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1 Estudante do curso de história (FACIP/UFU); e-mail: [email protected] 2 Professor do curso de história da FACIP/UFU; e-mail: [email protected] FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRICA A PARTIR DE INFLUÊNCIAS DENTRO E FORA DO ESPAÇO ESCOLAR Franciele Amaral Rodrigues dos Santos¹ José Josberto Montenegro Souza² Resumo O presente trabalho aborda situações e procedimentos constitutivos de formas de aprender e ensinar história no ensino básico. A pesquisa parte de referencial teórico fundamentado na perspectiva da educação histórica e propõe reflexão acerca das maneiras como jovens e crianças aprendem história em situações cotidianas, dentro e fora da sala de aula. Buscou-se conhecer como e a que fatores os estudantes associam as razões para a assimilação de determinadas concepções apreendidas sobre o passado. Investigar processos de aprendizagem remete ao questionamento de aspectos que estimulem os próprios jovens a apontarem tópicos que consideram decisivos para a apreensão do conhecimento histórico, tendo vista a identificação dos meios ou recursos enunciados como plausíveis à aprendizagem histórica. Ao responder ou indicar como ocorreu a assimilação de determinadas concepções apreendidas sobre o passado, crianças e jovens nos fornecem pistas para pensarmos e reformularmos procedimentos didáticos construídos a partir da interação entre concepções de usos e sentidos de tempo distintas. O trabalho tem sido realizado entre alunos do ensino básico de escolas públicas de Ituiutaba-MG, no sentido de identificar os recursos acessados quando realizam pesquisas escolares demandadas em aulas de história. Em termos de resultados identificamos inicialmente que os jovens atribuem a aprendizagem a consultas ao livro didático, internet, jornais e revistas, filmes, dentre outros. Consideramos que a formação de consciência histórica perpassa um conjunto de práticas vivencias tanto no âmbito escolar, quanto os que ocorrem fora da escola. Palavras-chave: Educação, Ensino de História, Didática da História, Consciência Histórica Introdução Entender o processo de aprendizagem do ponto de vista teórico e prático de aspectos da formação da consciência histórica de estudantes, bem como aos responsáveis pela educação formal pressupõe o conhecimento dos sentidos que a história mantém por meio de sua função de orientação da vida humana no tempo. Para se aprender história é importante saber como se processa esse conhecimento, quais são os elementos constitutivos do aprendizado histórico dentro e fora do espaço escolar. Com base nessa proposta é que desenvolvemos essa pesquisa em torno da Educação Histórica e formação da consciência

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Estudante do curso de história (FACIP/UFU); e-mail: [email protected] 2 Professor do curso de história da FACIP/UFU; e-mail: [email protected]

FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRICA A PARTIR DE INFLUÊNCIAS

DENTRO E FORA DO ESPAÇO ESCOLAR

Franciele Amaral Rodrigues dos Santos¹

José Josberto Montenegro Souza²

Resumo

O presente trabalho aborda situações e procedimentos constitutivos de formas de aprender e

ensinar história no ensino básico. A pesquisa parte de referencial teórico fundamentado na

perspectiva da educação histórica e propõe reflexão acerca das maneiras como jovens e

crianças aprendem história em situações cotidianas, dentro e fora da sala de aula. Buscou-se

conhecer como e a que fatores os estudantes associam as razões para a assimilação de

determinadas concepções apreendidas sobre o passado. Investigar processos de aprendizagem

remete ao questionamento de aspectos que estimulem os próprios jovens a apontarem tópicos

que consideram decisivos para a apreensão do conhecimento histórico, tendo vista a

identificação dos meios ou recursos enunciados como plausíveis à aprendizagem histórica. Ao

responder ou indicar como ocorreu a assimilação de determinadas concepções apreendidas

sobre o passado, crianças e jovens nos fornecem pistas para pensarmos e reformularmos

procedimentos didáticos construídos a partir da interação entre concepções de usos e sentidos

de tempo distintas. O trabalho tem sido realizado entre alunos do ensino básico de escolas

públicas de Ituiutaba-MG, no sentido de identificar os recursos acessados quando realizam

pesquisas escolares demandadas em aulas de história. Em termos de resultados identificamos

inicialmente que os jovens atribuem a aprendizagem a consultas ao livro didático, internet,

jornais e revistas, filmes, dentre outros. Consideramos que a formação de consciência

histórica perpassa um conjunto de práticas vivencias tanto no âmbito escolar, quanto os que

ocorrem fora da escola.

