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Publica-se ás Quartas-feiras e Sabbadosna typographia de J. J. Lopes, onde sorecebem assignaturas por 1 anno, e Cmezes, pagas adiantado. Os annuncio.propriamenlo dos Srs. assignantes pa-gao iO reis por linha, quaesquer ou-trás publicações serão feitas por ajusto.
OeJLte-ctot — Aoté %, -Lòpéò 'juitiot.
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l,°rannü 11-75000* "emestro 6®BO0
FOLHA AVULSA 160 IIKIS.
Anuo WM. DcNterro-. Qi-urln-fcira *© de tf unho ile iMgtl.
A.._IBL_UEGI.LATIV.\nOVM(M
62.' SESSÃO OROINAU1A DA ASSEMBLÉA LEGIS-LATIVA PROVINCIAL DE SANTA CATHARINA.
Presidência do Sr. Ferreira de Mello.
A's 11 horas da manhã do dia 12 de Junhode 1883, presentes os drs. deputados Fer-reirn do Mello, Chaves. Furtado, SouzaPinto, Oliveira, Estacio, Lery, Tavares, Ce-lestiuo, Elyseu, Leitão e Lobo, o Sr. presi-dente declara aberta a sessão.
(Comparecem òs Srs. Bayraa. Christovão,Pinheiro, Ramos, Tolentiuo, Cogoy e Ha-ckradt.)
Falta o Sr. Lepper, com participação, esem ella o Sr. Cunha.
Lida a acta da sessão antecedente, foiapprovada.
/.' parle da ordem do diaO Sr. 1.° secretario lè o expediente, entre
o qual a representação da assembléa pediu-do ao governo geral para isetnptar dos im-postos geraes o café e farinha de mandUoç^,exportada para os portos da ConfederaçãoA rgen ti ua, Chile 6 outros lugare*.
Outro, ^••íecobléageril, pedindo a adoT.pção das uj^UdNul lembradas prra coiiimis-são do the_iwlw,^*ra (pie as rendas pro-venientes dos impostos de industria e pru-fissões uas províncias, passem a pertencer aestas.
Outra, ao bispado, pedindo o reconheci-"monto eanonico das ¦ tVegirtrztojr de S. Joa-quim íera Lages) e S. Born Jesus de Naza-reth (da Palhoça).
Nesta representação os Srs. Estacio, Ely-seu, Tolentiuo e Bayma «adicionaram ainclusão também das freguezias de SantaCecília, S. Bento, S. Sebastião da Praia deFora e de Itapocú.
Todas as representações e emendas foramapprovadas.
Foi approvado o requerimento era queJosé Joaquim Lopes Júnior pede o paga-mento de 160§000 réis, proveniente de to-dos os trabalhos typographicos para a as-sembléa.
(Comparece o Sr. Cuuha.)O Sr. Elyseu fundamenta uma indicação
para que a assembléa represente ao gover-
14 FOLHETIM DO DESPERTADOR
OS AMORES DE OLIVIERPOR
XAVIEH DE MONTENN
no geral solicitando providencias contra aentrada ua província por via terrestre defazendas e outros artigos estrangeiros deçommercio, proveniente do Rio-Grande doSul, sem o pagamento da differença dosdireitos de tarifa.
Os Srs. Bayma e Tolentiuo sobem a tri-buna e combatem d requerimento, fazendovarias considerações a respeito.
OSr. Elyseu defende a sua indicação.O Sr. Cunha cotnbate-a.O Sr. Bayma ainda fallon a respeito,
mandando um requerimento á mesa, pediu-do para se passar a 2.* parte da ordem dodia.
Lida a indicação do Sr. Elyseu, foi ap-provada.
O Sr. presidente declarou prejudicado orequerimento.
Paru a commissão que devia formulararepresentação, foram nomeados o.s Srs. Ely-seu, Souza Pinto c Celestino.
2.' parte da ordem do dial.' Divisão,
__9_Kt>'o. ¦.É«?CU>
çettt^fiBto f^ ficara adiado hotitêmrffía;approvado.
Os Srs. Bayma, Tolentino, Pinheiro eChristovão, se pronunciaram contra essadecisão.
Os Srs. Hackradt e Tolentiuo requeremvotação, nominal sobre tudas as emendas esobre.o projecto.
Posto a votos o requerimento, foi regei-tado.
Foram postas á votação as seguintesemendas:
N. 1 — O Sr. Elyseu requer votação porpartes, e, sendo ^verificada a votação, estaempatou, ficando assim prejudicada.
N. 2, approvada. — O Sr. Bayraa faz ai-guraas considerações a respeito.
N. 4 ~ O Sr. Pinheiro pede votação no-minai, e, feita esta, verificou-se o seguinte:votaram a favor os Srs. Souza Pinto, Cha-ves, Oliveira, Lery, Tavares, Leitão, Esta-cio, Elyseu, Lobo, Furtado e Celestino, econtra os Srs. Cunha, Hackradt, Pinheiro,Christovão, Bayma, Tolentino, Ramos eCogoy.
IX
A ULTIMA ENTBEVISTA
Sorpreso ao receber uma carta de Carmenpedindo-lhe para a UQÍte seguiute uma en-trevist» que devia realizar-se duas noites de-pois, Jorge Grancey desconfiou logo que umaalguma cousa de extraordinário ee passavaua casa Levaillailt.
O caracter da letira, quasi iudecifravel,pnrecia-iudicar que inflo febril e tremula tra-çárn aquellas linhas.
O marques interroga discretamente Mo-ralés, ou antes D Guzmau, porquanto uaoconhecia o hespanhol senão por esteporapo-eo nome.
O cigano acastela-se era diplomática re-serva conveniente ao futuro herdeiro de dousmilhões, e affirma não saber cousa alguma,Hccresceniando, entretanto: .
— Tenho notado que a nossa querida An-uunzita, mais do que uuuca, parece hoje ap-prehen.ivae preoecnpada. Ignoro, porém,us motivos de semelhante estado, e, por cou-«aqueocia, uao os posso dizer a vossa senho-cia...
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Jorge encarrega a Moralés de dizer a Car-meu qoe depois da meia-noite a esperará namansarda.
O cigano retira-se iramediatamente do pa-lacioou.de a velha cidade do .lavre hospe-dava us seus governadores.
Desde esse momento aló sua volta a Iugou-ville, Moralés uflo perdeu um minuto.
Corre todas as casas de drogas e pharma-cias da cidude.
Era cada botica comprava substancias di-versas, bervas seccas procedentes da Áfricae das índias; mandava reduzil-aã a pó, pe-aal-as com escrúpulo,-e dividil-as em paço-tes cuidadosamente rotulados.
Isto feito, dirige-_e a uma casa de crys-taes, e ahi pede dous frasquiuhos quas;iguaes em tamanho, compra-os e vai-se met-ter ua hospedaria da Ancora de Prata, oudepassara alguns dias ao tempo de sua chega-da ao Havro.
Alii iuslt>ila se nu seu antigo quarto, pedeque lho tragara uma chaleira de cobre novae umfigareiro com brazas.
Fecha a poria, cerra^ um pouco a jauella,para evitar alguma a.phyxia, e entrega-seao seu processo de preparações, cujos resuí-tados u&o levaremos muito tempo para co-ubecer.
Emquanto isto ahi se passava, Cnrmeufingia oceupar-se cora toda a actividade deseus preparativos de viagem, assistindo áarrumação degraudas malas, que as criadasenchiam de roupa á suà vista.
Pouco autes da hora do jautar, Olivierveiu ter cora sua mulher. Cai meu acolheu-ocomo d« costume, n&o pareceudo guardar-íIih rancor pelo que se passara de manhaentre os dous.
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N. 11 — approvada.N. 12 — regeitada.N. 10 — Votaram contra os Srs. Cunha,
Hackradt, Pinheiro, Christovão, Bayma,Tolentino, Ramos o Cogoy, e a favor osSrs Souza Pinto, Chaves,
"Oliveira, Lery,
Tavares, Leitão, Estacio, Elyseu, Lobo,Furtado e Celestino.
