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SEMINÁRIO
A Relação entre Médicos e As Empresas Farmacêuticas, de Equipamentos,
Órteses e Próteses.
SEMINÁRIO
A Relação entre Médicos e As Empresas Farmacêuticas, de Equipamentos,
Órteses e Próteses.
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
26 de novembro de 2010
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A Relação entre Médicos e As Empresas Farmacêuticas, de Equipamentos,
Órteses e Próteses.
Fase I do Projeto - A pesquisa quantitativa
A Relação entre Médicos e As Empresas Farmacêuticas, de Equipamentos,
Órteses e Próteses.
Fase I do Projeto - A pesquisa quantitativa
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
Bráulio Luna Filho Conselheiro do Cremesp e Coordenador do Grupo de Trabalho
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ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos
Conhecer o relacionamento dos médicos Conhecer o relacionamento dos médicos paulistas com a indústria de medicamentos, paulistas com a indústria de medicamentos, órteses/ próteses e equipamentos médico-órteses/ próteses e equipamentos médico-
hospitalares. hospitalares.
Revelar a percepção dos profissionais Revelar a percepção dos profissionais sobre a atual relação com a indústria. sobre a atual relação com a indústria.
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TécnicaPesquisa quantitativa, com abordagem telefônica dos entrevistados por questionário estruturado. A pesquisa foi realizada
em duas etapas: a primeira , probabilística; a segunda intencional, visando obter base mínima em 14 especialidades:
cirurgia geral, clínica médica, cardiologia, ortopedia, psiquiatria, gastroenterologia, infectologia, pneumologia, cirurgia
cardiovascular, endocrinologia, neurocirurgia, oncologia, pediatria e ginecologia/ obstetrícia.
Os entrevistados foram sorteados à partir de listagem de 12.000 nomes, fornecida pela entidade, onde foram
excluídos os CRMs mais antigos, com numeração abaixo de 18.000.
A checagem telefônica, ocorreu a posteriori, contemplando cerca de 30% do material de cada pesquisador.
Universo
Médicos (ambos os sexos) ativos registrados no CREMESP, com CRM acima do número 18.000.
Amostra e margem de erro máxima: A amostra de 600 entrevistas, distribuída da seguinte forma:
Data de Campo: Realizado entre os dias 02 de dezembro de 2009 e 08 de janeiro de 2010.
AMOSTRA MARGEM DE ERRO*
Probabilística 300 -
Intencional 300 -
TOTAL 600 4 p.p.* Margem de erro máxima, para mais ou para
menos, com nível de confiança de 95%.
Para leitura do total da amostra os dados foram ponderados por sexo, faixa etária e região geográfica, de acordo com a proporção existente
no banco de dados, e por especialidade médica obtida no
levantamento probabilístico.
MetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologia
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Perfil dos médicos paulistas entrevistados revela que a maior parte:
é do sexo masculino (60%)
tem entre 41 e 60 anos (60%) 45 anos em média
reside e atua na região metropolitana (59%) 49% na capital
concluiu a graduação até 1990 (58%) média: 1990
cursou pós-graduação (54%), obtendo o título de especialista (34%), principalmente,
em pediatria (15%), ginecologia/ obstetrícia (14%) e clínica médica
(10%).
fez Residência Médica (87%).
A maioria dos médicos fez residência médica e cursou pós-graduação.
Perfil da amostraPerfil da amostraPerfil da amostraPerfil da amostra
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Principais resultados
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Principais ResultadosPrincipais Resultados Principais ResultadosPrincipais Resultados
62% dos médicos avaliam positivamente a relação do profissional com a indústria de
medicamentos, órteses/ próteses e equipamentos médico-hospitalares.
A principal razão é que a indústria realiza bom atendimento técnico traz novos medicamentos,
informações científicas atualizadas. Em segundo lugar, mencionam a idoneidade da indústria e a
atualização científica por meio de congressos, cursos e eventos.
Parcela importante faz críticas à indústria: a maior parte direcionadas à relação comercial que privilegia interesses financeiros.
Nota-se falta de consenso sobre os valores éticos que permeiam a relação entre indústria e Médicos. A percepção é que a indústria tem papel importante na atualização científica minimiza, para alguns, possíveis transgressões éticas.
Para outros, a relação está muito contaminada e já ultrapassa os limites éticos em detrimento dos financeiros.
Médicos e indústria têm bom relacionamento, porém há críticas.
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RECEBERAM PRESENTES DE
PEQUENO VALOR
RECEBERAM PRESENTES VALIOSOS
ESTIMATIVA MÉDIA DE MÉDICOS QUE
ACEITAM PRESENTES VALIOSOS
93% 37% 20%
74% PRESENCIARAM OU RECEBERAM BENEFÍCIOS DA INDÚSTRIA AINDA DURANTE A GRADUAÇÃO.
77% CONHECEM MÉDICOS QUE ACEITARAM PRESENTES DE MAIOR VALOR.
- materiais informativos
- amostras grátis- revistas científicas
- canetas, blocos etc.
