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ENSINO MÉDIO 1. a SÉRIE - LIVRO 1 LIVRO DO PROFESSOR Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

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  • 1. ENSINO MDIO 1.a SRIE - LIVRO 1 LIVRO DO PROFESSOR Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br

2. 2006-2009 IESDE Brasil S.A. proibida a reproduo, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorizao por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Produo Projeto e Desenvolvimento Pedaggico Disciplinas Autores Lngua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales Mrcio F. Santiago Calixto Rita de Ftima Bezerra Literatura Fbio Dvila Danton Pedro dos Santos Matemtica Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba Costa Fsica Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. Saquette Qumica Edson Costa P. da Cruz Fernanda Barbosa Biologia Fernando Pimentel Hlio Apostolo Rogrio Fernandes Histria Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogrio de Sousa Gonalves Vanessa Silva Geografia Duarte A. R. Vieira Enilson F. Venncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer I229 IESDE Brasil S.A. / Ensino Mdio / IESDE Brasil S.A. Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2009. [1.a Srie Livro 01 Livro do professor] 632 p. ISBN: 978-85-387-0307-5 1. Ensino Mdio. 2. Educao. 3. Estudo e Ensino. I. Ttulo. CDD 370.71 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 3. HISTRIA Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 4. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 5. 1 EM_1S_HIS_001 Como aprender histria? Era uma vez... Assim comeavam as histrias que a gente ouvia na infncia. Nelas, heris lutavam pelo bem em mundos mgicos, cheios de mistrios e encantamentos. Suas aventuras nos prendiam a ateno e todas as dificuldades eram superadas. Tudo terminava com um final feliz. Assim eram as histrias que nos contavam. A partir de agora voltaremos a contar histrias, mas de um modo diferente. Os heris do lugar a pes- soas comuns como voc e eu. Os mundos mgicos, com florestas misteriosas e vales encantados, no existem: o mundo no qual vivemos que se apre- senta. Tambm no existem foras do bem lutando contra as foras do mal nas histrias que contare- mos aqui essa diviso entre mocinhos e bandidos no acontece. Bem diferente, no? Sim, porm o mais im- portante que das histrias que vamos mostrar o fim ainda no est definido. At porque o tempo no para! Neste mdulo inicial, pretendemos lhe mostrar as caractersticas da Histria que vamos aprender aqui, salientando as suas particularidades para voc se orientar melhor em seus estudos. Uma definio (inicial) de Histria Como podemos definir a Histria? De maneira rpida, poderamos defini-la como a cincia que es- tuda o passado. No deixa de estar correto: o histo- riador (profissional que estuda e pesquisa a Histria) tem como objetivo em seus estudos compreender o ontem, o que passou. Mas uma definio como essa no to simples quanto parece. Vrias perguntas insistem em marte- lar nas nossas cabeas: Pra gente saber Histria necessrio decorar as principais datas? A Histria feita pelos grandes homens so eles que fazem a diferena? Como possvel conhecer pocas pas- sadas se as pessoas que l viveram esto mortas? Essas perguntas so muito importantes para entender o que Histria. A definio que mostramos acima no nos ajuda a respond-las. Por isso faremos algo diferente. Ao invs de tentar mostrar o que a Histria em uma simples frase (vemos que isso no to simples quanto parece), mostraremos o que a Histria e o que ela no . Com isso vamos apresen- tar a matria com mais nitidez a voc afinal, este mdulo se intitula Como aprender Histria?. Qual a diferena entre histria e Histria? Embora sejam palavras muito parecidas, com uma diferena sutil, o significado de cada uma marcante. Quando falamos em histria (ou mesmo estria) estamos nos referindo s fbulas que cita- mos no incio deste captulo, nas quais o contador de histrias narra uma fico. Isto , a realidade que ele tenta recriar est baseada em sua imaginao, no no que poderia ter ocorrido. O mesmo no ocorre com a Histria (com h maisculo). Esta se refere busca do historiador em recriar o passado com rigor cientfico, a partir de provas, sinais e vestgios concretos vindos dele. Ele no inventa o passado. Sua tarefa no criar algo que no existiu, mas sim buscar saber como era o passado a partir de fatos concretos que vm dele da a Histria ser entendida como cincia e no como uma mera fico. No fim, ambas as palavras tentam recriar uma realidade. S que histria, em forma de fico; e His- tria, a partir de evidncias concretas. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 6. 2 EM_1S_HIS_001 Mas onde o historiador encontra o passado? Vimos que a Histria no pode ser inventada. Ela s pode ser escrita com base em provas que comprovem suas afirmaes. Se o historiador afirma que houve escravido no Brasil durante boa parte do sculo XIX porque ele tem como provar isso. Mas, que tipo de provas so essas? A estas provas, a estes vestgios vindos do passado chamamos de fontes primrias: tudo aquilo que foi elaborado num tempo anterior ao presente. Podem ser fontes primrias, por exemplo, jornais do incio do sculo XX, manuscritos medievais, fotografias tiradas durante a Segunda Guerra Mundial, cartas de exilados polticos, livros de poemas, pinturas do Renascimento italiano, vasos de cermica utilizados por homens pr-histricos... Enfim, tudo aquilo que foi elaborado em um contexto passado. a partir dessas marcas que o historiador guia a sua pesquisa em busca da compreenso do que ocorreu. Isto , o historiador torna-se tal qual um detetive, que sai cata de provas que lhe forneam elementos para interpretar o passado. Assim ele es- creve a Histria. Com a fonte na mo (por exemplo, um jornal) ele tenta entender o que ela diz; o que ela deixa de dizer; quem a elaborou; com que ob- jetivo ela teria sido elaborada; quem tinha acesso a ela; para que servia; a quem interessava etc. como um legtimo investigador que tenta se aproximar do passado embora este seja um momento perdido para sempre. Mas nesta busca pelo passado, a Histria uma cincia to exata, precisa em achar um resultado, como a Fsica ou a Matemtica? No, porque ela no tem uma resposta exata s perguntas que formula. No h teoremas isto , de- monstraes lgicas de problemas na Histria. Ela se pauta por uma lgica diferente da lgica matemtica. Ao contrrio das cincias exatas, a Histria possui um fator decisivo que a interpretao. Ao mesmo tempo em que o historiador tem o rigor cien- tfico de se amparar em provas (as fontes primrias) para entender como foi o passado no inventando nada de sua prpria cabea ele as interpreta de formas diferentes. Como um policial que estando na cena do crime levanta diferentes interpretaes sobre como poderia ter acontecido uma morte. Mas entenda: o interessante que o passado no muda ela j ocorreu e nada podemos fazer para alter-lo. O que muda so as interpretaes sobre esse passado. Como estudar Histria? Bem, at agora vimos um pouco como a Histria produzida um processo nada simples que envolve muita interpretao e subjetividade. Agora vamos entender como a Histria pode ser estudada de forma agradvel e clara. Muitas pessoas possuem algumas ideias equivocadas sobre como estudar Histria. Vejamos algumas delas: Estudar Histria fcil: basta decorar as datas! Nada mais equivocado! Mesmo que voc sai- ba as principais datas da Revoluo Francesa, por exemplo, no quer dizer que conseguir entend-la melhor. Um dos motivos que a escolha de tais datas muitas vezes arbitrria. Mas o principal que as datas s servem para referncia como se fossem placas indicativas. Voltando ao caso da Revoluo Francesa, o importante no decorar que no dia 14 de julho de 1789 houve o incio da Revoluo, com a invaso da Bastilha pelos rebeldes. O importante buscar as causas que motivaram esse ato (entender que a situa- o na Frana antes desse perodo estava crtica para grande parte da populao, que se revoltou contra o maior smbolo do poder absolutista que era a priso onde eram detidos os inimigos do rei no caso, a Bastilha) e as consequncias de tal ato (ele inaugurou um processo revolucionrio intenso que se deu em Paris e depois se alastrou obrigando ao rei francs ceder s presses). Entender todo esse processo de forma conjunta o que chamamos de processuali- dade: como ela se desenvolve recheada de causas e efeitos. As datas s entram como coadjuvantes ou mesmo figurantes para mera orientao. