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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS CAMPO MOURÃO
CURSO SUPERIOR EM ENGENHARIA CIVIL
Relatório de Estágio Curricular
Rebeca Silva Rocha
Prof. Dr. Douglas Fukunaga Surco
Autorizo para encaminhamento à banca examinadora,
_____________________________
Assinatura do Prof. Orientador
CAMPO MOURÃO
2011
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 7
ETAPA A ........................................... ............................................................................................ 8
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL ................................ ..................................................................... 8
2.1 Obra A ............................................................................................................................................ 8
2.2 Quanto à armazenagem, execução, maquinário, mão-de-obra e ambiente de trabalho .............. 8
Aglomerante......................................................................................................................................... 8
Agregados ............................................................................................................................................ 9
Fôrmas e madeiramento ...................................................................................................................... 9
Blocos de vedação ............................................................................................................................ 10
Armaduras ......................................................................................................................................... 10
Mão de obra ....................................................................................................................................... 12
Meio ambiente de trabalho ................................................................................................................ 12
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................... ............................................................. 13
Concreto ............................................................................................................................................ 13
3.1 Quando do acompanhamento da obra ........................................................................................ 13
3.2 Quando da administração da obra .............................................................................................. 21
4. DESCRIÇÃO DO LOCAL ................................ ................................................................... 23
4.1 Obra B .......................................................................................................................................... 23
4.2 Quanto à armazenagem, execução, maquinário, mão-de-obra e ambiente de trabalho ............ 24
Aglomerante....................................................................................................................................... 24
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Agregados .......................................................................................................................................... 25
Fôrmas e madeiramento .................................................................................................................... 26
Escoras .............................................................................................................................................. 26
Tubulações ........................................................................................................................................ 26
Blocos estruturais e cerâmicos .......................................................................................................... 28
Armadura e vigas treliçadas .............................................................................................................. 28
Máquinas e ferramentas .................................................................................................................... 29
Mão de obra ....................................................................................................................................... 31
Meio ambiente de trabalho ................................................................................................................ 32
5. Atividades Desenvolvidas .......................... ...................................................................... 33
6. CONCLUSÃO ......................................... ............................................................................ 36
7. BIBLIOGRAFIA ...................................... ............................................................................ 37
ANEXO A - Ficha de verificação do material : Esquad rias de aço....................................... 38
ANEXO B - Ficha de verificação de serviço: Armadura ........................................................ 40
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Detalhe do escoramento .......................................................................................................... 9
Figura 2: Grampo usado para travamento de caixaria.......................................................................... 10
Figura 3: Grampo travando caixaria de viga ......................................................................................... 11
Figura 4: travamento para variações horizontais em pilares ................................................................ 11
Figura 5: Vergalhões de aço em contato com o solo ............................................................................ 14
Figura 6: Estribo com forte presença de oxidação ................................................................................ 14
Figura 7: Tijolos cerâmicos empilhados em excesso de altura ............................................................ 15
Figura 8: Tijolos para encunhamento em contato com a umidade do solo e sujeito a intempéries ..... 15
Figura 9: Viga executada com pedaço de vergalhão como espaçador ................................................ 16
Figura 10: Encontro viga/pilar com ferragem aparente e sinais de oxidação ....................................... 17
Figura 11: Estribo de viga e ferragem da laje maciça a mostra e com sinais de oxidação .................. 17
Figura 12: Mesa para corte e dobra sujeita as intempéries e queda de materiais e ferramentas ........ 18
Figura 13: Refeitório – Obra A .............................................................................................................. 18
Figura 14: Laje recém concretada com pontas de vergalhão sem proteção ........................................ 19
Figura 15: Espera de pilar que estava na passagem com pontas desprotegidas foi deslocado para
direita ..................................................................................................................................................... 20
Figura 16: Detalhe do 6º pavimento tipo sem guarda-corpo................................................................. 20
Figura 17: Detalhe da parede externa .................................................................................................. 22
Figura 18: Visão frontal da implantação da obra .................................................................................. 24
Figura 19: Acabamento interno de gesso ............................................................................................. 25
Figura 20: Detalhe da caixinha de tomada e canto feitos em gesso .................................................... 25
Figura 21: Escoramento metálico.......................................................................................................... 26
Figura 22: Estante com tubulações de gás, água fria e de instalação elétrica ..................................... 27
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Figura 23: Telhas, blocos e tubulação de prevenção de incêndio recém descarregados .................... 28
Figura 24: Bloco cerâmico e vigas treliçadas aguardando o deslocamento para o pavimento de
interesse ................................................................................................................................................ 29
Figura 25: Um elevador de carga abastecia blocos adjacentes ........................................................... 29
Figura 26: Forma para pré-moldar escada ........................................................................................... 30
Figura 27: Escada pré-moldada assentada com graute ....................................................................... 30
Figura 28: Placa pré-moldada fazendo nicho da parede hidráulica ...................................................... 31
Figura 29: Cura da placa de concreto ................................................................................................... 31
Figura 30: Refeitório - Obra B ............................................................................................................... 32
Figura 31: Funcionário executando limpeza no apartamento acabado ................................................ 33
Figura 32: Detalhe da laje no procedimento de concretagem .............................................................. 34
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Resumo
O relatório apresenta a vivência de algumas etapas de execução em duas obras diferentes, a
primeira é elaborada a partir da observação dos métodos tradicionais de execução, em um
empreendimento de alto padrão de 17 pavimentos com quatro apartamentos por andar, de uma
empresa instalada no mercado há poucos anos; a segunda foi realizada em uma construtora
experiente no mercado detentora do certificado do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade
do Habitat – PBQP-H nível A, numa obra de cinco blocos, quatro pavimentos e quatro apartamentos
por andar; com sistema estrutural de alvenaria armada pertencente ao programa governamental
“Minha Casa Minha Vida”.
