1 controle interno na administraÇÃo pÚblica municipal prof. marcelo rodrigues...
TRANSCRIPT
1
CONTROLE INTERNO NA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL
Prof. MARCELO RODRIGUES
MPES: 3224.5157
Cel.: 9822.3793
Res.: 3039.3385
2
2
FORMAÇÃO ACADÊMICA:Mestre em Administração Estratégica e Finanças (UFMG)
Especialista em:Auditoria Contábil (FAESA)
Gestão Empresarial e Negócios (UVV)Finanças Públicas (FIJ-RJ)
Bacharel em Ciências Contábeis (UVV)Pós graduando em Direito Tributário (FIJ-RJ)
DOCÊNCIA - UVVCoordenador e Professor da Pós Graduação nas áreas de:
* Auditoria e Perícia Judicial * Contabilidade e Auditoria Pública
Professor da Graduação de Custos e Contabilidade
OCUPAÇÃO PROFISSIONAL ATUAL Cargo: Controlador de Recursos Públicos – TCES
Função : Assessor Especial de Controle Interno – MPES
3
Metodologia de Ensino
Pesquisas apontam que RECORDAMOS:– 10% do que lemos;– 20% do que escutamos;– 30% do que vemos;– 50% do que vemos e escutamos;
– 70% do que ouvimos e discutimos; e
– 90% do que ouvimos e fazemos.
4
1 – Introdução
Os sistemas institucionalizados de controle, podem ocorrer de forma interna a cada poder, ou de forma externa, mas ainda no âmbito estatal.
O controle externo é de competência do Poder Legislativo.
O Poder Legislativo recebe o auxílio do Tribunal de Contas.
O controle interno deverá ser mantido por cada Poder. CRIAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE CONTROLE:
– TCU: 1890– TCEES: 1957– AGE: 1987
5
1.4 – Administração Pública É a atividade que o Estado desenvolve, para a consecução dos
interesses públicos. É formada por todos os órgãos integrantes da Administração
Direta e da Administração Indireta do Estado.
1.4.1 – A AVALIAÇÃO DO CONTROLE INTERNO DEVE ATENTAR PARA OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 37 CF: Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Art. 70 CF: Legalidade, legitimidade e economicidade.Art. 74 CF: Eficácia e eficiência.Emenda Constitucional 45: RazoabilidadeOutros: Efetividade e equidade.
6
1.4.1 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
LEGALIDADE: Significa que o administrador público está sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum.
IMPESSOALIDADE: É o princípio da finalidade exigindo que o ato seja
praticado sempre com finalidade pública, impedindo a busca de outro objetivo ou de praticá-lo no interesse próprio ou de terceiros.
MORALIDADE:– Decidir entre o honesto e o desonesto;– Está ligada ao conceito do "bom administrador" que
é aquele que se determina pela Lei e pela moral comum;
– Há que conhecer, assim, as fronteiras do lícito e do ilícito, do justo e do injusto nos seus efeitos.
7
1.4.1 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PUBLICIDADE:
É a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início
de seus efeitos externos.
EFICIÊNCIA:
Produz o máximo com um determinado volume de recursos, ou utiliza recursos mínimos para obter bens e serviços na qualidade e quantidade desejados. Produção Máxima Recursos Mínimos
LEGITIMIDADE:
A legitimidade deve preponderar sobre a legalidade haja vista que existem normas que não são legítimas, o que as transforma em alvo de propostas de adequação ou anulação pelos organismos de controle.
8
1.4.1 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ECONOMICIDADE:– Inspira–se no princípio custo/benefício.– Necessidade de adequação e equilíbrio entre o
mínimo de despesas e o máximo de receitas, nas melhores condições possíveis.
EFICÁCIA: Serve para avaliar se a atividade está atingindo suas
metas/objetivos e são voltados para resultados e não para os custos.
EFETIVIDADE:– Refere–se ao grau de aderência dos objetivos
pretendidos à competência, atribuição e finalidade da gestão ou organização.
– Vincula–se ao senso de oportunidade, praticidade, utilidade e prioridade, entre outros.
