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ELZEÁRIO H. SAMPAIO ALVES INTRODUÇÃO AO DIVINISMO 2 a Edição Revisada e Atualizada São Paulo 2015 www.divinismo.org 1

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ELZEÁRIO H. SAMPAIO ALVES

INTRODUÇÃO AO DIVINISMO

2a Edição

Revisada e Atualizada

São Paulo

2015www.divinismo.org

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Informações Iniciais

Como já realizamos cerca de vinte e seis cursos Introdução ao Divinismo, ao longo de vários anos em nossa sede comunitária (Instituto Divinista), resolvemos atender à sugestão de alguns divinistas, de editarmos as apostilas correspondentes às palestras proferidas.

Desta maneira, com algumas pequenas correções, acrésci-mos e atualizações, este conjunto foi editado tal e qual os resumos fornecidos aos que frequentaram os cursos nos anos transatos.

Os vídeos, tipo teleconferência, gravados de cada um deles, poderão ser vistos no site: www.divinismo.org

Fiat LuxO autor

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ÍNDICE

Informações Iniciais 03Apresentação 07Preâmbulo 11A Cosmovisão 13DEUS – Leis de Emanação, Movimento, Imortalidade e Existência 31Habitação Cósmica 41Revelação: 1ª parte 52Revelação: 2ª parte 74Evolução 90Reencarnação 106Apocalipse 114Os 10 Mandamentos – A Lei de Responsabilidade 138História das Principais Religiões 162Judaísmo 165Islamismo 168I. C. A. Romana 175O Protestantismo e outros “ismos” 194Kardec e o Espiritismo 210Jesus 240Sempre foi Divinismo 256

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APRESENTAÇÃO

ENSINAMENTO: “Nesta encarnação, Eu vim colocar o capitel do Edifício Doutrinário. Noto que vocês que me ouvem têm muitas dúvidas. Mas Eu não descerei até vocês. Tratem de subir até Mim.” - (palavras proferidas diversas vezes pelo Divino Mestre Osvaldo Polidoro, em luminosas preleções realizadas durante reuniões mediúnicas por Ele presididas.)

I – PEQUENO HISTÓRICO

Ao perceber as dificuldades que muitos vanguardeiros em potencial tinham para atingir Seus ensinamentos, já que Evangelho Eterno é obra de síntese e necessita de uma razoável base de cultura espiritual para penetrar em seus profundos meandros, no início da década de 70, tentamos realizar alguns cursos de Iniciação ao Divinismo, com o objetivo de servir de liame, de “escada”, para os neófitos desejosos de conhecer a Doutrina Pura, por Ele transmitida.

Alguns foram realizados com vários jovens na época, mas de grande potencial para se tornarem excelentes apóstolos da VERDADE. A meta era evitar, como alertou em Sua encarnação de Pitágoras, que “se tornassem, futuramente, sofistas pretensiosos”.

Começamos, inicialmente, com um curso de dois anos e meio, realizado na Rua Pedro Doll, 549 - Alto de Santana, em São Paulo. Foram estudadas as principais obras de autores espíritas e

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esotéricos, tais como Francisco Cândido Xavier, Annie Besant, Helena P. Blavatisky, Leadbether, Edouard Schuré, Krishna, Krishnamurti e vários outros.

Como é sabido, o autodidatismo é muito perigoso. Por ausência de metodologia adequada, ocorrem, naturalmente, lacunas e obscuridades, surgindo daí as chamadas “meias verdades”. Estas levam invariavelmente à pretensão, petulância e arrogância, vícios tão combatidos pelo Divino Mestre desencarnado.

Após alguns cursos, fora daquele local inaugural, tivemos a oportunidade de realizar vinte e seis outros, na Comunidade de Cultura Divinista, situada na Rua Professor Artur Ramos, no404 – Térreo – Jardim Paulistano – São Paulo – SP. A média era de 30 participantes por turma. Portanto, estimativamente, mais de 700 pessoas no total.

II – METODOLOGIA

Pensando no que os interessados precisariam saber para se iniciarem, foi feito um Programa Básico, para facilitar a compreensão das obras divinistas.

E como “as palavras voam e o que fica escrito permanece” “Verba volant et scripta manent”, segundo alguns filósofos romanos, passamos a fazer pequenos “resumos” do que fora fa-lado nas exposições.

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Recentemente, em um “bate-papo” realizado com alguns representantes daquelas turmas, fomos alertados para a necessidade de completá-los e, se possível, unificá-los em uma só encadernação.

Assim, acolhendo essa ideia, completamos os resumos faltantes e surgiu, em consequência, este conjunto.

Cremos que poderá servir como “roteiro” para futuras palestras e exposições em outros lugares e na própria Comunidade.

Por fim, vale lembrar que Jesus e João Batista necessitaram de um curso regular de Iniciação, ao passarem 16 anos nos Cenáculos Essênios – dos 13 aos 29 de idade.

Tiveram que realizá-lo, preparando-se profundamente para as tarefas que os aguardavam na vida pública.

Dessa forma, entendemos que uma “Escola de Iniciados” sempre foi e será necessária.Jesus é o “Modelo”! Destarte, deve sê-lo “in totum” (vide O Pentecoste, página 116, última edição).

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PREÂMBULO

ESCLARECIMENTOS INICIAIS

A nosso ver, são tantas informações desencontradas a respeito do Caminho da Verdade, que faz-se necessário um introdutório de iniciação a Ele. A obra chave EVANGELHO ETERNO, profetizada no cap. 14.1 a 6 do

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Apocalipse (último livro da Bíblia) é a base do nosso estudo.

Sendo um livro síntese, nem todas as pessoas estão devidamente aparelhadas para lê-lo, estudá-lo e entendê-lo. Como já dizia Cícero: “Para uma única síntese, são necessários muitos anos de análise.”

Assim, ele terá um caráter multidisciplinar, trabalhando com conhecimentos das mais variadas áreas do saber humano, tais como História, Filosofia, Astronomia, Biologia, etc...

Além do estudo da obra biblicamente profetizada já mencionada, recomendamos a leitura das obras complementares de Osvaldo Polidoro, que visam torná-la mais clara. Elas enriquecerão os leitores com uma somatória de grandes ensinamentos, propiciadores de um melhor entendimento da “Absoluta Obra” em tela.

Objetivos Básicos1- A Cultura Espiritual, extraída da Cultura

Geral, deverá proporcionar melhores condições para que cada qual adquira plena consciência do PRINCÍPIO SAGRADO e suas leisbásicas que regem o Universo. Estas são infinitamente simples nos seus fundamentos, mas infinitamente complexas nos seus desdobramentos.

É nessa complexidade que todos nós, encarnados e desencarnados, convivemos. Vivemos envolvidos em um emaranhado, num verdadeiro cipoal de dados que necessitam ser ordenados, sob pena de nos tornarmos confusos.

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Sem uma “visão síntese”, não se chegará, através do discernimento, nem a entendê-los e nem a atingir o estado de lucidez.

2- Ser um “clarividente”, isto é, ver todas as coisas com “clareza”, aprendendo a separar bem o joio do trigo . Esse é o objetivo final.

O Autor

A COSMOVISÃO13

“O ápice do conhecimento humano é a tomada de consciência da UNIDADE.”– “Quem não adquirir uma consciência cósmica, não evoluirá.” – Osvaldo Polidoro

1- Aqui na Terra, a grande maioria das pessoas, em razão dos apelos da sobrevivência e das naturais vicissitudes da vida, costuma apenas olhar e pensar para baixo, ou, quando muito, na altura da linha do horizonte. Poucos são os que conseguem se interiorizar, olhando para cima e para o alto, objetivando uma visão de conjunto.

Assim partamos, para efeito didático e prático, de um ra-ciocínio indutivo. Da Mundivisão para a Cosmovisão. Da visão do mundo para a do Cosmo. Do múltiplo para o Um. Do infinitamente pequeno para o infinitamente grande. Do micro-cosmo para o macrocosmo. Assim comecemos: múltiplas partículas atômicas formam um átomo. Múltiplos átomos, uma molécula. Múltiplas moléculas, um tecido. Múltiplos tecidos, um órgão. Múltiplos órgãos, um sistema fisiológico (respiratório, circulatório, etc). Múltiplos sistemas, o corpo humano. Múltiplas pessoas, uma família. Múltiplas famílias em uma determinada área, um bairro. Múltiplos bairros, uma zona (leste, oeste, centro, norte, sul). Múltiplas zonas, uma cidade - a de São Paulo, por exemplo. Esta, com algumas centenas de outras, formam o Estado-membro. Da união de 27 Estados-membros e o Distrito Federal, temos o nosso País. Este encontra-se no Hemisfério Sul do Planeta. Da junção dos dois

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hemisférios, temos a nossa casa cósmica. É o Planeta onde moramos. Pertencemos a sua demografia. A nossa morada cósmica é a nave espacial Terra.

Dentro do mesmo diapasão, pensemos que com os demais planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, mais o Sol, formamos um Sistema Planetário. O conjunto de sistemas forma um sistema de sistemas, e a união de todos os sistemas de sistemas forma uma galáxia. A seguir, dentro do mesmo raciocínio, o conjunto de galáxias forma um sistema delas e após passamos para o de galáxia de galáxias. Aí temos o “Universo Conhecido”.

Verifica-se que tudo caminha da “multiplicidade para a Unidade”. Tudo se dirige para o “UM”.

Há cerca de alguns anos atrás, havia sido calculada a existência de um quintilhão de mundos. Dizem os astrônomos: “representam tão somente um cantinho do Universo; se é que ele tem cantinhos.” Para o visualizarmos, poderíamos compará-lo a uma praia com milhões de grãos de areia. O nosso orbe representa tão somente um grão de areia dela. Se extraíssemos esse cisco cósmico, não faria falta alguma, o universo continuaria da mesma forma...

Como se vê, raciocinando-se “materialmente”, somos insignificantes perante o Universo.

Entretanto, como veremos a seguir, o mesmo não ocorre com o espírito. Somos centelhas

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divinas; mas, “potencialmente”, somos seres absolutos.

Por outro lado, etimologicamente, o vocábulo “universo” é uma forma contracta de Unidade e Diversidade. Isto é, há uma unidade dentro da diversidade de mundos. Diversos são eles, mas no conjunto formam um todo único.

Neste instante, podemos trazer à lembrança duas frases lapidares do Divino Mestre Jesus: “A casa do PAI tem muitas moradas.” , “Sejam unos a mim que sou uno ao PAI, para formarmos uma só UNIDADE.”

Assim, para concluir, a nossa humanidade planetária, a toda evidência, pertence à Humanidade Cósmica. Está embutida nela. Somos parte integrante dela. Formamos no Universo uma só FAMÍLIA CÓSMICA. Eis a Cosmovisão em relação ao Espaço. Quanto ao Tempo, o raciocínio é o mesmo. Múltiplas frações formam décimos de segundo. Múltiplos décimos, um segundo. Múltiplos segundos, um minuto. Múltiplos minutos, hora. Múltiplas horas, dia. Múltiplos dias, semana. Múltiplas semanas, mês. Múltiplos meses, ano. Múltiplos anos, século. Múltiplos séculos, milênio. E daí, segue-se para a Eternidade.

Observação: relativamente às medidas siderais, a unidade padrão é o segundo-luz. Esta se propaga no Espaço a uma velocidade, em números redondos, de 300.000 quilômetros por segundo. Assim, o raciocínio é o mesmo: múltiplas frações

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de segundos-luz, um segundo-luz. Múltiplos segundos-luz, um minuto-luz. Múltiplos minutos-luz, ano-luz... Até se chegar à Unidade: o Infinito.

O UNIVERSO E A CIÊNCIA HUMANA

Para bem compreendermos em que estágio está nossa Ciência a esse respeito, faz-se necessária uma pequena digressão histórica.

1- Idade Antiga e Idade MédiaComo é sabido, foi Pitágoras quem primeiro

teorizou sobre esse assunto. Já no século VI a.C., ensinara que o Sol era o centro do sistema planetário. Assim também Platão e o pitagórico Aristarco de Samos (século III a.C.).

Aristóteles (século IV a.C.), discípulo de Platão, deles dissentiu, rejeitou a teoria heliocêntrica para afirmar: “A terra é imóvel e está no Centro do Universo”.

2- A seguir, o astrônomo Cláudio Ptolomeu (século II d.C.), em sua principal obra Almagesto, defende o “geocentrismo” aristotélico. Chegou a catalogar 1.022 estrelas.

3- Com a fundação da Igreja Romana, esta adotara a “teoria geocêntrica”. Com Santo Tomaz de Aquino (século XIII d.C.), o conhecido “Doutor Angélico”, através da “Suma Teológica” e outras obras do mesmo teor, a Igreja passou do Agostinianismo para o Tomismo. Tendo Tomaz de

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Aquino adotado a posição de Aristóteles (Aristotélico-Tomismo), aquela instituição decretou como dogma o geocentrismo.

Dessa forma, todo aquele que fosse contra esse conceito seria considerado herético, processado e julgado pelos Tribunais da “Santa Inquisição.”

A pena: seria condenado à pena de morte nas fogueiras que pipocavam na Idade Média.

4- Tempos ModernosNo século XVI d.C., surgiu na Polônia um

astrônomo que, após passar cerca de nove anos pelas Universidades de Bolonha, Pádua e Ferrara, adquiriu todo o saber da época. Seu nome: Nicolau Copérnico. Escreveu a obra Das Revoluções do Orbe Celeste, na qual apresenta como hipótese o sistema “heliocêntrico”.

5- Na esteira, surge em Nola (Itália Meridional), o maior filósofo da Renascença: Giordano Bruno. Aos 27 anos, sacerdote e Doutor em Teologia. Rebelde, acusado de heresia, abandonou o hábito. Desterrado aos 31 anos, passou a vida lutando pela liberdade de pensar. Peregrinou pelas maiores universidades europeias. Adotara o sistema de Copérnico. Escreveu a obra Do Infinito, do Universo e dos Mundos e Da Causa, do Princípio e da Unidade. Afirmara que DEUS e o Universo são UM só, e que há imanência de DEUS em tudo que existe. Preso por nove anos, foi condenado à fogueira pela “Santa Inquisição”. Local de Execução: Campo di

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Fiori, em Roma. Hoje existe nesse lugar uma estátua em sua homenagem.

Até aquela época só existiam teorias a respeito.

6- Fase CientíficaFoi no século XVII que o físico e astrônomo,

Galileu Galilei, provou, baseado no sistema heliocêntrico de Copérnico, o tremendo equívoco de Ptolomeu e, consequentemente, do Aristotélico-Tomismo, adotado pela Igreja Romana. Desde sua mocidade era “heliocêntrico”. Produziu um telescópio capaz de realizar 32 aumentos. Escreveu Dissertação sobre os Astros, publicado em 1610. Descobriu as montanhas da lua, os satélites de Júpiter e os anéis de Saturno. Foi processado e condenado pela Inquisição. Suas obras em 20 volumes foram consideradas heréticas. Para evitar a morte, teve que publicamente “negar” sua descoberta.

7- Tempos ContemporâneosPara encurtar nossa digressão, pulando dois

séculos, foi no século XX, após a Segunda Grande Guerra, que ocorreu o grande salto científico e tecnológico da Humanidade, com o ingresso na Era Eletrônica.

Começaram a surgir os Observatórios Astronômicos, dotados de possantes telescópios eletrônicos localizados em lugares estratégicos, bem altos e fora das luzes e poluição das grandes cidades. Passaram a sondar o Universo em

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condições excepcionais. Milhares de Galáxias foram descobertas.

Entretanto, há cerca de alguns anos atrás, os cientistas da NASA conseguiram acoplar em satélite artificial o telescópio espacial denominado Hubble. Através dele foi possível decuplicar os pedaços do Universo. Milhares de novas galáxias foram acrescentadas ao nosso conhecimento.

Hoje já se especula que, quando for possível colocar o Hubble no fim do “Universo Conhecido”, quantos milhares de mundos serão acrescidos? Quantos novos pedaços dele poderão ser adicionados ao nosso conhecimento?

8- Estamos sós no Universo?Há cerca de décadas atrás, os cientistas

soviéticos captaram estranhos sinais luminosos. A luz, como é cediço, propaga-se no espaço sideral a 300.000 quilômetros por segundo.

Feitos os cálculos matemáticos, concluíram que:

a) não eram sinais “naturais”, mas “artificiais”;b) foram emanados por inteligências extra

terrestres;c) os sinais foram emitidos quando a Terra

ainda não existia;d) se quisessem responder a eles, nem

utilizando-se toda a energia contida no Planeta, seriam capazes de atingir o local da emissão, tal a descomunal distância a ser percorrida.

Conclusão final: não estamos sós no Universo.

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9- A Causa OrigináriaOs astrofísicos costumam comparar o Universo,

tal a perfeição, sincronia e harmonia com que se movimentam os astros e estrelas, a um mecanismo semelhante a um relógio.Realmente as leis da Mecânica Celeste presidem tudo. São leis inteligentes. Há inteligência em tudo.

Mas quem deu origem a esse inteligentíssimo mecanismo? Duas são as principais teorias a respeito:

a) Científicab) FilosóficaCientífica Os astrofísicos da NASA batizaram o “início” do

Universo com o nome de Big Bang. A grande explosão.

Para eles o Universo se originou, há bilhões de anos atrás, de uma explosão gigantesca.

Dos estilhaços surgiu o Universo tal qual se encontra.

Crítica: custa a crer que homens dotados de Q.Is altíssimos encontrem uma solução tão infantil.

Como é sabido, em lógica-formal não há efeito sem causa. Ora, se o Universo é regulado por leis inteligentíssimas e eles, inclusive, são partes integrantes dele, a causa originária tem que necessariamente possuir uma mente “superior”. Mesmo porque, do nada nasce simplesmente nada...

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FilosóficaSalta aos olhos que uma Mente Universal

“preexiste”ao Universo. Ele se originou dessa Inteligência Suprema. Se Ela nada tivesse emanado, o Universo simplesmente inexistiria...

Portanto, a Causa Infinita dos Infinitos efeitos deve, necessária e logicamente, ser a Inteligência Absoluta, sem passado e sem futuro, porque, a toda evidência, é o Eterno Presente.

Caracterizando-se por sua Onipotência, Onisciência e Onipresença, são Seus atributos:

Espacial: o InfinitoTemporal: a Eternidade10- As várias denominações dessa Causa

OrigináriaA rigor, não as tem. É “inominável”. É o que é.

Como nos tempos da resposta a Moisés: “EU SOU O QUE SOU”.

Quando um habitante de Júpiter ou de um mundo de uma longínqua galáxia situada a milhares de anos luz do nosso orbe, tiver que se “referir” a ela, como a chamaria? Aqui no nosso Planeta, sua denominação tem variado conforme os locais onde ocorre: no Oriente denominam-na Brahma (Hindus); Jeová (Judeus); Alá (Islamismo); e no mundo ocidental: God, Dios, Dieu ou DEUS.

Para nós, na língua portuguesa, o nome mais consagrado é DEUS. Para nos “referirmos” a Ele de forma mais carinhosa e respeitosa, costumamos chamá-lo de PAI DIVINO.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – I22

1- Cosmo ou Cosmos: s.m.do grego Kosmos. O Universo, considerado como um “todo organizado” e harmonioso. (Michaelis – Moderno Dicionário da Língua Portuguesa)

2- Cosmogênese: Cosmogonia ou Cosmogenia: teoria que pretende explicar a origem do Universo.

3- Teoria do Big Bang: criada em 1927 por Georger Lemaitre; alega que o Universo foi originado da explosão de “um gigantesco átomo primitivo”.

4- Teoria da Expansão do Universo: criada em 1929 por Edwin Powell Hubble. Com um telescópio de 2,5 metros, no Observatório de Pasadena (EUA), demonstrou que o Universo Cósmico é composto de bilhões de galáxias que se “afastam” umas das outras.

5- Nas décadas de 50 a 80 do século XX, havia duas potências no Planeta: econômica-militar e científica . Leste e Oeste. Rússia e EUA. Entre ambas, havia não só uma corrida armamentista, mas científica também. Símbolo: urso x águia – equilíbrio do terror, só desaparecido com a “detente”, e a abertura econômica na Rússia (década de 80, com a Perestroika).

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6- 1957: Yuri Gagarin, oficial da Força Aérea Russa, tripulou uma nave espacial em volta do Planeta. Disse: “Estou observando a Terra, mas não vejo nenhum Deus.” Desencarnou pouco depois, em um desastre de avião.

7- 1969: desce na Lua, a primeira nave tripulada dos EUA.

8- Surgiram novas teses, recentemente, de renomados astrofísicos, com novas teorias:

a) Teoria dos Múltiplos Eventos: não houve “um só” Big Bang; mas vários.

b) Teoria dos Múltiplos Universos: cosmologistas “cogitam” a existência do chamado “Multiuniverso” - uma série interminável de Big Bangs florescendo um dos outros, criando universos sem limites. Uma variedade de teorias modernas prevê uma pletora de universos. Um desses multiuniversos vem da Mecânica Quântica, as estranhas regras que governam a natureza no nível subatômico.

9- Teoria dos Buracos Negros: são “poços” gravitacionais “sem fundos”, nos quais as estrelas desaparecem, parindo universos bebês com leis de física ligeiramente modificadas. É a teoria chamada “Seleção Natural Cosmológica”. Universos com mais buracos negros produzem mais “crias” e, portanto, as leis da física tomarão

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uma direção favorável à produção de buracos negros. Apenas as estrelas maiores e mais densas são as que podem entrar em colapso para criá-los (em Smolin na obra A Vida do Cosmos). Em sentido contrário, na obra Nosso Habitat Cósmico, Martin Reeves, da Universidade de Cambridge, afirma que “nenhuma teoria específica sobre os multiuniversos pode ser invulnerável à refutação”.

10- Descoberta de Planetas “fora” do nosso Sistema Planetário:

a) nenhum deles ainda foi “visto”. Os cientistas “creem” em sua existência, em virtude de interferência gravitacional que exercem sobre as estrelas por eles orbitadas;

b) de 1994 para cá, já foram descobertos 1.000 Planetas, fora do nosso Sistema Solar, todos com tamanho superior ao de Júpiter. Júpiter é mais que cem vezes maior que a Terra, e mais de três vezes maior que Saturno;

c) com os telescópios existentes, atualmente é quase impossível descobrir Planetas com o tamanho da Terra. É como descobrir à distância uma praia de pedregulhos;

d) o nosso Sistema Solar tem “órbita circular”. A maior parte dos Planetas descobertos até agora (fora do nosso Sistema Solar) tem “órbitas elípticas”.

11- A Fundação de Ciência dos EUA e a NASA afirmam que estamos apenas no início de dados

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que vão nos ajudar a dar respostas às perguntas sobre a formação e a evolução dos Sistemas Solares.

12- Rose Center: é o mais moderno Planetário do mundo, situado na esquina da Rua 81 com a Avenida Central (west), dentro do Museu de História Natural da cidade de Nova York. Custo: $210 milhões de dólares, com efeitos especiais de Hollywood e Broadway. Já se tornou o novo cartão postal da cidade. Dentro, assiste-se, num telão, a reconstituição da explosão que gerou o Universo. A seguir, é possível ver berçários de estrelas nebulosas e galáxias.

Advertência: essa posição não é científica, não é real, mas meramente “virtual”. A nosso modo de ver, é altamente perigosa, vez que, com o prestígio que possuem, principalmente entre as camadas mais intelectualmente elevadas da sociedade (formadoras de opiniões), poderão “induzir” milhares de pessoas inadvertidas ao materialismo, negativismo ou niilismo, o que é lastimável.

13- Sobre a Teoria do Big Bang (formada por astrofísicos teóricos), aplica-se o Princípio da Lógica Formal: “Quem pode o mais, pode o menos.” Ao revés, quem “não” pode o menos, “não” pode o mais. Se a ciência da Terra “não” pode ver “diretamente” (a não ser por cálculos matemáticos) qualquer Planeta fora do nosso Sistema Planetário, não poderá também fazer o

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mesmo em relação à grande explosão que teria dado origem ao Universo. Se não pode sequer ver há alguns anos-luz, quanto mais o início do Universo... Quem não pode caminhar sequer cem metros, como poderá afirmar que caminhou cem quilômetros?!

ENSINAMENTOS DE OSVALDO POLIDORO – O DIVINO MESTRE

1- Quanto menos Universal o homem for, (tanto) mais tacanho será.

2- A Terra pode ser considerada um País Cósmico de ordem medíocre.

3- “Quem pensa ‘estreitamente’ se enclausura no próprio estreitismo.” (Confissões de um Padre Morto)

4- “O Infinito está representado no Finito. Os ‘corpos’ valem pelos mundos e os ‘espíritos’ representam as partículas de Deus.” (Verdades Imortais)

5- É importante pensar em termos de “Eternidade” para poder andar “devagar” e com “segurança”.

6- A Terra é um mundo assaz inferior. Os perigos que ela contém: há muitos tardos de

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coração e fartos de malícia; fracos de reais conhecimentos e fortes de presunção.

7- As “grandes almas” são as grandes “observadoras” de todos os fenômenos da vida.

8- “Sem vencer a ‘matéria’, sem ultrapassá-la, nenhum filho virá a ser Uno com o Pai.” (Verdades Imortais)

9- O Livro de Deus:“Meu livro é o Todo InfinitoÉ no seio do qual Eu habito,Porque Sou a Essência e a Vida,E criar (emanar), sempre, será a medida!”(O Livro de Orações – pág. 93 – 1° volume)

CONCLUSÕES

a) Deus: é inominável e indefinível. Mas é concebível – apesar de nossa relatividade – através de uma sonda concepcional.

b) Sobre a origem do Universo: Nada x Mente Universal:

Duas posições antagônicas:- Origina-se do NADA (Big Bang)- Origina-se de uma MENTE UNIVERSAL

(Divinismo)c) Provas: a “existência” dessa Mente

(Princípio) comprova-se facilmente através da mera observação do Universo Manifestado.

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E a Sua “inexistência”, como prová-la? Raciocínio lógico de Kardec:

“Não há efeito sem causa.”“Todo efeito inteligente tem uma causa

inteligente.”“A potência da causa está na razão direta da

grandeza dos efeitos.”

PERGUNTAS DE ALTÍSSIMA INDAGAÇÃO FILOSÓFICA

Quem, Quando, Como, Por quê?

I- Quem1. Quem deu causa (origem) ao Universo

Cósmico?2. O Nada (zero) ou uma Mente Universal

(Um)?

II- Quando1. Há 13,7 bilhões de anos (Cientistas do Big

Bang)?2. Ou impossível saber (Divinismo)?

III- Como:Como ocorreu o seu início?1. Repentinamente (Big Bang)?2. Paulatinamente – por Emanação – através da

Lei dos 9 Estados (Divinismo)?

IV- Por quê

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Por que não fomos emanados Perfeitos, mas Perfectíveis? Sendo que, a Perfectibilidade pressupõe, inicialmente, a involução (saída) e evolução (volta) – esta, sempre sujeita à angústias, sofrimentos, preocupações, dores, e a todo um cortejo de padecimentos em decorrência de quedas terríveis durante o trajeto de retorno. Eis as questões...

LIMITES DA CIÊNCIA TERRÁQUEA

1- Desde o seu início com Galileu Galilei (século XVII) até os dias presentes, com o moderno telescópio eletrônico acoplado à nave espacial Hubble, já atingiu dez quintilhões de mundos.

2- Perspectiva que havia para 2010: descobrir dez vezes mais a quantidade de mundos atual, através da anexação de telescópio eletrônico mais sofisticado a essa nave espacial. Infelizmente inviável por falta de verba orçamentária.

3- Pergunta a ser feita: daqui a 10 ou 15.000 anos, onde terá alcançado a ciência terráquea?

Conclusão: ainda estamos apenas no início de uma formidável Era Eletrônica.

No que tange aos Planetas, onde a ciência já chegou?

1- Até o momento, só observou diretamente além dos que contém o nosso Sistema Planetário,

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dois pequenos planetas através do rádio-telescópio Spitzer.

2- Já conseguiu através de cálculos matemáticos (não de observação direta) supor a existência de 1.000 Planetas, com massa igual ou acima do Planeta Júpiter.

3- Tais conclusões se baseiam em conseguir detectar Planetas, através das interferências eletromagnéticas que provocam nas estrelas em que orbitam.

Conclusão: “Observação direta”, até agora apenas dois; o restante somente através de cálculos matemáticos realizados por astrofísicos teóricos, não práticos.

Conclusão sobre a Teoria do Big Bang

1- Em lógica formal, como é sabido, vigora o lema: “Quem pode o mais, pode o menos.”

2- Em sentido contrário: “Quem não pode sequer o menos, não pode, obviamente, o mais”.

Conclusão: se, cientificamente, não temos aparelhos para sequer vermos além de dois planetas, fora do nosso Sistema Planetário, como observar a Grande Explosão do Átomo Gigantesco Inicial (concebido por Georger Lemaitre), que teria supostamente “dado início” ao Universo Cósmico no qual estamos inseridos? Como já foi

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dito anteriormente, quem não pode sequer o menos...

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – II

“Quanto mais tacanho o espírito, menos cósmico será.”

“O tempo atual reclama novos conhecimentos - mais penetração no reino da Verdade, mais consciência do mecanismo do Universo.”

“A conquista da Consciência Universal projeta o espírito aos píncaros do poder e da glória!”

“O homem descobre, aos poucos, o que em Deus está eternamente descoberto!”

(Textos extraídos de obras de Osvaldo Polidoro)

1- Palavras de um dos maiores astrônomos do mundo - João Steiner (dirige o IEA - Instituto de Estudos Avançados da USP): “A Terra é apenas uma gota d´água no oceano espacial. Somos habitantes de um planeta insignificante no contexto cósmico. O fato de explicarmos a estrutura do Universo, não prova a inexistência de Deus.”

2- O Cinturão de Kuiper é um anel de corpos gelados, acumulados na borda do Sistema Solar.

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3- 70% do Universo Cósmico é constituído de matéria escura e 30% de luminosas estrelas (sóis).

4- Os cientistas afirmam: “Só conhecemos cientificamente 5% do Universo Cósmico.”

5- Conclusão: se 95% é desconhecido, como afirmar, então, que os cálculos das radiações cósmicas do fundo do Universo (através do COBE - radiotelescópio Explorador do Fundo do Universo) confirmam cientificamente a Teoria do Big Bang?

6- Lei do Movimento - o astrofísico-teórico Stephen Hawking está tentando elaborar a Teoria da Unificação (da Lei da Mecânica Celeste com a Lei da Mecânica Quantica).

7- Big Bang - tal teoria prevaleceu entre os cientistas durante as décadas de 70 a 90. Agora os cosmólogos se perguntam: “O que teria dado origem ao Big Bang?”

8- As cinco principais naves espaciais acopladas com radiotelescópios em atividade: Hubble, Cobe, Spitzer, Corrot e Kepler.

9- Samadhi, na antiga língua sânscrita, significa adquirir a consciência cósmica, através do exercício de expansão da própria consciência.

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10- Ensinamentos de Osvaldo Polidoro (A Bíblia dos Espíritas - pág. 24):

“Tudo é uma questão de conhecer mais ou menos, para conceituar melhor ou pior, certo ou errado.”

“Quanto mais o espírito evolui, tanto mais se torna Cósmico ou Universal.”

“A Humanidade terrícola começa a despertar para as coisas da Universalidade ... e bem depressa compreenderá a Lei da Unidade, que rege a chamada criação.” (A Bíblia dos Espíritas - pág. 24/25 - aspas nossas)

11- Qual a estrela mais brilhante de nossa galáxia? Resposta: “ETA CARINAE” - está a 7.500 anos luz da Terra, à direita do Cruzeiro do Sul.

Nota - um ano-luz equivale, em números redondos, a 10 trilhões de quilômetros terrestres.

12- “Ridículo: quando o homem quer ter o Universo exposto, sem que haja, para tanto, Causa Determinante, Princípio ou Inteligência!” - Osvaldo Polidoro

FONTES DE CONSULTA (Cosmovisão)

Revistas: Science, New Scientist, NatureAstrophysical JournalWikipedia (Enciclopédia Eletrônica e

Interativa)A Bíblia dos Espíritas - pág. 24/25

www.worldwidetelescope.orgwww.nature.com

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www.journal.uchicago.edu/ApJ3 www.wikipedia.org.br

DEUS

É mais correto chamá-lo PRINCÍPIO.Em realidade, ELE é indefinível. Definir

etimologicamente significa dar os fins, traçar limites. Como é infinito, obviamente, não tem limites.

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Mais precisamente, nenhum ser relativo poderá “conceber” o Absoluto, a não ser através meramente de um periscópio concepcional.

A seguir, forneceremos alguns conceitos transmitidos pelos grandes iniciadores, que remontam às origens dos tempos iniciáticos como RAMA1, ZOROASTRO1, ORFEU1, PITÁGORAS1, PLATÃO1, HERMES1, MOISÉS1, JESUS, e os APÓSTOLOS.

CONCEITOS

1- É a Essência Divina que a tudo Emana, Sustenta e Destina, através de Leis Eternas, Perfeitas e Imutáveis. Tem como atributos ser Onisciente, Onipresente e Onipotente.

2- É Infinitamente Simples em Seus fundamentos e infinitamente complexo em seus desdobramentos.

3- Nenhum de nossos pensamentos saberá concebê-Lo; nenhuma linguagem defini-Lo.

4- O que é incorpóreo, invisível, informe, não pode ser apreendido pelos nossos sentidos.

5- O que é Eterno não pode ser medido pela curta regra do tempo.

6- Alguns eleitos percebem raios de sua perfeição, mas esses iniciados não encontram, em

1 Vida passada de Osvaldo Polidoro.36

linguagem comum, palavras que possam exprimir a visão imaterial, que os fez estremecer.

7- É o Começo que nunca finda.

8- DELE tudo parte; NELE tudo movimenta; e para ELE tudo volta.

9- O de dentro e o de fora, o de cima e o de baixo; tudo é UM, porque só UM é o Princípio.

10- Uma só é a VERDADE e, só com ELA, triunfareis.

11- Origem, Sustentação e Destinação do Espírito e da matéria, dos mundos e humanidades.

12- Sagrado Princípio do Universo.

13- Sagrada Causa Primária.

14- Sagrado Princípio do Todo; Causa Infinita dos infinitos efeitos.

15- É o Ser dos seres.

16- O Senhor do Infinito e da Eternidade.

17- É o Ser que é, foi e será.

18- É UNO, e não Trino.

19- NELE nada cresce nem diminui.

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20- DELE tudo deriva e tudo a ELE retorna.

I – EMANAÇÃO

O “SER SUPREMO” imola-se a si mesmo para produzir tudo o que existe.

É o Supremo sacrifício. (Bhagavad-Gita)Em realidade, o Princípio nada tira fora de Si –

nada cria, mas “emana”. Assim sendo, o termo “Criação” não é o mais adequado para caracterizar esse fenômeno, mas sim “Emanação”. DELE tudo se origina; NELE tudo se movimenta, e para ELE tudo volta.

O Infinito que alberga os dois Universos: cósmico: visível, aparente, objetivo; anímico: invisível, inaparente, subjetivo; é Emanação do Princípio.

Os materialistas e agnósticos admitem, tão somente, o Universo Cósmico. Os espiritualistas, ao revés, admitem ambos. Destarte, os encarnados fazem parte integrante dos dois; ao passo que os desencarnados, tão somente do Universo Anímico.

O termo “criatura” humana é utilizado inadequadamente. Para se utilizar de maior precisão vocabular, será mais correta a denominação “emanatura” humana. Se somos emanados e não criados...

Como já foi dito anteriormente, sendo DEUS infinitamente simples em seus fundamentos e infinitamente complexo em seus desdobramentos, a gravidez, a prenhez e as sementes das plantas nada mais são do que “o prolongamento do poder emanador do Princípio”.

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Tudo o que há de visível e invisível no Infinito é Emanação do PRINCÍPIO SAGRADO. Se ELE nada tivesse emanado, no Infinito somente existiria ELE. Daí porque, ELE é o ETERNO PRESENTE.

II – MOVIMENTO

No Infinito nada está parado. Tudo está em constante movimento, ainda que aparentemente estático.

O Universo Cósmico pode ser comparado a uma sanfona que se contrai e se distende, sem aumentar ou diminuir. Há momentos de contração e distenção. Assim também é o anímico.

Há necessidade de movimentar-se, visando o desabrochamento interno da Centelha Divina.

Os mundos e intermundos movimentam-se. O macro, através das Leis da Mecânica Celeste; e o micro, das Leis da Mecânica Quântica.

Há mundos que ainda não são e, um dia, serão; há mundos que são e, um dia, não mais serão; e mundos que foram e já não mais são, porque já se reintegraram totalmente ao PRINCÍPIO.

O Infinito se caracteriza pelo moto-contínuo.

III – IMORTALIDADE

Em DEUS nada morre. Há um constante transformismo. Um eterno “vir a ser”.

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O que caracteriza o espírito é a sua “indestrutibilidade”. A centelha Divina é indestrutível. Apenas encarna e desencarna; é simplesmente imortal. Assim, ninguém nasce ou morre; apenas encarna ou desencarna.

Daí a responsabilidade de cada filho de Deus após deixar o corpo físico na sepultura. A vida continua além-túmulo. Não acaba ali.

Os materialistas e céticos não admitem a sobrevivência do espírito pós-sepultura. O próprio corpo físico, após a perda da força vital, volta ao laboratório da natureza, a chamada terra-mãe. O cadáver se desidrata e a parte sólida, que nada mais é do que pó organizado, volta a ser, com o tempo, elemento químico. Nada morre. “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” (Lavoisier) É uma realidade já comprovada cientificamente e aceita pela “communis opinio doctorum” (“comum opinião dos doutos”). Como já disse Pierre Teillhard de Chardin: “A terra vive; ela palpita”. (O Fenômeno Humano)

“A imortalidade do espírito é facilmente comprovável pela simples constatação, através da psicografia, incorporação e vidência.” Infelizmente, os religiosismos, que têm ultimamente se unido através do chamado “Ecumenismo”, ao combaterem esse dom dado por DEUS, fazem o jogo dos materialistas e céticos.

Assim, a palavra “morte”, um dia, será riscada do dicionário neste planeta.

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Em DEUS nada morre, tudo vive. O Infinito é um Organismo vivo em perene movimento, sempre se transformando. O “vir a ser” é constante.

IV – EXISTÊNCIA

Ao sermos emanados do PRINCÍPIO, quer queiramos ou não, passamos a “existir” na direção da individualização espiritual. Há um Determinismo Divino. Éramos “imortais” e continuamos a sê-lo. A partir daí, será um constante “vir a ser” (transformismo). Assim, não há como pôr fim à “existência”.

Todos aqueles que, pressionados pelas dificuldades da encarnação, pensam em “desaparecer” da face da Terra, pondo fim a ela, através de algum gesto tresloucado, tentando o suicídio, o fazem por ignorância dessa Lei Fundamental. Sendo “imortais”, não há como deixar de existir. Desta forma, na verdade, estão pondo fim à “encarnação”, não à existência. A vida espiritual continua...

Nesses casos, como o corpo é a ferramenta do espírito, naturalmente ocorre a responsabilização pelo ato praticado. Existe, na região astral inferior, até o conhecido “Vale dos Suicidas”.

Como há os suicídios voluntários (dolosos), existem também os involuntários (culposos), através de vícios de variadas espécies em que ocorre uma antecipação do desencarne.

Se nos intencionais, o desencarne é momentâneo, nos culposos (negligência,

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imprudência e imperícia), muitas vezes se dá de forma lenta, paulatina, de maneira imperceptível. Quem vive “perigosamente”, dirigindo em alta velocidade em local incompatível para tal, não estaria sendo imprudente?

Desta maneira, o número de casos em que essa forma de desencarnação ocorre é muito variada. Basta-nos dar asas à imaginação...

Assim, como na célebre frase de um conhecido ex- Presidente do Brasil, ao deixar em carta testamento “Saio da vida, para entrar na História”, melhor seria dizer: “Saio da encarnação...”. A vida espiritual continua do outro lado...

À guisa de ilustração, a conhecida filosofia Existencialista de J. P. Sartre (O Ser e o Nada; Entre Quatro Paredes, etc.), no que foi influenciado por outros filósofos e seguido por muitos outros, como Simone de Beauvoir, Ernest Hemingway e outros mais sendo de característica niilista, revela nenhum conhecimento da verdadeira vida espiritual. Quantos o seguiram?

A célebre frase de Hamlet (William Shakeaspeare): “To be or not to be – that’s the question”. O “ser ou não ser”; poderia essa dúvida ser entendida como “existir ou não existir”?

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

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1- Da sabedoria Induísta: “Os filhos da UNIDADE, quando disso se apercebem, tanto mais depressa podem atingir a União final, que é o objetivo da existência.” (O Evangelho Eterno - pág. 58)

2- “Deus é Único; enquanto os cristos são ‘infindos’ em números. Todos virão a ser unos com o Pai. Todos os seus filhos virão a atingir esse grau evolutivo.” (O Novo Testamento dos Espíritas – pág. 329)

3- A UNIDADE é a Lei de Deus; o NÚMERO é a Lei do Universo; a EVOLUÇÃO é a Lei da Vida.

Em Deus, tudo começa no UM, desdobrando-se ao Infinito. O UM é Deus Imanifesto, e o Múltiplo é Deus Manifesto. Entre a UNIDADE e a MULTIPLICIDADE está tudo, porque essas palavras querem dizer: “Emanador” e “Emanação”; o Todo e a Sua Manifestação.

Aí está: o Estático e o Dinâmico. O Pai e os filhos. (A Bíblia dos Espíritas - pág. 103)

4- Ninguém vai às profundidades íntimas, a não ser através das Leis Regentes Fundamentais da chamada “criação”.

5- Ser “simples” é uma coisa. Ser ‘inconsciente” é outra.

6- Tomai cuidado antes de concordar com o próximo, pelo simples fato de ser o próximo.

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7- Os filhos de Deus possuem a Verdade em si mesmos.

8- Em matéria de Verdade, há uma “síntese” a ser observada; uma “linha mestra” inelutável a ser respeitada.

9- Deus quer que cada qual conheça as Verdades Básicas e amem tudo quanto é bom, necessário, útil e fraterno. Quer vida “pura e simples”, “amorosa e sublimada”.

10- Alerta: a mentira pode conter elementos de bondade.

11- A sintonia perfeita com o Ser Total: esse acontecimento “não pode ser explicado”. Nenhuma linguagem humana poderia, jamais, consegui-lo, por mais fugidiamente que fosse.

12- Emanação: o termo “criação” é errado, gera conceito falso, porque de Deus, ou do Princípio, tudo é “emanação”. Nada deriva do nada, ou de um Deus que nunca existiu, que tira e tirou tudo de uma cartola de mágicos por meio de mistérios, enigmas, milagres, etc. (Folheto – “Espírito – Perispírito – Chacras” - de Osvaldo Polidoro)

13- “A centelha espiritual ou o espírito, ou aquela partícula de Deus que, tendo sido

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‘emanada’ com todos os valores divinos em potencial, terá de se movimentar através dos mundos e intermundos, até vir a ser Deus em Deus, ou Espírito e Verdade. O que isso é, por ora, foge muito ao poder de concepção dos terrícolas.” (Osvaldo Polidoro)

14- Movimento no Cosmo: as leis da Mecânica Celeste que comandam o Macro, e as da Mecânica Quântica que comandam o Micro são desdobramentos da Lei Fundamental de Movimento.

15- Imortalidade: a maior prova:a) a ressurreição (desencarnação) de Jesus que

“ressurgiu” em Espírito à Maria Madalena, Maria e demais apóstolos;

b) o seu aparecimento ao vidente Saulo na Estrada de Damasco. Esse fato ocorreu em sua “aparição” em espírito.

POESIAA CIÊNCIA DA UNIDADE

(A Bíblia dos Espíritas – pág. 193)

As tradições esotéricas ensinavam a Verdade,Uma chave tendo elas, uma linha fundamental;Essa linha era a grande e pura lei de Unidade,O Manifesto e o Imanifesto, a síntese geral.Não sendo a Sabedoria Antiga uma idolatria,

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Mandava procurar Deus na intimidade em geral;

Sabia que, por evolução, a isso se chegaria,Descobrindo o homem, em si mesmo o Pai

Divinal.Partindo de si, marcharia rumo ao Infinito,A conhecer Deus, na presença do Cosmo

glorioso;Ele sentia a Deus, no grande e no pequenito,Reconhecendo em tudo, Aquele Gerador

Majestoso!Após, vieram as corrupções, surgiram

religiões,Inventaram-se formalismos, puseram Deus

distante;Aviltaram a Verdade, vendendo tantas

simulações,Que em lugar de adulto, o homem deu para

infante.Agora, na estrada que o mundo em si

representa,Guerras, pestes e fomes vigiam a pobre

gentalha;A idolatria pensou, criou, sustentou a

tormenta,E assim fazendo, entregou-lhe a negra

mortalha!

