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DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3736 | TERçA-FEIRA, 26 DE ABRIL DE 2011 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS Faleceu Manuel Araújo um dos fundadores da PJ Notícias chegadas à nossa redacção dão conta do falecimento em Portugal do inspector Manuel Araújo, um dos fundadores da Polícia Judiciária de Macau, para onde veio em 1964, juntamente com o dr. Delfino Ribeiro, que foi o primeiro director da corporação. Era o verdadeiro director-adjunto da PJ onde, então, havia apenas um inspector, mas também um grande animador das noites Macaenses tendo participado nas famosas récitas do patuá de Adé dos Santos Ferreira. Pessoa sempre bem disposta, era hábil a dedilhar a viola, que trazia sempre consigo, e a sua voz era ouvida em todas as festas públicas e privadas, numa altura em que as noites de Macau não tinham profusão de divertimentos. À família enlutada, o JTM apresenta as mais sinceras condolências. DSAL recebeu 773 queixas de funcionários do Venetian A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais está a analisar os contratos de trabalhadores do Venetian Macau, após ter recebido até à passada quinta-feira 773 queixas, sobretudo remetidas por funcionários da manutenção e limpeza daquele “resort”. Os trabalhadores dizem que foram feitas deduções salariais “injustificadas”, relativas ao pagamento das horas de almoço. O problema terá a ver com uma regra imposta pelo Venetian em 2007, a qual obriga a que os funcionários trabalhem 48 horas semanais, sem incluir as pausas para refeições. A DSAL promete acompanhar o caso. Já sobre o acidente que causou a morte de um trabalhador não residente nas obras do Galaxy, o director da DSAL, Shuen Ka Hung, avançou que a empresa construtora já enviou um relatório com a melhoria das condições de segurança do local. “Mercado chinês é aliciante mas não é para todos” PÁGS 2 E 3 MARIANA OOM EM ENTREVISTA AO JTM 25 DE ABRIL COMEMORADO EM BELÉM Ex-Presidentes consensuais PÁG 11

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Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3736 | terça-feira, 26 De abril De 2011

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

Faleceu Manuel Araújoum dos fundadores da PJNotícias chegadas à nossa redacção dão conta do falecimento em Portugal do inspector Manuel araújo, um dos fundadores da Polícia Judiciária de Macau, para onde veio em 1964, juntamente com o dr. Delfino ribeiro, que foi o primeiro director da corporação. era o verdadeiro director-adjunto da PJ onde, então, havia apenas um inspector, mas também um grande animador das noites Macaenses tendo participado nas famosas récitas do patuá de adé dos Santos ferreira. Pessoa sempre bem disposta, era hábil a dedilhar a viola, que trazia sempre consigo, e a sua voz era ouvida em todas as festas públicas e privadas, numa altura em que as noites de Macau não tinham profusão de divertimentos. À família enlutada, o JtM apresenta as mais sinceras condolências.

DSAL recebeu 773 queixas de funcionários do Venetian a Direcção dos Serviços para os assuntos laborais está a analisar os contratos de trabalhadores do venetian Macau, após ter recebido até à passada quinta-feira 773 queixas, sobretudo remetidas por funcionários da manutenção e limpeza daquele “resort”. os trabalhadores dizem que foram feitas deduções salariais “injustificadas”, relativas ao pagamento das horas de almoço. o problema terá a ver com uma regra imposta pelo venetian em 2007, a qual obriga a que os funcionários trabalhem 48 horas semanais, sem incluir as pausas para refeições. a DSal promete acompanhar o caso. Já sobre o acidente que causou a morte de um trabalhador não residente nas obras do Galaxy, o director da DSal, Shuen Ka Hung, avançou que a empresa construtora já enviou um relatório com a melhoria das condições de segurança do local.

“Mercado chinês é aliciantemas não é

para todos”PáGS 2 e 3

MARIANA OOM Em ENtREVIStA Ao jtm

25 DE ABRIL COMEMORADO EM BELÉM

ex-Presidentes consensuais PáG 11

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jORNAl tRIbuNA de MAcAu terça-feira, 26 de abril de 2011 pág 03pág 02 terça-feira, 26 de abril de 2011 jORNAl tRIbuNA de MAcAu

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Diana do Mar (editora), Fátima Almeida, Lia Coelho, Olga Pereira, Paulo Barbosa • Editor Multimédia: Pedro André Santos • Secretária da Redacção: Carla Sousa • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, José Simões Morais, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] e [email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

jORNAl tRIbuNA de MAcAu

“Aconselho vivamente às empresas portuguesas que olhem para a China como um mercado de grande interesse. Ao mesmo tempo, tenho de as alertar para as dificuldades do mercado, que não é assim tão fácil e exige um grande investimento”

“Tem sido uma passagem bastante suave, acho que para toda a equipa. Aliás, desde o primeiro dia que cheguei ao escritório que estamos a trabalhar e a render. Sabia que para que isto acontecesse era também importante uma continuidade [do trabalho]”LocAL LocAL

mARIANA oom Em ENtREVIStA Ao jtm

“Posso dar ajuda forte” aos negóciosAssumiu o cargo de delegada da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em Janeiro e está certa de que pode “dar uma ajuda forte” ao desenvolvimento e concretização de negócios entre Portugal e a China. Neste âmbito, Mariana Oom tem como argumentos uma experiência profissional de cerca de 20 anos, durante os quais esteve essencialmente envolvida em assuntos de carácter internacional, e a equipa do escritório de Macau, que considera ser “excelente”

Em Janeiro iniciou funções como delegada da AICEP em Macau. Como correram estes primeiros

meses? Tem sido fácil adaptar-se e perceber a dinâmica empresarial do território?

- A adaptação tem sido fácil. Senti-me muito rapidamente em casa e con-fortável em Macau. Estes primeiros meses têm sido de grande actividade, de muito trabalho e muita aprendiza-gem. E muito positivos também. Até agora, está tudo a correr bem, quer as empresas portuguesas quer o lado chinês têm demonstrado muito inte-resse nesta cooperação entre Portugal e a China, portanto, já houve várias actividades, muitas acções, umas mais institucionais outras mais promocio-nais. Quanto à dinâmica empresarial, já tinha feito algum trabalho de casa e vinha razoavelmente bem prepara-da para o funcionamento do mercado e das empresas. Não posso dizer que tenha havido grandes surpresas nesse campo, embora, em algumas situações seja difícil penetrar e conhecer toda a rede que está por detrás. Mas os contac-tos têm estado a correr bastante bem.

- Que confluência de circunstân-cias levou a que fosse escolhida para substituir Miguel Crespo?

- Nenhumas circunstâncias espe-ciais. Esta substituição inseriu-se numa rotação normal dos postos da rede ex-terna da AICEP. Surgiu a oportunida-de e aqui estou. Estava em Lisboa, este

posto abriu, concorri e fui escolhida.- O que a levou a concorrer a este

posto em Macau?- Achei que seria um desafio in-

teressante. Este trabalho internacional sempre me interessou, estou ligada a ele há muito tempo e, ao mesmo tem-po, Macau era um destino aliciante.

- Que percurso teve no âmbito de negócios internacionais até chegar ao território?

- Em termos de AICEP, trabalhei em São Francisco, na Califórnia. Nos escritórios em Portugal, estive ligada a vários projectos de internacionaliza-ção como grande parte das pessoas que trabalham nesta agência. Estive ligada ao marketing em várias acções de pro-moção internacional e de imagem de Portugal. Trabalhei no sector do ves-tuário, onde todo o programa de pro-moção internacional passava por nós e lidávamos com vários mercados. Mais recentemente, trabalhei nos mercados da América do Sul e de Espanha, como se fosse um representante em Portugal desses países, numa posição que nós chamamos de ‘desk’ do mercado. An-

teriormente, tinha estado ligada a pro-jectos internacionais noutras empresas. Iniciei a minha actividade profissional em 1992 e o meu primeiro trabalho foi na Cimpor. Seguiu-se uma multinacio-nal de telecomunicações, que já não existe, e só depois cheguei à AICEP.

- Descreve-se apenas como “in-fluencer”. Porquê?

- De facto, tive essa palavra du-rante uns tempos num perfil numa rede social na ‘internet’ e estava rela-cionada com circunstâncias da minha vida na altura. De qualquer forma, ‘in-fluencer’ tem que ver com o contributo que posso dar junto das situações que não tenho capacidade de mudar. Por exemplo, as pessoas, só elas se podem mudar a si próprias. Isto também se aplica à minha actividade profissional. Não sou eu que faço os negócios, mas sim as empresas. Eu sou apenas um instrumento. E ‘influencer’ vem daí, não somos directamente um agente de mudança mas temos a possibilidade de condicionar ou proporcionar negócios ou mudanças.

- Esse papel também é válido para

este novo contexto, para o seu traba-lho em Macau...

- É difícil caracterizar-me numa palavra, mas ‘influencer’ continua de certa maneira válida nesta perspectiva de que não sou eu que concretizo os negócios, mas posso, juntamente com toda a equipa, dar uma ajuda forte, sendo agente influenciadora quer da oferta portuguesa quer da procura chi-nesa.

- A AICEP destaca que Mariana Oom tem uma “vasta experiência de acompanhamento do negócio inter-nacional”. Este factor pode contribuir para uma maior dinamização da acti-vidade da agência na RAEM?

- Tenho já 20 anos de experiência profissional. A minha experiência pro-fissional e ao nível internacional con-tribuem para a actividade da AICEP e justificam também o facto de ter sido escolhida para este cargo.

- Sente que pode ter uma influên-cia forte em Macau, neste âmbito de parcerias sino-lusófonas?

- Espero que sim. Espero conse-guir dar esse contributo com a humil-dade suficiente para perceber que não sou eu que vou conseguir um lugar ao concretizar os negócios mas que posso contribuir para que eles se concreti-zem. Isso sim.

- Quando chegou teve de proce-der a alterações ao nível interno ou está só a dar continuidade ao trabalho iniciado pelo seu sucessor?

- É essencialmente continuidade. A equipa é excelente, o que também facilitou. É evidente que depois há pe-quenos aspectos que vão sendo altera-dos, uma vez que as personalidades são diferentes assim como os estilos de gestão. No entanto, quero salien-tar que não há qualquer ruptura. Tem sido uma passagem bastante suave, acho que para toda a equipa. Aliás, desde o primeiro dia que cheguei ao escritório que estamos a trabalhar e a render. Sabia que para que isto acon-tecesse era também importante essa continuidade.

“(...) Não sou eu que concretizo os negócios, mas posso, juntamente com toda a equipa, dar uma ajuda forte, sendo agente influenciadora quer da oferta portuguesa quer da procura chinesa”

“(...) Outra área que está com grande dinâmica é a captação de investimento chinês para Portugal (...) há vários contactos relacionados com investimento na expansão do Porto de Sines (...)”

Mercado chinês “não é para todos”Numa altura em que Portugal vive um cenário de ruptura financeira, Mariana Oom “aconselha vivamente” as empresas portuguesas a olharem para a China. Porém, alerta que penetrar no mercado chinês “não é fácil” e tem como principais desafios o investimento que esta acção implica e as repetidas deslocações ao Oriente. Em entrevista ao JTM, a delegada da AICEP mostra-se, no entanto, confiante no aumento do volume de negócios sino-lusófonos e aponta que actualmente há uma média de uma empresa portuguesa por semana que chega a Macau à procura de oportunidades

(...) “O mercado da China é uma aposta excelente mas não venham às cegas! As empresas também não devem esperar logo um volume muito grande de encomendas, porque os chineses também gostam

de poder testar os produtos no mercado” (...)

Verificamos que o mercado chinês está a tornar-se cada vez mais atractivo para as empresas portu-

guesas. Prevê um aumento de parcerias bilaterais nos próximos anos?

- Sim, é verdade. As relações polí-ticas entre as partes também são cada vez mais estreitas, há interesses comuns e isso leva as empresas portuguesas a procurarem, de facto, cada vez mais este mercado. Acredito que as parce-rias se vão intensificar assim como os negócios. Penso que a tendência é para o contínuo aumento das relações bila-terais. Por exemplo, no ano passado, já verificámos um crescimento das ex-portações de Portugal para a China na ordem dos 50 por cento.

- Surpreendeu-se ao constatar ‘in loco’ o interesse que a China tem pelas empresas portuguesas e por toda a esfe-ra lusófona?