Palavras-chave: Educação, Ensino de História, Didática da História, Consciência Histórica

Introdução

Entender o processo de aprendizagem do ponto de vista teórico e prático de aspectos

da formação da consciência histórica de estudantes, bem como aos responsáveis pela

educação formal pressupõe o conhecimento dos sentidos que a história mantém por meio de

sua função de orientação da vida humana no tempo. Para se aprender história é importante

saber como se processa esse conhecimento, quais são os elementos constitutivos do

aprendizado histórico dentro e fora do espaço escolar. Com base nessa proposta é que

desenvolvemos essa pesquisa em torno da Educação Histórica e formação da consciência

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histórica de jovens estudantes de escolas básicas da rede pública de Ituiutaba-MG. Ao

propormos a reflexão sobre aprendizagem e formação da consciência histórica de jovens,

consideramos fundamental assumir como ponto de partida, identificar aspectos que

influenciam e promovem aquisição de conhecimento em diferentes momentos e situações

cotidianas. Dentre as atividades desenvolvidas e aplicadas pela escola e ainda aquelas

advindas de interações com a realidade sociocultural a qual esses jovens pertencem, assim

como meios de comunicação e leituras em geral. Investigar estes processos de aprendizagem

remete a questionamentos que estimulam os próprios jovens a apontarem os fatores que

consideram decisivos para a apreensão do conhecimento histórico, tendo vista a identificação

dos meios ou recursos enunciados como responsáveis pela aprendizagem histórica.

Educação histórica e aprendizado histórico

Para abordarmos as situações constitutivas de formas de aprender e ensinar história

por crianças e jovens estudantes do ensino básico fundamentamos nossa reflexão em

referencial teórico da educação histórica, para lidarmos com as maneiras como jovens

aprendem história dentro e fora da sala de aula a partir de fatores indicados por eles para a

assimilação de determinadas concepções, que remetem a conteúdos e/ou conceitos históricos.

Dentre estas formas de aprendizado da história há a recorrente busca de informações

demandas na realidade social do aluno. Assim, desde os meios de comunicação, acervos de

bibliotecas, internet, dentre outros, constituem fontes de informação que suprem as buscas de

alunos ao buscarem responder às chamadas “pesquisas escolares”. Ao estudar o passado,

pressupõe-se a busca de respostas para inquietações vividas no presente, portanto, faz-se

necessário que os alunos entendam que o passado não está em um plano isolado e sim

enraizado em nossas vidas hoje, pois tudo o que foi e é vivenciado faz parte das mudanças

que gradualmente acontecem e marcam historicamente as sociedades.

O aprendizado histórico não ocorre somente por via das aulas que o professor

ministra e repassa aos alunos o que aconteceu no passado, vai muito além da exposição da

história substantiva. A produção do conhecimento histórico torna-se possível quando o

professor consegue promover articulações de sentido ao que a disciplina de história, por meu

de seus conteúdos, mantém com a vida prática dos alunos. É recorrente que se escute jovens

estudantes dizendo coisas do tipo "para que estudar o que já passou quem gosta de passado é

museu", ou "é muito chato estudar história, a gente tem que ficar decorando tudo". Para tornar

viável o trabalho em sala de aula, primeiramente é necessário desconstruir este tipo de

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concepção, muitas vezes deturpada dos alunos e apresentar objetivos concernentes à

inquietações dos próprios estudantes. Holien Gonçalves Bezerra aponta uma das funções do

conhecimento histórico.

