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Sistema digestório (esofagites, gastrites, úlceras pépticas, neoplasias, síndromes disabsortivas, enterites, doença de Crohn, colite ulcerativa, apendicite)
Fígado e pâncreas (insuficiência hepática, hepatites, cirrose, neoplasias, transplante de fígado, colecistite, cálculos biliares, pancreatites)
Doenças do Sistema DigestórioHérnia de Hiato
Definição: consiste na passagem de parte do conteúdo abdominal para a cavidade torácica através do hiato esofágico.
85% ocorre após os 45 anos Mais comum em mulheres
Doenças do Sistema DigestórioHérnia de Hiato
Classificação Tipo I: ou esôfago curto -> que traciona o estômago para a
cavidade torácica; Tipo II: hérnia paraesofágica ou de rolamento ->
estômago em posição normal com parte do fundo do orgão e, as vezes, o omento penetra no tórax (dor semelhante a angina no peito);
Tipo III: hérnia esofagogástrica ou de deslizamento (mais comum)-> parte abdominal do esôfago e do estômado penetram no tórax;
Tipo IV: Herniação de estômago e outros órgãos como o baço e intestinos.
Hérnia de Hiato
Etiopatogênese: Tipo I: defeitos congênitos ou lesões que promovem
encurtamento do órgão (esofagites crônicas ou câncer de esôfago).
Tipo II e Tipo III: Primário: Enfraquecimento dos músculos em torno do
hiato esofágico Secundário: Aumento da pressão inta-abdominal ->
obesidade, tosse, vômito, gravidez, cifoescoliose.
Manifestações clínicas mais comuns Sintomática ou não Esofagite de refluxo Pirose (sensação de queimação retro-esternal), dor, regurgitação ou
disfagia
Gastrite AgudaGastrite Aguda
Definição: Processo inflamatório agudo da parede do estômago.
Etiopatogênese: Medicamentos (aspirina e AINH): síntese de prostaglandinas
(protetoras da mucosa gástrica pois estimulam a renovação do epitélio e produção de muco);
Bebidas alcoólicas: dissolução do muco, do componente lipoprotéico da membrana celular e dos complexos unitivos das células epiteliais, capacidade protetoras da mucosa.
Álcalis e ácidos fortes (subs. corrosivas): necrose da mucosa gástrica, podendo afetar as camadas mais internas da parede do estômago.
Helicobacter Pylori – aguda -> crônica
Gastrite AgudaGastrite Aguda Aspectos Morfológicos:
Edema, hiperemia e lesões rasas da mucosa (aspectos macroscópicos); Edema e infiltrado de neutrófilos; Hemorragia e necrose, com úlceras agudas múltiplas da mucosa; Casos mais graves pode levar ao óbito por perfuração ou peritonite; Quando lesões graves cicatrizam, resultam em estenoses esofágicas,
pilóricas ou atrofia gástrica.
Clinicamente, as gastrites agudas podem ser assintomáticas ou ter início súbito com dor epigástrica, náuseas, vômitos e, as vezes, hemorragia digestiva (hematêmese e melena).
Úlcera PépticaÚlcera Péptica
Definição: Lesão escavada, geralmente solitária e crônica, que se
forma na mucosa esofagogastrintestinal em consequência da digestão ácido-péptica dos tecidos.
98% acomete o duodeno (UD), porém pode acometer a mucosa do estômago (UG)
Etiopatogênese: Obscura; Digestão da mucosa pela secreção ácido-péptica, que ocorre quando se rompe o
equilíbrio entre as defesas da mucosa, com ação agressiva do suco gástrico: Queda das defesas locais Aumento da agressão Associação dos fatores
Infecção por H. pylori -> aumento na produção da gastrina UD: maior produção de ácido gástrico e pepsinogênio e contato prolongado com a
mucosa do duodeno
Úlcera PépticaÚlcera Péptica Aspectos morfológicos:
90% casos a úlcera é única; Lesão arredondada ou ovalada, com diâmetro de 0,5 a 2 cm. Bodas regulares e pouco elevadas, com fundo limpo (pode conter material
necrótico, tecido de granulação avermelhado ou tecido fibroso.
