do trabalho, cabendo à em­presa pagar a remuneração integral do dia do acidentee dos 15 (quinze) dias seguintes.

§ 3' O valor da aposentadoria por invalidez do se­gurado que em conseqüência do acidente do trabalhonecessitar da assistência permanente de outra pessoa,segundo critérios previamente estabelecidos pelo Minis­tério da Previdência e Assistência Social, será majoradoem 25% (vinte e cinco por cento).

§ 4' No caso de empregado de remuneração variá­vel e de trabalhador avulso, o valor dos benefícios de

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

que trata este artigo, respeitado o percentual previstono seu item I, será calculado com base na média aritmé­tica:

I - dos 12 (doze) maiores salários-de-contribuiçãoapurados em periodo não superior a 18 (dezoito) mesesimediatamente anteriores ao acidente, se o seguradocontar, nele, mais de 12 (doze) contribuições;

II - dos salários-de-contribuição compreendidos nos12 (doze) meses imediatamente anteriores ao do aciden­te ou no período de que trata o item I, conforme formais vantajoso, se o segurado contar 12 (doze) ou me­nos contribuições nesse período.

§ 5' O direito ao auxílio-doença, à aposentadoriapor invalidez ou à pensão, nos termos deste artigo,exclui o direito aos mesmos benefícios nas condiçõesdo regime de presidência social do INPS, sem prejízo,porém, dos demais benefícios por este assegurados.

§ 6' Quando se tratar de trabalhador avulso, refe­rido no § l' do art. l' desta lei, o benefício por incapa­cidade ficará a cargo do Instituto Nacional de Previ­dência Social (INPS), a partir do dia seguinte ao doacidente.

§ 7' Nenhum dos benefícios por acidente do traba­lho de que trata este artigo poderá ser inferior ao saláriomínimo do local de trabalho do acidentado, ressalvadoo disposto no inciso I deste artigo.

Art. 6' O acidentado do trabalho que, após a con­solidação das lesões resultantes do acidente, perma­necer incapacitado para o exercício da atividade queexercia habitualmente, na época do acidente, mas nãopara o exercício de outra, fará jus, a partir da cessaçãodo auxílio-doença, a auxílio-acidente.

§ l' O auxílio-acidente, mensal, vitalício e indepen­dente de qualquer remuneração ou outro benefício nãorelacionado ao mesmo acidente, scrá concedido, man­tido e reajustado na forma do' regime de previdênciasocial do INPS e corresponderá a 40% (quarenta porcento) do valor de que trata o inciso II do art. 5' destalei, observado o disposto no § 4' do mesmo artigo.

§ 2' A metade do valor do auxílio-acidente seráincorporada ao valor da pensão quando a morte doseu titular não resultar de acidente do trabalho.

§ 3' O titular do auxílio-acidente terá direito aoabono anual.

Art. 7' Em caso de morte decorrente de acidentedo trabalho, será também devido aos dependentes doacidentado um pecúlio no valor de 30 (trinta) vezeso valor de referência, fixado nos termos da Lei n' 6.205,de 29 de abril de 1975, vigente na localidade de trabalhodo acidentado.

Art. 8' Em caso de aposentadoria por invalidez,decorrente de acidente de trabalho, será devido, tam­bém, ao acidentado, um pecúlio de 15 (quinze) vezeso valor de referência, fixado nos termos da Lei n' 6.205,de 29 de abril de 1975, vigente na localidade de trabalhodo acidentado.

Art. 9' O acidentado do trabalho que, após a con­solidação das lesões resultantes do acidente, apresentar,como seqüelas definitivas, perdas anatômicas ou redu­ção da capacidade funcional, constantes de relação pre­viamente elaborada pelo Ministério de Previdência eAssistência Social (MPAS), as quais, embora não impe­dindo o desempenho da mesma atividade, dmandem,permanentemente, maior esforço na realização do tra­balho, fará us, a partir da cessação do auxílio-doença,a um auxílio mensal que corresponderá a 20% (vintepor cento) do valor de que trata o inciso 11 do art.5' desta lei, observado o disposto no § 4' do mesmoartigo.

Parágrafo único. Esse benefício cessará com a apo­sentadoria do acidentado e seu valor não será incluídono cálculo de pensão.

Art. 10. A assistência médica, aí incluídas a cirúr­gica, a hospitalar, a farmacêutica e a odontológica, bemcomo o transporte do acidentado e a reabilitação profis­sional, quando indicada, serão devidos em caráter obri­gatório.

Art. 11. Quando a perda ou rednção da capacidadefuncional pude ser atenuada pelo uso de aparelhos deprótese ou órtese, estes serão fornecidos pelo INPS,independentemente das prestações cabíveis.

Quarta-feira 25 2003

PROJETO DE LEIN9 701, de 1988

(Do Sr. José Genoíno)

Acrescenta § 3' ao art. 2' da Consolidação dasLeis do Trabalbo, que dispõe sobre execução traba­lbista.

(Às Comissões de Constituição e Justiça, do Tra­balho e de Economia, Indústria e Comércio.)

O Congresso Nacional decreta:

Fica acrescido ao art. 2' da Consolidação das Leisdo Trabalho o § 3', assim disposto:

"§ 3' A execução trabalhista poderá ser pro­movida contra qualquer empresa integrante domesmo grupo econômico definido nos termos doparágrafo anterior, ainda que não tenha partici­pado do processo de conhecimento."

Justificação

O fato de uma empresa do grupo econômico nãoter sido parte do processo de conhecimento, e não cons­tar formalmente no título judicial, não a exime de res­ponder pela execução trabalhista. Essa a inteligênciado art. 2', § 2', da CLT.

De início. observa-se que não só no Direito do Traba­lho que pode seguir a responsabilidade de quem nãoconsta no título executivo.

O art. 4'. inciso V, da Lei n' 6.830/80 (Lei ExecutivoFiscal), e o art. 30, da Lei 6.024174 (Liquidação Extraju­dicial de Instituições Financeiras), prevêm a responsa­bilidade solidária dos responsáveis por tais obrigações,ainda que não tendo participado do processo cognitivo,ou que constem no título executivo.

Nesse sentido já se manisfetou o Supremo TribunalFederal.

Execução fiscal. Legitimamente passiva. As pessoasreferidas no inciso 111 do art. 135 do Código TributárioNacional são sujeitos passivos da obrigação tributária,na qualidade de responsáveis por substituição e, assimsendo, se lhes aplica o dispositivo do art. 568, V, doCódigo de Processo Civil, não obstante seus nomesconstarem no título extrajudicial. Assim, podem sercitados e ter seus bens penhorados independentementedo processo judicial prévio para a verificação da ocor­rência inequívoca das circunstâncias de fato aludidasno art. 135, caput, do CTN. Matéria essa que poderáser discutida, amplamente, em Embargos do Executado(art. 745, parte final do CPC). Relator, Ministro Mo­reira Alves - Diário da Justiça de 3-4-81, pág. 2.856.

Desse modo, a conclusão da análise sistemática dodireito positivo é de ser dispensável que o nome doresponsável pela obrigação figure no título, quando daimpossibilidade do adimplemento da obrigação peloresponsável do direito resulte de causa supervenientea propositura da ação.

Contrária à lógica e aos princípios que informam aexecução trabalhista pudesse a satisfação de um créditofalimentar ser retardada ou prejudicada por fato impu­tável ao empregador. Não devem os responsáveis pelaobrigação laboral se beneficiar da má administraçãodo negócio, especialmente quando presente o grupoeconômico e o princípio da "Disregar da Doctrine"e do § 2' do art. 2'da CLT.

Pela interpretação do § 2' do art. 2' da CLT, dadapelo Enunciado, ou Súmula n' 205, do Tribunal Supe­rior do Trabalho, o hipossuficiente só estaria a salvode eventual falência que impedisse a juris-satisfaçãode seu crédito, caso chamasse à lide todas as empresasdo grupo para o processo de conhecimento: Tal conclu­são é, evidentemente, antijurídica, posto que propugnapelo litisconsórcio multidinário, violando o princípioda igualdade das partes e criando o caos processuale a lide eterna.

Cabe, pois, a edição do § 3' para o art. 2' da Conso­lidação das Leis do Trabalho, a fim de tornar superadoo Enunciado. ou Súmula n' 205 e determinar de formadefinitiva a possibilidade da execução recair sobre em­presa integrante de grupo econômico, ainda que nãotenha participado do processo de conhecimento. -JoséGenoíno.

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2004 Quarta-feira 25

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÓES PERMANENTES

DECRETO-LEI N' 5.452,DE l' DE MAIO DE 1943

Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho

TÍTULO IIntrodução

Art. 2' Considera-se empregador a empresa, indi­viduai ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividadeeconômica, admite, assalaria e dirige a prestação pes­soal de serviços.

§ I' Equiparam-se ao empregador, para os efeitosexclusivos da relação de emprego, os profissionais libe­rais, as instituições de beneficência, as associaçoes re­creativas ou outras instituições sem fins lucrativos, queadmitirem trabalhadores como empregados.

§ 2' Sempre que uma ou mais empresas, tendo, em­bora, cada uma delas, personalidade jurídica própria,estiverem sob a direção, controle ou administração deoutra, constituindo grupo industrial, comercial ou dequalquer outra atividade econômica, serão, para os efei­tos da relação de emprego, solidariamente responsáveisà empresa principal e cada uma das subordinadas.

LEIN'6.830DE 22 DE SETEMBRO DE 1980

Dispõe sobre a cobrança judicial da Divida Ativada Fa7.enda Pública e dá outras providências,

Art. 4' A execução fiscal, poderá scr promovidacontra:

I - o devedor;II - o fiador;III - o espólio;IV -amassa;V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas,

tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicasde direito privado; e

VI - os sucessores a qualquer título.§ l' Ressalvado, o disposto no artigo 31, o síndico,

O comissário, o liquidante, o inventariante e o adminis­trador, nos casos de falência, concordata, liquidação,inventário, insolvência ou concurso de credores, se, an­tes de garantidos os créditos da Fazenda Pública, aliena­rem ou derem em garantia quaisquer dos bens adminis­trados, respondem, solidariamente, pelo valor dessesbens.

§ 2' À Dívida Ativa da Fazenda Pública, de qual­quer natureza, aplicam-se as normas relativas à respon­sabilidade prevista na legislação tributária, civil e co­mercial.

§ 3' Os responsáveis, inclusive as pessoas indicadasno § l' deste artigo, poderão nomear bens livres e de­sembaraçados do devedor, tantos quantos bastem parapagar a dívida. Os bens dos responsáveis ficarão, po­rém, sujeitos à execução, se os do devedor forem insufi­ciente à satisfação da dfvida.

§ 4' Aplica-se à Dívida Ativa da Fazenda Públicade natureza não tributária o disposto nos artigos 186e 188 a 192 do Código Tributário Nacional.

LEIN' 6.024DE 13 DE MARÇO DE 1974

Dispõe sobre a intervenção e a liquidação extraju­dicial de instituições finauceiras, e dá outras provi­dências.

CAPÍTULO IH

Da Liquidação Extrajudicial

SEÇÃO I

Da Aplicação e dos Efeitos da Medida

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

SEÇÃO II

Do Processo de Liquidação Extrlijudicial

Art. 30. Salvo 'expressa disposição em contráriodesta Lei, das decisões do liquidante caberá recursosem efeito suspensivo, dentro em dez dias da respectivaciência, para o Banco Central do Brasil, em única ins­tância.

§ l' Findo o prazo, sem a interposição de recurso,a decisão assumirá caráter definitivo.

§ 2' O rec~rso será entregue, mediante protocolo,ao liquidante, que o informará e o encaminhará, dentrode cinco dias, ao Banco Central do Brasil.

CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL

LEIN'5.172DE 25 DE OUTUBRO DE 1966

Dispõe sobre o código tributário Nacional e Insti­tui normas gerais de direito tributário aplicáveisà União, Estados e Municípios.

LIVRO SEGUNDO

Normas Gerais de Direito Tributário

TÍTULO III

Obrigação Tributária

CAPÍTULO V

Responsabilidade Tributária

SEÇÃO IIIResponsabilidade de Terceiros

........................................................................Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos cré­

ditos correspondentes a obrigações tributárias resultan­tes de atos praticados com excesso de poderes ou infra­ção de lei, contrato social ou estatutos:

I - as pessoas referidas no artigo anterior;II - os mandatários, prepostos e empregados;11I - os diretores, gerentes ou representantes de

pessoas jurídicas de direito privado.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

LIVRO II

Do Processo de Execução

TÍTULO I

Da Execução em Geral

CAPÍTULO I

Das Partes

Art. 568. São sujeitos passivos na execução:I -o devedor, reconhecido como tal no título execu­

tivo;n - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do

devedor;III - o novo devedor, que assumiu, com O consenti­

mento do credor, a obrigação resultante do título execu­tivo;

IV - o fiador judicial;V - o responsável tributário, assim definido na legis­

lação própria:

Maio de 1988

TÍTULO III

Dos Embargos do Devedor

............. " ; , _ ~ ..

CAPÍTULon

Dos Embargos à Execução Fundadaem Sentença

Art. 741. Quando a execução se fundar em sen­tença, os embargos serão recebidos com efeito suspen­sivo se o devedor alegar:

I - falta ou nulidade de citação no processo de conhe-cimento, se a ação lhe correu à revelia;

11 - inexigibilidade do título;III - ilegitimidade das partes;IV - cumulação indevida de execuções;V - excesso da execução, ou nulidade desta até a

penhora; -VI - qualquer causa impeditiva, modificativa ou ex­

tintiva da obrigação, como pagamento, novação, com­pensação com execução aparelhada, transação ou pres­crição, desde que supervenientes à sentença;

VII - incompetência do juízo da execução bem comosuspeição ou impedimento do juiz.

CAPÍTULO IH

Dos Embargos à Execução Fundadaem Título Extrajudicial

Art. 745. Quando a execução se fundar em títuloextrajudicial, o devedor poderá alegar, em embargos,além das matérias previstas no art. 741, qualquer outraque lhe seria lícito deduzir como defesa no processode conhecimento.

A SRA. PRESIDENTE (Irma Passoni) - Está findaa leitura do expediente.

Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTETem a palavra o Sr. Nilson Gibson:

O SR. NILSON GIBSON (PMDB - PE. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sras e Srs. Depu­tados, a Assembléia Nacional Constituinte estabeleceunovo sistema de previdência social garantindo reajusta­mento dos benefícios de modo a preservar valores eassegurando aposentadoria com salário integral. Agrande novidade é o novo programa de aposentadoriapor tempo de serviço para a mulher. Antes, ela eraobrigada a completar 30 anos de serviço para aposen­tar-se com 95% de sua renda. Aos 25 anos receberá80% da renda; 83% aos 26; 86% aos 27; 89% aos 28:92% aos 29; e 95% aos 30 anos de serviço. Esta propor­cionalidade não está no texto, mas, salvo melhor juizo.o Congresso Nacional deverá aplicar, através de legisla­ção, as mesmas regras válidas para os homens.

Outra excepcional inovação é o cálculo da renda men­sal inicial do aposentado por tempo de serviço, queé feito corrigindo-se os primeiros 24 meses das últimas36 contribuições. Com a nova Carta política, serão atua­lizados, monetariamente, os últimos 36 meses, e ne­nhum segurado poderá receber menos que o saláriomínimo. Também os idosos com mais de 70 anos eos inválidos receberão uma renda vitalícia equivalenteao piso nacional de salários.

Entretanto, a mais avançada decisão da AssembléiaNacional Constituinte foi realmente a organização daseguridade social, com base na universalidade da cober­tura e uniformidade e equivalência dos beneficios eserviços para os segurados urbanos e rurais.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as decisõcstornadas pela Assembléia Nacional Constituinte devemmudar a vida não só dos segurados que vierem a aposen­tar-se após a vigência da nova Carta política, comotambém dos que já estão aposentados. De um modogeral, as medidas parecem ser favoráveis aos segurados,na conformidade do desejo dos constituintes, na suamaioria.

Vejamos as principais alterações: o 13' salário seráconcedido com base nos benefícios recebidos no ano;

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Maio de 1988

será reduzido em cinco anos o limite de idade exigidopara a aposentadoria rural por velhice; a mulher terádireito à aposentadoria proporcional aos 25 anos detrabalho e contribuição equivalente a 80% do saláriode benefício; será concedida uma ajuda aos dependen­tes dos segurados de baixa renda, por meio de umaelevação nO valor do salário-fanu1ia; será obrigatóriaa manutenção do poder aquisitivo do segurado comcorreção contínua dos benefícios; será aplicada correçãomensal a todas as contribuições que. servirem de basede cálculo de todos os benefícios. A correção integraldessas contribuições tende a elevar o valor real do bene­fício para níveis mais próximos do salário que o segmen­to vinha recebendo na ativa; o valor mínimo dos bene­fícios passará a corresponder ao Piso Nacional de Salá­rios integral, e não mais a 91,5%. Será também permi­tida a contagem recíproca de tempo de serviço paraas aposentadorias no regime urbano e rural; será criadoo rcgime de mútua dependência. No caso da mortede esposa responsável pela maior parcela na renda fami­liar, o marido passa a ter direito à pensão.

Concluo, SI. Presidente, Sras e Srs. Deputados, fa­zendo um registro do excelente trabalho dos consti­tuintes, no Título "Da Ordem Social", nos temas "DaSeguridade Social" e "Da Previdência Social". Real­mente, a seguridade social compreende um conjuntointegrado de ações destinadas a assegurar os direitosrelativos à saúde, à previdência e à assistência social,e ficou caracterizado o caráter democrático e descentra­lizado da gestão administrativa da seguridade social.

Muito bom trabalho, acredito, em que a nova Cartapolítica, ncsse título, atendeu às reivindicações da classetrabalhadora urbana e rural.

o SR. PAULO RAMOS (PMDB -RJ. Sem revisãodo orador.) - Sr' Presidente, Sr" e Srs. Deputados,trago a esta Casa, mais uma vez, o terna relativo àsegurança pública. Pretendo falar especificamente apropósito da situação caótica em que se encontra estaesfera de atuação da administração do Estado do Riode Janeiro.

Toda a população carioca e fluminense sabe que aprincipal bandeira da campanha cleitoral do Sr. MoreiraFranco foi a segurança pública. Dizia S. Ex' àquelapopulação. quando lhe fazia promessas, até hoje nãocumpridas, que em seis meses desencadearia um planopara pelo menos atenuar a intranqüilidade e o desassos-sego que infestam os lares do Rio de Janeiro. .

Entretanto, passado o' tempo, verificamos que tudonão passava de uma farsa. O SI. Moreira Franco nãodispõe de nenhuma política conseqüente para a áreada segurança pública. Ao contrário, dispõe, siín, deuma política inconseqüente. A cada final de semanaos cadáveres aparecem no Rio de Janeiro, sem quese determine a autoria dos crimes. O governante, aoinvés de debater o problema com a sociedade e cncon­trar soluções, procura acusar as administrações anterio­

-res, quando já está no Governo há mais um ano.Hoje o quadro é extremamente caótico, e o último

final de semana revela urna situação assustadora. Apósa morte do traficante de entorpecentes que controlavao tráfico na favela da Rocinha, outro chefe de quadrilhaassumiu o comando e realizou, publicamente, um atode deferência ao companheiro morto, com salva de ti­ros, como se fosse uma solenidade militar, como seo morto fosse alguém que tivesse prestado relevantesserviços à sociedade e merecesse, por isso, aquele tipode homenagem.

Hojc, o quadro é lamentável. e a responsabilidadeexclusiva e primeira é do Governo do Estado, ressal­vado o aspecto de que a violência e a criminalidadesão decorrentes também deste modelo econômico e so­cial injusto. O governante, ao invés de procurar, atravésde medidas eficazes, atenuar o problema, procura sim­plesmente, com discursos, transferir responsabilidades.Primeiro não tomou providências para o aparelhamentodas instituições policiais; segundo, não resolveu os pro­blemas que envolvem as categorias responsáveis pelasegurança pública. Ao contrário, a situação dessas cate­gorias foi extremamente agravada, os níveis salariaissão os piores dos últimos anos. Nunca os responsáveispela segurança pública - policiais e bombeiros - rece­beram salários tão aviltados. E, quanto à assistência,estão totalmente abandonados.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

:É preciso que toda esta Casa tome conhecimentode algo curioso. No caso específico da Polícia Militar,o diretor do hospital, ao invés de providenciar a refor­mulação daquele complexo que presta importante assis­tência, ao invés de reaparelhá-Io, está construindo celascom o objetivo de prender até doentes, desde que nãose conformem com suas medidas arbitrárias.

É duto reconhecer que, hoje, o governante do Estadodo Rio de Janeiro anulou o princípiO da autoridade,porque se acumpliciou com o crime organizado via tole­rância ao jogo. Procura ele transferir a responsabilidadepela insegurança a administraçõcs anteriores, mas, semdúvida alguma, o Sr. Moreira Franco é cúmplice docrime organizado, e é preciso que toda a sociedadedo Estado do Rio de Janeiro tome conhecimento dagravidade da situação e procure pressionar o Gover­nador, para que ele reformule sua política.

O governante é.çúmplice do crime organizado, e istotem sido o fator determinante da insegurança no Riode Janeiro.

O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT - SP. Sem revisão doorador.) - Sr' Presidente, Sr" e Srs. Deputados, asso­mo à tribuna para fazer uma homenagem e uma denún­cia. Quero homenagear a memória do nosso compa­nheiro de partido Éder Simão Sader, falecido no últimodia 21, em São Paulo, vítima dessa tragédia que é refle­xo, em grande parte, da incompetência, da irresponsa­bilidade e até - diria - da ação criminosa das autori­dades públicas da área de saúde. Éder Simão Sadercontraiu AIDS numa transfusão sangüínea realizada em1985.

Éder Simão Sader nasceu em São Paulo, em 1941.Formou-se em Ciências Sociais pela Faculdade de

Filosofia, Letras e Ciencias Humanas da Universidadede São Paulo. então situada à rua Maria Antonia.

Desde a es~ola secundária desenvolveu intensa ativi­dade política, primeiro, na Liga Socialista e, posterior-omente, na Organização Revolucionária Marxista Polí­tica Operária, a POLOP, da qual foi um dos fundadores.Destacou-se desde muito jovem, como intelectual volta­do para o estudo da realidade sócio-política do Brasil,sendo incorporado ainda nos auos sessenta ao corpodocente do Departamento de Ciências Sociais da Facul­dade de Filosofia da USP. Teve intensa participaçãonos movimentos sociais que eclodiram em 1968. Poste­riormente, em 1970, exilou-se no Chile, onde foi profes­sor e pesquisador da Universidade Católica e da Univer­sidade de Concepción.

Com o golpe militar de 1973, no Chile, partiu parao seu segundo exílio, desta vez na França. Foi por cincoanos professor da Universidade de Paris VIU (Vince­nnes).

Voltou ao Brasil em 1979 e pouco depois foi reincor­porado à USP, onde exercia funções de Professor noDepartameuto de Sociologia. Autor de urna importantetese de doutoramento sobre os movimentos sociais noBrasil nos anos sessenta e setenta, no prelo, a ser publi­cada pela Editora Paz e Terra, Éder Sader deixou plas­mada em vários livros e artigos uma fértil reflexão sobreo movimento, a política brasileira e latino-americana.o marxismo e as questões relacionadas com as expe­riências do socialismo no século XX.

Socialista, Éder Sader fustigou duramente o conser­vadorismo e o dogmatismo de muitos setores da esquer­da em conferêucias e debates, em textos publicadosem vários jornais e revistas, especialmente em "Des­vios", da qual foi principafanimador.

Foi fundador do Partido dos Trabalhadores e integroudurante vários anos a direção estadual do PT em SãoPaulo, inclusive sua Comissão Executiva. Atualmenteera um dos responsáveis pela revista do PT, :'Teoriae Política" . Sader presidia atualmente a Associação dosSociólogos do Estado de São Paulo, ASESP.

Hemofílico; Éder Sader foi vitimado pela AIDS, con­traída numa transfusão sangüínea, testemunha evidenteda irresponsabilidade e impunidade com que as institui­ções do Estado lidam com a saúde no Brasil.

Éder Sader foi uma referência marcante para maisde uma geração. Uniu seu intelecto agudo a urna gene­rosidade pessoal ilimitada, que nele se combinavam comgrande simplicidade e modéstia. Por tudo isso, exerceuatração e influência sobre todos os que com ele priva­ram.

Quarta-feira 25 2005

Era casado com Maria Regina de Toledo Sader, pro­fessora do Departamento de Geografia da USP, comquem teve dois filhos, André e Mário. Éder Sader erasobrinho de Azis Simão, professor emérito da USP eautor do clássico "Sindicato e Estado", que muito in­fluenciou a sua formação. Éder Sader deixa tambémo irmão Emir Sader, cientista político da USP, e Eliana,psicóloga.

Seu corpo foi velado no Departamento de Sociologia,no prédio de Ciências Sociais da USP, de onde o corpofoi transladado para o Cemitério de Congonhas.

Sr' Presidente, a morte desse companheiro, comode outros, deve servir como alerta inclusive em faceda votação, em segundo turno, do dispositivo constitu­cional que regulamenta a comercialização do sangue,pois já se está fazendo um lobby, o mais imoral, omais imundo deste País, que parte exatamente dos pira­tas, daqueles verdadeiros morcegos da saúde do povobrasileiro, daqueles que são os verdadeiros lúmpensd~. burguesia brasileira, que querem lucrar com vendade sangue, colocando em risco a vida de pessoas, comgrandes idéias, de grandes intelectuais, de grandes lide­ranças, como o nosso companheiro Éder Sadet.

Muito obrigado.

O SR. IVO MANARDI (I>MDB - RS. Sem revisãodo orador.) - SI' Presidente Irma Passoni, Srs Deputa­dos, a Constituinte aprovou, dias atrás, a prescriçãotrabalhista.

Preocupa-me, Sr' Presidente e caros colegas, a reda­ção do inciso XXVI, do art. 8' que trata do prazo prescri­cional, estabelecendo:

"XXVI - Prazo prescricional de cinco anos,contados da lesão de direito originário de relaçãode emprego, salvo na hipótese de extinção do con­trato de trabalho, quando este prazo se esgotarádois anos após o término da relação de emprego;"

Continua, ainda, o inciso:

"Prescrição qüinqüenal dos créditos resultantesdas relações de trabalho; em se tratando de traba­lhador rural, a prescrição somente ocorrerá ap6so decurso de dois anos da cessação do contratode trabalho."

Sr' Presidente, tenho para mim que um dos motivos_do êxodo rural no Brasil é exatamente esse prazo pres­cricional. Em nossa região, no Rio Grande do Sul, te­mos muitos casos em que o trabalhador rural perma­neceu trabalhando durante dez, vinte ou trinta anose somente depois desse prazo é que, por um motivoqualqucr, cessou o contrato de trabalho e ele acabouingressando com ação trabalhista. Claro que, estribadona lei, ele poderia reclamar durante todo o períodoem que trabalhou. Acoutece geralmente aquilo que Po­demos prever: o trabalhador rural toma conta da pro­priedade, e o agricultor, que era o dono, a entregaao seu trabalhador. Acho que isso é um motivo degrande iustabilidade. É o grande motivo do êxodo rural.Queira Deus que agora, no segundo turno, a Assem­bléia Nacional Constituinte reexamine esse prazo pres­cricional. Não vejo por que haver dois prazos prescri­cionais, um para o trabalhador urbano e outro parao trabalhador rural.

Fazendo uma análise desses dois prazos prescricio-­nais, o Dr. Teixeira Neto, advogado, jornalista e eX-as­sistente jurídico da União, afirmou que há uma forteobscuridade nesse texto, que carece de aprimoramentono sentido de atingir O, seu verdadeiro objetivo queé melhorar a situação dos assalariados. Com tanta obs­curidade, ela traz inclusive dificuldades.

Sr' Presidente, requeiro a transcrição nosAnais desta'Casa dessa análise feita pelo DI. Teixeira Neto, como'disse, advogado, jornalista e ex-assistente jurídico daUnião, para que os constituintes discutam examinaremas suas judiciosas palavras sobre os dois prazos prescri­cionais: o do trabalhador )Irbano e o do trabalhadorrural.

Era estc o registro que gostaria de fazer nesta manhã,Sr' Presidente.

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2006 Quarta-feira 25

PUBLICAÇÃO A QUE SE REFERE O ORA­DOR:

"A PRESCRIÇÃO TRABALHISTANA CONSTITUINTE

Teixeira Neto"Art. 8' São direitos dos trabalhadores urbanos e

mrais, além de outros que visem li melhoria de suacondição social:

XXVI - Prazo prescricional de cinco anos, contadosda lesão de direito originário de relação de e.mprego,salvo na hipótese de extinção do contrato de trabalho,quando este prazo se esgotará dois anos após o términoda relação de emprego;

- prescrição qüinqüenal dos créditos resultantes dasrelações de trabalho; em se tratando de trabalhadormral, a prescrição somente ocorrerá após o decursode dois anos da cessação do contrato de trabalho;"

O primeiro dos dispositivos acima transcrito, incluídono projeto de Constituição federal, visa, como é óbvio,melhorar a situação dos assalariados em face da prescri­ção do direito de pleitear a reparação de atos infrin­gentes das leis do trabalho. Mas, não obstante esselouvável propósito, a matéria carece de aprimoramentono sentido de atingir seus verdadeiros objetivos.

Há forte obscuridade no texto, como pode ser eviden­ciada em singela exegese.

O dispositivo não deixa claro se o legislador consti­tuinte pretendeu criar dois prazos prescricionais - um,de cinco anos, aplicável antes da extinção do contratode trabalho, e outro, de dois anos, aplicável depois-ou se manteve o prazo bienal hoje existente, fazendo,entretanto, recuar a abrangência da reparação a atécinco anos antes, esteja ou não dissolvido o vínculolaboral.

Na primeira hipótese, ao invés de estabelecer umprazo prescricional único - como existe hoje - criariadois. Nesse caso, a redução do prazo de cinco paradois anos ao extinguir-se o .eontrato de trabalho impli­caria em discriminação prejudicial aos interesses da clas­se obreira.

Sabendo o empregado que, ao pedir dispensa ou serdispensado, seria iniciada uma contagem regressiva ru­mo à prescrição bienal, ingressaria sempre com reclama­~ão trabalhista durante a relação de emprego, precipi­tando sua demissão. Isto, notadamente, ao completarcinco anos de persistência da lesão de direito.

Na segunda líipõtese, não inovando quanto ao prazoprescricional de dois anos hoje em vigor, mas, apenas,fazendo retroagir a cinco anos a proteção legal referenteao direito lesado, o dispositivo seria um forte estímuloà dilação de soluções. Permitiria, com efeito, em tese,que determinado evento fosse objeto de ação judicialsete anos após sua ocorrência."

A redação do projetado inciso XXVI, l' parte, tempor outro lado, o sério inconveniente de enquadrar noprazo de cinco anos a prescrição do direito de reclamarcontra o não recolhimento de contribuição para o FGTSque atualmente é trintenária (Súmula n' 95, do TST).

Constituindo uma obrigação do empregador depo­sitar, em conta bancária vinculada, importância corres­pondente a 8% (oito por cento) da remuneração pagaao empregado no mês anterior, o descumprimento dodever pode ser objeto de uma ação pcssoal, cuja prescri­ção é de 30 anos (Código Civil, art. 177). A regra,no entanto, não colide com o texto do artigo 11 daCLT, pois nesse caso "prescreve em dois anos o direitode pleitear a reparação de qualquer ato infringente dedispositivo nela contido". E o FGTS, para cujo regimeo empregado tem de, expressamente, optar, não se in­clui nas disposições da CLT, mantidas, paralelamentc,peIa legislação inovadora.

O inciso do projeto de Constituição, entretanto, em­baralhou os dois regimes, sob o aspecto prescricional.Isto porque sendo o não-recolhimento da contribuiçãoao Fundo uma "lesão de direito originário de relaçãode emprego", como consta do dispositivo em exame,o prazo de cinco anos e não mais o de 30 anos passariacomandar a prescrição nessa hipótese. Na verdade, oempregado somente faz juz ao FGTS se tiver uma rela­ção de emprego. Por isso mesmo, a reclamação traba­lhista é a ação competente para exigir as contribuiçõesdo Fundo devidas que não tenham sido depositadasna respectiva conta.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Em face de tais considerações, o texto do projetoseria danoso aos interesses dos trabalhadores caso man­tida a redação atual, por resultar em injustificável retro­cesso. O inciso XXVI, l' parte, do art. 8" da CartaMagna em elaboração, demasiado abrangente, inclui­ria, dessa forma, na prescrição de cinco anos - seesta for a de que trata o dispositivo - reclamaçõesquanto ao não recolhimento ou recolhimento insufientedo FGTS. O prazo, assim, ficaria reduzido em 25 anos.