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HABITAÇÃO CÓSMICA

ENSINAMENTOS

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1- “A Casa do Pai tem muitas moradas.” (Jesus)

2- “Cada Humanidade tem a Casa Cósmica que merece.” (Osvaldo Polidoro)

3- “Nesta Humanidade não há doenças, mas doentes de espírito. Acabem com as doenças espirituais e terminar-se-ão as doenças do corpo.” (Osvaldo Polidoro)

4- “A Humanidade Planetária faz parte da Humanidade Cósmica.” (Osvaldo Polidoro)

I – PREÂMBULO

A necessidade de uma moradia.1- Até o amendoim tem a sua residência.Para se abrigarem do desconforto das

intempéries e perigos da convivência em um mundo de expiações, os pássaros têm seus ninhos; os animais, em geral, têm suas tocas; os primatas, suas cavernas.

2- Jesus, em sua passagem pela carne, afirmou: “Os passarinhos têm seus ninhos; as raposas suas tocas e o Filho do Homem não tem onde encostar sua cabeça.”

A propósito, em um mundo espiritualmente inferior como o nosso, em que as riquezas são mal distribuídas, quantos en-carnados encontram-se

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vivendo sem um teto, morando nas ruas, debaixo de viadutos e outros lugares sub-humanos...

II – HISTÓRICO

1- Há milhões de anos, quando este Planeta ainda não existia, dois espíritos foram designados pelo PRINCÍPIO SAGRADO para comandar as Legiões Angélicas, que realizariam a condensação das energias, a fim de que mais uma Casa Cósmica passasse a existir.

2- Foram Eles, Jesus e João Batista; daí a conhecida frase do Divino Mestre: “Antes que este mundo fosse, Eu já era.” Cristificaram-se em outras moradas do Universo Cósmico.

3- Partindo da Luz Divina, através da física dos 9 Estados, chegou-se aos reinos mineral, vegetal, animal e homo sapiens. Inicialmente, ocorreu uma “involução” para, a seguir, iniciar-se o caminho de volta, através da “evolução”.

4- Atingida a bípede verticalidade, deu-se o surgimento da Raça Primitiva – EVA. Originou-se da Terra Mãe, através do poligenismo (múltiplos casais) e não do monogenismo (único casal), como veremos adiante ao estudarmos “Evolução”.

5- Passados alguns milhões de anos, há cerca de 480.000 anos atrás, em um orbe da Estrela

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Capela – Alfa da Constelação do Cocheiro – houve a necessidade de uma “profilaxia”.

6- Espíritos moralmente degradados deveriam ser degredados para uma morada inferior, mais nova. No Programa Divino para aquela Casa Cósmica, deveria ocorrer uma varredura, uma faxina espiritual.

7- Assim, espíritos que não mereceram herdar aquele orbe em seus futuros ciclos foram entregues ao Diretor Planetário da Terra.

8- Deu-se a aplicação da Lei das Migrações Interplanetárias.

9- Adventícios vieram compor com a Raça Primitiva (EVA) a nossa lotação planetária.

10- Consequentemente, ADÃO e EVA são, na verdade, a junção de duas comunidades – Adamita e Evita.

11- A lotação planetária, composta de desencarnados e encarnados, é de 72 bilhões de espíritos.

12- Atualmente na carne, há mais de 7 bilhões de espíritos, dos quais China e Índia, somados, representam 2 bilhões e 500 milhões; portanto, mais de um terço.

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13- A Terra, de lá para cá, passou por vários dilúvios, mudando sua configuração geográfica por cinco vezes. O último foi o de água, conforme o Livro do Gênese. Não expulsou ninguém. A natureza tornou-se ainda mais bela.

14- Por outro lado, há um PROGRAMA DIVINO para mundos e humanidades.

15- O Planeta já passou por sua infância espiritual e está agora na fase crepuscular da Juventude.

16- Será possível passar para o próximo ciclo – o da Maturidade – sem que, por simetria, ocorra uma faxina? Dadas as condições atuais, a resposta, a toda evidência, só poderá ser não.

17- Deverá, antes, sofrer uma profilaxia. Espíritos moralmente degradados deverão igualmente ser degredados, conforme a previsão apocalíptica – os chamados “fora daqui”.

18- Assim, infelizmente para nós, antes do Novo Céu e Nova Terra, previstos em Isaías 11, ocorrerá a separação entre cabritos e ovelhas, simbolicamente citada no Sermão Profético de Jesus – Mateus 24 e 25 e no Apocalipse, cap. 21.

19- Isso acontecendo, espíritos mais harmônicos herdarão a Terra dos futuros ciclos. A

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humanidade terráquea passará a viver de um mundo de expiações ao de provas.

Como em Isaías 11, os animais que hoje se entredevoram na “strugle for life”, como afirmou Charles Darwin, irão viver em paz uns com os outros.

Para onde caminhará?O objetivo final será a Jerusalém Celestial, que

não se confunde com a atual Jerusalém terrena, local de ódios e guerras entre facções religiosistas – chamada ainda hodiernamente e de forma indevida de “Terra Santa”.

20- Com o Dilúvio de Fogo (terremotos, erupções vulcânicas e outros acontecimentos), 2/3 da lotação planetária, divididos em duas porções, serão entregues pelo Diretor deste Planeta para os respectivos Diretores de dois outros que estão em fase semelhante à da Terra de 480.000 anos atrás.

21- Da mesma maneira que muitos adamitas recuperados já voltaram para aquele orbe, outros que igualmente poderiam fazê-lo, por terem adquirido laços familiares e afetivos, aqui preferiram ficar.

22- Da mesma forma, deverá ocorrer desta vez. Espíritos daqui irão, em Missão, ajudar o progresso espiritual e material desses dois novos mundos.

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23- Muitos dos Adventícios, uma vez recuperados, merecerão voltar; bem como outros, em igual situação, optarão por lá permanecer.

24- Com a injeção adventícia, filósofos, cientistas, artistas, entre outros irão ser lá os vanguardeiros. Serão os ponteiros nas conquistas evolutivas de suas respectivas qualidades e virtudes, colaborando para o progresso, da mesma maneira que anteriormente o foram os adamitas aqui. Serão nesses mundos os Michelângelos, Leonardos da Vinci, Einsteins, etc...

25- O nosso Mestre informou que já esteve em ambos os orbes e verificou que irão habitar corpos um pouco inferiores aos encontrados aqui pelos Adamitas.

26- É provável que assim seja, em razão da reincidência de muitos. Nesses casos, sempre há aumento de responsabilidade.

III – A ORGANIZAÇÃO ASTRAL

Assim está disposta:

1- Diretor Planetário

2- Direção Planetária (a qual pertence Mãe Maria)

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3- Sete escalões distribuídos de forma piramidal. Na base ficam os espíritos mais novos, recém-ingressados na bípede verticalidade.

4- Quem são os chefes de escalões? Maria Madalena, João Evangelista, Lucas, Isaías, Jeremias, Buda e Pedro.

5- O número 7: como é sabido, o nosso Planeta é setenário. Os historiadores costumam afirmar que, realmente, se trata de um número mágico, místico e misterioso... O número 7 está presente em vários aspectos da natureza. Para exemplificar, vejamos:

são 7 escalões espirituais7 céus7 cores fundamentais do arco-íris7 dias da semana7 orifícios nos homens7 chacras7 plexos7 notas musicais

No Apocalipse são: 7 anjos7 trombetas7 comunidades7 estrelas (chefes de comunidades)

Jesus ensinou: “Não perdoai 7 vezes, mas 70 vezes sete”.

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6- Relativamente aos sete céus – eles são constituídos de sete círculos concêntricos e superpostos, a partir do centro da Terra. Quanto mais para fora, tanto mais evoluídos. Há céus: inferiores, intermediários e superiores.

7- As quatro regiões astrais. São elas:

a) subcrosta;b) zona sobre a superfície da Terra (faixa de 70

km);c) após, os umbrais até 1.300 km;d) a seguir os céus intermediários e superiores.

8- Com a Cristificação (8° Céu, ou Intermundos) passa-se a pertencer à Comunidade Crística ou Divina Providência.

IV – INDICADOR

1- Encarnam, por dia, aproximadamente 220.000 espíritos.

2- Desencarnam cerca de 200.000 espíritos.

3- 80% dos que desencarnam o tem feito de forma “destrambelhada”; isto é, de forma bastante ruim. Assim, apenas 20% tem merecido recolhimento.

4- Dos espíritos mais evoluídos, 80% estão em corpos femininos.

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5- Como características de mundo espiritualmente inferior, o Planeta tem:

a) áreas inóspitas, hostis, de vida difícil para os encarnados; são os desertos gelados (calotas polares) e desertos excessivamente quentes;

b) 500 vulcões ativos;

c) centenas de vulcões submarinos - ex.: Japão, Oceano Pacífico;

d) fenômenos climatéricos desastrosos: El Niño e La Niña;

e) áreas condenadas (futuros terremotos) – Falha de Santa Andrea – Califórnia – EUA;

f) doenças deste início de milênio – AIDS e outras que já estavam controladas e estão reaparecendo: tuberculose, lepra, etc.;

g) zonas cármicas – ex.: Sudão e Etiópia;

h) centenas de instituições religiosas, bloqueadoras da Lei Fundamental: Revelação;

i) somadas todas as organizações criminosas que exploram o lenocínio, jogos, tráfico de drogas e outras mazelas, tais como as máfias Siciliana (Cosa Nostra), Napolitana (Camorra), Americana, Russa, Japonesa e outras manipulam um orçamento maior que o do nosso país.

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Em suma, neste início de milênio, lamentável e infelizmente para todos os terráqueos, a nossa Casa Cósmica está pronta para a “Grande Varredura”.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

1- “O livro de Deus”“Meu livro é o Todo Infinito,É no seio do qual eu habito,Porque Sou a Essência e a Vida,E emanar, sempre, será a Medida.”(Livro de Orações - 1o volume - pág. 93)

2- “Dias de Tormenta”“Porém, ouvi, tende paciência e bom cuidado,Que tragédias, lutas e dores, em profusão,Até o século que vem, bem pelo seu meado,Varrerão a Terra, e lutos fartos deixarão.”(Livro de Orações - 1o volume - pág. 84)

3- “Habitação Universal”“Os mundos são as muitas casas do Pai,

segundo a expressão de Jesus. A matéria é para servir o espírito. A realidade é simples: da Terra são vistos, ao longe, outros mundos e, dos outros mundos, a Terra é vista. O Infinito contém aquilo que é a Manifestação de Deus.”

4- “A Terra”

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“É um instituto correcional de degradados e degredados.” (O Céu Maravilhoso)

5- “O Édem Perdido”Não é o que fala a corrupção do Pentateuco,

mas o mundomelhor de onde vieram os Adamitas. Assim irão ser aqueles dois mundos inferiores, que irão hospedá-los...

6- Ter coroas trevosas para o exterior é muito depreciável.

7- O Céu primeiro ensina.Depois, dá tempo.A seguir, cobra contas.(Osvaldo Polidoro)

8- A Terra“É um país cósmico, de ordem medíocre.” -

Confissões de um Padre Morto

9- A TerraÉ um mundo assaz inferior.Os perigos: há muitos tardos de coração e

fartos de malícia, fracos de reais conhecimentos e fortes de presunção - Verdades Imortais - Osvaldo Polidoro

10- A Bíblia trata Deus como ser antropomórfico. Diz que Ele trabalhou seis dias para “criar” a Terra, tendo que descansar no 7o.

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11- Observação:Será que a Mente Universal, que emanou todo

o Universo Cósmico, teria que “descansar” para “criar” apenas e tão somente um grão de areia cósmico? Dentro desse raciocínio, para “criar” todo o Cosmo, quanto teria de descansar?

12- O Evangelho Segundo o EspiritismoO capítulo III - item 3 - ensina sobre a

existência de cinco modalidades de mundos materiais: primitivo, de expiações e provas, regeneradores, felizes e celestes. Estes últimos, morada de Espíritos Puros, onde o bem reina sem mistura.

Há líderes espíritas ensinando: “Estamos num momento em que a Terra, lentamente, vai deixando de ser um mundo de expiações e provas, para ser um mundo de regeneração.”

“O século passado foi de ciência e tecnologia. O atual (XXI) será do amor, das artes, da fé religiosa.” (em palestra proferida na Universidade Camilo Castelo Branco - Itaquera - SP - por um deles, em 18.01.2001)

13- Esquecem-se que, antes, deverá ocorrer uma grande profilaxia, semelhante à ocorrida no Orbe da Estrela Capela, conforme previsões no Sermão Profético de Jesus. (Mateus - 24 e 25 e Apocalipse)

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14- “A cada matiz de grau cabe o justo local de estada e ocupação.” - Moral, Amor e Revelação - pág. 62

REVELAÇÃOPRIMEIRA PARTE

I – PREÂMBULO

1- A Revelação é uma das Leis Regentes Fundamentais, válida para todo o Infinito e, como tal, aplicável também ao grão de areia cósmico que é o nosso Planeta.

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2- Sendo uma Lei Divina, emanada de DEUS, humanidade alguma do Universo Cósmico pode dela prescindir sem que lhe ocorra grave prejuízo.

3- Ao revés, ai daquele que a “sufocar”, colocando em seu lugar rituais, liturgias, mistérios ou enigmas.

4- Ela é a Luz do Mundo. Sem Revelação, uma humanidade cai na escuridão; fica órfã, porque não realiza o intercâmbio entre os dois planos da vida, entre encarnados e desencarnados.

5- É instrumento que ilustra, adverte e consola os que estão na carne.

6- No plano astral, os espíritos mais evoluídos se diminuem, se reduzem para se mostrarem; isto é, se revelarem aos de menor grau hierárquico.

7- A comunicação entre os dois planos da vida se dá através dos dons espirituais dados por DEUS aos Seus filhos encarnados.

8- Na Bíblia, o conjunto de dons espirituais é chamado por Jesus, o Cristo, de “Espírito Santo”. No Evangelho de João, é conhecido por “Paráclito”.

9- Paulo de Tarso (I Ep. aos Coríntios – cap. 12) os chama de “carismas”. Kardec, no século passado, os denominou “mediunidade”.

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10- Nos movimentos modernos, como a parapsicologia, são referenciados ainda como percepção extra-sensorial, paranormalidade, sensitividades, etc. equivocadamente, entendem como fenômemos “incomuns” da mente humana.

11- Na verdade, significam uma só coisa; isto é, talentos que DEUS concede a Seus filhos, para possibilitar sadiamente, o Cultivo da Revelação.

12- Servem de intermediários entre ENCARNADOS e DESENCARNADOS.

II – A NECESSIDADE DO ESTUDO DA HISTÓRIA

Como é sabido, a História é a mestra da vida; nós somos um produto histórico. Para entendermos o que somos hoje, há necessidade de remontarmos às origens, ao desenvolvimento através dos tempos, até chegarmos ao ponto em que estamos.

Quem não tem essa “visão síntese” acaba por pensar que conhece a realidade que o cerca, mas, entretanto, isso não ocorre. Termina, na maioria das vezes, aceitando, sem qualquer investigação mais apurada, verdades que na realidade são falsas.

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A nossa humanidade está muito acostumada, salvo honrosíssimas exceções, a tomar a nuvem por Juno.

Desse fato, se aproveita a maioria das instituições religiosas para impor aos incautos, desinformados ou mal informados, suas fobias pela Revelação, chamando-a ora de “coisa do diabo”, ora de “intercâmbio com os demônios”. Demônio vem do grego “daimon” e significa, simplesmente, “espírito mensageiro”; nada mais.

III – ANTECEDENTES HISTÓRICOS

A Revelação é tão velha quanto a impropriamente chamada “Criação”. Desde muitos milênios, a Revelação vem sendo cultivada em nosso Planeta em locais fechados.

Nos cenáculos antigos, a Revelação era realizada por espíritos de escol de forma esotérica; isto é, ocultada dos profanos. Isso se dava em razão dos perigos que corriam seus cultivadores, devido às perseguições realizadas pelos líderes religiosos de culto exterior. Para não se tornarem “vulneráveis” a tais perigos de vida, é que o intercâmbio entre encarnados e desencarnados se dava nos cenáculos fechados e secretos; fazia parte da Doutrina Secreta dos Iniciadores. Dentre os mais conhecidos historicamente, podem ser citados: Rama, Krishna,

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Zoroastro, Orfeu, Pitágoras, Hermes Trimegistos, João Batista e Jesus.

A Bíblia Judeu-Cristã, como é fácil de se perceber, é um verdadeiro “tratado mediúnico”. Do Gênese ao Apocalipse, está repleta de comunicações vindas de DEUS, trazidas por Espíritos Mensageiros.

Tais comunicações em formas de avisos, ensinos e graças, só foram possíveis porque, concomitantemente, DEUS enviou à carne espíritos de escol dotados de excelentes dons espirituais. Os exemplos são facilmente enumeráveis, basta que, em vôo de pássaro, se dê um passar de olhos sobre ela, para se notar que os Patriarcas, MOISÉS, ISAÍAS, JOEL, EZEQUIEL, MALAQUIAS e demais profetas foram simplesmente grandes médiuns. Assim também João Batista, Jesus, Pedro, Paulo, João Evangelista e demais Apóstolos.

Não tivesse DEUS os dotado de dons mediúnicos, e Eles não teriam podido receber as mensagens dos ANJOS, bem como realizar os inúmeros fenômenos, largamente encontrados na Bíblia...

Como se percebe, se ela fosse excluída da Bíblia Judeu-Cristã, essa passaria tão somente a ser, ao invés de um tratado revelacionista, um tratado histórico-filosófico, nada mais.

IV – A GENERALIZAÇÃO DA REVELAÇÃO

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Historicamente, é facilmente constatável que DEUS ordenou a Primeira Generalização das Comunicações Espirituais por MOISÉS. Foi esse grande vulto que abriu as portas dos cenáculos fechados, realizando o Primeiro Pentecoste entre os Hebreus no deserto, conforme se lê em Números, cap. 11: “Quem dera que o Senhor desse do seu Espírito, e toda a carne profetizasse.”

Note: toda a carne, e não só alguns...Moisés, que era um médium incandescente,

recebeu os DEZ MANDAMENTOS no Sinai, por via espiritual. Portanto, o Decálogo lhe foi “revelado”.

V – O FIO INVISÍVEL DA HISTÓRIA

Tivessem as comunicações espirituais seguido seu curso normal, através dos tempos, a humanidade hoje estaria em um grau evolutivo esplendoroso.

A Revelação, sendo a luz do mundo, a todos conscientizaria da imortalidade e responsabilidade do espírito e demais Leis Regentes e, assim, iluminados pela Verdade, os filhos de DEUS, lotados neste Planeta, certamente seguiriam o Dourado Caminho do Meio, o Caminho da Verdade, que conduz à Sagrada Finalidade do Espírito – DEUS.

O que se observa a seguir é que ocorre a profecia de Moisés, antes de desencarnar no

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Monte Nebo. Afirmou Ele: “Israel irá trair seu DEUS e, por essa razão, será espalhado pelos quatro cantos do mundo.”

O culto exterior volta a preponderar entre os Hebreus. O sacerdócio Hebreu, originariamente de culto revelacionista, torna-se de culto exterior. Surgem os vícios formais.

Os profetas enviados por DEUS passam a ser perseguidos pelos religiosos profissionais, e o mundo da época volta às trevas da “encenação”.

Estabelecida novamente a escuridão, vem à carne SAMUEL para “reorganizar” os cenáculos fechados junto ao Mar Morto e Lago Morto (locais, alguns séculos depois, utilizados por Jesus e João Batista para se “educarem” nas Iniciações). Volta-se ao cultivo oculto da “Revelação”. Joel profetiza (cap. 2, 28): “Derramarei do meu espírito sobre toda a carne e vossos filhos e filhas profetizarão, vossos velhos terão sonhos, e jovens, visões.”

Conforme as profecias de Isaías e Malaquias, Melquisedec e Elias deveriam voltar à carne. Precedidos dos avisos do Espírito Mensageiro Gabriel, Elias reencarna seis meses antes com o nome de João Batista, e Melquisedec com o nome de Jesus.

Ambos, com pouco mais de 13 anos, são enviados aos cenáculos do Lago Morto (nas fronteiras com o Egito) e Mar Morto, respectivamente. Depois de se prepararem adequadamente para as tarefas que teriam de realizar, tornam-se “GRANDES MESTRES” e

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preparam uma coroa de espíritos encarnados para auxiliá-los na tarefa evangelizadora.

João Batista, com 29 anos e meio, como precursor, saiu seis meses antes para “preparar” o caminho para que Jesus pudesse realizar Seu trabalho Evangelizador.

Cercado de uma coroa de espíritos encarnados, discípulos Seus, nas margens do Rio Jordão, jogava simbolicamente água sobre as cabeças de Seus ouvintes, dizendo que batizava em água; mas que Ele, o Messias que viria, batizaria em espírito.

Com isso, João Batista, a toda evidência, procurava “visualizar” suas informações àquelas pessoas. Referia-se, é óbvio, ao novo “DERRAME DE ESPÍRITO” no Pentecoste; isto é, nova tentativa de abertura dos cenáculos, agora Nazireus, através de “nova” generalização das comunicações espirituais.

Jesus, em suas andanças pela Judeia, Samaria e Galileia, realizou inúmeros fenômenos mediúnicos. Dotado de Dons Espirituais sem Medida, como Médium Perfeito que era, tendo anjos e arcanjos subindo e descendo sobre sua cabeça, fez o cego ver, o mudo falar, o surdo ouvir, o coxo andar, o leproso sarar, o morto ressuscitar; realizou prodígios da multiplicação de pães e peixes e da transformação de jarras de água em vinho, como ocorreu nas bodas de Caná, na Galileia.

Todos os fenômenos realizados por Jesus e discípulos, principalmente da expulsão de espíritos imundos, foram realizados através de

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dons mediúnicos e com a colaboração da coroa de Espíritos Mensageiros de DEUS, que os envolvia.

O fenômeno mais marcante da doutrinação, verdadeiro ponto fulcral para bem se entender essa digressão histórica, está na conhecida passagem em que, estando na companhia de seus discípulos mais chegados, teria dito: “Pedro, tu és pedra; e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” – Mateus, 16,17. “Eu te darei as chaves do reino dos céus e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus; e tudo o que desligares na Terra, será desligado nos céus.” – Mateus 16,19. Isso, a toda evidência, contraria o disposto no cap. 13 do Apocalipse, em que ela aparece como a Besta..., ébria do sangue dos santos e mártires de Jesus – cap. 17 (estudar a Inquisição), e que, com os acontecimentos, será precipitada e jamais será encontrada, uma vez que todas as nações foram seduzidas por seus malefícios – cap. 18.

Sobre essa passagem é que a Igreja Romana fundamenta a sua autoridade e razão de existir. Realmente esse é o nó górdio a ser desatado por todos os filhos de DEUS lotados no Planeta, para entenderem bem o grande equívoco que representa essa falsa afirmação.

Essa mensagem foi incrustada no Novo Testamento pela Igreja Romana, por ocasião da feitura da Vulgata Latina, entre os anos 380 e 410 d.C., pelo encarregado da tradução da Septuaginta para a versão latina, o poliglota Jerônimo.

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Em verdade, o que Jesus disse, após maravilhoso fenômeno de visão, foi o seguinte: “Bem aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi a carne nem o sangue quem te ‘revelou’ isso, mas o Espírito Santo. Em verdade vos digo, sobre esta ‘Pedra’ (a Revelação) edificarei a Doutrina do Pai, e as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela.” (Evangelho Eterno – pág. 35)

Como se vê, toda a doutrina que Jesus pregou estava fun-damentada sobre a “PEDRA”, isto é, a Revelação. Bastará examinar atentamente toda a vida pública de Jesus, para facil-mente concluir, e logicamente admitir, que a Revelação sempre esteve presente em suas pregações. Ela era a “Luz do Mundo”. Sem ela, o Planeta viveria nas “trevas”.

Observa-se, ao examinar os Evangelhos, que uma séria luta se trava entre o Messias e o Sinédrio.

Suas teses eram diametralmente opostas. Eram antagônicas. De um lado, o Messias com a REVELAÇÃO; e do outro, os religiosos profissionais de cerimônias tarifadas e exteriores em verdadeira ENCENAÇÃO.

Essa era a dialética da época: ENCENAÇÃO versus REVELAÇÃO. Trevas contra Luz. A força bruta, cega, contra a inteligência e a lucidez do espírito. Infelizmente, para a nossa humanidade, venceram as primeiras.

Com o assassínio de Jesus no Monte do Gólgota, a Encenação mais uma vez preponderou e a humanidade perdeu, novamente, excelente

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oportunidade para reingressar no Caminho do Senhor, no Caminho da Verdade.

Reaparecendo Jesus em Espírito, aos Seus discípulos e familiares disse: “Recebereis a virtude do Espírito Santo e ser-me-eis testemunhas não só em Jerusalém, mas em toda a Judeia, Samaria e até os confins da Terra.” (Atos, cap. 1) Logo a seguir, como bem registra o mesmo Livro dos Atos no cap. 2, ocorre Novo Derrame de Espírito.

Dá-se o PENTECOSTE, em praça pública de Jerusalém. No dia em que judeus de todas as partes do mundo conhecido da época vinham celebrar o dia da Páscoa, deu-se mais uma vez o Derrame de ESPÍRITO.

Quando muitas pessoas passaram a receber espíritos e falar línguas diversas, os judeus visitantes, não entendendo o fenômeno, dando de ombros, disseram: “Devem estar embriagados de vinho doce.” Ao que Pedro respondeu: “Na verdade, está se realizando uma profecia, como ficou dito por Joel, 2, 28: “E derramarei do meu espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e filhas profetizarão, vossos velhos terão sonhos e vossos jovens, visões.” Era mais uma tentativa de DEUS, no sentido de deixar a Revelação reposta no mundo.

Com as perseguições do Sinédrio, os apóstolos saíram para o mundo, levando a Doutrina do Caminho do Senhor e realizando os mesmos fenômenos que Jesus realizara anteriormente. Conforme as palavras do Divino Mestre aos seus

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seguidores: “O que eu posso fazer, vocês também podem e mais ainda.”

O Livro dos Atos dos Apóstolos registra fenômenos mediúnicos realizados junto às diversas comunidades do Oriente Médio, não só de Paulo, mas de Pedro e demais Apóstolos.

A Epístola de Paulo aos Coríntios elenca os vários “carismas” no cap. 12, e nos capítulos 13 e 14 ensina como orar em conjunto, realizando uma reunião mediúnica ou revelacionista.

Com a disseminação da Doutrina do Caminho do Senhor, a Revelação estava no mundo conhecido. O cultivo da Revelação era uma realidade, e as comunidades conscientizadas deixaram de lado o culto exterior, a “ENCENAÇÃO”.

VI – AS TREVAS RESSURGEM

No início do século IV de nossa Era, o Império Romano, sob o aspecto bélico, encontrava-se enfraquecido. Conscientizadas, as pessoas não tinham mais motivação para pertencer as suas legiões guerreiras. Dessa forma, urgia forjar algo que proporcionasse condições para ressuscitar o antigo esplendor do Império.

Em 313 d.C., o Imperador Constantino Cloro falseou uma visão, afirmando que vira uma cruz

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flamejante na qual estava escrito: “In hoc signo vinces”, ou seja, “Com este sinal vencerás”. Fundou a Instituição Religiosa Romana, copiando sua organização do antigo Sinédrio Judeu, tendo como chefe o Sumo Pontífice, cargo ocupado na época de Jesus por Anás. Através do seu conhecido Edito, instituiu o culto às imagens e proibiu o cultivo da Revelação, chamando-a de “coisa de Belzebu”.

A partir dessa época, todos os cultivadores da Revelação seriam chamados de “bruxos”. A Encenação volta uma vez mais à cena e a preponderar sobre a Revelação. As trevas vencem novamente a Luz. Estabeleceu-se o seguinte adágio: “Nada acima da Igreja, nada contra ela, nada fora dela; tudo nela e tudo por ela.” Fora da Igreja não há salvação. Os que estivessem fora, ou contra ela, cometeriam crime de “heresia”. Os hereges seriam condenados, após sofrimentos em masmorras, às fogueiras da Inquisição.

VII – A IDADE MÉDIA

Com a queda do Império Romano e o surgimento do Feudalismo, a nova instituição religiosa dominou totalmente o mundo conhecido. Essa era ficou conhecida historicamente como a “idade das trevas”. Não só cultural, mas espiritualmente.

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Surge o Obscurantismo. O mundo escureceu. A Revelação estava banida. Aqueles que eram dotados de dons espirituais e pertencessem a seus quadros eram “santificados”; tornavam-se “santos”. Os demais foram “torrados” nas fogueiras da “Santa Inquisição”.

Instituiu-se o “Index Librorum Inquisitionis”, isto é, o “Ín-dice dos Livros da Inquisição”. Com essa instituição, ocorreu mais uma profecia. Seu surgimento foi “previsto” pelo Apóstolo João Evangelista, conforme se lê no capítulo 13 e seguintes do Apocalipse.

A violência dessa instituição era tanta que lhe foi mostrada pelo Anjo que relatou os acontecimentos porvindouros como uma “Besta”, uma verdadeira “fera”.

VIII – OS TEMPOS MODERNOS – O ILUMINISMO

No século XV, com o advento das Grandes Invenções e Grandes Descobrimentos, iniciou-se um “ressuscitamento” em todos os campos da cultura.

Com o desfazimento dos “feudos”, surgem novamente as “CIDADES”. As chamadas “Cidades-Estado”. Roma torna-se Estado-Pontifício. O Sumo Pontífice era o seu Príncipe.

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Concomitantemente, começam a encarnar espíritos pregando o Renascimento em todos os campos da atividade humana. Não mais dogmas obscuros e absurdos. Surge o “Humanismo”.

O que caracteriza precipuamente o “ser humano” e o distingue dos animais inferiores é a “razão”. O mundo deveria ser “iluminado” pela razão.

Aparecem filósofos como Descartes, Spinoza; os franceses iluministas Voltaire, Diderot, D’Alambert e Rosseau.

Com a unificação das cidades, surgem os Estados-Nações. Esses passam a ser governados por monarcas que eram “coroados” pelos Sumos Pontífices, dando-lhes a condição de Reis Absolutos, por Direito Divino. É o “L’Etat c’est moi” (“O Estado Sou Eu” – do Rei Luiz XIV, da França).

Com a assimilação da “filosofia iluminista”, pelos revolu-cionários franceses, dá-se a Queda da Bastilha em 1789. Com ela, cai na França a Monarquia Absoluta.

O Estado-Nação que tinha a Instituição Romana como religião oficial torna-se laico. Na prática, dá-se na França a separação entre o Estado e a Igreja (oficialmente em 1905).

Assim estava aberto o caminho, após quinze séculos de trevas espirituais, para o restabelecimento da Revelação.

Em 1804, DEUS manda à carne, em missão Restauradora, Elias. Cumprindo o profetizado por Jesus: “Ainda tenho muitas coisas para vos

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ensinar, mas vós não podereis suportá-las agora.” “Mais tarde, quando Elias vier de novo, vos ensinará todas as coisas.” Elias seria Aquele que ensinaria a VERDADE pelos séculos afora.

Após educação esmerada e senhor de grande cultura humanística, trabalha com perto de 1.100 grupos de médiuns.Ocorre novo “Pentecoste” – novo “Derrame de Espírito”. Reinicia-se a “iluminação espiritual” do Planeta. Trava-se nova disputa entre as antagônicas doutrinas – Encenação versus Revelação.

Com o nome de Denizart Hippolyte Leon Rivail, conhecido como ALLAN KARDEC, Elias coloca em ordem todas as comunicações espirituais recebidas, deixando ao mundo a sua conhecida “Codificação”.

Significava tão somente o início da Restauração da Doutrina do Caminho do Senhor. Apenas “início”. Seria uma espécie de “abecedário”. Após muito trabalho, desencarnou em 1869.

Em Obras Póstumas, ficou dito que deveria retornar à carne: “Voltarás em um novo corpo, na terra do Cruzeiro do Sul, no fim deste século, ou no começo do próximo, e (lá) ‘terminarás’ a Obra”.

O trabalho apenas iniciado na França deveria ser concluído no Brasil.

IX – OS TEMPOS CONTEMPORÂNEOS

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A Proclamação da República no Brasil ocorreu um século após a correspondente na França – 1889. Tornando-se Estado laico, analogamente ao ocorrido na França, adotou a separação da Igreja, com total liberdade religiosa.

DEUS enviou maravilhosos espíritos precursores, a fim de preparar o caminho para ELIAS vir à carne, terminar a “Obra Restauradora”. Manda João Evangelista que, como Barão do Rio Branco, torna de forma pacífica, diplomaticamente e sem guerras, o Brasil com a forma geográfica de um imenso coração.Após, Lucas, exercendo a medicina, com o nome de Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante, ficou conhecido como o Kardec brasileiro.

Dessa forma, no início do século XX, em 1910, encarnam Elias (com o nome de Osvaldo Polidoro) e aquele que fora o autor da Divina Comédia - Dante Alighieri - e também conhecido co-partícipe da revolução francesa, com o nome de Francisco Cândido Xavier.

Chico Xavier, trabalhando incansavelmente como médium e doutrinador, deixou vasta literatura mediúnica, já traduzida inclusive para vários idiomas. Psicografou, recebendo mensagens de espíritos que transmitem tão somente informações “pessoais”, colhidas nos planos espirituais em que se encontram. São mensagens

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“limitadas” aos planos espirituais a que pertencem.

Osvaldo Polidoro, vindo com a missão de “terminar” a Obra Restauradora somente iniciada no século passado, deixou igualmente grandes obras escritas, compostas de livros, livretes, artigos em jornais espiritualistas e milhares de folhetos disseminados à várias partes do mundo. “Filtra” tudo diretamente do PRINCÍPIO.

A Absoluta Obra, sem sombra de dúvida, é EVANGELHO ETERNO E ORAÇÕES PRODIGIOSAS, profetizada no capítulo 14, 1 a 6 do Apocalipse. Essa “profecia” já é uma realidade. Seu trabalho encontra-se concluído. Todas as informações que deveria transmitir ao mundo já aconteceram.

Como KARDEC não pôde escrever sobre o Livro dos Atos, as Epístolas e o Apocalipse, nesta vida escreveu exaustivamente sobre tudo.

X – A REVELAÇÃO NOS DIAS DE HOJE

Como é sabido, nas comunicações espirituais funciona a “Lei das Equidades Vibracionais”.

Como há espíritos encarnados de diferentes níveis, há igualmente diversos níveis de cultivo da Revelação. Vigora o prin-cípio “semelhante atrai semelhante”.

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No Brasil, particularmente encontramos:a) Candomblé Africanob) Umbanda (forma negativa: Quimbanda)c) Sessões Kardecistas – também conhecidas

como “Mesa Branca”.d) Reuniões Divinistas

a) CANDOMBLÉ AFRICANOComo há espíritos mais novos, recém

ingressados na bípede-verticalidade, como é o caso das comunidades africanas e outras regiões similares no Planeta, o intercâmbio entre os dois planos se dá naquele nível.

b) UMBANDACom a colonização portuguesa, deu-se a

imigração de colônias africanas para a escravatura. Os seus membros cultivavam o Candomblé. Por imposição da religião oficial dos tempos do Império, foram obrigados a introduzir em seus rituais “santos” da Igreja Romana. A Umbanda tornou-se, então, um “sincretismo religioso”, uma miscigenação de ambas as religiões.

c) SESSÕES KARDECISTASSão realizadas não em terreiros como as

anteriores, mas em lugares normalmente fechados e cobertos, e as correntes são realizadas em torno de uma mesa.

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Procuram realizar sessões “semelhantes” às da época de Kardec. Com isso, acabam por tornarem-se “limitadas” a espíritos de pouco nível espiritual, particularmente nas chamadas sessões de desobsessão. Cultivam mais as faculdades passivas de incorporação de espíritos.

d) REUNIÕES DIVINISTASAs correntes são realizadas como as

Kardecistas, porém “não há limites” às comunicações espirituais.

Cultivam-se mais os dons mediúnicos ativos (vidências, dupla vista, desdobramentos, etc.) e menos os passivos.

Quanto mais elevado o nível espiritual alcançado pelos participantes, tanto mais a ocorrência de relacionamentos de planos espirituais correlatos.

Prega que todos os “ismos” ligados às pessoas e instituições deverão ir acabando no Planeta para se cultivar unicamente o DIVINISMO; isto é, DEUS.

CONCLUSÃO

Como pode-se observar, ao longo da História da Humanidade Planetária, tem-se travado uma

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luta ferrenha entre Revelação e Encenação – Luz e Trevas. Como a Revelação é uma das Leis Divinas Fundamentais, ela obviamente irá preponderar. Entretanto, para que isso possa ocorrer, há necessidade de uma limpeza no Planeta. As religiões sectárias e encenadoras que combatem a Revelação, deverão desaparecer. Serão varridas. A profilaxia dar-se-á através das hecatombes previstas no Apocalipse – o último livro da Bíblia.

Restabelecida a Revelação, a Humanidade Planetária, após o Dilúvio de Fogo, reencontrará o Caminho da Verdade e rumará para a Sagrada Finalidade de sua existência; isto é, a volta ao PRINCÍPIO de onde um dia foi emanada.

Após o Apocalipse, no Novo Céu e Nova Terra, o dom espiritual a ser cultivado, em mais larga escala, será o da vidência. Entre todos eles, considerado o mais elevado e sublime, juntamente com o dom dos predestinados.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – I

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo que descerá sobre vós e me sereis testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até as extremidades da Terra.” - Atos 1,8

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“E foram todos cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em várias línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” - Atos 2,4

“Estando Pedro ainda proferindo estas palavras, desceu o Es-pírito Santo sobre eles, como também tinha descido sobre nós no princípio...” - Atos 11,15

“E, havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falaram em diversas línguas, e profetizaram.” - Atos 19,6

“Senão que o Espírito Santo me assegura por todas as cidades, dizendo que me esperam em Jerusalém prisões e tribulações.” - Atos 20,23

“Por eficácia de sinais e prodígios, em virtude do Espírito San-to, de maneira que desde Jerusalém e terras comarcas ao Ilírico, tendo enchido tudo do Evangelho de Cristo.”- Romanos 15,19

As nove manifestações fundamentais:“E a cada um é dada a manifestação do Espírito

para proveito. Porque a um é dada pelo Espírito a ciência, a outro a fé, a outro a graça de curar as doenças, a outro a operação de milagres (prodígios), a outro a variedade de línguas e a outro a interpretação das palavras.” Paulo – Primeira Epístola aos Coríntios - capítulo 12

Assim procediam os primeiros cristãos nas suas reuniões:

“E assim as línguas são para sinal, não aos fiéis, mas aos infi-éis; porém, as profecias, não aos infiéis, mas aos fiéis. Se, pois, toda a Igreja

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(comunidade) se congregar em um corpo e todos falarem línguas diversas, e entrarem, então, incrédulos, ou infiéis, não dirão, porventura, que estais loucos?

Porém, se profetizarem todos, e entrar ali um infiel ou incrédulo, de todos é convencido, de todos é julgado. As coisas ocultas do seu coração se fazem manifestas, e assim, prostrado com a face em terra, adorará a Deus, declarando que DEUS verdadeiramente está entre vós.”

“Como haveis de fazer, irmãos?Quando vos reunirdes, se cada um de vós tem o

dom de com-por salmos, tem o de doutrina, tem o de revelação (vidência), tem o de língua, tem o de as interpretar, faça-se tudo isto para edificação.

Ou, se alguns têm o dom de línguas, não falem senão dois, ou quando muito três, e um depois do outro, e haja algum que interprete o que eles disserem.

E, se não houver intérprete, estejam calados na Igreja (reunião, comunidade) e não falem senão consigo e com DEUS.Pelo que toca, porém, aos profetas, falem também só dois ou três e, os demais, julguem o que ouvirem.

E, se neste tempo for feita qualquer revelação a algum, dos que se acham sentados, cale-se o que falava primeiro, porque vós podereis profetizar todos, um depois do outro, para assim aprenderem todos.” - Primeira Epístola aos Coríntios. - capítulo 14

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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – II

Como bem salientou Jesus, em Lucas, capítulo 12,10: “A maior das Divinas Graças são os dons espirituais distribuídos por DEUS, porque são Divinas Portas e Janelas que se abrem para o Divino Esplendor do Mundo Espiritual.”

“Depois do Bíblico Dilúvio de Fogo e da Bíblica Expulsão dos cabritos, podereis reconhecer o quanto as Graças Mediúnicas poderão concorrer para a VERDADEIRA EDUCAÇÃO – aquela que leva a saber da Sagrada Finalidade da Existência do Espírito Filho.”

“Nunca deveriam ter virado as costas para os Divinos textos, que ensinam sobre os DIVINOS DONS distribuídos por DEUS, e, em razão desse fato, nunca tivestes a PAZ!”

Dos Dons Espirituais, tão bem expostos pelos Divinos e inconfundíveis textos bíblicos, a “vidência” irá brindar os sobrantes do Dilúvio de Fogo. E quem sobrar e merecer os ciclos evolutivos vindouros irá contar com a vidência em graus elevados, o que concorrerá para os dois planos da vida formarem o ambiente divinizado, apontado em Isaías, capítulo 11.

O testemunho da Verdade está nas Graças do Mediunismo!

Em função das Graças Mediúnicas, principalmente da vidência em elevado potencial,

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Jesus disse aos Videntes Apóstolos a maravilhosa verdade: “Daqui em diante, vereis o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.”

A palavra ANJO é de origem grega e significa mensageiro. O Divinismo aponta para a Graça da Vidência bem cuidada, para que possam ver as Legiões Angélicas – os Espíritos de DEUS – tendo em vista que a visão do mundo espiritual é fonte divina e perene que estimula a maravilhosos comportamentos.

A doutrina de DEUS é viva na Perene Revelação, a qual é científica, experimental, constatável, instrutiva e consoladora. Após o Bíblico Dilúvio de fogo, haverá a GRANDE ECLOSÃO MEDIÚNICA e, desta forma, os intercâmbios entre os dois Planos da Vida produzirão grandes oportunidades de crescimento consciencional, sendo, então, possível ocorrer a Divina Civilização, prometida em Isaías, capítulo 11.

O modo mais direto e frontal de bestializar a humanidade é truncar o cultivo dos Dons Mediúnicos, a Graça Divina, que proporciona a REVELAÇÃO PERENE. Se não fossem os Dons de DEUS e as Legiões de Anjos, Moisés, Elias, os Profetas e Jesus jamais teriam produzido aqueles sinais e prodígios gloriosos.

No Dilúvio de Fogo, DEUS e suas Legiões Espirituais cuida-rão dos merecedores de cuidados. Depois do Dilúvio de Fogo, os que

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merecerem ficar terão a presença mais contínua dos mensageiros de Deus.

Os Grandes Vultos Bíblicos foram extraordinários videntes.Depois das punições, grandes videntes é que prestarão grandes serviços.

NOTA: textos extraídos de folhetos de Osvaldo Polidoro.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – III

1- Água Viva é símbolo da Revelação.

2- A principal função da Revelação é “ensinar em tudo no curso dos tempos”. (Ilustrar)

3- Chegou a hora dos grandes movimentos renovadores.

4- Luminosos espíritos fazem parte do corpo de “inspiradores” das ciências, artes, campos do pensamento e amor.

5- Importante: há necessidade de mais “Amor” do que “Ciência” (nos dias atuais), através de nobres ações e bons tratos sociais.

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6- “Os esforços fraternos são os que iluminam as almas.” -Verdades Imortais - Osvaldo Polidoro

7- “Quem pecar contra o Filho do Homem será perdoado, mas aquele que pecar contra os dons do Espírito Santo será réu da Justiça Divina.” – Mateus cap. 12, 31 e 32

Aí está a fundamentação bíblica para a responsabilidade dos religiosos profissionais que “ecumenicamente” combatem a Revelação, chamando-a, indiscriminadamente, de coisa dos demônios ou de belzebu (bruxaria). Nesse sentido, da mesma forma como o clero judeu procedeu com Jesus: “E na véspera da Páscoa, Jesus de Nazaré foi condenado à morte por ter se entregue a magias (bruxarias) e sacrilégios.” – Talmud

Contemporaneamente, com suas atitudes perante a Revelação, todas as religiões, contraditoriamente, não estarão seguindo a esteira do clero judeu, endossando, assim, os assassinos de Jesus?