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1. INTRODUÇÃO
A construção civil é significativa na organização social sendo capaz de gerar movimentação
de pólos industriais em virtude da possibilidade de escoamento de produtos e também o
surgimento de concentração populacional e com ela toda infra-estrutura necessária a essa
população
Esta indústria que pode ser representada por vários seguimentos, que vão desde a extração
de minérios, até os serviços imobiliários, passando pelos bens de capital como máquinas
diversas, e as indústrias de material de construção ocupam “aproximadamente 7% do
Produto Interno Bruto (PIB), 65% da Formação Bruta de Capital Fixo, absorve 6,5% da
População Economicamente Ativa (PEA)” segundo Nascimento e Macedo-Soares, 1996.
Acredita – se que as características tais como o pouco uso e o desenvolvimento insuficiente
de novas tecnologias, o desperdício de materiais, a baixa qualificação profissional e a
qualidade de vida dos trabalhadores podem ser contornadas de modo a aperfeiçoar os
processos tornando a execução quão mais próxima à industrialização.
Tendo em vista a grande distância entre a concepção e execução de um projeto pela
heterogeneidade e impossibilidade de realizar as atividades simultaneamente, a intervenção
do tempo/clima, a interferência dos envolvidos, o parcelamento da responsabilidade entre
várias empresas, mobilidade da força de trabalho e produção quase que manufatureira é
que se escolheu a parte executiva.
A partir das experiências nas duas formatações executivas, método tradicional e método
com blocos estruturais, foi possível traçar várias considerações sobre as diferenças entre as
duas experiências e enxergar que a simples adaptação de ferramentas corriqueiras em uma
obra pode diminuir os desperdícios, aumentar a produtividade e facilitar as atividades dos
operários.
Para traçar considerações acerca das instalações e atividades desenvolvidas, tendo em
vista o cumprimento do estágio em duas etapas designou – se Obra A e Obra B.
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ETAPA A
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL
2.1 Obra A
Localizada na área central de Campo Mourão – PR, de esquina, o edifício de 17 andares,
sendo três pavimentos dedicados a garagens e um à área comunitária, tem quatro unidades
residenciais por andar totalizando 52 unidades atendidas por três elevadores; os andares
tipo são recuados e o apartamento tipo conta com duas suítes, um quarto, copa, cozinha,
área de serviço e duas vagas de garagem sendo 154.83m² de área dedicada excetuadas da
área de garagem.
O período observado desta obra corresponde a concretagem, usando concreto usinado e
bombeado na resistência a compressão de 30 MPa, do quarto ao sexto pavimento tipo;
alvenaria cerâmica assentada com argamassa de cal na proporção 1:4 de areia e cal e
depois dessa massa pronta e hidratada 1:8 de cimento, elaborada in loco; vedação da área
de lazer até o terceiro pavimento tipo e regularização dos pisos de garagem.
2.2 Quanto à armazenagem, execução, maquinário, mão -de-obra e ambiente de
trabalho
Os colaboradores contavam com dois almoxarifados, um da construtora para armazenamento de
luminárias, esquadrias, ferramentas, equipamentos e materiais em geral e outro dos serviços
terceirizados o qual não se tinha acesso.
As descargas de materiais eram facilitadas por dois portões localizados um na lateral e outro na parte
frontal do terreno.