9
1.4.1 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
RAZOABILIDADE: Houaiss descreve seis acepções para esse adjetivo: a) logicamente plausível; racionável, como uma dedução; b) o aceitável pela razão; racional, quando, por exemplo,
consideram-se as exigências feitas; c) que tem bom senso; como uma pessoa razoável; d) o que é justo e compreensível por se basear em
razões sólidas, como um julgamento, uma decisão razoáveis;
e) não excessivo; moderado; e f) que é bom, mas não excelente; aceitável, suficiente,
bastante.
10
1.4.1 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
EQUIDADE:
Para Aristóteles, a Eqüidade corresponde à Justiça em sentido amplo e a legalidade, a Justiça em sentido mais estrito.
Equidade é o tratamento equilibrado de cada caso, resultante do entendimento da Justiça com fundamento na igualdade.
11
1.4.2.3 – Poder Disciplinar
É a faculdade de punir as infrações dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da
Administração Pública.
1.4.2.4 – Poder de Polícia
Polícia Administrativa - fiscalização, vistoria, ordem, notificação,
autorização, licença, interdição de atividade, etc.
Polícia Judiciária - decidir os conflitos de interesses, obedecendo
sempre os ditames legais.
Polícia de manutenção da ordem pública - Polícia Civil e P.Militar.
12
2 – CONTROLE NA ADM. PÚBLICA 2.1 – Conceitos e fundamentos CONTROLE:
– É o processo pelo qual as atividades de uma entidade são conduzidas de acordo com um plano de ação desejado;
– Possibilita à administração dirigir e acompanhar as suas atividades, envolvendo: políticas, objetivos, normas, padrões e procedimentos; delegação de autoridade; identificação de desvio na estrutura; e se necessário, ação corretiva.
2.2 – Administração Pública e Controle - A administração Pública age de acordo com
normas legais. Para que sejam observadas essas normas, é que se faz necessário o exercício do controle da Administração Pública.
13
2 – CONTROLE NA ADM. PÚBLICA2.3 Tipos de controles:
– Controle Interno (Administrativo);
– Sistema de Controle Interno;
– Controle Externo;– Tribunal de Contas;– Ministério Público;– Controle Jurisdicional; – Cidadão, partido político,
associação ou sindicato; e– Meios de Comunicação.
14
CONTROLE
INTERNOINTERNO
EXTERNOEXTERNO
CÂMARA
MUNICIPAL
CÂMARA
MUNICIPAL
ASSEMBLÉIALEGISLATIVA
ASSEMBLÉIALEGISLATIVA
15
2 – CONTROLE NA ADM. PÚBLICA.
2.4 – Conceitos e fundamentos"controle consiste em estabelecer a conformidade de uma coisa em relação a outra coisa". Há controle quando há relação, aproximação ou confrontação entre o objeto de controle e uma referência que serve de escala de valor para apreciação. O termo controle é utilizado nos seguintes sentidos:Dominação - associada a idéias de subordinação, centralização e monopolização. Direção - associada a idéias de comando e gestão.Limitação - associada a idéias de regulamentação e proibição. Vigilância ou fiscalização - associada a idéias de supervisão, inspeção e censura; contém o sentido de continuidade.Verificação - associada à idéia de exame e constatação; implica na idéia de finalidade, de busca da verdadeRegistro - associada à idéia de autenticação, equivalência e identificação.
16
2 – CONTROLE NA ADM. PÚBLICA 2.5 – Controle Interno (Administrativo): É aquele que o Executivo e os órgãos da Administração dos
demais Poderes exercem sobre suas próprias atividades, visando a mantê-las dentro da lei.
FORMAS DE EXERCER O CONTROLE INTERNO: Preventivos - Os controles exercidos pelos órgãos internos da
Administração, quando se estabelecem as formalidades e exames prévios dos atos administrativos para adquirirem eficácia e operatividade;
Sucessivos - Os exercidos pelos órgãos incumbidos do julgamento dos recursos, a exemplo de conselhos e tribunais administrativos, quando se acompanha a formulação dos atos;
Corretivos - Os exercitados pelos órgãos correcionais incumbidos das apurações de irregularidades funcionais, quando
são corrigidos os atos defeituosos.