8- Se todas as religiões seguirem a forma de se reunir ordenada na Epístola de Paulo aos Coríntios (capítulos 12 e 14), por certo, cairão no culto Revelacionista e, com isso, desaparecerão sem perceber... Isso porque toda outra forma inventada é arbitrária, sem base bíblica; portanto, falsa.

9- Algumas seitas protestantes baseiam seus cânticos (Gospel) nos Salmos de Davi. Ocorre que

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Davi não é um personagem bíblico, situado nos livros proféticos. Faz parte, tão somente, da história de Israel (assassinos de profetas e de Jesus). Foi um Rei, não um Profeta. “É necessário saber separar o joio do trigo.” – Jesus

10- A Mediunidade é a Lei de Relações. Transcende a tudo quanto possam, os homens do presente século, afirmar. Ela é muito mais do que pensam. Os predestinados (artistas, cientistas, filósofos, doutrinadores, etc.) possuem as faculdades mediúnicas “mais evoluídas”. – Verdades Imortais página 112 – aspas nossas

11- Sugestão sobre o tema: ler a poesia “O Celeste Batismo”, no livro Orações e Poesias Divinas I – página 65.

12- . Laico: leigo, secular, por oposição a eclesiástico.

. Laicismo: rejeição ao clericalismo; isto é, da influência dos cleros na vida pública fora do âmbito das igrejas, templos, mesquitas, sinagogas, etc. É o Estado secularizado, sem caráter ou influência religiosa – Michaellis – Moderno Dicionário da Língua Portuguesa

13- “Quando se aniquila ou se perverte a Revelação, tudo marcha para a idolatria e embrutecimento, caindo a humanidade em tristes credições, forjando para si dolorosos cataclismos.” – Osvaldo Polidoro

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REVELAÇÃOSEGUNDA PARTE

OUTROS ASPECTOS

I – Noções básicas sobre a Bíblia Judeu-Cristã

1- Etimologicamente, origina-se da palavra grega Biblos, que significa “conjunto de livros”.

2- Ao todo, compõe-se de 73 livros.

3- Estrutura (espinha dorsal): divide-se em duas partes principais: Velho Testamento (a.C), com 46 livros; Novo Testa-mento (d.C), com 27 livros.

3.1- Velho TestamentoPentateuco 05 livrosHistóricos 16 livrosSapienciais 07 livrosProféticos 18 livrosTotal 46 livros

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3.2- Novo TestamentoEvangelhos 04 livros (Mateus, Marcos,

Lucas e João Evangelista)Atos 01 livroEpístolas Paulinas 14 livros (Paulo de Tarso)Epístolas 07 livros (3 de João

Evangelista, 2 de Pedro, 1 de Tiago e 1 de Judas)

Apocalipse 01 livroTotal 27 livros

AdvertênciaAo ler e interpretar a Bíblia Judeu-Cristã, é

preciso levar em conta, além das considerações históricas que adiante se seguem, o fato de que o leitor deve fazê-lo à luz das Leis Divinas Fundamentais que regem o Universo e das demais leis menores que as complementam. Isso em razão das incrustações, cortes e inserções feitas pelas diversas religiões que as editam, principalmente a Romana e as várias seitas protestantes.

Como é sabido, qualquer um pode editá-la, basta que tenha condições econômicas para tanto, vez que, passados 2.000 anos, os seus direitos autorais já caíram no domínio público. Assim, quem estiver alicerçado em conhecimentos consistentes correrá menos riscos de enganos e equívocos. Saberá separar o trigo do joio.

Para bem ler, é preciso estar bem informado.

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II – Antecedentes Históricos1- O Pentateuco (05 primeiros livros): sua

autoria tem sido atribuída a Moisés.

2- Grande Iniciador que era, escreveu o Gênese (1° livro) em níveis elevados. Iniciáticos.

3- Posteriormente, Saul, o primeiro rei dos Judeus, cheio de espíritos inferiores, destruiu o que até então existia.

4- Após, vieram Davi e Salomão.

5- Com o desencarne deste último, deu-se um cisma entre as 12 tribos. Enfraquecidas, Nabucodonosor, rei da Babilônia, invadiu a Palestina e conduziu os hebreus cativos para sua terra.

6- Essa passagem ficou historicamente famosa como o “Cativeiro da Babilônia”. Passados 70 anos, os persas, sob o comando de Ciro, por sua vez, invadem a Babilônia.

7- Os hebreus voltam para a Palestina, ficando sob o jugo persa.

8- Havia necessidade de reconstituir o Velho Testamento.

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9- Designados Esdras e Nehemias, esses escribas passaram a ouvir os anciões das tribos. Estes foram fazendo seus relatos do que sabiam, através da “tradição oral”.

10- Como é cediço, quem conta um ponto...

11- Assim foi feita a reconstituição pretendida.

12- Obviamente, resultou em infantilidades, erros e contradições que até hoje se lêem.

13- Posteriormente, com a vinda de Jesus e João Batista, novos relatos foram escritos.

14- Ambos nada escreveram. Apenas ensinaram verbalmente.

15- Sobre Jesus e sua passagem pela carne, o nosso Mestre ensina que foram 257 os relatos. Paulo de Tarso escreveu 19 Epístolas.

16- O Novo Testamento, no século II d.C, foi traduzido do aramaico para o grego pelos 70 sábios de Alexandria. Ficou conhecida essa tradução como a Septuaginta.

17- Posteriormente, de 380 a 410 d.C, designado pela Igreja Romana, o poliglota Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim, já que essa era a língua oficial do Império.

18- Tornou-se alcunhada de a Vulgata Latina.91

19- Obviamente, para “adaptá-la” aos interesses de Roma, foi mudada e alterada em vários pontos.

20- Assim, os Evangelhos foram reduzidos a apenas quatro: Segundo Mateus, Marcos, Lucas e João Evangelista. As Epístolas Paulinas para quatorze. O menos alterado foi o Livro dos Atos.

21- O Apocalipse teve seus capítulos “embaralhados”. Tornou-se um livro de difícil leitura. O mais “misterioso” da Bíblia.

22- Já no final da Idade Média, John Wycliff, na Inglaterra, traduziu o Novo Testamento para a língua materna.

23- Na Alemanha, Martinho Lutero e Melanchton fizeram o mesmo para a língua germânica.

24- Com as invenções da prensa e do papel, as traduções foram surgindo, e hoje é o livro mais editado no mundo e em todas as línguas. O maior dos “best-sellers”.

Por que os personagens bíblicos não são estudados historicamente nas escolas?

1- Como é sabido, a Igreja Romana há séculos açambarcou os documentos bíblicos.

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2 - A Biblioteca do Vaticano monopolizou-os e os historiadores e eruditos praticamente não têm acesso a eles.

3- História se faz com documentos, provas concretas sobre os grandes personagens.

4- Ao sonegar às universidades e aos grandes eruditos e historiadores os achados arqueológicos a respeito, automaticamente se tornaram proprietários deles.

5- Assim, os “manipulam” a seu bel prazer, torcendo a verdade de acordo com os seus interesses.

6- O nosso Mestre escreveu um folheto a respeito, sugerindo que algum Organismo Internacional, como a ONU, por exemplo, desapropriasse esses bens culturais, distribuindo-os para estudos de cientistas neutros, isentos de quaisquer resquícios religiosistas. Em suma, para aqueles que fazem da História uma Ciência.

7- A rigor, como é sabido, esses bens culturais não deveriam ser considerados “res nullius” (“coisa de ninguém”), podendo ser apropriados por quem os achasse ou comprasse de pesquisadores e arqueólogos.

8- Deveriam isto sim, ser considerados “res communis omminium” (“bens comuns de todos”).

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A toda evidência, pertencem à Humanidade Planetária e não tão somente a uma determinada instituição religiosa.

III – As posições existentes na Sociedade Humana

sobre os fenômenos revelacionistas que Ela contém

Os posicionamentos dos terrícolas, neste particular, podem ser catalogados em sete posições básicas:

1- IndiferentesNão ligam. São simplesmente desinteressados.

Os fenômenos espirituais não têm qualquer importância. Infelizmente compõem um número bem expressivo da sociedade.

2- Negativistas e MaterialistasSimplesmente negam sua veracidade. Duvidam

até que Jesus, o principal personagem bíblico, tenha existido. Indagam frequentemente onde estão as provas, a documentação histórica a respeito.

3- Tratado Mediúnico (Espiritismo e Divinismo)

É um tratado de Comunicações Espirituais. Do Gênese ao Apocalipse, há centenas de fenômenos mediúnicos.

4- Simples Tratado de Comunicações Espirituais (Igreja Romana Conservadora)

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Admitem que houve comunicações espirituais, mas só até o Apocalipse. Após, não mais. Elas pararam ali. Estranhamente, em algumas Bíblias, aparece um versículo proibindo o Espiritismo. Exemplo: Bíblia Sagrada. Tradução dos “originais” mediante a versão dos monges de Maredsous (Bélgica) pelo Centro Bíblico Católico. Editora: Ave Maria Ltda. - S.P. - Brasil.

“... não se ache no meio de ti quem faça passar..., nem quem se dê a adivinhações, à astrologia, aos agouros... à magia, ao ‘Espiritismo’... ou à evocação dos mortos... porque o Senhor teu Deus abomina aqueles que se dão a essas práticas... ” (conforme Deuteronômio, capítulo 18,11)

Uma pequena observação: a palavra Espiritismo não existia há 3.300 anos, que é a data aproximada em que o Pentateuco foi escrito. Ao revés, é termo criado por Kardec no século XIX...

5- Comunicação de Discos Voadores? (Ufólogos)

Obra: Eram os Deuses Astronautas?Autor: Erick Van Daniken - jornalista, erudito,

que trabalhou durante 13 anos e afirma ter viajado cerca de 100.000 km, pesquisando em vários lugares do mundo, para poder escrever essa obra.

Após sua publicação, virou “best-seller”, sendo traduzida para vários idiomas. Foi lida no mundo inteiro na década de 70 do Séc. XX, inclusive nas universidades. Sua primeira edição na Alemanha foi de 350.000 exemplares!

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Tenta demonstrar que os fenômenos bíblicos de aparições de anjos, na verdade, poderiam ser de seres extraterrestres. Assim, desde os Patriarcas, Lot, mulher e filhos, os anjos que surgiram em suas presenças, bem poderiam ser ETs. Da mesma forma, outros personagens como Moisés no Sinai; os profetas, Elias, Ezequiel, Daniel, Samuel, Jesus; os apóstolos e João Evangelista no Apocalipse...

Reduz a Bíblia a um tratado de comunicações de ETs... Deixou dúvidas e convenceu muita gente despreparada para uma análise mais profunda. Até o conhecido parapsicólogo e ufólogo Flávio Pereira “deu seu aval” ao prefaciar o livro.

6- Tratado de Parapsicologia?“Dai a César o que é de César, e a Deus o que é

de Deus.” – JesusHistórico: teve seu início através de

pesquisadores na década de 60 do Séc. XX.Local: Universidade de Durham, Carolina do

Norte – EUA.Em 1969 foi oficialmente aceita como “ciência”

quando a Parapsychological Association foi admitida como membro da Sociedade Norte-Americana para o Progresso da Ciência. É considerada a mais importante instituição da Parapsicologia do mundo. Congrega parapsicólogos de 26 países. No Brasil, os estados

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mais desenvolvidos nessa área são Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Já é matéria de curso superior, até pós-graduação; tem caráter multidisciplinar. Dão orientação e consultas em consultórios. Virou profissão liberal. Não se envolvem com conclusões a respeito da sobrevivência do homem. Na verdade seria mais correto dizer “não se envolvem com conclusões a respeito da sobrevivência do espírito e nem com a reencarnação.” Tratam o espírito como mente. Todos os fenômenos paranormais são da mente... Pelo que se depreende, inclusive os bíblicos.

Assumiu áreas de atuação de outras ciências e profissões.

Qual seu campo de atuação? Para essa ciência, os fenômenos “comuns” da mente humana são objetos de estudo da Psicologia. Os fenômenos “incomuns” pertencem a ela.

Fenômenos “incomuns” da mente humana:a) Psi-gama = percepção extra-sensorial. São:

telepatia, hip-notismo, clarividência, precognição, psicografia, psicometria, xenoglosia...

b) Psi-kapa : ação extraordinária da mente sobre seu próprio organismo (levitação); e sobre o mundo exterior (telecinesia, ideoplastia, “poltergeist”).

CríticaTelepatia, hipnotismo, ideoplastia, entre

encarnados, tudo bem. O restante são espirituais...

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Clarividência significa ver com clareza; é sinônimo de lucidez mental. Querem se referir provavelmente à vidência.

O estranho é que um mesmo fenômeno pode ser visto de três diferentes maneiras:

Visões (vidência) – fenômeno espiritual (dom mediúnico)

Alucinação - psiquiatriaClarividência (vidência) – parapsicologia

O Instituto Latino de parapsicologia

Como é sabido, o Brasil é considerado pela Igreja Romana como o maior país católico do mundo. Depois da Itália, tem o maior Episcopado do planeta. Dos 900 milhões de adeptos, pelo menos 10% estaria no Brasil. Como fonte de renda, a arquidiocese de São Paulo é considerada a mais rica e que maior receita fornece ao Banco do Vaticano. Por outro lado, na década de 60 do Séc. XX, a mando do jornal O Estado de São Paulo, foi feita pesquisa e surgiu a Umbanda como a maior religião em número de praticantes no país. Assim, a Igreja Romana mandou para cá padres parapsicólogos (Quevedo - espanhol e Albino Aresi - italiano) que, junto a outros daqui, fundaram o Instituto Latino-Americano de Parapsicologia, com o evidente propósito de combater as comunicações espirituais, perigosas para a sua sobrevivência.

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Por outro lado, o Espiritismo, através de Francisco Cândido Xavier e outros grandes médiuns brasileiros, crescia a passos gigantescos.

Tendo “ecumenicamente” o apoio das demais religiões com idênticos interesses e, usando largamente os meios de comunicação de massa (televisão, jornais, revistas e auditórios), de tudo tem feito para ridicularizar as comunicações espirituais. Para o prelado espanhol, a reencarnação é uma besteira enorme e a Bíblia é “Tratado de Parapsicologia”.

7- Movimento de Renovação Carismática

Pequeno HistóricoTeve início em 1967 nos EUA. Trinta

universitários americanos estavam fazendo retiro espiritual, quando estranhos fenômenos começaram a ocorrer entre alguns deles. Passaram a estudá-los à luz da Bíblia. Descobriram que se davam semelhantemente aos narrados e ensinados pelo apóstolo Paulo, na Epístola aos Coríntios, nos cap. 12, 13 e 14.

Trouxeram a nova experiência ao Brasil no ano de 1972. Passados todos esses anos, o Movimento cresceu tanto que mereceu, inclusive, uma apreciação em 1975 do próprio Papa apoiando-o, mas com reservas... com certos cuidados...

Há no mundo, já estimados, mais de 25 milhões de seguidores; sendo que no Brasil, cerca de 6 milhões. Só em São Paulo, cerca de 1 milhão. Já elegeram até um deputado federal pelo PSDB.

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Está em crescimento vertiginoso em nosso país, balançando em parte as liturgias e rituais ortodoxos da Igreja Romana. Para não perecer, há padres como o da Igreja do Perpétuo Socorro, da Vila Mascote, que adotou forma “híbrida”, mesclando-o com rituais da Igreja Conservadora. Seu prestígio cresceu tanto que virou “ídolo” de massa, com grande cobertura da mídia. Tem lotado estádios com a “Aeróbica do Senhor”. Enquanto a Igreja tem um ritual quase estático e silencioso, o seu caracteriza-se por ser dinâmico e barulhento.

IV – Rota de Colisão dentro da Igreja Romana

A toda evidência, são dois movimentos antagônicos. Colimam objetivos contrários. A Parapsicologia do Instituto Latino-Americano trata os fenômenos bíblicos como sendo da mente humana, e os da Renovação Carismática como espirituais. Como ambos estão em crescimento dentro da mesma instituição religiosa, chegará uma hora que necessariamente se colidirão.

Dadas as divergentes teses, o choque poderá ser frontal, em data não muito longa. Por igual a forma “híbrida”. O seu ritual deverá colidir com o ortodoxo da Igreja Conservadora de Roma. Há previsões de um futuro cisma.

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V – Influência de Substâncias Alucinógenas ou Visógenas?

Como é sabido, nas iniciações antigas, quando o iniciado não tinha naturais faculdades mediúnicas, lhe davam para realizar a “viagem” ao mundo espiritual, substâncias extraídas dos grãos de centeio. Abriam o chacra frontal e ocorria o surgimento de “visões”, como se uma janela se abrisse para o mundo espiritual.

Modernamente, no fim da década de 60 e início de 70 do Séc. XX, o movimento hippie experimentava LSD e outras drogas. Fenômenos análogos ocorriam. Só que havia uma grande diferença. Os “adeptos” na iniciação estavam devidamente preparados espiritualmente para tais experiências e com assistência de mestres. Tal fato inocorreu com os hippies e, por isso, muitas experiências foram desagradáveis, ante as visões que surgiam. Chamavam-na de alucinações (“bad trips”). Recentemente, parece que o Ecstasy e o chamado Santo Daime (chá de ervas no norte do país) produzem efeitos análogos. Em certas circunstâncias, e para algumas pessoas, as substâncias alcoólicas também produzem efeitos semelhantes.

Alucinações ou Visões?

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Tudo leva a crer que visões. Para nós, alucinações resultam de “ideoplastias”; pessoas dotadas de vidência, de tanto pensar em determinadas coisas, acabam por vê-las. Ex.: uma pessoa no deserto e com muita sede, de tanto pensar em um oásis, acaba por vê-lo. Ideoplastisou o oásis. Nesse caso, seria alucinação ou miragem. Não visão, que é de natureza espiritual.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – I

1- Sobre a Bíblia Judaico-Cristã: o verdadeiro “Livro Sagrado” é a obra divina, a chamada Criação! Está escrito desde a Eternidade e seus capítulos e versículos são as Leis do Senhor!

Os mundos infindos e as vidas é que lhe são as páginas gloriosas!

Não é suficiente ler a Bíblia ou as Bíblias; o mais importante é saber ler.

“As Bíblias são a História do Mediunismo ou Profetismo. Seus altos e baixos derivam dos altos e baixos daqueles que as revelam. Importa saber discernir entre o que veio da Mensageiria Superior e aquilo que houve da ingerência humana.” – A Bíblia dos Espíritas – pág. 28 – edição 2003 – Osvaldo Polidoro

2- “Se tirarem da Bíblia o que Deus enviou através de grandes vultos, dotados de dons intermediários, e anjos, ela desaparece como

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palavra de Deus, como o mais profético livro sagrado da Humanidade.” – folheto de Osvaldo Polidoro – julho 1987

3- Constituição da Bíblia: do múltiplo para o um:

múltiplas letras = uma palavramúltiplas palavras = um versículomúltiplos versículos = um capítulomúltiplos capítulos = um livromúltiplos livros = um segmentomúltiplos segmentos = Velho TestamentoIdêntico sequenciamento aplicável ao Novo

Testamento: múltiplos Testamentos (Novo + Velho) = Bíblia.

4- A Bíblia não é “um tratado de Ufologia (ETs) e nem de Parapsicologia; mas, sim, um tratado carismático ou mediúnico”.

5- A Bíblia deve ser considerada como um “todo” orgânico – um sistema.

6- Assim, toda interpretação deve levar em conta o conjunto. Cabe ao exegeta dar-lhe uma interpretação lógico-sistemática de caráter tridimensionado (ver “Interpretação” em Os Dez Mandamentos e a Responsabilidade).

7- Ler também:

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A Bíblia dos EspíritasO Novo Testamento dos EspíritasA poesia: “O Metapsiquismo”, no livro Orações

e Poesias Divinas – pág. 61 – Osvaldo Polidoro

8- No livro Gênese:Não Criacionismo, mas EmanacionismoNão Fixismo, mas Evolucionismo

9- Os Dez Mandamentos foram cinzelados por Moisés de forma simples, concisa e genérica, em apenas duas tábuas de pedra – não com casuísmos prolixos em quase uma página da Bíblia, editada atualmente.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – II

Qual o lugar para onde poderemos ir após a chamada morte?

Para algumas correntes filosóficas e religiões existentes, são três as alternativas, a saber:

I – PARA O NADA:Adotada por materialistas, niilistas e

negativistas em geral. É péssimo para a sociedade. As pessoas, não tendo sobre si uma coação psicológica, tenderão a não criar freios inibitórios para suas condutas. Tenderão a se tornarem oportunistas, astutas, espertas, egoístas. Poderão

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passar uma esponja na consciência e querer levar vantagem em tudo. Para elas, o importante é alcançar sucesso na vida. Assim, os fins justificam os meios. Tornam-se “amorais”, já que a vida é uma só e, não tendo que prestar contas a ninguém, o importante é aproveitar-se de tudo e no grau máximo. Nada há além túmulo. Para quem pensa assim, recomenda-se a leitura e meditação da obra Um Ateu Além do Túmulo, de Osvaldo Polidoro.

II – ABSORÇÃO NO TODO, PERDENDO A INDIVIDUALIDADE:

Cada qual, sendo comparado à “gota de um oceano”, com a morte, volta-se a Ele. Aniquila-se o “eu”. Desaparece-se no todo, absorvido por Ele. Não há um Ser Superior, nem uma Justiça Superior a quem devemos dar satisfações. Com a perda da individualidade, as consequências são iguais ao do Niilismo.

III – NÃO HÁ PERDA DA INDIVIDUALIDADE ANTES OU DEPOIS DA MORTE:

A alma é imortal.Quais as consequências para ela? Poderá ir

para um destes lugares:

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1- I.C.A. Romana: Inferno, Purgatório, Limbo (crianças que morrem sem serem batizadas) e Céu.

Nota: Admitido por ela o Purgatório, somente em 593 dC.

2- Protestantismo: idem. Lutero não aceita o Purgatório, por achar que ele não consta da Bíblia Judeu Cristã.

3- Espiritismo: como admite a pluralidade das vidas, através das sucessivas encarnações e uma sagrada finalidade para o Espírito, por evolução gradativa - por meio do cultivo da Re-velação, “sabe” da existência da subcrosta (regiões inferiores do astral), céus intermediários e superiores.

4- Divinismo: idem, acrescentando a existência do oitavo Céu, ou intermundos. Também conhecido como pertencente à Comunidade Crística.

Qual a sagrada finalidade da existência?1- Para as chamadas religiões-cristãs: significa

merecer al-cançar o Céu. Para elas, Ele é eterno. Passa-se a viver na simples “bem-aventurança contemplativa”. Os eleitos o são para toda a Eternidade. O Catolicismo admite três Céus: um nas nuvens, outro no meio dos astros e estrelas, e para além desses, onde fica o Todo Poderoso. É a chamada Beatitude inerte, ociosa e monótona. Kardec em O Céu e o Inferno a denomina “estado de beatitude contemplativa” e “inutilidade eterna”.

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2- Espiritismo: a finalidade da evolução é alcançar a bem-aventurança, não estática ou contemplativa, mas dinâmica.

3- Divinismo: a tem como a cristificação. Cristo não é nome de pessoa, mas grau evolutivo. Origina-se da palavra grega que quer dizer “Uno”. Jesus de Nazaré - o Cristo - isto é, o de grau crístico. Ver item IV - Gradações.

E V O L U Ç Ã O

Pensamentos

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“O Ser Humano descobre aos poucos, o que em DEUS está eternamente descoberto.” – Osvaldo Polidoro

“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” – Lavoisier

I – PREÂMBULO

DEUS é a ciência Absoluta.O estágio atual atingido pela ciência terrícola é

relativo.Assim, quanto mais evolui a ciência humana,

tanto mais se aproxima da Ciência Total; em outras palavras, da VERDADE ABSOLUTA.

Como DEUS é Espírito e Verdade (JESUS), a evolução científica caminha para DEUS. As religiões sectárias sempre tentaram tapar o sol com a peneira, escondendo-se nos cantos escuros da Ciência. Quando esta, em suas descobertas, torna-os claros e transparentes, as religiões tornam-se, aos olhos dos mais cultos e bem informados, simplesmente ridículas.

Assim, permanecem nelas tão somente os intelectualmente “dependentes”. São os “carentes” de líderes espirituais. Como há “guias” que desguiam...

O maior guia espiritual de todos os tempos do Planeta, sem dúvida alguma, é o DIVINO MESTRE, JESUS. Modelo de conduta a ser “imitado” e igualado por evolução. Disse Ele: “Eu

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sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vai ao PAI, senão por mim”. “Sejam UNOS a Mim, que sou UNO ao PAI, para formarmos uma só UNIDADE.”

Jamais disse: “Buscai uma religião e ela vos libertará.” Ao revés, foi peremptório e enfático ao ensinar: “Buscai A VERDADE e Ela vos libertará.”

Como a VERDADE é infinita e eterna, cada qual, mercê do grau evolutivo já conquistado (por mérito próprio), a captará na direta proporção do nível evolutivo em que se encontra. Quanto mais avançar em direção a Ela, mais irá perdendo em relatividade e mais irá ganhando em DIVINDADE.

Assim, a toda evidência, a primeira providência a tomar pelo espírito filho é libertar-se dos grilhões religiosistas. É necessário perder o “vício” religiosista e conquistar a “virtude” da liberdade de pensar.

As religiões, sendo partidárias, costumam dizer apenas alguns porcentuais de verdades.

Não nos esqueçamos que há no Planeta, catalogadas pela ONU, 1200 religiões. Cada qual dizendo-se, sectariamente, dona da Verdade.

Muitas, não só no passado como também no presente, para fazerem prevalecer seus “ideais”, organizam exércitos, pegam em armas, e muitas mortes e sofrimentos provocaram e continuam a fazê-lo presentemente. Basta lembrar a lapidar frase de Clausewitz: “A guerra é a continuação da política por outros meios.” (Obra: Vom Kriege – Da Guerra)

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II – O FUNDAMENTALISMO DIVINISTA

Nas Iniciações realizadas nos cenáculos antigos, onde se ensinava a DOUTRINA SECRETA, os neófitos aprendiam as LEIS REGENTES FUNDAMENTAIS, modernamente siste-matizadas no Código Imortal (Evangelho Eterno e Orações Prodigiosas – Osvaldo Polidoro).

Havia, conforme a capacidade assimilativa de cada adepto, a pequena, média e alta iniciação.

Na pequena, o candidato tinha acesso a “Isis Terrestre”. “Isis” era o nome dado à Verdade, na Iniciação Egípcia. Aprendia, em forma de Raciocínios Abstratos, as Leis Fundamentais relativas à Terra.

Assim lhes eram ensinados os quatro elementos fundamentais, sem os quais seria impossível a vida sobre a superfície do Planeta (terra, água, ar e Sol), os quatro pontos cardeais, e que a Terra, em termos “materiais”, é a MÃE de tudo quanto existe em sua superfície. Em outras palavras, tudo emana da Terra, emergindo para sua crosta (os reinos vegetal, animal e os seres humanizados). Desta forma, os seres “inteligentizados” são “filhos” da Terra.

Dela emergem e, cumprido o ciclo de vida, a Ela retornam em um moto-contínuo relativo ao orbe. “Lembrai-vos, homem, que da terra viestes, e a ela retornarás.” (Gênese)

Como em tempos remotos, nada se podia provar em termos de raciocínios “sensíveis”; isto

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é, através dos sentidos, vez que a ciência humana praticamente inexistia, procurava-se visualizar essas verdades relativas, através dos símbolos. Cabia aos estudiosos aprender a interrogá-los. Fazê-los “falar”.

Assim, a “esfinge”, que muitos historiadores não iniciados chamam de “enigmática” e “misteriosa” era, aos olhos dos mestres chamados então de hierofantes, de simples entendimento. Com o corpo de touro, garras de leão, asas de águia e cabeça de um egípcio, assentada sobre a Terra, simbolizava claramente a vida “emanando” da Terra Mãe; e o Ser Humano, por sua vez, emergindo do animal.

Nesse sentido, o ensinamento do Iniciador Pitágoras: “O homem ‘emerge’ do animal.” Se observarmos bem, cada fisionomia humana assemelha-se a algum animal da fauna terrícola.

O mestre Osvaldo Polidoro ensina: “Nós somos ‘planetas em miniatura’, constituídos de 2/3 de água e 1/3 de pó organizado. Somos cadáveres recauchutados.”

Como disse Huxley: “A terra é um imenso caule, cujo fruto final é o ser humano.”

III – A DETURPAÇÃO DO REI SAUL

Como é sabido, Moisés, ao escrever o Gênese, 1° Livro do Pentateuco (Velho TESTAMENTO), o fez na qualidade de Grande Iniciador.

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Alguns séculos depois, SAUL destruiu os originais mosaicos. Somente foram reconstituídos, através da tradição oral, ouvindo-se os mais velhos das tribos, após o Cativeiro da Babilônia, pelos escribas judeus, Esdras e Nehemias.

Obviamente, aquele livro Bíblico perdeu todo o sentido seguro e correto dado por Moisés, caindo na “lenda” do 1° casal Adão e Eva, expulsos do paraíso, por terem cometido o pecado original, com histórias paralelas de maçãs, árvore da vida, cobra, etc.

É tão contraditório esse “mito”, que o casal teve dois filhos: Caim e Abel. Houve um desentendimento entre ambos e o segundo foi assassinado pelo primeiro. Caim afasta-se de seus pais e vem a casar-se com uma moça da tribo vizinha, daí originando toda a genealogia bíblica. Se Adão e Eva foram o primeiro casal do Planeta, de onde surgiu a tribo da esposa de Caim?

Apesar da gritante contradição em nome do Fundamentalismo Bíblico, as religiões teimam em fingir ignorá-la.

Essa posição ortodoxa, ao longo da História, só tem servido para ridicularizar a Bíblia, pelos seus adversários.

IV – O DESENROLAR DA HISTÓRIA

Essa deturpação alcançou toda a Antiguidade, tendo sido passada para a Vulgata Latina.

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Com o advento do Protestantismo no século XV, as traduções que se seguiram incidiram no erro original da reconstituição pela tradição oral.

No findar do século XVIII e começo do XIX, observa-se que já havia condições para o restabelecimento da Verdade Bíblica através da Ciência; isto é, de “Raciocínios Sensíveis”.Urgia reconstituir o “passado humano” sob o aspecto antropológico. Vigorava a tese fixista-criacionista: “As espécies são fixas e são tantas quantas o Criador as criou no Princípio.”

V – OS PRECURSORES - APÓSTOLOS DA CIÊNCIA

Defendiam essa posição, os cientistas franceses Cuvier e Buffon.

Por outro lado, nota-se que DEUS enviou à carne os profetas da Ciência: Erasmus Darwin (avô de Charles Robert Darwin) e Alfred Russel Wallace (Inglaterra); Jean Baptiste Cavalheiro Lamark e Pierre Teilhard de Chardin (França).

Cronologicamente, o primeiro a não se conformar com a tese “fixista” de Cuvier e Buffon foi Erasmus Darwin. Em seus escritos e na obra Zoonomia, deixa transparecer que, pelo método experimental, as espécies não eram “fixas”, mas “transformavam-se”. O certo seria a “evolução” delas.

Lamarck, naturalista francês, aos 34 anos (1778) publicou a obra Flora Francesa. Esse fato

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valeu-lhe a admiração e proteção de Buffon, que o indicou para a Academia de Ciências.

Tendo realizado diversas viagens de pesquisas, passou a abandonar o princípio da fixidez das espécies em oposição a Cuvier e Buffon. Suas teses passaram a se assemelhar aos conceitos de Erasmus Darwin e Bounet; foi o primeiro a afirmar que a evolução é regida por leis científicas e foi também o primeiro a enunciá-las. Sua escola ficou conhecida como “Lamarckismo”.

Charles Robert Darwin (1809 – 1882) viveu 73 anos. Leu a Zoonomia de seu avô Erasmus. Travou contato pela primeira vez com as ideias de Lamarck. Tendo cursado a Universidade de Cambridge, lá conheceu um geólogo e um botânico que muito influíram no seu futuro. Foi convidado a embarcar em um navio (Beagle) para uma viagem de pesquisa ao redor do mundo. Essa viagem durou 5 anos (1831 – 1836). Como naturalista de bordo, colecionou material zoológico. Desencantado com aulas meramente teóricas, disse: “Vou ler no mais eloquente dos livros, que é o da natureza.” Tendo coletado muito material, e lido o ensaio de Malthus sobre as populações, em 1856 inicia a escrever a “obra” que projetara.

Concomitantemente, seu correspondente, o zoólogo A. R. Wallace, desenvolvia trabalho paralelo. Estivera coletando material por quatro anos na Amazônia e por oito anos no Arquipélago

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Malaio. Como a Darwin, o ensaio de Malthus dera-lhe a “chave” do problema.

Em 1858, Darwin recebeu de Wallace um “ensaio” para que fosse enviado a Lyell e publicado, se achasse aproveitável. Darwin reconheceu que Wallace havia chegado às mesmas conclusões que ele. Desenvolvera ideias, inclusive com as mesmas expressões.

Em julho de 1858, foram lidos na Sociedade Linneana os trabalhos científicos de ambos. A primazia foi concedida a Darwin. Em 1859 publicou a Origem das Espécies.

A tiragem na primeira edição, de 1250 exemplares, esgotou-se no mesmo dia. Causou uma revolução no meio científico e religioso.

Embora aventada anteriormente a ideia de “Evolução”, ninguém antes dele a tinha externado com tanta clareza e precisão. Desencadeou uma tempestade de antagonismos. Os dogmas bíblicos estavam sendo questionados e ridicularizados. A seleção natural, através da luta pela vida, com a sobrevivência dos mais aptos, afrontou os canones religiosos de então. Muito perseguido, publicou outra obra polêmica: A Descendência do Homem. Sobre sua viagem, escreveu Viagem de um Naturalista ao redor do mundo.

Desencarnou em 1882, afirmando: “Ainda haverá de jorrar Luz sobre a descendência do ser humano.”

VI – PIERRE TEILHARD DE CHARDIN

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Viveu 73 anos (1882 – 1955). O século XVIII havia preparado a sociedade humana para o “Raciocínio Abstrato”. No seguinte, com o advento da Filosofia Positivista, houve grande impulso dos fenômenos sensíveis, através de métodos experimentais, de observação da natureza. Postulou-se uma “revolução” através dos raciocínios sensíveis. “Nihil est in intellectus quod prius non fuerit in sensu.”(“Nada está no intelecto que primeiramente não tenha passado pelos sentidos.”)

Essa concepção filosófica favoreceu a vinda à carne dos Apóstolos da Ciência Naturalista, já analisada. Foi, aliás, o que consequentemente apressou a vinda à carne de Elias, que, sob o nome de Allan Kardec, “iniciou” o restabelecimento da Revelação através dos fenômenos sensíveis (tangentes), como já foi estudado anteriormente em sede própria.

Assim parece que, atendendo ao último desejo de Darwin, reencarna na França, no mesmo ano em que desencarna o naturalista britânico, Pierre Teilhard de Chardin.

Por influência do pai, entusiasta das ciências naturais, teve o “despertar” de sua vocação logo na infância. Tornou-se Jesuíta, realizando estudos de Geologia e Palenteologia, junto com o padre Pellotier. Foi aluno do descobridor do Homem de Neandhertal (o Homem das Cavernas), o cientista Marcelin Boule. Lecionando em estabelecimentos científicos, seu pensamento “original e audacioso” cativava os alunos. Cientista de talento, tornou-se

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presidente da Sociedade de Geólogos da França. Como ele mesmo escreveu, dizia que Roma começava a preocupar-se por suas ideias evolucionistas.

Dotado de grande coragem e desprendimento, e apoiado pelo Superior da Ordem Jesuíta (considerado o Papa Negro ou a Eminência Parda), foi obrigado a exilar-se na China. Sob o prisma científico, foi sua sorte.

A China era um vasto e propício campo de experiências paleontológicas. Percorreu não só boa parte da China, como também as estepes da Mongólia e o Sopé do Planalto Tibetano.Armado de picareta, lupa e caderno de anotações, transportava tudo quanto descobria através de uma caravana de animais. Descobre nos arredores de Pequim, o Sinantropo (O Homem de Pequim). Hominídeo entre o Antropóide (de Neandhertal) e o Homem, semelhante ao Pitecantropus Erectus. O “Elo Perdido” havia sido achado.

Com isso, parece que, atendendo ao pedido de seu colega Darwin, deu uma nova dimensão à tese do naturalista britânico. Assim, passado quase um século, com novos dados científicos, não só a ratificou, como também a enriqueceu. Utilizou de seus conhecimentos de Geologia, Palentologia e Antropologia.

Como seus predecessores, foi à busca dos “fatos” (“Res non verba”). Procurou-os “in loco”. Fez como Darwin, foi ler no mais eloquente dos livros, o da natureza. Assim, tornou o “Gênese” inteligível ao ser humano contemporâneo. Todos

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os biólogos admitem a unidade de conexões entre todos os seres vivos. Afirmou que a Terra vive; ela palpita. O ser humano não é um estranho sobre ela. Se ele existe sobre a sua superfície, é porque ela, ao evoluir, o pode engendrar.

Ensina ele: “Sobre a geosfera, existe uma camada de seres vivos (biosfera). Esta pode ser comparada à polpa de um fruto envolvendo o seu caroço (geosfera).” Descobriu a embriogênese, o fio condutor de onde emergiu o homem. No entanto, não parou na antropogênese. Com conhecimentos hauridos na Ásia (Índia), por onde andou, através da obra O Baghavad Gita (Sublime Cântico da Imortalidade), “intuiu” a Cosmogênese. Procurou um “sentido” e um “fim” para o fenômeno humano. Dizia: “Quanto mais avanço, mais tenho uma ‘Visão de Unidade’.”

Da Antropogênese, caminha para a Cosmogênese. Uma verdadeira “evolução da evolução”. Procurou unir o microcosmo ao macrocosmo. A evolução biológica seria apenas um “aspecto”, um simples “segmento” da “Evolução Generalizada”.

Para buscar a Verdade Plena, adotou uma posição cartesiana (racionalista, livre de dogmas e preconceitos).Mesclou os raciocínios abstrato e sensível.

Final de sua encarnaçãoMercê de todos os seus trabalhos, já que, além

da obra prima O Fenômeno Humano, escreveu mais de 350 entre monografias e trabalhos

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esparsos, passou a ser considerado um cientista “emérito”; um verdadeiro “sábio” entre seus colegas.

Em 1952, sofrendo pressões de Roma, teve que migrar para os EUA. Foi trabalhar na Werner G. Foundation. Colaborou nas pesquisas da origem humana, em várias partes do mundo. Trabalhou com a “nata” dos cientistas da América e de outros países. Tinha uma invencível juventude de espírito. Era um “gentleman”, simples e acessível. Para ele, as várias formas de conhecimento não poderiam ser consideradas como “compartimentos estanques. Elaborou uma “Grande Síntese”. Inovador e vanguardeiro, transformou os horizontes dos conheci-mentos clássicos. Ensinava: “É preciso ‘emergir’ para conhecer com maiores horizontes.” Escapou da “deformação” profissional do “Especialista”. Aos seus olhos, a evolução era uma questão “cósmica”. Há leis evolutivas em todos os escalões, em todo o Universo.

Desencarnou em 1955, em New York.

VII – CONCLUSÃO

Hoje, em sã consciência e à luz da “ciência”, não é mais possível admitir-se a concepção equivocada do Fundamen-talismo Religiosista adotado no “Bible Belt” (Cinturão Bíblico) dos Estados Sulinos da América do Norte.

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Lá, entidades religiosas protestantes conseguiram, através de pressões políticas, introduzir em Constituições Estaduais, a obrigatoriedade do ensino para as crianças, do dogma “Criacionista”. Isso no país da Ciência por excelência, desautorizando e contrariando cientistas e instituições científicas de renome mundial, como é o caso do Smithsonian Institution, localizado em Washington D.C.

Por outro lado, como é cediço, a Bíblia não se encontra “intacta”, como originalmente foi escrita através de espíritos de escol, dotados de excepcionais dons mediúnicos. Foi “contaminada” por inserções e incrustações humanas, movidas por interesses religiosistas ao longo da História. Para bem lê-la e interpretá-la, é necessário estar munido de sólidos conhecimentos iniciáticos e multidisciplinares. Urge ser bom “garimpeiro”, para extrair os versículos Originalmente Divinos e colocar de lado os apenas e tão somente “humanos religiosistas”. Estes é que fornecem as contradições e equívocos nela encontrados pelo observador intelectualmente independente, histórica e cientificamente bem informado. A não ser assim, o intérprete correrá sério risco de se tornar perplexo e ingênuo e, à luz da Ciência contemporânea, muitas vezes ridículo.

Como bem ensinou o Apóstolo Paulo: “A letra mata e o espírito vivifica.” É necessário muito

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cuidado com a “idolatria da letra”, a chamada interpretação gramatical ou “ipsis litteris”.

Em suma, para se conseguir uma “Visão Síntese”, são necessários, como dizia Cícero, muitos anos de análise.

Conhecimentos meramente superficiais não permitem bem compreender e assimilar a VERDADE.

EVOLUÇÃO ESPIRITUAL

SAGRADA FINALIDADE

“Eu sou o Alfa e o Ômega.” – Jesus

I- CONCEITO

“A Evolução Espiritual tem, por objetivo fundamental, fazer com que o filho de Deus, emanado em uma época, com menos sofrimentos

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e, dentro do menor tempo possível, volte novamente a ser DEUS em DEUS, ou manifestação individuada do PRINCÍPIO, sem perder a individualidade, isto é, sem deixar de ser Seu filho.” – Osvaldo Polidoro

II- ROTEIRO (CAMINHO) A SER SEGUIDO

Esquematicamente, a centelha divina, emanada do PRINCÍPIO (Alfa) em um tempo, pela física dos 9 Estados, inicialmente transita para uma “involução”.Do 1° Estado – O PRINCÍPIO – por condensação caminha para o 2° Estado – A LUZ DIVINA – e, em ordem sequencial para os Estados subsequentes: energias, éteres, substâncias, gases, vapores, líquidos e sólidos. A seguir, por “evolução”, passa pelos reinos:

1- mineral e vegetal (automatismos inconscientes)

2- animal (instintivo)3- hominal (intelectivo)Atingida a fase do Homo Sapiens, já

bipedeverticalizada e com as sete coroas energéticas (chacras) e perispírito prontos, começa a entender a realidade que a cerca e a autodeterminar-se de acordo com esse entendimento (volição). Adquire a responsabilidade relativa ao seu grau de conscientização. Passa a responsabilizar-se pelo que sabe, pensa, sente e age. Cérebro e coração. Evoluir espiritualmente significa ir desabrochando as virtudes divinas latentes, em potencial, através da pluralidade das encarnações sucessivas.

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III- QUAIS SÃO AS VIRTUDES DIVINAS?

À guisa de enumeração, vejamos algumas: amor, sabedoria, honestidade, fraternidade, cordialidade, fidelidade, probidade, equilíbrio, temperança, bondade, discernimento e inúmeras outras. À medida que as desabrocha, vai perdendo em relatividade e ganhando em divindade. É um processo evolutivo de autodeificação, rumo à Cristificação.

Atingida essa etapa, o espírito chega ao 8° Céu, ou Intermundos; adquire o dom da ubiquidade (onipresença) e a intuição plena – através da Lei de Superação Psíquica. Torna-se um “Elo Divino” entre o PRINCÍPIO SAGRADO e as humanidades do Cosmo. Passa a pertencer à Comunidade Crística ou Divina Providência. O seu Reino é o dos espíritos sábios e puros, onde há Luz, Glória e Poder. Essa conquista se dá através da Inteligência e Amor.

As sete coroas energéticas e o perispírito voltam ao 2° Estado de DEUS – à LUZ DIVINA.

IV- GRADAÇÕES

Existe, ainda, a necessidade de evoluir rumo à plena deificação. De simples Cristo de Planeta, deverá evoluir para o de Sistema Planetário, de Sistema de Sistemas, de Galáxias, Sistema de Galáxias, tornando-se deificante, até, finalmente, atingir a total deificação.

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Com a deificação plena, fecha-se o circuito. Voltou ao Ômega. Saiu do PRINCÍPIO (Alfa) e voltou a Ele (Ômega). Torna-se totalmente “infuso” no PRINCÍPIO – ou Espírito Deificado. Dá-se a chamada “Consumação Evolutiva do Espírito”.