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 7. 3 EM_1S_HIS_001 Mas se entender a Histria entender o processo histrico, o que faz parte desse processo? Ver a histria como processo o mesmo que perceber que tudo faz parte da Histria. Em outras palavras, aspectos polticos, econmicos, sociais, culturais, religiosos etc. influenciam na dinmica da Histria. Ento a Histria no feita pelos atos de heris, grandes homens? Claro que no. Primeiro, quem so os grandes homens? Muitas vezes indivduos que so alados a tais ttulos pela Histria oficial a fim de cumpri- rem funes de exaltao do sentimento nacional legtimos patriotas que se destacaram por terem atuado a favor de seu pas. Servem como exemplos a serem seguidos. Na verdade, a ideia de pensar a Histria como obra dos feitos de grandes homens vai de encontro com a ideia de processo. Alm disso, esconde o fato de que, por mais que um indivduo tenha uma des- tacada capacidade intelectual, militar etc., no so somente seus atos, suas vontades que determinam as aes sociais. Na verdade h uma tenso entre o que poderamos chamar de estrutura (o meio social com suas determinaes prprias) com o sujeito. O paradoxo o seguinte: o sujeito est determi- nado pela estrutura social que o cerca (ela fornece os limites de sua atuao) e, ao mesmo tempo, determi- na essa estrutura social. Ele est preso aos limites dela, mas tem uma certa liberdade. Por exemplo: ele no pode se tornar um homem do sculo XIII, com as concepes, hbitos, atitudes de um homem medie- val sua estrutura social no permite isso mesmo que ele tenha muita vontade. Ele est numa sociedade que vive o sculo XXI e seus padres e atitudes esto determinados por isso. Mas dentro de sua estrutura ele pode tomar as mais variadas atitudes. O que nos interessa saber que ns fazemos parte da Histria. E no como espectadores, s assis- tindo na platia, vendo tudo de forma passiva e sim como atores no palco, atuando queiramos ou no. A nossa relao com o tempo ou mesmo com a histria j foi representada diversas ve- zes no cinema. Indicamos aqui trs filmes. Forest Gump: o contador de histrias (1994). Direo: Robert Zemeckis. Com Tom Hanks, Robin Wright, Gary Sinise, Mykelti Williamson e Sally Field. Este filme narra a histria da vida de um norte-americano simples, Forrest Gump. Rea- liza uma excelente relao entre realidade e fico ao fazer com que fatos reais da segunda metade do sculo XX nos EUA sejam vividos por ele, uma personagem fictcia. Um bom filme para entender a histria do perodo, apesar de ser uma fico. Uma Cidade sem Passado (1990). Direo: Michael Verhoeven. Com: Lena Stolze e Hans-Reinhard Mller. Baseado numa histria real, o filme mostra a histria de uma garota que decide participar de um concurso de redao com o tema Minha Cidade no Terceiro Reich, na Alemanha aps o Nazismo. Ela acreditava que sua cidade tinha se mantido intacta ao regime nazista. Porm, v que boa parte colaborou ao regime e sofre ao encontrar obstculos (inclusive ameaas pes- soais) ao prosseguir a pesquisa. O filme um belo exemplo da tensa relao existente entre Histria e memria: daquilo que aconteceu (Histria) em contraste com aquilo que se quer lembrar (memria). Corra Lola, Corra (1998). Direo: Tom Tykwer. Com Franka Potente e Moritz Bleibtreu. Conta a histria de Lola, que tem vinte minutos para conseguir uma grande quantia em dinheiro para impedir que seu namorado assalte uma loja. O filme mostra as peripcias de Lola em trs verses com finais diferentes um do outro. Indiretamente o filme reflete a relao entre causa e efeito: nas aes das pessoas. Isto , o leque de possibilidades que um indivduo tem ao tomar uma ao e todas as consequncias que derivam disso. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 8. 4 EM_1S_HIS_001 Histria: diviso em perodos Histria: diviso em perodos Pr-Histria (do surgimento do homem at por volta de 3 000 antes de Cristo) Idade Antiga (3 000 a.C. 476 d.C.) Idade Mdia (476 d.C.1453 d.C.) Idade Moderna (1453 1789) Idade Contempornea (1789 - at os dias atuais ) Quais so os critrios para essa diviso? Essa diviso tem alguns critrios que merecem destaque. Diviso entre Pr-Histria e Histria Na verdade no houve um perodo antes (pr) da Histria. A razo para tal terminologia deve-se ao fato de que, no momento em que houve essa diviso (no sculo XIX), acreditava-se que a Histria s poderia ser conhecida a partir de documentos, fontes escri- tas isto , s a partir de 3 000 a.C. que haveria a possibilidade de se conhecer o passado. Antes desse perodo seria impossvel pelo fato de a escrita, de re- latos ou fontes escritas no existirem. (Como veremos no captulo seguinte, essa ideia j est mais do que ultrapassada, mas o nome permanece.) Na verdade, a ideia da formulao de um calen- drio muito complexa e traz muitas sutilezas. Ano zero Antes de tudo necessrio entendermos que no houve o ano zero. A contagem dos anos iniciou com o um, no com o zero. No houve o ano zero na n ossa era. Basta contar nos dedos: assim como no temos um dedo zero, no temos um ano zero! Clculo do sculo Com base nessa lgica, podemos ver que o clculo do tempo, principalmente o dos sculos, segue uma conformao bsica. Para descobrir a que sculo pertence determi- nado ano devemos efetuar o seguinte clculo: Ano (dois primeiros dgitos) + 1 = sculo correspondente. Exemplo: o ano 1768 de qual sculo? 17 (dois primeiros dgitos de 1768) + 1 = s- culo 18 (ou XVIII). Do contrrio, para descobrir quais anos englo- bam determinado sculo basta calcular: Sculo - 1 = ano correspondente. Exemplo: o sculo 19 abrange quais anos? 19 1 = 1801 (at 1900). Preste ateno: os clculos acima so vlidos se o ano no termina em zero. Quando o ano tem como terminao o zero no necessrio clculo: os dois primeiros dgitos correspondem ao sculo. Exemplo: o ano 2000 de qual sculo? 20 (dois primeiros dgitos de 2000) = sculo 20 (ou XX, pois se convenciona nomear o sculo em nmeros romanos). Nascimento de Cristo divide o calendrio Mesmo atentos a esses aspectos mais formais, a histria do calendrio tem outras sutilezas. Por exemplo, como entender a data de nascimento de Cristo? De acordo com estudos histricos mais recen- tes, a data de nascimento de Cristo teria ocorrido aproximadamente em 4 a.C. antes da morte de Herodes, rei que no episdio bblico manda matar todas as crianas para evitar a profecia da vinda do Salvador. Sim, segundo a lgica do calendrio, Cristo nasceu quatro anos antes dele mesmo! Mas como isso foi possvel? A Igreja determinou no sculo VI a data do Natal (nascimento de Cristo). E, de quebra, a criao no calendrio de uma nova era a partir do nascimento do Messias a Era Crist (sinalizada nas datas por d.C., depois de Cristo, ou a.D., anno Domini, ano do Senhor em latim; antes desse perodo sinaliza-se com a.C., ou antes de Cristo). Tal determinao ocorreu devido a clculos inspirados em calendrios anteriores que situavam o nascimento de Cristo em dezembro do ano de 753 da era romana (os romanos contavam o tempo tendo como marco a fundao de Roma). Que dia hoje? Outra pergunta de resposta no to bvia. Claro que temos uma regulao oficial do tempo, um calendrio oficial. Mas, at os dias de hoje, existem ainda vrios tipos de calendrios em vigor o judaico, o muulmano, o hindu etc. cada um Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 9. 