Aglomerante
O cimento era empilhado sobre estrado de madeira na embalagem original (sacos de 50 Kg), no
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térreo protegido assim por laje. A cal comprava – se virgem em embalagem de 20 Kg, era empilhada
sobre estrado de madeira no térreo ao lado do cimento.
Agregados
A compra da areia era a granel e o estoque no térreo sob o solo sem separação por baias, a mesma
situação acontecia com a brita; os materiais citados eram areia grossa e brita 1.
Fôrmas e madeiramento
A obra dispunha de um único jogo de fôrmas que já foi usado seis vezes, composto por madeirite
plastificado 8mm. O escoramento das lajes e vigas era feito com escoras de eucalipto de diâmetros
aproximado 15cm.
Figura 1: Detalhe do escoramento
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Blocos de vedação
A vedação é feita com bloco cerâmico de seis furos com dimensão 9x14X19 cm, são dispostos em pé
(em meia vez), estão dispostos com amarração prevista para evitar que tombem e em lugar coberto.
Os tijolos maciços ou aparentes, aqui usados para encunhamento, estão dispostos no solo e sem
cobertura.
Armaduras
A maior parte das armaduras das vigas, pilares e demais estruturas foi adquirido já cortado e
dobrado, são armadas na laje posterior à que sustentarão; entretanto, fez – se necessário comprar
vergalhões em barras. Tais materiais estão separados e etiquetados ao ar livre e em contato com o
solo na parte externa ao edifício.
Máquinas e ferramentas
Além das ferramentas convencionais de obra como betoneira, elevador de carga, entre outros, latões
de tinta tiveram a parte superior retirada para servirem de medida de volume na mistura da
argamassa; com perfis de 8mm confeccionou-se “grampos” capaz de substituir o prego em algumas
situações para segurar as caixarias.
Figura 2: Grampo usado para travamento de caixaria
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Figura 3: Grampo travando caixaria de viga
Figura 4: travamento para variações horizontais em pilares
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Mão de obra
Eram 19 colaboradores sendo os sob regime de empreita cinco ARMADORES, dois para instalações
elétricas e um carpinteiro; os contratados da construtora eram um mestre de obras, um gesseiro, um
pintor, dois responsáveis pelas instalações hidrossanitárias, dois pedreiros e quatro serventes.
Meio ambiente de trabalho
O refeitório apresenta local para aquecer as refeições dos operários, um bebedouro, oito
armários e uma mesa grande que comporta todos os colaboradores que fazem suas
refeições na obra. As instalações não possuíam vestiário.
A construtora oferecia aos colaboradores os equipamentos de proteção individual, os EPIs, e
uniformes. Não existiam placas indicativas referentes ao uso de equipamentos de proteção individual
nem indicativos de proibições e quais os riscos encontrados em cada área da obra.
Não existiam banheiros nem chuveiros; as mesas de carpintaria e corte e dobra de ferragem
localizavam – se no térreo na parte externa a edificação. As pontas de vergalhões ficavam
desprotegidas antes, durante e depois da concretagem.
Algumas aberturas no piso, como os shafts, não possuíam fechamento já as aberturas de elevadores
e a periferia de alguns andares contavam com proteção lateral sem rodapé e sem tela. O elevador de
carga não tinha fechamento na parte frontal responsável pela saída de materiais.
Plataformas foram instaladas na altura da primeira e quarta laje. Nos pavimentos existia ancoragem
para posterior uso de andaimes. Não havia guarda – corpo no pavimento que os armadores
trabalhavam e esses funcionários não permaneciam sem o cinto de proteção a queda. Havia dois
extintores na obra localizado no almoxarifado da construtora, da ocasião de admissão não houve
treinamento dos funcionários quanto às disposições da NR – 18.
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3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Concreto
Foram retirados corpos de prova do concreto, do 5º e do 6º pavimento tipo, para ensaio laboratorial a
ser realizados no laboratório de matérias da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR
com acompanhamento do técnico laboratorial Fabio Kruguer. Estes ensaios resultaram em uma
resistência a compressão de 30 MPa, sendo então obediente as resistências estipuladas em projeto.
É importante ressaltar que os ensaios foram feitos a título de curiosidade, não sendo representativos.
3.1 Quando do acompanhamento da obra
Foi preciso apontar os pontos que se encontravam em não conformidade as exigências normativas e
de segurança. Eles serão listados a seguir de acordo com os itens correspondentes.
Elevador de carga não apresentava:
- placa no interior, contendo a indicação de carga máxima e a proibição de transporte de pessoas
exigido pela NR 18 na seção 18.14.22.2.