O mesmo inciso abriga ainda uma 2' parte, referenteli "prescrição qüinqüenal dos créditos resultantes dasrelações de trabalho". Ora, quaisquer importâncias de­vidas e não pagas aos trabalhadores constituem uma"lesão de direito originário de relação de emprego",já aludida na l' parte. O acréscimo é redundância capazde tumultuar ainda mais o entendimento das contro­vertidas disposições.

Inteiramente ocioso, outrossim, é o final da 2' parte,pertinente ao trabalhador rural. Segundo o texto, aprescrição, nesse caso. "somente oeorrerã após o de­curso de dois anos da cessação do contrato de trabalho".A matéria já está igualmente focalizada na I' parte: ..."salvo na hipótese de extinção do contrato de trabalho,quando este prazo se esgotará dois anos após o términoda rclação dc emprego". Não se deve esquecer queo eaput do artigo refere-se indistintamente aos "direitosdos trabalhadores urbanos e rurais", não havendo assimqualquer motivo para a enfática repetição no tocantea esses ultimos assalariados. Se a intenção foi protegeros chamados "boias-frias" deve-se levar em conta aextensão do conceito de "contrato de trabalho", quetanto pode ser expresso quanto tácito.

A confusa aprescntação da matéria, de dcficílimaaplicação em benefício dos trabalhadores, talvez expli­que a aprovação dos dispositivos pela expressiva maio­ria de 405 votos a favor e apenas 22 contra, com 14abstenções.

Sugerimos, em contrapartida, a seguinte redação:"Art. 8' São direitos dos trabalhadores urbanos e

rurais, além de outros que visem à melhoria de suacondição social:

XXVI -prazo prescricional de cinco anos. contadosda lesão de direito originário de relação de emprego;"

Tratando-se de emenda supressiva, é perfeitamenteviável na fase final da Constituinte. Mas, se for possíveldo ponto de vista regimental, propomos a introduçãode ressalva que resguarde a prescrição trintenária asse­gurada pelo Código Civil em vigor aos pleitos referentesao FGTS. Caso, porém, o acréscimo seja impraticável,os trabalhadores arcariam com o ônus da restrição emproveito de uma regra de pres~rição simples e exeqüi­vel."

O SR. CÉSAR MAIA (PDT - RJ. Sem revisão doorador.) - Sr' Presidentc, Se" c Srs. Deputados, oGoverno Federal mais uma vez demonstra o seu enormedesprezo pelo Poder'Legislativo.

Como seria possível imaginar, Sr' Presidente, em umpaís de regime presidencialista, como os Estados Uni­dos, ou em um de regime parlamentarista, como a Grã­Bretanha, que o parlamento tomasse conhecimento pe·la imprensa, de forma fracionada, resumida, do projetode lei orçamentária, suplementar que o governo pren­tende encaminhar à discussão e aprovação do PoderLegislativo? Como, nos Estados Unidos da Américado Norte, a poderosa comissão de orçamento reagiriaao tomar conhecimento pelo jornal, em uma ou duasnotas, de que o governo está mudando a própria siste­mática do processo orçamentário, e o Congresso Nacio­nal s6 vai tomar conhecimento dcste assunto no mo­mento em que receber a proposta de lei do governo?

Sr' Prcsidente, certamente, na Grã-Bretanha, cairiao gabinete; nos Estados Unidos, haveria uma gravccrise institucional; no Brasil, nada acontece. O Governofala muito em modernização, em colocar o Brasil anível de competitividade internacional, evitando sua au­tarquização. Mas a modernização mais importante éa institucional, base de todas as outras, inclusive a eco­nômica. O que vemos é um enorme atraso institucional.Agora, vem o Governo com idéias de alteração do pro­cesso orçamentário. O que podemos fazer é criticar,com base em noticiário de jornal, porque, infelizmente,a Comissão de Orçamento do Congresso Nacional nãofoi informada do que o Governo pretende fazer. Temosque nos cingir à publicação da imprensa. E o que publica

Maio de 1988

a imprensa é algo muito delicado. Imaginar um orça­mento que fixe despesas e que apenas estime as receitasna base de índices indexadores, com a despesa de pes­soal sendo indexada pela URP; o serviço da dívida ex­terna, pela taxa de câmbio, o serviço da dívida interna,pela OTN e outros custeios e despesas dc capital, peloIPC, sem garantias de que surgirão receitas para cobriressas despesas, é simplesmente dar ao Governo chequecm branco.

Afinal de contas. Sr' Presidente, esses são índicesmédios de uma inflação que é uma média ponderada.Alguns preços setoriais podem crescer muito acima eoutros muito abaixo da média. Indexar dcspesas rigoro­samente nada significa. As próprias f01has de paga­mento têm movimentações relacionadas com aposenta­darias, falecimentos, doenças e afastamentos diversos.Não há por que reajustar as despesas de pessoal pelaURP. Talvez tenham que sc ajustar a mais ou menos.E as receitas? Elas vão acompanhar esse processo? OGoverno, segundo notícias de jornal, prevê. para o finaldo período, um ajuste através da Lei de Excesso. Ora,Sr' Presidente, durante a realização das dcspcsas, oque teremos como contrapartida do aumento automá­tico de despesas por conta de uma inflação média quepode ser de 20, 30 ou 40% ao mês? Teremos uma autori­zação automática para emissão de dinheiro e, conse­qüentementc, o aumento do endividamento publico?Essa é a nossa perplexidade, Sr' Presidente.

Nós, Parlamentarcs, independcntemente de coresideológicas e políticas, estamos exigindo do GovernoFederal que convoquc imediatamcnte a Comissão deOrçamento do Congresso Nacional para debater e dis­cutir O que pretcnde com esscs reajustes orçamentários,inclusive com a mudança de método. Se não for assim,estaremos numa bricadeira e não num regime demo­crático.

O SR. PAULO PAIM (pT - RS. Sem revisão doorador.) - Sr' Presidente, Srs. Deputados, depois deuma moro' na atrás do decreto que congelou a URP,podemos anunciar que, em contatos mantidos ontemcom o Presidente do Congresso, Senador HumbertoLucena, com o Relator, Deputado Arnaldo Prieto, etambém com o Presidente da Constituinte, DeputadoUlysses Guimarães, o Deputado Arnaldo Prieto daráseu parecer hoje e o Senador Humberto Lucena man­dará publicá-lo à tarde, para que possamos votar a maté­ria amanhã pela manhã. O Presidente Ulysses Guima­rães aquiesceu em não c:onvocar sessão da Constituintepara amanhã, a fim de que o Congresso Nacional voteo decreto-lei que congelou a URP.

Faço um chamamento a todos os Deputados que nosestão ouvindo dos gabinctes e também aos prescntes,para que estejam no plenário amanhã de manhã, a fimde dar quorum para, de uma vez por todas, rejeitarmosesse decreto.

Sr' Presidente, Srs. Deputados, preocupa-nos muitoo conceito de valores usados nesta Casa. Preocupa-noso rompimento dos compromissos e da palavra empe­nhada e a não-confirmação dos acordos assinados. Nes­se sentido, nós, que viemos da área sindical, gostaría­mos de lembrar quc até os empregadores - pelo menosa maioria - cumprem os acordos com os sindicatos.Quem não os cumpre é o Governo. S6 para dar umexemplo, participei, nesta Casa, dc inúmeros acordose negociaç6es, na busca do entendimento, mas infeliz­mentc estamos vendo hoje os líderes do "Centrão" dize­rem que não vão respeitá-los. Ora, Sr' Presidente, en­tendemos que isso é falta de seriedade.

Tive a preocupação de olhar no dicionário do Aurélioo que é acordo. Acordo significa combinação, ajuste,pacto. Diz ainda: "Acordo de cavalheiros: entendimen­to em quc as partes, cordialmentc, dispensam formali­dades legais, garantindo-se pela palavra empenhada."

Gostaria de chamar à razão os líderes do "Centrão"•para que mantenham a palavra empenhada e os acordosassinados, a fim de que não sejam retirados no segundoturno os. pequenos avanços assegurados aos trabalha­dores.

Sabemos que a CNI - Confederação Nacional daIndústria, está fazendo um lobby muito grande paraderrubar esses avanços. Sabemos também que as multi­nacionais e os banqueiros fazem a mesma coisa. Pareceque a UDR não está preocupada com o segundo turno,porque já conscguiu tudo o que queria. Os trabalha-

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Maio de 1988

dores rurais não terão os mesmos direitos que os traba­lhadores urbanos e, de acordo com a Assembléia Nacio­nal Constituinte, não haverá reforma agrária hoje, nemnunca.

Fiquci preocupado quando ouvi há pouco tcmpo umcompanheiro do PMDB do meu Estado, o Rio Grandedo Sul, dizer que há um movimento para que os direitosdos trabalhadores sejam retirados, porque não prescre­vem.

Ora, SI' Presidente, os trabalhadores rurais foramos grandes prejudicados e discriminados na AssembléiaNacional Constituinte. Eles não tiveram grande partedos direitos assegurados aos trabalhadores urbanos.Além disso, vejo que está surgindo um movimento pararetirar a prescrição, um direito que eles já haviam asse­gurado. Isso me preocupou muito. Por que, Sr' Presi­dente? Porque a própria argumentação do companheirodo PMDB não me convenceu. Se um proprietário deterras, durante dez ou vinte anos, teve um empregadoe não o pagou devidamente, é mais do que justo queo empregado entre na Justiça, na busca dos seus direi­tos. Quem não quiser incomodar-se com a Justiça quepague devidamente seus trabalhadores,

Gostaria de fazer uma pequena manifestação, porquetambém se monta um lobby nesta Casa no sentido dederrubar os pequenos avanços conquistados no campoda previdência, como a aposentadoria proporcional,que já temos há décadas, e também as aposentadoriasespeciais e o salário para idosos, que nada mais é doque obrigação do Estado.

Concluindo, SI' Presidente, quero dizer que, se dcfato isso se configurar, se, no segundo turno, tiraremdos trabalhadores eSSeS pequenos avanços, entendo quecrescerá junto à sociedade brasileira uma proposta quecaminhará no sentiêlo de fazer-se um plebiscito juntoà população para ver' se vamos ou não assinar a novaConstituição. Pelo menos da parte dos partidos progres­sistas haverá esse encaminhamento se, de fato, no se­gundo turno, retirarem os pequenos avanços que estãoassegurados até o momento.

Era o que tinha a dizer.

o SR. ANTÔNIO DE JESUS (PMDB - GO. Semrevisão do orador.) -Sr' Presidente, Sr~ e Srs. Deputa­dos, neste momento, ao assomar a esta tribuna, queroregistrar o meu agradecimento à rede de televisão doParaná por ter-me ensejado a oportunidade de falarontem no programa "Bom Dia, Paraná", juntamentecom o nobre Deputado Matheus Iensen, em defesa dafamília. Graças a Deus, os meios de comunicação domeU e' de outros Estados têm voltado suas atençõespara esse aspecto. É necessário que haja vozes dentrodeste plenário em defesa de um assunto de tamanhaimportância no contexto social.

Neste momento, sei que muitos Constituintes - tal­vez até por comprometimentos que fogem à nossa ob­servação - são contrários a que se discipline o vínculoconjugal. Vale ressaltar que, associando-se a ele, háo vínculo de parentesco e afinidade. Quando se peosana separação de um casal, muitos parentes entram tam­bém em conflito.

Lembro-me de que, quando se institui!! o divórciono Brasil, houve um caos em muitas famílias, com pes­soas gemendo, conflitadas.

Acho que a ciência política exige engenho e arte.Portanto, devemos ter habilidade para resolver um pro­blema sem, contudo, criar outro ainda maior.

Será que a instituição do divócio no Brasil resolveuou piorou o problema da família? Será que aumentouou diminuiu a marginalidade infantil? Será que contri­buiu significativamente para que tenhamos uma juven­tude mais equilibrada e estruturada? Será que 'Dão au­mentou ainda mais a prostituição dentro do País? Seráque não aumentou, com isso, o número de suicídios?Vamos voltar a atenção para esses problel)las e meditarsobre cles. E por que não dizer isso aqui? Acreditoque dentro desta Casa existem muitos homens de bem,e a sociedade cristã precisa conhecê-los numa horacomoesta. Vamos, então, saber quem está aqui comprome­tido com o dever primordial de zelar pela família, queé a primeira instituição organizada no mundo, a maisantiga. Cientificamente, chega-se a admitir o exagerode trezentos mil anos, portanto tendo sua origem naPré-História.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Chegou o momento de conhecer os homens e mulhe­res de bem que trabalham em defesa da mesma. Precisa­mos conhecê-los, e O Brasil também. Muita gente estápedindo a Deus que nesta Assembléia Nacional Consti­tuinte hajam vozes com coragem para defender a famí­lia. São os que nos elegeram com o pensamento deque seríamos pessoas de valor e que aqui estaríamosem defesa da família brasileira. Muita gente está aguar­dando a nossa definição.

Este é um assunto muito mais sério do que algumasreformas apregoadas, defendidas ou discutidas aqui.Para mim, a família é muito mais significativa, Gostariaque V. Ex~ se unissem a nós para dizer um basta àilimitação da dissolução do vínculo conjugal. Vamos,na hora, ter a coragem de dizer não. Não é questãode dizer que estamos com os evangélicos, mas sim comtoda a família brasileira. Todos somos membros de umafamília. Todos temos família. Muitos depós temos filhose até netos. Vamos pensar nisso com muita precisão.

É tempo de darmos um atestado de idoneidade moralpara a família brasileira. Vamos mostrar quem somospara todo o Brasil conhecer e se orgulhar de dizer quetemos Constituintes que ainda defendem a família eque são a favor de que a família, mesmo sendo desvin­culada ou divorciada, tenha os seus limites pré-esta­belecidos.

Conto com a atenção de todos os nobres pares, Sr.Presidente, e acredito que daremos um atestado de ido­neidade moral para a preservação da família brasileira.

Durante o discurso do Sr. Antônio de Jesus, aS,.. Irma Passoni, Suplente de Secretário, deixa acadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Herá­clito Fortes, 3'-Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem apalavra o Sr. Ruy Nedel. (Pausa.)

-----, -O SR. RUY NEDEL (PMDB - RS. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados,quero enaltecer aqui a ação administrativa limpa, clara,dedicada, honesta e correta do Ministro Renato Archerà testa do Ministério da Previdência. Ocupou S. Ex'esse posto como um encargo, pois não era de sua von·tade fazê-lo. A dedicação a esse setor da administraçãopública deixou bem claro que a responsabilidade maiordo Ministério da Previdência é para com a previdênciapropriamente dita, especificamente, o setor de bene­fícios.

Já agora os aposentados notaram a diferença. Dizia­me ainda, nesse fim de semana, um senhor idoso, de74 anos de idade, polonês de nascimento, que está hámais de cinqüenta anos no Brasil, Jorge Laurink, que,há pouco, em fevereiro, ganhava onze mil cruzadosmensais; passou a receber, agora, vinte e três mil eruza­dos mensais. Regozijava-se ele por ter ganho em tomode trinta e dois mil cruzados mensais de atrasados. Issomostra a ação administrativa, silenciosa, competentee responsável do Ministro Renato Archer.

É necessãrio que o Poder Público veja no seu aposen­tado, que contribuiu tantos anos para a Nação brasi­leira, uma pessoa digna, e não apenas digna de receberesmola. E S. Ex' contribuiu, e em muito, para quenós, da Assembléia Nacional Constituinte, revertêsse­mos a situação de esmoler do aposentado para outra,digna de pessoa humana com direito à aposentadoriano Brasil.

Dizia-me esse Sr. Jorge Laurink: "Não interessa aquestão de quatro ou cinco anos de mandato para Presi­dente da República; interessa que nós, na sociedade,velhos ou novos, tenhamos dignidade e espaço." É deimpressionar que palavras de tal profundidade sejamproferidas por um senhor humilde, sem estudo, semensino, mas a quem a escola da vida ensinou o bomsenso. Registro esse fato para que figure nos Anaisda Assembléia Nacional Constituinte. Podemos parabe­nizar-nos, como Constituintes, pela responsabilidadee competência com que abraçamos o nosso trabalho,a'o chegarmos a um acordo efetivo, onde a sociedade- a Nação, o povo - foi a maior beneficiada, e nós,membros da Assembléia Nacional Constituinte, saímosdignificados, porque dignificamos a sociedade.

Sr. Presidente, há um tripé em que nenhum benefíciodeve ser concedido abaixo do salário mínimo. É irredu­tível o benefício, de maneira tal que não se possa maisdiminuí-lo progressivamente, ano após ano. E ainda

Quarta-feira 25 2007

se leva em consideração a coneessãó dos 36 meses. corri­gidos mês a mês, inclusive os últimos 12 meses. Esseé um tripé magnífico. Falta, portanto, somente quenós, na votação do Título "Das Disposições Transitó­rias", nos lembremos daqueles quc estáo aposentadoshá vários anos, para que possam recuperar o padrãode vida de que gozavam no momento da sua aposen­tadoria.

Existe emenda do nosso companheiro Jorge Uequedeproposição que precisa ser aprovada, para que dignifi­quemos os que se aposentarão e voltemos a dignificaros que já se aposentaram.

O SR. OLÍVIO DUTRA (PT - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, S~ e Srs. Deputados,já lemos desta tribuna, em outras ocasiões, o manifestoda Uniáo Brasileira de Vereadores cm defesa das elei­ções municipais este ano. Temos certeza de que elasdeverão ser confirmadas no Senado, porque a Câmarajá votou contra a prorrogação de mandatos e por elei­ções diretas para Presidente da República em 1988.

Lemos, também, ontem, o manifesto gaúcho daConstituinte, com 161 assinaturas rcpresentantes de en­tidades das mais diversas tendências e profissões, comodo movimento comunitário, com a OAB, da Associaçãodos Economistas, médieos, engenheiros, sindicatos docampo e da cidade. Também já lemos desta Tribunao manifesto assinado por 52 dos 55 Deputados Estaduaisda Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, favo­rável às eleições presidenciais em 1988. No País inteiro,a todo instante, a população, através das suas entidadesrepresentativas, tem-se pronunciado a favor das elei­ções diretas em 1988. Não vi nenhum manifesto oriundode qualquer segmento da opinião pública favorável acinco anos ou mais tempo de mandato para O atua!Presidente da República. Então, seria estranho que aConstituinte, que deve representar o povo, pelo qualfoi eleita, não votasse nesse sentido. Ou a Constituinteé representativa do povo, ou do Presidente Sarney,que não tem o voto popular a legitimar seu mandato.

O mandato do atual Presidente da República poderáser definido ainda esta semana. O Itamaraty e O Paláciodo Planalto estão preocupados porque o Presidente de­verá estar em Nova Iorque, no dia 5 do próximo mês,para fazer um pronunciamento diante da Assembléiada ONU. Essa preocupação não se justifica, porque,afinal de contas, o mandato do Presidente não é definidopor S. Ex'; é atribuição do Congresso Constituinte, eé desejo da Nação que ele seja de quatro anos.

O Presidente da Repúbliea poderia comparecer à As­sembléia da ONU com mais confiança e autoridade,com porte de estadista, se prestasse aqui declaraçõesfavoráveis às eleições presidenciais em 1988, porquecom isso estaria sintonizado com a Nação e teria, assim,mais força, mais autoridade e legitimidade para falarem nome do povo brasileiro.

Isto deveria preocupar o ltamaraty e o Palácio doPlanalto: fazer com que o Presidente da República Fe­derativa do Brasil estivesse na Assembléia da ONUintcrpretando a vontade da maioria do povo brasileiro,e não apenas de um círculo palaciano ou de algunsgrupos minoritários privilegiados, que querem a exten­são do mandato do Presidéitte da República além dosquatro anos, o que não é desejo da Nação.

São essas as considerações que queremos fazer, naantevéspera da definição, pelo Congresso Constituinte,do tempo de mandato do atual Presidente da República,que deve ser de quatro anos - nenhum dia a mais- conforme o desejo e a vontade da maioria do povobrasileiro.

O SR. AMAURY MÜLLER (PDT - RS. Sem revisãodo orador.) - SI. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,leio nos jornais que o Sr. José Sarney, do alto da suailegitimidade, estaria disposto a vetar três dispositivosda nova lei, em tramitação no Senado Federal, queregulamenta as eleições municipais deste ano.

Uso a expressão no condicional porque não ouvi deS. Ex' nenhuma afirmação concreta nesse sentido. Masonde há fumaça, há fogo. E o fogo da imoralidade,da falta de respeito, da falta de consideração com opróprio Congresso Nacional, com as próprias Lideran­ças políticas que Ibe dão sustentação, tanto da CãmaraFederal como no Senado da República, está devorandoa própria consciência do Sr. José Sarney.

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2008 Quarta-feira 25

Vejam V. Ex~ que o Projeto n' 201-C, em sua redaçãofinal, no âmbito da Câmara dos Deputados, pretendeuliberalizar o processo eleitoral deste ano, na presunçãode que a construção de uma democracia tem de passarnecessariamente pelos partidos políticos, e o art 7' con­templa exatamente essa questão. Ele diz textualmente:

"Além dos partidos políticos referidos no artigoanterior" - isto é, aqueles com registros definitivoou provisório - "também poderão participar daseleições de 15 dc novembro de 1988 os que tiverem,entre seus fundadores, membros integrantes doCongresso Nacional, representantes de pelo me­nos, cinco Estados da Federação."

O que o Sr. José Sarney quer é evitar a fragmentaçãoinevitável do PMDB. A fratura está cxposta. O partidoestá em desintegração, e não será vetando esse disposi­tivo, quc democratiza o processo eleitoral, que o Sr.José Sarney ou seus áulicos evitarão que o PMDB vá,infelizmente, para a vala das coisas inúteis.

Outro dispositivo que o Sr. José Sarney se propõea vetar diz respeito à realização de eleições em doisturnos, na hipótese de nenhum dos candidatos atingir51 % dos votos dos municípios com mais de 1 milhãode habitantes. Dir-se-á que é inconstitucional esse dis­positivo. Mas, pelo que sei, se a atual Constituiçãonão proíbe, certamente permite. E o novo texto já con­templa essa questão, autorizando os municípios, commais de 200 mil eleitores a realizarem eleições em doisturnos, no caso de nenhum dos canditados atingir amaioria absoluta.

Finalmente, Sr. Presidente, há outro dispositivo queo Sr. José Sarney também se propõe a vetar. Este sim,tem cunho eminentemente humanitário e profundo con­teúdo social. Diz o § l' do art. 26:

"Aplica-se a nulidade prevista no caput desteartigo aos atos que, no período compreendido entreos nove meses anteriores à data da eleição e otérmino do mandato do prefeito, importarem emdispensar, demitir, transferir, suprimir, vantagensde qualquer espécie ou exonerar ex-oficio servido­res, sej aro quais forem suas categorias ou espé­cies. "

o legislador, ao eleborar esse texto, Sr. Presidente,pretendeu, entre outras coisas, evitar que os que gover­nam, às vezes de costas para o povo e à revelia doprocesso histórico, cometam violências e injustiças con­tra os servidores públicos, apenas e exclusivamente pormotivações político-eleitorais. É o caso, entre outrascoisas, das centenas de servidores públicos e de empre­sas estatais que, pelo exercício de um direito legítimode fazer uma greve até simbólica, para protestar contraas violências de que são vítimas, foram sumária e violen­tamente despedidos. Esse dispositivo cancelaria a vio­lêocia praticada pelo Sr. José Sarney e seus alegresMinistros contra essa plêiade de servidores que nadafez senão pleitear legitimamente os seus direitos.

Espero, Sr. Presidente, quc o Sr. José Sarney tenhaum pouco de vergonha na cara e dispense o Congressode criticá-lo mais duramente, na medida em que desres­peita m:l0 s6 a vontade da maioria, mas as suas própriaslideranças.

E a próposito, para concluir, o PDT, preocupadoexatamente com a situação aflitiva desses servidores,que foram dispensados sumária e arbitrariamente, alémdaqueles que tiveram os seus ganhos suprimidos ilegal­mente pelo Governo, com o congelamento da URP,está aprescntando projeto que vai ser submetido à apre­ciação das Lideranças, por ocasião da elaboração daPauta da próxima reunião, que restabelece esses direi­tos. Se o Sr. José Sarncy vetar o dispositivo contidono Projeto n' 201-C, e se não houver número paraderrubar esse veto, tenho certeza de que a Casa, acimados partidos, mas fiel à sua tradição histórica de respei­tar os direitos humanos, irá aprovar o projeto do Depu­tado César Maia, que propõe a reintegração, no mesmocargo e com todos os direitos, dos servidores quc foramarbitrariamente punidos por um governo que está acada dia se afundando nas suas contradições e violen­tando de forma inaceitável os mais elementares direitoshumanos.

o SR. EDIVALDO HOLANDA (PL - MA. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, nobres Sr"

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

e Srs. Deputados, é urgente que se democratize os meiosde comunicação de massa do País. Esse alerta vem daFederação Nacional dos Jornalistas, que insere propostapara debate no plenário da Assembléia Nacional Consti­tuinte, com a qual em parte me solidarizo e por isto,presto apoio incondicional. A Fenaj dá como uma dasmedidas necessárias para a democratização dos meiosde comunicação e obrigatoricdade da regionalizaçãoda produção cultural, artística, informativa e publici­tária. De forma alguma se justifica que num País tãodiversificado como o Brasil prevaleça a imposição depadrões culturais específicos de alguns Estados sobreas demais regiões. Ainda mais quando se sabe que essahomogenização é decorrência dircta da concentraçãoda propriedade no setor de rádio e TV - uma dasmais graves deformações existentes no Brasil. Apoiara regionalização da produção artística e cultural, portan­to, significa apostar na criatividade do brasileiro, napreservação das culturas regionais e na criação de diver­sificados mercados profisssionais.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, vivemos hoje um pro­cesso de franca e aberta ditadura nos meios de comuni­cação do País; duas ou três estações monopolizam omercado nacional e procuram impor seus padrões defor­madores das consciências e da cultura regional do nossoBrasil. Tenho certeza de que, nesta hora em que oPaís vive momentos de expectativa de profundas mu­danças estruturais e de plena democracia, um instantenovo e renovador haveremos de ter neste segmentotão importante c vital da sociedade brasileira.

O SR. FRANCISCO KÜSTER (PMDB - Se. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,venho à tribuna, nesta manhã, para falar a respeitoda angústia das microempresas, da situação de deses­pero vivida pelos microempresários. A maioria dessasorganizações microempresariais do nosso País vive mo­mentos de verdadeira agonia. Enfrenta, por um lado,uma violenta correção monetária, mais os juros, juro­dia, o que efetivamente só ocorre no Brasil, numa eco­nomia estraçalhada como a nossa, com uma inflaçãoque lhes dificulta mais a vida, quando da necessidadede repor estoques para prosseguir em suas atividades.Por outro lado, enfrentam um mercado fraco. A opçãoque o Governo Federal fez pelo mercado externo prati­camente destruiu o mercado interno. O consumidorpraticamente desapareceu porque perdeu seu poderaquisitivo. O Governo investe realmente contra os salá­rios dos trabalhadores em todos os níveis, a fim deresgatar o desastre causado por uma administração in­competente gerenciada pelo cidadão José Sarney.

Pois bem, feitas essa colocações, quero dizcr quese aproximam os momentos da votação das DisposiçõesTransitórias. Já encaminhamos uma emenda aditiva deautoria do ilustre colega Constituinte Senador Man­sueto de Lavor, que visa a cancelar a correção monetáriados empréstimos às micro, pequenas e médias empresase também aos pequenos produtores rurais. Cancelara correção monetária porque este é um instrumentocorrosivo que ameça de forma assombrosa destruir ajá combalida economia brasileira. Seria importante queos Deputados e Senadores, investidos da função maiorde procuradorcs da sociedade, de Constituintes, honras­sem o compromisso que assumiram com esses segmen­tos da nossa economia. Ousaria até desafiar os Parla­mentares para que deixassem de fazer pelo menos umpronunciamento assumindo compromissos com essasorganizações da nossa economia. Todos que aqui estãoassumiram compromissoscom esse segmento. Pois bem,é chegada a hora de resgatar essa hipoteca. A situaçãodas micro e pequenas empresas é insustentávcl.

Mais trágica é a situação dos empresários que contraí­ram empréstimos durante o Plano Cruzado. Os quenão perderam tudo o que tinham, renegociaram suasdívidas baseados nas Resoluções de n" 1.335 e 1.337/87,que, no princípio, seria uma alternativa de afrouxaro nó da corda que circundava o pescoço de cada umpara salvar a empresa de pequeno porte. Após seismeses tudo retornou a inflação galopante, a variaçãoplena, cresce assustadoramente o saldo devedor, invia­bilizando, inclusive, o pagamento das parcelas mensais.A única alternativa para corrigir essa injustiça encon­tra-se na Constituinte. Reitero que a solução, hoje,é a emenda do Senador Mansueto de Lavor, que sugerea aglutinação dessas organizações menores da nossa

Maio de 1988

.economia em uma Confederação, a Nacional das Microse Pequenas Empresas. Solicito a todos os Constituinteso apoio a essa emenda, que espero ver aprovada. Ahora em que os painéis revelarem os votos dos Srs.Constituintes, havéremos de ter o apoiamento maciçoa esse cancelamento da correção monetária. Para oseconomistas de plantão do Palácio do Planalto isso signi­ficaria a falência do Governo. Em absoluto. Seria asalvação da economia. Milhares e milhares de empregosserão poupados e haveremos de refazer a nossa eeono­mia. salvando as micro e pequenas empresas e os micro,pequenos e médios empresários.

Muito obrigado.

O SR. ELIEL RODRIGUES (PMDB - PA. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Exm' Sr. Presidente, Sr"e Srs. Deputados, há bem poucos dias, em uma desuas mais expressivas decisões, a Assembléia NacionalConstituinte garantiu a soberania nacional, nos recursosminerais, tornando fundamental o desenvolvimento datecnologia mineral, para O real aproveitamento dos refe­ridos recursos.

Como peça expressiva no citado contexto, atuandoao longo de dez anos de profícuo trabalho, se encontrao Centro Tecnológico Mineral - Cetem, legalmenteconstituindo um centro de pesquisa ligado ao Ministériodas Minas e Energia, através de convênio mantido entreo DNPM e a CPRM, voltado para criar, desenvolvere adaptar tecnologia para a indústria metalúrgica emnosso País.

Dotado de modernas instalações e equipamentos. ins­talados, na ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, estácapacitado a realizar os mais diferentcs testes e expe­riências no ramo de pesquisa mineral, e consta. inclu­sive, com plantas piloto para os setores de hidro e piro­metalurgia, adequadas às matérias-primas nacionais,que ocupam área de 6O.oo0m', com cerca de 16.000m'de área construída, além de utilizar uma equipe de 105funcionários especializados, todos trabalhando paraatender necessidades das empresas de mineração e àsmetas estratégicas do Governo.

Nesse curto período de dez anos, o Cetem já desen­volveu mais de trezentos projetos, sendo um terço dcs­tes financiados pelo DNPM e onze outros de interesseda CPRM - Companhia dc Pesquisa de Recursos Mi­nerais, além de mais de cem serviços prestados a diver­sas empresas minerais, inclusive à Petrobrás. E man­tendo atividades de intercâmbio internacional com vá­rios países do mundo, através de várias fontes opera­cionais.

Embora contando com todo esse acervo patrimonial,capacitação técnica e o apoio de entidades e parlamen­tares brasileiros, o Cetem, há muito afirmado comoórgão imprescindível à independência da tecnologia na­cional, não teve, até agora, a sua institucionalizaçãoefetivada, apesar das inúmeras manifestações havidas,inclusive do Exm' Sr. Ministro das Minas e Energia,em prol de torná-Ia a Fundação Cetem.

Sem essa identidade jurídica, O seu desenvolvimentoficou limitado pelo gerenciamento imposto pelo convê­nio, incompatível com as necessidades de um verdadeirocentro de pesquisas.

