101 preguntas a la biblia brown raymond

7/28/2019 101 Preguntas a La Biblia Brown Raymond

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1 0 1 P R E G U N T A S Y R E S P U E S T A SS O B R E L A B I B L I A



N U E V A A L I A N Z A138

O t r o s t í t u l o s p u b l i c a d o sp o r E d i c i o n e s S i g ú e m e :

—R . E . B ro wn , Introducción a la cristología del NT (BEB 97)—R. E. Brown y o t ros , María en el nuevo testamento (BEB 49)—G. Th e i s s en , La sombra del Galileo (NA 110)—F. Colomer , Decir la fe. C omentario al Credo (NA 136)—J. -R. F lecha , Buscadores de Dios (NA 147)

—G. C an o b b io , Pequeño diccionario de teología (Vel 122)



RAYMOND E. BROWN

101 PREGUNTASY RESPUESTAS

SOBRE LA BIBLIA

TERCERA EDICIÓN

E D I C I O N E S S Í G U E MES A L A M A N C A

2002



Cubierta diseñada por Christian Hugo Martinsobre el cuadro Underwaler World X ( 1998)

Traducción de Damián Sánchez Bustamantesobre el original inglés Responses lo 101 Questions on the Bible

© Paulist Press, Mahwah 1990

© Edic iones S igúeme S .A. , 1996C/ García Tejado, 23-27 - E-37007 Salamanca / España

I S B N : 8 4 - 3 0 1 - 1 3 0 4 - 5Depósi to Legal: S . 90-2002Impreso en EspañaImprime: Gráficas VaronaPol ígono El Montalvo , Salamanca 2002



Dedico este libro, con profunda gratitud, a tanta

gente cuyos nombres desgraciadamente jamás he

llegado a saber o he olvidado, pero cuyo rostro re-

conozco cuando los encuentro conferencia tras con-

ferencia. Esta manifestación de su am or por las Es-

crituras ha sido para m í fuente incesante de ánimo .

Este libro es su libro ya que fueron su interés y sus

preguntas las que lo engendraron.



INTRODUCCIÓN

A f ina le s de l a década de 1950 comple té mis e s tud ios de doc -

to rado pa ra ded ica rme a l a enseñanza de l a B ib l i a , y un año des -pués , t ras rec ib i r una beca para t raba ja r en Je rusa lén en to rno alo s manusc r i to s de l Mar Muer to , que todav ía no hab ían s ido pu -b l i cados , r eg re sé a Ba l t imore pa ra in ic ia r mis c la se s de sag radaEsc r i tu ra en e l semina r io de San ta Mar ía . En e l cu r so de ve ranode 1960 impar t í mi p r imera lecc ión sobre la Bib l ia , y en añossuces ivos , s in con ta r mis c la se s hab i tua le s , me hab ré d i r ig idomiles de veces a los más var iados g rupos in te resados en o í r a lgo

sob re l a sag rada Esc r i tu ra : en t re e l lo s con fe renc ia s ep i scopa le s ,e l c l e ro ca tó l i co , o de con fe s iones d i s t in ta s a l a mía , mon ja s ded i s t i n t a s c o n g r e g a c i o n e s , y m u c h a , m u c h í s i m a g e n t e q u e a s i s t í aa c u r s i l l o s d e v e r a n o , c o n g r e so s y c o n f e r e n c i a s . M e ha i m p r e s i o -nado consta ta r cómo, a lo la rgo de los años , se han ido rep i t iendouna y o t ra vez las mismas p reguntas sobre los mismos temas . Porsupues to que e sa r epe t i c ión me ha re su l t ado in te re san te no só lopor p roporc ionarme una idea c la ra de lo que in te resaba a la gen tes ino t amb ién pa ra pode r da r con unas r e spues ta s sa t i s fac to r i a s .M e d i c e n , a m e n u d o , y m u y a m a b l e m e n t e , q u e p a r a e l l o s e lt i empo que ded ico a r e sponde r a su s p regun ta s l e s r e su l t a t ani m p o r t a n t e c o m o e l d e d i c a d o a l a s l e c c i o n e s o c o n f e r e n c i a s p a r aprofundiza r aún más sus conoc imien tos b íb l icos . Por e l lo he dec i -d ido ag rupa r l a s p regun ta s que más se fue ron rep i t i endo e impr i -mi r l a s jun to a l a s r e spues ta s dadas .

Pe rmí ta seme in s i s t i r en que se t r a t a de l a s p regun ta s que amí más me h ic ie ron . Supongo que l a mayor ía de e l l a s pod r íanf o r m u l a r s e a c u a l q u i e r a q u e p r o n u n c i e c o n f e r e n c i a s s o b r e l aB ib l i a ; con todo , e s inev i t ab le que cuan to he e sc r i to y hab ladosusc i t e a lgunas de l a s p regun ta s p lan teadas . T ra to de fo rmu la rlas p reguntas ta l como las recuerdo . Algunas se hacen por s implein te ré s o cu r io s idad . O t ra s , a lgo a l a de fens iva deb ido a que l at emá t ica sob re l a que se p regun ta p reocupa rea lmen te a l a pe r so -na . A veces qu ienes p regun tan lo hacen con mucha in s i s t enc ia .



10 Introducción

Han o ído una re spues ta pe ro no e s l a que buscan . P rocu ro man te -ne r e s ta va r i edad en lo s ma t ice s . Me he p lan teado t amb ién qué

ex tens ión debo dar a la s respues tas en es te l ib ro . ¿Ser ía mása p r o p i a d o r e sp o n d e r m á s e x t e n sa m e n t e a m e n o s p r e g u n t a s o b i e ncon te s ta r más b revemen te , lo que da r ía luga r a nuevas p regun ta sy a r e tomar a lgunos pun tos no t r a tados exhaus t ivamen te en l ap r i m e r a r e s p u e s t a ?

En l íneas genera les , he op tado por lo segundo , ya que , a me-nudo , e sa ha s ido mi expe r ienc ia en e l t i empo re se rvado a p re -gun ta s y r e spues ta s a l f ina l de mis con fe renc ia s . Los oyen te s no

desean o t ra d i se r t ac ión como re spues ta a su p regun ta . Qu ie ren ,m á s b i e n , u n a o p o r t u n i d a d p a r a c o n t r a s t a r u n a r e sp u e s t a q u eh a l l a r o n i n c o m p l e t a . H a y , s i n e m b a r g o , p r e g u n t a s c o m p l i c a d a s ;y que en l a s c i r cuns tanc ia s r ea le s (que in ten ta r ep roduc i r e s t el ib ro ) ex igen re spues ta s más minuc iosa s . De ah í que lo s l e c to re sp ron to pod rán ve r l a d i s t in ta ex tens ión que t i enen l a s r e spues ta sa las 101 preguntas .

He in ten tado en e s te l ib ro , aunque no s i empre con éx i to , ex -p re sa rme en un l engua je poco fo rma l y más co loqu ia l . A veces ,h e c o n se g u i d o r e c o r d a r c ó m o f u e f o r m u l a d a l a p r e g u n t a , a u ncuando l a fo rmu lac ión no fue ra de mi ag rado . En t a le s ca sos , megus ta seña la r en mis r e spues ta s e l po rqué de mi de sag rado en l afo rmu lac ión de l a p regun ta , ya que , a menudo , l a d i fe renc ia enla fo rmu lac ión cons t i tuye ya pa r te de l p rob lema p lan teado . A lt ra ta r de se r r azonab lemen te f i e l a l a mane ra cómo recue rdo que

se fo rmu ló una de te rminada p regun ta , t engo que re f l e ja r t amb iénm i f r a n q u e z a c o n l a s p r e g u n t a s m a l e n f o c a d a s . L o s e sp e c i a l i s t a sd e c u a l q u i e r t e m a p r e f i e r e n g e n e r a l m e n t e t r a t a r l o c o n su a v i d a d ,s in e s t r idenc ia s . Po r e jemp lo , a mí me gus ta t r a t a r s i empre e lt e m a d e P e d r o e n e l n u e v o t e s t a m e n t o c o m e n t a n d o l o s d i v e r so sc o m e t i d o s q u e é l o su f i g u r a h a n d e se m p e ñ a d o . I n e v i t a b l e m e n t e ,t ras hacer lo as í , habrá qu ien apre ta rá e l to rn i l lo con la p reguntad i rec ta y con ca rga de fondo: ¿Fue papa? Ni s iqu ie ra habré a lud i -do a esa pa labra , pe ro qu ienes hacen la p regunta lo que qu ie renes que se t ra te de l tema con un lengua je que e l los mismos pue-dan va lora r . Forma par te de l a r te que supone una buena respues taha l l a r l a mane ra de con te s ta r a p regun ta s ma l p lan teadas s in cae re n a n a c r o n i s m o s .

Según mi expe r ienc ia , en e l t i empo ded icado a p regun ta s yre spues ta s , l a p regun ta sob re un t ema conc re to l l eva a o t ra s y

desencadena una se r i e de p regun ta s que fac i l i t an e l de sa r ro l lo



Introducción II

de toda una temát ica . En es te l ib ro aprovecho es te t ipo de s i tua -c iones y de ah í que , en lugar de co locar a l aza r la s 101 pregun-

ta s , o de acue rdo con su f recuenc ia o impor tanc ia , l a s he o rdena -do po r t emas (véase l a Tab la ana l í t i c a de ma te r i a s ) . Con e s to noqu ie ro dec i r que e l encadenamien to de p regun ta s y r e spues ta sq u e a q u í p r e se n t o s e h a y a d a d o s i e m p r e , a u n q u e e f e c t i v a m e n t een a lgunos casos as í ha s ido . Más aún , en la fo rmulac ión de lasmismas p regun ta s he re f l e jado a lgunas de l a s ex t rañas secuenc ia sque recue rdo . Po r e jemp lo , l a r epe t ida p regun ta de s i c reo o noen e l demon io no su rge po rque s í , c a s i s i empre v iene a con t inua -

c ión de una exp l i cac ión de lo s mi lag ros de Je sús , y en conc re to ,de l a expu l s ión de demon ios . La p regun ta , todav ía más f recuen te ,sobre la ex is tenc ia de los ánge les , aparece no a pa r t i r de un pa-sa je de l an t iguo tes tamento , s ino t ras mi exp l icac ión de los re -la tos de anunc iac ión en los que los ánge les hab lan con Mar ía yJosé . Es tas exper ienc ias de te rminan e l lugar en e l que s i túo miexp l i cac ión con re spec to a l demon io y a lo s ánge le s . O d icho deo t ro modo , es te l ib ro , aunque ordenado temát icamente , no es s im-p lemen te s i s t emá t ico ; l a secuenc ia t emá t ica r e f l e j a l a s pau ta s depensamien to que mo t ivan a lo s oyen te s a fo rmu la r su s p regun ta s .

La se lecc ión de las p reguntas no s igue mi c r i te r io sobre loque cons t i tuye lo más impor tan te de lo s e s tud ios b íb l i cos . Lase lecc ión re f le ja , más b ien , e l in te rés de los que , a lo la rgo delo s años , me han p lan teado sus d i f i cu l t ades . Qu ie ro adve r t i r alos lec to res que és te es un l ib ro des t inado , an te todo , a l púb l ico

en genera l y no a qu ienes se ded ican a l e s tud io de es tos temas .P o r e j e m p l o , e n c u e n t r o m u y i m p o r t a n t e p a r a l a c o m p r e n s i ó n d ela Ig le s ia p r imi t iva e l pequeño inc iden te de Hechos 6 , 1 -6 , l apr imera d iscus ión en la Ig les ia c r i s t iana re la tada en ese l ib ro , enla que se ven impl icados los hebreos y los he len is tas . Pero , amenos que haya p ronunc iado una con fe renc ia sob re e se t ema pa r -t icu la r de l l ib ro de los Hechos , nad ie se va a levan ta r a p regun-ta rme sobre los he len is tas . En cambio , sea cua l fue re e l temat ra tado con re spec to a l nuevo t e s tamen to , s i empre hab rá qu iense l evan te pa ra p regun ta r sob re lo s he rmanos de Je sús . E l t emade s i los he rmanos de Jesús e ran h i jos de Mar ía apenas rev is teimpor tanc ia en e l e s tud io de l nuevo tes tamento , pe ro se t ra ta deun re la to b íb l ico con e l que muchos se enfren tan en sus v idasy es a lgo que les de ja pe rp le jos .

E l hecho de que las p reguntas de es te l ib ro p rocedan de oyen-

tes au tén t icos hace que sur jan no só lo temas que a los espec ia l i s -



12 Introducción

t a s pueden pa rece r i r r e levan te s s ino t amb ién o t ro s que p re fe r i r í anpasar por a l to . Me sorprende cuando personas ju ic iosas me sug ie -

ren que un tema tan de l icado como e l de la concepc ión v i rg ina ldebe r ía ev i t a r se ya que desconc ie r t a a l a gen te ( aun cuando seaun t ema de l que l a s r ev i s t a s y lo s semana r io s f emen inos hayand i f u n d i d o a m p l i a m e n t e su s p u n t o s d e v i s t a s e n sa c i o n a l i s t a s yl ibe ra le s ) . Pe ro e s un p r iv i l eg io de l que no se puede d i s f ru ta rdesde una t a r ima de con fe renc ian te , dado que qu ienes hacen l a sp regun ta s mues t ran sus p re fe renc ia s po r l a s p regun ta s incómodasy lo s t emas canden te s . La misma des labazada mane ra de fo rmu la r

l a s p regun ta s no fac i l i t a a l con fe renc ian te «una sa l ida po r l at angen te» . E l con fe renc ian te e s consc ien te de que no hay p regun-ta s impos ib le s . S iempre hay qu ien hace e se t ipo de p regun ta s .

Dada mi condic ión de sacerdo te ca tó l ico , a mis char las as is tenm á s c a t ó l i c o s q u e p r o t e s t a n t e s o j u d í o s , lo q u e i n e v i t a b l e m e n t eda un tono ca tó l i co a muchas de l a s p regun ta s que apa recen enes te l ib ro . S in embargo , como du ran te muchos años he dado c la -

se s en un semina r io de mayor ía p ro te s tan te , me he dado cuen tade que muchos t emas , aun t r a tados de sde una pe r spec t iva ca tó -l i c a , p reocupan a lo s demás p rec i samen te po rque v iven en con -tac to con ca tó l i cos . An te r io rmen te h ice r e fe renc ia a l a p regun tade s i Mar ía tuvo más h i jo s o pe rmanec ió v i rgen . Los p ro te s tan te sme hacen a menudo e s ta p regun ta po rque desean sabe r cómo pue -de de fende r un ca tó l i co e spec ia l i z ado en e s tud ios b íb l i cos unav is ión de Mar ía que , según e l los , resu l ta a jena a la Bib l ia . En

la s r e spues ta s a l a s p regun ta s que aqu í apa recen , e spe ro que que -de c la ro que acep to las enseñanzas de la Ig les ia ca tó l ica ; cont o d o , c o n f í o t a m b i é n q u e q u e d a r á i g u a l m e n t e c l a r o q u e l o q u ein ten to e s expone r lo s ¿ Ja to s b íb l i cos lo más ob je t ivamen te pos i -b le , de jando c la ro dónde acaba e l da to b íb l i co y dónde añadenuevos ma t ice s l a in te rp re tac ión de l a B ib l i a en l a s d i fe ren te se tapas de la v ida de la Ig les ia . S i e l da to b íb l ico resu l ta ambiguoen s í mismo, todos , en mi op in ión , lo deben saber . No veo razóna lguna pa ra que lo s c r i s t i anos de l a s d i s t in ta s Ig le s ia s no sepongan de acuerdo en qué d ice la Bib l ia y en qué quer ían dec i rqu ienes e sc r ib ie ron l a s sag radas Esc r i tu ra s (ha s ta donde puedea lcanza r un e s tud io c ien t í f i co de l t ema) . Inev i t ab lemen te no sepondrán de acue rdo sob re e l s ign i f i c ado de l a B ib l i a en d ive r sosaspec tos de la v ida de la Ig les ia , pe ro en tonces aparecerá conmayor c la r idad en qué cons i s t e e sa d i sc repanc ia . Lo más co r r i en -

te se rá que pongan en d iscus ión lo que no aparece c la ro en las



13 Introducción

Escr i tu ras y sobre lo que se ha tomado , con e l paso de los t iem-pos , d i s t in ta s pos ic iones . Eso ayuda a e l imina r de lo s deba te s

c r is t ianos in te rnos la acusac ión de que una de las pa r tes no esb íb l i ca ; lo más f recuen te e s que una misma c i t a b íb l i c a se in te r -p re te de d i s t in ta s mane ra s , lo que no imp ide que ambas pa r te s ,desde su p rop io pun to de v is ta , se mantengan f ie les a la Bib l ia .

Otros que hayan ded icado toda su v ida a l e s tud io de la Bib l iapo d r ían m uy b ien con te s ta r a e s ta s p reg un ta s de d i s t in ta m an e ra .Mis r e spues ta s son s imp lemen te l a s mía s , pe ro rea l i z adas con e lde seo de que re su l t en más comprens ib le s que l l ama t iva s . He des -

cub ie r to que una con tes tac ión demasiado pre tenc iosa u ocurren te ,que hace re í r , a menudo mo le s ta e imp ide que se cap te aque l loque se in ten ta t ransmit i r . P re f ie ro más b ien ins is t i r en exp l ica rcon c la r idad lo que p ienso an tes que en r id icu l iza r la respues tacon una g rac ia , po r muy r id icu la que me pueda pa rece r . He deadver t i r a mis lec to res que se rán escasas las respues tas b r i l lan tes ;me da ré po r sa t i s fecho s i son su f ic ien temen te c la ra s . Op to po rla pa lab ra « re spues ta» en luga r de «con te s tac ión» pa ra ind ica rmis in te rvenc iones . Lo que p re tendo e s r e sponde r , no con te s ta ren e l sen t ido de repe le r la d i f icu l tad ; pe ro se rán los lec to resqu ienes d ic tamina rán s i l a r e spues ta ha sa t i s fecho sus p regun ta s .

Nota del editor: Las preguntas 2 y 3 han s ido to ta lmente ree labo-

radas pa ra l a ed ic ión e spaño la y ap robadas po r R . E . Brown .



TABLA ANA LÍTICA DE MA TERIAS

P r e g u n t a s 1 - 4 : Traducciones de la Biblia. ¿Cuál ha de lee rse? ;t r aducc iones popu la re s ; l a s B ib l i a s p ro te s tan te s y l a s ca tó l i ca s .

P r e g u n t a s 5 - 1 0 : Los libros auténticos y los apócrifos de la Bi-

blia: d i fe renc ia s en t re p ro te s tan te s y ca tó l i cos ; lo s evange l io sa p ó c r i f o s .

P regun ta s 11 -14 : ¿Cóm o leer la Biblia?; De pr inc ip io a f in o

se lec t ivamente ; con ano tac iones y comenta r ios , o podemos ac tuarcon independenc ia r e spec to a lo s b ib l i s t a s .

P r e g u n t a s 1 5 - 1 7 : El Ma gisterio de Iglesia: in te rp re tac ión pe r so -na l ; l ibe r t ad c ien t í f i c a de in te rp re tac ión .

P r e g u n t a s 1 8 - 2 2 : ¿Por qué leer la Biblia?: la pa labra de Dioso una b ib l io teca humana ; l a B ib l i a in sp i rada .

P r e g u n t a s 2 3 - 2 7 : ¿La Biblia es verdad literalmen te? ¿has ta quépunto se han de en tender l i te ra lmente los re la tos de Adán y Evay o t ro s? ; ¿ l a a rqueo log ía con f i rma l a h i s to r i a b íb l i ca?

P r e g u n t a s 2 8 - 3 0 : La crítica bíblica: l ib ros b íb l icos d i f íc i le s ; e lApoca l ip s i s como l ib ro más d i f í c i l .

P r e g u n t a s 3 1 - 3 3 : El fundam entalismo bíblico y cómo afrontarlo.

P r e g u n t a s 3 4 - 3 7 : ¿Hasta qué punto es el nuevo testamento lite-ralmente verdadero? ¿Las ca r tas de Pab lo fueron esc r i ta s por sanPab lo , y en ca so nega t ivo qué au to r idad t i enen?

P r e g u n t a s 3 8 - 4 4 : Los evangelios: ¿has ta qué pun to son f i ab le so h i s tó r i cos? ¿ son v idas de Cr i s to? ; en ca so nega t ivo , ¿qu iéneslo s e sc r ib ie ron y qué son? ¿qué d i fe renc ia e sp i r i tua l compor ta?

P r e g u n t a s 4 5 - 5 1 : Las palabras y los hechos de Jesús: ¿ p o d e m o ses ta r seguros de sus pa labras exac tas y de sus mi lagros? ¿qué



16 Tabla analítica de materias

va lo r t i enen sus mi lag ros , en e spec ia l l a expu l s ión de lo s demo-n i o s? ¿ e x i s t e e l d e m o n i o ?

P r e g u n t a s 5 2 - 5 3 : La resurrección de Jesús: ¿sa l ió Jesús de l se -p u l c r o c o r p o r a l o f í s i c a m e n t e ?

P r e g u n t a s 5 4 - 6 0 : El nacimiento de Jesús: ¿son f i ab le s lo s r e la to sde su nac imien to e in fanc ia o se t r a t a s imp lemen te de fo lk lo re?¿has ta qué pun to co inc iden o no? ¿ se apa rec ie ron lo s ánge le s ye x i s t e n ?

P r e g u n t a s 6 1 - 6 8 : María: ¿has ta qué pun to e s impor tan te b íb l i ca -m e n t e ? ; e l n a c i m i e n t o v i r g i n a l ; l a I n m a c u l a d a C o n c e p c i ó n y l aAsunc ión ; ¿Mar ía pe rmanec ió v i rgen? ¿qu iénes fue ron lo s he rma-n o s y h e r m a n a s d e J e sú s?

P r e g u n t a s 6 9 - 7 6 : El conocim iento de Jesús: ¿sab ía Je sús que e raDios? ¿ lo sab ía todo? ¿ sab ía que mor i r í a ? ¿conoc ía e l fu tu ro?

P r e g u n t a s 7 7 - 7 8 : Fundación de la Iglesia: ¿ la fundó Je sús o sa -b ía cómo se iba a de sa r ro l l a r?

P r e g u n t a s 7 9 - 8 5 : Los sacramentos: ¿ los ins t i tuyó Jesús , e spec ia l -men te l a euca r i s t í a y e l bau t i smo? ¿qué s ign i f i c ado t en ían e s to ssa c r a m e n t o s p a r a l o s p r i m e r o s c r i s t i a n o s?

P r e g u n t a s 8 6 - 8 8 : Los primeros cristianos y los judíos: ¿ c ó m o s ere lac ion a ro n y có m o se sep a ra r on? ¿pe r s igu ie ro n lo s jud ío s a lo s

c r i s t i a n o s ?P r e g u n t a s 8 9 - 9 2 : Los ministerios en la Iglesia primitiva: ¿ q u i é n«dir ig ía» la Ig les ia? ; los doce apósto les ; ¿cuá l fue e l o r igen delo s ob i spos? ¿ fue ron lo s suceso re s de lo s após to le s?

P r e g u n t a s 9 3 - 9 6 : ¿Quiénes celebraban la eucaristía?: ¿ c u á n d oy c ó m o u n o s c r i s t i a n o s c o n c r e t o s f u e r o n a c e p t a d o s c o m o p r e sb í -t e r o s ?

P r e g u n t a s 9 7 - 1 0 0 : Pedro y los papas: ¿ fue Ped ro cabeza de l aIg le s ia , u ob i spo de Roma , o e l p r imer papa?

P r e g u n t a 1 0 1 : ¿Hasta qué punto ha cambiado la Iglesia desde

los tiempos del nuevo testamento?



101 PREGUNTAS Y RESPUESTAS

1. ¿ Cuál es la me jor Biblia que se puede leer?

La t r aducc ión más ap rop iada de l a B ib l i a e s tá en func ión dela f ina l idad con que uno la lee . Su lec tura en público , ya sea losd o m i n g o s o e n o t r a s c e l e b r a c i o n e s c o m u n i t a r i a s , r e q u i e r e u n ac ie r ta so lemnidad , y por consigu ien te , la s t raducc iones muy co lo-qu ia les no son las más aprop iadas en es tos casos . Por o t ro lado ,pa ra su l e c tu ra en p r ivado , pa ra l a r e f l ex ión y med i tac ión e sp i -r i tua l , a veces r e su l t a más ap rop iada una t r aducc ión a t rac t iva ycercana . Otra lec tu ra pe rsona l puede hacerse con la idea de unes tud io minuc ioso , y en es te caso , una t raducc ión más l i te ra l , queman tenga l a s d i f i cu l t ades y amb igüedades de l o r ig ina l , se r í a l am á s a c o n s e j a b l e .

Qu izá s l a me jo r r e spues ta g loba l que pueda da r sea sub raya rque en lo s t ex to s o r ig ina le s b íb l i cos en heb reo , a rameo y g r i egose e n c u e n t r a n p a sa j e s d e d i f í c i l c o m p r e n s i ó n o a m b i g u o s . A v e -ce s su s au to re s no e sc r ib ie ron con c la r idad . Los t r aduc to re s t i e -nen a veces que ad iv inar qué quer ían dec i r . Y han de e leg i r , port a n t o , e n t r e t r a d u c i r l i t e r a l m e n t e , m a n t e n i e n d o l a a m b i g ü e d a dor ig ina l , o t r aduc i r l ib remen te r e so lv iendo l a amb igüedad de lo r ig ina l . Una t r aducc ión l i t e ra l ha de i r a compañada de no ta s ap ie de pág ina o de comen ta r io s que sug ie ran pos ib le s so luc ionesa l a o scu r idad que s igue e s tando p re sen te en l a t r aducc ión . Unat raducc ión l ib re r ep re sen ta ya una opc ión rea l i z ada po r lo s t r a -duc to re s sob re cuá l e s según e l lo s e l s ign i f i c ado de un pasa jeoscuro . En c ie r to sen t ido , e l comenta r io ya va inc lu ido en la t ra -ducc ión rea l i z ada . Po r e so una t r aducc ión l ib re r e su l t a más fác i len su lec tu ra pe ro más d i f íc i l s i lo que p re tende es l levar a cabo

u n e s t u d i o m i n u c i o s o .



18 101 preguntas y respuestas sobre la Biblia

2. ¿Qué traducción nos recomienda?

No me re fe r i ré aqu í a la s ve rs iones que se han hecho o sees tán hac iendo a o t ros id iomas ibé r icos (ca ta lán , por tugués , ga l le -go , euske ra ) . Me f i j a ré só lo en l a s ca s te l l anas . Omi to t amb iénla s be l l a s t r aducc iones med ieva le s (de l s ig lo XI I I a l XVI) , r e a l i -zadas po r jud íos se fa rd i t a s y c r i s t i anos , y l a s t r aducc iones de l aVulga ta la t ina , hechas por F . Sc io (1790-1793) y por F . TorresAmat (1923-1925) , pa ra f i j a rme só lo en l a s de l engua ca s te l l anat raduc idas de lo s t ex to s o r ig ina le s .

La p r imera t r aducc ión comple ta fue l a de E . Náca r y A . Co-lunga , Sagrada Biblia (B A C 1, M adr id 1944), en buen cas te l lan o ,f ie l a l o r ig ina l ; puede u t i l iza rse aún con provecho , pe ro neces i ta -r í a una rev i s ión y adap tac ión . Poco después apa rec ió l a de J . M.Bove r y F . Can te ra , Sagrada Biblia ( B A C 2 5 / 2 6 , M a d r i d 1 9 4 7 ),más l i te ra l que la an te r io r , pe ro de lec tu ra más d i f íc i l . Despuésde se i s ed ic iones , ha s ido to ta lmen te r ev i sada y ampl iada po r unequ ipo ba jo l a d i recc ión de F . Can te ra y M. Ig le s ia s , Sagrada

Biblia (BAC Maio r 10 , Madr id 1975) . Exegé t i ca y l i t e ra r i amen tees la mejor t raducc ión ac tua l , tan to por su f ide l idad a l o r ig ina lcomo po r su s in t roducc iones y no ta s . Impresc ind ib le pa ra lo se s tud ian te s de t eo log ía y B ib l i a . Deben u t i l i z a r l a todos lo s quequie ran acerca rse lo más pos ib le a l tex to en s í .

En l ínea pa s to ra l ex i s t en , a l menos , cua t ro buenas t r aducc io -nes . La más u t i l izada s igue s iendo la Biblia de Jerusalén ( D D B ,

Bi lbao 1967) , t r aduc ida de lo s o r ig ina le s po r un equ ipo d i r ig idopor J . A. Ubie ta , a pa r t i r de la ve rs ión f rancesa , con buenas in t ro -ducc iones y no ta s de lo s inves t igado re s de l a Ecole Biblique d eJerusa lén ; la s ú l t imas ed ic iones (desde 1975) han s ido mejoradas ,aunque se s igue no tando l a d i fe renc ia en t re unos l ib ros y o t ro s ;l a u t i l i z an muchos g rupos de o rac ión y e s tud io popu la r de l a Es -c r i tu ra . Acaba de apa rece r La Biblia, pub l icada po r va r i a s ed i to -r i a l e s (S igúeme , A tenas , PPC, EVD) , ba jo l a d i recc ión de La

Casa de l a B ib l i a (Madr id 1992) ; muy comprens ib le , de f ác i llec tu ra , más pas to ra l que l i te ra l , exac ta en a lgunos l ib ros , i r regu-l a r y a c o m o d a t i c i a e n o t r o s . P r o b a b l e m e n t e s e i r á i m p o n i e n d oen los g rupos de o rac ión y acc ión pas to ra l . De Argen t ina (sus t i tu -yendo con éx i to a l a an t igua t r aducc ión de J . S taub inge r , BuenosAires 1948-1951) nos l lega la El Libro del Pueblo de Dios ( F u n -dac ión Pa lab ra y Vida , Buenos Ai re s 1980) , en buen ca s te l l ano ,

con no ta s de t ipo pa s to ra l . F ina lmen te , debemos c i t a r l a Biblia



Traducciones de la Biblia 19

Latinoamericana, t r aduc ida ba jo l a d i recc ión de B . Hurau l t y R .R icc ia rd i , que s igue s i endo muy ú t i l pa ra qu ienes qu ie ran en ten -

de r l a pa lab ra de Dios en con tex to l a t inoamer icano . Las dos ve r -s iones españolas (Bib l ia de Je rusa lén y Bib l ia de la Casa de laB ib l i a ) han hecho ed ic iones con numerosas adap tac iones en l en -g u a j e y f o r m a t o p a r a A m é r i c a L a t i n a .

En pe r spec t iva p ro te s tan te s s igue s i endo fundamen ta l l a t r a -ducción de C. de la Reina y C. de Valera (1569), f ie l a l or ig inal ,e n b e l l í s i m o c a s t e l l a n o , a d a p t a d a p o r l a s c o m u n i d a d e s e v a n g é l i -

ca s ; a veces inc luye lo s deu te rocanón icos , o t ra s no , según lo sdes t ina ta r io s . En l ínea ecumén ica e s impor tan te l a ed ic ión in te r -c o n f e s i o n a l , Santa Biblia. Dios habla hoy ( S o c i e d a d e s B í b l i c a sU n id as y Ed . C la re t , M adr id 1994) , con l eng ua je popu la r , adap ta -do a ca tó l i cos y p ro te s tan te s . De más enve rgadu ra e s La Biblia

interconfesional. Nuevo Testamento (BAC, Casa de l a B ib l i a ,Soc iedades Bíb l icas Unidas , Madr id 1978) , rea l izado por un equ i -p o c a t ó l i c o - p r o t e s t a n t e . D e sg r a c i a d a m e n t e n o h a t e n i d o l a d i f u -

s ión que se merec ía , qu izá porque no se ha hecho aún la t raduc-c ión de l an t iguo t e s tamen to .

Hay , f ina lmen te , o t ra s t r aducc iones que no han t en ido t an tad i f u s i ó n . C i t a m o s , só l o a m o d o d e e j e m p l o : R F r a n q u e sa y J . M .S o l é , Sagrada Biblia (Reg ina , Ba rce lona 1970) ; S . de Ause jo ,La Biblia (He rde r , Ba rce lona 1976) ; E . Mar t ín N ie to , La Santa

Biblia (Pau l ina s , Madr id 1970) . Da l a impres ión de que e s ta s

ú l t imas t r aducc iones se man t ienen todav ía más po r e l de seo depres t ig io de las respec t ivas ed i to r ia les (que desean tener una t ra -ducc ión p rop ia de l a Esc r i tu ra ) que po r l a novedad que apo r tane n e l p a n o r a m a b í b l i c o e sp a ñ o l .

3. ¿Qué opina de las traducciones populares? ¿Hay algunas que

no sean de su agrado?

En cas te l lano ex is te una de las más be l las t raducc iones moder-nas de la Bib l ia , rea l izada por un exege ta , f i ló logo y poe ta deg r a n c a l i d a d : L u i s A l o n so S c h ó k e l . E l d i r i g i ó ( a c o m p a ñ a d o p o rJ . M a t e o s ) La Nueva Biblia Española ( C r i s t i a n d a d , M a d r i d1975) ; e l tex to es des igua l ( se no ta la mano de los co laboradores)y a veces p ie rde en p rec is ión lo que gana en c la r idad ; pe ro lafue rza y ce rcan ía de a lgunos de lo s l ib ros de l an t iguo t e s tamen to(c f . Sa l , Job , Prov) resu l ta impres ionan te . Esa t raducc ión , re toma-

da en g ran par te por La Biblia para la iniciación cristiana ( E p i s -




c o p a d o E sp a ñ o l , M a d r i d 1 9 7 7 ) , c o n s t i t u y e u n o d e l o s g r a n d e smonumen tos l i t e ra r io s de l a l engua ca s te l l ana de e s te s ig lo . E l

m i sm o A l o n so S c h ó k e l h a r e t o m a d o y u n i f i c a d o l a t r a d u c c i ó nen La Biblia del peregrino ( E g a y M e n sa j e r o , B i l b a o 1 9 9 3 ) , su -pe rando l a s l agunas an te r io re s y o f rec iendo después , jun to a l t ex -t o , u n c o m e n t a r i o l i t e r a r i o e n t r e s v o l ú m e n e s ( E g a , M e n sa j e r o ,EVD, B i lbao -Es te l l a 1996-1997) . Es ta t r aducc ión no puede sus t i -tu ir nu nca en p rec i s ión ex egé t i ca a la de Ca n te ra - Ig le s ia s (BA C ) ,n i en ap l icac ión pas to ra l a la Bib l ia de la Casa de la Bib l ia . Esun tex to para rec rea r y gozar la Bib l ia más que para es tud io op rác t i ca c r i s t i ana , pues l a s opc iones l i t e ra r i a s y l a s ap l i cac ionesde l au to r no se r í an compar t ida s po r todos . Pe ro e s ta t r aducc iónsegu i rá s i endo u t i l i z ada po r lo s aman te s de l a buena l i t e ra tu ra .

No hay en ca s te l l ano , que yo sepa , t r aducc iones pu ramen tepopu la re s de l a B ib l i a , como ha l l amos en o t ro s id iomas ( ing lé s ,f r ancés ) . En e sa l ínea se puede s i tua r l a t r aducc ión ecumén icaya c i t ada Dios habla al hombre ( S o c i e d a d e s B í b l i c a s U n i d a s ,

C la re t , Madr id 1994) . En pe r spec t iva ca tequé t i ca debemos reco r -dar la Biblia didáctica (SM, Madr id 1996) , que ap rovecha l a t r a -ducc ión de la Bib l ia de la Casa de la Bib l ia .

4 . Algunas de las Biblias de las que ha estado hablando son

protestantes. ¿Se prohibe a los católicos la lectura de Biblias

protestantes ?

Se ha de d is t ingu i r en t re la an t igua pos tu ra ca tó l ica y la ac -tua l . La B ib l i a fue ob je to de g randes con t rove rs ia s en t re lo s r e -fo rmadore s y lo s t eó logos de l conc i l io de T ren to . Según e l c r i t e -r io ca tó l i co , l a s t r aducc iones ve rnácu la s , e s dec i r , l a s t r aducc io -nes a l a s d i s t in ta s l enguas nac iona le s r ea l i z adas po r lo s r e fo rma-d o r e s a m e n u d o e s t a b a n e n f o c a d a s p a r a f a v o r e c e r l a p o s t u r a p r o -tes tan te . De ah í que e l conc i l io de Tren to ins is t ie ra en que ses igu ie ra emp leando l a B ib l i a Vu lga ta l a t ina pa ra l a l e c tu ra púb l i -

ca , en los se rmones y en las exp l icac iones , ta l como hab ía ven idohac iendo l a Ig le s ia du ran te s ig lo s . E l r e su l t ado p rác t i co de todoe l lo fue que l a s t r aducc iones ca tó l i ca s de l a B ib l i a e s taban basa -das en l a Vu lga ta l a t ina mien t ra s que l a s t r aducc iones p ro te s tan -tes de la Bib l ia se l levaban a cabo sobre las lenguas o r ig ina les( h e b r e o , a r a m e o y g r i e g o ) .

Además l a Ig le s ia ca tó l i ca que r ía no ta s a p ie de pág ina pa ra

sa lvagua rda r t an to sus enseñanzas con re spec to a l a f e y a l a mo-



Los libros auténticos y los apócrifos 21

ra l como las in te rpre tac iones de los Padres de la Ig les ia . De ah íque se aconse ja ra a lo s ca tó l i cos que no l eye ran B ib l i a s p ro te s -

t an te s po r miedo a que se l e s fue ra adoc t r inando su t i lmen te encon t ra de sus p rop ia s c reenc ia s . Además , lo s p ro te s tan te s c ie r t a -men te no l e í an B ib l i a s ca tó l i ca s , en pa r te po rque supon ían quees ta s B ib l i a s no e ran co r rec ta s y con ten ían d i s imu ladamen te l aenseñanza de l a Ig le s ia ca tó l i ca .

Pe ro todo e s to ha cambiado . Desde 1950 , l a s t r aducc ionesca tó l icas , inc luso las que se emplean en la lec tu ra púb l ica y enlas p red icac iones se v ienen l levando a cabo a pa r t i r de las len-guas o r ig ina les . Ese es e l caso , por e jemplo , de la Bib l ia de laCasa de l a B ib l i a , l a B ib l i a de Je rusa lén . . . , p rác t i camen te detodas l a s menc ionadas an te r io rmen te . Norma lmen te con t i enen no -tas a p ie de pág ina de ca rác te r in format ivo y no par t id is ta . S ib ien puede p ro longa rse l a po lémica en t re ambas pa r te s , l a B ib l i aha de jado ya de se r un a rma a r ro jad iza en t re la s Ig les ias p ro tes-t an te s en gene ra l y l a c a tó l i ca . Ahora nos ayudamos mu tuamen te

a c o m p r e n d e r l a B i b l i a y c o l a b o r a m o s e n p r o y e c t o s e c u m é n i c o scomunes . En España se e s tá l l evando a cabo ac tua lmen te l a ed i -c ión de l an t iguo t e s tamen to de l a B ib l i a in te rcon fe s iona l conm a r c a d o a c e n t o e c u m é n i c o .

5. Pero ¿no es diferente el contenido de la Biblia para católicos

y protestantes?

Por lo que hace re fe renc ia a l nuevo t e s tamen to l a B ib l i a ca -tó l ica y la p ro tes tan te t ienen e l mismo número de l ib ros (27) , queaparecen en idén t ico o rden . (No ocurr ía as í , por lo que a l o rdense re f ie re , en las p r imeras ed ic iones de la t raducc ión que h izoLu te ro de l nuevo t e s tamen to ; pe ro e l c ambio de Lu te ro en e l o r -den de los l ib ros ya no es más que una anécdota h is tó r ica ) . Lad i f e r e n c i a s e e n c u e n t r a e n e l a n t i g u o t e s t a m e n t o . R e su m i e n d o ,los ju d í os y la m ay or ía de p ro tes ta n te s t ienen un an t igu o tes ta -

mento de 39 l ib ros y e l de los ca tó l icos cuen ta con 46 . Digo re -sumiendo po rque l a pos tu ra de l a Ig le s ia de Ing la te r ra o Ig le s iaep iscopa l iana no es unán ime (y también se podr ía d iscu t i r s i laIg le s ia ang l i cana en t ra en e l ámb i to p ro te s tan te ) . S in embargo ,m u c h a s I g l e s i a s p r o t e s t a n t e s j a m á s s e h a n p r o n u n c i a d o o f i c i a l -mente en cuan to a l numero de l ib ros de l an t iguo tes tamento . Otraambigüedad es que la Ig les ia o r todoxa y la o r ien ta l a veces hanco inc id ido con e l más ampl io canon ca tó l ico de los l ib ros e in -

c lu so han l l egado a p ropone r o t ro aún más ex tenso .




Pero resumiendo y hab lando de la pos tu ra p ro tes tan te y ca tó l i -ca , los s ie te l ib ros que f iguran en e l an t iguo tes tamento ca tó l ico

y no en e l p ro te s tan te son aque l lo s que lo s ca tó l i cos denominandéu te ro -canón icos y , como e s sab ido , son muy pocos . Los p ro te s -tan tes , a menudo , le s l laman apócr i fos . Son e l l ib ro de Tobías ,e l de Jud i t , e l 1 ." y 2 .° de los Macabeos , la Sab idur ía (de Sa lo-món) , e l S i rác ida (Ec le s iá s t i co ) y Ba ruc (que inc luye l a Ca r tade Je remías ) ; y pod r ían añad i r se , en buena pa r te , a lgunos f rag -m e n t o s d e E s t e r y D a n i e l . L a p r o b l e m á t i c a e s b a s t a n t e c o m p l e j a ,pe ro , en genera l , se puede dec i r que se t ra ta de l ib ros que hanl l egado has ta noso t ro s en g r i ego , no en heb reo o a rameo . (A lgu -nos de e l lo s fue ron e sc r i to s o r ig ina lmen te en heb reo o a rameo—se han encon t rado rec ien temen te ex tensos f r agmen tos de l S i rá -c ida en heb reo— pe ro no han l l egado has ta noso t ro s en e sa s l en -guas) . Los c r i s t ianos los conoc ie ron a t ravés de la t raducc ión delos Se ten ta , que es una t raducc ión gr iega l levada a cabo por ju -d ío s an te r io re s a Cr i s to , y que fue l a B ib l i a acep tada gene ra l -

men te po r l a Ig le s ia p r imi t iva .En su de seo po r t r aduc i r de l a l engua o r ig ina l , lo s r e fo rmado-res fue ron muy rece losos con es tos l ib ros , de los que no ex is t íave r s ión heb rea o a ramea , y en su mayor pa r t e lo s r echaza ron . Lap r o b l e m á t i c a s e c o m p l i c ó m u c h o m á s d e b i d o a q u e l o s t e ó l o g o sca tó l i cos r ecu r r í an p rec i sa m en te a e sos l ib ros pa ra de fe nd e r a l-g u n a s d o c t r i n a s r e c h a z a d a s p o r l o s r e f o r m a d o r e s . P o r e j e m p l o ,l a p lega r ia de Judas Macabeo y sus hombres en 2 Mac 12 , 42 -46

p i d i e n d o q u e l o s p e c a d o s d e l o s so l d a d o s m u e r t o s f u e se n p e r d o -nados a la luz de la resurrecc ión de los muer tos se in te rpre tabac o m o u n a d e f e n sa d e l p u r g a t o r i o . U n a r e sp u e s t a d e l a R e f o r m afue no cons ide ra r e se L ib ro como sag rada Esc r i tu ra .

6 . ¿Se llegará alguna vez a un acuerdo sobre los libros del anti-

guo testamento no aceptados por los protestantes?

No creo que en un fu tu ro ce rcano a lgún organ ismo pro tes tan tevaya a hace r una dec la rac ión o f i c ia l a cep tando lo s s i e t e l ib rosd iscu t idos como Escr i tu ra canónica . A la mayor ía de Ig les ias p ro-te s tan te s l e s r e su l t a r í a d i f í c i l pone rse de acue rdo sob re qué au to -r idad pod r ía emi t i r t a l dec la rac ión . Dado que l a Ig le s ia ca tó l i cav iene cons ide rando e s to s l ib ros como sag rada Esc r i tu ra de sde e lconc i l io de T ren to no cabe pos ib i l idad a lguna de que se vaya a

p roduc i r un cambio en l a pos tu ra ca tó l i ca .




Pero t r a s da r e sa ma la no t i c ia , pe rmí tanme da r l a buena . A ligua l que con muchas de l a s enconadas con t rove rs ia s de l s ig lo

X V I a m e n u d o v a m o s e n c o n t r a n d o l a m a n e r a d e e v i t a r l a c o n -f ron tac ión d i rec ta pa ra sa lvar e l obs tácu lo . Muchas de las Bib l iased i t adas po r p ro te s tan te s con t i enen ya e sos s i e te l ib ros ( ademásde los cap í tu los de Este r y Danie l ) con e l t í tu lo de apócr i fos .Gene ra lmen te no apa recen mezc lados con e l r e s to de l ib ros quetodos cons ide ran canón icos —como se hace en l a s B ib l i a s ca tó -l icas— sino que se pub l ican como una secc ión en t re los dos tes-tamentos (que es lo mejor) o b ien a l f ina l , t ras e l nuevo tes ta -m e n t o .

Es ta inc lu s ión no equ iva le a su acep tac ión como Esc r i tu racanón ica , aunque s í v iene a se r e l r e conoc imien to de dos hechosde ca rác te r ecuménico . E l p r imero es que los ca tó l icos leen ahoraBib l i a s p ro te s tan te s y de sean lo que e l lo s cons ide ran una B ib l i acomple ta . E l segundo e s que ca tó l i cos y p ro te s tan te s e s tud ianjun tos l a B ib l i a , y que e s to s l ib ros r e su l t an sumamen te impor tan -

t e s p a r a la c o m p r e n s i ó n d e l j u d a i s m o p r i m i t i v o ( el j u d a i sm o q u ecomenzó t ras e l ex i l io en Babi lon ia en e l 587-539 a . C . ) y de lnuevo t e s tamen to . Se e sc r ib ie ron más ce rca de l a época de Je súsque muchos l ib ros de l an t iguo t e s tamen to acep tados po r todosy con t i enen e jemplos concep tua le s y pun tos de v i s t a que é l a cep -tó . (Por e jemplo , tan to los l ib ros de los Macabeos como e l l ib rode la Sab idur ía te s t imonian la c reenc ia en la v ida después de lamuer te ) . As í pues , e s to s l ib ros son necesa r io s pa ra e l e s tud io dela sagrada Escr i tu ra . A medida que los lec to res y es tud ian tes p ro-te s tan te s se f ami l i a r i zan con lo s e sc r i to s deu te rocanón icos , a lgu -nos de sus v ie jo s r ece lo s emp iezan a de sapa rece r y de jan de se rc o n t e m p l a d o s c o m o a r m a s a r r o j a d i z a s e n m a n o s d e l e n e m i g o . Ya p rop ós i to , r e su l t a in te re san te com pro ba r que jun to a lo s sa lm os ,e l S i rác ida (e l Ec les iás t ico) fue e l l ib ro de l que más se s i rv ie ronlos Padres de la Ig les ia ya que en é l ha l la ron una mina de ense-

ñanza é t ica que les resu l tó ú t i l pa ra la fo rmac ión c r i s t iana .

7 . Según usted protestantes y católicos coinciden en lo que res-

pecta al nuevo testamento. ¿Qué hay con respecto a los evange-

lios apócrifos de los que he oído hablar?

Su p regun ta me s i rve pa ra ac la ra r que l a pa lab ra «apóc r i fo»se emplea en dob le sen t ido . En l a t e rmino log ía p ro te s tan te se

emplea pa ra de s igna r lo s s i e t e l ib ros deu te rocanón icos de l an t i -




guo t e s tamen to , de lo s que he e s tado hab lando hace unos in s tan -te s , a cep tados po r lo s ca tó l i cos pe ro no po r lo s p ro te s tan te s co -

mo sag rada Esc r i tu ra . (Vue lvo a r epe t i r l e que aqu í só lo doy unasp ince ladas a l r e spec to ) . Pe ro e s te t é rmino se emp lea más ampl ia -men te pa ra de s igna r lo s l ib ros jud íos y c r i s t i anos que n i lo sca tó l i cos n i lo s p ro te s tan te s cons ide ran como sag rada Esc r i tu ra .Lo s «ap óc r i fo s» inc luy en l ib ros ju d ío s com o e l l ib ro de En oc ,e l l ib ro de los Jub i leos y e l IV de Esdras que no fueron acep ta -dos en e l consenso gene ra l sob re l a s Esc r i tu ra s canón ica s quenoso t ro s conocemos , s i b ien a lgunos de e l lo s fue ron acep tadospor la Ig les ia de Et iop ía . E l té rmino «apócr i fo» se ap l ica tambiéna ob ra s c r i s t i anas , y en t re e l l a s a lo s evange l io s que no fue roninc lu idos en e l c anon . A lgunos de e l lo s se han conse rvado desdel o s p r i m e r o s t i e m p o s . R e c u e r d o e sp e c i a l m e n t e e l p r o t o e v a n g e l i ode San t i ago de g ran impor tanc ia pa ra l a comprens ión de l a a c t i -tud c r i s t iana con respec to a la in fanc ia de Jesús . (Cf . más ade-lan te la s p reguntas 10 , 67 , 68) . Algunos de los evange l ios apócr i -

f o s , a u n q u e c o n o c i d o s a n t i g u a m e n t e , h a n e s t a d o p e r d i d o s y s ehan vue l to a de scub r i r en nues t ro t i empo . Uno de lo s más famo-sos e s un f ragmen to de l evange l io de Ped ro , que e s un imag ina t i -vo re la to de l a pa s ión . Conc re tamen te , a f ina le s de l a década de1940 , se de scub r ió en Eg ip to , en Nag Hammad i o Chenobosk ion ,una co lecc ión de e sc r i to s —en su mayor pa r t e gnós t i cos— a lo sque popu la rmen te , aunque de mane ra inexac ta , se l e s d io e l nom-b re de evange l io s gnós t i cos . En t re e l lo s f igu ra a lgún que o t ro

evange l io , en t re lo s que des taca e l evange l io de Tomás .

8. ¿ Cabe la posibilidad de que algunos de los apócrifos del nue-

vo testamento lleguen algún día a ser reconocidos com o auténti-

ca sagrada Escritura?

Ahora t engo que con te s ta r a su p regun ta con o t ra s p regun ta s .¿De qué mane ra reconoce una Ig le s ia como sag rada Esc r i tu ra unesc r i to en conc re to? ¿hay en l a Ig le s ia a lguna au to r idad que pue -d a h a c e r l o ? ¿ so b r e q u é p r i n c i p i o s? L a m i sm a c o n s t i t u c i ó n d emuchas Ig le s ia s p ro te s tan te s ha r í a impos ib le una dec la rac ión cona u t o r i d a d su f i c i e n t e p a r a q u e u n a n u e v a o b r a f u e r a r e c o n o c i d acomo sag rada Esc r i tu ra . La Ig le s ia ca tó l i ca cuen ta con una au to -r idad reconoc ida que pod r ía tomar e sa in ic ia t iva , pe ro e l c r i t e r ioca tó l i co pa ra e l r e conoc imien to de l a sag rada Esc r i tu ra se r í a un

imped imen to . En e l conc i l io de T ren to l a no rma p r inc ipa l pa ra




e l r econoc imien to de l a Esc r i tu ra canón ica fue e l emp leo p ro lon -gado y genera l izado de esos l ib ros en la Ig les ia pa ra su púb l ica

lec tu ra . Por consigu ien te , s i se descubre un l ib ro an t iguo perd ido ,como podr ía se r , po r e j emp lo , una ca r t a au tén t i ca de Pab lo , e lmismo hecho de que se t ra te de un esc r i to jamás le ído en la Ig le -s i a imp l ica r í a su no acep tac ión canón ica . S i en tendemos po r sa -g rad a Es c r i tu ra aq ue l l a co lecc ión de l ib ros a cuya au to r ida d haacced ido some te r se l a Ig le s ia po r habe r r econoc ido en e l lo s l apa lab ra in sp i rada de Dios , en tonces no se a ju s ta r í a a e s te c r i t e r ioe l ha l l azgo aho ra de un l ib ro nunca l e ído an te r io rmen te .

9 . ¿Qué valoración hace de los evangelios apócrifos?

A veces los b ib l i s tas que se ded ican a buscar cua lqu ie ra delas obras que has ta e l momento se dan por pe rd idas , o a pub l ica r -las , no se ven l ib res de l sensac iona l i smo; y , por supues to , aunqueno co labo ren con e l l a , l a p rensa d i s f ru ta con e l sensac iona l i smo .S i se me permi te genera l iza r , con una c ie r ta dos is de c in ismo,

los lec to res que no t ienen in te rés en logra r a t ravés de los evan-ge l ios canónicos un mayor conoc imien to de Jesús , pa recen embe-l e sa d o s a n t e c u a l q u i e r n u e v a o b r a q u e v e n g a a i n s i n u a r q u e¡Jesús ba ja ra de la c ruz , se casa ra con Mar ía Magda lena , y sefue ra a l a Ind ia a v iv i r t r anqu i l amen te !

P e r m í t a n m e o f r e c e r l e s t o d a u n a s e ri e d e j u i c i o s m í o s a c e r c ade lo s evange l io s apóc r i fo s r ec ien temen te de scub ie r to s . (Se t r a ta

de ju ic io s s ó l ido s y so s pec ho que a lgunos lo s con s ide ra rán r íg i-dos , pe ro c reo que se pueden de fende r ) . N inguno de lo s evange -l io s apóc r i fo s r ec ien temen te de scub ie r to s nos cuen ta n i un so lohecho b iog rá f i co , h i s tó r i co sob re l a v ida de Je sús que no conoz -camos ya p rev iamen te . De vez en cuando , un evange l io de scu -b ie r to en fecha rec ien te ( e spec ia lmen te e l evange l io de Tomás)puede o f rece rnos una fo rmu lac ión de un d icho de Je sús an te r io ra l a que se nos ha conse rvado en lo s evange l io s canón icos . Ra r í -

s imas veces , un evange l io de scub ie r to r ec ien temen te puede da r -nos una f rase au tén t ica de Jesús que no es tuv ie ra ya p resen te enlo s evange l io s canón icos . La idea de que lo s evange l io s r ec ien -temen te de scub ie r to s nos cuen tan cómo e ran o qué pensaban lo spr imeros c r i s t ianos (30-70 d . C . ) , y que , por e l con t ra r io , losevange l io s canón icos rep re sen tan una ve r s ión a l t amen te censu ra -da y pa t r ia rca l de l c r i s t ian ismo, en la que queda supr imida la

l ibe r t ad de lo s p r imeros mov imien tos c r i s t i anos , e s una d i s to r -




s ión . Lo que s í nos cuen tan lo s evange l io s apóc r i fo s e s cómopensaban de Je sús lo s c r i s t i anos de l s ig lo I I ( e inc lu so pos te r io -

r e s ) , c ó m o r e l l e n a b a n i m a g i n a t i v a m e n t e a q u e l l o s d e t a l l e s d e suv ida sob re lo s cua le s lo s evange l io s canón icos hab ían de jadolagunas , y cómo lo conve r t í an en e l po r tavoz de su p rop ia t eo lo -g ía . A lgunos de e s to s evange l io s lo hacen de una mane ra que lo sPadres de la Ig les ia considera ron or todoxa ; o t ros lo hacen de unamane ra que e l lo s cons ide ra ron he ré t i c a . As í pues , y pa ra con te s -t a r a su p regun ta sob re s i lo s evange l io s apóc r i fo s r ec ien temen tede scu b ie r to s t i enen va lo r , yo d i r í a qu e s í — t ien en v a lo r p o r qu e

n o s a y u d a n a c o m p r e n d e r l o s p o l i f a c é t i c o s g r u p o s c r i s t i a n o s d elo s s ig lo s I I , I I I y IV—. Ca recen p rác t i camen te de va lo r po r loque se r e f i e re a l a t r ansmis ión de da to s h i s tó r i cos sob re Je sús osob re e l c r i s t i an i smo con an te r io r idad a l a s mue r te s de Ped ro yPablo en la década de los 60 .