- sistema de segurança eletromecânica no limite superior, abaixo da viga superior da torre exigido
pela NR 18, item “b” da seção 18.14.22.4
- interruptor de corrente para que só se movimente com portas ou painéis fechados exigido pela NR
18, item “d” da seção 18.14.22.4
- portas ou painéis removíveis na face frontal exigido pela NR 18 na seção 18.14.22.8
Armazenagem dos materiais
De acordo com NR 18 - 18.24.3 e NBR 8798, Tubos, vergalhões, perfis, barras, pranchas e outros
materiais de grande comprimento ou dimensão devem ser arrumados em camadas, com espaçadores
e peças de retenção, separados de acordo com o tipo de material e a bitola das peças. O contato
direto com o solo pode prejudicar aderência do concreto com o metal e proporcionar oxidação.
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Figura 5: Vergalhões de aço em contato com o solo
Figura 6: Estribo com forte presença de oxidação
Segundo NBR 8798 as pilhas de blocos não deveriam ultrapassar dois metros de altura e 5 metros de
comprimento e sem contato direto com o solo, neste caso os blocos cerâmicos encontravam - se
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armazenado em pilhas de 2,5 metros, podendo causar dano aos blocos inferiores e risco de
tombamento.
Figura 7: Tijolos cerâmicos empilhados em excesso d e altura
Os tijolos maciços estavam ao ar livre em contato com o solo e sujeitos às intempéries podendo reter
umidade e prejudicar seu desempenho.
Figura 8: Tijolos para encunhamento em contato com a umidade do solo e sujeito a
intempéries
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Sobre o cobrimento das peças
Levando – se em consideração a classe de agressividade e qualidade do concreto empregado
previsto pela seção 7.4 e tabela 7.2 da NBR 6118, o cobrimento exigido por esta norma seria 30 mm.
Em muitas vigas, não foi respeitado o cobrimento, pela não utilização de espaçadores é possível
observar que a ferragem está à mostra e danificada pela oxidação.
Já em outras peças usou – se barras de ferro de modo a conferir algum cobrimento sobre a armação,
entretanto o maior diâmetro de vergalhão disponível para os operários é 25mm, ainda insuficiente no
ponto de vista normativo; também apresentavam oxidação.
Figura 9: Viga executada com pedaço de vergalhão co mo espaçador
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Figura 10: Encontro viga/pilar com ferragem aparent e e sinais de oxidação
Figura 11: Estribo de viga e ferragem da laje maciç a a mostra e com sinais de oxidação
Sobre o ambiente de trabalho
Segundo a NR 18 a área de trabalho onde está situada a bancada de armação deve ter cobertura
resistente para proteção dos trabalhadores contra a queda de materiais e intempéries, cobertura tal
inexistente como podemos observar nas fotos subseqüentes.
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Figura 12: Mesa para corte e dobra sujeita as intem péries e queda de materiais e ferramentas
O armário estava irregular por não possuir porta em alguns nichos nem fechadura segura e em
número insuficiente.
Figura 13: Refeitório – Obra A
Em face de inexistência de vestiários configura-se a não conformidade com a seção 18.4.2.9.3 da NR
18 que legisla a necessidade dos vestiários com cobertura, em perfeito estado, com bancos e
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armários individuais com fechadura ou cadeado respeitando ainda o Código de Obras do município
onde se encontra a obra.
Também segundo a anterior citada é obrigatório a disponibilização de um aparelho sanitário para
cada grupo de 20 trabalhadores e um chuveiro para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração,
faltavam então segundo a quantidade de operários um aparelho sanitário e dois chuveiros.
Nos pavimentos existem pontas de vergalhões de pilares desprotegidas configurando situação
irregular; a NR 18 diz que “ É proibida a existência de pontas verticais de vergalhões de aço
desprotegidas”.
Figura 14: Laje recém concretada com pontas de verg alhão sem proteção
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Figura 15: Espera de pilar que estava na passagem c om pontas desprotegidas foi deslocado
para direita
As normas e boas práticas de segurança visam quanto à necessidade de guarda corpo nos andares
desprotegidos em sua periferia e atesta o uso de cintos de proteção individual contra queda.
Figura 16: Detalhe do 6º pavimento tipo sem guarda- corpo
Para os serviços em realização no período acompanhado pelo estagiário a seção 18.27 da NR 18
indica obrigatoriedade dos seguintes itens de sinalização de segurança: “a) identificar os locais de
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apoio que compõem o canteiro de obras; e) advertir quanto a risco de queda; f) alertar quanto à
obrigatoriedade do uso de EPI, específico para a atividade executada, com a devida sinalização e
advertência próximas ao posto de trabalho;”.