Assim, chégou ao nosso conhecimento que, com oobjetivo de superar essa indeterminação, o corpo defuncionários do rcferido Centro elaborou uma propostade institucionalização e dirigiu-a ao Ministério das Mi­nas e Energia, havendo o Exm' Sr. Ministro dessa pastaassinado, finalmente, em 6 de janeiro deste ano, a Por­taria n' 12/88, determinando o prazo de 60 dias paraa instalação da sociedade civil Cetem.

Contudo, em virtude da sanção, pelo Exm' Sr. Presi­dente da República, do Decreto-Lei n' 95.682. de 28de janeiro deste ano, a referida portaria teve que serretificada e submetida à apreciação de assessores doGoverno.

Em razão desse processamento burocrático, determi­nando considerável atraso na efetivação daquela medi­da, vir criando insegurança entrc seus técnicos, issojá causou a evasão de 40% de seu pessoal qualificadoe 60% no quadro geral, segundo os informes dadosa público.

Estando, portanto, enfrentando essas sérias dificul­dades e impedida de aceitar novos trabalhos e o desen­volvimento de outras pesquisas, faz-se urgente a adoção

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Maio de 1988

de medidas que levem ao imediato encaminhamentoda proposição e apreciação favorável dos órgãos compe­tentes, para concretização dessa meta.

Em conseqüência, apelo a V. Ex' no sentido de quea Mesa desta Casa formule apelos ao Exm' Sr. Presi­dente da República e aos Exm" Srs. Ministros da Fazen­da, do Planejamento e da Administração, quanto à efe­tivação dessa importante medida, que julgamos de inte­resse nacional, tomando o Cetem uma sociedade civilà altura de seus nobres e patrióticos anseios e um dossustentáculos do desenvolvimento tecnológico no País.

Muito obrigado.

O SR. ÁTILA LIRA (PFL - PI. Sem revísão doorador.) - Sr. Presidente, o texto da Constituição rela­tivo à educação foi aprovado e incorporou uma sériede princípios que o modernizaram, resultantes de umaluta muito grande do professorado e da sociedade brasi­leira como um todo. Está bem clara, naquele texto,a prioridade à escola pública. Em todos os artigos, aênfase foi no sentido de dar prioridade preferencialà escola pública e estadual. Outro ponto importanteé o da gestão democrática da escola pública. Esse princí­pio foi bem discutido e permitirá que a escola possareceber a colaboração da sociedade, através de eleiçõesdiretas, com participação dos docentes, dos alunos comidade acima de quinze anos e dos pais de alunos, quesão os principais interessados, nUm primeiro momento,no funcionamento eficiente das escolas.

Outro aspecto, ainda ligado ao magistério, é a defini­ção do plano de carreira. O magistério sempre lutoi!para que seus direitos ficassem definidos numa Cartaconstitucional. Daqui para a frente, os Governos esta­duais c municipais deverão definir polítieas salariais decarreira, assentadas num princípio constitucional, queestabelecerão as condições mínimas para que o profes­sor exerça sua contribuição à formação da sociedadebrasileira.

É de se ressaltar também o aumento da verba públicade 13% para 18%, que ficou consignado no orçamentoda União a partir da Emenda Calmon. O Congresso,abrindo a única exceção de vinculação de receita paraa educação, estabeleceu um total que acreditamos sero mínimo que permite que possamos ter uma políticaeducacional real e que haja condições básica da vincu­lação da receita para que os Governos estaduais, muni­cipais e a própria União possam acompanhar, na suadestinação orçamentária, um teto mínimo inicial. Discu­tiu-se também a questão da destinação da verba pública.Aqui muito se debateu sobre a exclusividade, mas oconsenso partidário nos levou a destinar essa verba paraas escolas que são de iniciativa da comunidade e asescolas confessionais, sem fins lucrativos.

Para concluir, Sr. Presidente, ficou estabelecido notexto a questão da bolsa de estudos, instrumento jáinstitucionalizado. que irá permitir a universalizaçãodo direito à escola, fazendo com que o estudante oupai o do aluno não venha procurar mecanismos outrospara obter a bolsa de estudos, já que a lei garanteeste direito a partir da Constituição.

Quero aproveitar a oportunidade deste momento pa­ra apelar mais uma vez ao Governo Federal, no sentidode resolver a questão da correção monetária para osempré~timos rurais, sobretudo para pequenos produ­tores. E uma situação insustentável. Não há quem possatrabalhar na zona rural ou em qualquer parte do Brasilcom juro ao nível em que está, com uma correção mone­tária que ninguém sabe a que ponto chegará.

Sr. Presidente, sei da sua sensibilidade para com oproblema. Apelamos para o Governo Federal, a fimde que tome uma decisão no sentido de resolver essasituação.

O SR. OSVALDO BENDER (PDS - RS. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.Deputados, quem viaja de São Borja a Itaqui, no RioGrande do Sul, pela BR-472, precisa ter um cuidadoespecial para não se acidentar, devido às péssimas con­dições em que se encontra. A pista está cheia de pane­lões, grandes buracos, praticamente intransitável. O pe­rigo para os que nela trafegam é muito grande, especial­mente para aqueles que, esporadicamente, por umaou outra vez, necessitam utilizá-la. A gravidade desteproblema ainda é bem maior do que parece à primeiravista, pois trata-se de uma rodovia internacional, pelo

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

menos a única que liga o noroeste do Rio Grande doSul e o Brasil à vizinha República da Argentina, viaponte internacional de Uruguaiana. Assim sendo, nãoé qualquer rodovia, é uma BR da maior importânciae de grande tráfego.

Em 1964, o Rio Grande do Sul tinha apenas asfaltode Montenegro a Porto Alegre. Nos vinte anos do cha­mado avtoritarismo, construíram-se neste País mais es­tradas asfaltadas do que em toda a sua história, e noRio Grande do Sul praticamente todos os municípiosforam ligados por rodovias asfálticas; os poucos querestaram estão esperando até hoje. É lamentável quea Nova República não consiga sequer conservar ° quefoi construído pela Vefha República.

É evidente que uma rodovia asfáltica não dura parasempre; precisa de conservação, de reparos, de recapea­mento. A população espera pelo menos esse mínimoatendimento dos seus governantes, sejam quais foremos seus substitutos. Isso deve acontecer, independen­temente de novo ou velho governo. Infelizmente a situa­ção hoje se encontra neste ponto, onde importante~

rodovias, como a BR-472, estão em completo abando­no. Quero, desta tribuna, fazer um veemente apeloaos responsáveis pela sua manutenção. Não é admissívelque essa via, da mais alta importância para o trânsitointernacional, fique a expor todos os que nela transitamao perigo de acidentes sucessivos, que ali ocorrem emnúmero elevadíssimo. Urgem providências para quc,no menor prazo possível, essa rodovia seja reparada,dando condições ao seu volumoso tráfego.

Espero que minhas palavras sejam ouvidas pelas au­toridades responsáveis e, num curto espaço de tempo,essa importante rodovia possa encontrar-se novamenteem pleno estado de trafegabilidade.

O SR. OSWALDO ALMEIDA (PL - RJ. Sem revi­são do orador.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados, nossapresença nesta tribuna, hoje, é para fazer um registrodirecionado ao Sr. Presidente do Banco Central do Bra­sil, exatamente no que diz respeito à intervenção daque­le órgão no Banco do Estado do Rio de Janeiro, oBanerj.

São mais do que conhecidas as dificuldades que atra­vessa o Estado do Rio, como um todo, e notadamenteas suas tradicionais áreas rurais, que estão a mereceruma atenção toda especial de todos quantos possamajudar a superar as .grandes dificuldades por que passaaquele Estado.

Cabe ao Banco do Estado do Rio de Janeiro funçãodas mais importantes na busca da melhor forma deatender às necessidades econômicas e sociais da comuni­dade fluminense. Todavia, no intuito de corrigir distor­ções passadas, o Banco Central interveio no Banerj.Mas está cometendo um injustificável erro: nomeoupara dirigir o referido estabelecimento funcionários queprovavelmente tenham se destacado como burocratasna vida profissional, mas que não puderam ser testadosna delicada missão de administrar uma instituição finan­ceira que tem uma função sócio-econômica á cumprirem favor da comunidade para a qual foi designada paratrabalhar. São pessoas provavelmente adcquadas paraum banco estático, mas que deixam a desejar em umbanco que tem uma função dinâmica a cumprir.

Sr. Presidente, não se pode admitir um banco esta­dual que opera em um Estado com dificuldades na suaagricultura e que deixa de aplicar duzentos milhões decruzados no atendimento ao crédito rural para o seumais importante segmento produtor, o canavieiro. Aalegação é a de que o setor el;tá em dificuldades e põeem risco operações que teriam a grande função de assis­tir a uma comunidade de pequeuos produtores rurais,mas neste mesmo instante esse banco recolhe ao BancoCentral dois bilhões e quatrocentros milhões de cruza­dos que teriam de ser aplicados no crédito rural doEstado.

Apelamos, Sr. Presidente, ao Banco Central paraque, se não puder terminar com essa intervenção esma­gadora, que pelo menos nomeie para a direção daqueleórgão pessoas com mais sensibilidade, que se dignembuscar entendimentos com os setores carentes do Esta­do, para o qual o serviço foi criado, sob pena de, nabusca de corrigir erros citados como de excesso, essebanco, indiretamente, passe a cometer erros de blo­queio ao desenvolvimento de um Estado carente.

Muito obrigado.

Quarta-feira 25 2009<

O SR. FARABULINI JÚNIOR (PTB - SP. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs.Deputados, volto a esta tribuna mais uma vez, estra­nhando procedimentos no âmbito da Previdência So­cial, desta vez alertando esta Casa para a esdrúxulae inimaginável possibilidade de estar se desenvolvendono âmbito do Ministério da Previdência e AssistênciaSocial um plano oficial para desestabilização e desmora­lização do Governo da República, ensejando a instala­ção do Anarquismo como forma de Governo neste País.

Existe um Departamento do lNAMPS, absorvido pe­lo Gabinete do Secretário-Geral do MPAS, denomi­nado Departamento de Assistência Patronal, que, hátrinta anos, promove uma assistência social diferenciadapara os servidores do SINPAS, os previdenciários, cercade 230 mil.

Sabiamente, tendo em vista tratar-se de um auxílioexclusivo para os servidores previdenciários, resultantede uma contribuição específica prevista no Plano deCusteio da Previdência Social, o então Ministro JarbasPas'sarinho autorizou estudos visando à institucionali­zação daquele departamento como uma entidade fecha­da de previdência privada. Tais estudos vinham se de­senvolvendo razoavelmente a contento, quando foi no­meado para a Pasta da Previdência o Sr. Raphael deAlmeida Magalhães, que trpuxe consigo, como já édo conhecimento público, o nítido propósito de esface- .lar a Previdência Social, admitindo, inclusive, a intro­missão de política partidária naquele órgão da Previ­dência, que de lá para cá vem sendo manipulado porgrupos radicais, para a absurda, porém verdadeira fina­lidade de desestabilização do Governo Federal.

Primeiramente se admitiu - já agora na gestão doseu sucessor, Ministro Renato Archer - que um "Co­mando de Greve", instalado aqui em Brasília, compostode pouco mais ou menos vinte servidores, coordenadopor uma entidade denominada Fenasps - FederaçãoNacional das Associações de Servidores da PrevidênciaSocial, indicasse seu próprio idealizador, fundador, pri­meiro Presidente para organização da Diretoria, e oatual Vice-Presidente, Sr. Luiz Fernando Silva, paraser o Diretor Executivo da Patronal, numa barganhatão fisiológica quanto imoral, pois que em troca dolevantamento de uma greve promovida pela própriaFenasps, que se intitulou naquele momento junto àSecretaria Geral do MPAS como coordenadora de to­dos os segmentos da categoria de servidores previden­ciários, sem ao menos comunicar o fato - essa barganha- às entidades de servidores a nível nacional, comoa Anfip (dos fiscais de constribuições previdenciárias)ou a dos médicos, nem a dos procuradores autárquicos,por considerar corporativistas essas associações. Emtroca do levantamento da greve, para melhoria salarial,com a ajuda eficiente do atual Diretor Fiscal da Patro­nal, conseguiram que o lAPAS desse à Fenasps, "noregime de comodato" dois andares para sua sede, narua da Lapa, n' 200, no Rio de Janeiro, além da autori­zação para que a Dataprev promovesse o desconto (nocontra-cheque) da contribuição de seus associados ebem assim o valor correspondente a 1% da diferençaque houvesse por aumento de vencimentos resultanteda referida greve. Feito o negócio, passou então aqueleservidor, Vice-Presidente da Fenasps e dirigente daCUT, além de membro do Partido dos Trabalhadorese candidato a Vereador pelo PT em Florianópolis, ondereside, a dirigir a Patronal, tendo comparecido ao seugabinete quinze vezes, em quatro meses de gestão. Suaprimeira providência foi filiar a Fenasps à CUT, quehoje ostensivamente comanda a Patronal, cujo orça­mento para este exercício de 1988 é de vinte bilhõesde cruzados, utilizado, entre outras finalidades, na tare­fa de "cutização" c1a Previdência Social, fomentandoGrevcs dos Previdenciários, e também na estruturaçãodo PT em todo o território nacional, através de "seminá­rios" convocados pela direção executiva da Patronal,chegando ao ponto de convocar um, em Salvador, paratratar de interesse da Patronal e, curiosamente, nãoconvidar o próprio Diretor estadual da Patronal, Dr.Joanito Santana. Ali estavam apenas aquelas "associa­ções" que interessavam à Fenasps/CUTIPT.

Em Pernambuco, da mesma, forma, chegaram a alu­gar por 300 mil cruzados um estádio de futebol (o "Ge­raldão") e o Diretor da Patronal, Dr. Antonio VenturaBrandão - que também não foi convidado, por ter

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2010 Quarta-feira 25

se negado a pagar o aluguel com verba da Patronal'- está, de há muito, ameaçado de demissão.

Tais reuniões, que para o serviço público são convo­cadas como "seminários" - pelo Diretor Executivoda Patronal (que também é o Vice-Presidente da Fe­I\fiSPS e dirigente da CUT), para esses outros organismossão chamadas de plenárias, e nelas, ostensivamente,se delibera, em caráter partidário, sobre a Patronal,juntamente com o outro Diretor, que deveria fiscalizaros atos do Diretor Executivo, que é o Diretor Fiscalda Patronal. Existe uma perfeita identidade de açãoentre os Diretores Executivo e Fiscal da Patronal. Exis­te, de igual forma, perfeita sintonia de ambos com aSra. Elizabeth Guedes, Chefe do Gabinete do Sr. Secre­tário-Geral do Ministério da Previdência e AssistênciaSocial.

Entendo que já existiriam motivos suficientes parauma explicação do Governo Federal por fatos tão esqui­sitos, se não nos chegasse às mãos um panfleto queintitularam "Jornal da Fenasps" (filiada à CUT), cujoVice-Presidente, convém lembrar, é o Diretor Execu­tivo da Patronal, com sugestivas frases, como estas:"Fora Sarney" - "A greve de 3 e 4 de maio colocouo Governo contra a parede" - "Sarney levou o troco:um milhão e meio parados" - "Vamos botar o Sarneye o FMI para fora" - "Vamos construir a greve nacio­nal unificada". E, para completar: "Diretas na Patro­nal".

Só faltou uma manchete dizendo que, em virtudede haver o Presidente Sarney se decepcionado com ademocracia, havia pedido ao Diretor Executivo da Pa­tronal que financiasse a "cutização" da Previdência So­cial e a continuada desestabilização do séu Governo,promovendo a conseqüente marcha para o anarqnismo!

Em cada dia da semana existe um "seminário" daPatronal, em algum Estado da Federação. Quinta-feirapassada a reunião foi aqui, em BrasI1ia, onde estiverampresentes 22 Diretores Estaduais da Patronal, além dosDiretores Executivo e Fiscal, assessorados pelo Dr. Car­los Ary Saianes de Castro. Na semana anterior, essesmesmos diretores haviam estado no Rio de Janeiro eem Vitória. A reunião de quinta-feira passada, dia 19,teve uma finalidade precípua: a de ouvir os Srs. Dire­tores Estaduais da Patronal, a petulância da Sra. Eliza­beth Guedes, Chefe de Gabinete do Sr. Secretário­Geral do MPAS, que, falando em nome do Sr. Ministro,afirmou o seguinte:

- que voltassem para seus Estados com a determi­nação de abrirem "um processo eleitoral para o cargoque ocupam de Diretores Estaduais, inclusive aquelesque tenham sido eleitos anteriormente, tendo em vistaa decisão e a indicação do Diretor Executivo da Patro­nal;

- que não adiantava questionar ou discutir o assunto;-que não recomendava procurarem Deputados,

pois poderiam ser demitidos ad nutum, sendo que elaentendia melhor, até por medida de economia de papel,em uma portaria só demitir todos os Diretores que assimprocedessem;

- que aqueles que não dessem início ao processoeleitoral estariam contrariando o desejo do Sr. Ministro.Alertava também para o fato de que a notícia do CorreioBraziliense daquele dia, 19, sobre a possível saída doSr. Ministro da Pasta da Previdência era tão inveros­símel que poderia até haver a surpresa de sair o Presi­dente Sarney primeiro que o Ministro da Previdência!

Entendo que um comportamento insólido como esse,no sentido de ameaçar 22 Diretores Estaduais de umorganismo do Ministério da Previdência e AssistênciaSocial, alguns com a vida funcional inteira dedicadaà Patronal. já se aposentando no cargo de Diretor,como a Sra. Joana Célia Melo Viegas, de Belém, noPará, convocados especificamente para isso, feito noauditório do Ministério, por uma Chefe de Gabinetedo Sr. Secretário-Geral, na presença dos Diretores Exe­cutivo e Fiscal desse órgão (responsáveis por esta odiosaadministração, que promove abertamente a desmora­lização do Governo Federal), ao qual não têm o pejode continuar servindo em cargos de confiança, semquaisquer providências do Sr. Ministro de Estado, so­mente confirma a suspeita de uma trama oficial no senti­do de desestabilização do Governo Federal, como foiamplamente divulgado, com todas as letras, pelo Jornal~a Fenasps, (filiada à CUT), cujo Vice-Presidente é

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

o Diretor Executivo da Patronal, ostensivamente apoia­do pela Sra. Chefe de Gabinete do Sr. Secretário-Geraldo Ministério.

Hoje, esses mesmos Diretores ameaçados estão reu­nidos noutro "seminário", em Belém do Pará. Somenteneste mês de maio, cada Diretor foi convocado paraquatro viagens para os mais diversos Estados, sendoo "seminário" de hoje, em Belém do Pará, específicopara tratar de orçamento. Bastaria que o Sr. Ministromandasse levantar as despesas feitas com passagens aé­reas e diárias pagas durante os quatro meses da adminis­traçáo do Sr. Luiz Fernando Silva para ter a certezade como está sendo propositadamente contrariada pelaPatronal a recomendação de contenção de despesas,segundo o disposto em recente decreto presidencial.Recomendo apenas que não se peça esse levantamentoa quem deveria estar cuidando do assunto, que é oDiretor Fiscal da Patronal, porque ele também acom­panha o Diretor Executivo nessa orgia oficial desen­freada, de forma privilegiada, aliás, porque quase sem­pre acompanhado, devido à coincidência de ser suaconsorte designada para planificar o orçamento da Pa­tronal. assim como foi contratado o Dr. Carlos ArySaianes de Castro, hoje percebendo cerca de dois mi­lhões de cruzados por mês, para uma inacabada e incon­cebível institucionalização da Patronal, vez que é o pró­prio Jornal da Fenasps (filiada à CUT) quem noticiaque:

"Paralelamente, "a plenária nacional de previden­ciários decidiu sobrestar o processo de regulari­zação da Patronal."

Será que persiste alguma dúvida sobre a hipóteseda marcha para o anarquismo?

Ou será um processo de autofagia?Sr. Presidente, faço este registro para que a Nação

possa conhecer a realidade por que passa, hoje, a Previ­déncia Social.

Concluo, afirmando que este meu pronunciamentonem de leve pretende alcançar, por uma arranhadelaque seja, o Ministro Renato Archer. Muito ao contrá­rio, assim como toda a Nação, tenho por S. Ex' o maisalto conceito. É evidente que o Ministro, autêntico,austero e digno como é, haverá de tomar conhecimentodeste pronunciamento, para, enfim, colocar ordem naCasa que o ex-Ministro Raphael de Almeida Magalhãesse incumbiu de dilacerar.

o SR. VICTOR FACCIONI (PDS - RS) - Sr. Presi­dente, SI"" e Srs. Deputados, já tive oportunidade deocupar esta tribuna para criticar os termos do acordofirmado entre o Governo brasileiro e o Governo daArgentina, no famoso Protocolo n' 22, no qual foi mon­tado um esquema de compromissos que alarmou nãosÓ setores da economia rio-grandense do sul, como tam­bém da economia nacional. E com justa razão. Tiveocasião de trazer à Casa depoimento do Presidente doSindicato das Indústrias do Vinho do Rio Grande doSul. Luíz Mandeli, mostrando, por exemplo, que en­quanto O atual Governo da Nova República duplicaos impostos federais sobre vinhos e derivados, abrea porta para a entrada de vinhos argentinos e uruguaios,com alíquota zero de imposto.

Aproveito a oportunidade para mostrar, como mos­trei, a preocupação e o protesto, já registrados, do Presi­dente do Sindicato das Indústrias de Conservas do RioGrande do Sul, Hugo Plesth, denunciando os prejuízos,que se afiguram claros dentro do acordo, para a indús­tria de conservas gaúcha e nacional. a começar comas ameaças aos interesses dos produtores de frutas doRio Grande do Sul e notadamente de Santa Catarina.

Agora é o Presidente do Sindicato da Indústria dcLaticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul,Zildo De Marchi, que declara, no Jornal do Comércio,de Porto Alegre, do dia 20 de maio de 1988, página7, que as importações podem sucatear os laticÚlios brasi­leiro. Diz a matéria:

"De Marchi teme a desestruturação da produçãoe industrialização do leite com os acordos interna­cionais.

A agroindústria gaúcha e nacional correm o riscode ser sucateada se não forem adotados mecanis­mos do acordo Brasil e Argentina de proteção aesse setor da economia. O alerta é do presidente

Maio de 1988 .

do Sindicato da Indústria de Laticínios e ProdutosDerivados do RGS, Zildo De Marchi. ao assinalarque o parque industrial do setor tem capacidadede absorver um incremento da produção e já vemregistrando um crescimento da ordem de dez porcento nos últimos três anos. Acrescentou que em­bora o acordo de intercâmbio. somente entre emvigor nos próximos anos, é preciso "estar atentoe mobilizado" para evitar uma desestruturação daprodução e industrialização do leite."

Aliás, Sr. Presidente, foi o próprio Governador PedroSimon quem, em primeiro plano, dormiu no ponto.Depois, acordado pelo clamor de lideranças da econo­mia rio-grandense, declarou, na sexta-feita-última. nu­ma solenidade na Federação das Indústrias do RioGrande do Sul, à qual assisti, que aquele Estado nãopode ser transformado em mero corredor de trocas nes­te intercâmbio comercial que se estabelece entre Brasil,Uruguai, Argentina e Chile. Repetia palavras de advcr­tência, que já havíamos colocado aqui desta tribunaanteriormente e que foram objeto de críticas do atualSecretário Extraordinário para Assuntos Internacionaisdo Governo do Rio Grande do Sul- atual. em termos,porque é o primeiro e único, mais ou menos comoum rei momo - o Sr. Silva Seitnfus.

Vejo nas declaraçóes do Governador Pedro Simonuma desautorização às críticas formuladas pelo seu se­cretário e, conseqüentemente, quase uma demissão domesmo. O secretário assacou levianamente contra esteDeputado, o ex-Deputado Nelson Marchezan e Líderda bancada do PDS na Assembléia Legislativa, Depu­tado Carlos Azambuja, porque fizemos as observaçõesagora repetidas pelo Governador. O Governador, pare­ce-me, acordou do sono em que o havia embalado seusecretário; oxalá em tempo tenha despertado.

Espero que o secretário tome conhecimento das de­clarações e das posições do Governador coincidentescom as nossas, que, ele, secretário, criticou.

Sr. Presidente, rogo a V. Ex' que dê como lido orestante da manifestação do Presidente do Sindicatoda Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RioGrande do Sul, pois as preocupações da S. S' com osetor de laticínios daquele Estado são as mesmas queháo de ter o setor dc laticínios dc Minas Gerais e SãoPaulo. porque o problema é de ordem nacional.

Era este o registro que queria fazer fico na expectativade que agora, no estabelecimento das condições de ne­gociação, preestabelecidas pelo Protocolo n' 22, sejaresguardado, tanto quanto possível, o interesse do pro­dutor e do consumidor nacional. O barateamento depreços para o consumidor nacional, via isenção de im­postos, pode ser feito também com produtos nacionais,não apenas com produtos que vêm de outros países.o que seria uma concorrência desleal com a nossa produMção. (Palmas.)

MATÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR:

lMPORTAÇÓESPODEMSUCATEAR LATICÍNIO

BRASILEIRO

De Marehi teme a desestruturação da produção eindustrialização do leite com os acordos internacionais.

A agroindústria gaúcha e naeional corre o risco deser sucateada se não forem adotados mecanismos doacordo Brasil e Argentina de proteção a esse setor daeconomia. O alerta é do presidente do Sindicato daIndústria de Laticínios e Produtos Derivados do RGS,Zildo De Marchi, ao assinalar que o porque industrialdo setor tem capacidade de absorver um incrementoda produção e já vem registrando um crescimento daordem de dez por cento nos últimos três anos. Acres­centou que embora o acordo de intercâmbio somenteentre em vigor nos próximos anos, é preciso "estaratento e mobilizado" para evitar uma desestruturaçãoda produção e industrialização do leite.

O setor laticinista, como um todo, proporá negocia­ções de indústria para indústria entre brasileiros e argen­tinos e, de acordo com o presidente do sindicato, aidéia básica é permitir a entrada de produtos semipron­tos, para que a indústria gaúcha os coloque no mercadoconsumidor.

Segundo Zildo De Marchi, o setor latieinista, entreprodutores e indústria, envolve cerca de 500 mil pessoas

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Maio de 1988

no Rio Grande do Sul, havendo portanto necessidadedas autoridades responsáveis entenderem que é precisomanter o emprego e a harmonia no setor. Para ZildoDe Marchi, O crescimento da indústria de manufatu·rados do centro do País não pode dar em cima do suca­teamento da agroindústria rio-grandense e nacional.

Com uma ociosidade de 20 a 30 por cento o setorlaticinista está trabalhando com outro dado preocupan­te: o consumo de derivados registrou uma queda de10 por cento em relação a igual período do ano passado,e só não tem sido mais grave porque o programa socialdesenvolvido pela SEAC, no Estado, absorve 200 millitros de leite/dia. Tal fato ressalta a queda do poderaquisitivo do povo.

Na reunião do Sindicato da Indústria de Laticíniosrealizada nesta quinta-feira, na sede da FIERGS, foianalisada, também, a questão da padronização da em­balagem do leite "C" exigida pelo Ministério da Agri­cultura.

o SR. OSMIR LIMA (PMDB - AC. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ontem,na tribuna da Assembléia Nacional Constituinte, umaDeputada amazonense denunciou que o Superinten­dente Regional do IBDF do meu Estado, o Acre, teriaautorizado o desmatamento indiscriminado da região,sob protesto de seringueiros.

Acho que esta Casa e os Srs. Parlamentares devemcomeçar a ter mais responsabilidade em suas denúncias,inclusive ouvindo as partes envolvidas, e não apenasdando uma versão. A informação correta é de que oSuperintendente Regional do IBDF está apenas cum­prindo uma determinação judicial.

Como se sabe, na Amazônia, permite-se o desmata­mento de até 50 hectares sem projeto de manejo. Odesmatamento do seringal em questão, o Equador, comuma área total de dois mil hectares, autorizado pelaJustiça, foi de apenas 49 hectares. Inclusive, nessa área,não moram seringueiros, a e empresa proprietária, aosofrer os chamados impactos por parte de moradoresvizinhos, parece-nos que com objetivos meramente po­líticos, recorreu ao Judiciário, obtendo liminar. Paracumprir essa liminar, o Juiz de Direito da comarca con­vocou a polícia militar, já que estava ocorrendo umboicote na área.

Acreditamos que a democracia é o primado das leis.Como tal, o que se fez foi cumprir uma ordem judicial.Assim, o Superintendente Regional do IBDF nada tema ver com a questão.

Sr. presidente, da mesma forma que a Deputada ama­zonense, solicito a V. Ex~ encaminhe meu pronuncia­mento ao Presidente do IBDF, para caracterizar a lisurada ação do atual Superintendente, que durante muitosanos foi Presidente da Confederação dos Trabalhadoresna Agricultura no meu Estado, homem de extrema con­fiança dos trabalhadores rurais.

o SR. DAVI ALVES SILVA (PDS - MA. Sem revi­são do orador.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,aproxima-se o momento em que será votada a redivisãoterritorial do País - daqui a duas semanas. O apeloque faço aos nobres companheiros é no sentido de queanalisem com muito cuidado a questão do surgimentode novos Estados. Também pretendo solicitar à Assem­bléia Nacional Constituinte autorização para que sejaouvida, através de plebiscito, a população interessadana criação do Estado do Maranhão do Sul, que nãodeve ser automática, mas fundada na vontade dos babi­tantes do sul do nosso Estado, expressa publicamenteatravés do voto.

Se a Assembléia prega a democracia, não vejo porque negar àqueles que querem a sua independênciao direito de ver aprovada a sua pretenção.

Acredito que os Parlamentares que compõem a As­sembléia Nacional Constituinte não se deixarão levarpor meia dúzia de pessoas que, não querendo o desen­volvimento deste País, vêm falar em gastos públicos.Nossa emenda, num de seus parágrafos, prevê aindaque novo Estado não poderá despender, na manutençãode pessoal e de todos os seus organismos, anualmente,acima de 52% da sua arrecadação tributária.

Portanto, Sr. Presidente, é insubsistente o argumentorelativo à exploração de que a União teria de investirna criação do Estado do Maranhão do Sul. Nossa pro­posta tem inteira procedência.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Propus a criação em referência, porque o nOvo Estadotem condições de caminhar com os próprios recursos.Muito embora não possa apresentar o mesmo índicede crescimento que teria, se dispusesse dos incentivosgovernamentais, ele se propõe a crescer respaldado emseus próprios recursos.

Reitero meu apelo no sentido de que os nobres Cons­tituintes ajudem na aprovação da consulta plebiscitáriapara a criação do Estado do Maranhão do Sul, cujacapital será a cidade de Imperatriz. Se Deus quiser,serei atendido, uma vez que esta Casa constantementevem pregando a democracia e o direito de livrementese manifestar a população deste País.

o SR. FIRMO DE CASTRO (PMDB - CE. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" c Srs.Deputados, a nova política industrial recentemente di­vulgada pelo Governo federal vem provocando grandesrepercussões nos meios empresariais, sindicais, acadê­micos e governamentais de todo o País, estando a mere­cer, desde logo, uma p.rofunda análise do CongressoNacional, que sobre ela deverá pronunciar-se oportuna­mente, em face principalmente das suas implicaçõessobre a economia nacional como um todo e vis·à-visà nova ordem constitucional que se avizinha.

Tida como o único caminho para a efetiva inserçãodo Brasil no contexto econômico internacional, atravésdo soerguimenta de economia de mercado e da limita­ção do papel intervencionista do Estado, a nova políticaassume graves conotações técnicas e políticas ao repre­sentar uma clara opção na linha do liberalismo.

Retoma-se a tradicional questão que põe a liberdadepolítica como indissociável da liberdade econômica, emfunção da qual se aponta para a gradual liberalizaçãoda economia e para a evolução autônoma da livre inicia­tiva, segundo os critérios da concorrência e do lucro.Em conseqüência, argúi-se a redução da participaçãodo Estado na atividade econõmica, mediante a privati­zação de empresas estatais e a desregulamentação dosprocessos de comando do Governo sobre as tomadasde decisões do setor privado.

Dentro desse prisma, a proposta governamental rela­ciona, entre seus objetivos, um aumento da eficiênciae da produtividade e, por extensão, da capacidade decompetição externa e interna; uma maior capacitaçãotecnológica setorial, fator de dinamização do cresci­mento econômico e de melhor exploração das vantagenscomparativas; e uma redução gradativa da dependênciade estímulos oficiais.