N. 8—regeitada; tendo votado contraos Srs. Souza Pinto, Chaves, Oliveira, Le-ry, Tavares. Estacio. Elyseu, Lobo, Furta-do e Celestino; e a favor os Srs. Cunha,Hackradt, Christovão, Bayma, Leitão, To-lentiuo, Ramos, Cogoy e Pinheiro.
N. 13 — O Sr. Lery pode a retirada destasua emenda, e lhe foi concedida.
N. 9 — prejudicada.Ns. 5, 6 e 7 —- approvadas.N. 3 -(menos os 30 "/. sobre o commer-
cio) approvada.N. 14 — Que diz: accrescénte-se ás dis-
posições geraes os arts. 23 e 24 do orça-mento do atino próximo findo, com os seus§§ —appfüvnda.
N, 15 — Que diz: exceptue-se do irapos-,#j£çaf$*|&-fa£Ínha de mandioca para a Con-Mèfnç£^),Arffettfi&||iXliile e outros luga-re«j— approvada^
Postrr a votos O èrgAmento com as emen-das, foi approvim^P^^í^^táa^ehvjtldo àcommissão de redacçà^!*—7ví,:7f;- f Jí7>
Votaram a favor os St-s/Soiiiá PjtttoiChaves, Oliveira, Lery, Tavares,* 'Là-t§QiEstacio, Elyseu, Lob'\, Furtado e Celestino;'"o ccntr.í oi; Srs. Cunha, Hackradt, Tolenti-no, Piuheiro, Christovão, Bayma, Ramos eCogoy.
2.' divisãoFoi approvado era l.* discussão o proje-
cto n. 85.O Sr. presidente levantou a sessão ás\3
horas da tarde, designando para ordem dodia da sessão seguinte: I.'¦' parte — leiturado expediente; 2.' parte —2.' discussão doprojecto n. 85.
Presidente, Antônio Luiz Ferreira de Mello—1.° secretario, Thomaz Argemiro FerreiraChaves. — 2." secretario, Francisco Viclori-no dos Santos Furtado.
Moralés appareceu mais tarde. Mandouperguntar á irmã se podia recebei-o.
A resposta afl.rim.liva nl\o se demorou.Que novidades ha? pergunta-lhe avi-
dameule, dirigindo-se para o irmão.Vi (i marquez.A resposta "?,..
Esperará.Bem. Pareceu-te sorpreso... tratando-
se de uma eutrevista inesperada ?..Uai tanto... e inquieto ..Interrogou-te ?..Interrogou... sim. Ma9 julguei pruden-
te"não lhe diz«r pitada... Melhor sara quepor ti própria saiba dos perigos e das exi-gencias da situação.
Fizeste bem. Nflo serves a uma ingra-ta. Viva ou morta, hei de provar-te o meureconhecimento. Mas isto n&o é todo... Oveneno eatá prorapto ?
Está.Tu o trazeSrtVestá cointigo i
-Eslá. tíiJ^,Vais dá$!ijfíij'teè^é assim ?Carmen,^(nràliáifajn, e;t te snpplico,
reflecte ainda.Já reflecti ! ^
duas sabidas, bem oge on a sepultura
minha dosição PÓ temuga com Jor-
i(lri)IM«ÍSieaí (.'liüiina
Moralés tira do bCarraeu agarra freuefCora indizivel curiosidadej;
Esse vidro continha urrt\liuda côr de topazio e, tão 8*nho Xerez, que podia confuuflÍ|-
Com que, eutão, diz ellilfmorte V
A bala de uma pistola ou aj|j|mititi de
te
liquiifc.dkí -umat|£io'vi-Pèjta' HI".
. Kjmk a
-*. e-ioo.
0 DESPERTADOR
DESTERKQ, 20 DE JUNHO.
OIVKKSAS OCCUUIU-NCIAS.
Fugti «Io |ireso.— No domingo de.manhã, na oceasião em que alguns sonten.ciados da cadèa faziam a fachina de carre-gar água para a prisão, o que fazem todasas manhãs, um delles, o crioulo Nicoláo,conseguiu evadir-se.
Tomadas as providencias possíveis, pelas11 horas da manha foi capturado o fugi-tivo, já uos mattos do morro do Antão.
Consta-uos que as quatro praças do poli-cia que acompanhavam os quatro senten-ciados que compunham ti fachina, se achamrecolhidas á prisão, e vão sòffrer as penasimpostas polo respectivo regulamento.
Em qtiMiitoa nós é isso uma manifesta eclnmorosa injustiça.
Os responsáveis não deviam ser os solda-dos políciaes, sem Ínstrucção, pela maiorparte ignorantes do raais insignificante de-ver<iüilitar, e sobre tudo cansados do ser.ti^t^iSáia^ao poder.:>!J|^'^%l^^||^sse^correnta^
toda a parte,"ví^iw^éoàiÉÒiíilis ordena»»o Sr. Dr. chefe ae^lÍL'{ft;Vp||^jpitío uniforme da prisão, como w»^nado; se o carcereiro cumprisse còdever, entregando cada preso ou cadáípa-relha a seu respectivo guarda, a fug*a seriamais difíicil, e, dada ella, sabia-se a quempunir; porém, andando como andam os sen-tenciados a meia corrente e com esta pordentro da calça, vestidos como lhes apraz,entregues em globo a 4 soldados, que se-guem mais de 10 braças atraz delles, é in-
justiça querer punir estes pobres coitados.Eram quatro presos e quatro praças; cada
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um punhal uão é raais infallivel do que esteveneno.
E' fulminante?Nflo; precisH de duas horas, para con-
cluir sua obra.O que se sente depois de o tomar.Durante a primeira hora, nada; depois
vera um somno calmo.E depois ?Depois... não se acorda mais, eis tudo.Quantas gottas bastam para produzir
golpe certeiro ?A dose que ahi está, metade do fras-
quinho, — uflo é muito forte.—• Estás certo de que será sufficieute ?
Certíssimo.Mesmo para um homem?Mesmo para ura hoioeio, respoudeu
Moralés, fixando na irraã ura olhar de a.sora-bro, e acerescentaudo:
Por que me fazes esta pergunta ? —e,sem esperar a resposta de Carmen:
Ab !... ah !... soltando uma gargalha-da sinistra:—tolo, que eu son. Desde manhaque tu cassôas coramigo, agora compre-hendo.
Que corapreheudes tu ?Que ntioca pensaste em morrer, e qua
o veueuo não é para ti.E por que uão ?Caramba [... pois para quem raais sa-
ria ? (.';-. sendo para teu marido ? !...E quando o fosse ?... tu mo approva-
rias ? pergunta-lhe Carmen, com admirávelsangue frio.
Approvar-ie-hia o passo com todas asforças (Palma, e ua verdade digo-ta quu nãotens outra sabida.
Muilo bem, assim é.
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O DESPERTADOR.
\ ' FPreso tiuha seu guarda; foge um daquelles,
como é .[110 sc querem castigar todos estes?
Castigue-se só o guarda que era responsa-
vel pelo fugitivo. Mas, «piem era elle % Ahi
é que está a dificuldade,(J deleixo e o pouco caso com que se faz
o serviço, dão este resultado- pagar o in-
nbcente asculpasque nao commetteu, e os
verdadeiros culpados, quo são os «pie ou
relaxam ou não sabem determinar o ser-
viço, ficam-se rindo !
Movimento do Lyceu de %rte#e llfliclos no meai de Maio, - Começarara a funecionar as aulas no dia 4 de
Maio, com 236 alumnos matriculados; tua-
tricularam-sc durante o referido mez 78;
foram eliminados da matrioula, por falta
de freqüência nas aulas 44; passaram para
o corrente mez 270.Todas us aulas funccionaram regular-
mente.Visitaram o estabelecimento durante o
mez de Maio e assistiram a diversas aulas,
os seguintes cavalheiros:Illnis. Srs.: J ¦ J. da Moita, Dr. Faria,depu-
tado, provinciaes Elyseu e Dr. Chaves, Ma-
noelJ do Oliveira, G.-.T. da Rocha,%F>.
Vieira, Alfredo de Albuquerque, Dr. João
Telles de Menezes, tenente-coronel Gama
d'Eça, S. Léslie, José Theodoro da Costa,
Olhou Schlappale Eduardo Sal les.