5 EM_1S_HIS_001 com um marco inicial especfico, cada povo com sua forma de contar o tempo. Como exemplo da variedade de calendrios devemos nos voltar ao mais antigo deles, o do antigo Egito. Criado h mais de 6 000 anos para regular as atividades com as cheias do Nilo, sua medio do tempo era regulada a partir da obser- vao dos astros. Isso influenciou a marcao do tempo em outras culturas, que utilizaram o mesmo princpio. Nessa medio um dia corresponde a uma ro- tao da Terra em seu eixo, ou o tempo que separa duas alvoradas, intervalo que varia de 23h59min39 at 24h00min30 durante o ano. Todavia, essa mni- ma impreciso gera erros e atrasos nos calendrios ao longo do tempo. Para tapar esses buracos vrios povos fizeram reformas para evitar os de- sajustes. Os romanos, por exemplo, adicionaram um dia a cada quatro anos de 365 dias. Era o ca- lendrio Juliano (em homenagem a Jlio Csar, o responsvel pela reforma). A mudana romana foi quase perfeita. Porm, ainda havia descompassos que foram sanados no Conclio de Trento, com o papa Gregrio XIII, em 1582. O truque para ajustar a passagem do tem- po com o calendrio foi simples: apenas os anos divisveis por 400 permanecem bissextos. Eles ocorrem em 1600 e 2000, mas no em 1700, 1800 ou 1900. Esse calendrio, chamado de gregoriano, vigente at hoje e s permite um desvio de trs dias em 10 mil anos! (MORIN, Herv. Virada de Ano no Inicia um Novo Sculo. Folha de S. Paulo, 02 jan. 2000.) Os quatro perodos da Histria A diviso da Histria em quatro perodos no busca traar uma evoluo geral da humanidade como pode parecer num primeiro momento. Na ver- dade, se olharmos com mais ateno, uma diviso que tenta privilegiar o papel do Ocidente (principal- mente Europa) no desenvolvimento mundial. A Idade Antiga seria o local das razes culturais da Europa (Grcia e Roma); A Idade Mdia o local do floresci- mento das naes europeias; a Idade Moderna com a cultura refinada do Renascimento e com as Grandes Navegaes e a Idade Contempornea com a Revo- luo Industrial e a Revoluo Francesa mudando os padres e parmetros. Esse esquema no pretende mostrar a evoluo da humanidade em escala mundial e sim a histria do progresso da Europa de Atenas at o sculo XX. Como se a marcha do mundo mostrasse a ascenso europeia e ocidental sobre o mundo. Uma prova disso que geralmente no apren- demos a histria de outros povos como os chineses, com seu grande e poderoso imprio ou mesmo os reinos africanos. Note que s estudamos a China (ou sia), a frica ou mesmo os ndios no Brasil quando esses esto sofrendo a interferncia europeia (seja no contexto das Grandes Navegaes ou do Imperialismo, por exemplo). A persistncia da memria, 1931. Salvador Dali. Todos os povos tm a sua prpria Histria. Mas a viso etnocntrica (isto , aquela viso que voltada para si prprio sem se interessar pelo ponto de vista alheio) e eurocntrica (cujo o ponto de referncia a Europa) dos perodos da Histria humana impede que tenhamos uma viso ampla. Sem que tenhamos conscincia, aprendemos a Histria da conquista europeia disfarada de Histria da Humanidade. (FGV) O costume de dividir a histria em trs grandes1. pocas (Antiga, Medieval e Moderna) surgiu: durante a Revoluo Francesa;a) durante a Reforma;b) aps a Revoluo Russa;c) durante a Renascena;d) aps a Segunda Guerra Mundial.e) Soluo:`` Justificativa: A ideia de uma histria que se divide em trs tempos veio com a Idade Moderna, mais precisamente com o Renascimento. Esse movimento foi o responsvel pela ideia negativa de que a humanidade tinha passado por um tempo mdio (perodo medieval, a noite dos mil anos), um intervalo que no deu continuidade cultura Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 10. 6 EM_1S_HIS_001 clssica que tanto tinham como referncia. Essa diviso sofre modificao com a Revoluo Francesa, que por ter sido um acontecimento to fora dos parmetros inau- gurou uma nova era: a Idade Contempornea. O que Histria?1. Qual a diferena entre histria e Histria?2. O que so fontes primrias?3. Qual a importncia das fontes primrias para o conhe-4. cimento da Histria? Por que a Histria no uma cincia exata?5. Qual a importncia do conhecimento das datas e do6. processo ao se estudar Histria? Quem faz parte da Histria? Algum no faz?7. Existe uma Histria da humanidade na periodizao da8. Histria geral? Qual a semelhana entre um historiador e um ficcionista?9. Associe a afirmao da coluna A com a alternativa10. correta da coluna B. Coluna A: (A)Pr-Histria (B)Idade Antiga (C)Idade Mdia (D)Idade Moderna (E)Idade Contempornea Coluna B: Ricardo Corao de Leo vai lutar nas Cruzadas()( (1189-1192). O homem aprende a domesticar os animais (por vol-()( ta de 8000 a.C.). Lutero expe as suas 95 Teses (1517).()( O homem chega Lua (1969).()( Roma vence Cartago na Terceira Guerra Pnica()( (146 d.C.). A diviso clssica da Histria em Antiga, Medieval,1. Moderna e Contempornea hoje bastante discutida. Essa diviso se pauta em algumas concepes de Histria, exceto: conduz ideia de hierarquia nos vrios aconte-a) cimentos. leva em considerao apenas a civilizao ocidental.b) no leva em conta a noo de processo histrico ec) as transformaes dela decorrente. demonstra a fragilidade desta compartimentao,d) ignorando outros fatos histricos tambm conside- rados importantes. uniformiza os vrios perodos quanto sua impor-e) tncia. Encontre a afirmativa falsa:2. A Histria deve ser pensada em termos de tempo,a) e no de histria. A Histria uma sucesso de acontecimentos emb) ordem cronolgica. A diviso da Histria em perodos precisa e natural.c) A datao dos anos era feita a partir de certos rei-d) nados entre todos os povos da Antiguidade. A Histria uma cincia que estuda o passado,e) muitas vezes para compreender o presente. (UnB modificada) Assinale a alternativa incorreta no3. que est relacionado Histria: Hoje, ela est voltada preferencialmente para o es-a) tudo dos grandes fatos polticos, com destaque para a biografia dos governantes. Tendo em vista sua atual opo por compreenderb) globalmente a sociedade, a Histria no mais se preocupa tanto com a investigao dos eventos. Ao contrrio do que ocorreu no sculo XIX, hoje ac) Histria busca um caminho prprio, desvinculado das demais cincias sociais. O estudo das fontes e a crtica dos documentos sod) partes fundamentais do processo de produo his- toriogrfica. (PUC-SP) ... o tempo a minha matria, o tempo pre-4. sente, os homens presentes, a vida presente. Carlos Drummond de Andrade. Mos dadas, 1940. Se o pre- sente o tempo do poeta, resta ao historiador somente o tempo passado? Justifique sua resposta, procurando discutir as relaes que a histria ou o historiador podem estabelecer entre presente e passado. (Elite) [...] os homens fazem sua prpria histria, mas5. no a fazem como querem; no a fazem sob circuns- tncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. (Karl Marx) Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 11. 