Para tanto, foram concebidos programas setoriais in­tegrados, projetos de desenvolvimento tecnológico in­dustrial e programa especial de exportação, cuja execu­ção apoiar-se-á na redução de impostos, na eliminaçãode controles prévios de exportação e na reformulaçãodo sistema governamental de planejamento e controledo setor, que passará inclusive a contar com a partici­pação do empresariado privado.

Não se pode negar que o País estava, de há muito,reclamando uma nova política industrial e, por que nãodizer, uma moderna política econômica. Com efeito,o modelo de substituição de importações, sem embargode sua importante e histórica contribuição para a indus­trialização brasileira do pós-guerra, esgotou-se e passoua gerar graves entraves à modernização econômica eao desenvolvimento tecnológico nacional.

São evidentes os efeitos do protecionismo quanto àproliferação irracional de mecanismos tarifários e não­tarifários e à concessão injustificada de numerosos in­centivos fiscias e subsídios financeiros, desestimulandoa busca de maior qualidade e competitividade.

Nada obstante as evidentes deformações hoje apre­sentadas pelo setor, há de se perguntar se essa novapolítica consulta aos verdadeiros interesses do País epreenche as amplas e diversas necessidades da indústriabrasileira.

Em primeiro lugar, é preciso ter presente que a novapolítica industrial será implementada em meio à maiorcrise econômica da história do País, devendo ser influen­ciada por questões maiores, como a dívida externa einterna e a inflaçáo. Evidentemente, não se pode disso­ciar o desempenho futuro da indústria brasileira da solu­ção dessas questões que, no fundo, balizarão o volumede poupança externa c interna, a retomada de investi­mentos e o nível da atividade econômica, a política

Quarta-feira 2S 2011

monetária e cambial, entre outros fatores que lhe sãocondicionantes.

Segundo. haverá ela de se compatibilizar com a or­dem econômica a ser estabelecida pela futura Consti­tuição, que, como se sabe, consagra importantes reser­vas de mercado (indústrias de mineração e de informá­tica, por exemplo), restringe as áreas para investimentosestrangeiros e mantém programas, e incentivos fiscaise financeiros de caráter regional. Nesse tocante, a idéiaque se tem é a de que o Governo federal aposta narevisão das decisões a esse respeito adotadas, em pri­meiro turno de votação, pela Assembléia NacionalConstituinte, ou, o que é grave e inadmissível, na suainaplicabilidade ou inobservância. Delineia-se aí maisum conflito entre o Poder Executivo e o Legislativo?

Outro ponto a serrealçado é que a política anunciada,apesar de apresentada como nacional, deixa de fazerreferência ou não contempla importantes segmentosque não têm potencialidades para integração a nívelinternacional, mas cuja proteção e expansão encontramjustificativas de natureza interna, a exemplo da indús­tria incipiente das regiões mais pobres do País e dapequena e média indústrias, eternamente desassistidas.

Em outras palavras, a indústria nacional é mais com­plexa e diversificada do que aquela para a qual se voltaa nova política governamental, caracterizando-se porinquestionáveis diferenças setoriais e por um nítido dua­lismo regional, não tratados na proposta.

Assim, a nova política é sobrêtudo uma política parao setor industrial do centro hegemônico, carecendo deuma visão integrada e verdadeiramente nacional. Afi­nai, não somente a indústria como a economia brasileirasão geográfica e setorialmente heterogêneas e desiguais,fato notório e flagrante. Há que se complementar, por­tanto, a ação programada com iniciativas que visema tratar adequadadamente os setores objeto de reservade mercado, segundo o interesse nacional, a industria­lização das regiões deprimidas, especialmente o Nortee o Nordeste, e o desenvolvimento do enorme contin­gente de médias e pequenas unidades industriais. Soacomo uma "perestroika" (às avessas) brasileira restritaaos segmentos que saltam aos olhos das instituiçõesfinanceiras internacionais.

Do ponto de vista regional, o tratamento prioritárioatribuído aos projetos das áreas da Sudene e Sudamtende a não ter maior significado diante das necessi­dades peculiares que o Norte e o Nordeste registramno tocante ao crescimento e à consolidação de suasindústrias, no contexto do objetivo maior de reduçãodas disparidades regionais nq Brasil.

Advêm daí algumas indagações: por que, entre osinstrumentos propostos (programas setoriais integra­dos, projetos de desenvolvimento tecnológico industriale programa especial de exportação), não se inclui umdestinado a promç>ver a desconcentração industrial ea industrialização do Norte e Nordeste? Por que nãoforam criadas as ZPE? Por que a nova política nãose referiu aos atuais incentivos fiscais regionais (Finare Finam)? Por que a liberalização da economia nãoresguardou as regiões Norte e Nordeste como áreasonde a intervenção do Estado se torna ainda indispen­sável?

Estas são questões que bem demonstram a visão defi­ciente que, generalizadamente, têm os detentores dopoder acerca do Brasil e, mais do que isto, o sentimentoanti-regionalista da burocracia oficial instalada em Bra­sília, particularmente quanto aos incentivos fiscaiS re­gionais.

Íl sintomático que, ao lado de tamanha omissão, ve­nha agora o BIRD propor que os chamados fundosdc fomento .e de incentivos, as receitas vinculadas eos recolhimentos compulsórios sejam contabilizados pe­lo Tesouro Nacional e administrados por uma agênciafinanceira do segundo escalão do Governo federal, dan­do origem a leilões no setor financeiro para serem utili­zados em financiamentos de longo prazo, conforme no­ticiou a imprensa.

Fiquemos, pois, todos alertas para que o CongressoNacional no devido tempo realize as modificações ecomplementações imprescindíveis à nova política indus­trial da União, em atendimento aos justos e reais anseiosdo setor manufatureiro da todo o Brasil, sem o queela conti~uarácxelusivamente marcada pelos interesses

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2012 Quarta-feira 2S

dos defensores da internacionalização de economia bra-sileira e do centro hegemônico do País. .

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PMB - SP. Pro­nuncia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. De­putados, estamos prestes a entrar, neste primeiro turnoda Assembléia Nacional Constituinte, na parte relativaàs Disposições Transitórias, e, dentre os inúmeros as­suntos que este Plenário irá debater, dois deles sãoaguardados com uma certa ansiedade: o mandato doatual ocupante do Palácio do Planalto e o dispositivoque estabelecerá aos aposentados e pensionistas formasde reposição da defasagem e atualização dos benefícios.

Estamos acompanhando uma série de ataques ao ca­pítulo, aprovado na semana passada, "Da PrevidênciaSocial". Diversas pessoas vêm acusando a Constituinte,dizendo que aquilo que foi aprovado não será suportadopela Previdência Social, que não poderá pagar os benefí­cios. Ora, o atual orçamento da Previdência, se suple­mentado com as contribuições que obrigatoriamenteo Governo deveria fazer e nãofaz, se os governos esta­duais c prcfeituras municipais pagassem aquilo que de­vem à Previdência, certamente ela teria dinheiro desobra para pagar os benefícios, que não são aquelesque merecem os nossos aposentados e pensionistas.

A Constituintc nada mais fez do que resgatar umpouco a dignidade e a decência daqueles que tanto me­recem. É preciso que a administração da Previdênciapossa, efetivamnente, lançar meios e mão de atitudesque possam prever a recuperação de recursos.

Não somos contra a descentralização da saúde, massabemos que o dinheiro dos SUDS hoje acaba sendomal empregado e muitas vezes tem utilização diversadaquela a que se destina,· que é a saúde dos diversossegurados da Previdência Social.

Acaba o Sr. Ministro de extinguir os cargos de supe­rintendentes regionais do Inamps e quer indicar merosrepresentantes de escritórios. Quc força política teráum representante de escritório diante de um Secretáriode Saúde quando este impuser uma situação? Se o Mi­nistro da Previdência quiser extinguir as superinten­dências estaduais do Inamps, que delegue a função derepresentante da Previdência nos Estados aos superin­tendentes do lapas. Até porque é ele, o superintendentedo lapas, o dono do cofre da Previdência em cada Esta­do, e saberá analisar, pesar e avaliar se o dinheiro doSUDS, que, em tese, é da Previdência, está sendo bemaplicado e bem gasto. .

Então, se o governo, efetivamente, através do Minis­tério da Previdência, quer extinguir as superintendên­cias do Inamps, ele poderá fazê-lo, mas não há necessi­dade de se criar escritórios. Ele poderá delegar o papelde sua representação, nos Estados, aos superintenden­tes do lapas, que já existem, já estão instalados, sãohoje os responsáveis por toda a arrecadação da Previ­dência c certamente terão o maior zelo para que nãoocorra desvio ou má aplicação dos recursos oriundosda Previdência Social.

Espero que o Sr. Ministro da Previdência possa levarcm conta essa sugestão, avaliar o problema c promoverreunião com o Superintendente do lapas, e certamentetodos aceitarão imediatamente o encargo, sem qualquerônus para eles, até porque, na verdadc, estarão prescr­vando um dinbeiro que, na outra ponta, costumam bus­car dentro do incremento dc arrecadação da Previ­dência Social.

Quanto àqueles quc falam que a Previdência nãotcm rccursos, não me pcrfilo cntre elcs e não mc preocu­po, porque, sc faltar dinhciro à Previdência, o Governoque o suplemente, porque ele, que fez a usina de Itaipu,a usina nuclear, a ponte Rio-Niterói, que quer fazera Norte-Sul, portanto, está jogando dinheiro fora, temcondições de desviar e canalizar esses recursos paraa Previdência, a fim de tratar honesta e decentementeos aposentados e pensionistas.

Precisamos repensar os seus benefícios e dar-lhes adevida reposição merecida. Chega de serem tapeados!Um país que desampara os seus aposentados não crêno futuro de sua mocidade. Pretendemos também, Sr.Presidente, estabelecer um prazo para que os aposen­tados e pensionistas recebam aquilo que lhes é de di­reito.

Quanto ao mandato, SI. Presidente, é público enotório O desejo de milhões de brasileiros, expresso

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

em praça pública. O povo exige mudanças já, eleiçõesjá!

Durante o discurso do Sr. Arnaldo Faria de Sá,o Sr. Heráclito Fortes, Terceiro-Secretário, deixaa cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr.Victor Faccioni, artigo 76 do Regimento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Victor Faccioni) - Tem apalavra O Sr. Heráclito Fortes. (Pausa.)

O SR, HERÁCLITO FORTES (PMDB - PI. Scmrevisão do orador.) -Sr. Presidentc, Sr" e Srs. Deputa­dos, esta Casa vem percebendo, no correr dos dias,que existe, na realidade, uma orquestra afinada, e muitobem, com um objetivo único, qual seja o de desesta­bilizar o Ministério da Previdência e Assistência Social.Os jornais, erradamente, acusam com exclusividade oPDS; mas, pelo visto, começa a haver outros aliados.

Há poucos minutos ouvimos o pronunciamento doDeputado Farabulini Júnior, representante do PTB, aseguir o do Deputado Arnaldo Faria de Sá, até recente­mente petebista e hoje representante da bancada doPMDB na Câmara dos Deputados. Cai S. Ex', aqui,numa incoerência quanto às que o seu próprio partidoprega. Na realidade propõe o SUDS nada mais, nadamenos do que descentralizar as ações da PrevidênciaSocial e colocar na base dos municípios brasileiros, pormais distantes que sejam, o poder de decisão que hojeestá entregue apcnas à representação da PrevidênciaSocial em seus Estados.

O que o suns prega, nobre Deputado Arnaldo Fariadc Sá, é o fortalecimento dos municípios, exatamenteaquilo que tanto prega o Partido Municipalista Brasi­leiro, até há poucos dias representado na AssembléiaNacional Constituinte pelo saudoso Senador AntônioFarias.

Mas, nobres Deputados Arnaldo Faria de Sá e Fara­bulini Júnior, o que o Ministro Renato Archer fez,está fazendo e fará, até seu último dia no Ministérioda Previdência e Assistência Social, é cumprir portariaassinada pelo Presidente da República quando S. Ex'ainda não ocupava a Pasta. O que está fazendo é exclusi­vamente cumprir portaria assinada, descentralizandoo Ministério da Previdência e Assistência Social, noque diz respeito ao Inamps.

Não tem culpa o Sr. Ministro se alguns desacertosestaduais c algumas cootrovérsias locais venham a criarproblemas. Está S. Ex' cumprindo apenas. determina­ções governamental. Sabe S. Ex' que· toda a Naçãobrasileira nada tem contra á administração do honradoMinistro Renato Archer. Sabemos todos que V. Ex'tem-se portado com a dignidade de sempre, para defen­der os interesses da Previdência Social e do Governobrasileiro.

O Sr. Arnaldo Faria de sá - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. -PRESIDENTE (Victor Faccioni) - Tem apalavra o nobre Deputado.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PMDB - SP.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gostaria dedizer ao eminente Deputado Heráclito Fortes que nãoataquei a honorabilidade do Ministro Renato Archer.Até endosso as palavras de V. Ex' Também não ataqueio SUDS. Talvez V. Ex' não tenha percebido a extensãoda colocação que quisera ter feito. Apenas disse quenão está havendo um representante da Previdência So­cial em cada um dos Estados. No Estado de São Panlo,mais especificamente, quem estava representando oInamps era o próprio Secretário da Saúde. Então, usan­do-se uma expressão popular, "era o cabrito tomandoconta da horta". Apenas dei um exemplo de alternativada Previdência: colocar lá um representante que já exis­te. Em São Paulo. temos o Superintendente do lapas.Apenas dei a idéia de que o Superintendente do lapaspassasse a representar a Previdência Social no Estado.Não ataquci, em hipótese alguma, o SUDS e nem mes­mo a honorabilidade do Ministro da Previdência Social,RenatQ Archer.

O SR. PRESIDENTE (Victor Faccioni) - Não háquestão de ordem a ser resolvida, nobre Deputado.

O SR, PRESIDENTE (Victor Faccioni) - Tem apalavra o SI. Adylson Motta.

O SR. ADYLSON MOTTA (PDS - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados,

Maio de 1988

inicialmente, quero dizer que não entendi a crítica feitapelo Deputado Heráclito Fortes ao PDS, que seria opartido que está contra o sunS. Ou não depreendicorretamente o que quis dizer, ou então acho que S.Ex' cometeu uma injustiça com o PDS. De qualquerforma, quero dizer que não somos contra a descentra­lização, até porque essa filosofia começou desde gover­nos anteriores. Somos totalmente a favor da descentra­lização, principalmente em um País carente na áreada saúde, que apresenta indicadores que nos envergo­nham internacionalmente, como os índices de morta­lidade infantil. Realmente, esses índices vêm justificarque se invista maciçamente na área da saúde. O quenão aceitamos são as bandalheiras que estão fazendo,através dos SUDS, é a falta de fiscalização, por partedo Governo, é a falta de-controle, chegando ao pontode funcionários depositarem verbas públicas em contasparticulares, para render no over e em outros meca­nismos financeiros. Esses abusos têm de ser coibidos.

Quanto à filosofia de trabalho, acho que o mais corre­to é a integração de todos os níveis administrativose da própria comunidade num plano conjunto, tendopor finalidade a melhoria das condições de vida do povobrasileiro.

Mas, Sr. Presidente, desejo apenas congratular-mecom o Sr. Presidente da República - aliás, uma vezeu me congratulei com S. Ex' e me arrependi, poiso Presidente costuma dizer uma coisa e no outro diavolta atrás, e espero que S. Ex' não faça O mesmoque fez quando annnciou a extinção dos Conselhos,o que até hoje não se concretizou. Aplaudo, entretanto,S. Ex' por sua preocupação, porque sentiu na própriacarne, com a iniqüidade da instituição do Imposto deRenda trimenstral, isto é, a triplicidade que representao imposto anual, o trimestral e o mensal, retido nafonte, que penitenciará exatamente a classe média,aqueles que, com a falta de recursos, procuram umsegundo emprego, .uma segunda fonte de renda parapoderem sobreviver. Esses são duramente penitencia­dos com a instituição do novo sistema estabelecido.

Então, no momento em que o Sr. Presidente da Repú­blica anuncia à Nação que vai reformular ou extinguiro sistema de cobrança trimestral, tenho de aplaudir.Inclusive, tenho projeto nesse sentido tramitando nestaCasa - já foi publicado - para o qual estou pedindourgência. Em até o sustaria, se o Presidente da Repú­blica realmente concretizasse o que aeaba de anunciar.De qualquer forma, é uma notícia que merece todoo nosso respeito. Por isso, aqui venho, pela primeiravez, aplaudir S. Ex' Espero não me arrepender em rela­ção ao que estou fazendo neste instante.

Durante o discurso do Sr. Adylson Motta, o Sr.Victor faccioni, artigo 76 do Regimento Interno,deixa a cadeira da presidência, que é ocupada peloSr. Heráclito Fartes, 3'-Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem apalavra o SI. Jorge Uequed. (Pausa.)

O SR. JORGE UEQUED (PMDB - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,a fúria fiscal do Governo em nada contribui que paraenfrentar a crise econômica e social que o País estávivendo.

Agora, os tecnocratas da Velha República, que estãocomandando a área da Fazenda, na Nova República,inventaram uma nova forma de assolar a classe médiabrasileira. É o famoso "trileão", uma maneira de oImposto de Renda intranqüilizar aqneles que vivem desalários e, fundamentalmente, burocratizar e complicara vida e a tranqüilidade do cidadão brasileiro. O próprioPresidente da República já se referiu à insanidade desseato, ao excesso de complicação que traz ao cidadão.E até parece que o Governo não pode controlar a buro­cracia de alguns setores que estão intranqüilizando avida do cidadão. O chamado "trileão" é uma agressão.É uma forma de complicar a vida daqueles que vivemde salários. E o que há mais? O Presidente já manifestoupublicamente a sua insatisfação. Alguns setores, espe­cialmente da área fazendária, insistem em manter essedespropósito e essa violência.

Por isso, SI. Presidente, alerto os setores do Governopara o fato de que atos dessa natureza em nada contri­buem para a tranqüilidade da vida nacional, não têmreflexo algum na saúde financeira do Estado e trazem

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Maio de 1988

complicações inúmeras à nossa economia. A sensibi­lidade social, o respeito à cidadania e à tranqüilidadedo cidadão determinam que o Governo mande revisarimediatamente essa disposição. Ela, na verdade, é pro­duto de alguns que querem fazer a sociedade brasileirade cobaia para experiências com teses, tratados e publi­cações oficiais. O Governo não pode cair nessa malhade insensibilidade e de posição de contraponto à socie­dade.

Por isso, o nosso alerta ao Presidente da República,para que mande suspender esse arbítrio que se passoua chamar de "trileão" e que poderia chamar-se de tri-in­sensibilidade.

O SR. ASSIS CANUTO (PFL - RO. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, SI"" e Srs. Deputa­dos, segundo o censo da Delegacia Regional da Sucam,registraram-se, em Rondônia, no primeiro bimestredeste ano, quarenta e sete mil e seiscentos e noventae três casos positivos de malária, esperando-se que olevantamento referente a março e abril seja menosameaçador, graças aos esforços despendidos pelos sani­taristas naquele Estado.

Antecipam-se dados a respeito de uma queda de qua­renta por cento da incidência da malária nos últimosdois meses, a crer nas revelações do delegado regionalJoão Bosco Pereira.

Embora haja queda dos índices, continua sendo preo­cupante a infestação da malária naquele Estado ociden­tal do País, vertente da calha amazônica, com granderevestimento florestal e excessiva umidade, favorecen­do a vida do anofelino, mosquito transmissor da malá­ria. Redobrado esforço das autoridades sanitárias, énecessário para minorizar os efeitos negativos dessa ter­rível endemia.

Semelhantemente a Rondônia, o Acre, o Amazonas,o Pará, o Maranhão e os nortes de Mato Grosso eGoiás, no Xingu, no Araguaia e no Tocantins, têmbuscado combater a endemia, que, no entanto, só serádimunuída significativamente com uma conjunção deesforços, que espera com a medicina social integrada,sob os compromissos da futura Constituição.

Segundo o Sr. Bosco Pereira, apesar da redução doscasos em Rondônia, o Estado continua na liderançaabsoluta da ocorrência de malária, o que ficou compro­vado numa reunião de delegados da Sucam na regiãoNorte do País.

Enquanto isso, a aplicação de projetos emergenciaisde combate à malária depende de aprovação do Minis­tro Borges da Silveira, a quem solicitamos a devidaatenção a esse problema, do maior interesse sanitáriopara toda a região amazônica. Temos sempre tratadodeste assunto e estamos atentos às medidas profiláticascolocadas à disposição da comunidade rondoniense,pois este tem sido o maior inimigo à todos.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, SI"" eSrs. Deputados.

O SR. JOSÉ TAVARES (PMDB - PRo Pronunciaó seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados, a onda privativista que assola os meios governa­mentais, soprada muito mais por interesses internacio­nais do que realmente por conveniências de nossa eco­nomia, tem o demérito de não distinguir entre as empre­sas que necessariamente devam ser excluídas da esferaestatal, seja por apresentarem prejuízos crônicos emseus balanços, seja pela inoperância em relação aosresultados que delas se esperava, e aquelas que efetiva­mente géram lucros e, conseqüentemente, são de extre­ma utilidade para o País.

Há também, empresas alojadas dentro do conceitoda segurança nacional e de relevante significado estraté­gico, como as dedicadas a atividades siderúgicas, petro­líferas e mineradoras, permanente alvo da cobiça depoderosos grupos transnacionais.

Mas os tecnoburocratas que dirigem a economia, for­mados na escola da ditadura, que foi a grande aliadado capital estrangeiro predatório e espoliativo, poucose importam com os danos que posam advir dessa priva­tição açodada. Interessa-lhes, tão-somcnte, atender àsimposições do Fundo Monetário Internacional e dosgrandes banqueiros credores de uma dívida externa atéhoje não esclarecida devidamente e sobre a qual pesamgraves denúncias de dolo e irregularidades na sua forma­ção.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

A privatização de todas empresas estatais, exceçãoda Petrobrás, como propõe o Ministro da Fazenda, émedida arbitrária que vai frontalmente contra os inte­resses da União. São empresas do povo, vale dizer,da Nação, que não podem ser entregues ao setor privadosem prévia consulta da sociedade.

Há algo de obscuro e inconfesso por trás disso tudo.Entregar praticamente de graça empresas altamenterentáveis, esconde outros propósitos que não os do inte­resse do erário.

Em recente artigo publicado pelo jornal Folha deLondrina, da cidade do mesmo nome, o editor de econo­mia Oswaldo Petrin faz judiciosa crítica ao processoprivatizador a que sofregamente se atira o GovernoFederal, analisando importantes aspectos da questão.

Inicialmente, aquele articulista aponta para os inevi­táveis riscos de uma rápida degradação do serviço públi­co, pela evasão dos melhores técnicos atraídos parao setor privado.

"O funcionário de área técnica, seja ela agricul­tura, saúde, informática, que sobreviver nos órgãospúblicos será por definição incompetente ou aco­modado e se sujeitará ao baixo salário e à imagemnegativa da instituição, por conveniência política. ,.

Depois, o jornalista Oswaldo Petrin indaga:

"E os bons profissionais, os efetivamente técni­cos e competentes, para onde irão? Para a iniciativaprivada, cujos interesses muitas vezes colidem in­teiramente com os interesses nacionais, principal­mente se se tratarem de empresas estrangeiras."

Prosseguc o citado editorial:

"A panacéia, que virou o controle dos gastosnas estatais, com excitados assessores do Planaltose arvorando contra salários e instituições, indiscri­minadamente, torna vulneráveis todas as institui­ções colocadas no mesmo níve\, tanto as produtivascomo os antros de empreguismo criados por inte­resses eleitoreiros. A guerra às estatais, simplistae grosseira, não poupará, talvez, instituições sériase detentoras de acervos imprescindíveis, como aEmbrapa, onde o temor deste pseudo saneamentodo gasto público já indisfarçavelmente preocupae atrapalha."

O analista econômico cita, como exemplo, o CentroNacional da Soja, que funciona em Londrina e cujosaltos benefícios para a agricultura brasileira são impos­síveis de avaliar. Ressaltando a importância do trabalhodo CNPSoja, afirma Oswaldo Petrin que " ...a avaliaçãode um centro de pesquisa que está vertendo resultadospara um produto tão importante tem que passar porum levantamento dos valores que retornaram, comopor exemplo, de tecnologias como o controle biológicoda lagarta da soja, além da criação de variedades resis­tentes, produtivas, de adaptação ao clima e ao soloem regiões onde nem Se sonhava com a exploraçãoda cultura, como o caso do Maranhão e do cerrado.Quanto vale a economia obtida com a dispensa do usode fungicida graças a variedades que nasceram a partirdo trabalho de melhoramento genético?"

Sr. Presidente e Srs. Deputados, podem V. Ex" desdejá perceber os efeitos deletérios da simples intençãogovernamental em privatizar todo o elenco de empresaspúblicas. Já se instaurou um clima de profunda inquie­tação no âmbito dessas entidades, com evidente pre­juízo psicológico entre os funcionários e com risco dewmpromentimento da eficiência do trabalho.

Era o que tínhamos a dizer.

O SR. ANTÔNIO CÂMARA (PMDB - RN. Pronun­cia o seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, a aprovação da emenda do Constituinte Mansuetode Lavor, isentando, da correção monetária os débitosrelativos a empréstÍlÍlos concedidos a pequenos agricul­tores, pequenos e microempresários, virá sanar dificul­dades angustiantes ora experimentadas por essas classesprodutoras para saldar compromissos contraídos naéIJoca da euforia do Plano Cruzado, em nome do qualjá foram sacrificados tantos brasileiros de boa vontade.

O acolhimento da Emenda Mansueto de Lavor pelaAssembléia Nacional Constituinte está sendo vivamenteesperado pelos que foram estimulados a investir em

Quarta-feira 25 2013,

peqüenos empreendimentos, impulsionados pelo oti­mismo que então imperava no País.

A emenda em questão determina que, para efeitode liqüidação, a correção monetária não incida sobreos débitos decorrentes de empréstimos efetuados a pe­quenos agricultores, pequenas e microempresas, até 31de dezembro de 1987; a médios agricultores e a médiasempresas, no período de 28 de fevereiro de 1986 'a31 de dezembro de 1987; e a quaisqueqlUtros toma­dores, no período de 28 dc fevereiro a 31 de dezembrode 1986.

Nada mais justo, Srs. Deputados, do que aliviar deuma correçâo monetária que corre paralela à mais acele­rada inflaçâo já registrada em nossa história os débitosassumidos por brasileiros que confiaram no seu gover­no, que acreditaram nas garantias oferecidads insisten­temente pelo Sr. Ministro da Fazenda de então a todosquantos quisessem participar de uma fase de "tranqüi­lidade e trabalho", considerada excepcional em faceda absoluta estabilidade de preços que adviria da preco­nizada inflação zero.

Ninguém poderá negar que esses pequenos, médiose microempresários foram fraudados nas suas esperan­ças, iludidos nas suas expectativas de retorno do esforçode trabalho empregado. Nem se poderá censurá-los pelaboa fé com que se apressaram a corresponder à convo;'cação que Se lhes fez para plàntarem o grão que contn·buiria para a colheita de uma gigantesca safra, dignade um suposto tempo de vacas gordas.

Os que hoje estão endividados e insolventes enfileira­ram-se entre os que atenderam à chamada do Governopara colaborar na construção de uma nova e grandePátria. Não merecem que se exija deles, neste momen­to, o impossível. Fazem jus, isto sim, a uma anistiade caráter especial, como a proposta pela Emenda Man'sueto Lavor, para os empréstimos que não conseguemhonrar. Há em trâmite nesta Casa uma emenda doConstituinte Humberto Souto, que anistia também, mi­era, pequenos e médios produtores, merecendo nossaatenção e acolhida.

Não os abandonemos ao infortúnio; o Poder Públicoprecisa assumir sua parcela de responsabilidade nessasdívidas.

O SR. MAURÍLIO FERREIRA LIMA (PMDB ­PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, as esquinas são o melhor termômetroda saúde deste País. Elas funcionam como um institutode opinião pública, informais e sem os vícios metodo­lógicos das empresas de pesquisa. As esquinas contam,de maneira fiel, o estado de espírito do nosso povoe o que pensam de nossos governantes e das elites eco­nômicas e culturais, nacionais e estaduais. São críticasduras e impiedosas. Sua falta de compromisso lhes dáo dom da imparcialidade em pontos de vista cruéis detanta verdade explícita.

Neste termômetro tão sensível, há sintomas de umagrave doença: a desesperança. Este sintoma é mais visí­vel nos pontos de reunião de pessoas mais jovens. Otema das mesas de bar e das esquinas é a total falta·de perspectivas oferecidas pelo País. A descrença é pro­funda. Como se não bastasse a forte crise econômica,encontramo-nos em meio a uma crise moral. As denún­cias de corrupção calam fundo em seres humanos querecém começam a enfrentar a vida. A intransigênciadas classes patronais em aceitar até os menores direitosdos trabalhadores serve como uma ducha de água frianos que procuram o mercado de trabalho.

Frente a tantos obstáculos,nossos jovens desanimame buscam caminhos mais fáceis no exterior. A Europa,o Canadá, os Estados Unidos e a Austrália servem comopólos de atração. Corremos o mesmo risco da Irlanda,que perdeu milhares de homens e mulheres que colabo­raram, no século XIX, na formação da riqueza ameri­cana. Exportamos professores, médicos e outros profis­sionais altamente treinados para trabalharem em ativi­dades secundárias da economia. Um lavador de pratosna Europa ganba cerca de US$ 500 semanalmente, oque dá um total aproximado de Cz$ 300 mil a eadamês. Um professor do Distrito Federal, um dos maisbem pagos do Brasil, recebe Cz$ 22 mil por 30 horassemanais na zona rural de Brasília.

Estes números são uma pequena mostra dos desníveisexistentes entre o capitalismo do Primeiro Mundo eo capitalismo selvagem brasileiro, que tem em explora-

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dores como o ex-presidente da União Democrática Ru­ralista, Ronaldo Caiado, seus representantes máximos.

Há outros condicionantes. A corrupção impera emfatias amplas das administrações federal, estadual e mu­nicipal. O emprego é farto para apadrinhados e escassoP3fa pessoas preparadas a dar alguma eficiência à in­competente burocracia. Quando se consegue rompera barreira do nepotismo surge o desânimo com a totalfalta de condições de trabalho. As verbas sempre sãoinsuficientes para programas prioritários, mas sobrampara o fomento do empreguismo e de currais eleitorais.Os salários são achatados em função disso, prejudi­cando os que realmente se esforçam, mas a eficiênciaé colocada cm segundo plano em função de exigênciaspolíticas inadequadas e desgastantes para todos os Po­deres da República.

Poderia citar outros fatores: excesso de subsídios be­neficiando apenas as classes mais favorecidas, impostosinjustos concentrados nas rendas médias em bencfíciopessoal dos integrantes das elites, baixos níveis dc efi­ciência nas estatais em função de subsídios mal aplicadose contratações irregulares.

A descrença afeta a todas as faixas da AdministraçãoFederal. Um Presidente da República fraco e compro­missado com os setores mais retrógrados de nossas elitesé nm alvo natural para essas críticas, principalmentequando se apega de maneira irracional a um poder quenão sabe exercer. Membros desta Assembléia Consti­tuintc que traíram seus compromissos com o povo repre­sentam um peso injusto para o Poder Legislativo, quesofre generalizações sobre a falta de empenho de seusintegrantes na busca de soluções para estc País. O Judi­ciário se dcsgasta ao permitir irregularidades como osalário em cascata, um elemento indispensável para osurgimento de superfuncionários recebendo rios dc di­nheiro em Estados famintos e carentes.

As soluções passam por esta Casa. Devemos ter cora­gem para enfrentar este quadro, começando, talvez,por exorcizar a ilegalidade que hoje passa pelo Paláciodo Planalto, aprovando OS quatro anos de mandato parao Presidente Sarney. Com esta coragem criaremos con­dições para um Brasil melhor. De outra maneira presen­ciaremos o último de nossos emigrantes apagar a luzdo aeroporto ao buscar um país mais sério onde possafundamentar seus sonhos de viver com dignidade.