- Já tinha uma noção mas talvez a dinâmica seja superior àquela que eu estava à espera. O mesmo acontece ao contrário. Temos feito várias acções de divulgação do mercado chinês em Por-tugal, portanto, era normal esse crescente interesse, mas de certa forma tenho sido surpreendida pela quantidade de empre-sas portuguesas que estão efectivamente a aparecer neste mercado. Já não há só o pedido de informação, os próprios em-presários vêm cá à procura de contactos. Nestes três meses e tal, várias empresas - algumas que nos procuram outras que têm os seus próprios canais - vieram ao mercado em número superior àquele que estava à espera. Posso dizer que, en-tre empresas e instituições, teremos uma média de uma por semana no mercado, o que é óptimo.

- Referiu que há empresas que têm os seus próprios meios...Que be-nefícios poderiam ter se optassem por um canal mais institucional, isto é, re-quisitassem o apoio da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP)?

- As que têm os seus próprios canais ou um primeiro parceiro podem funcio-nar bem sem o apoio da AICEP. De qual-quer maneira, é sempre útil recorrerem a nós, até para compararmos contactos e abertura de portas. Por outro lado, sem dúvida que a AICEP pode dar um bom empurrão às que estão a começar a abor-dar este mercado. Diria que isto se apli-caria a todas, mas claro que não é obriga-

tório que recorram aos nossos serviços. A verdade é que estamos cá para as ajudar e podem contar com a nossa total dispo-nibilidade. Já temos prestado bastante apoio, só desde que cheguei umas quatro ou cinco planeiam abrir filiais em Macau, sendo que dois casos foram concretiza-dos. Se calhar muitas delas mais tarde ou mais cedo chegariam lá, no entanto, sem o apoio da AICEP o processo teria sido mais lento.

- Num contexto de ruptura finan-ceira em Portugal, que já culminou num pedido de resgate à União Euro-peia e ao Fundo Monetário Internacio-nal, os negócios com a China podem revestir-se de grande importância para as empresas lusas?

- Podem. Aconselho vivamente às empresas portuguesas que olhem para a China como um mercado de grande inte-resse. Ao mesmo tempo, tenho de as aler-tar para as dificuldades do mercado, que não é assim tão fácil e exige um grande investimento. É preciso virem frequente-mente ao mercado, porque aqui as rela-ções fazem-se muito numa base pessoal. Ou seja, os chineses gostam de conhecer o seu interlocutor. Nós podemos abrir os primeiros canais, mas os negócios não se fazem de um dia para o outro e é pre-ciso que as empresas estabeleçam uma relação de confiança com os parceiros locais, o que implica que os empresários venham cá várias vezes. É necessário igualmente um grande esforço na pro-cura do parceiro certo, porque às vezes parece fácil, visto que há muitas empre-sas disponíveis, mas depois as coisas não se desenvolvem. A língua também pode ser um grande entrave, nomeadamente no Continente chinês. Daí a importância de se encontrar, o mais cedo possível, um parceiro local ou de se contratar pessoal daqui que fale a língua e se mexa bem na comunidade chinesa. Sim, o mercado da China é uma aposta excelente mas não venham às cegas! As empresas também não devem esperar logo um volume muito grande de encomendas, porque os chineses também gostam de poder testar os produtos no mercado. Se calhar as pri-meiras estarão muito aquém daquilo que as empresas esperavam, mas é importan-te começar nem que seja com um volu-me mais baixo, numa aposta progressiva na China. Há empresas portuguesas que, neste contexto, desistem porque queriam vender mil e só estão a vender dez, mas vender dez na China é muito importan-te. Claro que nem todas as empresas têm esta capacidade de investimento. Por isso é que digo: é um mercado aliciante, mas não é para todos. No entanto, pen-so que grande parte das empresas deve considerar e estudar este mercado na sua estratégia de internacionalização.

- Mas este contexto económico por-tuguês pode ter sido um factor de influ-ência no crescimento do interesse que as empresas portuguesas têm demons-trado pelo mercado chinês?

- Isso é verdade. E acho que este acréscimo de interesse pela China tam-bém tem que ver com isso. As empresas compreendem que a sua sobrevivência passa pela internacionalização e, neste âmbito, a China é um país a considerar.

- Que projectos integram o plano de actividades que elaborou?

- Estamos a trabalhar essencialmen-te em quatro vectores, sendo um deles o

incremento das exportações. Em particu-lar, queremos aumentar a penetração de marcas portuguesas no mercado e des-tacaria, neste âmbito, toda a fileira casa e toda a fileira moda. Há uma crescente procura da China por produtos euro-peus e vejo nestes sectores um enorme potencial, uma vez que os produtos têm uma excelente relação preço/qualidade e, além disso, esta é uma faixa de mer-cado que não está assim tão explorada no Continente chinês. Por outro lado, nos agro-alimentares e vinhos estamos a trabalhar para um melhoramento da sua imagem e qualidade. Há a hipótese das lojas ‘gourmet’ e pode ser que até ao final do ano tenhamos novidades. Ainda não há nada em concreto para ser anun-ciado, mas estão a ser discutidos alguns projectos. Também é nosso intuito apos-tar mais no desenvolvimento sustentá-vel e nas energias renováveis, áreas em que há de novo há uma confluência de interesses entre Portugal e China. Além disso, tentaremos potenciar o Fórum para a Cooperação Económica e Comer-cial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, do qual a AICEP faz parte. Acreditamos que podemos fazer mais e melhor. Na sequência da 6ª reunião or-dinária foi novamente demonstrada a vontade de colaborarmos mais com o Fórum e dinamizarmos melhor Portu-gal no seu seio. Temos vindo a discutir projectos tripartidos em países lusófonos com presença de empresas portuguesas,

chinesas e locais. Por fim, outra área que está com grande dinâmica é a captação de investimento chinês para Portugal. Há igualmente vários projectos na calha, embora nenhum esteja fechado. Este é um vector importante e muitos dos pro-jectos de investimento são discutidos ao nível político. Falo de investimentos por exemplo em infra-estruturas, sendo que há vários contactos relacionados com investimento na expansão do Porto de Sines para criação de uma plataforma logística para que produtos da China se-jam distribuídos pela Europa.

- O mercado local está pouco de-senvolvido no campo das energias re-nováveis e tecnologias amigas do am-biente. Há aqui oportunidades para as empresas portuguesas do ramo?

- Gostava de pensar que sim. Faz parte do plano para Macau o desen-volvimento sustentável e nós temos vindo a demonstrar a nossa disponi-bilidade e interesse em colaborar com as autoridades locais nessa matéria. O ‘feedback’ tem sido positivo, no entan-to, não é fácil prever quando é que o Governo irá arrancar com os projectos nesta área. Queremos partilhar o nosso conhecimento e apoiar Macau no seu desenvolvimento sustentável e haverá potencial para as empresas portugue-sas. Foram assinados alguns protoco-los mas não há ainda um compromisso fechado em termos formais.

O.P.

Olga Pereira

Espírito de viajanteMariana oom está muito ligada ao mundo empresarial, mas deixa num patamar mais pessoal o interesse que nutre por temas como terapias holísticas, desenvolvimento sustentável e responsabilidade social. Sente-se atraída pelas culturas e diferentes formas de expressão dos povos. É nisso que pensa quando planeia viagens, apesar de gostar também de “belas praias e paisagens”. ainda assim, no topo da sua lista de destinos preferidos, e dada a estadia na Ásia, está o butão, “país onde a felicidade nacional bruta é mais importante que o produto nacional bruto”. Quer explorar esse local “antes que mude” e como muitos outros se curve perante a força da mundialização. “Gosto de ir a sítios que estão muito pouco desenvolvidos, antes que sejam ‘estragados’. Normalmente, aí as comunidades locais têm características muito próprias”. Já visitou a Índia, mas quer explorar mais esse país, moldado por “contrastes entre as classes sociais”, e testar o imaginário que desenvolveu sobre o gigante continente chinês. admite que a sua actividade profissional lhe permite saciar o seu espírito de viajante. vive a cultura em todas as suas vertentes: literatura, artes, espectáculos, música... tenta acompanhar o ritmo, mas com o trabalho intensivo destes primeiros quatro meses nem teve oportunidade para “tirar partido de tudo” aquilo que Macau oferece. Nem tão pouco de Hong Kong. Mas ainda há tempo. a comissão de Mariana oom em Macau tem a duração de três anos, com possibilidade de ser renovada.

“Tenho já 20 anos de experiência profissional.

A minha experiência profissional e ao nível

internacional contribuem para a actividade da AICEP e justificam

também o facto de ter sido escolhida para este

cargo”

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jORNAl tRIbuNA de MAcAu terça-feira, 26 de abril de 2011 pág 05pág 04 terça-feira, 26 de abril de 2011 jORNAl tRIbuNA de MAcAu

PubLiciDADELAS VEgAS SANdS coNtRA-AtAcA com quEIxA judIcIAL

Steve Jacobs acusado de extorsãoO litígio entre Steve Jacobs e Sheldon Adelson está, de novo, a aquecer, com o dono da Las Vegas Sands a contra-atacar. Segundo a sua versão dos factos, foi Jacobs quem encomendou unilateralmente um relatório para investigar a conduta de dirigentes da RAEM. O ex-presidente da Sands China é também acusado de lentidão no cancelamento do contrato com uma figura alegadamente ligada ao crime organizado

Há um novo episódio no conflito que opõe Shel-don Adelson a Steve Jacobs. Depois de ter sido processada, foi agora a vez da Las Vegas Sands

e Sands China apresentarem uma queixa judicial con-tra o ex-presidente e director executivo da Sands China. Jacobs é acusado de extorsão e de ser lento a cortar os laços entre os casinos que aquela operadora detém em Macau e uma alegada figura do crime organizado.

O litígio entre a Sands e Jacobs foi tornado público a 23 de Julho, quando o norte-americano foi despedido e alegadamente conduzido por seguranças da empresa até ao aeroporto, sem sequer lhe ter sido permitido um último acesso ao seu local de trabalho. O executivo viria a processar a Sands a 20 de Outubro, negando que estives-se a trabalhar em “negócios não autorizados” ou a violar as políticas corporativas. O verdadeiro motivo para o seu afastamento, segundo alega, reside no facto de ter recu-sado envolver-se em condutas “impróprias e ilegais”, recolhendo informações sobre os principais dirigentes políticos de Macau, que seriam usadas para beneficiar a Sands em negociações com o Governo. Em termos finan-ceiros, Jacobs acusou ainda a empresa de não o indemni-zar devidamente e de não lhe permitir exercer as opções de acções que lhe haviam sido concedidas.

Depois de terem sofrido um revés no dia 15 de Março, quando um juiz estadual se recusou a arquivar o processo interposto por Jacobs, a Las Vegas Sands e a Sands China apresentaram documentos ao Tribunal na semana passada, detalhando, pela primeira vez, a ale-gada conduta imprópria que terá conduzido à demis-são de Jacobs.

Nesta espécie de “contra-processo”, a Sands consi-dera que o antigo CEO da subsidiária do grupo em Ma-cau violou um acordo de não-concorrência que a Sands China havia firmado com a Las Vegas Sands. Este acor-do impediria a Sands China de participar em qualquer negócio relacionado com o Jogo fora de uma “zona res-trita”, que inclui a República Popular da China, Macau, Hong Kong e Taiwan. O acordo terá supostamente sido quebrado quando Jacobs anunciou publicamente que a Sands China estaria interessada em expandir-se para fora dessa zona, nomeadamente para o Japão.

“A partir do momento em que a Las Vegas Sands Corp anunciou a sua intenção de prosseguir um desen-volvimento no Japão, o presidente da Las Vegas San-ds não tinha outra opção senão fazer uma declaração pública para corrigir a sua declaração anterior e tran-

quilizar os investidores, esclarecendo que essa evolução seria realizada pela Las Vegas Sands”, lê-se no processo agora apresentado.

As declarações de Jacobs, segundo as quais a Sands China estava interessada no Japão, terão ferido “as acti-vidades de prospecção da Las Vegas Sands para o desen-volvimento de negócios no mercado japonês”, continua a queixa, acrescentando que “Jacobs envolveu-se em ac-tos intencionais, que foram concebidos para prejudicar a prospecção de negócios, ao acusar injustamente a Las Vegas Sands Corp e seus funcionários de se envolverem em actividades criminosas e indevidas”.

