03 - os planetas

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    Capítulo 3

    OOSS PPLL A ANNEETT A ASS 

    N. Lópes, J.A. Rodriguez e R. Solè,traduzido por Zilá P. Saldanha

    observação psicológica nos levou a estabelecer uma correlação entre a dinâmicados mitos e a evolução da alma humana ou psique, ainda que isso não permitaprecisar a natureza da relação entre o microcosmo e o macrocosmo. A investigação

    da psique deixou em claro que toda descrição da realidade, seja ela religiosa ou científica, é de fato,uma projeção psicológica, já que, como diria Kant, nenhuma percepção é neutra.

    Nossa descrição da realidade mudou ao longo dos séculos porque a maneira de vê-la evivenciá-la também mudou através do tempo. Por exemplo: o conceito de “força” para as ciênciasfísicas tem em realidade uma origem psicológica, e não o inverso. Devido a como apreciamos nossadinâmica interna e conforme a orientamos é o porque chegamos a ver a realidade tal como acontemplara o mecanicismo Newtoniano.

    E, se a Física mudou substancialmente o ponto de vista, é devido e em conseqüência daevolução da psique da humanidade. Nossa visão metafísica da realidade é também uma projeção (...).

    Em última instância, a distinção entre realidade externa e realidade interna, como dualidadefundamental criada pela aparição da consciência, está destinada a ser superada; do que dá fé operene impulso para a unidade que sente o ser humano.

    Em resumo: nada pode ser percebido que não esteja incluído de modo implícito noobservador. A observação astrológica permite determinar uma correlação entre as diferentesatividades psicológicas e as posições relativas dos planetas do sistema solar. Um fenômeno deconsciência implica numa dualidade essencial entre o observador e o observado, entre o sujeito e oobjeto.

     A informação pode representar a realidade do ponto de vista da consciência, unicamentequando existe um ponto central de referência que permita dar sentido a essa informação. Um númeroqualquer faz alusão a uma realidade tão abstrata que só pode ter sentido em um contexto concreto,

     já que sem um ponto zero ao qual remeter-se é impossível reconstruir a informação.

    O princípio de relatividade recorda-nos que tudo depende do ponto de vista com que se olhae, por isso, é preciso saber de que lugar estamos observando. A descrição de Einstein do espaçocomo “uma esfera de raio infinito, com centro em todas as partes e circunferência em nenhuma” éextremamente metafísica. Em um sentido, porque a partir da sabedoria esotérica é dito que o espaçoé uma entidade e, por outro, porque se refere a um estado do ser no qual a consciência não épossível captá-lo. Ou mais exatamente: a consciência deve transcender essa relatividade e, com ela, adualidade espírito/matéria, ficando apenas a unidade absoluta.

     A psique refere-se à total subjetividade do ser humano. Na unidade psico-orgânica queaprecia um fator objetivo primário ou somático: o corpo físico, que é o primeiro objeto deconhecimento e referência do eu. Nesta totalidade vital, presidida pela presença do fator “egóico”apreciamos, por um lado, que o foco da consciência abrange unicamente uma área restrita entretodos os demais fenômenos; e, por outro, o Eu é o ponto central de um campo de forças cuja origemé precisamente essa unidade. Neste campo de forças observamos diversos níveis, sendo os mais

    densos os que estabelecem a fronteira diferencial entre existência objetiva ou somática e existênciasubjetiva ou psíquica.

    Os fenômenos que de modo mais imediato identificamos na psique são representativos edinâmicos, mas do mesmo modo que no corpo apreciamos uma objetividade dotada de formas,relativamente estáveis, não podemos negar que existe nele a presença de elementos psíquicos ouligações cujas características são também dinâmicas.

     A psique é uma totalidade subjetiva, orgânica e vital, portanto os fenômenos psíquicosincluem elementos dinâmicos, preservadores de forma e sistemas de representação cognitiva. Ocaráter unitário da psique exige e demanda a separação do coletivo, ainda que exista paralelamente a

    AA  

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    psique coletiva indiferenciada. Por sobre ela, prevalece a energia que unifica e pretende níveismaiores de organização, cuja “ordenação” implica em diversificação, separação, estruturação eformas.

     A psique como sistema orgânico 

     As funções vitais são todas aquelas atividades necessárias para preservar a unidade de vidaem um organismo. Um sistema orgânico é uma relação aberta, isto é, acha-se em constanteintercâmbio de substâncias, de energia e de informação com seu meio ambiente. Além disso,preservar um processo interno, isolando-o do exterior com determinadas e precisas condições para avida requer um gasto energético constante, a fim de contrariar a tendência natural dos componentesorgânicos a não se desintegrarem mais tarde em substâncias de outro nível e a dissolver-se no meioexterno.

    O metabolismo é a principal função vital a este respeito. A nutrição assegura que asnecessidades do sistema sejam satisfeitas, e que as substâncias requeridas para suprir o desgastenatural do material celular sejam também complementadas para a obtenção da energia. A respiraçãodesempenha um papel fundamental nos processos de combustão que liberam energia e,paralelamente, a circulação sanguínea provê um meio de distribuição, alimentando todo o corpo,através do sangue. Mas os processos de obtenção de energia geram substâncias residuais que, porsua vez, requerem funções de eliminação.

     A complexidade de interrelação a respeito de toda esta organização demanda, para apreservação do organismo, que exista um grupo de importantes funções de autoperpetuação. Umadas mais importantes é a homeostase ou controle do estado de equilíbrio, que se desenvolve por meiode dispositivos de realimentação, para conseguir manter as constantes vitais dentro das estreitasmargens aptas para a vida.

    Como um sistema aberto, o organismo também depende de variáveis ambientais, pelo requerfunções de constante adaptação ao meio para adequar suas condições às mudanças externas. Estebreve e incompleto resumo das funções vitais dos organismos oferece, entretanto, uma perspectivadas principais características daquilo a que chamamos orgânico, isto é, organização, equilíbrio,nutrição, crescimento, autopreservação, adaptação, evolução. Vemos, pois, que neste conjunto defunções encontram-se sempre presentes os princípios de energia, substância e informação.

    É legítimo indagar-se até que ponde podemos aplicar este modelo à psique. Responderemosem certa medida a esta pergunta se observarmos a relação que existe entre o organismo biológico e apsique, especialmente no ser humano. Mantemos como um fato que o corpo é a resultante, no planofísico, de um conjunto mais vasto de energias e forças, mas a precipitação dessas energias e forçasem formas substanciais são projetos que se encontram além da substância. Podemos, portanto,definir a “forma” como um agregado da substância.

    Uma forma se origina após o projeto de padrão de energias ou campo de forças em umasubstância que responde, configurando-se conforme determinadas energias, em virtude de seu poderatrativo ou magnético. Do ponto de vista esotérico, é a mente que tem o poder construtivo e afaculdade suficiente para originar tais campos de força e realizar seus próprios projetos. Assim é queo organismo biofísico é a ponta de um iceberg cuja natureza original e produtora de vidadesconhecemos em grande medida.

    O Sistema Solar 

    Um sistema solar é um modelo orgânico para o ser humano, e como axioma fundamental em Astrologia, podemos dizer que “existe uma correspondência exata entre a estrutura funcional dosistema solar e a estrutura psico-biológica do ser humano”. Falaríamos somente da estrutura funcionaldo sistema solar se considerássemos a este como a expressão física de uma entidade vivente. Assim,pois, os planetas como expressão física dos componentes orgânicos do sistema, revelam umdinamismo particular, como nos indica a raiz da palavra “planeta” (πλανήτης, planetes ou errante).

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    O movimento de translação ao redor do Sol ao longo da órbita define campos importantes deforça e energia. A referida órbita é o conjunto de pontos no espaço que têm a máxima probabilidadede localizar a massa do planeta em função do tempo. Esta situação nos lembra as últimas definiçõesque a física faz do elétron que, mais do que uma partícula, é um conjunto de pontos nos quais resultaigualmente provável sua localização.

    Por isso, temos que considerar a massa física do planeta como uma projeção pontual dasqualidades do campo (qualidades vibratórias). Do mesmo modo, as órbitas são projeções planas deum movimento espiral causado pelo deslocamento do sistema solar em direção perpendicular aoplano da eclíptica; isto é, visto de uma perspectiva transcendente, o sistema solar seria como um

     “fuso ou casulo” de energias, percorrido por nove linhas principais de forças, todas elas diferenciadas,as quais nos dariam distintas freqüências de qualidade.

    Em Astrologia, consideramos os planetas símbolos das funções necessárias para a integridadepsíquica do organismo, e também para a preservação de nossa identidade. O rosto mostra o ser totaldo indivíduo como um modelos orgânico da psique, e a psique é a soma de todos os processos doindivíduo junto com sua experiência interna, seja consciente ou inconsciente.