10. Tengo entendido que algunos de los evangelios apócrifos

ejercieron una gran influencia sobre el pensam iento católico.¿Es verdad?

Ta l vez u s ted recue rde que , cuando empecé a r e sponde r a l ap r e g u n t a so b r e l o s a p ó c r i f o s d e l n u e v o t e s t a m e n t o ( c f . p r e g u n t a7 ) , h ice una d i s t inc ión en t re aque l lo s conoc idos y cop iados enl o s p r i m e r o s t i e m p o s y l a s o b r a s g n ó s t i c a s r e c i e n t e m e n t e d e sc u -b ie r t a s . En e l p r imer g rupo menc ioné e l p ro toevange l io de San -

t i ago que da ta ap rox imadamen te de med iados de l s ig lo I I , de lque se h ic ie ron cop ias y se empleó en la Ig les ia a t ravés de loss ig lo s . Aque l l a ob ra e je rc ió una g ran in f luenc ia en l a r ep re sen ta -c ión c r i s t i ana de Mar ía , ya que nos cuen ta imag ina t ivamen te suv ida con an te r io r idad a l anunc io que rec ib ió de Gabr ie l . De e l l ap roceden lo s nombres de lo s pad re s de Mar ía , Joaqu ín y Ana .De e l l a p rocede igua lmen te e l r e l a to de l a p re sen tac ión de Mar íaen e l t emp lo a t emprana edad ; una p re sen tac ión que ha pa sado

a se r una fes t iv idad de la Ig les ia ca tó l ica y que han p in tado ung ran número de a r t i s t a s cuyos cuad ros cue lgan en l a s ga le r í a sde a r t e de l mundo en te ro . De e l l a t amb ién p rocede l a imagen deun José anc iano , po r tando un l i r io , po rque se d ice que su bácu lof lo rec ió como una seña l de que é l hab r ía de se r e scog ido comoe sp o so d e M a r í a .

La p re sen tac ión de Mar ía en e l t emp lo nos inv i t a a r e f l ex iona r

se r i amen te sob re e l va lo r de un evange l io apóc r i fo t an popu la r .



¿Cóm o leer la Biblia? 27

Cie r tamen te una n iña como Mar ía no hub ie ra s ido p re sen tada a lsumo sace rdo te pa ra v iv i r en e l r e c in to de l t emp lo has ta a lcanza r

la pube r tad , aunque a s í lo ind ique e l p ro toevange l io . Con todo ,se t ra ta resa l ta r de una manera imagina t iva y co loquia l una ver -dad ya impl íc i ta en e l evange l io canónico de Lucas . E l ánge l Ga-brie l habla con María (Le 1 , 28.30) y le d ice que ha s ido «favo-rec ida» por Dios (con un t iempo verba l pasado) . Mar ía hab la des í misma como la s ie rva de l Señor (1 , 38 .48) . Dado que la con-cepc ión de l Hi jo de Dios en la anunc iac ión fue la g rac ia o favorpr inc ipa l que Dios h izo a Mar ía , ta l g rac ia o favor se d i r ig ía a

a lgu ien que ya hab ía s ido su je to de l favor de Dios . ¿Por qué?Po rqu e e l la mis m a ya se hab ía som e t ido a D ios com o su s i e rvao se rv idora . La anunc iac ión no fue la p r imera vez en su v ida queMaría d i je ra , a l menos en su corazón , «He aqu í la s ie rva de lSeñor : hágase en mí según tu pa labra» (Le 1 , 38) . E l p ro toevan-ge l io lo d ra m a t iz a al m os t r a rno s a M ar ía o f rec ida y con sag rad aa Dios desde su más t ie rna in fanc ia . Es ta d ramat izac ión se ibaa en tende r a n ive l popu la r ba s tan te más e f i cazmen te que una d i s -cus ión t eo lóg ica sob re l a s imp l icac iones que pod r ían de r iva r sede l emp leo de una fo rma ve rba l en pa sado de l ve rbo g r i ego ques i g n i f i c a b a « f a v o r e c e r » .

11. V olvamos a la Biblia que todos aceptamos. Para quienes em-

piezan a leer en serio la Biblia ¿cóm o les recomienda que la

lean? ¿han de empezar por el Génesis y seguir leyendo hasta

el Apocalipsis? ¿o deberían empezar por unos libros determina-dos ?

Su p regun ta p lan tea un p rob lema rea l y no c reo que haya unaso la respues ta . La con tes tac ión depende en par te de l temperamen-to , de la fo rmac ión y de la capac idad de los lec to res . Muchaspe rsonas en tus ia s ta s se ponen a l e e r l a B ib l i a y acaban empan-tanados con las genea log ías o con las leyes sobre los sac r i f ic ios

de los c inco pr imeros l ib ros s in pasa r jamás de ah í .Vamos a imaginarnos que su p regunta se re f ie re a lec to res con

una educac ión secunda r ia o un ive r s i t a r i a , pe ro que conocen pocola Bibl ia . (Desgraciadamente todavía es posible sa l i r de la univer-s idad s in haber ten ido una buena in t roducc ión a la Bib l ia ) . Enta l caso , lo mejor se r ía lee r aque l los l ib ros de la Bib l ia que , porsu misma na tura leza , son más a t rac t ivos e in te l ig ib les , que t ra ta r

de recorre r toda la Bib l ia pág ina a pág ina de p r inc ip io a f in . The




R e a d e r ' s D i g e s t h a o f r e c i d o u n a f o r m a a b r e v i a d a d e l a B i b l i a ,d iseñada para ayudar a aque l los lec to res que podr ían verse pe rd i -

dos con la lec tu ra de la Bib l ia en te ra .Puedo imag ina rme un t ipo de l e c to r med io a l que i r í a b ienpasa r de l Génes i s a l a p r imera pa r te de l Exodo , luego a a lgunosf ragmen tos de lo s Jueces , de Samue l y de lo s Reyes , hac iéndoseuna idea de la h is to r ia de la monarqu ía . Luego ta l vez podr íare tomar l a h i s to r i a de l f ina l de lo s Reyes con unos f ragmen tosde Esd ra s y Nehemías ha s ta e l l ib ro p r imero de lo s Macabeos ,para ve r lo que ocurr ió con la ca ída de la monarqu ía y e l regreso

de lo s jud ío s de l ex i l io . A con t inu ac ió n a lguno s f rag m en tos delo s p ro fe ta s y de l a sab idu r ía pod r ían p ropo rc iona r una mues t rade l pensamien to re l ig io so de I s rae l t a l como lo exp re sa ron susmás des tacados rep re sen tan te s . Los Sa lmos , e sa s magn í f i ca s o ra -c iones , su rg idas de d is t in tas exper ienc ias v i ta les , son in te l ig ib lesy conmovedores , y no hace fa l ta conocer la h is to r ia de Is rae l pa ralee r lo s .

En e l nuevo t e s tamen to , lo s l e c to re s pueden empeza r con lo sevange l ios de Marcos y Juan para segu i r con e l l ib ro de los He-chos y un pequeño mues t reo de l a s ca r t a s pau l ina s (po r e jemp lo ,la p r imera a los cor in t ios y la d i r ig ida a los f i l ipenses) , a s í comotambién la p r imera de Pedro para cap ta r e l e sp í r i tu de la Ig les iap r imi t iva . Con una v i s ión como la ind icada a t r avés de lo s pa sa -j e s de l a B ib l i a que o f recen menos d i f i cu l t ades , uno puede l l ega ra sen t i r se más p repa rado pa ra emprende r l a l e c tu ra de todo e l

con jun to . Pe ro vue lvo a in s i s t i r en que no e s toy muy segu ro deque es te p lan resu l te a t rac t ivo para todo t ipo de lec to res . Ta l veze l mejor conse jo que se puede dar no sea o t ro que e l de p robar loy ver qué es lo que mejor se adap ta a la id ios incras ia de cadau n o .

12. ¿Qué notas o comentarios pueden servirnos de ayuda?

Se t ra ta de una d i f íc i l p regunta deb ido a la g ran d ivers idadde o fe r t a s ex i s t en te s . Creo que s i empre e s me jo r l e e r una B ib l i acon no ta s a p ie de pág ina que van so luc ionando l a s d i f i cu l t adesinmedia tas que surgen de la oscur idad de l tex to o de la fa l ta deu n a f o r m a c i ó n p r e v i a .

Con re spec to a lo s comen ta r io s se pueden d i s t ingu i r , po r lomenos , cua t ro t ipos . Hay comen ta r io s ba s tan te senc i l lo s en fo l l e -tos . Algunos reproducen e l tex to en una pág ina o en la pa r te su-



¿Cóm o leer la Biblia? 29

pe r io r de l a misma y un b reve comen ta r io en l a pág ina s igu ien teo en la pa r te in fe r io r . A veces un fo l le to de 75-100 pág inas abar-

ca un l ib ro en te ro de la Bib l ia . Pueden resu l ta r muy ú t i le s , y s induda , muy adecuados pa ra l a mayor ía de l e c to re s de l a B ib l i a .Para qu ienes es tén in te resados en un es tud io más se r io , se en-c u e n t r a n v o l ú m e n e s e n r ú s t i c a q u e c o n t i e n e n c o m e n t a r i o s m á sex tensos sobre un de te rminado l ib ro de la Bib l ia . Es tos comenta -r ios , a menudo , t ienen una ex tens ión en t re la s 200 ó 300 pág inas .Para e l e s tud ian te que se lo toma todav ía más en se r io , hay , porsupues to , e l comen ta r io exhaus t ivo , ve r s ícu lo a ve r s ícu lo , que

puede a lcanza r una ex tens ión de 1500 pág inas pa ra cada l ib rode l a B ib l i a . Yo mismo he l l egado a e sc r ib i r un comen ta r io de800 pág inas ace rca de l a s ca r t a s , r e l a t ivamen te b reves , de Juan ;y no es toy seguro de s i se t ra ta de un tes t imonio de una supues tae rud ic ión o de p ro l i j idad . Y f ina lmen te ha de hace r se menc iónde l comen ta r io ex tenso en un so lo vo lumen de l a B ib l i a en te ra .

13. Pero con notas y comentarios ¿no estamos ya aceptando una

opinión sobre la Biblia? Para comprender la Biblia ¿dependemos

de lo que digan los biblistas?

Tal vez l legue a la ra íz de su p regunta hac iendo a lgunas ob-se rvac iones . F recuen temen te , qu ienes de sean l ee r l a B ib l i a noquie ren que se les d iga que só lo los b ib l i s tas poseen la c lave dela Bib l ia y que , a menos que también e l los se hagan b ib l i s tas ,no pueden l ee r l a B ib l i a . Co inc ido p lenamen te con e sa r eacc ión .Hay secc iones de l a B ib l i a que son in te l ig ib le s y e sp i r i tua lmen teprovechosas s in n inguna ayuda técn ica de un b ib l i s ta . Dios puedehabla r a l lec to r s in pe rmiso de los b ib l i s tas .

No obs tan te , cuando lo s l e c to re s de lo s que e s taba hab lando— l e c t o r e s c o n u n e s t u d i o s s e c u n d a r i o s o u n i v e r s i t a r i o s— t o m a nla B ib l i a , a menudo empiezan a hace r p regun ta s mo t ivadas po rla educac ión rec ib ida . Han e s tud iado en c ie r t a med ida c ienc ia s

na tura les y , por tan to , se p reguntan , cuando leen e l Génesis , s ie l mundo fue rea lmente creado en se is d ías o b ien se d io un largoproceso evo lu t ivo . ¿Se paró rea lmente e l so l ta l como se desc r ibeen Josué 10 , 13? Es una p regunta deb ida a l hecho de que ta leslec to res aprend ie ron que e l so l no g i ra a l rededor de la t ie r ra , s i -no la t ie r ra a l rededor de l so l , y que e l so l se es tá moviendo den-t ro de todo e l s i s tema so la r . Para con tes ta r p reguntas deb idas ala p rop ia educac ión gene ra l e s necesa r i a una educac ión s imi la r




para saber cómo lee r la Bib l ia . No hace fa l ta la ayuda de los b i -b l i s t a s pa ra encon t ra r a l imen to e sp i r i tua l ; pe ro puede se r nece -

sa r i a pa ra ha l l a r r e spues ta s a l a s p regun ta s o r ig inadas po r l a p ro -p ia educac ión , inc lu so a n ive l popu la r .

14. Entiendo la necesidad de una cierta información proporcio-

nada por los biblistas pero no veo por q ué se nos tiene que decir

que dependemos de la interpretación humana de la palabra de

Dios. ¿Por qué se han de dar tales intermediarios hum anos?

Cada pa labra de la Bib l ia ha s ido esc r i ta por un se r humano ,y por tan to los in ten tos humanos por comprender la Bib l ia const i -t u y e n u n a s a y u d a s p e r f e c t a m e n t e a p r o p i a d a s . V a l e m o s d e i n t e r -med ia r io s humanos e s , en mi op in ión , a lgo in t r ín seco a l a con -cepc ión judeo -c r i s t i ana de l a s acc iones de Dios .

Pa r te de l p rob lema imp l icado en e s te t ipo de p regun ta puedese r e l r e conoc imien to de que lo s b ib l i s t a s cambian de op in ión ,y de ah í que se p roduzca una ince r t idumbre sob re l a s op in ionesque se encuen t ran en l a s no ta s y comen ta r io s . Eso fo rma pa r tede l a cond ic ión humana . Lo que s í debe ev i t a r se , con todo , e sla idea de que los pun tos de v is ta de an tes e ran seguros y quelos pun tos de v i s t a mode rnos pueden cambia r . Las in te rp re tac io -nes más an t iguas de la Bib l ia e ran las op in iones de los espec ia l i s -tas de aque l la época ; los pun tos de v is ta modernos son las op i -n iones de los espec ia l i s tas de es te s ig lo ; n inguna goza de un es-

tado pr iv i leg iado o inmutab le . E l lec to r se ha de sen t i r respon-sab le só lo de dar con los mejores es tud ios de los que se d ispongaen la ac tua l idad . S i se dan mejores ideas en e l s ig lo XXI o ene l XXII queda rá ba jo l a r e sponsab i l idad de lo s l e c to re s de e sef u t u r o p e r í o d o . Y s i u s t e d o b j e t a : « ¿ E s t u v i e r o n m a l i n f o r m a d o smis p redecesores c r i s t ianos cuando le ían la Bib l ia según e l pun tode v i s t a de su t i empo?» , l a r e spues ta e s que p re sumib lemen tee l lo s ac tua ron de l a me jo r mane ra que sup ie ron con l a in fo rma-c ión de l a que en tonces d i spon ían y po r t an to cumpl ie ron p lena -men te con su ob l igac ión . S i noso t ro s ac tuamos de igua l mane rac o n l a i n f o r m a c i ó n d e q u e d i sp o n e m o s , p o d e m o s p r e se n t a r n o san te e l t rono de Dios s in que nos s in tamos cu lpab les .

15. Todo esto me suena a interpretación personal de la Biblia.

Yo tenía entendido que los católicos se gloriaban de no tener



El mag isterio de la Iglesia 31

que depender de una interpretación personal, sino de tener una

Iglesia que les dice lo que la Biblia significa.

E s a e s u n a i n t e r p r e t a c i ó n e x t r e m a d a m e n t e s i m p l i f i c a d a . L aIg l e s i a c a tó l i c a (y l o m i sm o p u e d e d e c i r s e t a m b ié n d e l a s I g l e s i a so r i e n t a l e s ) p o n e so b re t o d o e l é n fa s i s e n e l v a lo r d e l a f e t r a d i -c i o n a l a t e s t i g u a d a a t r a v é s d e l o s t i e m p o s . L a r a z ó n d e e s t e c o n -v e n c im ie n to e s t á e n l a c r e e n c ia d e q u e Cr i s to , a t r a v é s d e l Esp í r i -t u , c o n t i n ú a g u i a n d o a l a I g l e s i a y n o p e r m i t i r á q u e s e e q u i v o q u eg r a v e m e n t e e n l o q u e e x i g e d e s u s f i e l e s e n c u a n t o a d o c t r i n a

y m o r a l . P o r t a n t o , c u a n d o e n n o m b r e d e u n a i n t e r p r e t a c i ó n p e r -so n a l d e l a s Esc r i t u r a s a lg u ie n s e l e v a n ta y d i c e : « To d o lo q u eh a b é i s c r e í d o c o m o d o c t r i n a d u r a n t e c i n c o , d i e z o v e i n t e s i g l o se s f a l s o , d e b é i s a b a n d o n a r l o t o d o p o r q u e a s í e s c o m o y o i n t e r p r e -to l a B ib l i a » , l a I g l e s i a c a tó l i c a s e h a r e s i s t i d o . E l t i p o d e in t e r -p r e t a c i ó n p e r s o n a l d e l q u e l a I g l e s i a c a t ó l i c a d e s c o n f í a s e r e f i e r ea a q u e l l a s d e c l a r a c i o n e s d o c t r i n a l e s b a s a d a s e n i n t e r p r e t a c i o n e sd e l a B i b l i a q u e r e f u t a n c u a n t o h a s i d o e n s e ñ a d o e n l o s c r e d o s

o e n l a s d e c l a r a c io n e s o f i c i a l e s d e l a I g l e s i a .P o r o t r a p a r t e , l a I g l e s i a c a t ó l i c a n o h a e m i t i d o i n t e r p r e t a c i o -

n e s oficiales d e Ja E sc r i t u r a c o n r e sp e c to a las áreas t r a t a d a s e nl o s c o m e n t a r i o s m á s m o d e r n o s . C o r r i e n t e m e n t e , e l c o m e n t a r i s t at r a t a d e d i s c e rn i r l o q u e e l a u to r d e u n l i b ro b íb l i c o in t e n t a b at r a n sm i t i r c u a n d o e sc r ib í a u n p a sa j e y l o q u e l a g e n te q u e lo l e í a ,e n t i e m p o s d e l a u t o r , h a b í a e n t e n d i d o d e l m i s m o . E l c o m e n t a r i s t a

n o r m a l m e n t e n o i n t e n t a e s t a b l e c e r p o s i c i o n e s d o c t r i n a l e s q u e p u -d i e r a n c o m p r o m e t e r a l o s l e c t o r e s d e h o y . E n c u a n t o a l o q u e p u -d i é r a m o s l l a m a r e l s e n t id o l i t e r a l d e l a Esc r i t u r a , c o m o , p o r e j e m -p l o , l o q u e s i g n i f i c a b a u n v e r s í c u l o c u a n d o f u e e s c r i t o p o r p r i m e -r a v e z , n o c r e o q u e la I g l e s i a c a t ó l i c a h a y a d e f in id o j a m á s el s i g -n i f i c a d o d e a l g ú n p a s a j e . L o q u e l a I g l e s i a h a d e f i n i d o e s q u ea l g u n a s d e s u s d o c t r i n a s e s t á n r e l a c i o n a d a s c o n p a s a j e s d e l a sE s c r i t u r a s , p e r o n o n e c e s a r i a m e n t e q u e e s a s d o c t r i n a s e s t u v i e s e n

e n l a m e n t e d e q u i e n e s e s c r i b i e r o n t a l e s p a s a j e s . A s í p u e s , u nc o n f l i c t o e n t r e u n a i n t e r p r e t a c i ó n p e r s o n a l y l a d o c t r i n a d e l aIg l e s i a b a sa d a e n l a s Esc r i t u r a s n o s e d a e n e l t i p o d e c o m e n ta r iod e a y u d a q u e h e v e n i d o d e s c r i b i e n d o .

R e c u e r d o e n t r e d i v e r t i d o y t r i s t e l a o b s e r v a c i ó n h e c h a p o r u nc r í t i c o e n u n a v a l o r a c i ó n p o p u l a r d e u n e x t e n s o c o m e n t a r i o r e a l i -z a d o p o r m í . E l m a n i f e s t a b a s u a l e g r í a p o r n o t e n e r q u e p r e o c u -

p a r s e d e m i s o p i n i o n e s o d e l a s d e a l g u n o s m á s , d a d o q u e ú n i c a -




mente p red icaba lo que l a Ig le s ia ca tó l i ca enseñaba sob re e s tel ib ro en conc re to , y como la Ig le s ia j amás hab ía in te rp re tado e ls ign i f icado l i te ra l de n inguno de los pasa jes de ta l l ib ro , yo mep r e g u n t a b a q u é h a b r í a e n c o n t r a d o é l p a r a su p r e d i c a c i ó n . L o q u erea lmen te que r ía dec i r , e s toy segu ro , e ra que de fend ía l a s op i -n iones que sob re aque l l ib ro l e hab ían enseñado cuando e s tabaen e l semina r io , y no que r ía tomarse l a mo le s t i a de comproba rs i aque l l a s op in iones segu ían t en iendo v igenc ia pa ra l a mayor íade los inves t igadores de hoy en d ía .

16. ¿Se ha encontrado alguna vez con un conflicto entre lo quela Iglesia católica enseña, basándose en las Escrituras, y su pro-

pia interpretación de los textos bíblicos?

N o . Y d i g o n o , n o s i m p l e m e n t e p o r q u e , c o m o h e i n d i c a d oprev iamen te , l a Ig le s ia ca tó l i ca no se ha ocupado en sus dec la ra -c iones doctr inales del sent ido l i te ra l de las Escri turas (en e l sent i -do en que exp l iqué l a pa lab ra « l i t e ra l» ) , s ino po r mo t ivos más

p r o f u n d o s .P r imero , se debe t ene r mucho cu idado con lo que cons t i tuyela doc t r ina de la Ig les ia . A menudo , la gen te considera que todolo que se le ha enseñado en las c lases de re l ig ión , en la escue lae lementa l , e s la doc t r ina de la Ig les ia ; s in embargo , a veces ,aque l lo e ra una ama lgama de doc t r ina , de op in ión y de p ía sc reenc ias . En rea l idad , e l campo de la doc t r ina de la Ig les ia esmás b ien e s t r echo . Es toy segu ro de que sa ld rán e jemplos más

ade lan te en mis r e spues ta s a o t ra s p regun ta s que se me hagan .Segundo , aun cuando de ve rdad haya una doc t r ina en con f l i c -to , a menudo só lo con la ayuda de los espec ia l i s tas la Ig les ia haa i s l ado lo que e s doc t r ina de lo que ha s ido s imp lemen te unafo rma de exp re sa r l a . Po r e jemp lo , e s doc t r ina de l a Ig le s ia queDios c reó e l mundo . Duran te muchos s ig lo s , lo s que p roc lamabane so p u d i e r o n m u y b i e n h a b e r l a e n t e n d i d o c o m o f o r m a n d o p a r t ede l a doc t r ina de que Dios c reó e l mundo t a l como se de sc r ibe

en lo s p r imeros cap í tu lo s de l Génes i s . Ba jo e l impac to de lo srec ien tes es tud ios sobre e l Génes is , la Ig les ia ca tó l ica ahora t ienec la ro que en la doc t r ina de la c reac ión por obra de Dios no vainc lu ida la manera cómo lo c reó . Por tan to , se t iene l ibe r tad parasos tene r que lo s p r imeros cap í tu lo s de l Génes i s no son un re la toh i s tó r i co de l a c reac ión y acep ta r l a evo luc ión .

T e r c e r o , p r e c i s a m e n t e p o r q u e r e c o n o z c o q u e a v e c e s l o q u eles pa rec ía muy c la ro a los espec ia l i s tas de un s ig lo resu l taba fa l -



El magisterio de la Iglesia 33

so para los de l s ig lo s igu ien te , no tengo una conf ianza abso lu taen mis conoc imien tos , como s i fue ran in fa l ib le s . Deb ido a lo l i -

mi tado de las p reguntas con tes tadas por la c ienc ia y a l cu idadosoa u t o c o n f i n a m i e n t o d e l a s f o r m u l a c i o n e s d o c t r i n a l e s d e l a I g l e s i aca tó l ica , yo , de verdad , no puedo ver que se vaya a da r un con-f lic to en tre lo qu e yo de sc ub ra co m o e l se nt i do l i te ra l de las Es -c r i tu ra s y lo que enseña l a Ig le s ia ca tó l i ca como doc t r ina ba sadaen las Escr i tu ras . Pero s i hub ie ra a lgu ien que seña la ra un au tén t i -co conf l ic to , mi ac t i tud se r ía pa rec ida a la que he o ído a t r ibu idaa H . L . Mencken cuando rec ib ía a i r adas ca r t a s de p ro te s ta de

lec to res que no es taban de acuerdo con é l . Ten ía una ta r je ta im-p re sa que dec ía : «Que r ido seño r o seño ra , e s muy p robab le queus ted t enga razón» . E l tono de Mencken e ra sa rcà s t i co , e l míoes s ince ro : puedo muy b ien e s ta r equ ivocado . No obs tan te , cuan -do lo que lo s con te s ta ta r io s p roponen no e s en rea l idad una doc -t r ina s ino su in te rpre tac ión de la doc t r ina , en tonces yo (o cua l -qu ie r o t ro espec ia l i s ta ) t iene e l de recho a ex ig i r que se apor tenrazonamien tos se r io s pa ra mos t ra r qu ién t i ene razón y qu ién no .

En o t ras pa labras , ra ra vez hay ocas ión de conf l ic to en t re la c ien-c ia b íb l ica que respe ta la s l imi tac iones de su p rop ia inves t igac ióny la au tén t ica doc t r ina de la Ig les ia . Independien temente de cómose en fo qu e e l con f l i c to , lo m ás f recu en te e s que se p rod uzca en t redos in te rp re tac iones , una de l a s cua le s se p re sen ta como doc t r inade la Ig les ia . Afor tunadamente , en mi v ida , y en genera l en larec ien te expe r ienc ia de l a Ig le s ia ca tó l i ca en e l c ampo b íb l i co ,

no ha hab ido t ens ión a lguna en t re l a inves t igac ión y l a doc t r inaof ic ia l de la Ig les ia . No ocurre lo mismo en o t ros campos de lai n v e s t i g a c i ó n t e o l ó g i c a .

17. Tenía entendido que se habían dado mu chos conflictos entre

los biblistas y la doctrina oficial d e la Iglesia.

La re spues ta depende de l t i empo ve rba l que se emp lee : se

hab ían dado con f l i c to s a p r inc ip io s de e s te s ig lo . Pe ro de sde lo st iempos de l papa P ío XII , en la década de los años 40 , y desdee l conc i l io Va t icano I I , a p r inc ip ios de los años 60 , ha ex is t idouna ex t rao rd ina r ia a rmon ía en t re lo s b ib l i s t a s y l a doc t r ina o f i -c ia l de la Ig les ia . (Ta l vez deba subrayar la pa labra «of ic ia l» ;p u e s u n p e q u e ñ o n ú m e r o d e v o c i n g l e r o s c a t ó l i c o s u l t r a c o n se r v a -dores c reen que sus in te rpre tac iones de la doc t r ina de la Ig les iason l a s o f i c ia le s y que e l lo s cons t i tuyen un mag is te r io que puede




dic taminar sobre los es tud ios rea l izados: se t ra ta de un grupo a lq u e c o n f r e c u e n c i a d e n o m i n o e l t e r c e r m a g i s t e r i o , f o r m a d o p o rqu ienes se nombran a s í mismo lo s gua rd ianes pe ro que no t i enenuna en t idad o f i c ia l pa ra hab la r en nombre de l a Ig le s ia ) .

E l hecho s ingu la r más impor tan te que se p rodu jo pa ra e l c am-b io de ac t itud fu e e l apo yo pos i t ivo d i sp en sad o po r e l pap a P íoXII a l a s inves t igac iones b íb l i ca s mode rnas , lo cua l h izo que lo ses tud iosos de la Bib l ia empezaran a ve r a l papa y , en ú l t imo té r -mino , a l a s a l t a s in s tanc ia s va t i canas t a l e s como la Pon t i f i c i aComis ión B íb l i ca , a pa r t i r de lo s años 60 , como amigos y no co -

mo unos censo re s en f ren tados . En e l ú l t imo cua r to de s ig lo seha dado un mutuo apoyo s in n ingún t ipo de hos t i l idad en t re losb ib l i s tas y la doc t r ina o f ic ia l de la Ig les ia . Por lo que a mí ser e f i e r e , h e e x p r e sa d o f r e c u e n t e m e n t e m i a g r a d e c i m i e n t o p o r e lapoyo ob ten ido po r pa r t e de lo s ob i spos de l a Ig le s ia ca tó l i can o r t e a m e r i c a n a , y a ú n m á s , p o r d i v e r sa s r e sp o n sa b i l i d a d e s q u eme han s ido con f iadas de sde e l ámb i to papa l y romano . No in te r -p re to todo e s to como un apoyo a mis pun tos de v i s t a pe r sona le sn i como un re spa ldo pa ra que me c rea que s i empre t engo razóns i n o c o m o u n r e c o n o c i m i e n t o d e q u e l o s e s t u d i o so s c a t ó l i c o s ,adecuadamen te fo rmados en l a c r í t i c a b íb l i ca mode rna , son cons i -de rados como un g rupo que con t r ibuye pos i t ivamen te en una em-presa más ampl ia de la Ig les ia , la de p roc lamar e l evange l io .

18. ¿Cuál sería, en su opinión, la motivación de más peso para

la lectura de la Biblia?

Ta l vez deb ie ra d i s t ingu i r en t re una re spues ta t eo lóg ica y unare spues ta p rác t i ca . Teo lóg icamen te , l a r e spues ta c la ra e s que l aBib l ia es la pa labra de Dios en un sen t ido ún ico que no se puedeap l i ca r a n inguna o t ra ob ra humana . A menudo se acusa a lo sca tó l icos de tener poca es t ima por la Bib l ia ; y s in embargo , comoaf i rmó e l conc i l io Va t icano I I , la Ig les ia no es tá por enc ima de

la pa labra de Dios s ino que la s i rve , y que debemos a la pa labrade Dios en l a s Esc r i tu ra s una reve renc ia s imi la r a l a que t enemospor l a pa lab ra de Dios enca rnada en l a euca r i s t í a .

E se r a z o n a m i e n t o t e o l ó g i c o p u e d e p a r e c e r a l g o d i s t a n t e p a r amucha gen te , y qu i s i e ra o f rece r o t ra mo t ivac ión p rác t i ca y pe r so -na l que considero la más impor tan te pa ra la lec tu ra de la Bib l ia .Como c r i s t i ano , busco que Dios me gu íe en todas l a s c i r cuns tan -c ias de mi v ida . Como sacerdo te , qu ie ro que Dios gu íe a la Ig le -



¿Por qué leer la Biblia? 35

s ia . La B ib l i a o f rece una gama tan ampl ia en l a expe r ienc ia de lpueb lo de Dios que busca la vo lun tad d iv ina en todas las c i rcuns-

t anc ia s de l a v ida , que inev i t ab lemen te puedo descub r i r en e l l auna s i tuac ión aná loga a mi p rop ia s i tuac ión o a la de la Ig les ia .Muchos l ib ros esp i r i tua les desc r iben e l encuen t ro de un a lma par-t icu la r con Dios . En la recop i lac ión b íb l ica uno t iene cas i dosmi l años de con tac to con Dios en muchas s i tuac iones d i fe ren te s ,pe r sona le s y co lec t iva s . Una de l a s mayore s emoc iones a l l e e rla Bib l ia , y uno de sus rasgos más a t rac t ivos para qu ienes la«descub ren» cons i s t e en e l r e conoc imien to de que l a s i tuac iónbíb l ica es s imi la r a la nues t ra . Lo que Dios ex ig ía en t iemposp a sa d o s c o m o r e sp u e s t a t o d a v í a s i g u e e x i g i é n d o l o h o y .

19. La descripción de la Biblia como palabra de Dios no queda

demasiado clara. ¿M e equivoco si digo que la «palabra de Dios»

significa cosas distintas para distintas personas?

No, no c reo que se equ ivoque . Ex i s te una c ie r t a amb igüedada l emp lea r l a exp re s ión . Todo lo que puedo dec i r l e e s cómo laen t i endo y empleo yo con l a segu r idad de que e s to mismo d i r í ano t r o s m u c h o s b i b l i s t a s .

A l ana l i za r l a exp re s ión «pa lab ra de Dios» pe rmí tanme empe-zar por la ú l t ima pa labra , «Dios» . Lo que se es tá d ic iendo es quee l con jun to de e s ta ob ra p rocede de Dios o gua rda re lac ión conDios de mane ra i r r epe t ib le . D ios gu ía de muchas mane ra s , po r

e jemplo , a t ravés de la Ig les ia , a t ravés de la enseñanza o f ic ia l ,a t ravés de las fami l ias . Y, por supues to , é l gu ía no só lo con lare l ig ión c r i s t i ana , s ino con e l ju da i s m o y con o t ra s r e l ig io nes .Dios nunca gua rda s i l enc io an te qu ienes l e buscan de buena fe .Pe ro en l a t r ad ic ión judeo -c r i s t i ana sob re l a B ib l i a D ios ha dadoes ta ún ica gu ía conservada por esc r i to que const i tuye la compi la -c ión de todas sus acc iones con Is rae l y la Ig les ia p r imi t iva . LaBib l ia es la b ib l io teca de Is rae l y la b ib l io teca de la p r imi t iva

Ig le s ia que p re se rva l a expe r ienc ia bá s ica que puede se rv i r degu ía a l pueb lo de Dios pos te r io r .

S i pa samos a l a o t ra pa r t e de l a exp re s ión («pa lab ra» ) e s ta -m o s r e c o n o c i e n d o e l e l e m e n t o h u m a n o e n l a B i b l i a . E l p u e b l op ronunc ia pa lab ra s y emi te son idos aud ib le s y cada una de l a spa labras de la Bib l ia la s esc r ib ió un se r humano . Un se r humanop e n só l a s p a l a b r a s b í b l i c a s , q u e r e f l e j a n u n s i g n i f i c a d o y u n a

expe r ienc ia p rop ia s de l e spac io v i t a l en que t r anscu r r ió l a v ida




de l au to r . As í pues , y s i se me pe rmi te hab la r a g randes p ince la -das , se da una e spec ie de enca rnac ión en l a s Esc r i tu ra s : D ios

n o s g u í a m e d i a n t e p a l a b r a s h u m a n a s y a t r a v é s d e l a s m i sm a s .P robab lemen te sea e s ta pa r t e de l t é rmino , l a «pa lab ra» , l a c au -san te de l a d ive r s idad de en foques re spec to a lo que s ign i f i c ala «pa lab ra de Dios» . Un en foque l i t e ra l da po r supues to queDios va d ic tando , de t a l mane ra que cada una de l a s pa lab ra sp r o c e d e n d e D i o s y q u e e l h o m b r e s i m p l e m e n t e s e l i m i t a a p o -ne r la s po r e sc r i to . En su fo rma más su t i l equ iva ld r í a a un d ic -t ado men ta l po r pa r t e de Dios . Cuan to más a l to se ponga e l n i -

ve l de que se t r a t a de una au tén t i ca compos ic ión humana y deu n a s e l e c c i ó n h u m a n a d e l a s p a l a b r a s , t a n t o m á s s e r e c o n o c e r áu n a c o m b i n a c i ó n d e l o v e r d a d e r a m e n t e d i v i n o y d e l o v e r d a d e -r a m e n t e h u m a n o e n l a s E sc r i t u r a s . L a i n t e r p r e t a c i ó n l i t e r a l i s t ad e f i e n d e u n a f a l t a d e e r r o r e s y u n o s c o n o c i m i e n t o s a b so l u t o sen l a B ib l i a , t an to h i s tó r i cos como c ien t í f i cos . Cada una de l a sa f i rmac iones de l a B ib l i a ha de se r ve rdade ra y comple ta a l p iede l a l e t r a . Cuan to mayor sea e l e spac io a s ignado a l e l emen toh u m a n o e n l a s E sc r i t u r a s , t a n t o m á s s e d a r á n l i m i t a c i o n e s p o rlo que re spec ta a lo s conoc imien tos , y , a veces , a lo s e r ro re s .Es toy segu ro que se ha rán o t ra s p regun ta s que me ob l iga rán auna ampl iac ión de l a obse rvac ión an te r io r ( c f . l a s p regun ta s 20 -24 , 26 -27 y 64 [ sob re l a ine r ranc ia ] ) .

2 0 . ¿Q ué quiere decir con que la Biblia es una biblioteca?

A menudo hab lamos de « la Bib l ia» en s ingu la r como s i se t ra -ta ra de un so lo l ib ro . Eso har ía jus t ic ia a su o r igen d iv ino . Noobstan te , la Bib l ia es una co lecc ión de unos 70 l ib ros . (73 , segúnlos ca tó l icos ; 66 , según los p ro tes tan tes ; c f . la p regunta 5 ) . Peromi ca l i f icac ión de «b ib l io teca» no se debe só lo a l número de l i -b ros ; lo impor tan te e s r econoce r que l a B ib l i a aba rca l ib ros ded i s t in to s géne ros l i t e ra r io s , e sc r i to s en d i s t in ta s épocas y en

d is t in tos lugares . Ta l vez los p r imeros l ib ros de l an t iguo tes ta -men to tomaron fo rma unos 800 ó 700 años an te s de Je suc r i s to ,aunque a lgunas de las t rad ic iones que recogen fueran esc r i ta s conc ien tos de años de an te lac ión ; e l ú l t imo l ib ro de l nuevo tes tamen-to se e sc r ib ió p robab lemen te a p r inc ip io s de l s ig lo I I . De ah í quese d iga que la Bib l ia ta rdó mi l años en esc r ib i rse . En es te pe r ío -do de t i empo , lo s au to re s b íb l i cos se hab r ían e s tado en f ren tandocon muy d is t in tos p rob lemas y fueron recorr iendo d is t in tas e tapas



¿Por qué leer la Biblia? 37

en la pe rcepc ión teo lóg ica que condic ionaban su manera de t rans-mi t i r l a r eve lac ión de Dios . No vamos a da r po r supues to que

e l au to r humano tuv ie ra una v i s ión comple ta de sde e l p r inc ip io .Lo que é l cap tó quedó p lasmado en lo que iba a resu l ta r ú t i l asus con temporáneos . La idea de que Dios e s taba hab lando a t r a -vés de l au tor humano , o sea , comunicándose , no e l imina esa l imi-t ac ión , po rque Dios s i empre t r a ta a lo s hombres t a l como son yr e sp e t a n d o su c o n d i c i ó n h u m a n a .

21 .En la práctica ¿qué resultados se derivan de considerar la

Biblia com o una colección de libros y no como un solo libro?

A q u í l a t e r m i n o l o g í a t i e n e g r a n d e s e f e c t o s p r á c t i c o s . C u a n d oa lgu ien se me acerca para dec i rme: «La Bib l ia d ice es to» , mi p r i -mera reacc ión e s p regun ta r : «¿Qué l ib ro de l a B ib l i a?» . Se pue -den encon t ra r au to re s b íb l i cos hab lando de l mismo tema de muyd i s t i n t a m a n e r a .

M á s a ú n , l a c o m p r e n s i ó n d e l a B i b l i a c o m o u n a b i b l i o t e c aa fec ta a l a s expec ta t iva s de lo s l e c to re s cuando empiezan a l e e rl a s pág inas de un au to r en conc re to . En una b ib l io teca mode r -na , lo s l ib ros se encuen t ran d i s t r ibu idos según su t emá t ica : h i s -to r i a , b iog ra f í a s , nove la s , d ramas , poes ía , e t c . Cuando uno en t raen una b ib l io teca y so l i c i t a un l ib ro , l a p r imera p regun ta quele ha rá e l b ib l io teca r io se rá : «¿Qué t ipo de l ib ro?» . Esa p regun-ta t amb ién t i ene mucha impor tanc ia a l a ho ra de pone rse a l e e r

l a B ib l i a . A lgunos de lo s e r ro re s más impor tan te s en e l comen-ta r io de l a B ib l i a se han deb ido a l supues to , abso lu tamen te g ra -tu i to , de que todos los l ib ros de la Bib l ia son h is tó r icos . Hoyen día , los l ibros t ienen cubier tas en las que se d ice a l lec torde qué t ipo de l ib ro se t r a t a , y lo s l e c to re s au tomá t icamen te sa -b e n a q u é a t e n e r se g r a c i a s a e sa i n f o r m a c i ó n . N i n g u n o t o m a e nsus manos un re la to de She r lock Ho lmes c reyendo que va a l e e rl a au tén t i ca h i s to r i a de un pe r sona je que v iv ió en Londre s a f i -

na les de l s ig lo pasado . Los l ib ros de la Bib l ia no t ienen cub ie r -tas y una ta rea impor tan te de los b ib l i s tas es do ta r a cada l ib rocon una in t roducc ión que ayude a su iden t i f i c ac ión . Se ha de s -p e r d i c i a d o m u c h o t i e m p o t o m a n d o l a s d i m e n s i o n e s d e l a b o c ade un pez pa ra pode r demos t ra r l a h i s to r i c idad de l l ib ro de Jo -nás . Una s imp le in t roducc ión que exp l ique a l l e c to r que se t r a t ade una pa rábo la , no de un hecho h i s tó r i co , aho r ra una g ran con -f u s i ó n .




22. ¿Es que hoy ya no se cree en la inspiración de la Biblia?

Yo s í , por supues to . Y por lo que yo sé , la mayor ía de b ib l i s -tas moderados no rechazar ía esa te rmino log ía , a condic ión de quesu s i m p l i c a c i o n e s s e a n c o m p r e n d i d a s c o r r e c t a m e n t e . E l m i sm ohecho de que se haya fo rmulado es ta p regunta t ras mi exp l icac iónde que hay d is t in tos t ipos o géneros de l ib ros en la Bib l ia ind icaque no han quedado c la ra s l a s imp l icac iones que compor ta e sehecho po r lo que re spec ta a l a in sp i rac ión . A menudo se c ree quela insp i rac ión lo convie r te todo en h is to r ia . Y no es as í ; puede

da rse poes ía , d rama , l eyenda , f i c c ión , e t c . in sp i radas . S i e l l ib rode Jonás e s una pa rábo la y no h i s to r i a , en tonces l a in sp i rac iónd iv ina lo conv ie r t e en una pa rábo la in sp i rada . La ve rdad que nost ransmi te sob re l a vo lun tad de Dios de conve r t i r a todas l a s na -c iones pa ra que reconozcan su nombre y l l even una v ida mora lque l e s aca r rea rá l a f e l i c idad e s una ve rdad que podemos acep ta rcomo pa lab ra in sp i rada de Dios d i r ig ida a noso t ro s . La in sp i ra -c ión no compor ta que t engamos que c ree r que a un pe r sona je h i s -

tó r i co l l amado Jonás se lo t r agó un g ran pez . Tend r íamos queocuparnos de esa pos ib i l idad só lo en e l caso de que e l l ib ro deJonás fue se h i s to r i a in sp i rada . De l mismo modo , aunque lo s p r i -meros cap í tu lo s de l Génes i s no se encuen t ren c la s i f i c ados en l asecc ión de la b ib l io teca rese rvada a la c ienc ia , s ino en la secc ióndes t inada a t rad ic iones y leyendas re l ig iosas , vamos a segu i r c re -yendo que la c reac ión es obra de Dios como una verdad insp i rada

que nos t r ansmi ten e sos cap í tu lo s . S in embargo , no t end r íamosque acep ta r l a de sc r ipc ión de l Génes i s como un re la to c ien t í f i code los o r ígenes de l mundo . Podr ía t ra ta rse de un re la to que e lau to r ap rend ió de l a s r ep re sen tac iones l egenda r ia s de su pueb loy de o t ros pueb los y de las que é l se s i rv ió para t ransmit i r aque-l la ve rdad en la que é l e s taba verdaderamente in te resado , a saber ,que Dios es e l soberano de todo y e l c reador de l un iverso . Asípues , no hay con t rad icc ión en t re acep ta r l a in sp i rac ión y acep ta r

lo s d i s t in to s géne ros , fo rmas o e s t i lo s l i t e ra r io s p re sen te s en l aB i b l i a .

2 3 . Sin duda la gente se escandaliza al oír que no todo lo que

se nos cuenta en la Biblia ocurrió literalmen te.

No es toy seguro de que eso ocurra en todos los casos ; yo c reoque la gen te es tá cada vez mejor p reparada , por lo menos en e l



¿La Biblia es verdad literalmente? 39

p r i m e r m u n d o . S o sp e c h o q u e p o r o sm o s i s a p a r t ir de la e n s e ñ a n -za p r imar ia y secunda r ia , l a gen te ya ha tomado conc ienc ia de

que hay a lgunos f ragmentos de la Bib l ia que no son re la tos l i te -ra le s de una h i s to r i a r ea l . Que se puedan e scanda l i za r cuando looyen ba jo lo s ausp ic io s de l a Ig le s ia depende segu ramen te decómo se d iga .

Nunca consideré que fuera ú t i l e l que a lgu ien desde un pú lp i top roc lamara que e s te o aque l ep i sod io b íb l i co j amás ocu r r ió . Mie jemplo p re fe r ido de ma l gus to , de ma la pedagog ía y , t a l vez ,de mala teo log ía es e l de aque l que se pone a p roc lamar en laIg le s ia que « lo s r eyes magos no ex i s t i e ron» . Sé pe r fec tamen teque hay mot ivos se r ios pa ra dudar de la h is to r ic idad l i te ra l de lep isod io de los magos en la na r rac ión que hace Mateo de la in -fanc ia de Je sús ( c f . l a s p regun ta s 54 -57 ) . No obs tan te , a f i rmarro tundamen te que lo s magos no ex i s t i e ron va más a l l á de lo quepueden demos t ra r lo s e s tud ios b íb l i cos . Resu l t a muy d i f í c i l de -most ra r una negac ión tan ro tunda , de manera que , sobre una base

p u r a m e n t e c i e n t í f i c a , n o d e b e r í a h a c e r se . P e d a g ó g i c a m e n t e n oveo que e s ta pequeña dos i s de conoc imien to nega t ivo pueda re -su l ta r esp i r i tua lmente ú t i l a los f ie les , y se supone que lo anun-c iado en e l t emp lo t i ene como ob je t ivo ayuda r a que l a gen tep r o g r e se e n e l c o n o c i m i e n t o d e D i o s . ¿ C ó m o i b a n a r e l a c i o n a r semás ín t imamen te con Dios po r sabe r que no ex i s t i e ron lo s ma-gos? Teo lóg icamen te , t a l p lan teamien to nega t ivo d i s t r ae de aque -l lo que en verdad nos qu ie re t ransmit i r e l re la to que aparece en-tonces como s i tuv ie ra como p r imer ob je t ivo t r ansmi t i rnos unosh e c h o s .

En mi op in ión , l a mane ra de p red ica r o enseña r sob re r e la tode lo s r eyes magos a una comun idad de f i e l e s e s p re sen tando ,en e l con tex to ve te ro te s tamen ta r io , a unos sab ios que l l egan deo r ien te anunc iando l a r eve lac ión de Dios sob re I s rae l . (No voya en t ra r en ese fondo , pe ro v iene a se r e l núc leo de l ep isod io de

Ba laam en e l l ib ro de lo s Números ) . De e s ta mane ra , lo s oyen te sp u e d e n l l e g a r a c o m p r e n d e r e l m e n sa j e d e M a t e o d e q u e e s t o sgen t i l e s , a pa r t i r de una fuen te de conoc imien tos a l a que t en íanacceso , como e ra la in te rpre tac ión de los as t ros , l legan para ado-ra r a Dios , aun cuando s igan neces i tando la ayuda de las Escr i tu -ra s heb rea s pa ra ave r igua r p rec i samen te dónde hab ía nac ido e lRey de lo s jud íos . Cuando se mues t ra a lo s oyen te s ha s ta quépunto e l re la to que nos hace Mateo de la in fanc ia de Jesús nos




e s t á r e p i t i e n d o s i m b ó l i c a m e n t e r e l a t o s d e l a n t i g u o t e s t a m e n t o ,se l e s puede dec i r , consecuen temen te , que e s te r e la to de lo s ma-

gos no es h is to r ia tomada a l p ie de la le t ra . Pero s in poner dema-s iado e l acen to en la fa l ta de h is to r ic idad para no perder de v is tae l va lo r t eo lóg ico de l r e l a to . Con te s tando , pues , a su p regun ta ,c reo que no hay nada escanda loso en p red ica r o enseñar cada unode los l ib ros de la Bib l ia según su p rop io género l i te ra r io , la h is -to r i a como h i s to r i a , l a pa rábo la como pa rábo la , s i empre que e lp red icado r o e l maes t ro r e spe te t an to po r l a f ina l idad p rop ia de ll ib ro como lo que nos qu ie re t r ansmi t i r .

P e r m í t a m e se ñ a l a r u n a c o n se c u e n c i a d e t o d o e s t o . A l g u n a sveces , por temor a l e scánda lo , hay qu ien d i r ía que es mejor t ra ta run a na r rac ión no h i s tó r i ca com o h i s tó r i ca pa ra a s í no susc i t a rp rob lemas . Es un e r ro r pe l ig roso . Pa ra se rv i r a l a ve rdad de Diosse ha de busca r lo me jo r de l a pe rcepc ión humana : ponemos enpe l ig ro l a a cep tac ión de l a ve rdad d iv ina s i enseñamos a lgo que ,s e g ú n n u e s t r a s m e j o r e s i n v e s t i g a c i o n e s , s a b e m o s q u e e s f a l so .

Ta rde o t emprano , qu ienes oyen a un p red icado r que e s tá hab lan -do de Jonás como de un ep i sod io h i s tó r i co , o de lo s p r imeroscap í tu lo s de l Génes i s como s i fue ran c ien t í f i cos , se da rán cuen tade l a f a l sedad de t a l p re sen tac ión y , en consecuenc ia , r e chaza ránla ve rdad d iv ina in sp i rada con ten ida en e sos cap í tu lo s . A l expo -ne r cua lqu ie r pa sa je de l a s Esc r i tu ra s no hay po r qué p lan tea rp r o b l e m a s q u e l o s o y e n t e s n o p u e d e n c o m p r e n d e r ; a h o r a b i e n ,u n d i s c r e t o s i l e n c i o so b r e t e m a s e x t r e m a d a m e n t e c o m p l i c a d o s

no e s lo mismo que enseña r o p red ica r a lgo que se t i ene po r f a l -so . Cuando p red ico sob re lo s r e la to s de l a in fanc ia (o t ra cosamuy d is t in ta es da r un curso en la un ivers idad) no en t ro en todala p rob lemá t ica de l a h i s to r i c idad . Pe ro t ampoco sug ie ro , exp l í c i -t a o imp l íc i t amen te , que todos lo s ep i sod ios a l l í r e l a tados seanh i s t ó r i c o s y t e n g a n q u e t o m a r se c o m o t a l e s . P r o b a b l e m e n t e h e -mos de se r c au tos y no in f rava lo ra r l a fo rmac ión de lo s oyen te s .

S in duda , cuando uno e s tá hab lando a n iños de p r imar ia sob rela es t re l la que aparec ió en o r ien te y se d i r ig ió hac ia Je rusa lénhas ta posa r se sob re Be lén , l a p reocupac ión de e s to s n iños no sep lan tea rá s i todo es to ocurr ió o só lo es un «cuen to» . E l re to pa rae l maes t ro o p red icado r t a l vez sea man tene rse en una l ínea me-d ia en t re la a f i rmac ión de que todo acontec ió a l p ie de la le t ray la sugerenc ia de que só lo es un cuen to . Se t ra ta de un re la toque nos t r ansmi te l a ve rdad in sp i rada de Dios .




cu r io samen te , ha cambiado . Mien t ra s que en l a década de 1950la mayor ía de c ien t í f i cos hab r ía e s tado en favo r de l po l igen i smo ,

lo s de scub r imien tos gené t i cos aho ra pa recen re spa lda r l a t eo r íade que todos lo s se re s humanos de sc ienden de una so la pa re ja .

Quizás se pueda dec i r lo s igu ien te . E l tema de s i hubo unaso la pa re ja o más de una es , en par te , un tema c ien t í f ico , y portan to , cuando se hab la en t é rminos re l ig io sos debe r íamos t ene rcu idado en no a l inea rnos con demas iada f i rmeza con una u o t rapos tu ra c ien t í f i c a , ya que n inguna e s tá demos t rada . E l au tén t i comensa je r e l ig io so imp l íc i to en e l r e l a to de Adán y Eva e s que ,hub ie ra una so la pa re ja o más de una , todas fue ron c readas po rDios en e l sen t ido de que Dios les in fundió un a lma v iv ien te .A d e m á s , f u e r o n c r e a d o s b u e n o s , n o m a l o s ; t a m b i é n n o so t r o s so -mos c reados buenos y no ma los . No obs tan te , en lo s se re s huma-nos hay una t endenc ia bá s ica pecaminosa que va más a l l á de lo specados pe r sona le s que podamos come te r ; y e s ta t endenc ia bá s icahac ia e l ma l fo rma pa r te de l a co r rupc ión que lo s se re s humanos

han in t roduc ido en e l mundo , no p rocede de Dios . As í se pod r íaconse rva r lo fundamen ta l de l concep to de «pecado o r ig ina l» (auncua nd o se t r a te de una t e rmin o log ía que no e s t é cn icam en te b íb l i -ca s ino re f le jo más b ien de las re f lex iones de san Agust ín y deo t ro s Pad re s de l a Ig le s ia p r imi t iva ) . También pod r íamos recono-cer lo b ien que e l ingen ioso re la to b íb l ico de Adán y Eva nost ransmi t ió l a idea de l pecado y de sus o r ígenes y no pensa r quev a m o s a e n c o n t r a r u n a n u e v a y m e j o r n a r r a c i ó n m o d e r n a p a r a

con ta r e sa misma idea . Puede da r se una pos ic ión más equ i l ib radaen t re lo que us ted oyó a l cura de su par roquia que ins is t ía en lah is to r ic idad l i te ra l de l re la to de Adán y Eva y la a f i rmac ióndes t ruc t iva e inexac ta de que «Adán y Eva no ex i s t i e ron» .

2 5 . Tanto si se toma el relato de Adán y Eva al pie de la letra

como si se toma como una parábola, ¿no hace verdaderamente

daño en el sentido de que resulta peyorativo para las mujeres?