Jacobs terá também, de acordo com os represen-tantes legais de Sheldon Adelson, encomendado à em-presa de consultoria “International Risk” um relatório detalhado sobre a conduta de dirigentes da RAEM. Com esta encomenda, Jacobs “pôs em perigo as rela-ções que a Las Vegas Sands e Sands China tinham com os Governos da China e de Macau”. No novo processo, é salientado que Steve Jacobs não solicitou a autoriza-ção do Conselho de Administração da Sands China e de Adelson antes de encomendar o relatório, tendo-se encontrado secretamente com um investigador da re-ferida consultora. Sheldon Adelson descarta qualquer responsabilidade neste processo e diz mesmo que, após a recepção do polémico documento, Jacobs manteve o relatório na sua casa e não informou a Las Vegas Sands ou a Sands China quanto à sua existência.LAÇOS COM SEITA POR CORTAR . Outro aspecto denunciado na queixa refere ligações com o crime orga-nizado a que Jacobs se terá recusado a pôr imediatamente termo. Em causa estão contratos com o “junket” Cheung Chi Tai, que foi identificado pela Reuters como um mem-bro de uma seita. Jacobs terá sido aconselhado pelo pre-sidente da Las Vegas Sands, Michael Leven, a terminar o contrato, o que não terá feito expeditamente.

No “contra-ataque” de Sheldon Adelson é referido que as notícias que revelavam um envolvimento entre Cheung Chi Tai e a Sands levaram as autoridades do jogo do Nevada a conduzirem a sua própria investigação quanto às actividades do promotor de Jogo. Só por essa altura terá sido tomada a decisão de cortar os laços com o suspeito. Segundo a queixa, a “Las Vegas Sands reali-zou as suas próprias diligências para investigar Cheung Chi Tai e descobriu que este garantia a operacionalidade dos contratos de crédito entre dois ‘junkets’ e o Venetian Macau”. “Embora Jacobs tenha afirmado que se opunha ao relacionamento com Cheung Chi Tai, ele sabe que essa alegação é falsa e concebida para ferir os interesses da Sands e da Sands China”, referem os queixosos.

A razão para a manutenção do vínculo ao alegado membro do crime organizado fica explicada, na interpre-tação da Las Vegas Sands, em declarações que Jacobs terá proferido em Junho de 2010, segundo as quais as receitas associadas aos “junkets” em causa eram substanciais, de tal forma que o seu desempenho enquanto administra-dor da Sands China ficaria posto em causa com o cance-lamento dos acordos, o que veio a acontecer mais tarde.

Já depois de ter sido demitido, Jacobs terá, de acor-

do a acusação, tentado “rebaixar” Adelson em conver-sas que manteve com Michael Leven e Irwin Siegel. O dirigente terá alegado que Adelson tinha “subornado ou tentado subornar o Chefe do Executivo de Macau, tendo instruído os seus subordinados a recolher infor-mações prejudiciais sobre funcionários públicos para a Sands China, indevidamente, as utilizar em seu pro-veito”. E terá também ameaçado levar a público essas alegações, que sabia serem “falsas e feitas de forma imprudente e com malícia”, se não lhe “fosse pago di-nheiro a que não tinha direito”. “Na falta de um acordo vantajoso, Jacobs pretende que o processo que interpôs no Nevada seja o veículo para continuar a sua cruza-da difamatória e maliciosa contra a Las Vegas Sands e Adelson”, prossegue a queixa agora apresentada.

Separadamente, a Las Vegas Sands apresentou uma petição para rejeitar a alegação de Jacobs de di-famação contra a Las Vegas Sands e Sheldon Adelson. Essa reivindicação foi adicionada à queixa inicialmente apresentada por Jacobs após a seguinte declaração de Adelson ao Wall Street Journal: “Temos uma lista con-siderável de razões pelas quais Steve Jacobs foi demiti-do por justa causa e, curiosamente, ele não desmentiu uma única delas. Em vez disso, ele tentou explicar a sua demissão usando mentiras descaradas e invenções que parecem delirantes”. Reagindo a estas declarações publicadas no dia 15 de Março, Jacobs alegou que foi difamado quando Adelson disse que ele foi demitido “por justa causa” e que tinha recorrido a “mentiras des-caradas e invenções”. Mas Adelson vem agora assegu-rar que apenas retorquiu às alegações de Jacobs e que está protegido pelo conceito de privilégio contencioso vigente no Direito do Estado do Nevada.

Na sexta-feira, de acordo com o jornal “Las Vegas Sun”, foi apresentada uma outra queixa num tribunal federal de Las Vegas, em nome do accionista John Za-remba. Nesta acção, Sheldon Adelson e outros directo-res da Las Vegas Sands são acusados por “não super-visionarem correctamente a conduta da empresa na China”. A queixa sustenta que o escândalo em torno da demissão de Steve Jacobs veio prejudicar a empresa. Tal como noutras duas queixas apresentadas ao mesmo tribunal, é reivindicado que a Las Vegas Sands processe os seus próprios directores, para colmatar os danos ale-gadamente sofridos pela empresa. P.B.

cRIAdA comISSÃo No ÂmBIto dAS LImItAÇÕES AoS tItuLARES doS PRINcIPAIS cARgoS

Trio aprecia pedidos sobre entrada na privadaTrês personalidades vão integrar uma comissão que irá analisar os pedidos de ex-titulares dos principais cargos relativos ao exercício da actividade privada

Criada ontem por despacho de Fernando Chui Sai On, a co-missão de apreciação de pedi-

dos relativos ao exercício de activida-de privada por parte dos ex-titulares dos principais cargos será constituída por três membros, escolhidos de entre “personalidades de reconhecida ido-

neidade cívica”, a designar pelo Chefe do Executivo. O presidente da Comis-são poderá convidar para participar nas reuniões, sem direito a voto, outras individualidades, cujo contributo en-tenda útil aos trabalhos a desenvolver.

À Comissão, que funcionará na dependência do Chefe do Executivo, compete analisar e emitir parecer so-bre os pedidos de autorização para “entrada” no sector privado dos ex-titulares do cargo de Chefe do Exe-cutivo e dos principais cargos. Esta comissão enquadra-se nos termos da lei relativa às limitações impostas aos

titulares do cargo de Chefe do Execu-tivo e dos principais cargos do Gover-no após cessação de funções.

O despacho ontem publicado no Boletim Oficial indica ainda que a Comissão terá de elaborar e propor ao Chefe do Executivo, para homo-logação e divulgação, os princípios e critérios susceptíveis da recusa de autorização dos referidos pedidos. A Comissão, que reunirá sempre que ne-cessário, vai contar com o apoio téc-nico e administrativo da Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública.

COOPERAÇÃO POLICIAL COM XANGAI. as autoridades policiais de Macau e xangai discutiram no território o aperfeiçoamento de mecanismos de troca de informação no sentido de aumentar a cooperação na área de investigação criminal. o encontro visou ainda melhorar o combate à criminalidade transfronteiriça.LocAL

DST DIVULGA PREÇOS DOS HOTÉIS PARA 1 DE MAIO. Desde ontem estão disponíveis na página electrónica dos Serviços de turismo os preços praticados pelos hotéis e pensões até 8 de Maio, incluindo as tarifas específicas para o 1º de Maio. a medida visa elevar a transparência numa altura em que se aproxima o feriado.

Sheldon Adelson voltou a atacar Steve Jacobs

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pág 06 terça-feira, 26 de abril de 2011 jORNAl tRIbuNA de MAcAu jORNAl tRIbuNA de MAcAu terça-feira, 26 de abril de 2011 pág 07

LocALAPROVADO CURSO DE TOPOGRAFIA. o Governo aprovou a realização de um curso geral de topografia, com a duração de dois semestres. com início previsto para 5 de Setembro, o curso realizar-se-á na escola de topografia e cadastro de Macau.

HOSPITAL PROMOVE PALESTRAS. o centro Hospitalar conde de São Januário vai dar continuidade, em Maio, ao seu ciclo de palestras temáticas, no hospital e centro de Saúde da areia Preta. Medicina interna, obstetrícia e pediatria serão algumas áreas analisadas por especialistas ou enfermeiros com experiência.

MAIS 11 HOTÉIS “VERDES”. o prémio Hotel verde 2010 vai ser atribuído a 11 hotéis: Westin resort e Pousada Mong-Há (prata), Hard rock, Grandview, Metropole, emperor, crown towers, beverly Plaza, Holiday inn, lan Kwai fong e riviera (bronze). o prémio já engloba 45% dos hotéis de três ou mais estrelas existentes em Macau.LocAL

JORNADA MUSICAL NO CLUBE MILITAR. o clube Militar vai realizar na sexta-feira, pelas 19 horas, mais um concerto de música de câmara integrado nas suas “Jornadas Musicais”, desta vez com interpretações de James redcay, terence Murphy, Jim Wai Man e lam tim Wai. os bilhetes estão à venda na recepção do clube, ao preço de 50 ou 230 patacas (incluindo jantar).

jÚRI PREmIou cINco tRABALHoS

“Desafio Vídeo” reuniu 37 produções

Numa altura em que o Festi-val Internacional de Cinema e Vídeo de Macau entrou na

quarta semana, o Centro Cultural (CCM) apresentou no fim-de-semana o evento “48 Horas a Abrir”. Num verdadeiro desafio à criatividade, os concorrentes tinham apenas 48 horas para criar um vídeo de cinco minutos utilizando qualquer tipo de equipa-mento de filmagem, de forma a esti-mular capacidades técnicas e criati-vas num curto espaço de tempo.

Segundo o CCM, o tema “Live”

NÚcLEo dE goA, dAmÃo E dIu coNtINuA à PRocuRA dE SEdE

Solidariedade e cultura de “mãos dadas”O Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu, que começou o ano com um novo corpo dirigente, quer unir os traços da sua cultura com outras comunidades da RAEM. No dia 8 de Maio organiza um evento solidário, mas tem múltiplas ideias para desenvolver. Porém, continua a debater-se com o problema da falta de uma sede, apesar dos pedidos já efectuados ao Executivo

No cenário que aparece nos mapas turísticos constam edifícios altos e brilhantes nos quais o dinheiro parece não se esgotar. Mas nessa Ma-

cau pintada de “ideal” também espreitam as dificulda-des em muitas famílias se afastarmos dos olhos esses néons. Tão simples como chegar a uma sala de aulas e ver uma criança a coxear por os sapatos gastos pelo tempo não lhe caberem mais nos pés já “inflamados”.

Por se dar conta desta realidade, o Núcleo de Ani-mação Cultural de Goa, Damão e Diu incluiu um even-to de caridade na lista das primeiras actividades deste ano. No dia 8 de Maio, a associação, que em Dezembro elegeu um novo corpo dirigente, realizará um almoço buffet no 3º andar da Torre de Macau, tendo em vista a angariação de vários artigos – brinquedos, roupas, electrodomésticos, livros – para doar a instituições ou famílias carenciadas em Macau e outros locais.

“Reparámos que neste momento Macau parece ser um local com muito prestígio, com casinos, onde apa-renta estar tudo bem, mas se formos ver melhor há mui-tos problemas, muitas famílias que precisam de ajuda”, começa por explicar ao JTM o presidente da direcção do Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu, Sharoz D. Pernencar.

A iniciativa é ao mesmo tempo um retrato mul-ticultural. À solidariedade juntam-se perspectivas de várias comunidades, que desenvolverão danças ou cantares tradicionais de Goa, Damão e Diu, chinesas, filipinas, e provavelmente brasileiras. Até porque, além de “ajudar”, o “objectivo” do Núcleo é “também atrair outras etnias para dar as mãos”, explicitou o mesmo responsável. Para o evento de dia 8 poderão inscrever-se adultos (200 patacas) ou crianças dos três aos 12 anos (140 patacas), bastando para tal contactar a associação ([email protected]). Mesmo quem não quiser inte-grar o convívio poderá dirigir-se ao local para doar os artigos, uma vez que o Núcleo terá responsáveis para receber os pertences.

EM BUSCA DE SEDE. Os eventos pensados represen-tam um pouco do espírito que o Núcleo da comunida-de da antiga Índia portuguesa quer manter ao longo do ano. Projecto antigo no território, a associação foi apenas formalizada no final de 2006, com o intuito de fortalecer os laços da tradição envolvendo as outras comunida-des. No entanto, a falta de uma sede, cuja aquisição já constituía uma prioridade para a anterior direcção, per-siste como um problema que a associação tenta resolver. “Estamos à espera para ver se o Governo nos consegue instalar. É importante, porque precisamos de ter um sí-tio para acções de formação e danças e cantares. Com um espaço próprio é mais fácil de manejar”, sublinhou Sharoz D. Pernencar.