A volta será mais ou menos rápida, com maior ou menor sofrimento, em razão do relativo livre-arbítrio do espírito. Depende tão somente dele. Ninguém irá deificar terceiros. Cada centelha é responsável por seu destino. A responsabilidade é individual – Ezequiel cap. 14 e 18: “Cada um será aquilo que se fizer.”

Esse é, em apertada síntese, o “Caminho do Senhor” a ser percorrido pelo espírito-filho na volta ao Espírito-Pai.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – I

1- “O Supremo Livro é a Infinita Criação (Emanação).” – Orações e Poesias Divinas – pág. 50, 2ª linha, 1ª estrofe2- “Meu livro é o Todo Infinito, é no seio do qual Eu habito.” – Orações e Poesias Divinas – pág. 93, 1ª estrofe3- “Contemplai o Livro do Infinito, e reconhecendo que n’Ele Eu habito.” – Orações e Poesias Divinas – 4ª estrofe4- Ler as poesias:

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“O Triunfo da Centelha” – Orações e Poesias Divinas – pág. 96“Meios e Fim” – Orações e Poesias Divinas – pág. 1045- Evolução Biológica: como se encontra hoje esse segmento?Nos meios científicos, é encarada como um fenômeno natural, igual ao da digestão.Fundamentação: os remédios são testados nas cobaias (ratos, coelhos, cachorros, macacos e outros animais), antes de serem aplicados nos seres humanos.Conclusão: a fisiologia é idêntica; caso contrário, seriam inaceitáveis as experiências em laboratório.6- 99% da estrutura bioquímica do chimpanzé é igual à do homem (conclusão científica recente).7- A fisiologia é idêntica, como comprovam os primeiros transplantes de coração realizados na África do Sul, pelo Dr. Christian Barnard. Foram feitos primeiramente nos macacos.8- Como as religiões encaram hoje a Evolução Biológica:a) Judaísmo: os fundamentalistas seguem o Pentateuco (Adão e Eva).b) Igreja Romana: teve a tese fixista-monogênica como dogma. Tal posição durou séculos. Editou a encíclica “De Humanae Generis”, contrapondo-se ao Evolucionismo. Nas Pontifícias Universidades Católicas, até algum tempo atrás, na cadeira de Apologética, sempre se ensinou a tese fixista. Recentemente, ante as evidências científicas, o

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Papa João Paulo II comunicou à Academia de Ciências do Vaticano que a tese evolucionista já não pode mais ser considerada como uma simples hipótese. O papa Bento XVI parece ter retornado à tese anterior – do Fixismo – através do “Inteligent Design” adotado dos evangélicos americanos.c) Islamismo: considera Adão o primeiro Profeta.d) Protestantismo: conforme ensinamento do Divino Mestre, Osvaldo Polidoro, será a última idolatria a cair – a da letra. Adota a tese fixista “Adão e Eva”. Exemplo típico é a “Bible Belt” dos evangélicos do Sul dos EUA.9- Evolução Espiritual e Sagrada Finalidade: “A Luz é o reflexo das realizações íntimas.” – Lei, Graça e Verdade – Osvaldo Polidoro10- Fases evolutivas:a) Com a Lei: possibilita a santificação.b) Santificante: o espírito atinge esta etapa quando pratica o bem, não por obrigação, mas pelo simples prazer de praticá-lo.c) Cristificação: ocorre quando atinge a fase da libertação, da obrigação de reencarnar através da sabedoria e amor puros.d) Deificante: atinge quando chega à etapa próxima à Deificação.e) Deificado: ao tornar-se Deus em Deus, plenamente infuso no Princípio Emanador.11- “O sentido da Evolução é a integração nas Verdades Cósmicas.” – O Novo Testamento dos Espíritas – pág. 107

EVOLUÇÃO (BIOLÓGICA)126

(Notícias da Imprensa)

“A evolução do Homo Sapiens continua cem vezes mais rápida.”

O processo acelerou-se nos últimos quarenta mil anos, quando o homem moderno se instalou na Europa, Ásia e Austrália. Evoluiu mais rapidamente do que nos seis milhões de anos desde que hominídeos e chipanzés se separaram de um ancestral comum.

Anatomicamente, foi uma evolução bem menos perceptível do que a que nos transformou em animais bípedes, com postura ereta e cérebros avantajados.

O berço foi a África.Os que migraram para o norte, regiões mais

frias e com dias mais curtos, ficaram nos últimos anos claros, mais loiros e com olhos mais azuis (Revista Científica PNAS). As populações dos continentes tornaram-se, geneticamente, mais distintas nos últimos quarenta mil anos, cada uma adaptada às condições locais.

As mudanças tornaram-se mais velozes nos últimos dez mil anos, a partir da Era Glacial.(artigo extraído do Jornal O Estado de São Paulo - 11/09/2007)

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A REENCARNAÇÃO

I – PREÂMBULO

1- Como se sabe, existe uma Sagrada Finalidade para o espírito - a cristificação; atingir o Reino da Sabedoria e Pureza (cérebro e coração). O Reino do Puro Espírito. Esse é o Sagrado Objetivo da Existência. Voltar o mais rapidamente possível e com o mínimo de sofrimentos ao Princípio, de onde saímos um dia.

2- Atingir a Cristificação, em uma única vida, em um Planeta de expiações, torna-se, a toda evidência, inviável.

3- Os perigos que uma imersão na carne oferecem são tantos, que raros são os espíritos que dela saem bem. Sempre há, pelo menos, laivos cármicos.

4- Assim, a multiplicidade de idas e vindas é, logicamente, inquestionável.

5- Salta aos olhos que o desabrochamento das virtudes divinas não poderá ser realizado de uma única vez.

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6- Como é sabido, evoluir significa desabrochá-las.

7- Quais seriam elas?À guisa de exemplificação: honestidade,

bondade, equilíbrio, temperança, discernimento, cordialidade, solidariedade, fraternidade, altruísmo, amor, desapego (de bens materiais), probidade e inúmeras outras.

Em sentido contrário, os vícios: desonestidade, egoísmo, rancor, ódio, cobiça, inveja, avareza, improbidade, etc.

ASPECTOS

Didaticamente, essa Lei Divina Fundamental poderá ser analisada em uma tríplice vertente:

I – BíblicaII – PráticaIII– Científica

I – Bíblica

Apesar de todas as manipulações religiosistas, ainda sobraram versículos bíblicos registradores dessa Lei Divina. Assim, bastará lembrarmos algumas passagens, tais como:

a) Malaquias – cap. 3,23 - a respeito da volta de Elias como precursor. Voltar como? Só poderia

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fazê-lo em uma outra roupagem carnal. Em sentido contrário, viria ele em um mesmo corpo, vários séculos depois? Aqui o texto: “Eis que vos enviarei o Profeta Elias, antes que venha o grande dia...”

b) Mateus – cap. 11 (10 a 15) - Eis que vos envio meu mensageiro diante de ti, para preparar o Caminho (Mal. 3,23). Em verdade, vos digo, dentre os filhos das mulheres não surgiu outro maior que João Batista. Desde... e se quereis compreender, é ele o Elias que deveria vir. Quem tem ouvidos ouça (vers. 15).

c) Mateus – cap. 17 (10 a 13) - Jesus, estando a pregar, sendo abordado por gente do Sinédrio, foi-lhe perguntado (naturalmente duvidando que Ele fosse o Messias): “As escrituras dizem que para o Messias vir, será necessário que Elias viesse antes.”

Jesus respondeu: “Em verdade, vos digo, Elias já veio e fizeram dele tudo o que quiseram (foi preso e degolado na fortaleza de Maquerunte). Dos filhos nascidos de mulher, nenhum é maior do que Ele. Se quiserdes saber, João Batista é o mesmo Elias que havia de vir...”. (Mateus cap. 11,14) Os discípulos compreenderam, então, que Ele lhes falava de João Batista.

d) Nicodemus - Culto fariseu, pediu a Jesus que interpretasse esta passagem bíblica: “Para ingressar no Reino do Céu, é necessário nascer de

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novo. Como pode um homem, velho como eu, regredir no tempo e voltar à barriga de sua mãe?”

Jesus: “Em verdade, vos digo que é necessário nascer de novo, para ingressar no Reino do Céu (Crístico). És doutor em Israel e não sabes dessas coisas?”

Como se depreende, bastará procurar na Bíblia e não buscar falsas interpretações que o embasamento bíblico “ainda” existe.

II – Prática

Ninguém vem à carne passear ou por mero acaso. Antes é feito um programa pré-encarnacionista. Quando o espírito habita planos elevados, ele mesmo tem condições de elaborá-lo. Quando não, há espíritos especialmente designados para fazê-lo. São os chamados “Engenheiros do Carma”. Em função de cada um, o programa será elaborado.

A encarnação é válvula redentora e evolutiva do espírito. Assim, há quatro espécies de encarnações:

. Expiação

. Provas

. Missão

. MessiânicaQuem tiver carma negativo para pagar terá de

redimir-se pagando ceitil por ceitil, ou comutando com obras para desfazê-lo.

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A responsabilidade é “intuitus personae”; isto é, “personalíssima”. Ninguém irá responder por terceiros. (Ezequiel – cap. 18)

Assim, é grave erro ficar com o que, equivocadamente, ensinam as religiões - que Jesus é redentor e salvador da hu-manidade. Ao invés, afirmou, peremptoriamente, o Divino Mestre: “Cada qual pegue sua cruz e siga-me.” (Mat. cap. 10,38)Cada centelha divina responderá pelas suas vidas pretéritas pelo que sabe, pensa, sente e age. Jamais disse Ele que seria salvador e redentor de quem quer que fosse. As religiões colocaram em Sua boca aquilo que Ele jamais disse. Aliás, se o fizesse, seria, a toda evidência, contraditório; fato inconcebível.

Assim, essas estátuas de redentor encontradas em lugares altos de muitas cidades são totalmente erradas. Se Jesus tivesse redimido e salvado a humanidade, não haveria tantas encarnações com pessoas doentes (lepra, Aids, tuberculose); cegas, surdas, mudas, oligofrênicas, mongolóides, hidrocéfalas; bolsões de miséria (Índia, África, etc.). “Res, non verba” – Fatos, não palavras.

Se Ele, com Seu sangue derramado, tivesse realizado as duas situações, enquanto a realidade fática mostra o contrário, onde estaria a redenção e salvação da Humanidade?! Aliás, se Deus é infinitamente justo, e se houver uma única encarnação, como justificar tanta discrepância, tantas diferenças sociais (ricos-pobres, bonitos-feios, sãos-doentes, etc.)?

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As afirmações religiosistas, com efeito, são incompatíveis com a realidade objetiva. Os fatos estão aos nossos olhos e, diante deles, a razão deve necessariamente se inclinar.

III – Científica – “Terapia de Vidas Passadas”

O que caracteriza a ciência é a observação e experimentação dos fenômenos palpáveis, objetivos, tangentes.

Infelizmente, a ciência humana ainda não inventou aparelhos que possam bem caracterizar os fenômenos reencarnacionistas. A Psicometria, através da vidência, não o é por falta desses aparelhos. Entretanto, recentemente, houve alguns movimentos no sentido de pesquisá-los. Trata-se da Terapia de Vidas Passadas.

Um conhecido médico norte-americano (Brian Weiss) escreveu um “best-seller”, relatando suas experiências positivas nesse sentido. Recentemente, outras obras surgiram e estão sendo muito vendidas nas livrarias do mundo todo.

Na área da psicanálise, muitos traumas ou fobias, cuja etiologia é de difícil constatação, têm sido descobertos através desse novo método. O psicanalista, após hipnotizar o paciente, o faz regredir até a vida intra-uterina e, a seguir, regride ao passado mais remoto, onde tem sido

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possível descobrir fenômenos de claustrofobia, por exemplo, cujas causas advêm de vidas anteriores.

Nesse sentido, recentemente, a TV Globo mostrou uma experiência positiva com o próprio repórter, em que ficou bem caracterizado que sua claustrofobia atual, provavelmente, resultaria de experiência traumática em vida pregressa na Europa, em que esteve por anos a fio preso em uma masmorra infecta.

Idênticas experiências foram feitas por um catedrático da USP, com resultados cientificamente confiáveis em muitos pacientes.

Disse ele, em entrevista televisiva, que não tem qualquer formação religiosista ou filosófica a respeito, mas que é obrigado a aceitar a existência de vidas pretéritas em razão das pesquisas por ele realizadas. Há, também, o testemunho de pessoas conhecidas do mundo artístico, como Shirley McLane em sua obra Minhas Vidas Passadas. A esse respeito, nosso Mestre tem uma obra, Psicometria, em que descreve tecnicamente como os fenômenos ocorrem.

Em sessões públicas, têm-se realizado muitas experiências nesse sentido, com relativa facilidade. Bastará estarem presentes bons médiuns psicômetras.

Por fim, vale lembrar que a Lei da Reencarnação será eliminada para o espírito pela Lei da Superação Psíquica (em Ver-dades Imortais - pág. 101). Isso se dará com a Cristificação. Com ela, se alcançará a libertação. Ficará livre da

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obrigação de reencarnar e poderá aceitar reencarnações messiânicas e missionárias.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – I

“A Reencarnação é o testemunho da Justiça Divina.” (O Céu Maravilhoso - Osvaldo Polidoro)

1- A Lei da Reencarnação - tanto os corpos materiais como também os mundos materiais deverão ser eliminados pela Lei da Superação Psíquica. (Verdades Imortais)

2- “À Justiça Divina, nada escapa.”Bastará reparar nas tremendas divergências

situacionais e condicionais a que se acham subordinados os encarnados na vida social.

3- “A Luz é o reflexo das realizações íntimas.” (Lei, Graça e Verdade)

4- Sobre a Desencarnação (sinônimo de Ressurreição): é uma caixinha de surpresas. Ninguém veio simplesmente passear na carne. Há um programa pré-encarnacionista a ser cumprido.

Se o espírito cumpriu 70 a 80% do programado, ótimo. Poucos são os que conseguem cumprir um bom porcentual.

Ninguém veio criar musgo sobre a Terra. Não se desencarna de juventude ou saúde, mas de velhice, doença ou acidente (desgaste ou estragos na roupagem carnal).

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Pela Lei de Equidade Vibracional, cada qual vai para o seu lugar. Todos são juízes em causa própria. Cada um será aquilo que se fizer – luz ou trevas.

A centelha divina, do berço ao túmulo, da maternidade ao cemitério, é peregrina sobre ela. Fica temporariamente encarnada, hipotecada com o desencarne. Ninguém encarna ou desencarna sozinho. Sempre há espíritos auxiliares para esses mistéres.

A vidência, incorporação e psicografia funcionam como consoladoras para os entes queridos que ficaram na carne.

A Humanidade é uma “caravana em marcha”. Há os vanguardeiros, intermediários e os de retaguarda (não só por elevação espiritual, como também por faixa etária).

Quem mais fizer pelos extremos (velhos e crianças), como também pelos desamparados, carentes, abandonados e socialmente marginalizados, mais receberão como recompensa divina.

(Extraídos dos ensinamentos de Osvaldo Polidoro)

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APOCALIPSE

I – PREÂMBULO

1- Há um Programa Divino para mundos e humanidades. O Planeta já passou pela fase da

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infância e está no crepuscular da sua juventude. Já mudou sua configuração geográfica por cinco vezes. O último Dilúvio foi de água (Gênese). Não expulsou ninguém. Sua natureza ficou até mais bonita. Os continentes, que eram unidos, separaram-se, dando a configuração hoje existente no Mapa Mundi. Ante a crescente imoralidade, principalmente nos meios de comunicação de massa (cinema, televisão, jornais, revistas, etc.), os vícios passaram a preponderar sobre as virtudes. Tal fato decorreu da truncação da Revelação ocorrida no século IV d.C., deixando a humanidade nas trevas e entregue aos religiosismos e materialismos.

Como passar para a Maturidade sem uma faxina?

2- O Ponto de Dilúvio (sinal dos tempos) ocorrerá:

“quando a imoralidade chegar a um nível inconcebível.”

3- Ninguém terá sossego sobre a Terra:“... até o último homem, da última ilha do

planeta, irá tremer.”

4- “Todos os departamentos da Terra irão se desassossegar.”

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5- “Homens importantes do planeta irão tomar decisões espantosas.”

6- Não foi determinado por Deus. Ao invés, foi previsto através de visões proféticas ao longo da História, em razão da conduta humana. Caso contrário, seria “determinismo”.

7- Os cavalos Branco, Preto, Amarelo e Vermelho simbolizam “forças”. São ideologias que surgiriam no Planeta, na sua escalada evolutiva.

II – VISÕES APOCALÍPTICASDaniel – capítulo 7

“Estando em seu leito, teve um sonho e visões, consignando, por escrito, esse sonho.”

1- “Vi... quatro grandes animais – o terceiro era igual a uma pantera... O império lhe foi atribuído.”

2- (Usava um chifre) “Esse chifre tinha olhos idênticos aos olhos humanos e uma boca que proferia palavras arrogantes.”

3- “(Então) Vi um ser semelhante ao filho do homem vir sobre nuvens do céu.”

4- “Fiquei perturbado por essas visões.”

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5- “Tinha visto esse chifre fazer guerra aos santos e levar-lhes vantagens, até o momento em que veio o ancião.”

6- “Sobre as noites e as manhãs.”7- “A visão que te foi apresentada é

perfeitamente verídica.”8- “Mas guarda segredo, pois ela se refere a

dias longínquos.”

III – SIMBOLOGIA APOCALÍPTICA:OS QUATRO CAVALOS:

APOCALIPSE – capítulo 6

1- Cap. 6,2 - CAVALO BRANCO“... ele partiu como vencedor para tornar a

vencer.” - Doutrina Pura.

2- Cap. 6,4 - CAVALO VERMELHO“... ao que o montava foi dado tirar a paz da

Terra, de modo que os homens se matassem uns aos outros.” - Doutrina Econômica / Materialista (Leste Europeu)

3- Cap. 6,5 - CAVALO PRETO(3°, na visão de Daniel = Pantera)“... o seu cavaleiro tinha uma balança na mão.”

– Igreja Romana.

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4- Cap. 6,7 - CAVALO AMARELO (em algumas traduções “Esverdeado”)

“... o seu cavaleiro tinha por nome morte, e a legião dos mortos o seguia.” - Doutrina Econômica Capitalista.

5- Dois Dragões – Império Romano e Imperador.

6- Duas Bestas – Igreja Romana e Papado.7- Mulher – Verdade Doutrinária.

8- Cordeiro (Jesus) - Em seu lugar virá o Cavaleiro Branco (Anjo Relator do Apocalipse).

IV – O CAVALEIRO BRANCO

Apocalipse

CAVALEIRO BRANCO - aquele que viria, pouco antes do Apocalipse, escrever o Evangelho Eterno é o Anjo Relator en-carnado.

1- Cap. 14.6 - E vi:1.1 “... um anjo, tendo um EVANGELHO

ETERNO para anunciar aos habitantes da Terra...”

2- Cap. 14.14 - E vi:2.1 “... um semelhante ao filho do homem...

(tendo) na mão uma foice afiada.”

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2.2 E lhe foi dito: “Lança a tua foice e ceifa, porque está na hora de ceifar, eis que está madura a seara da Terra.”

3- Cap. 19 (a ser visto após capítulo 12)E vi que:3.1 “Pediu (à prostituta) contas do sangue

dos seus servos.”3.2 “Prostrei-me (João Evangelista) aos seus

pés.”3.3 Ele me disse: “Não façais isso. Sou um

servo como tu e teu irmão.”3.4 “Adora (somente) a Deus.”3.5 (E vi): “Um Cavalo Branco, cujo

Cavaleiro chama-se Fiel e Verdadeiro.”

3.6 “Ele tem os olhos flamejantes.”3.7 “Traz um nome escrito que ninguém

conhece, senão ELE.”3.8 “Seu nome é VERBO DE DEUS.”3.9 “Deverá governar com VARA DE

FERRO.”3.10 “(É) Rei dos reis, Senhor dos

senhores.”3.11 “Eu vi a fera e os reis da Terra com os

seus exércitos reunidos para fazerem guerra ao CAVALEIRO e ao seu exército.”

4- Cap. 21 - E diz:4.1 “Eis que renovo todas as coisas.”4.2 “Eu sou o ALFA e o ÔMEGA – o começo

e o fim.”

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4.3 “O vencedor herdará tudo isto e eu serei seu Deus.”

5- Cap. 10 - E vi:5.1 “Um anjo com um arco-íris em torno da

cabeça.”5.2 “Seu rosto era como um sol.”5.3 “Segura na mão um pequeno livro

aberto.” Disse: “Toma-o e devora-o. Será amargo no ventre, mas na boca doce como o mel.” (e pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra).

6- Cap. 12.5 - Ele é: “... um menino que regerá com VARA DE

FERRO.”“... Seu Deus... e ele será meu filho.”

“Estas palavras são fiéis e verdadeiras, e o Senhor (Deus) enviou o Seu anjo para mostrar aos Seus servos o que deverá acontecer.” (futuramente)

E complementa:“Felizes aqueles que põem em prática as

profecias deste Livro.”

V – CAVALO PRETO

CAVALO PRETO - sufocando a Revelação, colocou o mundo nas trevas (vide Inquisição).

143

1- Cap. 12,51.1 (E a Fera): “Desceu para vós, cheia de

grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta.”

2- Cap. 132.1 “... a fera era semelhante a uma

pantera.” (vide Daniel, cap. 7)2.2 “Fez guerra aos santos e venceu-os.”2.3 “(Tinha) dois chifres como um cordeiro,

mas falava como um dragão.”2.4 “Exercia todos os poderes da 1a fera, sob

a vigilância desta, e fez com que toda a Terra e os seus habitantes adorassem a 1a fera.”

2.5 “(E ordenou): Fosse morto todo aquele que não se prostrasse diante dela.”

2.5 Eis aqui a sabedoria: “Quem tiver inteligência calcule o NÚMERO DA FERA, porque é o número de um HOMEM, e esse número é 666.”

OBSERVAÇÃO:

“VICARIVS FILII DEI” 112 53 501 = 666

“DVX CLERI” 515 151 = 666

“VICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS”

144

112 51 501 1 1 = 666

3-Cap. 14,83.1 “E vi que: ... caiu, caiu, a Grande

Babilônia (por ter abusado) de sua imundície.”3.2 “(Aqueles que) adorarem a fera e a sua

imagem, e aceitarem o seu sinal na fronte... não terão descanso algum, dia e noite.”

4- Cap. 164.1 “Vi (sair) da boca do Dragão, da fera e do

falso profeta, três espíritos imundos, semelhantes a rãs.”

5- Cap. 175.1 “Vi: a grande meretriz, com a qual se

contaminaram os reis da Terra.”5.2 “Ela inebriou os habitantes da Terra.”5.3 “(Ela é) uma mulher vestida de púrpura e

escarlate, adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas.”

5.4 “...uma mulher, assentada em cima de uma fera escarlate.”

5.5 “Tinha nas mãos uma taça de ouro. (E) na sua fronte: Babilônia a grande mãe da prostituição e das abominações da Terra.”

145

5.6 “(Essa) mulher estava ébria do sangue dos santos e dos mártires de Jesus.” (vide Inquisição)

5.7 “E esta visão encheu-me de espanto.”5.8 “(Eis o) simbolismo da mulher e da fera.”5.9 “Aqui se requer uma inteligência

penetrante.”5.10 “As sete cabeças são sete montanhas,

sobre as quais se assenta a mulher.”5.11 “(Dos) sete monarcas, cinco já caíram;

um subsiste e o outro ainda não veio; e quando vier deverá permanecer pouco tempo.”

5.12 “A mulher que viste é a grande cidade.”

6- Cap. 186.1 (E vi que) “caiu, caiu (a grande cidade).”6.2 “... os mercadores da Terra

enriqueceram com o excesso de seu luxo.”6.3 “Hão de chorar e lamentar-se por sua

causa os reis da Terra que com ela se contaminaram.”

6.4 “Ai, ai da grande cidade Babilônia, cidade poderosa. Bastou (apenas) um momento para sua execução.”

6.5 (E vi que): “Toda a magnificência e todo brilho se apagou.”

6.6 “Ai, ai da cidade que se revestia de linho, púrpura e escarlate; toda ornada de ouro, pedras preciosas e pérolas. Num só momento, toda essa riqueza foi devastada.”

6.7 “Bastou um momento para ser arrasada.”

146

6.8 “Será precipitada e jamais será encontrada.”

6.9 (Sobre a Fera): “Todas as nações foram seduzidas por teus malefícios.”

6.10 “Foi em ti que se encontrou o sangue dos profetas e dos santos, como também de todos aqueles que foram imolados na Terra.”

7-Cap. 19 (ler após o capítulo 12)“No céu (coro) Aleluia!!!”“Ele executou a Grande Prostituta, que

corrompia a Terra com sua prostituição, e pediu-lhe contas do sangue dos seus servos.”

VI – OS DIAS QUE ANTECEDEM O APOCALIPSE

1- Mateus – 24.251.1 “Ouvireis falar de guerras. Que isso não

vos perturbe, porque é necessário que isso aconteça.”

1.2 “Haverá fome, peste e grandes desgraças em diversos lugares.”

1.3 “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e seduzirão a muitos.”

1.4 “A caridade (bondade) de muitos se esfriará.”

1.5 “Mutuamente se odiarão.”147

1.6 “Se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém escaparia, mas por causa dos escolhidos, (eles) serão abreviados.”

1.7 “(O Senhor) enviará Seus anjos e juntará Seus escolhidos dos quatro ventos (cantos do mundo).”

1.8 “Quanto aquele dia e aquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas somente o Pai.”

1.9 “Será como nos tempos de Noé... os homens de nada sabiam, até o momento que veio o Dilúvio.”

1.10 “Assim será também... (com o novo Dilúvio).”

1.11 “(Repare bem) se o pai de família... (soubesse de antemão)...(a que horas)...viria o ladrão...(certamente tomaria medidas para prevenir).”

1.12 (Portanto) “Orai e vigiai, pois não sabeis nem o dia, nem a hora.”

Em consequência:1.13 “Haverá separação entre cabritos e

ovelhas.”1.14 (Entretanto) “Será apenas o início e não

(será) o fim.”

2- Romanos – cap. 1, 22 a 32

Pretendendo-se sábios, tornaram-se estultos. Mudaram a majestade de Deus, incorruptível, em

148

representações e figuras de homem corruptível, de aves, quadrúpedes, répteis.

Por isso, Deus os entregou aos desejos de seus corações, à imundície; de modo que desonraram entre si os próprios corpos.

Trocaram a Verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a criatura, em vez do Criador.

Por isso, Deus os entregou à paixões vergonhosas – as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo, também, os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a praga devida ao seu desvario (AIDS).

Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados e daí o seu procedimento indigno.

São repletos de toda espécie de malícia, perversidade, cobiça, maldade, inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade.

São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, altivos, inventores de maldades, rebeldes contra os pais.

São insensatos, desleais, sem coração, sem misericórdia.

Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus, que considera digno de morte aqueles que fazem

149

tais coisas, não só as praticam, como também aplaudem os que as cometem.

3- Romanos – cap. 23.1 Cap. 2,3 - “Tu, ó homem, que julgas os

que praticam tais coisas, mas as cometes também, pensas que escapará ao juízo de Deus?”

3.2 Cap. 2,6 - “Deus... que retribuirá a cada um, segundo suas obras.”

3.3 Cap. 2,9 - “Tribulação e angústia sobreviverão a todo aquele que pratica o mal.”

3.4 Cap. 2,11 - “Diante de Deus, não há distinção de pessoas...”

3.5 Cap. 2,12 - “Porque... não são justos os que ouvem a Lei, mas os que a praticam.”

3.6 Cap. 2,14 - “Os pagãos, que não tem a Lei, fazendo naturalmente as coisas que são da Lei, a si mesmo servem de Lei.”

3.7 Cap. 2,15 - “Mostram que o objeto da Lei está gravado nos seus corações, dando-lhes testemunho a sua consciência, bem como seus raciocínios...”

3.8 Cap. 2,21 - “Tu que ensinas aos outros... não te ensinas a ti mesmo!...”

3.9 Cap. 2,24 - “Por vossa causa, o nome de Deus é blasfemado entre os pagãos.”(Isaías. 52,5)

4- Segunda Epístola de Pedro4.1 Cap. 2,3 - “Movidos por cobiça, eles vos

hão de explorar por palavras cheias de astúcia.”

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4.2 Cap. 2,6 - “(Deus) reduziu a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, pois servia de exemplo aos ímpios do porvir.”

4.3 Cap. 2,9 - “O Senhor sabe livrar das provações os homens virtuosos.”

4.4 Cap. 2,10 - “Reserva para serem castigados aqueles que agem com desejos impuros, atrás dos prazeres da carne e desprezam a autoridade.” “Audaciosos, arrogantes, não temem falar injuriosamente das glórias.”

4.5 Cap. 2,12 - “Quais brutos... injuriam o que ignoram e assim, da mesma forma, perecerão...”

4.6 Cap. 2,13 - “Encontram as suas delícias em pleno dia as suas libertinagens. Homens pervertidos e imundos sentem prazer em enganar...”

4.7 Cap. 2,14 - “Têm os olhos cheios de adultério e são insaciáveis no pecar. Seduzem pelos seus atrativos as almas inconstantes; têm o coração acostumado à cobiça.”

4.8 Cap. 2,15 - “Deixaram o caminho reto para se extraviarem no da iniquidade.”

4.9 Cap. 2,16 - “São como fontes sem água e nuvens agitadas por turbilhões, destinados às profundezas das trevas.”

4.10 Cap. 2,18 - “Com palavras tão vãs quanto enganadoras, atraem pelas paixões carnais e pela devassidão aqueles que mal acabam de escapar dos homens que vivem no erro.”

4.11 Cap. 2,19 - “Prometem-lhes a liberdade quando, eles mesmos, são escravos da corrupção.”

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4.12 Cap. 2,20 - “Com efeito, se aqueles que renunciaram às corrupções do mundo pelo conhecimento da Verdade, nelas se deixam de novo enredar e vencer, o seu último estado torna-se pior do que o primeiro.”

4.13 Cap. 2,21 - “Melhor fora não terem conhecido o caminho da Justiça (Divina) do que, depois de o terem conhecido, voltarem atrás, abandonando a Lei que lhes foi ensinada.”

4.14 Cap. 2,22 - “Aconteceu-lhes o que diz, com razão, o provérbio: O cão voltou ao seu vômito, e a porca, lavada, volta a revolver-se no lodaçal.” (prov. 26,11)

VII – OS DIAS APOCALÍPTICOS (propriamente ditos)

1- Cap. 6,12 - (Depois)“Sobreveio um grande terremoto.”“O sol escureceu... a lua tornou-se toda

vermelha como sangue.”“O céu desapareceu... e todos os montes e ilhas

foram tirados dos seus lugares.”

2- Cap. 8,5 - “... e houve trovões, vozes, relâmpagos e terremotos.”

3- Cap. 8,11- “... e muitos homens morreram por ter bebido das águas contaminadas.” (em algumas traduções, “envenenadas”)

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4- Cap. 9 - “Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não conseguirão; desejarão morrer e a morte fugirá deles.”

“Foi-lhes dado ordem que não os matassem, mas que os afligissem por cinco meses.”

“Seu tormento era como a picada do escorpião.”

5- Cap. 16,17 - (E vi, ainda):“Relâmpagos, vozes e trovões, assim como um

terremoto tão grande como jamais houve desde que há homens na Terra.”

“Todas as ilhas fugiram e montanha alguma foi encontrada.”

“Grandes pedras de gelo caíram do céu sobre os homens.”

“A grande cidade foi dividida em três partes.”“(E vi que) os habitantes da Terra são

consumidos, (apenas) um pequeno número sobrevive.” Isaías – cap. 24

VIII – DIAS QUE SUCEDEM – FORA DAQUI:APOCALIPSE – CAP. 22

(Os cabritos) “Haverá um primeiro grande expurgo. Porém, através dos ciclos e das eras, haverá outros fora daqui.” (Evangelho Eterno – pág. 40)

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1- “Fora os cães, os envenenadores, os impudicos, os homicidas, os idólatras e todos aqueles que amam e praticam a mentira.” (Epílogo 15)

2- “Os tímidos, os infiéis, os depravados, os homicidas, os impuros, os maléficos, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão a segunda morte.” (cap. 21)

3- “O injusto faça injustiça ainda; o impuro pratique impurezas ainda.”

FORA DAQUI (Síntese):

01. Tímidos02. Incrédulos03. Abomináveis04. Homicidas05. Devassos06. Feiticeiros07. Idólatras08. Mentirosos09. Os que se prostituem10. Injustos11. Sujos (imundos, impuros)12. Cães (violentos, ferozes, vorazes)13. Envenenadores14. Impudicos15. Infiéis16. Impuros17. Maléficos

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IX – OS QUE FICARAM – ASPECTOS NEGATIVOS

1- Cap. 16,21.1 “Formou-se uma úlcera atroz e maligna

nos homens que tinham o sinal da fera e que se prostravam diante de sua imagem.”

1.2 “Eles derramaram o sangue dos santos e profetas.” (Inquisição)

2- Cap. 16,82.1 “(A) O sol foi dada (a possibilidade) de

queimar os homens com fogo.”2.2 “Foram queimados por grande calor.”

3- Cap. 16,103.1 “... (Quanto ao) trono da fera – seu reino

se escureceu e seus súditos mordiam a língua de dor.”

4- Mateus 24,254.1 “Bem aventurados os ventres que não

gerarem.”4.2 “Ai das grávidas e das que amamentam

naqueles dias.”

155

X – OS QUE FICARAM – ASPECTOS POSITIVOS

APOCALIPSE

2a Epístola de Pedro: “(Haverá) Novos céus e uma nova Terra.”

(As ovelhas = aqueles que herdarão) “Um novo céu e uma nova Terra.”

Após os eventos: “Os viventes ficarão reduzidos a 1/3, para então haver um começo quase novo.” (Osvaldo Polidoro)

1- Apoc. 2.111.1 “O vencedor não sofrerá dano algum da

segunda morte.”1.2 Sobre os 144.000 (que é o número dos

assinalados – cap. 7,13): “Em sua(s) boca(s) não se achou mentira, pois é (são) irrepreensível(veis). São os que estão revestidos de vestes brancas.”

Eles – Quem são?Resposta: “São os sobreviventes da grande

tribulação.”

2- Cap. 142.1 “Felizes... os que seguirem os

ensinamentos... que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os seguirão.”

3- Cap. 15.2

156

3.1 “Vi um mar transparente e os vencedores que haviam escapado à fera e sua imagem e (também) ao número de seu nome.”

4- Cap. 174.1 “Aqueles que estão com Ele (O Cavaleiro

Branco) são os chamados, os escolhidos – os fiéis.”

5- Cap. 21Sobre a Terra dos futuros ciclos, a JERUSALÉM

CELESTIAL.5.1 “Vi, então, um novo céu e uma nova

Terra.”5.2 Cap. 21.2 - “... e já não haverá morte,

nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição.” - (o vencedor herdará tudo isso.)

5.3 Cap. 21.10 - “Levou-me em espírito e mostrou-me a Jerusalém Celestial.”

5.4 Cap. 21.23 - “(Essa) ... cidade não necessita de sol, nem de lua para iluminar, porque... a sua luz é o Cordeiro.”

6- Cap. 22 Ainda sobre a Terra dos futuros ciclos:

6.1 “Não haverá noite, nem se precisará da luz da lâmpada ou do sol, porque o Senhor Deus a iluminará.”

6.2 “Já não terão fome, nem sede, nem o sol ou calor algum os abrasará... e Deus enxugará toda lágrima de seus olhos.”

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XI – LEMBRETES FINAIS

1- “Peço-te a graça, Pai Divino, de jamais negligenciar perante as Divinas Promessas contidas nos capítulos 14, 19, 21 e 22 do Apocalipse, O LIVRO DOS EVENTOS PORVINDOUROS.” - (Oração dos Divinistas)

2- “(Naqueles dias) Ireis necessitar profundamente das prodigiosas orações.”

3- “Por causa das irradiações nucleares, tereis de fazer muito uso das águas fluidificadas e energizadas.”

4- Deus compensará seus fiéis servidores com graças e maravilhas, porque movimentará suas Legiões Angélicas, o quanto fará com que sua Divina Justiça destrua os seus traidores, clericais e quaisquer outros, porque o tempo profético está vencido.

5- As tragédias que não vierem de homens insanos virão dos abalos da natureza, como Jesus muito bem avisa nos capítulos 24 e 25, de Mateus.

6- O Apocalipse é o Livro da Bíblia que todos mais devem estudar por causa das terríveis tragédias punitivas.

158

7- Segunda Epístola de Pedro - (estudem bem)

8- A Legião Espiritual designada a entregar os informes divinos a toda a carne, ao findar do II milênio e início do III, estará esparramada em todas as partes do mundo, em raças, povos, nações e cores.

9- O Apocalipse é o livro da Bíblia que mais se deve exa-minar, por aquilo que ele aponta para o findar do segundo milênio e início do terceiro.

(Extraídos de folhetos de Osvaldo Polidoro)

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – I

1- Poesias conectadas com o tema, a serem lidas como cultura espiritual complementar, no livro Orações e Poesias Divinas:“O Destino da América” (pág. 54)“Estavas Avisado” (pág. 56)“Dias de Tormenta” (pág. 84)“Um Novo Ceú e uma Nova Terra” (pág. 177)

2- Agora é a hora de transição, mais importante da história da Terra. Todos os ranços, todas as ferrugens, tudo quanto é cronicamente retardado ou atrasado, lança seus ímpetos rebeldes contra os ensinamentos mais adiantados, reais e necessários. A ordem nos tempos da Restauração

159

é mudar no rumo da Sabedoria e Pureza – O Céu Maravilhoso – Osvaldo Polidoro

3- As terríveis punições virão, quer pelas medonhas alterações da natureza, quer pelos engenhos humanos mortíferos.

4- Não haverá fim do mundo, mas sim a grande e necessária seleção.

5- Vós, terrícolas, virastes as costas para a Lei de Deus e o Santo Mediunismo e, em consequência, as profundas comoções renovadoras não falharão. Aguardem as terrificantes punições.

6- Haverá a necessária, grande higienização, incluindo a bíblica expulsão dos cabritos. Terá um duplo objetivo: seletivo e punitivo.

7- Infelizmente para os terráqueos: funcionará a apocalíptica Vara de Ferro que significa Justiça Divina exacerbada – mais rigorosa.

8- Conforme informação do Divino Mestre, Osvaldo Polidoro, em contato com o Princípio Emanador, por Ele lhe foi dito: “Meu filho Elias, avise tudo o que tiver que ser feito, porque depois virei com todo o rigor sobre esses Meus filhos, pois, lhes dei demais e eles corresponderam de menos.”

160

9- Prestem total atenção! Chegou o tempo de virem as pagas até o último ceitil.

10- Estudem o Apocalipse!

11- Não haverá fim do mundo e nem dos viventes, mas o grande e inolvidável expurgo, que ficará na lembrança dos herdeiros da Terra dos futuros ciclos evolutivos.

12- A Humanidade “livre” dos cabritos marchará rumo à Sagrada Finalidade.

13- Ela está prontinha para receber as terríveis punições. Em matéria de imoralidade, violência e corrupções, já ultrapassou, de muito, Sodoma e Gomorra!

14- Os que sobrarem (as ovelhas) trilharão o que aponta Isaías, 11.

15- O terço dos viventes que sobrar saberá como é que Deus ordena viver a Doutrina.

16- Provado está que chegou a hora; mas quantas pessoas sabem disso?

17- Como poderá florir na Humanidade (Isaías, 11), sem que ocorra um começo quase novo de tudo?

18- Neste fatídico findar do II milênio, e início do III, o trabalho mais sagrado é colocar o

161

documentário doutrinário ao alcance dos filhos de Deus, esparramados sobre a Terra.

19- Quem estiver contra a Lei e o Mediunismo, caro pagará.

20- Não colocar esta Mensagem Divina ao alcance dos filhos de Deus, lotados no Planeta, é crime contra o Desígnio Divino e, muito caro, pagará.

21- As punições apocalípticas irão colocar tudo em seus devidos lugares.

22- As religiões sectárias estarão produzindo os montões de simplórios ululantes que perambulam pela encarnação, e até em muitos rincões da desencarnação.

23- O mau cheiro espiritual está ultrapassando Sodoma e Gomorra...24- Diante de tanta sujeira, irão falhar Jesus e o Apocalipse?

25- Divinistas (apóstolos de Deus), arregimentem-se e coloquem esta Mensagem Divina ao alcance dos filhos de Deus de toda a Terra!

26- Na atual conjuntura do Planeta, três são os maiores perigos:a. os imundos clericalismosb. os governos temporaisc. os pais ignorantes

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27- Não pretendam pensar que Jesus e o Apocalipse falharão.

28- Os que sobrarem serão obrigados a pensar com inteligência no aviso do cap. 21 do Apocalipse.

29- A Terra ficará livre:a. dos imundos clericalismosb. dos governos estúpidosc. dos pais menos esclarecidosDeus terá Seus filhos vivendo (Isaías, 11).

30- Nos atuais tempos apocalípticos, surgirão eclosões bestiais nas pessoas, gerando as licenciosidades, imoralidades e depravações. A própria natureza manifestará cataclismos mortíferos.

31- Aviso final do Divino Mestre, Osvaldo Polidoro: “Divinistas, arregimentem-se e avisem o mundo!”

32- O Brasil, pátria do Evangelho Eterno, e que deverá liderar espiritualmente o Planeta até o ano 6.000, necessita ter muito cuidado com:a. os falsos profetas, que escondem textos ou lhes dão falsas interpretações, principalmente com os telepastores que ocupam diariamente a mídia televisiva;b. o crime organizado que põe em risco a nossa juventude através do narcotráfico. De simples

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“corredor de rota”, passou a ser consumidor de drogas;c. os programas televisivos e revistas que estimulam a violência, as licenciosidades e imoralidades na área sexual, de forma subliminar e, quase que imperceptivelmente, estão induzindo os nossos jovens a se inclinarem para esses desequilíbrios.d. há muitos médiuns truncados por falta de conhecimento e exercício de suas faculdades mediúnicas.

(Extraídos de folhetos e ensinamentos verbais de Osvaldo Polidoro)

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – II

Terremotos - jornal O Estado de São Paulo - 11/09/2007(Apocalipse)

1 - O Brasil tem quarenta e oito pontos sujeitos a terremotos. Apesar de estar localizado no centro de uma placa tectônica, a Sul Americana, não está livre de abalos sísmicos. As placas não são monolíticas, inteiriças. Para tentar prever catástrofes, cientistas estão mapeando as estruturas tectônicas em atividade no Planeta.

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O terremoto ocorre quando a crosta terrestre se rompe e causa um deslocamento dos blocos ao longo de uma dessas fissuras.

Há possibilidade de terremotos de 5 graus, na escala Richter, ocorrerem nos próximos trinta anos, na região sudeste, no porcentual de 80%.

2 - O degelo na Antártida aumenta com muita rapidez. O resultado pode ser um aumento destrutivo do nível do mar. O processo já começou... Em dois anos, o movimento glacial aumentou oito vezes! Da última glaciação (dilúvio de água) há 20.000 anos, a temperatura aumentou entre 2,7o e 5o C.

3 - Até 2100, a temperatura da Terra poderá aumentar 5,8o C, o suficiente para alterar radicalmente o clima no Planeta.

4 - Causas: queima de combustíveis fósseis (Co2) e perda da cobertura vegetal. O fenômeno “El Niño” poderá intensificar-se com graves consequências para o Brasil.

“Deus nada faz, sem antes avisar através dos profetas, Seus servos.” – Bíblia

Atualmente, na ausência de servidores competentes, em número suficiente para atender toda humanidade planetária, provavelmente, os avisos sobre os acontecimentos apocalípticos virão através das catástrofes da natureza que,

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infelizmente, estão cada vez mais numerosos e intensos. Basta observar o atual cenário planetário. Dentro desse raciocínio, vale lembrar o aviso em folheto do divino mestre, Osvaldo Polidoro:

Os “acontecimentos fortes” farão com que a humanidade se aperceba da necessidade de melhores aprendizados sobre a realidade da vida e do Universo.

OS DEZ MANDAMENTOS

I – NOTA EXPLICATIVA

O que se irá ler neste despretensioso trabalho é fruto de estudos e reflexões ao longo de quase quatro décadas. É oferecido como simples sugestão ao exame e reflexão dos leitores.

Em suma, é uma mera tentativa de sintetizar, em uma monografia, os temas neles inseridos, uma vez que desconhecemos a existência de qualquer trabalho sistematizado nesse sentido, sobre eles.