Os alumnos eliminados da matricula, são
os seguintes;Aula de portuguez
José Victorino dos Santos, Francisco Rau-
Uno de Jesus, Francisco Feliciano Marques,
Rómao Narciso do Livramento, Daniel Es-
tevão Brocardo, Arthur II. Mafra, Pedro
11. Mafra, Guilherme da Silva de Deus, João
Baplisla de Carvalho, João liamires Boda,
Francisco Ramires Beda, Trino Bonfante
Demaria e Gentil Homem de Carvalho.
Aula de arilhmctica
Manoel J. Telles, Joaquim Becker, José
% yictorio dos Santos, Pedro. José, Marques,^Imiliauo Fraucisco da Costa. IzàiaaFran-
Cisco da Co*ta, Bento, José Antônio, Au-
susto Floriano da Silva, Pedro Nunes Lu-
cas João SI d'01iveira, Rodolpho Ludgoro
àa Paixão, João Ramires Beda, João Ba-
ptista de Souza, Tiburcio Valeriano de Sou-
zae Quintino Francisco da Silva Oliveira,
/tuludcfleograp/iia
Eduardo Marcoliuo da Conceição. Mano-
ei Joaquim Telles, Augusto Floriano da
Silva e Raymundo Penaforte Bnizil.
Aula de francez
Joaquim B«ecker, José Carlos de Abreu,
Frontino Coelho Pires, Theodoro Ernesto
da Silva e Luiz Caldeira de Andrada.
Aula de musica instrumentalManoel Roberto Villa da Silva, Alfredo
dos Santos Carvalho e Guilherme da Silva
de Deus.Aula de machinas
Arthur Henrique Mafrae Pedro II. Miura.
Aula dc desenho
Manoel Ignacio de Deus, José Antônio
de Souza Júnior, Pedro José Marques, Da-
niel Estevão Brocardo, Francisco Coelho
Pires, D. Ismael Oscar da Silveira e Trino
Bonfante Demaria.A matricula continua sempre aberta para
todos que quizerem aproveitar-se dos bene-
ficio.s colhidos na instrucção.E" notável I Nos 270 alumnos do Lyceu.
muito poucos artistas e operários secou-
tam ! Parece que preferem viver na igno-
ráncia o na rotina, ao ter o pequeno iucom-
modo do aprender alguma cousa; têm ver-
gonha de aprender e não a tem de serem,
em grande parte, aiialphnbetos !
¦•assailieiltos.- Falleceu no dia 1G
do corrente, em conseqüência de uma pa-ralvsia, a Sra. D. Maria Gonçalves Duarte,
mãi do Sr. João Maria Duarte, professor
particular nesta cidade.Também succumbiõ e sepultou-se hon-
tem, victima de antigos sofVrimentos, a
virtuosa e respeitável Sra. D. Francisca
Rosa de Jesus, mãi do nosso presado amigo
o Sr. major Carhillo José de Souza.
Aos extremosos filhos e parentes das fi-
nadas dirigimos sinceros pezames.
Tlicatro.— No domingo representou
a companhia Julieta dos Santos o drama
original brazileiro do distincto escHptor
rio-grandense o Sr. Artliiri Rocharintitü-
lado /t Filha da Escnava. '
Escripto com q primor com que o Sr. Ro-
cha sabe manejar'a penna.é A Filhada
Escrava naosó uma nova eslrella para au-
grhentar o brilho da grinalda que já orna a
fronte de seu autor, mas também uijn drama
de propaganda, vazado nos moldes do mais
puro realismo, e de palpitante actualidade.
Pur toda a parte se levanta o grito aboli-
cionista, todos os verdadeiros brazileiros
desejam vôr a sua* pátria estirpada do mal-
ditocancro da escravidão; um drama, pois,
que nos apresenta a hedioudez das muitas
scenas domesticas, dos escaudalos de fami-
lia, derivados da escravidão, não pôde dei-
xnr de ser bem acolhido pelo publico.Foi o que aconteceu no domingo.
Todas as scenas correm naturaes, tendo,
porém, algumas de magnífico effeito, sobre-
subindo as em que Ersilina (menina Julieta)
defende a mulata Elvira (D. Jesuina Leal)
da brutalidade de Lourenco (Irineu) e das
aceusaçoes do Athayde tL. Ferreira;.O Sr. Rocha fez de Carlos uai propagan-
dista potente das theorias abolicionistas.
Essa figura, em seus monólogos, arrasta,
seduz o espectador, forçando-o a prestar-lhe toda a attenção, de fôrma a não perderuma só palavra, e obrigando-o no final a
romper em estrondosos applausos.O Sr. Moreira de Vasconcellos, no des-
empenho desse sympathico papel, huuve-se
hizarramente.Em suraraa, o drama está escripto com
uma bellissitmi e correcta linguagem e o
espectador vé cahir o panno, no final do
terceiro e ultimo acto. contrariado, mas, ao
mesmo tempo satisfeito pelo quadro tocante
c completo que acaba de ver.O papel de Ersilina foi escripto pelo autor
para a actrizinha Julieta. Conhecedor dos
recursos de que ella podia dispor, admira-
dor constante desse gênio privilegiado en-
cerrado em craneo tão pequenino, deu á
parte Ioda a extensão de que ora capaz,
proporcionando á pequena actriz oceasiao
de espandir-se, apresentahdo-nos no palcouma nova creação, de lypo c indole diffe-
rente das que lhe conhecíamos. vO trabalho de Julieta, neste drama, é
perfeito, nada deixa a desejar, e o publicotanto assim o reconheceu que não cessou
de npplaudil-a.A representação toda correu bem, esme-
rando-se os actòres, como poucas vezes le-
mos visto, no bom desempenho do seus
papeis.No final de cada acto os applausos eram
estrondosos. .
Terminado o drama, fo? t$da a corapa-
luiia chamada à scenae victoriada co.n.en-
thusiasmo.Seguio-se a representação da engraçada,
mas muito conhecida comedia A ordem è
resonar.
Cremos poder dizer, sem errar, que foi a
primeira vez que a vimos bem desempe-
nhada em nosso theatro.
O Sr. Rocha, na parte de soldado, conse-
guio manter todos os espectadores em con-
stántè hilaridade, desde a primeira até a
ultima scena, sem ridicularisar o papel,nem fazer a mais.pequena palhaçada.
Terminada a coraediátfoinovamente cha-
mada toda acompauhia, não. dispensando
o publico nem o ponto, e cobertosUodosdo
prolongados applausos. ^
O publico desterrense despedia-se^ assim
da sua predilecta actrizinha Julieta dos
Santos e de toda a companhia, o que nós
também fazemos pela segunda vez, dando-
lhe um saudoso adeus.
IVovas estainoilhas.—O ministériodu fazenda expediu a seguinte circular:
« Lafayelie Rodrigues Pereira, presidentedo tribunal do lliesouro nacional, declaraaos Srs. inspectores das thesourarias de fa-zenda paru a devida execução que vai seremiitido novo typo de estatnpilhas do valorde 50$, tendo os seguintes signaos: cincoeu-ta milliraetrosde córapriràeulo com vinte osete raillimetrosde largura.
« Na parte superior da estampílha estãoas palavras—Império do Bnizil-em letrasromanas brancas, em duas curvas, logoabaixo e em uma álmòfada o valor 50$ eraalgarismos arHbes brancos e entre dous file-
tes verlicaes. No centro está a eflligie de
Sua Magestade o Imperador em perfil o deu-tro de u,n circulo de pérolas, sendo o fundotraçado por linhas rectas parallelas equidis- ,tautes. Na parte iuferior e em uma almofa-
tia eslá apaiavra—réis—em letras romanas
brancas entre dous filetes verticaes, e logo
abaixo a palavra—sello-em letras romã-
nas brancas enlre duas eslrellas em uma
curva. O fundo das almofadas é composto da
repetição de hlgarismos—50—em letras mi-
croscopicas O fundo não oecupado pelo va-
lor o pela palavra—réis-é feito de linhas
ondeantes cruzadas a traço branco, sobro
a qual, taulo na parle superior como na in-
ferior, estão os valores-50-. O todo é ro-
deado de duas linhas parollehs, sendo que-brados os quatro cantos, as partes lateraes, a
superior e a inferior, havendo nas parle re-
entrautes um filete ondeante. A cor d'estas
estampilhas é roxa ede exeellente quali-dade.»