- materiais informativos
- amostras grátis- revistas científicas
- canetas, blocos etc.
- convites para cursos e eventos de educação
continuada
- convites para cursos e eventos de educação
continuada
- material promocional, revistas, informativos- visitas representantes em hospital escola, estágios- material promocional, revistas, informativos- visitas representantes em hospital escola, estágios
Principais ResultadosPrincipais Resultados Principais ResultadosPrincipais Resultados
Opiniões estão relacionadas ao conhecimento e à vivência médica.
- convites para cursos e eventos- viagens para congressos nacionais- viagens para congressos internacionais - convites para conduzir pesquisa clínica
- convites para cursos e eventos- viagens para congressos nacionais- viagens para congressos internacionais - convites para conduzir pesquisa clínica
Projeção realizada pelos
entrevistados em relação à classe
médica.
Projeção realizada pelos
entrevistados em relação à classe
médica.
Receberam mais que a média, presentes valiosos
da indústria..
Receberam mais que a média, presentes valiosos
da indústria..
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59
49
36
35
27
13
12
7
23
77CONHECE MÉDICOS QUE TENHAM ACEITADO
Convites para participação em cursos e eventos deeducação continuada
Viagens para congressos nacionais
Viagens para congressos internacionais
Convites para participar ou conduzir pesquisa clínica
Honorários referentes a serviços de consultoria, despeaker de congressos e eventos
Cartões fidelidade
Comissões ou prêmios por prescrever determinadaquantidade de medicamentos ou equipamentos
Objetos de valor acima de R$ 500,00 como artigoseletro-eletrônicos
NÃO CONHECE MÉDICOS QUE TENHAM ACEITADO
Conhecimento de médicos que aceitaram produtos, benefícios ou pagamentos da indústria ou distribuidora de medicamentos, órteses e próteses e equipamentos médico-hospitalares nos últimos 12 meses
Relacionamento Ético do Médico com a Indústria – estimulada e múltipla, em%.
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Principais ResultadosPrincipais Resultados Principais ResultadosPrincipais Resultados
“Porque a atividade comercial que os seus representantes praticam é fora de padrão ético aceitável. Eles fazem o que podem para captar
os médicos em defesa de seus interesses financeiros; eles tentam comprar os médicos com presentes e vantagens. Isso é suborno!”
“Porque a atividade comercial que os seus representantes praticam é fora de padrão ético aceitável. Eles fazem o que podem para captar
os médicos em defesa de seus interesses financeiros; eles tentam comprar os médicos com presentes e vantagens. Isso é suborno!”
“Porque oferecem atualizações, informações sobre novos medicamentos, pagam viagens
para congressos sem pedir nada em troca, ou seja, sem obter vantagens, sem forçar que prescrevamos os seus medicamentos, não
existe troca de favores”.
“Porque oferecem atualizações, informações sobre novos medicamentos, pagam viagens
para congressos sem pedir nada em troca, ou seja, sem obter vantagens, sem forçar que prescrevamos os seus medicamentos, não
existe troca de favores”.
Divergências de opinião
sobre a questão
permeiam todo o estudo.
Avaliação positivaAvaliação positiva Avaliação negativaAvaliação negativa
Vale notar que 61% concordam que a indústria tem muita influência na educação, terapêutica e prescrição médica.
80% recebem visitas mensais de representantes da ind. de medicamentos; parcela menor (cerca de 10% a 15%) dos representantes de órteses/ próteses e equipamentos
médico-hospitalares. Apesar do hábito de prescrição de medicamentos ser mais expressivo, nota-se que a efetividade para equipamentos médico-hospitalares é maior .
RECEBE (em %)
PRESCRIÇÃO (em %)
Medicamentos 80 38
Órteses e próteses 14 8
Equipamentos médico - hospitalares 14 10
Maior efetividade: 70% dos que recebem visita, costumam
prescrever
Maior efetividade: 70% dos que recebem visita, costumam
prescrever
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Com esse relacionamento, algumas percepções ficam divididas, principalmente as ligadas à contribuição da indústria na atualização científica
e no recebimento de presentes de menor valor. CONCORDAM que:
- Os congressos médicos não se viabilizariam sem o apoio da indústria (73%).
- A indústria financie educação médica continuada por meio de cursos e/ou materiais informativos (67%).
- Os congressos médicos, publicações e programas de educação continuada sejam financiados pela indústria (58%).
- A maioria dos médicos prefere participar de congressos e cursos de educação continuada sem o patrocínio da indústria (51%).
- O médico deve ser proibido de receber qualquer tipo de brinde, presente ou outro bem material ou apoio financeiro, em qualquer situação (52%).
Relação de dependência.
Principais ResultadosPrincipais Resultados Principais ResultadosPrincipais Resultados
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Para a maioria, a indústria exerce apoio fundamental no exercício da profissão. Acreditam que para manter a relação em bom nível, regras de conduta ética devem
ser definidas e adotadas.
A grande maioria concorda que:O médico que profere palestra e escreve artigo, promovendo produto farmacêutico,
deve declarar os agentes patrocinadores financeiros - (91%).