Já em 2008, José Colaço, ex-presidente do Núcleo, reiterava ao JTM a necessidade de ter um espaço fixo para acolher os projectos da associação. Pouco depois da formalização do Núcleo, chegou a ser entregue um pedido nesse sentido ao anterior Chefe do Executivo, Ed-mund Ho, mas até hoje, apesar de várias possibilidades e outros pedidos, ainda nenhuma porta se abriu.

“Há imensas coisas que podíamos fazer para mos-trar a nossa cultura que é ligada à portuguesa”, ressalva o presidente da direcção, acrescentando que “há foto-grafias de Damão Goa e Diu do passado que poderiam ser mostradas nesse espaço”, bem como “livros e escri-tos de Goa em português”.GASTRONOMIA DE PURO SABOR. Embora sem

Cinco trabalhos foram distinguidos pelo júri de “48 horas a Abrir - Desafio Vídeo”, uma iniciativa do Centro Cultural que reuniu 37 produções locais

foi anunciado na sexta-feira aos 63 inscritos que rapidamente tiveram de meter mãos à obra para produzir os respectivos vídeos e entregá-los até ao meio-dia de domingo.

Por fim, acabaram por ser entre-gues 37 produções que foram exibidas

no grande ecrã do CCM e avaliadas pelas sete personalidades convida-das para o júri: Shi Wei (professora da UM), Sun Yan (professor do IPM), Johnny Wong (presidente da “Macao Video Space”), Doug Chan (realizador local), Lorenece Chan (representante

do CCM e presidente da associação audio-visual “CUT”), Ho Kim Man e Gabriel Fung (dois realizadores pre-miados no “Macao Indies 2010”).

Este ano, o júri decidiu premiar cinco produções: “Living Inside a Box” (de Andrea González Medina), “Never Live” (Tom Ho), “Live” (Ma-xim Bessmertnyi, Kelsey Wilhelm, Luis Leung, Abbi Grace Mitchell Morley e Wong Ching Sin), “I am looking at you when you are looking at me” (Remus Ng) e “Live” (Choi Ian Sin). Cada trabalho foi distingui-do com um prémio de 2.000 patacas e um cupão do CCM no valor de 200 patacas.

O Festival Internacional de Cine-ma e Vídeo, que decorre de 2 de Abril a 15 de Maio, terminará com a secção “Macau Indies”, que inclui produções concebidas em Macau.

gARANtEm SERVIÇoS dE SAÚdE

cinzas volantes de Ká Hóaté agora inofensivasUm cancro pulmonar foi diag-nosticado a uma mulher que faz parte de um grupo de cerca de meia centena de residentes de Ká Hó submetidos a exames mé-dicos. Mas, os Serviços de Saúde afirmam que a doença não está relacionada com as cinzas volan-tes e que os dados já analisados não permitem relacionar pro-blemas de saúde com a situação ambiental da zona

Para responder à preocupação dos residentes de Ká Hó com o estado ambiental e a sua saúde,

os Serviços de Saúde realizaram entre Janeiro e Março exames a 522 pessoas que residiam, trabalhavam ou estuda-vam na zona. Recentemente, foi diag-nosticado cancro pulmonar a uma mulher que integrava o grupo mas os Serviços de Saúde já vieram afirmar que este caso não está relacionado com o aterro. “É um cancro bastan-te raro e demorámos muito tempo a estudá-lo. Sabemos que é causado por uma infecção provocada pelo vírus EB e esperamos poder dar mais informa-ções no futuro”, disse o coordenador do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença, Lam Chong.

No grupo de examinados, há mais duas pessoas com diagnósti-co semelhante, sendo que uma delas tem cancro na tiróide e outra leucemia milóide crónica. Quanto a estes casos, os Serviços de Saúde referiram que já tinham sido detectados e começaram a ser tratados antes do plano de exa-mes.

O exame inicial incluía um ques-tionário, uma entrevista clínica, um exame físico e análises de sangue e urina. Porém, houve 503 pessoas que tiveram de fazer ainda um raio-X to-rácico, que mostrou que nove sofriam de fibrose ou de sombra no pulmão e, por isso, teriam de ser examinados mais pormenorizadamente.

De acordo com os Serviços de Saúde, os resultados preliminares do plano exame médico não apontam então para uma relação causa/efeito entre as cinzas volantes e o estado de saúde das pessoas. “De acordo com os especialistas até agora não podemos afirmar que alguma doença verificada neste grupo tem que ver com o pro-blema das cinzas volantes”, afirmou Lam Chong. “Aliás, os resultados demonstraram que as pessoas que vi-vem mais perto do aterro apresentam menos indisposições ou resultados anormais no exame. Discutimos esta questão com os especialistas mas não conseguimos perceber porque é que isto acontece”, adicionou.

O director dos Serviços de Saúde também evidenciou que “não há in-

dícios nem dados que provem” que o estado de saúde dos residentes está de alguma forma ligado à situação ambiental de Ká Hó. “A situação de ocorrência de doenças é praticamente igual entre os residentes de Ka Hó e os da península de Macau. Portanto, não podemos dizer que os residentes de Ka Hó sofrem mais doenças do que os outros. Talvez este resultado possa vir a ser alterado no futuro mas neste momento é isto que o relatório conclui. Só quando verificarmos que as pessoas de Ká Hó sofrem de uma doença cuja taxa de ocorrência é mais alta em comparação com outros é que podemos dizer com certeza que as cinzas volantes estão na causa dessas doenças”, apontou Lei Chi Ion.

Os Serviços de Saúde prometem continuar a acompanhar a questão, nomeadamente os 49 casos que fo-ram encaminhados para tratamento em Centros de Saúde ou no Centro Hospitalar Conde de São Januário. Entretanto, os Serviços de Protecção Ambiental asseguraram que conti-nuam a monitorizar o ambiente em Ká Hó.

brevesGrupo de trabalho revêestatutos da UMtse chi Wai, presidente do conselho de administração da universidade de Macau (uM), vai liderar um Grupo de trabalho para a revisão dos estatutos daquela instituição. o grupo, cuja criação foi ontem formalizada no boletim oficial por despacho do Secretário para os assuntos Sociais e cultura, tem a duração de um ano e integra ainda iao Man leng, lei Pui lam, Peter lam Kam Seng, anabela ritchie, tong chi Kin, chui Sai Peng, leong Heng teng, vong Hin fai, Wei Zhao e Sou chio fai. a equipa de trabalho designada por cheong u terá como missão analisar e rever o regime jurídico da uM, bem como os estatutos da instituição e do seu pessoal. este processo de revisão tem em vista o futuro desenvolvimento da uM após o lançamento do novo campus na ilha da Montanha.

Mais voos para Manilaa partir de 27 de Maioa “South east asian airlines” (Seair) anunciou que vai iniciar voos entre Macau e clark, nas imediações de Manila, a partir do próximo dia 27 de Maio. esta passará a ser a terceira rota internacional explorada pela transportadora filipina. “a nova rota oferece tarifas muito baixas, semelhantes às dos nossos voos para Singapura e Hong Kong, e constitui uma ligação importante entre as filipinas e a china para turistas, viajantes de negócios e filipinos que trabalham no exterior”, salientou o presidente da Seair, avelino Zapanta, em comunicado. os bilhetes para os primeiros voos estão a ser vendidos a partir de 31 dólares americanos, para viagens a efectuar entre 27 de Maio e 29 de outubro. No lançamento do novo destino, a transportadora destaca o crescimento económico e a multiculturalidade de Macau, fazendo referências aos inúmeros casinos, locais classificados pela uNeSco como Património Mundial e várias atracções gastronómicas, incluindo o caldo verde e o bacalhau.

Subida de preços atingelacticínios e papel higiénico os preços do óleo alimentar, produtos lacticínios e papel higiénico estão em tendência crescente, indicou o conselho de consumidores, na sequência de mais uma acção de constatação de preços nos supermercados. após analisar os preços de venda a retalho de cerca de 210 tipos de produtos, o organismo concluiu que metade dos artigos ficaram mais caros, relativamente à última constatação. em contrapartida, registaram-se decréscimos nos preços de 65 tipos de produtos, principalmente nas conservas e insecticidas. o conselho de consumidores anunciou ainda que os trabalhos de constatação específica sobre os preços do arroz e conservas terão cariz trimestral e mensal, respectivamente. os resultados da avaliação de preços estão disponíveis, entre outros locais, na sede do conselho de consumidores, mercados municipais e bibliotecas, bem como na página electrónica do organismo (www.consumer.gov.mo).

FOTO

ARQ

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fátima almeida

um espaço próprio, o Núcleo não descura os planos para que “as pessoas não esqueçam que a comunida-de goesa também contribui para o desenvolvimento de Macau”. Está ainda apostado em divulgar a gastrono-mia de Goa, Damão e Diu através das verdadeiras expe-riências do sabor. “Só temos gastronomia da Índia que não é igual [ao do Estado e territórios] de Goa, Damão e Diu”, disse Sharoz D. Pernencar. Por estes motivos, a associação gostaria de realizar uma Semana da Gas-tronomia e justifica-o: “Há muitas pessoas portuguesas que gostam da comida goesa, é uma maneira de mata-rem saudades”. Por outro lado, a comunidade chinesa também aprecia “comida picante e esta é um gastrono-mia diferente, pelo que acaba por ter mais variedade”, notou o responsável.

As raízes de Goa, Damão e Diu voltarão a estar presentes na Festa da Lusofonia, evento que é uma das grandes apostas do Núcleo e para o qual estão já empe-nhados na preparação, adiantou Sharoz D. Pernencar.

Paralelamente, a associação mantém vivos os as-pectos culturais que também a identificam através da participação em eventos como os Colóquios da Lusofo-nia, que decorreram este mês, salientou Sharoz D. Per-nencar, que assumiu a presidência da direcção no início deste ano. O novo corpo dirigente para 2011/2012 inte-gra ainda, entre outros, Rui Cunha e Estevam Gomes, que presidem à Assembleia Geral e Conselho Fiscal, respectivamente.

Núcleo de Damao, Goa e Diu continuará a apostar na Festa da Lusofonia

Exames envolveram 522 residentesOlga Pereira

ENTOOU-SE A LIBERDADE NO D. PEDRO V. a peça de teatro liberdade!liberdade! subiu ontem ao palco do teatro D. Pedro v para levar o público numa viagem ao tempo da repressão da PiDe, da luta dos presos políticos, que mesmo encarcerados não deixaram lutar pela liberdade de um país oprimido e censurado.

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pág 09terça-feira, 26 de abril de 2011 jORNAl tRIbuNA de MAcAupág 08

LocAL(...) “O presidente da Associação do Ma-Kok-Miu, Michael O fez um discurso sobre o Aniversário de Tian Hou, referindo que a cultura Mazu em Macau tem uma longa história, com raízes profundas nos seus habitantes, tendo eles no seu coração a deusa” (...) - José Simões Morais

Às nove e meia da manhã, em fren-te ao templo da Barra, iniciaram-se as festividades organizadas

pela Associação de Ma-Kok-Miu. Ini-ciou-se com o dar vida aos quatro leões, pintando-lhes os olhos e a boca. Para esta cerimónia foram usados quatro novos pincéis de caligrafia, gengibre (que re-presenta uma poderosa energia), folhas da árvore de uma espécie de toranja (co-nhecida também por folhas do templo, que servem para afastar as más energias,

colocando-as os chineses muitas vezes no bolso quando vão ao cemitério) e a tinta de cinábrio. Segundo a explicação da professora Ana Maria Amaro: “Em chinês, o brinco do leão é conhecido, em linguagem falada, por mou si, (leão dan-çando) ou dança do leão, ao passo que, na linguagem escrita, é denominado seng si (leão acordado). É por isso que, cada vez que o leão sai para se exibir, é convidada uma personagem local para proceder à cerimónia do acordar do leão, que consiste em pincelar de vermelho, com cinábrio pastoso, os olhos e a língua do pretenso animal. O leão é, assim, des-pertado da sua pétrea quietude, poden-do iniciar, as suas rítmicas evoluções”. As individualidades que pintaram os olhos foram o presidente da Associação do Templo da Barra, um representante da família Lam, outro da família Ch’ói e mais um membro do grupo de Taiwan.

Ao mesmo tempo, dentro do templo o mestre tauista Leong salpica com água numa cerimónia de purificação a cadei-ra onde a estátua da deusa Tian Hou irá ser colocada, enquanto uma assistente prepara a imagem da deusa, limpando

JOsé simões mOrais*

e maquilhando-a, arranjando ainda as suas vestes.