    Os sete planetas clássicos 

    Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Estes são os sete planetas clássicos que a

     Astrologia empregou desde a antiguidade por ser aqueles que se pode observar diretamente, semlunetas ou telescópios. Do ponto de vista astronômico, não se consideram planetas nem o Sol nem aLua. O Sol é nossa estrela central localizado no ponto médio de nosso sistema planetário, e ao redorgiram tanto a Terra como o restante dos planetas. A Lua é tampouco um planeta, mas sim o satélitede nossa Terra que gira em torno a ela de maneira regular.

    Na tabela anexa, os planetas estão ordenados em três linhas e três colunas. Os que estãosituados na coluna da esquerda descrevem as funções de conservação da vida no espaçoinconsciente. Na parte central vemos os planetas da personalidade, que é o espaço da consciênciadiurna com os distintos papéis do eu. A coluna da direita refere-se ao nível espiritual, dirigido pelostrês planetas masculinos no espaço supraconsciente. Nas duas linhas inferiores englobamos aos seteplanetas clássicos cujas funções passaremos a descrever em seguida.

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    Tabela de Planetas

    Z  x   C  Âmbito de elevaçãoInteligência criativa Amor universal Vontade espiritual

     Aspirações Imagem de Mãe Imagem de Filho Imagem de Pai

    CrescimentoEspiritual

    OcultistaMétodoIdeal de mundo perfeito

    Ordenar

    MísticoCompreensãoIdeal de amorincondicional

    Servir

    MagoMetamorfose

    Ideal de pessoa perfeita

    Criar

    g   b   d  Personalidade(Ego) Corpo

     Autoconfiança Alma

    Consciência do tuMente

    Consciência do eu

    Papéis do euInteresses emotivações

    ImunidadeSegurança

    ManterFecharMãe

    Heterônomo

    SensibilidadeSimpatia

     Aprender AbrirCriança

     Ambivalente

     VitalidadeForça mental

    CrescerIrradiar

    Pai Autônomo

     j   h l   k  ImpulsoInstinto

    Rendimento DesfrutarEstético

     AprenderCombinatório

    Sensório

    Rendimentomotor

    Funções daManutenção da vida

     AssimilaçãoSeleçãoMulher

    Fertilidade

     ValoraçãoInformaçãoPercepção

    SensibilidadePessoa

    Rendimento Atividade

    Home,Potência

     API

    FemininoMatéria

    Espírito SantoBrahma

    NeutroConsciência

    Filho Vishnu

    MasculinoEspírito

    PaiShiva

     AS TRÊS COLUNAS VERTICAIS E C D

    Feminino/ Neutro / Masculino

     Aqui feminino e masculino não se refere a uma classificação meramente sexual, ainda queisso possa estar incluído, mas refere-se a um comportamento básico de todo ser humano que, tantomulheres como homens, vivemos através dos planetas masculinos e femininos, de forma conjunta nohoróscopo.

    Entende-se por feminino uma característica ou função que permite que as coisas venham aoseu encontro, é aquele estado receptivo que aceita, recebe e seleciona o mais adequado ou

    apropriado. O feminino é adaptável, flexível, e evita os conflitos, entretanto, a energia masculina estádirigida para fora, focalizada em metas e objetivos que devem criar-se, modificar-se ou talvezdestruir-se. A parte masculina afasta os impedimentos do caminho e está sempre disposta a lutar ou aconseguir aquilo a que se propõe.

    O movimento de dentro para fora é masculino e o movimento de fora para dentro é feminino.Para compreender a diferença entre planetas masculinos e femininos, começaremos pelo sentidocorporal. No que se refere ao corpo, o arquétipo feminino abrange os “processos bioquímicos”,diferentemente do arquétipo masculino que produz os “rendimentos motor”. Tanto no homem comona mulher, os músculos são órgãos masculinos uma vez que realizam um processo ativo; entretanto,

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    o estômago é um órgão feminino, já que é ele que recebe os alimentos e, por meio de seus processosquímicos, seleciona as substâncias necessárias, boas e adequadas para seu equilíbrio.

    Os planetas que não masculinos nem femininos, mas neutros, têm critérios completamentediferentes. O essencial nos planetas neutros é a compreensão das relações, pois são sensíveis eabertos ao contato, sensitivos, têm capacidade de percepção, são observadores e estão dotados defantasia.

     –  A coluna esquerda (Vênus, Saturno, Urano) 

    Na coluna esquerda da tabela, encontramos Vênus no espaço inconsciente, Saturno no espaçoconsciente e Urano no espaço supraconsciente. Os princípios desses planetas têm qualidadesfemininas.

     Vênus corresponde ao tradicionalmente feminino. Saturno representa o Eu corporal, éfeminino porque devido à sua capacidade delimitadora protege e conserva todo o existente. Uranotambém é feminino porque é a imagem-guia da mãe que busca a segurança por meio de melhorias,renovações e nova orientação para o futuro.

     – A coluna central (Mercúrio, Júpiter, Lua, Netuno) 

    Na parte inferior vemos Mercúrio e Júpiter, na central está a Lua, e no nível superior vemosNetuno. São planetas da coluna central e, portanto, neutros e semelhantes entre si por sua natureza,

     já que pertencem ao mesmo princípio de amor. Todos são sensíveis, reagem de forma espontânea àsrelações e têm presente o amor e o equilíbrio como base unificadora.

     A Lua poderia ser descrita como a soma dos valores de Mercúrio e Júpiter. Todos estesplanetas têm uma parte característica de seu símbolo em comum: a “meia-lua”. É o símbolo dasensibilidade e da receptividade, uma destacada semelhança entre os quatro planetas.

    Se a meia-lua está orientada para a esquerda, significa que se vai até o fundamento dascoisas, que tenta avançar em profundidade; se sua orientação é para a direita, indica abertura para ocontato exterior; se o símbolo está aberto para cima, convida-nos para a máxima aspiração e à maiselevada inspiração, como acontece com Netuno – nele é que nos deixamos impregnar pelas energiassupremas, e conecta com a estação receptora. Mercúrio é o mensageiro dos deuses que recebeu a

    informação celestial através deles e a transmitiu para a humanidade.

     –  A coluna direita (Marte, Sol, Plutão) 

    Esta coluna simboliza a parte masculina do ser humano como a atividade, a força de vontadee a capacidade de se impor. No caso de Marte, o aspecto masculino, além da libido, é a energiamotriz, o combate e a capacidade de rendimento ou trabalho. Com o Sol, trata-se da energia davontade produzida em si mesmo que, sem se preocupar com a opinião dos demais, persegues suaspróprias e genuínas metas. Em Plutão encontramos a imagem ideal do pai, cuja vontade é poderosa epode mudar o mundo de forma penetrante e irrevogável conforme sua imagem original.

    OS TRÊS NÍVEIS HORIZONTAIS 

     – O nível inferior 

    Os planetas Vênus, Mercúrio, Júpiter e Marte encontram-se na linha inferior. Estes planetasestão relacionados em grande medida com as funções impulsivas e instintivas, e representamautomatismos que servem para a conservação da vida biológica. São capacidades que estão àdisposição do Eu e que servem como meio de expressão, mas não correspondem à totalidade do Ey,

     já que as forças inerentes ao ser humano estão contidas nos planetas da personalidade.

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     – O nível médio 

    Na linha central da tabela podemos distinguir os três planetas: o Sol, a Lua e Saturno que, nacarta natal  são desenhados em vermelho para que recordemos sua importância. Com estes trêsplanetas, valorizamos a nós mesmos porque proporcionam o sentido da individualidade, e a maneiracomo nos vemos ou nos sentimos internamente a respeito do mundo. Por isso, nós os chamamosplanetas da personalidade. Por exemplo: o Sol nos traz o conhecimento através da mente, a Lua nô-laemite através das emoções e Saturno faz isso através do corpo.

    Cada indivíduo encontra seu próprio equilíbrio entre os três planetas do Eu em função decomo viva, mais ou menos focalizado ao nível da mente, das emoções ou do corpo físico. Maisadiante, explicamos com detalhes as importantes funções destes três planetas do nível médio.

     – O nível superior 

    Os três planetas situados na linha superior são os planetas transpessoais. Estes planetas,descobertos recentemente em comparação com o conjunto dos sete planetas clássicos, estãoconectados com o desenvolvimento de uma consciência superior no homem. A ação da energiatransmitida através dos planetas superiores está mais envolvida com a evolução da raça humana doque com o indivíduo em particular. Atuam ma forma de “imagens guia”, isto é, como ideais para osquais nos impulsiona nossa individualidade.