Treinamento
A falta de treinamento admissional dos operários dista da regulamentação encontrada na seção 18.28
da NR 18 que inclui carga horária mínima de 6 (seis) horas dentro do horário de trabalho, antes de o
trabalhador iniciar suas atividades, constando informações sobre as condições e meio ambiente de
trabalho; riscos da sua função; uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI e
informações sobre os Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC, existentes no canteiro de obra.
3.2 Quando da administração da obra
Foi preciso catalogar os equipamentos e materiais de almoxarifado, pois não possuíam controle. Para
tanto seguiu se uma classificação do tipo e quantidade de tudo que havia dispersado pela obra e a
organização desse material segundo a data de validade agregando os materiais do mesmo tipo
próximos, como por exemplo, as ferramentas em uma mesma estante.
Depois da organização em estantes foi possível criar uma lista para controlar as entradas e saídas do
almoxarifado e anotar qual operário era responsável pela movimentação bem como eliminar primeiro
os materiais com data de validade mais curta. Também poder-se-ia contabilizar os gastos e a melhor
data para fazer pedidos tornando o estoque menor, mais flexível e versátil. O procedimento não foi
colocado em prática.
Quando da supervisão da execução, e em face aos problemas dimensionais que a ferragem das
vigas apresentava como serem muito curtas por vezes e compridas em outras, um procedimento de
medição foi realizado com o objetivo de corrigir os projetos que iam para empresa de corte e dobra
para evitar retrabalhos dos funcionários e desperdício de material, desta forma as formas foram
corrigidas com as novas dimensões e enviadas para o corte e dobra, já que era assim q comprava-se
a ferragem, todavia até o observado a ferragem das vigas continuava vindo com problemas
dimensionais.
Na supervisão dos projetos hidráulicos foi possível notar que os ralos secos para escoar água das
garagens eram ligados a tubulação de ventilação
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Alvenaria de vedação
As paredes de vedação externa encontravam – se com 9 cm de espessura, comumente chamado de
meia vez, o que na eventual passagem de ductos elétricos ou hidráulicos proporcionará pequenas
dimensões residuais de vedação, o código de obras da cidade de Campo Mourão indica na seção IV
página 91 legisla espessura de 20cm, respectiva a uma vez do bloco cerâmico seis furos.
Figura 17: Detalhe da parede externa
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ETAPA B
4. DESCRIÇÃO DO LOCAL
4.1 Obra B
Localizada em um bairro de Campo Mourão – PR, o condomínio é executado basicamente
com blocos estruturais, composto por cinco blocos, cada bloco com quatro pavimentos,
cada pavimento tem quatro unidades residenciais de aproximadamente 50m², totalizando 20
apartamentos, cada apartamento consta de dois quartos, sala, cozinha/área de serviço e um
banheiro.
As lajes eram treliçadas e cobertas por concreto usinado 25 MPa, as instalações
hidrossanitárias e de gás ficavam em um nicho na única parede não estrutural do prédio e
recoberta posteriormente por um painel pré-moldado na obra.
A etapa acompanhada foi assentamento dos blocos estruturais, com massa de cimento e
areia na proporção 1:5 e adição de 200 ml de aditivo plastificante, e a concretagem da
segunda laje à última laje, emboço convencional externo com massa de cimento e cal na
proporção 1:2:6, montagem das escadas pré-moldadas, acabamento interno de alguns
apartamentos, revestimento cerâmico e instalação hidrossanitária e de gás.
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Figura 18: Visão frontal da implantação da obra
4.2 Quanto à armazenagem, execução, maquinário, mão -de-obra e ambiente de
trabalho
No almoxarifado ficavam todos os materiais e ferramentas, que as dimensões permitiam, e dois
apontadores faziam o controle das entradas, saídas e recebimento de materiais de modo que nada
era pedido sem requisição e estes ainda eram responsáveis por anotar as condições das ferramentas
que voltavam ao estoque.
Aglomerante
O cimento era empilhado sobre estrado de madeira na embalagem original (sacos de 50 Kg), em um
cômodo anexo ao almoxarifado sob estrado e encostado nas paredes de madeira. A cal comprava –
se em embalagem de 20 Kg, era empilhada sobre estrado de madeira no barracão próximo aos
caibros de madeira. O gesso foi armazenado dentro do barracão, empilhado em embalagem original
e foi usado na obra para acabamento interno.