Às 10 horas, o presidente da Asso-ciação do Ma-Kok-Miu, Michael O fez um discurso sobre o Aniversário de Tian Hou, referindo que a cultura Mazu em Macau tem uma longa história, com raí-zes profundas nos seus habitantes, tendo eles no seu coração a deusa. Pediu que A-Má protegesse Macau com a sua di-vina providência, bom tempo, viagens marítimas sem problemas e uma vida em paz. Depois, deu as boas vindas ao grupo de Taiwan, que veio a Macau para celebrar conjuntamente o Aniversário de Tian Hou e agradecendo-lhes pela pren-da que trouxeram, a estátua de madeira da deusa. Para mostrar o respeito para com esta oferta e o intercâmbio religioso entre Macau e Taiwan, irá ser proposto ao Governo que lhes seja dada permis-são para construir dentro do templo da Barra uma nova capela para albergar a estátua oferecida.

Findo o discurso, foi retirado o pano vermelho de seda que cobria a nova es-tátua feita em madeira. Após ter sido por todos admirada, foi esta levada para

o interior do recinto do templo onde se procedeu à cerimónia de aceitação pelo templo da estátua de Tian Hou. Reali-zou-se em seguida a oferenda de incen-so, como sinal de respeito à deusa, em que por três vezes todos os presentes se ajoelharam e de cada uma das vezes se inclinaram com a cabeça a tocar o chão por três vezes.

Após tal, o mestre Leong convidou a deusa Tian Hou a descer à Terra e oito pessoas, encarnando os 8 Imortais, ofere-ceram incenso à deusa.

Enquanto a nova estátua ficou no templo, a antiga foi levada em procis-são até ao parque de estacionamento, e entrando no autocarro partiu em direc-ção ao ancoradouro situado na avenida Marginal do Lam Mau. Daí embarcou, e o barco que a transportou foi acompa-nhado em cortejo por outras onze em-barcações. Ao passar em frente ao tem-plo de A-Má, o barco que levava a deusa deu uma volta em oito. Do lado de terra, houve o rebentamento de panchões e o barco seguiu até à foz de um dos ramais do rio do Oeste. Lentamente a embarca-ção regressou ao local onde partiu e de

novo voltou para o templo. Por volta das 13 horas, a estátua de Tian Hou chegou de novo ao templo e o mestre Leong, em cerimónia, convidou a deusa a regressar ao Céu.

Enquanto, a procissão do mar de-corre, no espaço em frente do templo realizam-se os espectáculos de Wushu (Kung-fu em cantonense) e da dança dos leões. Nessa dança, dois leões combatem por um grande caranguejo, neste caso um animal vivo que, mostrando as suas patas defensivas, dá luta renhida. Por fim, um dos leões consegue prender com uma das patas o caranguejo e come-o. As expressões gestuais dos leões, tanto de contentamento, como de tristeza, mos-tram a grande qualidade dos dançarinos que vestem as peles desses animais.

É uma e meia da tarde e as ceri-mónias estão a terminar. Os primeiros sons de suona fazem-se ouvir dentro do teatro, com a estrutura feita em bambu. Dá-se início à ópera Yue, cuja realização do espectáculo está a cargo da Associação de Ópera Chinesa dos Moradores Marítimos e Terrestres da Barra de Macau.

(...) “Ao passar em frente ao templo de A-Má, o barco que levava a deusa deu uma volta em oito. Do lado de terra, houve o rebentamento de panchões e o barco seguiu até à foz de um dos ramais do rio do Oeste” (...) - Ibidem

(...) “Realizou-se a oferenda de incenso, como sinal de respeito à deusa, em que por três vezes todos os presentes se ajoelharam e de cada uma das vezes se inclinaram com a cabeça a tocar o chão por três vezes” (...) - Ibidem

(...) “Para mostrar o respeito para com esta oferta e o intercâmbio religioso entre Macau e Taiwan, irá ser proposto ao Governo que lhes seja dada permissão para construir dentro do templo da Barra uma nova capela para albergar a estátua oferecida” (...) - Idem

Pela primeira vez em Macau foi realizado um cortejo de barco para celebrar o aniversário da deusa Senhora Imperatriz do Céu, em mandarim Tian Hou, mas mais conhecida em Macau por A-Má

estReAdO cORtejO de bARcO NO ANIveRsáRIO de A-Má

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pág 10 terça-feira, 26 de abril de 2011 jORNAl tRIbuNA de MAcAu

AcTuAL o muNdNoS “mEdIA”

PoRtugAL

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SINgAPuRA

tAILÂNdIA

fILIPINAS

MARCElO DIz QUE SOARES ESTá A AjUDAR O PSD. Marcelo rebelo de Sousa diz que o ex-Presidente da república, Mário Soares, “deu uma ajuda a Passos coelho” ao afirmar, em entrevista ao i, que o líder do PSD “é uma pessoa bem-intencionada com quem se pode falar”.

jORNAl tRIbuNA de MAcAu terça-feira, 26 de abril de 2011 pág 11

cavaco apela a responsabilidade dos partidosO Presidente da República defendeu ontem que a palavra tem de ser devolvida ao povo quando a democracia está numa “encruzilhada” e apelou à responsabilidade dos partidos para actuarem com “verdade” neste “tempo de sacrifícios” e “interrogações”

Na sua intervenção na cerimónia na sessão comemorativa do 25 de Abril que decorreu no Palácio de

Belém, o Presidente da República centrou o essencial do seu discurso nas próximas eleições legislativas, “no caminho que os portugueses serão de novo chamados a es-colher os caminhos que querem trilhar”.

“Nos momentos decisivos, é a voz do povo que deve fazer-se ouvir. Em demo-cracia, há que respeitar a soberana decisão dos cidadãos. Homenagear o 25 de Abril e aqueles que o fizeram é, acima de tudo, ter confiança na maturidade cívica dos Portu-gueses e respeitar os princípios da demo-cracia e as opções esclarecidas feitas em li-berdade”, sublinhou, numa ideia que, já no final da intervenção voltou a repetir.

“Este é um tempo de sacrifícios, sem dúvida, mas também um tempo de grandes escolhas. Quando uma democracia se en-contra numa encruzilhada, tem de se devol-ver a palavra ao povo e, depois, respeitar as opções que o povo decidir tomar”, insistiu.

Num claro apelo aos partidos políti-cos, Cavaco Silva centrou-se na próxima campanha eleitoral, alertando para a neces-sidade dos programas de cada força parti-dária serem apresentados com “serenida-de”, sem “promessas que não poderão ser cumpridas”, porque “vender ilusões ou es-conder o inadiável é travar a resolução dos problemas que nos afligem.”

“Dos agentes políticos exige-se que actuem com transparência e com verdade, que esclareçam devidamente os Portu-gueses, sem subterfúgios. A liberdade e a democracia que conquistámos exigem de todos sentido de responsabilidade e uma consciência clara da situação em que nos encontramos”, frisou.“RESPONSABILIDADE PARTILhA-DA”. Antes tinha começado por intervir o ex-PR Jorge Sampaio que propôs um sen-tido de “responsabilidade partilhada” vi-sando a construção de pactos de regime e a coesão nacional, e alertou para a “repetição cíclica” dos mesmos problemas.

Sampaio defendeu ainda que a actual situação do país obriga a “um sentido mais agudo de responsabilidade partilhada e a as-sumir uma vontade positiva de mudança”. “Só a partir desta nova atitude é possível construirmos os compromissos necessários, os acordos duradouros, os consensos sólidos, os pactos de regime e a coesão nacional que a gravidade desta hora exige”, declarou.

Sampaio fez um diagnóstico duro dos motivos da actual situação do país, afir-mando que houve “falta de visão de longo prazo” e de sustentabilidade nas decisões tomadas. Contudo, considerou, mais grave do que os problemas actuais, “é a sua per-sistência” e a sua repetição cíclica, fazendo disso uma constante histórica”. “Ficámos frequentemente felizes com o acessório e descurámos o essencial”, resumiu.

No diagnóstico da situação do país, Sampaio disse ainda que a crise antes de ser portuguesa é mundial e europeia e é ainda “a crise do modelo económico e social ne-oliberal que se recusa a não reconhecer o

seu fracasso e continua a querer aproveitar em seu favor os danos que causou”. “Esta contradição essencial – estarmos a combater os males com os remédios que os causaram – mostra-nos que ainda não foi virada a pá-gina”, afirmou Jorge Sampaio.“DIáLOGO NACIONAL”. Seguiu-se o ex-PR Mário Soares (o único a comparecer de cravo vermelho na lapela) que conside-rou que a crise política agravou as dificulda-des do país e poderia ter sido evitada, num discurso em que apelou ao diálogo nacional após as eleições.

Soares referiu-se às negociações em cur-so entre o Governo português e a “troika” europeia e às eleições antecipadas de 5 de Ju-nho, deixando então um apelo ao consenso político logo após este acto eleitoral, adver-tindo a classe política que, após o acordo com a “troika” europeia “a situação portuguesa ficará estabilizada mas não resolvida”.

“Porque entramos em período eleitoral (que podia ter sido evitado), que acrescen-tou à crise financeira e económica uma crise política e provavelmente social. É aqui que se impõe a necessidade crucial que os por-tugueses se unam ao redor das grandes re-formas necessárias para assegurar um futu-ro melhor para todos e que os partidos e os parceiros sociais dialoguem, independente-mente das divergências ideológicas que os separam”, apelou.

Neste ponto, o fundador do PS salien-tou ainda que “acima dos interesses parti-dários e sectoriais se deve pôr sempre o in-teresse nacional”.

Na sua intervenção, além das referên-cias críticas a propósito da abertura da crise política, o ex-PR fez também um forte ata-que ao actual estado da União Europeia – ponto em que manifestou uma perspectiva pessimista. “Lamento dizer-vos, mas não posso deixar de pensar que, em virtude da falta de solidariedade europeia, os ataques especulativos dos mercados, desregula-dos e sem princípios éticos, julgo que vão continuar. E outros Estados europeus irão porventura ser vítimas, como: a Bélgica, a Espanha e talvez mesmo a Itália e até a França”, advogou Mário Soares.

Também neste contexto, Mário Soares diferenciou as entidades da “troika” que es-

tão a negociar com o Estado Português e fez um reparo à alegada atitude mais inflexível da Comissão Europeia e do BCE. “Curiosa-mente, os representantes do FMI, que foi tão diabolizado, parecem ser os mais compre-ensivos porque, para além do equilíbrio do défice público e privado e do endividamen-to, querem investir para que Portugal cresça economicamente, possa reduzir o desempre-go e manter o Estado social para que se evite a recessão em que está a entrar”, disse.

Numa mensagem agradável para o pri-meiro-ministro demissionário, Soares refe-riu que o Governo português conseguiu em 2008 antes da crise internacional rebentar, um défice inferior a 3%, dentro dos limites impostos pelo Pacto de Estabilidade da UE.“MíNIMO DE DEMAGOGIA”. Seguiu-se depois de Ramalho Eanes que defendeu um Governo de amplo espectro político-partidário e aberto à sociedade civil e pe-diu uma campanha eleitoral com o mínimo de “slogans” e demagogia.Eanes, o primeiro PR eleito democratica-mente após o 25 de Abril de 1974, defen-deu que o próximo Governo deve ser de “amplo espectro político-partidário e so-cial, aberto aos valores da sociedade civil” que “desenhe, estabeleça e consensualize, o mais possível, um grande propósito na-cional, popularmente mobilizador”.

Um Governo que, “com o PR – que é quem no país mais informação possui e mais conhecimentos internacionais contabiliza – estabeleça uma sadia e proveitosa interação estratégico-institucional que lhe permita o exercício de uma Presidência activa”.

Eanes considerou “indispensável” fa-zer uma campanha eleitoral que “respeite os portugueses, com competência polí-tica” e, sobretudo, com “inteira verdade, com um mínimo de slogans e um mínimo de demagogia”.

Para Ramalho Eanes, na presente ne-gociação com o Fundo Monetário Interna-cional e a União Europeia, o país deveria concentrar “esforços na definição de uma estratégia comum defensora do interesse nacional”. “Definida essa estratégia, desen-volvê-la (…) junto dos nossos interlocutores, em concentrada coordenação de esforços políticos, partidários e sociais”.