No voy a entrar a tontas y a locas en un terreno en que hayque andar con p ies de p lomo; de modo que a l con tes ta r a su p re -gun ta no qu ie ro en t ra r en l a cues t ión femin i s t a que sob repasa mic o m p e t e n c i a c o m o b i b l i s t a y c o m o h o m b r e . C r e o q u e e n t e n d i d oadecuadamente e l re la to de l Génesis no es peyora t ivo con respec-to a la s muje res , s i b ien reconozco que c ie r tos pasa jes en o t ras

pa r te s de l a B ib l i a s í son peyo ra t ivos , ya que re f l e jan a lgunos




de lo s p re ju ic io s p rop ios de lo s t i empos en que fue ron e sc r i to s .La creación de la mujer de una de las cost i l las del varón, descri taen Gén 2 , 21 , no e s tá conceb ida p r imar iamen te pa ra mos t ra r al a mu je r como una f igu ra secunda r ia p roceden te de l va rón o in -fe r io r a l mismo . En e fec to , l a r eacc ión inmed ia ta de Adán a l ve ra la muje r en Gén 2 , 23 es exc lamar que es to es «hueso de mishuesos y ca rne de mi ca rne» , en o t ra s pa lab ra s , a lgu ien exac ta -mente igua l que yo , n i un an imal n i una c reac ión in fe r io r . Todoe l r e la to en su con jun to no e s más que una a rgumen tac ión en

con t ra de l a t e s i s de que l a mu je r e s s imp lemen te una poses iónde l va rón que ha de ocupa r un e sca la fón in fe r io r . La a f i rmac iónde Gén 1 , 27 de que a l dar or igen a la raza humana Dios los creóvarón y hembra según su imagen d iv ina es la a f i rmac ión de laigua ldad de los dos sexos an te Dios , como un re f le jo complemen-ta r io de l mismo Dios . Se ha de conocer mín imamente la s i tuac iónin fe r io r de l a s mu je re s , no só lo en lo s pa í se s c i r cundan te s s inoen la v ida o rd inar ia en Is rae l , pa ra da rse cuen ta de que en rea l i -dad e l au tor de l Génesis es tá corr ig iendo tan to la des igua ldad dela m u j e r co m o una t eo lo g ía de su in fe r io r id ad . A s í pues , e l r e l a tode l Génes i s o f rece a lo s p red icado re s o maes t ro s que sean pe r sp i -caces l a opo r tun idad de enseña r unos va lo re s muy fundamen ta le scon respec to a la d ign idad de los dos sexos .

26 . Si vamos más allá del relato d e Adán y Eva, ¿hasta dónde

llegan los relatos simbólicos o parabó licos? ¿Existieron Abra-hán, Moisés, David, Jeremías? Me parece que apartarnos del

sentido literal de la historia bíblica viene a ser como abrir la

caja de Pandora.

Sin duda un enfoque de l todo l i te ra l resu l ta más s imple ; pe roen l a v ida nos podemos encon t ra r con una e spec ie de ca ja dePandora y no s i empre puede con te s ta r se a todo con re spues ta s

s i m p l e s . B a s t a c o n r e c o r d a r u n a e x p e r i e n c i a c o m ú n : d e sp u é s d elee r un manua l de b r ico la je , cuando l lega la hora de a r reg la r e llavabo o una conex ión e léc t r ica , uno puede l legar a sen t i r se to ta l -m e n t e f r u s t r a d o y a c a b a r t e n i e n d o q u e l l a m a r a u n p r o f e s i o n a l .Cuando exp l i ca a l fon tane ro o a l e l ec t r i c i s t a lo que ha e s tado ha -c iendo y se que ja de que t end r ía que habe r func ionado de acue r -do con lo que dec ía e l manua l , la respues ta a menudo es : «S í ,pe ro es te caso es un poco más compl icado deb ido a es to y a lode más a l lá en lo que us ted no cayó» . De a lguna manera se nos




puede convence r de que l a fon tane r ía y l a e l ec t r i c idad y mi la spec to s más de l a v ida pueden se r compl icados , y s in embargo ,

nos pa rece ma l que l a s r e lac iones en t re D ios y l a r aza humanas e a n c o m p l i c a d a s .

S i yo l e p regun ta ra s i c ree r ea lmen te que Wash ing ton co r tóe l ce rezo , o t i ró la moneda a l o t ro lado de l r ío Po tomac , o dur-mió en todas las casas en las que se supone que se de tuvo , podr íacon te s ta rme : «Bueno , c reo que en todo e so hay a lgo de l eyenda» .En tonces qué me con te s ta r í a s i l e d i j e ra : «Bueno s i emp ieza a

pone r en duda todo e so sob re Wash ing ton , ¿ cómo sabe que L in -co ln l l evó a l a v ic to r i a a l a Un ión con t ra l a Confede rac ión , o queTeddy Rooseve l t fue e l r e sponsab le de l a cons t rucc ión de l c ana ld e P a n a m á ? » . P r o n t o s e v e r í a o b l i g a d o a r e c o n o c e r q u e h a y d i f e -ren te s t ipos de p ruebas pa ra unas a f i rmac iones y pa ra o t ra s y quea veces lo que se cuen ta sob re a lgunas pe r sonas e s tá rodeado deuna c ie r t a a tmósfe ra l egenda r ia y en o t ro s ca sos só lo se cuen tanlos hechos s in más . Lo mismo se t i ene que acep ta r con re spec to

a lo s r e la to s a soc iados a lo s g randes pe r sona je s b íb l i cos . E l r eyAr tu ro , e l r ey Gu i l l e rmo e l Conqu is tado r ( r e sponsab le de l a inva -s ión normanda de Ing la te r ra ) y la re ina Isabe l I I todos e l los sonmona rcas que van a soc iados a l a h i s to r i a de Gran Bre taña ; pe rola ca l idad de lo que sabemos sobre cada uno de e l los abarca todauna gama, desde lo a legór ico con r ibe tes h is tó r icos en e l casode Ar tu ro , ha s ta una h i s to r i a acep tada como ve r íd ica aunque

ca rgada de l eyendas en e l c a so de Gu i l l e rmo e l Conqu is tado r ,ha s ta f ina lmen te l a pos ib i l idad de na r ra r una c rón ica d ia r i a delas ac t iv idades de Isabe l I I . Así también los re la tos concern ien tesa Abrahán poseen un encuad re h i s tó r i co gene ra l ; pe ro se l e p re -sen ta como pad re de dos pueb los , I s rae l e I smae l ( lo s á rabes ) ,por lo que e l re la to con t iene su par te de a legor ía . E l re la to deMoisé s fo rma pa r te de una epopeya nac iona l en l a que se mez -c lan las hazañas de un ind iv iduo con la h is to r ia de un pueb lo .

Algunas pa r te s de l a h i s to r i a de Dav id p robab lemen te t i enen suo r igen en un b ióg ra fo de l a co r te que v iv i r í a en aque l pe r íodoh i s tó r i co y que desc r ib ió lo s hechos c iñéndose a l a r ea l idad . Lost re s r e la to s con t i enen h i s to r i a pe ro con d i s t in ta s dos i s de h i s to r i ay de de ta l les . Puede que se t ra te de la ca ja de Pandora pero a lgopa rec ido se da en l a h i s to r i a de Es tados Un idos o de Gran Bre ta -ña o en cua lqu ie r o t ra . Tend remos que aguan ta r nues t ro en fadoante e l hecho de que Dios no haya e l iminado de la h is to r ia de




Is rae l todas aque l las v ic is i tudes por la s que han ten ido que pasa rl a s demás nac iones en su h i s to r i a .

2 7 . ¿Qué hay de los descubrimientos arqueológicos? ¿vienen

a confirmar la historicidad de amplias zonas de la Biblia ?

L a a r q u e o l o g í a p r e s e n t a u n c u a d r o c o n f u so . N o h ay d u d a d eq u e l o s d e sc u b r i m i e n t o s a r q u e o l ó g i c o s h a n a r r o j a d o m u c h a l u zsobre las cos tumbres , la s i tuac ión soc ia l y e l ambien te f í s ico dela B ib l i a . As i s t imos a l de scub r imien to de l a s ca sa s y c iudades

en las que v iv ie ron los i s rae l i ta s de la época b íb l ica . Inc luso enl a e r a d e l n u e v o t e s t a m e n t o , l o s d e sc u b r i m i e n t o s a r q u e o l ó g i c o shan a r ro jado luz sob re p rác t i ca s como la c ruc i f ix ión y lo s r i to sfune ra r io s , a s í como también sob re l a s ca l l e s de Je rusa lén po rl a s q u e c i e r t a m e n t e a n d u v o J e sú s .

No obs tan te , cuando ya se t r a t a de con f i rmar l a h i s to r i c idadexac ta de a lgún acontec imien to b íb l ico , los ha l lazgos de la a r -

queo log ía no han gozado de l a misma fue rza . Po r e jemp lo , enla s p r imera s excavac iones de Je r i có , e l de scub r imien to de unasm u r a l l a s d e s t r u i d a s v i o l e n t a m e n t e f u e p a r a m u c h o s l a c o n f i r m a -c ión de l re la to de Josué sobre la des t rucc ión de las mura l las . S ine m b a r g o , t é c n i c a s m á s m o d e r n a s h a n f e c h a d o l a s e n o r m e s m u r a -l las des t ru idas en un per íodo an te r io r a Josué y a l pa recer Je r icón i s iqu ie ra e s taba hab i t ada en t i empos de Josué . En a lgunos delo s emp lazamien tos menc ionados en e l r e l a to b íb l i co de l a inva -

s ión de Pa les t ina por los i s rae l i ta s , t ras la s excavac iones , hanapa rec ido seña le s de de s t rucc ión p rec i samen te en un pe r íodo ene l que l a mayor ía de lo s inves t igado re s hab r ían fechado e l éxodo ;en o t ros lugares ha pasado como en e l caso de Je r icó , pues nohan apa rec ido hue l l a s de ocupac ión en e se pe r íodo . La idea deque la a rqueo log ía demuest ra que la Bib l ia t iene razón es inexac-ta y engañosa . La c r í t ica b íb l ica ind ica que a lgunos de los re la tos

q u e l o s a r q u e ó l o g o s e sp e r a b a n p o d e r c o n f i r m a r , p r o b a b l e m e n t e ,y pa ra empeza r , no e ran s imp lemen te h i s to r i a y de ah í que nocons t i tuya n inguna so rp re sa e l que l a a rqueo log ía no haya pod idoconf i rmar lo que en e l lo s se cuen ta .

2 8 . He observado que usted y otros a menudo emplean la expre-

sión «crítica bíblica». ¿Qué quieren decir con eso?

De a lgún modo e s una exp re s ión poco a fo r tunada . La pa lab ra«c r í t i c a» no r m a lm en te imp l ica un ju i c io nega t ivo , y c ie r t am en te ,




no que remos s ign i f i c a r con e l l a un ju ic io nega t ivo an te l a B ib l i a .Pero en sen t ido técn ico , «c r í t ica» impl ica una lec tu ra y un aná l i -

s i s más a ten tos de una obra . Por e jemplo , en un per iód ico hayquienes hacen la c r í t ica de c ine y qu ienes la hacen de los l ib ros .Muy a menudo , su ju ic io con re spec to a una pe l í cu la o a un l ib roen par t icu la r puede se r muy posi t ivo , pe ro se t ra ta de un ju ic iof u n d a m e n t a d o q u e t i e n e e n c u e n t a d i s t i n t o s a sp e c t o s d e a q u e l l oque «se c r i t ica» o «se hace la c r í t ica» .

En e l caso de la Bib l ia , ex is ten d is t in tas fo rmas de c r í t ica b í -b l ica . En una se va lora la Bib l ia como l i te ra tu ra y se t ienen encuen ta l a s d i s t in ta s t é cn ica s emp leadas po r lo s au to re s b íb l i cospa ra consegu i r su p ropós i to . ¿Son buenos e sc r i to re s? En e l c a sode que es tén re la tando una h is to r ia , ¿han sab ido emplear una téc -n ica adecuada para hacer la h is to r ia in te resan te? S i lo que noses tán t r ansmi t i endo e s a lgo e sc r i to en pa rábo la , ¿han ace r tadoen l a se lecc ión de sus pe r sona je s? Ot ra fo rma de c r í t i c a b íb l i caes la c r í t ica canónica . Cada uno de los l ib ros que componen la

b ib l io teca de la Bib l ia son par te de l canon , o sea , de la se lecc iónvenerada por la Ig les ia y que abarca tan to e l an t iguo como e lnuevo t e s tamen to . ¿Qué re lac ión se da en t re lo que e sc r ib ió unau tor de l s ig lo VI a . C . y o t ros l ib ros esc r i tos an te r io r o pos te -r io rmen te? ¿y qué re lac ión gua rda con l a s ob ra s de l nuevo t e s ta -m e n t o q u e p r o c l a m a n l a f e e n J e su c r i s t o ? D e n t r o d e u n a m i sm apa r te de l c an on , ¿ có m o qu eda n cond ic io nad os lo s ju i c io s de Pa -b lo po r e l hecho de apa rece r jun to a o t ra s ob ra s que juzgan de

mane ra d i s t in ta un mismo tema? Po r e jemp lo , se sabe muy b ienque Pab lo va lo ra l a impor tanc ia de l a f e po r enc ima de l a s ob ra s(de las obras , se en t iende , de la ley jud ía , Rom 3 , 28) . Emplean-d o u n l e n g u a j e e n o r m e m e n t e p a r e c i d o , S a n t i a g o a l a b a e l v a l o rde l a s buenas ob ra s y condena una fe que sea s imp lemen te in te -l ec tua l (San t 2 , 24 .26 ) . ¿Cómo se cond ic ionan en t re s í e s to s ju i -c ios a medida que un c r i s t iano lee la Bib l ia?

En t re l a s muchas fo rmas de c r í t i c a b íb l i ca , ha s ta aho ra só lohe c i tado dos . Pero la c r í t ica que un b ib l i s ta t iene más f recuen te -mente en su mente cuando hab la de c r í t ica b íb l ica es la c r í t icah is tó r ica . (Y de hecho , cuando me oyen hab la r de c r í t ica , s inmás , me es toy re f i r iendo genera lmente a és ta ) . Impl ica la búsque-da de da to s con re spec to a l au to r ( an teceden te s , s i tuac ión pe r so -na l , ob je t ivos) , con respec to a la s c i rcunstanc ias en las que esc r i -b ió (¿a qué p rob lemas t en ía que hace r f r en te? ) , y con re spec to



La crítica bíblica 47

a los lec to res u oyen tes a qu ienes d i r ig ía su obra (¿dónde es ta -b a n ? ¿ q u é p r o b l e m a s t e n í a n ? ¿ q u é h a b r í a n e n t e n d i d o ? ) . I m p l i c a ,a s imismo , un ju ic io sob re l a na tu ra leza de lo e sc r i to que co locaa l l ib ro en una de te rminada secc ión de la b ib l io teca desc r i ta enuna p regun ta an te r io r (p regun ta 20 ) . En o t ra s pa lab ra s , l a c r í t i c ah is tó r ica impl ica hacerse sobre un l ib ro de la Bib l ia e l mismot ipo de p regun ta s que uno se ha r í a con re spec to a cua lqu ie r o t rol ib ro s i se e s tuv ie ra in ten tando descub r i r e l mensa je t r ansmi t idoa t r avés de l mismo . ¿Qué que r ía dec i r e l au to r r ea lmen te a qu ie -

nes e sc r ib ía? De t rá s de todo e l lo se e sconde l a f i rme conv icc iónde que e l Dios insp i rador de las Escr i tu ras no e l imina n i la p ro-p ia v is ión n i e l con tex to en e l que se desenvue lve e l au tor huma-no . Aunque Dios lo sabe todo , no ocurre as í con e l au tor huma-no; y de ah í que las pa labras empleadas por e l au tor b íb l ico nopuedan hace r se se rv i r como re spues ta a todas l a s p regun ta s .

29 . A pesar del emp leo de los citados métodos «críticos» por

parte de los biblistas, sigo creyendo que hay libros y fragmentos

de la Biblia que resultan mu y difíciles. En su opinión ¿cuál es

el libro más difícil de la Biblia?

Como us ted reco rda rá e s toy e spec ia l i z ado en e l e s tud io de lnuevo t e s tamen to , de ah í que con te s te a su p regun ta cambiándo lapor la s igu ien te : ¿cuá l es e l l ib ro más d i f íc i l de l nuevo tes ta -men to? Y en t a l c a so , me inc l ina r í a po r d i s t ingu i r nuevamen te

según haga la p regunta un es tud ioso de la Bib l ia o un s implelec tor . Y me va a permit i r que me si túe en e l punto de vista deun lec to r , ya que es us ted qu ien me p lan tea la p regunta . Me pare -ce que , pa ra un lec to r , e l l ib ro más d i f íc i l de l nuevo tes tamentoes e l Apoca l ips is o Reve lac ión de Juan . En mi op in ión , pa ra unes tud ioso de l a B ib l i a no re su l t a exces ivamen te d i f í c i l , ya quese ve ob l igado a lee r o t ros l ib ros de l mismo género , como son

los apoca l ip s i s jud íos r ep le to s de v iva s imágenes s imbó l ica s de lb ien y de l mal . Por tan to , e l e s tud ioso de la Bib l ia sabe que noha de tomar a l p ie de la le t ra la s imágenes de l Apoca l ips is s inoqu e las ha de lee r co m o las le ían los ju d í os fa m i l ia r iz ad os cones ta c lase de l ib ros .

Aun cuando hoy en d ía se emp lea e l t é rmino «apoca l íp t i co»p a r a d e s i g n a r a c o n t e c i m i e n t o s i n q u i e t a n t e s y e x t r a v a g a n t e s , e lgénero l i te ra r io de l apoca l ips is , según e l e s t i lo b íb l ico , apenas

se emplea en la l i te ra tu ra con temporánea . Y de ah í que e l lec to r




de hoy t ienda a in te rpre ta r a l p ie de la le t ra los d iversos esque-mas numér icos y l a s p red icc iones de un f ina l c e rcano . Es to c rea

una g ran con fus ión . Po r t an to , de sde e se pun to de v i s t a , c reo quee l más d i f í c i l e s e l Apoca l ip s i s .

30 . Ya que ha insistido en la dificultad del Apocalipsis o Revela-

ción de Juan, ¿nos podría explicar brevem ente su mensaje?

Estoy encan tado con que en su p regunta se menc ionen los dosnombres con los que se des igna es te l ib ro . Quizás habr ían de se r

t r e s lo s nombres ya que son muchos qu ienes p regun tan sob re e lL ib ro de l a s Reve lac iones , un p lu ra l inco r rec to , que puede da runa p i s t a f a l sa ya que supone una se r i e de reve lac iones d i r ig ida sa l au tor . La pa labra «apoca l ips is» es cas i una t rans l i te rac ión de lg r i e g o apokalypsis y s ign i f ica desve la r . «Reve lac ión» es cas i unat ransc r ipc ión de su equ iva len te en l a t ín revelatio q u e t a m b i é ns ign i f i ca de sve la r . Po r t an to imp l ica un conoc imien to de lo quehas ta aho ra e s taba t apado u ocu l to .

Me p regun tó sob re e l mensa je . Pe rmí tame que d iga , an te todo ,y con p rec i s ión , lo que no e s . No hace fa l t a que supongamos quee l au to r t en ía un conoc imien to de l fu tu ro l e j ano o que Dios selo hab ía dado . Por lo tan to son inú t i le s todas las especu lac ionessob re l a du rac ión de l mundo o sob re cuán to t i empo pasa rá ha s tala vue l ta de Cr is to o la l legada de l f in de l mundo , especu lac ionesbasadas en e l L ibro de la Reve lac ión o en e l L ibro de Danie l que

con t iene o t ra se r i e de v i s iones apoca l íp t i c a s . No obs tan te , e s t a se specu lac iones han angus t i ado a l a gen te du ran te dos mi len ios ,ya que con e l pa so de l t i empo d i s t in to s ind iv iduos han i r rumpidob land iendo e l l ib ro de l Apoca l ip s i s pa ra anunc ia r que ya com-p renden e l mensa je numér ico y que ya saben que e l f ina l e s t áce rcano . Has ta aho ra t a l e s in te rp re tac iones han s ido e r róneas : e lm u n d o s i g u e a q u í t o d a v í a .

E l mensa je bá s ico de l Apoca l ip s i s e s de e spe ranza en t i empos

d e p e r se c u c i ó n . S i r v i é n d o se d e u n l e n g u a j e s i m b ó l i c o , c o m o e lde g randes be s t i a s , d ragones , inundac iones , fuego , e t c . , e l au to rdesc r ibe su t i empo como de du ra a f l i c c ión y de su f r imien tos cau -sados por e l mal . En medio de todo es to , desea a f ianzar en suslec to res que es Dios qu ien t iene e l con t ro l de todas las cosas yde ah í sus imágenes de un l ib ro ce les t ia l en e l que es tá esc r i totodo , o de un per íodo de t iempo en e l que las d iversas ac t iv ida-

des t ienen un l ími te de te rminado , o de ánge les que pueden der ro-



La crítica bíblica 49

la r a la s fue rzas de l mal , o inc luso de a lgunas bes t ias buenas quedomina rán sob re l a s ma la s . Se e s tá d ic iendo a l g rupo pe r segu ido

y su f r i en te que no se de se spe re ya que Dios pondrá f in a todoe l lo y se p roc lamará vencedor . E l sa lvará a todos los que se ha -yan man ten ido f i e l e s y de s t ru i rá l a s fue rza s de l ma l . ¿Cuándoocu r r i r á todo e s to? P ron to . Y se puede dec i r «p ron to» t an to s ise esc r ibe 500 años an tes de Cr is to (Ezequie l ) , o 250 años an tesde Cristo (Danie l) o a f ina les del s ig lo I de la era cr is t iana (e lApoca l ip s i s y e sc r i to s jud íos como e l IV de Esd ra s ) . «P ron to»

se ha de en tender desde e l pun to de v is ta de Dios y ha de con ta rcon nues t ra f i rme conv icc ión de que Dios no va a pe rmi t i r quese p i so tee y se de s t ruya a su pueb lo inde f in idamen te .

H a y t a m b i é n u n m e n sa j e p r o f u n d o a l q u e m e v o y a r e f e r i rb revemente . Ex is te la convicc ión de que lo que ocurre en la t ie -r r a — g u e r r a s , p e r s e c u c i o n e s y c a t á s t r o f e s— n o e s s i n o u n a p a r t epá l ida e ins ign i f ican te de la rea l idad to ta l . Mucho más impor tan tees lo que ocurre en e l c ie lo , median te la a labanza d iv ina a ca rgo

de mir íadas de ánge les y san tos y la v ic to r ia d iv ina sobre lasfue rza s sob rena tu ra le s de l ma l ( como , po r e jemp lo , l a de Migue lsob re Sa tanás ) . Un e sc r i to r apoca l íp t i co a menudo ve lo ce le s t i a la l mismo t iempo que lo terrenal , y aporta a los lec tores e l sent idode una rea l idad más ampl ia , que va más a l lá de es te mundo . Lamagníf ica l i tu rg ia de l c ie lo v iene a fo rmar par te de la rea l idads i tenemos los o jos de la fe pa ra pe rc ib i r la . Y as í hay una ob l iga -

c ión en la t ie r ra de par t ic ipa r en lo ce les t ia l s in quedar absorb i -dos to ta lmente por lo que podemos ver y tocar a t ravés de nues-t ro s sen t idos . Lo mís t i co , lo u l t r amundano , lo ce le s t i a l , t odo fo r -ma pa r te de l a con t r ibuc ión apoca l íp t i c a a l pano rama más ampl iode l a f e y comprens ión c r i s t i anas . Po r e s ta r azón me pa rece unaf a r s a q u e e n u n a o b r a c o m o e l A p o c a l i p s i s l o s f u n d a m e n t a l i s t a sbusquen p r inc ipa lmen te l a s c l aves de l a h i s to r i a loca l a c tua l . Amenudo se l e s e scapa lo e senc ia l : l a d imens ión mís t i c a .

31. Al contestar a la pregunta sobre el Apocalipsis habló de los

fundam entalistas. Eso me interesa porque me reúno con otras

personas interesadas en la Biblia y, aun cuando me encuentro

cada vez más gente de la que se dice que es fundam entalista, no

tengo muy claro el significado de esta palabra.

Tiene us ted mucha razón a l reconocer que e l con tac to con e l

fundamen ta l i smo e s un p rob lema c rec ien te y yo d i r í a que e s un



50 101preguntas y respuestas sobre la Biblia

prob lema nuevo espec ia lmente para los ca tó l icos . S i se me permi-te un poco de histor ia , por lo que yo sé , e l or igen de la palabra

« f u n d a m e n t a l i s m o » se r e m o n t a a p r i n c i p i o s d e e s t e s i g lo , p o c odespués de l año 1910 . En aque l t iempo, ba jo e l impac to de lac r í t i c a b íb l i ca —y ya l e d i j e en una p regun ta an te r io r que po rc r í t i c a b íb l i ca se en t i ende a menudo l a c r í t i c a h i s tó r i ca— se p ro -du jo una cons ide rab le pé rd ida de fe en e l a spec to sob rena tu ra lde l a s Esc r i tu ra s . Después de todo , cuando uno empieza a hace r -se l a s mismas p regun ta s sob re lo s l ib ros b íb l i cos que sob re lo sd e m á s l i b r o s , p u e d e q u e d a r o sc u r e c i d a l a B i b l i a c o m o p a l a b r ade Dios , e spec ia lmente s i no se t iene una fe f i rme en su o r igend iv ino . En e s ta s i tuac ión , dos r i cos ca l i fo rn ianos de l su r pa t roc i -na ron una se r i e de fo l l e to s de s t inados a de fende r lo fundamen ta lde la re l ig ión c r i s t iana , a saber , la s doc t r inas que guardan re la -c ión con l a concepc ión v i rg ina l , lo s mi lag ros de Je suc r i s to , l are su r recc ión , l a d iv in idad de Cr i s to , e l in f i e rno y una v i s ión an -t i d a r w i n i a n a d e l a c r e a c i ó n .

Es to ú l t imo lo d igo como adve r tenc ia . S i b ien lo s ca tó l i coscompar t i r í amos l a p reocupac ión de lo s p r imeros fundamen ta l i s t a scon re spe c to a lo e senc ia l de la f e c r i s t i ana , pod r íam os d i s t in gu i ren t re a fe r ramos a la doc t r ina de la c reac ión y una v is ión de lac reac ión que rechazara la evo luc ión . Es to ú l t imo no nos parecer íaa lgo fundamen ta l en l a f e c r i s t i ana . Más aún , como e s ta r eacc iónse p rodu jo en t re lo s p ro te s tan te s , no echa ron mano , pa ra apoya res tas doc t r inas , de los c redos y las t rad ic iones de la Ig les ia . To-do e l e s fue rzo cons i s t í a en demos t ra r l a s doc t r ina s a pa r t i r de l aB ib l i a , y l a ún ica mane ra e ra man ten iendo e l s ign i f i c ado l i t e ra lde la Bib l ia . E l a rgumento e ra que cua lqu ie r desv ío de la h is to r i -c idad l i te ra l de cua lqu ie r pa r te de la Bib l ia abr i r ía e l camino auna pé rd ida de l a f e en lo fundamen ta l .

C o m o h e i n t e n t a d o r e sp o n d e r b r e v e m e n t e a e s t a p r e g u n t a , n ovoy a en t ra r en las d i fe renc ias ex is ten tes en t re los fundamenta l i s -

tas y los evangé l icos . Desde un punto de v is ta p rác t ico , lo quesu p regun ta p re supone y t amb ién mi r e spues ta e s una l e c tu ra l i -t e ra l de l a B ib l i a como apoyo de l a doc t r ina c r i s t i ana . Ap laudo ,en pa r te , e l empeño doc t r ina l de lo s fundamen ta l i s t a s , pe ro e s toyen to ta l de sacue rdo con e l mé todo que emplean . En mi op in ión ,una lec tu ra l i te ra l de la Bib l ia no se puede defender in te lec tua l -men te y no e s necesa r i a pa ra p re se rva r l a doc t r ina c r i s t i ana bá -s ica .



52 101 preguntas y respuestas sobre la B iblia

empleado lo s domingos en l a s ig le s ia s se e s tá dando mayor im-por tanc ia a la p red icac ión a pa r t i r de la Bib l ia . S in embargo , s i -

go c reyendo que l a p red icac ión y l a enseñanza ca tequé t i ca , ensu mayor pa r t e , s iguen s in se r p ro fundamen te b íb l i ca s . La B ib l i a ,cuando puede o í r se , r e su l t a in te re san te , f a sc inan te y cau t ivado ra .Por tan to , cuando a p r inc ip ios de la década de los 60 , los ca tó l i -c o s o í a n , e n l o s m e d i o s d e c o m u n i c a c i ó n f u n d a m e n t a l i s t a s , c o -menta r ios sobre la Bib l ia , aun cuando se exp l ica ra de una maneral i t e ra l , c ap taban su a tenc ión . Y empeza ron a p regun ta r se : ¿Y có -mo e s que nunca j amás o í nada de e s to? Y é sa e s una p regun tas ince ra a l a que debemos en f ren ta rnos . E l hecho de que en e l su rsus vec inos as is t ie ran a lgunas veces a c lases sobre la Bib l ia ola leyeran en sus hogares , le s resu l taba a lgo a t rac t ivo y e ra unbuen med io pa ra in teg ra r se en su ba r r io . Y po r supues to , a l l ídonde l a mayor ía de l a pob lac ión e s tá cons t i tu ida po r pe r sonasque en t ienden la Bib l ia a l p ie de la le t ra , e s tas lec tu ras b íb l icase r a n f u n d a m e n t a l i s t a s .

H e m o s c o n t a d o c o n m u y p o c o s m e d i o s p a r a c o n t r a r r e s t a r e s -to s con tac to s mas ivos , y en rea l idad , t ampoco lo s tuv ie ron l a sg randes Ig le s ia s p ro te s tan te s , que v ie ron cómo un g ran númerode sus f i e l e s se pa saban a lo s g rupos fundamen ta l i s t a s . Muy amenudo , l a p re senc ia de l a Ig le s ia ca tó l i ca en e s ta zona su reñaes mino r i t a r i a : e l c l e ro y lo s educadore s no t i enen una buenaf o r m a c i ó n b í b l i c a ; n o s e h a r e a l i z a d o n i n g ú n e s f u e r z o m a s i v opa ra p re sen ta r l a B ib l i a adecuadamen te en lo s med ios de comun i -cac ión . (Podemos a s i s t i r a misa s t r ansmi t ida s po r t e l ev i s ión pe rose echa de menos una p re sen tac ión b íb l i ca in te l igen te y mode rna ,c o n u n a f i n a l i d a d p a s t o r a l . N o e s t o y h a b l a n d o d e c o m e n t a r i o sp iadosos sob re pa sa je s b íb l i cos ) . P robab lemen te pod r ían añad i r semuchos o t ro s f ac to re s de ca rác te r soc ia l e inc lu so po l í t i co , pe ropo r lo menos he in ten tado exp l i ca r l e po r qué e l a t r ac t ivo quee je rcen qu ienes se toman la Bib l ia a l p ie de la le t ra se ha con-

ve r t ido repen t inamen te en un fac to r impor tan te en l a v ida de lo sc a t ó l i c o s .

33 . ¿Cóm o se opondría al fundamentalismo bíblico?

Se pod r ían dec i r muchas cosa s sob re e l pa r t i cu la r . Pe ro mel i m i t a r é a p r e se n t a r u n a s c u a n t a s su g e r e n c i a s .

1. N o perdá is e l t iem po d iscu t iendo con los fun da m en ta l i s tas

sobre a lgunos tex tos b íb l icos en par t icu la r . E l p rob lema es mucho



El fundam entalismo bíblico 53

más ampl io , impl ica una v is ión g loba l de la re l ig ión , de l c r i s t ia -n ismo y de la na tu ra leza de la Bib l ia .

2 . N o a taqu é i s a lo s fun da m en ta l i s t a s com o si fue r an ton tose ignoran tes . A menudo , la in te rpre tac ión l i te ra l de la Bib l ia esuna ac t i tud de au todefensa inc luso para gen te ex t raord inar iamentein te l igen te que se ha v is to a t rapada . Quie ren p rese rvar su fe enDios y é s ta l e s pa rece l a ún ica mane ra . In te rp re ta rán vues t ro sa taques como un a taque a su fe . A lgunos fundamen ta l i s t a s e s tánmuy b ien in fo rmados en a rqueo log ía y en l enguas b íb l i ca s . Ha -

b r á n e l a b o r a d o a r g u m e n t a c i o n e s a p o l o g é t i c a s c o n t r a c u a l q u i e rin te rpre tac ión que no sea l i te ra l . Por e jemplo , s i uno es con t ra r ioa l a evo luc ión , puede d i scu t i r que Dios ya c reó a l mundo conla existencia de fósi les en é l , y que , por tanto , ¡ la prueba de losfós i l e s en l a evo luc ión puede desca r ta r se !

3 . S i o s enc on t rá i s con un fun dam en ta l i s t a con ven c ido , cu i -d a d o c o n q u e r e r a l e j a r l e d e m a s i a d o p r o n t o d e l f u n d a m e n t a l i sm o .

El resu l tado podr ía se r la pé rd ida abso lu ta de la fe en lugar dela acep tac ión de un punto de v is ta más equ i l ib rado . E l ob je t ivomás impor tan te no e s de s t roza r a lo s fundamen ta l i s t a s , s ino o f re -ce r a qu ienes aún no han s ido abso rb idos po r e l fundamen ta l i smouna fe más r ica y una p resen tac ión más in te l igen te de la Bib l ia .

4 . Es ta ú l t im a obs e rvac ión m e l l eva a la m ed id a c lav e quedebemos adopta r . La Bib l ia debe p resen ta rse de manera in te l igen-te y no a l p ie de la le tra en los medios de comunicación, en lasIg les ias , en las c lases sobre la Bib l ia , e tc . S i la gen te qu ie re co-nocer la Bib l ia y los ún icos que le o f recen ta l opor tun idad sonlos fundamen ta l i s t a s , a cud i rá a e l lo s . Po r muy r i ca que sea l al i tu rg ia , y muy só l ido e l c a tec i smo y una marav i l l a l a s devoc io -nes persona les , s i se p resc inde de la Bib l ia , se corre un pe l ig ro .Se co r re un pe l ig ro e spec ia lmen te en e l con tex to no r teamer icanodonde , como ya exp l iqué , la Bib l ia es la lingua franca de la reli-

g ión . Aqu í só lo se pod rá hab la r r e l ig io samen te s i se emp lea unlengua je b íb l i co . Es to re su l t a pe l ig roso a n ive l pe r sona l dado quela Bib l ia e je rce un a t rac t ivo tan g rande que nada debe n i podr íar e e m p l a z a r l a .

5 . Los sace rd o te s ca tó l i cos son po cos y no abun dan en t ree l lo s qu ienes sepan hace r una buena p re sen tac ión de l a B ib l i a .A l mismo t i empo , ex i s t e un ve rdade ro in te ré s en t re lo s l a i cos y

se habr ía de recurr i r a e l los pa ra que p res ta ran es te se rv ic io . Perose les debe in formar , y es te comet ido requ ie re pe rsonas ins t ru idas




pa ra que p ropo rc ionen a lgunas de l a s idea s in ic ia le s bá s ica s . S icomo Ig le s ia r econocemos que se t r a t a de un p rob lema de p r imer

o rden , en tonces debemos mov i l i z a r nues t ra s fue rza s a f in de p ro -po rc iona r un l ide razgo b íb l i co in te l igen te en t re lo s ca tó l i cos . As ís e e v i t a r á q u e s e c o n v i e r t a n e n f u n d a m e n t a l i s t a s . C o m o I g l e s i a ,en mi op in ión , e s to e s tá todav ía po r hace r . Tenemos conc ienc iade que hemos de en f ren ta rnos a l r e to de l l ibe ra l i smo exces ivoo de l l a i c i smo . No vemos su f ic ien temen te e l pe l ig ro a l a de recha .

6 . Es te no es un pe l ig ro qu e a fe c te só lo a los ca t ó l i co s . N o

e x i s t e n i n g ú n m o t i v o q u e im p i d a q u e la s g r a n d e s I g l e s i a s p r o t e s -t an te s y lo s ca tó l i cos se unan en un e s fue rzo común pa ra p re sen -ta r l a B ib l i a in te l igen temen te . A lgunas Ig le s ia s p ro te s tan te s yahan desa r ro l l ado exce len te s med ios pa ra l a l e c tu ra de l a B ib l i a .E l miedo a pe rder la doc t r ina ca tó l ica s i cooperamos con los p ro-te s tan te s e s muy exage rado . S i fue ran lo s d i r igen te s de d i s t in ta sIg le s ia s qu ienes pa t roc ina ran l a co labo rac ión en lo s med ios dec o m u n i c a c i ó n s e v e r í a s i m p l e m e n t e q u e s e t r a t a b á s i c a m e n t e d e

t ransmi t i r una v i s ión fundamen ta l e in te l igen te de l a B ib l i a quere spe ta unas doc t r ina s c r i s t i anas en l a s que todos e s tamos dea c u e r d o .

7 . E n el f u n d a m e n t a l i s m o se e n c u e n t r a n a l g u n o s e l e m e n t o sque lo hacen a t rac t ivo . A menudo , lo s fundamen ta l i s t a s t i enenun g ran sen t ido de comun idad y cu idan ca r iñosamen te de susm i e m b r o s o d e q u i e n e s a s i s t e n a su s g r u p o s . D e b e r í a m o s d a r n o s

cuen ta de que en nues t ra s g randes pa r roqu ia s ca tó l i ca s , que amenudo reúnen a va r ios mi les de personas los domingos , no tene-m o s e s e m i s m o s e n t i d o d e c o m u n i d a d . T e n d r í a m o s q u e f o r m a rg rupos más pequeños . Es to no e ra t an necesa r io en l a s c iudadesde l no r te donde e l e s t i lo de v ida e ra mucho más impe rsona l at o d o s l o s n i v e l e s . P e r o e n e l a m b i e n t e m u c h o m á s c a m p e c h a n oy ab ie r tamente cord ia l de las c iudades de l su r y de l su roes te nosva a f a l t a r pode r de conv icc ión s i lo s fundamen ta l i s t a s nos supe -

ran en e s te amb ien te de f r a te rn idad . E l sen t ido de comun idad e sun va lor y ta l vez tengamos que aprender lo de e l los .

8 . L o s f u n d a m e n t a l i s t a s p r o c l a m a n a m e n u d o u n g r a n a m o rpor Jesús . Hubo un t iempo en que los ca tó l icos también hac íamoses to muy b ien en nues t ra s devoc iones popu la re s . Ta l vez haya -mos pe rd ido a lgo de e se e s t i lo con l a l audab le adqu i s ic ión de unl e n g u a j e l i t ú r g i c o q u e e s m e n o s e m o t i v o . N o o b s t a n t e , e l a m o r

po r Je sús e je rce un g ran a t rac t ivo sob re lo s c r i s t i anos . Cuando



¿Ha sta qué punto es literalmente verdadero el NT? 55

l a gen te lo de scub re y se s i en te a t r apada po r é l emoc iona lmen te ,

ya no se puede re s i s t i r . No ex i s t e n ingún mo t ivo que imp ida ala s g randes Ig le s ia s p roc lamar con l a misma fue rza e se amor po rJe sús . No fue a un fundamen ta l i s t a s ino a Ped ro a qu ien Je súsp lan teó por t res vece s la p reg un ta : «¿M e am as?» (Jn 21) . S i pa raconfe r i r los min is te r ios y espec ia lmente e l de la p red icac ión , con-v i r t i é ramos e s to en una ex igenc ia , t a l como h izo Je sús an te s decon f ia r a Ped ro sus ove ja s , t a l vez e s ta r í amos a l mismo n ive l quelos fundamen ta l i s t a s y ha r í amos que l a gen te se d ie se cuen ta de

que pa ra o f rece r una imagen comple ta de l c r i s t i ano hace fa l t a ,además de las obras y de la fe , e l amor por Jesús .

(Véase t amb ién , más ade lan te , e l Apénd ice en e l que se r e to -ma l a cues t ión de l a f e ca tó l i ca y e l fundamen ta l i smo) .

34 . Hasta ahora usted ha ido contestando preguntas sobre la

Biblia en general, con mu chas referencias al antiguo testamento.

¿No es el nuevo testamento diferente? No fue escrito cientos de

años después de los acontecimientos que describe, sino casi con-

temporáneam ente. Seguro que podem os confiar en su historici-

dad.

Su p regun ta me recue rda a un p ro fe so r que tuve en e l semina -r io . Ins is t ía s iempre en que se pod ía ap l ica r la c r í t ica de las fo r -mas a l an t iguo t e s tamen to pe ro no a l nuevo . Me pa rece que é len tend ía po r c r í t i c a de l a s fo rmas una d i sminuc ión de l a h i s to r i -c idad , pe ro su au tén t ico s ign i f icado no es o t ro que e l de ind ica re l ca rác te r o género l i te ra r io de un de te rminado l ib ro , e s dec i r ,l a imagen de l a b ib l io teca a l a que h ice r e fe renc ia an te r io rmen te(c f . p regunta 20) . Al igua l que e l an t iguo también e l nuevo tes ta -men to e s una b ib l io teca , l a de l a Ig le s ia p r imi t iva . Cuando us tedd ice que segu ro que podemos con f ia r en su h i s to r i c idad da a en -tender que la to ta l idad de sus ve in t i s ie te l ib ros son h is to r ia , y

no es as í . Apenas se puede hab la r de h is to r ia con respec to a la sv is iones s imból icas de l Apoca l ips is , como ya ind iqué (c f . p regun-ta s 29 -30 ) .

Muchas de las obras de l nuevo tes tamento son ep ís to las o ca r -t a s . Tampoco aqu í cuad ran lo s c r i t e r io s de h i s to r i c idad . Po r su -pues to que qu ien esc r ibe una ca r ta no se inven ta la s i tuac ión ala que hace re fe renc ia , pe ro va lo ra mucho más l a ca l idad de lmensa je que su h i s to r i c idad . Po r lo que hace re fe renc ia a quees tas ca r tas sean con temporáneas de los acon tec imien tos que des-




cr iben , uno ha de enfren ta rse a l hecho de que s i b ien a lgunas dela s ca r t a s a t r ibu idas a san Pab lo fue ron indudab lemen te e sc r i t a s

po r é l , o t r a s p robab lemen te l a s e sc r ib ie ron sus d i sc ípu los en sunombre , inc lu so después de su mue r te . Con re spec to a o t ra s ca r -t a s de l nuevo t e s tamen to , a t r ibu idas a Ped ro , a San t i ago y a Ju -das , se rep i te un p rob lema s imi la r . Ta l vez no se den en e l nue-v o t e s t a m e n t o l o s m i sm o s a r d u o s p r o b l e m a s d e h i s t o r i c i d a d q u ese encuen t ran en l a s na r rac iones de l an t iguo t e s tamen to , pe rot a m b i é n e l n u e v o t e s t a m e n t o t i e n e su s p r o b l e m a s .

35 . ¿Cóm o puede alguien que crea en la inspiración plantear

el tema de la autenticidad de las cartas de Pablo? El nuevo tes-

tamento dice que Pab lo las escribió.

Ta l vez pod r ía empeza r d i s t ingu iendo en t re lo que d ice y nod ice e l nuevo t e s tamen to . He o ído a a lgunos l e c to re s que , en l aig les ia , empiezan la ep ís to la d ic iendo: «Lec tura de la ca r ta de lapósto l san Pab lo a los hebreos» . En e l nuevo tes tamento no hayuna c la ra ind icac ión de que la Car ta a los hebreos fuera esc r i tapo r san Pab lo ; y además , en e l t ex to no hay n inguna re fe renc ia«a lo s heb reos» . La iden t i f i c ac ión de lo s de s t ina ta r io s de e s tacar ta como « los hebreos» aparece en e l s ig lo I I (y no en e l mis-mo tex to) y la iden t i f icac ión de Pab lo como su au tor inc luso apa-rece más ta rde , y duran te a lgún t iempo só lo en una par te de laIg le s ia . La Ig le s ia de Roma fue muy reac ia en acep ta r l a como

ca r ta de Pab lo . Igua lmen te se hab la de t r e s ca r t a s de Juan . Pe rono hay la más mín ima re fe renc ia a Juan en e l tex to de d ichascar tas ; de nuevo se t ra ta aqu í de una suposic ión que aparece ene l s ig lo I I y no en e l nuevo tes tamento .

S in embargo , t iene us ted razón con respec to a o t ras ca r tas enlas que se iden t i f ica concre tamente a su au tor . Trece de las obrasde l nuevo t e s tamen to son ca r t a s que l l evan e l nombre de Pab loen su tex to . De esas t rece , los b ib l i s tas , en su inmensa mayor ía ,a t r ibuy en s ie te a Pa b lo com o su au tor : 1 Te sa lon icens es , G á la ta s ,1 y 2 C o r i n t i o s , F i l i p e n s e s , F i l e m ó n y R o m a n o s . A p r o x i m a d a -men te un 90% de lo s c r í t i cos e spec ia l i z ados c reen que no fue e lmismo Pab lo e l au tor de las ca r tas pas to ra les (1 y 2 T imoteo , T i -to ) ; ap rox imadamen te un 80% es ta r í a de acue rdo en que no e sc r i -b i ó E f e s i o s ; u n 6 0 % a p r o x i m a d a m e n t e e n q u e n o e sc r i b i ó C o l o -senses ; y a lgo más de la mi tad en que no esc r ib ió 2 Tesa lon icen-

se s . Le doy e s to s po rcen ta je s e s t ima t ivos pa ra sub raya r que é s ta



¿Hasta qué punto es literalmente verdadero el NT ? 57

no es una c ienc ia abso lu ta ; s in embargo , se t ra ta de las op in ionesde no pocos . De l mismo modo, en re lac ión con las ca r tas ca tó l i -ca s , un 95% ap rox imadamen te e s ta r í a de acue rdo en que Ped rono redac tó l a 2 Ped ro ; un 75% ap rox imadamen te en que no fueJudas e l redac tor de la ca r ta que l leva su nombre o en que San-t i ago no redac tó l a suya . Y ex i s t en t an ta s pos ib i l idades en p rocomo en con t ra de que Ped ro tuv ie ra a lguna pa r t i c ipac ión en l aredacc ión de l a 1 Ped ro .

¿No nos ga ran t i za l a in sp i rac ión que cuando una ca r t a l l eva

e l nombre de Pab lo o Pedro es é l qu ien la esc r ib ió? En abso lu to .Al igua l que no porque se d iga que Moisés esc r ib ió e l Pen ta teucoe s t á g a r a n i z a d o q u e f u e M o i sé s q u i e n e f e c t i v a m e n t e l o e sc r i b i ó .Ex i s te l a cos tumbre de a t r ibu i r una ob ra de impor tanc ia a unag ran au to r idad . Se recue rda a Moisé s como e l que rec ib ió l a l eyy , por tan to , a Moisés se le a t r ibuye la au tor ía de todo lo re la -c ionado con la ley . A Sa lomón se le ten ía por un hombre sab ioy por eso se le a t r ibuye todo lo re lac ionado con la sab idur ía . ADavid se le recordaba como e l can tor de sa lmos, y por tan to , sepuede hab la r de l sa l te r io de David , aun cuando no todos los sa l -mos de l sa l t e r io sean de Dav id . De l mismo modo , t r a s l a mue r tede Pab lo , su s d i sc ípu los , que segu ían sus t r ad ic iones , que r íanins t ru i r a la gen te sobre cuá l habr ía s ido e l pensamien to de Pa-b lo a l enf ren ta rse con nuevas s i tuac iones y se sen t ían l ib res pa rae sc r ib i r en nombre de Pab lo . Ta l como ya he d icho an te r io rmen-

te , e sc r ib i r e s una ac t iv idad humana y la insp i rac ión d iv ina res-pe ta l a s no rmas p rop ia s de d icha ac t iv idad .

Pa ra da r l e un e jemplo de cómo la in te lec tua l idad ca tó l i ca haevo luc ionado a l r e spec to , pe rmí tame vo lve r a l a B ib l i a de Je ru -sa lén de l a que h ice menc ión a l con te s ta r una p regun ta an te r io r(p regunta 2 ) . En la p r imera ed ic ión ing lesa de La Bib l ia de Je ru-sa lén uno se encon t raba con e s to : «Algunos c r í t i cos han l l egadoa l a conc lus ión de que l a s ca r t a s (pa s to ra le s ) no fue ron e sc r i t a spor Pab lo , s ino por un fa ls i f icador que in t rodu jo a lgunos de ta l lespa ra que l a s ca r t a s pa rec ie ran m ás au tén t i ca s y t an pau l in a s co m ofuese pos ib le» . En e l comen ta r io que h ice sob re e sa B ib l i a p ro -te s té ené rg icamen te po r lo que t en ía de p re ju ic io t a l obse rvac iónque no ten ía en cuen ta e l háb i to de esc r ib i r en nombre de o t ro(e s dec i r , l a p seudon imia ) . Me encan tó l e e r en l a Nueva B ib l i ade Je rusa lén : «Ta l vez , la mejor exp l icac ión sea que las ca r tas

pas to ra les son ca r tas esc r i ta s por un segu idor de Pab lo , consc ien-




te de haber he redado su esp í r i tu y que t ra taba de aconse ja r e ins-t ru i r en e l gob ie rno de las Ig les ias loca les . Es ta adopc ión de un

n o m b r e r e v e r e n c i a d o e n t a l e s c i r c u n s t a n c i a s e r a u n a c o s t u m b r el i t e ra r i a p rop ia de aque l lo s t i empos» . En mi op in ión , e so v ienea se r un re f l e jo de có m o ha p ro g re sad o l a c r í t i c a in te lec tua l c a tó -l ica entre los años que van de 1950 a 1980.

36 . Su respuesta da a entender que no tiene mucha importancia

que fuera el mism o Pablo o un discípulo suyo quien escribiera

una determinada carta. Permítame entonces que le dé la vuelta

a la pregunta: ¿por qué los exegetas pierden el tiempo para de-cidir si fue Pablo o no el autor de una carta?

Mi re spues ta no que r ía da r a en tende r que no tuv ie ra impor -t anc ia que fue ra Pab lo u o t ro qu ien e sc r ib ie ra una ca r t a . Só lot ra taba de con tes ta r a la cues t ión de s i una comprensión adecuadade la insp i rac ión nos permi t i r ía a f i rmar que Pab lo no esc r ib ió unaca r ta que empeza ra con l a s pa lab ra s : «De Pab lo , po r l a vo lun tad

de D io s apósto l de Jes ucr is to . . .» , y mi res pu es t a fu e qu e s í .A l con t ra r io de lo que u s ted in s inuaba , c reo que supone una

g ran d i fe renc ia que sea Pab lo u o t ro e l au to r de una ca r t a . Nues -t r a imagen de cómo se de sa r ro l ló l a Ig le s ia p r imi t iva puede ve r seeno rmemen te in f luenc iada po r l a iden t i f i c ac ión de l au to r . S i Pa -b lo e sc r ib ió l a s ca r t a s pa s to ra le s du ran te su v ida s ign i f i c a quee ra ya una p reocupac ión impor tan te l a e s t ruc tu ra de l a Ig le s ia

y qu iénes hab ían de se r p re sb í t e ro s -ob i spos y cómo hab ía de con -t ro la rse la enseñanza a p r inc ip ios de los años 60 . S i la g ran ma-yor ía de los c r í t icos es tán en lo c ie r to y no fue Pab lo qu ien es-c r ib ió e s ta ca r t a , e l p rob lema su rg ía p rec i samen te po rque l a ge -ne rac ión apos tó l i ca , de l a cua l Pab lo e ra un rep re sen tan te , yahab ía de sapa rec ido , y po r t an to , ex i s t í a e l p rob lema de qu iéndebe r ía t ene r l a r e sponsab i l idad de pa s to rea r y enseña r a l a sIg le s ia s c r i s t i anas .

S i Pab lo esc r ib ió las ca r tas a los co losenses y a los e fes iosdu ran te su v ida , en tonces su t eo log ía hab ía g i rado no tab lemen teen e l sen t ido de qu e la ec l es i o lo g ía ya em pe za ba a des taca r , l le -gando ca s i a su s t i tu i r a l a c r i s to log ía como temá t ica p r inc ipa l .Es tas dos ca r tas t ra tan de la Ig les ia como cuerpo de Cr is to pore l que se en t regó . Mien t ras en sus ca r tas au tén t icas Pab lo reca lcaa lo s c r i s t i anos que todos son miembros de l cue rpo de Cr i s to ,

la v is ión co lec t iva de la Ig les ia , cas i como e l ob je t ivo y la meta



¿Hasta qué punto es literalmente verdadero el NT? 59

de la obra de Cr is to , no queda tan resa l tada como en las ca r tasa lo s co lo senses y a lo s e fe s io s . En tonces nos e s tamos p regun-

tando dónde empezó exac tamen te l a e c le s io log ía a ocupa r un p r i -mer p lano en l a p r imera e tapa c r i s t i ana . Puedo da r muchos máse jem plo s de la im por ta nc ia que ti ene toda l a p rob lem á t ica de r iva -da de quién sea e l autor de los escr i tos.

37 . Si Pab lo no escribió esas cartas, aun cuando estén inspira-

das, ¿tienen menos autoridad?

Yo contes ta r ía a esa p regunta con un ro tundo no , aun sab ien-do que son muchos lo s exege ta s , inc lu so ca tó l i cos , que imp l íc i -t amen te e s tán en e sa onda . Ya ind iqué que l a s cues t iones sob rela e s t ruc tu ra de l a Ig le s ia , e spec ia lmen te l a neces idad de p re sb í -te ros-ob ispos , const i tuyen la temát ica de las ep ís to las pas to ra les .Qu ienes qu i s i e ran recons t ru i r hoy una Ig le s ia s in au to r idad ec le -s i á s t i c a , o con una menor au to r idad , o de seando in t roduc i r c am-

bios a r ro l ladores en la na tu ra leza de esa au tor idad , a rgü i r ían qued ichas ca r tas no fueron esc r i ta s por Pab lo y que , por tan to , not i e n e n t a n t a i m p o r t a n c i a .

Us ted p lan teó su p regun ta d ic iendo : aun cuando l a s ca r t a s noesc r i t a s po r Pab lo e s tán in sp i radas , ¿ t i enen l a misma au to r idadque l a s ca r t a s au tén t i ca s? Yo me remon ta r í a con mi re spues taa f i rma t iva no s imp lemen te ha s ta l a in sp i rac ión s ino has ta l a mis -ma na tura leza de l canon . Al acep ta r es tas ca r tas en e l canon , la

c o m u n i d a d c r i s t i a n a s e h a c o m p r o m e t i d o a v i v i r d e a c u e r d o c o ne l l a s y ba jo su au to r idad . Conf ío habe r de jado c la ro que no t en -go una v i s ión fundamen ta l i s t a de l a r eve lac ión o de l a au to r idadde l a s Esc r i tu ra s , pe ro veo o t ro t ipo de fundamen ta l i smo po rpa r te de qu ienes s imp lemen te de sca r tan l a s ob ra s canón ica s o l aimpor tanc ia que t i enen apoyándose en dudosos a rgumen tos sob resus au to re s . E l compromiso de l a Ig le s ia con l a s Esc r i tu ra s , co -

mo no rma fundac iona l de su v ida , t i ene más en t idad que sabe rs imp lemen te qu ién fue e l au to r de una de te rminada ob ra en l aIg le s ia p r imi t iva . S i se in s i s t e demas iado en l a au to r idad apos -tó l i c a (que p rác t i camen te qu ie re dec i r que su au to r í a se r emon tea un t iempo an te r io r a mediados de los 60) , la mayor pa r te de lnuevo t e s tamen to pe rde r ía su au to r idad . E l au to r de l a s ca r t a spas to ra les ten ía que hacer f ren te a una s i tuac ión con la que nohab ía t en ido que en f ren ta r se Pab lo du ran te su v ida . La re spues ta

que da a e sa s i tuac ión en nombre de Pab lo merece mucho más




c réd i to que l a s r ecompos ic iones f an ta s io sa s sob re lo que Pab lopensaba cuando v iv ía , r e compos ic iones no basadas en da to s con -

s is ten tes y que por lo genera l no son s ino un re f le jo de lo quehab r ía gus tado a qu ien l a s p re sen ta que hub ie ra s ido e l pensa -m i e n t o d e P a b l o .