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Figura 19: Acabamento interno de gesso
Figura 20: Detalhe da caixinha de tomada e canto fe itos em gesso
Agregados
Areia e brita, tipo 1 e pedrisco, eram comprados a granel e armazenados ao ar livre e protegidos por
lona, do lado das betoneiras separados e etiquetados por baias
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Fôrmas e madeiramento
As formas serviram para moldar as vigas de sustentação das caixas de água e as vigas perimetrais
da laje, o madeiramento para o telhado, de Cedrinho e Pinho, era armazenado dentro do barracão e
sem contato com o solo.
Escoras
As escoras eram metálicas
Figura 21: Escoramento metálico
Tubulações
As peças de água fria, instalação elétrica e de gás ficavam em uma estante ao lado de um dos blocos
separadas e etiquetadas. Tubulações de esgoto e prevenção de incêndio ficavam atrás do último
bloco sobre peças de madeira
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Figura 22: Estante com tubulações de gás, água fria e de instalação elétrica
Revestimento cerâmico
Chegou a obra em palites, embalados por plástico foram depositados pela empilhadeira próximo ao
escritório e recobertos ainda por um lona.
Telhas
As telhas eram depositadas sobre placas de madeira em volta dos blocos
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Figura 23: Telhas, blocos e tubulação de prevenção de incêndio recém descarregados
Blocos estruturais e cerâmicos
Os blocos, de 4,6 MPa, chegavam palitezados à obra e ficavam ao lado do elevador de cargas para
subir ao andar que estava sendo executado conforme a necessidade, para tanto lançou-se mão de
empilhadeiras.
Os blocos cerâmicos eram comprados a granel e armazenados ao lado dos blocos estruturais para
aguardar serem distribuídos nos pavimentos conforme a necessidade
Armadura e vigas treliçadas
Os vergalhões comprados em barras são aglomerados perto do barracão, ao ar livre, sobre
espaçadores de madeira para evitar o contato com o solo, não estão etiquetados. As vigas treliçadas
para laje aguardavam para serem enviadas ao pavimento que cobririam ao lado do bloco cerâmico
sobre pedaços de madeira.
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Figura 24: Bloco cerâmico e vigas treliçadas aguard ando o deslocamento para o pavimento de
interesse
Máquinas e ferramentas
Os elevadores de carga abasteciam blocos adjacentes por meio de vãos deixados nas paredes.
Figura 25: Um elevador de carga abastecia blocos ad jacentes
Como grande parte dos materiais chegava à obra em palites, foi preciso terceirizar uma empilhadeira
para descarga e acomodação deste material. A locomoção horizontal era auxiliada pelo elevador de
carga e balancins, para assentamento uma colher de pedreiro estreita fazia a adaptação perfeita à
quantidade de massa necessária.
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Vendo a dificuldade em montar as escadas convencionalmente, um jogo de formas de metal foi
confeccionado para pré-moldar a escada na obra.
Figura 26: Forma para pré-moldar escada
Figura 27: Escada pré-moldada assentada com graute
O mesmo fez-se para as placas que esconderiam as paredes hidráulicas, confeccionou-se uma
parede falsa pré-moldada em obra.
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Figura 28: Placa pré-moldada fazendo nicho da pared e hidráulica
Figura 29: Cura da placa de concreto
Mão de obra
Como o escritório de projetos localizava-se na obra totalizavando 104 funcionários sendo 90 de obra,
desses 90 colaboradores quatro eram terceirizados para as instalações elétricas e outros quatro
terceirizados para o acabamento interno de gesso; sendo ainda 12 mulheres.
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Meio ambiente de trabalho
No refeitório havia um freezer, dois bebedouros, armário grande, um lugar para manter as
refeições aquecidas, mesas grandes para acomodar àqueles que faziam as refeições na
obra e um armário que guardava a biblioteca itinerária da construtora. Os banheiros
separados para homens e mulheres possuíam vestiário e chuveiros nas proporções
indicadas na NR 18.
A construtora oferecia aos colaboradores os equipamentos de proteção individual, os EPIs,
e uniformes. Em todo perímetro da obra era possível observar placas indicativas de
segurança e risco, bem como os indicativos dos programas de qualidade.
Algumas aberturas no piso estavam sem fechamento ou proteção. Como os prédios não
ultrapassavam quatro pavimentos havia necessidade de apenas uma bandeja de proteção, esta
estava instalada na altura da primeira laje; havia guarda corpo na periferia das lajes onde se
trabalhava.