O SR. FERES NADER (PTB - RJ. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,o Brasil corre O risco de perder importantes monu­mentos históricos por falta de cuidados. Esta denúncianos deixou perplexos e assaz preocupados, principal­mente quando a própria Secretaria do Patrimônio His­tórico e Artístico Nacional admite ser péssima a situaçãoda maioria das igrejas e monumentos mineiros do perío­do barroco, que representam cerca de 60 por centode' património deste estilo no País.

Os roubos, depredações e a falta de recursos recla­mada pela Secretaria e pelo Instituto Estadual do Patri­mônio Histórico e Artístico, aliados à ação do tempo,resultam num quadro de deterioração dos antigos edifí­cios, a maioria do Século XVIII.

A Sphan conta com uma verba para projetos e obrasde Cz$ 105,8 milhões, considerada pelos técnicos muitoaquém do necessário para reformar e manter, em MinasGerais, 111 monumentos tombados. Cerca de 80 porcento desses prédios são igrejas e quase todas neces­sitam de obras. A maioria foi construída há mais de200 anos e suas estruturas apresentam sucessivos proble­mas.

Segundo apuramos a Spllan está trabalhando, no mo­mento, em 40 prédios em todo o Estado de Minas Ge­rais. A maioria das reformas arrasta-se por anos, jáque o dinheiro acaba com a obra pela metade. sendopreciso requisitar verbas suplementares que custam aser liberadas. E, enquanto fica parada a obra, muitodo trabalho já fcito se perde. O Instituto, por sua vez,nem dispõe mais de verbas, pois o Governo de Minas,como determina o bom senso gerencial, só as liberaapós o estudo de cada caso.

Entendemos que a única saída para a crise seria umaparticipação mais intensa da iniciativa privada nos pro­jetos de restauração dos monumentos históricos, apro­veitando as vantagens da Lei Sarney.

Alguns exemplos já começaram a fluir no territóriomineiro, com a restauração da Matriz de Nossa Senhora

DlÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

da Conceição, em Raposo; Colégio Caraça, em SantaBárbara; Igreja de São Sebastião das Águas Claras,em Nova Lima, além de outros em estudo. Entretanto,até mesmo para obter-se a ajuda da iniciativa privadahá necessidade de verba governamental, pois as empre­sas exigem projetos detalhados, completos, que têmum custo médio de Cz$ 2 milhões, verba que, na maioriadas vezes, não existe em disponibilidade na Secretariado Patrimônio Histórico e Àrtístico Nacional nem noInstituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico.

Diante dessa ameaça, Sr. Presidente, rogamos às au­toridades federais da área da Cultura' que estudem apossibilidade de uma ação mais intensa na defesa dosmonumentos históricos do País. Permitimo-nos, poroportuno, sugerir-lhes que realizem um movimento vi­sando a conscientizar os empresários e comerciantesde que, investindo no patrimônio histórico e artístico,estarão preservando lídimas relíquias brasileiras, alémde se beneficiarem da Lei Sarney.

Muito obrigado.

O SR. JOSÉ TEIXEIRA (PFL - MA. Pronunciao seguinte discurso.) -SI, Presidente, Srs. Deputados,o Ministro dos Transportes, Dr. José Reinaldo Tavares,na semana passada, compareceu à cidade de Timon,no Maranhão, a fim de iniciar, junto com o PrefeitoNapoleão Guimarães, as obras da Ponte da Amizade.

Trata-se de cidade fronteiriça a Teresina, exercendoinfluência em toda a região. Oportuno registrar o valorde seu povo e a harmonia na convivência com nossosirmãos do Piauí, invocando Hugo Napoleão quandoensinou: - "O Rio Parnaíba serve de fronteira masnão separa os dois Estados. "

Tal harmonia fortelaceu-se nos anos trinta pela cons­trução da ponte ferroviária sobre o Parn31ba, possibi­litando a ligação de São Luís a Teresina. Recentementeuma segunda ponte foi construída para atender ao tráfe­go rodoviário. A primeira, a ponte do trem; a segunda,a do caminhão. Faltava, entretanto, uma terceira, umaponte que pudesse ligar a cidade de Timon a Teresina.As duas primeiras atendiam, acima de tndo, à necessi­dade econômica daquelas populações tão sofridas. Aatual, a ponte de que nos ocupamos agora, além doeconômico, destina-se, também, ao social. O povo, quesabe muito bem de suas necessidades, intuiu, desdelogo, esse aspecto, batizando a obra com o nome dePonte da Amizade.

Ninguém poderia negar ao Presidente Sarney a condi­ção de grande amigo do povo timonense, e foi, precisa­mente em seu nome que lá compareceu o Ministro JoséReinaldo Tavares, para testemunhar a entrega da or­dem de serviço, pelo Prefeito Napoleão Guimarães,à construtora que venceu a concorrência.

O ritmo das obras (mais de duzentos operários emcinco frentes de trabalho) nos permite saber que, aofinal deste ano, o Presidente Sarney ali comparecerápara inaugurar obra de tal vulto.

Hoje, o centro de Timon dista do centro de Teresinacerca de 6km ou 12km, conforme seja utilizada aponto rodoferroviária ou rodoviária, respectivamente.Destaque-se o tempo desperdiçado com esperas frenteaos sinais da ponto rodoferroviária, que só comportauma corrente de tráfego ao mesmo tempo. Homens,mulheres, crianças, idosos e doentes muito têm sofridonaquelas filas quilométricas, sob o sol causticante, quaseinsuportável.

A Ponte da Amizade deixará o centro de Timon amenos de lkm do centro de Teresina. Moderna, compistas de mão dupla, deixará fluir, sem atropelos, osveículos que demandam aquelas cidades. Haverá pistasespeciais para bicicletas. O tempo gasto na travessiaserá reduzido a um terço do atual. O custo do transportecoletivo será necessariamente menor.

A convivência entre as duas cidades será aprimorada.Teresina ganha uma vasta área para sua expansão urba­na. O povo de Timon e o da capital piauicnse estãosendo beneficiados, em conjunto.

O Prefeito Napoleão Guimarães, que tem recebidoo meu apoio e do Deputado José Elouf, tem dito cons­tantemente que "Timon está de olho no ano 2000",e assim falando colocou o aparelho municipal a serviçode um tempo mais promissor.

Não se poderá entender a Ponte da Amizade foradestas considerações.

Maio de 1988<

Sem diminuição de qualquer espécie de administra­ções passadas sentimo-nos à vontade para afirmar quea população de Timon é testemunha da mais fecundaadministração de sua história destaco o trabalho na áreaeducacional; o saneamento básico; o abastecimento d'á­gua; iluminação pública; galerias d'água pluvial e calça-

, menta.Em Timon os inimigos do povo estão sendo batidos

e desmoralizados. Infelizmente, o povo tem inimigos.Os inimigos dos timoncnses estão contra a Ponte daAmizade porque é uma obra que servirá ao povo. Maseles serão derrotados outra vez. Quem está contra aPonte da Amizade receberá a resposta do povo naseleições de novembro.

A Ponte da Amizade será o coroamento áa adminis­tração Napoleão Guimarães.

A cidade de Timon, de fato, já pode contemplaro futuro. Seu povo e sua administração confraternizamnas tarefas do desenvolvimento.

O SR. ERICO PEGORARO (PFL - RS. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados,o Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Em­presa nos transmite apelo qnanto à necessidade de intro­dução do tratamento diferenciado à empresa de peque­no porte como princípio da Ordem Econômica, o que,aliás, já tem o consenso quase unânime da AssembléiaNacional Constituinte. Este anseio não visa à obtençãode um privilégio, mas à igualdade de oportunidade ede competição no contexto da economia.

A inclusão desse preceito na Constituição ensejaráque se formulem uma legislação complementar e ordi­nária, as quais O sistema Cebrae esboçou juntamentecom medidas que se acham em andamento em diversosórgãos do governo e que consistem principalmente em;

19) renegociação da dívida dos pequenos empresários,contraída durante o Plano Cruzado;

29) ajuda financeira ao sistema Cebrae/Ceags, cujadotação orçamentária decresceu enormemente de 87para 88;

3") viabilização de providências específicas e dc ins­trumentos que vêm sendo negociados com organismosgovernamentais;

49) consecução de voz e voto para as micros, pequenase médias empresas na tomada das grandes decisões eco­nômicas através de representação no Conselho Mone­tário Nacional;

59) rednção dos encargos sociais pela alteração docritério de cobrança da contribuição previdenciária;

69) distribuição de vale-t7ansporte às pequenas, mé­dias e microempresas;

79) modificação da Lei n96.458, de 14 de novembrode 1977, que dispõe sobre a tributação do imposto derenda com base no lucro presumido;

8") proposição referente ao regime jurídico das socie­dades de interesse econômico;

9') democratização do acesso das indústrias de peque­no porte às compras da administração direta e indireta;

10') criação do Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Tecnológico das Pequenas Indústrias;

11') criação de cooperativas de microempresas, inclu­sive de crédito; e

129) modificações na legislação federal para implantaruma política industrial de crescimento das pequenase médias empresas.

A alteração na Lei 'n' 6.468/77 visa a acabar comdistorção que inibe as microempresas de trabalharempelo aumento de sua receita para não ultrapassar olimite de isenção do imposto de renda, fixado em dezmil Obrigações do Tesouro Nacional. por ano.

A instituição das Sociedades de Interesse Econômicotem por fim proporcionar às pequenas e médias empre­sas um melhor desenvolvimento, agrupando-se e apri­morando o seu funcionamento para obtenção de resulta­dos positivos. Constituindo-se de firmas individuais esociedades mercantis de reduzida receita bruta, isto é.cujo faturamento anual não exceda ao montante decem mil Obrigações do Tesouro Nacional, gozarão detratamento especial quanto à incidência dos impostossobre produtos industrializados e sobre a renda e pro­ventos.

O acesso das indústrias de pequeno porte -entidadescomo aquelas cuja receita bruta anual não exceda a160.000 OTN - às compras dos órgãos e entidadesda administração federal direta e indireta, dentro de

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Maio de 1988

um limite não inferior a 20% do seu valor, aumcntaráa capacidade de produção desse segmento da economianacional, propiciando-lhes condições de maior competi­vidade no mercado e de maior estabilidade às crisesconjunturais.

O percentual estabelecido corresponde aos estudosprocedidos peja Cebrae, com base na experiência exis­tente inclusive no exterior.

A criação do Programa de Incentivo ao Desenvol­vimento Tecnológico pretende estimular os projetos depesquisas nas indústrias de pequeno porte, destinan­do-lhes assistência. É fixada uma percentagem mínimapara as administrações federais centralizadas e autár­quicas aplicarem das dotações recebidas com essa finali­dade específica.

Só terão direito a este incentivo as empresas cujareceita bruta não tenha excedido a 160.000 Obrigaçõesdo Tesouro Nacional no ano anterior. É também criadacomissão integrada por representantes dos Ministériosda Indústria e do Comércio e da Ciência e Tecnologiae da Secretaria do Planejamento para definir priori­dades setoriais e regionais na aplicação dos recursosdo Programa.

O Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e MédiaEmpresa funcionará como Secretaria Executiva da Co­missão.

A instituição de Cooperativas de Microempresas, in­clusive de crédito, atende a uma reivindicação insistentedesse segmento empresarial. É estabelecido um condi­cionamento à lei que organizou aquelas associações.Foi apurada a predominância das microcmpresas entreas de pequeno porte e que os mecanismos previstosna Lei n' 7.256/84 não foram suficientes, no entanto,para possibilitar-lhes um atendimento creditício eficaz,tais são os obstáculos constantes dos regulamentos, queinibem na prática quaisquer pretenções financeiras maisexpressivas delas.

O microempresário não está preparado para satis­fazer a costumeira série de exigências dos bancos comer­ciais, tornando-se, portanto, necessária uma soluçãoassociativista, de conformidade com o modelo já ado­tado para os produtores rurais. Os financiamentos se­riam menos onerosos, uma vez que se originariam dospróprios cooperados e estariam isentos de obrigaçõese das tributações da praxe mercantil, possibilitando ta­xas e prazos mais favoráveis, além do acesso a outrasfontes de recursos, como o banco Nacional do CréditoCooperativo.

As cooperativas podem ser um eficiente instrumentode estímulos à iniciativa privada, sobretudo em suasformas embrionárias, como acontece precisamente comas microempresas, sendo capazes de reerguê-Ias nasfases mais recessivas da economia, como a que ora ron­da a atividade produtora.

O crescimento das pequenas e médias empresas estáa exigir algumas modificações de profundidade na legis­lação em vigor.

A implantação de uma política industrial nessa áreadeve partir do aumento de sua capacidade de aplicarrentavelmente os investimentos que obtiver, moderni­zando suas instalações e equipamentos, bem como ado­tando procedimentos atualizados de mercadologia.

Os incentivos fiscais têm favorecido os grandes proje­tos e o desenvolvimento do País, mas pouco tem concor­rido para o fortalecimento dos empreendimentos deporte médio.

Pode-se acrescentar ainda que, ao lado do impactoestrutural no perfil tecnológico das médias e pequenasempresas, as medidas propostas têm a virtude de provo­car, a curto prazo, uma aceleração da atividade econô­mica, contribuindo dessa maneira para diminuir os ris­cos de recessão na economia brasileira.

Vale também ressaltar que as medidas contidas nesseprojeto inserem-se no quadro de uma nova sistemáticade concessão de benefícios fiscais, mediante a execusãode programas específicos e de duração previamente de­terminado, o que certamente dará maior eficácia à utili­zação dos incentivos.

Observe-se, finalmente, que os benefícios previstossão concedidos para vigorar durante um prazo já prefi­xado, o qual deverá terminar em 31 de dezembro de1989.

Ao Ministério da Indústria e do Comércio caberáa regulamentação das normas legais propostas.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

o SR. GANDI JAMIL (PFL - MS. Pronuncia oseguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputa­dos, o Brasil atravessa momentos particularmente difí­ceis. A extraordinária elevação acumulada nos índicesinflacionários - recorde absoluto em toda a nossa histó­ria - inibe investimentos, reduz a oferta de empregose nos conduz, a todos, a uma crise cada vez mais enrai­zada em nosso País.

O Governo Federal apresenta, agora, à Nação brasi­leira o documento "Modernização e Ajustamento", queversa sobre os objetivos governamentais em três pontosbásicos: o controle do processo inflacionário, a reto­mada do crescimento econômico e a melhoria da distri­buição de renda.

Não obstante a qualidade do documento, entendemosque, na sua gestão prática e no tocante à distribuiçãode renda, o governo deveria abrir um capítulo especialao funcionalismo público, buscando a correção das dis­torções que se vêm acumulando, durante décadas, nessaárea.

O que todos temos visto é essa classe ser aviltada,espremida em seus salários de há muito baixos, e rele­gada a uma condição de insuportáveis dificuldades pro­fissionais e pessoais. Dificuldades essas ampliadas pelorecente congelamento da URP e pela perda de bene­fícios indiretos nas áreas de sáude, educação e alimen­tação, por força do Decreto n'.95.904, de 7 de abrilúltimo, e do Decreto-lei n' 2.425/88.

Este é um tempo de austeridade e comedimento quenos pede amplos sacrifícios. Mas não podemos, em ne­nhuma hipótese, aceitar que os sacrifícios recaiam, ain­da mais uma vez, sobre aqueles que tantas outras vezesos assimilaram por rígida imposição.

São indispensáveis a pronta valorização e o adequadoreconhecimento, pelo Governo, da nobreza da funçãopú~lica, em prol do bem estar de toda a comunidade.

E inimaginável exigir-se qualidade de resultado notrabalho, sem que ofereça condições dignas para o seudesempenho.

A natural vontade de se fazer uma obra que marqueum governo pode e deve ser traduzida na melhoriadas,condições de vida do povo como um todo.

E isto que se espera desse e de todos os futuros gover­nos deste País.

Era o que tinha para dizer.

o SR. DASO COIMBRA (PMDB - RJ. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados,está festejando o seu Jubileu de Ouro de ordenaçãoao Ministério Evangélico o Rev. Manoel da SilveiraPorto Filho, da União das Igrejas Evangélicas Congre­gacionais do Brasil.

O Rev. Porto Filho não pode ser distinguido apenascom a afirmação de que é uma das glórias do MinistérioEvangélico Congregacional. Ele é de fato, uma das gló­rias do Ministério Evangélico em todo o mundo, hajavista os fatos notáveis de sua vida e os feitos não menosnotáveis do trabalho extraordinário de grande homemde Deus que ele é.

Nascido a' l' de junho de 1908, na cidade do Riode Janeiro, prestes a completar oitenta anos, continuaum competente e frutífero trabalho de pastor na IgrejaEvangélica Campograndense, na cidade do Rio de Ja­neiro, pastorado que vem exercendo há quarenta e seteanos ininterruptos.

Este ministro congregaciona\", no entanto, não é so­mente um dedicado pastor de igrejas locais, o que fezem vários templos do chamado "Sertão Carioca", zonaoeste da cidade do Rio de Janeiro, como as Igrejasde Areia Branca, Santíssimo, Santa Clara, Magarça eCampo Grande. Ele foi também presidente da IgrejaCongregacional de todo o Brasil, nos anos de 1949 a1958, que àquele tempo era União das Igrejas Evangé­licas Congregacionais e Cristãs do Brasil. Outras ativi­dades, ligadas ao Ministério Evangélico, foram brilhan­temente exercidas por ele. Durante muitos anos lecio­nou várias matérias nos Seminários Teológico Congre­gacional do Rio de Janeiro, Bete! e Faculdade Evan­gélica de Teologia do Rio de Janeiro. Tradutor do NovoTestamento para a Sociedade Bíblica do Brasil, membrodo Corpo Redatorial da Comissão Latino-Americanade Educação Cristã (Celadec), tem participado de vá­rios eventos internacionais, no Brasil c fora dele, sem­pre com brilhantismo e distinção.

Quarta-feira 25 2015

Além das atividades diretamente ligadas ao Minis­tério Evangélico, o Rev. Porto Filho é professor deGrego, latim e Português; é escritor e poeta muito apre­ciado; compositor e autor de hinos repetidamente canta­dos nas igrejas evangélicas em geral. O professor deumuito de si ao ensino médio no Brasil, não só na regên­cia de classes, mas na produção de obras didáticas reco­nhecidamente valiosas.

Sócio-fundador do Lioos Clube de sua cidade, foipresidente e ocupou vários outros cargos de sua direto­ria; participou ativamente do Instituto Campo-Gran­dense de Cultura, como a demonstrar que sua visãoda vida e do mundo é grandiosa e ampla, e ultrapassaa própria grandeza do Ministério Evangélico.

Com todos os títulos de que é merecedor, membroda Academia Evangélica de Letras do Brasil, PortoFilho é um homem simples, acessível e humilde, comosóem ser todos os verdadeiros homens de bem.

Já se vê que, ao fazer este registro, faz-se justiçaao abnegado ministro de religião, mas também se fazjustiça ao cidadão de prol, ao homem que fez e fazgrande contribuição a este País, pelo que fala, peloque ensina, pelo que escreve e pelo que exemplificapor uma vida de fé notável e de extraordinária dediação.

O SR. JORGE ARBAGE (PDS - PA. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, a Fundação Rô­mulo Maiorana realizada, na noite de hoje, uma expo­sição na Embaixada da França, nesta Capital, sobreo tema: "Pará - A Novà Fronteira da Arte".

Trata-se de entidade nascida da inspiração empre­sarial do saudoso Rômulo Maiorana, que associou àsua larga visão de emérito pioneiro do sistema de comu­nicação escrita, falada e televisionada o seu esplendo­roso espírito de amor à arte e à cultura, transformandoa Fundação numa realidade há muito desejada pelafamília paraense.

Dirigem os destinos da Fundação Rômulo Maiorana,como presidente, Dona Déa Maiorana, e, como Dire­tora Executiva, Dona Roberta Maiorana, filha caçulado seu fundador. E o fazem com a mesma eficiênciae talento do seu antecessor, o que possibilita afirmarnão haver, entre o passado e o presente, qualquer solu­ção de continuidade nessa obra meritória, que se inscre­ve no elenco de tantas outras que enriquecem a históriaartística e cultural do meu querido Estado do Pará.

Faço o presente registro para homenagear a Funda­ção Rômulo Maiorana e congratular-me com a Embai­xada da França no Brasil, pela feliz iniciativa dc teracolhido uma exposição que realmente apresentará oque de mais moderno existe nos planos da cultura eda arte.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ANTONIOCARLOS MENDES TRAME (PFL-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,SI" e Srs. Deputados, em 22-12-87, o Governo Sarneyeditou quatro decretos-leis, entre os quais o Decre­to-Lei n' 2.396, que visava a corrigir em 250% a tabelado Imposto de Renda progressivo sobre a renda líquidaauferida em 1987; introduzir o referencial de janeiro/88para o cálculo do valor real do imposto a pagar oua restituir; autorizar o pagamento do imposto a pagarem até oito parcelas (de maio a dezembro/88), corri­gidas monetariamente em relação ao mês de janeiro;consolidar os rendimentos dos contribuintes que rece­bem de mais de uma fonte, para fins do recolhimentotrimestral do diferencial - o chamado "Trileão"; man­ter valores de deduções, aliás, valores ridículos, parao cálculo da renda líquida mensal.

O mecanismo de conversão do imposto devido pelaOTN de janeiro para o pagamento posterior pela OTNde maio a dezembro é perverso para os assalariados.

Os salários foram corrigidos no período de janeiroa abril de 88, pela URP, em 47,4%, enquanto a OTNvariou 59,44%, ou seja, há um diferencial de 12%,que tende a aumentar ao longo do ano.

A perversidade se torna inominável para os funcio­nários públicos que tiveram seus salários congeladosem abril e maio, além de perderem outras vantagens,como gratificações, por exemplo, no último pacote (De­cretos-Leis n"' 2.423 e 1.425, de 7-4-88).

Em conseqüência, a carga tributária sobre pessoasfísicas que vivem dos rendimentos do trabalho ficouinsuportavelmente alta. Foi elevada para aumentar a

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arrecadação, poupando-se as pessoas jurídicas e as pes­soas físicas que vivem de ganhos de capital (juros, lu­cros, dividendos, exceto aluguéis).

Resta-nos somente a possibilidade de que o Decre­to-Lei n' 2.396 seja rejeitado no Congresso Nacional,onde tramita contando sessões e podendo vir a ser apro­vado, sem ser votado, por decurso de prazo. Para suarejeição, é preciso que o Congresso seja convocadoextraordinariamente e que os parlamentares estejamsensibilizados para comparecer a reuniões e votar con-tra. .

Isto só ocorrerá se houver uma atuação clara doscontribuintes junto aos deputados federais e senadores.Evidentemente, se esta manifestação dos contribuintesreceber guarida nos meios de comunicação, sua resso­nância amplificada virá a se constituir num fator rele­vante para que Se consiga aplacar a saga tributária doatual Governo, que vem instalando no País um verda­deiro inferno fiscal.

o SR. TADEU FRANÇA (pDT - PRo Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,com acesso proibido ou expulsos pela Funai das áreasindígenas, estão sendo sufocadas até mesmo as testemu­nhas missionárias do massacre indígena yanomani, ge­nocídio que não está chegando à opinião pública brasi­leira, ora informada quase que exclusivamente por co­merciais caríssimos de televisão e notas de esclareci­mentos igualmentc pagas pelos cofres públicos alimen­tadores da Funai, que "desmentem boatos e garantemconvivência pacífica entre mineradores e índios".

"Longc de qualquer comunicação e vistos apenas pe­los passarinhos - informou em reunião de líderes oindígena Manoel Tukano, do alto rio Negro os - yano­mani cstão sendo mortos por grupos de jagunços pagos,na corrida louca rumo à serra do Surucucu, centro doterritório yanomani lt

Em documento subscrito pelo padre GioVanni Saffí­rio, tomo conhecimento do depoimento de um serta­nejo, assegurando ter visto vinte corpos de yanomamimassacrados e sendo enterrados no cascalho, na áreado rio Couto de Magalhães.

No dia 12 de maio, chegou ao Hospital Coronel Mota,de Boa Vista, o índio yanomani Ato Hakomatheri, daregião do Surucucu, baleado no braço direito. Apesarde ferido, o próprio Hakomatheri declarou que os auto­res dos crimes contra ós yanomani não estão punidos,a exemplo dos yanomani mortos com requintes de cruel­dade pelos jagunços na área do rio Couto de Magalhães,e de sua própria filha, assassinada em tiroteio do qualele saíra ferido.

"Os pistoleiros chegaram à maloca Tireytheri - afir­mou o illdio yanomani - enquanto eles tomavam min­gau e despedaçaram as flechas dos índios, cortaramas redes, os esteios da maloca, até as bananeiras daroça e, atirando nos yanomani, os expulsaram dali".

Cumprindo o seu dever, a Frente Parlamentar doíndio está denunciando esses tristes acontecimentos aoPaís, apelando para o brio das nossas Forças Armadas,para que não permitam que se consuma aos olhos douniverso a vergonha nacional que haverá de ser o geno­cídio yanomani, porque descobriram minério de ferroe urânio em seu território.

O Presidente da Funai, Romero Jucá, não se cansade repetir que é necessário agilizar a demarcação daárea, para pôr fim aos conflitos, mas ele parece mesmodisposto a aguardar a morte do último yanomani, paradepois demarcar a tcrra que scmpre lhes pertenceu.Da mesma forma, o compromisso por ele formuladojunto à Frente Parlamentar do índio, no sentido derecorrer ao apoio do Exército Nacional, para defendera terra e a vida yanomani, jamais saiu do mapa deintenções, ou do jargão publicitário de "convivênciapacífica entre nativos e brancos" .

A verdade é que a marcha dos aventureiros rumoà serra do Surucucu está deixando atrás de si escombrose morte, atingindo inclusive índios arredios, dos quaiscinqüenta morreram recentemente, contaminados pelasdoenças dos civilizados.

No isolamento milenar de suas florestas, o sangueyanomani agora derramado está clamando por socorroà consciência do Brasil.

o SR. NAPHTALI ALVES DE SOUZA (PMDB­GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Sr" e Srs. Deputados, aproxima-se o dia em quc estePlenário decidirá sobre a criação do Estado do Tocan­tins, antiga aspiração do povo goiano, há séculos defen­dida e incluída em quase todos os planos de divisãoterritorial do País, até os mais recentes.

A Assembléia Legislativa de Goiás já se manifestoufavoravelmente à proposição e temos absoluta certezada quase unanimidade do plebiscito previsto para a cria­ção dos novos E.tados no que tange a esse, que separao norte do sul de Goiás~ unindo-os, ainda mais, nassuas aspirações de crescimento econômico e de desen­volvimento geral.

Cobrindo a parte norte do Estado, abrangeMo menosde metade do seu território, reúne uma região geoeco­nômica com peculiaridades locais de clima e solo, sendode salientar a pecuária desenvolvida na região conhe­cida como "Bico do Papagaio" e a possível utilizaçãoda rede Tocantins c Araguaia, tanto como hidrovia co­mo na irrigação e no suprimento energético.

Se a região não se encontra mais desenvolvida, issose deve ao desenvolvimento administrativo pouco satis­fatório de um Estado que se alonga por quasc doismil quilômetros de extensão e se estreita entre Banhiae Minas Gerais de um lado e Mato Grosso e MatoGrosso do Sul, limitando-sc, ainda, com o Maranhãoe o Piauí.

Com uma densidade populacional superior à de al­guns Estados da Federação, grande espaço destinadoà agricultura e à pecuária, apreciáveis riquezas mineraisno solo e no subsolo, o Estado do Tocantins será imedia­tamente autofinanciávcl, lucilando com brilhantc estre­la nos céus da Federação brasileira, que a nossa ban­deira representa.

Era o que tínhamos a dizer, SI. Presidente.

O SR. JUAREZ ANTUNES (PDT - RI. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,milhares de trabalhadores em siderurgia, cimento, ele­tricidade c outras atividades, cujo trabalho se desen­volve de maneira contillua, nos chamados turnos derevezamento, estão muito apreensivos quanto à grandearticulação de empresários para pressionarem os consti­tuintes pela derrubada do turno de 6 horas.

Tem sido grande a movimentação da Fiesp e de gran­des empregadores, como Gerdau c Ermírio de Moraes,para derrubarem esta conquista dos trabalhadores noprimeiro turno de votação.

O turno de 6 horas para os trabalhadores que serevezam reveste-se de uma reivindicação das mais justaspara o setor, tendo em vista que s6 Os que enfrentameste tipo de trabalho sabem o quanto é penosa essaforma de trabalho.

Trabàlhadores de turno têm sua vida familiar compli­cada pela maneira como os horários de serviço e descan­so ocorrem. A cada semana, trabalhando em determi­nado horário, o homem não tem como conciliar horade dormir, de alimentar-se e de algum lazer. Vive otrabalhador do turno um eterno problema.

Todos sabem que o sono do dia não é igual ao danoite.

Os horários de refeição, da mesma forma, mudamcom a mudança do turno. O relacionamento familiaré duramente atingido, pois O trabalhador está sempreagitado, nervoso e quase sempre mal humorado comos filhos.

Com o passar dos anos, o trabalhador do turno sofretrcmendo desgaste físico e mental, transformando-senuma pessoa cheia de problemas.

Sendo menor, o turno de 6 horas permite ao tra~­

Ihador conciliar melhor seus horários de refeições, poistodas podem ser feitas junto com a família, em casa.

Maior tempo para donnir, para descansar e para ficarjunto à família dão ao homem melhores condições detrabalho, fazendo, logicamente, aumentar a produção.

Portanto, Sr. Presidente, os que pensam que a redu­ção do horário de trabalho aumenta os custos da produ­ção estão completamente enganados. Pelo menos paraquem trabalha em turno de revczamento, podemos di­zer que, reduzindo-se a carga horária, aumenta-se aprodutividade, tais são os fatores que vão influenciaro trabalhador, dando-lhe melhor disposição no serviço.

Esperamos, assim, que os constituintes mantenhamo voto favorável ao turno de 6 horas.

Muito obrigado.

Maio de 1988

o SR. PAULO ZARZUR (PMDB - SP. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados,pessoas abnegadas, que, esquecendo-se de si mesmas,dedicam suas vidas em prol do próximo, estão, semdúvida, cada vez mais raras, mas ainda existem. É ocaso de Dom Luciano Mendes de Almeida, Presidenteda CNBB. E, quando pcssoas como D. Luciano nossolicitam alguma coisa, nós não podemos deixar de en­dossar e atender ao apelo, pois trata-se, sempre, dealguma causa justa, digna e humanitária.

Atualmente, D. Luciano revela a sua preocupaçãoe a dos bispos do Brasil em favor da causa indígena,e no final da 26' Assembléia Geral da CNBB 243 bisposaprovaram, por unanimidade, o seguinte documento,que por sua importância e justo teor constará, parasempre, dos registros desta Casa.

"Em face da dramática situação dos povos indí­genas do Brasil, nesta vigília histórica dos 500 anosde evangelização do continente e da promulgaçãode nova Constituição brasileira, n6s, bispos da Igre­ja Católica, reunidos na 26' Assembléia Geral, fa­zemos urgente apelo cm favor da causa indígena.

Reivindicamos o direito de anunciar o Evangelhoa todos os povos, direito que cabe à Igreja de JesusCristo e que a História e a legislação de nossoPaís têm reconhecido secularmente.

Protestamos energicamente contra a arbitrarie­dade de órgãos do Governo que, recentemente,vêm expulsando missionários das áreas indígenasou impedindo-lhes o acesso às mesmas.

Renovamos nossa confiança e apoio à Igreja Mis­sionária e ao Conselho Indigenista Missionário ­CIMI, em seu árduo e abnegado serviço.

Repudiamos as calúnias contra a Igreja Missio­nária e o Conselho Indigenista Missionário - cr­MI, movidas por meios de comunicação e gruposinteressados no solo e subsolo das árcas indígenas.

Reafirmamos, por causa do Evangelho que valo­riza e ilumina as diferentes culturas e em nomedos direitos dos povos, o posicionamento da nossa24' Assembléia Geral de 1986, contido na Decla­ração Pastoral "Por uma nova Ordem Constitu­cional" (n" 81 e 82), em favor dos direitos funda­mentais dos povos indígenas: a alteridade cultural,a auto determinação e a terra própria e adequadadentro do Estado brasileiro.

Esperamos a superação de toda política integra­cionista que marginaliza e desintegra as comuni­dades indígenas. Igualmente, rejeitamos a capciosadistinção entre índios "aculturados" e "não-acul­turados".