O autor

II – A INTERPRETAÇÃO166

A nosso modo de entender, para ser um bom “exegeta”, é necessário estar munido, além de sólida cultura geral, de bons conhecimentos iniciáticos.

Como já vimos anteriormente, não é a Bíblia Judeu-Cristã uma obra intacta, incólume; mas, ao revés, sofreu uma série enorme de manipulações religiosistas, através dos tempos. Em consequência, é preciso ser um bom garimpeiro para saber extrair dela, os versículos originariamente divinos, e deixar de lado (rejeitando) os que sofreram a infeliz contaminação humana.

A Bíblia Judeu-Cristã deve ser considerada como um “sistema”; isto é, como um “todo” que se sustém. Assim, toda interpretação deve ser lógico-sistemática, aliada a uma tridimensionalidade.

Quer isso dizer que é necessário ter muito cuidado com a chamada interpretação meramente gramatical ou “ipsis-litteris”. Todo bom intérprete, a nosso ver, deve ter o cuidado de realizar o seu trabalho mental de forma tri-dimensionada.

Examinar o texto, os fatos a ele relativos e a valorá-los devidamente; em outras palavras, verificar todas as circunstâncias (históricas, sociológicas, científicas, etc.) que os envolvem. A não ser assim, correrá o risco de cair na muito comum superficialidade que grassa nos meios religiosos do Planeta e cometer graves erros de interpretação, como se assiste, o fazem

167

presentemente muitos religiosos profissionais. Ao exegeta é muito perigoso faltar a noção de conjunto. Muitos, para fundamentarem seus sectarismos, extraem certos trechos da Bíblia, isolando-os do contexto geral, viciando-se neles pelo fanatismo que, em alguns casos, chega às raias da morbidez.

Por fim, vale lembrar ainda que a análise meramente perfunctória da Bíblia tem lamentavelmente, acarretado tantas contradições e, em consequência, sua exposição ao ridículo, pelas pessoas mais perspicazes e cultas da sociedade, principalmente a científica.

III – GENERALIDADES:AS DUPLAS: LEGISLAÇÕES, SANÇÕES E

JUSTIÇASLEGISLAÇÕES

Todo encarnado, ainda que não saiba ou não tenha se dado conta, está sujeito a duas legislações.

Uma delas é a Humana, correspondente ao local geográfico em que reside e vive. A outra é a Divina – Os 10 Mandamentos. Análoga e logicamente, há uma dupla sanção delas decorrente.Consequentemente, da mesma forma, há uma duplicidade de Justiça.

1) a legislação humana168

Como é cediço, a demografia planetária completou, recentemente, sete e meio bilhões de encarnados. Eles vivem nos cinco continentes que compõem a Terra. Por outro lado, esses se subdividem em aproximadamente 210 Estados-Nações e 6 Estados-Cidades. Preliminarmente resulta, claro, que daí decorre uma multiplicidade de vontades. Estas necessitam ser ordenadas, a fim de possibilitar uma pacífica convivência; caso contrário, surgiria o caos.

Para que a convivência social seja viável, é necessário que haja normas de comportamento, instituídas pelo poder público, a fim de que todos tenham suas condutas dentro de parâmetros normativos, coercitivamente impostos por ele.

Por outra face, essas normas, para serem naturalmente obedecidas, precisam vir acompanhadas de uma sanção. Esta é que provoca uma coação psicológica em todos os cidadãos que convivem em um determinado território, no sentido de obedecê-las. Sem ela, as normas tornar-se-iam inócuas. Correriam o risco de não serem obedecidas.

Assim, o conjunto dessas normas providas de sanção tem o nome de Ordenamento Jurídico, o qual poderá ser escrito ou simplesmente baseado nos costumes, também chamado de “consuetudinário”.

Daí resulta claramente que temos tantos ordenamentos jurídicos no Planeta, quantos são os Estados-Nações e cidades. Para ordenar o

169

relacionamento entre estes últimos, existem normas internacionais através de tratados, etc.

2 – A Legislação DivinaHá uma lei de Harmonia, válida para ambos os

Universos: Cósmico e Anímico. É uma Lei Moral de Equilíbrio Universal, emanada do PRINCÍPIO SAGRADO. Quem a desequilibrar terá, como sanção, ter que reequilibrar-se.

No nosso Planeta, essa Lei foi, desde tempos imemoriais, sendo corporificada graficamente. Ex.: a Senda das Oito Trilhas entre os habitantes do Oriente. Como na época de Moisés (século XIII a.C.), a região entre o Egito e a Palestina era considerada intermediária entre o Ocidente e o Oriente conhecidos, foi lá onde ocorreu o seu recebimento – via mediúnica – através de Moisés, nas furnas do Sinai.

SANÇÕES

1 – Sanção HumanaComo já dito anteriormente, norma sem sanção

é inoperante. Ninguém estará obrigado a obedecê-la. Assim, para que se torne factível, deve ser sempre acompanhada de uma pena, para coagir psicologicamente quem, porventura, quiser violá-la. A coação cria nas pessoas freios inibitórios que, acionados, evitam muitos atos ilícitos. Dessa maneira, elas deverão ser tão variadas quanto são as naturezas das normas a que se refiram. Em consequência, à guisa de exemplificações, há

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sanções constituídas em penas privativas de liberdade (prisão, detenção), restritivas de direito, administrativas, etc.

2 – Sanção DivinaÉ taliônica. Tal qual a regra violada, assim será

o castigo. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Pagarás ceitil por ceitil.” – Jesus

Aqui se aplica a máxima: “Se quiserdes saber das dívidas pretéritas, veja o resgate presente.” Entretanto, para certos ressarcimentos, a Justiça Divina permite que ocorra a Comutação. Esta possibilita a oportunidade de purgar os erros porventura cometidos, através de obras, no sentido de seu desfazimento. Ex.: quem foi antigo inquisidor poderá ser beneficiado reencarnando com inclinações para ser bombeiro, médico(a) ou enfermeiro(a) de queimados, ao invés de sofrer a doença do fogo selvagem, etc...

Aplicação das duas sançõesNo Direito Humano, dos povos mais civilizados,

vigora a regra romana de “non bis in idem”. Não se deve pagar duplamente por um só fato ilícito. Nesse caso, tudo leva a crer que, tendo pago tudo na carne, esgotando-se a responsabilidade aqui, provavelmente ocorrerá, em consequência, o seu exaurimento perante a Justiça Divina. É a lógica que nos leva, salvo melhor juízo, a essa conclusão. Ainda dentro do mesmo raciocínio, ocorrendo

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culpa residual, tudo leva a crer que o ressarcimento “complementar” deverá dar-se no Plano Astral. Ex.: o livro O Nosso Lar – psicografado por Francisco C. Xavier, ou em outra encarnação expiatória.

Regra de Ouro: fazer todo o bem que puder. Nunca o mal. É melhor ser vítima, do que algoz.

JUSTIÇAS

1 – Justiça Divina“Deus vê em segredo e em segredo dá a paga.”

– JesusEla é vertical. É perfeita. Pode ser comparada a

uma rocha. “Quem se bater contra Ela arrebentar-se-á; e sobre quem Ela cair, será esmigalhado.” – (Jesus) Tudo é, por Ela, contado e medido. Nada lhe escapa. Bastará dar-se, em vôo de pássaro, uma olhada nos sofrimentos de milhares de encarnados e desencarnados, para simplesmente constatar tal assertiva.

De nada adiantará a centelha desejar enganá-La ou Dela se eximir, vez que funciona a Lei Cármica das autorregistrações. Tudo é registrado imperceptivelmente no seu perispírito, ou carro da alma. Este, acoplado à centelha, a acompanha ao longo de sua grande peregrinação rumo à libertação ou Cristificação, através das múltiplas e

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sucessivas reencarnações. Assim, cada qual será aquilo que se fizer. É juiz em causa própria.

Por onde se conclui que a Justiça Divina é perfeita. Não há como Dela escapar. É automática...

Daí a necessidade premente de conscientização do espírito, sobre esse fundamental aspecto. O que se tem notado é que a maioria dos religiosos profissionais, maliciosamente, tirando proveito da ingenuidade de seus seguidores, ensinam propositalmente errado, falando em Misericórdia Divina. A toda evidência, tudo leva a crer que, usando indevidamente o nome de Jesus, e colocando em seus lábios palavras que Ele jamais disse, ora escondendo textos, ora dando-lhes falsas interpretações, acarretará graves responsabilidades a esses líderes religiosos. A maioria desencarna mal, como tem sido reiteradas vezes “constatado” através de vidência, em reuniões mediúnicas.

2 – Justiça Humana“Por onde o homem passa, deixa vestígio da

cauda.” (Osvaldo Polidoro)“Maldito o homem que confia no homem.”

(Velho Testamento)Ela é horizontal. Dadas as sobejamente

conhecidas limitações humanas, é muito falha. Os encarnados têm podido ludibriá-la, enganá-la e fugir de suas responsabilidades com mil e um

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artifícios. Apesar de todos os esforços humanamente realizados por essa Justiça, lamentavelmente ela tem podido, muito pouco, alcançar e cercear a maioria dos poderosos do mundo carnal. O “Cavalo Amarelo” tem demonstrado ser uma “força” muito grande. As artimanhas podem ser muitas. Entretanto, felizmente, existe a Justiça Divina que, por nada lhe escapar, faz seu papel de forma total. Se a maioria encarnada soubesse, tivesse consciência, dessas pequenas verdades, por certo evitaria cometer tantos crimes contra seus irmãos, parceiros de peregrinação na crosta terrestre, e o mundo provavelmente seria melhor.

A inconsciência, impedindo a coação psicológica das sanções divinas, tem sido a causa de todas as mazelas humanas. Pelo ensino errôneo, grande parte do contingente humano se baseia na esperança de que, em qualquer momento de sua vida, poderá livrar-se de suas responsabilidades, através de alguma confissão religiosa, ou até mesmo de uma extrema-unção, se tiver a sorte de, no momento da despedida da carne, houver algum prelado por perto... É aleatória e lotérica, mas sempre é uma esperança...

Outros, não admitindo, ou tendo sérias dúvidas da vida além-túmulo, passam uma “esponja” na consciência, e partem para a aventura de “levar vantagem em tudo”.

Alicerçados nessas falsas concepções filosóficas, acabam engrossando as fileiras dos

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responsáveis pelo alto porcentual dos maus desencarnes diários no Planeta...

Não só a ignorância, como também o falso conhecimento religiosista, são ambos nefastos.

Para mudar tudo isso e colocar a humanidade – recuperável a curto prazo – no Caminho Certo, é que, lamentavelmente, para todos nós, a Justiça Divina terá que agir muito proximamente, colocando fim a esse círculo vicioso, para colocar em seu lugar, o círculo virtuoso.

IV - A RESPONSABILIDADE

“Uma verdade a mais sabida é uma responsabilidade a mais adquirida.” – Osvaldo Polidoro

É uma das Leis Fundamentais que regem o Infinito.

Como já é conhecido, ao sair do PRINCÍPIO SAGRADO, dá-se a fase involutiva do espírito. Passando pela Lei dos 9 Estados, atinge-se os reinos mineral, vegetal, animal, os primatas, até atingir a bípede-verticalidade, ou hominização da vida. Com o homo sapiens, estão prontas as circunvoluções cerebrais, os sete chacras e o perispírito. A partir daí, passa a centelha à fase intelectiva-volitiva; isto é, a entender a realidade que a cerca e a determinar-se de acordo com esse entendimento.

Começa então, a responsabilizar-se pelo que sabe, pensa, sente e age. Quanto mais souber, mais responsabilidade terá. Haverá uma

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correlação: conscientização – responsabilidade. Como bem registrado biblicamente em Ezequiel, caps. 14 e 18, a responsabilidade é individual. Ninguém irá responsabilizar terceiros, como também responsabilizar-se por pensamentos, sentimentos e ações de outrem.

Ressalte-se que, por ação, entende-se ação ou omissão. Quem tem a obrigação de agir e não o faz, também erra. Daí os equívocos religiosistas que, com a Bíblia à mão, insistem em enganar os ingênuos e desinformados, ao afirmarem que Jesus é nosso Salvador e Redentor. Tal ensino está em total contradição com sua afirmação já sobejamente conhecida: “Cada qual pegue a sua cruz e siga-me.” Assim, pensar que Jesus, com o Seu sacrifício, veio lavar com Seu sangue nossos pecados, é grave erro de interpretação. Por essa razão, muita gente torna-se acomodada e, quando passa para o outro lado da vida, decepciona-se, cai na realidade ao constatar o engodo... Simplesmente deixou-se enganar por certas frases maliciosas religiosistas, tais como: “Jesus salva”; “A fé em Jesus é a salvação”.

Bastaria confessar seus pecados, rezar algumas orações indicadas e, em jejum, colocar uma guloseima na boca para ficar limpo dos pecados cometidos... Ou então, ter encontrado algum prelado que lhe houvesse dado a extrema-unção...

Ledo engano. A responsabilidade é inequivocamente individual. Cada centelha é juíza em causa própria. Dentro do relativo livre-arbítrio, cada qual será aquilo que se fizer, podendo tornar-se luz ou trevas... Todos os saberes, pensares,

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sentires e agires ficam automaticamente registrados no seu perispírito – o chamado “carro da alma”.

Mais uma razão para contrariar a surrada e equivocada frase: “Todas as religiões são boas.”

Boa é só a VERDADE.

As leis complementárias

1 – Lei do Carma2 – Lei da Equidade Vibracional3 – Lei das Duplicatas Etéreas

Devem, a nosso ver, ser estudadas em conjunto com a Lei de Responsabilidade, por todas fazerem parte de um mesmo tema. Daí porque não podem, didaticamente, serem dissociadas. São complementares à Lei Fundamental.

1 – CarmaÉ a chamada Lei de Causa e Efeito, ou de

autorregistração.No perispírito, também conhecido como duplo-

etérico, tudo fica registrado automaticamente. Essa autorregistração se dá em todos os sentidos. Assim, há o carma positivo e o negativo.

O carma negativo é necessário ser queimado ou extinto, pagando-o ceitil por ceitil, ou através de “comutação”. Esta ocorrerá através de obras ou fatos que desfaçam o mal anteriormente cometido.

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2 – Equidade VibracionalÉ também conhecida como Lei do Peso

Específico. Nos Universos, tudo é vibração.Assim, todos os saberes, pensares, sentires e

agires têm uma determinada vibração. Esses alcançam os planos equivalentes: de luz ou trevas, ou intermediários de sombras.

Ao desencarnar, cada qual o faz na razão direta das vibrações de que é portador. Assim, irá para o plano equivalente a elas – nem mais nem menos – isto porque cada qual será aquilo que se fizer; é juiz em causa própria.

Aí está a perfeição da Justiça Divina.

3 – Duplicatas EtéreasHá no Planeta sete círculos concêntricos e

superpostos. São os sete céus fundamentais. Esses se dividem em mais de 34.000 sub-céus.

Tudo funciona em duplicata da superfície da Terra. Quanto mais para baixo e para o seu centro, mais inferior será. Ao revés, quanto mais para fora da crosta, mais luz.

Os sub-céus mais próximos da Terra são muito parecidos com Ela. Os intermediários e superiores idem, só que as duplicatas são mais sublimadas, eterizadas, mais luminosas.

A LEGISLAÇÃO DIVINA

OS DEZ MANDAMENTOS

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“O ser humano pensa como pode, não como quer; e, para pensar melhor, terá que progredir em seus conhecimentos.” – Osvaldo Polidoro

GENERALIDADES

Foram recebidos via mediúnica por Moisés, nas Furnas do Sinai, cinzelados em duas tábuas de pedra, de forma simples e concisa; mas têm significação ampla e genérica, dada a complexa e caleidoscópica convivência social.

Motivo: provavelmente para tornar fácil a sua memorização e também porque, para abarcar toda a multifacetada vida social, teria que cair num casuísmo infindável e, portanto, inviável. Onde os encontramos na Bíblia? Êxodos, cap. 20, 1 a 17, e Deuteronômio, cap. 5, 6 a 21.

Apenas três Mandamentos conservam-se intactos: os 6°, 7° e 8°. Os demais caracterizam-se pela prolixidade e casuísmos.Por que perderam a simplicidade e concisão? Em razão da reconstituição histórica feita por Esdras e Nehemias (vide apostila “Revelação” – 2a parte).

Análise comparativa e pequenos comentários

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1° Mandamento:

Na Bíblia: “Eu sou o Senhor teu DEUS que te fez sair do Egito, casa da servidão.”

“Não terás outros deuses diante de minha face.”

No original: “Eu sou o Senhor teu DEUS; não há outro DEUS.”

Comentário: Antes, vigorava o politeísmo. Os povos pagãos adoravam deuses em forma de estátuas. Ex.: politeísmo egípcio e grego. Sócrates, grande iniciado, conhecedor das Leis Fundamentais, tentou, alguns séculos depois, em Atenas, conduzir, através de sua “maiêutica”, os jovens à compreensão de um DEUS único. Resultado: foi silenciado através da sua condenação à morte. É o monoteísmo. Um único Princípio Sagrado.

2° Mandamento:

Na Bíblia: “Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está acima dos céus, ou embaixo sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra.”

“Não te prostarás diante delas e não lhes prestarás culto.”

“Eu sou o Senhor teu DEUS; um DEUS zeloso que vingo a iniquidade dos pais nos filhos, nos netos e nos bisnetos, daqueles que me odeiam;

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mas uso de misericórdia até a milésima geração com aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.”

No original: “Não farás imagens quaisquer para as adorar.”

Comentário: As imagens podem ser abstratas ou concretas. Daí porque não se deve imaginar DEUS como um ser antropomórfico; como uma pessoa, semelhante a um velhinho de barbas brancas, sentado em um trono e conduzindo o Planeta com uma varinha mágica. Nem como o mistério da Santíssima Trindade, concebendo-o como três pessoas em uma só. Assim, não se deve prostrar diante de simulacros mudos, como ensinou Paulo de Tarso. Lembrar que as estátuas de pedra, gesso ou madeira são cegas, mudas, surdas; não tem cérebro nem espírito. Desta forma, estabelecer cultos para elas é o mesmo que voltar aos paganismos poeirentos.

3° Mandamento:

Na Bíblia: “Não pronunciarás o nome de Jave, teu DEUS, em prova da falsidade; porque o Senhor não deixa impune aquele que pronuncia o seu nome em favor do erro.”

No original: “Não pronunciarás em vão o nome de DEUS.”

Comentário: Como já foi dito em sede própria, Ele é o que é. Não tem nome; mas, quando nos referimos a Ele, temos que fazê-lo com o máximo

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respeito. Há muitas pessoas que, distraidamente, e, com alguma negligência e imprudência, para se fazerem acreditar, “juram” por Ele. Sem perceber, estão provavelmente ferindo a Lei. Ele não pode ser vulgarizado, mas deve ser prestigiado e respeitado.

4° Mandamento:

Na Bíblia: “Lembra-te de santificar o dia de sábado.”

“Trabalharás durante seis dias e farás toda a tua obra. Mas no sétimo dia, que é um repouso em honra do Senhor, teu DEUS, não farás trabalho algum; nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu animal, nem o estrangeiro que está dentro de teus muros.”

“Porque em seis dias o Senhor fez o Céu e a Terra, o mar e tudo que contém; e repousou no sétimo dia, e por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o consagrou.”

No original: “Terás um dia na semana para descanso e recolhimento.”

Comentário: Já está provado cientificamente que a condensação das energias ocorreram em eras geológicas. Moisés descreveu no Gênese Original que foram sete as eras. Foram sete etapas que duraram milhares de anos, não dias... O Princípio Sagrado, que é Infinito e Eterno, para “criar” um simples cisco cósmico, precisa

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descansar em seguida? A toda evidência, é mais uma concepção ingênua e infantil dos anciãos judaicos.Crítica da proibição de trabalhar no sábado:

1 – Mateus, cap. 12: “Espigas arrancadas em dia de sábado.”

2 – “Curas operadas no sábado.”Em ambas as situações, Jesus deixou claro que

não estava violando a Lei, pois sempre curou nesse dia da semana. Descanso e Recolhimento: são duas palavras chaves a serem analisadas. Relativamente à primeira, é facilmente entendida. O original fala em “um” dia da semana, mas não diz qual. Ora, a prevalecer a tese judaica e dos protestantes sabatistas, paralisando-se todas as atividades “essenciais” nesse dia, geraria o caos. Ex.: UTIs, Pronto-Socorros, Bombeiros, Polícia, etc... Será que em Israel é aplicado à risca?

No tocante ao “Recolhimento”, parece ter um sentido simbólico: no mínimo, um dia da semana. Significa meditar, refletir, interiorizar-se sobre o real significado da Existência, e como está sendo sua encarnação.

O “orai e vigiai” deve ser a todo instante. Como comumente ocorre nos grandes centros urbanos, mal sobra tempo para sobreviver... Os entretenimentos (cinema, novelas, televisão, etc.), quando em demasia, alienam as pessoas. Eles são necessários, mas com moderação e temperança. “Importa que façais algumas coisas, sem olvidar outras.” – Paulo de Tarso.

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5° Mandamento:

Na Bíblia: “Honra teu pai e tua mãe, para que teus dias se prolonguem sobre a Terra, que te dá o Senhor, teu DEUS.”

No original: “Honrarás pai e mãe.”Comentário: Como já dito, todo Mandamento,

a nosso ver, deve ter uma interpretação lato sensu, mais abrangente do que as simples palavras que o compõe.

Esse ordenamento é muito simples e direto. Diz respeito ao relacionamento inter-familiar, entre pais e filhos(as). Qual a significação do verbo “honrar”? Em nosso modo de interpretar, poderá ter vários. Ex.: respeitar, cuidar (quando estiverem doentes, velhos ou inválidos). O nosso mestre ensina: “Todo o filho de DEUS deve viver com a mente voltada para a Sagrada Finalidade da Existência.” O mundanismo envolve muito as pessoas. Distraem-nas muito. Quando se conscientizam, muitas vezes já passaram para o outro lado, ou às vésperas de ir para lá. Daí porque a educação espiritual correta deveria ser iniciada com o leite materno, como diz Salomão. Entretanto, nos dias de hoje, quantas mães estão preparadas para esse mister? Com a liberdade sexual existente, muitas o são precocemente, em tenra idade... A maioria preocupa-se muito com as cerimônias do casamento: festa, vestido de noiva, tudo muito superficial. Falta-lhes um preparo

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sólido, consistente para esse mister. A maioria vive descompromissada com seus deveres espirituais, na escuridão dos sentidos, às cegas, às apalpadelas... É um círculo vicioso.

Qual a significação da frase contida em Marcos, 3,31, quando, ao pregar, vieram-lhe informar que sua mãe e seus irmãos o aguardavam, respondendo: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” E, olhando para todos os que estavam sentados ao redor, disse-lhes: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Minha mãe, meu irmão e minha irmã é aquele que faz a vontade de DEUS (ou ouvem a palavra de DEUS e a observam).” – Lucas 8,19

Temos para nós que as obrigações dos pais, relativamente aos cuidados com os filhos (educação, alimentação, guarda, etc,), máxime nos dias de hoje em que, particularmente nos países do 3° mundo, há muitas crianças abandonadas, desprezadas e carentes de cuidados e afeto, talvez se enquadrem nesse Mandamento. Vale lembrar que a família é considerada a célula-mater da sociedade. É uma instituição divina que necessita ser preservada e bem cuidada. As mazelas sociais são, na maioria, decorrentes de famílias desestruturadas. Vale lembrar o Sermão Profético de Jesus (Mateus 24 e 25), quando afirma que os maiores adversários dos seres humanos estão dentro da própria família. Espiritualmente, sabe-se que, em muitos casos, a família é o lugar de acertos de contas pretéritas. Há necessidade de “harmonizar”, apagar arestas do passado. Assim,

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em uma família, ou há muitas afinidades ou há muitas antipatias, decorrentes de relacionamentos pretéritos. Ex.: “E os inimigos do ser humano serão as pessoas de sua própria casa.” (Jesus – Mateus 10,36) Por último, nosso Mestre tem ensinado que os que mais cuidarem e assistirem os velhos e crianças terão mais mérito perante a Justiça Divina.

6° Mandamento:

Na Bíblia: “Não matarás.”No original: “Não matarás.”Comentário: Como já dito, a reencarnação é

válvula redentora e evolutiva do espírito. A roupagem carnal é ferramenta do espírito. Por isso, existe a obrigação de cuidar bem dela, bem como respeitar a alheia.

1 – Suicídio:Poderá ser ex-abrupto, realizado

repentinamente, através de arma, ou se atirando de alguma ponte, viaduto, etc, ou “lento”, através de vícios como drogas, alcoolismo, etc. Existe, no plano astral inferior, o “Vale dos Suicidas”. Salvo exceções, muitos vão parar lá.

Perante a Justiça Humana: não há qualquer responsa-bilidade. Antigamente, existia a execução por efígie, em que, na impossibilidade de punir o criminoso, malhava-se um “boneco”. Ex.: a malhação de Judas ainda existente em alguns

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lugares. Assim, também, a pena acessória de privação de sepultura. Ex.: o Monte de Gólgota ou das Caveiras, em Israel; ou ainda de esquartejamento, Tiradentes, no Brasil colônia.

Perante a Justiça Divina: terá que sofrer as consequências da interrupção – intencional ou não.

2 – Aborto:É a interrupção da gravidez. É um dos temas

mais polêmicos do Planeta. Teses antagônicas:a) Descriminalização: iniciou-se com o

movimento feminista na década de 60 do Séc. XX (Betty Friedman, Simone de Beauvoir, e outras). A mulher é dona de seu corpo e ao Estado descabe legislar sobre ele. Já está legalizado em alguns países – Inglaterra, França, China, etc.

b) Tese contrária das religiões: fere o “não matarás”.

Na América Latina: com a influência da Igreja Romana, que é contra o controle ou planejamento familiar, através da encíclica “De Humanae Vitae”, o aborto não deve ser legalizado.

No Brasil: há fortes pressões pela descriminalização, em razão da existência de milhares de abortos clandestinos realizados em clínicas abortivas, com grande perigo para as gestantes.

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Permitido: em casos de aborto necessário; quando ocorre grande perigo para a gestante; resultante de estupro; e aborto eugenésico (quando através da ultrassonografia, demonstra um nascimento com vida totalmente inviável – ex.: anencefalia).

Na lista de crimes contra a vida, perante a legislação humana, pode-se citar ainda: homicídio, periclitação da vida e saúde, omissão de socorro, abandono de incapaz, etc.

Causas excludentes de antijuridicidade:a) Estado de necessidadeb) Legítima defesa (própria ou de terceiros)c) Extrito cumprimento do dever legald) Exercício regular de Direito

Inimputabilidade = Irresponsabilidade: no Brasil, o menor de 18 anos e o portador de doença mental, ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, são considerados inimputáveis ou penalmente irresponsáveis.

7° Mandamento:

Na Bíblia: “Não cometerás adultério.”- Mateus - cap. 5,27

No Original: “Não cometerás adultério.”Comentário: É possível que admita uma

abrangência maior, abarcando-se toda e qualquer adulteração, inclusive a da VERDADE.

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Em sentido estrito, parece que visa preservar a família através da proteção à fidelidade conjugal. Pressupõe a monogamia.

Há povos que adotam a poligamia, como as nações islâmicas. Há certos costumes, como entre os esquimós, ou de algumas sociedades mormons, em que sua aplicação é praticamente inviável. Cite-se, também, certos costumes contemporâneos, tais como “amizades coloridas”, concubinato, etc.

8° Mandamento:

Na Bíblia: “Não furtarás.”No Original: “Não furtarás.”Comentário: No Direito Humano: tem

aplicação restrita, vez que vigora o Princípio da Tipicidade. Significa: furtar coisa alheia móvel (furto simples), admitindo-se um mais grave, quando ocorra uma circunstância qualificadora.

No Direito Divino: tudo leva a crer que deverá ser interpretado de forma ampla; caso contrário, muitos delitos graves contra o patrimônio ficariam fora de seu alcance. Talvez possa ser entendido como “Não te locupletarás à custa alheia.” Visa coibir o enriquecimento ilícito, preservando as virtudes da honestidade e probidade. A relação é grande. Ex.: roubo (assalto), apropriação indébita, contrabando, receptação, sonegação fiscal, lucros exagerados, extorsão, estelionato, corrupção ativa e passiva, etc...

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9° Mandamento:

Na Bíblia: “Não jurarás falso.” Mateus - cap. 5,33

“Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não.” Mateus – cap. 5,37

“Não levantarás falso testemunho contra teu próximo.”

No Original: “Não darás falso testemunho.”Comentário: Visa defender a Fidelidade à

VERDADE. Jesus ensinou: “Deveis afirmar: Sim, sim e não, não. Por toda palavra que proferires, respondereis.”

Exceção: a chamada mentira piedosa? Ex.: a do médico, objetivando não prejudicar ainda mais o paciente, etc. Perguntas: Quanto aos religiosos profissionais, onde se enquadrariam suas falsidades? E quem endossa seus erros, ajudando a perpetuá-los? Onde se enquadrariam a calúnia e a difamação?

10° Mandamento:

Na Bíblia: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem a mulher do teu próximo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem seu jumento, nem nada do que lhe pertence.”

No Original: “Não desejarás o que é do teu próximo.”

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Comentário: Parece-nos que objetiva coibir certos vícios antidivinos, tais como: cobiça, inveja, despeito, entre outros. Eles maculam o espírito, daí o cuidado que se deve ter com os pensamentos e sentimentos. Nunca desejar o mal, sempre o bem. Admiração ao contrário é virtude.

Para o Direito Divino: Deus vê em segredo, e em segredo dá a paga. Nada pode ser escondido da Justiça Divina.

Para o Direito Humano: Não se preocupa com os simples pensares e sentires, que não repercutam concretamente.

Como diz o jus-penalista belga Haus: “Só a Deus cabe sondar as consciências.”

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES – I

ENSINAMENTOS

A LEI – “Meditem sobre Ela, meus filhos.” – Anjo Gabriel – Evangelho Eterno

1 – A Lei Suprema resume o AMOR.

2 – Tem um tríplice sentido: Moral, que harmoniza e dignifica; Amor, que sublima e diviniza; Revelação, que ilustra, adverte e consola.3 – O “maior Amor” é proclamar a VERDADE DOUTRINÁ-RIA, a qual conduz ao que DEUS

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aponta em Isaías 11. Auxilia a brilhar o teu próximo.

4 – Ponde muita atenção nisto: “Uma vez na carne, até os Cristos receiam de si mesmos, temem o perigo das tentações.”

5 – Nunca desprezes o pouco, porque é dele que se faz o muito.

6 – Quem poderá triunfar no exterior, sendo derrotado no interior?

7 – A Lei ordena o comportamento correto, para não ocorrer crimes entre irmãos.

8 – A Lei de DEUS e o nobre cultivo dos dons querem dizer: “consciência limpa”.

9 – Ninguém se aproximará do Reino do Puro Espírito, sem se afastar do reino do mundo. Entretanto, sem usar o mundo, ninguém o fará.

10 – “A ação mais nobre que alguém pode praticar é encaminhar o seu irmão ao estado de Nirvana (Crístico).” – Buda

11 – Não te esqueças de olhar para dentro e para fora, para fora e para dentro, porque assim reconhecerás e viverás no seio da Unidade Divina.

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12 – “Aquele que fizer um pecador retroceder em seus erros, salvará seu espírito da morte (2a) e fará desaparecer uma multidão de pecados.” – Epístola de Tiago – cap. 5,19

13 – O excesso de piedade entroniza o crime.

(Textos extraídos de folhetos de Osvaldo Polidoro e da Bíblia.)

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES II

6° Mandamento

Notícias recentes:

1. FrançaO governo francês está preocupadíssimo com o

grande número de suicídios entre a sua juventude. O porcentual tem aumentado de ano para ano. Fenômeno idêntico já está ocorrendo em outros países consumidores de drogas.

2. ChinaTem o maior porcentual de suicídios do mundo.

Afeta mais as mulheres e os camponeses. Por essa razão, abrirá o primeiro “Centro de Prevenção ao Suicídio”.

É o único país em que as mulheres representam o maior número de suicídio no

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mundo. Há mais casos na área rural do que nas cidades, através de auto-envenenamento com pesticidas letais e venenos para roedores. São, na maioria, pessoas que passam por “estresse” agudo ou crônico.

Média anual de suicídios: 287.000 pessoas.O suicídio é a quinta causa mortis no país. Os

livros de auto-ajuda são os “best-sellers”.Fonte: jornal O Estado de São Paulo

3. Japão (2ª Guerra Mundial e Islamismo)Não existe suicídio feliz. Todos eles são

tremendamente infelizes.Há, no Plano Astral Inferior, inclusive, um local

apropriado para acolhê-los, ao sairem da carne. Não só os Kamicazes japoneses da 2ª Guerra, como também os atuais fanáticos fundamentalistas islâmicos, cometeram-no julgando que iriam direto para o Paraíso. Ledo engano.

Culpa de quem? Dos religiosos profissionais que produziram a ignorância ou errada compreensão espiritual em seus seguidores, que neles confiaram cegamente, como também, dos próprios suicidas, que usaram mal o livre-arbítrio.

Quando se afirma que a Lei atua, não nos referimos aos 10 Mandamentos, mas, sim, ao PODER EQUILIBRADOR a que eles fazem referência. (Extraído de folheto de Osvaldo Polidoro)

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OS 10 MANDAMENTOS

1. Eu sou o Senhor teu Deus; não há outro Deus.

2. Não farás imagens quaisquer para adorar.

3. Não pronunciarás em vão o nome de Deus. 4. Terás um dia, na semana, para descanso e

recolhimento.

5. Honrarás pai e mãe.

6. Não matarás.

7. Não cometerás adultério.

8. Não furtarás.

9. Não darás falso testemunho.

10. Não desejarás o que é do teu próximo.

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AS PRINCIPAIS RELIGIÕES

I- PREÂMBULO

É voz corrente que “todas as religiões são boas”. Diz-se vul-garmente que elas só pregam o bem, nunca o mal. Todas, apesar de tomarem caminhos diversos, acabam conduzindo seus seguidores a DEUS. Assim, o importante é ter e seguir alguma.

Tal fato, de certa maneira, contradiz o que foi ensinado pelo maior Mestre que a humanidade já teve: Jesus. Ele ensinou claramente: “Buscai a Verdade e ela vos libertará.” Nunca mandou que se seguisse qualquer religião. Ela, para Ele, é a VERDADE. Nada mais. Esta é Infinita e Eterna, e cada qual a capta, na medida de sua capacidade assimilativa. Ninguém depende de seitas ou quaisquer religiões. Todas são partidárias, sectárias e se dizem donas da VERDADE. Esta é UMA SÓ.

À guisa de exemplificação, há catalogadas, pela ONU, cerca de 1.200 religiões. Só no Brasil, há estudos recentes da existência de perto de 6.000 novas seitas religiosas. Esse fato, por si só, assustou tanto aquela que se julga majoritária neste País, que seu Sumo Pontífice esteve visitando-o há algum tempo, com grande

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cobertura publicitária na mídia nacional, em alta promoção de marketing religioso.

Com o desemprego, surgiram muitos pastores e as seitas se ampliaram, na mesma proporção de seu aumento. Urgia ficar na crista das ondas. Quem não é visto, não é lembrado. Ser recebido pelo maior mandatário de qualquer País, e com a cobertura publicitária decorrente, não há medida mercadológica maior. Isso, esse senhor tem feito com mestria, nos vários recantos do Planeta... A concorrência por essa fatia do mercado cada vez se acirra mais.

Quem não se “renovar” e cuidar de aparecer fatalmente perecerá. Todos os eventos são meticulosamente estudados e planejados.

II- OUTROS ASPECTOS

A realidade social mostra, tão somente nesse particular, as pontas dos icebergs dessas Instituições. A maioria dos seus adeptos, como integrantes da massa, adotam-nas sem maiores indagações. Examinam-nas superficialmente. São acríticas. Não as investigam suficientemente. Ignoram as suas origens históricas e o seu desenvolvimento no espaço e no tempo. Caso fizessem um estudo mais rigoroso e aprofundado, provavelmente fugiriam delas. Isso normalmente ocorre quando as pessoas mais cultas e com raciocínio crítico as examinam mais

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profundamente. Quando isso acontece, tendem a delas se afastarem. Só nelas permanecem as que, negligente e imprudentemente, estão desinformadas ou mal informadas.

III- MÉTODOS ADOTADOS

É conhecida a frase de Salomão: “Se a mãe com o leite materno ensinar a VERDADE a seu(sua) filho(a), ele(a) jamais a esquecerá.” Realmente, como é cediço, o cérebro das crianças pode ser comparado a um “disco virgem”. Grava-se nele o que se quiser. Daí a importância da “formação” da criança desde a tenra idade. Esse é o ponto importante a ser observado.

Sabedoras desse fundamental aspecto, todas, de uma certa maneira, “coagem psicologicamente” os pais a encaminharem seus rebentos para as suas cerimônias de “Iniciação”. Normalmente batizam, crismam e criam um sistema de liturgias e sacramentos, balizando a vida da criança e do jovem. Quando adultos, já se tornaram presas fáceis. A “lavagem cerebral” está realizada... Assim, nesse “círculo vicioso”, tem caminhado a humanidade.

De uma maneira geral, todas, espertamente, procedem de maneira semelhante. Como quebrar e iniciar ao revés um “círculo virtuoso”? A história da humanidade registra que, através de espíritos de escol, DEUS sempre quis reverter esse quadro.

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Aí estão alguns exemplos, como: Elias, Eliseu, Samuel, Jesus, João Batista, João Huss, John Wycliff, Giordano Bruno, Savonarola, Erasmo de Rotterdam, Spinoza, Voltaire, Kardec... Pouco se conseguiu. Tanto é assim que a única maneira de pôr cobro ao “círculo vicioso” será a Providência da Justiça Divina, com a varredura programada para o findar do segundo milênio e início do terceiro. Terá que ocorrer uma profilaxia para que se dê um começo quase novo... Bastará ler e estudar com muita atenção o último livro da Bíblia.

IV- A HISTÓRIA COMO INSTRUMENTO

A única maneira de bem se compreender qualquer Instituição Social é recorrer as suas origens históricas. Através do exame de seus vários segmentos, teremos condição de bem compreender as reais dimensões do iceberg. Como é sabido, somos um produto histórico.

Assim, a seguir, vamos tentar “radiografar” as principais religiões. As mais conhecidas e importantes do Planeta e que mais influenciaram, e ainda o fazem presentemente, através dos mais diferentes expedientes – a Humanidade.

JUDAÍSMO

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Historicamente remonta ao Gênese. Lá nos capítulos 12 a 50, podemos extrair uma pequena síntese. Vejamos:

Abrão, casado com Sarai, sendo esta estéril, teve um filho com a escrava Agar. Posteriormente, teve um filho com Sarai, que se chamou Isaac. Isaac casou-se com Rebeca. Teve dois filhos gêmeos: Esaú e Jacó. Jacó, casando com Lia e Raquel, teve 12 filhos com ambas e suas escravas. O filho José, vendido ao Egito por seus irmãos, caiu nas graças do Faraó, como intérprete de seus sonhos. Jacó e seus filhos foram para o Egito, e lá se fixaram na planície de Goshen. Proliferaram tanto, adotando a endogamia e a circuncisão que, passados 400 anos, já eram perto de 100.000. Reduzidos à escravidão, foram libertados pelo mestiço Hosarsife, que ficou conhecido como Moisés – o achado nas águas.

Este guiou o povo hebreu durante 40 anos pelo deserto. Foi avisado espiritualmente que não entraria em Canaã com o seu povo. Após profetizar que Israel iria trair o seu DEUS e que, por essa razão, seria espalhado pelos quatro cantos do mundo, desencarnou no Monte Nebo.

Encarregou, antes, Josué da tarefa de conduzir o ingresso do povo na Palestina.

Organizados politicamente, o primeiro Rei foi Saul. A seguir Davi, e depois Salomão, que construiu o famoso Templo de Jerusalém. Com a morte deste, deu-se o Cativeiro da Babilônia. Após, ficaram submetidos a Ciro, Rei dos Persas, aos generais de Alexandre, aos sírios e, por último,

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aos romanos, com a invasão de Pompeu. Na época de Jesus, não o reconheceram como o Messias, acabando por sacrificá-lo. Tentando, entre 70 d.C. e 135 d.C. tornarem-se independentes de Roma, após duas fracassadas revoluções, deu-se a Diáspora. Como profetizado, espalharam-se pelo mundo. Durante a Idade Média, foram muito perseguidos pela Inquisição.

Nos Tempos Modernos, dedicaram-se às finanças e comércio – principalmente de jóias – tornando-se os maiores banqueiros, joalheiros e comerciantes do mundo. Em razão da endogamia, tornaram-se antipatizados em muitos lugares. Hoje, representam cerca de 16 milhões, sendo sete milhões em Israel, três milhões em Nova Iorque, 500 mil na Argentina, 200 mil no Brasil, e o restante espalhados por vários locais do mundo, principalmente Bélgica e Holanda.

O Estado de IsraelDurante a 2a Grande Guerra, foram

perseguidos e mortos pelo Nazismo. Diz-se que seis milhões sucumbiram nos campos de concentração e extermínio. Terminada a guerra em 1945, passaram a lutar pela volta à Palestina através da criação de um Estado Judeu. Em 1948, em Assembleia presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha, foi aprovada a criação de dois estados – o de Israel e o dos Palestinos – que lá estavam há séculos.

Com Ben Gurion, deu-se a sua implantação com sede de governo em Jerusalém, e das Embaixadas

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em Tel-Aviv. Houve um segundo Êxodo. Cresceu muito e, em 1967, através da Guerra dos seis dias com os Palestinos e vizinhos, houve uma expansão para o norte – Colinas de Golan – Jordânia e Gaza.

Foram seus grandes generais nessa guerra: Moshe Dayan e Isaac Rabin. Com esse evento, criou-se um ambiente de ódio na região.

Os Palestinos, através dos fundamentalistas islâmicos Hamas e Herzbollah, frequentemente provocam atentados terroristas, que têm assassinado muita gente. Essa região jamais teve paz. O ódio religioso tem sido uma constante nas suas relações.

Israel se acha o “povo escolhido” por DEUS e proprietário daquelas terras. Na verdade, foi o povo “designado” para as tarefas dadas por Ele. Fracassou, assassinando profetas e o Messias.

Agora, o “designado” na geografia sagrada é o Brasil. Deverá capitanear espiritualmente o Planeta nos próximos séculos.

Obra: Brasil: Coração do Mundo, Pátria do Evangelho – Humberto de Campos (espírito)

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

1- Livro Sagrado: Talmude (significa “Ensino”).

2- Judeu: origina-se do termo Judá (quarto filho de Jacó).

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3- Hebreu: deriva do verbo abar (passar, atravessar).

4- Abrão: o que atravessou o Rio Eufrates.5- Israel: o antigo nome era Jacó.6- Endogamia: casamento entre os seus

membros, visando preservar a pureza racial e religiosa.

7- Circuncisão: corte do prepúcio nos oito primeiros dias de nascimento. Objetivo: proliferação.

8- Sinagoga: é o nome dado ao Templo.

COMPLEMENTO

Ler as poesias:“Levanta-te Israel” (no livro Orações e Poesias

Divinas – pág. 49) e “A Eterna Jerusalém” (no livro Orações e Poesias Divinas – pág. 100).

ISLAMISMO

Remonta ao Patriarca Ibraim, correspondente árabe de Abrãao.

Com a saída de Agar e seu filho Ismael pelo deserto, teriam ido parar em Meca – Arábia Saudita. Passaram a viver na tribo dos coraixitas. O Fundador da Doutrina Islâmica foi Maomé, que saiu dessa tribo.

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MAOMÉ (570 d.C. – 632 d.C. – 62 anos)

Pertencia à aristocrática tribo dos coraixitas, guardiã da Caaba – templo do povo árabe. Ficou órfão muito cedo e, assim, foi criado por seu avô, e a seguir por seu tio Abu Talib. Conhecia bem o deserto, a língua e os costumes dos beduínos. Jovem, casou-se com uma rica viúva, quinze anos mais velha, de nome Khadija.

Apesar de iletrado (“ummi”, que no alcorão quer dizer “quem não sabe ler e escrever”), era considerado um sábio. A Caaba (templo árabe) cultuava o politeísmo, com cerca de 300 deuses.