Os elevadores de carga, num total de três apresentavam fechamento de entrada e saída. Um extintor
estava localizado no escritório da construtora dentro da obra e outro no refeitório, da ocasião de
admissão houve treinamento dos funcionários quanto às disposições da NR – 18.
Figura 30: Refeitório - Obra B
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5. Atividades Desenvolvidas
Os apartamentos estavam divididos em grupos de frente de trabalho, anotavam-se quando
começavam a subir determinado apartamento e quando terminavam este apartamento, desta forma,
e de posse das medidas do serviço realizado, era possível calcular a produção do operário. As
paredes que eram comuns a dois grupos, como as de divisa entre apartamentos, era preciso anotar
qual dos grupos começou a executar aquela parte.
Depois de finalizado o apartamento, a equipe responsável realizava a limpeza e os entulhos eram
depositados nas caçambas de entulho.
Figura 31: Funcionário executando limpeza no aparta mento acabado
Apenas uma frente de trabalho ficava responsável por todas as concretagem ocorridas nos blocos, a
laje era dividida em painéis de acordo com o nível que deveria apresentar ao final de tal forma a
evitar posteriores regularizações de piso.
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Figura 32: Detalhe da laje no procedimento de concr etagem
Esse mesmo procedimento foi usado para as instalações complementares, que no caso das
instalações elétricas o grupo responsável era terceirizado; o acabamento interno em gesso e o
assentamento das placas cerâmicas, uma frente especializava-se em praticar apenas o tipo de
execução que estava responsável.
O revestimento externo foi executado apenas em emboço sem prévio chapisco ou reboco e molhado
no ato de desempenar.
Em planilha anotavam-se as saídas de material do almoxarifado de modo que quando se observava a
necessidade de fazer pedidos ou pela informação de um dos mestres, requisições eram solicitadas e
preenchidas e então entregues ao responsável pelo financeiro/ compras que por sua vez de posse de
orçamentos prévios e atualizados periodicamente escolhia o depósito qual seria efetuada a compra.
O recebimento dos materiais era inspecionado no ato do descarregamento pelo responsável pelo
almoxarifado e o engenheiro de obra, eles seguiam uma cartilha denominada “Instrução de Trabalho
de Materiais” elaborada pelos funcionários encarregados da área de qualidade e baseados nas
normas correspondentes a recebimento e aceitação de material como a NBR 7171 – Bloco Cerâmico
para Alvenaria – Inspeção; NBR 7173 – Blocos vazados de concreto simples para Alvenaria não
Estrutural; NBR 6136 – Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural; NBR 7212 –
Execução de Concreto dosado em central; NBR 12655 – Preparo, controle e recebimento de concreto
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– Procedimento; NBR 13281 – Argamassa industrializada para assentamento de paredes e tetos –
Especificações; entre outras.
O procedimento de inspeção era acompanhado pelo responsável pelo almoxarifado e o mestre de
obras ou engenheiro, através de fichas de “check list”, e depois as fichas eram arquivados junto ao
processo da execução da obra.
Também na parte da qualidade existiam registros diários dos materiais, quanto à existência de
certificação dos materiais recebidos e obediência as normas vigentes e estipuladas pelo programa de
qualidade da construtora, alguns desses materiais eram madeiras, aglomerantes, agregados, vidros,
tubos, telhas, blocos, aparelhos sanitários, pisos, portas, janelas, fios, interruptores, forros, entre
outros.
Da mesma forma os serviços inspecionados era locação da obra, radier, formas, batentes, granitina,
lajes, concretagem de peças estruturais, instalações elétricas, instalações hidossanitárias,
revestimento cerâmico, impermeabilização, argamassa moldada em obra, entre outros. Dispondo de
fichas de “check list” e com acompanhamento do mestre de obra responsável pelo serviço, seguido
pelo estagiário e um responsável geral dos serviços as inspeções eram realizadas e arquivadas
juntamente ao processo de execução.
Com a finalidade de melhorar a qualidade de vida dos funcionários, e de posse de um acervo
considerável de livros doados pela comunidade, disponibilizou-se uma biblioteca itinerante e alta
gerida aos colaboradores; para tanto cartazes de incentivo a leitura foram espalhados pelo refeitório e
uma lista de títulos foi confeccionada para ter-se algum controle das literaturas disponíveis e também
para poderem ser etiquetadas.
36
6. CONCLUSÃO
O estágio foi um método eficaz para inserção no mercado de trabalho, através dele confrontou-se a
teoria vislumbrada no meio acadêmico com a prática no canteiro de obras.