Europa.- Da Gazeta de Nolicias de 10
do correute extraiamos as seguintes uoticias,
recebidas Uo dia 9:« «O períodr. u«.9eis„meze8,, coucedido pelaconfereucia de Loudrv, pa"» ?a estados doDanúbio adherirem ás resoluções peli»,mesmaconferência tomadas, vai desapparecer ve-
lozmente, sem qae a Roumania tenha aindadeclarado coufonnar-se com ellas. A Ingla-lerra, que lomou a seu cargo fazer as paru-cipacões do estylo, e convencer o governaronuiaico a adlierir ao tratado, ainda utída
pôde abter. A Roumania continua a não
querer recouhecer os aclos da conferência ea julgar-se desobrigada de todas as eslipu-laçõe" qoe se tomaram sem sua iutervençao.
Disse-se que a conferência encarregaria aInglaterra, expirados que sejam os seis me-zes, de fazer executar as disposições do tra-tado. Ora, semelhante missão impOe á nação
que a recebe a necessidade de empregar atéa forca, sendo necessário. E nós sabemoscomo a liiírlalerra costuma pôr estes meiosem pratica". Alexandria ià está a attestal-o.'O bombardeamento pelos seus navios de
guerra é para os inglezes um recurso dosmais simples e correulios.
Nflo se deve, porém, acreditar que a Eo-
_ Bravo, minha irmã t Olivier não tem
farailiH... E' moço demais para ter-se lem-
brado de fazer testamento. Legalmente, és
sua única herdeira. Serão nossos, pois, «ma-
nha, quatorze railliOès, se não te tremer a
mão... ._ Minha mão terá a firmeza da minlia
vontade, que. é inabalável, o.no a calma
une me anima. Não desejo de modo algum
a morte de Olivier', jnro-i'o! Jorge pronuo-ciará esla noite a sentença que .leve ulmi-
nar ou .alvar meu marido...Se Jorge levar-
me comsigo, Olivier viverá; e ootll por todos
os seus milhões ousarei tocarem om só de
seus cabellos. Se me fòr preciso, ao contra-
rio, Micrifiear-lhea vida á minha salvação,
matal-o-hei sen» hesitar e sem remorso como
se mata um inimigo em legitima detesa.
_ Na verdade!...— murmura Moralés á
meia-voz -como arrazôa bem o assassinato !
Caramba'!... Não a julgava tão forte ua
BCÍencia !...Carmen replica:_ Perdoa-me, se mais cedo não te-disse
tudo tal qual ia-me ua idéa. Não foi por fal-
a de confiança em ti, meu irmão; mas queceiavatnreprovaçãu, e, para combater-e
a íecnsa,en não Unha o argumento sem ró-
plica do testamento.__ Assim., eis-me desherda.lo ! diz Mo-
Paléá, rindo-se. .__ Inteiramente, não; porque dividirei
millha fortuna comtigo, qualq.ier que seja
essa fortuna;Deveras fi
_ Bem sabes, Moralés, que nunca te tu
uma pro»nessa que não a cumprisse.E' exacto. E'* uma boa irmã, e, come
mmI^1^m^mm^mmmm^m^
\
uma prova do meu fraternal affecto, querofazer-le um pvqoeno preseute.
Um presenie a mim ?... Qual é ?Oh ! meu Deos!... uma bagatella, uma
cousa sem importância, mas que, naoobsiau-lo pôde toruar-se liiliílo útil em certos ca-sos... se, por exemplo, désse-te ua phantasiafazer resuscitar teu marido, depois de o te-
res morto e bem morto.E, emquanto isto dizia, Moralés tirava do
bolso outro vidro (um pouco maior talvez
quezo primeiro), cheio de ura liquiuo cor
de esmeralda, moito semelhante a es>a bebe-ranem amarga a que ch*inam absiuthio.
Aqui eslá o antidolo deste.-conlinuaMoralés, designando sucessivamente os
dous líquidos.Um c«mtra veneno ?Iufaltivel... So absorveres o conteúdo
do seomndo, meia hora depois de intoxicadacom o do primeiro, não se dará o envenena-mento, e tu le seiitiràs.tão bem, como se
UBda houvesse cascado no ^stomago.^_ E' admirável, porém inútil. Guarda o
teu infallivel autidbto, U que eu não tereinecessidade. ; \y^'
01» T.. Toma 8|Bmpre !.. Tu nflo sabes o
que sobrevirá.,,. , ,Carmen recebe,o. frasquinho verde e te-
cha*o em ura rao«$h''Uma pergunta ainda, diz ella.Que,queres ia saber?
_0 v|peoQl qae aqui está, misturado a
um copo, rjje vinho Xerez, alterará o sabor a
esta bebÍQ> .„Z Do m»do algum a altera, e, se eu nflo
receiaase parecer-te vaidoso e presumido,exagaraudoas virtudes dos raeus produetos,
Wá^k.
uccresce.ntaria que este elixir daria ao vinho
Xerez quali i "les que elle não lem.Obrigada, meu iruiflo.
_ Todo teu e ás tuas ordens, miuha irmã.Conto comtigo á meia noite para ir-
mos ao encoiilro de Jorge.—- Serei poiitual.
* *
dizia o fidalgo;—depois... esquecerei... EmVersalhes a gente so esquece lão depressa !— Anuunziaia lambem ha de consoiar-se,e breve... para awbos... o passado uflo serámais do que um sonho !
Não obstaute esta philosophia, o marqueznão encarava sem algum receioia necessida-de de coinmunicar sua partida a mulher de
O Marquez de Graucey acabava de rece-
ber «ma importante e feliz nolicia quandoMoralés lhe entregou a missiva de Carmen.
Trouxera-lhe um correio de ministro uma
carta do Duque de Alguillon, na qual com-
muuicava-lhe esle que Sua Mageslade liou-
vera por bem chamal-o á côrle, dando-lhesuecessor no cargo de governador do Havre.
O regosijo immenso que lhe irasbordavana alma misturava-se, eutrelanto, cora ura
pouco de amargura.Essa gotta de fel no seu CallX de alegria
tinha toda a razão de ser; porquanto, dei-
xatido o Havre, era forçado a separar-se
da amante. ,,.,.,, iApezar da extrema volubilidade de seu
caracter e, consequentemente, da prodígio-sa inconstância de seus affecios, Jorge ainda
não eslava aborrecido de Carmen. A bellezadeslumbrante da joven esposa de Olivier,daquella mulher typo de irresistíveis e era-
brUgadoras seducçOes — prolongava até a
saciedade.Accrescentemos, porém, que enlre a veu-
tura do amor partilhado e:« graça do rei,
chamando-o á côrle,o marquez uão vaciltavaÓm minuto, e na sua qualidade de cortezaoconsummado, estava protnplo a partir se não
sem saudades, ao menos sem hesitação.— Soffrerei... sentirei muilo, sem duvida,
uu ue tuiuiuuiiiu»i • »'• -- ..
Olivier, prevendo que a scena da despedidaseria tão cruel quanto inevit«V<d
Reflectiudo sobre a carta de Carmen. oMarquez de Graucey conjecturava se suaHraantrt teria sido prevenida, ao mesmo tem-
po que elle, da noticia de seu regresso á
côrle. . ..Isto parecia-lhe a cousa mais inverosimil
do mundo, porque Carmen e seo marido não
dispunham de relaçOes alli.Mas como explicar a preoccnpação e a
tristeza da moça, e a entrevista por ella so-
licitada com tanto ardor ?...A neuhuma destas questões o marquez po-
üia responder, e aguardava a noite com viva
impaciência. .,A's onze hora* metteu-se na já conhecida
casinha; embora conveucido de que alli te-
ria de esperar «inda uma hora pela amante.
Esses sesseuta minutos pareciam-lhe uma
eternidade !Finalmente, pouco depois da meia-noite,
ires pancadas soaram de leve na poria, quese abre sem demora. .