38 . Cuando se le pregun tó sobre la historicidad del nuevo testa-

men to, usted se ciñó a las cartas de Pab lo. ¿ Qué nos dice de los

evangelios? ¿es fidedigna la presentación que nos hacen de Je-

sús?

Muy a menudo , como re spues ta g loba l se nos d ice que lo sevange l io s no son b iog ra f í a s , y en gene ra l e so e s ve rdad . Nor -ma lmen te , l a in tenc ión p r inc ipa l de un b ióg ra fo e s e sc r ib i r l av i d a c o m p l e t a d e u n a p e r so n a d e t e r m i n a d a , r e c o g i e n d o t o d o l oque se pueda sabe r sob re e l l a . Dos de lo s evange l io s (Marcos yJuan) no nos d icen nada sobre los o r ígenes de Jesús , de su nac i -mien to , o de su v ida an te r io r a l encuen t ro co t í Juan Baut is ta .

Marcos jamás menc iona e l nombre de l padre lega l de Jesús (José )y Juan j amás menc iona e l nombre de su madre (Mar ía ; s í hab lade la «madre de Jesús» , pe ro nunca nos da su nombre , s i tuv iése -mos só lo a Juan , no sab r íamos que se l l amaba Mar ía ) . Esa s l agu -nas e jemp l i f i c an l a ausenc ia en lo s evange l io s de una g ran can t i -dad de datos b iográf icos que habrían sido incluidos s i los evange-l i s t a s hub ie sen e sc r i to una b iog ra f í a de Je sús .

Con todo , yo reca lca r í a que mien t ra s lo s evange l io s , en gene -ra l , no son b iogra f ías , e l evange l io según Lucas , a l e s ta r re lac io -nado con e l l ib ro de los Hechos , que nar ra la h is to r ia en sen t idoampl io de lo s p r imeros c r i s t i anos , a l r e l a ta rnos l a concepc ión deJes ús , su na c im ien to y ju ve n tu d , es ta r ía m ás ce rca de una b iog ra -f í a q u e l o s d e m á s e v a n g e l i o s . A s i m i sm o , s i b i e n n i n g ú n e v a n g e -l io nos da un re la to comple to o desapas ionado de la v ida de Je -sús , todos e l lo s nos p ropo rc ionan a lgunos da to s h i s tó r i cos sob re

la s c i r cuns tanc ia s que rodea ron su v ida , su s pa lab ra s y su s ac to s .Po r t an to , l a a f i rmac ión de que lo s evange l io s no son b iog ra f í a s ,en modo a lguno s ign i f i ca que sus r e t r a to s sean s imp le s ap rec ia -c iones teo lóg icas : son in te rpre tac iones de una v ida rea l , de unaspa lab ra s r ea le s y de unos hechos rea le s .

39 . Crecí leyendo vidas de Cristo en la escuela y en los retiros.

Usted acaba de decir que él vivió una vida real. En cambio, me



Los evangelios 61

parece que se ven muy pocas vidas de Cristo en nuestros días.

¿Cuándo se produjo este cambio de enfoque?

S u p r e g u n t a a su m e c o r r e c t a m e n t e l a c o n e x i ó n e x i s t e n t e e n t r et ra ta r lo s evange l io s como b iog ra f í a s y e sc r ib i r v ida s de Cr i s to .S i no se cons ide ra a lo s evange l io s n i como b iog ra f í a n i comoh is to r i a , r e su l t a mucho más d i f í c i l r eun i r todo lo que sabemosde Jesús en una «v ida» , ya que los es tud iosos saben que esasausenc ia s de in fo rmac ión d i f i cu l t an e l ob je t ivo . Con re spec to ac u á n d o e m p e z ó e se e n f o q u e m e n o s b i o g r á f i c o y , p o r c o n s i g u i e n -

te , se p rodu je ron menos v idas de Cr i s to , l a r e spues ta dependede a qu ién nos re f i r amos . E l c ambio de en foque con re spec to alos evange l ios es e l resu l tado de la c r í t ica b íb l ica , y des tacadoses tud iosos p ro te s tan te s ya empleaban e sa c r í t i c a con re spec to alos evange l ios e l s ig lo pasado . (Para ve r lo que en t iendo por c r í -t ica , le s remi to a la p regunta 28) . Los ca tó l icos l legaron con re -t r a so a l a a cep tac ión de un en foque c r í t i co mode rno de l nuevo

te s tamen to y de lo s evange l io s . Con todo , y como ocu r re a me-nudo , cuando t r a s p ro longadas dudas noso t ro s lo s ca tó l i cos acep -t a m o s n u e v o s e n f o q u e s , p r o c e d e m o s c o n u n a d e c l a r a c i ó n o f i c i a lde l a Ig le s ia sob re nues t ra pos tu ra . Los p ro te s tan te s emp leabanes to s mé todos mucho an te s de que fue ran acep tados po r lo s ca tó -l i cos , pe ro l a s Ig le s ia s p ro te s tan te s no se han comprome t ido o f i -c ia lmente con e l los de la misma manera que s í lo ha hecho laIg le s ia ca tó l i ca .

Concre tamente , en e l pe r íodo inmedia tamente an te r io r a l Va t i -cano I I y du ran te e l conc i l io , en c í r cu lo s ca tó l i cos o f i c ia le s sep rodu jo un v ivo e inc lu so enconado deba te sob re lo s evange l io sy su h i s to r i c idad . Cu lminó en 1964 cuando l a Pon t i f i c i a Comi-s ión Bíb l ica (por aque l en tonces un órgano of ic ia l de la Ig les iaque enseñaba con au to r idad v incu lan te cuando e l papa daba suap robac ión ) emi t ió un documen to sob re «La ve rdad h i s tó r i ca de

l o s e v a n g e l i o s» . L o s e sp e c i a l i s t a s q u e r e d a c t a r o n e l d o c u m e n t oque r ían p ropone r una pos ic ión equ i l ib rada in sp i rándose en susco legas p ro te s tan te s y ca tó l i cos . Of rec ían una imagen de l p roce -so de fo rmac ión de lo s evange l io s que l l evaba a l a conc lus iónde que los evange l ios n i son una c rón ica l i te ra l de l min is te r iode Je sús n i r ecogen unos re la to s conc re to s s imp lemen te po rquese reco rdaban . Es toy muy de acue rdo con e sa mane ra de exp re -sa r se y c reo que t amb ién lo e s ta rán muchos o t ro s e spec ia l i s t a s

e n e l n u e v o t e s t a m e n t o .




4 0 . ¿Podría concretar más? Si los evangelios no son ni relatos

literales del ministerio de Jesús ni biografías, ¿qué son? ¿cóm o

debemos entenderlos ?No le nega ré que pod r ían da r se d i s t in ta s r e spues ta s a su p re -

gunta por pa r te de los b ib l i s tas . Pero mi respues ta segu i rá la pau-t a f a c i l i t a d a p o r e l d o c u m e n t o d e l a P o n t i f i c i a C o m i s i ó n B í b l i c aa la se h izo a lus ión en la respues ta an te r io r . Así se puede ver ,po r lo menos , cómo en focó e l t ema toda una comis ión de expe r -tos y que mi respues ta concuerda con la pos tu ra o f ic ia l de la

Ig les ia ca tó l ica . Ta l vez va a se r una respues ta a lgo ex tensa perocreo que se va a poder segu i r s i d igo , pa ra empezar , que se dant res e tapas en e l desa r ro l lo de una t rad ic ión sobre Jesús has tal legar a la redacc ión de los evange l ios .

E n la primera etapa e l p roceso empezó con l a v ida púb l i cade Jesús : e l pe r íodo de su ac t iv idad en Gal i lea y sus a l rededores ,donde p red icó y cu ró . La Pon t i f i c i a Comis ión B íb l i ca in s i s t e enq u e J e sú s r e a l i z ó h e c h o s so r p r e n d e n t e s y p r o c l a m ó su m e n sa j e

m e d i a n t e l a p a l a b r a , d e m o d o q u e su s s e g u i d o r e s ( e sp e c i a l m e n t elos que se desp lazaban con é l , a lgunos de los cua les se r ían cono-c idos más t a rde como lo s após to le s ) oye ron y v ie ron lo que d i joe h izo . Es muy impor tan te sub raya r que fue ron l a s pa lab ra s y lo she ch os de a lgu ien qu e v iv ió co m o un ju d ío de G al i lea en e l p r i -mer te rc io de l s ig lo I ; su manera de hab la r , los p rob lemas conlos que se en f ren tó , su vocabu la r io y su mane ra de pensa r fue ron

los de un jud ío ga l i l eo de e se t i empo conc re to . Muchos de lo sfa l los que se dan en la comprensión de Jesús y en la ap l icac iónerrónea de su pensamien to se debe a que se le a is la de l t iempoy de l e spac io en que v iv ió pa ra imag ina r se que e s taba t r a tandode unos t emas con lo s que nunca tuvo que en f ren ta r se .

La segunda etapa en e l desa r ro l lo de la t rad ic ión de Jesús ,que desemboca r ía en l a apa r ic ión de lo s evange l io s , cons i s t ió enuna fase de p red icac ión que se l levó a cabo t ras la muer te y

re su r recc ión de Je sús . Crono lóg icamen te l a p r imera e tapa co r re s -ponder ía , en mi op in ión , a l p r imer te rc io de l s ig lo I , y la segundae tapa a l segundo te rc io (has ta e l año 65 aprox imadamente ) . Quie -nes hab ían v is to y o ído a Jesús y le hab ían segu ido fueron conf i r -mados po r l a r e su r recc ión y acaba ron c reyendo en é l de s ignándo-lo con d ive r sos t í tu lo s (Cr i s to y Mes ía s , e l Seño r , e l Sa lvado r ,e l H i jo de Dios , e t c . ) . Cuando lo anunc ia ron , con ta ron l a h i s to r i ade lo que hab ían v is to y o ído ba jo la in f luenc ia de la fe que aho-



Los evangelios 63

r a t en ían y que i luminaba pa ra e l lo s l a impor tanc ia de e sos acon -tec imien tos pa sados . As í que no se in ten taba in fo rmar , con una

ob je t iv idad s imp le e inco lo ra , de lo que Je sús hab ía d icho y he -cho . Su in fo rmac ión más b ien quedaba i luminada po r una fe quel o s p r e d i c a d o r e s q u e r í a n c o m p a r t i r .

Con e l t iempo, o t ros que no hab ían v is to n i o ído a Jesús tam-b ién se ded ica ron a anunc ia r lo apoyándose en e l t e s t imon io dequ ienes fue ron t e s t igos d i rec to s , de mane ra que l a p red icac ióne ra una combinac ión de l a na r rac ión de unos t e s t igos ocu la re s

y de o t ros te s t igos no ocu la res . No es a lgo que nos es temos in -ve n ta nd o: en 1 C or 15, Pa b lo tras re f e r i r se a una fó rm ul a qu erecoge de l a t r ad ic ión sob re l a mue r te , sepu l tu ra , r e su r recc iónde Je sús y l a s apa r ic iones (15 , 3 -5 ) , menc iona a Ce fa s (Ped ro )y a los Doce (que habr ían s ido los te s t igos ocu la res) y tambiénse menc iona a s í mismo (y é l no hab ía s ido tes t igo ocu la r de l mi-n is te r io de Jesús) . Y luego d ice a los des t ina ta r ios de su ca r ta :«En cua lqu ie r c a so , t an to e l lo s como yo , e s to e s lo que anunc ia -

mos y es to es lo que habé is c re ído» .Ot ro fac to r , además de l en r iquec imien to de l a t r ad ic ión sob re

Jesús por la fe de los te s t igos y por la apar ic ión de los te s t igosno ocu la res en la p red icac ión , fue la necesa r ia adap tac ión de lapred icac ión para un nuevo aud i to r io . S i Jesús fue un jud ío ga l i leode l p r imer te rc io de l s ig lo I , e l evange l io se p red icó en las c iuda-des a ju d í os y gen t i le s u rb ano s; se p red icó , en def in i t iv a , en g r ie -

go , una lengua que Jesús normalmente no hab laba en Gal i lea (su-pon iendo que lo hab la ra ) . Todo e l lo en t rañaba una g ran l abo r det raducc ión en e l sen t ido más ampl io de la pa labra , y es ta t raduc-c ión des t inada a hace r que e l mensa je fue se , a l a vez , in te l ig ib ley v ivo pa ra l a s nuevas aud ienc ia s , fo rma pa r te de l de sa r ro l lo dela t rad ic ión de los evange l ios .

La tercera etapa i m p l i c a b a l a r e d a c c i ó n p r o p i a m e n t e d i c h ade lo s evange l io s t a l como lo s conocemos . Es ta e tapa se de sa r ro -

l la r ía en e l ú l t imo te rc io de l s ig lo I , Marcos a l rededor de l año70 , Mateo y Lucas en t re los años 80 y 90 , y Juan en los 90 , todoe l lo ap rox imadamen te , con un margen de unos d iez años de máso de menos . A lgunos de lo s f r agmen tos de l a t r ad ic ión de Je súsp robab lemen te ya e s taban e sc r i to s an te s de que lo s evange l i s t a sredac ta ran sus r e spec t ivos evange l io s , pe ro no han l l egado has tanoso t ro s n inguno de e sos e sc r i to s an te r io re s a lo s evange l io s .

Una c lave para en tender la te rce ra e tapa ta l vez sea que n inguno




de lo s evange l i s t a s fue t e s t igo ocu la r de l min i s t e r io de Je sús . To -dos e l lo s se r í an lo que pod r íamos denomina r como c r i s t i anos de

la segunda gene rac ión : hab ían o ído a o t ro s hab la r de Je sús y sepusie ron a o rdenar por esc r i to , en e l evange l io , la t rad ic ión rec i -b ida . Es ta c lave nos aho r ra rá muchos de lo s p rob lemas que a to r -menta ron a toda la generac ión de comenta r is tas que nos p reced ie -ron y que pensaban que a lgunos de lo s evange l i s t a s hab ían v i s tolo que desc r ib ían . Según e sa in te rp re tac ión , Juan que desc r ibeen e l cap í tu lo 2 la expuls ión de los mercaderes de l templo a lp r inc ip io de l min i s t e r io de Je sús y Ma teo que l a de sc r ibe en e l

cap í tu lo 21 a l f ina l de su min is te r io , só lo tendr ían razón en e lca so de que l a expu l s ión de l t emp lo hub ie ra ocu r r ido e sa s dosveces y cada evange l i s t a op tó po r conse rva r só lo una de e l l a s .En cambio , t en iendo en cuen ta l a c l ave que acabo de p ropone r ,n inguno de lo s dos e sc r i to re s fue t e s t igo ocu la r de lo s hechos ,cada uno de e l los rec ib ió en la t rad ic ión de Jesús una vers ión de lre la to de la expuls ión de los mercaderes de l templo ; ta l vez n i

e l uno n i e l o t ro sup ie ra en qué momento de l min is te r io de Jesússe p rodujo esa escena ya que no es taban a l l í ; ahora b ien , cadauno lo inc luyó a l e sc r ib i r su evange l io en e l lugar más adecuadopa ra su p ropós i to . Pod r ía segu i r o f rec iendo más e jemplos en lo sque la teor ía de l evange l is ta te s t igo ocu la r ha de recurr i r a larepe t i c ió n de lo s hec ho s o a o t ra s exp l i cac ione s poco razo nab le s ,y en cambio l a t eo r ía de l evange l i s t a que no fue t e s t igo ocu la ro f rece una so luc ión muy s imp le , pues to que exp l i ca po r qué lo s

e v a n g e l i o s , q u e f r e c u e n t e m e n t e c o n t i e n e n e l m i sm o m a t e r i a l , l oo rgan izan no rma lmen te de d i s t in ta mane ra . La conc lus ión de todoes to puede queda r r e sumida en que lo s evange l io s s iguen un o r -den lóg ico pe ro no necesa r i amen te c rono lóg ico . Cada evange l i s t aha o rdenado su ma te r i a l según su p rop ia concepc ión de Je sús ysegún su vo lun tad de ca rac te r i za r a Je sús de t a l modo que fue rauna re spues ta a l a s neces idades e sp i r i tua le s de l a comun idad ala que d i r ig ía su evange l io . As í c ada evange l i s t a apa rece comoautor de la to ta l idad de su evangel io , en e l que da forma a lat r ad ic ión , l a de sa r ro l l a y l a se lecc iona , y como teó logo en p len i -tud o r i en ta e sa t r ad ic ión hac ia un ob je t ivo conc re to .

Po r t an to , como re spues ta g loba l a l a p regun ta sob re lo queson lo s evange l io s d i r í a que v ienen a se r como un p roceso quese va dando en la t rad ic ión de Jesús que abarca sus pa labras , sushechos , su pa s ión , mue r te y r e su r recc ión . Es te p roceso lo o rgan i -



Los evangelios 65

zó , montó y mode ló un evange l is ta en e l ú l t imo te rc io de l s ig loI pa ra a tender la s neces idades esp i r i tua les de los lec to res c r i s t ia -

nos a los que se d i r ig ía . A eso se debe que e l documento de laPon t i f i c i a Comis ión B íb l i ca , que he re sumido en t r e s e t apas , con -s ide re a lo s evange l io s como h i s tó r i cos pe ro no como una memo-r ia exac ta o una nar rac ión l i te ra l .

4 1 . Este enfoque moderno de los evangelios com o resultado del

desarrollo de una tradición ¿ qué efectos prácticos ha tenido en

nuestra utilización espiritual de los evangelios?

Permí tame que l e con te s te con un e jemplo p rác t i co . Bas ta conf i j a r se en e l l e cc iona r io domin ica l ( e sa co lecc ión de l e c tu ra s de lan t iguo y nuevo t e s tamen to de l a s que nos se rv imos en l a Ig le s iapa ra l a s ce leb rac iones l i tú rg ica s ) , un l e cc iona r io que , en l ínea sgene ra le s , son muchas l a s Ig le s ia s c r i s t i anas que lo acep tan . Enla Ig les ia ca tó l ica , an tes de que se in t rodu je ra e l lecc ionar io ac -

tua l , se o ían todos lo s domingos de l año lo s mismos 52 pasa je s .D i c h o s p a sa j e s e s t a b a n t o m a d o s d e l o s c u a t r o e v a n g e l i o s a l e a t o -r i amen te , de mane ra que un domingo lo s f e l ig re se s pod ían o í run pasa je de Ma teo y a l s igu ien te uno de Lucas , pe ro ra ra s ve -ce s uno de Marcos . En mi expe r ienc ia como sace rdo te no e ra r a -ro que se p red ica ra sob re un pasa je , como po r e jemp lo , l a pa rá -bo la de l sembrado r , s in que se d i j e ra de dónde se hab ía tomado .El lo se deb ía a que n i e l sacerdo te n i los fe l ig reses suponían que

eso pud ie ra va r i a r e l sen t ido de l pa sa je : Je sús hab ía r e la tado l apa rábo la y lo s evange l i s t a s no e ran s ino sus s imp le s c ron i s t a s .

S in embargo , en e l nuevo l ecc iona r io , que aba rca t r e s años ,l a s l e c tu ra s de l p r imer año e s tán tomadas de Ma teo , de l segundode Marcos y de l t e rce ro de Lucas . Las l e c tu ra s de l evange l io deJuan se r e se rvan pa ra unos pe r íodos de te rminados como la cua -resma y la pascua . Es ta o rgan izac ión reconoce la impor tanc ia que

t i ene loca l i za r una pe r ícopa de te rminada (o sea , e l pa sa je de levange l io de l d ía ) en e l evange l io de l que fue tomada , po rquee l con tex to de todo e l evange l io da un sen t ido a aque l la pe r ícopa .Po r e jemp lo , l a e scena de l a mu l t ip l i c ac ión de lo s panes se na r raen lo s cua t ro evange l io s , pe ro puede t ene r un s ign i f i c ado d i fe ren -te en cada uno de e l los según la lóg ica de l evange l is ta . Quizásno todos lo s p red icado re s t engan conc ienc ia de e l lo ; con todo ,l a d i s t r ibuc ión de l l e cc iona r io puede se rv i r de e s t ímu lo pa ra que

v a y a a d q u i r i e n d o e sa c o n c i e n c i a .




4 2 . Ha dicho usted que los evangelistas no fueron testigos ocula-

res. Se nos ha enseñado que Mateo y Juan escribieron los evan-

gelios y fueron testigos oculares del ministerio de Jesús.

Esa es una reacc ión genera l izada en t re los ca tó l icos , y es muyc o m p r e n s i b l e p o r q u e s e n o s e n se ñ ó e x a c t a m e n t e a s í , h a s t a 1 9 6 0ap rox imadamen te . A p r inc ip io s de e s te s ig lo , l a Pon t i f i c i a Comi-s ión B íb l i ca emi t ió r e spues ta s o f i c ia le s a toda una se r i e de p re -guntas que e l desa r ro l lo de l e s tud io c r í t ico de la Bib l ia (espec ia l -men te en t re lo s p ro te s tan te s ) hab ía su sc i t ado . In s i s t í a en que e l

evange l io que apa rece en p r imer luga r en e l nuevo t e s tamen toe ra su s tanc ia lmen te ob ra (qu izá s t r aduc ida ) de Ma teo , uno de lo sdoce . (R esp ond ía t amb ién a p reg un ta s sob re e l an t iguo t e s tam en-to : Moisé s e sc r ib ió e l Pen ta teuco , I sa ía s e s tá cons t i tu ido po r unso lo l ib ro , Danie l fue esc r i to en e l s ig lo VI a . C . ) .

S in embargo , a med iados de lo s años 50 , t a l como ind iquéan te r io rmen te (p regun ta 24 ) , e l sec re ta r io de l a misma Pon t i f i c i aComis ión B íb l i ca comen tó que lo s ca tó l i cos gozaban ya de p lenal ibe r t ad con re spec to a d ichos dec re to s sa lvo en lo que a fec ta raa la fe y a la moral (y en rea l idad ése no era e l caso en ningunade e s ta s cues t iones ) . Lo que qu ie re dec i r que mien t ra s que pa raaque l lo s ca tó l i cos l a enseñanza de l a iden t idad de lo s evange -l i s t a s e s tab a v inc u lad a a una re spue s ta o f i c ia l de l a Ig le s ia , aho raya no es as í . Los ca tó l icos gozan de la misma l ibe r tad que cua l -qu ie r o t ro pa ra exp re sa r su s pun tos de v i s t a sob re l a iden t idad

de lo s evange l i s t a s . A p ropós i to , e s t e embarazoso cambio púb l i cod e p a r e c e r c o n r e sp e c t o a u n a p o s t u r a f u e r t e m e n t e i m p l a n t a d apone de re l i eve lo pe l ig roso que re su l t a invoca r l a au to r idad dela Ig le s ia pa ra da r po r so luc ionadas cues t iones que son bás ica -men te c ien t í f i c a s , cues t iones no sob re l a doc t r ina s ino sob re lo sau tores , la da tac ión y e l t ipo de su composic ión . La fe y la mora lconst i tuyen e l á rea res t r ing ida en la que ac túa e l Esp í r i tu san tocomo gu ía de l a Ig le s ia .

La op in ión de que los evange l is tas no fueron tes t igos ocu la resd i rec to s de l min i s t e r io púb l i co de Je sús se ve r í a apoyada ap rox i -m a d a m e n t e p o r u n 9 5 % d e l o s b i b l i s t a s c o n t e m p o r á n e o s . E l d e -c re to de l a Pon t i f i c i a Comis ión B íb l i ca de 1964 (c f . p regun ta 40 )no se r e f i r ió d i rec tamen te a l a iden t idad de lo s evange l i s t a s s ib ien lo s de sc r ib ió muy c la ramen te como d i s t in to s de lo s que p re -d ica ron en la segunda e tapa y as í c rea ron impl íc i tamente una d is -

t inc ión en t re evange l i s t a s y p red icado re s , a lgunos de lo s cua le s



Los evangelios 67

hab ían s ido compañe ros de Je sús . S in embargo , debo adve r t i r l eque l a Ig le s ia ha con t inuado y con toda p robab i l idad con t inua rá

u t i l i z a n d o l a a n t i g u a d e n o m i n a c i ó n d e « a p ó s t o l e s y v a r o n e sapos tó l i cos» pa ra de s igna r a lo s au to re s de lo s evange l io s , pe rono pa ra enseña r que fue ron t e s t igos ocu la re s s ino pa ra r eca lca rl a conex ión en t re su s ob ra s y e l t e s t imon io apos tó l i co .

Pe rmí tame añad i r que lo s t í tu lo s que l eemos en e l nuevo t e s -t amen to , po r e jemp lo , «Evange l io según san Ma teo» (y nó te seque en los tex tos más an t iguos se lee «según» no «de») , son e l

resu l tado de los es tud ios de f ina les de l s ig lo I I que in ten tabaniden t i f i c a r a lo s au to re s de l a s ob ra s que ca rec ían de iden t i f i c a -c ión . N inguno de lo s evange l i s t a s se iden t i f i có en su ob ra . Lomás ce rcano que encon t ramos a l r e spec to en lo s evange l io s seencuen t ra en e l cuar to evange l io en donde se lee que un tes t igoocu la r , «e l d isc ípu lo a qu ien Jesús amaba» , fue la fuen te de loque aparece en ese evange l io (Jn 21 , 24) , y s in embargo , en esem i sm o e v a n g e l i o j a m á s s e i d e n t i f i c a a l d i s c í p u l o a q u i e n a m a b a

Jesús . S i en e l s ig lo I se hub ie ra p lan teado la p regunta : «¿Dequ ién e s e s te evange l io?» , l a r e spues ta se r í a pa rec ida a lo encon -t ramos en lo que aparece esc r i to a l in ic ia rse e l evange l io que ac -t u a l m e n t e c o n o c e m o s c o m o e v a n g e l i o s e g ú n M a r c o s . E se e v a n -ge l i s t a e sc r ib ió : «P r inc ip io de l evange l io de Je suc r i s to» .

4 3 . Según su interpretación la tradición procedente de Jesús fue

modificada y desarrollada en etapas anteriores a los evangelios.¿No nos vemos involucrados en ese mismo tipo de desarrollo

siempre que aplicamos los evangelios a nuestros días?

Yo responder ía a esa p regunta con c ie r ta cau te la . Las t rese tapas de l de sa r ro l lo que cu lmina ron en lo s evange l io s e sc r i to sde las que ya he hab lado (p regunta 40) l levaron a la redacc iónde unos l ib ros que Dios , en su p rov idenc ia , de s t inaba a l a o r i en -

tac ión de los c r i s t ianos de todos los t iempos y que tenemos comol ib ros in sp i rados . Una vez redac tados e sos l ib ros de l a s Esc r i tu -ra s , r ep re sen taban una e tapa de f in i t iva de l a t r ad ic ión de Je sús ,es dec i r , de f in i t iva en e l sen t ido de que todas las generac ionesposte r io res se se rv i r ían de e l los como la c lave de lo que Jesúsdi jo e h izo , y por lo tanto , en e l sent ido de que estos l ibrosconst i tuyen la norma de la fe c r i s t iana . No hay duda de que cadagene rac ión de c r i s t i anos debe p rosegu i r e se p roceso de t r aduc i r ,

adap ta r y man tene r v ivo e l mensa je de Je sús pa ra lo s nuevos




t iempos . Pero lo hacemos medi tando sobre los evange l ios esc r i toso sob re e l nuevo t e s tamen to (o sob re l a B ib l i a ) ; no redac tamos

unas nuevas Esc r i tu ra s . C la ro que e sc r ib imos nuevos l ib ros ( a ligua l que l a Ig le s ia hace nuevas dec la rac iones ) inco rpo rando l a sin te rp re tac iones ac tua le s de Je sús a l a luz de nuevas p regun ta s ;pe ro n inguno de e l lo s adqu i r i r á e l mismo n ive l que lo s evange -l ios de l s ig lo I . No se tendrán como insp i rados por Dios de l mis-mo modo que l a s Esc r i tu ra s . Hoy en d ía , se e s tá e l abo rando unp r o c e so s i m i l a r d e p e n sa m i e n t o , r e f l e x i ó n y d e sa r r o l l o , p e r o e s -t e p roceso pos te r io r a lo s evange l io s v iene de te rminado po r lo s

e v a n g e l i o s p r o p i a m e n t e t a l e s c o m o ú n i c a n o r m a y g u í a .No obs tan te , su p regun ta inc luye t amb ién a lgunas de l a s im-

p l i cac iones de nues t ra in te rp re tac ión ac tua l de lo s evange l io s .Es in te re san te r e f l ex iona r sob re l a s dos in te rp re tac iones de lo sevange l io s que he con t ra s tado , y qué t ipo de c r i s t i anos pod r íanc rea r . En una in te rp re tac ión b iog rá f i ca según l a cua l lo s evange -l io s t r ansmi ten pa lab ra po r pa lab ra todo lo que Je sús h izo y d i jo ,

de mane ra que no se ha p roduc ido n ingún cambio desde su t i em-po has ta e l de los evange l is tas , la func ión c la ra (y ún ica ) en lapred icac ión y p roc lamac ión es la de p rese rvar : tomar lo que Jesúsd i jo e h izo y repe t i r lo , s in añad i r n i qu i ta r nada , s in modif icac io-nes pe r iód ica s . En l a in te rp re tac ión que he sub rayado , en l a quese da un desa r ro l lo , una mod i f i cac ión , una se lecc ión , e t c . , en ton -ce s cada e tapa p re s ta su p rop ia con t r ibuc ión . Los c r i s t i anos quecomprendan e s to ve rán que deben con t r ibu i r en su época a l a

p roc lamac ión , a l a comprens ión y a l de sa r ro l lo de l mensa je so -b re Je sús (pe ro aho ra depend iendo de lo s evange l io s e sc r i to s ,como ya he d icho ) . Po r t an to , e s t a s dos in te rp re tac iones c reand i s t in to s mode los de c r i s t i an i smo : e l uno e s de s imp le e inmuta -b le conse rvac ión ; e l o t ro , de cons tan te p rog re so y adap tac ión a lmismo t i empo que conse rva . Qu ienes e s tén ba jo l a in f luenc ia de lp r imer mode lo se ve rán eno rmemen te amenazados po r e l c ambio ,

p u e s t o q u e p o d r í a i n t e r f e r i r d e sa s t r o sa m e n t e e n l a c o n se r v a c i ó ny a l t e ra r l a mane ra de en tende r l a t r ad ic ión . Qu ienes e s tén ba jola in f luenc ia de l segundo mode lo e s muy p robab le que vean ene l cambio nuevas opor tun idades para la in te rpre tac ión y compren-s ión de l mensa je de Je sús y de sus imp l icac iones .

Me pa rece obv io que e s ta ú l t ima in te rp re tac ión e s l a más f i e la l a s t r emendas innovac iones que e l mismo Je sús l l evaba a cabo .Me gus ta con ta r l a s igu ien te anécdo ta que ocu r r ió en una v i s i t a



Los evangelios 69

que rea l icé a una d ióces is en la que se ded icaba todo un año a

la evan ge l i za c ión , la ense ñanz a y o t ro s a spec to s r e lac ionados conla t r ansmis ión de l mensa je c r i s t i ano . Pa ra p la smar lo g rá f i camen tehab ían d i señado una panca r ta que re f l e jaba su in tenc ión . Recue r -do que se ve ían dos manos que ba jaban de las nubes y dos manosde un hombre que se e levaban desde la t ie r ra hac ia lo a l to , y enla insc r ipc ión se le ía : «Transmite lo que has rec ib ido» . Me pre -gun ta ron que qué op inaba de l a panca r ta y r e spond í que e ra p re -c iosa , pe ro que me hubie ra gus tado que a su lado hubie ran pues to

o t ra con es ta insc r ipc ión : Pero an tes de que lo t ransmitas apor tatu p rop ia con t r ibuc ión . Debe r ía r eca lca r se l a neces idad de quecada gene rac ión apo r te su con t r ibuc ión pa ra una me jo r compren -s ión de Je sús . Una de l a s pa rábo la s de Je sús hab laba de un hom-bre que se sen t ía muy fe l iz de t ransmit i r lo que hab ía rec ib ido ;met ió en un pañue lo todo e l d inero que su amo le hab ía dado ylo e scond ió ba jo t i e r ra pa ra que nada se pe rd ie ra . E l ju ic io que

merec ió e se hombre e s b ien conoc ido ; se l e cons ide ró un s i e rvoinú t i l por no haber añad ido nada a lo rec ib ido . Las ad ic iones ye l desa r ro l lo de la t rad ic ión de Jesús en las e tapas de fo rmac iónde los evange l ios me parece que v ienen a se r una parábo la de ldebe r e senc ia l de l c r i s t i ano de p roc lamar a Je sús .

4 4 . Pero esta interpretación de los evangelios que supone el des-

arrollo d e una tradición ¿no significa que básicamente ya no han

de considerarse com o históricos?

No. Yo ins is t i r ía en que son h is tó r icos en e l sen t ido de quesu rgen y con t i enen bás icamen te l a t r ad ic ión de lo que Je sús h izoy d i jo duran te su v ida . S in embargo , no se t ra ta de nar rac ionesl i te ra les de lo que h izo y d i jo , aunque sean h is tó r icos . No sonin fo rmac iones como la s que , hoy en d ía , nos p ropo rc iona unag rabac ión , o lo s pe r iod i s t a s que toman no ta s y l a s t r ansc r iben

para su pub l icac ión a l d ía s igu ien te .Resu l t a in te re san te que fue p rec i samen te ba jo e l t í tu lo de « la

ve rdad h i s tó r i ca de lo s evange l io s» como la Pon t i f i c i a Comis iónBíb l i ca p re sen tó su en foque de 1964 . A l f ina l de su expos ic iónde las t res e tapas de l desa r ro l lo (p regunta 40) , la Comis ión hac íaun comenta r io sobre la re lac ión en t re h is to r ia y t rad ic ión en des-a r ro l lo , ind icando que la ve rac idad de l re la to no se ve a fec tadapor e l hecho de que los evange l is tas re la ten las pa labras y loshechos de l Señor con un orden d is t in to y no expresen sus pa la -




bras l i te ra lmente , aun cuando conserven e l sen t ido de las mismas .La razón por la que la ve rdad no se ve a fec tada es porque la doc-

t r ina y la v ida de Jesús no se con ta ron s implemente para que fue-ran reco rdadas s ino pa ra que fue ran p red icadas a f in de o f rece ra la Ig lesia una base para la puesta en práct ica de la fe y de lamora l . Pe rmí tanme que re suma todo lo que he d icho has ta aqu í :Esta proclamación del mater ia l de l evangel io que f luye del minis-t e r io de Je sús no t i ene una in tenc ión b iog rá f i ca n i p re tende unaconse rvac ión l i t e ra l ; t i ene como me ta su adap tac ión a l a s neces i -dades de qu ienes e s tán oyéndo lo , y e s a s í y den t ro de e se encua -

d r e , c o m o p u e d e l l a m a r se h i s t ó r i c o .

4 5 . Todo eso parece estupendo, pero es demasiado genérico. En

concreto, ¿podem os estar seguros de las palabras que dijo Jesús

exactam ente a lo largo de su vida?

Podemos es ta r seguros de las pa labras que esc r ib ie ron Marcos ,Mateo , Lucas y Juan . Eso es lo que e l Esp í r i tu san to insp i ró y

lo que Dios nos ha dado . Cuando in ten tamos re t rocede r más a l l áde e sos evange l io s e sc r i to s pa ra r econs t ru i r unas e tapas an te r io -r e s , e s t a m o s e j e r c i t a n d o l a c u r i o s i d a d , p e r f e c t a m e n t e c o m p r e n s i -b l e , d e l o s t i e m p o s m o d e r n o s ; p e r o d e b e m o s r e c o n o c e r q u e D i o sen su p rov idenc ia no nos d io e sa s e tapas an te r io re s . Po r t an to ,t a l e s r econs t rucc iones ado lece rán s i empre de l a s l imi tac iones del o s i n s t r u m e n t o s p r o p i o s d e n u e s t r a i n v e s t i g a c i ó n .

En a lgunos casos , a l f i ja rnos en un d icho y en sus va r ian tesen dos , t r e s o cua t ro evange l io s , podemos l l ega r con bas tan tep laus ib i l idad a l a fo rma en que Je sús lo p ronunc ió y podemosave r igua r en qué t r ad ic ión se p rodu je ron l a s va r i an te s y po r quémot ivo . O t ra s veces no podemos a lcanza r t a l p laus ib i l idad y s im-p lemen te t enemos que acep ta r dos va r i an te s d i s t in ta s de l mismod icho de Je sús . Po r supues to : no e s impos ib le que Je sús d i j e rauna misma cosa de dos mane ra s d i s t in ta s , pe ro no debemos recu -

r r i r a e s ta so luc ión como la exp l i cac ión no rma l . La exp l i cac iónnormal se r ía que a t re in ta o c incuen ta años de la muer te de Jesús ,su s d i c h o s h a b r í a n e x p e r i m e n t a d o a l g u n a s v a r i a c i o n e s . S i u n orepasa su p rop ia expe r ienc ia se da rá cuen ta de que no re su l t anex t rañas e sa s va r i ac iones de un mismo re la to o ra l .

S in embargo , pe rmí tame que haga dos obse rvac iones pos i t iva spa ra que no se s i en ta de f raudado po r l a s l imi tac iones que acabo

de seña la r , l imi tac iones que no han de imputa rse a los b ib l i s tas



Las palabras y los hechos de Jesús 71

ya que no fu i m os noso t ro s qu ienes e sc r ib im os los evange l io s . Las

d i fe renc ia s y va r i ac iones en l a s pa lab ra s de Je sús que nos hanl l egado apa recen ob je t ivamen te an te nues t ro s o jo s en lo s cua t roevange l ios ; todo lo que los b ib l i s tas t ra tan de hacer no es másque exp l i ca r unas d i sc repanc ia s que e s tán ah í de sde hace más demi l novec ien tos años . La p r imera obse rvac ión pos i t iva e s que l a sv a r i a c i o n e s q u e e n c o n t r a m o s e n d e t e r m i n a d a s p a l a b r a s d e J e sú smuest ran e l va lo r po l iva len te de su enseñanza . Se ha desa r ro l ladode d i s t in ta s mane ra s p rec i samen te po rque con ten ía inhe ren temen-

te la pos ib i l idad de ap l ica rse a d is t in tas s i tuac iones con d is t in tosm a t ice s . Yo co m pa ro l as va r i ac iones de lo s cua t ro evange l io s conlo que ocu r re con un g ran d iaman te o una p ied ra p rec io sa ex -pues ta en l a sa la de un museo . E l d iaman te e s tá co locado sob reun sopor te en e l cen t ro de una v i t r ina de c r i s ta l i luminada porlos cua t ro cos tados; cuando se en t ra en la sa la se puede ver unade sus caras y admirar su bel leza pero sólo a l dar una vuel ta asu a l rededo r puede ap rec ia r se toda l a be l l eza en su con jun to . Lasva r iac iones que lo s evange l i s t a s han conse rvado o que inc lu sohan rea l i z ado e l lo s mismos son pe rcepc iones d i s t in ta s de unam i s m a e n s e ñ a n z a d e J e s ú s .

L a s e g u n d a o b se r v a c i ó n p o s i t i v a n o s r e c u e r d a q u e , c u a n d oJesús hab laba , muchos no lo comprend ían y no c re ían . S i se tu -v ie ra una g rabac ión exac ta de sus pa lab ra s se t end r ía un mensa jeque a menudo no e ra comprend ido . Lo que t enemos en l a t r ad i -

c i ó n d e sa r r o l l a d a , p r e se n t a d a e n l o s c u a t r o e v a n g e l i o s , e s u nmensa je que surge de la fe y que se adap ta pa ra p rovocar la ad-hes ión en una aud ienc ia que lo pueda comprende r . As í se puedeexpl ica r por qué , en la p rov idenc ia de Dios , e l Esp í r i tu san to noinsp i ró una desc r ipc ión l i te ra l , pa labra por pa labra , de todas ycada una de las pa labras y de los hechos de Jesús , s ino la e labo-rac ión de una t rad ic ión en desa r ro l lo . La s imple repe t ic ión nop roduc i r í a necesa r i amen te l a f e . La t a rea evangé l i ca que imp l ical a c o n se r v a c i ó n , a d a p t a c i ó n , e x p l i c a c i ó n y r e o r d e n a c i ó n f o r m apar te de lo que hace que los evange l ios sean una «Buena Nueva» .

4 6 . Permítame que insista. ¿P uede darnos una idea de qué tanto

por ciento de las palabras de Jesús recogidas en los evangelios

han sido modificadas y cuántas no?

Si tengo que se r f ranco , no puedo . Y s i in ten ta ra una respues-ta tendría que advert i r le que otros b ibl is tas podrían dar respuestas




muy d i s t in ta s . En g ran pa r te depende de lo s c r i t e r io s emp leadospa ra de te rmina r su au ten t i c idad ; y cons ta to que a lgunos b ib l i s t a s ,

en su de seo po r apa rece r de una p rec i s ión abso lu ta , son min ima-l i s tas en su enfoque de la au ten t ic idad . Yo me inc l ino por se rmás conse rvado r a l r e spec to ; y mi pos tu ra e s que lo s de sa r ro l lo se spec í f i cos que van más a l l á de l a s pa lab ra s au tén t i ca s de Je sústend r ían que demos t ra r se , a l menos su p laus ib i l idad , y no supo -ne rse s in más . Los b ib l i s t a s más rad ica le s empeza r ían po r e l o t roex t remo y de fende r ían que se debe pa r t i r de l a a cc ión c rea t iva

de la Ig les ia a no se r que se pueda demost ra r que der iva de Je -sús . S in embargo , ¿ se r í a lóg ico que qu ienes p roc lamaron a Je súsno e s tuv ie ran rea lmen te in te re sados po r lo que é l d i jo , s ino só lopo r su s p rop ia s pe rcepc iones c rea t iva s de un s ign i f i c ado que pu -d ie ran re lac ionar con é l? Toda la fue rza de la dec la rac ión de laPon t i f i c i a Comis ión B íb l i ca sob re «La ve rdad h i s tó r i ca de lo sevange l ios» (c f . p regunta 40) no es o t ra que la de acen tuar lacon t inu idad sus tanc ia l que se da desde Jesús has ta los evange l ios ,

y é sa e s t amb ién mi pos tu ra .

4 7 . Ha sta ahora, preguntas y respuestas han tratado de lo que

Jesús dijo. Creo que hay un problema mayor con respecto a lo

que hizo Jesús. ¿H asta qué punto son auténticos los milagros

de Jesús?

E n a l g u n a s r e sp u e s t a s , e sp e c i a l m e n t e l a s d e l o s m o v i m i e n t o s

más rad ica le s en e l e s tud io b íb l i co mode rno , apa rece o t ro f ac to ra l hab la r de los mi lagros : en nues t ro mundo moderno hay qu ienesdu da n de la ex is te nc ia de los m i lag ros . (No voy a en t ra r ah oraen la de f in ic ión de l mi lagro , n i en s i e s un desa f ío de todas lasleyes de l a na tu ra leza , e t c . No qu ie ro e sconde rme t r a s l a s su t i l e -zas de l lengua je . Todos sabemos de qué se t ra ta : de la curac iónde en fe rmos , de l a r e su r recc ión de mue r to s , de l a c a lma de t em-

p e s t a d e s , e t c . ) . E l f a m o so p e n sa d o r a l e m á n R u d o l f B u l t m a n n c a -t a logó lo s mi lag ros de l evange l io como no h i s tó r i cos ba sándoseen e l p r inc ip io f i lo só f ico gene ra l de que l a gen te mode rna nocree en los mi lagros . Yo rechazo , a l igua l que muchos o t ros , queuna respues ta f i losóf ica sea la so luc ión de un prob lema h is tó r ico .U n a c o m p r e n s i ó n f i l o só f i c a m o d e r n a d e l a r e a l i d a d n o d e b e a su -m i r se c o m o l o a b so l u t a m e n t e c o r r e c t o y n o r m a t i v o d e l o q u e p o -d r ía habe r s ido . N i t ampoco e s r ea lmen te c ie r to que l a gen te mo-

de rna no c rea en mi lag ros . Aun cuando se d iga que lo s que c reen




en lo s mi lag ros no son mode rnos , so specho que s i se h ic ie ra una

encues ta se r ían más numerosos qu ienes c reen en los mi lagros quelos que no .Me pa rece que lo s mi lag ros deben t r a ta r se de l a misma mane -

ra que las pa labras de Jesús . S i vamos más a l lá de los evange l ios(y lo s evange l i s t a s c i e r t amen te c reye ron que Je sús h izo cosa s mi -l ag rosa s ) ha s ta l a t r ad ic ión más p r imi t iva , nos encon t ra remos conque l a apa r ic ión de Je sús como a lgu ien que cu ra t i ene l a mismaan t igüedad que su apa r ic ión como a lgu ien que se exp re saba me-

d ian te pa rábo la s . Po r cons igu ien te , y en cuan to hace re fe renc iaa la an t igüedad de la t rad ic ión c r i s t iana , no veo razón para des-ca r ta r lo mi lagroso en e l min is te r io de Jesús . En e fec to , uno delo s p r imeros recue rdos que de é l se t i enen puede habe r s ido quehac ía cosa s marav i l lo sa s , un recue rdo que pod ía habe rse ex ten -d ido no só lo en t re los c reyen tes s ino también en t re los no c re -y e n t e s . E l h i s t o r i a d o r j u d í o F l a v i o Jo se f o t i e n e u n f a m o so p a sa j esobre Jesús que , a l menos en par te , pa rece se r au tén t ico . En losaños 90 e sc r ib ió : «Hacedor de cosa s marav i l lo sa s , maes t ro de lpueb lo que rec ibe l a ve rdad a gus to» ( A n t i g ü e d a d e s , 18 .3 .3 ; 63) .En mi op in ión , e s to s dos a spec to s : hacedo r y maes t ro , fo rmanpar te de la t rad ic ión au tén t ica .

4 8 . ¿No podría concretar un poco más? N os dice que, en su opi-

nión, la tradición general de los milagros de Jesús es una evo-

cación histórica genuina — Jesús hizo cosas maravillosas me-diante curaciones, etc.— pero, ¿puede saberse, en el caso de un

milagro en concreto, si lo hizo Jesús?

Una vez más , cuando a lgu ien t ra ta de i r más a l lá de los re la -to s de l evange l io , ha s ta una e tapa p re -evangé l i ca , debe sopesa rlo s da to s . ¿Se e s tá hab lando de un mi lag ro que se conse rva entodas l a s t r ad ic iones de l evange l io , como , po r e jemp lo , e l de l a

mu l t ip l i c ac ión de lo s panes? o ¿ se e s tá hab lando de un mi lag roque se conserva só lo en un evange l io? S i la respues ta es só lo enun evange l io , e so no s ign i f i c a que lo ha inven tado e l evange l i s t ao su t rad ic ión , pe ro s í que es más p robab le que esa nar rac ión de lm i l a g r o su r g i e r a d e u n a p o s t e r i o r c o m p r e n s i ó n d e J e sú s . C u a n d od i v e r sa s t r a d i c i o n e s c o n t i e n e n e l m i sm o r e l a t o , e v i d e n t e m e n t ela no t ic ia de ese mi lagro per tenece a una fecha an te r io r .

P e r m í t a m e u n e j e m p l o q u e p o n g a d e m a n i f i e s t o l os p r o b l e m a sa lo s que nos en f ren tamos . En Marcos 11 , 14 l eemos que Je sús




mald i jo una h iguera ; en 11 , 20-21 leemos que , a l d ía s igu ien te ,lo s d i sc ípu los v ie ron que l a h igue ra se hab ía secado . En Ma teo

21 , 19 se nos d ice que cuando Jesús mald i jo la h iguera és ta sesecó inmed ia tamen te . ¿Cuá l de e s to s dos r e la to s t r ansmi te conmayor p robab i l idad l a t r ad ic ión más an t igua? ¿ la menos de sa r ro -l l ada? La mayor ía de b ib l i s t a s e l eg i r í an inmed ia tamen te e l r e l a tod e M a r c o s , p o r q u e o t r a s s i t u a c i o n e s p a r e c i d a s n o s m u e s t r a n q u eMateo acos tumbra a p re sen ta r lo s mi lag ros de mane ra más in ten -sa y d ramá t ica . Lucas , en cambio , no recoge e sa ma ld ic ión dela h igue ra , pe ro , s in embargo , en 13 , 6 -9 nos o f rece una pa rábo lasob re l a h igue ra , a l a que acude un hombre inú t i lmen te en buscade f ru to y l a qu ie re a r ranca r . E l v iñado r l e d ice que e spe re unaño , que é l la cavará y abonará , y só lo en tonces , s i no da f ru to ,que la a r ranque . ¿Se t ra ta de un mismo hecho en la v ida de Je -sús? S i as í e s , ¿cuá l es p robab lemente su vers ión más o r ig ina l ;e l mi lagro de la mald ic ión de la h iguera que se seca , o la pa rá -bo la sobre un in ten to de a r rancar un á rbo l que no da su f ru to?

Q u i e n e s d e sc o n f í e n d e l o s m i l a g r o s o p t a r í a n d e i n m e d i a t o p o rla pa rábo la de Lucas como la más o r ig ina l . Qu ienes r econocenla t endenc ia de Lucas po r suav iza r todo aque l lo que re f l e je unen fado de Je sús pod r ían pensa r que , en luga r de t r ansmi t i rnose l en fado de Je sús , se ha op tado po r p re sen ta rnos una re f l ex ióna legór ica . Es to es lo que qu ie ro dec i r con lo de es tud ia r la na r ra -c ión de cada mi lagro y va lora r la t rad ic ión o t rad ic iones que lat r ansmi ten y l a t endenc ia de e sa s t r ad ic iones , an te s de fo rmar unju ic io sob re l a h i s to r i c idad de e se mi lag ro en conc re to . Una op i -n ión fundada sob re l a au ten t i c idad de una t r ad ic ión con re spec toa un mi lag ro de Je sús no imp l ica l a a cep tac ión de l a h i s to r i c idadl i te ra l de todos y cada uno de los mi lagros de l evange l io .

S in embargo , qu ie ro pone r a todos muy se r i amen te en gua rd iacon t ra l a mode rn izac ión l ibe ra l de lo s mi lag ros , ha s ta l l ega r aexp l i ca r , po r e j emp lo , e l mi lag ro de l a mu l t ip l i c ac ión de lo s pa -

nes deb ido a un Jesús que sabe tocar los corazones de los p resen-tes pa ra que abran sus bo lsas y saquen de las mismas los a l imen-tos que con ten ían . Eso es un d ispara te s in más: no es eso lo quenarran los evange l ios ; yo veo ah í más b ien un in ten to de sos layarla impor tanc ia de lo que en e l lo s se na r ra . O t ro e jemplo pa rec idoser ía e l de exp l ica r que anduvo sobre las aguas deb ido a la pocap ro fund idad ex i s t en te . Una exp l i cac ión a s í e s l a que t i ene pocap r o f u n d i d a d y n o e l a g u a .




4 9 . Me da la impresión de que las palabras y los milagros de

Jesús no están al mism o nivel. Sus palabras tienen un valorconstante, pero ¿qué valor tiene para nosotros saber que las

curaciones de Jesús son históricas? Norm almente, hoy en día,

no podemos curar así.

No qu ie ro me te rme en e l t ema de l a s cu rac iones mi lag rosa sde hoy en d ía . Po r de scon tado que se apo r tan muchos mi lag rospara la canonizac ión de los san tos y acep to la se r iedad en la in -

ves t igac ión de t a l e s f enómenos . E l au tén t i co p rob lema e s aúnmayor , e s dec i r , que aun cuando hoy en d ía ocurran mi lagros ,no fo rman par te de nues t ra manera normal de cura r . Pero la cues-t ión p r inc ipa l con re lac ión a lo s mi lag ros e s : cómo nos puedeayuda r e l min i s t e r io de Je sús , r ep le to de cu rac iones mi lag rosa s ,en nues t ra r e lac ión con Dios y en nues t ra comprens ión de l a s ne -c e s i d a d e s h u m a n a s .

Creo que aqu í podemos se r ba s tan te pos i t ivos , a cond ic iónd e q u e a n a l i c e m o s c o r r e c t a m e n t e l o q u e e s t á e n j u e g o d e sd e d o spun tos de v i s t a d i s t in to s . S i nos encon t ramos con un n iño quese cae repen t inamen te y emp ieza a da r pa tadas y a echa r e spuma-ra jo s po r su boca , a pe sa r de nues t ra f a l t a de conoc imien tos mé-d icos , pod r íamos sospecha r de inmed ia to que se t r a t a de un a ta -que de ep i leps ia y l levar a l n iño a un médico que , s i d iagnost icac o m o e p i l e p s i a e sa e n f e r m e d a d , l e a p l i c a r á u n t r a t a m i e n t o m é d i -

co . Lo que no se nos ocurr i r ía es expulsa r a l demonio de ese n i -ño ; s in embargo , e so e s p rec i samen te lo que hace Je sús en Mar -cos 9 , 14-27 . Yo , por mi pa r te , no c reo que Jesús poseyera unc o n o c i m i e n t o c i e n t í f i c o m o d e r n o , ni t a m p o c o q u e u n m é d i c o m o -derno , s i de a lguna manera pud ie ra t ras ladarse a aque l los t iemposan t iguos , tuv ie ra que juzga r que se t r a t aba de un ca so de pose -s ión d iabó l ica y no de una ep i leps ia . Se t ra ta de dos pun tos dev is ta d is t in tos , en uno de los cua les es tá impl icada la c ienc ia , y

en e l o t ro se con templa la cues t ión desde un punto de v is ta teo ló-g ico . La re spues ta no e s que l a med ic ina mode rna e s té equ ivoca -da , o qu e de ba m os c r ee r que todos los ca so s de pose s ión d iab ó l i -ca ( inc lu ida l a pose s ión de ca sa s y ce rdos ) en lo s evange l io s t en -gan que acep ta r se como au tén t i ca s na r rac iones h i s tó r i ca s .

Desde e l pun to de v is ta de su t iempo, Jesús , a l expulsa r a losdemonios en su p roceso de curac ión , es tá ind icando que la enfe r -

medad no se l imi ta s imp lemen te a unas do lenc ia s co rpo ra le s s inoque e s t amb ién l a man i fe s tac ión de l pode r de l ma l en e l mundo .