JULIA GORGES VENCE WOzNIACKI EM ESTUGARDA. a alemã Júlia Görges causou sensação, ao vencer na final do torneio de estugarda a número 1 do “ranking” mundial Wta de ténis, a dinamarquesa carolina Wozniacki, por 7-6 e 6-3. DESPorTo

PORTUGAL BATE ESPANHA EM MONTREUX. a selecção portuguesa de hóquei em patins conquistou a edição 2011 do torneio de Montreux, ao bater a espanha na final por 2-1, repetindo o feito da edição anterior, em 2009.

Depois do empate em Madrid (1-1), que garan-tiu praticamente o “tri” ao “Barça” na Liga espanhola, o conjunto de José Mourinho

venceu os catalães em Valência (1-0, após prolonga-mento) e chega por cima, em termos psicológicos, ao duelo europeu.

Nestes dois encontros, o protagonista acabou por ser o internacional luso Cristiano Ronaldo, que marcou de grande penalidade no Santiago Bernabéu (tal como Messi) e facturou de cabeça em Valência, a passe de Di Maria.

O “duelo” será intenso e começa logo pelo “due-lo” entre os treinadores, que reeditam o choque das meias finais da época anterior, quando Mourinho - então no Inter de Milão, campeão em título - afastou Pep Guardiola (3-1 em casa e 0-1 fora).

O encontro surge também depois num momen-to em que os dois emblemas se confrontam quatro vezes num curto espaço de tempo, para já com van-tagem “merengue”.

Essa série de quatro “episódios” recomeça quarta-feira, em Madrid, e o Real espera ultrapas-sar o FC Barcelona pela terceira vez em meias-finais, como aconteceu em 1960 e 2002, anos em que ven-

ceu a competição. Em 2002, o Real Madrid começou por vencer em Camp Nou, com golos de Zidane e de McManaman, e, com Figo de início, empatou de-pois em casa (1-1), com golos de Raul e Helguera (na própria baliza).

Quanto ao historial das duas equipas na mais

LIGA doscAmpeões Terceiro real-barça, com vista para Wembley

O Real Madrid, moralizado pela vitória na Taça do Rei, e o FC Barcelona protagonizam quarta-feira, o terceiro de quatro “duelos” em 18 dias, agora na primeira “mão” das meias-finais da Liga dos Campeões em futebol

importante competição europeia, o Real Madrid é lí-der incontestado: soma nove títulos e procura a 13.ª final, na 22.ª presença nas “meias”, marca que bate todos os restantes emblemas europeus. O FC Barce-lona, por sua vez, conquistou três vezes a “Cham-pions”, duas após o nono sucesso “merengue” e disputa a sua 12.ª meia-final, tendo vencido cinco e perdido seis.SCHALKE-UNITED JOGA-SE HOJE. As meias-finais da Liga dos Campeões começam, porém, hoje (próxima madrugada em Macau), com o embate entre o surpreendente Schalke 04 e Manchester United, que se defrontam na Alemanha.

Trata-se também de uma espécie de “clássico” entre nações rivais historicamente, mas inédito en-tre os dois clubes.

Para a equipa germânica, que na fase de gru-pos venceu o Benfica em casa (2-0) e na Luz (2-1), trata-se mesmo de uma estreia em fase tão avança-da da competição, sucesso para o qual contribuiu o facto de ter ganho todos os jogos em casa.

Mas, o Manchester United, além da experi-ência acumulada e dos três títulos europeus, tem também esta temporada um registo impressionan-te: não sofreu golos fora, em cinco jogos (quatro vi-tórias e um empate).

Sendo esta a primeira vez que os dois emble-mas se defrontam, o Schalke 04 jogará um poderoso trunfo: o espanhol Raul Gonzalez venceu a “Cham-pions” por três vezes pelo Real Madrid, duas após afastar o United.

Os ingleses disputam a sua 12.ª meia final da prova e, até ao momento, apuraram-se em quatro dessas ocasiões.

Meias com árbitro espanhol e alemãoo árbitro espanhol carlos velasco carballo foi designado pela uefa para dirigir o encontro Schalke 04-Manchester united, da primeira mão das meias-finais da liga dos campeões de futebol a disputar na terça-feira. o árbitro alemão Wolfgang Stark foi o escolhido para dirigir na quarta-feira o encontro real Madrid-barcelona. o experiente árbitro germânico, embora conte apenas com umas meias-finais da “champions” no seu currículo (2008/09), já dirigiu um jogo da equipa de José Mourinho na presente edição da prova, quando o real Madrid foi empatar (1-1) a lyon, nos oitavos de final.

Governo da Região Administrativa Especial de Macau Direcção dos Serviços de Educação e Juventude

A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude e a Fundação Macau estabeleceram uma cooperação para a concessão de Bolsas de Mérito Especial, com o objectivo de apoiar os alunos de Macau, com aproveitamento escolar excepcional, para que continuem a frequentar os cursos do ensino superior num melhor ambiente de aprendizagem. Os candidatos à referida Bolsa, que oferece 40 vagas, devem ser alunos que frequentem, no ano lectivo de 2011/2012, um curso de licenciatura a tempo inteiro numa das indicadas e mais prestigiadas universidades do mundo. Os alunos admitidos irão receber um subsídio de montante fixo, de acordo com o local de frequência do curso, e os cujos agregados familiares têm dificuldades económicas, poderão receber maior montante. Os beneficiários devem comprometer-se a trabalhar para a Região Administrativa Especial de Macau ou para o Interior da China, depois da conclusão do curso.

Os interessados na Bolsa de Mérito Especial devem entregar o boletim de candidatura e outros documentos, até ao dia 20 de Maio, na Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (Av. D. João IV, nºs 7-9, 1º andar, Macau). O regulamento e boletim de candidatura podem ser obtidos no local, acima referido, ou descarregados na página electrónica da DSEJ em http://www.dsej.gov.mo. Para mais informações, é favor ligar para os telefones 83972521 ou 83972503, ou contactar através do e-mail: [email protected].

Macau, 21 de Abril de 2011

A Directora,Leong Lai

AVISO

Bolsa de Mérito Especial para o ano lectivo 2011/2012

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jORNAl tRIbuNA de MAcAu terça-feira, 26 de abril de 2011 pág 13pág 12 terça-feira, 26 de abril de 2011 jORNAl tRIbuNA de MAcAu

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 26/04/1991

Há 20 anos

REUNIÃO DA LEI BÁSICA TERMINA HOJEO primeiro ante-projecto da Lei Básica (LB) da futura RAEM ficará concluído durante o plenário da comissão da redacção que termina hoje em Pequim disse à agência Lusa fonte da comissão. É a sexta reunião do género, e como nas anteriores, os trabalhos decorrem sob a presidência da director do gabinete do governo chinês encarregado dos assuntos de HK e Macau, Ji Pengfei. “Depois desta reunião, o esqueleto da LB pode considerar-se definido e em Julho estará tudo preparado para a aprovação do primeiro ante-projecto da lei”, disse à agência Lusa um dos redactores. “Faltam ainda acertar alguns pontos do articulado” – acrescentou – “mas esses pormenores da redacção” serão vistos pelos cinco grupos de trabalho da comissão na última semana de Maio. Uma comissão da LB de Macau irá funcionar junto da Assembleia Nacional Popular chinesa após a passagem do Território para a administração de Pequim em Dezembro de 1999. A criação da referida comissão foi proposta ontem pela comissão de redacção. Trata-se de um órgão consultivo, e que será sempre ouvido sobre quaisquer dúvidas relativas à interpretação da lei, ou no caso de surgirem propostas de alteração. Segundo adiantou à agência Lusa, a comissão da LB será composta por 10 elementos, cinco dos quais de Macau.

INDÚSTRIA DE MÓVEIS TENTA PROMOVER-SEA promoção de indústrias não têxteis de Macau e o contacto dos produtores com novos mercados de exportação definem a participação do território em feiras internacionais como o “Hamilton Market”, disse à agência Lusa Pedro Gomes. O chefe do departamento de promoção de exportações dos Serviços de Economia de Macau, responsável pela presença do território em “High Point”, acompanha a representação do território na feira internacional de Mobiliário e artigos decorativos que decorre na Carolina do Norte até ao próximo dia 28. Embora não seja um mercado desconhecido para os produtores de mobiliário de Macau, o valor das exportações deste tipo de artigos para os EUA é relativamente baixo, sendo necessário promover as condições que o território reúne para a produção de mobiliário de qualidade, disse. “Se cada uma das fábricas de Macau presentes no “Hamilton Market” conseguir dois a três clientes certos, a deslocação torna-se rentável”, garantiu.

oPinião(...) “Macau permanecia como sempre, aliás, última prioridade do antigo “Império Português das Descobertas” quanto mais não fosse pela erosão da História!” (...) - João Guedes

JOãO guedes*

Macau logo a seguir ao 25 de Abril de 1974

Macau foi desde sempre vista de Lisboa muito mais como uma “pérola exótica” de diletantes e

intelectuais, decorrente dos escritos de po-etas e prosadores, nacionais e estrangeiros, que por aqui passavam, do que uma coló-nia credível, verdadeiramente importante, ou pragmaticamente rentável para o Esta-do.

Os jornalistas das mais diversas na-cionalidades acrescentavam pontos ao tema que romancistas e realizadores de cinema desenvolviam sobre este diminuto cantinho peninsular do Sul da China.

O filme “Macau o Inferno do Jogo” permanece como estereótipo protagoniza-do por Robert Mitchum e Jane Russell so-bre uma cidade que, ao mesmo tempo era e não era, nos anos 50 e seguintes.

Na literatura o estereótipo permanece no que escreveu, por exemplo, o grande novelista republicano espanhol W. Fer-nandez Flores sobre a Rua da Felicidade, retracto exacto de um bairro dos anos 30 (século XX) que igualmente era e já não era. Os senhores de “chapéus brancos de abas largas”, o canto morno das “pei-pai-chai” que tocavam cítaras e alaúdes, na pequena viela eram muito mais produto de uma imaginação ocidental fértil pe-rante o exótico oriental do que realidade quotidiana que pouco romance continha. Aliás essa imagem de W. Fernandez Flores é um retrato que já se perdeu da memória da cidade há décadas e décadas tal como a própria viela.

Quanto ao “Inferno do Jogo” nem tanto. Um pouco mais realista, já que ame-ricano ainda hoje contém em si traços de alguma verdade hodierna ainda que ex-cessivamente ficcionada.

Sendo assim, Macau com os seus 16 quilómetros quadrados de perímetro (actu-almente são 28.6 Km2 e mais se aguardam) perfilava-se negligenciável na geoestraté-gia de Portugal. Porém, nos domínios da cultura o seu estatuto era outro e de quase primeiro plano. Mas a história e a cultura sempre foram disciplinas de ordem negli-genciável perante dividendos financeiros e ganhos eleitorais, que só têm em conta estatísticas e grandes números.

Em Macau a demografia era escassa não indo além das duzentas mil almas que habitavam a cidade e as ilhas nos idos da década de 70 do século XX. Além disso, nesses tempos, para a ditadura do “Estado Novo” os votos nada contavam já que a vi-tória estava sempre assegurada pelo parti-do único. Primeiro a “União Nacional” de Salazar, depois a “Acção Nacional Popu-lar” de Marcelo Caetano. Por isso, Macau permanecia como sempre, aliás, última prioridade do antigo “Império Português das Descobertas” quanto mais não fosse pela erosão da História!

Não é portanto de admirar que, no cômputo dos problemas gerados pela des-colonização de regiões tão vastas como An-gola e Moçambique, Macau, mais as suas pequenas ilhas anexas (Taipa e Coloane que na altura nem para Macau contavam coisa que se visse, já que nas ilhas a popu-lação era demasiadamente diminuta para mal conter um freguesia e meia), perma-

necesse durante algum tempo na gaveta dos assuntos pendentes da “Revolução de Abril”, protelando-se até à eventual che-gada de representantes oficiais do Gover-no de Lisboa que trouxessem indicações claras sobre o que iria acontecer, facto que parece ter contribuído para fazer aumen-tar o “stress” local (Stress: - vocábulo novo com que a psiquiatria moderna elidiu o nervoso e a histeria antigos).

Isto tanto mais que a República Po-pular da China (RPC), do mesmo modo, parecia não ter pressa em dar qualquer indicação das suas intenções sobre o futu-ro do território português (se não o tinha dado nos trezentos, ou quatrocentos anos anteriores que urgência teria em fazê-lo agora?...). Mas, nesse tempo a urgência de um sinal claro sentia-se profundamente não só entre portugueses, mas com igual intensidade entre chineses também.