O objetivo primeiro do conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos

sujeitos históricos, o desvendamento das relações que estabelecem entre os grupos

humanos em diferentes tempos e espaços. Os historiadores estão atentos às

diferentes e múltiplas possibilidades e alternativas apresentadas nas sociedades,

tanto nas de hoje quanto nas do passado, que emergiram da ação consciente ou

inconsciente dos homens; procuram apontar os desdobramentos que se impuseram

com o desenrolar das ações desses sujeitos. (BEZERRA, p.42.)

É ofício de todo profissional da educação histórica apresentar para os alunos a função

do aprendizado histórico na vida prática de cada um. Para isso é necessário que o professor

saiba que não se trabalha história ensinando apenas o que está no livro didático, nem tão

pouco pautar-se apenas na maneira que considera ser a melhor. Os programas curriculares são

concebidos tendo em vista uma série de fatores, dentre estes os documentos oficiais, a

exemplo dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs. Nestes estão sistematizados

conteúdos e proposições quanto à abordagem. Cabe, no entanto, ao professor atuar como

mediador. Investigar a realidade da escola, dos estudantes e consequentemente, desenvolver

percursos para consecução de seu trabalho em constante sintonia com perguntas e questões

pertinentes as demandas de crianças e jovens com os quais interage no processo de

aprendizagem. Não existe uma receita pronta para isso, de acordo com Marcos Silva é

necessário um compromisso por parte do professor em relação à responsabilidade de se

ensinar a melhor história possível.

Defendo um ensino de história comprometido com conteúdos: não ensinamos

"qualquer coisa", ensinamos história; trabalhamos com conhecimento histórico,

campo de saber dotado de métodos, com tradições acumuladas e criticáveis, aberto à

produção de novas interpretações; nossa presença no ensino fundamental e no

ensino médio diz respeito exatamente à garantia de que esse conhecimento alcance

crianças, jovens e adultos em geral. (SILVA, 2013. p. 15)

Lecionar História no ensino fundamental e médio, conforme dissemos, cumpre

prerrogativas tanto do currículo oficial, quanto das condições próprias a realidade dos grupos

sociais a que se destina. A abordagem a ser adotada no que diz respeito aos conteúdos da

disciplina deve contemplar reflexão sobre o conjunto de registros acerca das experiências

temporais das sociedades humanas. Assim, o aprendizado histórico é um processo que

permite ao aluno refletir sobre a experiência temporal que a o conhecimento histórico

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pressupõe, atribuindo sentido e orientação à vida prática e compreensão da identidade

histórica e cultural dos indivíduos. O estudo do passado pode oferecer algumas respostas para

as inquietações vividas no presente. Para tanto, faz-se necessário que os alunos entendam que

o passado não está em um plano isolado e sim enraizado em nossas vidas hoje, pois tudo o

que foi e é vivenciado faz parte das mudanças que gradualmente vem acontecendo no mundo.

No processo de aprendizagem histórica podemos perceber como se torna mais viável a

assimilação de conteúdos, como crianças e jovens se orientam no tempo a partir do

conhecimento do passado e como trazem esse aprendizado para a vida prática, constituindo

assim uma consciência histórica. Para Rüsen, o aprendizado histórico contribui para a

orientação no tempo e ampliação da consciência histórica.

Através do aprendizado histórico, deve ser aqui aberta para a orientação temporal da

própria vida prática sobre a experiência histórica e ser mantida aberta para um

incremento da experiência histórica. Competência de experiência é, parcialmente,

objetivo essencial do aprendizado histórico e possui uma forte dimensão estética. O

aprendizado histórico é sempre (também) um processo, no qual se abrem os olhos

para a história, para a presença perceptiva do passado. (RÜSEN, 2010, p.48.)

Refletindo sobre as proposições apontadas por Rüsen sobre o aprendizado histórico,

nota-se que é fundamental o conhecimento histórico para a formação da consciência histórica

do individuo. Tanto o ambiente escolar quanto o espaço fora dele são primordiais nesse

processo de aprendizado. E cabe ao professor mediar e incentivar a busca por esse

conhecimento que permite alargar o pensamento histórico e promover respostas satisfatórias à

inquietações da vida prática do aluno.