Propomos, salvos o direito e o dever do Brasilde defender suas fronteiras, a total revisão do "Pro­jeto Calha Norte", já em execução, enquanto igno­ra as aspirações dos povos indigcnas, coopta suaslideranças e lesa gravemente seus direitos.

Apelamos à consciência humana, à responsabi­lidade política e à própria fé cristã dos constituintcs,em favor dos dispositivos legais que, na nova Cons­tituição, deverão garantir a sobrevivência com dig­nidade e a identidade dos povos indígenas em nossoPaís.

Convocamos as comunidades de nossas igrejaspara qne, nesta hora decisiva, manifestem sua soli­dariedade à causa indígena e acompanhem comsua oração c ação missionária a sofrida caminhadadestes povos irmãos. Nós amamos o Brasil e, exata­mente porque o amamos, defendemos a legítimacausa indígena. "

Estamos certos de que os ideais humanitários e cris­tãos que norteiam o Governo e esta Assembléia Nacio­nal Constituinte não deixarão de atender ao apelo daCNBB e haverão de inspirar os nobres colegas na apro­vação final dos artigos referentes à promoção e defesados illdios brasileiros.

O SR. ANTÔNIO SALIM CURIATI (PDS - SP.Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Srs.Deputados, os preços cobrados aos usuários dos trans­portes urbanos estão se tomando alarmantes, imprati­cáveis, escorchantes.

Em matéria dessa natureza, em que o componentesocial é dos mais relevantes, não deve haver tanto desca­so para com os que fazem uso desse serviço e não pode

Page 31: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD25MAI1988.pdf, DIARIO República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLID_. N'046 CAPITAL FEDERAL QUARTA·FEIRA,

.::M~a~io~de~1~9~8~8 ~D~I~Á~R~I'.:::O~D==-O:::....::C::.::O:::N.:.:G::::R=E:::S::SO::::..:.N:.:.A.-:.C::.:I:..::O:.:.N.:.:A.:L~(S:..:e~çã:.:o~I::...) Q_ua_r_ta_-~'-e_ir_a_2~5_2~

prescindir de sua utilização, tendo cm vista a necessi­dade que as pessoas têm de locomover-se de um lugara outro.

Entretanto, as autoridades responsáveis pela questãoomitem-se, não interferem, não fiscalizam. Parece-nosque, pelo contrário, participam, pelo menos passiva­mente, do processo de esbulhamento a que as empresasdo setor submetem a população.

A questão das tarifas do transporte coletivo urbanoestá assumindo proporções de âmbito nacional, exigin­do, assim ser uniformizada e racionalizada, a nível fede­ral.

O preço de um ônibus é o mesmo, em qualquer partedo País, assim como acontece com os combustíveis,equipamentos, peças e acess6rios. Por que, então, seacusa um custo quilômetro/passageiro tão diferenciado,de município para município, havendo casos em queessa desigualdade chega a ser o triplo, ou até mais?

Apenas como exemplo, podemos comparar os preçospraticados na cidade de São Paulo e em Brasília. En­quanto, na capital paulista, o passageiro paga uma tarifade quarenta cruzados, em Brasília, para a mesma quilo­metragem, o usuário deve pagar cinqüenta cruzados,com a agravante de que, pelo sistema dc caixa único,o Governo local, sflgundo consta, subsidia as empresascom um terço do custo global.

Trata-se de uma aberração, de um fato inexplicável,que não pode convencer nenhuma pessoa dotada do,mínimo de bom senso. Tais disparidades de custos ope­racionais não podem ser reais.

E o mesmo se passa nas demais cidades brasileiras,onde alguns governos se permitem cassar dos cidadãoso direito de ir e vir, autorizando elevações de tarifasdesnecessárias e abusivas, numa atitude de total desres­peito para com a população e de protecionismo paracom as empresas concessionárias dos serviços de trans­porte urbano.

A EBTU - Empresa Brasileira de Transportes Urba­nos, foi criada exatamente para disciplinar a matéria,em todo o territ6rio nacional, mas, pelo que se constata,sua atuação tem sido nula ou sem qualquer peso. Adiversidade de tarifas autorizadas, nas diversas localida­des, aí está a provar a ineficácia da empresa.

Há, portanto, necessidade de se estabelecerem parâ­metros mais rígidos, através da legislação federal, afim de uniformizar, com controle adequado, os preçosdas passagens nos transportes coletivos urbanos em todoo territ6rio nacional.

Para tanto, estou apresentando à alta consideraçãodeste Plenário projeto de lei que cria a Comissão Nacio­nal de Estudos Tarifários do Transporte Coletivo Urba­no, que se encarregará de analisar as planilhas e demaisdocumentos comprobat6rios da necessidade de aumen­to de tarifa, em cada município, fixando, quando foro caso, o percentual admitidQ para os acréscimos.

Essa Comissão será integrada por representantes dosMinistérios da Fazenda, do Planejamento, do SenadoFederal, da Câmara dos Deputados, da EBTU e daLBA, sendo presidida por um representante do Gabi­ncte Civil da Presidência da Rcpública.

É imperioso que se disciplinem as descontroladas ma­jorações de tarifas dos transportes coletivos urbanos,impeçlindo a ação gananciosa de alguns empresáriosdo setor e, ao mesmo tempo, oferecendo aos brasileiroscondiç6es mais justas e socialmente aceitáveis para sualocomoção, melhores serviços e, sobretudo, remune­ração adequl!da aos trabalhadores do ramo, eternamen­te descontentes com seus salários, o que os leva a pro­mover em greves constantes, que tanto prejudicam odia-a-dia da comunidade.

A locomoção dos trabalhadores é essencial para obom andamento do processo produtivo e, por isso mes­mo, ela deve estar baseada num sistema eficiente, bara­to e que ofereça as mínimas condições de conforto ehigiene a q\lem dele se utiliza.

Dentro dessa problemática, um aspecto que desdealgum tempo vem fazendo parte de minhas preocu­pações diz respeito ao transporte dos funcionários dcstaCâmara.

Muito embora, segundo estou informado, a Câmaradisponha de uma frota considcrável de vcículos, queinclui, além dos autom6veis destinados a algumas desuas autoridades, microônibus, caminhonetes, ambu­lâncias etc., o transporte oferecido aos funcionários

é feito por empresa de ônibus contratada, que repre­senta um alto custo para a Casa.

Creio estar dentro das possibilidades de nosso orça­mento a aquisiçáo e manutenção de uma frota paratal serviço, o que poderia representar maior eficiênciae preços mais baixos, uma vez que já existem garagens,oficinas, motoristas, mecânicos e tudo o mais necessárioà operação desse serviço.

E outra sugestão que deixo à alta direção da Casa,na certeza de que tal iniciativa irá proporcionar, alémde outros benefícios, a racionalização do valor médiodo custo de manutenção da frota.

OSR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Está findoo tempo destinado ao Pequeno Expediente

Vai-se passar ao horário de

v - COMUNICAÇÕESDAS LIDERANÇAS

OSr. Victor Faccioni - SI. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, como líder do PDS.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem apalavra o nobre Deputado.

O SR. VICTOR FACCIONI (PDS - RS) -Sr. Presi­dente, SI" e Srs. Deputados, dois assuntos me trazemà tribuna, nesta oportunidade. Em primeiro lugar, dese­jo repetir aqui as críticas já feitas por mim anterior­mente ao "Trileão" e propondo sua revogaçáo.

Hoje, o rcnomado colunista Carlos Castelo Branco,no Jornal do Brasil, diz que o "Trileão" pode acabar.E observa, muito acertadamente, que em nenhum Paísdo mundo o contribuinte está sujeito ao constrangi­mento de fazer anualmente cinco declarações de rendi­mentos, como ocorre neste ano no Brasil.

Ora, Sr. Presidente, esta situação está levando a umverdadeiro massacre, notadamente a classe média, des­de o magistério - um professor dificilmente sobrevivecom um s6 emprego, com uma só atividade -ao profis­sional liberal: o advogado, o médico e tantos outrossetores da vida de trabalho dc nosso País. E, efetiva­mente, é hora de o Governo rever e extinguir o "Tri­leão", antes que ele venha criar problemas mais sériose uma verdadeira eonvulsão social.

Sr. Presidcnte, também venho a esta tribuna paracomentar manchete do Jnrnal de Brasflla de hoje, queanuncia um possível e hipotético acerto entre os Prcsi­dentes Sarney e Ulysses, ao dizer que "Ulysses ap6iacinco anos em troca de sua reeleição."

Ora, Sr. Presidente, SI" e Srs. Deputados, náo acre­dito possa ser verossúuil essa manchcte, porque o Exm'Sr. Ulysses Guimarães - o "Sr. Diretas" - era pelasdiretas. Seria de se indagar se tal acontecer, será S.Ex' autor do capítulo mais negro do fisiologismo políticonacional?

Não acredito que o Deputado Ulysses Guimarães,presidente nacional do PMDB, Presidente da Assem­bléia Nacional Constituinte, Presidente da Câmara dosDeputados e Vice-Presidente da República, com todoseu passado de lutas contra os casuísmo, em nome dademocracia, se disponha a tanto. Em todo caso, vendoaqui o nobre Deputado Ruy Nedel, legítimo represen­tante não s6 da região missioneira, mas também dastradições rio-grandenses, cultor da poesia gaúcha, invo­co José Hernandez, que, no Martin Fierro, dizia: "Yono creo em brujas, o brujerias, pero que las hay, lashay." E Jaime Caetano Braan, um dos mais famosospoetas e repentistas gaúchos da atualidade, o "pajeadormissioneiro", dizia que, "por andar desprevenido, hámuito guri sem pai". Espero que esta Assembléia Nacio­nal Constituinte, apesar da credibilidade que nos mere­ce a figura de Ulysses .Guimarães, não seja apanhadadcsprevenida com uma possível manobra quc possa cs­tar vindo aí, eis que' a matéria está sendo noticiadapor um dos jornais mais sérios do País.

Aqui fica nossa manifestação de perplexidade e dedescrença na veracidade dessa manchete. Oxalá ela nãopasse de um balão de ensaio, de uma especulação quenáo venha a ser concretizada, porque o povo reclamaquatro anos de mandato para o Presidente José Sarneyc eleições diretas já para Presidente da Rcpública, eo Sr. Ulysses Guimarães, mais do que qualquer outrohomem público, está comprometido com tal idéia. E,

por fim, sua reeleição para a Presidência da Câmarados Deputados implicaria casuísmo ~em prec~dent,:s.

Seria o uso do poder em causa pr6pna, a mampulaçaoda Assembléia Nacional Constituinte em causa própria,e geraria, por extensão, em todas as assembléias Icgisla­tivas, no próprio Senado da República e nas câmarasde vereadores, uma questãO de difícil soluçáo política.

Fica registrada, portanto, a nossa manifestação e ex­pectativa. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Victor Faccioni, o Sr.Heráclito Fortes, 3" Secretário, deixa a cadeira dapresidência, que é ocupada pelo Sr. Arnaldo Fariade Sá, artigo 76 do Regimento Interno.

O Sr. Siqueira Campos - Líder do PDC-Sr. Presi­dente, peço a palavra para uma comunicação.

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS (PDC - GO. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, avotação da emenda do "Centrão" às Disposições Tran­sit6rias está prevista para a pr6xima quinta-feira. Oart. 60 da referida emenda prevê a criação do Estadodo Tocantins, que não tem votação específica; será vota­da com a emenda coletiva do, "Centrão" às DisposiçõesTransitórias. Então, é possível, como já disse, que ve­nha a ser votada na quinta-feira. O mais provável, no'entanto, pelo que tenho visto na Casa, pelos entendi­mcntos e dificuldades naturalmente impostas em razãodos temas polêmicos, como mandato presidencial, anis­tia, efetivação de servidores públicos e outros, é quasecerto que ocorra a votação dessa emenda do "Centrão"às Disposições Transit6rias da nova Constituição naterça-feira da semana que vem, isto é, de hoje a sete'dias. Portanto, a decisão ansiosamente esperada já há179 anos finalmente scrá adotada, graças a Deus, aosnossos companheiros, à solidariedade de V. Ex', 'Sr.Presidente, que tem sido um companheiro magníficonesta luta pela criação do Estado do Tocantins. Teremosesta decisão, se Deus quiser, a partir de quinta-feira,mais provavelmente na terça-fcira da pr6xima semana.

Mas quero lembrar aqui, Sr. Presidente, que, alémde todo o apoio que a opinião pública, as autoridadeslegislativas e cxecutivas de Goiás e o povo goiano em­prestam a esta causa, além do apoio. da imprensa eda opinião pública nacional, tivemos também o apoiodo saudoso Tancredo Neves. Os jornais de 7 de marçode 1985 estamparam manchetes como esta do O Popu­lar, em edição daquele dia: "Tancredo aprova o Estadode Tocantins." Em subtítulo, diz: "Tancredo vai sancio­nar projeto do novo Estado." E noutro subtítulo: "Pro­jeto que o Presidente eleito promete sancionar serávotado quarta-feira no Senado."

Estão aqui, Sr. Presidente, provas de que a criaçãodo Estado do Tocantins tinha a aprovação de TancredoNeves, um mineiro, como todos os outros mineiros,generoso, patriota, que pensava, como sempre pensamos mineiros, no bem do Brasil, em primciro lugar, quese prcocupava com o crescimento demográfico exage­rado e com a sorte dos excedentes da populaçáo, que,por não terem condições de se fixar nas suas regiõesde origem, acabam por integrar essas correntes migra­t6rias que se deslocam de um para outro lado do Paíse engrossam as favelas do Rio de Janeiro, Belo Hori­zonte, Brasília e São Paulo.

Precisamos distribuir os centros decisórios nas áreasférteis da Amazônia e do Centro-Oeste, para que pos­sam receber esses excedentes populacionais. O Brasilcresce, e temos que organizar áreas novas, senão explo­dirá. Esta é uma responsabilidade que, sem dúvida algu­ma, a Assembléia Nacion~! Constituinte assumirá, como apoio de todos os companheiros.

Vamos csperar a pr6xima quinta-feira, ou terça-feira,ou quarta-feira da outra semana, mas vamos esperarpela grande vitória da causa autonomista do povo nor­tense de Goiás. (Palmas.)

O Sr. Brandão Monteiro - Líder do PDT - Sr.Presidente, peço a palavra para uma comunicação.

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. BRANDÃO MONTEIRO (PDT - RJ. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, desejaria, nestemomento, ouvir do Presidente Ulysses Guimarães a

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2018 Quarta-~eira 25

negativa daquilo que os jornais publicam hoje. O.Jor~alde Brasília, em manchete, informa que S. EX' tena feItonm acordo para apoiar cinco anos de mandato parao Presidente Sarncy em troca da sua reeleição paraa Presidência da Câmara dos Deputados.~. Ora, Sr. Presidente, a eleição do Pr~~ide~te Ulyss~s

Guimarães para este segundo mandato Ja fOI uma v.lO!e­nia contra a Constituição, que não permite reelelçao.Na oportunidade, exclusivamente em face da necessi­dade de mantermos o texto constitucional e para nãocairmos em casuísmos, tão próprios, nesta Casa, duran­te o tempo do autoritarismo, apoiamos a candidaturado Deputado Fernando Lyr~. _ .

O Presidente Ulysses Gmmaraes, segundo mfo~a

os jornais - e espero que essa informação não sejaverdadeira-, busca fazer um acordo para que a Assem­bléia Cosntituinte possibilite sua reeleição. Espero queS. Ex' não queira perpetuar-se na Presidência da ,?~sa,

como fizera Ranieri Mazzilli, que chegou a preSidi-laseis vezes.

O Presidente Ulysscs Guimarães tem tradição poli­tica todos o respeitamos pcla sua competência e capaci­dad~ de liderança, pela sua tolerância e pela grandeexperiência politica que tem, mas não podc e não deve,em face de um cargo eventual, deixar que esta ~igura

ímpar seja manchada por um casuísmo e por uma Violên­cia à tradição e às normas constitucionais.

A notícia informa ainda, Sr. Presidente, que esseacordo se teria processado e que o Presidente Ulysse.sÜuimarães apoiaria cinco anos de mandato para o PresI­dente Sarney e exigiria a manutenção d?~ mi~istr?s

a ele ligados. Espero, repito, que essa n'?tJCla_nao sejaverdadeira e que o Presidente Ulysses Gmmaraes venhaa desmenti-la, porque o País e a Casa, sobretudo, nãopodem, de maneira alguma, nivelar o Presidente. Uly~­ses Guimarães por baixo. Se isso for verdade, e maIsum dos conchavos que se fazem na vida pública brasi­leira, de forma a desrespeitar a autonomia e a soberaniadesta Casa, mas, mais do que isso, é um atestado deque a classe política brasileira não está à altura de repre­sentar o nosso povo.

Sr. Presidente, ainda ontem dizíamos, em sessão daAssembléia Nacional Constituinte, da nossa profundarevolta com o que se passa no Rio de Janeiro, basica­mente na área de transportes, depois do processo dedescncampação das empresas - que considero um dosmaiores escândalos ocorridos no Estado - quando osemprcsários reccbcram as suas cmpresas de volta e nãodevolveram aproJ(imadamente dois bilhões de cruzad?sque foram depositados, quando do ato desapropna­tório, e que eles sacaram.

Agora o Governo Moreira Franco institui uma co­missão, dom prazo de trabalho de trinta dia~, para priv~­tizar a Companhia de Transportes Coletivos d~ RlOde Janeiro - CTC e antes mesmo de concretIzadaa medida, já aprox~adamentedez linhas, as mainen­táveis, foram entregues à iniciativa privada. No Riode Janeiro, Sr. Prcsidente, o sistema de transporte vol­tou, no Governo Moreira Franco, à sua situação ante­rior: trabalhadores sem carteiras assinadas, trabalha­dores operando em turno único de dez a doze horaspor dia e recebendo por oito e, agora,. uma novida?~,

cuja possibilidade já vínhamos denunc13ndo: a prOIbI­ção de a mulher rodoviária trabalhar, e daquelas,quesão admititas em muito pequena escala, os empresanosestão exigindo certidão que comprove a ligação dastrompas. .

Pois bem, quando deixamos o Governo do ~1O deJaneiro, a passagem era a mais barata do .Brasil, emtorno de três cruzados e vinte centavos. HOJe, a passa­gem mais barata do Esta~o está em t?rno .de vin~e eoito cruzados, o quc quer dIZer vrntc c OitO mil cruzclro.se se voltássemos a 1964, vintc e oito milhões de eruzel­r~s. Este é o estado calamitoso em que o Sr. MoreiraFranco está deixando a população do Rio.

Estou dizendo isso porque não tenbo dúvida de que,dentro em breve, haverá queima e quebra de ônib~s

em todas as cidades, aliás justas, porque a populaçaoque ganha salário mínimo não pode pagar três passagenspor dia, com isso gastando em to~o de cem a ce~to

e cinqücnta cruzados, o quc comena todo o seu saláno,nada sobrando para sua alimentação, a alimentação deseus filhos e para as despesas escolares.

Muito obrigado.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

o Sr. Ruy Nedel - Sr. Presidente, peço a palavra·para uma comunicação, como Líder do PMDB.

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. RUY NEDEL (PMDB - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. De~~tados, quandose trata da maioria dos problemas SOCiaiS, a SOCiedadevale mas do quc o indivíPuo. Mas qnando che~a~os

à área da saúde, principalmente na área ter~peutlca,

o valor maior é o mundo individual do paCiente, dodoente, da pessoa hnmana. Este é o que decide, porquepara o indivíduo a morte é o fim da existência, pelomenos nesta terra. Para que se consiga atingir melhoro indivíduo e com isto beneficiar toda a sociedade, preci­samos, é fundamental, imperioso, que se dcscentralizea assistência à saúde. Essa descentralização é de grandeimportância, mesmo nos setores onde não se: .olha oindivíduo, mas a sociedade como um todo. Dma que,quanto à medicina preventiva, precisamo~ ?escentra­Iizar e chegar lá no rincão, na base munICIpal, paraque consigamos, com eficiênci~, o ~ue a nível de p~der

central se almeja. A descentrahzaçao na área da saude,portanto, é fundamental. E as SUDS são o caminhopara sua realização. Precisamos descentralizar do Go­verno Federal para os Estados, para que, nestes, sepossa atender de acordo c~m, as peculiari?ades regio­nais com os anseios da SOCiedade, que vanam de umaregião para outra em nosso País. E é fundamental quedo Estado se descentralize para o Município, mas comcontrole maior do Estado, porque a grande maioriados Municípios não tem instalações para um poder r~so­lutivo na terapia dos mais variados problemas da saudeda população. O Município, como célula politica dasociedade na maioria dos casos, não têm o poder reso­luto sufici~nte não têm a estrutura necessária. A nívclconstitucional: demos um passo grande, eu diria gigan­tesco, implantado a hierarquizaç~o ~ ~ regionalizaçãoda saúde, de maneira tal que um mdlvlduo, adoecendolá longe, num pequeno Município, que tenha, digamos,cinco ou dez mil habitantes, e não havendo o poderresolutivo para o seu caso nosológico naquela. comuni­dade, tenha o direito de ir a um centro maior e seratendido dentro do princípio de que a assistência à saúdeé um dever do Estado. Logo, Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, este é um grande passo, e não podemos criticá·lo.Podemos, e até devemos, criticar determinadas açõese posições, mas não podcmos, jam~is, criticar esta filo­sofia, pois ela beneficia toda a so.cledade, de uma m~­

neira muito mais digna, muito maIS correta, muIto fiaIS

justa, muito mais humana e com melhor assitência. Ve­jam que a adoção deste princípio se iniciou antes daNova República, quando as ações integradas de saúdejá estavam no papel, mas ainda não na prática. Sabemosque as SUDS são uma evolução das ações integradasde saúde. No caso específico do Rio Grande do Sul,olhando para a estrutura pública assistencial, vemosque, em fins de 1985, o Ministério da .Previdência eAssistência Social através do Inamps, tmha setenta eoito postos de saúde, enquanto a Secretaria de Saúdee Meio Ambiente tinha seiscentos e cinqüenta. Estáva­mos numa barafunda tão gigantesca que o Ministérioda Educação e Cultura, através de seus hospitais univer­sitários atendia como bem queria e a seu bel-prazer.Sabíam'os que havia no Ministério da Previdência, aPresidência do Inamps, que coordenava uma ação semvinculação alguma com o Ministério da Educação eas Secretarias Estaduais de Saúde. Víamos que somenteo Ministério da Saúde tinha uma ação, através das dele·gacias federais nos Estados, que eram verdadeiros escri­tórios e não passavam disso. Elas, sim, repassav~m paraas Secretarias Estaduais de Saúde, porque ali estavaa medicina preventiva, e os Estados é que executavamesta ação preventiva.

Mas vejam, Sr. Prcsidente e Srs. Deputados, quea própria ação preventiva não funciona~a, a não serque se corresse atrás, a não ser que se obngasse a socie­dade a receber o atendimento público. Isto ocorreucm campanhas homéricas, como.a da varíola. O Go­verno Fcderal, colocou em prática uma política da erra­dicação da varíola que avançou em todos os ranchosdo território brasileiro. Mas a medicina preventiva, deum modo geral, é mais estática, porque não avançana vacinação, nem ao encontro da pessoa humana. Sóse conseguiu ter grande eficiência na mcdida em que

Maio de 1988

também se fez a medicina terapêutica ambulatorial,atendendo nos postos aos doentes como um todo, al!­mentando o fluxo para que se aumentasse a compe­tência na prcvenção.

Fiquei surpreso quando ouvi aqui um Deputado doPartido Municipalista Brasilciro, uma pessoa bem mtcn­cionada, apresentar a idéia de, em vez de se formaremos escritórios da Previdência, passar-se esta tarefa parao lAPAS. Isso é um absurdo administrativo, porquealteraria completamente a sua função.

Vejam V. Ex" que na hierarquia da Previdência So­cial temos o Ministério da Previdência e AssistênciaSocial que se abre em três presidências; a do lAPAS,a do INAMPS e a do INPS. Estas três presidênciasse derramam pelos Estados através de sUflerintendên­cias. Como a questão da saúde precisa ~cr d~sc7ntra­

lizada, devemos diminuir a cstrutura prevldenclána dassuperintendências, mas não extinguir o pont~ ~econt~o­

le, a fiscalização. Sabemos que esses escntonos. te~a finalidade principal de fazer o controle e a avaliaçaodas ações dos Estados e Municípios, permanecer nadiscussão do planejamento, que será a nível_cell:tral,e também de participar, junto com as comlssoes mte­rinstitucionais dc saúde, da discussão da matéria comoum todo, até porque a sua responsabilidade é muitogrande. Esta instituição previdenciária. não precisa. enem deve ter mais o gigantismo que tinha; necessitater uma ação clara na administração e no controle daaplicação dos recursos e não como /:testora da saúdee do atendimento à pessoa humana. O lAPAS é umórgão arrecadador diretamcnte vinculado à Presidê~cia

do INAMPS e a um Ministro, enquanto que os escntó­rios do INAMPS são órgãos controladores das açõesque, através dos Estados e Muni.cípios, serão pra.ti~ad~s.

Mas ele tem sua escala hierárqUica, como a PresldencJa,que é subordinada ao Ministério d~ Previdência e Assis­tência Social. O absurdo de se deIXar, eventualmente,esses escritórios do INAMPS para o IAPAS torna-semais evidente porque o lAPAS tem toda uma.formaçãofinanceira e arrecadadora e não tem vmculaçao algumaCOm os hospitais universitários do setor assistencial, apartir do Ministério da Educação. ~~r ~~tro lado,. elenão tem ligação alguma com o Mmlsteno da Saude,enquanto que o INAMPS tem uma vinculação muitoprofunda. Então, é preciso q~e permaneça co~ oINAMPS, porque só assim é que lIemos realmentc m.te­grar em comissões interinstitucionais, .onde o~ Vá:lOSMinistérios se integrarão para o atendImento a saudeda população. E este órgão, que pertence ao GovernoFederal vai se vincular e se integrar aos Estados e aospróprios Municípios. Só assim podere,?os ~er compe~

tência administrativa nesta ação. Isso JamaIs ocorreraatravés do lAPAS, porque o referido órgão está voltadopara o controle da arrecadação. E mesmo.que se pas­sassc para ele o controle dos gastos, te~a_apena.s avisão financista. Precisamos manter a vlsao social.Aprovamos agora matéria ~onst!tu~ional~onde não seráepenas a arrecadação prevldenClána, o dmhelIo, ~ pon­to principal da assistência à saúdc da populaçao. Apartir do momento em que promulgarmos a nova ~ons­

tituição, a saúde será um dever do Estado. O CUidadocom a saúde da popnlação será um dever do Estado,mas os recursos não virão apenas da Previdência Social.Digo mais, o compromisso maior da Pre~idênciadeveser com os benefícios e o compromisso maIOr do Estadodeve ser com a saúde. E isso está-se transformandoem norma constitucional já aprovada nesta Casa atravésde um fantástico acordo, apesar de a matéria ser polê­uúca, apenas três constituintes votar~m co~tra. Todosos demais representantes da Asscmble'aNaclOnal Cons­tituinte votaram a favor.

Esses são os esclarecimentos que me parece funda­mental screm dados, em nome da Liderança do PMDB,sobre matéria de tamanha magnitude.

Estamos na fasc final, onde as ações integradas, emmuitos lugares, são intrigadas e até intrigantes. Precisa­mos avançar na integração interinstitucional que se estáiniciando. Mas precisamos avançar muito mais na inte­gração estrutural, onde, em muitos pontos, vemos tam­bém esta mesma polêmica: o ambulatório é inimigodo hospital e vice-versa.

Essa integração é fundamental para o povo, mas ~re-

cisamos de uma perfeita integração s.?cial. T~m~s VIStOmunicípios onde as ações de saúde sao pre~e~tunz~das;

o que é um erro até de interpretação. DlIIa maiS, "

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Maio de 1988

um erro de falta de experiênciã. Em um município pre­senciei pessoalmente que as ações estavam intrigadascom o social, porque o sindicato dos trabalhadores ru­rais dominou o setor com uma certa animosidade edeixou em segundo plano o resto da sociedade. Emoutros municípios a população urbana foi beneficiadaem detrimento da população rural. E tivemos aindaoutros casos mais raros, onde o setor médico pÔde man­ter o domínio - e procurou mantê-lo - também preju­dicando essa integração social. Mas a idéia é excelentee a filosofia é de grandc valor. Estas variadas integra­ções, este avançar deve ser uma obrigação nossa. Eeu diria, até, que esta é uma matéria para uma geração.Vamos aprcnder democracia na medida em que viver­mos a democracia. Também vamos aprender a demo­cracia e a descentralização nas questões da saúde namedida em que aprendennos, no dia-a-dia, que todostêm o mesmo dircito. Todos têm o mesmo direito eisso não deve constituir um jogo de interesses de umacorrente social, política ou administrativa, mas deveser um interesse fundamental da sociedade, para o seubem estar e melboria da sua saúde. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Ruy Nedel, Sr. Arnal­do Faria de Sá, artigo 76 do Regimento Internodeixa a cadeira da presidência, que é ocupada peloSr. Eraldo Trindade, artigo 76 do Regimento Inter­no.

O Sr. Arnaldo Faria de Sá - Lídcr PMB - Sr.Presidente, pcço a palavra para uma comunicação.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Tem apalavra o nobre Deputado.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PMB - SP. Semrevisão do orador.)~Sr~ e Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, no horário do pequeno Expediente registrei umaopinião a respeito dos problemas de superintendênciada Previdência Social.

De repente, no horário destinado às Comunicaçõesdas Lideranças, inicialmente o Deputado Heráclito For­tes, do PMDB - que, aliás, deixou a Presidência parapoder falar - e há, pouco Deputado Ruy Nedel, tam­bém do PMDB, vem falar a respeito daquilo que eutinha me manifestado, com uma preocupação excessivaem defender o Ministro da Previdência e AssistênciaSocial, Renato Archer. Eu não ataquei o Ministro Re­nato Archer, de jeito nenhum, assim como não ataqueio SUDS. Apenas disse que a Previdência Social preci­sava colocar alguém para fiscalizar as verbas do SUDS.Não fui contra o SUDS nem contra o Sr. Ministro daPrevidência e Assistência Social. Alertei S. Ex' parao fato de que as verbas do SUDS não estão sendoacompanhadas nem fiscalizadas por ninguém da Previ­dência Social. Dei uma idéia: talvez o Superintendentedo lapas de cada Estado poderia acompanhar a aplica­ção das verbas. Tcnho provas disso e já fiz denúncias,quando o malfadado Ministro da Previdência e Assis­tência Social, Raphel de Almeida Magalhães, aqui este­ve. Há cidades que não têm, sequer, rede primáriade saúde, e estão recebendo recursos do SUDS, certa­mente para outros fins que não os da saúde. Não estouentendendo a confusão, ou não fui claro o bastantc.taquigráficas para verificar isso. Acho importante rea­firmar que não ataquei o SUDS nem o Ministro RenatoArcher, que merece o meu rcspeito. Apenas disse ­e reafirmo - que há necessidade de alguém controlaressa verba, e ninguém melhor do que o próprio superin­tendente do lapas, que é o responsável pela arreca­dação.

Então, de uma vez por todas, deixo esclarecido qucnão sou contra o SUDS, mas ele tcm de ser fiscalizado,porque há alguém metendo a mão - repito - metendoa mão no dinheiro da Previdência, a pretexto da descen­tralização.

Usando o horário das Liderança, queria reportar-mea um assunto que destinei para este momento: a possibi­lidade de o Governo prorrogar inicialmente o prazodo "trileão" para que, talvez com um estudo mais acura­do, possa suspendê-lo. Chega de leão; chega dessa histó­ria de intimidar os contribuintes.

É necessário encontrarmos uma solução alternativa.Faz~r a declaração de Imposto de Renda anual já éum trabalho complexo, complicado, e os contribuintesa!labam não fazendo a sua prórpia declaração, tendo

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

de delegar esse trabalho a um profissional especializado.Essa história de mais uma declaração trimestral é algorealmente complexo e complicado. -

Espero que o Presidente da República, que teve umfeliz lampejo, acabe por suspender essa história de "tri­leão", e que na segunda fonte se tribute de forma pro­gressiva. Não precisamos de uma declaração a mais.O Presidente da República deve não s6 prorrogar oprazo para apresentação dessa declaração, mas conse­guir do Ministro da Fazenda a suspensão de mais umadeclaração que, certamente, está deixando todos os con­tribuintes preocupados, além de não haver uma distri­buição farta de formulários para aqueles que têm quefazer suas declarações.