Carmen entre, mais pallula « mais Iremn-
la do que nunca.• _ Querida Auiiunziata I... meu bem ama-
do ' .—exclama Jorge, ~q«« tens.?... E at-
(ruma desgraça que vens anuunciar-ino ?...b _Sim, íorge/a.tnaior das desgraças... ^
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mania uacmferenc!*, queiraautui ar outra
violência maior, M>mp;queri.i i«mi altivo.4obni>^t^«SÍf:-<HiCÍas da força.
de um segUàfe «uai do bS.e-z continua apai-
xoh.tn.ro *ffl ,,meo^. a op.r.ião publica;raas em í$n$*" o. in^r«Aíe*.lig»do a esta
questão não é menor.Não se trau apenas de om» questão hnao-
ceira, em que se acham arriscados os inte-
resses dos actuaes accionísUs da companhia
do Canal. O negocio tem um lado político,« é justamente esse que mais exalta os espl-
ritos de ura è outro lado da Mancha.A Inglaterra quer ter um canal seu. Ia-
rece-lhenque o existente, aberlo pela leuaci-
dade intelligeuté de uni francez, a despeitoda má vontade da Inglaterra, nao pôde ser
paru esta o que ella deseja: uma estrada era
que a autoridade britunuiCB possa exercer
policia e iuspecçao sem contestações de nin-
guem.O Times, que tem sustentado com extraor-
dinario vigor a constituição de uma compa-nhia ingleza e a abertura de um uovo canal,
não occultao despeito qne lhe causa vôr um
francez, Fernando de Lesseps, á frente do
que aciualmenle existe. O trafego principaldo canal ó inglez e convém aos interesseseconômicos e políticos da Inglaterra queesse irafego se faca por uma estrada ingleza.
E' preciso que a Grã-Bretanha se (lesem-
barace a todo o trance de uma influenciatao nociva aos interesses britatinlCOS, COIOOé a de Lesseps em S«iez. O Times uão podeudmittir que o representante do uma simplesassembléa de acciouiátas (ualuraluieute por
que não é inglez), pretenda arrogar-se o dl-reito de interceptar pcrpatnuinente as com-municacões eutre o oriente e o «.cculetite
com a (Alegação do seu privilegio de conces-siotiario.
A Inglaterra precisa ter na mão o canalde Suez3, como tem o Mediterrâneo, desdeGibraltar até Chjpre, com- tem o Mar Ver-melho até á soa sabida pelo estreito de Ba-bel-Mandeb. E' a estrada das índias, esselègetidHrio pretexto que serve para ludo queaconselha um canal inglez; como aconselhouuiii Egypto britaoiiiáadò.
Lesseps ai lega, porém, que a sua compa-nhiá gosa de um privilegio, e que a Illgta--terra não pode abrir outro canal. O governoegypcio foi consultado, e as ultimas noliciassau favoráveis á actoal companhia, repre-sentada pelo illustre francez. O governoegypcio mandou ouvir uma commissão de
•jnriscousultis, e esta decidiu por iftianimi-dade que a concessão feita a Lesseps repre-senta ura monopólio, que uão admitte com-
petidor. . .Mas, se a Inglaterra se decidir positiva-
meute a abrir outro canal para a sua nave-o-«cão, não hão da ser os juristas egypcios
quê a faraõ mudar de idéa; Eslá habituadaa remover dificuldades maiores.
— A justiça ingleza não descança na suafama. Dizem' de Dublin que foram presosmais sete indivíduo \ sobre os quaes recaemvívbs suspeitas de seVetn os autores do assas-sinato oceorrido lia um anno por questõesagrárias na pessoa de uma mulher.".Segundo
telegrammas, em Dublin já fo-ram enforcados dous aceusados do assassiniode Phmnix-Park, os irlandezes Bradley eCarl«'y. As execuções uão provocaram alie-ração" alguma do soeego publico.'_
Assegura o Gaulois^, de Paris, que áassembléa geral ordinária da companhia docanal de Suez. que está auiinuciada parareunir-se em Paris uo dia 4 de junho, deveserpropostl a aberiora de um segundo ca-nal no isthmo de Suez, tomando a uiesmucompanhia francez aa iuiciativa e a cons-truecão.
Adespeza está orçada, para o segundocanal, era 125 milhões de francos (22,500contos). Um caual fieatia servindo para osnavios que entrassem no mar Vermelho eoutro para os que subissem.
Le Journal des Debats aconselha a compa-nhia que mande effeciivamente abrir segun-do canal. O mesmo jornal julga que a Iu-
glalerra deseja comprar acções da compa-nhia.
Poderá a compauhia luetar com a lngla-terra, se esta tomar a sério irrevogavelmenteo seu soberbo capricho de abrir ella própriao segundo canal ? Eis uma quusiao bem ne-buTósa.
— Um assumpto actualmente muilo inte-ressatite era Inglaterra é uma carta exeessi-vãmente enérgica, que o papa dirigiu aoclero irlandez, prohibindo-lheqiie, tome par-te nas reuniões políticas e uas snbscripções
para a agitação, e recommeudiuulo lhe queteuha a linguagem respeitosa para com osdignitarios do governo.
Porém um despacho de Berlim aflirma
que, apezar desla carta do papa, as subscri-
pçõisparao fundo Pamell têm continua-do ás portas de moitas igrejas, em toda a
Irlanda, acerescentando que os padres exor-
lavam os seus parochianoa a contribuírem.Ao mesmo tempo, n'um meeting celebrado
ha dias pelos partidários da Liga Agraria, odeputado Sewion, fallaudo da mesma cartado papa, disse que os irlandezes enviaram âRoma uma deputação para expor à sua san-lidade o verdadeiro eslado de cousas da tlli*.afim de que o pontífice possa formar om
juízo exacto da situação do paiz.Como so sabe, a carta de Roma a que o
deputado se referio,exprobrova asperameutea attitude do clefo ua questão da Irlanda eaconselhava a condueta a seguir nas quês-toes políticas.
Um lelegramma que encontramos nas to-lhas hespanbolas diz também que n umareunião celebrada pela liga nacional. írlan-deza, o depulado Mayne, que se achava
presente, se expressara oestes termos:«O partido nacional irlandez seguirá o
exemplo de 0*Cotmell. Irá buscar a-Romalheologia, mas não a polilica. Reconhecerao papa como o chefe da igreja çatholica, e a
Pamell como chefe do parlido político.O povo irlandez está res.dvido a seguil-o
e. a alcançara meta das suas aspirações, quosão a iudépeuilencia da Irlanda. »
O correspondente, em Paris, do Times dánoticias do estado das negociações pendentesentre a Prússia e a Sanla Sé; o ua sua opl-nião chegar-se-ha dentro em pouco a um
prompio accordo. Tudo depende ua aciuali-dade do reconhecimento dos direitos recipio-cos, e as negociações já conseguiram estabe-lecer que a Prússia aspira á paz no terreno
politicu ecclesiastico.Emquanto ao arcebispo de Pozen, que se
refugiou em Rmia, fugindo aos tribunaes
prussianos, diz o correspondente que uão éelle um obslacolo lã« insuperável como ge-ralmente se julga. A sua demissão seria pro-vuvelmente adiDÍtiida se o papa e o cliãii-ceÍle.r allemao chegassem a esteuder-se so-bro as concessões mutuas que poderiamaceitnr-se por uma e outra parle.
— Dizem de Berlim que o imperador Gui-lberme, aquelle mesmo que recebeu comdepressivo desdém o vencido de Sedan, ad-mitti.ii agora á sua mesa,no dia 14,em jantard?hohra, o Sr. Wáddiuglon, representantedesse governo de ignaros e mal repuludos, eo addido militar francez, o coronel de Ses-raaisous. Entre os convivas estavam o prin-cipe imperial, a grã-duqueza e o grã-doqueberdeiro de Ba den, o conde de Hatzfeldt,minislro de estado, e muitos generaes e di-
guitarras da corte. Depois do jantar notou-se
que o imperador tivera uma conversa muitoauimada com o Sr. Waddingtou, ao qualdeu provas muito visíveis de affabilidade.
Não foi menos satisfactoria a recepção queo principe de Bismark fez ao representanteda França. O Sr. Waddingtou, que deixouas melhores lembranças de si em Berlim,oude tomou parte ua conferência, é de certoidoiieo para trabalhar no sentido da concilia-
ção e para apartar qualquer desintelligeuciaentre os dous paizes. E nesta d/ireeção é queelle se esforça, segundo lemos, em exerceralli a sua influencia.