     Assim, Urano tem uma relação direta com a Anima, Netuno com o princípio Crístico e Plutãocom o Ânimus. Em outro item deste capitulo desenvolvemos o significado destes três planetas.

    Os planetas ferramenta 

     – V ÊNUS E M ARTE 

    No nível inferior, na coluna feminina, encontra-se Vênus (esquerda) e na coluna masculinaencontra-se Marte (direita). Estes dois planetas são, respectivamente, os protótipos do feminino e domasculino, e têm claramente um componente sexual, mas não é o único.

    Todas as pessoas, sejam homens ou mulheres, têm Vênus e Marte no seu horóscopo, o quesignifica que qualquer pessoa carrega consigo o masculino e o feminino em sentido hormonal.Cientificamente, se demonstrou que o corpo humano produz não apenas os hormônios sexuaisespecíficos, mas também as do sexo oposto.

     A seguir incluímos o esquema das qualidades destes planetas:

    (ilustração da página 59)

     Vênus 

     Assimilação, ingesta, necessidade de repouso (digestão). Sentido de déficil ou carência;proporção de substâncias químicas. Equilíbrio, conforto, bem estar, satisfação. Homeostase: regulaçãodo equilíbrio.

    Princípio do prazer como critério regulado. Tendência à perfeição: estado de máximoequilíbrio experimentado como prazeroso. Seletividade, paladar. Inteligência receptiva, discriminação.Harmonização. Tendência ao repouso.

    Libido feminina (amor como atração magnética). Distensão. Desfrute. Interesse pelasrelações humanas. Diplomacia, harmonia (acordo, complacência, benevolência). Sentido de interaçãopessoal.

    Consciência de afinidade, complementação, consonância. Sentido estético, beleza,encanto, refinamento, sofisticação. Resolução de dissonâncias, diplomacia, aversão ao conflito e àscoisas desagradáveis. Preguiça, indulgência, lentidão, oportunismo, espera passiva; narcisismo,vaidade, presunção.

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    Marte 

    Princípio instintivo masculino de sobrevivência. Masculinidade, propulsão, impulso,motricidade, atividade, dinamização. Força, princípio motor como energia inicial, desequilíbrio, tensão,transformação de energia potencial em energia cinética (gasto). Trabalho, rendimento, atividade.

    Fogo, combustão, desprendimento de calor, anabolismo, febre, luta imunitária. Liberaçãode energia, destruição, decomposição das formas. Percepção de força (carga), disponibilidade

    energética.Impulsividade (impulso ou necessidade dinâmica de certa atividade; processos psíquicos

    de cuja energia não dispõe a consciência, dinamismo que emerge do inconsciente).

    Instinto sexual, libido masculina, potência sexual. Testosterona. Instinto de autoafirmação;agressão, luta, competição, combate, enfrentamento; imposição, força de vontade. Ativação emfunção da necessidade, atração ou repulsão inconsciente; perigo ou ameaça.

    Olfato: possibilidade, qualidade antecipadora (perigo ou caça). Sentido instintivo da meta.Objetivos, desafios, direitos; suscetível de direção. Consecução, execução, realização. Iniciativa,acometida, superação da inércia.

    Coragem, valor (superação do medo). Intrepidez, temeridade. Devoção, heroísmo, metasespirituais. Incisivo, convincente, energia sustentada.

    (ilustração da pág. 61)

    MERCÚRIO E JÚPITER  

    Estes dois planetas são muito semelhantes ainda que entre eles também possa se ver certapolaridade. Entretanto, esta polaridade não se manifesta em funções muito diferentes como no casode Vênus e Marte, mas sim na característica neutral de percepção e aprendizagem de que dispõem.Com estes planetas pode-se aprender, perceber, reconhecer e diferenciar o desagradável e o errôneo.

     A capacidade de aprendizagem do ser humano está muito desenvolvida e, por meio das experiênciasadquiridas, pode reconhecer o fundamental, tirar boas conclusões e tomar as decisões corretas.

    Com Mercúrio temos uma forma de aprender muito versátil já que o fazemos através dacomunicação, conosco mesmos e com os outros. Mercúrio dispõe da capacidade de formular

    pensamentos em palavras, as palavras em linguagem, e a l inguagem em informação. Mercúrio ocupa-se em estar atento a todo tipo de mensagem que lhe chega, sem distinguir o valor ou a qualidade dascoisas sem se deter demais, mas sim de forma rápida, prática e experimental, o que é uma grandevantagem. O pensamento necessita nutrir-se da informação que obtemos de Mercúrio.

    Júpiter é como um aparato sensorial que levamos conosco para perceber e aprender semprealgo mais, tanto física como psiquicamente. Dispomos de 5 sentidos conhecidos, e de alguns outrosnão reconhecidos, mas perceptíveis por meio deste planeta. Com eles podemos observar o mundo etirar conclusões da percepção que temos, para depois transmiti-la através do pensamento,interpretando o que foi percebido.

     A seguir, incluímos o esquema das qualidades destes planetas:

    Mercúrio Função intermediária, conectiva, vinculante e transmissora. Necessidade de relacionar-se e

    estabelecer contato. Curiosidade, coleta de informação. Comunicação, transmissão de dados, eintercâmbio de idéias. Linguagem, fala e escuta. Expressão do pensamento, percepção daobjetividade (veracidade, informação exata). Destreza na expressão oral e escrita.

    Pensamento, inteligência dispersa e superficial, mas muito diversa, raciocínio lógico, regrasdo pensamento, compreensão, agilidade, reflexos mentais, adaptabilidade. Formulação. Códigos,transcrições; informação seqüencial (linear).

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      Discurso (retórica, música, poesia). Manas (mente), manipulação, destreza manual;transação, intercâmbio manual, intercâmbio de valores, medidas de equivalência, comércio, transportee locomoção. Aprendizagem, educação, formação acadêmica, conhecimentos.

    Sensacionalismo, charlatanismo, exagero, distorção, superficialidade. Dissipação,versatilidade, conflito, irresponsabilidade. Tergiversação, falta de ética, argumentos enganosos.

    (ilustração da pág. 63)

    Júpiter 

    Percepção, cognição, observação, inteligência sensorial, visão, imagens, representaçãoglobal da realidade. Otimização. Confiança, fé, atitude positiva, crença no bom, otimismo. Expansão,desenvolvimento, crescimento, síntese; cura, restauração da unidade, acoplamento. Sentidosdespertos para as oportunidades, percepção de possibilidades de desenvolvimento; reconhecimentode vantagens e inconvenientes, reações rápidas e seguras; disposição de perceber o positivo ebenéfico.

    Desfrute sensorial, alegria de viver; diversão, jovialidade; sensação de sorte ou fortuna. Visão global do conjunto através da capacidade de perceber imagens completas. Visão emperspectiva. Reconhecimento de proporções, captação do significado, expansão de consciência.

    Percepção da globalidade e da interconexão funcional entre as partes.Percepção sensorial das múltiplas qualidades de relação, captação da essência e do

    conteúdo das formas. Apreciação de diferenças qualitativas. Valoração, discernimento, diferenciação,sabedoria, apreciação da verdade.

    Capacidade de juízo, sentido da justiça e ampliação do sistema de valores. Erros, enganose orgulho, atitude de “eu sei melhor o que é correto”, jactância, arrogância, insubordinação, ligeireza,irresponsabilidade, superabundância, fanfarronice, gula, saturação, às vezes debilidade diante dastentações.

    Lei de inclusão ou de síntese, experimentação da totalidade. Montagem das coisas em sua justa proporção para formar um todo funcional. Força de expansão, dimensão de perspectivassuprapessoais. Questões filosóficas e religiosas. Pensamento e imagens simbólicas, captação sintética,associações, interconexões, imagens interiores. Interpretação de símbolos. Intuição, percepção pura,

    apreensão direta de significados.

    OS PLANETAS DA PERSONALIDADE 

     Assim, pois, em cada ser humano encontramos o Eu através de três formas de vivência e emtrês planos que correspondem à estrutura tripla da personalidade. O Eu manifesta-se como corpofísico, como ser emocional com seus sentimentos, e como inteligência mental e pensante, que seexperimenta de maneira diferente em cada um dos três planos.

    Nos parágrafos seguintes explicamos com detalhe estes três níveis para que cada qual possadistinguir em si mesmo e com clareza qual é o que vive mais intensamente e como muda de um aoutro apenas sem dar-se conta disso. O fato de saber como se funciona, onde se manifesta o Eu eporque está bloqueado, nos ajudará a vivê-lo mais conscientemente. Devemos saber até onde se

    dirige por meio de sua manifestação e isso não é fácil, mas o horóscopo nos ajudará se estudamos ostrês planetas principais da personalidade.