16 76 101 preguntas y respuestas sobre la Biblia

No veo po r qué ha de rep re sen ta r e s to un p rob lema , inc lu so pa ralo s c r i s t i anos más mode rnos . S i c reemos que , cuando Dios r ea l i c e

su p lan , no só lo habrá una «sa lvac ión de las a lmas» s ino tambiénuna bend ic ión que se ex tende rá a l un ive r so en te ro , de mane raque ce sa rá todo lo de s t ruc t ivo y no hab rá más su f r imien to , n i l á -g r i m a s n i c a t á s t r o f e s n i m u e r t e , e n t o n c e s c o m p r e n d e r e m o s q u et o d o s e so s su f r i m i e n t o s , l á g r i m a s , c a t á s t r o f e s y l a m u e r t e r e p r e -sen tan t an to e l a l e jamien to de Dios como e l ma l . No e s toy d i -c iendo que qu ienes su f ran todo e so sean ma los o hayan ob radomal , s ino que la mera ex is tenc ia de todo e l lo ind ica que e l p lande Dios no se ha cumpl ido . A l ocupa rse no só lo de l a s en fe rme-dades s ino también de los desas t res na tu ra les , como las to rmentas ,en cuan to opues tas a l re ino (o domin io) de Dios , Jesús es tá d ra -ma t izando una in te rp re tac ión b íb l i ca bá s ica de Dios y de l mundo .

La med ic ina mode rna ha l l egado a sabe r muy b ien que e ld iagnós t i co de l a en fe rmedad , en t é rminos c ien t í f i cos , no e l iminarea lmen te l a p rob lemá t ica de l b ien , de l ma l y de l a r e sponsab i l i -

dad . S i un méd ico descub re que una madre joven y con va r io sh i jo s t i ene un cánce r incu rab le que l a conduc i rá a una mue r tece rcana , e l co razón angus t i ado de e sa madre y lo s sen t imien tosde toda la fami l ia no se d i r ig i rán con t ra e l cáncer mismo. S i sefo rmu la un rep roche se rá é s te : «¿Por qué Dios nos ha hecho e s -to?» . Po r cons igu ien te , lo s méd icos se van dando cuen ta , c adavez más , de que e l t ra tamien to g loba l de un pac ien te habr ía deinc lu i r un a se so ramien to y un apoyo re l ig io so que va más a l l á

de l aná l i s i s médico . S i un devas tador huracán acaba con la casay la f am i l i a de a lgu ien , e l a fec tado no se en fad a r á con l a s p r e s io -nes a l tas o ba jas s ino que se in te r rogará sobre e l sen t ido de lap rov idenc ia d iv ina . También en nues t ro s d ía s l a gen te con t inúare lac ionando l a en fe rmedad , l a s ca tá s t ro fe s y l a mue r te con e lb ien y e l ma l y no s imp lemen te con l a s causa s c ien t í f i c a s . UnJesús que p roc lamó , t an to de pa lab ra como con hechos , que l al legada de l re ino de Dios s ign i f ica r ía e l f ina l de males ta les co-mo la en fe rmedad , l a s ca tá s t ro fe s y l a mue r te , s igue t en iendo sui m p o r t a n c i a e n n u e s t r o s d í a s y s i g u e t r a n sm i t i e n d o su m e n sa j ee n u n m u n d o m o d e r n o e n e l q u e p o d e m o s c o n o c e r m e j o r l o s f a c -to re s c ien t í f i cos causan te s de t a l e s ca tá s t ro fe s , pe ro en e l que ,t a l vez , nos sen t imos menos capac i t ados pa ra e l t r a t amien to desus a spec to s p s ico lóg icos y e sp i r i tua le s .

Lo que acabo de dec i r e s o t ra mane ra de en foca r l a cues t ión

que ya he reca lcado en una re spues ta an te r io r (p regun ta 40 ) a l




hab la r sob re l a p r imera e tapa en l a fo rmac ión de lo s evange l io s .

Je sús en foca l a cues t ión de l ma l como un jud ío de l p r imer t e rc iode l s ig lo I ; no obs tan te , é l da una respues ta d iv ina . Nuest ra res-pues ta no debe consis t i r en t ra ta r de acep ta r e l pun to de v is ta ju -d ío de l p r imer t e rc io de l s ig lo I (que apenas pod r íamos recupe ra rps ico lóg icamen te y r e su l t a r í a anac rón ica ) , s ino en ve r lo que Je -sús nos e s taba d ic iendo con sus mi lag ros y t r aduc i r lo a l l engua jede la gen te de l s ig lo XX y de l s ig lo XXI.

50 . Entonces ¿está usted diciendo que no hubo posesiones demo-

níacas o que no las hay actualmente?

Cla ro que no . ¿Cómo puedo conoce r l a s l imi tac iones de l mis -t e r io de l ma l? Reconozco , como c reo que lo ha r í a l a mayor ía deb ib l i s tas , que es muy d i f íc i l de te rminar la h is to r ic idad de losre la to s conc re to s de pose s ión d iabó l i ca en e l nuevo t e s tamen to .Po r e jemp lo , e s s ign i f i c a t ivo que e l evange l io de Juan no na r ren i n g u n a p o se s i ó n d e m o n í a c a . S i n e m b a r g o , t a m b i é n i n s i s t o e nque se e sconde un mensa je más p ro fundo t r a s e sos r e la to s y queno debe queda r o scu rec ido po rque se d iga que a lgunos de e sosre la to s sob r e de m on ios r e f l e j an o t ra con cepc ió n del m un do .

Usted es l ib re pa ra acep ta r la p laus ib i l idad h is tó r ica de unas i tuac ión como la suge r ida en e l r e l a to pa rabó l i co de Je sús sob reun demonio que sa le de una persona y vaga por e l des ie r to bus-

cando descanso (Le 11 , 24) , lo cua l no queda le jos de la idea delas casas ru ra les encan tadas . Pero s i op ta por c ree r que en lost i empos de Je sús lo s demon ios , en e fec to , hab i t aban en d ichosluga re s , no po r e so t i ene de recho a impone r e sa c reenc ia a o t ro sen nombre de la in fa l ib i l idad de l evange l io . Lo mismo ocurre conlos demon ios que sa len de un hombre pose ído y se in t roducenen una manada de ce rdos (Me 5 , 12) . Se ha de tener en cuen tauna concepc ión de l mundo d i s t in ta en e l s ig lo I compar t ida po r

Jesús y los evange l is tas . Con todo , qu ien no c rea que d ichos re -la tos son h is tó r icos , no por eso queda l ib re pa ra abandonar laimpor tanc ia de l con ten ido re l ig io so de e sa s na r rac iones . Eso nose r ía seña l de re f inamien to s ino de supe r f i c ia l idad .

5 1 . ¿Usted cree en el demonio?

Nunca acabo de en tende r qué impor tanc ia puede t ene r mi f e

pe r sona l an te un aud i to r io numeroso , aunque no po r e so me voya negar a con tes ta r a su p regunta . Y mi respues ta es s í .




Pero me imagino que lo que us ted qu ie re saber es s i ex is tea lguna p rueba de l a ex i s t enc ia de l demon io y , más en conc re to ,

s i hay a lguna p rueba b íb l i ca . Cua lqu ie ra que haya s ido l a c reen -c ia popu la r en l a época an te r io r a l ex i l io bab i lón ico de 587 -539a . C . , e l mate r ia l b íb l ico esc r i to an tes de esa época no apor ta mu-chos ind ic ios sobre la c reenc ia en e l demonio en e l sen t ido nor-ma l de l a pa lab ra . A l t en tado r , r ep re sen tado ba jo l a f igu ra de unaserp ien te en e l Génesis , no se le l lama demonio (aunque s í sehaga más tarde en e l Apocal ipsis 12, 9) ; y e l Satán del l ibro deJob e s más un p re fec to de d i sc ip l ina ce le s t i a l que un p r ínc ipe de l

mal . Tras la época de l ex i l io y , con toda segur idad , ba jo la in -f l u e n c i a p e r sa , e l j u d a i sm o m a n i f i e s t a su c r e e n c i a t a n t o e n u n afu e r za p r inc ipa l de l ma l (dem on io , Sa tán , Be l i a l , e t c . ) co m o enhordas de demon ios , a lgunos de lo s cua le s toman poses ión dela s pe r sonas . Es obv io que lo s e sc r i to re s de l nuevo t e s tamen toco m pa r t í an l a v i s ión de l ju da i s m o de su t i em po con re spe c to ala s c r i a tu ra s demon íacas ; y l a t eo log ía c r i s t i ana , ha s ta nues t ro s

d ía s , ha cons ide rado e sa c reenc ia como se r i a y no rma t iva .Me l lama la a tenc ión que la gen te pueda a f i rmar con toda ce r -t eza que e l demon io no ex i s t e , ya que igno ro cómo lo saben ; yre su l t a muy d i f í c i l l a demos t rac ión de una negac ión un ive r sa l .En cuan to a qu ienes c reen en l a ex i s t enc ia de un p r inc ip io sup re -mo e in te l igen te de l b ien , e s dec i r , Dios , no veo en abso lu to porqué se ve r í an impu lsados a nega r l a ex i s t enc ia de un p r inc ip iosup remo (po r deba jo de Dios ) e in te l igen te de l ma l . ¿Acaso l arec ien te h i s to r i a de l mundo nos hace duda r de l a ex i s t enc ia deuna fue rza ma l igna en p lena acc ión? Rea lmen te , a lo s más pe s i -mis ta s , l a h i s to r i a r ec ien te de l mundo , l e s ha r í a c ree r más fác i l -men te en e l demon io que en Dios .

En cuan to a la doc t r ina de la Ig les ia , en t iendo (s i b ien tengoque ins is t i r s iempre en que mi espec ia l idad no es la teo log ía s i s -t emá t ica ) que l a ex i s t enc ia de l demon io no rma lmen te se cons ide -

ra una par te de la doc t r ina ca tó l ica in fa l ib le . Se t ra ta de una doc-t r ina muy e scue ta : no in s i s t e en l a de sc r ipc ión de l demon io n ien espec i f ica r su p lu ra l idad , n i cua lqu ie r o t ro de los aspec tos quemuchos se imag inan en su v i s ión de l demon io . Yo d i r í a que re -su l t a ca s i impos ib le en tende r l a p roc lamac ión de Je sús , de pa la -bra y obra , de la ven ida de l re ino de Dios , s in en tender s imul tá -neamen te l a opos ic ión que su rge de un re ino de l ma l e s tab lec idoy a e n e s t e m u n d o . A d e m á s , e n n u e s t r a e x p e r i e n c i a m o d e r n a d e



La resurrección de Jesús 79

l a con t inua p roc lamac ión de l r e ino de Dios , no veo muchas cosa s

que me hagan pensa r que l a r e s i s t enc ia de l ibe rada po r pa r t e de lm a l s e a a l g o p e r t e n e c i e n t e e x c l u s i v a m e n t e a l a m a n e r a d e p e n sa rde l s ig lo I . Pe ro eso es a lgo bas tan te d is t in to a a t r ibu i r cas i to -d a s l a s e n f e r m e d a d e s a l d e m o n i o .

5 2 . Se le han hecho m uchas preguntas sobre la historicidad de

muchos aspectos de la historia del evangelio: los dichos de Je-

sús, sus milagros, los demonios. Pero ¿qué hay del acontecimien-

to cum bre de la historia del evangelio? He oído que eminen testeólogos, también católicos, dicen que su fe no se vería pertur-

bada si se descubriese el cuerpo de Jesús en Palestina. Usted,

como biblista, ¿cree que es necesario creer en la resurrección

física ?

Su audaz p regun ta p lan tea un g ran t ema que , en mi op in ión ,n i debe sos layarse n i se r t ra tado a la l ige ra . Muchas veces he

m a n t e n i d o , t a n t o v e r b a l m e n t e c o m o p o r e sc r i t o , q u e l a a f i r m a -c ión : «Mi fe no se ve r ía pe r tu rbada s i se encontra ra e l cuerpode Jesús en Pa les t ina» , hoy en d ía es tá fue ra de lugar . No se nosp ide que c reamos en l a r e su r recc ión de Cr i s to po r l a au to r idadde cua lqu ie ra de lo s t eó logos mode rnos . Lo que s í se nos p idees que c reamos en la resurrecc ión por la au tor idad de los te s t igosapostó l icos . Por tan to la p regunta debe se r : ¿Se habr ía v is to pe r -tu rbada la fe de Pedro o de Pab lo s i hub ie ran encontrado e l cuer-po de Je sús en Pa le s t ina? En mi op in ión , e l t e s t imon io b íb l i coapunta a l hecho de que Pedro y Pab lo p red ica ron un Jesús resuc i -t ado cuyo cue rpo no hab r ía su f r ido l a co r rupc ión de l sepu lc ro .No ex i s t e l a más mín ima p rueba en e l nuevo t e s tamen to de quea lgún c r i s t iano pensara que e l cuerpo de Jesús segu ía en e l sepu l -c ro su f r i endo l a co r rupc ión . Creo , po r t an to , que e l t e s t imon iob íb l ico a f i rma con toda c la r idad la resurrecc ión corpora l de Jesús .

Se habrá dado cuen ta de que a su p regunta sobre la resurrec -c ión f í s ica yo he con tes tado hab lando de la resurrecc ión corpora l .La p regun ta sob re l a r e su r recc ión f í s i ca gua rda re lac ión con l ana tu ra leza de l cue rpo re suc i t ado y sob re e s to puede habe r d ive r -genc ias . La cues t ión bás ica es la resurrecc ión corpora l . E l cuerpoin t roduc ido en e l sepu lc ro e l v ie rnes ¿ fue e levado a la g lo r ia pa raque ya no pe rmanec ie ra en e l sepu lc ro n i su f r i e ra l a co r rupc iónen la t ie r ra? Y a esa p regunta con tes to a f i rmat ivamente , de acuer-do con e l t e s t imon io b íb l i co .




Tras de ja r c l a ro e s te pun to , pe rmí tame añad i r a lgunos fac to re sque pueden ac la ra r po r qué se p lan tean ob jec iones o po r qué lo steó logos hab lan como a veces lo hacen sob re e l cue rpo de Je súsr e su c i t a d o . C u a n d o s e c o m p a r a n l o s d a t o s d e l n u e v o t e s t a m e n t o ,los re la tos de l sepu lc ro vac ío , que a tes t iguan los cua t ro evange-l ios , a menudo se consideran ta rd íos . E l lo se debe a l hecho deque , cuan do Pab lo p re d ica a Je sú s r e su c i t ado , j a m ás ha b la de lsepu lc ro vac ío , n i s iqu ie ra menc iona e l sepu lc ro de Je sús . Pe r so -n a l m e n t e n o e n c u e n t r o m u y so sp e c h o so e se s i l e n c i o , y a q u e P a -b lo p rác t i camen te t ampoco hace menc ión de lo s de ta l l e s h i s tó r i -

cos de l min is te r io de Jesús . También hoy en d ía se podr ía p red i -ca r amp l iamen te sob re l a r e su r recc ión s in en t ra r en l a t emá t icade l sepu lc ro vac ío . Otro fac to r que sug ie re a los espec ia l i s tas quees tos re la tos son ta rd íos v iene dado por los d ispar idad en los de -ta l les que dan las na r rac iones : uno o dos ánge les , de p ie o sen ta -dos , la p iedra ya es tá corr ida o la mueve un ánge l que desc iende ,lo que d ice e l ánge l . En mi op in ión es tas va r ian tes en los evange-l ios no se r ían s ino un s imple re f le jo de l desa r ro l lo o ra l de lat r ad ic ión . Pe ro po r deba jo de todas e sa s va r i an te s ex i s t e l a t r ad i -c ión , só l idamen te a te s t iguada po r lo s cua t ro evange l io s , de quee l sepu lc ro es taba vac ío la mañana de pascua . Para mí la cues t iónrad ica en la au ten t ic idad de esa t rad ic ión , no en lo ta rd ío de lasd i s t in ta s na r rac iones que l a con t i enen . E l mismo hecho de queMar ía Magda lena sea reco rdada en lo s evange l io s (y e l l a e s l at e s t igo fundamen ta l en e l ha l l a zgo de l sepu lc ro vac ío ) apoya l a

tes is de que se t ra taba de un recuerdo c r i s t iano h is tó r ico . Ade-más , como se ind ica a menudo , s i cua lqu ie r jud ío no c reyen tehub ie ra mos t rado e l cue rpo de Je sús yacen te en e l sepu lc ro , ha -b r ía r e su l t ado impos ib le l a p roc lamac ión c r i s t i ana de l a r e su -r recc ión . No veo , po r t an to , n ingún mo t ivo pa ra pensa r que nosea h is tó r ico lo de l sepu lc ro vac ío .

Lóg icamen te , comprendo que e se sepu lc ro pod r ía habe r e s tado

vac ío po r d i fe ren te s mo t ivos . Y a s í lo pensa ron lo s evange l i s t a s :en Jn 20 , l a p r imera ocu r renc ia de Mar ía Magda lena de po r quées taba vac ío e l sepu lc ro es que a lgu ien se hab ía l levado e l cuer-po . M t 28 , 13 -15 rec og e la op in ión de lo s jud ío s que a seg u rab anque e l cue rpo de Je sús hab ía s ido robado po r su s d i sc ípu los du -ran te l a noche . E l sepu lc ro vac ío no p rueba l a r e su r recc ión , s inoque más b ien la resurrecc ión pasó a se r la exp l icac ión normal iza -da de l sepu lc ro vac ío . Es to ú l t imo me sug ie re que l a p roc lama-



La resurrección de Jesús 81

c ión c r i s t i ana de l a r e su r recc ión imp l icaba l a impos ib i l idad deencon t ra r e l cue rpo de Je sús , y po r t an to , imp l icaba e l a spec to

co rpó reo de l a r e su r recc ión de Je sús .Otro fac to r a tener en cuen ta por los ca tó l icos es la enseñanzade la Ig les ia . En mi op in ión , la resurrecc ión corpora l de Jesúspe r tenece a l a enseñanza de l mag is te r io o rd ina r io de l a Ig le s ia ,e s dec i r , e s doc t r ina impa r t ida in fa l ib lemen te . (No d igo que e s tohaya s ido de f in ido po r e l mag is te r io ex t rao rd ina r io de l a Ig le s iaen def in ic iones de l c redo , de los conc i l ios o de los papas , s inoque fo rma pa r te de l a enseñanza y acep tac ión gene ra l y un ive r sa l

de la Ig les ia a t ravés de los s ig los) . Algunos teó logos s i s temát i -cos muy compe ten te s lo han pues to en duda d ic iendo que l a p re -c i s i ó n « c o r p o r a l » p r o b a b l e m e n t e n o f o r m a p a r t e d e l a e n se ñ a n z ain fa l ib le . T ienen todo e l de recho a so s tene r su p rop ia op in ión ;pero s í qu ie ro seña la r que en es tos ú l t imos años , cuando se hacues t ionado l a r e su r recc ión co rpo ra l , l a r eacc ión de l a au to r idadec les iás t ica ha s ido ráp ida y ta jan te , de manera que a l menos losresponsab les en la Ig les ia de superv isa r la doc t r ina no consideranla r e su r recc ión no co rpo ra l como una a l t e rna t iva que pueda ense -ña r se en c í rcu lo s ca tó l i cos . Dado que mi op in ión e s que l a r e su -r recc ión co rpo ra l debe enseña rse como in fa l ib le , no dudo en adu -c i r e s to como una razón de por qué c reo en e l la , no en con t rade l te s t imonio b íb l ico , s ino de conformidad con é l . (Nunca consi -de ro a l a au to r idad de l a Ig le s ia como un fac to r pu ramen te ex -t r ín seco ; l a Ig le s ia enseña con au to r idad t a l e s cues t iones po rque

ha v iv ido con la Bib l ia y la ha p roc lamado a t ravés de los s ig los ,y ha s ido gu iada por e l Esp í r i tu san to en la in te rpre tac ión de laB i b l i a ) .

No obs tan te , e s to s dos f ac to re s que he menc ionado , a sabe r ,la teor ía de a lgunos b ib l i s tas de que los re la tos de l sepu lc ro va-c ío son un desa r ro l lo ta rd ío en e l nuevo tes tamento y e l desacuer-do de a lgunos teó logos sobre la p rec is ión de la enseñanza de laIg le s ia , deben t ene r se en cuen ta pa ra comprende r po r qué se ha

o r ig inado e l deba te sob re l a r e su r recc ión co rpo ra l . S in embargo ,se pod r ía de fende r que l a mayor ía de lo s b ib l i s t a s r econoce r íaque l a r e su r recc ión co rpo ra l e s un da to de l nuevo t e s tamen to yque l a mayor ía de lo s t eó logos de fende r ían que l a r e su r recc iónc o r p o r a l e s e n se ñ a d a i n f a l i b l e m e n t e p o r e l m a g i s t e r i o o r d i n a r i ode la Ig les ia . Ta l vez para los no ca tó l icos e l ú l t imo fac to r notenga impor tanc ia ; pe ro muchos de e l lo s in s i s t i r í an en que l are su r recc ión co rpo ra l c ae ba jo l a ine r ranc ia de l a s Esc r i tu ra s .



82 101 preguntas y respuestas s o b r e la Biblia

53 . Habla usted con claridad en lo referente a la resurrección

corporal, pero volvam os a la cuestión de la resurrección «físi-

ca». ¿Por qué evita esa palabra?

Ev i to e sa pa la b ra po r va r i a s r azones b íb l i ca s . En 1 Co r 15,42 -50 , Pab lo hab la de l a r e su r recc ión de l cue rpo . Recue rde queé l hab ía v is to a Jesús resuc i tado ; por lo tan to , sospecho que sudesc r ipc ión de l a r e su r recc ión de lo s c r i s t i anos e s tá in f luenc iadapo r su expe r ienc ia con re spec to a l a r e su r recc ión de Je sús . Man-t iene que e l cuerpo resuc i tado se rá esp i r i tua l no psychikos, lo que

muchos t r aducen como « f í s i co» . Se puede d i scu t i r s i e s o no l ame jo r t r aducc ión , pe ro no hay duda de que Pab lo sos t i ene quelo que se s iembra en e l sepu lc ro surge con muy d i fe ren tes p rop ie -d a d e s . S e p r o d u c e u n a g r a n d i o sa t r a n s f o r m a c i ó n d e l c u e r p o d emanera que según é l « la ca rne y la sangre no pueden heredar e lre ino de Dios» (1 Cor 15 , 50) . Pab lo p iensa en la resurrecc iónco rpo ra l , pe ro l a t r ans fo rmac ión ind icada po r su s pa lab ra s pa recesaca r e l cue rpo re suc i t ado de l domin io de lo f í s i co pa ra in t rodu -

c i r lo en e l domin io de lo e sp i r i tua l . De l mismo modo , mien t ra sque lo s pa sa je s de l evange l io de sc r iben c la ramen te l a apa r ic iónde Je sús r e suc i t ado como una apa r ic ión co rpo ra l , se l e a t r ibuyenprop iedades que no son l a s p rop iedades de l cue rpo f í s i co t a l co -mo lo conocemos , po r e jemp lo , l a c apac idad de a t r avesa r unapue r ta ce r rada , de de sp laza r se de un luga r a o t ro con inc re íb ler a p i d e z y d e a p a r e c e r r e p e n t i n a m e n t e .

Pe rmí tame que me an t i c ipe an te una ob jec ión . Hay un au to rde l nuevo t e s tamen to que a t r ibuye p rop iedades f í s i c a s a l cue rpore suc i t ado , a sabe r , Le 24 , 41 -42 , en donde Je sús come . (Es tova más a l l á de l a s a f i rmac iones de iden t idad de que e l cue rpore suc i t ado de Je sús pose ía l a s seña le s de l a c ruz , a f i rmac ionesque se encuen t ran no só lo en Lucas s ino t amb ién en Juan ) . Je súsre suc i t ado ¿pod ía comer? Es in te re san te que poco an te s de e s to svers ícu los , Le 24 , 39 hab le de la ca rne y de los huesos de Jesús

re suc i t ado , mien t ra s Pab lo ind ica que e l cue rpo re suc i t ado no e scarne y sangre , s ino esp i r i tua l . ¿Qué punto de v is ta es e l cor rec tos i t e n e m o s r a z ó n a l c o n t e m p l a r u n a d i f e r e n c i a i m p o r t a n t e e n t r elos dos pun tos de v is ta? Pab lo v io a Jesús resuc i tado ; de Lucasno nos cons ta . ¿Ha d rama t izado Lucas l a cond ic ión f í s i ca de lcue rpo de Je sús pa ra acen tua r l a co rpo ra l idad de Je sús r e suc i t a -do? Al igua l que muchos o t ros b ib l i s tas es toy a favor de la pos-

tu ra pau l ina y c reo que l a exp re s iva na r rac ión de Lucas r ea lmen-



El c o n o c i m i e n t o de Jesús 83

t e no s ign i f i c a más que una acen tuac ión de l a ve rdade ra co rpo ra -l idad . Por lo que puedo ver , la s p rop iedades de l cuerpo resuc i ta -

do s iguen s iendo una p regunta ab ie r ta ; y c reo que as í e s inc lusoen la enseñanza de la Ig les ia ca tó l ica . Sos tengo que la Ig les iaha enseñado in fa l ib lemen te l a r e su r recc ión co rpo ra l , pe ro no veon inguna p rueba de que haya enseñado in fa l ib lemen te de ta l l e s e s -pec í f i cos ace rca de l a s p rop iedades de l cue rpo re suc i t ado de Je -sús y de su condic ión f í s ica . Por lo tan to , sug ie ro que ev i temose l t é rmino f í s i co y empleemos e l t é rmino co rpo ra l . En cua lqu ie rca so , e s t e ú l t imo desc r ibe me jo r lo que e s tamos t r a tando .

Todo e s to se puede exp re sa r in s i s t i endo en dos fac to re s del a r e su r r e c c i ó n : c o n t i n u i d a d y t r a n s f o r m a c i ó n . L a c o n t i n u i d a d e sta l que e l cuerpo de Jesús que fue en te r rado en e l sepu lc ro hare suc i t ado ve rdade ramen te . La t r ans fo rmac ión e s t a l que e l cue r -po resuc i tado es cas i indescr ip t ib lemente d is t in to de l cuerpo f í s i -co que anduvo por es ta t ie r ra . Por tan to , cuando se hab la de « lare su r recc ión co r po ra l» , lo s que se opo nen a e s ta con cepc ión no

p u e d e n m o f a r se d e e l l a c o m o s i i m p l i c a r a a u t o m á t i c a m e n t e u n aburda comprens ión f í s i ca , ha s ta e l pun to inc lu so de que pud ie rate lev i sa r se l a r e su r recc ión a una aud ienc ia de masas . Pab lo , a lhab la r de una re su r recc ión co rpo ra l , e ra mucho más su t i l , y t am-b i é n d e b e r í a m o s s e r l o n o so t r o s .

5 4 . En su respuesta a las preguntas sobre la historicidad de la

vida de Jesús observé que no habló de su nacimiento. Se diceque usted y algunos más afirman que no son históricos los rela-

tos acerca del nacimiento de Jesús.

Jamás he d icho ta l cosa . Rara vez n iego a lgo sobre la h is to r i -c idad de manera abso lu ta ya que luego resu l ta muy d i f íc i l su de-mos t rac ión . Yo p re sen ta r í a e s ta t emá t ica d ic iendo que hay mo t i -vos para pensar que los re la tos sobre e l nac imien to , que se en-

cuen t ran en los dos p r imeros cap í tu los de Mateo y en los dos p r i -meros cap í tu lo s de Lucas , no son h i s tó r i cos en a lgunos de ta l l e s ,i n c l u so e n m u c h o s .

Han de tenerse en cuen ta dos hechos que guardan re lac ión cones te asun to . Los ca tó l icos a veces c reen que s i se cues t iona lah i s to r i c idad de l a s na r rac iones sob re e l nac imien to , se va con t rala enseñanza de la Ig les ia . Eso no es ve rdad . No ex is te n ingunadec la rac ión of ic ia l de la Ig les ia que d iga que las na r rac iones de l

nac imien to son l i t e ra lmen te h i s tó r i ca s . En e fec to , l a dec la rac ión




de l a Pon t i f i c i a Comis ión B íb l i ca sob re «La ve rdad h i s tó r i ca delo s evange l io s» (c f . l a an te r io r p regun ta 40 ) , que se ocupa c la ra -m en te de lo que los d i sc ípu los oye ron a Je sú s y v ie ron du ran tesu min i s t e r io púb l i co , no se ocupó , s in embargo , de lo s r e la to sde su nac imien to . Más t a rde se in ten tó que l a Comis ión h ic ie rauna dec la rac ión sob re l a h i s to r i c idad de l a s na r rac iones de l na -c imien to , pe ro se de s i s t ió hac ia f ina le s de lo s años 60 , p re su -mib lemen te po rque una dec la rac ión de e se t ipo hab r ía s ido de -m a s i a d o c o m p l i c a d a y q u i z á s h a b r í a t e n i d o q u e m a t i z a r s e e x c e -

s i v a m e n t e .E l segundo fac to r es tá en re lac ión con e l o r igen de la t rad i -

c ión sob re lo que Je sús h izo y d i jo . Qu ienes hab ían e s tado coné l pod ían nar ra r sus pa labras y hechos , a saber , sus d isc ípu losy , en pa r t i cu la r , lo s Doce . Pe ro n inguno de e sos d i sc ípu los p re -senc ió e l nac imien to de Jesús , de manera que no se puede a f i rmarque tengamos tes t igos apostó l icos de los acon tec imien tos re lac io -n a d o s c o n e l n a c i m i e n t o .

55 . Pero ¿no tenemos el testimonio de Ma ría y de José sobre

lo que ocurrió en el nacimiento?

Ta l vez , pe r o e so j a m ás se a f i rm a en e l nu evo t e s ta m en to . Po rlo que sabemos , Jo sé ya hab ía mue r to cuando Juan bau t i zó a Je -sús , ya que José nunca aparece en e l re la to de l min is te r io de Je -sús . Mar ía v iv ía todav ía du ran te e l min i s t e r io púb l i co de Je sús ,p e r o n u n c a s e l a m e n c i o n a e n t r e q u i e n e s a c o m p a ñ a b a n a J e sú sen sus de sp lazamien tos mien t ra s p red icaba y cu raba . No sabemoscuá l fue su re lac ión con lo s p red icado re s apos tó l i cos que conse r -va ron l a t r ad ic ió n . A lgu no s se im ag ina n a M ar ía r e la tánd o le s lo sa c o n t e c i m i e n t o s d e l n a c i m i e n t o , p e r o e n e l n u e v o t e s t a m e n t o n ohay nada que lo sug ie ra , y menos en la época pos te r io r . Los dosre la to s de Ma teo y de Lucas sob re e l nac imien to de Je sús son

tan abso lu tamen te d i s t in to s que re su l t a d i f í c i l imag ina r se quep rocedan de una misma pe r sona , e s dec i r , que reco jan lo s r ecue r -dos de Mar ía . Los b ib l i s t a s más román t icos han suge r ido a lgunavez que José fue la fuen te de l re la to de Mateo y Mar ía de l deLucas ; pe ro l a r e spues ta que se v iene rep i t i endo , con un c ie r tosen t ido de l humor , e s que , en tonces , ev iden temen te Mar ía y Jo sén u n c a s e h a b l a r í a n p o r q u e t i e n e n u n o s r e c u e r d o s a b so l u t a m e n t ed i s t i n t o s d e u n o s m i sm o s a c o n t e c i m i e n t o s .




5 6 . A su juicio ¿cuáles son las diferencias cruciales que se da n

entre los dos relatos evangélicos de la infancia de Jesús?

Según e l re la to de Mateo , José y Mar ía v iven en Be lén y a l l ít ienen casa (2 , 11) . Permanecen en Be lén has ta que e l n iño es táa pun to de cumpl i r dos años (2 , 16) y e l ún ico mot ivo por e l queno pueden vo lver , t ras su hu ida a Egip to , e s e l miedo que t ienena l h i jo de He rodes . Deb ido a e l lo , se van a una c iudad l l amadaNaza re t , con l a c l a ra in s inuac ión de que nunca hab ían e s tado a l l í(2 , 22 -23 ) . Según Lucas , Mar ía y Jo sé v iven en Naza re t y só lovan a Be lén pa ra empadrona rse (1 , 26 ; 2 , 4 ) . T ra s e l nac imien tode l n iño , de s pu és d e pa ra r en Je ru sa lén , r eg re san a N aza r e t pa raqueda rse a l l í (2 , 39 ) . En Lucas no hay n inguna re fe renc ia a quela f ami l i a se queda ra en Be lén t r a s e l nac imien to , du ran te dosaños ap rox imadamen te , n i de l a l l egada de lo s magos a Je rusa lény después a Be lén , con todo e l c lamor que deber ía haber causado ,n i de la matanza de n iños en Be lén , n i de la hu ida a Egip to . En

e fec to , en su na r rac ión de l pac í f i co re to rno de Be lén a Naza re t ,pa sando po r Je rusa lén , a Lucas no l e quedaba e spac io pa ra acon -tec imien tos t an t e r r ib le s n i pa ra de sv ia r se hac ia Eg ip to . En e lr e l a t o s e g ú n M a t e o n o s e h a c e n i n g u n a m e n c i ó n d e l e m p a d r o n a -mien to y toda l a amb ien tac ión de l r e l a to , en su con jun to , e sd is t in ta a la de Lucas .

Lo que s í debemos reconocer es que cada re la to nar ra a sum a n e r a u n o s f a c t o r e s q u e so n f u n c i o n a l m e n t e e q u i v a l e n t e s . P o re jemplo , Ma teo re la ta un anunc io a Jo sé , mien t ra s Lucas nos re -la ta la anunc iac ión a Mar ía y tan to en un caso como en e l o t rode lo que se t ra ta es de iden t i f ica r a l n iño que va a nacer comoe l Mes ía s y como e l «Dios con noso t ro s» o e l H i jo de Dios .Ma teo nos d ice que lo s magos l l egan t r a s e l nac imien to de Je súspa ra ado ra r a l n iño ; mien t ra s Lucas nos d ice que lo s pa s to re sl l egan t r a s e l nac imien to pa ra ado ra r a l n iño ; ambas e scenas

t ienen la func ión de most ra r que la reve lac ión de Dios en Jesústendrá una respues ta de fe y a labanza , por pa r te de los gen t i le sen Ma teo , y po r pa r t e de lo s jud íos en Lucas .

5 7 . Si los dos relatos del nacimiento son distintos ¿por qué no

podem os suponer que un relato es histórico y el otro simbólico ?

¿por qué se plantean dudas sobre la historicidad de am bos?

Algunos b ib l i s t a s r e sponden a l a s d i fe renc ia s en t re l a s na r ra -c iones de l nac imien to e l ig iendo l a so luc ión suge r ida po r u s ted .




Espec ia lmen te en t re lo s ca tó l i cos , l a e l ecc ión de l a de sc r ipc iónhis tó r ica se inc l ina por e l re la to de Lucas . Mar ía es , en Lucas ,

e l tema pr inc ipa l y se sospecha que fue e l la la fuen te de ese re -la to . No c reo que la so luc ión resu l te tan s imple porque los c r i te -r io s de h i s to r i c idad p lan tean p rob lemas t an to sob re lo s acon tec i -mien tos de sc r i to s po r Lucas como sob re lo s de sc r i to s po r Ma teo .

Pe rmí tame da r le unos e jemplos . Tan to Ma teo como Lucas de s -c r i b e n a c o n t e c i m i e n t o s q u e c i e r t a m e n t e d e b e r í a n h a b e r d e j a d oa lgunas hue l las de domin io púb l ico . Mateo desc r ibe un ex t raord i -na r io f enómeno a s t ronómico : una e s t r e l l a que apa rec ió en o r i en tegu ió , a l pa rece r , a lo s magos ha s ta Je rusa lén , luego reapa rec ióy se posó enc ima de l lugar donde nac ió Jesús en Be lén (2 , 2 .9 ) .En mi obra El nacimiento del Mesías examiné todos ind ic io s p ro -po rc ionados po r l a s c rón ica s a s t ronómicas de l a época de l nac i -mien to de Je sús : come ta s , con junc ión de p lane ta s y e s t r e l l a s su -p e r n o v a s . Q u e d a b a c l a r o q u e n o e x i s t í a n c r ó n i c a s a s t r o n ó m i c a sde lo que se desc r ibe en Mateo (a pesa r de los t i tu la res pe r iod ís-

t i cos que apa recen de vez en cuando en sen t ido con t ra r io ) .E n e l c a so d e l e m p a d r o n a m i e n t o , q u e s e g ú n L u c a s , o r d e n óC é sa r A u g u s t o p a r a t o d o e l m u n d o , s i e n d o Q u i r i n o g o b e r n a d o rd e S i r i a ( 2 , 1 - 2 ) , u n e m p a d r o n a m i e n t o q u e p r e su m i b l e m e n t e s el levó a cabo s iendo Herodes e l Grande rey de Judea (1 , 5 ) , nose n c o n t r a m o s c o n u n p r o b l e m a s i m i l a r . E n El nacimiento del Me-

sías examiné todas l a s c rón ica s h i s tó r i ca s sob re e l gob ie rno deQu i r ino en S i r i a y lo s empadronamien tos que se h ic ie ron ba jo

Augus to . Jamás se o rdenó un so lo censo que aba rca ra a todo e lmundo ba jo Augus to , y e l c enso (de Judea , ¡que no inc lu ía a Na -za re t ! ) , que se l l evó a cabo ba jo Qu i r ino , ocu r r ió unos d iez añosdespués de l a mue r te de He rodes e l Grande , y po r t an to , p re sumi-b lemen te , de spués de l nac imien to de Je sús . Po r t an to , e s muy d i -f í c i l so s tene r que a lguno de lo s evange l i s t a s de sc r ibe con p rec i -s i ó n l o s a c o n t e c i m i e n t o s p ú b l i c o s . P r o b a b l e m e n t e post factum

( t r a s l a r e su r recc ión ) e l nac imien to de Je sús quedó a soc iado arecue rdos d i spe r sos de unos acon tec imien tos que ocu r r i e ron unosd iez años an te s o de spués de su nac imien to .

Pe rmí tame que me s i rva de o t ro c r i t e r io de h i s to r i c idad . Seespe ra r í a que lo r e la tado en lo s evange l io s de l a in fanc ia con -cordara con lo na r rado en e l res to de l tex to evangé l ico . SegúnMt 2 , cuando lo s magos acud ie ron a He rodes e l Grande , é l y lo sje fe s de lo s sace rdo te s y lo s e sc r iba s se en te ra ron de l nac imien to

de l r ey de lo s jud íos , y Je rusa lén en te ra que dó con m oc ion ada po r




l a no t i c ia . S in embargo , cuando Je sús in ic ia su min i s t e r io púb l i -co , da la impres ión de que nad ie sabe nada de é l n i t iene pues tassus e spe ranzas en é l (Mt 13 , 54 -56 ) . Conc re tamen te , e l h i jo deHerodes , He rodes An t ipa s , no sabe nada de Je sús (Le 9 , 7 -9 ) .Según Lucas , I sabe l , l a madre de Juan Bau t i s t a , e ra pa r i en te deMaría , y , por tan to , los dos n iños e ran par ien tes . S in embargo ,du ran te su min i s t e r io púb l i co nunca se a lude a que Juan Bau t i s t asea pa r ien te de Je sús , y en Jn 1 ,33 e l Bau t i s t a d ice conc re tamen-te que «no lo conoc ía» .

No e s é s ta una l i s t a exhaus t iva de lo s p rob lemas que p lan teandudas sob re l a h i s to r i c idad de lo s evange l io s de l a in fanc ia , po re jemplo , l a genea log ía de Je sús en Ma teo no concue rda con l agenea log ía de Jesús en Lucas y n inguna de las dos se ve l ib rede d i f i cu l t ades no tab le s . Po r t an to , no e s que uno sea in ju s t i f i c a -damen te e scép t i co s i p iensa que no e s t an fác i l c l a s i f i c a r una na -r rac ión como h i s tó r i ca y o t ra como s imbó l ica . Espec ia lmen te conrespec to a la te s is de que Lucas apor ta los recuerdos que t iene

Mar ía de lo s acon tec imien tos , no só lo se t i ene e l p rob lema gene -ra l de l a h i s to r i c idad (e l t ema de l empadronamien to que acaba -mos de ver ) s ino también la desc r ipc ión , a l pa recer , inexac ta del a s c o s t u m b r e s y d e l c o m p o r t a m i e n t o d e M a r í a c u a n d o l l e v a a ln iño a Je rusa lén . En 2 , 22ss , la s leyes jud ías ace rca de la p resen-tac ión de l p r imogéni to y de la pur i f icac ión de la madre se desc r i -ben con fusamen te y pa rece que se hace l a supos ic ión equ ivocada

de que hab ía o t ro s que neces i t aban l a pu r i f i c ac ión además deM a r í a ( « su — d e e l l o s— p u r i f i c a c i ó n » ) . E s t o n o p a r e c e r e f l e j a rcon exac t i tud un recue rdo fami l i a r .

5 8 . Entonces, si los evangelios de la infancia no son históricos,

¿qué valor tienen? ¿son algo más que unos cuentos folklóricos?

Perdóneme en que in s i s t a con toda f ranqueza en que p re s te

a tenc ión a lo que d i je . No he d icho que los evange l ios de la in -fanc ia no sean h is tó r icos . Di la s razones por la s que a lgunos b i -b l i s t a s p iensan que a lgunos de lo s acon tec imien tos de sc r i to s enesos re la tos ta l vez no sean h is tó r icos . Creo que hay de ta l les h is -tó r icos en las na r rac iones de l nac imien to , aunque n i e l re la to deMateo n i e l de Lucas sean h is tó r icos en su to ta l idad .

S iempre reca lco que , apa r te de d i sc repa r sob re c ie r to s pun tos ,lo s dos evange l i s t a s t amb ién co inc iden en lo que pod r ía denomi-

n a r se l o s p u n t o s m á s i m p o r t a n t e s . A m b o s c o n t i e n e n e l a n u n c i o




de l a fu tu ra g randeza de l n iño , an te s de su nac imien to . Es to s ig -n i f i c a que ambos co inc iden en lo que hace re fe renc ia a una p ro -

v idenc ia l p reparac ión d iv ina , y sobre todo , a una reve lac ión . Am-bos co inc iden en que e l n iño fue conceb ido s in l a in te rvenc iónde va rón , en l a so rp renden te r e iv ind icac ión de una concepc iónvi rg ina l . Ambos co inc iden en que e l n iño e ra de la casa de Da-v id a t ravés de la descendenc ia dav íd ica de José , y ambos co inc i -den en que e l nac imien to tuvo luga r en l a c iudad de Be lén . Am-bos co inc iden en que f ina lmen te l a f ami l i a se e s tab lece en Naza -re t . Es tas co inc idenc ias son muy impor tan tes y no c reo que pueda

d i scu t i r se l a h i s to r i c idad de d ichos de ta l l e s .S i n e m b a r g o , t a m b i é n d i r í a q u e u n i n t e r é s d e m a s i a d o m i o p e

por la h is to r ic idad puede no de ja r ve r a la gen te e l g ran va lorque e s to s r e la to s t i enen en s í mismos . E l evange l io de l a in fan -c i a d e M a t e o e s u n « c a t e c i sm o » c u i d a d o sa m e n t e e l a b o r a d o d e lmensa je bás ico de las Escr i tu ras de Is rae l , e s dec i r , de lo quel l a m a r í a m o s e l a n t i g u o t e s t a m e n t o . E n l a g e n e a l o g í a t e n e m o s l o s

re la to s de lo s pa t r i a rca s y de lo s r eyes c i t ados s imp lemen te po rla menc ión de sus nombres , a s í se nos ind ica que Jesús es he re -d e r o d e l a s p r o m e sa s d e A b r a h á n , I s a a c , J a c o b , D a v i d , S a l o m ó n ,e tc . En a lguna ocas ión he reca lcado e l sen t ido que pueden t ene rinc lu so lo s nombres de sconoc idos que apa recen en l a ú l t ima sec -c ión de l a genea log ía de Ma teo , como pa r te de l mensa je r e lac io -nado con un Mes ía s que p red ica rá a qu ienes no iban a se r cons i -de rados impor tan te s según l a s no rmas de l mundo . He seña lado

los pasa jes p ro l ' é t icos en e l evange l io de la in fanc ia de Mateocomo un in ten to de inc lu i r en e l mensa je de l nac imien to de Je súse l t e s t imon io de I sa ía s , Je remías , Oseas , e t c . La h i s to r i a de Josésegún Mateo , con sus sueños y su v ia je a Egip to , evoca la h is to -r i a de José en e l an t iguo t e s tamen to , inc lu so l a apa r ic ión deHerodes , e l r ey ma lvado , dego l l ado r de n iños , evoca e l r e cue rdodel f a raón de Eg ip to que in ten tó an iqu i l a r a M oisé s . Br eve m en te ,lo que hace Mateo es vo lver a con ta r la h is to r ia de Is rae l porque

es una in t roducc ión e senc ia l a l evange l io p rop iamen te d icho , queempieza con e l bau t i smo de Je sús po r Juan Bau t i s t a .

E n c u e n t r o u n m e n sa j e p a r e c i d o e n e l e v a n g e l i o d e l a i n f a n c i ade L uc as , l l e vad o a cab o con un equ i l ib r io , inc lu so m ás e xqu i s i -to y a r t í s t ico de los de ta l les . Se da un para le l i smo en t re e l anun-c io de l nac imien to de l Bau t i s t a y l a anunc iac ión de l nac imien tode Je sús , que cu lmina en e l encuen t ro de l a s dos madre s . V iene

a con t inuac ión o t ro pa ra le l i smo en t re e l nac imien to y l a c i r cunc i -




s ión de l Baut is ta , sa ludados con un cán t ico , y e l nac imien to , c i r -

cunc i s ión y p re sen tac ión de Je sús , sa ludados con o t ro cán t i co .La temát ica de l an t iguo tes tamento es más su t i l en Lucas que enMateo ; po r e jemp lo , só lo s i se conoce l a B ib l i a se r econoce ráque l a s i tuac ión de Zaca r ía s e I sabe l e s l a misma exac tamen teque la de Abrahán y Sara (de edad avanzada y es té r i le s pa ra po-der tener un h i jo ) . En Le 1 , 18 , Zacar ías d ice las mismas pa la -bras que Abrahán en Gén 15 , 8 . La p resen tac ión de Jesús en e lt emp lo an te e l anc iano S imeón se a seme ja much ís imo a l a p re -

sen tac ión de Samuel en e l templo an te e l anc iano El í , a l igua lque e l c án t i co de Mar ía ( e l Magn í f i ca t ) se pa rece much ís imo a lcá n t ico de A na , la m ad re de Sam uel (1 Sam 2 , 1 -10) . Po r tan to ,m e d i a n t e u n a e sp e c i e d e su p e r c o m p o s i c i ó n , a m b o s e v a n g e l i s t a sn o s e s tá n c o n t a n d o e sc e n a s y p e r s o n a j e s d e l a n t i g u o t e s t a m e n t oque son una an t i c ipac ión de Je sús .

Qu is ie ra añad i r t amb ién que cada re la to de l a in fanc ia e s unan t i c ipo de l evange l io y de su p roc lamac ión . En cada uno dee l lo s , e l mensa je fundamen ta l anunc iado po r e l ánge l e s que Je -sús es e l Hi jo de Dios , de ah í la iden t idad c r i s to lóg ica de l Me-s ía s . En cada uno de e l lo s , se r ec ibe e l mensa je obed ien temen tepo r pa r t e de José en Ma teo y po r pa r t e de Mar ía en Lucas . Encada uno de e l lo s , o t ro s v ienen a ado ra r ( lo s magos en Ma teo ,lo s pa s to re s en Lucas ) como seña l de que e l evange l io se rá acep -tado . También se da , en cada uno de e l los , un rechazo (por pa r te

de Herodes , de los je fes de los sacerdo tes y de los esc r ibas , enMateo , e ins inuado en la adver tenc ia de Le 2 , 34 : «Este n iño es-t á de s t inado a se r c a ída y r e su rg imien to de muchos en I s rae l» ) ,Los evange l io s de l a in fanc ia se en t i enden ap rop iadamen te só locuando se reca lca su con ten ido , es dec i r , sus an teceden tes en e lan t iguo t e s tamen to y l a bá s ica iden t idad c r i s to lóg ica de Je sús ,inc lu ido e l hecho de que su ven ida ob l iga a tomar par t ido enfavo r o en con t ra . Po r t an to , un en foque mode rno ev i t a t an to l a

pa r te de cuen to de hadas a que se a lud ía en l a p regun ta comola supe rsens ib le r í a de unas imágenes in fan t i l e s .

5 9 . En su respuesta aludió a los ángeles que anunc iaron a José

y a Ma ría el nacimiento de Jesús. ¿Se ha de tomar en serio el

mu ndo de los ángeles? ¿existen los ángeles?

Hubo ya qu ienes se in te resa ron an te r io rmente por lo demonía -co y po r e l demon io (c f . p regun ta s 50 -51 ) , de mane ra que p ienso




qu e e s ju s t o que lo s áng e le s m erez can t am b ién nue s t ra a ten c ió n .Al igua l que con los demonios , también en e l caso de los ánge les

se debe d i s t ingu i r en e l pensamien to i s rae l i t a en t re an te s de l ex i -l io bab i lón ico (587 -539 a . C . ) y l a época pos t -ex í l i c a . Aunqueen e l pe ns am ien to p r i m i t iv o i s rae li t a se con c ibe a D ios con suco r te ce le s t i a l , rodeado po r e sos se re s l l amados «h i jo s de Dios» ,que se r ían semejan tes a los ánge les , en lo que más se ins is te esen «e l ánge l de l Señor» . No se t ra ta rea lmente de un se r en s ís ino de una rep re sen tac ión t e r rena l y , gene ra lmen te , v i s ib le dela p rop ia p re senc ia de Dios . As í en e l g rand ioso encuen t ro deMoisé s con Dios en e l mon te S ina í (Horeb ) en Ex 3 , o ímos p r i -mero a l ánge l de l Señor que se aparece a Moisés en la za rza a r -d ien te , pe ro luego , inmed ia tamen te , e l Seño r e s tá a l l í y hab la .T ra s e l ex i l io se de sa r ro l l a e l pensamien to angé l i co jud ío segúne l cua l lo s ánge le s pa san a se r e fec t ivamen te unos se re s d i s t in to se inc lu so se l e s da nombres . En e l an t iguo t e s tamen to se encuen -t ran lo s nombres de Migue l , Ra fae l y Gabr ie l .

Es in te resan te ve r e l eco de es ta h is to r ia en los dos re la tosevangé l icos de la in fanc ia . En Mateo , es e l ánge l de l Señor qu iense aparece en sueños a José en var ias ocas iones y le t ransmitee l mensa je de Dios . Ma teo emplea e l l engua je de l an t iguo t e s ta -men to pa ra l a r eve lac ión d iv ina , aun cuando pod r íamos sospecha rque Ma teo , po r en tonces , p iensa en un ánge l au tén t i co más queen echa r mano s imp lemen te de un ánge l de l Seño r pa ra de sc r ib i rla p resenc ia de Dios . Por o t ro lado , Lucas nos hab la de un ánge l

l l a m a d o G a b r i e l c o m o m e n sa j e r o d i v i n o y n o h a y d u d a d e q u eLucas e s tá pensando en un ánge l conc re to . Pues to que Gabr ie les e l ánge l reve lador en e l l ib ro de Danie l que exp l ica la g ran-d iosa v is ión de l f ina l de los t iempos , su p resenc ia en e l re la tode la in fanc ia según Lucas es una seña l de que lo que Danie l ha -b ía p ro fe t i z ado se e s tá conv i r t i endo aho ra en rea l idad : e l f ina lde lo s t i empos ya e s tá l l egando con l a concepc ión y e l nac imien -to de Jesús .

Me p regun taba u s ted s i ex i s t en lo s ánge le s y mi r e spues ta se -r ía pa rec ida a la que le d i a la p regunta de s i ex is ten verdadera -m e n t e l o s d e m o n i o s . D i c h o c o n p o c a s p a l a b r a s , n o h a y m a n e r ad e d e m o s t r a r que no ex is tan ; Jesús y los au tores de l nuevo tes-t amen to pensaban c la ramen te que s í y é sa ha s ido l a v i s ión dela Ig les ia desde en tonces ; se p iensa corr ien temente que la Ig les ia ,en su doc t r ina in fa l ib le , ha enseñado l a ex i s t enc ia de lo s ánge le s

y su func ión como cus tod ios ; y en l a e sca la de se re s que aba rca




d e sd e D i o s t o d o p o d e r o so h a s t a su c r e a c i ó n m á s i n s i g n i f i c a n t e ,los ánge les merec idamente ocupan un lugar en t re Dios y los se res

humanos . De ah í que yo encuen t re buenas razones pa ra c ree r enlo s ánge le s y n inguna , p rác t i camen te , pa ra nega r su ex i s t enc ia .

60 . En todas sus referencias a los primeros capítulos de Mateo

_y de Lucas nos ha hablado de los relatos de la infancia o del

nacimiento. Sin emb argo, en Lucas hay un relato sobre Jesús a

la edad de doce años. ¿Qué se sabe de la juventud de Jesús?

Francamen te , muy poco . No voy a me te rme en un d i f í c i l aná -l i s i s de e se r e la to de Lucas , pe ro s i se examina cu idadosamen tee s p r á c t i c a m e n t e i n d e p e n d i e n t e d e t o d o l o q u e l e p r e c e d e . L areacc ión de Mar ía an te lo que d ice Je sús a s í como su so rp re saresu l tan d i f íc i le s de en tender t ras todo lo que le ha s ido reve ladoa e l la con anter ior idad, pero resul tar ía fác i l de entender s i e l re la-to de Jesús a los doce años hub ie ra es tado en o t ro con tex to inde-

p e n d i e n t e .S i n e m b a r g o , p a r a e v i t a r l e u n a m a y o r c o n f u s i ó n p o r e x c e sode in fo rmac ión me va a pe rmi t i r que me concen t re en l a func iónque t iene e l re la to de Lucas . En e l p r imer cap í tu lo de Lucas unánge l le d ice a Mar ía y a l lec to r que Jesús es e l Hi jo de Dios .En e l te rce r cap í tu lo de Lucas la voz de Dios en e l bau t i smo led ice a l lec to r que Jesús es e l Hi jo de Dios . En e l segundo cap í tu -lo , p rec isamente en es te re la to de Jesús a la edad de los doce

años , l a p r imera vez que hab la en e l evange l io , Je sús mismoiden t i f i c a a D ios como a su Pad re : «¿No sab ía i s que e s ta r í a enla ca sa de mi Pad re?» . Po r t an to , t i ene una func ión c r i s to lóg ica :e l Je sús de l min i s t e r io , que hab la y ac túa como Hi jo de Dios , yah a b l a b a y a c t u a b a c o m o H i j o d e D i o s d e sd e e l p r i m e r m o m e n t oen que apa rec ía en e scena .