Esse vazio de respostas a interroga-ções prementes levou o governador Nobre de Carvalho a enviar a Lisboa o seu chefe de Gabinete (Lajes Ribeiro) que manteve um encontro com o Ministro da Coorde-nação Interterritorial (Almeida Santos) e trouxe boas notícias: - “Vim de lá com uma certa tranquilidade porque senti que o Ministé-rio estava a encarar o Governo de Macau com muito realismo, com muito pragmatismo e foi quando ele (Almeida Santos) anunciou que vi-ria a Timor e a Macau”.

Mas a boa impressão trazida por Lajes Ribeiro, não parecia capaz de apa-ziguar receios. Por isso, quando é final-mente anunciada oficialmente a deslo-cação de Almeida Santos para tratar da descolonização extremo-oriental, a notícia é recebida com certo cepticismo, para não dizer mesmo pânico, principalmente entre a população chinesa, já que se registaram nessa altura corridas aos bancos e a toda poderosa Associação Comercial pareceu pela primeira vez titubeante.

Negócios eminentes e apalavrados fo-ram desfeitos de um momento para o ou-tro; projectos de investimento de grande envergadura congelados pelos seus pro-motores e até pequenos construtores civis deixaram a meio a erecção de edifícios nas avenidas Novas (Hor-ta e Costa e Ouvidor Arriaga) e também, na frontaria principal da Praia Grande, es-perando que a situa-ção se clarificasse.

A pataca sem o aval do “Império Português” que pa-tentemente se esboro-ava com a revolução poderia passar a va-ler zero e, por isso, o povo reagiu acorren-do às caixas bancárias para levantar as suas economias antes que fosse tarde.

O que é que iria dizer Almeida San-tos quando chegasse? Ninguém sabia!...

Tentando des-dramatizar a situação, o Governo Português esclarece que o ter-mo “descolonização” contido no dossier do Ministério da Coorde-nação Inter-territorial se referia exclusiva-

mente a Timor. Os esclarecimentos, porém, não produziram efeitos, nem imediatos nem seguros. Garcia Leandro, que acom-panharia o Ministro no seu périplo orien-tal, refere mesmo ter encontrado em Macau “um grande receio. Era como se para a popula-ção local o 25 de Abril tivesse aberto uma grande porta para lá da qual era a mais completa escu-ridão”.

Garcia Leandro, oficial ligado ao Mo-vimento das Forças Armadas (MFA) e des-de o início vocacionado para os assuntos de Macau e Timor, manteve-se no Território al-gum tempo auscultando a população sobre o perfil do novo governador que deveria substituir Nobre de Carvalho, sobre o qual Almeida Santos, perante o “Teatro Diocesa-no” repleto, teceria “rasgados” elogios que terão calado fundo nalguns corações, mas não nos da maioria.

Pouco depois, Garcia Leandro regres-saria a Portugal, apenas para voltar, mais tarde e dessa vez graduado em major a fim de ocupar o assento vago do Palácio da Praia Grande com a partida do velho gene-ral retirado.

Tanto para os democratas como para os conservadores, as notícias da eclosão do 25 de Abril de 1974 causaram generalizada satisfação.

Para os primeiros abria-se uma nova era de liberdade. Para os outros a possibi-lidade de conseguir a tão almejada autono-mia ansiada desde os idos da revolução de 1822. No entanto, passada a euforia inicial, uma parte da população, incluindo a co-munidade chinesa temeu (como disse an-tes) pelo futuro.

A descolonização tomava prioridade em todas as agendas do Portugal políti-co e revolucionário e nenhuma indicação chegava que permitisse claramente depre-ender que Macau seria tratada de maneira diferente de Angola, Moçambique, Guiné, Timor, Cabo Verde, ou S. Tomé e Príncipe.

É neste contexto de reserva generali-zada que o Ministro da Coordenação Inter-territorial do primeiro Governo Provisório (Almeida Santos) efectua a referida deslo-cação ao Oriente.

Uma deslocação vista com ansiedade

por Macau (como se disse antes), mas principalmente pela vizinha colónia in-glesa de Hong Kong, onde o Governador Lord Crawford Murray MacLehose (pre-ocupado) enviou insistentes telegramas a Almeida Santos para se encontrar com ele antes de embarcar no “hidrofoyl” (“hidrofoyls” eram os navios rápidos que antecederam os “jetfoils” ainda mais rápidos dos dias de hoje, que faziam a carreira entre Macau e Hong Kong e vice-versa) para Macau.

Almeida Santos encontrou-se de fac-to com o governador britânico antes de chegar a Macau e procurou descansá-lo, ainda que não se saiba se inteiramente o conseguiu.

Foi em razão dos receios crescentes que o “Foreign Office” fazia sentir que Almeida Santos, depois de ter estado em Timor entendeu ser indispensável passar por Macau, ainda que aqui pensasse ir tratar de um problema menor e mais fácil de resolver do que o da Insulíndia. Mas não foi assim. Quando chegou constatou que as informações que possuía não se-riam exactamente as que esperava:

“Quando cheguei havia uma grande ansiedade de facto. A pataca tinha baixado de cotação e as pessoas estavam preocupadas. Qual vai ser o futuro de Macau? E eu pude fazer uma comunicação pública num teatro da cidade em que afirmei: Macau é uma jóia rara. É um caso especial, para nós não é uma colónia. Para Macau não se põe o problema de nenhum processo de descolonização. Isso aquietou os ânimos.

No dia seguinte a cidade era outra e eu fiquei muito feliz por ter contribuído para des-fazer essa ansiedade”.

Nesse intróito (dramático, pode dizer-se), Nobre de Carvalho teria ainda ensejo de concluir da melhor maneira o seu atribulado mandato inaugurando em 5 de Outubro de 1974 (simbólico acto que coincidiu com a comemoração dos 64 anos da implantação da República Portu-guesa) a nova e primeira ponte entre Ma-cau e a Taipa que receberia o seu nome.

Cinco dias depois partia para Lisboa convencido de que Macau não viria a be-neficiar muito com o 25 de Abril.

– “Viria a beneficiar sim, de uma maior

representatividade dada à população nos ór-gãos do governo próprio do Território e nas autarquias. Isso impunha-se e principalmente aquilo que eu nunca tive, que era ter maior liberdade de acção, não estar piado como sem-pre estive em consequência das leis que então estavam em vigor, pelo Terreiro do Paço, diga-mos, por Lisboa”.

Uma opinião subscrita também por Garcia Leandro que sublinha: “A primeira impressão com que fiquei foi que o território teria grandes possibilidades de desenvolvi-mento, estava numa área económica muito importante, mas devido ao sistema político que existia então se encontrava atrofiado”.

Depois da partida de Nobre de Car-

valho, o inevitável processo de adapta-ção às novas condições levantou ainda mais a agitação. Uma agitação centrada quase exclusivamente na comunidade portuguesa civil e militar. Quanto à lide-rança da comunidade chinesa perante a “Revolução Cultural” “rampante” tinha muitas outras coisas políticas, financeiras e económicas, com que se preocupar.

Nos meses seguintes acentuaram-se clivagens e divergências, a polémi-ca redobrou nos jornais e os comícios inflamaram-se mais ainda, culminando num período que registou algumas se-melhanças, ainda que de escala bem di-ferente, com o que ficou conhecido em

Portugal por “Verão Quente de 1975”.Todavia, apesar das divergências

de pontos de vista é hoje unânime que mais do que qualquer outro anseio, o 25 de Abril trouxe para Macau, acima de tudo, uma autonomia que tardava pelo menos desde que os liberais de 1822 tinham fracassado na sua tentativa de se eximir à obediência de Goa e gover-narem-se a si próprios quase duzentos anos antes.

A história repete-se e irá com certeza repetir-se. É pena que as gerações por ve-zes teimem em esquecer-se da história.

*Jornalista. Investigador.

(...) “Quando é finalmente anunciada oficialmente a deslocação de Almeida Santos para tratar da descolonização extremo-oriental, a notícia é recebida com certo cepticismo, para não dizer mesmo pânico, principalmente entre a população chinesa” (...) - idem oPinião

(...) “Depois da partida de Nobre de Carvalho, o inevitável processo de adaptação às novas condições levantou ainda mais a agitação. Uma agitação centrada quase exclusivamente na comunidade portuguesa civil e militar” (...) - ibidem

(...) “Tanto para os democratas como para os conservadores, as notícias da eclosão do 25 de Abril de 1974 causaram generalizada satisfação” (...) - ibidem

(....) “Nobre de Carvalho teria ainda ensejo de concluir da melhor maneira o seu atribulado mandato inaugurando em 5 de Outubro de 1974 (simbólico acto que coincidiu com a comemoração dos 64 anos da implantação da República Portuguesa) a nova e primeira ponte entre

Macau e a Taipa que receberia o seu nome” (...)

(....) “Macau com os seus 16 quilómetros quadrados de perímetro (...) perfilava-se

negligenciável na geoestratégia de Portugal” (...)

(...) “Apesar das divergências de pontos de vista é hoje unânime que mais do que qualquer outro anseio, o 25 de Abril trouxe para Macau, acima de tudo, uma autonomia que tardava pelo menos desde que os liberais de 1822 tinham fracassado na

sua tentativa de se eximir à obediência de Goa e governarem-se a si próprios quase duzentos anos antes” (...)

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LAzErESCRITOR LANÇA CAMPANHA PARA SHYAMALAN ESTUDAR. o escritor chris baker e dois amigos publicitários lançaram uma campanha online nos eua para o que o realizador M. Night Shyamalan volte a estudar cinema. o motivo da campanha seria “a significativa queda na qualidade dos seus filmes”, após “o Sexto Sentido”.

KATE BUSH PODE VOLTAR AOS PALCOS. Kate bush assumiu ter vontade de voltar aos palcos. 32 anos depois da primeira e última digressão, a artista pensa regressar aos concertos “antes que seja demasiado tarde”. a 16 de Maio, é editado “Director’s cut”, com material regravado.

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14:30h 16:15h 18:00h 19:45h

14:30h 16:30h 19:30h 21:30h

catherine zeta-Jones irá participar em musicala actriz catherine Zeta-Jones, que recentemente admitiu que foi internada num centro psiquiátrico para tratar um transtorno bipolar, estará no novo filme de tom cruise, o musical “rock of ages”, adiantou a revista “the Hollywood repórter”. a galesa interpretará a vilã do filme. a filmagem de “rock of ages” contará, com tom cruise, russell brand, alec baldwin, Mary J. blige, Paul Giamatti e Julianne Hough. o filme conta a história de uma jovem na busca de um sonho (Julianne Hough) que chega a Hollywood nos anos 80.

as semelhanças entre “born this Way” e “express Yourself”, de Madonna, levaram lady Gaga a irritar-se. “Se compararem as músicas, vão perceber que a semelhança reside apenas nas progressões de acordes, que são as mesmas existentes no disco sound desde há 50 anos”, comentou lady Gaga. “Só porque sou a primeira cantora a colocá-la no top, não significa que sou plagiadora, significa que eu sou esperta”, acrescentou Gaga classificou todos aqueles que têm associado “born this Way” a “express Yourself” como “retardados”.

Gisele posará em montra no brasil a modelo Gisele bündchen vai estar numa montra à vista do público durante dez minutos no próximo dia 28, no brasil, para apresentar a nova colecção da marca de roupa para que trabalha. os transeuntes poderão observar de perto a modelo numa montra do centro comercial iguatemi, em São Paulo. a montra vai exibir um ambiente semelhante ao guarda-roupa da supermodelo, uma vez que a colecção é inspirada na roupa de bündchen.

black Eyed Peas preparam novo álbum

apesar do álbum “the beggining” ter saído em Dezembro, os black eyed Peas já preparam um novo. Will.i.am confidenciou à revista “us” que o processo está no início. “o comboio já está em andamento!”, assumiu entusiasmado. No entanto, “não é de esperar que tão cedo esteja concluído”, explicou ainda o

cérebro da banda. os black eyed Peas vão também abrir uma academia de música em Nova iorque.