    O Sol 

    O Sol representa fundamentalmente o princípio de identidade da pessoa consciente de simesmo. É a instância que reflete sobre si e que pode dizer “eu sou”. No espaço, o Sol brilha de formaautônoma sem necessidade de nenhum intermediário, e emprega sua própria vontade para emitir eirradiar sua energia. Representa-se o símbolo do Sol por meio de um círculo com o ponto no centro,

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    como uma figura fechada e concentrada em seu centro, e desde sempre foi o símbolo da unidade etambém do ser humano.

    O Sol é o centro da autoconsciência e da individualidade interna. É aquele Eu que Descartesdefiniu dizendo: “Penso, logo existo”, em cujo caso pode utilizar a vontade a partir de seu próprio ser.Neste sentido, o Sol exige autonomia e certa auto-afirmação. É a partir desta consciência individual,desta autoconsciência e segurança em si mesmo que, com o saber e as capacidades conseguidas,permite dominar a maioria das tarefas, que o indivíduo seja ele mesmo, ou, segundo C.G.Jung, possachegar à “individuação”.

    O Sol consegue observar-se a si mesmo, ver, olhar, contemplar, e por sua vez a sair fora pormeio do pensamento para poder descrever o observado. Vê como tudo funciona, o que faz e porque ofaz, não importando onde quer que esteja nem com quem se encontre. Examina crítica eobjetivamente e pode mudar, conforme sua vontade, o sentido que ele considere, já que apossibilidade de ser ele mesmo existe sempre como potencial, ainda que esteja claramente marcado elimitado por cada indivíduo.

    Com o Sol conectamos com aquela capacidade de poder olhar-se conscientemente em nívelinterno, e também de relacionar-se com o mundo externo. Isto é uma função importante: o saber desi mesmo é a condição prévia para poder pensar e julgar de maneira autônoma, além deresponsabilizar-se pessoalmente.

    Trata-se, pois, de um ser humano que pode estar só e que se reconhece como indivíduo ou –no caso de não o ser – poderá com seu poder obter uma personalidade independente e original quetem uma própria forma de vida. Isso é o que corresponde à consciência solar do indivíduo que achamais marcado na civilização ocidental como base do pensamento. É definitivamente uma entidade quesabe o que quer e conhece seus instrumentos, utilizando-os por sua própria vontade naquilo que eledecidir.

    Trata-se, pois, de um ser humano que pode estar sozinho e que se reconhece como indivíduo,ou – em caso de todavia não sê-lo – poderá com seu poder atingir uma personalidade independente eoriginal que tem uma forma de vida própria. Isso é o que corresponde à consciência solar do indivíduoque se acha mais marcado na civilização ocidental como base do pensamento. É, em definitivo, umaentidade que sabe o que quer e conhece seus instrumentos, utilizando-os por vontade própria naquiloque decidir.

    Quando falamos do Sol, referimo-nos quase sempre à vontade, o que quer dizer que a

    maioria das pessoas que crêem ter uma consciência pessoal solar, nomeiam também a vontade –ainda que não a tenham. Diz-se que o indivíduo com consciência solar deve ter uma vontade livre semnecessidade de que o guiem. Dizem: “Se eu quero também posso” ou “Devo fazer apenas aquilo queé correto”, demonstrando com isso que a vontade inclui, obviamente, a ação como expressão da forçaradiante (carisma) e da energia realizadora.

    No diagrama dos planetas, a autoconsciência, a dominação e o desejo de expansão do sol sãoos componentes principais. São conceitos mais do setor da energia, da vitalidade, do impulso e daradiação.

    Podem-se acrescentar outros conceitos essenciais que caracterizam o tipo de consciência solarmelhor do que o conceito de intelecto, como, por exemplo, a mentalidade, o modo de pensar, a formado pensamento. A expressão da mente pode ter semelhanças com outras maneiras de pensar dacoletividade, mas em sua totalidade, como um todo determinado, está marcando a este ser humanosingular. A capacidade mental indica o modo e a maneira pessoal do pensamento e podemosreconhecê-la por meio da posição do Sol nos signos.

    Com esta consciência central, dominando a partir do nível mental, a pessoa é soberana de simesma e irradia sua natureza essencial aos demais, oferecendo uma total segurança. Então estamosdiante deste ser que internamente alcançou um grau avançado de autonomia e que leva consigo umaimagem real do mundo, imperturbável e inquestionável, produzindo uma forte energia e potencial aquem o rodeia.

    Por outro lado, a função do Sol tem a ver com os componentes psicológicos que produzemproblemas de identidade. A pessoa tem uma forte ênfase no Eu do ponto de vida emocional e reagesensivelmente quando não é tratada com a devida consideração. A aspiração e a ambição também se

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    apresentam melhor a partir dos potenciais psíquicos e, para sentir-se bem consigo mesmo, necessitaincondicionalmente experiências de êxito; se estas não acontecem, sofre e se produzem crises,fracassos e contratempos.

    Com o Sol, em nível psíquico, também pode aparecer orgulho que, em caso de alguém débil eque não se valoriza ou reafirma a partir do exterior, mostra certa orgulho, vaidade ou necessidade,suscetível sempre de confirmações alheias. Isso se produz porque o Eu psíquico se sente prejudicadopor não ser considerado o centro das atenções de que tanto necessita.

    Se o Sol está orientado para a parte física, mostra uma forte personalidade, dizendo; “Eu souo maioral”. Então, essa consciência mental solar diferenciada é compreendida do ponto de vistaexclusivamente físico e, por meio do corpo, pretende ocupar o centro do mundo. Uma vitalidade solaracentuada no âmbito físico é como aquele velho soldado ou aquele general que pretende solucionartudo com sua prepotência ditatorial, e que, em determinadas situações, pode inclusive usar deviolência.

    Tudo isto corresponde ao Sol e deveria ser razão suficiente para que tentássemos serconscientes de como reagimos nos diferentes níveis, de maneira que, se o resultado de nossaresposta é altiva e egocêntrica, nos indicará que na realidade temos um Eu débil, contrariamente aoque se poderia acreditar.

     A Lua  A Lua é a natureza emocional do ser humano que quase sempre se contempla em oposição, e

    complementando, a natureza intelectual/mental do Sol. Quando a polaridade entre razão e sentimentoocasiona conflitos, a vida nos convida a participar da energia do Sol e da Lua para alcançar o pontocentral. Através da natureza emocional e suas necessidades estamos fortemente unidos a nossoambiente, vemo-nos facilmente envolvidos em seus movimentos e arrastados de um lado para ooutro.

    Com a Lua, nos experimentamos predominantemente através do contato. No passado, o Solse relacionava com o sexo masculino e a Lua com o feminino, mas no transcorrer do tempodemonstrou-se que é uma afirmação parcial: entre Sol e Lua existe uma polaridade que nos permite aaprendizagem para poder integrar razão e sentimentos.

     A Lua é o componente emocional e, a nível físico, requer o impulso e o contato em busca de

    uma segurança através das relações. Aqui aparece uma demanda simbiótica, uma vez que a Lua,como “eu/criança” é dependente da mãe ou daquilo que a nutra, e reage com medo diante dapossível separação. O medo da perda do calor do lar, a necessidade de se sentir acolhido no ninho, oua compulsão para receber amor, fazem que a este nível a Lua permaneça como que em estadoinfantil. Agarra-se fortemente ao passado, não solta aquilo que crê ser seguro, e permanecedependente de tudo o que a rodeia. Nega-se a crescer, rejeita toda responsabilidade e sofre diante daidéia de ficar sozinha, preferindo, portanto, ser dependente a se sentir um indivíduo separado.

    (ilustração da página 70) 

    No âmbito emocional, a Lua como “eu/contato”, tem o forte desejo de ser amada e, apesar deque tais características não são fáceis de aceitar em si mesmo, esse desejo entretanto prevalece e seencontra no interior de todos nós. Em realidade, essa necessidade é essencial em todo ser humano, jáque se trata da sensibilidade e da capacidade de sentir e viver com os seres queridos.

    Quando a pessoa amada não reage como espera o Eu lunar, sentimos uma grande desilusão,tornamo-nos vulneráveis, irritáveis e caprichosos, e no fundo isso se deve a que a situação não é aque esperávamos e ao conseguimos satisfazer nossos desejos.