D e l m i sm o m o d o , e n l o s e v a n g e l i o s a p ó c r i f o s q u e a b o r d a nla ju ve n t ud de Je sú s , se p ro duc e com o una « re toyecc ió n» de l a sman i fe s tac iones de pode r y de lo s d ichos de Je sús sob re su p ro -p ia pe r sona du ran te su min i s t e r io púb l i co . Po r cons igu ien te , l ain tenc ión subyacen te e s mos t ra r una con t inu idad a lo l a rgo dela v ida de Jesús . Ya en e l seno de su fami l ia ten ía e l mismo co-noc imien to y pode r que man i fe s tó en su min i s t e r io . Inc lu so seencon t raba con l a misma opos ic ión . Ta l vez haya o ído u s ted unre la to de l Evange l io de l a in fanc ia po r Tomás según e l cua l ,

cuando Je sús e ra un n iño ya hac ía pá ja ros con e l ba r ro que luego




se iban vo lando . Lo que a menudo no se r ecue rda de e se mismore la to e s que c ie r to jud ío a l ve r lo fue a que ja r se a Jo sé po rque

Je sús e s taba t r aba jando con ba r ro en sábado : e l mismo t ipo deacusac ión con t ra Je sús que du ran te su min i s t e r io púb l i co . As í ,l a func ión de lo s pocos re la to s sob re su in fanc ia que t enemos e smás b ien t eo lóg ica y no t an to h i s tó r i ca .

6 1 . En los relatos sobre el nacimiento e infancia de Jesús, des-

taca la figura de María. ¿Cuál es la importancia de María des-

de el punto de vista bíblico?

A es ta p regun ta se t end r ía que con te s ta r hac iendo una d i s t in -c ión en t re lo s eva ng e l io s . Se m en c io na a M ar ía en lo s cua t roevange l ios y a l in ic io de l l ib ro de los Hechos . En e l que los b i -b l i s t a s cons ide ran e l p r imer evange l io , o sea , en Marcos , Mar íasó lo apa rece una vez du ran te e l min i s t e r io púb l i co de Je sús . En3 , 31-35 , y por tan to , a l p r inc ip io de l re la to de Marcos . E l la ylo s he rmanos de Je sús lo buscan , a l pa rece r , pa ra l l evá r se lo de

vue l ta a casa ya que es tán sorprend idos por la in tens idad de sunuevo es t i lo de v ida y por su p red icac ión (c f . 3 , 21) . Su apar i -c ión hace que Je sús p regun te a su s d i sc ípu los qu iénes cons t i tu -yen su fami l ia , e s dec i r , su fami l ia con respec to a la p roc lama-c ión de l re ino de Dios . Jesús es muy con tundente a l dec i r en es tecon tex to que cua lqu ie ra que rea l i c e l a vo lun tad de Dios e s suhermano , su hermana y su madre : en o t ras pa labras , no au tomát i -camen te l a f ami l i a na tu ra l po r nac imien to , s ino una fami l i a que

se const i tuye a l hacerse d isc ípu los suyos . Ese es uno de los te -m a s m á s f u n d a m e n t a l e s c o n r e sp e c t o a l a m a d r e ( y h e r m a n o s )de Je sús en e l nuevo t e s tamen to .

En Ma teo , se r ep i t e l a e scena de Marcos , pe ro l a imagen ge -ne ra l que o f rece Ma teo de Mar ía queda suav izada po r l a ind ica -c ión en e l ca p í t u lo 1 de qu e M ar í a con c ib ió a Jes ús s in la in te r -venc ión de un varón s ino por obra de l Esp í r i tu san to . Por tan to ,

s in n inguna duda Ma teo p re sen ta a l l e c to r una v i s ión pos i t iva deMar ía , aun cuando e sa imagen j amás se e labo ra con todo de ta l l een l a s pág inas ded icadas a su min i s t e r io .

En Lucas hay una eno rme ampl iac ión de l pape l de Mar ía . S ib ien es só lo una f igura que aparece en segundo p lano en e l re la tode l a in fanc ia según Ma teo , en e l de Lucas apa rece como la p ro -tagon i s ta . Y Lucas re sue lve l a t ens ión en t re l a f ami l i a cons t i tu idapo r su s d i sc ípu los y l a f ami l i a na tu ra l de Je sús po r su nac imien -



María 93

to . Lo hace en su desc r ipc ión de la anunc iac ión , en la que Mar íaoye la pa labra de Dios por medio de un ánge l y responde : «Há-

gase en mí según tu palabra» (Le 1 , 38) . Por tanto , s i un disc í-pu lo es aque l que oye la pa labra de Dios y la pone en p rác t ica ,Mar ía se conv ie r t e en l a p r imera d i sc ípu la c r i s t i ana po rque e sla p r imera en o í r la pa labra de Dios y en consen t i r con todo sucorazón que se cumpla . En e fec to , Lucas va más a l lá a l hacerque empiece a p roc lamar l a buena nueva en e l Magn í f i ca t (1 , 46 -55 ) . Lucas de ja c la ro que Mar ía ha s ido e spec ia lmen te f avo rec i -da por Dios y es bendi ta en t re la s muje res . En 2 , 19 .51 se nos

d ice que con respec to a l p lan mis te r ioso de Dios para con su Hi-jo , e l la guarda todas es tas cosas en su corazón , una desc r ipc iónque nos p repara para e l pape l u l te r io r de Mar ía en la v ida púb l i -ca de Je sús . S i b ien Lucas nos t r ansmi te t amb ién aque l l a e scenabás ica de Marcos en l a que l a madre y lo s he rmanos de Je sús vanen su búsqueda , e l imina en e l l a toda opos ic ión en t re su fami l i ana tura l y la fami l ia de sus d isc ípu los (9 , 19-21) . Es ta supres iónde toda oposic ión concuerda con la v is ión de Lucas que ya consi -

de ra a su fami l i a na tu ra l como d i sc ípu los suyos . Y t amb ién ex -p l ica por qué a l in ic io de l l ib ro de los Hechos inc luye a Mar íay a los he rmanos de Jesús , jun to a los Doce y a la s muje res , ene l g rupo reun ido en Je rusa lén pa ra agua rda r l a e fu s ión de l Esp í -r i tu en pen tecos tés . Desde e l p r inc ip io has ta e l f ina l , Mar ía esuna d i sc ípu la obed ien te según l a de sc r ipc ión de Lucas .

E l t r a t amien to que hace Juan , s i b ien con t i ene ma te r i a l d i fe -

ren te a l de Lucas , s í conse rva , en pa r te , una misma tona l idad .En Juan , la madre de Jesús aparece en dos escenas . Al in ic io desu min i s t e r io en Caná , su pe t i c ión a Je sús , imp l íc i t a a l in fo rmarque a lo s an f i t r iones ya no l e s quedaba v ino , se en f ren ta p r imeroa un rechazo o nega t iva que recuerda a l lec to r que la acc ión deJesús ha de gu ia rse no por una neces idad fami l ia r s ino por la ho-ra decre tada por Dios («Aún no ha l legado mi hora» : 2 , 4 ) . S inembargo , cuando l a madre de Je sús se pone a d i spos ic ión de Je -

sús («Haced cuan to é l os d iga») , e s en tonces cuando Jesús rea l izala seña l de conver t i r e l agua en v ino , una seña l que func ionaden t ro de l comet ido que e l Padre le ha conf iado , e l de t rae r a lmundo una nueva bend ic ión d iv ina . La segunda e scena en l a queaparece la madre de Jesús es a l p ie de la c ruz . Só lo Juan menc io-na la p resenc ia de amigos de Jesús a l p ie de la c ruz , y se con-cen t ra en l a s dos f igu ra s cuyos nombres j amás c i t a , a sabe r , e ld i sc ípu lo a qu ien amaba Je sús y l a madre de Je sús . Es ta s dos f i -




gura s t i enen una impor tanc ia s imbó l ica en e l cua r to evange l io .E l d isc ípu lo a qu ien amaba Jesús es e l d isc ípu lo idea l que ha per -manec ido s i empre l e a l a Je sús , inc lu so jun to a l a c ruz ; y se haceen t rega de e s te d i sc ípu lo a l a madre de Je sús como h i jo suyo .Po r t an to , vue lve a apa rece r e l t ema de l a f ami l i a . La ve rdade rafamil ia de Jesús que queda t ras é l jun to a la c ruz y a qu ien en t re -ga e l Esp í r i tu a l exp i ra r , la const i tuyen su madre ( la fami l ia na -tu ra l ) y e l d isc ípu lo amado ( la fami l ia de sus d isc ípu los) y losdos son ahora uno ya que e l d isc ípu lo pasa a se r he rmano de Je -sús y la madre de Jesús pasa a se r la p rop ia madre de l d isc ípu lo .

Po r t an to , aun cuando e l ma te r i a l de l evange l io e s l imi tado ,e l ú l t imo evange l io de ja muy c la ro que hac ia f ina le s de l s ig loI se a t r ibu ía un no tab le pape l en t re los d isc ípu los c r i s t ianos a lamadre de Jesús en d is t in tas pa r tes de la Ig les ia p r imi t iva . En unl i b r o e c u m é n i c o e l a b o r a d o c o n j u n t a m e n t e p o r e sp e c i a l i s t a s e nla B ib l i a ca tó l i cos y p ro te s tan te s , Ma ría en el nuevo testamento

( S i g ú e m e , S a l a m a n c a 3 1994) , hab lábamos de l a « t rayec to r i a» deMar ía . E l pape l de Mar ía aumen ta en l a s secc iones c rono lóg ica -men te pos te r io re s de l nuevo t e s tamen to y en l a Ig le s ia pos te r io rhas ta que se p roc lama a Mar ía l a más pe r fec ta de en t re todos lo sc r i s t i anos . Qu izá s a lgunos de nues t ro s he rmanos y he rmanas p ro -te s tan te s queden pe rp le jo s an te e l de sa r ro l lo pos te r io r de l a ma-r io log ía , pe ro a l menos e s te en foque de l a « t rayec to r i a» , mues t raque e sos de sa r ro l lo s pos te r io re s gua rdan re lac ión con e l nuevot e s t a m e n t o .

62 . Entre los posteriores desarrollos de la mariología, que usted

acaba de mencionar, están la Inmaculada Concepción y la Asun-

ción. ¿Puede usted relacionarlos con el nuevo testamento?

Yo s í c reo que e sa s doc t r ina s pueden re lac iona rse con e l nue -vo t e s tamen to pe ro no de una mane ra s imp l i s t a . A mi en tende r ,no hace fa l ta que a lgu ien en e l s ig lo I hub ie ra expresado la idea

d e q u e M a r í a f u e c o n c e b i d a s in p e c a d o . N i t a m p o c o p o d e m o ssaber s i la gen te de l s ig lo I habr ía pod ido darse cuen ta de queMar ía fue l l evada co rpo ra lmen te a l c i e lo —presumib lemen te de s -pués de su mue r te—. S in embargo , med ian te e l en foque de « t ra -yec to r i a» , expues to en l a p regun ta an te r io r , se puede mos t ra r unaconexión en t re esas ac la rac iones de l e s tado pr iv i leg iado de Mar íay e l pape l de d isc ípu la que se le a t r ibuye con tan ta c la r idad ene l n u e v o t e s t a m e n t o .



María 95

Pe rm í tam e que l e m ues t re e s to con re spe c to a cada un o dee s t o s d o g m a s . L a I n m a c u l a d a C o n c e p c i ó n a t r i b u y e a M a r í a u n a

pr imac ía a l rec ib i r e l p r iv i leg io que todos los d isc ípu los de Jesúsrec iben . Según la fe c r i s t iana , se nos l ib ra de l pecado or ig ina lmed ian te e l bau t i smo . (Cf . l a p regun ta 24 sob re e l sen t ido b íb l i -co de l pecado o r ig ina l ) . Los ca tó l i cos c reemos que Mar ía fueconceb ida s in pecado o r ig ina l : una p repa rac ión de Dios pa ra l apureza de Jesús que se encarnar ía en e l seno de Mar ía . S i Lucasp r e s e n t a a M a r í a c o m o la p r i m e r a d i s c í p u l a , la I n m a c u l a d a C o n -cepc ión nos an t ic ipa que la g rac ia de la redenc ión de Cr is to le

fue dada a Mar ía en p r imer luga r , ya en e l mismo momen to desu concepc ión . Es la p r imera en rec ib i r los f ru tos de la reden-c ión. El don de verse l ibre del pecado orig inal es un don que seda a todos los d isc ípu los , pe ro la p r imera en rec ib i r lo fue la p r i -m e r a d i s c í p u l a c r i s t i a n a .

Por lo que respec ta a la Asunc ión , s i se en t iende en e l sen t idode que Mar ía e s l l evada co rpo ra lmen te a l c i e lo t r a s su mue r te ,

en tonces Mar ía , una vez más , e s la p r imera en rec ib i r un p r iv i le -g io que , en ú l t ima ins tanc ia , se rá conced ido a todos los c r i s t ia -nos . Todos los c reyen tes en Cr is to resuc i ta rán de en t re los muer-to s pa ra se r l l evados co rpo ra lmen te a l c i e lo ; e s t a l ibe rac ión dela mue r te e s f ru to de l a r edenc ión o f rec ida a lo s d i sc ípu los deJe sús . Has ta e l momen to p re sen te só lo l e ha s ido conced ida aMar ía , l a p r imera d i sc ípu la de Cr i s to , pe ro l l ega rá e l momen toen que se o to rga rá a todos lo s demás d i sc ípu los .

Lo que he d icho no ago ta los p r iv i leg ios de Mar ía , n i s iqu ie ratodo lo que l l eva imp l íc i to l a Inmacu lada Concepc ión y l a Asun-c ión ; pe ro s i túa c la ramen te ambos dogmas en l a « t rayec to r i a»de l d isc ipu lado . Considero que también resu l tan de u t i l idad desdeun pun to de v i s t a ecumén ico ya que mues t ran que , inc lu so conce -d iéndose a Mar ía la g rac ia d iv ina , e sa g rac ia d iv ina queda en e lámbi to de todos lo s d i sc ípu los y de l a r edenc ión ob ten ida po rJe sús . D icho con pa lab ra s más senc i l l a s , a t enúa e l t emor p ro te s -tan te de que los ca tó l icos , en sus de fe renc ias pa ra con Mar ía , dea l g ú n m o d o , l a e s t á n e n d i o sa n d o . L o q u e h a c e m o s e s r e c o n o c e rla g rac ia o to rgada por Dios a los d isc ípu los de su Hi jo , en t re losc u a l e s d e s t a c a M a r í a c o m o e l p r i m e r e j e m p l o . E s t e e n f o q u e t a m -b ién ind ica que e s tamos pensando en Mar ía , de acue rdo con l ate rmino log ía b íb l i ca , como la f avo rec ida de mane ra e spec ia l en -t re todas las muje res , por se r la p r imera en dec i r : «Hágase en mí

según tu pa lab ra» .




63 . Los privilegios de María a los que acaba de referirse no se

hallan de manera explícita en las Escrituras. ¿Qué se puede de-

cir del privilegio del nacimiento virginal que mencionan explíci-tamente Mateo y Lucas?

Al igua l que ocu r r ió con l a p regun ta r e fe ren te a l a r e su r rec -c ión (c f . la p regunta 52) , considero que se t ra ta de una p reguntaimpor tan te a l a que se debe re sponde r a ten ta y de ta l l adamen te .P e r m í t a m e e m p e z a r d i c i e n d o q u e s i e m p r e p r e f i e r o h a b l a r d e l aconcepc ión v i rg ina l más que de l nac imien to v i rg ina l . Lo que des -c r iben l a s Esc r i tu ra s e s l a concepc ión de Je sús po r Mar ía s in l ain te rvenc ión de un varón . Algo más ta rde (en e l s ig lo I I ) se com-p le ta e l pensamien to c r i s t i ano d ic iendo que Mar ía d io a luz a Je -sús de una mane ra mi lag rosa , conse rvando l a in teg r idad de suv i rg in idad . A f in de ev i t a r toda con fus ión a l r e spec to p re f i e rou t i l i z a r l a exp re s ió n «con cep c ión v i rg ina l» .

A veces , cuando a lgunas pe r sonas de en t re e l púb l i co p idenmi op in ión con respec to a la concepc ión v i rg ina l , lo hacen con

una c ie r t a ag re s iv idad e inc lu so añad en a lgo pa r ec id o a qu e «co -mo a lgunos d icen que u s ted no c ree en l a concepc ión v i rg ina l» .Por tan to , a l con tes ta r cua lqu ie r p regunta sobre es te da to b íb l ico ,me gusta reca lca r que , desde la p r imera vez que d i una impor tan-te confe renc ia sobre e l tema , a p r inc ip ios de los años 70 , y enlo mucho que he e sc r i to a l r e spec to , inc lu so l ib ros , mi pos tu rah a p e r m a n e c i d o i n m u t a b l e y h a s i d o e n u n c i a d a c o n c l a r i d a d . Y oacep to l a concepc ión v i rg ina l , deb ido p r inc ipa lmen te a l a ense -

ñanza de l a Ig le s ia a l r e spec to . Son muchos lo s b ib l i s t a s p ro te s -t an te s y a lgunos ca tó l i cos , que n iegan l a concepc ión v i rg ina l ,aduc iendo razonamien tos b íb l i cos ; no e s toy de acue rdo con e l lo s ,ya que sos tengo que e l t e s t imon io b íb l i co no con t rad ice l a h i s to -r i c idad de l a concepc ión v i rg ina l . Admi to , no obs tan te , que nose p u e d e d e m o s t r a r l a c o n c e p c i ó n v i r g i n a l a d u c i e n d o e l t e s t i m o -n io b íb l ico , y por eso que p re f ie ro ape la r a la doc t r ina de la Ig le -

s i a pa ra r e so lve r l a s amb igüedades de r ivadas de lo s r e la to s b íb l i -cos . D icho e s to , pe rmí tame aho ra exp l i ca r l a s i tuac ión que haprovocado ta l d iv is ión en t re los b ib l i s tas .

Só lo Ma teo y Lucas menc ionan l a concepc ión de l n iño Je sús ;y s in duda , pa ra e l los la concepc ión por obra de l Esp í r i tu san toen e l seno de la Virgen Mar ía t iene una impor tanc ia teo lóg icaen la que es tán impl icados e l poder c rea t ivo de Dios y lo i r repe t i -b le de l momen to en e l que fue env iado e l Mes ía s . Pe ro además



María 97

hay t amb ién una cues t ión h i s tó r i ca : ¿ fue e l n iño conceb ido s inin te rvenc ión de l va rón? Algunos de los que n iegan la h is to r ic idad

de la concepc ión v i rg ina l , que con tes tan con un «no» a esa ú l t i -ma pregunta , lo hacen as í porque c reen que lo d iv ino y lo mi la -groso son una ton te r ía . Otros de los que n iegan la h is to r ic idadde la concepc ión v i rg ina l c reen en Dios y en lo mi lagroso , pe rop iensan que , en e s te ca so , l a na r rac ión e s pu ramen te s imbó l ica :«nac ido de una v i rgen» no s ign i f ica , según e l los , nac ido s in lain te rvenc ión de un varón , s ino nac ido con la ayuda de un Padred iv ino . Conc re tamen te , yo reca lca r í a , a l d ia loga r con e s te ú l t imo

g r u p o d e b i b l i s t a s , q u e t a n t o M a t e o c o m o L u c a s c o m p r e n d e n eind ican l a concepc ión v i rg ina l como a lgo ob je t ivo (y t amb iénteo lóg ico ) y no s imp lemen te s imbó l ico . Po r t an to , como pa r tede l a r e spues ta a su p regun ta , yo a f i rmar ía ro tundamen te que lo sdos evange l i s t a s que e sc r ib ie ron sob re l a concepc ión v i rg ina l sere fe r í an a e l l a l i t e ra lm en te , aun cua nd o ve ían al m ism o t i em pola g ran impor tanc ia teo lóg ica que ten ía . La cues t ión es s i ace r ta -ron en su ju ic i o h i s tó r i co .

6 4 . ¿Qué clase de prueba se puede aportar sobre algo tan mila-

groso com o la concepción virginal?

Un t ipo de p rueba e s de ca rác te r t eo lóg ico . Muchos c r i s t i anosin te rp re tan l a in sp i rac ión b íb l i ca como a lgo que s ign i f i c a que ,con independenc ia de lo que pensa ra e l e sc r i to r , todo e ra in sp i ra -do po r D ios e in fa l ib le . En consecuenc ia , cuando d igo que Ma teoy Lucas pensaban en una concepc ión v i rg ina l a l p ie de la le t ra ,e l lo s r e sponde r ían que en tonces no hab r ía l a menor duda de quetuvo luga r d icha concepc ión , ya que Dios gu iaba a lo s evange l i s -tas en cada uno de los mensa jes e leg idos . En mi op in ión , los ca -tó l i cos no compar ten un sen t ido t an s imp l i s t a de l a ine r ranc iab íb l ica . La Bib l ia enseña f ie lmente y s in e r ro r aque l la ve rdad queDios ha p ropues to pa ra nues t ra sa lvac ión , d ice e l conc i l io Va t i -

cano I I ( Dei Verbum, 3, 11) . Creo que lo que se quiere decir esq u e p a r a j u z g a r l a i n e r r a n c i a n o p o d e m o s s i m p l e m e n t e p r e g u n t a rqué quer ía dec i r e l e sc r i to r ; también nos hemos de p regunta r has-ta qué punto lo que t ransmit ía e l au tor e ra pa ra nues t ra sa lvac ión .

Po r t an to , pa ra lo s ca tó l i cos , e l f a c to r t eo lóg ico pa ra juzga rla h is to r ic idad de la concepc ión v i rg ina l se r ía la enseñanza dela Ig les ia , más que la ine r ranc ia de la Escr i tu ras . La Ig les ia jamásha a f i rmado n i en e l c redo , n i en un conc i l io n i en a lguna dec ía -




rac ión papa l , que la h is to r ic idad l i te ra l de la concepc ión v i rg ina lsea una reve lac ión d iv ina y que deba acep ta r se como a r t í cu lo defe . No obs tan te , med ian te su enseñanza o rd ina r ia , que e s o t ra

manera de ind ica r lo que es de fe , c reo que la Ig les ia ha ins is t idoimp l íc i t amen te en l a h i s to r i c idad de l a concepc ión v i rg ina l . Pues -to que , como ca tó l i co , cons ide ro l a enseñanza no rma t iva de miIg les ia , basada en la Bib l ia , como una ayuda espec ia l en aque l loscasos en que la Bib l ia aparece poco c la ra o dec is iva , yo s í acep tola c o n c e p c i ó n v i r g i n a l.

N o o b s t a n t e , t a m b i é n q u i e r o d e j a r c o n s t a n c i a d e q u e a l g u n o s

teó logos ca tó l i cos no e s tán de acue rdo con mi in te rp re tac ión dela concepc ión v i rg ina l como doc t r ina de l a Ig le s ia enseñada in fa -l ib lemen te po r e l mag is te r io o rd ina r io ; c reen que soy demas iadoconse rvado r a l r e spec to . S in embargo , a l igua l que con e l t emade l a r e su r recc ión co rpo ra l ( c f . l a p regun ta 52 ) , du ran te e s to s ú l -t imos ve in te años , lo s ó rganos de enseñanza o f i c ia l de l a Ig le s iac a t ó l i c a h a n r e a c c i o n a d o m u y se v e r a m e n t e c o n t r a l o s t e ó l o g o sq u e h a n n e g a d o p ú b l i c a m e n t e l a h i s t o r i c i d a d d e l a c o n c e p c i ó n

v i rg ina l , con lo que queda de man i f i e s to que , a ju ic io de l a Ig le -s i a , l a concepc ión v i rg ina l no e s s imp lemen te una desc r ipc ións i m b ó l i c a .

Hay o t ro t ipo de p rueba que todos debe r ían cons ide ra r , inc lu -so aque l los que no acep tan n i la teor ía de la ine r ranc ia de la Es-c r i tu ra n i la enseñanza de la Ig les ia . Me es toy re f i r iendo a l te s-t imon io que e s tá p re sen te en e l p rop io t ex to b íb l i co . La mayorpa r te de b ib l i s t a s co inc iden en que no hay re fe renc ia a lguna ene l nuevo t e s tamen to a l a concepc ión v i rg ina l de Je sús , excep toen M t 1 y Le 1. S in em ba rg o , con ind ep en de nc ia en t re s í , e s to sdos evange l is tas es tán de acuerdo con e l la , s i b ien la s i túan encontex tos muy d is t in tos , lo que ind ica que se t ra ta de una ideaan te r io r a ambos ; y , po r t an to , no podemos desca r ta r l a , s in más ,como s i se t ra ta ra de a lgo más ta rd ío . En El nacimiento del Me-

sías ya es tud ié los a rgumentos con t ra r ios a la h is to r ic idad de la

concepc ión v i rg ina l ana l i zando lo que pudo habe r l l evado a quelos p r imeros c r i s t i anos c rea ran t a l idea , tomándo la , po r e jemp lo ,de los re la tos paganos de las un iones de los d ioses con las muje -res , o a part i r de Is 7 , 14 , con su profecía de que una joven da-r í a a luz un n iño y l e pondr ía po r nombre Emmanue l (p ro fec íaque a l se r t raduc ida a l g r iego des tacó la v i rg in idad de la joven) .No voy a en t ra r aho ra en e sa a rgumen tac ión , pe ro he l l egado ala conc lus ión de que n inguno de e s to s a rgumen tos exp l i ca su f i -



María 99

c ien temen te l a génes i s de l a idea de l a concepc ión v i rg ina l . Po rtan to , l a exp l i cac ión h i s tó r i ca apa rece como la más p laus ib le , lo

cua l no qu ie re dec i r que quede p robada .Pa ra a lgunos , e s to s igue s i endo in su f ic ien te . Les mo le s ta ques iga p ro fe sando mi fe en l a concepc ión v i rg ina l , aun cuando e lt e s t imon io b íb l i co no acabe de se r de f in i t ivo , y me de je gu ia rpor la enseñanza de la Ig les ia . (Al pa recer , ta l pos tu ra no es de lag rado n i de qu ienes n iegan l a concepc ión v i rg ina l n i de qu ienesla de f ienden) . Pero no me preocupa . S i la Bib l ia d i je ra c la ramen-te una cosa y la Ig les ia d i je ra c la ramante o t ra , acep ta r ambas a

la vez se r í a e squ izo f ren ia . Pe ro , dado que , t an to e l an t iguo comoe l n u e v o t e s t a m e n t o , son f r u t o d e u n a s c o m u n i d a d e s c r e y e n t e s ,no veo con t rad icc ión a lguna en acep ta r que l a v ida o rd ina r ia deesa s comun idades pueda se rv i r de e lemen to in te rp re ta t ivo e i lu -mine la pa r te oscura de l tex to b íb l ico . Pre f ie ro eso a imponer untes t imonio b íb l ico , ins is t iendo en su c la r idad y ev idenc ia abso lu-t a s , c u a n d o s i m p l e m e n t e e s o sc u r o .

6 5 . Observé que cuando describía el papel d e María en los

evangelios hacía referencia a la madre y a los «herm anos» de

Jesús. ¿No es esa una expresión protestante?

P a r a h a b l a r so b r e l a p a l a b r a « h e r m a n o s» c o n v i e n e e m p e z a rp re sen tando a lo s que son des ignados con e sa pa lab ra , y s in du -da , e l más famoso e s uno que se l l amaba San t i ago . Hay va r io s

Sant iagos en e l nuevo tes tamento . En las l i s tas de los Doce e le -g idos po r Je sús t enemos a San t i ago , e l he rmano de Juan , que e sh i jo de l Zebedeo , y a San t i ago e l «de Al feo» (p robab lemen te h i jode Al feo ) . S in embargo , e l San t i ago en cues t ión no pe r tenece a lg rupo de los Doce , pe ro es a é l a qu ien Pab lo l lama «e l he rmanodel Señor» (Gál 1 , 19) . Me 6 , 3 y Mt 13, 55 lo nombran entrecua t ro «he rmanos» de Je sús : San t i ago , Jo sé ( Joseph ) , S imón yJu d a s . C o m o r e sp o n sa b l e d e l o s c r i s t i a n o s d e J e r u sa l é n , e s t e

San t i ago fue uno de lo s hombres más impor tan te s de l a Ig le s iapr imi t iva . A é l se a t r ibuye la «Car ta de San t iago» de l nuevot e s t a m e n t o . S u p o n g o q u e d e b i d o u n a s i m p l i f i c a c i ó n e x a g e r a d a ,lo s c r i s t i anos pos te r io re s iden t i f i c a ron a dos de lo s «he rmanos»de Jesús , San t iago y Judas , con dos de los Doce que ten ían e lmismo nombre . Es un e r ro r . En Hech 1 , 13-14 se puede aprec ia rcon c la r idad que los Doce son una cosa y los «hermanos» de Je -

sús o t ra .




En e l nuevo t e s tamen to va r ia s veces apa recen e l «he rmano»(o a lo s «he rmanos» ) de l Seño r ( Je sús ) emp leando l a pa lab ra no r -ma l g r i ega que s ign i f i c a he rmano , y Marcos y Ma teo , en l a c i t aa que an te s h ice r e fe renc ia , hab lan igua lmen te de l a s «he rmanas»de Jesús . En una t raducc ión ing lesa ca tó l ica se t ra tó de so luc io-na r e l p rob lema de lo s he rmanos empleando l a pa lab ra brethren

en lugar de brothers, p e r o a m b a s s i g n i f i c a n l o m i sm o ( « h e r m a -nos») , s iendo la p r imera una fo rma a rca ica de la segunda , s in quefuera pos ib le , por o t ra pa r te , e l uso para le lo de una pa labra a r -c a i c a ( h i p o t é t i c a m e n t e sistren) a l te rna t iva a la pa labra sisters

(«he rmanas» ) . Hemos de a tene rnos a l a t r aducc ión l i t e ra l de lo r ig ina l g r i ego s in t r a t a r de expu rga r lo o mod i f i ca r lo pa ra a s íev i t a r o t ra s p regun ta s . Y a s í , con te s tando a su p regun ta , l a ex -p re s ión « lo s he rmanos de Je sús» no e s una exp re s ión p ro te s tan tes ino b íb l i ca .

6 6 . ¿Puede hablarnos de la enseñanza de la Iglesia católica

según la cual María permaneció virgen?

Muchas veces se d ice que se t r a t a de una enseñanza «ca tó l i -ca» , pe ro e s mucho más que e s to . La Ig le s ia o r todoxa y l a o r i en -t al , a s í c o m o m u c h o s a n g l i c a n o s / e p i s c o p a l i a n o s ( p e r t e n e c i e n t e sa l a Ig le s ia A l ta ) c reen t amb ién que Mar ía pe rmanec ió v i rgen .Aunque lo s p ro te s tan te s , po r lo gene ra l , c reen que lo s he rmanosy he rmanas de Je sús , menc ionados en e l nuevo t e s tamen to , sonh i jo s de Mar ía , y que , po r t an to , no pe rmanec ió v i rgen , é se no

fue un p rob lema re levan te en lo s t i empos de l a Re fo rma . Creor e c o r d a r q u e L u t e r o , C a l v i n o y Z u i n g l i o , t o d o s e l l o s , e m p l e a b a nla expres ión « la s iempre v i rgen» (una an t igua desc r ipc ión de Ma-r í a ) s i n n i n g u n a o b j e c i ó n . E v i d e n t e m e n t e l a m o d e r n a d i s c u s i ó nsurg ió a lgo más ta rde , a pa r t i r de una lec tu ra l i te ra l de l nuevot e s t a m e n t o .

También se impone o t ra d is t inc ión . Ev iden temente , s i aque l los

a q u i e n e s e l n u e v o t e s t a m e n t o l l a m a h e r m a n o s y h e r m a n a s d eJe sú s e r a n su s h e r m a n o s y h e r m a n a s c o n sa n g u í n e o s , e n t o n c e sM a r í a n o p e r m a n e c i ó v i r g e n . P e r o a u n q u e n o f u e r a n su s h e r m a -n o s y h e r m a n a s c o n sa n g u í n e o s , e so t o d a v í a n o p e r m i t e a f i r m a rque Mar ía pe rmanec ie se v i rgen . La v i rg in idad pe rmanen te de Ma-r í a e s a lgo que va más a l l á de cua lqu ie r t e s t imon io documen ta lque t engamos y rep re sen ta una a labanza de Mar ía que su rge denues t ra f e . Los ca tó l i cos l a cons ide ramos doc t r ina de l a Ig le s ia ,



María 101

s in que e l lo compor te necesa r i amen te que Mar ía d i j e ra a a lgu ienq u e p e r m a n e c i ó s i e m p r e v i r g e n . A c e p t a m o s e s t a d o c t r i n a d e « l a

s iempre v i rgen» no basándonos en e l tex to b íb l ico , s ino en la re -flex ión c r i s t ian a sob re la san t idad de M ar ía y sob re la m an er acomo se exp re só d icha san t idad en su v ida .

6 7 . No lo entiendo. Dice usted que, según la doctrina católica,

María permaneció virgen, pero dice también que el nuevo testa-

mento habla de los «hermanos y hermanas» de Jesús. ¿Por qué

los llama así el nuevo testamento?

M e e s t á h a c i e n d o u n a p r e g u n t a c o m p l e j a y t e n d r á q u e p e r d o -narme s i le doy una respues ta más b ien comple ja . S i b ien e l nue-vo t e s tamen to emplea l a exp re s ión de lo s «he rmanos y he rma-nas» de Jesús , en rea l idad nunca d ice que sean h i jos de Mar ía .E s v e r d a d q u e l o s h e r m a n o s a p a r e c e n f r e c u e n t e m e n t e c o n M a r í a(por e jemplo, Me 3 , 32; 6 , 3 ; Jn 2 , 12; Hech 1 , 14) . Esta concu-r renc ia , más e l emp leo de l a pa lab ra g r i ega no rma l que des ignaa l he rmano consangu íneo , pod r ía muy b ien l l eva rnos a l a conc lu -s ión de que és tos e ran h i jos de Mar ía s i no hubie ra a lguna prue-ba de lo contrar io . En e l caso de que yo le d i jera : «Hoy he vistoa su madre y a su s he rmanos» , lo s que me oye ran pensa r ían ob -v iamen te en o t ro s h i jo s de su misma madre .

No obs tan te , a p r inc ip io s de l s ig lo I I , según podemos ve r enuno de lo s r e la to s de un evange l io apóc r i fo , e l p ro toevange l io

de San t iago (c f . p regunta 10) , ya hab ía una t rad ic ión que sos ten íaque no se t ra taba de h i jos de Mar ía . En e l e laborado re la to deese evange l io , Jo sé e s un hombre anc iano y v iudo , que cuandose ca só con Mar ía ya t en ía h i jo s . Po r cons igu ien te , cuando Je súsnace de Mar ía , lo s h i jo s de José se conv ie r t en en sus he rmanosy he rmanas . Es ta e s una so luc ión ingen iosa po rque exp l i ca nosó lo e l l l amar lo s «he rmanos y he rmanas» , s ino t amb ién su a so -c iac ión con Mar ía : p re sumib lemen te , Jo sé ya hab ía mue r to cuan -

do Je sús in ic ió su min i s t e r io púb l i co y Mar ía hab ía c r i ado a to -dos esos h i jos como s i de h i jos p rop ios se t ra ta ra . También exp l i -c a c ó m o M a r í a p u d o p e r m a n e c e r v i r g e n i n c l u so e s t a n d o c a sa d acon José . Debemos se r honrados para reconocer que e l p ro toevan-ge l io de San t iago ( f í je se a qué au tor se le a t r ibuye : un «herma-no» de Je sús que deb ía conoce r l a h i s to r i a de su fami l i a ) apenaspuede aduc i r se como una fuen te h i s tó r i ca f i ab le . Con todo , r e f l e -j a u n a t r a d i c i ó n q u e e m p e z ó m u y p r o n t o .




En e l nuevo t e s tamen to se encuen t ra una pequeña p rueba deque los «hermanos» no e ran hermanos consanguíneos . En la esce -na de la c ruc i f ix ión , en Me 15 , 40 y Mt 27 , 56 se l lama a unade l a s mu je re s que e s taban mi rando de l e jo s , «mar ía de San t i agoy Jo sé ( Jo se p h ) » , p r e su m i b l e m e n t e l a m a d r e d e S a n t i a g o y Jo sé .Es to s son lo s nombres de dos de lo s he rmanos de Je sús y qu izá sen es ta escena se d ice que son los h i jos de o t ra muje r l lamadaMar ía . (N i Marcos n i Ma teo se r e fe r í an a Mar ía , l a madre de Je -sús , como la «de San t i ago y José» ) , Es ta in fo rmac ión con f i rmar íala t r ad ic ión posb íb l i ca de l p ro toevange l io de San t i ago , de que

los «he rmanos y he rmanas» no e ran h i jo s de l a V i rgen Mar ía .¿Por qué la te rmino log ía «hermanos y hermanas»? Ya he d ichoque no rma lmen te l a s pa lab ra s g r i egas se r e f i e ren a he rmanos yhe rmanas u te r inos o consangu íneos . S in embargo , s i hay mo t ivosp a r a so sp e c h a r q u e n o e r a n h e r m a n o s y h e r m a n a s c o n sa n g u í n e o s(y só lo en ta l caso) recurr i remos a la te rmino log ía semí t ica quepodr ía haber in f lu ido a l t raduc i r a l g r iego . Por un lado , s i b ienen e l g r iego hay pa labras pa ra des ignar a los «pr imos» , «herma-nas t ros» , «medio hermanos» , e tc . , los té rminos g r iegos empleadosen los evange l ios pueden haber suf r ido la in f luenc ia de tempranasre fe renc ia s c r i s t i anas a l a f ami l i a de Je sús , exp re sadas en a rameoo en hebreo . A d i fe renc ia de l g r iego , es tas lenguas semí t icas delos t iempos de Jesús ca rec ían de un vocabula r io p rec iso para unaampl ia gama de re lac iones f ami l i a re s . Re f le jaban , más b ien , unor igen t r iba l , en e l que los miembros de una misma t r ibu , c lan

o fami l ia e ran considerados hermanos y hermanas , s in que impor-t a ra su pa ren te sco exac to . Un e jemplo c lá s ico e s e l emp leo de«hermanos» en Gén 13 , 8 pa ra desc r ib i r la re lac ión en t re Lot yA b r a h á n , c u a n d o L o t e r a m á s e x a c t a m e n t e so b r i n o d e A b r a h á n .Acog iéndonos a e s to , se puede a rgü i r que lo s hombres y mu je re sa los que se l lama «hermanos y hermanas» de Jesús rec iben es tades ignac ión de acue rdo con una imprec i sa t e rmino log ía « t r iba l»semít ica y , en rea l idad , e ran par ien tes más le janos , o sea , que no

eran h i jos de Mar ía . Ins is to en que no deber ía segu i rse es te p roce-dimiento , a no ser que se tuviesen otras pruebas de que no se t ra tad e h e r m a n o s y h e r m a n a s c o n sa n g u í n e o s .

68 . Siempre se nos dijo que los hermanos de Jesús eran primos.

A los ca tó l icos se le s enseñó eso , pe ro no «s iempre» . En laIg le s ia occ iden ta l , san Je ró n im o fue po r tavo z de una so luc ión



María 103

que d i fe r í a de l a o f rec ida po r e l p ro toevange l io de San t i ago . SanJe rón imo e s taba in te re sado no só lo po r l a v i rg in idad de Mar ía

s ino t amb ién po r l a v i rg in idad de José como s ímbo lo que e s t imu-la ra una v ida monás t i ca y cé l ibe . Po r cons igu ien te no e ra de suag rado l a exp l i cac ión que o f rec ía e l p ro toevange l io de que Joséten ía h i jo s de un ma t r imon io an te r io r . Una exp l i cac ión a l t e rna -t iva dec ía que e ran h i jos de un hermano de José o de una herma-na de Mar ía . No voy a c rea r una mayor con fus ión apo r tando lo scompl icados a rgumentos que ava lan esas te s is . En cua lqu ie r caso ,l a in te rp re tac ión que conve r t í a a lo s «he rmanos y he rmanas» de

Jesús en p r imos suyos se convi t ió en e l pun to de v is ta cas i un i -versa l de la Ig les ia occ iden ta l , y ese es e l mot ivo por e l que lesre su l t a f ami l i a r a lo s ca tó l i cos . S in embargo , hab r ía que reca lca rque la doc t r ina de la Ig les ia sobre la v i rg in idad permanente deM a r í a j a m á s i n d i c ó c ó m o se d e b í a e n t e n d e r l o d e l o s h e r m a n o s .

Ta l vez se es tén d ic iendo: «¿Por qué l legó a cobra r tan ta im-por tanc ia e l hecho de s i Mar ía tuvo más h i jos?» . Algunos inc luso

se pueden e s ta r p regun tando con mayor r ad ica l idad : «¿A qu iénle impor ta?» . S in embargo , é s te fue ya un pun to con t rove r t idoen l a an t igüedad , ya que en con t ra de l p ro toevange l io de San t i a -go hubo un d i s t ingu ido t eó logo , Te r tu l i ano , que iden t i f i có a lo s« h e r m a n o s» c o m o h i j o s n a c i d o s d e M a r í a , p e r o s a n J e r ó n i m o e s -c r ib ió con v io len ta ind ignac ión con t ra qu ienes defend ían ese pun-to de vista .

En cuan to a la impor tanc ia ac tua l de l tema , la cues t ión de s i

Mar ía hab ía ten ido o t ros h i jos engendrados por José só lo se p lan-teó t r a s l a Re fo rma p ro te s tan te . En t re lo s p ro te s tan te s fue toman-do cue rpo l a idea de que e l nuevo t e s tamen to t en ía que l ee r sesegún sus p rop ios t é rminos (donde se hab la de «he rmanos y he r -manas» ) s in l a in f luenc ia de una pos te r io r t r ad ic ión , con inde -pendenc ia de s i la t rad ic ión es taba represen tada por e l p ro toevan-ge l io que hab laba de lo s h i jo s de José hab idos en un ma t r imon ioan te r io r , o po r un pad re de l a Ig le s ia como san Je rón imo , quehab laba de lo s p r imos de Je sús . S in embargo , t r a s e s te en foquede l nuevo tes tamento tomado a l p ie de la le t ra se escondía o t rap rob lemá t ica , a sabe r , l a de l va lo r de l ma t r imon io y e l c e l iba to .M u c h o s p r o t e s t a n t e s q u e m a n t e n í a n q u e M a r í a t u v o m á s h i j o sc r i t i c aban imp l íc i t amen te que lo s sace rdo te s ca tó l i cos no se ca sa -ran y c rea ran una fami l i a . Muchos de lo s ca tó l i cos que e s tabana favo r de l a v i rg in idad de Mar ía de fend ían imp l íc i t amen te e l

va lo r de l c e l iba to como v i r tud evangé l i ca y , po r t an to , ensa lza -




ban e l c e l iba to de lo s sace rdo te s y l a v i rg in idad . Como comen ta -r io a e s te ú l t imo pun to , pe rmí tame que in s i s t a en que noso t ro slo s c r i s t i anos que pe rmanecemos l ea le s a l a t r ad ic ión de l a - s i em-p r e - v i r g e n - M a r í a d e b e m o s h a c e r l o s i n d e n i g r a r n i e l m a t r i m o n i on i la fami l ia . Debemos tener c la ro en nues t ra mente que s i t rase l n a c i m i e n t o d e J e sú s M a r í a h u b i e r a c o n c e b i d o d e u n a m a n e r ano rma l y hub ie ra t en ido h i jo s , hab r ía s ido una acc ión san ta ben -dec ida po r D ios , como lo fue su dec i s ión de pe rmanece r v i rgen ,dec i s ión que va imp l íc i t a cuando dec imos que fue l a « s iempre -v i r g e n » .

En cuan to a l a d i spu ta que p ros igue hoy en d ía , pod r íamosencontra r a lguna ayuda en la respues ta dada en un l ib ro ecuméni-co redac tado po r b ib l i s t a s pe r t enec ien te s a d ive r sa s Ig le s ia s , Ma-

ría en el nuevo testamento, S i g ú e m e , S a l a m a n c a 3 1 9 9 4 , 7 2 - 7 8 .Los au tores de esa obra co inc iden en que la p regunta de s i Mar íatuvo o t ro s h i jo s de José n i se p lan tea d i rec tamen te en e l nuevote s tamen to n i se con te s ta de mane ra inequ ívoca . Más b ien , po rm o t i v o s c o m p r e n s i b l e s q u e d e p e n d e n d e l a d i s t i n t a v a l o r a c i ó n

de in tu ic iones pos te r io re s de l a Ig le s ia , lo s c r i s t i anos han dadod i s t i n t a s r e sp u e s t a s .

Los ca tó l i cos con te s tamos a e s ta p regun ta , a l a luz de l a doc -t r ina de nues t ra Ig le s ia , que Mar ía pe rmanec ió v i rgen , lo cua l ,so s tenemos , c l a r i f i c a l a imagen dudosa que p re sen tan l a s Esc r i tu -r a s . D e b e r í a m o s a b s t e n e r n o s d e c o n s i d e r a r c o m o n o c r i s t i a n o sa q u i e n e s i n t e r p r e t a n e l n u e v o t e s t a m e n t o d e m a n e r a d i f e r e n t e ;

e l lo s debe r ían abs tene r se de l l amarnos no b íb l i cos cuando hab la -m o s d e l a - s i e m p r e - v i r g e n - M a r í a . L a d i f e r e n c i a e n c u a n t o a e s t ac reenc ia no emana de l a B ib l i a ; l a d i fe renc ia de r iva , en g ran pa r -te , de la au tor idad de la t rad ic ión y de la enseñanza de la Ig les ia .

6 9 . Perm ítame que vuelva a pasar de María a Jesús. Inevitable-

men te, mucho de lo que usted ha com entado se refiere a relatos

del evangelio sobre Jesús, su significado, su exactitud, etc. Pero,

¿qué es lo que podemos saber con certeza sobre Jesús mismo?

Doy po r supues to que u s ted no e s tá hab lando ace rca de unace r teza ma temá t ica o de una ce r t eza de l a s c i enc ia s f í s i c a s s inode l a r azonab le ce r t eza o de l a e l evada ve ros imi l i tud p rop ia s delo s a sun tos humanos , po r e jemp lo , e l t ipo de ce r t eza que yo t en -dr ía ace rca de la v ida y de las acc iones de a lgu ien a qu ien conoz-co . A lgunos b ib l i s t a s l e da r í an a u s ted una re spues ta e scép t i ca



El conocimiento de Jesús 105

d ic iéndo le que e s muy poco lo que podemos sabe r sob re Je sús .A u n q u e y o so y o p t i m i s t a so b r e n u e s t r o c o n o c i m i e n t o d e J e sú s ,

no voy a t ra ta r de dar le una l i s ta exhaust iva , n i tampoco un in -fo rme de ta l l ado de su v ida , como , po r e jemp lo , que nac ió en Be -lén , se c r ió en Nazare t , fue bau t izado por Juan , pa ra in ic ia r f i -n a l m e n t e u n m i n i s t e r i o d e p r e d i c a c i ó n m e d i a n t e p a r á b o l a s y c u -rac iones , e t c . Me imag ino que u s ted que r r í a más de ta l l e s de lo sque se pueden dar en es te t ipo de respues tas , de manera que lerecomiendo e l l ib ro de Ge rd The i ssen , La sombra del Galileo.

Las investigaciones histórica sobre Jesús traducidas a un relato

( S i g ú e m e , S a l a m a n c a 6 1995) . Se t ra ta de un exce len te b ib l i s taque desa r ro l l a en fo rma na r ra t iva una imagen de Je sús y de sut i empo comprens ib le a l hombre de hoy y aco rde con e l e s t adoac tua l de la inves t igac ión . En cua lqu ie r caso , s i us ted t iene a lgu-n o s p u n t o s c o n c r e t o s , m e e n c a n t a r í a c o n t e s t á r s e l o s c o m o m e j o rsu p i e r a .

7 0 . Pues sí, tengo un punto concreto. Qu iero saber qué enseñóJesús sobre sí mismo. ¿Sabía que era Dios?

He aquí una de las ra ras ocas iones en que qu is ie ra que se vo l -v ie ra a fo rmu la r l a p regun ta , po rque t a l como us ted l a p lan tease p re s ta a que una re spues ta in te l ig ib le sea ca s i impos ib le . Med isgu s tan eno rm em en te lo s jue go s de pa lab ra s y t engo e se m ism ose n t i m i e n t o d e d e sc o n f i a n z a q u e t i e n e n m u c h o s c u a n d o a l g u i e n

d ice : «¿Qué qu ie re dec i r con e sa pa lab ra?» . S in embargo , deboplan tea r e l tema aqu í de qué qu ie re dec i r , qu ien fo rmula la p re -gun ta , con l a pa la b ra «D ios» . La p regun ta se r e f i e re a Je s ús , unjud ío ga l i leo de l p r imer te rc io de l s ig lo I , pa ra qu ien «Dios» ten-d r ía un de te rminado s ign i f i cado deb ido a su fo rmac ión y a l l en -gua je t eo lóg ico de su t i empo . Pa ra s imp l i f i c a r (o qu izá s más ques imp l i f i c a r ) pe rmí tame dec i r que yo c reo que pa ra un jud ío deaque l t iempo la idea de «Dios» deber ía se r la de aque l que hab i taen los c ie los , en t re o t ros muchos a t r ibu tos . Por tan to , s i se hub ie -ra p lan teado es ta p regunta a Jesús en la t ie r ra : «¿Crees que e resDios?» hubie ra s ign i f icado para é l s i c re ía que e ra aque l que ha-b i ta en e l c ie lo . Y se comprende que ésa habr ía s ido una p regun-ta mal p lan teada , ya que Jesús hab i taba v is ib lemente en la t ie r ra .De hecho , jamás se le h izo ta l p regunta ; lo más que se le p regun-tó fue acerca de su re lac ión con Dios . Se puede cap ta r e l sabor

de ese lengua je y de ese p rob lema en la escena de Me 10 , 17-18 :




un hombre se d i r ige a Je sús como «maes t ro bueno» y Je sús con -te s ta : «¿Por qué me l l amas bueno? Nad ie e s bueno s ino Dios» .

Se puede ve r un d i s t anc iamien to en t re Je sús y e l t é rmino «Dios» .S in em barg o , y m uy ac e r tad am en te , se po d r ía seña la r qu e eno t ro evange l io se a laba a Tomás po r d i r ig i r se a Je sús como «Se -ñor mío y Dios mío» (Jn 20 , 28) . La c lave de esa expres ión es táen que se encuen t ra en e l cuar to evange l io esc r i to a f ina les de ls ig lo I . Yo d i r ía que en aque l en tonces , y dado e l empeño queten ían los c r i s t ianos por com pre nd er a Jesús , é s tos hab ían am pl ia -do , en c ie r to sen t ido , e l s ign i f icado de la pa labra «Dios» . Para

e l los ya no s ign i f icaba s implemente e l Padre de l c ie lo ; quer ía de -c i r también e l Hi jo en la t ie r ra . Habían l legado a da rse cuen tade que Je sús e s taba t an ín t imamen te r e lac ionado con Dios , t anl leno de la p resenc ia de Dios , que e l té rmino Dios pod ía ap l ica r -se tan to a é l como a l Padre de l c ie lo . Permí tame reca lca r quees to no supone un cambio en Je sús ; supone un cambio y un p ro -g re so en l a pe rcepc ión c r i s t i ana de qu ién e ra é l . D icho p rog re sop ros igu ió de mane ra que en e l conc i l io de Nicea , a p r inc ip io s de ls ig lo IV, los c r i s t ianos desc r ib ían a l Hi jo de Dios como «Diosve rdade ro de Dios ve rdade ro» . E l impac to de Je sús y l a r e f l ex iónque o r ig inó cambió todo e l l engua je t eo lóg ico de qu ienes c re íanen é l , inc luyendo e l t é rmino «Dios» .

Una vez ac la rada (a s í e spe ro ) l a d i f i cu l t ad de l l engua je , s i mepe rmi te r e fo rmu la r su p regun ta de una mane ra que con f ío sea f i e la su in tenc ión , voy a t ra ta r de con tes ta r la . Acep tando que e l té r -

mino «Dios» se fue de sa r ro lando has ta r ep re sen ta r pa ra lo s c r i s -t i anos una ve rdade ra in tu ic ión de l a iden t idad de Je sús , c reo quesu p regun ta se pod r ía fo rmu la r a s í : «¿Sab ía Je sús que t en ía unaiden t idad que sus seg u ido re s l lega r ían a co m pre nd e r m ás t a rdeen e l sen t ido de que e ra Dios? S i e ra Dios (y los c r i s t ianos , ensu mayor ía , e s tán en eso de acuerdo) , ¿ sab ía é l qu ién e ra?» . Creoque la respues ta más senc i l la es s í . Ev iden temente , no hay mane-ra de demos t ra r una re spues ta a f i rma t iva , po rque no t enemos ma-

te r ia l que desc r iba toda su v ida . S in embargo , con e l mate r ia l quese nos da en el eva ng e l io , se m ues t r a s i em pre a Je sú s co ns c ie n tede una re lac ión pa r t i cu la r con Dios , que l e pe rmi te hab la r cont remenda au to r idad . Jamás apa rece una e scena en l a imagen quenos o f rece e l evange l io en l a que de scub ra a lgo de s í mismo queya no sup ie ra an tes . Soy consc ien te de que lo que es toy d ic iendova en con t ra de a lgunas op in iones popu la re s según l a s cua le sJe sús hab r ía de scub ie r to su iden t idad en e l bau t i smo o en a lgún




o t ro momen to , pe ro no hay p ruebas de t a l e s op in iones . La e scenade l ba u t i s m o e s tá r e se ñad a pa ra dec i rn os a qu ien es la l e e m osquién es Jesús , no para dec i r le a é l qu ién e ra .

71. Pero ¿sus conocimientos no se incrementaron ? ¿habría sido

humano de haber sabido quién era durante toda su vida?

Permí tame empeza r po r l a segunda pa r te de su p regun ta . Us-ted , como yo , que somos se re s humanos , ¿ en qué momen to den u e s t r a e x i s t e n c i a a v e r i g u a m o s q u e so m o s h u m a n o s y l o q u e e sos i g n i f i c a ? E n c i e r t o s e n t i d o , ¿ n o s a b e m o s q u e so m o s h u m a n o sd e sd e e l p r i m e r m o m e n t o e n q u e p o d e m o s p e n sa r ? E n e se m o -men to t a l vez no sepamos todas l a s imp l icac iones que compor tase r humanos , y c ie r tamente no tenemos vocabula r io pa ra expresa rlo que s ign i f i c a se r humanos . De hecho , e s d i f í c i l encon t ra r unade f in ic ión de lo que s ign i f i c a se r humanos . S in embargo , sabe -m o s q u e s o m o s h u m a n o s .