A Gazela da Allemanha do Norle decla-rá infundada a noticia de que o navio de
guerra alletnão Elisabeth recebera ordem defundear defronte deMadagascar.ein regressode viagem da Ásia occideutal. Conforme-mente lis ordens transmittidas, esse naviovirá dírectameule de Singapura ao Cabo, ed'alii á costa occideutal da África.
Em Portugal, por oceasião da popularromaria do Seuhor Bom Jesus de Mattosi-nhos, deu-se a explosão de um obtu, quematou quatro pessoas e feriu cerca de qua-reuta.
Houve um horrível incêndio na cidade doPorto, ua rua deS. João, que consumiu doze
« Todas estas circumstancias me empe-nbavam ardentemente em favor Ja paz.
« A prostração material e o auiquilamenlomoral do Peruem nenhum caso poderião li-songuar-uos, puis que o Peru, qualquer queseja a sorte que á si mesmo armou, pôdeviver na commnubao regular e civilisadaii- - ; 'Vos americanos.
«. Não deve-se, pois, duvidar de que nossoaubelo pela paz lem sido sempre sincero everdadeiro.
« A situação penosa do Peru acabou porimpressionar os homens que, estranhos ásmiras estreitas dos caudilhos e dos círculosque podem sustental-os, propuzeram-se che-«¦•ar á paz, desenvolvendo para isto umavontade patrioliea e empenhosa.
« O povo peruano, cansado e faligado desuas próprias desgraças, não se moslrouindifferetite a este chamado, e se neste mo-mento'não me é dado dizer-vos, como viva-mente desejei-o, que a paz eslá ajustada e
que ella corresponde ás nossas legitimas exi-
geucias e ao espirito de equidade a que sem-
pre lemos obedecido, como lesletnuuho de
que os triumphos não são capazes de exlra-viar nosso sincero respeito pela justiça, possonão óbátaUlH asseverar-vos qne já existembases firmadas por um dos honrados chefesdo exercito peruano, que, dono de tuna par-te considerável do lerriiorio, assumirá embreve, como é de crer, lodo o poder publico,e podeiá subscrever com suficiente e bem
qualificada autoridade um aspecto definitivode paz.
<c Assim é de esperar, se suecessos desgra-
çadoa não interromperem o corso regulardos acontecimentos.
«Prepara-se lambem o renovamento denossas gestões diplomáticas coma Bolívia.
« Com as demais nações eoropéas e ame-ricanas cultivamos nossas antigas relaçõesde amizade, inspirando-tios sempre para isloem um elevado espirito de justiça. )>
edifícios, dáudo logar a tuna raorie e muitosferimentos. »
Cllile. — Effectuou-se a abertura so-
lemne do qongresso chileno.Sao os seguintes os irechos mais impor-
tantes da mensagem presidencial:« Impellido pelo vivo desejo de pôr termo
á guerra, tenho procurado solicitamentecintar á paz por todos os meios permitlidospelo decoro nacional.
« Tenho tropeçado constantemente em dif-ficuldades superiores, nascidas, ora da faliade autoridade da parte dos pretensos mau-dalarms que quizerara assumir a representa-ção do Peru, ora de exigeucias exageradasque tocnavam impossível o accordo cora-mura.
«. IJovo algum vencido jamais apreseutouua historia exemplo igual ao do Peru.
« Abaüdo pelas derrotas, sem elementoalgum de resistência, na sua desgraça temsido viclima de intemperanças de seus cau-dilhos, que acabaram por devastai o e des-tnoralisal-o, mediante a reunião parcial dehomeus sem disciplina militar, que etn uo-me do patriotismo chegaram a iucendiar aspróprias povòações peruanas.
« Nem a guerra regular lem sido possívelcom soldailos desta ordem.
JUlclill» Patli. — A propósito da
chegada a Londres desta celebre cantora,
dizem o seguinte:
« O Arizona acaba de nos trazer AdeliuaPatli, que, debois de 51 representações da-das na America, vem com cerca de 500 con-tos, além de ura contracto feito cora o Sr.Maplesotl para o anno próximo, á razão de12 contos por cada recita. Estes preços pa-recerão phantásticos áe nao se reflectir que,em cada noite que a diva canta, a receitavurivMiiure IH a 24 contos, excedendo ás ve-zes de 28 contos.
Adeliua 1'atli caulim snccessivamenle emNew-York, Philadelpbia, Ciucinuali, S.Luiz, Chicago, Detroit, Pilbborg.., Was-hington e Boston, e, além das 51 represeti-tações do contracto, deu dous saráus etn pro-veito do instituições de beneficência, pois a
caridade faz parte do seo repertório. Estaviagem à America, onde ella não linha idohavia muitos annos, foi para a eminente ar-
lista um largo passeio iriiuuphal: póde-se dl-zer que, lateralmente, por toda a parte oude
passou, a cobriram de flores.« A sympatbia que Mme. Patti iuspira a
quantos ae approximara d'ella, é exiraordi-naria; ao desembarcar etn Liverpool, a ar-
lista foi alvo de uma verdadeira ovação; a
bordo do Arizona, cada passageiro encontra-va diante, do seu prato ura, pequenino bou-
quel, atado com uma Üta de seda, em que se
viam, impressas a ouro, estas palavras;« Boas vindas a Mme. Patti)).
Kl r..o •'iagemdaartisia, de Liverpool'
ttátai^-y-^bsVfoi destiuadoo wagon queserve para a imperatriz da Áustria, e que é
um vehiculo maravilhoso todo acolchoauo,
O forrado de selim.a Mme. Patli deu, pois, entrada no seu
castelU de Craig-y-Nos, e parece-me super-
fluo descrever a recepção que lhe fizeram os
habitantes da localidade, para os quaes é
ella a verdadeira Providencia: basta dizer
que ainda na ausência da castellã, o inleii-
dente da propriedade distribuo a miúdo ves-
tunrio e dinheiro aos pobres.« Curiosissimo-ver a camareira-mór, a
fiel Carolina, proceder ao desenfardeUmen-to dos brindes recebidos por sua ama: estãocheios dVlles-as mesas, as poltronas ns
cadeiras; ha-os de Ioda a espécie, desde o
bracelecele de diamanles até a caixa de ooro
para chá; eulre elles figura uma poesia es-
cripta em homeuagein á artista por Mme.LidiaCadwe.il, a admiradores de Longfel-
« Só depois de 15 de Junho é que Mme.Patli e Nicoliui se faraó ouvir era G.vent-Garilen: até lá. descançarão no paiz de Gal-les, das fadigas da sua viagem pela Ame-rica.»
MagCStOSO llftllc— A grande festa
da estação no \high life de Nova-York, foi o
graude baile costume que deu a 27 de Março'Mis. W. K. Vanderbilt. espora do graude
nababo americano.
Mais de 100 coutos gastaram os arapbi-
IriOes para receberem COlldígnameute os
1,200 convidados, que encheram os immeu-sos salões, ornamentados com uma riqueza
e lüXO fabulosos.Só o dispeudio em flores e plantas foi enor-
missimo.Representantes de todos os paizes e de to-
das as épocas da historia achavam-se reuni-
dos debaixo do mesmo tecto, apresentando o
mais bizarro anaebronismo.Os costumes mais ricos eram os dos donos
da casa. Mis. Vanderbilt tinha um vestido
que era a copia fiel do quadro de Cabanel—Uma prineeza Veneziana. Estava vibraniode effeilo e de cor. Todo o rico sol venezianobrilhava no rico brocado de cambiantes decôr de laranja até o amarello uieif or.
As figuras o flores eram bordadas a ouro econtas. Sobre o vestido de brocado, traziaum corpete de selim azul coberto de botda-dos de ouro. O chapéu veneziano estava co-berto de jóias de um valor inestimável.
Mr. Vanderbilt, vestia como o duque deGuise. Maillols de seda amarella, calção
preio-atnarello, e uma capa de vellndo prelobordada a ouro. Completavam a sua vesti-
meula uma cabelleira branca e sapatos de
vellndo preto.Diz o jornal de onde extrahimos esta iiuli-
cia, que se calcula que esse baile custou ári
pessoas que a elle assistiram mais do 10,000
coutos de réis.