     A Lua é o Eu infantil que sempre espera receber e, quando não obtém aquilo de que necessitapara seu crescimento a nível emocional, comporta-se como uma criança raivosa, com seusconseqüentes chiliques. Enfada-se por qualquer ninharia e lhe é difícil ver outro ponto de vista quenão seja o seu, já que a força do desejo da Lua é enorme. Disso derivam muitos problemas atravésdas relações. Aqui, a pessoa desenvolve fortes desejos de simpatia e antipatia, e no fundo, debaixodessa mecânica de insaciável desejo de amor, reside a necessidade de continuar ligado ao regaçomaterno ou ao vínculo com o lar.

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    Quando este estado amadureceu, ou seja, quando nosso corpo emocional foi purificado,então a Lua converte-se no refletor de uma elevada qualidade de amor que corresponde a um nívelsuperior que conecta com a energia da alma. Em realidade, nosso corpo emocional não é mais do queuma expressão inferior da qualidade da alma, que deve ser entendida para poder refletir o amordivino ou Crístico.

    Talvez por esse motivo são tão atuais as crises em nível lunar na vida de cada um, devido àênfase que colocamos no que se acredita ser “necessidade emocional”. A pessoa desejaria ter esseamor exterior para si, constantemente, mas nunca chega a estar satisfeita porque a Lua, do ponto devista do desenvolvimento interno, deve ser um recipiente para uma visão elevada e para viver aquelaimagem superior na qual o ser humano oferece desinteressadamente todo o amor que é capaz deexpressar.

     A nível mental, a Lua purificada e entendida a partir do estado de maturidade, é uma forçaque como melhor se descreve é com o termo de “inofensividade”, inofensividade que provém doconhecimento. Esta confiança vital que a criança tinha no âmbito físico com sua mãe, desperta comoindependência quando a pessoa consegue a abertura para cima a partir do conhecimento de que tudoo que acontece tem um significado.

     A “inofensividade” comporta entender que tudo o que acontece serve para o desenvolvimentointerno, e que tudo o que sentimos aspira ser expressado para uma meta para o bem da humanidade.

     A inofensividade permite que reajamos não pessoalmente, mas sim de maneira altruísta, dando o

    amor que antes reclamávamos. Então a pessoa se torna neutra e não se relaciona com simpatia ouantipatia nem cai nos jogos de manipulação emocional. Despertamos porque se desenvolveu umaelevada capacidade de Amor.

    Em sentido negativo, quando a Lua ainda não tem esta capacidade de diferenciação, quandoainda não experimentou esta transformação e não se unificou com a consciência da alma comoinstrumento do verdadeiro Amor, pode ocorrer que a pessoa atue com uma grande ingenuidade e/ouegocentrismo. Isso leva a crenças muito subjetivas e personalizadas, nas quais todo tipo de magias,de superstições, ou de influências externas ficam indiferenciadas, acarretando maiores dependências.

    Quando a Lua, além de funcionar com inofensividade, no nível mental, o faz de formaintegrada com essa consciência infantil, expressando a verdadeira sensibilidade, chega a poder viverum estado de criatividade e espontaneidade. O cuidado de nossa Lua é de suma importância porque aatitude de jogo, de ingenuidade e de abertura para coisas novas faz com que a pessoa estejareceptiva a inspirações internas ou condicionada por processos alheios e externos.

    Saturno 

    Saturno aparece como um terceiro polo depois do Sol e da Lua, como o planeta-mãe. É a mãeprimordial, é quem nos dá a confiança básica, e por meio do qual nos sentimos seguros e protegidoscomo se fosse a “alma mater” de nossa vida. Se nos sentimos incluídos nessa totalidade, se nosreconhecemos como parte dessa alma e temos uma confiança imperturbável na energia básicaessencial, saberemos que na realidade estamos amparados e protegidos por nossa “mater/Saturno”,como uma criança que se sabe seguro nos braços de que a cuida.

    Se não o vivemos desta maneira e a confiança se perturba, aparece o conhecido respeito oumedo que nos produz Saturno, e que pode chegar a derivar em complexos e imaginações de tipodoentio. A nível mental, Saturno é a memória de tudo o que existe, e isso quer dizer que é o planeta

    que armazena, conserva e mantém toda estrutura baseada em numa lei. A memória é a capacidadede recordar tudo aquilo que existe, uma vez que nos permite armazenar nossas próprias experiências.É a partir das diversas experiências que Saturno reconhece e fixa determinadas formas decomportamento repetitivas.

    (ilustração da página 73)

    De outro ponto de vista, a lembrança do passado densificada pelas tradições, pode ocasionarque determinadas pessoas sejam extremamente cabeçudas e disciplinadas, ou presas a convençõesque não lhes permitem abrir-se para o futuro. Essas pessoas crêem que, porque alguma função oumecanismo funcionou bem alguma vez, deve funcionar ou ser adequado eternamente – o que as

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    converte em conservadoras que se agarram ao velho e não compreendem que a vida comportatransformações de forma contínua.

    São processos mentais que podem ser muito autoritários e inclusive cruéis se não entendemque a aplicação deve ser em si mesmo, a fim de não cair na tendência de abandonar a parte humanacom tal de conservar e seguir as leis. Quando o único importante é a lei, o dogma, ou os princípio,chega-se à inquisição e à intransigência até o ponto de julgar os outros com um coração de pedra,não se deixando abrandar pela essência primordial que está dentro de cada ser humano.

    Saturno é um planeta que durante muito tempo foi um mistério e não em vão, na literaturaesotérica recebe o nome de “O morador do umbral” e também de “O grande iniciador”. A nívelpsíquico entra em jogo a dualidade de dois elementos muito importantes. Por um lado e através desua configuração física, podemos ver que possui um anela de rochas e pedras que está relacionadocom a cristalização e a força material, simbolizando psiquicamente a necessidade de proteção.

    Por outro lado, no interior de Saturno existe um núcleo brando, uma esfera de gás que, a nãoser por essa estrutura exterior, não poderia manter vida em seu seio, e para o que necessita dessaproteção externa. Quando conhecemos mais de perto os típicos Capricornianos ou pessoas fortementesaturninas, frequentemente os distinguimos como pessoas duras e estruturadas porque não queremou não podem ensinar a ternura interna, talvez por medo de perdê-la ou que ela escape, como se setratasse de algo etéreo; no entanto, sentem uma forte necessidade de proteção ao mesmo tempo quetêm a precaução de manterem-se em guarda para não se sentirem feridos.

     As pessoas nas quais Saturno está psiquicamente polarizado e que não sentem segurançapsíquica frequentemente dispõem de mecanismos de defesa assombrosos. “Matam moscas a tiros decanhão”. Quando essas pessoas defendem sua psique são muito ágeis e efetivas para que suasensibilidade não seja reconhecida e, geralmente, atuam de foram defensiva diante daquilo que possarevelar qualquer ponto vulnerável. Se têm um Saturno forte, ou bons aspectos Lua/Saturno, ouSol/Saturno, podem responder a certa tendência a não querer evidenciar sua parte interna,agarrando-se a velhos padrões emocionais.

    No nível da corporalidade também nos experimentamos como eu Eu, e é aqui que Saturnoerige-se como chefe da “segurança” que se preocupa que o corpo sobreviva e se sinta sempre bem.Quando obtemos essa segurança, Saturno nos reforça a autoconfiança, já que no âmbito material,Saturno é o corpo físico, a realidade, a forma, o que se pode agarrar, o que se vê, o mundo tal comoé e como queremos que siga sendo.

    Saturno pertence ao nível físico da mesma maneira que a Lua pertence ao plano emocional, eo Sol ao plano mental. Saturno representa a necessidade do assentamento material, de assegurar-seque tudo vai permanecer como está e tem, a nível físico, a força para permanecer imóvel como umarocha e não se mover, a fim de que a vida disponha de um seio no qual seguir manifestando suacriação, como faz toda mãe quando gera seu filho.

    OS PLANETAS TRANSPESSOAIS 

    Urano, Netuno e Plutão 

    Os planetas transpessoais Urano, Netuno e Plutão estão situados astronomicamente fora daórbita de Saturno. Estes planetas, que recebem o qualificativo de novos, para terem sido descobertosrecentemente, não são visíveis a olho nu, mas sim com a ajuda de telescópios. Simbolizam trêsimagens guia que em geral funcionam no âmbito espiritual e, portanto, suas energias são imateriaispara nosso equipamento psíquico.

    Na maioria das pessoas atuam como correntes coletivas que se seguem cegamente. Paraindividualizá-los e conectar com seu potencial, necessita-se ter conhecimento deles, junto com umaampla visão superior e interna a fim de poder cultivá-los na vida pessoal.

     Vemos que Urano está na coluna feminina, Netuno na neutra e Plutão na masculina.Entretanto, a esse nível transpessoal, não existe uma clara classificação do arquétipo masculino e doarquétipo feminino; e podem melhor ser vistos como campos de forças que interagem entre si e entreambos os gêneros, isto é, podem funcionar tanto de uma maneira como de outra.