Por an a lo g ía , ¿ se po dr ía a p l ica r a lgo s im i la r a Jesú s de qu ie nsa b e m o s q u e h a s i d o v e r d a d e r a m e n t e d i v i n o y v e r d a d e r a m e n t ehumano? ¿por qué no han de c ree r los c r i s t ianos que é l supoqu ién e ra de sde e l p r imer momen to en que empezó a ac tua r sum e n t e h u m a n a ? E so n o s i g n i f i c a b a q u e p u d i e r a e x p r e sa r c o n p a -labras humanas lo que s ign i f icaba se r Dios , y de ah í que en lap regun ta an te r io r fue ra t an cau to con re spec to a l a t e rmino log ía .P o d e m o s s a b e r q u e so m o s h u m a n o s s i n q u e s e p a m o s e n c o n t r a re l l engua je adecuado pa ra exp re sa r lo ; Je sús pod ía sabe r que e raDios s in que pud ie ra encon t ra r e l l engua je humano que exp re sa raqu ién e ra é l . Y mi op in ión es , d icho sea de paso , que eso exp l icapor qué la c r i s to log ía es tá muy impl íc i ta en los t res p r imerosevange l ios , e s dec i r , no es una c r i s to log ía en la que los té rminosnos d igan qu ién es Jesús , s ino una c r i s to log ía en la que descubr i -mos qu ién es oyendo lo que d i jo y e l tono en que lo dec ía , y ob-

se rvando lo que h izo y e l poder y la au tor idad con que lo hac ía .S in embargo , pe rmí tame vo lve r a l a p r imera pa r te de su p re -gun ta con re spec to a su se r humano que va inc remen tando g ra -dua lmen te su s conoc imien tos . S i pa rece que Je sús sab ía qu iénera a lo largo de todo lo que se cuenta de su vida , ¿por qué e lconoc imien to su iden t idad d iv ina iba a imped i r que se de sa r ro -l l a ra l a comprens ión de cómo e sa iden t idad se in te r re lac ionabacon una v ida humana en l a que e l c rec imien to , l a expe r ienc ia ,

lo s acon tec imien tos de su min i s t e r io , y sob re todo , su mue r te ,




a p o r t a b a n u n a m a y o r c o m p r e n s i ó n d e su c o n d i c i ó n h u m a n a ? S epuede sospecha r l a ex i s t enc ia de un desa r ro l lo a pa r t i r de una

lucha como la que se da en l a e scena de Ge t seman í , en Marcos ,donde un Je sús que hab ía de sa f i ado a su s d i sc ípu los con an te r io -r idad (10 , 38) pa ra que beb ie ran de la copa que é l iba a beber ,ahora , an te la muer te , p ide a su Padre que , s i e s pos ib le , pasede é l e s te cá l iz . Se podr ía aduc i r que eso supone una lucha in te -r io r mien t ra s e l H i jo de Dios lucha con l a expe r ienc ia humanade l su f r imien to y de l a mue r te . Pe ro só lo podemos ad iv ina r lo ylo hacemos a pa r t i r de l a ana log ía con nues t ra p rop ia expe r ienc ia

humana . Nad ie conoce l a s p ro fund idades mis te r io sa s de l a enca r -nac ión y sus e fec to s en Je sús in te r io rmen te . Los evange l io s see sc r ib ie ron pa ra dec i rnos lo que noso t ro s t en íamos que sabe r deJesús , no lo que sab ía é l de s í mismo.

72 . No entiendo: usted dice que cree que Jesús era Dios; Dios

lo sabe todo; ¿cómo se puede dudar de lo que Jesús sabía o ha-

blar de un incremento en sus conocim ientos?

A es to t end ré que con te s ta r l e con un l engua je ca s i f i lo só f ico .Seg ún l a f i lo so f ía e sc o lá s t i c a y de m ane r a e spec ia l según san toTomás de Aqu ino , e l conoc imien to de Dios no e s como e l nues -t r o . N u e s t r a f o r m a n o r m a l d e c o n o c i m i e n t o e s m e d i a n t e c o n c e p -to s y ju ic io s ; o d icho de o t ra mane ra , pensamos . En l a f i lo so f íaesco lás t ica , e l conoc imien to de Dios es inmedia to : no t iene ideas ;

é l conoce l a s cosa s ín t imamen te ; no neces i t a pensa r en t é rminosde reu n i r conc ep t os y fo rm ar ju ic io s , es una fo rm a d i s t in ta deconoc imien to . Po r t an to , e l conoc imien to d iv ino que Je sús hab r íapose ído como la segunda pe r sona de l a T r in idad ( s i me puedose rv i r de un l engua je que t a rdó va r io s s ig lo s en de sa r ro l l a r se ene l c r i s t i an i smo) en rea l idad no func iona r ía en una men te humana .En un famoso pasa je de l a Summa theologiae (3, q. 9, a. 1, ad1) , Tomás de Aquino observaba : «Si no hubie ra hab ido en e l a l -

ma de Cr i s to a lgún o t ro conoc imien to apa r te de su conoc imien tod iv ino , no hab r ía sab ido nada . E l conoc imien to d iv ino no puedeser un ac to de l a lma humana de Cr is to ; pe r tenece a o t ra na tu ra le -za» . Por tan to , no resu l ta fác i l a f i rmar : «Dios lo sabe todo ; porcons igu ien te , Je sús lo sab ía todo» .

E sa m ism a f i lo so f ía e sco lá s t i c a r ec ono ce que , de vez en cu an -do , se da en e l se r humano un conoc imien to inmedia to , a lgo a

l a m a n e r a c o m o D i o s s a b e , y u n c l a r o e j e m p l o d e c o n o c i m i e n t o




inmed ia to —no med ian te concep tos o abs t racc iones— es e l cono -c i m i e n t o q u e t e n e m o s d e n o so t r o s m i sm o s . S a b e m o s q u i e n e s so -

mos po r se r lo que somos y no s imp lemen te po r pensa r lo quesomos . P rec i samen te po r e se p r inc ip io , a l con te s ta r l a p regun ta :«¿Sab ía Je sús qu ién e ra?» , no tuve n inguna d i f i cu l t ad en dec i rque s í . Kar l Rahner lo expresó con los té rminos de la un ión h i -pos tá t ica , e s dec i r , la un ión en t re la pe rsona d iv ina y la na tu ra -l eza humana . S in v incu la rme a l a t eo log ía de n ingún au to r enpa r t i cu la r , y s in me te rme en l a s exp re s iones más abs t rac ta s dela teo log ía s i s te m át ic a , c reo que es ju s t o dec i r : «Po r se r qu i ene ra , Je sús sab ía qu ién e ra» .

7 3 . ¿Quiere eso decir que Jesús no tenía más conocim ientos ele

los que nosotros tenemos?

No. Ta l como ya de jé d icho , e l conoc imien to inmed ia to desu iden t idad , su conoc imien to de qu ién e ra , s ign i f i c aba que t en íae l c o n o c i m i e n t o m á s p r o f u n d o y m á s í n t i m o d e l a v o l u n t a d d e

Dios . Fue to ta lmen te obed ien te a l a vo lun tad de Dios y , po r t an -to , e s t aba s i empre en a rmon ía con l a vo lun tad de Dios ; e l nuevote s tamen to lo de sc r ibe como e l s in pecado . Po r t an to , pod ía ha -b la r con au to r idad d iv ina sob re lo que Dios que r ía de noso t ro s ;e s to lo vemos i lu s t r ado en sus f r a se s con «amén» , donde e sa pa -l ab ra , en vez de emplea r se como una re spues ta que reconoce l averac idad de un enunc iado , se in t roduce en e l enunc iado de Jesús

que ex ige nues t ro r econoc imien to . La de sc r ipc ión que hace e lnuevo t e s tamen to de cómo la gen te quedaba impres ionada a l ve rcómo Je sús hab laba con au to r idad y no como lo s demás maes -t ro s , e s a s imismo e l r econoc imien to de un conoc imien to ún icode l a vo lun tad de Dios . E l conoc imien to que f lu ía de l au tocono-c imien to que Jesús ten ía de su iden t idad con Dios duran te su v i -da humana es lo que h izo que los c r i s t ianos c reyeran que la ú l -t ima reve lac ión de Dios v ino a t ravés de é l . «En múl t ip les oca-

s i o n e s y d e m u c h a s m a n e r a s h a b l ó D i o s a n t i g u a m e n t e a n u e s t r o spad re s po r lo s p ro fe ta s . Ahora , en e s ta e tapa f ina l , nos ha hab la -do por un Hi jo» (Heb 1 , 1 -2) .

7 4 . ¿Y cuál era su conocim iento de los hechos? ¿sabía Jesús

cosas que sobrepasaban el simple conocimiento humano ?

Creo reco rda r que lo s t eó logos e sco lá s t i cos e spaño le s de l a

un ive r s idad de Sa lamanca de fend ían que Je sús e s taba en poses ión




de una gama ex t rao rd ina r ia de conoc imien tos : en todo se r í a pe r -f e c t o , c o m o so l d a d o , c o m o c i e n t í f i c o , c o m o a r t i s t a , c o m o p o e t a ,

e tc . En e l nuevo t e s tamen to no apa rece nada de e s to . La gen tequeda a sombrada po r su mane ra de enseña r con au to r idad , no po rsu hab i l idad a l hacer la s cosas . E l hab la r ía e l a rameo y p robab le -men te e l heb reo ; t a l vez conoc ía a lgunas pa lab ra s y exp re s ionesg r iegas deb ido a l a s ru ta s comerc ia le s que pa saban po r Ca fa r -naú n ; t a l vez , los ju d ío s de Pa le s t ina recog ie ron t am b ién a lgu nasexpres iones la t inas , e spec ia lmente las que guardaban re lac ión cone l pode r romano y l a s man iob ra s mi l i t a re s . Pe ro no veo n ingún

mot ivo pa ra que sup ie ra a lguna o t ra l engua más a l l á de l a s queaprendie ra en su en torno fami l ia r , y que las hab la r ía con e l acen-to de sus pad re s . Fue ran l a s que fue ren sus hab i l idades manua le sme imag ino t amb ién que l a s ap rende r ía de sus pad re s . S i b ienno debemos apu ra r a l máx imo la f r a se , Lucas , que nos p re sen taa Jesús conceb ido por obra de Dios , no t iene n ingún inconvenien-te en ap l ica r le la desc r ipc ión b íb l ica de que c rec ía en sab idur ía(Le 2 , 40 .52 ) .

75 . Si nos concentram os, por ejemplo, en el conocim iento que

Jesús tenía de todo lo relacionado con su misión, ¿sabía que iba

a morir?

En c ie r to modo , a mí e s ta p regun ta me pa rece s i empre cu r io -sa . Por lo que voy v iendo , a l rededor de los c inco años , todo ind i -

v iduo de l a r aza humana toma conc ienc ia de que mor i rá , po r t an -to sabe r que se ha de mor i r no cons t i tuye una fo rma e spec ia l deconoc imien to . Pe ro supongo que lo que su p regun ta p lan tea rea l -mente es s i Jesús sab ía con exac t i tud la manera y la hora de sumuer te . ¿Sab ía que lo iban a c ruc i f i c a r?

En lo s evange l io s s inóp t i cos apa recen t r e s f amosas p red icc io -nes de Jesús sobre la muer te de l Hi jo de l hombre (Me 8 , 31 ; 9 ,31 ; 10 , 33-34) . Pero se han de tener en cuen ta dos fac to res a l va -

lo ra r aque l l a s a f i rmac iones . En p r imer luga r , se cons igna ron enlos evange l ios pasados en t re t re in ta y c incuen ta años de los acon-tec imien tos ocu r r idos en e l Gó lgo ta o Ca lva r io , y po r t an to , e smuy d i f í c i l sabe r , en e l p roceso de e labo rac ión de l evange l io ,ha s ta qué pun to aque l l a s a f i rmac iones han rec ib ido una ma t iza -c ión po r pa r t e c r i s t i ana a l de sc r ib i r lo que suced ió rea lmen te . Ensegundo luga r , a l encon t ra r Je sús una hos t i l idad c rec ien te po rpa r te de l a s au to r idades r e l ig io sa s , hab r ía p re sen t ido c ie r t amen te




la pos ib i l idad de una muer te v io len ta . Ten ía e l e jemplo de losp ro fe ta s , que hab ían s ido pe r segu idos e inc lu so condenados a

muer te por la s au tor idades re l ig iosas y po l í t icas . Al v iv i r en Pa-le s t ina y conoce r l a s cos tumbres y l eyes de l a p re fec tu ra romanaque gobe rnaba l a r eg ión pudo habe r so spechado o ad iv inado queuna mue r te v io len ta s ign i f i c a r í a l a c ruc i f ix ión , e l c a s t igo romanohab i tua l . Po r cons igu ien te , un c ie r to conoc imien to de cómo ibaa m o r i r n o h a b r í a d e c o n s i d e r a r s e n e c e sa r i a m e n t e so b r e n a t u r a l .

7 6 . Quisiera preguntarle, con todo, sobre un conocim iento quehabría requerido claramente una ayuda sobrenatural. ¿ Conocía

Jesús el futuro en todos sus detalles? ¿tuvo conocim iento de que

resucitaría de entre los muertos?

Tra ta ré de con tes ta r a la p regunta con todo de ta l le ; pe ro per -mí tame vo lve r a seña la r l a d i fe renc ia ex i s t en te en t re l a conv ic -c ión de que Dios le haría sa l i r v ic tor ioso ( lo que no sólo se a tes-t igua en e l nuevo tes tamento , s ino que es tá en to ta l a rmonía conla fe y conf ianza de los sa lmis tas de l an t iguo tes tamento en losm o m e n t o s d e p r o f u n d a a f l ic c i ó n ) y u n c o n o c i m i e n t o d e t a l l a d o d ecómo iba a suceder . A us ted le in te resa es to ú l t imo. Exis ten , unavez más , a lgunas man i fe s tac iones que h izo Je sús du ran te su mi -n is te r io , en las que p red ice la resurrecc ión de l Hi jo de l hombre .

Aquí se tendr ía que acep ta r una fa l ta de acuerdo en t re losteó logos c r i s t ianos . Ta l como seña lé en mi l ib ro Jesús, Dios y

hombre (Sa l Te r rae , San tande r 1973) , donde a f ron té d i rec tamen-te la cuest ión de qué era lo que sabía Jesús, hubo Padres de laIg le s ia en lo s p r imeros s ig lo s que no tuv ie ron n inguna d i f i cu l -tad en acep ta r c ie r ta ignoranc ia en Jesús que fo rmaba par te desu cond ic ión humana . (Y aqu í se emp lea l a pa lab ra « igno ranc ia»en e l sen t ido de fa l t a de conoc imien to ; debe r íamos ev i t a r s i em-p re e l t é rmino peyo ra t ivo de « igno ran te» a l r e fe r i rnos a Je sús ) .Es to concuerda con lo que se a f i rma en la Car ta a los hebreos

(4 , 15) de que , a l igua l que noso t ros fue p robado en todo , menosen e l pecado ; e se pa sa je no ind ica que no fue ra como noso t ro sen lo que respec ta a la fa l ta de conoc imien tos .

S in embargo , hubo o t ra t endenc ia en e l pensamien to c r i s t i anoque ins is t ía en a t r ibu i r a Jesús todas las pe r fecc iones y daba porsupues to que una fa l t a de conoc imien to e s una impe r fecc ión . Sepuede a rgumen ta r a l r e spec to que gene ra lmen te no se admira a

la gen te que lo sabe todo , ya que es p rop io de la condic ión hu-




m a n a , n o u n a i m p e r f e c c i ó n , t e n e r u n o s c o n o c i m i e n t o s l i m i t a d o s .En cua lqu ie r c a so , en l a e sco lá s t i c a med ieva l , e spec ia lmen te en

lo s e sc r i to s de san to Tomás de Aqu ino , se de f i ende l a t e s i s deq u e J e sú s t u v o u n a s f o r m a s e sp e c i a l e s d e c o n o c i m i e n t o . S a n t oTomás (c f . p regun ta 72 ) de f i ende que re su l t a in t rans fe r ib le e l co -noc imien to d iv ino a l a men te humana , ya que é s ta t r aba ja me-d ian te concep tos . Po r t an to , se supone que a Je sús l e fue dadoun conoc imien to ú t i l pa ra l a men te humana . (Pe ro n i aún a s í da -b a p o r su p u e s t o T o m á s d e A q u i n o q u e J e sú s e n c u a n t o h o m b r e

l o c o n o c i e r a t o d o ) . T o m á s d e A q u i n o h a b l a b a d e u n c o n o c i m i e n -to in fuso y de un conoc imien to acces ib le a l e sp í r i tu de Je sús me-d ian te la poses ión de la v is ión bea t í f ica a lo la rgo de toda suv ida . Muchos t eó logos mode rnos han pues to en duda e s te t ipode ayuda sob rena tu ra l . En e spec ia l Ka r l Rahne r , Jo seph Ra tz in -ge r y Jean Ga lo t (qu ienes r ep re sen ta r í an un ampl io e spec t ro ded i s t in to s en foques t eo lóg icos ) han ind icado que , en su op in ión ,no e s necesa r io a f i rmar que Je sús gozaba de l a v i s ión bea t í f i c a

ta l como se ha ven ido en tend iendo t r ad ic iona lmen te . De d i s t in ta smane ra s v ienen a a f i rmar una expe r ienc ia inmed ia ta de Dios ( c f .p regun ta 72 ) , pe ro s in in s i s t i r en l a t r ansmis ión de e se conoc i -m i e n t o m e d i a n t e l a v i s i ó n b e a t í f i c a , t a l c o m o a f i r m a b a T o m á sd e A q u i n o .

Esas d i s t in ta s e specu lac iones t eo lóg ica s van más a l l á de lo sda tos de l nuevo t e s tamen to . Los t eó logos que admi ten igno ranc iao n o a f i r m a n u n a s c o n c e s i o n e s e sp e c i a l e s d e c o n o c i m i e n t o d i v i -no , e s t a r í an en consonanc ia con l a op in ión mayor i t a r i a de lo sexege ta s b íb l i cos de que Je sús compar t ió muchos de lo s p re su -p u e s t o s r e l i g i o so s d e su t i e m p o , p r e su p u e s t o s q u e r e f l e j a b a n l a sl i m i t a c i o n e s d e l c o n o c i m i e n t o d e su t i e m p o . P o r e j e m p l o , J e sú sparece acep ta r a l p ie de la le t ra que Jonás permanec ió t res d íasy t res noches en e l v ien t re de una ba l lena (Mt 12 , 40) , mien t rasnoso t ro s en tende r íamos e l l ib ro de Jonás como una pa rábo la . En

Me 12 , 36 -37 Je sús a f i rma que Dav id p ronunc ió l a p r imera l íneade l sa lmo 110 : «Di jo e l Seño r a mi Seño r» , dando po r supues toque Dav id e s taba pensando en e l fu tu ro Mes ía s . Pocos b ib l i s t a smode rnos in te rp re ta r í an de e sa mane ra e l s ign i f i c ado o r ig ina l de ls a l m o . E n Jesús, Dios y hombre c i to o t ro s e jemp los en lo s queJe sús pa rece compar t i r lo s l imi tados pun tos de v i s t a de su épocacon re spec to a a lgunos t emas que son re l ig io sos en un sen t idoa m p l i o . E n c o n se c u e n c i a , s e p u e d e d e f e n d e r se , t a n t o b í b l i c a c o -

m o t e o l ó g i c a m e n t e , u n c o n o c i m i e n t o l i m i t a d o e n J e sú s .



Funda ción de la Iglesia 113

Vale la pena subrayar que tan pe l ig roso es negar la p lena hu-manidad de Jesús como su p lena d iv in idad , y puede a rgumenta rse

q u e e s a u t é n t i c a m e n t e h u m a n o se n t i r s e u n o l i m i t a d o y c o n d i c i o -nado po r e l t i empo en nues t ro s conoc imien tos . De ah í que poda -mos tener en Jesús la ex t raña combinac ión de una abso lu ta ce r te -za de lo que Dios qu ie re de noso t ro s pa ra que venga a noso t ro se l r e ino de Dios a s í como una mane ra humana l imi tada de exp re -sa r e l m e n sa j e .

77 . Pero si admitimos un conocimiento human o limitado porparte de Jesús ¿qué nos dice de sus perspectivas para el futuro?

Algunas de ellas afectan directamente a la mism a existencia de

la Iglesia.

Es una pregunta muy aguda . Es ta es una de las razones porla s que s i empre sos tuve que una equ i l ib rada e s t imac ión , t an tode l ca rác te r reve lador de l min is te r io de Jesús como de su conoc i -

mien to humano l imi tado , t iene una g ran impor tanc ia pa ra e l c r i s -t ian ismo. S i se s i túa la reve lac ión s in l imi tac iones en e l conoc i -mien to humano , uno se imag ina a un Je sús que conoc ía an t i c ipa -damente todo cuan to iba a suceder : cómo se iba a desa r ro l la r laIg le s ia , dónde se evange l i za r í a . . . y ha s ta lo s más pequeños de ta -l les de la l i turgia y de la organización de la v ida ec lesia l . Enpocas pa lab ra s , se d ibu ja a un Je sús que nos da un o rgan ig ramape r fec to de l a Ig le s ia , y que , cu r io samen te , a menudo se pa rece

m u c h o a c ó m o se e n t e n d í a e n t i e m p o s p a sa d o s l a f u n d a c i ó n d ela Ig les ia .

Ante ta les teor ías , un espec ia l i s ta en e l nuevo tes tamento hade p lan tea r e l deba te : A par t i r de las pa labras de Jesús que nost ransmi ten lo s evange l io s , ¿dónde se encuen t ra , o po r lo menos ,se ins inúa ta l mode lo? En los cua t ro evange l ios , la pa labra « Ig le -s i a» apa rece ún icamen te dos veces en l ab io s de Je sús . Y pues to

que d icha pa lab ra se r e f i e re c la ramen te a ¡ a comun idad loca l enMt 18, 17 se puede decir que tan sólo una vez en todos los evan-ge l ios l legó Jesús a hab la r de la Ig les ia en su sen t ido más am-p l io , a saber , en Mt 16 , 18 : «Sobre es ta roca ed i f ica ré mi Ig le -s i a» , una a f i rmac ión a l a que muchos a t r ibuyen un o r igen pos -t e r io r a l a r e su r recc ión . Po r cons igu ien te , no ex i s t e una abso lu tac la r idad evangé l ica sobre un p lan de ta l lado de o para la Ig les ia ,y e l peso de las p ruebas ha de recaer sobre qu ienes dan por sen-

tado que Je sús hab ía pensado en todo e l lo .



14 101preguntas y respuestas sobre la B iblia

78 . Entonces, ustedes los biblistas ¿están diciendo que Jesús no

fundó la Iglesia?

Debo con te s ta r l e ro tundamen te que no e s toy d ic iendo e so . Enmi l ib ro Biblical Exegesis and Church Doctrine (New York , Pau -l i s t , 1985 , 60) , en e l que se a f i rma c la ramente que se puedede fende r con l a B ib l i a que Cr i s to fundó l a Ig le s ia , hac ía r e fe ren -c ia a un deba te en t re Kar l Rahner y Hans Küng , en e l que Rah-ne r de fend ía l a pos tu ra de que Cr i s to fundó l a Ig le s ia , mien t ra sque Küng l a cons ide raba imprec i sa . Küng t a l vez conozca e l ma -

te r ia l b íb l ico de manera más c r í t ica que Rahner , pe ro , en mi op i -n ión , Rahne r ace r t aba en su in tu ic ión . La fundac ión de l a Ig le s iapo r Cr i s to e s una pa r te fun da m en ta l de la p rop ia conc epc ió n c r i s-t iana . Pero a l fundar la Ig les ia no hac ía fa l ta que Jesús tuv ie raun conoc imien to minuc ioso de lo que hab r ía de se r l a Ig le s ia oq u e h u b i e r a t r a z a d o u n p r o y e c t o p a r a l a m i sm a . F o r m a n d o p a r t ee senc ia l de su min i s t e r io , Je sús convocó a todos sus segu ido re sy los impl icó en su ta rea ; y Jesús resuc i tado der ramó e l Esp í r i tu

san to sob re e l lo s pa ra que de e s ta mane ra pud ie ran con t inua r suobra . E l los const i tuyen la con t inu idad en t re Jesús y la Ig les ia quesurg ió de su p red icac ión . La Ig les ia no es una mera ins t i tuc iónhumana n i fue su o r igen e l s imp le r e su l t ado de una idea in tu i t ivapo r pa r t e de lo s segu ido re s de Je sús . E l lo s comprend ie ron quea l convoca r a su s f i e l e s pa ra que fo rmaran una comun idad noh a c í a n s i n o p r o se g u i r d i r e c t a m e n t e l o q u e h a b í a h e c h o J e sú scuando los l lamó y los env ió a con t inuar su obra . Por esa razónins is to en la de fensa de la idea de que Cr is to fundó la Ig les ia .

79 . ¿Qué nos dice de los sacramentos? ¿implica nuestra com-

prensión de los mism os que fueron instituidos directamente por

Cristo ?

Creo que l a p regun ta emp lea con p rec i s ión e l t é rmino adecua -

do : «Cr i s to» . La p regun ta an te r io r hac ía r e fe renc ia a l a fundac iónde l a Ig le s ia po r Je sús y no puse n inguna ob jec ión po rque c reoque ex is te una con t inu idad en t re lo que Jesús h izo duran te su v i -da y la Ig les ia resu l tan te . No obstan te , la s fo rmulac iones c lás icaspara re lac ionar la rea l izac ión concre ta de la Ig les ia con Jesús deNaza re t l a s r emon ta r í a a Cr i s to . Los maes t ro s de l a Ig le s ia , r e s -p o n sa b l e s d e t a l e s f o r m u l a c i o n e s n o e s t a b a n p e n sa n d o s i m p l e -mente en e l Jesús de l min is te r io , o sea , en lo que exac tamente

d i jo y sab ía Je sús an te s de su c ruc i f ix ión . E l lo s e s taban pensan -



Los sacramentos 115

do en l a v i s ión g loba l que e l nuevo t e s tamen to o f rec ía de Je súsc o m o C r i s t o , el M e s í a s , d e sd e u n a p e r sp e c t i v a p o s t p a sc u a l . C o n -te s tando a l a p regun ta 40 , ya r e señada , seña lé ha s ta qué pun to ,en la fase de p red icac ión an te r io r a la redacc ión de los evange-l ios , la fe en la resurrecc ión i luminaba todo lo que no se hab íaen tend ido an te r io rmente . Por consigu ien te , a l comenta r la ins t i tu -c ión de lo s sac ramen tos , l a no rma no e s s imp lemen te lo que d i joJesús en Pa les t ina en los años 20 , s ino las hue l las que de esossa c r a m e n t o s e n c o n t r a m o s e n t o d o e l n u e v o t e s t a m e n t o .

Su ins t i tuc ión por Cr is to s ign i f ica que esas acc iones que l la -mamos sac ramen tos son l a e spec i f i c ac ión y ap l i cac ión de un po -der que duran te su min is te r io y t ras su resurrecc ión d io Jesucr is toa su Ig lesia a t ravés de sus apóstoles , un poder que abarcaba todocuanto e ra necesa r io pa ra hacer que e l o rden de Dios o su Re inot r iunfa ra sobre e l mal , median te la san t i f icac ión de la v ida detodos , de sde e l nac imien to ha s ta l a mue r te . Lo que dec imos e sque los sac ramentos no son un inven to de la Ig les ia , s ino que

fo rman pa r te de l p lan de Cr i s to . Yo no encuen t ro con t rad icc iónen t re un en foque mode rno b íb l i co y l a « in s t i tuc ión po r pa r t e deCr i s to» en tend ida de e s ta mane ra .

80 . Más concretam ente, ¿instituyó Jesús, en la última cena, el

sacram ento de la eucaristía?

La enseñanza c r i s t i ana hab i tua l ha s ido que l a euca r i s t í a fue

ins t i tu ida por Cr is to (vue lvo a recurr i r a la pa labra c lás ica , «Cr is -to») en la ú l t ima cena y eso fue lo que dec la ró e l conc i l io deTren to para los ca tó l icos . Con todo , una vez más , e so no impl icaque se tenga que c ree r que Jesús en la ú l t ima cena p rev iese todolo que se iba a derivar de sus palabras sobre e l pan y e l v ino delos que d i jo que e ran su cuerpo y su sangre . No se t iene que pen-sa r que p rev ie ra toda una evo luc ión l i tú rg ica , cómo iban a ce le -

bra r la eucar is t ía todos los c r i s t ianos , o que é l hub ie ra hab ladoa c e r c a d e l a t r a n su b s t a n c i a c i ó n .Resu l t a in te re san te no ta r que mien t ra s en dos de lo s cua t ro

re la tos de las pa labras eucar ís t icas de la ú l t ima cena se d ice :«H aced e s to en conm em or ac i ón m ía» (Le 22 , 19; 1 Co r 11 , 24 .25) , e sas pa labras no aparecen n i en Marcos n i en Mateo . Un b i -b l i s t a t an re spe tado y p ruden te como e l domin ico P . Beno i t sepreguntó s i no se t ra ta r ía de una ins t rucc ión l i tú rg ica que apare -

c ió en l a s ce leb rac iones que conoc ían Lucas y Pab lo pa ra sub ra -




yar la f ide l idad de esa eucar is t ía a la in tenc ión de Jesús . En ta li n t e r p r e t a c i ó n : « H a c e d e s t o e n c o n m e m o r a c i ó n m í a » f o r m a r í ap a r t e d e l d e sa r r o l l o d e l m e n sa j e e v a n g é l i c o c o r r e sp o n d i e n t e a l as e g u n d a e t a p a y a c o m e n t a d a e n l a p r e g u n t a 4 0 .

Inc luso s in recurr i r a ta l teor ía , yo ver ía una s imi l i tud en t rela in s t i tuc ión de lo s sac ramen tos y l a fundac ión de l a Ig le s ia .Tan to en un ca so como en e l o t ro , se puede dec i r pe r fec tamen teque son obra de Cr is to , pe ro no no es necesa r io suponer que Je -sús tuvo un p rec i so y de ta l l ado conoc imien to de todo lo que de

ah í se de r iva r í a . E l Esp í r i tu san to gu iaba lo s acon tec imien tos eind icaba aque l lo que se man ten ía f i e l a l pensamien to de Je sús .

81 . ¿No tenemos, sin embargo, una normativa más directa de

Jesús sobre el bautismo, una norm ativa que nos indica que ya

sabía todo lo que iba a pasar?

Supongo que se r e f i e re a l a s ú l t imas pa lab ra s de Ma teo (28 ,

19 ) donde e l Seño r r e suc i t ado d ice : « Id y haced d i sc ípu los detodas l a s nac iones , bau t i zad los en e l nombre de l Pad re y de l H i joy de l Esp í r i tu san to» . Pe ro e se mismo tex to debe se r ma t izado .S i e s a e x p r e s i ó n s e h u b i e se e l a b o r a d o i n m e d i a t a m e n t e d e sp u é sde l a r e su r recc ión p rec i samen te con e sa s mismas pa lab ra s , e l l i -b ro de lo s Hechos re su l t a r í a ca s i in in te l ig ib le , ya que en toncesno habr ía ex is t ido n inguna razón para que los segu idores de Jesúshub ie sen t en ido l a más mín ima duda de que é l que r ía que se h i -

c ie ran d i sc ípu los en t re lo s gen t i l e s . S in embargo , e l deba te sob rela acep tac ión de los gen t i le s con t inuó a lo la rgo de los ve in tep r i m e r o s a ñ o s d e c r i s t i a n i sm o . I g u a l m e n t e , s i c o m o su g i e r e e lt ex to de Ma teo , una fo rma t an comple ta pa ra e l bau t i smo comola de «en e l nombre de l Padre y de l Hi jo y de l Esp í r i tu san to»se h u b i e r a c o n o c i d o i n m e d i a t a m e n t e d e sp u é s d e l a r e su r r e c c i ó n ,l a exp re s ión o rd ina r ia que encon t ramos en todo e l nuevo t e s ta -

men to de bau t i za r en nombre de Je sús se hace más d i f í c i l de en -tende r . Más b ien , lo que encon t ramos en Ma teo como la s ú l t imaspa lab ra s en l ab io s de l Seño r r e suc i t ado e s una comprens ión dela mis ión que e l Señor d io a sus d isc ípu los que só lo quedó c la rat ra s muchos años de e s fue rzos po r l a conve rs ión de lo s gen t i l e sy de spués que una re f l ex ión mos t ra ra ha s ta dónde l l egaba l a co -munión en t re e l Padre y e l Hi jo y e l Esp í r i tu san to , de modo quee l bau t i smo en e l nombre de Je sús e ra ob ra t amb ién de l Pad re

y de l Esp í r i tu .




Lo que re su l t a in te re san te e s l a r ap idez con que e l bau t i smose l lega a conver t i r en una p rác t ica un iversa l en t re qu ienes p rofe -saban su fe en Jesús . En e l nuevo tes tamento só lo hay un casode c reyen te s que en e l pe r íodo s igu ien te a l a r e su r recc ión no ha -b ían s ido bau t izados , a saber , en Hech 18 , 24-19 , 7 , donde enEfeso , Apo lo y a lgunos o t ro s d i sc ípu los han rec ib ido ún icamen tee l bau t i smo de Juan . ¿Pod ía t r a t a r se de a lgunas pe r sonas que ha -b ían l legado a c ree r en Jesús duran te su min is te r io pe ro que nose hab ían encontrado con comunidades c r i s t ianas en t iempos pos-

t e r io re s a l a r e su r recc ión? (Po r lo que hace re fe renc ia a Apo lo ,é s te pod ía habe rse conve r t ido a Je sús med ian te a lguna de aque -l l a s pe r sonas ) . De cua lqu ie r mane ra , en todas nues t ra s fuen te sd e i n f o r m a c i ó n , e l b a u t i sm o a p a r e c e c o m o u n a p r á c t i c a e sp e r a d ay a c e p t a d a .

83 . ¿Qué significaba el bautismo para los primeros cristianos?

Nues t ra t eo log ía c r i s t i ana de l bau t i smo , po r lo gene ra l , e s , enrea l idad , e l con jun to de lo s d i s t in to s a spec to s de l bau t i smo men-c ionados en e l nuevo t e s tamen to . Po r e so l e d i r í a que e ra ev iden -te que e l bau t i smo s ign i f i caba , po r lo menos en l ínea s gene ra le s ,cosa s d i s t in ta s pa ra c r i s t i anos d i s t in to s . En una ob ra de l nuevote s tamen to re la t ivamen te t a rd ía como e l evange l io de Juan , l are fe renc ia a se r engendrado po r D ios , o nac ido de a r r iba , gua rdare lac ión con e l agua y e l Esp í r i tu . Eso impl ica que e l bau t i smo

se c o n s i d e r a b a c o m o e l m o m e n t o d e l n a c i m i e n t o d e l c r i s t i a n o ,un nac imien to que no e ra de una madre na tu ra l s ino de l mismoDios , un se r conceb ido en e l que e l c reyen te r ec ibe l a mismavida de Dios . Pab lo ins is te en que uno se bau t iza en la muer tede l Seño r . Y a s í e l bau t i smo se conv ie r t e en nues t ra pa r t i c ipa -c ión en la muer te sa lvadora de Cr is to , y e l sa l i r de l agua de lba u t i s m o se pue de com par a r , en c ie r to m odo , a Je sú s sa l i en dode l a mue r te . En l engua je a soc iado con e l bau t i smo , en l a p r ime-ra Car ta de Pedro se hab la de los gen t i le s que ahora pasan a se run pueb lo e leg ido , de modo que , de a lguna mane ra , e l bau t i smorep re sen ta l a en t rada a fo rmar pa r t e de l pueb lo de Dios .

S i se p regunta sobre los p r imeros c r i s t ianos , en Hech 2 sedesc r ibe cómo la pe t i c ión de l bau t i smo hac ía c r i s t i anos a qu ienesoye ron e l se rmón de Ped ro en pen tecos té s . En e s to s r e la to s delo s Hechos de lo s após to le s hemos de t ene r en cuen ta que fue ron

esc r i to s unos se sen ta años de spués de lo s acon tec imien tos y que



Los sacramentos 119

l l evan a soc iada l a in te rp re tac ión de una t eo log ía pos te r io r . Contodo , r e su l t a in te re san te que l a pe t i c ión fo rmu lada po r aque l lo sque e scuc han con buen a d i spos ic ión l a p red icac ión apos tó l i ca enHech 2 imp l ica una metanoia (un cambio de menta l idad , de cora -zón y de v ida que guarda re lac ión con la p roc lamac ión de Jesúsde l Re ino) y una ins is tenc ia sobre e l bau t i smo (2 , 38) . En o t raspa lab ra s , lo s p red icado re s ex igen lo mismo que Je sús ( l a meta-

noia), y luego imponen una segunda ex igenc ia que no cons ta queJe sús haya hecho j amás a su s segu ido re s du ran te su min i s t e r io

púb l ico (e l bau t i smo) . Esa ex igenc ia ad ic iona l de l bau t i smo t i eneu n a c o n se c u e n c i a i n t e r e sa n t e : e l s e g u i m i e n t o d e J e sú s c o m p o r t aahora un paso v is ib le . Duran te la v ida de Jesús , la gen te pod íaescuchar le , sen t i r su in f luenc ia , pe ro se iban s in n ingún s ignoexte r io r de que hab ían l legado a c ree r en su p roc lamac ión de lre ino . La ex igenc ia , po r pa r t e de lo s p red icado re s , de un s ignov i s ib le , que compor ta un c ie r to con ten ido h i s tó r i co , po rque , deo t r o m o d o , e l b a u t i sm o n o s e h a b r í a p r o p a g a d o t an a m p l i a m e n t e ,es , en c ie r to sen t ido , e l p r imer paso para la o rgan izac ión de losc reyen te s en una comun idad v i s ib le . E l segu imien to de Je sús ,mien t ras é l v iv ía , e ra in formal ; e l ins t in to de los p r imeros c r i s -t i anos l e s l l evó a ex ig i r un compromiso fo rma l que iden t i f i c a raa l c reyen te y lo asoc ia ra con o t ros c reyen tes . Dicho de o t ra ma-ne ra , qu izá s uno de lo s p r imeros ra sgos de l bau t i smo fue e se pa -so que const i tu ía una comunidad . Con es to só lo hemos subrayado

a lgunos a spec to s de l bau t i smo en e l nuevo t e s tamen to .

84 . ¿Q ué nos dice de la eucaristía? ¿cóm o llegaron los cristia-

nos a celebrar comidas eucarísticas y qué significado tenían pa-

ra ellos esas com idas?

Una vez más nos encon t ramos con d i s t in to s a spec to s de l aeuca r i s t í a r e sa l t ados en d i s t in to s e sc r i to s de l nuevo t e s tamen to .

Al con te s ta r l a p regun ta 80 , ya h ice menc ión de l a enseñanzacr is t iana t rad ic iona l sobre la ins t i tuc ión de la eucar is t ía en laú l t ima cena , a saber , que e l sen t ido de la eucar is t ía es tá in t r ínse -camen te r e lac ionado con e l s ign i f i c ado que d io Je sús , en aque l l acena , a l pan y a l v ino como su cuerpo y su sangre . Y c ie r tamentee sa debe habe r s ido una p r imera concepc ión c r i s t i ana , ya que en1 Cor 11 , 23-26 Pab lo menc iona la eucar is t ía ( la ún ica vez quehace menc ión de e l l a ) p rec i samen te en re lac ión con l a noche en

que Jesús se en t regó o fue t ra ic ionado y se re f ie re a la acc ión




que lo s evange l io s r e lac ionan con l a ú l t ima cena . Según Pab lo ,

cada vez que se ce leb raba l a euca r i s t í a , lo s c r i s t i anos reco rdabanla mue r te de l Seño r ha s ta su vue l t a . Obsé rvese que no só lo e sun recue rdo o una rep re sen tac ión de l a mue r te de l Seño r ( a lgopasado en lo que se nos pe rmi te pa r t i c ipa r , de l a misma mane raque pa ra Pab lo hay un bau t i smo «en l a mue r te de l Seño r» ) s inola an t i c ipac ión de a lgo fu tu ro . E l a spec to fu tu ro de l a ven ida de lSeñor se deb ió de s taca r muy p ron to en l a euca r i s t í a . Cuando Je -sús r eg re sa ra , lo s c r i s t i anos pa r t i c ipa r í an en e l banque te ce le s -

t i al . R e a l m e n t e e ll o s p u e d e n h a b e r c o n c e b i d o a C r i s t o c o m o r e -g r e sa n d o d e f i n i t i v a m e n t e e n l a e u c a r i s t í a . E n l a c o m u n i d a d d elos manuscr i tos de l Mar Muer to hab ía un lugar vac ío para e l Me-s ías en e l s imból ico banque te , por s i Dios le hac ía surg i r duran-te l a comida . Obsé rvese cómo e s te a spec to fu tu ro de l a euca r i s -t ía se ha vue l to a in t roduc i r en la misa t ras la consagrac ión , co-mo par te de la p roc lamac ión de l mis te r io de fe , ya que en dos

de las t res respues tas se menc iona la fu tu ra ven ida de l Señor .85 . ¿Qué nos dice del evangelio de Juan? En él no se hace nin-

guna m ención de la eucaristía en la última cena.

Así e s exac tamen te . Y en c ie r to modo no de ja de se r so rp ren -den te , ya que e l re la to que hace Juan de la ú l t ima cena es e l máse x t e n so . S i P a b l o c o n s i d e r a c o m o u n a t r a d i c i ó n c o n o c i d a q u eJesús rea l izó la acc ión eucar ís t ica en la noche an te r io r a su muer-t e , l a omis ión po r pa r t e de Juan puede rep re sen ta r una de l ibe radaopc ión para hab la r de la eucar is t ía en o t ra pa r te de la v ida deJesús , s in negar por e l lo su re lac ión con la ú l t ima cena , pe rov iendo sus po tenc ia l idades en una acc ión an te r io r .

C u a n d o s e p i e n sa e n l a e u c a r i s t í a r e l a c i o n á n d o l a ú n i c a m e n t econ la ú l t ima cena se convie r te en a lgo que hace Jesús tan só loen v ísperas de su muer te , a l f ina l de su v ida . De es te modo v iene

a con t ra s ta r con su min i s t e r io hab i tua l de p red icac ión , de s ignosmi lag rosos pa ra ayuda r y cu ra r a l a gen te . Pe ro Juan se mueveen una d i recc ión con t ra r i a a l r e l ac iona r l a s pa lab ra s euca r í s t i c a sno con una acc ión espec ia l y a is lada a l f ina l de la v ida de Jesús ,s ino con la mul t ip l icac ión de los panes , un s igno rea l izado duran-te e l min i s t e r io de Je sús . Je sús d io de comer pan a l a muchedum-bre ; lo s a l imen tó . S i l a muchedumbre lo hub ie ra en tend ido , aque -l l a c o m i d a , a u n q u e m a t e r i a l , n o t e n í a u n s i g n i f i c a d o p r i m o r d i a l -

men te ma te r i a l . E l pan e ra s igno de un a l imen to e sp i r i tua l que




jud ío s . Y e s to ayuda a exp l i ca r l a f a l t a de un an tep royec to pa rala Ig le s ia . No hac ía f a l t a c rea r nuevas e s t ruc tu ra s po rque e l ju -da i smo ten ía ya l a s suyas ; t en ía su sace rdoc io , su s sac r i f i c io s ,su l i tu rg ia , sus fes t iv idades , su admin is t rac ión . Jesús no ten ía quepensa r en nada de e s to , mien t ra s hub ie ra una ape r tu ra a l a r e fo r -ma e sp i r i tua l ex ig ida po r l a p roc lamac ión de l Re ino .

En e l l ibro de los Hechos (3 , 1 ; 5 , 12) se nos d ice que Pedroy Juan , y a lgunos más de en t re los Doce , e s dec i r , la s f igurasdes tacadas de los p r imeros t iempos , acud ían a l templo a la s horas

de o rac ión . Se nos d ice que su fe en Jesús no or ig inaba n ingúnconf l ic to con e l cu l to de l templo . Me 12 , 29 p resen ta a Jesúsenseñando un e lemen to e senc ia l pa ra acoge r e l r e ino de Dios conla o rac ión : «Escucha , oh Is rae l , e l Señor nues t ro Dios , e s e l ún i -co Seño r» , e l Shema, l a o r a c i ó n j u d í a m á s f u n d a m e n t a l . U n h i m -n o c o m o e l Benedictas (Le 1 , 68-79) t iene la es t ruc tura y es t i lode lo s h imnos jud íos co r re spond ien te s a l pe r íodo de l nuevo t e s ta -men to , excep to en cuan to a su sen t ido de que ya se ha rea l i z adola in te rvenc ión d iv ina , que los c r i s t ianos c re ían que ya se hab íap r o d u c i d o e n J e sú s . P o d r í a n a d u c i r s e m u c h o s m á s e j e m p l o s d e lj u d a i sm o d e l o s p r i m e r o s c r i s t i a n o s .

87 . ¿Qué motivó que los cristianos se separaran de los judíos?

A esa p regun ta no se puede con te s ta r f ác i lmen te ; y e l lo sedebe a que só lo o ímos a una de las pa r tes . No ex is te n ingunaobra jud ía de aque l l a época que desc r iba l a s r e lac iones de lo sjud íos que no c reye ron en Je sús con aque l lo s o t ro s que s í c reye -ron . Inc lu so l a s no t i c ia s jud ía s pos te r io re s , que se r emon tan muyprobablemente a los s ig los I I y I I I , se re f ie ren a es ta cues t iónsó l o d e f o r m a c o n f u sa e i n d i r e c t a . S i t r a b a j a m o s c o n r e f e r e n c i a sc r i s t i a n a s , c o m b i n á n d o l a s c o n e l s e n t i d o c o m ú n , l a c o n t e s t a c i ó nmás aprop iada es la de que la separac ión de los c r i s t ianos de l

juda i smo se p rodu jo en d i s t in ta s á rea s y en t i empos d i s t in to s , cond i s t in to s ma t ice s y po r d i s t in to s mo t ivos .

U n f a c t o r q u e i n d u d a b l e m e n t e i n f l u y ó e n a l g u n a s z o n a s f u ela mezc la de un g ran número de c r i s t i anos gen t i l e s con c r i s t i a -nos jud íos . Las s inagogas , fo rmadas en su mayor ía por jud íos queno c re ían en Jesús , se habr ían sen t ido muy incómodas s i se hu-b ie ran p re sen tado en e l l a s gen t i l e s r ec lamando fo rmar pa r t e deIsrae l por c ree r en Jesús . En o t ros lugares , la to ta l idad de las

s inagogas jud ía s pod r ían habe r l l egado a c ree r en Je sús ; o aque -




Pu d ie ra se r que lo que una de l as pa r t e s con s ide ra ba pe r se cuc ió n ,l a o t ra lo v ie ra como s imp le co r recc ión pedagóg ica . Pab lo en Gá l

1 , 13 -14 a f i rma que é l mismo pe r s igu ió a lo s c r i s t i anos , y e sopodr ía habe r ocu r r ido , a p r inc ip io s de lo s años 30 , en Je rusa léno Damasco . Los evange l io s p red icen que lo s que c rean en Je sússe rán a r ra s t r ados an te l a s au to r idades de l a s inagoga y apa leados(Mt 10, 17; 23, 34; Le 12, 11) y eso se habría considerado unape rsecuc ión . Juan no só lo de sc r ibe l a expu l s ión de lo s c r i s t i anosde l a s inagoga , s ino t amb ién que da r mue r te a lo s c r i s t i anos po r

pa r te de lo s ju d ío s se iba a in te rp re ta r com o un se rv ic io a D ios(16 , 2 -3 ) . ¿S ign i f i ca e so una e l iminac ión f í s i ca po r pa r t e de l a sau to r idades jud ía s? (En 2 Cor 11 , 24 d ice Pab lo que rec ib ió 39azo te s po r pa r t e de lo s jud íos , que e ra un ca s t igo dec re tado po rla s inagoga ) . ¿O s ign i f i ca que l a s au to r idades jud ía s denunc iabana los c r i s t ianos an te la s au tor idades romanas para que és tas luegole s ca s t iga ra? La con te s tac ión depende p robab lemen te de s i l a sau to r idades de l a s inagoga expu l saban a lo s c r i s t i anos e iden t i f i -

c a b a a l o s e x p u l sa d o s c o m o n o j u d í o s . R o m a p o d r í a i n t e r e sa r s epo r e s te g rupo de gen te expu l sada pa ra en te ra r se s i e ran a teosy pe l ig rosos ; a s í , l o s expu l sados , a l ve r se p r ivados de l a p ro tec -c ión de su iden t idad jud ía , pod r ían se r e j ecu tados po r lo s roma-nos . Según mi op in ión , e s p robab le que d i rec ta o ind i rec tamen tela s au to r idades de l a s s inagogas pe r s igu ie ran r igu rosamen te a lo sc r i s t i anos en unas zonas de te rminadas , pe ro no en o t ra s .

89 . ¿Hasta qué punto los doce apóstoles desempeñaron un papel

primord ial en la Iglesia primitiva?

Para con te s ta r a e s ta p regun ta t engo que hace r una d i s t inc iónen t re lo s Doce y lo s após to le s . La fó rmu la que u s ted ha emplea -do de los «doce apósto les» aparece en c ie r tos l ib ros ta rd íos de lnuevo t e s tamen to , pe ro en e l lo s se concen t ra en dos pa lab ra s l a

d e s i g n a c i ó n d e p e r so n a s q u e e j e r c í a n d o s c o m e t i d o s d i s t i n t o s .La fó rmu la más p r imi t iva fue l a de « lo s Doce» . Se t r a taba deun g rupo de hombres e scog idos po r Je sús du ran te su v ida pa ras imbo l iza r l a r enovac ión de I s rae l . La ún ica man i fe s tac ión queh izo Je sús sob re e l s imbo l i smo de lo s Doce e s que se sen ta r í anen (doce) t ronos para juzgar a la s doce t r ibus de Is rae l (Mt 19 ,28; Le 22, 30) . En los in ic ios de Israe l , según e l re la to b íbl ico ,hubo doce pa t r i a rca s de qu ienes de scend ían l a s doce t r ibus . En

es te momen to c ruc ia l de l a r enovac ión de I s rae l , t enemos a e s to s



Los ministerios en la Iglesia primitiva 125

doce hombres , e scog idos po r Je sús pa ra s imbo l iza r a l a s docet r ibus de l I s rae l r enovado . Son f igu ra s e sca to lóg ica s como mues-

t r a su pape l como jueces en doce t ronos ce le s t i a l e s . Pab lo sabede su ex is tenc ia ya desde e l t iempo de las apar ic iones de la re -su r recc ión , ya que lo s m enc ion a en 1 C or 15, 5 . C om o g ru po ac -t ivo son menc ionados en l a s p r imera s de sc r ipc iones de l a Ig le s iade Je rusa lén (Hech 6 , 2 ) . En e fec to , pa rece que en un p r inc ip ioes tuv ie ron re lac ionados con Je rusa lén , lo que no so rp rende . Co-m o t ienen q ue tom ar pa r te en e l ju i c io , H ech 1, 11-12 (ad em ásde Zac 14 , 4 -5) pa rece ind ica r que se esperaba que Jesús vo lv ie rapa ra ju zg ar en e l M o nt e de los O l ivos a Je r us a lé n . En e l l ib rode lo s Hechos , lo s ún icos miembros de lo s Doce cuya ac t iv idadva más a l lá de Je rusa lén son Pedro y Juan , lo que , en par te , con-f i rma Pab lo , que hab la de Ped ro (Cephas ) en An t ioqu ía (Gá l 2 ,11 ) y d ice que e ra muy conoc ido po r l a comun idad de Cor in to ,ta l vez por haber v isi tado la c iudad (1 Cor 1 , 12; 9 , 5) .

Pasando de « lo s Doce» a « lo s após to le s» , nos encon t ramos

con que ex i s t en d i s t in to s s ign i f i c ados de l a pa lab ra «após to le s»en e l nuevo t e s tamen to y c ie r t amen te fo rman un g rupo que su -p er a e l n úm er o de doce . V éa se en 1 C or 15, 5 y 7 do nd e « to do slo s após to le s» cons t i tuyen un g rupo que no se r educe a « lo s Do-ce» . Para Pab lo , a l menos en la mayor ía de sus acepc iones , la sca rac te r í s t icas de un apósto l son las de qu ien ha v is to a l Señorre suc i t ado y ha s ido env iado po r é l pa ra p roc lamar lo y da r t e s t i -monio de é l en d iversos lugares , tan to por medio de la pa labra

como de l su f r imien to . Según es te c r i te r io , Pab lo p iensa c la ramen-te en Ped ro —uno de lo s Doce— como após to l (Gá l 2 , 7 ) . Notenemos una p lena segu r idad de s i cons ide raba a l r e s to de lo sDoce como apósto les según es te mismo mode lo , s i b ien los l ib rosmás t a rd ío s de l nuevo t e s tamen to hab laban ya de lo s Doce comoapós to le s . Todav ía una t r ad ic ión pos te r io r a t r ibu ía a lo s Doceta rea s de apos to lado con una ampl ia r epe rcus ión en d i s t in ta s

pa r te s de l mundo , s i b ien puede t r a ta r se muy b ien de s imp le sl e y e n d a s .

90 . Yo siempre tuve la impresión de que los doce apóstoles go-

bernaron toda la Iglesia. Si no fue así ¿cóm o se organizó la Igle-

sia primitiva? ¿quién la dirigía?

Tal como ya , en par te , ind iqué en una respues ta a una p re -

gunta an te r io r , yo veo e l comet ido de los Doce ca rgado de con-




t en ido s imbó l ico pa ra un renovado I s rae l , y p ienso en l a Ig le s iap r imi t iva como la pe r son i f i cac ión de l I s rae l r enovado . La Ig le s iap r imi t iva no se cons ide ró a s í misma como una en t idad sepa radade I s rae l . Po r t an to , lo s Doce p re s ta ron un impor tan te se rv ic ioen favo r de l a un idad de l a s p r imi t iva s comun idades c r i s t i anas .No obs tan te , no se l e s cons ide raba como lo s admin i s t r ado re s dela s comun idades . E fec t ivamen te , lo de nega rse en Hech 6 , 2 ase rv i r l a s comidas pone de man i f i e s to su nega t iva a ve r se invo -lucrados en la admin is t rac ión loca l de un grupo c r i s t iano . Ni co-

mo g rupo , n i como ind iv iduos , se p re sen ta a lo s Doce como «d i -rec to re s» de a lguna Ig le s ia loca l .Só lo t enemos una in fo rmac ión pa rc ia l en lo r e fe ren te a l de sa -

r ro l lo de l a o rgan izac ión lo s g rupos c r i s t i anos loca le s . N ingúnesc r i to de l nuevo t e s tamen to t r a ta de de sc r ib i r lo y dependemos ,po r t an to , de r e fe renc ia s ocas iona le s o fo r tu i t a s . En Hech 6 , 5se con f ía a s i e t e va rones l a admin i s t r ac ión de l a comun idad c r i s -t i ana he len i s t a , e s dec i r , un g rupo , p robab lemen te , de judeo -c r i s -

t ianos , que ten ían una ac t i tud hac ia e l templo más c r í t ica queo t ro g rupo de judeo -c r i s t i anos , a lo s que se daba e l nombre deheb reos . Aunque e se cap í tu lo no e spec i f i c a qu iénes e ran lo s ad -min i s t r ado re s de l a comun idad c r i s t i ana heb rea , en pa sa je s pos -te r io res en co nt ra m os re fe re nc ia s (He ch 12, 17; 15, 4 .1 3 ; 21 , 18)a San t i ago , e l he rmano de l Seño r , y a lo s anc ianos que ocupabanun lug ar de s ta ca do en la Ig les ia de Je ru sa l én . En 1 Tes 5 , 12 ,Pab lo hab la de que a lgunos e s taban sob re o t ro s «en e l Seño r» ,e n l a p r i m i t i v a c o m u n i d a d d e T e sa l ó n i c a , a p r o x i m a d a m e n t e e nel añ o 50 d .C. En una ca r ta a lgo poste r ior , 1 C or 12, 28, P ab lomenc iona una se r i e de ca r i smas o dones de Dios que hab r ían in -f lu ido en l a d i recc ión de l a comun idad de Cor in to : «após to le s ,p r o f e t a s , m a e s t r o s , q u i e n e s r e a l i z a n m i l a g r o s , c u r a c i o n e s , a s i s -t enc ia s , func iones d i rec t iva s , qu ienes t i enen e l don de l enguas» .No sabemos con exac t i tud cuá l se r í a e l come t ido de «qu ienes

e je rc ían func iones d i rec t iva s» en una comun idad en l a que hab íatambién p ro fe ta s y maes t ro s ; obv iamen te e l após to l Pab lo t i eneau tor idad sobre todos . En la in t roducc ión a F i l ipenses (1 , 1 ) , Pa-b lo seña la l a ex i s t enc ia de ob i spos ( supe rv i so re s ) y d iáconos enaque l l a comun idad , pe ro no sabemos en conc re to nada de lo quehac ían cada uno de e l lo s .