Um ladrão ardiloso,—O caso quevamos contar passou-se ultimamente eraParis.
Um maneebo, em trajes de viajanie, en-iroti trnm botequim freqüentado pelo Sr.G.... uegociauie, e perguntou á caixeiradaquelle estabelecimento se estava ali seulio.
Vosso lio ? respondeu a dama do com-
ploir; seuhor, não lenho a honra de vos co-nhecer.
Pois que ! já vos uBo lembraes do pe-queno G.... ?
A dama de nada se lembrava e ignoravaaté mesmo que o negociante G.... tivesseum sobrinho.
Syja como fòr, disse ella, o Sr. G....está lá no fundo da sala, creio aló que esládormindo.
Effectivameute, o Sr. G.... dormia umsomno profundo, o seu pretendido sobrinhofoi direito á mesa oude elle estava eucos-lado. Os freqüentadores do botequim olha-vam para o maneebo, admiraudo a sua bella
physíouomia e as suas maneiras elegantes.Querido tio, murmurou o maneebo con-
Uiinplaudo o homem que roncava, nao sonhasequer que cheguei boutem mesmo de Lima !
Um freqüentador que estava assentado aolado delle, quiz acordar o Sr. G....
Oh ! deixai-o dormir, en vol-o peço,duse o maneebo; o seu sòinnoó tão profundoque apostaria eu como sou capaz de lirar-lhe o relógio do bolso sem elle dar por isso.
Ao passo que isto dizia, o pretendido so-brinho oscamoleava ao seu pareute, corauma presteza sem igual, a carteira, a cor-rente, o relógio e utn porte-monnaie.
E todos os circumsíaiites riam a bom rir,applaodindo o maneebo.
Que agradável sorpreza !Que peça tão bem pregada ! diziam
elles. Muito admirado ha de íicar o Sr. G...assim que acordar !
E, emquanto este não acordava, os habi-tuês pruseguiram em seus jogos, itlterroiii-
pidos pela chegada do visitanle. Este pediupapel e tiut», escreveu e lacrou nina carta,
perguntou oude poderia encontrar uma cai-xa do correio e sahio Com todo o desembHrft-
ço, deixando o seu chapéo sobre um banco.Mui acabava de sabir, o Sr G... abrio os
olhos, e começou a estender us braços e abrira bocea.
As pessoas de seu conhecimento aguarda-vam este momento, sorriudo-se maliciosa-mente.
O Sr. G.... querendo saber o lempo quatinha estado a dormir á sésta, debalde pro-curou o relógio. A lastímosa expressão quelhe contrahio as feições, fez estalar de riso a
todos freqüentadores.OSr. G.... pedio explicações.
Sendo informado do que se linha passado,empallideceu, julgando-se victima de umaufysüfieaçao. Bem depressa se convenceu
que tinha sido roubado.Imagine o leitor a desesperação do infeliz
uegpciuute, cuja carteira continha valoreum' maço de 8,000 francos em notas do b»u-co.
Y MANCHADA
V
O DESPEBTADOR. VxI
V*:-è«>K^.;afci*''
VARIEDADE.
Vm sonho
Leitora: previno que nao rae occupo cora
aa Sitas questões politico-sociaes que. agora
como .sempre se agitam no paiz, o que es-
crevo é simples, banal e talvez k. c. t. .
(modéstia aparte).Camillo dos Moinhos disse: « Quero es-
crever. tenho gosto nüsso. Quem nao qui-ser lêr os meus rabiscos, passe adiante e
eslá acabado.»Eu por rainha vez digo a mesma cousa.
** *
Uma noite d'estas adormeci depois de
meia-noite, porque até essa hora estive oc-
copado na construcção de castellos, no ar I
Concebi projectos gigantescos! tive idéas
phiintasticas e grandiosas ! fiz planos a
Martins Guimarães I», N'aquelle engano d'alma ledo e cego»
passei insensivelmetUe pelo somno e... so-
nhei.Mas que sonho, santo Deus! ou antes
qne soador fSonhei nada mais nada menos que, nílo
Pei por que arttíS fui visitar ° parnnso; B
poética e encantada habitação das musas !
No cume de um monte yerdejante estava
o palácio com seu jardim na frente, com
seu pórtico de crystal, suas columnas de
miro, escadas de vidro ou diamantes, tectos
dourados, mobília nao sei de que, uma cou-
m esplendida etn resumo. Como o villao em
casa do seu sogro entrei pela porta a dentro
e fui logo inechendo por aquillo tudo sem
encontrar viva alma !
Depois de haver percorrido todos os can-
tos da casa sabi novamente pani fora e se-
ffni por um caminho todo esmaltado de rio-
res que me conduziu ao pé dbimtt fontemie esgniclia vapor diversos canaes o de-
pois corria serenamente por sobre um leito
de rubis e esmeraldas.-E' a fonte de Cas-
tulia, disse commigo. é a fonte cujas águas
inspiram os poetas lyricos! Que pechincha !
d'csta vez snio d'aqui inspirado nem queseia ã náo. N'isto pus-me de cocaras e nao
encontrando um vaso mais apropriado,lancei mao do chapéo cuja copa eu enchi
e cora «ofreguidao sorvia o seu contendo.
Quando pela quarta ou quinta vez eu in-
troduzia meu sombrero na corrente, ouvi
vozes e sons de instrumentos. Ergm-me e
puz-rae a observar. A pequena distancia a
sombra de umas arvores avistei nove moças
totit-à-fait chies tout-à-fait belles !
Qne peixões ! vou a comprimental-as,disse com meus botões e dirigi-me à ellas.
Para nao fazer fiasco preciso mostrar-medesembaraçado e tratai-as com familiari-dade.
Boa tarde, minhas senhoras, disse es-
tendendo a mau para comprimental-as. Ne-
nhuma, porém, dignou-se apertal-a o qneforcou-me a encolbel-a enculistradàmente.
Ás Sras. sao as musas, nao é verdade 1
-- Sim, respondeu-me seccamente uma
d'ellas.Pois eu vim visital-as e estou maravi-
lhado com n belleza d'este sitio ! Realmen-í te é cousa linda !
Nao me responderam. Apenas tocaram-se cora os cotovellos, apertaram os beiços
para suffocarem o riso e raais nada !Eu jà começava a enfiar-me cora a tal
historia. Já nào subia como encetar novaconversação. Afinal continuei.
O Pegaso deve regalar-se n'esta pasta-gera, deve estar gordo, nao ? <
As moças deitaram a rir maliciosamentee eu cada vez raais rae punha em apuros.
Depois de pequeua pausa lembrei-menue cora as musas nao devia fallar senão
em versos e então vendo uraa d'ellas palli-da chlorotica e chorosa, seutada sobre um
banco de relvas, cheguei-me á ella que pe-Ia coroa de myrtho e rosas e pela lyra co-
nlieci ser Erato. Procurando sempre salvar
minha, triste situação, perguntei-lhe do• quesotfria, do seguinte modo, esperando
feliz resultado em vista da quantidade de
água virtuosa que pouco antes havia be-
bido:
Donzella, diz-me o que soffres jQue soffre o teu coração ?O que te causa nffiicçao ?O que te faz padecer?prrque tu geraes, mulher 1Porque choras tanto, tanto *?
Qual a causa de teu pranto ?De teu constante gemer ?
— « Accudara-rae I aceudam-me que es-
te homem me assassina ! gritou a musa em
convulsões. Ai, ai, eu morro !» e cahiu es-
As outras correram a erguel-a emquantoeu apatetado com aquelle acontecimentocorria de uma para outra banda ouvindodescora postura de céo em terra.
Veja, seu traste, disse Caliope, veja o
que veio o Sr. fazer !Isso de certo é esterismo, redargui, e
para isso é bom qualquer poção calmente,como por exemplo água de janella, ether elaudano.
Qual o que, seu pedante, disse Melpo-mene, saia d'aqui é que é.
Eu saio, minha senhora, mas é que ocaso é grave.
E' grave, sim, atalhou Clio, mostran-do-me um livro, é grave e muito grave,porque o Sr. e seus companheiros juraramacabar com a vida de minha infeliz irmã.