17
2 – CONTROLE NA ADM. PÚBLICA2.5.1 – Controle Interno Auditado
a) Plano de organização – formado pelo organograma da empresa, descrição de responsabilidade e funções, é complementado formalmente pelas seguintes políticas: competência e treinamento do pessoal, honestidade do quadro de pessoal, dedicação e zelo, supervisão, responsabilidade, níveis de alçada e segregação de funções;
b) Sistema de procedimentos, registros e guarda de registros – agrega um sistema adequado de contabilidade, manual de procedimentos, manual de formulários e documentos, autorizações, controles contábeis e a comunicação (compreende a ampla divulgação interna das políticas e procedimentos operacionais comunicação);
c) Segurança interna – abrange dispositivo adequado de guarda e procedimentos internos seguros, seguro adequado;
d) Custo de controle x benefício; e as
e) Limitações básicas de qualquer sistema de controle interno – compreende, dentre outros, o conluio de funcionários, falta de treinamento, ausência de supervisão, sonegação fiscal, etc.
18
2.5.2 Cabe à auditoria interna, recomendar as seguintes medidas:
a) Impedir o paternalismo ou a ingerência política nas atividades de fiscalização tributária;
b) Realizar concursos públicos em duas etapas: a primeira, com provas escritas de conhecimento, e a segunda, com cursos de treinamento, de caráter eliminatório;
c) Aprimorar o nível profissional dos servidores dedicados ao controle da receita, mediante a realização de cursos periódicos de treinamento e especialização, inclusive de relações humanas;
d) Adotar uma estrutura sistêmica desde as atividades de previsão, lançamento e extinção dos créditos tributários, determinando que a receita seja contabilizada pelo regime de competência a partir da fase do lançamento (quando decorre a constituição do crédito tributário);
e) Recomendar a não concessão de anistias, isenções fiscais ou redução casuística de base de cálculo, bem como proibir qualquer ato administrativo tendente a cancelar o crédito tributário;
f) Estabelecer programas de auditoria das receitas públicas de toda natureza, com o objetivo de buscar eventuais responsabilidades pela aprovação de empréstimos decorrentes da ausência na melhora de métodos adequados de arrecadação das receitas efetivas; e
g) Incluir nos relatórios da receita índices de inadimplência dos contribuintes, bem como parâmetros de evasão tributária.
19
2 – CONTROLE NA ADM. PÚBLICA2.6 - Sistema de Controle Interno: Art. 74 da CF:
Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas do Plano Plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
O art. 76 da CE, contempla os termos da CF. o Estado do Espírito Santo não possui tal sistema de
controle interno integrado.
20
Sistema de Controle Interno: Art. 70 da CF: A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo congresso nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada poder.
A CE, art. 70, contempla os termos da CF. No Estado do ES, a AGE atua apenas no Poder Executivo, ao
passo que no RGS a Auditoria Geral possui delegações nos três Poderes e no Ministério Público.
O órgão de avaliação de CI precisa deixar de ver apenas partes de uma atividade para ver o seu todo, objetivando avaliar a eficiência e a eficácia da gestão da entidade auditada.
A Auditoria deve atuar tanto na despesa quanto na receita. A auditoria interna governamental pode contribuir como trabalho
do Tribunal de Contas. No entanto, no Espírito Santo não existe integração entre a AGE e o TCE.
21
Somente um bom Sistema de Controle
Interno irá garantir informações contábeis
e gerenciais tempestivas, relevantes e
fidedignas, de modo a atender aos prazos e limites estabelecidos pela LRF e Instruções Normativas do TCE.
