1 –preparo do solo · 3 1.2 –preparo periódico do solo 1.2.1 –preparo convencional...
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1.2 – Preparo periódico do solo
1.2.1 – Preparo Convencional
“Conjunto de operações realizadas no solo com a
finalidade de facilitar a semeadura, germinação
das sementes, emergência, desenvolvimento
radicular e da parte aérea das plantas”.
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Histórico
- Os avanços sempre ocorreram no sentido de aumentar a capacidade
de trabalho dos equipamentos;
- Assim, dos arados fixos de madeira se evoluiu para os de aivecas
fabricados com material mais resistentes, posteriormente para os
de discos que permitiam o trabalho em solos com presença de pedras
e tocos e finalmente para as grades pesadas com grande capacidade
de trabalho.Hoje Plantio direto
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A evolução não se preocupou com os aspectos:
- Características químicas e físicas do solo;
- Conservação do solo;
- Incidência de plantas daninhas;
- Rendimento das culturas.
Cada equipamento tem a sua finalidade, desde que
utilizado de forma adequada e ordenada.
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Fases do preparo do solo
a) Manejo dos restos culturaisQuando necessário pode ser realizada utilizando:
- Roçadeira;
- Grade;
- Rolo faca;
- Desintegrador mecânico;
- Outros disponíveis na propriedade.
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A escolha do equipamento a ser utilizado depende:
- Tipo de restos de cultura presente na área;
- Tipo de cultura que será implantada na área posteriormente;
- Disponibilidade de equipamentos na propriedade
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b) Subsolagem
- Com o uso intensivo das áreas, pode surgir “camadas compactadas”,
pela passagem de máquinas e equipamentos;
- A camada compactada diminui a infiltração de água e dificulta
a penetração de raízes que explora menor volume de solo;
- A subsolagem é a prática que “rompe” ou “quebra” camadas
compactadas no interior do solo;
- A operação de subsolagem deve ser realizada antes do início das
operações de preparo do solo.
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c) Conservação do solo
- A medida que se realiza o preparo do solo, deve-se
tomar cuidado com as operações de controle de erosão;
- Deve-se aproveitar as operações de preparo,
principalmente aração, para realizar a construção
de terraços novos ou a manutenção dos existentes.
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d) Aplicação de corretivo do solo
- Calcário ou silicato de cálcio e magnésio;
- Antes do início das operações de preparo do solo deve-se
ter em mãos o resultado da análise química da área;
Incorporação dos corretivos no solo
Operações de preparo
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TABELA – Características químicas do solo de 0-0,20 m de profundidade.
Presina M.O. pH K Ca Mg H + Al CTC S V
mg dm-3 g dm-3 CaCl2 mmolc dm-3 mg
dm-1 %
17 19 4,8 1,7 12 10 44 56,7 2 42
NC = CTC (V2 – V1)
10.PRNT
Onde:
NC = necessidade de calcário
V1 = saturação em bases do solo
V2 = saturação em bases desejada
PRNT = depende do calcário
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Quando aplicar o calcário em relação ao preparo do solo?
- Existem diversas formas, podendo ser destacadas três:
A – Todo calcário aplicado antes da operação de aração.
Vantagens: - aplicação em dose única;
- Deslocamento do aplicador em solo firme.
Desvantagem: - desuniformidade de incorporação no perfildo solo.
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B – Todo calcário aplicado após a aração e antes da gradagem.
Vantagem: - aplicação em dose única
Desvantagens: - deslocamento do aplicador em solo já revolvido;
- desuniformidade de incorporação no perfil do solo.
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C) Aplicação de ½ da dose de calcário antes da operação de aração e½ da dose antes da operação de gradagem.
Desvantagem: a aplicação do corretivo é feita em 2 vezes
Maior custo
Vantagem: melhor uniformidade de distribuição do corretivo no perfil do solo.
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1.2.1.1 - AraçãoOperação de inversão de camadas. O arado “corta”uma faixa
de solo, denominada “leiva” que é elevada e invertida.
Finalidades:
- Aumentar a infiltração de água;
- Aumentar a aeração do solo;
- Incorporar corretivos ou fertilizantes orgânicos;
- Eliminar ou incorporar restos vegetais;
- Controle de plantas daninhas pelo enterrio profundo de sementes;
- Destruição de insetos nocivos pela exposição (sol e predadores).