O médico pode trabalhar para indústria, desde que a relação fique às claras -(81%).
O médico deve ser proibido de vincular prescrição médica à vantagens materiais ou apoio financeiro - (76%).
Favoráveis à maior transparência.
Principais Resultados Principais Resultados Principais Resultados Principais Resultados
Favoráveis à maior independência.
As Diretrizes Médicas deveriam ser elaboradas apenas pelas Sociedades Médicas (89%).
As autoridades sanitárias e conselhos de fiscalização devem investir mais na produção autônoma e isenta de informações sobre novos medicamentos (79%)
A indústria opine sobre a programação de Congressos e Simpósios Médicos (19%).
As Diretrizes Médicas deveriam ser elaboradas apenas pelas Sociedades Médicas (89%).
As autoridades sanitárias e conselhos de fiscalização devem investir mais na produção autônoma e isenta de informações sobre novos medicamentos (79%)
A indústria opine sobre a programação de Congressos e Simpósios Médicos (19%).
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Cerca de um terço:
Acredita que o relacionamento dos médicos com a indústria está fora
de controle (32%);
Soube ou presenciou casos de pressão da indústria sobre médicos (33%) recebimento de comissão, recomendação de procedimento desnecessário;
Soube ou presenciou alguma parceria considerada inadequada (32%);
Avalia como regular (26%) ou negativa (9%) a relação dos médicos e a
indústria razão: relação comercial com interesses financeiros, privilégios, influência na prescrição;
Considera insuficiente a iniciativa do novo Código de Ética para a regulamentação da ética médica (33%).
Parcela importante dos médicos mostra-se mais crítica com a atual relação entre médicos e indústrias de Medicamentos e Aparelhos.
Principais ResultadosPrincipais Resultados Principais ResultadosPrincipais Resultados
Maior ceticismo e preocupação.
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55% declaram-se informados e 26% desinformados.
43% consideram os novos artigos suficientes
para a regulamentação da ética médica.
Sobre o novo Código de Ética
Médica aprovado em 2009:
Principais ResultadosPrincipais Resultados Principais ResultadosPrincipais Resultados
Apesar de cerca de metade afirmar que está informado sobre o novo código, maioria não considera os novos artigos suficientes.
Necessidade de maior comunicação e
debate.
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Principais resultadosPrincipais resultados Principais resultadosPrincipais resultados
ORTOPEDIAINFECTO-LOGIA
ENDOCRINO-LOGIA
PSIQUIATRIA
PNEUMO-LOGIA
ONCOLOGIACARDIO-LOGIA
AVALIAÇÃO REGULAR OU NEGATIVA
X X X
PRESCREVE MEDICAMENTO RECOMENDADO PELA INDÚSTRIA
X
RECEBEU PRESENTES DE PEQUENO VALOR
X X X X
CONHECE MÉDICOS QUE RECEBERAM PRESENTES VALIOSOS
X X X X X
MÉDICO ACEITOU PRESENTES VALIOSOS
X X X X X
PRESSÃO DA INDÚSTRIA SOBRE MÉDICOS
X X X
PARCERIA CONSIDERADA INADEQUADA
X X
Especialidades mais assediadas pela indústria:
Também ginecologia.
Também ginecologia.
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MDM
MD
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““Corresponde a uma série de condições Corresponde a uma série de condições
nas quais o julgamento do profissional, no que nas quais o julgamento do profissional, no que
diz respeito aos interesses primários (diz respeito aos interesses primários (bem-estar bem-estar
de um paciente ou a validade de uma pesquisade um paciente ou a validade de uma pesquisa), ),
tende a ser indevidamente influenciado por um tende a ser indevidamente influenciado por um
interesse secundário (interesse secundário (obter um ganhoobter um ganho).”).”
– Dennis Thompson – Harvard University – Dennis Thompson – Harvard University
CONFLITO DE INTERESSE CONFLITO DE INTERESSE
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Conflitos de Interesse: Conflitos de Interesse:
Médicos prescritores e pacientes de um lado ; Médicos prescritores e pacientes de um lado ; pesquisadores, comércio e indústria, do outro.pesquisadores, comércio e indústria, do outro.
Reconhecimento da Presença do Conflito: Reconhecimento da Presença do Conflito:
Explicitação pública da existência do conflito e Explicitação pública da existência do conflito e controle para que o paciente controle para que o paciente
não seja prejudicado.não seja prejudicado.
CONFLITOS DE INTERESSE E O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICACONFLITOS DE INTERESSE E O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
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Comissão Temática:
A Relação entre Médicos e As Empresas Farmacêuticas, de Equipamentos,
Órteses e Próteses.
Comissão Temática:
A Relação entre Médicos e As Empresas Farmacêuticas, de Equipamentos,
Órteses e Próteses.
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
Membros:Bráulio Luna Filho (Coordenador)
Ieda Therezinha VerreschiJosé Marques Filho
Mário Scheffer Nacime Salomão MansurReinaldo Ayer de Oliveira
Silvia Helena Rondina Mateus