22
2 – CONTROLE NA ADM. PÚBLICA2.6.1. - Normas e Procedimentos
Os procedimentos de controle interno, de acordo com a NIA – Norma Internacional de Auditoria publicada pelo IBRACON incluem:
a.– Relatar, revisar e aprovar conciliações;
b.– Conferir a precisão aritmética dos registros;
c.– Controlar aplicativos e o ambiente de Sistemas de Informações
Computadorizados;
d.– Manter e revisar balancetes e as contas;
e.– Aprovar e controlar documentos;
f.– Comparar dados internos com fontes externas de informações;
g.– Comparar resultados das contagens físicas, tais como: caixa,
títulos e estoques com os registros contábeis;
h.– Limitar o acesso físico direto a ativos e registros; e
i.– Comparar e analisar os resultados financeiros com os valores
orçados.
23
2.7 – Avaliação da Eficiência de uma Auditoria Interna A auditoria é eficiente quando realiza o máximo de avaliações,
com custos reduzidos e boa qualidade;
A eficácia da auditoria é medida pelo grau de cumprimento dos seus objetivos e metas fixadas na programação de suas ações.
INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DE AI (%): Dotação orçamentária/orçamento total Quantitativo de pessoal na área/efetivo total Investimento em treinamento/médias anteriores Investimentos em informática/referencial de qualidade Tempo médio de resposta a demandas/referencial de qualidade Número de auditores/número de órgãos Quantidade de auditores/quantidade de relatórios Relatórios elaborados/tempo gasto na execução
24
2.8 – Avaliação da Eficiência e eficácia na Gestão dos Órgãos Públicos
QUANTO CUSTA:a) Uma aula?b) Um determinado serviço de saúde?c) Serviço de policiamento?d) Serviço prisional?c) A gestão de pessoal?d) A gestão de compras?e) As auditorias governamentais?f) Os serviços jurídicos?g) A gestão de políticas públicas?h) Os processos de trabalho do governo?i) Atender cada cliente de uma organização governamental?Quais atividades agregam valor aos processos de trabalho?Qual o impacto em termos de custos nas mudanças organizacionais propostas ou implementadas?Qual a eficiência de cada órgão público?
25
2.8 – Avaliação da Eficiência e eficácia na Gestão dos Órgãos Públicos AS PRESTAÇÃO DE CONTAS NÃO APRESENTAM:
– Desempenho Operacional; – Administração do Ativo; – Controle sobre o Passivo; – Especificação de Metas; – Medição de Desempenho; e – Relatório sobre os Resultados.
26
MECANISMOS COERCITIVOS DO TCEES
a) Devolução de recursos desviados;b) Sanções pecuniárias de: R$ 845,90 a R$ 23.551,55 (500 a 13.921 VRTE)c) Inelegibilidade e Inabilitação para ocupar cargo em comissão ou função de confiança até 5 anos
(TCU é de 5 a 8 anos).d) Afastamento temporário das funções;e) Sustação do ato impugnado;f) Arresto dos bens dos responsáveis julgados em
débito; eg) Propor ao Governador do Estado intervenção no
município.
MINISTÉRIO PÚBLICO (Coopera com o TCEES):– No julgamento das contas públicas;– No julgamento das auditorias; e na – Proposição de ação civil ou criminal dos infratores.
27
MULTAS E RESSARCIMENTOS APLICADOS PELO TCEES
2005 Milhões ( R$)
Multas: 1.476.215,00
Ressarcimento: 11.893.760,88
TOTAL: 13.370.077,28 Fonte: TC na mídia, 02.06.06
MONTANTE AUDITADO X DESPESAS DOS TRIBUNAIS DO BRASIL
Bilhões (R$):
Montante Auditado 284,51
Despesas dos TC´s 0,93
% Desp TC`s x Montante 0,35% Fonte: FIA/USP, 2001
MULTAS E RESSARCIMENTOS APLICADOS PELOS TRIBUNAIS DO BRASIL
Milhões (R$):
A) Imputação de débitos e multas..............587,0
B) Despesa Total dos TC´s .........................939,6
C) Recolhimento débitos/multas..................28,2
Imputação / Despesa total (A/B)..............62,5%
Recolhimento / Despesa total (C/B)...........3%
Recolhimento / Imputação.........................4,81%
Fonte: FIA/USP, 2001