Microscopicamente, dintinguem-se 4 camadas: 1) tecido necrótico fibrinóide no fundo da lesão; 2) exsudato inflamatório com predomínio de neutrófilos; 3) Camada de tecido de granulação; 4) Tecido fibroso cicatricial
Úlcera PépticaÚlcera Péptica Classificação:
Superficial -> atinge a submucosa Profunda -> acomete a muscular própria Perfurante -> atinge todas as camadas e se abre para cavidade
peritoneal Penetrante -> atinge todas as camadas, porém fica tamponada em
órgão vizinhos (pâncreas, fígado, omento)
Fisiopatologia: Hemorragia
Maciça (grandes vasos) -> choque e óbito (idosos) Pequena (pequenos vasos) -> anemia
Perfuração Peritonites química ou bacteriana
Estenoses e deformações Obstrução do duodeno ou estômago
Malignização Rara
Doença Inflamatória IntestinalDoença Inflamatória IntestinalDoença de CrohnDoença de Crohn
Definição: Caracteriza-se por inflamação crônica de uma ou mais
partes do tubo digestivo, mas que geralmente acomete o íleo e cólon do intestino grosso.
Retocolite ulcerativa Etiologia:
A etiologia é desconhecida. No entanto supõe-se que seja resultado de hiperatividade do sistema imunitário digestivo por ação de fatores ambientais associada a tendência genética.
Doença de CrohnDoença de Crohn Aspectos morfológicos
Lesões segmentares intercaladas com segmentos normais
Inflamação transmural com infiltrado de neutrófilos e linfócitos
Parede intestinal espessada com mucosa apresentando ulcerações profundas e estreitas
Evolui para fibrose e rigidez tecidual decorrente do edema, inflamação, fibrose e hipertrofia muscular
Doença de CrohnDoença de Crohn Aspectos morfológicos
Quadro histológico mostrando ulceração superficial da mucosa, que está recoberta por exsudato fibroleucocitário e mostra fissuras atingindo a submucosa. Denso infiltrado inflamatório mononuclear em toda a espessura da parede e fibrose antiga desorganizando a camada muscular
Doença de CrohnDoença de Crohn Aspectos Clínicos
Manifestações recorrentes Episódios agudos de febre, diarréia e dor abdominal intercalando com
períodos assintomáticos por meses e anos Sangramento nas fezes e anemia Complicações
Obstrução do intestino Fístulas entre outras alças do delgado, bexiga, vagina ou pele da
região perianal Peritonite Extensão da doença para tubas uterina e ureteres Câncer Má absorção intestinal (grandes segmentos acometidos)
Apendicite Aguda Definição
Inflamação do apêndice vermiforme.
Etiopatogênese Obstrução do apêndice e proliferação bacteriana
Fecalitos, parasitas, corpos estranhos, tumores Obstrução da luz-> mucosa continua a secretar-
> aumento da pressão intraluminal-> compressão de veias (transtorno drenagem sanguínea)-> hipóxia-> lesão epitelial-> colonização de bactérias-> infecção aumenta edema e isquemia -> instala-se o processo inflamatório.
Apendicite Aguda Aspectos Morfológicos
Fase inicial: Apêndice congesto, edemaciado, rígido e aumentado de volume, com serosa brilhante
Após, a serosa se torna fosca, com pontilhado hemorrágico e coberto por camada fibrinopurulenta que pode acometer mesoapêndice e tecidos adjacentes (supurativa)
Exsudato composto por neutrófilos
Quadro Clínico Início súbito com dor e desconforto na região periumbilical Náuseas, vômitos, defesa abdominal, febre e dor na região ilíaca
direita Manifestações não-exclusivas da apendicite (falso-positivo) Complicação principal: perfuração (gangrena) e peritonite
Apêndice vermiforme. Inflamação exsudativa purulenta (apendicite aguda purulenta). Observa-se intenso edema da parede. Os vasos estão hiperemiados e em uma região houve hemorragia recente (seta). A serosa está opacificada e hipotransparente. O fenômeno inflamatório predominante neste caso é o exsudato de neutrófilos polimorfonucleares em todas as camadas do órgão
A mucosa do intestino grosso não apresenta vilos. É constituída por epitélio cilíndrico simples com células caliciformes (secretoras de muco), sobre uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo.A submucosa é formada por tecido conjuntivo fibroelástico.A camada muscular é formada por túnicas de músculo liso, uma circular interna e outra longitudinal externa.A camada mais externa é serosa
Observe ulceração da mucosa, exsudato neutrofílico, hemorragia e edema, além de fecalito (seta) na luz do órgão.