Lady Gaga diz que não é “plagiadora, mas “esperta”

Av. Almeida Ribeiro, Nº 99, Edifício Comercial Nam Wah, 6º andar, Sala 608, Macau

Monday to Friday: 9:30 am - 1:00 pm / 3:00 pm - 7:30 pm Saturday: 9:30 am - 2:00 pm

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Avenida da Praia Grande, Nº 665, Edifício Great Will, 2º Andar A

Direcção dos Serviços de Turismo

AnúncioA Região Administrativa Especial de Macau, através da Direcção dos Serviços de Turismo, faz público que, de acordo com o Despacho de 23 de Março de 2011 de Sua Excelência o Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, se encontra aberto concurso público para adjudicação da prestação do serviço de “aluguer de barcaças e barcos de apoio destinados ao 23.º Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau”,

O Processo do Concurso, incluindo o Programa do Concurso, o Caderno de Encargos e Mapa de Caracterização, encontra-se patente na Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.ºs 335-341, Edifício “Hotline”, 12.º andar, onde decorrerá o processo de concurso. Nos dias úteis e durante o horário normal de expediente pode ser examinado o Processo do Concurso até ao dia e hora do acto público do concurso, e levantadas cópias até ao termo do prazo de apresentaçao das propostas.

Preço base: não há.Critérios de apreciação das propostas:

- Preço 30%- Qualidade e valia técnica da proposta 20%- Experiência e competência técnica do concorrente 20% - Maior garantia de segurança e eficiência na prestação do serviço 20%- Maior flexibilidade dos prazos 10%

Caução provisória: MOP20.000,00 (vinte mil patacas), a prestar mediante garantia bancária ou depósito em dinheiro, efectuado directamente na Direcção dos Serviços de Turismo, ou para o Banco Nacional Ultramarino de Macau através de depósito à ordem do Fundo de Turismo na conta número: “8003911119”.

Caução definniva: 4% do preço total da adjudicação.Local, dia e hora limite de apresentação de propostas:

Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.ºs 335-341, Edifício “Hotline”, 12.º andar até às 17:00 horas do dia 5 de Maio de 2011 devendo ser redigidas numa das línguas oficiais da RAEM ou em inglês.

Local, dia e hora do acto público do concurso: Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.ºs 335-341, Edifício “Hotline”, 14.º andar pelas 10:00 horas do dia 6 de Maio de 2011.

Os concorrentes ou os seus representantes legais deverão estar presentes no acto público do concurso para efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados ao concurso, nos termos do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho.

Direcção dos Serviços de Turismo, aos 4 de Abril de 2011.

Director dos Serviços, João Manuel Costa Antunes

Page 9: 澳 壇 日 Tribuna de Macau Jornal ao serviço De macau ... · Nos escritórios em Portugal, ... no mercado chinês “não é fácil” e tem como principais desafios ... rias se

pág 16 terça-feira, 26 de abril de 2011 jORNAl tRIbuNA de MAcAu feCHo deSta edição JtM - 23:15HoraS

úLTiMAjORNAl tRIbuNA de MAcAu

PATACA COMPRA VENDAuS Dólar 7.95 8.05euro 11.64 11.79 YuaN (rPc) 1.187 1.239

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steve wyNN pRepARA cAsAMeNtO “ReAl”Steve Wynn, de 69 anos, vai dar novamente o nó em Las Vegas e está a providenciar tudo para que o evento não seja ofuscado pelo casamento real no Reino Unido. O magnata casa-se no próximo fim-de-semana com a bri-tânica Andrea Hissom, no resort Encore, e os pomposos arranjos já levaram vários “media” a destacar o “casamento real americano”. Na sexta-feira - dia do casamento do príncipe William e Kate Middleton, em Londres - os convidados de Wynn serão levados para uma “white party” na piscina e no dia seguinte decorre-rá a grande cerimónia celebrativa, projectada pelo realizador do filme “High School Musical”, Kenny Ortega. O magnata também quer fazer negócio com o seu casamento e, por isso, entre os convidados estará um grupo de grandes apostadores, que poderá tornar numa pechincha o milhão de dólares gasto no casamento. Estarão presentes celebrida-des como Garth Brooks, Donald Trump, Brett Ratner, Sylvester Stallo-ne, Celine Dion e Hugh Jackman, entre outros. O casamento coincide igualmente com o aniversário da ex-mulher do patrão da Wynn Re-sorts, Elaine, que é um dos principais accionistas da empresa.

cRItIcAdO AFAstAMeNtO de teIXeIRA dOs sANtOs Marcelo Rebelo de Sousa afirmou na TVI que “a pega entre Sócrates e Teixeira dos Santos foi um erro de Sócrates”. “Foi má a forma como isto foi conduzido”, defendeu na TVI o professor, que considerou que este episódio poderá ter sido favorável ao PSD. Mas, segundo Marce-lo Rebelo de Sousa, houve outros dois. Um deles está relacionado com esta “pega”. “O episódio de Teixeira dos Santos acentuou a imagem de arrogância de Sócrates”, disse. Finalmente, o professor considerou que a entrevista de Mário Soares ao jornal “i” “deu uma ajuda a pas-

sos Coelho”. Apesar destas três situações, Marcelo defendeu que a semana que passou “foi má para o PSD”, devido à polémica com Fernando Nobre e a “uma série de pegas com o PS”. “Acredito que tenha sido uma semana de desgaste”, concluiu. No seu habitual comentário no “Jornal Nacional”, da TVI, Marcelo criticou ainda o facto de os portugueses terem tido tolerância de ponto na quinta-feira à tarde. “A troika trabalhava mas Portugal não trabalhava”, comentou, repetindo que a “troika fez trabalho de casa, ao contrário dos portugueses, que fizeram tolerância de ponto”. O professor criticou ainda o facto de o PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes se terem recusado a reunir com a equipa do FMI, BCE e Comissão Europeia. “Acho que fizeram mal. Aquelas organizações são orga-nizações a que Portugal pertence. Não são organizações que apareceram do céu. Penso que foi mau, foi colocarem-se fora desse comboio. Não foi prova de força, foi prova de fraqueza”, defendeu.

OtelO, AFINAl, NÃO está ARRepeNdIdOO militar de Abril Otelo Saraiva de Carva-lho afirmou ontem que, afinal, não está ar-rependido, mas sim orgulhoso do seu papel na revolução dos cravos, que considerou “o mais notável acontecimento da história con-temporânea” portuguesa. “O 25 de Abril foi o mais notável acontecimento mais da histó-ria contemporânea. Sou do 25 de Abril um orgulhoso protagonista”, declarou Otelo Saraiva de Carvalho à comunicação social,

no Palácio de Belém. “Não há em mim o mínimo arrependimento”, acrescentou Otelo Saraiva de Carvalho, que falava durante a cerimónia comemorativa do 25 de Abril de 1974. Em entrevista à Lusa, divulgada no dia 13 deste mês, o militar que dirigiu as operações do 25 de Abril manifestou-se desiludido com o curso dos acontecimentos em Portu-gal nos últimos 37 anos. “Não teria feito o 25 de Abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos actualmente. Teria pedido a de-missão de oficial do Exército e, se calhar, como muitos jovens têm feito actualmente, tinha ido para o estrangeiro”, disse, nessa entrevista. On-tem, questionado sobre o motivo pelo qual disse estas palavras, Otelo desvalorizou-as: “Foi num contexto qualquer, que não me recordo já qual foi. Dei tantas entrevistas que não me posso recordar”.Ontem, no jornal “i”, Otelo Saraiva de Carvalho diz que “se o FMI atingir os mili-tares pode criar condições para uma revolta”.

NA cHINA, QueM cAsA... QueR cAsA!No meio de um boom imobiliário, sondagem indica que 70% das mulheres chinesas só se casam com quem tiver, pelo menos, uma casa, salienta o “New York Times”. Em peça assinada por Andrew Jacobs conta-se a história de Lin Wang, que no chamado “reino dos solteiros” parecia ter muito a seu favor. Profissionalmente é vendedor de seguros de 28 anos de idade, com diploma universitário, dentes impecavelmente brancos, uma voz tolerável no ka-raoké e um Nissan, de assentos azuis e três anos de idade. “Os meus amigos dizem-se que sou bem bonito”, disse recentemente, mexendo nas chaves do carro como se fossem um talismã. Salienta o jornalista que pelos padrões exigentes de algumas mulheres solteiras chinesas, Wang não tem um atributo fundamental: uma casa própria. Como até mesmo um apartamento apertado de dois quar-tos na periferia da capital chinesa é vendido por cerca de 150 mil dólares americanos, o salário de 900 USD que Wang recebe mensalmente parece ser uma condenação perpétua ao aluguer. Por isso, meia dúzia de mulheres recusou ter um segundo encontro com Wang depois de saber que não tem meios para comprar uma casa. “Às vezes pergunto-me se algum dia irei encontrar uma esposa”, disse Wang, que vive com os pais, operários aposentados. “Sinto-me um perdedor”. O implacável boom imobiliário da China fez, nos últimos cinco anos, disparar até 140% o preço dos imóveis no país, e até 800% em Pequim. Os compradores da classe trabalhadora ficaram fora do mercado, enquanto cerca de 65 mil apartamentos em todo o país, comprados como investimento, permanecem vazios. Embora seja difícil medir o celibato involuntário, mais de 70% das mulheres solteiras afirmaram numa recente sondagem que só casariam se o futuro marido tivesse casa própria. Cerca de 50% dis-seram que as considerações financeiras são mais importantes do que qualquer outro quesito. Não surpreendentemente, 54% dos homens solteiros disseram que a beleza vem em primeiro lugar de acordo com a pesquisa, que entrevistou 32 mil pessoas e foi realizada por duas associações. Estatis-ticamente, as mulheres decidem. Dado o desequilíbrio de género da China, consequência de uma preferência cultural por meninos e rígidas políticas de planeamento familiar, cerca de 24 milhões de homens podem ser celibatários perpétuos até 2020, segundo a sondagem.

ActORes bANHAdOs NA RAeM eM águA MINeRAlMacau capta cada vez mais a aten-ção dos indianos, com o número de turistas a subir (foram mais 57% em 2010) e a famosa indústria cinematográfica de “Bollywoood” a utilizar a região como cenário para as suas produções. Foi o que aconteceu com o filme “Double Dhamaal”, cujo elenco passou por um episódio cari-cato, que fez notícia nos principais jornais indianos. Segundo o “Times of Índia”, as estrelas Arshad Warsi, Javed Jaffrey, Riteish Deshmukh e Ashish Chowdhry filmavam uma cena de acção “junto a um porto”, que implicava que ficassem submersos em água. Foi então que foram avisados que a água no local era “infectada”, com os moradores da zona a contarem que um simples mergulho implicaria vacinação ime-diata. A solução encontrada passou por reunir uma grande quantidade de água engarrafada, com a qual a cena foi filmada. Em Junho de 2009, o nome de Macau entrou pelas casas de milhões de indianos, quando o território recebeu a décima edição dos prémios da Academia Interna-cional de Cinema Indiano. Já este ano, decorreu no Venetian a entrega dos prémios para os melhores programas televisivos indianos.

uMA eXpOsIÇÃO pORtuguesA eM peQuIMBatata, milho e outros produtos de consumo diário na Europa vieram de outros continentes durante a “primeira globalização” económica do mundo, proporcionada pelos descobrimentos portugue-ses, demonstra a exposição inaugurada ontem numa universidade de Pequim. A troca de plantas nos séculos XV e XVI “é um dos capítulos menos estudados dos descobrimentos”, mas foi um dos que teve “reflexos científicos, técnicos, económicos e sociais mais marcados e duradoiros”, realça a exposição “A Aventura das Plantas”, patente até meados de Maio na Universidade de Economia e Comércio Internacional (UIBE). Trata-se de uma iniciativa da Secção Cultural da Embaixada de Portugal na China, em colaboração com o Centro de Estudos Chineses de Pequim da UIBE, uma universidade fundada em 1951 e que desde o ano lectivo 2009/10 tem também uma Licenciatura em Português. A exposição – baseada nas investigações do professor José Eduardo Ferrão - conta em português, chinês e inglês a história de 25 plantas que há cinco séculos atravessaram continentes e que fazem hoje parte da alimentação global. A “aventura” evocada na UIBE começa na Ásia, a terra do arroz, do chá, da pimenta e da manga, por exemplo, e termina na Europa, de onde os portugue-ses levaram as uvas para o resto do mundo. Das Américas vieram nomeadamente a batata, o tabaco, o cacau e o girassol e África deu ao mundo a palmeira e o café. A inauguração da exposição incluiu uma palestra do economista Jorge Braga de Macedo, ex-ministro das Finanças e actual presidente do Instituto de Investigação Cientifica Tropical, que falou sobre a importância do “conhecimento mútuo” num mundo em que “a riqueza está a mudar de sítio”. “Pela primeira vez na Historia, o comércio mundial está agora baseado na Ásia”, afirmou. A sessão reuniu dezenas de estudantes e diplomatas, entre os quais os embaixadores do Brasil, Eslovénia, Espanha e Portugal.