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    Urano 

    Princípio inovador que pretende saltar fronteiras em busca de novas possibilidades.Superação de barreiras e limites, incursão no desconhecido. Descobrimentos, princípio reformador,anárquico e reestruturador. Originalidade, renovação.

    Inteligência criativa. Método com procedimentos genuínos. Idealização de um mundo

    perfeito. Ordenação (reordenar no sentido de implantar uma nova ordem). Ciência. Pesquisa. Teorias.Obstinação, conduta desafiadora, impaciência nervosa, excentricidade, conceitos revolucionários,ataques indiscriminados à ordem estabelecida, tecnofilia, perda de compaixão. Inflexibilidade,extremismo.

    (Ilustração da página 76)

    Sistemas técnicos, maquinarias, dispositivos de segurança, mecanismos de defesa,estratégias. Formas de segurança inventando novas estruturas e prescindindo das obsoletas. Princípiointuitivo para solucionar problemas e espírito de investigação que busca soluções úteis e inexistentes.

     Afronto todo tipo de resistência e obstáculos para conseguir a manifestação do novo.

    Qualidade revolucionária, excêntrica. Rebeldia. Liberação de restrições. Irrupçãorepentina de idéias e conhecimentos que muda a situação de repente. Mudanças revolucionárias deconsciência. Ativação dinâmica perante problemas, situações de risco, ou resistência a uma novaordem. A satisfação de separar os inconvenientes e implantar um novo estado.

    Necessidade de romper padrões que se tornaram restritivos para o crescimento pessoale poder, assim, renovar estruturas caducas dentro da vida pessoal inferior. Influência de novas idéiasque reestruturam e transformam a vida pessoal para que se reflitam as qualidades transpessoais.

    Impacto de idéias brilhantes e intuitivas que revela tudo a partir de novas perspectivas.Relâmpago que ilumina o futuro e demanda que o indivíduo inicie e crie algo novo. Impulsorenovador.

    Netuno Ideal do Amor incondicional e universal, carregando uma nova concepção unificadora

    nas relações. Princípio de dissolução dos limites. Inclusividade. Consciência global. Dissolução doslimites do eu.

    Necessidade de empatia. Compreensão por identificação. Compaixão. Estadosindiferenciados. Psiquismo aberto ao inconsciente coletivo. Saudades do paraíso. Escapismo, sonhos,fantasias. Idealização. Miragem. Desejo de escapar de todas as limitações da existência material.

    Estado de identificação que ocasiona a dissolução do eu. Perda do eu, autodestruição ouunião mística. Perturbações psíquicas ou neurose. Adicções. Aspiração ao Amor Universal como idealmais elevado, e a novas formas de vida em comum. Comunicação que rompe todas as barreiras e flui

    de coração a coração. Compreensão amorosa,(ilustração da pág. 78)

     Vontade de sacrifício. Entrega, abandono. Vitimismo. Engano, fraude. Idealismoespiritual. Compromisso social forte (ou exagerado). Tendência religiosa ou mística que faz com quetodas as coisas se vejam pelo mais elevado, entrega total a um ideal. Fanatismo.

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      Entrega cheia de amor e altruísmo no âmbito da existência material (redenção).Potência criativa do amor em ação. Amor como razão pura, como sensibilidade, como entrega, comoidentificação com tudo o que é vivo, e como cura. Psiquismo superior.

    Plutão

    Ideal de perfeição. Vontade e motivação espiritual. Incentivo para evoluir e para quereralcançar o perfeito. Visão da meta para seu desenvolvimento. Crescimento. Metamorfose. Poder.Energia disponível para a transformação. Mudança de comportamento.

    Contemplação visionária. Fecundação por meio da visão. Efeito evolutivo transcendental,imagem-guia para o futuro. Crítica desmesurada, chegando à obsessão. Força transformadora do Eusuperior que elimina o que se opõe ao desenvolvimento da vida, de maneira purificadora elibertadora. Pureza por meio da eliminação de venenos.

    (ilustração da pág. 79)

    Separações, desprendimentos. Renascimento, síntese, renovação vital e energética.

     Vontade unida ao crescimento. Protótipo espiritual, a imagem do homem superior à que devemoschegar. Princípio de transformação e metamorfose da consciência. Rompe as máscaras que nãoconduzem à verdadeira personalidade. Pressagia novos estados de desenvolvimento. Elimina asaparências para mostrar o processo interno.

    Confrontação com a sombra; compulsões, insuficiências, repressões, defeitos. Imagensde superação (abandono de velhas formas, superação de ansiedades, riscos enfrentados). Ativaçãodas forças nucleares para uma motivação profunda. Liberação da energia da vontade. Alinhamentocom a imagem do Eu superior e com a vontade suprema. Mudanças de grande alcance. Penetra comforça mágica no interior e destrói tudo o que não é próprio: máscaras, falsas motivações,

     justificações.

     As formas e os aparentes papéis do Eu transformam-se num processo químico de fusão,

    dissolvendo as máscaras, as manifestações do super-ego, o Eu ilusório, ou qualquer exercício depoder, raiva destrutiva, metamorfose desconsiderada, etc. Delírios de grandeza, megalomania, serdirigido ou deixar-se levar, ídolos, crises (dúvidas, medos).

    Desenvolvimento equilibrado da personalidade

      AS TRÊS ETAPAS 

    Quando nascemos, na primeira etapa da nossa vida, o único instinto que possuímos é o desobrevivência. Rapidamente aprendemos o melhor modo de assegurarmos o alimento, de conseguir ocontato físico, o carinho, o amor e, em geral, de ter satisfeitas as necessidades primordiais inerentesno ser humano, e de ser cuidado e protegido, de maneira podemos começar a viver física, mental eemocionalmente como a natureza requer. Em outras palavras, conectamos com a zona inferior dafigura, esse nível que opera inconscientemente e que mantém a vida de forma instintiva e impulsiva,através da sobrevivência.

     Ainda que neste sentido tenhamos muito pouco ou nenhum controle sobre os acontecimentos,somos conscientes do que ocorre ao nosso redor e temos uma forte tendência instintiva para nosadaptarmos. Isso é necessário para sobreviver, ainda que em anos posteriores possa ser umimpedimento para o crescimento pessoal futuro, entretanto nos primeiros meses de vida, as energiasdos planetas Vênus, Mercúrio, Júpiter e Marte nos chegam de forma instintiva sem necessidade dedirigi-las, e com falta de consciência de seus efeitos, apesar de atuarem de forma natural para nosmantermos vivos.

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    O Sol, a Lua e Saturno, planetas correspondentes à segunda etapa de nossa vida, simbolizamo Eu ou a parte de nós mesmos na qual podemos escolher as próprias ações e levar a cabo o destinode acordo com o que consideramos, já que nos permitem dirigir de forma consciente tudo aquilo quevivemos. Entretanto, antes de chegarmos a esse nível de desenvolvimento, as funções de dois destesplanetas (Sol e Saturno) estão nas mãos de nossos progenitores, isto é, dos pais, ou, na sua ausência,das pessoas que realizem os papéis de pai e mãe.

    O Sol é o guia arquetípico ou cabeça de família, e desempenha o papel do pai, enquanto queSaturno, o professor educador, simboliza arquetipicamente o papel da mãe. O conceito de Saturnoconsiderado como “a mãe” difere de certa maneira do pensamento astrológico atual, ponto este muitoconfuso, que sem lugar para dúvidas, se aceitou no “argot” dos astrólogos, atribuindo à Lua arepresentação daquela que engendra as funções de mãe. Entretanto, um planeta totalmente receptivoe refletor como é a Lua simboliza melhor a parte infantil do ser humano, ou a faceta da criança emseu primeiro estágio de carência afetiva.

    Quando somos frágeis bebês e dependemos totalmente de nossos pais, compreendemosapenas de maneira instintiva as funções do Sol, de Saturno e da Lua. Para poder alcançar a dimensãode ser humano autônomo e independente, numa primeira etapa, necessitamos ser nutridos por estestrês planetas. Influirá em grande parte as posições que tenhamos do Sol, de Saturno e da Lua nacarta pessoal para conseguir esse objetivo e, sobretudo, da capacidade e da resposta que cada umadote para desenvolver a consciência.

    Unicamente quando indaguemos em num conhecimento consciente de nós mesmospoderemos utilizar as energias das “ferramentas planetárias” (Vênus, Mercúrio, Júpiter e Marte) paratirar o máximo proveito delas e nos esforçarmos com sucesso para atingir os objetivos escolhidos. Docontrário, teremos tendência de seguir permitindo que essas energias se utilizem de modo instintivo,adaptável, mecânico e, portanto, inconscientemente.