7 EM_1S_HIS_001 No texto acima, Marx conclui que: o homem um produto do meio.a) o homem faz sua histria conforme sua exclusivab) vontade. o homem faz sua histria sob o aproveitamentoc) consciente do meio em que vive. o homem faz sua histria sob circunstncias comd) que se defronta diretamente, herdadas de seu pas- sado. o homem no capaz de fazer sua histria.e) A Histria pode prever o futuro? Justifique sua res-6. posta. Qual a relao entre o eurocentrismo e o etnocentrismo7. na Histria? Responda um exemplo prtico: caso Adolf Hitler no8. tivesse nascido, haveria o nazismo e a Segunda Guerra Mundial? Justifique sua resposta. movimento histrico mais amplo que impulsionava suas aes. Com base nesse ponto de vista, responda: das afirmaes abaixo, qual(is) (so) diretamente favorvel (is) a tal concepo? I. Essa viso da histria nos faz pensar que os ho- mens fazem a sua prpria histria, mas no a fa- zem segundo a sua livre vontade; no a fazem sob circunstncias de sua escolha, mas sob aquelas circunstncias com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado Karl Marx. II. Essa viso da histria se pauta por ser concebi- da como um sistema fechado. Isto , concebe as aes como se fossem autossuficientes, autojusti- ficadas pelo panorama da poca, alheias vontade humana. Isso deve acabar. Devemos nos voltar a uma histria na qual as anlises das aes huma- nas so vistas como inseridas dentro de determi- naes sociais, mas sem estarem aprisionadas por quaisquer determinismos geogrficos, climticos, biolgicos etc. III. Essa viso da histria consegue nos fornecer a chave para entendermos a complexidade social, ao nos salientar que so nas condies materiais de existncia onde residem as formas gerais para se compreender o sentido profundo do meio social como um todo. IV. Essa viso da histria nos demonstra o funciona- mento do que alguns chamam de Roda da His- tria: a fora presente na sociedade, da qual no podemos escapar, e que determina as atitudes dos homens em seu tempo. I, II, III.a) I, III, IV.b) Apenas a I.c) Apenas a IV.d) I, II, IV.e) Quando algum inova ou se destaca por algo dife-9. rente (um invento, uma teoria nova, uma descoberta, uma explicao), geralmente se diz que fulano era um homem fora de seu tempo. No campo da Fsica, o cientista ingls Isaac Newton foi um desses inova- dores. Com base nisso, responda: No que Newton contribuiu, naquilo que tantoa) inovou no campo da Fsica, para que possamos classific-lo como algum muito prximo no- o de homem fora de seu tempo? Newton estava alm de seu tempo? Pode al-b) gum viver fora de seu tempo? Por qu? (Elite) Em 1492, o sonho de Colombo, de avistar terra10. depois de longo tempo de viagem, tornava-se realida- de. Embora o navegador achasse at o fim da vida que chegara s ndias, na verdade descobrira a Amrica: o maior evento da poca das Grandes Navegaes. No nascimento da Idade Moderna, poca de profundas mudanas no contexto europeu, muito se especulou a respeito de como foi possvel, justo naquele momento, a descoberta do Novo Mundo. Postulam algumas ten- dncias historiogrficas que, caso Cristvo Colombo no existisse, a Amrica seria descoberta de qualquer modo por outro navegador naquele mesmo contexto. Isto , a descoberta no teve influncia da ao do navegador genovs: ele s foi um agente dentro de um Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 12. 8 B CCCC DDD E A A cincia que estuda o passado.1. As duas criam uma realidade: a diferena que a histria2. (em minscula) feita a partir da criao do ficcionista; j a Histria (em maiscula) feita da anlise das fontes primrias realizada pelo historiador. So as marcas, os vestgios do passado que chegaram3. ao presente. So o material de anlise do historiador - a partir delas4. que ele reconstri o passado. So as provas que validam suas ideias sobre ele. Porque ela no tem uma resposta exata para suas per-5. guntas. Embora haja um conhecimento objetivo (por exemplo, foi no dia 7 de setembro de 1822 que o Brasil se declarou independente), h sempre uma interpre- tao sobre ele (quais foram as razes que levaram independncia? Houve uma independncia de fato ou a continuao da dependncia de outra forma - agora econmica?). Datas: informaes para referncia.6. Processo: entender as causas e os efeitos dos aconte- cimentos histricos (compreender histria mais que decorar datas). Toda pessoa um sujeito histrico - ningum pode7. (mesmo que queira) estar fora dos acontecimentos histricos. No. Se houvesse a periodizao da Histria da huma-8. nidade, seriam contemplados acontecimentos de toda a humanidade, e no s os da Europa (queda do Imprio Romano, incio da Revoluo Francesa etc.). E, alm disso, o tempo no estaria dividido em antes ou depois de Cristo (uma figura fundamental para o cristianismo, mas no para o judasmo, hindusmo, islamismo etc.) Ambos recriam uma realidade. O primeiro a partir de9. provas (as fontes primrias), o segundo a partir de sua imaginao (as fbulas, os contos etc.) Resposta da Coluna B, de cima para baixo: C, A, D,10. E, B. C1. EM_1S_HIS_001 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 13. C2. A3. Resposta pessoal. O aluno deve discutir a influncia do4. presente sobre o trabalho do historiador e o seu papel na atualidade. D5. No. O que a Histria pode compreender a situao6. atual (presente) e, a partir da, levantar possveis cenrios para o futuro mas nunca pode saber com certeza o que ocorrer no amanh. Eurocentrismo: ver tudo a partir da Europa.7. Etnocentrismo: ver tudo a partir de si mesmo, sem considerar a existncia do outro. Isso aparece na Histria quando percebemos que a diviso dos perodos histricos no uma diviso da Histria da humanidade como um todo, e sim a Histria do progresso da Europa: de seu incio (Grcia e Roma como as razes da cultura ocidental) at sua conquista efetiva do mundo com a Revoluo Francesa e Industrial, marcos da Histria Contempornea. Esta pergunta nos leva questo: quem faz a Histria?8. A resposta seria no, se acreditarmos que a Histria feita pelos atos dos grandes homens - afinal, segundo essa viso, como poderia haver o nazismo sem Hitler? J a resposta seria sim, caso crssemos numa roda da Histria, uma espcie de fora que faz a Histria acontecer e na qual as pessoas esto subordinadas (no importa sua vontade ou ao, nada mudaria o curso dos acontecimentos). Na verdade, a Histria no feita pelas mos dos gran- des homens, nem por foras subterrneas que regulam nossos atos. A Histria feita pelas mos de todos, que executam suas aes com base num leque de opes dado por sua poca. Com isso, esta uma pergunta retrica: no temos como respond-la at porque no h um laboratrio onde essa possibilidade possa ser testada. 9. I. Teoria da Gravitao Universal foi uma de suasa) maiores inovaes. Newton no estava alm de seu tempo: como eleb) mesmo disse, S vi mais longe, pois me apoiei em ombro de gigantes isto , suas teorias s foram possveis devido a um conhecimento pr-existente. Mas o certo que ningum pode estar alm de seu tempo pelo simples fato de que somos muito determinados pela sociedade na qual vivemos. Em suma: o indivduo tem liberdade de ao dentro de um espao predeterminado. D10. 9 EM_1S_HIS_001 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 14. 10 EM_1S_HIS_001 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 15. 11 EM_1S_HIS_001 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 16. 12 EM_1S_HIS_001 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 17. ENSINO MDIO 1.a SRIE - LIVRO 1 LIVRO DO PROFESSOR Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 18. 2006-2009 IESDE Brasil S.A. proibida a reproduo, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorizao por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Produo Projeto e Desenvolvimento Pedaggico Disciplinas Autores Lngua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales Mrcio F. Santiago Calixto Rita de Ftima Bezerra Literatura Fbio Dvila Danton Pedro dos Santos Matemtica Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba Costa Fsica Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. Saquette Qumica Edson Costa P. da Cruz Fernanda Barbosa Biologia Fernando Pimentel Hlio Apostolo Rogrio Fernandes Histria Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogrio de Sousa Gonalves Vanessa Silva Geografia Duarte A. R. Vieira Enilson F. Venncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer I229 IESDE Brasil S.A. / Ensino Mdio / IESDE Brasil S.A. Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2009. [1.a Srie Livro 01 Livro do professor] 632 p. ISBN: 978-85-387-0307-5 1. Ensino Mdio. 2. Educao. 3. Estudo e Ensino. I. Ttulo. CDD 370.71 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 19. HISTRIA Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 20. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 21. 1 EM_1S_HIS_002 Pr-Histria Por que estudamos a Pr-Histria? Ela vem antes da Histria? Na verdade no. Como vimos no mdulo anterior, esse nome vem do perodo referente ao passado humano, antes da escrita. Antigamente, se acreditava que a histria s passou a existir aps o surgimento da escrita (ela s poderia ser contada se houvesse documentos, lembra?). Sabemos que no se acredita mais nisso, mas o termo Pr-Histria pegou. Ento, quando voc ouvir falar nela no pense que se trata de algo antes da Histria, mas sim antes da escrita. Quando a gente fala de Pr-Histria logo nos vm cabea imagens de dinossauros, homens das cavernas caando e lidando com objetos de pedra. Mas cuidado, nem tudo aquilo que temos em mente corresponde ao que foi a Pr-Histria. Definio de Pr-Histria Chamamos de Pr-Histria o perodo que abran- ge todo o passado humano antes da escrita (aproxi- madamente de trs milhes de anos at 3 000 a.C.), momento no qual o homem deixou de ser mais um animal entre os outros e passou, progressivamente, a ter uma posio de destaque na natureza pois pas- sou a domin-la, a modific-la. Da a importncia de estudarmos essa poca, pois, dessa maneira, vamos entender como os nossos ancestrais mais longnquos conseguiam viver na natureza. Como podemos conhecer esse perodo? Vimos no mdulo anterior a diferena entre um contador de histrias (ou estrias) e um historiador. O primeiro recria a realidade em forma de fico. J o segundo busca saber como era o passado a partir de fatos concretos que vem dele, busca o que pas- sou por meio de suas marcas, de suas sobras (o que chamamos de fontes ou fontes primrias). Quais seriam as marcas que a Pr-Histria deixou? Quais as fontes que informariam sobre isso? Como no existiam livros escritos naquela poca (anterior escrita) o acesso ao passado pr-histrico se faz por meio dos vestgios materiais daqueles ho- mens (o que chamamos de cultura material em asso- ciao ao homem). A busca e anlise de tais vestgios se faz por meio da Arqueologia, cincia que estuda as sociedades por intermdio dos vestgios materiais produzidos por elas graas aos seus estudos nosso conhecimento sobre a Pr-Histria avanou. Mas que vestgios so esses? So os materiais produzidos ou utilizados pelo homem o que cha- mamos de artefatos. So exemplos: artefatos lticos (os feitos de pedra): ferra- mentas, esculturas etc; cermica (barro cozido); pinturas rupestres (paredes de cavernas); artefatos feitos de ossos de animais. A arte rupestre: exemplos da arte do homem pr-histrico. Figura da caverna de Lascaux, Frana. Alm desses elementos, restos fossilizados de esqueletos humanos so estudados por meio de anlises fsicas e qumicas, buscando-se precisar sua datao como o carbono 14 (tcnica de datao que tem como princpio rastrear a diminuio da quanti- dade dessa substncia qumica em restos de seres vivos; notou-se que h uma diminuio progressiva dessa substncia ao longo do tempo, o que possibi- lita a datao). De tanta coisa que se pode encontrar espalhado por a, como saber se uma lasca de pedra foi uma fer- ramenta utilizada pelos homens das cavernas e no uma pedra que se partiu ao rolar de um barranco? Essa dvida no s nossa. Todo arquelogo ou pr-historiador (nome dado ao historiador que estuda a Pr-Histria) tem o mximo de cuidado com Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 22. 2 EM_1S_HIS_002 isso. Todo o estudo s faz sentido se o pesquisador encontra tudo articulado dando indcios que o lo- cal seria uma habitao humana (por exemplo, um crculo no cho coberto por folhas de rvores e por terra diferente da encontrada ao redor). O local onde os pesquisadores fazem esse trabalho chama-se stio arqueolgico. O stio arqueolgico seria como o local de um crime: tudo deve ser visto com o mximo de cuidado para no se alterar o ambiente em que foi encontrado. Nada pode ser retirado do local sem ser anotado onde estava e prximo de quais objetos. A partir da o especialista interpreta o que seria esse ambiente; qual a funo de determinado artefato em determinado lugar. Tenta reconstruir um momento perdido h milhares de anos, a cena de muitos s- culos passados. Levanta questes, hipteses sobre o local. Ele pode se equivocar, mas se errar no foi porque inventou algo o especialista sempre parte das pistas deixadas pelo passado, sem elas ele no o reconstri e sim porque talvez tenha teorizado de forma equivocada. Ter rigor cientfico no quer dizer encontrar sempre a verdade. Quando voc ver na TV alguma descoberta de um fssil ancestral do homem tome cuidado, pois nem toda a descoberta interessante estudada pela Pr-Histria. S a interessa caso o fssil esteja associado vestgios que possam dar indcios de serem artefatos utilizados ou produzidos pelo homem. Do contrrio, a descoberta interessa no Pr-Histria e sim Paleontologia toda vez que no estiver associada com artefatos. Cronologia A maior parte do passado humano ocorreu na Pr-Histria. Mas como estud-la se temos to poucos e limitados fragmentos sobre esse perodo? Quando se tentou elaborar uma cronologia para a Pr-Histria levou-se em considerao a relao entre o homem e as suas ferramentas. Assim esse perodo estaria dividido em trs fases principais: Paleoltico (ou Idade da Pedra Lascada): do surgimento dos homindeos at por volta de 10000 a.C. Aqui o homem teria como artefatos instrumentos de pedra (lticos) obtidos com o lascamento de pedras. Mesoltico perodo de transio. Um pero- do no qual aquela sociedade encontrava-se em transio, com mudanas para uma nova etapa. Neoltico (ou Idade da Pedra Polida): de 8 000 at o surgimento da escrita, 3 000 a.C. Nesse ltimo momento (a ser estudado no prximo mdulo) o homem teria artefatos lticos que no seriam s lascados, mas polidos eviden- ciando um considervel avano tecnolgico para a poca. Desenvolvimento humano Antes de entrarmos no detalhamento do que corresponde a cada parte da cronologia da Pr- Histria necessrio entender como o homem se fez homem: isto , quais os fatores que possibilitaram nossa espcie conquistar o ambiente natural de forma to mpar. Entre esses fatores est o que cha- mamos de processo de hominizao. Por intermdio dos achados e da pesquisa arqueolgica sabemos que o homem no surgiu pronto; suas caractersticas fsicas e culturais se constituram ao longo do tempo; que, anterior aos homindeos, havia vrias espcies a caminho da humanizao (Australopithecus, Pithecantropos, Sinantropus), mas se extinguiram antes por meio da seleo natural conceito da Biologia no qual os se- res vivos melhor adaptados ao ambiente conseguem sobreviver e deixar descendentes. Ao longo do tempo, a nossa espcie sofreu o que se chama de processo de hominizao: ocorrido ao longo do tempo, fez com que as mais remotas formas de vida humana os homindeos adquirissem ca- ractersticas que as tornaram to diferentes de outros animais. Algumas teorias tentam explicar o fenmeno da transformao biolgica do ser humano. Citamos algumas delas: Bipedismo ns nos tornamos o que somos porque caminhamos sobre dois ps, liberan- do as mos para a fabricao de objetos (o que permitiu o desenvolvimento da nossa inteligncia). Caa foi por meio da caa que o homem ad- quiriu caractersticas inditas, pois aprendeu a conviver em grupo, desenvolveu ferramen- tas para caar e tudo isso, no final, promoveu a evoluo da nossa espcie. Linguagem a linguagem desenvolvida pelo homem propiciou o desenvolvimento da sua inteligncia. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 23. 3 EM_1S_HIS_002 O que expomos so tentativas de explicar a condio atual do homem por intermdio de teorias sobre o que poderia ter ocorrido no passado. Todas so passveis de defesas e crticas e nenhuma delas consenso entre os estudiosos. O certo que o pro- cesso de hominizao que possibilitou a formao da espcie humana ocorreu com a influncia de fatores tanto culturais quanto biolgicos. No houve um determinante nico: perceber que a formao do ho- mem foi produto da influncia inseparvel da cultura e da biologia a chave para entender o quanto foi complexo o desenvolvimento do Homo sapiens. Dinmica histrica A Pr-Histria, como vimos, est dividida em trs momentos distintos. Essa diviso foi feita de acordo com o critrio de classificao dos vestgios materiais recentemente encontrados desse passado antes do surgimento da escrita. Os vestgios que interessam aos estudiosos, de modo geral, so ar- tefatos lticos produzidos pelo homem pr-histrico. A descoberta e anlise desse material permitiu a esses estudiosos, classificar tais objetos em trs fases distintas: o perodo Paleoltico, tambm conhe- cido como Idade da Pedra Lascada e o Neoltico ou Idade da Pedra Polida. Entre o primeiro e o segundo perodo, considera-se a existncia de um perodo de transio: o Mesoltico. Segue abaixo as caractersticas presentes no Paleoltico e no Mesoltico. As caractersticas do Neoltico sero vistas no prximo mdulo. Paleoltico (500 000 a.C. a 18 000 a.C.) O perodo Paleoltico temporalmente o mais duradouro da histria do homem. durante esse momento que nossa espcie se desenvolve e alcana as caractersticas que possui hoje. So caractersticas desse perodo: Pedra lascada : os artefatos datados desse perodo so feitos pelo modo mais simples que existe, o lascamento das pedras. Domnio do fogo : inicialmente encontrado na natureza (como consequncia da queda de raios), o fogo foi dominado pelo homem. Pintura rupestres : a pintura nas pedras tinha para o homem pr-histrico segundo teses de especialistas um sentido prximo do mgico ou religioso. Habitao em cavernas: o homem no habita- va em aldeias como ocorrer no Neoltico. Caadores / pescadores e coletores (noma- dismo): para conseguirem seus alimentos, o homem paleoltico praticava a caa, pesca e coleta de alimentos. Vivia no que chamamos de economia coletora de subsistncia. Para sobreviver ele no vivia em um local definido. Migrava constantemente de um local para outro, sempre em busca de alimentos para sua manuteno. Essa falta de um local fixo para morar o que chamamos de modo de vida nmade. Mesoltico O Mesoltico pode ser entendido de duas for- mas. Primeiro como um perodo de transio entre o Paleoltico e o Neoltico em que se nota uma mudan- a social ainda em transio. Segundo, na classifica- o dos perodos da Pr-Histria a partir da cultura material produzida, o Mesoltico caracterizou-se por possuir micrlitos lascas de pedra minsculas e extremamente afiadas, com funo cortante. Os micrlitos mostram um grande avano tecnolgico daquela sociedade. Apesar de a Pr-Histria ser o perodo de maior durao na histria humana, representa pouco se comparado com o tempo anterior a ela (antes do surgimento do homem). Como prova disso, a revista Superinteressante, anos atrs, elaborou um calendrio baseado na seguinte ideia: como seria comprimir os 15 bilhes de anos do universo em um nico ano hipottico? O resultado nos faz refletir sobre a presena do homem na Terra. 1. de janeiro: Grande Exploso (incio do universo). 1. de maio: origem da Via Lctea. 9 de setembro: origem do sistema solar. 14 de setembro: formao da Terra. 25 de setembro: surgimento da vida na Terra. 15 de novembro: origem das eucariotas (pri- meiras clulas providas de ncleo). Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 24. 4 EM_1S_HIS_002 28 de dezembro: desaparecimento dos di- nossauros. 31 de dezembro s 22h30min: primeiros Homo sapiens. 31 de dezembro s 23h: dissemina-se o uso de instrumentos de pedras. 31 de dezembro s 23h59min20: o homem comea a cultivar seu alimento. 31 de dezembro s 23h59min53: Guerra de Tria. 31 de dezembro s 23h59min56: nascimento de Cristo. 31 de dezembro s 23h59min59: Europa vive o Renascimento cultural e as Grandes Navegaes. Primeiro segundo do Ano Novo: o Agora. Definio do Neoltico Vimos que o Paleoltico foi o perodo inicial da Pr-Histria que teve como maior importncia o fato de ser nele que o homem se constitui naquilo que hoje (biologicamente, claro). J o Mesoltico foi um perodo de transio para uma nova sociedade que se formou no Neoltico. Esse, que corresponde ao final da Pr-Histria (por volta de 8 000 a 3 000 a.C.), teve como principal destaque o incio da Revoluo Agro- pastoril (ou Revoluo Neoltica): momento no qual o homem teve maior controle das fontes geradoras de recursos. Isto , foi quando o homem comeou a cultivar as plantas por meio da agricultura e os animais com o pastoreio. A Revoluo Neoltica no aconteceu do dia pra noite. O surgimento da agricultura e do pas- toreio foram formas que se difundiram ao longo de um milnio! Caractersticas do Neoltico A fase Neoltica se destaca pelo avano das foras produtivas do homem por meio do advento da Revoluo Agropastoril (ou Revoluo Neoltica). Podemos traar como caractersticas dessa fase: Formao de uma economia produtora de subsistncia Com a agricultura e o pastoreio o homem teve maior controle sobre as fontes geradoras de recursos para a sua prpria subsistncia. Sedentarismo O homem, ao realizar a agricultura, teve que permanecer perto da plantao para cuid-la. Isso fez com que ao invs de sair para coletar alimentos (nomadismo), ele se fixasse terra para cuidar da plantao e do pastoreio. Isso o tornou sedentrio. Foi tambm o incio das primeiras aldeias as al- deias neolticas: o homem passou a habit-las e foi deixando as cavernas processualmente. A agricultura no substitui a forma nmade de viver: at hoje sociedades de caadores e coletores existem. A Revoluo Agrcola, como tambm chamada, no acabou com o nomadismo apenas foi uma alternativa de sobrevivncia adotada por alguns povos. Da podemos chegar concluso de que os nmades no eram inferiores ou superiores aos sedentrios. Apenas diferentes. Excedente produtivo O domnio cada vez maior da agricultura pelo homem fez com que houvesse a produo do que chamamos de excedente produtivo. Isto , houve um aumento da quantidade de produtos agrcolas produzidos. Esses produtos a mais passaram a ser estocados, garantindo a alimentao durante pocas do ano difceis. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 25. 