Temos criticado constantemente, e de forma contun­dente, o Governo, mas somos obrigados a reconhecerquc essa prorrogação já é algo a ser elogiado. E quere­mos elogiá-lo mais ainda, pela suspensão definitiva des­sa declaração trimestral, que, a nosso ver, representauma situação premente dos contribuintes do Impostode Renda.

O Sr. Antônio de Jesus - SI. Presidente, peço apalavra para uma comunicação, como Lider do PMDB.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Tem apalavra o nobre Deputado.

O SR. ANTÔNIO DE JESUS (PMDB - GO. Semrevisão do orador.) -Sr. Presidente, Sr'; e Srs. Deputa­dos, o partido do Movimento Democrático Brasileiro,em 1986, apresentou um programa de ação que foradesenvolvido em suas bases, covecendo a maioria, emtodos os níveis do Legislativo, bem como do Executivoestadual, para que tivessem num momento como este,os seus representantes dentro de uma proposta de umanova Constituição que seria elaborada para o Brasil.

Assim sendo, viemos para aqui cônscios de nossasresponsabilidades, bem como do grande Ônus que opartido assumiu diante do público.

Num momento como este é realmente de se esperarque muitos questinamentos, muitas variáveis surgiriamdentro do contexto e muito se cobraria do PMDB. Po­rém, é necessário que o partido, que se responsabiliza,através da sua maioria, por um processo de transiçãodemocrática, esteja habilitado, para que possa suportaros reveses e as intempéries do processo.

Temos procurado definir pontos, através da Consti­tuinte, que são de importância relevante para o contextosócio-político. Dentre eles definimos o regime políticopara este País. Assim, após sua definição, percebemosque já houve uma relativa tranqüilidade dentro da Na­ção. Brevemente definiremos também outro ponto desuma relevância, que é o tempo de mandato presiden­cial. Após a definição, que é pertinente à Coustituinte,sabemos que o Brasil terá um equilibrio mais hannô­nico, mais conveniente e, quem sabe, até mais confiável,no que diz respeito à sua administração.

É necessário, então, que todos voltemos nossas aten­ções para esses pontos c que estejamos sempre prepa­rados para assumir o ônus que repousa sobre nossosombros, o da responsabilidade, para que, de maneiraharmÔnica, compreensiva, inteligente, possamos com­pletar o processo de redemoeratização do País, atravésdesta Assembléia Nacional Constituinte.

A Sr' Benedita da Silva - Sr. Presidente, peço apalavra para uma comunicação, como Líder do PT.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Tem apalavra a nobre Deputada.

A SRA. BENEDITA DA SILVA(PT - RJ. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados, foi amplamente noticiado nos jornais da semanapassada o complÔ armado para tentar assassinar o pastorprotestante Jesse Jackson, candidato à indicação do Par­tido Democrata às próximas eleições presidenciais nor­te-americanas.

Agentes do serviço secreto dos Estados Unidos desco­briram que um casal, membro de uma estranha organi­zação racista, pretendia matar o pastor negro, possivel­mente no dia 4 de julho próximo data em que se come­mora a independência daquele País. O argumento utili­zado, indiscutível para o caso, seria "porque estavase aproximando demais da Presidência dos Estados Uni-

Quarta-feira 25 2019<

dos". Esse fato nos faz lembrar as atitudes assumidaspela mais furiosa organização racista americana, a KuKlux Klan, famosa por queimar cruzes, perseguir, lin­char e assassinar negros em épocas passadas, mas quecontinua em atividade, ao contrário do que muitos pos­sam imaginar.

A frustrada tentativa contra Jesse Jackson, abortadana semana passada, traz também à nossa lembrançao trágico assassinato, a maneira perversa com que foieliminado outro líder negro, Martin Luther King, a4 de abril de 1968, por um homem branco igualmenteracista.

SI. Presidente, a sociedade inter-racial tão sonhadapor Martin Luther King, ideal pelo qual deu sua vida,ainda não está concretizada, ainda está por ser criada.Prova disso são as constantes ameaças de morte deque é vítima o pastor Jesse Jackson, desde que iniciousua campanha.

Vinte anos após o assassinato do líder negro, verifica­mos que muitos avanços foram alcançados, mas a popu­lação negra continua social e econimicamente discrimi­nada. Na moderna sociedade americana o racismo apa­rece de forma muito sutil e dissimulada, embora nãomenos eficiente. É nesse aspecto que se assemelhamem profundidade ao nosso País. Os negros americanosconquistaram visíveis melhorias em suas condições ma­teriais. No entanto, ainda estão longe de alcançar aigualdade racial ardorosamente defendida por LutherKing c por Jesse Jackson.

O primeiro candidato negro a concorrer à Presidênciados Estados Unidos, diretamente inspirado nos ensina­mentos do líder negro desaparecido em 1968, JesscJackson é, hoje, a militância negra internacionalmentereconhecida e que deu projeção e relevância às campa­nhas pelos direitos humanos c civis, contra a discrimi­nação em todos os sentidos, e, exatamente por essarazão, constitui uma ameaça e uma afronta às institui­ções racistas solidificadas no solo americano.

É por isso que sua candidatura, e a conseqüente re·percussão positiva perante o eleitorado, tem despertadoações dessa natureza, de caráter marcadamente violentoe racista. Apesar das previsões de derrota, a essa alturairreversível, o pastor e militante da causa negra repre­senta o rompimento com a tradição de marginalizaçãopolítica negra. A boa aceitação dessa candidatura repre­senta, pois, um avanço e uma vitória das comunidadesnegras de todo o mundo, significando a abertura denovos caminhos para a redefinição e para a discussãodas relações raciais, no sentido de construirmos socie­dades justas e livres do racismo, que reconheçam aonegro o direito à mesma igualdade de oportunidadesdestinadas ao branco. Foi lutando por esses princípiosque Luther King perdeu sua vida. E por dar continui­dade à essa luta que Jesse Jackson se vê ameaçadohoje.

Gostaria, Sr. Presidente, nobres colegas, de registrarnossa solidariedade ao pastor negro Jesse Jackson pelasua coragem e resistência no enfrentamento da lutacontra o preconceito norte-americano, que é uma lutade todos, negros e brancos de todo o mundo, que defen­dem a verdadeira libertação dos povos oprimidos e vio­lentados para que, efetivamente, consigamos convivernuma sociedade igualitária, livre da discriminação e empaz.

Aqui fica a solidariedade do Partido dos Trabalha­dores a esse representante de uma causa justa.

O Sr. Fernando Santana - Sr. Presidente, peço apalavra para uma comunicação, como Lider do PCB.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Tem apalavra o nobre Deputado.

O SR. FERNANDO SANTANA (PCB - BA. Semrevisão do orador.) - SI. Presidente, Sr" e Srs. Deputa­dos, queremos expressar nossa solidariedade à decla­ração que acaba de fazer a nobre Deputada Beneditada Silva, a respeito da tentativa de eliminação do LíderJesse Jackson, atual 'candidato â presidência dos Esta­dos Unidos pelo Partido Democrata. Acreditamos queessa tentativa poderá ser muito ruim para o povo ameri­cano, sobretudo depois dos avanços sociais que ali onegro vem conquistando, seja na vida política, seja par­ticipando de novas áreas de influência na sociedadedos Estados Unidos. Com relação a esse aspecto, aliás,estamos muito mais atrasados do que eles. A candida-

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tura de Jesse Jackson representa realmente nova etapana vida dos Estados Unidos, sobretudo pela extraor­dinária aceitação que vem adquirindo, conquistandoadeptos, inclusive nas áreas chamadas de votação bran­ca.

Isso representa, a nosso ver, um salto qualitativo damelhor qualidade, não só para a sociedade americana,como também um exemplo para todas as sociedadesque enfrentam problema semelhante, como o Brasil,cuja população negra é realmente majoritária. Espera­mos que dentre em breve a posição do nosso País, noque concerne ao negro, esteja realmente avançandono sentido de alcançar novo patamar, novo relaciona­mento e uma verdadeira democracia social que, infeliz­mente, ainda não conquistamos.

Ditas estas palavras, Sr. Presidente, queremos tratarrapidamente de alguns assuntos que estão preocupandonão só a Casa, mas também todo o povo brasileiro.

Em verdade, alcançamos algumas conquistas duranteos trabalhos constituintes, que estão agora chegandoao fim do primeiro turno. Não há dúvida alguma deque em certos aspectos a Constituição contemplou inte­resses do País, de maneira clara. Por exemplo, no setormineral se obteve grande progresso quando se estabe­leceu que a empresa nacional - aquela cuja maioriade capital é brasileiro - será a única a participar daexploração mineral.

Muitos dos nossos companheiros nesta Casa consi­deram o assunto como um episódio de xenofobismoatrasado, como se estivéssemos vivendo na década de40 ou de 50. Esses chamados modernizadores, que sãomuitos, aliás, pelo menos em número...

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - A Presi­dência comunica a V. Ex' que seu horário está esgotado.

O SR. FERNANDO SANTANA - Eu estava inscritopara o Grande Expediente.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Comu­nieo a V. Ex' que este é o horário das Comunicaçõesdas Lideranças.

O SR. FERNANDO SANTANA - Desculpe-me, nãoqueria fazer comunicação de liderança. Inscrevi-me on­tem para o Grande Expediente.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - A Presi­dência informa que a própria assessoria da Mesa aceitoua inscrição de V. Ex' para o horário das Comunicaçõesdas Lideranças.

O SR. FERNANDO SANTANA - Tem razão V. Ex',porque já ultrapassei os três minutos que me foramconcedidos; mas estava falando calmamente, como seestivesse usando aquele tempo mais dilatado que oGrande Expediente nos possibilita.

O Sr. Joaquim Bevilácqua - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma comunicação, como Líder do PTB.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Tem apalavra o nobre Deputado.

O SR. JOAQUIM BEVILACQUA (PTB - SP. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,o Governo vem cometendo equívocos sobre equívocosna questão da diminuição do déficit público.

Há poucos dias o jornal "Folha de S. Paulo" publicoueditorial sobre a incrível e perversa situação em quese encontra o nosso País, não diante das nações doPrimciro Mundo, mas até das do Terceiro Mundo, noque tange à distribuição da renda nacional.

É vergonhoso para nós e reconhecemos que o proble­ma da injusta distribuição de renda no Brasil ao invésde diminuir, como seria de se esperar, devido ao pro­cesso de redemocratização, vai-se agravando de formainexorável, sem que este Parlamento possa, ainda soba vigência da Carta de 1967, com a emenda de 1969,ter poderes para sofrcar a perversidade da política eco­nômica do Governo. Com efeito, essa política vem es­magando os assalariados, aqueles' que vivem de saláriose de vencimentos, o servidor público. Alertamos aqui,antes que o Ministro da Fazenda tomasse a providência,que a inflação não seria contida e que o déficit públiconão seria diminuido com o congelamento da URP. Aler­tamos e, no entanto, veio o famigerado decreto-lei con­gelando a URP. Portanto, cassando um direito líquido,certo e adquirido do servidor à atualização dos seus

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

vencimentos decorrente da espiral inflacionária. Agoraveio outra medida de agravamento dessa injusta distri­buição de renda em que pontifica o Brasil - repito- como líder do Terceiro Mundo: o Imposto de Rendatrimestral. Vamos alertar outra vez, Sr. Presidente, aoChefe do Poder Executivo, ao Ministro da Fazendac aos encarregados da área econômica do Governo paraque não cometam mais esse pecado contra aqueles quetrabalham e consomem e que, portanto, são os elemen­tos multiplicadores da economia: a classe média, média­baixa, aqueles, enfim, que não vivem do rendimentodo capital, mas sim do ressarcimento pelo trabalho,pelo esforço físico e/ou intelectual. Não há como seadmitir essa trimestralidade na atualização dos valoresdo Imposto de Renda - aliás, salário não é renda ­quando continuam congelados, no tocante aos servi­dores públicos, os salários e, no tocante aos assala­riados, continua defasado aquilo que recebem, em fim­ção da desvalorização da moeda. Fazemos este alertaporque verificamos que o Brasil começa a entrar numprocesso recessivo, com graves seqüelas sociais, polí­ticas e econômicas a curto, médio e longo prazos. Osindicadores sociais já mostram o ressurgimento de mo­léstias há muito erradicadas. Ainda há pouco tempoouvimos aqui a palavra abalizada do colega e médicoJosé Elias Murad sobre hanseníase. Temos alguns surtosde Tuberculose e outras moléstias já totalmente erradi­cadas até mesmo em países do Terceiro Mundo.

Sr. Presidente, até em respeito e homenagem aospaíses amigos, não quero traçar parâmetro de compa­ração do Brasil com outras nações assemelhadas doTerceiro Mundo, ou seja, de países em vias de desenvol­vimento ou em desenvolvimento, mas é flagrante a des­proporção da distribuição de renda em nosso País. AConstituinte tem feito e faz um esforço muito grandepara que isso se modifique através do tempo, e o Go­verno parece que não está sensibilizado com esse esfor­ço dos Constituintes. A reforma tributária que aprova­mos vai possibilitar uma desconcentração de bens pormeio de descentralização dos recursos. Entretanto, acarga tributária que pesa hoje sobre essa base da pirâ­mide social, que vive de salários e de vencimentos,está verdadeiramente insuportável. A imprensa noticiasaques acima dos depósitos nas poupanças, para quepossam recolher os tributos ao Rei.

É preciso acabar com isto, Sr. Presidente. O alertaaqui fica para que o Sr. Presidente da República tenhasensibilidade e determine à área econômica do seu Go­verno que suspenda a aplicação dessa medida, da tri­mestralidade do Imposto de Renda. Isto realmente vaiafetar, em muito, sobretudo o bolso da classe média­baixa e, por via de conseqüência, a indústria, o comércioe também, o que é mais grave, criar a grande seqüelasocial, o desemprego.

Muito obrigado.

O Sr. Mozaríldo Cavalcanti - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma comunicação, como Lider do PFL.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Tem apalavra o nobre Deputado.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PFL - RR.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, a Assembléia Nacional Constituinte deverá, dentrode poucos dias, iniciar a votação das Disposições Transi­tórias, e, entre os assuntos importantes, está a duraçãodo mandato do Presidente José Sarney. Esta Assem­bléia Nacional Constituinte já decidiu, na parte perma­nente, quanto à duração do mandato dos futuros Presi­dentes da República, por uma esmagadora maioria, queeste mandato será de cinco anos. O Presidente JoséSarney, eleito juntamente com Tancredo Neves paraum mandato de seis anos, publicamente abriu mão deum ano, optando pelo de cinco anos, coincidindo, por­tanto, COm a decisão tomada por esta Assembléia Nacio­nal Constituinte no que tange aos futuros Presidenteda República.

No entanto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, algunsParlamentares, na maioria deles, inclusive ex-cassadospelo regime de exceção, hoje querem, na realidade,fazer uma cassação ao Presidente José Sarney. É real­mente um paradoxo histórico quee ssas vítimas da cassa­ção arbitrária quiram hoje dar, por meio da AssembléiaNacional Constituinte, caráter de legalidade a um atocassatório ao atual Presidente.

Maio de 1988

O mais interessante ainda, Sr. Presidente e Srs. Depu­tados, é que não me recordo de que nenhum desseslíderes durante o auge do Plano Cruzado, portanto,durante a campanJ:la política na qual se elegeram sobas beneses exatamente deste plano, tivesse pregado,por exemplo, a duração do mandato do Presidente JoséSarney de quatro anos. Naquela época, esse tema se­quer foi abordado. Se o fosse, talvez muitos deles teriamdefendido um mandato superior a seis anos, para igua­lar, pore xemplo, com o do Presidente da França, queé de sete anos.

No entanto, o que vamos hoje é que aqueles arautosdo Plano Cruzado, exatamente aqueles que, já disseem outra ocasião, gestaram, através dos economistasdo PMDB, esse plano -que realmente tinha um obje­tivo salutar, se tivesse sido corrigido not empo adequa­do, com ajustes, não feitos por pressão do PMDB, quequeria tirar, como tirou, proveito daquele plano - hojeesses elementos, que têm seus mandatos graças exata­mente a um ato do Governo, rpegam o encurtamento,a cassação do mandato do Presidente Sarney.

É importante quee sse tema seja abordado sem aemotividade criada pelas circunstâncias. Sabemos todosque o País atravessa uma crise violentíssima e que hásacrifício principalmente dos mais pobres. Mas pergun­to: qual seria o Presidnete que, tendo assumido nascircunstâncias em que of ez o Presidente Sarney, terialevado a uma situação diferente?

No entanto, a coeréncia desses homens públicos, que,repito, se aproveitaram do próprio Plano Cruzado parase elegerem, não é demonstrada hoje, ao tentarem en­curtar o madnato do Presidente Sarney, fato que deveser analisado principalmente pelos eleitores, porque sãopessoas que mudam muito rapidamente de posiciona­mento político. Se em 1986 tinham um pensamento,hoje o mudam rapidamente, e é preciso que os eleitoresvejam se amanhã, com a eleição d eum novo Presidente,também não irão mudar novamente de idéia.

O Sr. Ottomar Pinto-Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, pela liderança da Maioria.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Tem apalavra o nobre Deputado.

O SR. OTTOMAR PINTO (PTB - RR. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados, está-se aproximando o momento da votação domandato de cinco anos para o Presidente José Sarney.Será, ao que tudo indica, um resultado tranqüilo, obtidonum clima de aceitação franca das posições de cadagrupo presente na Constituinte. Essa decisão será odivisor de águas entre a vertente da indecisão, da perple­xidade, da incerteza e das posições definitivas, do bali­zamento irreversível de um mandato presidencial. Temgovernado o Presidente Sarney num mar proceloso.Não me lembro de ter visto passar um só dia sem quese ergam questionamentos os mais diversos, visandoa empurrar contra a padece esse obstinado Presidenteda prudência e da cordialidade. É realmente surpreen­dente o estoicismo com que se houve o Presidente nessestrês anos, excetnando o do Plano Cruzado, em queos vagalhões da intolerância, da incompreensão e, algu­mas vezes, do rancor esbatem-se, furiosamente, contraa muralha da sua resignada paciência.

Não se pode dizer que o Presidente não trabalha,não busca encontrar caminhos para o sucesso de suaadministração. Ninguém mais pertinaz na perseguiçãoaos elevados objetivos de atender ao bem comum. Ne­nhuma iniciativa governamental escapa, todavia, aosmotes da incredulidade e da descrença, como se hou­vesse um nítido interesse no fracasso das iniciativas tãofreqüentes e diversificadas.

Desde Vargas - ditador - até os nossos dias, comexceção do Marechal Dutra e dos Governos militares,todos os presidentes vergaram sob o guante da críticasoez de adversários impenitentes. O Presidente Sarneynão será exceção a essa regra de ouro, ou melhor dizen­do, de chumbo. Felizmente, só anos mais tarde, coma distante perspectiva em que o tempo coloca a imagemdos fatos passados, é que se procura ou se encontraum caminho do reconhecimento e da justiça aos grandeshomens públicos deste País.

É difícil, muito difícil, operar milagres num País coma complexidade do nosso. O atual Governo herdou adívida externa, não a produziu; herdou a inflação, não

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Maio de 1988

a criou. Houve flutuações para mais ou para menos,do nível em que S. Ex' encontrou a inflação, ao assumiro Governo. Herdou S. Ex' a estrutura social e econô­mica iníqua que temos e, sem dúvida alguma, tem feitoalguns esforços para corrigi-la. Não foi o Presidentequem inventou a concentração de renda, os incentivosfiscais, que além de concentrar rendas agridem e destro­çam a ecologia, como vem ocorrendo na Amazônia,além de engendrar injustiças sociais clamorosas no cam­po e nas cidades, e bem constituem eloqüentes exemplosdisso os grandes problemas fundiários existentes no su­deste do Pará e no "Bico do Papagaio". Não foi de,o Presidente, quem inventou os subsídios, nem tam­pouco as estatais. Se pararmos para pensar um pouco,haveremos de perceber que o Presidente tem feito esfor­ços para a atenuação dessas mazelas. Tem sido um Presi­dente corajoso ao assumir determinadas decisões, emque pese aos doestos dos maledicentes de que se tratade um tímido, de um vacilante. Está ele procurandoextinguir o déficit público, e na hora das medidas impo­pulares naqueles que lhe cobram firmeza e determi­nação negam-lhe o necessário apoio e semeiam, no meS­mo instante, na tribuna e na imprensa, as sementesda descrença.

É necessário, Sr. Presidente, Srs. Deputados, repen­sar essa nossa atitude intelectual terrorista e que a nadaconduz. Somos todos passageiros do mesmo barco. Nãoadianta reclamar da escuridão quando se dispõe de umavela para acender. Para os grandes males, os grandesremédios. O Governo está consciente dos graves proble­mas. Conhece as medidas necessárias e tem, e terá cora­gem para adotá-las. Com a definição irreversível domandato de cinco anos, a Nação caminhará com o seuGoverno, temos certeza, confiante na direção de umfuturo prodigioso que espera o nosso povo.

o SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade)­

COMPARECEM MAIS OS SRS.:

Acre

Alércio Dias - PFL; Francisco Di6genes - PDS;Narciso Mendes - PFL; Osmir Lima - PMDB; Ru­bem Branquinho - PMDB.

Amazonas

Carrel Benevides - PTB; Eunice Michiles - PFL;Ézio Ferreira - PFL; Sadie Hauache - PFL.

Rondônia

Chagas Neto - PMDB; Francisco Sales - PMDB;José Viana - PMDB; Rita Furtado - PFL.

Pará

Amilcar Moreira - PMDB; Arnaldo Moraes ­PMDB; Dionísio Hage - PFL; Domingos Juvenil­PMDB; Eliel Rodrigues - PMDB; Gerson Peres ­PDS; Paulo Roberto -PMDB.

Maranhão

Cid Carvalho - PMDB; Edivaldo Holanda - PL;Eliézer Moreira - PFL; Enoc Vieira - PFL; JoaquimHaickel - PMDB; José Carlos Sabóia - PSB; JoséTeixeira - PFL; Onofre Corrêa - PMDB; Victor Tro­vão - PFL; Vieira da Silva - PDS.

Piauí

Jesualdo Cavalcanti - PFL; Mussa Demes - PFL.

Ceará

Bezerra de Melo - PMDB; Carlos Benevides ­PMDB; César Cals Neto - PDS; Etevaldo Nogueira- PFL; Gidel Dantas - PMDB; Luiz Marques ­PFL; Moema São Thiago - PDT; Orlando Bezerra- PFL; Osmundo Rebouças - PMDB.

Rio Grande do Norte

Antônio Câmara - PMDB; Flávio Rocha - PL;Iberê Ferreira - PFL; Ismael Wanderley - PMDB;Wilma Maia - PDS.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Paraíba

Adauto Pereira - PDS; Aluízio Campos - PMDB;Edivaldo Motta - PMDB; Edme Tavares - PFL;Evaldo Gonçalves - PFL; João da Mata - PDC; JoséMaranhão - PMDB; Lúcia Braga - PFL.

Pernambuco

Fernando Bezerra Coelho -PMDB; Fernando Lyra- ; Geraldo Melo - PMDB; Gilson Machado - PFL;Harlan Gadelha - PMDB; Joaquim Francisco - PFL;José Carlos Vasconcelos - PMDB; José MendonçaBezerra - PFL; Luiz Freire - PMDB; Osvaldo Coelho- PFL; Marcos Queiroz - PMDB; Paulo Marques- PFL; Ricardo Fiuza - PFL; Salatiel Carvalho -PFL; Wilson Campos - PMDB.

Alagoas

Antonio Ferreira - PFL; José Costa - ; JoséTho­maz Nohô - PFL; Renan Calheiros-PMDB; RobertoTorres - PTB; Vinicius Cansanção - PFL.

Sergipe

Antonio Carlos Franco - PMDB; Bosco França­PMDB; Cleonâncio Fonseca -PFL; Djenal Gonçalves- PMDB; João Machado Rollemberg - PFL.

Bahia

Abigail Feitosa - PSB; Celso Dourado - PMDB;Domingos Leonelli - PMDB; Eraldo Tinoco - PFL;França Teixeira - PMDB; Francisco Benjamim ­PFL; Francisco Pinto - PMDB; Genebaldo Correia- PMDB; Jairo Azi - PFL; Joa,ci G6es - PMDB;Jonival Lucas - PFL; Jorge Medauar - PMDB; JorgeVianna - PMDB; Leur Lomanto - PFL; Lídice daMata - PC do B; Luiz Eduardo - PFL; Marcelo Cor­deiro - PMDB; Mário Lima - PMDB; Milton Bar­bosa - PMDB; Miraldo Gomes - PMDB; NestorDuarte - PMDB; Raul Ferraz - PMDB; UlduricoPinto - PMDB; Virgildásio de Senna - PMDB.

Espírito Santo

Lezio Sathler - PMDB; Nelson Aguiar - PDT;Nyder Barbosa - PMDB; Pedro Ceolin - PFL; Rosede Freitas -PMDB; Vasco Alves -PMDB.

Rio de Janeiro

Aloysio Teixeira - PMDB; Benedita da Silva ­PT; Bocayuva Cunha - PDT; Carlos Alberto Ca6 ­PDT; Edésio Frias - PDT; Fábio Raunheitti - PTB;Feres Nader - PTB; Flávio Palmier da Veiga ­PMDB; Francisco Dornelles - PFL; Gustavo de Faria- PMDB; Jorge Leite -PMDB; José Carlos Coutinho- PL; José Maurício - PDT; Luiz Salomão - PDT;Márcio Braga - PMDB; Messias Soares - PTR; MiroTeixeira.- PMDB; Nelson Sabrá - PFL; Noel deCarvalho - PDT; Osmar Leitão - PFI;; Oswaldo Al­meida - PL; Roberto Augusto - PTB; Roberto D'Á­vila - PDT; Roberto Jefferson - PTB; Ronaldo CezarCoelho - PMDB; Rubem Medina - PFL; Simão Ses­sim - PFL; Sotero Cunha - PDC.

Minas Gerais

Aécio Neves - PMDB; Alvaro Antônio - PMDB;Alysson Paulinelli - PFL; Célio de Castro - ; DáltonCanabrava - PMDB; Genésio Bernardino - P!'JDB;Gil César - PivlDB; Hélio Costa - PMDB; José daConceição - PMDB; José Geraldo - PMDB; JoséSantana de Vasconcellos - PFL; José Ulísses de Oli­veira - PMDB; Leopoldo Bessone - PMDB; LuizAlberto Rodrigues-PMDB; Marcos Lima-PMDB;Mário Assad - PFL; Mário de Oliveira - PMDB;Maurício Campos - PFL; Mauricio Pádua - PMDB;Melo Freire - PMDB; Milton Lima - PMDB; MiltonReis - PMDB; Oscar Corrêa - PFL; Pimenta da Veiga- ; Raimundo Rezende - PMDB; Roberto Brant­; Roberto Vital - PMDB; Ronaldo Carvalho ­PMDB; Ronaro Corrêa - PFL; Sérgio Werneck ­PMDB; Sílvio Abreu - PMDB.

Quarta-feira 25 2021

São Paulo

Afif Domingos - PL; Airton Sandoval- PMDB;.Antoniocarlos Mendes Thame - PFL; Antônio Perosa- PMDB; Antônio Salim Curiati - PDS; ArnaldoFaria de Sá - PTB; Arnold Fioravante - PDS; CaioPompeu - PMDB; Cardoso Alves - PMDB; CunhaBueno - PDS; Delfim Netto - PDS; Dirce Tutu Qua­dros - PTB; Doreto Campanari - PMDB; FernandoGasparian - PMDB; Francisco Amaral - PMDB;Francisco Rossi - PTB; Gastone Righi - PTB; Ge­raldo Alckmin Filho - PMDB; Gerson Marcondes ­PMDB; Gumercindo Milhomem - PT; Hélio Rosas- PMDB; Jayme Paliarin - PTB; João Cunha ­PMDB; João Rezek - PMDB; Joaquim Bevilacqua- PTB; José Camargo - PFL; José Maria Eymael- PDC; José Serra - PMDB; Luis Inácio Lula daSilva - PT; Maluly Neto - PFL; Manoel Moreira-.PMDB; Mendes Botelho - PTB; Nelson Seixas- PDT; Paulo Zarzur - PMDB; Plínio Arruda Sam-paio - PT; Ricardo Izar - PFL; Robson Marinho- PMDB; Samir Achôa - PMDB; Theodoro Mendes- PMDB; Tito Costa - PMDB.

Goi;ís

Antonio de Jesus - PMDB; Délio Braz":'" PMDB;Fernando Cunha - PMDB; Jalles Fontoura - PFL;João Natal- PMDB; José Freire - PMDB; MaguitoVilela - PMDB; Mauro Miranda - PMDB; NaphtaliAlves de Souza - PMDB; Nion Albernaz - PMDB;Paulo Roberto Cunha - PDC.

Distrito Federal

Geraldo Campos - PMDB; Márcia Kubitschek ­PMDB; Maria de Lourdes Abadia - PFL; SigmaringaSeixas -PMDB.

Mato Grosso

Antero de Barros - PMDB; Joaquim Sucena ­PTB; Jonas Pinheiro - PFL; Osvaldo Sobrinho ­PTB; Percival Muniz - PMDB; Rodrigues Palma ­PTB; Ubiratan Spinelli - PDS.

Mato Grosso do Sul

Gandi Jamil-PFL; Plínio Martins - PMDB; ValterPereira - PMDB.

Paraná

Airton Cordeiro - PFL; Alceni Guerra - PFL; An­tônio Ueno - PFL; Basilio Villani - PMDB; DarcyDeitos -PMDB; Jacy Scanagatta -PFL; José CarlosMartinez - PMDB; José Tavares - PMDB; JovanniMasini - PMDB; Maurício Fruet - PMDB; Maurício.Nasser - PMDB; Nilso Sguarezi - PMDB; Pa,ulo Pi­mentel - PFL; Renato Bernardi - PMDB; RenatoJohnsson - PMDB; Santinho Furtado - PMDB; Sér­gio Spada - PMDB; Waldyr Pugliesi - PMDB.

Santa Catarina

Artenir Werner - POS; Cláudio Ávila - PFL;'Eduardo Moreira - PMDB; Geovah Amarante ­PMDB; Orlando Pacheco - PFL; Renato Vianna ­PMDB; Walmor de Luca - PMDB.

Rio Grande do Sul

Adroaldo Streck - POT; Arnaldo Prieto - PFL;Carlos Cardinal- PDT; Darcy Pozza - PDS; Flori­ceno Paixão - PDT; Hilário Braun - PMDB; IbsenPinheiro - PMDB; Irajá Rodrigues - PMOB; IvoLech -PMDB; Jorge Uequed-PMDB; Lélio Souza- PMDB; Nelson Jobim - PMDB; Osvaldo Bender- PDS; Paulo Mincarone - PMDB; Rospide Netto- PMDB; Telmo Kirst - PDS; Vicente Bogo -PMDB.

Amapá

Annibal Barcellos - PFL; Geovani Borges - PFL;Raquel Capiberibe - PSB.

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2022 Quarta-feira 25

Roraima

Chagas Duarte - PFL; Marluce Pinto - PTB; Otto­mar Pinto - PTB.

o SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - A listade presença registra o comparecimento de 259 Srs. De­putados.

VI - APRESENTAÇÃODE PROPOSIÇÕES

OS Senhores Deputados que tenham proposições aapresentar poderão fazê-lo.

MIRO TEIXEIRA - Projeto de lei que acrescentaparágrafo ao art. 71 da Consolidação das Leis do Tra­balho.

HENRIQUE EDUARDO ALVES - Projeto de leique concede benefício trabalhista aos empregados queespecifica.

FÁBIO FELDMANN - Projeto de lei que tornaobrigatória a elaboração de estudo de impacto ambien­tai e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RI­MA).

STÉLIO DIAS - Projeto de lei que denomina aEscola Técnica Federal de Cachoeira de Itapemirim,Estado do Espírito Santo, "Escola Técnica Federal Hi­

-Iário Mucelini".

MESSIAS SOARES - Projeto de lei que contemplaas escolas de samba, os blocos carnavalescos, sociedadesde frevos, ranchos e as chamadas grandes sociedadescarnavalescas com as vantagens da Lei n' 7.505, de2 de julho de 1986.

.- Projeto de lei que estabelece critérios para fixaçãode tarifas de energia elétrica e dá outras providências.