     Assim a zona central da personalidade, correspondente à segunda etapa da vida, contém osplanetas que “dirigem” por meio do desenvolvimento dos mesmos, as experiências que nos equilibrampara chegar o centro com todo o potencial de que dispomos. A palavra equilíbrio é importante, pois éfácil deixar que nossas vidas permaneçam controladas pelas emoções e/ou pela fragilidade dossentimentos (Lua); ou então pela opinião dos superiores, incluindo nossa própria necessidade dedominar as situações (Sol) – uma vontade de ferro; ou pelo estreito laço umbilical que mantemos coma mãe, do qual não sabemos desligar-nos mesmo quando adultos, convertendo-se geralmente numapatologia que mostra nossa conduta afetiva (Saturno).

    Diante do possível desequilíbrio de tal magnitude, não podemos ignorar a pergunta “o quetemos de fazer para crescermos como pessoas totalmente válidas e poder enfrentar a própria vida?”.Uma vez que o mapa natal oferece a possibilidade de conhecer nosso potencial e de utilizá-lo pormeio de diretrizes pessoais que cada indivíduo deve averiguar, nosso trabalho é cumprir com nossopropósito e integrar uma personalidade equilibrada por meio do estudo das energias que nos oferecea Astrologia. Esta seria a terceira etapa em todos nós: a de averiguar qual é o nosso destino, e quecolaboração podemos oferecer como indivíduos conscientes.

    Em primeiro lugar, consideraremos Saturno, o Sol e a Lua para sabermos o que cada umrequer até se desenvolvimento pessoal.

    Saturno que, como representante da mãe, realiza seu papel de protetor e limitador, comrazões de peso, exige que nos ocupemos das próprias necessidades físicas com o fim de chegarmos aser responsáveis por nosso bem-estar e segurança pessoais, justamente para que não prossigamos

    dependendo dos “favores maternos”. Entretanto, Saturno que não esbanja nem despreza nada, nãoage de forma a excluir tudo o mais, mas sim de maneira cuidadosa, sensata e, sobretudo, sóbria.

    Podemos desenvolver Saturno tanto se somos conscientes do que nos mantém sadiosfisicamente, como também percebendo a essência que permanece por detrás de toda lei, assim comoconectando com a verdadeira ordem suprema. Saturno também requer que sejamos conscientes dascoisas práticas da vida que exigem nossa atenção, e das necessidades materiais que asseguram asobrevivência.

    O Sol refere-se à autoconsciência e à experimentação do “Eu” através do descobrimento daprópria identidade e da afirmação individual. Requer a expansão da nossa capacidade de controlar

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    nossas vidas utilizando a vontade: sermos capazes de tomar decisões objetivas e equânimes de formacorreta e honesta, utilizando a vontade para dirigir a energia numa determinada direção. A vontade éum poder que está dentro de nós, não é um pensamento, nem um objeto, nem um desejo, mas sim aconfiança em si mesmo que se desenvolve por meio dos raios solares internos, valorizando eirradiando os juízos que aprendemos a realizar a nível mental.

     A Lua, essa parte terna e vulnerável que existe em todo ser humano, aprende por reflexocomo fazem seus raios lunares ao emitirmos sua luz. Quando somos jovens ensina-nos quem deveagradar-nos e quem não, apraz-nos dar umas “razões um tanto subjetivas” pelas quais deveríamosconfiar em algumas pessoas e não em outras. Crescemos com a convicção de que há certo tipo depessoas com o qual podemos nos relacionar e, ao contrário, rejeitamos instintivamente uma série depessoas ou situações, sem saber muito bem as razões objetivas. Também a sociedade e o meioambiente nos proporcionam exemplos de como deveríamos reagir diante do mundo, em função demuitas e diferentes variáveis, prescindindo de nossa opinião interna. A Lua, pois, é a parte infantil,variável e contingente.

     Ao desenvolver nossa personalidade através dos planetas do “Eu”, devemos ter muito cuidadode não permitir que um deles chegue a ser o suficientemente forte para dominar os outros dois. Anecessidade do equilíbrio nega-nos a tendência de querer permanecer unidos a um deles, para chegara vibrar com os três planetas integrados como se se tratasse de uma única unidade.

     A evolução no âmbito da personalidade se faz em três etapas, como já dissemos. A primeira é

    um conhecimento consciente do simples fato de que o corpo (Saturno), os sentimentos (a Lua) e amente (o Sol) existem. No caso de Saturno, que é o primeiro a levar em conta, a etapa primária podeconsistir em uma nova consciência do Eu físico que impulsiona para um período de auto-educação. Apessoa se torna consciente de seu corpo e de suas necessidades mais especiais, decide colocar-se emdieta, converte-se em vegetariano, fazer exercício, deixar de fumar, ou qualquer outra coisa que sintaque deve fazer.

     A segunda é a etapa conflitiva na qual aparece uma certa compreensão de quanto se dedicounosso Saturno a fazer coisas que nos exigiram e sugerido como essenciais para a sobrevivência. Entãotomamos consciência do efeito que isso pôde ter ao limitar os processos da vida, e buscamos umnovo significado que dê sentido e criatividade para nossa vida, afirmando-nos como um centro a partirdo qual emana todo o poder e firmeza. Este é o momento em que predomina a luz do Sol interior.

     A terceira etapa é alcançada quando o indivíduo sabe que pode se soltar e se desfazer dodomínio de Saturno e do mundo materialista que representa, uma vez que sua própria segurançaSolar permite-lhe não ter que depender de agentes externos. Isso o libera para o próximo passo desua viagem, simbolizado pela Lua, que implica em entrar em contato com os sentimentos maisprofundos – e descobrir sua liberdade de amar sem condições. Talvez então começamos a descobrir ovalor incalculável da capacidade de que dispomos para poder empregar a vontade.

    Evidentemente o progresso não se encontra sempre nesta ordem, nem tampouco é tãosimples como o referido acima possa sugerir, mas a integração dos planetas da personalidade é umprimeiro passo na evolução pessoal.

     Antes ressaltávamos a necessidade de trabalhar conscientemente no desenvolvimento dasenergias simbolizadas por Saturno, Lua e Sol, com a finalidade de conseguir o crescimento pessoalsobre nossas vidas de forma mais efetiva. É freqüente descobrir que uma pessoa é inconsciente daexistência de um ou mais desses planetas, ou talvez sabe que estão presentes ainda que reconheçaque não os está utilizando corretamente. É o caso daquela pessoa que não descobre a energia do Sol

    em todo seu potencial e, em lugar de utilizar sua vontade interna, deixa que outras pessoas tomemdecisões e dirijam sua vida.

     A integração dos planetas transpessoais 

    Não podemos começar a explorar os significados espirituais ou transpessoais dos três planetasexteriores sem ter previamente alcançado o estado de equilíbrio e controle de nossas vidas, sobre oque falamos anteriormente a respeito dos sete planetas clássicos. Se não for assim, as energias deUrano, Netuno e Plutão tenderão a afetar nossas vidas de maneira inconsciente, criando instabilidade,autodecepção, agitação, e incompreensões totalmente perplexas.

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    Evidentemente, podemos e deveríamos aprender com os acontecimentos e situaçõesmanifestadas por estas supremas energias que se apresentam a nos como determinantes do destino esobre as quais não temos domínio, já que a tarefa dos planetas transpessoais é a de nos despertar,seja de forma for. Se resistimos para entendê-las, sofreremos as consequências de nossainconsciência, e com isso permitiremos que dominem nossas vidas sem participar individualmente comnosso esforço.

    Frequentemente, ouvimos comentários feitos gratuitamente, culpando Urano ou Plutão poruma sucessão de preocupações individuais. Isso é devido a que não integramos ainda os planetaspessoais e, portanto, não acessamos o potencial criador e, por sua vez, desintegrador e transformadordesses três deuses.

    O processo de alcançar novas dimensões transpessoais pode ser complexo, e em seusprimeiros estágios, são experimentados como uma crise espiritual ou inclusive psicológica que nosimpele a resistirmos no movimento de viver para diante. Pode parecer que, ao querer avançar, nossintamos inseguros, mas, em termos astrológicos, o progresso necessita que se trabalhe com os trêsplanetas do Eu como base para alcançar outras esferas.

    Saturno, entretanto forma o degrau inferior da escalada evolutiva, e o progresso é difícilenquanto não nos damos conta de que a verdadeira riqueza não está representada pelos objetos quepossuímos nem pelas pessoas que amamos, e que essa propriedade não é essencial para asobrevivência.