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Tipos de Arados
Os arados podem ser classificados:
A – Quanto aos órgãos ativos
A1 – Arados de Discos- Discos lisos ou recortados;- Não é tão eficiente na inversão da leiva;- Utilizado em área com presença de obstáculos;
- Realiza bom trabalho mesmo com certo grau dedesgaste nos discos;
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A1 – Arados de Discos
- Número de discos- 1 a 4 nos montados
- 4 a 7 nos de arrasto
- Profundidade de aração: até 40 cm
- Largura de corte: 17 a 30 cm/disco
- Curvatura dos discos: 90 até 115 ou 120 mm
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Regulagens do arado de discos:
- O centro do arado deve coincidir com o centro do trator;
- O arado deve ser nivelado no sentido do comprimento e da largura;
- Ângulos de corte dos discos
-- Ângulo vertical
-- Ângulo horizontal
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Ângulo vertical- Permite que o disco fique mais deitado ou mais em pé;
- Varia de 15 a 25º;
- Regula maior ou menor facilidade de penetração no solo.
Ângulo horizontal- É o ângulo formado com a linha de tração;
- Varia de 42 a 50º;
- Regula a largura de corte.
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Sugestões de angulação do arado de
discos em função do tipo de solo.
Tipo de solo Ângulo
vertical
Ângulo
horizontal
Solo arenoso e úmido 22 a 25º 50º
Solo argiloso e duro 15 a 18º 45º
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Outros mecanismos de regulagens do arado de discos:
Roda Guia
- A pressão permite maior ou menor profundidade dos discos;
- É responsável pelo alinhamento arado-trator na linha de tração.
Eixo transversal- Só usado para regulagem no arado fixo;
- Permite regular a largura de corte.
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A2 – Arado de aivecas
- Realiza melhor inversão de solo;
- Não deve ser usado em áreas com obstáculos;
- Mais leve que o arado de discos, penetra com
facilidade devido ao formato dos seus órgãos ativos;
- As “relhas” devem ser substituídas quando
apresentarem certo grau de desgaste.
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Tipos de aiveca
- Aiveca Pulverizadora
Curta, mais larga e com grande curvatura;
recomendada para solos “leves”.
- Aiveca Rompedora
Comprida, estreita e com pouca curvatura;
Recomendada para solos “pesados”.
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- Aiveca de “uso geral”
Possui características intermediárias entre a
pulverizadora e a rompedora;
Mais facilmente encontrada no mercado.
- Aiveca recortada
Recomendada para solos pesados e pegajosos.
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A3 – Arado Escarificador
- Constituído por 7 a 9 hastes estreitas e pontiagudas
distribuídas em um chassi de 2 ou 3 barras;
- Permite sulcos distanciados entre 20 e 50 cm;
- Atua até 30 cm de profundidade;
- Necessário 8 a 10 HP de potência/haste em solo argiloso;
- A umidade do solo recomendada é a mesma da aração
convencional.
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B – Quanto à tração
B1 – Tração animal
- Órgão ativo do tipo aiveca;
- Montado sobre estrutura de madeira ou ferro;
- Utilizado em pequenas áreas.
B2 – Tração mecânica- Arrasto;- Acoplados ou de engate no sistema de três pontos.
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Foto: Preparo do solo com arado fuçador em terreno acidentado em Francisco Beltrão – PR (IAPAR, 1989).
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C – Quanto à movimentação dos órgãos ativos
C1 – Arados fixos
- Deslocam solo apenas para um lado;
- Dificultam o trabalho em solos declivosos.
C2 – Arados reversíveis
- Deslocam solo para o lado direito ou esquerdo;
- Mais compatíveis com áreas terraceadas e declivosas.
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Época de aração
- Evitar solos muito úmidos;
- Após chuvas, esperar alguns dias para início da operação;
- Solos muito secos também devem ser evitados
Formação de torrões.
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Profundidade de aração
A aração pode ser considerada:
- Rasa: até 15 cm de profundidade;
- Média: 15 a 25 cm;
- Profunda: acima de 25 cm.
“Pé-de-arado” Alternar a profundidade de trabalho
nos diversos anos agrícolas.
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1.2.1.2 - Gradagem
É a operação que complementa a aração, destorroando e
nivelando o solo, facilitando as operações de semeadura,
práticas culturais e até a colheita em alguns casos.
Outras finalidades:- Manejo de restos culturais;
- Incorporação de corretivos;
- Incorporação de fertilizantes e sementes na semeadura à lanço;
- Eliminação de plantas daninhas às vésperas da semeadura.
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Tipos de grades
A – Quanto aos órgãos ativos
A1 – Ação simples
Constituídas por dois conjuntos de discos que movimentam
o solo apenas para um lado.
A2 – Ação dupla
Constituídas por 2 ou 4 conjuntos de discos que
movimentam o solo para dois lados.
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B – Quanto ao acoplamento no trator
B1 – Montada ou de suspensão hidráulica
Normalmente são grades leves ou médias, com discos de 18 a 24”
B2 – Montada e de arrasto
Permite acoplamento no sistema de 3 pontos ou na barra de tração.
B3 – Arrasto ou atreladasNormalmente são grades do tipo médio ou pesadas, com discos
de 26 até 36”.