Participar do cotidiano da execução de um projeto torna possível o entendimento da funcionalidade
dos sistemas presentes nas edificações, essa vivência auxilia os próximos projetos que serão
elaborados. Muitas vezes não se tem a consciência da existência de procedimentos de execução,
tanto simples quanto complexos, isso só será percebido na prática.
A maior parte das dificuldades encontradas durante o estágio diz respeito ao modo como as
informações seriam repassadas aos operários, a mão-de-obra é cheia de vícios na maneira de se
trabalhar, convencê-los que a proposta que será adotada naquela edificação é coerente exige
treinamento e comprovação do método em questão.
Após traçar comparativos entre as etapas do cumprimento do estágio, conseguiu-se perceber que o
sucesso da execução depende de uma boa equipe e do comprometimento dos envolvidos. A
qualidade dos materiais empregados e a utilização da técnica correta têm grande influência no
quesito qualidade, mas, sobretudo quando da busca pela eliminação de desperdícios e retrabalhos.
A organização e inspeção dos materiais e serviços contribuem para que o cronograma seja
respeitado, quando se tem registros das entradas e saídas de materiais, é possível estimar em
quanto tempo será necessário realizar compras para que a matéria-prima esteja sempre disponível
quando existir necessidade, evitando assim mão-de-obra ociosa e respeitando a data de validade do
componente em questão.
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7. BIBLIOGRAFIA
Anais
NASCIMENTO, Adriana Maria de Sá; MACEDO-SOARES, T. Diana L. V. A. de. A competitividade no
setor de construção. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (XVI : 1996 :
Piracicaba). Anais . Piracicaba, SP: UNIMEP/ABEPRO, 1996.
Normas
NBR 7171 - 1992 – Bloco Cerâmico para Alvenaria – Inspeção;
NBR 7173 - 1982 – Blocos vazados de concreto simples para Alvenaria não Estrutural;
NBR 6136 - 1994 – Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural;
NBR 7212 - 1984 – Execução de Concreto dosado em central;
NBR 12655 – 2001 – Preparo, controle e recebimento de concreto – Procedimento;
NBR 13281 - 2001 – Argamassa industrializada para assentamento de paredes e tetos –
Especificações
NR 18 – Condições do Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
NR 6 - 2011 – Equipamento de Proteção Individual - EPI
NBR 6118 – 2003 – Projeto de Estruturas de Concreto – Projeto de Norma
NBR 8798 – 1985 – Execução e Controle de Obras em Alvenaria Estrutural
NBR 7200 - 1998 - Revestimentos de paredes de tetos com argamassas – Preparo, aplicação e
manutenção
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ANEXO A - Ficha de verificação do material : Esquad rias de aço
OBRA Data de abertura:
Inspecionado por Responsável Data de Fechamento
RECEBIMENTO
DATAS DE INSPEÇÃO
Atende ao Pedido de Compra?
Verificou o tamanho das esquadrias?
LEGENDA
Ainda Não inspecionado Não se aplica Aprovado Reprovado / Refazer Refeito e Aprovado
Em Branco NA A R ®
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Verificou o modelo e o sentido de abertura
das esquadrias?
A quantidade está correta?
Verificou os encaixes, soldas ou partes
parafusadas?
Realizou a inspeção em 10% do lote?
ARMAZENAMENTO
DATAS DE INSPEÇÃO
Foram armazenadas verticalmente, e
abrigadas de intempéries?
OBSERVAÇÕES
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ANEXO B - Ficha de verificação de serviço: Armadura
OBRA Local de Inspeção (Pavimento, No. Casa, No. Apartamento, etc.) Data de abertura
Inspecionado por Responsável Data de Fechamento
LEGENDA
Ainda Não inspecionado Não se aplica Aprovado Reprovado / Refazer Refeito e Aprovado
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Em Branco NA A R ®
ITENS DE INSPEÇÃO /
LOCAIS OU DATA DE INSPEÇÃO
As barras de aço ou telas estão isentas de impurezas ou
detritos ?
O Aço utilizado é o material especificado ?
O corte e a dobra das barras estão de acordo com o
projetado ?
Os espaçadores ou afastadores de ferragem das formas
foram colocados ?
Os estribos estão amarrados nos 4 cantos ?
O comprimento de ancoragem foi respeitado?
Os caranguejos estão colocados de acordo com o projetado
?
As barras de aço ou telas estão na posição de projeto e
amarradas convenientemente ?
Existe passagem de tubulação nas armaduras e estão
posicionadas corretamente ?
A bitola das armaduras são as de projeto ?
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OBSERVAÇÕES
RASTREABILIDADE DOS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
No. Esquadro(S):
No. Régua(s) de N
No. Trena(s)