Sonhava restaurar o monoteísmo de “Ibraim”. Teve uma visão do Anjo Gabriel, o qual lhe ensinara qual a religião a fundar. Induzido pelo sábio árabe Waraca Ibn Naufal, persuadiu-se de sua missão divina. Resolveu criar uma teocracia (religiocracia) poderosa, com o objetivo de unificar todo o povo árabe. Durante três anos, formou um grupo de discípulos. Transmitiu-lhes suas ideias e preceitos religiosos. Em 616 d.C., com 46 anos, começou a pregar em praça pública. A classe dirigente de Meca, indignada, reagiu contra ele. Formou-se forte oposição, tendo seu tio Abu-Saab se tornado terrível inimigo. Resolveu, temporariamente, afastar-se de Meca, indo pregar em outras localidades.

HÉGIRA (22 de setembro de 622 d.C. – 52 anos)

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É a data inicial da cronologia maometana. Saiu com 150 pessoas em direção à Iatrib, mais tarde conhecida como “Medina, cidade do profeta”.

Influências Judaicas

Em contato com o judaismo, dominante na cidade, introduziu vários preceitos bíblicos: o jejum, abstinência de porco, etc. Instituiu o dogma da Djihad – que satisfazia seus desejos de punição de Meca e aos instintos guerreiros dos árabes. Em 623 e 624 d.C., assaltou seis caravanas de Mecanos. Os despojos de guerra passaram a ser considerados de Alá. Guardou um quinto, distribuindo o restante aos soldados. Como se observa, começou sua vida religiosa dessa forma.

Surgiu-lhe a ideia de implantar o Pan-Islamismo. A quem os repelisse, declarava guerra. Os vencidos, ou abraçavam a nova religião ou, então, passavam a pagar tributos especiais. Mandou executar muitos judeus não convertidos.

Passados seis anos, acompanhado de um exército de 10.000 partidários, regressou a Meca. Destruíram os antigos ídolos da Caaba. O templo foi respeitado e transformado no mais sagrado santuário dos fiéis. Passou a possuir a Unidade do Povo Árabe, sedento de conquistas e fanático de sentimento religioso.

No ano 11, estando em Medina, foi acometido de súbita febre. Pediu para ser levado à Mesquita. Assistiu à oração matinal, falou aos fiéis e passou

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a esperar sua esposa predileta – Aicha. Após dizer-lhe palavras ininteligíveis, expirou. No dia seguinte, 8 de junho de 632 d.C., foi sepultado no mesmo lugar onde desencarnara.

SEUS SUCESSORES

Os califas que o sucederam iniciaram, a seguir, grandes conquistas. Impuseram-se na Palestina, norte da África (Egito, Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos), Portugal, Espanha, atravessaram os Pirineus e, em 732 d.C., 100 anos após, foram derrotados em Poitiers, França, por Carlos Martel.

Nos dias de hoje, já estão em quase todo o Oriente Médio – Síria, Iraque, Irã, Arábia Saudita, Iemen, Kuwait, Índia, Paquistão – Indonésia, com cerca de 14.000 ilhas e cerca de 200 milhões de seguidores.

Com a Guerra Santa, têm espalhado terror no Norte do Egito, Argélia e até no Metrô de Paris, com atos terroristas de fundamentalistas.

MOTIVAÇÕES PARA CONQUISTAS

Despojos de guerra, cobrança de dízimos, poligamia. Em caso de morte, vão como mártires para o Paraíso...

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CARACTERÍSTICAS

I- Livro Sagrado: AlcorãoII- Dijihad: Guerra SantaIII- Adão: Primeiro Profeta

Jesus: um dos mais perfeitos profetasMaomé: o último dos profetas

IV- DEUS: AláV- Sede da Caaba: Meca (Arábia Saudita)VI- Caaba: templo onde está a pedra negra

sagrada.VII- Haj: obrigação de, pelo menos uma vez na

vida, visitar em peregrinação o templo sagrado.VIII-Obrigações na Caaba: 1. beijar ou tocar na

pedra negra; 2. dar sete voltas no templo; 3. atirar sete pedras em três pilares – nas cercanias de Meca – representando atacar o diabo e, no final da peregrinação, sacrificar animais (cordeiros, bois, camelos, etc.) em holocausto a Alá.

IX- Ramadã: No 9° mês (ano lunar) – é considerado o mês sagrado das purificações. Durante trinta dias fazem jejum, não bebem, não fumam e evitam relações sexuais.

X- Juízo Final: admitem-no.XI- Anjos: admitem a sua existência.XII- Proibições: bebidas alcoólicas, carne de

porco e mais de cinco esposas legítimas.XIII-Poligamia: portanto, é permitida.XIV- Divórcio: é permitido.XV- Dízimo: é obrigatório seu pagamento.

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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

I- Há um Dogma da Doutrina Corâmica que os fiéis não podem ser governados por hereges.

II- Assim, há tendências para a tomada de poder nas nações islâmicas, visando a Teocracia, que, na verdade, seria uma Religiocracia; isto é, governo da religião, não de DEUS.

III- Assim, existe no Oriente Próximo, uma complicada equação política. Ali se concentram as maiores reservas de petróleo do mundo.

IV- O local é um verdadeiro tabuleiro de xadrez. As peças são nervosas e tomam posições radicais e irredutíveis.

V- Está sendo considerado um verdadeiro barril de pólvora, que poderá pôr em risco todo o lençol petrolífero da região.

VI- Essa região fica na intersecção dos continentes Asiático, Europeu e Africano. A importância geoeconômica e geopolítica é grande.

VII- Os Estados estão, cada vez mais, acelerando a corrida armamentista. Ex.: Israel e Irã, que possuem arsenais de guerra bem sofisticados.

VIII-Há fundamentalistas intransigentes de ambos os lados. Os islamitas querem varrer Israel de lá.

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IX- Este está encravado em uma nesga de terra no deserto e encontra-se ilhado de hostilidades muçulmanas. Ex.: terrorismo de Hamas e Hezbollah.

X- A 8a Conferência de Cúpula da Organização da Unidade Islâmica afirma que há 1 bilhão e 200 milhões de seguidores.

XI- Pensam, inclusive, em um Mercado Comum Islâmico. Dificuldade: a falta de unidade territorial.

XII- No Ocidente, se faz a conotação entre o Islã e o Terrorismo.

XIII-O próprio universo muçulmano tem dissidências hostis. Ex.: Iraque e Irã, Egito e Argélia, Paquistão e Índia.

XIV-No momento, uma maré democrática agita o Irã de Hammanidjad.

XV- Após eleito, Khalami foi considerado o Gorbatchev do Irã, com a abertura que tentou promover – a chamada Primavera de Teerã.

XVI-Vinte anos após a Revolução Islâmica do Aiatolá Khomeini, surgiu uma revolução cultural, com a substituição do fanatismo religioso pela Lei.

XVII- Foi eleito com 70% dos votos, por uma população de 65% abaixo dos vinte e cinco anos.

XVIII- A população está “cansada de tanto sangue”. Só com os oito anos de guerra com o Iraque: 1 milhão de mortos.

XIX- Para Khomeini, os EUA são considerados o Grande Satã.

XX- No Egito, a Justiça proibiu a circuncisão feminina (mutilação genital das mulheres com a

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remoção do clitóris e, como é comum, grande parte da área externa genital. Às vezes a vagina é costurada com o objetivo de suprimir a sensibilidade genital).

XXI- A remoção é realizada por cirurgia grosseira. Médicos familiares usam faca ou navalha, sem qualquer cuidado com a assepsia. Efeito: muitas morrem de hemorragia e, em outras, provoca a incontinência urinária. Tudo em nome do Alcorão, Maomé e Alá.

XXII- Recentemente, o Tribunal de Justiça proibiu essas práticas. Os religiosos acham que o Tribunal errou e prestará contas a Alá. Atualmente com a queda de Mubarak, vive uma convulsão social.

XXIII-Relativamente às mulheres, o “Corão” autoriza o uso da violência.

Na sura 4, dispõe:“Quanto àquelas de quem temes

desobediência, devem admoestá-las, enviá-las a uma cama separada e bater nelas.”

XXIV-Na tradição islâmica, encontra-se o seguinte:

“Fazei guerra com sangue e extermínio a todos que não creem em Deus (Alá).”

“... quando encontrardes com os infiéis, matai-os.”(Revista Veja de 31/10/2001 – pág. 26)

As mazelas dessa religião são muitas; à enumeração feita faltam inúmeras... Citá-las todas, obrigaria a um alongamento cansativo e desnecessário. Basta citar o terrorismo de Bin Laden e Estado Islâmico.

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A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANAE A SANTA CRUZ

I- ANTECEDENTES

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DEUS, após o desencarne de Jesus em Atos, capítulo 1, avisou: “Recebereis a virtude do Espírito Santo e me sereis testemunhas, não só na Judéia e Samaria, mas até aos confins da Terra.”

Em Atos, capítulo 2, tornou-se realidade essa profecia, quando, no Pentecoste, ocorreu a Generalização da Revelação. Após a volta de Paulo, de Damasco, reunindo-se com Pedro e demais apóstolos, fizeram em conjunto um “Planejamento de Evangelização”. Ficou decidido que seria instituída uma pequena organização administrativa, através de diáconos para servir de apoio àqueles que sairiam para o trabalho evangelizador, que era realizado com dedicação plena. Decidiu-se, quanto ao patrimônio, pela Comunidade de Bens, fornecendo-se a cada membro e seus familiares, conforme suas necessidades. Quanto ao trabalho Evangelizador, ficou determinado que Pedro e sua equipe ficariam com a região da Palestina, e Paulo iria evangelizar o restante até aos confins da Terra.

Naquela quadra da História, o mundo conhecido era muito pequeno: Norte da África, a Palestina, Oriente Próximo, Macedônia (Grécia até Roma).

Após o Pentecoste, os fenômenos mediúnicos começaram a surgir em todas as regiões, tal a sua generalização. Enquanto Pedro e sua equipe cuidaram da Palestina, Paulo, dotado de excelentes dons mediúnicos, realizou magnífico trabalho no restante do mundo, formando comunidades espirituais, com fundamento na

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Revelação. Como é sabido, no final de suas vidas, na época de Nero, foram em Roma condenados à morte. Paulo, por ser considerado cidadão romano, foi decapitado; Pedro, classificado como de baixa condição social, morreu crucificado e, a seu pedido, de cabeça para baixo. A crucificação era aplicada por ser considerada pena infamante, somente aos escravos e pessoas de baixo nível social. Ambos pregaram a “Doutrina do Caminho do Senhor”, cujo símbolo, que servia de “senha” nos seus relacionamentos, era o peixe (pescadores de almas).

II- A EXPANSÃO DA DOUTRINA DO CAMINHO DO SENHOR

Ambos viveram no século I de nossa Era. Já no século II, a semeadura frutificou, consolidando-se e expandindo-se por todas as áreas do mundo conhecido de então. No século III, a humanidade, cultivando a Revelação, encontrava-se em bom nível espiritual.

As religiões pagãs estavam praticamente desaparecidas ante a difusão da Doutrina, calcada na comunicabilidade dos espíritos.

III- A DETURPAÇÃO

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No início do século IV d.C., o Império Romano era uma tetrarquia constituída por Constâncio Cloro, Maximínio, Maxêncio e Licínio. Falecendo na Sérvia Constâncio Cloro, assumiu o poder seu filho Constantino Cloro. Iniciou-se entre eles uma luta pela unificação do poder. Constantino marcha para os Alpes e derrota Maxêncio; e Licínio, por sua vez, marcha para Roma, onde vence Maximínio. Rumando para Roma, Constantino derrota Licínio e torna-se o Imperador. Tentando organizar um exército poderoso, não conseguia soldados, uma vez que ninguém desejava pertencer às sanguinárias legiões romanas. Assim, urgia tomar providências para restabelecer o antigo poderio do Império. Encontrou-se uma fórmula salvadora:

a) Inicialmente forjou uma “visão”, afirmando que durante uma batalha apareceu-lhe uma “cruz flamejante”, com a inscrição “in hoc signo vinces” (“com este sinal vencerás”).

b) A seguir, através do Edito de Milão, proibiu a Revelação, chamando-a de coisa de belzebu, sinônimo de feitiçaria e, em seu lugar, instituiu o “culto às imagens”.

c) Substituiu o símbolo do “peixe” pelo da “cruz” e a “Doutrina do Caminho do Senhor” pelo “Cristianismo”.

d) Fundou a Igreja Católica Romana, e com o concurso do bispo-judeu de Cesaréa, formou em analogia ao Sinédrio, uma hierarquia sob a égide de um Sumo Pontífice (como fora Caifaz, na época de Jesus). Estava fundada a Instituição, prevista

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pro-feticamente no Apocalipse, capítulo 13. Com a “sufocação” da Revelação e o estabelecimento em seu lugar da encenação de culto exterior, jogou a humanidade nas “trevas” espirituais. Com isso, iniciou-se a decadência dos costumes, as corrupções de toda espécie e as orgias sexuais. Assim, Roma entrou em processo de “frouxidão moral”, chegando suas festas orgíacas às raias da devassidão.

Havia necessidade de “adaptar” a Bíblia escrita em hebraico-aramaico à nova Instituição, cuja língua oficial era o latim. Para esse mister, foi designado o poliglota Jerônimo. No período de 380 – 410 d.C., ele realizou a tradução, surgindo a conhecida “Vulgata Latina”. “Tradutore, traditore”. Como quem traduz, as vezes, acaba “traindo”, além de muitas propositais incrustações, encarregou-se de:

a) reduzir de 257 os relatos sobre Jesus para apenas quatro, correspondentes aos Evangelhos hoje conhecidos;

b) reduzir para apenas 14 as Epístolas Paulinas, que eram, originalmente, dezenove;

c) no que tange ao Apocalipse, inverteu e “embaralhou” alguns capítulos, tornando-o de difícil compreensão aos não iniciados.

Hoje, ele é considerado pelos teólogos como o Livro “mais misterioso da Bíblia”.

IV- 476 d.C. – A QUEDA DE ROMA

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Com a dissolução dos costumes, deu-se o enfraquecimento das Legiões Romanas. Assim, facilitou a invasão de povos que habitavam as cercanias de Roma, denominados bárbaros, entendendo-se como tais, todos aqueles que não fossem romanos. Dentre eles estavam os godos, os visigodos, os ostrogodos e hunos. Por essa razão, os patrícios que pertenciam à nobreza romana foram habitar lugares altos de difícil acesso, construindo os seus castelos, mistos de domicílios e fortalezas defensivas. Por sua vez, os plebeus, não possuindo terras, deles se aproximavam, pedindo-lhes proteção. Como a moeda não tinha o curso generalizado que hoje tem, trabalhavam as terras e pagavam aos Senhores dos Castelos com parte da colheita. Estava resolvido o problema de produção.

Esse sistema Feudal generalizou-se por toda a Idade Média. A Igreja, analogamente, agiu de forma semelhante, construindo seus Mosteiros. Dessa forma, estavam criadas as nobrezas Feudal e Eclesiástica. Com a instituição da “confissão auricular”, era possível ficar sabendo de tudo o que se passava nos feudos. Vigorava o lema: “Nada fora da Igreja, nada acima dela, tudo nela e tudo por ela. Fora da Igreja, não há salvação.” Quem não pertencesse a ela seria considerado herege. O crime de heresia era considerado tão grave, que merecia condenações às prisões e à morte nas fogueiras da Santa Inquisição.

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V- A CRUZ DE CONSTANTINO

Com o objetivo de libertar o “santo sepulcro” das mãos dos muçulmanos portando a “cruz de Constantino” nos escudos e no peito, organizaram-se várias cruzadas. Nas batalhas travadas, ocorreram muitas mortes e ferimentos. Exércitos comandados inclusive por papas, como foi o caso de Julio II, disseminaram violências e sofrimentos.

O “Constantinismo” indevidamente transformara-se em “Cristianismo”. Muitos historiadores, por falta de conhecimentos iniciáticos, concluíram que a Idade Média caracterizou-se pelo Teocentrismo. Na verdade, o que ocorrera, isto sim, foi o “Catolicocentrismo”. A Igreja Romana tornou-se o centro de tudo, já que fora dela não havia salvação...

Enquanto isso, o Tribunal do “Santo Ofício” condenava milhares de “hereges” aos ferros das prisões e à morte nas fogueiras.

VI- OS TEMPOS MODERNOS

Em razão das Cruzadas, muitos senhores feudais tornaram-se inválidos; outros acabaram

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morrendo e terminaram endividados pelos altos custos das guerras que financiavam. A cavalaria, os escudos e armamentos eram muito caros. Em consequência, surge aos poucos o fenômeno da “desruralização” ou “desfeudalização”. Os feudos começam a se desmantelar com as fugas das famílias dos campos, formando-se as pequenas aldeias e depois cidades.

Volta-se aos Estados-Cidades, governados por príncipes. A seguir, caminhou-se da multiplicidade para a unidade. Agrupam-se as cidades e surgem os Estados-Nações: Portugal, Espanha, França, etc.

O poder passa para o Monarca, com sua corte composta pelas nobrezas civil e eclesiástica. Os Monarcas, coroados pelo Sumo Pontífice, passam a ser considerados “absolutos” pelo Direito Divino. “L’etat c’est moi” (“O Estado sou Eu”), como bradou Luiz XIV, o conhecido Rei Sol da França. A “Santa Inquisição” continuava em pleno vigor. Sua “ferocidade” pode ser exemplificada pelo que ocorreu na Espanha.

No final do século XV, os Reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela conseguiram do Papa Sisto IV a nomeação para Inquisidor Geral da Fé daquele país, o Frei Dominicano Tomaz de Torquemada. Em apenas 14 anos, através dos chamados autos de fé, condenou-se mais de 10.000 pessoas à morte nas fogueiras e 100.000 às infectas prisões, tudo realizado com requintes de extrema crueldade. O

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seu nome passou para a História como “símbolo” dessa monstruosa Instituição.

Todos esses fatos foram realizados “em defesa” da “Santa Madre Igreja”, a qual tinha como fundador Jesus e o primeiro Papa, Pedro...

VII- OS TEMPOS CONTEMPORÂNEOS

No século XIX, os Estados-Nações já estavam generalizados no Planeta. Faltava apenas a “unificação” das cidades italianas. Destarte, urgia instituir o Estado-Nação Italiano.

Nacionalistas revolucionários, aliados à maçonaria e carbonários, tendo à frente Giuseppe Garibaldi e outros líderes, conseguiram, após muitas batalhas, a unificação em 1861, sendo proclamado Vitor Manuel, Rei da Itália unificada.

No entanto, restava derrotar Roma, em poder da Igreja, e os demais Estados Pontifícios próximos a ela, na Itália Central, que ainda resistiam. Os revolucionários não poderiam admitir outra capital do Estado que não fosse Roma. Florença foi então eleita, “provisoriamente”, capital no período de 1864 a 1871. O Exército Papal de Pio IX foi o último a ser derrotado, tendo esse Sumo Pontífice se trancado no Vaticano, declarando-se “infalível”.

VIII- O FASCISMO E A IGREJA

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Após o famoso discurso no Scala de Milão, Mussolini, para obter o apoio de Pio XI, formaliza com ele, em 1929, o Tratado de Latrão. Por esse tratado, em troca de seu beneplácito, a Itália comprometeu-se a:

a) indenizar o Estado do Vaticano pela perda das terras pontifícias;

b) tornar a I.C.A.R. religião oficial do Estado Italiano;

c) permanecer o Estado do Vaticano independente dentro de Roma.

IX- COMO SE ENCONTRA HOJE O ESTADO DO VATICANO

Tem território próprio e é soberano, como qualquer outro Estado. É uma Cidade-Estado encravada dentro da Capital da Itália, onde o Papa exerce o domínio temporal. É considerado o “menor” Estado independente do mundo. Seus palácios ocupam uma área de 44.000 m2.

Há no Planeta hoje, Cidades-Estados como ele, apenas: a República de Andorra, de San Marino, Liechtenstein e o Principado de Mônaco, reminiscências das antigas Cidades-Estados. O Vaticano possui praticamente tudo que um país deve ter em sua infra-estrutura organizacional. Conta com cerca de 3.000 funcionários. Côrte

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Papal regida por um cerimonial que lembra muito a côrte romano-bizantina.

Há Quatro Guardas encarregadas da proteção do Papa, a saber:

a)Guarda Nobre, constituída por oficiais de famílias nobres;

b) Guarda Suíça, criada por Júlio II e composta exclusivamente por cidadãos suíços;

c) Guarda de Honra, formada por cidadãos romanos;

d) Gendarmeria Pontifícia, responsável pela manutenção da ordem dentro do Estado.

Em sua área está localizada a maior Basílica do Mundo, a de São Pedro: capelas menores, pinacotecas, bibliotecas, jardins, correio, uma estação de Estrada de Ferro, duas poderosas estações de rádio que cobrem praticamente todo o Planeta, uma de televisão, observatório astronômico, cinemas, jornal e editora capaz de imprimir em quase todas as línguas. Possui, inclusive, um “banco”, encarregado do movimento econômico-financeiro do Estado.

O governo é exercido por um Cardeal-Secretário de Estado, que coordena os Ministérios denominados Congregações, sendo a mais famosa a Congregação para a Doutrina da Fé (antigo Tribunal da Inquisição), que foi dirigida pelo Cardeal alemão Ratzinger, que veio a ser depois papa BentoXVI. É essa congregação que aplicou ao Frei brasileiro Leonardo Boff a pena de um ano de “Silêncio Obsequioso”, por ter escrito e editado a obra Igreja, Carisma e Poder. Possui

221

Embaixadores nos demais países, os quais são denominados Núncios Apostólicos, considerados pela ONU decanos dentre todos os Embaixadores nos respectivos países.

Tem como fontes de renda:a)aplicação financeira da indenização paga pelo

governo italiano;b) venda de selos que emite;c)turismo;d) óbulo de São Pedro.Este último constitui a “contribuição” de 20%

que todas as paróquias do mundo enviam, extraídos de suas arrecadações, através de malas diplomáticas por intermédio dos núncios apostólicos, diretamente ao Banco do Vaticano. Aplica financeiramente suas rendas nas principais Bolsas de Valores do mundo, como Nova York, Londres, Tóquio, Paris, etc... Sua organização em termos “empresariais” é tão perfeita e avançada, que só perde para a General Motors Corp., dos Estados Unidos. É acionista de vários bancos e de grandes empresas multinacionais. Aliás, seus tentáculos se estendem por todos os continentes, podendo ser considerada uma verdadeira empresa multinacional religiosa.

X- A IGREJA NO BRASIL

222

Como é sabido, com a descoberta de nosso país, recebemos o símbolo da “Cruz de Constantino”. Durante a colonização, através das “missões”, ela espalhou-se por todo o nosso território. No império era considerada “Religião Oficial” do Estado, pertencendo a sua organização, sendo inclusive seus membros considerados funcionários públicos e pagos pelo Tesouro Nacional. Com a proclamação da República, deu-se a separação entre o Estado e a Igreja. Sua participação, no entanto, tornou-se oficiosa, face ao seu “entranhamento” em quase todas as repartições e instituições públicas e privadas. Apenas à guisa de ilustração, note-se que nas Forças Armadas até hoje existem capelães militares, pagos pelos cofres públicos. Por ocasião da chamada “Páscoa dos Militares”, muitos dos seus membros ajoelham-se diante dos altares de Roma. Assim também nos demais Poderes, como é o caso do Judiciário, em que sistematicamente se realiza a Páscoa da Família Forense, quase tudo às expensas do erário público.

Há no país todo um sistema educacional que vai desde o pré-primário até as chamadas “Pontifícias Universidades Católicas”, estas subordinadas ao Sumo Pontífice. No que tange ao lado doutrinário, ela está dividida nas seguintes posições:

a)Ala conservadora: procura manter, como Roma, os mesmos rituais e costumes antigos, rezando a missa em latim.

223

b) Ultra conservadora (extrema direita): constituída pela T.F.P. (Tradição, Família e Propriedade). É favorável, inclusive, à volta da Santa Inquisição em sua forma ortodoxa;

c)Ala da esquerda: ligada ao CELAM (Concílio Episcopal Latino-Americano), que adotou a tese da “opção preferencial pelo pobres” (já que a Igreja Tradicional sempre se colocou ao lado dos poderosos). Realiza suas cerimônias litúrgicas, em português e de frente para o público, abolindo algumas estátuas. Quanto à doutrina social, vem na linha das encíclicas: Rerum Novarum de Leão XIII (1891), Quadragésimo Ano (1931) e Mater et Magistra, adotando a generalização das Comunidades Eclesiais de Base, para inclusive “influir” na área política do país. Por causa da Encíclica “Populorum Progressio”, seus membros são conhecidos como do “Clero Progressista”.

d) Movimento de Renovação Carismática: é o mais recente dentro dela. É calcado nos carismas e na forma de reunir-se, previstos na Epístola de Paulo aos Coríntios em seus capítulos 12 a 14. Fazem correntes, unindo-se as mãos; e muitos de seus participantes sentem certos fenômenos semelhantes aos espiríticos. Como se reúnem de pé, bastará sentarem-se em volta de uma mesa para se igualarem às sessões espíritas... falta pouco... Essa tendência para o Espiritismo poderá acarretar sua aproximação com ele e o afastamento de Roma. É o agiornamento.

e)Forma Mista: mescla de cerimonial, coreografias (“Aeróbica do Senhor”) e cantos

224

populares adotados em São Paulo, pelo Padre Marcelo Rossi; no Rio de Janeiro, pelo Padre Zeca e no Nordeste pelo Padre Zezinho.

Sendo considerado o maior país católico do mundo, obviamente através do óbulo de São Pedro, é o que proporcional-mente mais contribui para a Santa Sé.

Como o Brasil está dividido em províncias eclesiásticas, até recentemente a de São Paulo era considerada, em termos de contribuição, como a mais rica do Vaticano. Em consequência, é a que tem sofrido a maior sangria econômica, pois o dinheiro sai, mas não volta...

Por fim, é de se salientar que, pelo fato do Brasil ser o local onde o Espiritismo mais cresceu no mundo, preocupada com isso, foi criado por ela, em São Paulo, o Instituto Latino-Americano de Parapsicologia. Seus líderes são os conhecidos Padre Quevedo, Frei Albino Aresi (recentemente desencarnado) e Frei Boaventura, entre outros. Finalidade: combater as comunicações espirituais através dessa nova ciência. Usam muito a hipnotização de pessoas, susceptíveis pela passividade que têm, para confundirem os católicos. Produzem fenômenos meramente parapsicológicos, afirmando que são iguais aos espirituais.

XI- CONCLUSÕES E CURIOSIDADES

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A cruz, como instrumento de martírio, a toda evidência e em boa lógica, jamais poderia ter sido “santificada” como foi. Imagine-se que, se Jesus houvesse sido executado através de uma espingarda, canhão ou metralhadora, seriam esses instrumentos colocados no topo das igrejas ou usados em correntinhas no pescoço? E que dizer de suas utilizações nas procissões?

O nosso país, ao ser descoberto, passou a ser chamado de Vera Cruz, e depois de Santa Cruz. Imagine-se o ridículo de ser cognominado de Vero Estilingue, Canhão ou Vera Metralhadora... Há cidades no Brasil com os nomes de Santa Cruz das Palmeiras, Santa Cruz do Rio Pardo. Nesses casos, seriam denominados de Santo Estilingue, Canhão, Santa Espingarda ou Metralhadora?

E o sinal da cruz? Seria viável, ao passar pelo altar-mor de alguma igreja e em genuflexão, fazer o sinal da espingarda, canhão ou metralhadora? E, se ao passar pelo canhão ou metralhadora, existente no cimo das igrejas, pela impossibilidade de sê-los gestuais, os sinais fossem sonoros?

Por aí se vê que muitas pessoas bachareladas, mestradas e doutoradas, ao tomarem posições “acríticas” e por não inves-tigarem melhor essa Instituição, na maioria mais por comodismo, negligência ou até imprudência, acabam por aceitar situações verdadeiramente absurdas, ridículas e até mesmo constrangedoras.

Acrescente-se que, como é sabido, “todos os exteriorismos” são considerados pela Justiça Divina como “idolatria”. Será interessante

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salientar também que quem endossa erros ajuda a perpetuá-los. Não fosse a omissão e excessiva tolerância de milhares de encarnados, e essa Instituição já teria desaparecido “naturalmente” do Planeta há muito tempo, pelo fato de cair no vazio.

É de se concluir também que quem, de qualquer modo, concorrer para o crime de lesa-verdade, pode ser considerado, pela Justiça Divina, criminoso perante Ela, por co-autoria. Finalmente, é bom lembrar que nem sempre simples boas intenções significarão felizes soluções.

Para bem se posicionar e tomar decisões certas, é necessário “conscientizar-se”, vez que a VERDADE, como diz o Mestre Osvaldo Polidoro, é cortante como o fio da navalha; e o verdadeiro é o que por ele transita, sem se cortar.

COMPLEMENTO

AS PREVISÕES APOCALÍPTICAS A RESPEITO DESSA INSTITUIÇÃO

(Extraídas do último livro da Bíblia – o Apocalipse)

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“Aqueles que adorarem a fera e sua imagem e aceitarem o seu sinal na fronte não terão descanso algum, dia e noite.” – Cap. 14,8

I- Daniel – cap. 7 – “profetizou essa instituição como uma fera (pantera).” – século VI a.C.

CAVALO PRETO

Cap. 13:1- “A fera era semelhante a uma pantera.”2- “Fez guerra aos santos e venceu-os.”3- “(O seu chefe supremo) tinha dois chifres

como um cordeiro, mas falava como um dragão.”4- “Exercia todos os poderes da primeira fera,

sob a vigilância desta, e fez com que toda a Terra e os seus habitantes adorassem a primeira fera.”

5- “E ordenou fosse morto todo aquele que não se prostrasse diante dela.”

6- Eis aqui a Sabedoria: “Quem tiver inteligência, calcule o número da fera; porque é o número de um homem; e esse número é 666.”

Obs.: DVX CLERIVICARIVS FILII DEIVICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS

Cap. 14,8:7- “E vi que: caiu, caiu a Grande Babilônia, por

ter abusado de sua imundície.”Cap. 16:8- “Vi sair da boca do dragão, da fera e do falso

profeta, três espíritos imundos, semelhantes a rãs.”

228

Cap. 17:9- “Vi a Grande Meretriz, com a qual se

contaminaram os reis da Terra.”10- “Ela inebriou os habitantes da Terra.”11- “(Seu nome é de) uma mulher. Apresenta-

se vestida de púrpura e escarlate, adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas.”

12- “... uma mulher, assentada em cima de uma fera es-carlate.”

13- “Tinha nas mãos uma Taça de Ouro e na fronte (escrito): ‘Babilônia, a mãe da Prostituição e das Abominações da Terra’.”

14- “(Essa) mulher estava ébria do sangue dos mártires de Jesus.”

15- “E esta visão encheu-me de espanto.”16- “Eis o simbolismo da mulher e da fera: aqui

se requer uma inteligência penetrante – as sete cabeças são sete montes sobre os quais se assenta a mulher.”

“Dos sete chefes, cinco já caíram; um subsiste e o outro ainda não veio e, quando vier, deverá permanecer por pouco tempo.”

17- “A mulher que viste é a grande cidade.”Cap. 18:18- “Na mesma proporção em que fez

ostentação de luxo, dá-lhe em tormentos e prantos, pois ela disse no seu coração: ‘...estou no trono como rainha e não como viúva e nunca conheci o luto’.”

“Por isso, num só dia, virão sobre ela as pragas, morte, pranto e fome.”

229

“Ela será consumida pelo fogo, porque forte é o senhor que a condenou.”

19- “Também os negociantes da Terra choram e lamentam a seu respeito, porque já não há quem lhes compre os car-regamentos de ouro, prata, pedras preciosas, pérolas, linho, púrpura, seda e escarlate, aromas, mirra e incenso.”

20- “Então um anjo poderoso tomou uma (grande) pedra e lançou-a no mar dizendo: ‘Com tal ímpeto será precipitada a grande cidade e jamais será encontrada’.”

21- “(E vi que) caiu, caiu (a meretriz) ... os mercadores da Terra se enriqueceram com o excesso de seu luxo.”

22- “Hão de chorar e lamentar-se por sua causa, os governantes da Terra que com ela se contaminaram.”

23- “Ai, ai da Grande Babilônia, cidade poderosa. Bastou (apenas) um momento para sua execução.”

24- “(E vi que) toda a sua magnificência e todo brilho se apagou e jamais serão encontrados.”

25- “Ai, ai da Grande Cidade que se revestia de linho, púrpura e escarlate, toda ornada de ouro, pedras preciosas e pérolas. Num só momento toda essa riqueza foi devastada.”

26- “Bastou um (só) momento para ser arrasada.”

27- “Será procurada e jamais será encontrada.”28- “Todas as nações foram seduzidas por seus

malefícios.”

230

29- “Foi em ti que se encontrou o sangue dos profetas e dos santos, como também de todos aqueles que foram imolados na Terra.”

Cap. 19:30- “Eu vi as feras e os reis da Terra com os

seus exércitos (prontos) para fazerem guerra ao cavaleiro e ao seu exército. Mas a fera foi presa e com ela o falso profeta que realizara prodígios, com os quais seduzira aqueles que tinham recebido o sinal da fera e se tinham prostrado diante de sua imagem.”

“Ambos foram lançados vivos no lago de fogo sulforoso. Os restantes foram mortos pelo cavaleiro, com a espada que lhe saía da boca.”

“No céu (coro) ‘Aleluia’!!!”31- “Ele executou a Grande Prostituta que

corrompia a Terra com sua prostituição e pediu-lhe contas do sangue dos seus servos.”

INTERPRETAÇÃO

I- Toda interpretação bíblica deve ser lógico-sistemática. Assim, o “exegeta” deve examiná-la como um “todo” sistematizado.

Claro está que não poderão ocorrer paradoxos; isto é, capítulos controversos, que se contrapõem. É necessário que haja uma visão harmônica sobre os textos nela inseridos. Assim, como harmonizar estes dois antagônicos textos?

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1) “Pedro, tu és pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

“Dar-lhe-ei as chaves do céu, e o que desligares nela será desligado no Céu.” (Matheus, 16, 17 e 19 – ver “Revelação” – 1ª parte)

2) O que contém os capítulos 13, 14, 16, 17, 18 e 19 do Apocalipse, em que está bem caracterizada ser ela o Cavalo Preto – a Besta – a Grande Meretriz e Prostituta de Babilônia que inebriou os habitantes da Terra, ébria do sangue dos mártires de Jesus, etc.

II- Em consonância, ler as poesias:“A Besta e a Restauração” – pág. 68“Vais Corresponder?” – (pág. 103 livro Orações

e Poesias Divinas – volume I - Osvaldo Polidoro)

III- As obras:The Inquisition – (Michael Baigent e Richard

Leigh)A Inquisição na Espanha – (Henry Kamen,

abrangendo trezentos anos da História da Espanha)

IV- A Inquisição que existia “oficiosamente” desde os primórdios da Igreja Romana (século IV d.C.) foi “oficializada” no século XIII d.C. pelo Papa Gregório IX.

COMPLEMENTO

232

Síntese de artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo de 18/07/2000, sob a epígrafe: “CEBs exorcizam seus demônios”.

O documento final do 10° Encontro Interclesial que reuniu as CEBs de todo o país em Ilhéus (Bahia) estabelece:

1- A “principal” tarefa dos próximos anos será combater o atual modelo econômico do país;

2- O Neoliberalismo tira dos pobres e excluídos o direito de sonhar: é o grande demônio de hoje;

3- Há necessidade de construção de um Projeto Alternativo de Sociedade;

4- Compromisso de lutar contra o sistema de idolatria do mercado;

5- Recomenda eleger políticos comprometidos com administrações populares, com orçamento participativo;

6- Outro demônio que deve ser exconjurado por sua nova liturgia e fazer concessões à mídia - Padre Marcelo Rossi. O Neoliberalismo encontrou nele seu sacerdote;

7- Conclusão do articulista: existe, em relação a esse sacerdote, uma dose de inveja e ranço político. Ele incomoda a concorrência pentecostal; o espaço político, não. Há uma crescente politização das CEBs.

- Há uma grande radicalização desse movimento, e total desconexão com os ensinamentos do papa e da Igreja;

- Ausência de quaisquer referências religiosas;- A máscara caiu. As CEBs são, de fato, uma

agremiação política, e nada mais... Contestam 233

radicalmente a Igreja Romana, inspiradas só no Evangelho. A incompatibilidade entre as CEBs e os ensinamentos de Roma é flagrante. Pode-se deduzir que seus líderes permanecem só formalmente na Igreja, por razões puramente estratégicas.

- Ainda que interiormente de fato, já se considerem desvinculados dela e já não deem nenhuma importância às orientações do Papa, mesmo assim, pretendem aproveitar-se do espaço de credibilidade da I.C.A. Romana.

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PROTESTANTISMO E OUTROS “ISMOS”

I- PREÂMBULO

É um nome genérico dado a todas as religiões do Ocidente que conflitaram com a Igreja Romana no século XVI, não aceitando a autoridade papal.

Surgiu do protesto dos príncipes alemães que acolheram o “Luteranismo”. Foram contra a Dieta de Espira – 1529 – convocada pelo então Imperador Germânico Carlos V, com o objetivo de apoiar Roma e condenar as teses e pregações do frade agostiniano Martinho Lutero.

Contemporaneamente, de certa forma, podem ser incluídas todas as Igrejas e seitas religiosas que se seguiram ao movimento Luterano e que igualmente não aceitam a autoridade pontifícia, outorgando a si mesmas o direito de interpretar livremente a Bíblia Judeu-Cristã. Podem ser inseridas no rol, inclusive, as que surgiram recentemente no Brasil, tais como: Igreja Universal do Reino de Deus (do Bispo Edir Macedo), Igreja Renascer (do Bispo Estevam Hernandes Filho e Bispa Sonia Hernandes) e cerca de 6.000 novas seitas protestantes existentes no país.

235

II- ANTECEDENTES

A Igreja Romana, instituição monolítica e totalitária da Idade Média, a partir do século XIV, começou a ter posto em dúvida seu poder supremo. Algumas causas formaram, em seu conjunto, o “caldo de cultura”, proporcionador da eclosão da chamada Revolução Protestante.

Efetivamente, no século XIV, as trevas medievais começaram a dissipar-se através de alguns acontecimentos inovadores. Contra o “obscurantismo” dos absurdos dogmas que tornaram o mundo ocidental espiritualmente escuro, urgia iniciar-se uma nova etapa, um novo ciclo, em que a liberdade de pensar fosse implantada. Passa a prevalecer a tese de alguns filósofos pré-iluministas, defendendo a tese de que o que caracteriza o ser humano e o diferencia dos animais inferiores é a “razão”. Começara a esboçar-se, embrionariamente, uma onda humanística, contrária à truculência e arbitrariedade da Igreja Romana.

O Racionalismo estava batendo às portas dos mais bem dotados intelectualmente. Uma verdadeira “Elite Intelectual” começou a surgir. Homens inteligentes, cultos e independentes como, por exemplo, Dante Alighieri, corajosamente trazem os primeiros clarões de liberdade: o pensador italiano posicionou-se nesse sentido, ao colocar, em sua conhecida obra Da

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Monarquia, o então Papa Bonifácio VIII no inferno. Por outro lado, nos altos planos espirituais, concomitantemente se planejava o início de um movimento na carne, visando a reposição das coisas no lugar. Seriam os movimentos preliminares, objetivando a restauração da deturpação ocorrida no século IV d.C.

Num conclave astral, foi decidido que vários espíritos de escol deveriam voltar ao plantel carnal em missão, em diferentes locais e em épocas próximas, para tentar alcançar aqueles objetivos almejados. Seriam os vanguardeiros, com a incumbência de enfrentar com coragem, inteligência, desprendimento e perseverança, os perigos de cooperar no desmantelamento da monolítica e tenebrosa Igreja Romana, que aterrorizava com sua violência e hostilidade os espíritos independentes do mundo ocidental de então.

A Besta Apocalíptica (Apocalipse - cap. 13) oprimia, com seus tentáculos espalhados por toda a Europa, todos aqueles que ousassem tentar qualquer movimento que lhe fosse contrário. Alguns acontecimentos foram ocorrendo naquele século, debilitando-a, desmoralizando-a e, com isso, favorecendo o enfraquecimento daquela poderosa e férrea instituição religiosa.

III- CAUSAS

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A História nos dá conta que, com Bonifácio VIII, praticamente se encerra a fase medieval do Papado. Efetivamente, os princípios catolicocráticos de monarquia absoluta do papa são colocados em perigo, pelo crescente poder das nascentes monarquias nacionais.

Na França, Felipe IV, o Belo, com apoio do clero local, humilha Bonifácio VIII. A transferência da sede Papal de Roma para Avignon (sul da França) diminuiu sensivelmente o seu prestígio internacional. Por outra face, os chamados papas “esbanjadores” – Sisto IV, que fez do nepotismo uma instituição; Inocêncio VIII que, para cobrir as despesas de sua eleição e os gastos de uma côrte frívola, recebeu ajuda financeira de sultão muçulmano e, em consequência, recusa-se a ordenar nova cruzada, aliados a Alexandre VI, Julio II e Leão X, grandes gastadores - foram minando as riquezas da Santa Sé. Ao contraírem grandes dívidas, enfraqueceram-na financeiramente e a colocaram a mercê dos grandes banqueiros europeus, particularmente os florentinos.

Todos esses fatores conjugados, aliados ao aparecimento de lutas internas pelo poder de papas e anti papas, propiciaram uma tendência dos países europeus a se afastarem de Roma, rompendo seus laços com ela, objetivando alcançar as suas respectivas “nacionalizações”. Além dessas, podem, em síntese, ser acrescentadas mais algumas causas fundamentais, tais como:

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1- o contraste entre a ignorância do baixo clero, o chamado proletariado eclesiástico, e o preparo e luxo dos altos dignitários da Igreja;

2- a interferência direta dos monarcas na política pontifícia, na luta pelo poder que realizavam entre si os vários papas;

3- ainda no tocante ao poder temporal, a insistente afirmação do papado como monarquia absoluta;

4- o envolvimento da Igreja nas lutas que dividem os Estados-Cidades da Península Itálica;

5- a burguesia que não aceitava as limitações de suas atividades financeiras – a usura;

6- com Guttenberg, a invenção da prensa, despertando a curiosidade intelectual e difundindo, como rastilho de pólvora, todo o saber da época, poderoso instrumento na propagação das teses reformistas;

7- o frágil liame espiritual do clero e povo alemão de um lado, e a Roma dos papas de outro;

8- a probabilidade de um repentino enriquecimento, através da possibilidade de apropriação dos bens da Igreja pela sua secularização e confisco, e consequente isenção do pagamento dos impostos a ela devidos;

9- a pregação da elite intelectual dos humanistas, condenando os vícios da Igreja, inicialmente com John Wycliff, João Huss, Girolano Savonarola, Erasmo de Rotterdan e, posteriormente, com Giordano Bruno e outros.

Com o concurso de todos esses fatores e circunstâncias, estavam criadas as condições para

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a eclosão de uma Revolução Cismática nas hostes romanas.

O processo de “maturação” estava concluído.

IV- PEQUENO HISTÓRICO

Como já dito anteriormente, o rei Felipe IV, o Belo da França, desejando livrar-se do fisco romano, apoiado pelo clero gaulês, entrou em conflito com o papa Bonifácio VIII. O clero francês, em 1.309, obtém autonomia da Santa Sé.

Após os combates com os exércitos papais, os franceses invadiram Roma. O Papa foi levado preso para a cidade de Avignon – sul da França. Durante o período do “Cativeiro”, o trono papal ficou livre em Roma. Em consequência, surgiram pretendentes ocasionando disputas acirradas. Chegou-se a ter três papas em uma mesma época...

No século XIV, John Wycliff, na Inglaterra, além da tradução do Novo Testamento para a sua língua, já escrevera e pregara contra as fraquezas da Igreja.

João Huss, no mesmo diapasão, acabou por ser excomungado e, acusado de heresia e condenado pela Santa Inquisição, desencarnou na fogueira em Constança – sul da Alemanha. Sua condenação causou grande repulsa e o povo tchecoslovaco,

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que o admirava muito, iniciou grande revolução contra a autoridade papal.

Apesar de várias cruzadas enviadas por Roma para conter o movimento Hussita, todas foram inapelavelmente derrotadas. Esse fato repercutiu de forma desastrosa para a imagem de Roma.

Além disso, no Concílio da Basiléia, surgiram várias teses antagônicas aos Sumos Pontífices de Roma.

V- MARTINHO LUTERO E A CORRUPÇÃO ROMANA

Martinho Lutero, frei agostiniano, homem culto, independente, temeroso de cometer erros doutrinários e ir parar em lugares espiritualmente tenebrosos, professor da Universidade de Wittemberg, passara, a serviço de sua ordem, sete meses em Roma.