5 EM_1S_HIS_002 Transformaes do Neoltico As consequncias da Revoluo Agrcola gera- ram mudanas ntidas no perodo final do Neoltico conhecido como Idade dos Metais. O nome desse perodo reflete bem as transformaes ocorridas pois foram encontrados instrumentos feitos de metal (co- bre, bronze e ferro). Sabe-se que foi o maior domnio do fogo que possibilitou a fundio desses metais ao invs de instrumentos lticos (feitos de pedra). Idade dos Metais Perodo do final do Neoltico que tem como caractersticas: Metalurgia Cobre, bronze e ferro. Desenvolvimentos das foras produtivas O objetivo das comunidades dessa poca era o de manter a sobrevivncia de seus membros. No entanto, havia situaes nas quais nem tudo o que se produzia era utilizado de imediato. Essa sobra (chamada de excedente) era armazenada para os perodos de longos invernos ou intensas secas. Revoluo Urbana Essas modificaes econmicas possibilitam a passagem das sociedades agrcolas autossuficientes s sociedades urbanas. o que chamamos de Revo- luo Urbana. (Veremos com maior profundidade no tpico a frente). Como se organizavam as primeiras sociedades? Antes de estudarmos mais especificamente as primeiras civilizaes (nos prximos dois mdulos dedicados Antiguidade Oriental) interessante entendermos como se organizavam as primeiras sociedades. Surgimento das primeiras cidades As primeiras cidades datam de 3 500 a.C., poca em que as atividades humanas j eram bem variadas. Estas cidades possuam uma realidade bastante distinta dos grandes conglomerados urbanos atuais. Eram pequenas aldeias que com o passar do tempo tornaram-se mais complexas. As tarefas deixaram de ser unicamente dividi- das entre homens e mulheres, adultos e jovens e se tornaram especializadas; alguns cultivavam o solo, outros faziam armas ou roupas, outros criavam ani- mais e utenslios domsticos. O surgimento da escrita Um dos primeiros cdigos de escrita, a que chamamos de proto-escrita, foi desenvolvido na Idade dos Metais (Idade do Bronze). Esse cdigo constitui-se em um marco importante na histria do desenvolvimento humano pois marca o fim da Pr- histria e o incio da Histria. Vale notar que a pro- toescrita no possui um significado lingustico que ns, homens contemporneos, possamos decifrar. Est muito distante do tipo da nossa escrita atual. No entanto, esse primeiro conjunto de smbolos foi a principal base para o posterior desenvolvimento de uma escrita mais complexa, como a dos fencios por exemplo. Por mais difcil que seja sua decifrao, os historiadores e arquelogos garantem que a funo principal desse tipo de escrita era a de veicular in- formaes, por meio de ideogramas, mnemnicos e outros tipo de smbolos. Os primeiros registros da escrita eram feitos em pequenas tbuas de argila nas quais caracteres eram demarcados, a fim de traar o controle dos exceden- tes (uma espcie de contabilidade). Essas pequenas e frgeis peas so um dos poucos registros escritos que sobraram daquela poca. As informaes eram inscritas em pequenos ra- mos de junco enquanto a argila estivesse umedecida, ficando em forma de cunha: o cuneiforme uma das primeiras formas escritas da humanidade. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 26. 6 EM_1S_HIS_002 reservado a poucos (havia escolas de escribas, mas s para eles no havia alfabetizao para todos; o Fara, por exemplo, era analfabeto) e passado de pai para filho. Quadro comparativo antes e depois da Revoluo Urbana Antes da Revoluo Urbana (perodo Neoltico) Depois da Revoluo Urbana (final do Neoltico) Aldeias Cidades-Estados. Transumncia Agricultores (80% da po- pulao). Comunidades autossufi- cientes Excedentes redistribudos. Especializaes irregulares Produtos especializados e servios. B CCCC D E A (Elite) Temos muitas dificuldades em conhecer o cotidia-1. no do homem pr-histrico do Paleoltico, mas sabemos com certeza que ele no poderia: caar.a) fazer uma fogueira.b) arar e plantar vegetais para seu sustento.c) ter uma dieta base de legumes e frutas.d) registrar seu cotidiano em pinturas rupestres.e) Soluo:`` C Justificativa: O homem pr-histrico no poderia arar e nem plantar vegetais para seu sustento porque essa atividade, que a agricultura, s vai ser elaborada no perodo Neoltico. (UFRGS) Foi fator decisivo para a sobrevivncia dos2. povos do perodo Neoltico: a utilizao de metais como cobre e bronze.a) o nomadismo tpico dos povos caadores e coletores.b) a Revoluo Neoltica.c) a Revoluo Urbana e a formao dos impriosd) teocrticos. a formao de religies monotestas.e) Soluo:`` C Justificativa: A Revoluo Neoltica foi fator decisivo pelo fato de significar o surgimento da agricultura, rompendo Exemplo da escrita cuneiforme. Figura de uma fonte primria da Mesopotmia. Autordesconhecido. Uma tabuinha de argila com inscritos em cuneiforme: uma das poucas fontes que sobraram daquela poca. Como se escrevia nos tabletes de argila. Por volta do ano 3 000 a.C. na Mesopotmia, os sumrios povo que ser estudado posteriormente desenvolveram uma escrita silbica para represen- tar sua lngua falada, mtodo adotado tambm por outros povos e que levou criao dos alfabetos. Quem conhecia a escrita? O seu conhecimento estava na mo de poucos. Estes eram os escribas: funcionrios da administra- o que possuiam o domnio da escrita para organizar as transaes comerciais. A escrita era um poder Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 27. 7 EM_1S_HIS_002 com a dependncia do homem sobre as foras naturais. Alm do que a alternativa a relativa ao Paleoltico e as outras so consequncias da Revoluo Neoltica. B CCCC DDD E A Como podemos definir a Pr-Histria?1. Como podemos conhecer esse perodo?2. Qual o papel da Arqueologia no estudo da Pr-3. Histria? Por que nem todo fssil ancestral do homem interessa4. para o estudo da Pr-Histria? Qual a periodizao da Pr-Histria?5. Quais os critrios usados para a diviso da Pr-Histria?6. O que foi o processo de hominizao?7. O que o Paleoltico e quais foram as suas caractersticas?8. O que nomadismo?9. Qual destes animais no poderia ter convivido com o10. homem pr-histrico? Dinossauros.a) Cachorros.b) Cavalos.c) Elefantes.d) Gaivotas.e) O que foi o perodo Neoltico?11. Quais as caractersticas do Neoltico?12. O que foi a Revoluo Agropastoril?13. O que significa o sedentarismo?14. O que foi a Idade dos Metais?15. Caracterize as mudanas ocorridas na Idade dos Metais.16. O que foi a Revoluo Urbana?17. Marque a alternativa com a afirmao correta.18. A escrita existe desde que o homem existe aa) sua forma bsica de expresso. A escrita foi criada para melhor administrar o ex-b) cedente. A escrita foi criada para verter da linguagem os mo-c) mentos diletantes do ser humano. Todas as alternativas esto corretas.d) Todas as alternativas esto erradas.e) B CCCC D E A Supe-se que as pinturas rupestres no Paleoltico tinham1. um significado mgico porque: expressavam o culto aos deuses.a) expressavam o apego pela arte.b) expressavam deuses antropozoomrficos.c) possuam um carter expressionista.d) ao representar cenas de caa e animais, os homense) primitivos desejavam sucesso na caa. (UFRGS) Entre as fontes de pesquisa da Pr-Histria2. da humanidade pode-se citar: I. Restos de fsseis de seres que se assemelhariam ao homem. II. Instrumentos produzidos com pedras e ossos en- contrados em stios arqueolgicos. III. Pinturas e desenhos encontrados em cavernas e rochas. Quais so as corretas? Apenas I.a) Apenas II.b) Apenas III.c) Apenas II e III.d) I, II e III.e) Por que podemos apontar a caa e a linguagem como3. fatores culturais do processo de hominizao, e no o bipedismo? O que representa o Mesoltico sob o ponto de vista4. material? (UFRGS) Em relao ao perodo Paleoltico, incorreto5. afirmar que: sua base econmica assentava-se nas atividadesa) de caa, pesca e coleta. o controle do fogo, durante o perodo, diminuiu, emb) parte, a dependncia do homem ao meio natural. os grupos humanos do perodo eram nmades ec) possuam uma economia coletora de subsistncia. a agricultura, a criao de animais e atividades ar-d) tesanais como a fiao e a cermica caracterizavam o perodo. o matriarcado era a forma comum de organizaoe) social. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 28. 