VLADIMIR PALMEIRA - Projeto de lei que dis­põe sobre o reconhecimento do Centro EducacionalPaulo Freire, da cidade de Catalão-Goiás, como enti­dade de utilidade pública.

GANDI JAMIL - Projeto de lei que determina arealização de exames oftalmológicos obrigatórios nosestabelecimentos de ensino de l' e 2' graus e determinaoutras providências.

-Projeto de lei que permite a movimentação daconta do FGTS.pelo trabalhador, para o fim que men­ciona e determina outras providências.

PAULO SILVA-Projeto de lei que obriga os ban­cos oficiais dos Estados a criar linha especial de créditopar~ a microempresa e determina outras providências.

BENEDITA DA SILVA - Projeto de lei que auto­riza o Poder Executivo a promover a elaboração e exe­cução de projeto de pesquisa com a finalidade que men­ciona.

o SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Vai-sepassar à votação da matéria que está sobre a mesa.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Há sobrea mesa e vou submeter a votos o seguinte

REQUERIMENTO

Sr. Presidente,

No dia 11 de junho de 1987 era brutalmente assassi­nado, a mando do latifúndio, o suplente de deputadofederal, ex-deputado estadual e advogado dos trabalha­dores rurais, Paulo Fonteles. O assassinato de Fontelescomoveu todo o País e representou mais um dado daescalada da violência no campo brasileiro. Por suas posi­ções firmes e decididas em defesa da reforma agráriae sua luta incessante ao lado dos camponeses e trabalha­dores rurais na defesa de seus direitos, Paulo Fontelesfoi jurado de morte pelos latifundiários e acabou covar­demente assassinado. Hoje, passado um ano de suamorte, os assassinos e seus mandantes já foram identifi­cados, mas ainda não foram julgados. O CongressoNacional não pode desconhecer o aniversário de umano da morte de Paulo Fonteles, verdadeiro herói dopovo brasileiro e mártir da reforma agrária. Diante dis­so, com base no inciso XIII, do art. 128 do RegimentoInterno da Câmara dos Deputados, requeiro uma sessãoextraordinária, a realizar-se no próximo dia 9 de junho,

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

em homenagem ao primeiro aniversário da morte dePaulo Fonteles.

Brasma, 24 de maio de 1988. - Aldo Arantes, Líderdo PC 'do B.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Os Srs.que o aprovam queiram permanecer como estão. (Pau­sa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Passa-seao

VII - GRANDE EXPEDIENTETem a palavra o Sr. Fernando Santana.

O SR. FERNANDO SANTANA (PCB - BA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,retomo a palavra para tratar da questão mineral, assun­to que abordava anteriormente, desta tribuna, julgandoestivéssemos no chamado Grande Expediente.

Esta q\lestão, Sr. Presidente, trouxe para esta Casauma discussão entre os chamados modernizadores eaqueles que são taxados dc retrógrados, xenófobos eoutros adjetivos até com caráter deprimente.

Sr. Presidente, acreditamos que o setor mineral, emqualquer país do mundo, constitui a base, o alicercesem o qual não se pode construir o edifício de umanação. Todos os países que hoje representam as melho­res posições na economia mundial em tempo algumjogaram pela porta da rua suas riquezas; muito ao con­trário, sempre as defenderam com rigor extraordinário.Isso nos serve de exemplo. Nenhum pais do mundofoi mais nacionalista, mais defensor de seus interesses,do seu mercado e da sua indústria do que os EstadosUnidos da América do Norte. Nada temos a constestarà posição desses americanos quando sentiram que eranecessário defender seu mercado, sua indústria, suasriquezas. É histórico o exemplo dos Estados Unidos.No século XIX, em 1860, eles assinaram tratado interna­cional de livre comércio, e dois anos depois o própriogoverno ·dos Estados Unidos denunciava esse tratado,porque era inconveniente ao desenvolvimento da indús­tria americana. Na segunda metade do século XIX,evidentemente, os Estados Unidos ainda não tinhamcapacidade para competir com a mais antiga indústriaeuropéia - mais desenvolvida que a sua - e recuaramao denunciar o tratado; fecharam-se, criaram uma sériede defesas e barreiras, de modo que sua indústria pu­desse se desenvolver. E quem poderá criticá-los porterem feito isto? Quando aqui estabelecemos que aosetor mimeral somente terá acesso a empresa nacional,aquela com maioria de capital votante brasileiro, nãoestamos, de modo algum, impedindo que as empresasestrangeiras participem dessa exploração. E mais: a de­finição a que se chegou é de que empresa nacionalé aquela cujo controle de de'cisões está em nome depessoas físicas domiciliadas no País. Por essa definição,essas grandes empresas têm uma facilidade extraordi­nária de se adaptar ao texto constitucional. Basta quecoloquem 16,5% do seu capital em mãos de homensde sua confiança, residentes no Brasil, para que se na­cionalizem. Então, não há definição mais elástica, aber­ta e complascente do que a nossa de empresa nacional.Mas os modernizadores geralmente nos trazem exem­plos de países asiáticos que tiveram desenvolvimentosextraordinários porque abriram suas portas à penetra­ção do capital estrangeiro. Entre os exemplos citados,comumente encontramos Taiwan ou Ilha Formosa eCoréia do Sul. Essas duas nações estiveram inicialmentesob o controle absoluto do poder militar dos EstadosUnidos. Formosa, logo que Mao-Tsé-Tung ocupou todaa China continental, passou a ser uma ilha cercada denavios de guerra por todos os lados. Não era cercadade mar, mas de navios que garantiam. A Coréia doSul também foi ocupada naquele choque, dc que todoslembramos, da época do General MacArthur. Mas, dei·xando de lado essas ocupações militares que ambosos países sofreram, gostaríamos de lembrar aos chama­dos modernizadores que tanto a Coréia do Sul comoTaiwan têm a participação do capital estrangeiro nasua produção manufatureira, num total de 11%, en­quanto que no Brasil essa participação é de 44%. Lá,essa paticipação é de 11%, repito, e devemos dizerque aqueles países são, a todo instante, citados como

Maio de 1988

exemplos de modernização. Evidentemente, esses paí­ses se desenvolveram muito, mas é preciso notar queo desenvolvimento de Taiwan e da Coréia do Sul sefizeram muito mais na base da poupança interna, hajavista a pequena participação do capital estrangeiro noprincipal setor da sua indústria - o manufatureiro.Esses dados que listei são de um artigo da "Folha deS. Paulo", publicado no dia 2 de maio sob a assinaturado economista José Serra, muito conhecido de todaa Casa e uma dos responsáveis pelos novo sistema tribu­tário que acabamos de aprovar, um cidadão acima dequalquer suspeita nacionalista ou ideológica. No entan­to, os modernizadores também se esqueceram de que,tanto em Taiwan quanto na Coréia do Sul, foram feitasprofundas reformas no setor fundiário. Fizeram umareforma agrária completa, aumentando extraordinaria­mente a capacidade dos seus mercados internos e aprodução agrícola. Os nossos modernizadores tambémse esquecem disso. Ao contrário do que lá conheceu, quando da votação do item referente à reforma agrá­ria, tivemos aquela grande batalha, onde se procuroucolocar no texto constitucional a propriedade produtivacomo intocável, embora não produtiva no sentido deque não esteja atendendo às quatro regras que caracte­rizam a função social da propriedade. Querem que essapropriedade fique livre das condições estabelecidas noart. 218. Entendemos que querem simplesmente trans·formar em produtivas não apenas as terras que estejamrealmente produzindo gêneros alimentícios ou de ex­portação mas aquelas que têm possibilidades, têm po­tencial para virem a ser produtivas. Ora, com essa lógi­ca, evidentemente, nunca teremos condições de fazerreforma agrária, Isso é o que se chama engessar. Elesse referem a nós dizendo que engessamos a economianacional, quando criamos certas vantagens não tãograndes para a empresa brasileira. Dizem que isso éum engessamento da economia. Não, ao contrário. Es­tamos apostando na empresa nacional, na capacidadede iniciativa do empresário brasileiro. Eles é que nãoacreditam nessa capacidade e nessa iniciativa. Agora,engessar, sim, é aquilo que eles conseguiram aqui, aoaprovar com minoria de votos, por que não se conseguiuos 280 votos "não", e sim, 265. Só por essa razão seeliminou do § 19 aquela expressão que condicionavaaquelas vantagens que se davam à propriedade produ­tiva, em atendimento às regras estabelecidas no art.218. Então, os modernizadores estão cegos, porque osetor que mais preeisa ser agilizado no Brasil é o agrário,o setor que mais necessita de ser quebrado na sua estru­tura é o latifúndio. Não se trata de recente constatação.

O nosso querido colega Bonifácio de Andrada nãose lembra de que quando ainda se estava elaborandoa Constituição de 1823, o Patriarca, aqui representadopor S. Ex', já estava tentando aprovar na AssembléiaNacional Constituinte daquele tempo uma lei. Aliás,tem S. Ex' uma posição completamente anti-historicaem relação aos seus antepassados. O interessante é quenaquela época não havia parágrafos, ou itens. Eramapenas artigos, e curtos. Dentro da sistemática da elabo­ração das leis daquela época, o art. 10 desse texto queestava sendo discutido na Assembléia Nacional Consti­tuinte refere-se exatamente a isto: que o Estado deveriadoar a cada preto-forro - já havia, então, os pretosque se libertavam através do pagamento do valor esti­mado por seu patrão - uma pequena sesmaria. Essa'mesma preocupação houve ao longo do Império. Joa­quim Nabuco, por exemplo, que era um aristocrata,um nobre, além de possuir títulos na nobiliarquia brasi­leira, era também um grande senha· de terras e enge­nhos em Pernambuco. Esse homem, já no Império,em 1860, fez discursos extraordinários chamando aten­ção para a necessidade imediata de se transformar niti­damente a propriedade fundiária no País, porque vianaquela apropriação, através do latifúndio, uma ameaçaao próprio desenvolvimento brasileiro, e disse isso cla­ramente em seu discurso. E nós, em 1988, tivemos aquilatifúndio conseguiu ter uma vitória relativa, não digocompletamente. Não acho que por essa razão a reformaagrária no Brasil esteja completamente impedida deser realizada, mas ficou dificultada.

Ainda em 1988, bá lideranças nesta Casa que conse­guem mobilizar um número muito grande de Parlamen­tares para defender uma tradição. O latifúndio é umatradição na vida do povo brasileiro, uma tradição de

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Maio de 1988

cinco séculos, que tem sido um obstáculo, uma barreiraa um desenvolvimento mais amplo da sociedade brasi­leira, porque ninguém consegue ter um desenvolvimen­to amplo no setor industrial sem ter uma grande massainterna para consumir. Daí, a grande vantagem dosEstados Unidos, que todos aqui citam .como exemplo.Por quê? Porque lá, antes mesmo da Guerra de Seces­são, em 1860, aqueles que se dirigiram para o Oeste,na chamada marcha para o Oeste, estabeleceram comoregra que nenhuma família, por maior que fosse, pode­ria se apropriar de mais de 160 acres, medida americanade quatro mil e poucos metros, que, se transformadaem hectare, dá apenas 58.6 hectares, não chega a 59hectares. Era essa a área que os americanos conside­ravam excelente, mesmo para uma grande família quese dedicasse exclusivamente ao trabalho na agricultura.Pois essa tradição - ou melhor, essa legislação de costu­me - foi transformada em Homestead Act pelo Presi­dente Lincoln, logo após a Guerra de Secessão, quefez aprovar pelo Congresso americano, tornando leiaquilo que já era um hábito, estendendo-o a todo opaís. Daí, o grande desenvolvimento que a indústriaamericana pôde ter, independente do exterior, decor­rente do tamanho de seu mercado interno. Só a partirdo fim da década de 20 que os Estados Unidos come­çaram a se preocupar com a exportação. Para eles omundo não tinha importância - tanto assim que sãoisolacionistas até hoje - vez que a iodústria americanafez-se em cima de um grande mercado interno, coisaque nós, no Brasil, nunca construmos. Nosso mercadointerno é diminuto em relação a uma populaçâo de146 milhões de habitantes. Qual é o mercado internobrasileiro? Não chega, talvez, a 20%. E por que nãochega a mais? Por que não cresce? Justamente porquea apropriação da terra continua, hoje, sendo feita damesma maneira éOmo o foi no início da colonização.

O Correio Braziliense, no ano passado, publicou arelação das vinte maiores propriedades do País, queperfazem quase 21 milhões de hectares, superfície maiordo que o Estado de São Paulo. Vejam bem: maiorque o Estado de São Paulo! Como é que se pode moder-

. nizar um país mantendo-se esses hábitos terríveis deapropriação da terra?

Pois bem, na Coréia do Sul e em Taiwan, no períodopós-guerra e antes da aceleração da industrialização,foram feitas reformas agrárias extensas e profundas.

O Sr. Ruy Nedel-Nobre Deputado Fernando Santa­na, permite-me V. Ex' um aparte?

O SR. FERNANDO SANTANA - Ouço o nobre De­putado Ruy Nedel.

O·Sr. Ruy Nedel - Digno, honrado e competenteDeputado Fernando Santana quero parabenizá-lo peloseu raciocínio e acrescentar um dado que, muitas vezes,não é corretamente avaliado. Trata-se da distribuiçãoda população dentro de uma região ou de um Estadodo País, "luando o latifúndio não impera sobre a socie­dade e li sociedade se torna mais importante do quea gigantesca propriedade rural. Vejamos, por exemplo,o caso do Rio Grande do Sul, com quase 10 milhõesde habitantes. A capital do Estado tem 1 milhão e 300mil habitantes; a Grande Porto Alegre, 2 milhões e300 mil habitantes. Santa Catarina é um Estado ondea capital é menor, não é a maior cidade do Estado,e a população está harmonicamente distribuída em todoo Estado. No Paraná temos Foz do Iguaçu, na fronteiracom o Paraguai, que há trinta anos não tinha 20 milhabitantes-e hoje tem 250 mil. Vejamos o Ceará, com4 milhões de habitantes, e a Grande Fortaleza tem 2,5milhõcs de habitantes. Mais de 50% da população eudiria até 65% ou 70%, estão encostados no litoral, maisde 50% da população formam a área metropolitanada capital. Na medida em que democratizamos e damosefetivamente função social à terra, notamos que a geo­grafia também se democratiza e o povo se distribui,aumentando muito a própria riqueza do País e o bem­estar do povo.

O SR. FERNANDO SANTANA - Tem V. Ex' inteirarazão, Deputado Ruy Nedel. Sobre esse assunto háum estudo muito sério, ao qual já tivemos ocasião denos referir aqui desta tribuna, que foi feito por umcanadense, naturalizado brasileiro, chamado GeorgeMartine. Este cidadão começou um estudo sobre a mi-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

gração brasileira do campo para as cidades no iníciodo Governo do General Geisel, e o concluiu quaseao final do Governo do General Figueiredo. Nesse estu­do ele mostra, que num período de vinte anos, de 1960a 1980, jogamos do campo para a cidade cerca de 32milhões de brasileiros, mais do que a população daArgentina. Mas esse estudioso, que recentemente publi­cou um livro sobre a modernização da agricultura noBrasil - que aconselhamos a todos os Parlamentareslerem - é um técnico que não coloca os problemasem função de uma linha política, como também nãofez esse estudo da migração interna tendo em vista qual­quer orientação que estivesse dentro dos trilhos de umaconcepção política. Fez mais como um técnico que que­ria ver a realidade, sem se preocupar se ela era cruelou não, se atendia a esta ou àquela corrente política.Esse escritor e estudioso mostrou que nesse períodode vinte anos o Brasil expulsou do campo 32 milhõesde pessoas, e disse que, a continuar esse tipo de política;'o Brasil se desestabilizará. Por que disse isso? Porque,além da estatística, além do controle que fez da migra­ção, se aprofundou, fazendo pesquisas sociológicas parasaber por que este fenômeno estava ocorrendo no País,e fez um inquérito em todas as áreas das chamadasfavelas, nas grandes, médias e pequenas cidades, inda­gando àqueles cidadãos as razões pelas quais tinhamtrocado o campo pela cidade. Isto foi muito bom, por­que o que se ouve no meio daquelas pessoas que sãograndes possuidoras de terras é que a migração do cam­po para a cidade é um fenômeno natural. É o desejodaquele homem de sair de onde não há luz para asluzes da ribalta da cidade, justamente o contrário doque George Martine apurou, na sua indagação sobreas razões pelas quais as pessoas se deslocaram do campopara a cidade. Ali ficou assegurado que 87% disseramque não queriam deixar o campo, que o fizeram pelagrilagem, pela expulsão, pela matança dos pais. Enfim,uma série de problemas, acontecimentos e fatos levaramaqueles homens a abandonar sua vida pacata do campovir para a cidade. Evidentemente, em outros paíseso fenômeno campo-cidade se deu por um proce,so natu-'ral. Por exemplo, os Estados Unidos, que sempre manti­veram expressiva massa de população no campo, hojetalvez não alcancem, no conjunto de sua população,4% de agricultores. Ali as terras não são das atuaisgrandes propriedades, mas do Estado, que as aluga,para exploração, a certas empresas, que hoje estão comgrandes áreas naquele país. Por que esse fenômenode redução da população do campo e aumento na cida­de? Porque houve grande desenvolvimento na área in­dustrial, nos serviços, no comércio, nos bancos etc. Issorepresentou verdadeiro imã: a cidade reclamava a mão­de-obra que não tinha, e as pessoas mais capazes docampo vinham para a cidade exercitãr as profissões emque havia oferta em demasia. Isso se deu durante longosanos, mas por um fenômeno em que .a população oriun­da do campo não ficava desamparada como a nossa,que, favelada, desmoralizada, humilhada e ofendida,acaba por transformar-se em contingentes de assaltan­tes, essa grande massa que hoje deixa a vida das grandescidades profundamente ameaçadora. As pessoas hojepreferem ver televisão a sair para qualquer programa.Só o fazem em caso de extrema necessidade, porquehoje sair é um risco. Assim, as cidades brasileiras nãoestavam em condições de receber essa massa.

Por outro lado, nos Estados Unidos, a massa campo­nesa era educada, instruída e com curso médio. Oscamponeses no Brasil são em geral analfabetos e, quan­do 'se deslocam para as cidades, só podem ocupar trêsníveis de trabalho: serventes de pedreiro, de carpinteiroou de ferreiro. Não têm outra condição, e assim mesmose têm saúde. Essa grande massa que se desloca, nasua maioria, é afetada por doenças incuráveis, comoo mal de Chagas, que atinge 11% da população ruralbrasileira e não tem cura. E a morte que se aproximalentamente. Há também doenças como a verminose, 'o impaludismo e tantas outras, que depauperam o ho­mem e reduz sua capacidade de trabalho.

Pois bem, quando esse homem é sadio, pode ser ser­vente de pedreiro, de carpinteiro ou de ferreiro. Oresto que não consegue ocupação fica nas grandes fave­las, sem comida, sem água, sem coisa alguma. A Alema­nha, depois da guerra, intensificou ao máximo a mecani­zação do campo, sobretudo na Prússia, naquelas áreas

Quarta-feira 25 2023

maiores, onde também se fez a reforma agrária. Apesarde a Alemanha ter liberado o máximo de mão-de-obraque podia no campo, intensificando a mecanização paraa exploração agrícola, mesmo assim, no final da décadade 70 e início da de 80, antes do choque de petróleo,havia ali seis milhões de trabalhadores estrangeiros,portugueses, espanhóis, italianos, palestinos, turcos etc.Por quê? Porque o desenvolvimento da indústria noserviço do campo foi de tal ordem que o alemão passoua poder escolher o emprego que lhe desse mais status.Então, inexistia mão-de-obra para a cozinha, faltaramgarçons, moças para acompanhar crianças, varredoresde rua, e eles tiveram que importar, desses países quenão tinham pleno emprego, massa gigantesca de ho­mens e mulheres para atender às suas necessidades,porque o próprio alemão disso não dava conta.

Esse é um fenômeno de urbanização muito diferentedo nosso. No Brasil, hoje, mais de 70% da populaçãobrasileira estão nas cidades. O Brasil não se urbanizoue sim proletarizou-se, tornando-se um País com uma.população de humilhados e ofendidos, porque a grandemassa que veio para as cidades nada tem a fazer senãomorrer de fome, não podendo dar o mínimo de educa­ção aos seus filhos.

SI. Presidente, após responder ao aparte do nobrecolega Ruy Nedel, que me levou a fazer essa divagação,gostaria de lembrar ainda a esta Casa alguns dadossobre o problema de Taiwan e da Coréia do Sul. Aquialimentamos, procurando desenvolvê-lo ao máximo,através dos meios de comunicação, o consumismo, queé uma necessidade para os Estados Unidos. Lá elestem uma economia de esbanjamento. Nos Estados Uni­dos, o esbanjamento é o principal. Mas não podemospraticar esse tipo de política. Enquanto, no Brasil eno México, temos 56.68 por 1.000 habitantes com carro- à indústria automobilística é totalmente estrangeira- como V. Ex" sabem, na Coréia e em Taiwan, arenda per capita é de cinco mil dólares e é de seiso número de pessoas que detêm carro em 1.000. Aquino Brasil, 58. Eles cultivam a poupança interna. Poressa razão, o capital estrangeiro lá, até no setor manufa­tureiro, que é o mais lucrativo, não passa de 11%,porque a poupança interna deu à Taiwan e à Coréiado Sul a base de sustentação para o seu desenvolvi­mento. Não foi o capital estrangeiro, como nossos mo­dernizadores andam anunciando pela Casa.

É necessário que o Brasil também passe a fazer umapolítica de vida austera, umavida à antiga Roma, frugal;sem fome, mas sem esbanjamento. O que se esbanjanão é o que se come. Sempre o esbanjamento vemcom tudo aquilo que é dispensável: o luxo c as demaiscoisas. Esse é um processo que devemos adotar, essaa estratégia que devemos, digamos assim, delinear paranosso País. Não será julgando que o capital estrangeiroirá salvar nosso povo e nossa Pátria; não é abjurandoO capital estrangeiro, como um todo, mas também nãoé considerando que ele seja o único fator para o desen­volviemnto e para nossa felicidade como povo. Nenhumpaís do mundo, dominado pelo capital estrangeiro, con­seguiu ou conseguirá ter real independência, uma verda­deira soberania; se depende das grandes potências inter­nacionais, se suas decisões não são tomadas aqui, maslá fora. Os Estados Unidos já reclamam hoje do capitalestrangeiro lá dentro. Acabam de publicar um livro,intitulado "Buying into America".

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - NobreDeputado, a Presidência comunica que seu tempo estáesgotado.

O SR. FERNANDO SANTANA - SI. Presidnete,recebo humildemente a observação de V. Ex' Teríamosainda alguns assuntos a tratar, inclusive sobre a questãodo petróleo e do acidente de Enchova, que conside­ramos um assunto da maior importância. Valeria a penaque V. Ex' me concedesse pelo menos mais dois outrês minutos, a fim de que, em breves palavras, pudés­semos dizer algo sobre o tema.

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - A Presi­dência apenas comunica a V. Ex' que será uma honramuito grande ouvi-lo nas próximas sessões. Regimen­talmente, o tempo de V. Ex' está encerrado.

O SR. FERNANDO SANTANA - Então, neste caso,devo retirar-me da tribuna.

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2024 Quarta-feira 25

o SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Tenhoa certeza de que contarei com a compreensão de V.Ex'

O SR. FERNANDO SANTANA - Sr. Presidnete,muito obrigado. Minha compreensão V. Ex' a tem intei­ramente.

Ao terminar, quero simplesmente dizer aos poucosDeputados que estão no plenário e aos muitos que seencontram em seus gabinetes que não nos move senãoum desejo. Estamos inteiramente despojados de inte­resses. Não temos nenhum plano político nem pessoalpara o setor econômico. E como um brasileiro total­mente despojado de influência, falamos aos companhei­ros com esta inteira liberdade, mas pedimos aos moder­nizadores que, pelo amor de Deus, não entreguem oBrasil em nome da salvação do Brasil. (Palmas.)

VllI - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Nadamais havendo a tratar, vou encerrar a sessão.

DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES:

Pará

Ademir Andrade - PSB, Asdrubal Bentes ­PMDB; Benedicto Monteiro - PTB; Carlos Vinagre- PMDB; Fausto Fernandes - PMDB; Fernando Ve­lasco - PMDB; Gabriel Guerreiro - PMDB; ManoelRibeiro - PMDB.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Maranhão

Francisco Coelho - PFL, Wagner Lago - PMDB.

Ceará

Carlos Virgílio - PDS.

Rio Grande do Norte

Jessé Freire - PFL.

Bahia

Fernando Gomes - PMDB; João Carlos Bacelar- PMDB; Luiz Vianna Neto - PMDB; Sérgio Brito-PFL

Espírito Santo

Vitor Buaiz - PT.

Rio de Janeiro

Álvaro VaUe - PL.

Minas Gerais

Aloisio Vasconcelos - PMDB; Carlos Mosconi ­Homero Santos - PFL; Mário Bouchardet - PMDB;Mauro Campos - Raul Belém - PMDB, Virgílio Ga­lassi - PDS; Virgílio Guimarães - PT.

São Paulo

Adhemar de Barros Filho - PDT; Felipe Cheidde-PMDB; João Herrmann Neto -PMDB; José Egreja- PTB; S6lon Borges dos Reis - PTB.

Goiás

Lúcia Vânia - PMDB; Luiz Soyer - PMDB; Roberto Balestra - PDC.

Maio de 1988

Mato Grosso

Júlio Campos - PFL.

Paraná

Ervin Bonkosid - Mattos Leão - PMDB; Max Ro­senmann - PMDB; Osvaldo Macedo - PMDB

Santa Catarina

Paulo Macarini - PMDR

o SR. PRESIDENTE (Eraldo Trindade) - Está en­cerrada a sessão.

(Encerra-se a sessão às 12 horas e 40 minutos.)

ATO DA MESA

A Mesa da Câmara dos Deputados, no uso das atri­buições que lhe confere o artigo 14, inciso V, do Regi­mento Interno, combinado com o artigo 102 da Reso­lução n' 67, de 9 de maio de 1962, resolve nomear.na forma do artigo 103, alínea ub", da Resolução n'67, de 9 de maio de 1982, Miriam Maria Bragança San­tos, Técnico Legislativo Adjunto, Classe uB", ponton' 2447, para exercer o cargo de Chefe de Secretariado Gabinete do 2'-Vice-Presidente, CD-DAS-I01.2, doQuadro Permanente da Câmara dos Deputados, trans­formado pelo artigo 2' do Ato da Mesa n' 15, de 26de maio de 1987.

Câmara dos Deputados, 24 de maio de 1988. -Ulys­ses Guimarães. Presideute da Câmara dos Deputados.

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MESA

Presidente:Ulysses Guimarães - PMDB

1'-Vice-Presidente:Homero Santos - PFL

2'-Vice-Presidente:Paulo Mincarone - PMDB

l'-Secretário:Paes de Andrade - PMDB

2'-Secretário:Albérico Cordeiro - PFL

3'-Secretário:Heráclito Fortes - PMDB

4'-Secretário:Cunba Bueno - PDS

Suplentes

Daso Coimbra - PMDB

Mendes Botelho - PTB

Irma Passoni - PT

Osvaldo Almeida - PL

MAIORIAPMDB ePFL

Líder:Carlos Sant'~nna

PMDBLíder:

Ibsen PinheiroVice-Líderes:

João Herrmann NetoMiro Teixeira

Ubiratan AguiarWalmor de Luca

Paulo RamosGenebaldo Correia

Maunlio Ferreira LimaRodrigues Palma

Márcia KubitschekCarlos MosconiCarlos VinagreMaguito Vilela

Naphtali Alves de SouzaRaimundo Bezerra

Geraldo Alckmin FilhoCid CarvalhoRospide Neto

José CostaManoel MoreiraJorge UequedJosé TavaresSérgio Spada

Fernando GasparianJosé Carlos Vasconcellos

Ruy NedelFernando Velasco

PFLLíder:

José Lourenço

LIDERANÇAS

Vice-Líderes:Inocêncio Oliveira

Ricardo IzarErico Pegoraro

Jesus TajraSarney FilhoIberê FerreiraDionísio Hage

Stélio DiasLuiz EduardoNelson Sabrá

PDSLíder:

Amaral Netto

Vice-Líderes:

Bonifácio de AndradaAdylson MottaAécio de Borba

PDTLíder:

Brandão Monteiro

Vice-Líderes:

Amaury MüllerVivaldo Barbosa

Adhemar de Barros Filho

José Fernandes

PTBLíder:

Gastone Righi

Vice-Líderes:

Joaquim BevilacquaSólon Borges dos Reis

Arnaldo Faria de SáRoberto Jefferson

PTLíder:

Luiz Inácio Lula da SilvaVice-Líderes:

Plínio Arruda SampaioJosé Genoíno

PLLíder:

Adolfo OliveiraVice-Líder:

Afif DomingosPCdoB

Líder:Aldo Arantes

Vice-Líder:Eduardo Bonfim

PDCLíder:

Siqueira CamposVice-Líderes:

José Maria Eymai:!Roberto Balestra

PCBLíder:

Roberto FreireVice-Líderes:

Fernando SantanaAugusto Carvalho

PSBLíder:

Beth Azize

PTRLíder:

Messias Soares

DEPARTAMENTO DE Titulares Suplentes

COMISSÕES PFLDiretor: Carlos Brasil Araujo João Alves Enoc Vieira Denisar Arneiro Júlio Constamilan

Local: Anexo II - telefone ramal 7053 Jofran Frejat Furtado Leite Firmo de Castro Lézio Sathler

Coordenação de Comissões Permanentes Benito Gama Simão Sessim Francisco Sales Maria Lúcia

Diretora: Silvia Barroso Martins Mussa Demes Ivo Cers6simo Paulo Silva

Local: Anexo II - Telefone: 2245719 ramal 6890Joaquim Haickel Percival Muniz

PDS

COMISSÃO PERMANENTE Jorge Arbage

Comissão de Fiscalização e Controle José Luiz Maia PFL

Presidente: Fernando Gasparian - PMDBPDT Alércio Dias Dionísio Dal Prá

l'-Vice-Presidente: Benito Gama - PFL José Fernandes 'Arolde de Oliveira Fausto Rocha2'-Vice-Presidente: Jorge Arbage - PDS PTB Arnaldo Prieto Lael Varela

Ottomar de Souza Pinto Cláudio ÁvilaPT

Titulares Irma PossoniPMDB PL PDS

Domingos Juvenil José Serra Adolfo Oliveira Francisco DiógenesEdivaldo Motta Mauro Campos Mello ReisFernando Gasparian Miro Texeira PDTGenebaldo Correia Nilso Sguarezi Suplentes Moema São Thiago

Ismael Wanderley Nion Albernas PMDB PTIrajá Rodrigues Osmundo Rebouças Aécio Cunha Luis GushikenIvo Vanderlinde Roberto Brant Aluízio Campos José Costa PDCJosé Carlos Vasconcellos Bosco França José Dutra Siqueira Campos

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COM~ÃOTE~RÁRMTitulares SuplentesPMDB PMDB

Artur da Távola Milton Barbosa Cid Carvalho Márcia Kubitscheli;

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉ-Doreto Campanari OclAvio Elísio Henrique Eduardo Alves Márcio BragaEduardo Moreira Rita Camata José Tavares Mauro Sampaio

RITO DESTINADA A INVESTIGAR O Hermes Zaneti SériàO Spada Manoel Moreira Renato Vianna

DESTINO DE APLICAÇÃO PELO MINIS- PFLTÉIlIoDA EDUCAÇÃO E CULTURA, DOS PFL

_ RECURSOS PROVENIENTES DA Leur Lomanto Eduardo Tinoco Evaldo Gonçalves Dionísio Hage

EMENDA CALMON, Eunice Michiles Nelson SabIA Átila Lira Maria de LourdesAbadia

PDSPDS

IlEQUERlMENTO N" 1/87 Wilma MaiaUbiratan Spinelli

PDrPDT

rr- 6-4-11. 13-9-88Chico Humberto

José Mauricio

Presidente. Hermes Zaneti PTB PTBVace-PrCiideDte: Eraldo TinocoRelaroc: Sólpn Borges do5 Reis Sólon Borges dos Reis Fábio Raunheilti

I EDIÇÃO DE HOJE: 40PÃGINAS.'-----...----!

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