Materiais e métodos

Para Jörn Rüsen, o aprendizado histórico é uma das dimensões e manifestações da

consciência histórica, isso nos leva a pensar que a forma como se constrói esse aprendizado é

importante e definidora para a consciência histórica dos jovens estudantes. A partir dos

conceitos teóricos relacionados ao ensino de História, foi sistematizada uma atividade

investigativa realizada em escolas públicas municipais e estaduais de Ituiutuba-MG, com

alunos do 6º e7º ano do Ensino Fundamental, 1º e 2º do Ensino Médio. O instrumento para

obtenção de resposta dos estudantes foi formulado sob a forma de enquête discursiva

direcionada às formas de aprendizagem histórica relacionada às “pesquisas escolares”

demandadas por professores de história. Rodas de conversa também foram fundamentais para

que os alunos colocassem abertamente suas opiniões em relação ao ensino de história.

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Imagens impressas de personagens e momentos históricos também foram utilizadas para a

realização do projeto. Nesse sentido, almejamos identificar materiais, recursos, fontes que

auxiliam na realização das chamadas “pesquisas escolares” e a maneira como interferem ou

influenciam na formação da consciência histórica de jovens. Alguns recursos, por oferecer

informações rápidas e em grande número como, por exemplo, a internet e a televisão pode

gerar também uma falsa sensação de estar aprendendo tudo, mas a realidade é outra, acumular

informações não significa acumular aprendizado. Barca aborda esse assunto em sua pesquisa

em relação à educação histórica.

Sentimos cada vez mais dificuldades em reter a informação que nos chega pela

televisão, rádio, jornais, Internet. Existe hoje a possibilidade de contacto instantâneo

com todo o mundo, e a nova forma de comunicar tem provocado rápidas alterações -

e turbulência - nos hábitos, gostos e mentalidades. Esta abertura dá-nos a sensação

de que o mundo está desnudado, tudo se conhece, tudo se sabe. (BARCA, 2011,

p.38).

Essa sensação de que tudo se conhece, tudo se sabe gera um aprendizado quantitativo

em que o jovem acredita estar aprendendo, mas, o que questionamos é como esse jovem traz

esse falso aprendizado para a vida prática. Na verdade não traz. Apenas o que realmente foi

absorvido de forma concreta pelo aluno é passível de ser compreendido e aplicado na vida

prática. Percebemos isso na análise feita com a turma do 2º Ano do Ensino Médio. Na turma

composta por 29 alunos, a maioria demonstrou afinidade com a disciplina de História e

capazes de pensar a história como orientadora para a vida prática nos dias atuais. Para

desenvolver a pesquisa recorremos à enquete por considerarmos que esta atenderia à

perspectiva de construir uma primeira aproximação diagnóstica, além de corroborar com

pressupostos da investigação qualitativa a ser realizada posteriormente. A enquete composta

por nove itens foi aplicada durante aula do professor de história, com questões abordando

diferentes temas do processo de ensino-aprendizagem.

A primeira questão formulada na enquete foi direcionada a realização das atividades

fora da sala de aula com o intuito de descobrir se o ensino de história fica limitado apenas nas

aulas ou se os alunos buscam aprender com outros recursos: "O seu professor de história

costuma passar atividades para fazer fora da sala de aula"? Especifique que tipo de trabalho.

Dentre as respostas apresentadas para a turma de 6° ano do ensino fundamental, composta por

trinta e um alunos, responderam positivamente à questão, o professor sempre pede para que

façam trabalhos de pesquisa, porém apenas doze alunos responderam que são comprometidos

com as atividades. Percebemos que a falta de interesse por parte da turma gera um déficit em

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relação aos conteúdos estudados, pois se não participam das atividades não serão capazes de

produzir conhecimento histórico, e tão pouco desenvolver a capacidade de se orientar no

tempo e interpretar a história como disciplina necessária para a formação de cada um como

cidadão apto a construir sua própria opinião e senso crítico perante a sociedade que está

inserido. No 7° ano do ensino fundamental o índice de participação das atividades extraclasse