Alexandre VI, pai do Cardeal César Bórgia, Lucrécia Bórgia e mais outros três filhos com várias amantes confundira o patrimônio da Santa Sé com o de sua família.

Endividado, contraíra empréstimos junto aos banqueiros judeus de Florença. Mandou queimar nessa cidade um grande e eloquente orador que lhe fazia fortes críticas – Girolano Savonarola. Deixou para Julio II, o Papa Guerreiro, um déficit orçamentário muito grande.

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Este, ao invés de reequilibrar as finanças, resolveu gastar ainda mais. Decidiu construir a Basílica de São Pedro, contratando, inclusive, Michelangelo para a consecução desse objetivo. Além disso, como era um papa mais de ação do que de oração, gastou muito nas guerras em que ia à frente, no comando dos exércitos papalinos. Como não tinha recursos econômicos suficientes, resolveu iniciar a venda de indulgências plenárias e, com a arrecadação, fazer frente às despesas que adviriam.

Para culminar, agravando ainda mais a já penosa situação moral e financeira da Santa Sé, seu sucessor, Leão X, já afirmara: “Deus nos deu o papado; vamos gozá-lo.” Cardeal aos treze anos e papa muito jovem, da família Medicis, resolveu endividar-se ainda mais. Decidiu iniciar a construção da Biblioteca, junto a Basílica do Vaticano. Para fazer face às despesas, resolveu continuar a venda das indulgências pelas Províncias Romanas. Na Alemanha, acertou com o Arcebispo Alberto de Brandenburgo a sua execução, ficando cada qual com a metade do que fosse arrecadado. Ao Imperador Maximiliano I, para não se opor, deram vultosa quantia em dinheiro. Foi designado para dirigi-la o frei dominicano Tetzel. Estava estabelecida a ambiência necessária para a revolta... Como era de se esperar, Martinho Lutero, diante de tudo o que presenciou, rebelou-se. Passou a escrever teses contrárias a Roma. Condena o instrumento de perdão, afirmando que ele conduz o crente ao

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erro. Chamado por Leão X a retratar-se, como era hábito de Roma nessas situações, não atendeu a ordem. Ao revés, chama o Papa de anticristo e Roma de a Prostituta da Babilônia.

Em consequência, Leão X expede a bula “Exsurge Domine”. Lutero foi excomungado e declarado herege. A heresia era punida com a pena de morte. Em praça pública, queima a bula, lamentando não poder queimar o próprio papa. Levado secretamente por amigos, esconde-se no Castelo de Wartburg, onde ficou junto a Melanchton e simpatizantes por 18 meses.

Como pregassem a “livre interpretação” da Bíblia e ela estava em latim – a Vulgata Latina, fez sua tradução para a língua alemã.

Coincidentemente, a prensa tipográfica havia sido inventada na época. Assim, suas teses e tradução bíblica tiveram grande facilidade de irradiação. Expandiram-se rápida e espontaneamente pela Europa. No seu país houve grandes adesões, com rebeldes assumindo atitudes violentas. Igrejas e Mosteiros são queimados. A fraqueza do Imperador, ausente da Alemanha no período de 1521 a 1530, concorreu para o fortalecimento do movimento. O apelo do papa para uma Cruzada contra os hereges não teve acolhida.

De 1539 a 1545, houve grande propagação das teses luteranas.

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VI- A SECULARIZAÇÃO DOS BENS DA IGREJA

Carlos V, Imperador, reconhece a legitimidade da secularização e consequente confisco dos bens da Igreja Romana.

Esse foi um golpe mortal contra ela, que, além de perder grande patrimônio, perdeu as receitas decorrentes dos impostos que cobrava.

Em 1555, 2/3 da Alemanha eram protestantes.

VII- A REPERCUSSÃO EM OUTROS PAÍSES

Tal movimento ecoou na Dinamarca e Suécia. Deu-se, em ambos, a ruptura com Roma. Foram feitas traduções do Novo Testamento e confiscados seus bens.

Na Suíça:Em Zurique, Zwinglio, clérigo da mesma

geração de Lutero, consegue:1- repúdio à autoridade pontifícia e da

hierarquia romana;2- supressão das imagens e conventos;3- fim do celibato clerical;4- liberdade religiosa de cada Cantão.Em Genebra, a reforma foi essencialmente de

Calvino. Sua obra básica: A confissão de Fé. Fez de Genebra a “Roma do Protestantismo”. Exorbitou, tornando-se implacável e intolerante na

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luta contra seus adversários. Ao mandar, em 1553, queimar Miguel Servet, manchou historicamente seu trabalho.

Na Inglaterra:O rompimento com Roma ocorreu na época de

Henrique VIII, em razão do seu divórcio com Catarina de Aragão, negado pelo papa. Em consequência, tornou-se ele o chefe da Igreja Anglicana.

Com a secularização e confisco dos bens da Igreja, os historiadores afirmam que ocorreu a maior transação imobiliária da História. Roma perdeu grande parte de seu patrimônio que, por sua vez, veio a enriquecer notavelmente o Reino Inglês.

Na França:Quando, em 1520, as ideias luteranas

penetraram no país gaulês, encontraram já o terreno preparado pela existência de ideias igualmente reformistas. Em 1523, a tese luterana foi formalmente condenada pela Faculdade de Teologia de Paris. Nesse ano, o Monge Valière, tradutor de Erasmo e Lutero, foi queimado em praça pública.

Em 1534, prospectos condenando a missa e os padres foram fixados em vários locais e até na porta dos aposentos reais. Numerosos reformistas foram presos; outros, queimados. Foi instituída a Câmara Ardente para julgamento dos heréticos. Tal fato não impediu a difusão das novas ideias através de uma elite intelectual.

245

Em 1536, através da obra Doutrina da Religião Cristã, dedicada ao rei Francisco I, Calvino inicia sua pregação. Fugindo para Genebra, passa a dirigir e inspirar a Reforma Francesa.

Com Francisco I houve vários massacres, sendo o mais grave o dos “Valdenses” em 1545, quando cerca de 22 localidades foram atacadas e 3.000 pessoas mortas.

Em 1559 em Paris, reuniu-se o Primeiro Sínodo Calvinista. Uma verdadeira organização militar foi dada aos huguenotes (Calvinistas). Os massacres de Vassy (1562) assinalam o início das Guerras de Religião, prolongadas até Henrique IV. Em 1598, esse monarca, protestante, casado com Margarida de Valois, católica, decretou o Edito de Nantes, instituindo a tolerância religiosa na França.

Países Baixos:A Bíblia foi traduzida em 1477. O primeiro

centro do Luteranismo foi Antuérpia.Margarida D’Austria era admiradora de

Erasmo. Em 1567, o Duque de Alba inaugura a repressão sangrenta. Desde então a luta religiosa ocorre, em que se destaca Guilherme de Orange.

União de Arras (católica) e União de Utrecht (protestante) separam-se historicamente.

VIII- A CONTRA-REFORMA E ATOS SUBSEQUENTES

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No século XV, através da “Teoria Conciliar” proclamada na Basileia e Constança, já fora lançada a ideia de que se fazia necessária uma Reforma na Igreja Romana.

G. de Viterbo, geral da Ordem dos Agostinianos a qual pertencia Lutero, no Concílio de Latrão (1512 – 17), a reclama ao denunciar “a impiedade, a impudicícia, a libertinagem e a ambição do Clero Romano”. Apesar disso, reafirmando o primado do papa, não foram acolhidas as medidas reformadoras solicitadas.

Após todos os acontecimentos relatados, a assembleia somente foi concretizada em 1545 na cidade de Trento, onde foi instalado o Concílio, que durou até 1563 (18 anos).

Suas principais decisões em síntese foram:1- manter o clero hierarquizado sob a

autoridade suprema do papa;2- o Sumo Pontífice é o intermediário entre

DEUS e a massa dos fiéis;3- os fiéis não têm direito à livre interpretação

da Bíblia;4- ao livre-arbítrio, se opõe o servo arbítrio;5- o ritual romano passa a ser constituído de:

a) Catecismo romano (hoje substituído pelo Catecismo holandês)

b) Breviárioc) Missal

6- continuar a Bíblia escrita em latim – a Vulgata Latina;

7- criar o primeiro “Índice dos Livros Proibidos”;

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8- criar os Seminários Diocesanos;9- condenar a tese da Justificação pela Fé, de

Lutero, mantendo a necessidade das obras;10- condenar o Nepotismo e a Simonia;11- empreender a Reforma dos Conventos;12- para combater a heresia, reestruturou a

Santa Inquisição (Tribunal do Santo Ofício), que voltou mais forte ainda;

13- banir de Roma o luxo, divertimentos e até mesmo o comércio;

14- Pio V proíbe a assistência médica a quem não tivesse se confessado;

15- com Sisto V, institui-se a Secretaria de Estado, as nove Congregações Romanas (Santo-Ofício, Index, Concílio, Bispos, Regulares, Consistório, Estudos, Ritos e Cerimonial) e fixa em 70 o número de Cardeais;

16- por sugestão de Ignácio de Loyola, criou-se a Companhia de Jesus;

17- continuar o Celibato Clerical, a Confissão Auricular e a Celebração da Missa, apesar de não terem fundamento bíblico.

IX- O PROTESTANTISMO NOS DIAS DE HOJE

1- Em Portugal, Espanha e Itália, em razão da forte Inquisição, quase não houve penetração.

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2- França, em parte, através do Calvinismo, conhecidos seus seguidores como “huguenotes”.

3- Alemanha medrou através do Luteranismo.4- Suíça, com Calvino, em Genebra e Zwinglio,

na Basileia, conseguiu fixar-se.5- Inglaterra (Anglicanismo), Escócia

(Presbiterianos), País de Gales, Irlanda, Áustria (muito pouco), República Tcheca (Hussismo), Dinamarca, Suécia, Finlândia, Países Baixos, igualmente.

6- Continente Americano: América do Norte teve grande penetração desde os Quakers, que vieram no May Flowers. 60% da população, inclusive, é de protestantes distribuídos nas mais variadas seitas: Mórmons, Batistas, Presbiterianos, Testemunhas de Jeová, etc. Até a Igreja de Edir Macedo teve grande penetração, instalando seu Quartel General nos arredores de Nova Iorque.

7- América Latina: na maioria dos países, em razão do forte catolicismo, teve pequena aceitação. No Brasil, entretanto, houve grande proliferação de seitas, tais como: Batistas, Presbiterianos, Mórmons, Testemunhas de Jeová e mais de 6.000 novas seitas... Recentemente, a Igreja Universal do Reino de Deus, do Bispo Edir Macedo, está sendo considerada um verdadeiro fenômeno. É uma multinacional religiosa, estando já estabelecida em 100 países. Outra seita, também em grande evolução, é a Fundação Renascer em Cristo, dirigida pelo casal Bispo Estevam Hernandes Filho e Bispa Sônia

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Hernandes. Já conseguiu realizar “Marchas para Jesus”, com cerca de 2,5 milhões de participantes em São Paulo e concomitantemente em outras capitais do País, tais como Rio de Janeiro, Recife, Brasília e Salvador. Em termos de movimentos de massa, estão concorrendo com o Terço Bizantino, do padre católico Marcelo Rossi, que conseguiu levar para o Autódromo de Interlagos 2,5 milhões de adeptos em uma mega missa com show de cantores famosos.

A mais recente seita é a Igreja Internacional da Graça de Deus, dissidente da Universal. Líder: Romildo Ribeiro Soares, conhecido como missionário R. R. Soares, cunhado de Edir Macedo. Começaram juntos em 1977, mas romperam no início dos anos 80. Está em grande expansão, com filiais em Portugal, EUA, Holanda, Inglaterra e Japão.

Diferença entre ambas: Internacional dá ênfase à cura; e a Universal ao exorcismo.

Tem espaço em horário nobre na Rede Bandeirantes de Televisão.

Onde não penetrou: África e Ásia.

X- BREVE COMENTÁRIO SOBRE A CONTRA-REFORMA

Negou todas as propostas protestantes. A Igreja Romana, ao revés, tornou-se mais forte ainda. A Inquisição foi mantida e reforçada.

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Em 1962, através do Concílio do Vaticano II, com o papa João XXIII, é que foram acolhidas algumas teses liberalizantes. Houve a “abertura” negada pelo Concílio de Trento.

Pressionada pelos equívocos anteriores do Geocentrismo (Galileu Galilei), a condenação à morte de Giordano Bruno, as teses de Darwin e Chardin, e com o ingresso na Era Eletrônica, foi acolhida a tese do “aggiornamento” (atualização).

Criou-se a Academia de Ciências do Vaticano para assessorar a Cúria Romana na “atualização” científica de seus dogmas. Com isso, possibilitou o surgimento de movimentos paralelos, tais como: Celam (do Clero Progressista), através das CEBS (Comunidades Eclesiais de Base) em toda a América Latina. Movimento de Renovação Carismática ,Terço Bizantino, missa em língua nacional e de frente para os fiéis, etc.

XI- OUTROS “ISMOS”

Há muitos outros “ismos” religiosistas espalhados pelo mundo afora, tais como: Hinduísmo, Budismo, Xintoísmo, Taoísmo, e dezenas de outros mais, criados artificialmente pelos homens ao longo da História.

Como afirma o Divino Autor, Osvaldo Polidoro: “Todos irão se derreter e ficará um só: DIVINISMO. Um Deus, uma Verdade e uma

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Doutrina.” (Instrumento de Execução – O Apocalipse)

XII- COMENTÁRIOS FINAIS

1- A intenção dos espíritos vanguardeiros reencarnados era de recolocar as coisas no devido lugar. Restaurar toda a Verdade Bíblica que fora deturpada. Assim, o que houve realmente foi uma deturpação dos desígnios desses espíritos de vanguarda.

2- O Pentecoste não poderia ser ignorado. Era a segunda tentativa de generalização das comunicações espirituais.

3- Destarte, a Revelação deveria ser liberada e disseminada até os confins da Terra, e não combatida e chamada de coisa do demônio, como ainda nos dias de hoje...

4- A interpretação gramatical da Bíblia levou as várias seitas à idolatria da letra; em muitos casos, com fanatismos mórbidos. Esta, pelas previsões espirituais, será banida após a queda da idolatria da forma.

5- Esse “desvio” do Caminho da Verdade foi previsto, profeticamente, que ocorreria em razão do comportamento hu-mano. Não houve “determinismo divino”, mas apenas previsão pelo comportamento, em razão do livre-arbítrio relativo da Humanidade.

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6- Em Mateus, 24 e 25 e Apocalipse, o Protestantismo que alberga centenas de seitas encontra-se bem caracterizado como o “falso profeta”, que prega erroneamente a Bíblia, dando-lhe “falsas interpretações” e escondendo de seus adeptos textos relevantes.

7- Em razão das facilidades da mídia eletrônica, que no dizer do sociólogo Marshal Mc Luhan tornou o Planeta uma aldeia global, ultimamente, tem conseguido um número crescente de seguidores.

8- Os telepastores estão na moda... Há centenas desses profissionais religiosos infantilizando espiritualmente milhares de mentes, tornando-as cativas. Pela ignorância espiritual, são levadas a se tornarem mentes viscosas, pastosas, numa verdadeira pasteurização mental. Com isso, através da massificação, enriquecem-se por meio dos dízimos recebidos... O comércio religioso tornou-se altamente rendoso.

9- Em consequência, a Justiça Divina, por meio da varredura apocalíptica, é que limpará o Planeta dessas distorções e desvios do Caminho da Verdade, seguindo-se assim, o Programa Divino traçado, para a Humanidade lotada neste Planeta, rumo à Fase da sua Maturidade Espiritual.

10- Fazem questão de ignorar a frase de Paulo de Tarso: “A letra mata e o espírito vivifica.” Como já foi visto, em razão das manipulações humanas, a Bíblia encontra-se com muitos erros e contradições. Não os levando em consideração, acabam por tomar posições simplesmente ridículas perante cientistas e pessoas

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intelectualmente independentes e, com isso, afastando-os da vida espiritual.

11- Maior erro: chamar as comunicações espirituais de coisas do demônio.

12- O mal dos religiosismos é este: chafurdar as criaturas no “exteriorismo”; fazê-las mergulhar nas simulações; afastá-las do conhecimento das leis que regem os fenômenos.

KARDEC E O ESPIRITISMO

I- PREÂMBULO

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Quando se pensa em Kardec, observa-se que sua biografia tem sido muito pobre de informações espirituais. Na verdade, seus biógrafos, além de descreverem sua vida do encarne em Lyon ao desencarne em Paris, na República Francesa, limitam-se tão somente a fornecer uma encarnação sua, entre os Druídas, onde chamou-se ALLAN KARDEC, daí ter ele adotado esse pseudônimo. Citam também que foi João Huss.

Assim, e a fim de enriquecê-la com o relato de suas principais vidas anteriores em nosso orbe, vamos, em rápidas pinceladas, descrevê-las psicometricamente, desde as origens até os dias de hoje. Será apenas e tão somente pálido, despretensioso, falho e lacunoso “roteiro”.

Sem falsa modéstia, temos consciência de que falta-nos competência e conhecimento para escrever sobre esse MA-RAVILHOSO ESPÍRITO.

II- ANTECEDENTES CÓSMICOS

Primeiramente, saliente-se que, juntamente com Jesus, Kardec teve sua escalada evolutiva em outros mundos, sendo ambos muito conhecidos em orbes do nosso sistema solar, como por exemplo, Saturno e Júpiter.

Foram designados pelo Princípio para “comandarem” a condensação das energias, a fim de que a Terra viesse a se tornar mais uma “morada” cósmica. Desta forma, é fácil entender a

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expressão de Jesus quando disse: “Antes que este mundo fosse, EU já era.” Na verdade, ambos já haviam atingido a cristificação, meta final de todas as centelhas divinas, emanadas do Princípio Sagrado. Foram essas duas grandes inteligências que dirigiram as legiões angélicas, formadoras de nossa atual Casa Cósmica.

III- VIDAS DE GRANDE INICIADOR

Como é sabido, nosso átomo cósmico, após ter se formado e possuído sua humanidade, já sofreu grandes hecatombes, mudando sua configuração geográfica por cinco vezes. De milhares de anos para cá, o Princípio sempre enviou à carne grandes espíritos para servirem de mestres, iniciando nos fundamentos doutrinários, discípulos menores.

O último Dilúvio de “Água” deu-se há aproximadamente 20.000 anos, quando a Civilização Atlante vivia em um único bloco continental. Deu-se então a separação, originando-se os cinco continentes atuais.

Foi Ele o autor da Primeira Bíblia Atlante, conhecida como Popol Bugg, escrita quando sua capital estava localizada onde é hoje boa parte da região leste da cidade de São Paulo. Nessa época, caracterizou-se por ser um GRANDE MESTRE, iniciador de seus irmãos menos evoluídos.

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IV- OUTRAS VIDAS CONHECIDAS

A seguir, foi na chamada “geografia sagrada” Henoc, Rama, Krishna, Zoroastro, Orfeu, Pitágoras, Platão, Hermes e outros, culminando por ser Kardec e Osvaldo Polidoro.

Como Moisés, após ter recebido os 10 MANDAMEN-TOS, generalizado a Revelação e conduzido o povo Hebreu até a fronteira com a Palestina, ao subir no Monte Nebo, teve a famosa visão de que “Israel iria trair seu Deus”, desviando-se do Caminho da Verdade.

V- A DETURPAÇÃO ISRAELITA

Como previsto, Israel, ao invés de cultivar a Revelação, caiu no culto exterior, passando à idolatria.

Assim, urgia que esse espírito voltasse à carne para tentar “restaurar” a Doutrina, restabelecendo a Revelação, substituída por cerimônias exteriores.

VI- O PROFETA ELIAS

Como bem registra o Velho Testamento no “II Livro dos Reis”, Acab, Rei de Israel, desposara Jesabel, filha de Etbaal, Rei dos Sidônios. Ela introduziu na Samaria o Culto a Baal.

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Elias, mestre na escola do Profetismo Hebreu, dotado de faculdades mediúnicas exuberantes, desafiou no cume do Monte Carmelo os sacerdotes de Baal. Após o conhecido embate por ele vencido, recebeu ordens para passar a fio de espada, os 450 adeptos daquele culto. A seguir, adotando como discípulo Eliseu, realizou muitos prodígios; quando desencarnou, ocorreu, então, o célebre fenômeno espiritual do Carro de Fogo (II Livro dos Reis).

Eliseu, seu fiel discípulo, deu sequência ao trabalho de Elias naquelas paragens, realizando fenômenos espirituais semelhantes, bem registrados biblicamente.

VII- O PROFETA EZEQUIEL

Durante o Cativeiro da Babilônia (século VIII a.C.), desempenha novamente papel de restaurador, sendo famosas as vi-sões, parábolas e imagens descritas no Velho Testamento. Cu-riosamente, viveu nessa época próximo de Daniel (reencarnação de Eliseu) e teve como ele visões apocalípticas. Deixou bem caracterizada na Doutrina Ensinada a lei da personalidade, da responsabilidade; isto é, quanto à Justiça Divina, a responsabilidade é individual de cada filho de Deus. É conside-rado um dos quatro maiores profetas do Antigo Testamento.

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VIII- JOÃO BATISTA

Após a famosa profecia de Malaquias (de que seria enviado como precursor o Profeta Elias), nota-se da leitura do Evangelho Segundo Lucas que, efetivamente, o anjo Gabriel apareceu a Zacarias e lhe comunicou que sua mulher Izabel (reencarnação de Jesabel) daria à luz um menino que iria chamar-se João Batista. Disse-lhe que, desde o ventre de sua mãe, estaria cheio do Espírito Santo e seria o precursor do Cristo, com o espírito e o poder de Elias. Após ter se iniciado entre os Essênios junto ao Lago Morto, nas fronteiras com o Egito, lá tornou-se um grande mestre. Formou uma equipe de iniciados para auxiliá-lo nas tarefas que tinha a desempenhar. Com 29 anos e meio, inicia o trabalho de preparação para a vinda de Jesus. Propagava que este era o Messias, e que batizaria em Espírito. Junto dele, como discípulo, estavam João Evangelista (reencarnação de Eliseu, Daniel e Samuel), Tiago e Pedro. Após muito trabalho, e realizados muitos prodígios, acabou sendo decapitado a mando de Herodes, na Fortaleza de Maquerunte, região da Pereia.

Seus discípulos, após seu desencarne, uniram-se aos de Jesus, passando a acompanhá-lo em suas peregrinações pela Palestina, formando uma grande coroa de espíritos em volta do Divino Mestre.

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IX- A NOVA DETURPAÇÃO E SUA VOLTA À CARNE

Tendo Jesus deixado a carne, e seus discípulos propagado a “Boa Nova”, a Doutrina do Caminho do Senhor estava no mundo conhecido de então.

Com a fundação da Igreja Romana no sécuolo IV d.C., e ocorrida a deturpação de tudo quanto havia sido semeado ante-riormente, urgia voltar à carne para novas tentativas de “Res-tauração”. Reencarnou duas vezes seguidas dentro da própria Igreja para tentar “implodi-la doutrinariamente”, mas foi descoberto e sacrificado. Em ambas, chegou ao bispado. Pos-teriormente, guindado a Papa com o nome de DAMIÃO, foi novamente assassinado, e seu corpo retalhado e exposto nas ruas de Roma, para servir de exemplo e exercer coação psicológica aos que tentassem se aventurar contra a Santa Madre Igreja.

X- FRANCISCO DE ASSIS (FRANCESCO BERNARDONE)

Francesco Bernardone (1182 – 1226) viveu 44 anos. Voltou à carne no séc. XII na cidade de Assis, região italiana da Úmbria. Nasceu em época em que a luta entre Guelfos e Gibelinos agitavam as cidades italianas. Teve juventude movimentada

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e brilhante. Em Assis, nas festas e torneios esportivos, sempre conseguia se destacar. Entre 20 e 22 anos, começaram a surgir-lhe visões e sonhos, começando a adquirir consciência de que deveria mudar de sua vida mundana para uma mais espiritualizada. Essa transformação foi lenta. Como era muito ligado à cidade natal, empunha armas em sua defesa. Acabou sendo preso por um ano em Perusa. Ficando doente, os sonhos e visões se intensificaram, fazendo-lhe entrever a sua missão apostolar. Já não andava mais com os amigos. Preferia a solidão de uma gruta, nos arredores de sua cidade natal.

Percebendo que de nada adiantaria tentar qualquer movimento “Restaurador” junto à Igreja Romana, face aos perigos que incorreria, passou a pregar os Evangelhos e a viver em humildade e pobreza. Para tanto, após despir suas vestes, renunciou à vultosa herança a que teria direito em razão da riqueza de seu pai.

Considerava todos como irmãos; não só doentes, como também bandoleiros, muçulmanos, nobres ou plebeus. Não fazia qualquer tipo de distinção entre as pessoas com quem se rela-cionava.

Ligou-se mais ao Universo, sentindo-se irmão de tudo que nele habitava, como as estrelas, o Sol, a Lua e os animais.

Seu amor a tudo o que existe ficou bem consignado no célebre “CÂNTICO AO SOL”.

Desencarnou humilde e pobremente ao 44 anos de idade.

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XI- JOÃO HUSS

Viveu 46 anos (1369 – 1415). Voltou à carne em nova tentativa de “Restauração”, reencarnando na antiga Boêmia, hoje República Tcheca. Educado em Praga, tornou-se mais uma vez membro da Igreja Romana, a fim de liderar movimento “implodidor” da deturpação que se alongava séculos afora. Tornou-se professor e Reitor da Universidade de Praga. Tendo lido John Wycliffe, procurou divulgar suas ideias reformistas da Igreja Romana. Por isso, foi declarado herege e, a seguir, excomungado. A despeito dos perigos que corria, continuou suas pregações. Obrigado pelo Imperador Sigismundo a abandonar Praga, escreveu então sua principal obra: DE ECCLESIA (Sobre a Igreja). Essa obra dava “continuidade” às doutrinas heréticas de Wycliffe. Em 1413 foi obrigado a comparecer perante o Concílio de Constança, para o que teve a cautela de antes munir-se de um “salvo-conduto”, fornecido por Sigismundo.

A Inquisição exigiu sua retratação, ao que respondeu: “Retrato-me desde que demonstrem que minhas ideias estão em contradição com a Bíblia Sagrada.” Ao ser-lhe transmitida a sentença condenatória, fixou o olhar no Imperador Sigismundo, que se cobriu de vergonha ante a violação de seu “salvo-conduto”. Ao enfrentar as

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chamas, disse: “Vocês estão com a força; e nós, com a Verdade. Nós venceremos.”

Desencarnou queimado no próprio dia da condenação – 06 de junho de 1415, aos 46 anos de idade.

HUSSISMO

Como era muito querido na sua terra, em razão de ter sido um grande propagador da língua tcheca, por seus vigorosos sermões em idioma puramente nacional e pela austeridade da vida que levava, chegando a Praga a notícia de seu suplício, o movimento assumiu feição revolucionária. Seus adeptos passaram a recusar obediência à Igreja Romana. Passam a adotar a “livre” pregação da Bíblia. A Boêmia caiu em mãos dos Hussistas. Todas as cruzadas enviadas contra eles foram derrotadas.

A Reforma pregada por Martinho Lutero foi muito influenciada pelo movimento Hussista.

XII- JOSÉ DE ANCHIETA

Viveu 64 anos (1533 – 1597). Reencarnou nas Ilhas Canárias. Aos 15 anos de idade, passou a cursar a Universidade de Coimbra, onde aprendeu: Dialética, Letras, Latim e Filosofia. Em 1551, com 18 anos, ingressou no Colégio dos Jesuítas em Coimbra, objetivando vir para o Brasil.

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Para melhor atuar junto aos indígenas, aprendeu Tupi. Chegou ao Brasil em 1553, quando tinha 20 anos, na comitiva do 2° Governador Geral, D. Duarte da Costa. Realizou admirável trabalho junto aos indígenas brasileiros e filhos de colonos, ensinando-lhes as primeiras letras. É considerado o 1° Mestre do Brasil.

Em 1554, ajudou a fundar a cidade de São Paulo. Graças ao fato de dominar bem a língua indígena, auxiliou como “intérprete”, em missão pacificadora junto aos Tamoios, em guerra contra os portugueses. Piratininga, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, em todos esses lugares, sua presença junto aos selvagens era exigida pela “bondade e compreensão” com que os tratava.

Diz-se que uma “aura” de santidade cercava sua pessoa, onde quer que surgisse. Sua capacidade de assimilação era tão grande, que aprendeu os processos de cura dos indígenas. Exerceu entre eles a medicina.

Sua sensibilidade pedagógica era tanta, que tinha por lema tornar a lição agradável, para melhor incuti-la na mente dos alunos. É considerado pelos seus escritos o “fundador” da Literatura Brasileira.

Desencarnou aos 64 anos. Após uma vida de cigano na Europa, sem registração historiográfica, somente volveu à carne no séc. XVIII, conhecido como o “das Luzes” em plena efervescência “iluminista”. Teria que vir para liderar um movimento de intelectuais, visando estabelecer o

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primado da “razão”, aniquilando, pelas “ideias luminosas”, os dogmas obscurantistas e retrógrados da Igreja Romana.

XIII- VOLTAIRE (pseudônimo)

Viveu 84 anos (1694 – 1778). Nasceu em Paris (sua mãe desencarnou durante seu parto), com o nome de FRANÇOIS MARIE AROUET. Era criança tão frágil, que a enfermeira não lhe deu mais de um dia de vida. Estudou em colégio dirigido por Jesuítas, passando a conhecer bem a Igreja Romana. Enquanto os jovens se divertiam, com apenas 12 anos, discutia Teologia com os entendidos. Ainda jovem, frequentou a alta sociedade constituída pelas nobrezas eclesiástica e civil.

Encarcerado por 11 meses na Bastilha como responsável por um panfleto que não redigira, aproveitou esse tempo para escrever, aos 24 anos, a tragédia Édipo. Nessa época, adotou o pseudônimo de Voltaire. Obteve tanto sucesso, que estavam abertas as portas para a entrada nos meios intelectuais parisienses. Tendo aprendido dialética junto aos Jesuítas, tornou-se um entusiasta do debate.

Gostava de dialogar com as pessoas inteligentes, sobre os mais variados assuntos, principalmente filosóficos. Acabou obtendo a fama de jovem brilhante e atrevido. Em peça de teatro, escreveu: “Não confiemos senão em nós próprios.

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Vejamos tudo com nossos próprios olhos. Que sejam eles, nossos oráculos.” “Nossos padres não são o que supõem as pessoas simples.” “Sua sabedoria não é, senão, a nossa credulidade.”

Dizia que primeiro será necessário viver, para depois filosofar. Quanto mais rico se tornava, tanto mais generoso com as pessoas ficava. Um círculo crescente de intelectuais agrupou-se em sua volta. Tornou-se um mestre sem rival na arte de conversar. A aristocracia transformou-o num refinado homem de sociedade. Convidavam-no para todos os lugares.

Os seus ideais de liberdade acentuaram-se muito, quando exilado na Inglaterra por três anos; e, por igual período, na Alemanha, a convite de Frederico II. Em ambos os países, respiravam-se ares de “liberdade” intelectual. Nesses países, pôde comparar, dialeticamente, que na França a situação era diametralmente oposta.

Grassava a “intolerância” religiosa que oprimia a todos. Essa opressão, ele não sentira em qualquer desses dois países, vez que estavam a salvo da influência marcante da nobreza eclesiástica sobre o governo monárquico que dirigia a França, com a Inquisição em pleno vigor.

As “Lettres de Cachet” eram ordens de prisão, através das quais qualquer nobre poderia, arbitrariamente, mandar para a Bastilha alguém sem título de nobreza... Sem motivo e sem julgamento... A Bastilha era usada como resposta a todas as perguntas e dúvidas.

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Voltando a França, comprou um castelo na fronteira entre este país e a Suíça. Tornou-se a Meca da Inteligência francesa. Seu lema era “rir e fazer rir”. Catarina II, da Rússia, sua grande admiradora, chamava-o de “Divindade da Alegria”.

Ele dizia: “Ai do filósofo que não puder desfazer rugas em risadas.”

Foi guindado a membro da Academia Francesa de Letras e considerado o homem mais inteligente do planeta. O Castelo de Ferney tornou-se a capital intelectual do mundo.

Dizia: “Os monarcas têm o cetro e eu a pena.”Foi considerado o “rei da inteligência”, tendo

escrito 99 obras sendo, a principal, O Dicionário Filosófico.

A fase mais profícua de sua vida foi de 1758 a 1778, os últimos 20 anos. Teve contato com quase todos os filósofos iluministas.

Com a revogação do Édito de Nantes, restabelecendo a intolerância religiosa na França, passou a escrever panfletos, convidando os filósofos Diderot, D’Alembert e outros a se unirem para derrubar a infame. Terminava-os sempre referindo-se à Igreja Romana com a frase “Écrasez l’infame”(“Esmagai a infame”).

Após seus amigos terem conseguido fazer um “busto” seu, para ficar de lembrança à posteridade, adoeceu. Desencarnou em Paris aos 83 anos de idade, tendo seus restos mortais, quando transladados para o Panteon Revolucionário, sido acompanhados por uma multidão de 600 mil pessoas... quase toda Paris.

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CONCLUSÃO

Parece ter ficado bem claro que, nessa vida, veio “fechado” para os conhecimentos iniciáticos. No entanto, foi dotado de extraordinária inteligência e cultura universalista, tendo escrito sobre os mais variados assuntos filosóficos.

Porém, o objetivo principal parece ter sido o de demolir a instituição religiosa que “oprimia” a França e igualmente a reforma das instituições monárquicas, tornando aquele país mais “aberto” às ideias de “liberdade”.

Sem dúvida alguma, “preparou” o caminho para a sua volta em novo corpo no início do século seguinte, naquele país, e ficou em condições de realmente poder iniciar a Restauração da Verdade no mundo. Essa encarnação foi fundamental para que esse objetivo se tornasse possível.

XIV- ALLAN KARDEC E O ESPIRITISMO

Viveu 65 anos (1804 – 1869).Antecedentes de sua volta à carne: estando no

mundo espiritual, foi-lhe dito que uma onda de “materialismo” poderia invadir a Europa e pôr a perder tudo o que havia sido conseguido até então.

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Apesar de todos os defeitos e vícios que a Igreja Romana apresentava, ela, entretanto, em razão de sua organização, deixou bem caracterizados no mundo os nomes de Deus, Jesus e dos Apóstolos. Essa vaga materialista poderia acarretar um retrocesso indesejável, com graves reflexos espirituais na escalada evolutiva do Planeta.

A previsão era a de que a Filosofia Positivista, que deveria grassar na França e espalhar-se pela Europa e outros continentes, iria colocar em risco o que mal ou bem a civilização ocidental, em termos espirituais, já havia conquistado.

O POSITIVISMO

Augusto Comte, nascido em Montpellier, França (1798 – 1857), criou um “sistema” filosófico, originado na reflexão da Filosofia e Ciência do séc. XIX. Esse Sistema Positivista acha-se exaustivamente exposto na sua obra Curso de Filosofia Positiva, composta de seis volumes. Em síntese, para ele, a evolução do pensamento humano deu-se em três etapas. É a conhecida “Lei dos Três Estados”.

A primeira é a Teológica: nos primórdios, a humanidade procurava a explicação para os fenômenos da natureza e do universo, através do Politeísmo. Evoluindo, passou para o Monoteísmo.

A segunda é a Metafísica (meta = além de): os fenômenos passam a ser explicados abstratamente

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pela razão. É o chamado “racionalismo abstrato” (ex.: o Iluminismo do séc. XVIII).

A terceira é a Positiva: procura-se explicar os fenômenos da natureza “positivamente”; isto é, através da simples observação e experimentação, visando descobrir as leis que os regem.

Em outras palavras, é através dos efeitos físicos (portanto, “objetivos, tangentes, visíveis, e palpáveis”), que se poderá chegar as suas causas e, consequentemente, as suas Leis Regentes Fundamentais.

Tudo aquilo que estiver além dessa área deverá ser consi-derado metafísico, e não terá qualquer valor. É o chamado racionalismo “sensível”, oposto ao racionalismo “abstrato”.

Essa etapa Positiva corresponde à Científica do séc. XIX. Nesse século, a ciência passa a dominar todas as atividades humanas. Só a ciência é que tem condições de captar os fe-nômenos tangentes. Seu “sistema” provocou uma verdadeira “revolução no pensamento da época”, e passou a empolgar por toda a segunda metade do séc. XIX as elites culturais da Europa e, inclusive, do Brasil (ex.: José P. de Almeida e outros, entre os quais alguns que foram seus alunos).

O ESPIRITISMO

Encarna em 1804, na cidade de Lyon, na França, LEON HIPOLLYTE DENIZART RIVAIL. Logo jovem, dedicou parte de sua vida às

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atividades educacionais, tendo sido discípulo do célebre educador Pestalozzi. Quando começaram a surgir os fenômenos mediúnicos “tangentes”, como as mesas girantes e falantes, incorporações de espíritos, fosforescências, xenoglossia e psicografias, passou a se interessar por eles.

Sendo considerado um homem culto, inteligente e com grande capacidade de organização, em 1854, portanto, com 50 anos, iniciou-se nas “experiências espirituais”. Trabalhou com 1.100 grupos de médiuns, ocorrendo então um 3° Pentecoste.

Tornou-se o grande “sistematizador” das comunicações espirituais, dando-lhes o nome de “ESPIRITISMO”. Aos poucos, foi codificando-as e, já em 1857, escreveu o Livro dos Espíritos. Deu-lhe essa denominação para não ocorrer confusão com o Livro dos Mortos – Bíblia Egípcia. A esse livro, ele acrescentou as obras O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns (1864), O Céu e o Inferno, O Gênesis, Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, além da conhecida Obras Póstumas, organizada e publicada após o seu desencarne.

A grande influência intelectual da França no séc. XIX, da mesma forma como favoreceu a expansão do Positivismo, deu oportunidade a que o Espiritismo igualmente se difundisse pela Europa e países de outros continentes.

Obviamente enfrentou duas correntes contrárias:

a) cientistas materialistas271

b) católicos e protestantesMuitas pessoas procuravam como “consolo”

saber do desencarne de entes queridos. Homens de ciência também passaram a se interessar. A simples “curiosidade” foi cedendo lugar à “investigação séria”. Os fenômenos passaram a ser de observação sistemática e explicações científicas.

ALLAN KARDEC – pseudônimo adotado, relacionado a uma vida entre os druídas, era maçon e de formação positivista. Fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Na mencionada Obras Póstumas, pode-se citar algumas passagens importantes em que o Espírito da Verdade lhe dava informações a respeito daquela vida e de “uma futura”, quando deveria terminar a obra, então apenas “iniciada”:

1- “A nossa ação sobre ti é constante, de tal forma que não podes a ela se furtar.”

2- “Uma obra como a que juntos elaboramos requer isolamento, e o mais completo recolhimento.”

3- “Assim, é fácil compreender agora a razão pela qual nos era necessário ter-te afastado de qualquer preocupação que não fosse a da Doutrina.”

4- “Aos soldados que se batem pela Santa Causa, virão juntar-se novos combatentes, cujas palavras e escritos farão sensação e levarão às falanges adversas a perturbação e confusão.”

5- “A VERDADE não será conhecida e assimilada senão depois de muito tempo.”

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6- “Tu não verás nesta encarnação senão o começo do sucesso da tua obra.”

7- “É necessário que voltes a encarnar noutro corpo, para então complementares o que iniciastes. Assim, nessa nova encarnação, terás a satisfação de observar em plena frutificação, a semente que espalhastes pela terra.”

8- “Desta forma, tu não ficarás muito tempo entre nós. É necessário que voltes para completar tua missão, que não pode ficar concluída somente nesta encarnação.”

9- “Se fosse possível, continuarias aí na carne. Porém, é preciso obedecer à lei natural. Ficarás ausente por alguns anos e, quando voltares, o será em condições que te permitirão trabalhar com mais êxito.”

Em “observação” a esses avisos espirituais, escreveu Kardec: “Calculo que a minha volta deverá ser para o fim deste século ou para o começo do outro”.

Essa “observação” é de ser admitida como de fundamental importância, não podendo de forma alguma ser esquecida ou marginalizada, relegando-se a um segundo plano, como parece que tem acontecido nos meios espíritas.

Obviamente, o raciocínio sobre essa afirmação só poderá ser este: “Ele já veio para terminar a Obra apenas iniciada.” E essa vinda se deu, de duas, uma: ou no fim do século passado (XIX) ou então, no começo do (XX).

A não ser adotando-se atitude “escapista”, não há como fugir desse dilema. A toda evidência, logicamente ele já veio, porque estamos no início

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do século XXI... Assim, a conclusão irretorquível, sem sombra de qualquer dúvida, só pode ser esta: “a Obra já está concluída”.

Destarte, estudar somente a Codificação acrescida de outras obras doutrinariamente menores, romanceadas ou não, espiritual e intelectualmente, não será prudente e, muito menos, satisfatório.

Dessa maneira, urge saber quem é ele reencarnado e, com toda seriedade, respeito e entusiasmo, estudar profundamente o “seu término da Restauração”.

A não ser assim, sua Obra estará incompleta, falha e omissa... Fato este, verdadeiramente lastimável para toda a Humanidade.

Outra atitude, que não seja a de cerrar fileiras em torno dele, objetivando conhecer, viver e colaborar para a divulgação da Obra completa, salvo melhor juízo, acarretará aos negadores e omissos grave responsabilidade perante a Justiça Divina.

Por fim, ainda em Obras Póstumas, conclui ele: “Um dos maiores obstáculos à propagação da Doutrina é a falta de Unidade”.

Trabalhou por ela cerca de 15 anos (dos 50 aos 65 anos). Desencarnou em 1869. Na França, infelizmente, o Espiritismo praticamente desapareceu...

XV- O ESPIRITISMO NO BRASIL

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No fim do século passado, Deus enviou à terra do Cruzeiro do Sul espíritos precursores para preparar o caminho do Término da Restauração.

Os mais importantes foram: Apóstolo João Evangelista, reencarnado, conhecido com o nome de Barão do Rio Branco. Foi responsável por deixar, de maneira diplomática e, portanto, pacífica, o Brasil na forma de um coração; e Apóstolo Lucas, com o nome de Bezerra de Menezes Cavalcante, médico de profissão, tendo muito trabalhado pela edificação do Espiritismo, ficando conhecido como o “Kardec brasileiro”.

Além de outros pioneiros menores, reencarnaram, em 1910, Francisco Cândido Xavier e Osvaldo Polidoro.

XVI- O POSITIVISMO NO BRASIL

A Filosofia Positivista obteve grande influência em nosso país no final do século XIX e início do século XX. Sendo uma cultura recipiendária da Europeia, principalmente a Francesa, nota-se que vários intelectuais brasileiros foram, inclusive, alunos de Augusto Comte. Assim, já na Proclamação da República, em 1889, observa-se que Benjamin Constant e outros positivistas notórios introduziram na Bandeira Nacional o lema positivista “Ordem e Progresso”. Havia, portanto, perigo dessa filosofia entranhar-se na cultura brasileira.

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Com o advento de fenômenos espirituais “tangentes” em razoável intensidade, de certa maneira, iria, analogamente ao que ocorrera na França do século transato, dialeticamente opor obstáculo à onda materialista que então já começara.

XVII- FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

É a reencarnação historicamente conhecida de Dante Alighieri e de conhecido líder da Revolução Francesa. Dotado de excepci-onais dons mediúnicos, teve numerosos livros recebidos através da psicografia, editados em vários idiomas. Essas obras têm colaborado enormemente para a propagação do Espiritismo, não só no Brasil, como também no mundo inteiro. São livros, na sua maioria romanceados, trazendo excelentes ensinamentos na área do comportamento. Quanto a do conhecimento, os espíritos comunicantes, por não ultrapassarem o 4° CÉU, transmitem o que tem sido possível, face as suas limitações.

Hoje, além dele, são líderes espíritas muito conhecidos: Divaldo Pereira Franco (Bahia), Luiz Antonio Gasparetto (São Paulo) e outros. Muitos estados têm suas Federações Espíritas, sendo as mais conhecidas a Federação Espírita Brasileira e a Federação Espírita do Estado de São Paulo.

Já há, caminhando bem, um Movimento Espírita Mundial, tendo já realizado vários

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congressos em diferentes países. A Federação Espírita do Estado de São Paulo edita Jornal Espírita de boa circulação, objetivando informar a todos os adeptos os principais acontecimentos espiritistas. Sua sede nova está pronta no centro da cidade de São Paulo, local de grande atração para os acontecimentos espiritistas.