    Posição dos planetas na carta 

    Quando o Sol está próximo do MC ou nas casas IX e X, trata-se do planeta mais elevado domapa e o mais forte, isto é, é o lugar onde tem maior domínio e no qual pode irradiar melhor seusraios solares. Dali divisa com objetividade, perspectiva e equanimidade, tudo o que fica por baixodele. Se, ao contrário, o Sol se encontra próximo da parte inferior do mapa, no IC, costuma ocorrerque a pessoa não distingue claramente sua identidade e se coloca perguntas tais como “O que esperode meu pai que não recebi?”.

    Saturno, entretanto, é o mais forte se se encontra na parte inferior do mapa. Podemoscomparar a uma árvore com as raízes na terra como uma fonte permanente de força interior,enraizando suas próprias bases. Se Saturno está na parte superior do mapa, as raízes da árvoresficam “flutuando no espaço”, posição que quase sempre se percebe como um sentido interno deinsegurança. No AC ou no DC, existirá provavelmente uma espécie de temor de se aventurar nomundo ou de deixar que outra pessoa entre em sua vida, já que estas situações poderiam ameaçar aprópria segurança. Trata-se de posições de autodefesa que podem muito bem estar relacionadas comuma mãe demasiadamente protetora durante a infância.

    Por outro lado, a própria Lua necessita estabelecer contato e a forma mais fácil de vivenciá-loé no eixo AC/DC. Se a Lua se encontra acima, próxima ao MC, é sensível emocionalmente insegura, erequer uma reafirmação constante, buscando atenção, reconhecimento e amor. Próxima do IC, asegurança emocional será buscada no interior da família ou do coletivo, o que pode restringir oprogresso individual da pessoa.

    Como utilizar os planetas mais fortes 

    O Sol implica no reconhecimento da autoridade e na capacidade de tomar decisões a nívelmental, fiando-se nelas. Quando o Sol predomina em um mapa, aprendemos a confiar no próprio julgamento e geralmente a tomar consciência da própria individualidade. Nesse processo pode tornar-se útil a técnica das “afirmações positivas”.

     A Lua tem que aprender a reconhecer suas próprias necessidades emocionais e ser fiel a elas.É necessário estar disposto a distinguir entre os modelos “ensinados” de relacionar-se e o verdadeirodesejo interior existente. Trata-se de um processo que requer a compreensão das energiasemocionais, de maneira que, geralmente, as terapias psicológicas de reencontro com o passado ou asraízes familiares sejam de grande ajuda.

  • 8/20/2019 03 - Os Planetas

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    Quanto a Saturno, pode tornar-se necessário ser mais consciente de seu corpo e admitir anecessidade de uma boa saúde e bem-estar. Isso pode incluir exercício, dieta, ou talvez algo tãosimples como ter um bom aspecto físico. Quando Saturno é o mais forte, também é possível que umponto importante seja a atenção com a realidade e com as coisas práticas da vida. Quando vivemosinconscientemente um planeta muito forte, os demais não podem integrar-se com ele e, portanto, nãogozamos do equilíbrio da unidade.

    Os três estados dos planetas exteriores ou transpessoais 

     A energia dos planetas exteriores está presente em nossa vida a todo momento, e por meioda evolução pessoal temos uma tendência gradual para aumentar nosso nível de conhecimentoconsciente deles. Em algumas ocasiões, no entanto, desencadeia-se alguma ruptura repentina apesarde que nenhum de nós quer que isso ocorra. Graças ao conhecimento que os planetas exterioresativam em nossas vidas, podemos ser conscientes das três fases do potencial que desenvolvem. Estasfases podem receber o nome de:

     Estado de Sonho

     Estado de Despertar

     Estado de Desperto

    No “estado de sonho”, pode que Urano seja considerado como a visão ideal de um mundoperfeito que compreende o “sistema correto” para alcançar a liberdade universal. É a força que motivanão apenas os astrólogos, mas também aos revolucionários que querem mudar o mudar e resolver osproblemas através dos “ismos”. O impulso para conseguir ideais uranianos pode produzirpensamentos originais, criativos, e com inventiva. Trata-se dessas rajadas repentinas de intuição quefrequentemente surgem como resultado de um período de forte trabalho preparatório.

    Urano não se ocupa dos indivíduos, mas sim do “todo” e do “sistema”, razão pela qual nemsempre podemos encaixar com ele. No “estado de despertar” damo-nos conta de que o mundoperfeito é uma situação criada mental e tecnicamente e, por isso, utopicamente.

    O “despertar” é separar-se da “normalidade” o que se percebe confrontando fenômenos quenão podem explicar conscientemente. Isso pode ocorrer por meio de alguma “experiência de pico”

    onde o conhecimento adquirido nela pode ser utilizado unicamente a disposição de uma experiênciapessoal e ficarmos impregnados pelo halo de uma sensação genuína. Urano então criará um sentidode iluminação lá do inconsciente, por meio do qual se produzirá um sentido de colaboração a nívelglobal e holístico ou, ao contrário, nos levará a ter confl itos com a corrente coletiva que possivelmenteé a que fará “despertar”.

    No estado transpessoal “desperto”, Urano representa o poder da busca, sabendo que nenhumfim é real em si mesmo e que não nenhuma solução perfeita. Todo conhecimento é temporal esabemos que a única coisa estável na vida é o nosso estado de conhecimento consciente. Através deUrano podemos estar em contato com a criatividade pura do universo.

    Durante o “estado de sonho”, também Netuno nos convida para entrar em seus domínio,oferecendo-nos um mar de ilusões, de romantismo e, inclusive, de falsas esperanças. Uma relaçãoentre duas pessoas é o enlace de dois campos energéticos, e à união e integração desta energiachamamos amor. Netuno leva-nos a crer e um “ideal” de amor universal para criar a “relaçãoperfeita”, através de situações não estruturadas, mas realmente ela só pode se realizar se estivermoslivres das necessidades egoístas do ego e de todas as distorções que se podem criar em qualquerrelação.

    No “estado de despertar”, tentamos satisfazer os ideais netunianos com coisas que possamser vividas, sentidas ou possuídas. Admitimos a necessidade de um amor perfeito (Netuno), aomesmo tempo em que impomos nossas próprias restrições a Urano (leis) e de Plutão (perfeição).

     Assim, pois, de forma impulsiva e irracional buscamos o “pseudo-amor” por meio de coisas como atelevisão, a bebida, as drogas, revistas eróticas, etc., enquanto que talvez uma via de manifestação

  • 8/20/2019 03 - Os Planetas

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    mais prática e realista seria a comunicação e interrelação por meio de grupos, de comunidades, ou deum ideal comum.

    No “estado desperto”, as qualidades netunianas que buscamos podem ser encontradasatravés da meditação, da reflexão interna, e da contemplação. Esses processos ativos permitem-nosidentificar nossos sentimentos com o mundo inteiro, expressando-os como “amor desinteressado”para com todos os seres do cosmos. Podemos intensificar nossa percepção do universo e sentir quesomos parte dele porque aceitamos que tudo o que é, é correto, e não tentamos fazer juízos de valor.Netuno pode levar-nos do conhecimento à compreensão.

    Plutão ocupa-se da essência de ser com a evolução das espécies, assim como a do serhumano. Uma típica pergunta de Plutão no “estado de sonho” é: “Quem sou eu em essência?”.Imagens como a do Super Homem, Deus, o Guru, etc., são características de Plutão, junto com ooutro lado da moeda como são os ídolos, as estrelas do pop, os jogadores de futebol, etc., pois Plutãopode utilizar o poder de transformação externa e/ou internamente.

    No “estado de despertar”, Plutão ativa a ambição e a ânsia por poder. Quando nos sentimoslimitados a respeito do nosso crescimento pessoal, nos tornamos ambiciosos e queremos conquistarcompetindo com aqueles que se encontram em nosso caminho. O guru pode ser uma posição artificialde poder, assim como também a do político, ou a manipulação do sexo, ou a dependência emocional,chegando com isso à imperiosa necessidade de destruir e autodestruir-se.

    No “estado desperto”, Plutão é o poder de regeneração e transmutação através do “pneuma”(espaço interior), já que se ocupa do crescimento em todos os níveis. Plutão não apenas destrutivo,sua função é a de construir novos enfoques, abolindo aqueles que já não servem mais. A única coisaque destrói são as criações egocêntricas feitas pelo homem, que em sua ignorância cruzam-se nocaminho da lei natural. O crescimento é a lei do todo, incluindo o da consciência, e nossa capacidadede crescer depende sempre de nós mesmos, não de circunstâncias nem dos demais. Através dePlutão, podemos encontrar nosso enlace com a vontade universal.