é melhor. Dos trinta e três alunos que responderam à enquete dezesseis se comprometem com

os trabalhos. Os jovens estudantes são influenciados pelo professor a participar dos trabalhos

fora da escola e eles gostam da ideia de serem pequenos historiadores, como são chamados

pelo professor. Ao realizarem os trabalhos, os alunos percebem o quanto a aula se torna mais

produtiva e agradável, já que pesquisaram antes o que seria discutido percebem que fica mais

fácil à participação nas discussões. Ao especificarem o tipo de atividade solicitada, seis desses

alunos participativos destacam que o professor, após tratar determinadas temáticas, indica

filmes. Outros cinco fizeram referência ao uso da internet para responder às solicitações das

tarefas do professor de história. Na turma do 1°ano do ensino médio, composta por vinte e

dois estudantes, somente dezoito afirmaram que o professor solicita tarefas a serem realizadas

em casa. Neste caso, ao especificarem, remeteram aos temas ou assuntos abordados. Dentre as

repostas, há algumas que se destacam por fazerem alusão a estas tarefas que, segundo os

alunos, favorecerem a aprendizagem. No que diz respeito ao ensino de história, é importante

nos atentarmos para a nossa responsabilidade, enquanto professores, em relação ao

aprendizado desses jovens. A forma como eles buscam e aprendem história fora do espaço

escolar é fundamental para que haja uma boa dinâmica em sala de aula em relação ao ensino

de história. Enquanto ao 2° ano do ensino médio, vinte e nove alunos, a porcentagem de

alunos que realmente fazem os trabalhos é bem alta. Eles justificam que além de aprender

mais, ainda ficam sabendo algumas curiosidades do passado que nunca tinham ouvido falar.

Com relação ao outro item da enquete, foi direcionada uma questão acerca dos

“materiais ou fontes de informação que utilizam para responder às atividades solicitadas pelo

professor de história”, no qual foram apresentados: I – Livro didático; II - Biblioteca; III –

Internet; IV – Museu; e V – Jornais, revistas, com opção para especificar. As respostas do 6°

ano indicaram que noventa por cento da turma utilizam o livro didático para a realização das

pesquisas e costumam na própria casa. No sétimo ano, vinte e seis alunos disseram utilizar o

livro didático, nove recorrem à internet, doze usam jornais e revistas e somente um a

biblioteca. Os jovens do 1° ano do ensino médio não ficam presos somente ao livro didático,

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vinte buscam respostas para seus trabalhos na internet, onze livro didático e costumam

recorrer à biblioteca. Percebemos que conforme aumenta a idade aumenta o uso de outros

recursos para a pesquisa de trabalhos. Em seguida, pediu-se que “explicassem como utilizam

os materiais acessados”, a maioria das respostas mencionam a palavra pesquisa, com

indicativos de certa preocupação em interpretar o conteúdo acessado, com expressões como:

"Leio o texto e depois começo a copiar ou responder a analisar as questões (estudante 7ª

ano)". Ou ainda, "Eu leio e depois escrevo o que eu entendi com as minhas próprias palavras

(estudante 1º ano)". No 6° ano alguns alunos colocaram que apenas copiavam o que

encontravam, outros preferiam ler e tentar entender o que estava estudando. Já os alunos do 2°

procuram ler e interpretar. "Leio e analiso, sou curiosa, assim procuro ler e aprender

(estudante 2°)".

As atividades realizadas com os alunos nos obter alguns resultados pertinentes a essa

pesquisa como, por exemplo, saber o que essas crianças e jovens trazem consigo, qual é o

saber histórico que eles adquirem fora do espaço escolar e de que maneira os profissionais da

educação histórica podem mediar esse conhecimento para contribuir com a formação da

consciência histórica desses indivíduos.