O que tem caracterizado as sessões espíritas no Brasil, sejam as de Umbanda ou Kardecistas, é o exercício das faculdades mediúnicas “passivas”. Essas ensejam a realização de fenômenos “tangentes” (incorporações, desobsessão, materialização, fosforescências, psicografias, etc.).

Ocorre que já estamos no início do século XXI... A hora agora é não mais de exercitar somente esses fenômenos, visando mais provar a imortalidade e a comunicabilidade dos espíritos, bem como a reencarnação. Ficar só com isso é muito pouco. É necessário adentrar em conhecimentos mais elevados e profundos.

O momento é de ir cessando o cultivo das faculdades “passivas”, para, em seu lugar, cultivar as “ativas” (vidência, dupla vista, sonhos proféticos, etc.). Estas ensejam o exercício dos fenômenos inteligentes, começando a tomar o lugar dos tangentes.

XVIII- O KARDEC REENCARNADO

Como já foi visto, cumprindo os avisos contidos em Obras Póstumas, encarnou em 05/06/1910,

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com o nome de Osvaldo Polidoro, na cidade que ajudara a fundar quando foi Anchieta.

Quando nasceu, a região leste da cidade era pouco habitada; constituía-se mais de terras inexploradas e matas virgens. Seu pai era proprietário de grande parte daquelas paragens. Aprendeu a ler e escrever através de uma professora particular, a quem demonstrava muita gratidão.

Desde menino, dotado de excepcionais dons mediúnicos, tinha contatos com o mundo espiritual. Foi-lhe dito que comprasse uma Bíblia Judeu-Cristã porque iria escrever sobre ela em sua vida inteira.

Seu pai acabou perdendo tudo que possuía. Quando tinha aproximadamente 15 anos, recebeu aviso que não se preocupasse, porque iriam preparar ligações espirituais para comunicação direta com os Altos Planos da Vida Espiritual. Passou a escrever sobre Doutrina. Sua primeira obra foi Que Fizeste do Batismo do Espírito Santo?

Prestou serviço militar em Quitaúna, município de Osasco, Estado de São Paulo. Trabalhou durante muito tempo na parte técnica da Metalúrgica Paulista.

Ajudou a fundar a atual Federação Espírita do Estado de São Paulo, com o nome inicial de Centro Espírita São Pedro e São Paulo. Relacionou-se com líderes espíritas da época, como: Herculano Pires, Edgard Armond, Hernane Guimarães Andrade e outros, tendo a LAKE (Editora e Livraria Allan Kardec) editado muitas das suas obras. Foi

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considerado pela rapidez com que escrevia (mais de 30 obras em 5 anos) um fenômeno.

Afastou-se de ambos (Federação e LAKE) porque desejavam “dogmatizar sobre Kardec” e não aceitaram a “complementação” que ele veio deixar. Escreveu mais de 100 obras doutrinárias; boa parte ainda está apenas nos originais, aguardando oportunidade para ser editada. Exerceu atividades no jornalismo espírita, tendo escrito muitas monografias em forma de livretes e alguns milhares de folhetos doutrinários.

Sua obra final EVANGELHO ETERNO E ORAÇÕES PRODIGIOSAS está profetizada no Apocalipse, cap. 14, 1 a 6. Com “ELA”, está instituída no mundo a era DIVINISTA. Considera o Espiritismo uma simples “etapa”; apenas um “degrau”, convidando a todos a dar “um passo à frente” no Caminho da Verdade; afirma que todos os “ismos” ligados a pessoas e instituições deverão terminar, para ficar um único: “DIVINISMO”.

Ao contrário dos demais escritores e médiuns espíritas, “filtra” suas obras diretamente do PRINCÍPIO SAGRADO, sem intermediários. Ensina que é o momento de ir cessando os fenômenos “tangentes”, cultivando-se em seu lugar os “inteligentes”.

Considera sua tarefa de TÉRMINO DA RESTAURA-ÇÃO concluída, ficando no mundo apenas UM DEUS, UMA VERDADE, UMA DOUTRINA.

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CONCLUSÃO

Kardec deixou escrito: “A evolução do conhecimento é contínua.”

Assim, parar no patamar Kardecista será o mesmo que truncar essa evolução. Dogmatizar sobre suas obras, impedindo o crescimento consciencional dos espíritos, constitui uma contradição a tudo aquilo que ensinou. Dessa forma, representa um “desserviço” à causa abraçada.

Simples boas intenções não significam felizes soluções. Ninguém poderá ser pedra de tropeço no Caminho da Verdade, sem que se responsabilize perante à Justiça Divina. Paralisar significa não avançar, estancar ou deixar de evoluir.

O conhecimento é infinito; não tem limites. Quem está em um simples “degrau” da escada evolutiva do Caminho não pode nele ficar. É necessário ir em frente.

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE ESPIRITISMO E DIVINISMO

1- ESPIRITISMO: na história da Doutrina do Caminho do Senhor, é uma simples etapa; “início” da Restauração.

DIVINISMO: corresponde ao “término” da Restauração; tem poucos seguidores, considerados “Vanguardeiros”.

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2- ESPIRITISMO: tem sido entendido como a 3ª Revelação (1a com MOISÉS, 2a com JESUS – Pentecoste – e 3a com KARDEC).

DIVINISMO: a Revelação, de milhares de anos para cá, tem sido contínua, cultivada velada ou ostensivamente. Houve, durante o percurso, “truncações”. O Espiritismo foi a 3a tentativa de generalização da Revelação.

3- ESPIRITISMO: realiza mais sessões de fenômenos “tangentes”, através de faculdades mediúnicas passivas. Enfatiza as sessões de “desobsessão”.

DIVINISMO: os “tangentes” deverão aos poucos serem substituídos por fenômenos “inteligentes”, através de faculdades mediúnicas “ativas”, principalmente a vidência, considerada a mais sublime de todas.

4- ESPIRITISMO: preocupa-se muito em “provar” a imortalidade e a comunicabilidade dos espíritos, e também a reencarnação.

DIVINISMO: procura canalizar os esforços ao conhecimento da Doutrina Pura, através da Inteligência. Prega o binômio CONHECIMENTO E COMPORTAMENTO.

5- ESPIRITISMO: a vidência tem sido utilizada de forma “limitada”; com restrições. Está truncando muitos médiuns.

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DIVINISMO: não há limites. Depende muito do desenvolvimento mediúnico dos médiuns e da ambiência espiritu-al criada nas reuniões.

6- ESPIRITISMO: tem admitido a Codificação Kardecista como “dogma”.

DIVINISMO: considera-a obra incompleta, com falhas, e omissa em muitas questões.

7- ESPIRITISMO: não sabe quem é Kardec e desconhece suas encarnações passadas. Ainda é um mistério... Está procurando...

DIVINISMO: sabe quem ELE é e conhece o seu histórico reencarnacionista.

8- ESPIRITISMO: Espírito Santo é considerado símbolo dos bons espíritos.

DIVINISMO: representa o conjunto de dons mediúnicos. É o veículo da comunicabilidade dos espíritos.

I – O LIVRO DOS ESPÍRITOS – 1857

1- Anjos:ESPIRITISMO: são considerados Espíritos

Puros, em razão da proximidade com Deus.DIVINISMO: são espíritos que trazem

mensagens divinas. Ex.: Anjo Gabriel, na Bíblia. Pertencem ao Escalão denominado Mensageria Divina.

2- Espaço dos desencarnados:

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ESPIRITISMO: os espíritos não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e localizada; estão por todos os lugares no espaço.

DIVINISMO: ao contrário, funciona a “Lei de Equidade Vibracional”, através da qual, cada um tem seu lugar no Plano Astral.

3- Finalidade da existência:ESPIRITISMO: evoluir para atingir a

Perfeição.DIVINISMO: é a Deificação Plena.

4- Demografia planetária:ESPIRITISMO: Kardec afirma que não sabe o

número de espíritos no Plano Astral.DIVINISMO: a lotação planetária é constituída

por 72 bilhões de espíritos. Encarnados, pouco mais de sete bilhões. Assim, restam pouco menos de 65 bilhões no Plano Astral.

II – O QUE É O ESPIRITISMO ? – 1859

1- Finalidade das manifestações espirituais:

ESPIRITISMO: convencer os incrédulos de que, para o encarnado, nem tudo acaba com a vida terrena; bem como dar aos crentes ideias mais exatas sobre a vida futura.

DIVINISMO: ilustrar, advertir, consolar e proporcionar avisos, ensinos e graças.

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2- Sede da alma:ESPIRITISMO: Kardec afirma que ela não se

encontra numa parte especial do corpo.DIVINISMO: Osvaldo Polidoro sempre ensinou

que ela se localiza na Pineal.

3- Qual a origem da alma?ESPIRITISMO: as almas são criadas simples e

ignorantes.DIVINISMO: não são criadas, mas sim

emanadas com as virtudes divinas em estado latente.

III – O LIVRO DOS MÉDIUNS – 1861

Para ambos, é o melhor e tecnicamente isento de falhas.

IV- O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - 1864

1- Revelação:

ESPIRITISMO: considera-a como a 3ª

Revelação (1a com Moisés; 2a com Jesus).DIVINISMO: ela é contínua. Sofreu

truncações ao longo da História. Data de época remotíssima.

É a 3a tentativa de Generalização das Comunicações Espirituais, até então realizadas ocultamente nos Cenáculos Esotéricos (fechados).

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2- Categoria dos mundos habitados:

ESPIRITISMO: Primitivos, Expiações e Provas, Regeneradores, Felizes e Celestiais. Não faz referência ao Apocalipse. Há um conhecido líder espírita que afirma estarmos vivendo no tempo de Expiações e Provas e que, com o advento da Eletrônica, caminhamos para o Regenerador. Dá a entender que a passagem será pacífica. Ignora o Sermão Profético de Jesus (Mat. 24 e 25) e o Apocalipse.

DIVINISMO: classifica-os em Expiações, Provas, Missões e Celestial (Ex.: Jerusalém Celestial – Apocalipse). Chamado de 8° Céu ou Intermundos – correspondente aos espíritos cristificados. A passagem de “Expiação” para o de “Provas” dar-se-á através das previsões contidas no Apocalipse.

3- Três Virtudes: Fé, Esperança e Caridade:ESPIRITISMO: Kardec fala em fé

conscientizada e caridade.DIVINISMO: nos tempos atuais, não mais elas;

mas sim Conhecimento, Certeza e Bondade.

4- “Pai Nosso”:ESPIRITISMO: adota o da Bíblia Judeu-Cristã.DIVINISMO: houve a deturpação daquele que

originalmente Jesus compôs. No Evangelho Eterno (em “Burrices que Jesus não Disse”) analisa os erros e deturpações. Em consequência, escreveu

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vários “Pai Nossos”. Ex.: Pai Nosso da Eternidade, Pai Nosso da Maturidade e Pai Nosso da Inteligência.

5- Principais precursores das ideias cristãs:

ESPIRITISMO: Sócrates e Platão.DIVINISMO: os precursores vêm de muito

antes deles. Ex.: Rama, Krishna, Hermes Trismegisto, Orfeu, Pitágoras, etc...

6- Migrações cósmicas:ESPIRITISMO: quando atingem o grau

máximo de adiantamento no mundo em que vivem, os espíritos passam para um outro mais avançado, e assim sucessivamente, até que cheguem ao estado de Espíritos Puros.

DIVINISMO: não é assim. Os espíritos degradados é que devem sair por não merecerem herdar a Casa Cósmica, que necessita evoluir para uma Nova Era. Eles é que são expulsos. Ex.: os exilados do orbe da Capela, os “Fora daqui” (Apocalipse).

V – O CÉU E O INFERNO – 1865

1- Sagrada finalidade:ESPIRITISMO: tem por objetivo atingir o Céu

onde reina a bem-aventurança dinâmica, só alcançada pelos espíritos que se tornarem puros.

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DIVINISMO: Cristificação e, por fim, Deificação Plena.

VI – A GÊNESE – 1868

1- Migrações interplanetárias:

ESPIRITISMO: estaria havendo naquela época uma “emigração” de espíritos, excluídos da Terra por se tornarem um obstáculo ao progresso. Afirma Kardec que irão expiar seu endurecimento – uns nos mundos inferiores e outros em raças terrestres atrasadas, que são equivalentes aos mundos inferiores, onde levarão seus conhecimentos e irão com a missão de as fazer progredir. No “dizer dos Espíritas”, a Terra não deverá ser transformada por um cataclismo que anulará subitamente uma geração. A geração atual desaparecerá gradualmente. Assim, aqueles que esperarem ver a transformação por efeitos sobrenaturais maravilhosos serão decepcionados (vide pág. 358 – Editora Lake).

OBS.: É provável que Divaldo Pereira Franco tenha tirado dessa passagem sua tese de “Mundo Regenerador”, para a época de agora...

DIVINISMO: ocorrerá neste início de milênio, infelizmente, o Apocalipse. Já começou.

2- Tese Roustainguista:

ESPIRITISMO: há uma parte de Federações Espíritas adotando os Evangelhos de Roustaing, o

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qual afirma que Jesus teria tido um corpo fluídico (ou etérico) ao invés de físico-carnal. Kardec conclui (pág. 304 – Editora Lake) que ele tinha corpo carnal. Isto é, tinha um corpo material de natureza idêntica a de todos.

DIVINISMO: combate o Roustanguismo: Jesus tinha um corpo carnal.

VII – OBRAS PÓSTUMAS – 1890

1- Restauração:ESPIRITISMO: apenas início, devendo

reencarnar em um novo corpo, em outras condições, para terminar a obra, que não poderia ser concluída naquela encarnação.

DIVINISMO: término da Restauração no Brasil: pátria do Evangelho Eterno. Já está concluída com a instituição do Divinismo.

2- Lei de Deus:

ESPIRITISMO: adota a Bíblia Judeu-Cristã.DIVINISMO: afirmou o Kardec reencarnado:

“Mexeram na Lei. Vim consertá-la colocando os 10 Mandamentos como originalmente recebidos, quando fui Moisés no Sinai”.

3- Acontecimentos do Papado (páginas 225 / 226 – Editora Lake):

ESPIRITISMO: o espírito comunicante “ch” chama o papa de representante de Deus na Terra.

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DIVINISMO: considera a Igreja Romana o Cavalo Preto do Apocalipse.

a) Consultar a poesia “A Consolidação” (em O Livro de Orações e Poesias Divinas – pág. 62).

b) Ler no Livro dos Espíritos: em introdução ao Estudo da Doutrina Espírita (cap. 10 - pág. 28 - Editora Petit):

“... há reuniões em que apenas se manifestam espíritos superiores.” Tal afirmação contraria a tese de alguns Centros Espíritas, que só fazem sessões de desobsessão.

OBRAS DE OSVALDO POLIDORO, JÁ PUBLICADAS

1- Que Fizeste do Batismo do Espírito Santo?2- Um Ateu Além do Túmulo3- Reencontro no Céu4- A Caminho do Céu5- Às Margens do Mar Morto6- Confissões de um Padre Morto7- Considerações de um Anjo da Guarda8- Um Médium de Transportes

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9- Carlito no Céu10- Aspectos Erráticos11- Um Profeta de Israel12- Consolador, o Unificador Religioso13- Réus do Calvário14- Nas Regiões Inferiores do Astral15- Romance no Céu16- Escalando a Glória17- Verdade e não Fanatismo18- Remorsos e Expiações19- O Grande Sinal20- Com os Olhos da Alma21- Uma Visão do Cristo22- Sempre a Lei23- Justiça Divina24- Leis, Caminhos e Vigília, etc.25- Confissões de um Corruptor26- A Volta de Jesus Cristo27- O Mensageiro de Kassapa28- O Pentecoste29- Nos Domínios Maravilhosos da Psicometria30- A Bíblia dos Espíritas31- O Novo Testamento dos Espíritas32- Bezerra de Menezes e Narrativa Iniciática33- Verdades Imortais34- Evangelho Eterno e Orações Prodigiosas35- Lei, Graça e Verdade36- O Grande Cisma37- Decentismo38- Sangue na Cruz39- Considerações de Amanda40- O Vaso Escolhido e Sua Obra41- Moral, Amor e Revelação

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42- Nos Planos da Morte43- O Céu Maravilhoso44- Espiritismo, a Doutrina Integral45- Orações e Poesias Divinas I46- Orações e Poesias Divinas II47- Textos Divinos I48- Textos Divinos II49- Textos Divinos III50- Textos Divinos IV51- Textos Divinos V

* É provável que existam outras obras editadas não relacionadas. Esta é uma relação incompleta.

** Há vários originais ainda não editados.

J E S U S

“Eu sou o Alfa e o Ômega.”- Jesus

I- PREÂMBULO

Antes de mais nada, lembrando e ratificando o que já foi alertado no início do Curso, em “Explicações Necessárias”, trata-se de simples e despretensioso “Roteiro” sobre Jesus, ressaltando a abordagem de alguns aspectos fundamentais, a espinha dorsal de sua trajetória espiritual.

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Objetivo: foi escrito apenas e tão somente para, em vôo de pássaro, facilitar o exame e meditação dos interessados, em leitura fluente, isenta de muitas cansativas, enfadonhas, complexas e truncadoras citações bíblicas. Com essa orientação, procura-se evitar expressões arcaicas de tendenciosas conotações religiosistas. Através de uma linguagem mais contemporânea, visa, especificamente, extrair o conteúdo das ideias. Será uma sinopse de quatro variáveis, a saber:

1- Jesus e João Batista nada escreveram; apenas falaram, ensinando oralmente Doutrina para o iletrado público daquela época. Sabe-se que foram mais de 250 os relatos sobre a passagem Deles sobre a Terra, sintetizados pelo poliglota Jerônimo, no período de 380 – 410 d.C., quando da feitura da “Vulgata Latina”. Assim, restaram os quatro conhecidos Evangelhos, segundo Marcos, Matheus, Lucas e João - o Evangelista. Curiosamente, colocados justapostos, um ao lado do outro, nota-se que, ao invés de serem iguais, há algumas diferenças entre eles e, até mesmo, algumas contradições bem preocupantes, reveladoras de grosseiras manipulações religiosistas.

2- Escritos de Osvaldo Polidoro e Ensinamentos dados por Ele, não só em reuniões mediúnicas, como também “em off”, resultantes de conversações várias, sobre o assunto em pauta.

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3- Leituras diversificadas em várias fontes históricas.

4- Conclusões e observações do próprio autor, reunidas nesta síntese e que, naturalmente, deverão passar pelo crivo analítico dos pacientes leitores.

Obviamente, aconselhamos, criticamente, a ficarem com o que julgarem certo; não aceitarem o que discordarem, e colocarem em “suspenso”, para ulteriores exames, aquilo que duvidarem.

II- PEQUENO HISTÓRICO

1- Antecedentes Cósmicos:Como já foi dito anteriormente, quando por

ocasião da narrativa sobre Kardec, ambos, Jesus e João Batista, não pertencem a esta demografia planetária. Suas evoluções ocorreram em outros mundos, localizados em outras infindas galáxias. Daí, a conhecida frase iniciática de Jesus: “Antes que este mundo fosse, Eu já era.” Em verdade, foram designados pelo Princípio Sagrado, há milhões de anos atrás, para comandarem as Legiões Angélicas, encarregadas de realizarem a condensação das energias, a fim de que surgisse mais uma Casa Cósmica – a nave espacial Terra (vide Habitação Cósmica). Conforme nos relata Osvaldo Polidoro em sua monografia “Uma Vida Singular”, nos tempos iniciáticos (desde cerca de

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3.600 anos antes de sua vinda), por tradição oral, já existiam informações de que seria enviado para os pertencentes desta demografia planetária, um Divino Modelo.

2- Profecias Bíblicas:a) Deuteronômio: capítulos 18, 15 a 19b) Isaías: capítulos 7, 14; 11, 1 e 40, 3c) Malaquias: capítulos 3, 1 e 3, 23

Na Bíblia Judeu-Cristã, há três profecias básicas sobre sua vinda à carne:

a) Moisés: após subir no Monte Nebo, teve uma visão na qual observou que Israel iria trair o seu Deus e desviar-se-ia do Caminho da Verdade.

Em síntese, afirmou que, quando os tempos fossem chegados, o Eterno iria suscitar um espírito como Ele e, em uma região tenebrosa, iria resplandecer uma Grande Luz.

O Eloim iria colocar em sua boca o Verbo Divino, e quem ouvisse suas palavras e não as seguisse seria riscado do Livro da Vida.

b) Isaías: profetizou que um renovo sairia do tronco de Jessé (Pai de Davi), que remonta a Moisés. Viu um “rei” glorioso que viria restaurar a ordem no mundo. Estabeleceria o reino do Messias. Alerta que o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz. Sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa, resplandecia essa luz. Será um espírito caracterizado pela coragem e prudência, que não julgará apenas pelas aparências e nem decidirá pelo simples ouvir dizer. A lealdade circundará seus flancos.

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c) Malaquias: esse profeta afirma que Deus mandaria o seu mensageiro para preparar o Caminho, e seria o profeta Elias, o Tesbita (que encarnou no século IX a. C.). Em consonância com o profetizado por Isaías, que afirmara: “Eis que envio o meu anjo diante de ti, Ele preparará o teu Caminho. Será a voz que clamará no deserto, traçará o Caminho e aplainará suas veredas.”

3- As Anunciações:Evangelho Lucas – 1,13O Cristo da Galáxia enviou um espírito

mensageiro – Anjo Gabriel – para avisar aos dois casais que iriam receber ambos os espíritos. Inicialmente, apareceu a Zacarias, avisando-o que, apesar de velha, sua mulher, Isabel, iria lhe dar um filho que se chamaria João. Viria com o espírito e poder de Elias, desde o ventre de sua mãe; seria cheio do Espírito Santo e iria converter muitos filhos de Israel ao Senhor seu Deus.

Seis meses depois, em Nazaré – Galileia, apareceu à Maria, esposa de José, e avisou-lhe que iria conceber e dar à luz um filho, e que deveria chamar-se Jesus. Como era virgem, seria uma concepção espiritual. Seria ungido, não unigênito, como equivocadamente ensinam as religiões em geral. José era viúvo, bem mais velho que ela, e pai de alguns filhos.

4- Nascimento de Jesus:Evangelho Lucas – capítulo 2

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Naqueles tempos, surgiu um decreto do Imperador Romano – César Augusto – ordenando o recenseamento de todo o Império. Estando Maria grávida, José e ela foram de Nazaré a Belém de Judá para alistarem-se. Como não havia estalagem, Maria acabou dando à luz em uma manjedoura. Quatro videntes – iniciados – conhecidos na Bíblia como Reis Magos, guiados por espíritos (não por uma estrela), vieram do Oriente para conhecê-Lo. Passando pelo Palácio de Herodes, este, preocupado com o fato e vendo nesse nascimento um “perigo” para o seu poder temporal, pediu-lhes que, quando regressassem para suas casas, lhe trouxessem notícias a esse respeito. Tendo conhecido Jesus e, avisados por anjos dos perigos da notícia, regressaram ao Oriente, sem alertar Herodes. Entrementes, José e Maria, avisados em sonhos do perigo que corriam, fugiram para o Egito. Herodes, desconfiado, por precaução, mandou matar todas as crianças até dois anos. Decorridos alguns anos, após o tetrarca haver desencarnado, os pais de Jesus O levaram de regresso à Galileia.

5- Infância:Evangelho Lucas – capítulo 2Ambos, pelo fato de serem parentes, tinham

sempre contatos e, portanto, se conheciam bem. Era regra da época que, quando atingida a idade de 12 anos, todo menino deveria passar pela inspeção dos Membros do Sinédrio, a fim de que

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lhes não escapasse conhecer o tão aguardado Messias.

Tendo primeiramente passado João Batista, a seguir foi Jesus quem o fez, respondendo às perguntas que lhe foram formuladas. Ambos não foram reconhecidos como tal. Nessa ocasião, Simeão profeticamente disse sobre Jesus: “Os meus olhos viram a luz que iluminará o mundo.” “Eis aqui aquele contra quem futuramente serão atiradas as pedras da contradição.”

6- A Educação:a) Grandes Iniciados – E. Schuréb) E a Bíblia Tinha Razão – W. Keller

A Bíblia silencia quanto a essa etapa. Para se educarem, preparando-se para as futuras tarefas a desempenharem quando adultos, João Batista, com treze anos e meio, e Jesus a seguir, foram encaminhados para os Cenáculos Essênios, junto à margem do Lago Morto, nas fronteiras com o Egito, e na região de Engad, às margens do Mar Morto, respectivamente – locais organizados inicialmente por Henoc e reorganizados pelo vidente Samuel.

Lá, como era hábito, após as provas que tiveram que superar, iniciaram, sob a orientação dos mestres, os seus estudos sobre a Doutrina do Caminho do Senhor. Nos intervalos, frequentemente visitavam seus familiares na Galileia.

Aos dezoito anos, Jesus teve a famosa “Visão de Engad”. Numa tarde crepuscular, estava Ele

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meditando junto ao Mar Morto quando, perplexo, pela primeira vez, se viu no Monte do Gólgota, tessificado entre duas pessoas. Formados e adquiridos os graus de Mestres, que usavam como símbolo o cajado de sete nós e o manto característico, passaram a formar a coroa de espíritos que iriam auxiliá-los nos trabalhos públicos.

III- TRABALHOS PÚBLICOS

João Batista, seis meses antes, abriu as portas do Cenáculo Essênio e, com seus discípulos, iniciou o trabalho de “Precursor”. Sua missão principal era propagar, anunciar a vinda do Divino Modelo, preparando-lhe o Caminho para suas pregações públicas.

1- Algumas famosas passagens:a) Junto ao Rio Jordão, jogava água sobre as

cabeças das pessoas, avisando-as que batizava com água, mas quem viesse após iria “Batizar em Espírito”. Estava procurando “visualizar” àquela população simples e iletrada, o futuro “Derrame de Espírito” – o Pentecoste.

b) Seu prestígio cresceu tanto, que teve de afirmar publicamente: “Agora é necessário que eu me diminua para que Ele cresça.” Disse humildemente: “Não sou digno sequer de atar-Lhe as chinelas.” Com o pedido de sua cabeça por

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Herodíades, após a dança de Salomé, estando preso na fortaleza de Maquerunte – Pereia – ela acabou sendo entregue em uma bandeja, como era costume na época. A partir daí, Seus discípulos, entre os quais Pedro, Tiago e João Evangelista, uniram-se aos de Jesus, formando uma só Comunidade.

2- O Pai Nosso:Em suas andanças, os ex-discípulos de João

Batista pediram a Jesus: “Ensina-nos a orar, como o fazia nosso antigo Mestre.” Em decorrência, Jesus compôs o Pai Nosso, transcrito na Bíblia.

Entretanto, saliente-se que, com a deturpação feita na “Vulgata Latina” e as traduções subsequentes reproduzindo-a, ele tornou-se todo transfigurado, eivado de erros doutrinários, ficando assim, descaracterizado o original.

Daí a razão pela qual o João Batista reencarnado (Osvaldo Polidoro) escreveu o capítulo do Evangelho Eterno “Burrices que Jesus Não Disse”, em que critica rigorosamente aquele “Pai Nosso”, constante da Bíblia Judeu-Cristã.

Para restaurar, consertando os erros, escreveu vários “Pais Nossos”, inseridos nas Orações Prodigiosas, tais como Pai Nosso da Eternidade, Pai Nosso da Maturidade, Pai Nosso da Inteligência e Oração a Deus.

IV- ASPECTOS DA PERSONALIDADE DE JESUS

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PreâmbuloSaliente-se que o que vamos consignar são

meras conjeturas; simples suposições, fundadas na lógica dos fatos.

Inicialmente, lembramos que Jesus não se casou. Salvo melhor juízo, é bem provável que tal fato tenha ocorrido, pelo motivo de que tinha consciência que teria uma encarnação relativamente breve. Viveu trinta e seis anos e meio. Como é sabido, houve erro no Calendário Gregoriano, calculado em três anos e meio. Consequentemente, não deveria formar família para não deixar, tão moço, viúva e filhos ao desamparo. Igualmente, também pelo fato de ter que se dedicar integralmente à sua missão doutrinária, a família poderia talvez tornar-se um obstáculo a mais.

AspectosA nosso ver, Sua personalidade, para efeito de

estudos, pode didaticamente ser decomposta em alguns prismas principais:

1 – o médium2 – o didata3 – o dicotômico

1- O Médium

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Foi um médium perfeito. Espírito sem medida, dotado de “todas” as faculdades mediúnicas. Era carismaticamente “com-pleto”. Tinha duas coroas de espíritos ao redor, envolvendo-o, uma de encarnados e outra correspondente às legiões angélicas. A de encarnados fornecia a ectoplasmia e eletromagnetismo a serem manipulados pelas legiões, e, assim, proporcionarem condições para ocorrerem todos os fenômenos mediúnicos que a Bíblia exaustivamente relata. Ressalte-se bem “fenômenos”, não “milagres”... Para citar alguns registrados na Bíblia: “Colocava a mão direita sobre os possessos e expelia espíritos.” Hoje, tal fato é conhecido pelos espíritas como desobsessão; pelos protestantes em geral como expulsão de “demônios”; e pelos católicos como “exorcismo” (este último, pelos sacerdotes, através de uma cruz... Jesus jamais usou-a...). Quando, em uma ocasião, foi chamado para fazê-lo, porque os apóstolos não haviam conseguido, disse-lhes: “Ó homens de pouca fé, até quanto tempo tenho de aturar-vos? O que Eu posso fazer, vós podeis, e mais ainda.” Com a simples imposição de mãos, pessoas doentes (com lepra, paralisias, etc.) saravam; cegos passavam a ver; surdos a ouvir; mudos a falar. Fez ressuscitações, como no caso de Lázaro, em Betânia. Estando há quatro dias tido como morto, disse: “Ele apenas dorme. Lázaro, levanta e anda.” Idem, com o filho único da viúva de Naim quando, após tocar no esquife, ele levantou-se e começou a falar. Assim também ocorreu com a filha de 12 anos de Jairo,

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que jazia no esquife, quando disse-lhe: “Levanta-te menina!” (“Talita cumi!”); nas bodas de Caná, com a transformação de água em vinho; na Galileia, com a multiplicação de pães e peixes; e no pagamento de impostos, ordenando a Pedro pescar um peixe, retirando dele os quatro dracmas para solvê-lo. Todos esses e inúmeros outros fenômenos foram tangentes, visíveis, violadores das leis brutas da natureza, objetivando causar impacto e perplexidade aos céticos, obrigando-os a pensar sobre eles.

2- O DidataHavia dois métodos de ensinar a Doutrina: um

para os já iniciados – os Apóstolos – e outro para os neófitos – iletrados. Para estes, ensinava através de parábolas e comparações. A mensagem Dele – transmissor – ao público-receptor deveria ser “visualizada” para facilitar a compreensão. Para tanto, utilizava-se de objetos dos três reinos da natureza, existentes na ambiência agropastoril em que viviam. Assim perguntava: “A quem devo comparar espiritualmente esta geração, às crianças?”. Realmente, o grande público era geralmente composto na sua maioria de gente simples, iletrada, que vivia das atividades agropastoris. Era espiritualmente ingênuo, de pouca capacidade assimilativa, viciado em práticas exteriores, pelo Sinédrio. Assim, utilizava-se, para atingir seus objetivos, de componentes dos três reinos:

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Mineral“A Justiça Divina é como uma rocha – quem se

bater contra Ela arrebentar-se-á e sobre quem Ela cair, será esmigalhado.”

“Não construam casas sobre a areia, porque a água vem e as levará. Ao contrário, construam-nas sobre as pedras; que é mais seguro.”

VegetalComparava a centelha divina ao grão de

mostarda. Era o menor dos grãos; mas quando crescia, tornava-se uma árvore frondosa, onde os pássaros podiam construir seus ninhos.

O Pai é agricultor.Eu sou a videira; vocês, os ramos.O ramo que não produzir frutos, o agricultor o

cortará.Assim também a figura da Figueira que secou.

AnimalHaverá separação entre cabritos e ovelhas.É mais fácil um camelo passar pelo buraco de

uma agulha, do que um rico ingressar no Reino do Céu.

Aos membros do Sinédrio:“Raça de víboras. Vóis sois como as

serpentes. Sede mansos como as pombas e prudentes como as serpentes.”

3- O Dicotômico

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Alternava ternura de pai com rugidos de leão. Diminuía-se diante dos pequeninos:

“Vinde a mim, vós que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.”

“Bem-aventurados serão os pequeninos, porque deles será o Reino do Céu.”

O Sermão da Montanha mostra bem, no que tange às bem-aventuranças, o lado “meigo” do rabi da Galileia. Entretanto, crescia seu rigor quando diante dos poderosos. É a conhecida “Santa Indignação”. Frases conhecidas nesse sentido:

“Vós que sois como túmulos, caiados por fora e podres por dentro.”

“Vós sois daqueles que ficam na porta do templo da Verdade – não entram e impedem aqueles que poderiam fazê-lo.”

“Vós que, a pretextos de longas preces, dilapidam os bens de órfãos e viúvas.”

“Até as prostitutas e os pervertidos estão em vossas frentes no Reino do Céu.”

“Raça de víboras.”“Vós sois como serpentes.”

V- AMBIÊNCIA POLÍTICA

Há séculos a.C., desde o Cativeiro da Babilônia (século VII), Israel sempre esteve sob dominações estrangeiras. A ele seguiram-se as submissões aos

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Persas, Macedônios, Síria e Império Romano. Pompeu (século I a.C.) invadira a Palestina e tornara-a província romana.

No tempo de Jesus, era governador daquela província Pôncio Pilatos. Os judeus, julgando-se o povo “escolhido”, não se conformavam em estar há tantos séculos sob a dominação de povos estrangeiros, desde a revolta dos Macabeus, que almejavam a sua independência política. Na época de Jesus, havia no ar um ambiente revolucionário. Judas, tesoureiro da comunidade, era um nacionalista ferrenho, extremado. Equivocou-se interpretando Jesus como o futuro rei dos judeus. Foi ilaqueado em sua boa fé, deixando-se ludibriar pela armadilha preparada pelo Sinédrio, ao aceitar as 30 moedas para levar os seus membros até Jesus. Era um idealista que não entendera bem a verdadeira missão do Divino Mestre. Tudo leva a crer que não desejava traí-lo; ao revés, desejava colaborar para fazê-lo o Rei dos Judeus. Visava, com a independência, restaurar o antigo reinado. Após os acontecimentos do Jardim das Oliveiras e do Sinédrio, arrependido, desfez-se das moedas e suicidou-se.

VI- PRISÃO DE JESUS

O Divino Mestre foi preso e, depois de julgado pelo Sinédrio, levado à presença de Pôncio Pilatos. Este, avisado por sua mulher, em sonhos que tivera, de que tratava-se de um homem justo, não

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desejava condená-lo. Ao interrogá-lo, convenceu-se de que era assunto religioso interno da província, ao qual não tinha interesse em imiscuir-se.

Como era costume romano nessas ocasiões, propôs uma consulta ao povo. Entre Barrabás (revolucionário preso) e Jesus, o povo preferiu o primeiro. Em consequência, Pôncio Pilatos lavou as mãos e o entregou aos soldados.

VII- SUPLÍCIO E CALVÁRIO

1- Ultrajes e TrajetoEntregue aos soldados romanos, estes, irônica

e sadicamente, O “coroaram” com espinhos e passaram a chicoteá-Lo, tendo na ponta dos instrumentos chumbo. Entregaram-Lhe para carregar um “T” de madeira. Pelo fato de Pôncio Pilatos ter ordenado colocar sobre Ele uma tabuinha com a sigla INRI (Iesus Nazarenus Rex Iudex), ficou parecendo uma cruz. Durante o trajeto, xingado, chicoteado e vilipendiado, foi espiritualmente guiado e assistido por Elias. Este foi designado por Deus para ser um Anjo da Guarda durante aquele período, ajudando-O a suportar heroicamente todos os sofrimentos. Jesus, ao chegar ao Golgota, era uma pasta; verdadeira mistura de sangue, suor e pó.

2- Na Cruz

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No Monte do Gólgota – conhecido como das caveiras – confirmando a Sua anterior visão em Engad, foi tessificado entre dois ladrões. Para tentarem abreviar-Lhe os sofrimentos, como era de hábito naquelas ocasiões, as mulheres piedosas de Jerusalém ofereceram-Lhe uma beberagem. Não aceitou. Após muito padecer e ter ouvido vários impropérios desafiadores, às 15:00 horas, o céu escureceu; surgiram relâmpagos e trovoadas e, tendo Elias desaparecido de suas visões, disse: “Eli, Eli, lama sabactani?” (“Elias, Elias, por que me abandonaste?”). A seguir, antes de expirar, disse: “Pai, tudo está consumado; em vossas mãos, entrego o meu Espírito.”

VIII - NA SEPULTURA

José de Arimateia, que O admirava, pediu permissão para enterrar o Seu corpo em sepultura de sua propriedade. Era costume da época, nesses casos de pena infamante, seguir-se a pena de privação de sepultura. Daí o local ser conhecido como o Monte das Caveiras. A aplicação dessa pena tornava os cadáveres insepultos. Para evitá-la, foi envolvido em um lençol – como é hábito entre os judeus – e levado ao túmulo em cemitério próximo (Guetsêmani). Esse lençol, hoje em dia, é discutido e posto em dúvida, como sendo o famoso “Santo Sudário” de Turim – exposto em museu na região Piemontesa, no norte da Itália. A esse

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respeito, já está provado cientificamente, através da datação pelo “carbono 14”, que aquele que lá está é do século XIII ou XIV. Não é o original. Apesar disso, continua sendo explorado como tal, para fins turísticos...

IX- NA SEPULTURA ( Marcos 8,11 e Lucas 11,24)

Lá ficou por três dias, conforme a profecia conhecida como Sinal de Jonas: “Assim como o profeta Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim também o Filho do Homem ficará três dias e três noites no seio da Terra.” No caso em tela, trata-se naturalmente de uma alegoria. Sabe-se que foi necessário que assim ocorresse, porque sofrera muito durante o suplício e, nesses casos, é necessário que o espírito descanse um pouco no corpo, antes dele separar-se.

X- DESENCARNAÇÃO

Como é cediço, ressurreição é sinônimo de desencarnação. No terceiro dia, Seu túmulo ficou vazio. O corpo havia sido desmaterializado pelos espíritos socorristas. Ressurge, aparecendo em espírito, inicialmente às videntes Maria Madalena

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e Sua Mãe Maria. Durante onze anos e meio, apareceu sempre aos Seus discípulos, orientando-os no trabalho apostolar.

Tudo conforme profetizou anteriormente: “Vou, mas volto logo. Não vos deixareis órfãos.”

XI- CRISTO PLANETÁRIO

Na época era Diretor Planetário, conforme o ensinamento bíblico: “E Ele veio para o que era Seu, mas os Seus não O reconheceram.” Com o desencarne, continuou naquela Direção.

XII- COMO SE ENCONTRA HOJE

A seguir, foi guindado ao posto de Diretor do Sistema Planetário.

Pelas informações que temos presentemente, como Espírito Deificante, encontra-se muito próximo da total e plena infusão no Princípio Sagrado. Ainda não é um Deificado. Não é “totalmente” Deus em Deus.

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Conforme as previsões, temos notícia que deverá retornar à carne, em condições bem mais favoráveis, já no Novo Céu e Nova Terra.

Por elas, voltará a ser filho novamente da Maria, tendo como pai, Lucas. Tal fato deverá ocorrer “provavelmente” no Brasil.

Será a Sua sexta encarnação neste Planeta. Uma delas, historicamente conhecida, é a de Melquisedec, rei de Salém.

XIII- ÔMEGA

Com a sua futura volta ao Princípio Sagrado, estará fechado o ciclo do Alfa ao Ômega, como espírito totalmente Deificado, sem perder a individualidade.

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SEMPRE FOI DIVINISMO

1- De milhares de anos para cá, nos Cenáculos Antigos, sempre se ensinou esotericamente a DOUTRINA DO CAMINHO DO SENHOR; isto é, um conjunto de leis e ensinamentos para a Sagrada Finalidade da Existência; ou seja, a volta ao Princípio, de onde saímos um dia, na mais total e plena Reintegração Vibracional.

2- Todos os Grandes Iniciadores somente endereçaram seus discípulos à DOUTRINA DO CAMINHO DO SENHOR (DIVINISMO).

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3- Com Moisés, houve a primeira abertura dos Cenáculos Antigos, tentando tornar pública essa Doutrina, sendo a Ge-neralização da Revelação a pedra, sobre a qual ela se assentaria. Portanto, “DIVINISMO”.

4- Com a deturpação causada pelo Clero Judaico, JESUS, conforme as conhecidas profecias de Moisés e Isaías, voltou à carne para novamente deixar a DOUTRINA DO CAMINHO DO SENHOR assentada sobre a Pedra da Revelação. Jamais falou que a Doutrina ensinada era Sua. Ao invés, afirmou: “A Doutrina que vos prego não é minha, mas daquele que me enviou.” (Pai Divino)

5- Depois de comparar espiritualmente aquela geração à crianças espirituais, sentenciou: “Muitas coisas tenho a vos ensinar ainda, mas vós, por falta de capacidade assimilativa, não podeis suportá-las agora. Mais tarde, quando Elias vier de novo, vos conduzirá em toda a verdade.”

6- Os apóstolos divulgaram no mundo conhecido de então, a DOUTRINA DO CAMINHO DO SENHOR (Senhor, na Bíblia, significa DEUS; não confundir JESUS com DEUS, como fazem algumas religiões conhecidas).

7- No século IV d.C., o que havia no mundo era a DOUTRINA DO CAMINHO DO SENHOR (DIVINISMO), cujo símbolo era o “peixe” (os

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apóstolos eram considerados pescadores de espíritos).

8- O Imperador Romano, Constantino Cloro, no século IV, ao “forjar” aquela vidência “In hoc signo vinces” “Com este sinal vencerás” (referindo-se ao sinal da cruz), fundou a Igreja Romana, afirmando que a Doutrina era a de Cristo; portanto, o CRISTIANISMO, cujo símbolo era a cruz (ficando conhecida como a Cruz de Constantino).

9- Assim, substituiu o símbolo do peixe pelo da cruz e a DOUTRINA DO CAMINHO DO SENHOR pela Doutrina do CRISTO (Cristianismo).

10- Durante a Idade Média e os Tempos Modernos, o Cristianismo foi confundido com Catolicismo e demais seitas protestantes. À guisa de explicitação: na Idade Média, a pretexto de libertar o “Santo Sepulcro” das mãos dos muçulmanos, criaram “Exércitos” armados, com instrumentos para matar, com o nome de “Cruzadas”, usando como símbolo no peito dos soldados a “cruz” de Constantino.

Exemplo: no início do século XVI d.C., o Papa Júlio II (além de Mecenas, de Rafael e Michelangelo) ficou conhecido também como o Papa Guerreiro; comandou todo paramentado de armadura, exércitos de “cruzados”, participando de inúmeras batalhas.

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11- Com a queda da Bastilha (1789) na França, ao cair a Monarquia Absoluta e implantar-se a República, deu-se na prática a separação do Estado da Igreja. Tornando-se o Estado francês laico (sem religião oficial), favoreceu em 1804, a volta de Elias (como profetizado por Jesus), com o pseudônimo de ALLAN KARDEC, para “iniciar” a restauração da DOUTRINA DO CAMINHO DO SENHOR (DIVINISMO).

12- Cunhou essa etapa histórica com o nome de “ESPIRITISMO”, em razão do livro mais conhecido da sua codificação O LIVRO DOS ESPÍRITOS, e a generalização das comunicações espirituais (REVELAÇÃO).

13- Desencarnado em 1869, foi-lhe comunicado que deveria voltar em outro corpo em outras condições para terminar a obra na terra do Cruzeiro do Sul (Obras Póstumas, páginas 227/228 – Editora Lake).

14- Reencarnado em 1910 na cidade que ajudara a fundar como Anchieta (onde fora escrita a primeira Bíblia do Mundo – a POPOL BUGG), “terminou” a Restauração da DOUTRINA DO CAMINHO DO SENHOR com o nome de DIVINISMO.

15- O marco fundamental da sua “implantação” foi a edição da obra O

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EVANGELHO ETERNO (profetizado no capítulo 14,1 a 6 do Apocalipse).

16- Como se observa dessa pequena digressão histórica, os termos “cristianismo”, “espiritismo” e outros “ismos” não são adequados a caracterizar essa DOUTRINA.

Se quisermos usar de rigor terminológico, todos os “ismos” ligados a pessoas e instituições deverão desaparecer para o restabelecimento pleno do “DIVINISMO”.

Em outras palavras, todos os “ismos” deverão se “derreter” para ficar um único “ismo” – DIVINISMO; ou seja, “DEUSISMO”.

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