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1.2.1.3- Outros tipos de preparo convencional do solo:
- Enxada rotativa
- Mais utilizada na produção de hortaliças;
- Realiza ao mesmo tempo incorporação de
fertilizantes e prepara o solo para a semeadura;
- Tem sido também utilizada no preparo do solo das
arrozeiras no cultivo do arroz irrigado por inundação.
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Tabela – Parâmetros de caracterização de enxadas rotativas.
Largura de Potência Profundidade Rotação Rotação de Trabalho (m) (c.v.) Trabalho (m) TDP (rpm) Trabalho (rpm)
2,0 – 3,3 86 – 162 0,20 1000 180 – 270 1,25 – 2,0 35 – 66 0,20 540 120 – 220 0,8 – 1,5 18 – 28 0,18 540 250
1,0 18 0,18 540 150 – 240
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Grade pesada + grade niveladora
Mais utilizada em áreas médias e grandes;
Os discos variam de 32 até 36” nas grades pesadas;
O uso freqüente ano após ano pode propiciar o aparecimento
de camadas compactadas denominadas “pé-de-grade”.
Como evitar?
Alternância de equipamentos de preparo nos diversos anos agrícolas.
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1.2.2 – Cultivo Mínimo
- Visa redução do número de operações com máquinas e
implementos para o preparo do solo, ou seja, reduzir ao máximo
o número de arações e de gradagens;
- Propicia menor custo de produção;
- Menor desagregação do solo, proporcionando melhor conservação.
Escarificador+
Grade niveladoraCultivo mínimo
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Tabela – Efeito da intensidade das operações de preparo do solosobre as perdas por erosão.
Aração com aiveca Perda de solo (t/ha)
Duas arações 14,6
Uma aração 12,0
Uma aração superficial 8,6 Fonte: Instituto Agronômico de Campinas
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1.2.3 – Plantio direto
Conceito:
“ É a técnica de colocação da semente em sulco ou cova em solo
não revolvido, com largura e profundidade suficiente para obter
adequado contato da semente com o solo”
O sistema não utiliza as operações de arações,
gradagens ou escarificações e as plantas daninhas
são controladas pelo uso de herbicidas.
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Austrália 9,0
Resto do mundo 3,3
Fonte :Derpsch (2004), FEBRAPDP (2007)
Canadá 13,4USA 25,3
Brasil 23,6Paraguai 1,5
Argentina 18,3
Total 95,6 milhões ha
África
EuropaAsia
Adoção Mundial Agricultura Conservacionista↑ Estabilidade Produção ↓ Insumos Externos ↓ Impacto Ambiental
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180 ha
32.000.000 haFigura 1. Expansão Plantio Direto no Brasil.
119Fonte: Derpsch, R. e Friedrich, T., 2010http://www.fao.org/ag/ca/6c.html
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Safra 2010/11
Produtor que optou por plantio direto teve benefícios
O Ministério da Agricultura reduziu a taxa de juros de financiamento para produtores que optaram pelo plantiodireto “com qualidade”
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,31 de março de 2010.
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De acordo com Salet (1994) o SISTEMA PLANTIO DIRETO
pode ser dividido em duas fases:
- A de INSTALAÇÃO: correspondente aos primeiros
4 ou 5 anos após o início do sistema;
- A de ESTABILIDADE: é aquela em que claramente são
observadas alterações nas propriedades químicas, físicas
e biológicas do solo.
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Vantagens do sistema plantio direto:
- Economia de combustível;
- Controle de erosão;
- Economia com máquinas e equipamentos;
- Maior retenção de umidade no solo;
- Ganho de tempo na operação de semeadura;
- A semeadura, após chuva, pode ser iniciada mais cedo e
encerrada mais tarde.
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Gasto de diesel com diferentes manejos do solo
I – Sistema Convencional (1)
- Destruição de restos da cultura anterior;- Aração;- Primeira gradagem;- Aplicação de herbicida;- Segunda gradagem;- Terceira gradagem;- Semeadura
Total: 71,9 litros de diesel/ha
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II – Sistema Convencional (2)
- Destruição de restos da cultura anterior;
- Aração;
- Primeira gradagem;
- Segunda gradagem;
- Semeadura;
- Primeiro cultivo;
- Segundo cultivo;
Total: 62,7 litros de diesel/ha
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III - Plantio direto
- Primeira aplicação de herbicida – 0,4 kg/ha – paraquat;
- Semeadura
- Segunda aplicação de herbicida – 2,4 kg/ha – alachlor- 1,5 kg/ha – atrazine
Total: 29,7 litros de diesel/ha
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Pontos básicos para implantação do sistema plantio direto:
- O agricultor deve estar qualificado para entender e dominar o sistema;
- O solo não deve apresentar limitações físicas ou químicas;
- A área deve estar o mais livre possível de plantas daninhas;
- As colhedoras devem ser equipadas com picador de palha.