Resultados

Na análise de práticas de aprendizagem que orientam as buscas de estudantes quando

da realização de seus trabalhos escolares, constata-se o predomínio de atitudes

recorrentemente reprodutivistas de conteúdos de história, marcada pela recepção quase

mecânica do conhecimento. Porém, as narrativas históricas enunciadas indicam e remetem a

certos fragmentos de conceitos e noções de temporalidade. Diante disto, admitimos algumas

hipóteses:

I – as dificuldades dos estudantes de enunciarem formas mais elaboradas se devem a

limites de uso da linguagem em geral.

II – as repostas dos estudantes indicam posturas e atitudes voltadas à interpretação, e

ao desenvolvimento de formas de aprendizagem mediada pelo conhecimento prévio, seja da

sala de aula, seja de outras orientações.

III - quanto maior a série em que esse jovem estuda maior aumenta seu interesse em

buscar o conhecimento histórico através de outros recursos tal como internet, filmes e outros.

Quanto mais recursos usados, maior a capacidade de se obter mais conhecimento, já que

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nãoficam limitados somente a uma fonte de pesquisa.

Outro aspecto relevante é a pouca participação dos alunos nos trabalhos indicados

pelo professor para serem feitos fora da sala de aula. Como mostrado no gráfico (GRAF.1)

que representa o índice de participação dos alunos de todas as turmas pesquisadas. A falta de

interesse dos alunos é preocupante e conta como um fator negativo para que o jovem busque

conhecimento histórico. A interação entre professor e aluno deve ser harmoniosa e

proporcionar momentos em que o aprendizado histórico se torne prazeroso e instigante para o

jovem estudante.

Gráfico 1 - Número de alunos interessados nas atividades extraclasse

O desempenho dos alunos que participam das atividades fora da sala de aula é

muito maior em relação aos não participantes. Eles são mais participativos nas aulas e detém

o conhecimento histórico adquirido através de pesquisas e convívio social extraclasse. São

capazes de opinar sobre os problemas socioeconômicos e culturais da sociedade bem como

emitir criticas em relação à política do país no qual vivem. Fica claro também que o jovem

que busca mais de um recurso para realizar seus trabalhos abrange mais seus conhecimentos

históricos, pois não se limita somente a uma fonte de informação. Logo a formação da

consciência histórica desses alunos se constitui de forma diferente aos colegas, o caminho do

saber histórico permite a formação da identidade contribuindo para crescimento de cada um

que vai construindo sua própria história no tempo.

0

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6º ano - ensinofundamental

7º ano - ensinofundamental

1º ano - ensino médio 2º ano - ensino médio

Total Alunos participativos

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Os resultados dessa pesquisa com os alunos nos dá margem para repensar como

funciona a relação professor/aluno, o tipo de aprendizado histórico produzido a partir desta

relação e como é possível relacionar o conhecimento produzido por eles com a vida prática e

a partir disto formularmos proposições à didática da história. Sabemos que é tarefa Didática

da História é investigar o que é, o que pode e o que deveria ser apreendido no Ensino de

história, portanto se preocupa com o que se está ensinando e como se está construindo esse

ensino em história, afinal é de responsabilidade da Didática da História se preocupar com os

efeitos desse ensino e com a formação da consciência histórica produzida por ele.

Formação da consciência histórica no processo de ensino-aprendizagem da história

dentro e fora do espaço escolar

Está implicado nessa análise do aprendizado histórico o processo de formação da

consciência histórica desses jovens. Para lidar com as questões apresentadas buscamos

referencias conceituais sobre a formação da consciência histórica e o ensino de história no

pensamento teórico de Jörn Rüsen. Para este autor, a formação da consciência histórica

possibilita pensar a história como disciplina orientadora da vida prática no tempo. Norteados

por este pressuposto, entendemos que a formação da consciência histórica remete a um

conjunto de relações aluno/escola e aluno/sociedade. Para entendermos estas relações é

necessário intervir, promover novas possibilidades de interagir com conhecimento adquirido

pelo aluno em diversos momentos da vida cotidiana, ou seja, em sua realidade dentro e fora

do espaço escolar. Atentar para os conteúdos empíricos ministrados em sala de aula, mas

também para as relações e a forma como estes aparecem no dia a dia dos jovens. Seguindo o

pensamento teórico de Rüsen, o aprendizado histórico pode ser posto em andamento,

portanto, somente a partir de experiências de ações relevantes do presente (RÜSEN, 2010:

44). A aprendizagem da história quando pensada, nos permite levar em consideração que os

jovens além de aprender em sala de aula trazem consigo uma bagagem histórica que

trouxeram das experiências vividas em seu próprio meio social, o que contribui para um

diálogo entre práxis escolar e o conhecimento popular. A historiadora Selva Guimarães

analisa a sala de aula como um espaço de socialização entre professor e aluno, entre aprender

e ensinar história através da teoria e das experiências vividas por cada um.

[...] a sala de aula é, por excelência, um espaço plural, coletivo, o palco no qual

professores e alunos/atores/sujeitos vivem, aprendem, ensinam, relacionam-se uns

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com os outros, com o mundo, com os saberes. Ali eles se expressam se expõem, se

revelam, se colocam por inteiro, na totalidade. Objetividade e subjetividade, corpo e

mente, razão e sensibilidade, o bio/psico/social em ação. Na sala de aula, o professor

re/constrói sua bio/grafia, sua história, sua trajetória, sua experiência pessoal e

profissional. Espaço de aprender e ensinar, logo, um espaço, um campo de relações.

(GUIMARÃES, 2010, p. 391).

Investigar o processo de aprendizagem partindo do questionamento de como o aluno

aprende história, de qual é a melhor forma para a assimilação do conteúdo, poderá tornar

possível aos estudantes, bem como aos responsáveis pela educação formal, desenvolver e

viabilizar uma pesquisa de qualidade com senso crítico e reflexivo, no sentido de contribuir

para a educação histórica articulada com a vida prática. Esse debate em relação ao ensino de

história e consciência histórica é sistematizado pela Didática da História. Ela nos permite

conhecer o pensamento histórico de professores e jovens e não obstante nos permite ainda,

conhecer a forma de como esses jovens apreendem o ensino de história e como eles se

utilizam desse conhecimento na vida prática. Afinal, o aprendizado histórico como objeto da

Didática da História tem a função de nos mostrar que, enquanto profissionais do ensino de

história, devemos aprender como se aprende história, para saber ensinar. A Didática da

História, como disciplina científica, atua sobre os processos com os quais se desenvolve o

aprendizado histórico, através dela é possível compreender as relações entre as atividades

cotidianas dos professores e os sentidos que os alunos atribuem à história. A didática se

preocupa com a fundamentação da disciplina de História no ensino e desenvolve o processo

de formação da consciência histórica que se dá por meio concreto das formas de se apreender

a história seja de forma empírica, por meio social no cotidiano ou mediada pelo professor em

sala de aula. Dessa forma é necessário compreender as tipologias da didática da história que

devem ser consideradas como formas de aprender e ensinar história como parte integrante dos

estudos históricos e, portanto, da formação de professores de história. A preocupação em

relação à formação dos profissionais da história na área da educação vem sendo discutida ao

longo dos anos, para ensinar história é necessário, além do conhecimento histórico, saber

orientar os alunos no tempo e contribuir de forma sistematizada para a formação da

consciência histórica dos mesmos a partir das demandas apresentadas pela sociedade na qual

estamos inseridos. Dessa forma o professor deve estar atento em relação aos jovens estudantes

para saber qual a melhor maneira de ensinar história, ou seja, perceber quais são os elementos

que contribuem para a orientação temporal de seus alunos e para a formação da consciência

histórica.