Oh ! dona Clio, pelo amor de Deus.isso é intriga e eu na > sou capaz de seme-lhante baixeza.
Os Srs. silo uns cruéis, uns tyranos,uns desalraados, continuou a musa.
Nao vêm a debilidade desta infeliz queZola pretende sufocar, nao attendem acrise terrível porque está passando, mio seimportam com cousa alguma para cada vezmais desacreditarem-n,a. mancharem-n'a,ojjprimirein-n'a e até derribarem-n'a porterra 1
Jesus 1 mas eu nao acomprehendo.Sim, o Sr. e seus companheiros nao
tora consciência, se a tivessem nao anda-riam escrevendo versos como se fossem real-mente poetas. Se tivessem consciência naoescreveriam poesias tolas, sensaboronas,sem arte e sem inspiração, como fazem oSr., os caixeiros, os typographos.collegiaese acadêmicos que sem talento, sem gênio,sem inspiração, assentam de matar a paci-encia da humanidade e nodoaras vestesbrancas dessa infeliz cujo passado gloriosomerece veneração e respeito.
Ella qne surgiu cora a raça humana, ella
que tem sobrevivido a povos e cidades,tende agora a desapparecer porque os Srs.a atrophiám, a nodoam e a insultara á todahora !
Cultores da poesia lyrica de seu quilate,era vez de reerguel-a abafara-n'a e prosti-tuem-n'a, e é por isso que aquella mísera-vel definha a olhos vistos ao ver sua filhadílecta de braços com os poetastros de sualaia !
— Basta, Sra., eu rae retiro e nao escre-verei raais versos, apezar de ter bebido daágua maravilhosa.
Nisto Erato deu signaes de vida, rio-see eu acordei-me banhado em suor. Refte-ctindo mais tarde em meu sonho, vi quenelle havia verdades duras, porém verda-des I
MOSCAROTTA.
S. Paulo, 22 de Maio de 1883.
(Exlr.)
este com sua Exma. família, para a cidadede Lages, e aquelle para a villa de Coriti-banos, aonde residem. Desejamos a Ss. Ss.feliz viagem e que encontrem a todos quelhes sao caros gozaudo de vigorosa saúde-
A lealdade destes dous cavalheiros, oamor e abnegação que demonstraram ter
pela causa publica, nao poupando sacrifi-cios para bem satisfazer a espectativa dosseus committentes, fazem-os merecedoresde toda a estima e consideração de seusconcidadãos e daquelles que, com Ss. Ss.,tôm a felicidade de manter relações de ami-zade.
Aceitem, pois, estes amigos um apertode mao daquelles a quem deixam as mais
gratas recordações e pede-lhes que, lá, on-tregues aos labores de suas profissões, nao
esqueçam os amigos e companheiros de tra-
balho.
thesiuraria provincial do Sanla Calharina,
em i\5 do Junho do 1883—0 2.' oscriplura-
rio, Marciano Bonifácio Soares.
ANNUNCIOS.
«*16 de Junho de 1883.
Queixam-se
amargamente os moradores e residentes nas
casas á rua da Conceição, contra o Sr. ma-
jor Antônio Nunes liamos; e, humilde e
respeitosamente, contra a actual câmara
municipal, por causa do incommodo quelhes estão dando os espinheiros do uraa
cerca que o mesmo Sr. major tem deixado
crescer, á ponto de os galhos de espinho_irem tomando conta da supradita rua.
Um queixoso.
18 de Junho de 1883.
ED1TAES
Colônia LeopoklinaO Dr. Henrique Schutel, próprio-
lario da colônia JLeopoMlna — faz no-torto para quem possa interessar, quo ainda
oxislo no sou ostabolociiuontu muitu lorronodesoecupado, quo oilo expõe á vonda, cujas
torras suo fcrtllissliuas. intorcortadasdo ribeirões, du pasto* excelleutes efachlnaes criadores, alguns de Icguao meia do extensão.
Esta colônia lom a vanlagem.so-bre todas as oulras desta pro-vinda, do achar-so collocada na _>roxl-nildadc da capital, ondo os colonosvora, duas vezes por semana, vender
seus produetos no principalmercado, alcançando o melhor preço,sem intermediários especuladores, assim
como surtlr-se do qne precisom para a
família om casa, polo preço mais com-
modo, om pregando sómooto 19 horas
do viagem por ludo, na vinda e volta.
As pessoas a quom convier maioros infor-
maçòos, podem dirigir-so ao respectivo ngcn-
to o Sr. ANDRÉ WENDHAUSEN, á rua do
Principe,
Dostorro, lo do Junho de 1883.
PUBLICAÇÕES & PEDIDO.
A grande Idéa.
Ao convido abolicionista João Lopes F. Filho
no..O ¦
[rrNa guerra da aboliçãoDe quem insiste revelCada pensar é um combate,Cada combate um Uurel.
Santos Lostada.
Vesuvica, adamaslorea. lumida, nilonica,Terrível, hymalaica, é essa idéa homerica,Que oecupa a vossa mente, dynamica, wernerica,Onde o pensar escuma peior que a onda jonica.
Maiúscula, gigantesca, liparica, plutonica,E' essa força máscula, lemivel e genserica,Com que tomais aos hombros uma empreza esphenca,Como o nordeste a folha, na aia gran, tufonica.
E já que índomito segues, n'uma conquista hercúlea,E elevas o teu nome á amplidão ceruleaAo estridulo da turba que le abençoa extactica !....
E já que hoje sc trata do abolicionismo,A pés nós calcaremos o vil anachronismoPara abraçar (anaticos idéa tão sympalhica.
Virgílio Variea.
Thesouraria Provincial
Publicação do expediente
O lllm. Sr. inspoctor manda fazor publico
quo, nesla reparliçAo recebera-se propostasaló o dia 23 do corronlo á 1 hora da larde,
poranto a junta de fazeuda para a publicação
por lempo de um anno do cxpedienlo o actos
ofliciaes do governo gorai, que forem envia-
dos pela secretaria da presidência o bem assim
os edilaes u annuncios das lepartieõos pro-vinciiies.
Thesouraria provincial do Santa Catharina,
era 15 do Junho do 1883 -O 2 ° oscriplura-
rio, Marciano Bonifácio Soares.
COPIA LEOPOLDIRAO Dr. Henrique Schulol, proprietário da
colônia Leepoldina, convida os colonos nolla
estabelecidos a virem, com brovidado, no sou
próprio interesso, passar oscriplura de cora-
pra nosla capilal. perante sou filho Dr. Duar-
lo l\iranhos Schutel; podorào sor acompanha-
dos da Sr. André Wondhausen, agente da
colônia.Deslcrro. 12 do Junho do 1883 — Dr. Hen-
rique Schutel
Thesouraria Provincial
Fornecimento
O lllm. Sr. inspector manda fazer publico
quo, nosla repartição recebem-se propostasalé o dia 23 do corrente â 1 hora da tardo,
poranlo a juula do fozenda, para.o fornoci-
mento do sustento aos presos pobres da ca-
doia desta capital o lavagem da roupa dos
mesmos, a contar do dia 1.° de Julho a 30 do
Sülombro do corrente auno.
Thesouraria provincial do SanU Catharina,
em 15 de Junho de 1883.-0 2." escriplura-
rio, Marciano Bonifácio Soares.
m in
Desterro, 10 de Junho de 1883.
t.rebnchando ua relva !
Partida.
Seguiram hoje os nossos amigos, os Srs.
deputado* proviuciaes Estado e Furtado,
Thesouraria Provincial
Passagem do Estreito
O lllm. Sr. inspoctor manda fazer publico
que, nos dias 21, 22 o 23 do correnle ás 11
horas d« manhã, será arrematada om hasta
publica á poria desta repartição a passagemdo Estreito, onlre esla ilha o a torra firme,
durante o anno financeiro e exercício de 1883
-1884.
1
no consulado do Im-
perio Germânico
Quarta-feira, 4 de Julho pro-xJino futuro, ás IO horas damanha, se venderá em leilão:
Cento c lanlos relógios de algibeira c de
paredeObras de ouro e praiaPraia velhaE diversos arligos de relojociro,
resto do espolio do finado Gas-par Hcttig.
Tijp. de ./. J Lopes, rua da Trindade n. 1
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