8 EM_1S_HIS_002 (Elite) Quando pensamos na etapa mais remota (e uma6. das mais duradouras) da humanidade, o Paleoltico, podemos assinalar um erro ao afirmar que: a mulher segundo alguns especialistas no so-a) fria a diferenciao de gnero to acentuada que conhecemos hoje. o trabalho era destinado troca mercantil e acmu-b) lo de riquezas. a produo do homem do Paleoltico direciona-se c) subsistncia do mesmo. era dedicado ao trabalho apenas o tempo suficiented) obteno dos mantimentos necessrios ao grupo. tal perodo confere humanidade a inveno geniale) de um autor desconhecido: a roda. Por que a pedra polida representa um avano tecnol-7. gico em relao pedra lascada? O que somos? Para onde vamos? Estas so pergun-8. tas fundamentais, com as quais o homem sempre se deparou ao longo da Histria. Suas respostas foram vrias. E muitas concluses esto (e sempre estaro) em aberto sobre essas perguntas. Porm, quando o assunto de onde viemos, a questo muda de parmetro. No sculo XIX, o cientista ingls Charles Darwin ela- borou a Teoria da Evoluo das Espcies. Segundo ele, o homem, assim como todos os animais, seria fruto de uma evoluo gradual e contnua. As ino- vadoras teses de Darwin entraram em choque com outra corrente explicativa da origem do homem, o Criacionismo. Segundo os criacionistas, o homem foi fruto da criao de Deus tal qual nos relata a Bblia. Embora os criacionistas no estejam amparados na cincia, e sim na religio, eles foram severos crticos das teses darwinistas. A polmica Evolucionismo X Darwinismo algo que se arrastou at o sculo XX. Em 1925, nos EUA, ocor- reu o famoso caso John Scopes, nome do professor de Histria Natural que foi julgado e condenado por ensinar a Teoria da Evoluo das Espcies algo que era proibido por lei no estado do Tennessee (e em outros estados norte-americanos tambm) retra- tado no filme Herdeiros do Vento. Caricatura de Charles Darwin: uma crtica teoria da evoluo das espcies. Autordesconhecido. Com base em tal debate, responda as seguintes perguntas: O que quer dizer a caricatura feita sobre Da-a) rwin apresentada acima? A Teoria da Evoluo das Espcies prega queb) o homem veio do macaco? Justifique. (UFRGS) Recentemente, no estado americano de9. Arkansas, a Teoria da Evoluo elaborada por Charles Darwin foi retirada dos currculos e teve proibida a sua utilizao. No obstante, os estudos paleontolgicos, antropolgicos e arqueolgicos vm possibilitando avanos na compreenso do perodo da Pr-Histria, confirmando a existncia de um longo perodo em que ocorreu o processo de hominizao. Sobre esse pro- cesso, analise as afirmaes abaixo. I. As mais antigas formas de vida humana registra- das pela Paleontologia denominam-se homindeos, como comprovam os achados dos fsseis identifi- cados como Australopithecus, Pithecantropos, Si- nantropus, entre outros. II. Os fsseis demonstram que, no curso evolutivo da humanidade, mais de um milho de anos antes de surgir o Homo sapiens, existiram vrias espcies a caminho da humanizao, e as mudanas fsicas ocorridas ao longo de centenas de milhares de anos propiciaram sua adaptao a qualquer ambiente. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 29. 9 EM_1S_HIS_002 III. As evidncias arqueolgicas indicam que a espcie humana no nasceu pronta, nem fsica nem cultu- ralmente. Necessitou de um enorme perodo de tempo para desenvolver um conjunto de habilida- des tcnicas e de conhecimentos que lhe permitis- se elaborar instrumentos de trabalho e utenslios. Quais esto corretas? Apenas I.a) Apenas II.b) Apenas III.c) Apenas II e III.d) I, II e III.e) No perodo Neoltico (10 000 a.C. - 4 000 a.C.), a socie-10. dade conheceu importantes transformaes exceto: o incio do processo de sedentarizao.a) a passagem do estado de selvageria para a barbrie.b) o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio.c) a transio para uma economia coletora, pescadorad) e caadora. a utilizao de animais como fora complementare) a do homem. Entre as transformaes caractersticas da passagem11. da Pr-Histria para o perodo propriamente histrico, destaca-se a formao de cidades em regies de: solo frtil, atingido periodicamente pelas cheias dosa) rios, permitindo grande produo de alimentos e crescimento populacional. difcil acesso, cuja disposio do relevo levantavab) barreiras naturais s invases de povos que viviam do saque de riquezas. entroncamento de rotas comerciais oriundas de pa-c) ses e continentes distintos, local de confluncia de produtos exticos. riquezas minerais e de abundncia de madeira,d) condies necessrias para a edificao dos pri- meiros ncleos urbanos. terra firme, distante de rios e de cursos dgua, come) grau de salubridade compatvel com a concentra- o populacional. (Fuvest) Sobre o surgimento da agricultura e seu uso12. intensivo pelo homem pode-se afirmar que: foi posterior, no tempo, ao aparecimento do Estadoa) e da escrita. ocorreu no Oriente Prximo (Egito e Mesopotmia)b) e da se difundiu para a sia (ndia e China), Europa e partir desta para a Amrica. como tantas outras invenes teve origem na Chi-c) na, donde se difundiu at atingir a Europa e, por ltimo, a Amrica. ocorreu, em tempos diferentes, no Oriente Prximod) (Egito e Mesopotmia), na sia (ndia e China) e na Amrica (Mxico e Peru). de todas as invenes fundamentais, como a cria-e) o de animais, a metalurgia e o comrcio, foi a que menos contribuiu para o ulterior progresso material do homem. (UFRGS) A chamada Revoluo Urbana foi antecedida13. pelos avanos verificados no perodo Neoltico, a saber: a sedentarizao das comunidades humanas, a domes- ticao de animais e o surgimento da agricultura. Porm, h cerca de cinco mil anos ocorreram novos avanos, quase simultaneamente, em pelo menos duas regies do Oriente Prximo: na Mesopotmia e no Egito. Assinale a nica alternativa que no corresponde a transformaes ocorridas nesse perodo. Diversificao social: ocorreu o surgimento de umaa) elite social composta por sacerdotes, prncipes e escribas, diretamente ligada ao poder poltico e afastada da tarefa primria de produzir alimentos. Expanso populacional: verificou-se o surgimentob) de grandes cidades, densamente povoadas, espe- cialmente na regio mesopotmica. Desenvolvimento econmico: a economia deixouc) de estar baseada somente na produo autossufi- ciente de alimentos para basear-se na manufatura especializada e no comrcio externo de matrias- primas ou de manufaturados. Descentralizao poltico-econmica: o controled) econmico passou a ser feito pelos poderes locais, sediados nas comunidades aldes, que funciona- vam como centros de redistribuio da produo. Surgimento da escrita: foi uma decorrncia do au-e) mento da complexidade contbil. Serviu inicialmente para controlar as atividades econmicas dos templos e palcios, mas depois teve profundas implicaes culturais, como o surgimento da literatura. Qual a relao entre o papel do trabalho e o processo14. de hominizao? A Revoluo Neoltica ps fim ao modo de vida n-15. made? A agricultura foi o primeiro grande salto produtivo do16. homem. Analise essa frase. (Elite) Observe o grfico abaixo.17. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 30. 10 EM_1S_HIS_002 O grfico demonstra as mudanas populacionais da humanidade ao longo do tempo. Baseado nos dados apresentados e em seus conhecimentos, responda: Que representam os pontos A e B?a) De modo geral, quais as principais mudanas queb) ocorreram de A para B? Como elas se explicam? Haveria uma caracterstica comum entre ambosc) que justifica a comparao? Aprendemos neste mdulo que at a escrita tem18. histria: seu surgimento est inserido num contexto especfico cuja funo no era expresso artstica e sim o controle administrativo. Com base nesse tema responda as perguntas a seguir: Qual a diferena entre escrita e linguagem?a) possvel haver linguagem sem escrita ou vice-b) versa? Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 31. EM_1S_HIS_002 11 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 32. 12 EM_1S_HIS_002 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 33. 13 EM_1S_HIS_002 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 34. 14 EM_1S_HIS_002 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 35. 15 EM_1S_HIS_002 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 36. 16 EM_1S_HIS_002 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br