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De acordo com Klaus Bergman "a Didática da História se ocupa em estudar a

consciência histórica, pois se preocupa com a formação do indivíduo, com o conteúdo e os

efeitos da consciência histórica num determinado contexto sócio-histórico”, (BERGMAN,

1989: 29). É proposta também por essa disciplina científica da história, uma reflexão sobre

como os processos com os quais os homens produzem uma interpretação do passado humano,

onde se busca orientação para o presente e traz perspectivas para o futuro. Essa interpretação

é uma ruptura da interpretação do passado por ele mesmo na aprendizagem histórica. Neste

sentido, direcionamos o foco desta proposta de investigação às formas de se aprender história

buscadas por estudantes do ensino básico dentro e fora do espaço escolar. Portanto, a proposta

ora apresentada consiste em conhecer os procedimentos adotados nas práticas educativas

realizadas no âmbito escolar e fora dele, atentando para os critérios usados pelos professores

de história, bem como as fontes de pesquisa acessadas por estudantes fora da sala de aula em

suas buscas para elaboração de trabalhos escolares. Dessa forma, podemos perceber qual é a

melhor maneira que esses alunos encontram para desenvolver suas pesquisas e se eles

realmente aprendem história em sala de aula da forma como o professor está ministrando. É

necessário compreender como ocorre o que se entende por educação histórica e

insistentemente como os jovens e crianças apreendem a história. Para Rüsen "os problemas

concernentes ao aprendizado da história remetem às formas como é praticado o ensino desta

disciplina" (RÜSEN, 2010: 23). Para este autor importa atentar para os usos da história na

vida das pessoas. Segundo Rüsen, existem quatro formas de aprendizado histórico:

tradicional, exemplar, crítico e genérico. Ao realizar esse trabalho, percebemos que o modelo

tradicional é o mais usado no ensino de história na escola pública onde desenvolvemos este

trabalho. Nesse modelo de ensino, a forma de aprendizado está voltada para o sentido da

experiência temporal em que as tradições são condutoras das ações e se tornam visíveis e

reconstruídas como orientações estabilizadoras da própria vida prática. É preciso mais do que

seguir as tradições para melhorar a vida prática, por isso se faz necessário um melhor

esclarecimento dos diferentes usos da história para os alunos do ensino básico. O primeiro

princípio da ordem da teoria da Didática da História, de acordo com Rüsen, se refere aos

métodos e atividades de ensino de história, portanto, faz com que professores "busquem

renovar conteúdos e construir problematizações históricas, buscando recuperar a vivência

pessoal e coletiva de alunos e professores como participantes da realidade histórica, a qual

deve ser analisada, retrabalhada e convertida em conhecimento histórico" (SCHIMIT e

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GARCIA, 2005: 299).

Concluímos que para os jovens estudantes o ensino de histórica contribui para as

mudanças na formação do individuo que está sendo preparado para interceder ativamente no

futuro da sociedade da qual faz parte. O aprendizado histórico pode ser construído tanto

dentro quanto fora do espaço escolar e para dizer mais, os jovens que se comprometem com a

busca do aprendizado fora do espaço escolar demonstra melhor capacidade de acompanhar as

aulas e formular problemas para discussão. Conforme Rüsen, a formação da consciência

história é adquirida, por diferentes processos como a mobilização e articulação de níveis de

cognição em que ele categoriza como tipologias de aquisição de noções de sentido do

passado. Esta constituição tradicional de sentido do passado é apreendida nas relações sociais

vividas por suas formas de interpretar e se situar no tempo; a constituição exemplar de sentido

através da história ensina regras para agir no presente a partir de acontecimentos passados; a

constituição crítica de sentido é caracterizada pelo estabelecimento de posturas que

questionam os acontecimentos históricos vigentes; e a constituição genética de sentido que é

marcada pela capacidade de percepção das mudanças temporais e suas interferências nas

formas de vida. Posto isso, para os jovens e crianças do ensino básico a participação efetiva

na vida prática com as contribuições do pensamento histórico passam a ser mais percebidas

em discussões políticas, sociais, culturais, a partir de pensamentos críticos e reflexivos

produzidos por eles. Bergman nos permite chegar a esse caminho, pois segundo ele "o ensino

de História produz e transmite, finalmente, orientações e atitudes pelas quais um pensamento

histórico racionalmente elaborado, de acordo com a autoidentidade, cria condições reais para

a práxis individual e social" (BERGMAN, 1889: 37).

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