En l a s ca r t a s pa s to ra le s (1 T im, T i t ) se r e f l e j a e l in ten to— p r e c i s a m e n t e e n t i e m p o s p o s t e r i o r e s a P a b l o — d e q u e c a d a

c i u d a d t e n g a a s i g n a d o s p r e sb í t e r o s - o b i sp o s j u n t o a l o s d i á c o n o s .




E s t o s p r e sb í t e r o s - o b i sp o s ( ¿ t o d o s o l a m a y o r í a ? ) e n se ñ a b a n , a d -m i n i s t r a b a n l o s b i e n e s d e l a c o m u n i d a d , e x a m i n a b a n l a d o c t r i n a

y l a conduc ta mora l de todos sus miembros , e t c . La Dida jé 15 ,1 (uno de los p r imeros esc r i tos c r i s t ianos , que se remonta a l año1 0 0 a p r o x i m a d a m e n t e ) c o n s i d e r a e l n o m b r a m i e n t o d e o b i s p o sy d iáconos como e l equ iva len te a l a s an te r io re s t a rea s ca r i smá t i -ca s de lo s p ro fe ta s y maes t ro s . En t i empos de Ignac io de An t io -qu ía (a l rededor de l año 110 d . C . ) , en a lgunas zonas de la Ig le -s i a de l As ia menor y de Grec ia empezaba a se r una no rma quese con ta ra con un ob ispo que superv isa ra toda la Ig les ia loca l y

tuv ie ra ba jo su mando a lo s p re sb í t e ro s y d iáconos . A f ina le s de ls ig lo I I é se e ra e l mode lo de Ig les ia .

91. ¿ Qué puede decirse sobre la doctrina de que los obispos son

los sucesores de los apóstoles?

Así e s ve rdade ramen te . Esa e s l a doc t r ina ca tó l i ca . No veon ingún mo t ivo pa ra pensa r que lo s da to s de l nuevo t e s tamen to

amenacen e sa doc t r ina s i se en t i ende adecuadamen te y se hab lacon exac t i tud de «após to le s» y «ob i spos» . Ya h ice h incap ié ( c f .la p regunta 89) en que hay que d is t ingu i r en t re los Doce y losapós to le s , aun cuando en a lgunos ca sos se con fund ían . La doc t r i -na de la Ig les ia no ind ica que los ob ispos sean los sucesores delos Doce en cuan to ta les . En e fec to , dado que só lo se d isponíade doce t ronos para juzgar a la s doce t r ibus de Is rae l , pa ra e je r -

ce r esa func ión no se pod ía supera r ese número . En la Ig les ia p r i -mi t iva nunca se sug i r ió l a su s t i tuc ión de n inguno de lo s Docet ras su muer te . (La sus t i tuc ión de Judas se deb ió a l abandono desu re sponsab i l idad en t re lo s Doce y a que hab ían de se r Docequ ienes in ic ia ran l a r enovac ión de I s rae l , dado que fue ron docelos pa t r i a rca s de l an t iguo I s rae l ) .

Por o tra parte , los apóstoles tenían la misión de sa l i r a procla-mar e l evange l io y de c rea r comun idades de c reyen te s . A lgu ien

ten ía que hace r se ca rgo de l cu idado pas to ra l de l a s comun idadesnac idas a l ampa ro de l a mis ión apos tó l i ca . Como ya ind iqué , enel ú l t imo terc io del s ig lo I , y ta l vez un poco antes, nos encon-t ramos con e l t é rmino de «ob i spos» pa ra aque l lo s que desempe-ñaban un pape l de l ide razgo en a lgunas comun idades . En l a p r i -mera e tapa hab ía un buen número de ob i spos o supe rv i so re s pa rauna de te rminada comun idad ; pos te r io rmen te se impuso l a cos tum-

bre de con ta r con un so lo ob ispo para cada comunidad . Por tan to ,




puede dec i r se con exac t i tud que lo s ob i spos se h ic ie ron ca rgode la acc ión pas to ra l en aque l las comunidades surg idas de la p re -

d icac ión apos tó l i ca , y a s í fue ron lo s suceso re s de lo s após to le s .La suces ión apostó l ica in id ica que los ob ispos se h ic ie ron ca r -

go f ina lmente de las ta reas pas to ra les de los apósto les , lo cua lno t i ene nada que ve r con e l modo en se nombra ron o e l ig ie ronlos p r imeros ob i spos . Poco sabemos a l r e spec to , n i s iqu ie ra s ihab ía a lguna fo rma l idad pa ra su de s ignac ión . Po r ana log ía conuna cos tumbre jud ía y según l a de sc r ipc ión que se nos hace de

la de s ignac ión de T imo teo po r pa r t e de Pab lo en l a s Ca r ta s pa s -to ra les (2 T im 1 , 6 ) , a lgunos han pensado en una imposic ión dem a n o s . C o n t o d o , T i m o t e o n o f u e d e s i g n a d o c o m o o b i sp o e n e ls e n t i d o d e a d m i n i s t r a d o r d e u n a c o m u n i d a d l o c a l . S u c o m e t i d oe ra e l de consegu i r p reb í t e ro s -ob i spos (en p lu ra l ) pa ra l a s comu-n idades , y se t r a t aba , po r t an to , de una t a rea semiapos tó l i ca . Laimpos ic ión de manos puede cons ide ra r se , po r t an to , como su de -s ignac ió n pa ra ocu par e l pues to de de leg ado apo stó l ico . En 1 Tim

5 , 22 se hab la de T imo teo impon iendo l a s manos a o t ro s , pe ros in que quede c la ro que se t r a t e de unos admin i s t r ado re s de l aIg les ia . En Hech 14 , 23 encontramos o t ra in formac ión que asegu-ra que Pab lo y Be rnabé (pos ib lemen te en lo s años 40 ) e leg íana lo s anc ianos en cada una de l a s comun idades de As ia menor .No sabemos s i e sa de sc r ipc ión de lo s Hechos pe r tenece h i s tó r i -camen te a l t i empo en que Pab lo v iv ía ; pe ro , c i e r t amen te , no sehabr ía inc lu ido en los Hechos s i no hubie ra ex is t ido en los años

80 una t rad ic ión de ta l des ignac ión apostó l ica de los ob ispos . Esat rad ic ión se menc iona t amb ién en l a s Ca r ta s pa s to ra le s , donde ,como acabo de ind ica r , se d ice que Pab lo hab ía nombrado de le -gados apos tó l i cos como T imoteo y T i to , qu ienes , a su vez , nom-b ra ron ob i spos . La misma t r ad ic ión queda rea f i rmada a l f ina l delos años 90 por la p r imera Car ta de Clemente 42 , 4 , donde sed ice que lo s após to le s e leg idos po r Cr i s to iban de c iudad enc i u d a d , n o m b r a n d o , d e e n t r e su s p r i m e r o s c o n v e r so s , a o b i sp o sy d iáconos . Po r supues to , e so no s ign i f i c a que todos lo s p re sb í -t e r o s - o b i sp o s d e l a I g l e s i a p r i m i t i v a f u e se n n o m b r a d o s p o r l o sapósto les , aunque ex is te la pos ib i l idad de que a lgunos s í lo hu-b ie ran s ido .

P or o tra parte , h aci a e l año 100, la D id aj é 15, 1 no s d i ce q u elos c r i s t i anos se a s ignaban ob i spos y d iáconos . Además , podemosi m a g i n a r n o s q u e h a b r í a o t r o s p r o c e d i m i e n t o s m e d i a n t e l o s c u a -

le s se hac ían lo s nombramien tos de ob i spos . Po r e jemp lo , y dado




que lo s p re sb í t e ro s -ob i spos e ran hombres ca sados , pod r ían habe rd ispues to que les suced ie ran sus p rop ios h i jos . Se t ra ta de un

tema sob re e l que no t enemos bas tan te in fo rmac ión . En ú l t imoté rmino , y po r supues to , l a Ig le s ia i r í a de sa r ro l l ando un mé todoregu la r i zado pa ra l a e l ecc ión y o rdenac ión de ob i spos , mé todoque , a pa r t i r de l s ig lo I I I , ya se segu ía en todas par tes .

9 2 . ¿Cómo afectó la puesta en práctica de ese método para la

elección de obispos la creencia de que la ordenac ión era un sa-

cramento instituido por Cristo?

" Al con tes ta r una p reg unta an te r io r (p regunta 79) ya seña lé qu e« ins t i tu ido po r Cr i s to» no s ign i f i c aba necesa r i amen te que , du ran -te su v ida , Je sús hub ie se p laneado cu idadosamen te e l s i s t ema sa -c ramen ta l o hub ie ra p rev i s to con exac t i tud lo s d i s t in to s sac ra -mentos do tados de un poder san t i f ican te que é l o to rgó a la Ig les iapor y a t ravés de los apósto les . Lo que é l h izo en la ú l t ima cenafue e l fundamen to no só lo de l sac ramen to de l a euca r i s t í a s inotambién de l sac ramen to de l o rden . La doc t r ina de l a Ig le s ia ca -tó l ica , y la de o t ras Ig les ias que t ienen la o rdenac ión en «a l ta»es t ima , cons i s t e en remon ta r ha s ta Cr i s to e l pode r pa s to ra l desan t i f i c ac ión que se e je rce en e l ep i scopado , p re sb i t e rado y d ia -conado , pe ro no todos los aspec tos de la d isc ip l ina que se ibadesa r ro l l ando . Po r e jemp lo , no hay nada en l a s pa lab ra s de Je súsen l a ú l t ima cena que e spec i f ique qu ién ha de «o rdena r» a lo s

o t ro s o de qué mane ra . Inc lu so l a conoc ida imagen de l mismoCris to o rdenando a los Doce en la ú l t ima cena , con todas suss imp l i f i c ac iones , no in s i s t e en que é l se pus ie ra de p ie y fue raa l red edo r de l a m esa im po n ie nd o sus m an os a cada uno de e l lo s .T o d o s a q u e l l o s a q u i e n e s l a I g l e s i a r e c o n o c i ó f i n a l m e n t e c o m oob ispos , p re sb í t e ro s y d iáconos pa r t i c ipa ron en lo s t r aba jo s pa s -to ra le s que el m is m o Je sús l l evaba a cab o con qu ien es l e segu íany que lo s após to le s con t inua ron con lo s p r imeros c reyen te s . E l

m i n i s t e r i o o r d e n a d o n o f u e s i m p l e m e n t e e s t a b l e c i d o p o r l a p r o -p ia au tor idad de la Ig les ia ; más b ien , la ex is tenc ia de l min is te r ioo rdenado e s pa r t e e senc ia l en l a con t inuac ión de l min i s t e r io deJesucr is to y ayuda a hacer de la Ig les ia lo que rea lmente es . To-dos es tos fac to res son los que a f i rma la doc t r ina que desc r ibe lao rdenac ión como un sac ramen to in s t i tu ido po r Cr i s to , no l a s mo-da l idades de e lecc ión , po r qu ién y cómo . Todo e l lo queda rá de -

t e rminado po r l a p rác t i ca r e l ig io sa .




93 . He observado que cuando hablaba de la función de los pres-

bíteros-obispos, no men cionó la eucaristía. ¿A qué se debe?

Lo que e s taba in ten tando e ra , sob re todo , de sc r ib i r e l pape lde lo s p re sb í t e ro s -ob i spos en e l nuevo t e s tamen to , y a e s te r e s -pec to nunca se d ice que lo s p re sb í t e ro s -ob i spos ce leb ra ran l a eu -ca r is t ía . Lo más ce rcano a lo que podr ía l lamarse una acc ión l i -tú rg ica a t r ibu ida a los p resb í te ros se r ía lo que se ind ica en San t5 , 14-15 : que deb ía l lamarse a los p resb í te ros de la Ig les ia pa raungir a los enfe rmos y rogar por e l los . A pr inc ip ios de l s ig lo I I ,

t a l como podemos ve r en l a s ca r t a s de Ignac io de An t ioqu ía , enla es t ruc tura t r ipa r t i ta que é l de f iende de un so lo ob ispo y var iospresb í te ros y d iáconos , la ce lebrac ión de la eucar is t ía queda as ig -nada so lamen te a l ob i spo , a s í como la ce leb rac ión de l bau t i smo .Cuando é l e s t é ausen te puede de lega r en o t ro s . S in embargo , cona n t e r i o r i d a d y e n t i e m p o s d e l n u e v o t e s t a m e n t o p o se e m o s m u yp o c a i n f o r m a c i ó n so b r e q u i é n e s c e l e b r a b a n l a e u c a r i s t í a .

Pues to que en dos re la to s de l a ú l t ima cena (Lucas y Pab lo )

Je sús d ice a lo s p re sen te s , que e ran lo s Doce : «Haced e s to enmemor ia mía» , se ha pensado que e ra un recue rdo de que lo s Do-ce p res id ían la eucar is t ía . Pero no e ra pos ib le que es tuv ie ran p re -sen tes en todas las eucar is t ía s de l s ig lo I y no sabemos que sea s igna ra a una pe r sona regu la rmen te pa ra r ea l i z a r e sa t a rea y ,aunque a s í hub ie ra s ido , no sabemos a qu ién . (Debo hace r h inca -p i é e n e s t e p u n t o p o r q u e a l g u n o s e sc r i t o r e s m o d e r n o s e s t á n m u ysegu ros de que e ra e l c abeza de fami l i a qu ien ce leb raba l a euca -r i s t ía . Es to no es más que una suposic ión , ya que no hay n i unso lo tex to de l nuevo tes tamento que lo d iga) . En la Dida jé 10 ,7 nos encon t ramos con que , a pe sa r de l a s p revenc iones hac ialos p rofe tas i t ine ran tes , e l au tor ins is te en que no se les puedeimped i r «euca r i s t i z a r» . S i e so s ign i f i c a «ce leb ra r l a euca r i s t í a»y no s imp lemen te «da r g rac ia s» , en tonces , en c ie r to s luga re s , lo sp r o f e t a s p u e d e n h a b e r t e n i d o u n a r e sp o n sa b i l i d a d e u c a r í s t i c a e n

la l i tu rg ia ( c f . t am b ién H ech 13, 1 -2 ) . F in a lm en te , po r sup ues to ,l a Ig le s ia r egu ló y r egu la r i zó l a ce leb rac ión de l a euca r i s t í a ; yrea lmen te r e su l t aba inev i t ab le su de sa r ro l lo s i se hab ía de p ro -vee r r egu la rmen te a l a s comun idades con e l pan de v ida . No po -d ían depende r de una p rov i s ión de jada a l a za r .

9 4 . Si la persona que celebraba la eucaristía no era designada

de una ma nera regular en los inicios del nuevo testamento ¿no



¿Qu iénes celebran la eucaristía? 131

podría deducirse de ello que también hoy podríam os sentirnos

con una cierta libertad y flexibilidad a la hora de designar al

celebrante de la eucaristía?

P e r m í t a m e r e c o r d a r l e q u e y a r e c a l q u é n u e s t r a i g n o r a n c i a c o nre spec to a lo s in ic io s de l nuevo t e s tamen to . Los documen tos deq u e d i sp o n e m o s n o a p o r t a n i n f o r m a c i ó n su f i c i e n t e c o m o p a r aaf i rmar que se l legara a des ignar a l ce lebran te de la eucar is t íamed ian te una no rma t iva r íg ida e inva r iab le ; pe ro no a f i rmé queno ex i s t i e se t a l no rma t iva . Se t r a ta s imp lemen te de que ca rece -

mos de l a necesa r i a documen tac ión que lo a te s t igüe .Pero vamos a da r por c ie r to que no hubie ra n inguna normat iva

r íg ida e invar iab le en las Ig les ias con respec to a l ce lebran te dela eucar is t ía . Con todo , seguro que en la Ig les ia hab ía a lgún t ipode reconoc imien to ; qu ienes a s i s t í an a l a comida euca r í s t i c a debe -r í an habe r acep tado de a lguna mane ra que una pe r sona p ronun-ciara las palabras del Señor. (Pero aun en este caso, s i b ien sabe-mos que se dec ían las pa labras de l Señor , ya que se c i tan no só loen los ev an ge l io s s ino en 1 C or 11, 23 -26 , en rea l idad no se sab eexac tamen te cómo se ce leb raba l a euca r i s t í a en l a época de l nue -vo t e s tamen to ) . Eso s ign i f i c a , en mi op in ión , que e l r e conoc i -mien to de la Ig les ia es esenc ia l pa ra la responsab i l idad de l ce le -bran te de la eucar is t ía y de ah í e l porqué la Ig les ia ha ins is t idoen l a o rdenac ión , que e s e l modo e s tab lec ido pa ra o to rga r un re -conoc imien to púb l i co a qu ien puede y debe ce leb ra r l a euca r i s t í a .

Como ya he seña lado , l a Ig le s ia r egu la r i zó cómo ce leb ra r l ao rdenac ión y e sa r egu la r i zac ión e s v incu lan te po rque rep re sen tae l reconoc imien to de la Ig les ia . S i su p regunta se re f ie re a s i laIg le s ia pudo admi t i r o t ro p roced imien to pa ra de s igna r a l r e spon -sab le de la ce lebrac ión eucar ís t ica yo d i r ía (y se t ra ta s implemen-te de mi op in ión pe r sona l ) que s í pudo hace r lo . Pe ro en « la Ig le -s i a» se hab r ía de inc lu i r c i e r t amen te a l a s au to r idades o f i c ia le sde la Ig les ia , que para los ca tó l icos se r ían e l papa y los ob ispos .Me pa rece que l a Ig le s ia a s í en tend ida pod r ía e s tab lece r o t ra ma-nera de reconocer a los min is t ros de la eucar is t ía además de laacc ión fo rmal de la imposic ión de manos por un ob ispo , s i b ienno c reo que la Ig le s ia va ya a hac er lo . L o que yo ju zg ar ía in to -l e r a b l e e s q u e a l g u n o o a l g u n a s e a u t o n o m b r a r a c o m o c e l e b r a n t ede l a euca r i s t í a o que a lgún pequeño g rupo nombra ra su s p rop iosce leb ran te s de sconec tados de l a g ran Ig le s ia . P rec i samen te pa ra

p reven i r t a l e s abe r rac iones se r egu la r i zó y de sa r ro l ló e s ta p rác t i -




ca . E l reconoc imien to de que la s i tuac ión de la Ig les ia es taba de-sa r ro l l ándose ya de sde lo s in ic io s de l nuevo t e s tamen to no s ign i -

f i c a que todas l a s conc rec iones de sa r ro l l adas sean revocab le s uopc iona le s o que se pueda p re sc ind i r de e l l a s . E l Esp í r i tu san tocont inuó su acc ión en la Ig les ia después de l s ig lo I y sus ú l t imasconc rec iones pueden ve r se como la acc ión de l Esp í r i tu gu iandoa la Ig les ia en su comet ido . S i la Ig les ia deseara cambia r unaprác t ica neces i ta r ía pa ra e l lo la gu ía de l Esp í r i tu san to ; y esadec i s ión hab r ía de exp re sa r se de mane ra púb l i ca y un ive r sa l .

9 5 . A todo esto usted ni ha men cionado la palabra sacerdocio.¿A qué se debe?

D e n u e v o h e t r a t a d o d e c o n c e n t r a r m e a m p l i a m e n t e e n l a i m a -g e n q u e n o s o f r e c e e l n u e v o t e s t a m e n t o y e l p e r í o d o i n m e d i a t o .En todos lo s documen tos de e sa época e l t é rmino «sace rdo te»nunca se ap l i ca a un min i s t ro c r i s t i ano . Cuando a lgu ien me p re -gunta qué pensaba Jesús de los sacerdo tes , mi respues ta constan te

es que los tex tos de Jesús que hacen re fe renc ia a su ac t i tud an telo s sace rdo te s hab lan de qu ienes o f i c iaban en e l t emp lo jud íoo f rec iendo sac r i f i c io s . No ex i s t e n inguna ind icac ión de que Je súsemplea ra e l t é rmino «sace rdo te» pa ra r e fe r i r se a su s f i e l e s o a lmin i s t e r io de l a comun idad fu tu ra . Eso no s ign i f i c a , vue lvo ain s i s t i r , que e l min i s t e r io de l a fu tu ra comun idad no fue se in s t i -tu ido po r Cr i s to . E l min i s t e r io su rge de l a s acc iones de Je sús ;y pues to que e l sace rdoc io min i s t e r i a l c r i s t i ano e s tá ín t imamen teasoc iado a la eucar is t ía , de r iva de lo que é l h izo en la ú l t ima ce -na . S in embargo , l a t e rmino log ía de l sace rdoc io en boca de Je -sú s h a b r í a r e f l e j a d o su p r o p i a e x p e r i e n c i a c o m o j u d í o , p u e s y ah a b í a s a c e r d o t e s j u d í o s .

P o s t e r i o r m e n t e , e n l a e t a p a s i g u i e n t e d e l n u e v o t e s t a m e n t onos encon t ramos con que todo e l pueb lo c r i s t i ano e s «adqu i r idopor D ios» y e s de s ignado como «sace rdoc io rea l» (1 Pe 2 , 9 ) .

Eso d io luga r a lo que e r róneamen te se conoce como «e l sace rdo -c io de los la icos» ; se t ra ta más b ien de l sacerdoc io de todo e lpueb lo de Dios que no debe min imiza r se po r pos te r io re s d i s t in -c iones en t re c lé r igos y l a i cos : un sace rdoc io donde e l sac r i f i c ioofrec ido es la bondad de v ida que g lo r i f ica a Dios (1 Pe 2 , 12y 2 , 5 ) . También encon t ramos que se hace re fe renc ia a l p rop ioJe sús como sace rdo te en l a Ca r ta a lo s heb reos . Pe ro inc lu so e sac a r t a r e f l e j a u n a c o m p r e n s i ó n d e l t é r m i n o « sa c e r d o t e » d e r i v a d a



¿Quiénes celebran la eucaristía? 133

de su u so mucho más f recuen te pa ra de s igna r e l sace rdoc io l ev í -t ico jud ío , ya que t iene que exp l ica r que Jesús no es un sacerdo-

te lev í t ico , s ino sacerdo te según e l o rden de Melqu isedec , e l sa -ce rdo te - rey de Je rusa lén , que no e ra l ev i t a , y cuyo sace rdoc iono dependía de su genea log ía . Por lo que yo sé , no fue has ta e la ñ o 2 0 0 a p r o x i m a d a m e n t e c u a n d o e l t é r m i n o « s a c e r d o t e » s eempezó a ap l ica r a l ob ispo , y só lo a lgo más ta rde a l p resb í te ro .

Esta observac ión exp l ica por qué a lgunas Ig les ias p ro tes tan tes ,que in s i s t en en emplea r só lo e l l engua je de l nuevo t e s tamen to ,se n iegan a l lamar sacerdo tes a sus p rop ios min is t ros ya que con-s ideran que esa te rmino log ía no es la p rop ia de l nuevo tes ta -m e n t o . C u a n d o e n f e c h a s p o s t e r i o r e s d e l n u e v o t e s t a m e n t o c o -menzó a ap l i ca r se l a pa lab ra sace rdoc io a ob i spos y p re sb í t e ro se l lo compor taba una c ie r t a r ememorac ión de l sace rdoc io l ev í t i code l an t iguo t e s tamen to a l que compe t ía e l o f rece r sac r i f i c io s . Lain t roducc ión de e s te t é rmino e s taba lóg icamen te v incu lada a l de -sa r ro l lo de l l engua je sob re l a euca r i s t í a como sac r i f i c io . (Ténga -

se en cuen ta , una vez más , que hab lo de l de sa r ro l lo de l l engua je .Hubo , según mi op in ión , un a spec to sac r i f i c i a l en l a p r imera in -t e rp re tac ión de l a euca r i s t í a , pe ro no t engo n ingún da to de quese de s igna ra a l a euca r i s t í a como sac r i f i c io con an te r io r idad alos in ic ios de l s ig lo I I ) . Cuando se empezó a pensar en la euca-r i s t í a como sac r i f i c io , a l a pe r sona des ignada pa ra p re s id i r l a ( e lob i spo y más t a rde e l p re sb í t e ro ) p ron to se l e l l amar ía sace rdo te ,ya que a los sacerdo tes se le s re lac ionaba con e l sac r i f ic io .

9 6 . Entonces la palabra «sacerdote» ¿es una simple añadidura

a las de «obispo» y «presbítero»?

No, yo no d i r í a e so . Una evo luc ión de e s te t ipo de t e rmino lo -g ía r e f l e j a un p rog re so en l a comprens ión de una rea l idad y ayu -da a de scub r i r a spec to s de l a misma . Las de sc r ipc iones de lo sob i spos -p re sb í t e ro s en l a s Ca r ta s pa s to ra le s , a soc iándo los a l a

l abo r pa s to ra l y a l a admin i s t r ac ión , aba rcan una pa r te impor tan -te de l min i s t e r io c r i s t i ano . Pe ro e l fundamen to de e se min i s t e r ioen e l mismo Je suc r i s to no apa rece c la ro en l a s Ca r ta s pa s to ra le s .Cuando e l min i s t ro emp ieza a se r l l amado sace rdo te , en toncesla r e lac ión en t re e l p re sb i t e rado y e l sace rdoc io de Je suc r i s to ,e je rc ido con e l sac r i f ic io de su muer te , según la Car ta a los he -b reos , apa rece con mayor c la r idad . E l p re sb í t e ro e s más que unpas to r y un admin is t rador ; e l p resb í te ro par t ic ipa en la g ran ac -




c ión in te rce so ra de Je suc r i s to , a s í como la euca r i s t í a vue lve ahace r p re sen te l a mue r te de l Seño r ha s ta que vue lva .

Ya he d icho que las d i fe renc ias que en la p rác t ica separan aca tó l i cos y p ro te s tan te s a e s te r e spec to se r e f l e j an en l a d i fe ren -te t e rmino log ía con re spec to a l min i s t e r io y a l sace rdoc io . En sumin i s t e r io , lo s ob i spos -p re sb í t e ro s de l a s Ca r ta s pa s to ra le s , hande se r mode los idea le s pa ra lo s c r i s t i anos de l a comun idad , nosó lo por sus v i r tudes s ino por su v ida co t id iana . Son e leg idospo rque saben gobe rna r un hoga r , son buenos e sposos y buenos

pad re s . La imp l icac ión de t a l e s ob i spos -p re sb í t e ro s en l a v idanormal y corr ien te se da por supues to . Por e l con t ra r io , e l sacer -do te l ev í t i co de l an t iguo t e s tamen to , cuando o f rece e l sac r i f i c io ,se ha de apar ta r to ta lmente de lo secu la r . Se ha de lavar de unamane ra e spec ia l , ha de reves t i r se con unas de te rminadas p rendasy t i e n e q u e p e r m a n e c e r a l e j a d o d e l a c o m u n i d a d p o r q u e e n t r a e ncon tac to con Dios , e l todo san to . Pa rec ía inev i t ab le que cuandoe l t é r m i n o s a c e r d o c i o s e e m p e z a b a a e m p l e a r p a r a d e s i g n a r a l

ob ispo y a l p resb í te ro c r i s t iano , en par te es ta ex igenc ia de la se -parac ión de lo secu la r y de una san t idad ún ica y apar tada de losmodos o rd ina r io s de v ida , t en ían que cons ide ra r se como una pa r -t e de l idea l c r i s t i ano de l ob i spo -p re sb í t e ro . Es to ha c reado unatens ión en l a s expec ta t iva s de lo s ca tó l i cos sob re sus sace rdo te s .Como min i s t ro s que han de e s ta r en con tac to con l a s v ida s deaque l lo s de lo s que son pas to re s , hay una demanda pa ra que e lc le ro compar ta su fo rma de v ida o rd ina r ia y su s p rob lemas ; pe ro

c o m o sa c e r d o t e s q u e h a n d e s e r r e p r e se n t a n t e s d e l a c o m u n i d a d ,de un modo espec ia l , an te la san t idad de Dios , hay también lad e m a n d a d e q u e s e m a n t e n g a n u n t a n t o s e p a r a d o s y d e d i c a d o sú n i c a m e n t e a D i o s .

La pos tu ra de Hans Küng , en mi op in ión , cons i s t i r í a en con -s ide ra r como una abe r rac ión l a in t roducc ión de l a s idea s l ev í t i -ca s sace rdo ta le s de l an t iguo t e s tamen to en e l min i s t e r io c r i s t i a -

no ; é l p re sc ind i r í a de l a s mismas . Yo adop to l a pos tu ra con t ra -r ia : que , en la p rov idenc ia de Dios , é s ta e ra una manera de p re -se rvar un va lor ún ico de Is rae l y que la tens ión , s i b ien resu l tad i f í c i l , e s sa ludab le . Todo mi en foque de l a Ig le s ia como p re se r -v a d o r a d e t e n s i o n e s q u e d a m o d e l a d o p o r l a e n c a r n a c i ó n , q u eman t iene l a t ens ión en t re lo d iv ino y humano en un so lo Je sús .R e c o n o z c o q u e e n n u e s t r o t i e m p o h a y m u c h o s q u e p r e f i e r e n h a -ce r de sapa rece r l a t ens ión en t re dos supues to s l ib rándose de uno .

En mi op in ión eso v iene a se r un empobrec imien to de l c r i s t ian is -



Pedro y los papas 135

mo. A t r avés de mis r e spues ta s puede de tec ta r se que t engo l asensac ión de que e l c r i s t ian ismo, a pa r t i r de la encarnac ión , ha

de p re se rva r aque l l a s ac t i tudes que e s tán en t ens ión ; l a enca rna -c i ó n , q u e i m p l i c a l o p l e n a m e n t e d i v i n o y l o p l e n a m e n t e h u m a n oen Jesús , e s una p r imera tens ión . Las Escr i tu ras , con pa labras es-c r i ta s to ta lmente por se res humanos y que , s in embargo , só lo p ro-v ienen de Dios , imp l ican o t ra t ens ión . La Ig le s ia y lo s sac ramen-to s , in s t i tu idos po r Cr i s to y que , no obs tan te , supe ran cua lqu ie re sbozo o p lan de ta l l ado po r e l mismo Je sús , imp l ican t ens ión .Lo mismo ocu r re con un min i s t e r io iden t i f i c ab le con l a comun i -

dad de donde procede e l min is t ro y que , con todo , se ve apar ta -do para se rv i r en la p resenc ia de Dios y represen ta r a Cr is to sa -c e r d o t e .

9 7 . No ha concretado demasiado al hablar d el papel de Pedro

en el gobierno de la Iglesia. ¿Los primeros cristianos lo recono-

cían como cabeza de la Iglesia?

Antes de con tes ta r le pe rmí tame que le recomiende se r un pocomás cau to a l emplear la expres ión «cabeza de la Ig les ia» . En e lnuevo t e s tamen to e se t é rmino se ap l i ca a Cr i s to , sob re todo enlas Car tas a los co losenses y a los e fes ios . La Ig les ia es e l cuer-po y Cr i s to e s l a c abeza . Inc lu so con e l r e spe to que p ro fe samosa l papa como suceso r de Ped ro , según l a doc t r ina ca tó l i ca , s i em-p re debe r íamos de ja r muy c la ro que e l l ide razgo de l papa no su -

p lan ta nues t ra co inc idenc ia con l a gene ra l idad de l a f e c r i s t i anade que Cr is to es la ún ica cabeza de la Ig les ia . Cr is to e je rce enpa r te su gob ie rno med ian te e l l ide razgo de l papa , de modo quee l papa j amás puede apa rece r como un r iva l de Cr i s to .

Pe ro vo lv iendo a lo fundamen ta l de su p regun ta me va a pe r -mi t i r que la con tes te a dos n ive les : e l p r imero , a n ive l de lo quehace Ped ro du ran te su v ida y e l segundo , a n ive l de l s imbo l i smode lo que se d ice sobre Pedro . Al n ive l de lo que hace duran te

su v ida , en lo s cua t ro evange l io s Ped ro apa rece como e l d i sc ípu -lo más impor tan te de Je sús , po r cuan to e s e l que se menc ionac o n m a y o r f r e c u e n c i a y e l q u e m á s v e c e s h a b l a . E f e c t i v a m e n t e ,muy a menudo , en todos lo s evange l io s , e s e l po r tavoz de l g rupode lo s Doce y de lo s que s iguen inmed ia tamen te a Je sús . Ennues t ro ac tua l en foque de lo s evange l io s sabemos que hay uncon ten ido bás ico que p rocede de l t i empo de Je sús , y un desa r ro -l lo de ese con ten ido en e l t ranscurso de la p red icac ión c r i s t iana




( c f . l a p regun ta 40 ) . Po r cons igu ien te , t an to s i l a de sc r ipc ión dela ac t iv idad de Ped ro en e l min i s t e r io de Je sús e s abso lu tamen te

h is tó r ica , en e l sen t ido de que é l h ic ie ra todas esas cosas , de ma-nera tan des tacada , duran te la v ida de Jesús , como s i se t ra ta deuna s imp l i f i c ac ión p roduc ida po r l a p red icac ión c r i s t i ana , lo quese nos e s tá d ic iendo e s s imp lemen te l a impor tanc ia que t en ía Pe -dro duran te su v ida , dado que e l desa r ro l lo de la t rad ic ión evan-gé l i ca a t r avés de l a p red icac ión hab r ía t en ido luga r du ran te lo sa ñ o s c o m p r e n d i d o s e n t r e la c r u c i f i x i ó n d e J e sú s , a p r i n c i p i o s d elos años 30 , y la muer te de Pedro , a mediados de los 60 .

La p reeminenc ia de Ped ro y su mane ra de ac tua r t r a s l a r e su -r recc ión queda re f l e jada en e l l ib ro de lo s Hechos ; y s i a cep ta -mos e l en foque mode rno de lo s Hechos como una ob ra de lo saños 80 , nos en te ramos, por lo menos , de que en los años 80 ,se r eco rdaba a Ped ro en Je rusa lén como e l más ac t ivo de lo s Do-ce , e igua lmen te fue ra de Je rusa lén , en lo s p r imeros años de lm o v i m i e n t o c r i s t i a n o . I n d i r e c t a m e n t e , e s t o a p a r e c e c o n f i r m a d o

en l a s ca r t a s pau l ina s . Pab lo p red icó a l a s Ig le s ia s en Ga lac ia ,y cuando esc r ibe a los gá la tas , é l da s in más por supues to quee l l o s s a b e n q u i é n e s C e f a s ( P e d r o ) , m e n c i o n a n d o su p r e se n c i a ,e n t i e m p o s p a sa d o s , e n J e r u sa l é n y A n t i o q u í a . I g u a l m e n t e , c u a n -do e sc r ibe l a p r imera Ca r ta a lo s co r in t io s y comen ta lo s p r iv i -leg ios de un apósto l é l menc iona a Cefas y a su muje r (1 Cor 9 ,5 ) . Se puede supone r in te l igen temen te que en cua lqu ie ra de l a scomun idades c r i s t i anas de lo s años 60 , e l nombre de Ped ro e ra

c o n o c i d o y r e c o n o c i d o c o m o u n a f i g u r a i m p o r t a n t e . ( L a m a y o ro menor impor tanc ia conced ida a Ped ro e s ta r í a en func ión de quehub ie ra o no v i s i t ado aque l l a zona ) . Tenemos mo t ivos su f i c ien te spa ra a f i rmar que se l e conoc ía como e l más impor tan te de lo sDoce y como e l que hab ía tomado pa r te en l a s dec i s iones c r i s t i a -nas más impor tan te s con re spec to a l a ex tens ión de l a mis ión pa -r a l a p r o c l a m a c i ó n d e l e v a n g e l i o .

P a sa n d o a l n i v e l d e l s i m b o l i sm o , p r o b a b l e m e n t e y a d u r a n t esu v ida y c ie r t amen te en documen tos que c i rcu la ron después desu mue r te , Ped ro se conv i r t ió en s ímbo lo de gu ía pa s to ra l en d i s -t i n t a s r e g i o n e s . P e r m í t a n m e su b r a y a r q u e l o s e v a n g e l i o s d e M a -teo , Lucas y Juan fue ron e sc r i to s todos e l lo s p robab lemen te t r a sla mue r te de Ped ro y que , po r cons igu ien te , lo s t ex to s que ene l lo s hacen re fe renc ia a Ped ro t i enen impor tanc ia en cuan to reve -lan lo que se pensaba de é l en e l ú l t imo terc io del s ig lo I . En Mt

16 , 16-18 tenemos e l famoso pasa je en e l que Jesús le d ice : « ¡Di-




choso tú , S imón , h i jo de Jonás ! Po rque e so no t e lo ha reve ladonadie de ca rne y hueso , s ino mi Padre de l c ie lo . Ahora te d igo

yo: Tú e res P iedra y sobre es ta roca voy a ed i f ica r mi Ig les ia ,y e l poder de la muer te no la de r ro ta rá» . Con es tas pa labras seena l t ece a Ped ro como recep to r de una reve lac ión d iv ina que l efacu l t a pa ra p roc lamar a Je sús como e l H i jo de l D ios v ivo . Deb i -do a e sa r eve lac ión y p roc lamac ión se l e de sc r ibe como la p ied rasob re l a cua l se ed i f i c a rá l a Ig le s ia . C ie r t amen te e so imp l ica quea Ped ro se l e r ecue rda como un g ran p red icado r , como a lgu ienque p roc lamaba l a adecuada concepc ión de l a iden t idad de Je sús ,que const i tuye e l evange l io , como a lgu ien a t ravés de cuya pred i -cac ión y fe se fundamen ta l a Ig le s ia t a l como Ma teo l a conoc ió .

En Le 22 , 31 -34 , cuando ce leb ra Je sús l a ú l t ima cena y enca -ra su p róx ima muer te , anunc ia que Ped ro l e nega rá an te s de quecan te e l ga l lo , pe ro an tes Jesús hace es ta o rac ión espec ia l porP e d r o : « ¡ S i m ó n , S i m ó n ! M i r a q u e S a t a n á s o s h a r e c l a m a d o p a r ac r iba ros (p lu ra l ) como t r igo , pe ro yo he ped ido po r t i ( s ingu la r )

pa ra que no p ie rdas l a f e . Y tú , cuando t e a r rep ien ta s , a f i anzaa tu s he rmanos» . As í se enseñaba a lo s c r i s t i anos de l ú l t imo te r -c io de l s ig lo I , que Jesús ve ía en Pedro un ins t rumento espec ia lpara e l fo r ta lec imien to en la fe de l res to de sus segu idores , y queen l a c r i s i s p rovocada po r l a c ruc i f ix ión y re su r recc ión de Je sús ,l a s o rac iones e spec ia le s po r Ped ro ha r ían que fue ra capaz de su -pe ra r l a y de l l eva r a cabo su pape l como in s t rumen to dec i s ivopara e l in ic io y la conso l idac ión de la Ig les ia .

En Jua n 21 , 17 -19 , se p re s en ta a Je s ús r e suc i t ad o ha b la nd ocon S imón Pedro , pon iendo a p rueba su amor , pa ra as ignar le lue -go l a r e sponsab i l idad de pa s to rea r su s ove ja s . Es te e s un pasa jee x t r a o r d i n a r i a m e n t e i m p o r t a n t e e n u n e v a n g e l i o q u e y a h a b í ap roc lamado l a abso lu ta p r imac ía de Je sús como e l buen Pas to r .A Ped ro , se l e concede po r su amor a Je sús ac tua r como pas to rde l r ebaño que s igue pe r tenec iendo a Je sús . Es to s t r e s pa sa je s ,

e sc r i t o s p a r a d i s t i n t a s c o m u n i d a d e s , c o n f i r m a n e l c o n s t a n t e s i m -bo l i smo de Ped ro como enca rnac ión de l a f e , de su p roc lamac ión ,de su ta rea pas to ra l , y de su apoyo in in te r rumpido en la Ig les ia .

9 8 . ¿Pero Pablo no se enfrenta a Pedro? ¿reconocía Pablo la

supremacía de Pedro?

N o d e b e o l v i d a r se q u e c u a n d o y o e s t a b a h a b l a n d o d e P e d r o

nunca a f i rmé que é l fue ra e l ún ico re sponsab le de l a Ig le s ia .




Afi rmé con todo de ta l l e que du ran te su v ida todos unán imemen tele acep taban como e l p r imero en t re lo s Doce y que , a cabada suv ida , su imagen adqu i r ió un g rand í s imo va lo r s imbó l ico en l afundac ión de la Ig les ia y en su ded icac ión pas to ra l to ta l a la mis-ma . Con todo , en o t ros sec to res de la ac t iv idad de la Ig les ia , lain f luenc ia de Ped ro ha s ido l imi tada . Po r e jemp lo , en e l nuevote s tamen to no se ind ica que Ped ro fue se admin i s t r ado r de unaIg le s ia loca l , ya fue ra l a de Je rusa lén , An t ioqu ía o Roma , y fuea ese admin is t rador a l que más ta rde se le d io e l nombre de ob is-

p o . Y o t r a s f i g u r a s , a d e m á s d e P e d r o , d e se m p e ñ a r o n p a p e l e s i m -po r tan te s en l a Ig le s ia . Po r e jemp lo , s i e s tud iamos l a s i tuac iónde la Ig les ia en Je rusa lén hac ia e l año 49 —el per íodo de l l lama-d o c o n c i l i o d e J e r u sa l é n — d e b e r í a m o s a c e p t a r q u e h u b o p e r so -nas de d i s t in ta s ca tego r ía s , comprome t ida s en aque l deba te sob res i se t en ía que ex ig i r a lo s paganos conve r t idos hace r se p r imerojud íos , e s dec i r , s i t en ían que c i rcunc ida r se . Ped ro e ra e l máx imoresponsab le como e l p r imero en t re lo s Doce . San t i ago t en ía t am-

b ién una re sponsab i l idad e spec ia l como pa r ien te de Je sús y en -ca rgado de l a comun idad de Je rusa lén . Pab lo t en ía t amb ién unag ran re sponsab i l idad en cuan to e ra e l g ran evange l i zado r de lo sg e n t i l e s , c u y o m i n i s t e r i o a p o s t ó l i c o h a b í a p r o v o c a d o l a t e m á t i c ade la convers ión de los gen t i le s . Cada una de es tas f iguras ten íatodo e l de recho a expresa r sus ideas y pod ían no es ta r de acuerdoa l a h o r a d e e n f o c a r e l p r o b l e m a . A f o r t u n a d a m e n t e t o d o s c o i n c i -d ie ron en lo que pod r íamos l l amar e l fondo de l a cues t ión : quese pod ía admi t i r a lo s gen t i l e s s in una p rev ia c i r cunc i s ión .

Ahora b ien , u s ted me p regun tó s i Pab lo se en f ren tó a Ped ro .S í , lo h izo , que noso t ro s sepamos , en dos ocas iones . En e l conc i -l io de Je rusa lén , a l que me acabo de re fe r i r , Pab lo fue a Je rusa -l é n c o n v e n c i d o d e q u e h a b í a p r o c l a m a d o e l a u t é n t i c o e v a n g e l i ode la g rac ia de Jesucr is to pa ra la convers ión de todos; y quedac la ro po r su s pa lab ra s que , d i j e ran lo que d i j e ran Ped ro o San t i a -

go o cua lqu ie r o t ro se r humano (o inc lu so un ánge l ) , Pab lo noiba a cambia r su evange l io . S in embargo , tuvo que d ia loga r conPedro y con San t i ago y con l a s au to r idades de Je rusa lén . Se re -f i r ió a e l lo s , en tono desdeñoso , como lo s a s í l l amados p i l a re sde la Ig les ia (Gá l 2 , 9 ) , pe ro inc luso esa re fe renc ia un tan todesde ñosa v iene a r ea lza r la impor tanc ia de Ped ro . Ev iden te m en tehubo qu ien l e tuvo como «p i l a r de l a Ig le s ia» ; y aunque Pab lono compar t i e ra aque l l a admirac ión , s in embargo , tuvo que i r a

Je rusa lén a d ia loga r con Ped ro , dada l a impor tanc ia de l a s au to -




r idades de Je rusa lén . E l lo s t en ían l a po te s tad de romper l a koi-

nonia o comun ión con Pab lo , y pa ra Pab lo e so hab r ía s ign i f i c ado

la de sau to r izac ión de su t r aba jo y hab r ía c reado una d iv i s ión en -t r e l o s s e g u i d o r e s d e C r i s t o . A f o r t u n a d a m e n t e , c o m o y a a p u n t é ,e sa koinonia se sa lvó en Jerusalén (Gál 2 , 9) .

La o t ra ocas ión en que Pab lo tuvo un en f ren tamien to con Pe -d r o f u e p o s t e r i o r m e n t e e n A n t i o q u í a , d o n d e s e d e b a t i ó o t r o t e m a(Gál 2 , 11-14) . Los gen t i le s conversos y admit idos s in p rev iac i rcunc i s ión ¿hab r ían de obse rva r l a s l eyes jud ía s sob re lo s a l i -men tos? Po r lo menos e sa pa rece una mane ra de t r aduc i r l a d i s -pu ta o r ig inada a r a íz de que Ped ro comie ra con unos inc i rcunc i -sos pa ra luego cambia r de ac t i tud deb ido a la p res ión que e je rc ie -ron sob re é l unos hombres env iados po r San t i ago . Cuando Ped roced ió an te qu ienes p roh ib ían sen ta r se a l a mesa con c r i s t i anosgen t i l e s , Pab lo e s t imó que Ped ro hab ía t r a i c ionado e l evange l io .O b v i a m e n t e f u e u n m o m e n t o d e i r a y o r i g i n ó u n s e r i o e n f r e n t a -mien to en t re dos d i r igen te s c r i s t i anos , o inc lu so en t re t r e s . Mi

aná l i s i s genera l e s que Pab lo ins is t ió en que a los gen t i le s no lesob l igaban l a s l eyes jud ía s sob re lo s a l imen tos ; lo s env iados deSan t i ago in s i s t í an en que s í l e s ob l igaban ; y Ped ro adop tó unapos tu ra in te rmed ia a l l í donde l a cues t ión e ra op inab le , s i b ienp re fe r í a a l inea r se con lo s env iados de San t i ago an te s que d iv id i ra l a c o m u n i d a d .

En mi op in ión , todo es to demuest ra que Pab lo no hab ía ten idoque acep ta r todos los pun tos de v is ta de Pedro n i Pedro tuvo que

acep ta r todos los pun tos de v is ta de Pab lo . Y p ienso que es u r -gen te en e l c r i s t i an i smo de hoy d ía que reconozcamos que pue -den da r se t emas de l eg í t imo deba te en t re lo s t eó logos c r i s t i anose inc luso en t re los d i r igen tes c r i s t ianos . S in embargo , lo que ese x t r a o r d i n a r i a m e n t e i m p o r t a n t e c o n r e sp e c t o a l a s i t u a c i ó n e n t r ePedro y Pab lo es que cuando se l legó a lo esenc ia l de la fe enCr i s to , en 1 Co r 15 — un p as a je don de Pab lo hab lab a sob re lamue r te , l a r e su r recc ión y l a s apa r ic iones de Je sús— é l menc ionóen pr imer lugar la apar ic ión a Cefas (Pedro) y después una apar i -c ión a San t i ago , y luego una apa r ic ión a é l mismo . Con re spec toa todo e l lo Pab lo d i jo : «Eso es lo que p red icamos y eso fue loque c re i s t e i s» . E l r econoc ía que en lo e senc ia l de l a p roc lama-c ión de Cr i s to , é l mismo y Ped ro y San t i ago p red icaban e l mismomensa je bás ico y los c r i s t ianos ten ían que c ree r lo . S i se ha dereconoce r una l eg í t ima d i sc repanc ia en e l c r i s t i an i smo de nues t ro

t i empo , t amb ién debe se r necesa r i a l a unan imidad en l a s cues t io -




n e s e se n c i a l e s . P o r c o n s i g u i e n t e , l o s d e sa v e n e n c i a s e n t r e P e d r o

y Pab lo no d i sminuyen , en mi op in ión , l a impor tanc ia de Ped roen lo s pun tos e spec í f i cos que he seña lado .

99 . Usted dijo que a Pedro no se le designa en el nuevo testa-

mento como obispo. Yo tenía entendido que Pedro fue el primer

obispo de Roma.

A f ina le s de l s ig lo I I se con fecc iona ron l a s p r imera s l i s t a s delo s ob i spos de l a s p r inc ipa le s c iudades . Po r e jemp lo , en l a l i s t ade lo s ob i spos de Roma , dada po r I r eneo , Ped ro apa rece e l p r i -mero . Con todo uno puede p regun ta r se qué s ign i f i c a e so . En a l -guna pa r te , a l l á po r e l s ig lo I I (p robab lemen te a med iados de e ses ig lo ) l a Ig le s ia romana desa r ro l ló l a e s t ruc tu ra de un so lo ob i s -po y va r io s p re sb í t e ro s , aun cuando o t ra s Ig le s ia s hub ie ran desa -r r o l l a d o o e s t u v i e r a n d e sa r r o l l a n d o e sa m i sm a e s t r u c t u r a d u r a n t ee l s ig lo I I . A pa r t i r de e se momen to , a l p re sb í t e ro reconoc ido co -

mo e l d i r igen te de l a Ig le s ia romana , e spec ia lmen te en lo s a sun -to s r e lac ionados con o t ra s Ig le s ia s , se l e l l amó ob i spo . An te s deque se acep ta ra un so lo ob i spo , d ive r sos a sun tos en Roma fue ront ra tados po r un g rupo de p re sb í t e ro s ; pe ro inev i t ab lemen te en e seg rupo des taca r ía a lguna pe r sona como e l d i r igen te na tu ra l y co -mo ta l se r í a r econoc ido imp l íc i t amen te con una f ina l idad de te r -m i n a d a .

P o r e j e m p l o , r e u n i e n d o i n f o r m a c i ó n p o s t e r i o r , p o d e m o s r e c o -noce r que una ca r t a con amones tac iones env iada po r l a Ig le s iade Roma a la Ig les ia de Cor in to , a f ina les de l s ig lo I , fue esc r i tap o r C l e m e n t e , p r e sb í t e r o d e l a I g l e s i a r o m a n a . E s p o c o p r o b a b l eque se l l amara a C lemen te e l ob i spo de Roma ; e s ta r í a más ce rca ,c o n t e r m i n o l o g í a m o d e r n a , d e l c o n se j e r o d e l e g a d o d e l a I g l e s i a .S in embargo , a l se r r eco rdado como e l más de s tacado en t re lo sp re sb í t e ro s de su t i empo , su nombre apa rece en l a l i s t a como

o b i s p o d e R o m a .De mane ra s imi la r , yo d i r í a que en lo s años 60 , cuando Ped rol l egó a Roma , e l p r imero de lo s Doce , e ra l a f igu ra más de s taca -da de la Ig les ia romana . En e l lengua je de f ina les de l s ig lo I I ,e sa hub ie ra pod ido se r l a c ausa de que apa rec ie ra como ob i spode l a Ig le s ia romana , aun cuando lo s con temporáneos de Ped roen lo s años 60 pod r ían no habe r emp leado t a l t é rmino pa ra r e fe -r i r se a é l . Lo que s í d igo es que aque l las l i s tas de ob ispos nos

h a n c o n se r v a d o l a s f i g u r a s m á s d e s t a c a d a s y r e p r e se n t a t i v a s e n




la h is to r ia de una de te rminada Ig les ia , inc luso an tes de que seemplea ra l a denominac ión de un so lo ob i spo . En cua lqu ie r c a so ,

no e s toy qu i t ando impor tanc ia a Ped ro o a su e s tanc ia en Romacuando seña lo que re su l t a anac rón ico pensa r en é l como un ob i s -po loca l . Rea lmente , y pues to que la ta rea de l ob ispo e ra la deadmin i s t r a r una pequeña comun idad y v iv i r en e l l a , yo d i r í a quela impor tanc ia de Ped ro va mucho más a l l á de lo man i fe s tado ;como e l p r imero de los Doce é l represen tó a la to ta l idad de l re -no va do Is rae l y tuv o la po tes tad de ju zg ar a todo e l pu eb lo c r i s -

t i ano de Dios .

100. La pregunta más importante es ésta: ¿los cristianos del

nuevo testamento consideraban a Pedro como el papa?

Otra vez t engo que reco rda r que l a t e rmino log ía ex ige unt iempo para su desa r ro l lo , que la te rmino log ía de la Ig les ia pos-te r io r no es taba ya c reada en e l s ig lo I y que cuando empezó a

e m p l e a r se u n a t e r m i n o l o g í a p o s t e r i o r t e n í a u n a s i m p l i c a c i o n e smás e spec í f i c a s de l a s que puedan habe r en tend ido lo s c r i s t i anosde l s ig lo I . Po r e jemp lo , cuando e l t é rmino «papa» empezó a em-p lea r se en lo s s ig lo s pos te r io re s pa ra r e fe r i r se a l ob i spo de Ro-ma , e se t é rmino exp re saba unos log ros impor tan te s en l a h i s to r i ade l ob ispo de Roma. Roma e ra la cap i ta l de l imper io y , por tan to ,la Ig les ia de Roma se rev is t ió con e l manto de la Ig les ia de lac i u d a d m á s i m p o r t a n t e d e l m u n d o . F u e e n R o m a d o n d e f u e r o n

mar t i r izados los apósto les Pedro y Pab lo ; y as í , en rea l idad , lasede de Roma se conv i r t ió en l a sede apos tó l i ca , he redando lo sres tos y e l legado de los dos apósto les más impor tan tes de la h is -to r i a c r i s t i ana . En e l s ig lo I I , e spec ia lmen te , lo s p re sb í t e ro s ro -m a n o s h a b í a n d e se m p e ñ a d o u n i m p o r t a n t e p a p e l a l o p o n e r se alas ideas he ré t icas e ins is t i r en la pureza de la fe c r i s t iana , demodo que l a sede romana se hab ía conve r t ido en un s ímbo lo dela t r ad ic ión conse rvada con toda su pu reza . Todos e s to s f ac to re s

h ic ie ron a t rac t iva l a de sc r ipc ión de l ob i spo de Roma como papa ,pues to que ayudaban a en tende r a l a san ta sede como la r e spon -sab le de las Ig les ias d ispersas por e l imper io , a s í como de laconse rvac ión de l a f e o r todoxa .

Ahora , cuando us ted p regunta , en e l s ig lo XX, s i a Pedro sel e c o n s i d e r a b a c o m o p a p a , m e e s t á h a c i e n d o u n a p r e g u n t a q u eesconde t ras s í en e l té rmino «papa» una t rad ic ión aún más r ica .

Espec ia lmen te , y como mode rno t e lón de fondo ah í r ad ica l a de -




c la rac ión de l conc i l io Va t icano I por la que e l papa t iene ju r i s -d icc ión sob re todos lo s c r i s t i anos . Obv iamen te , lo s c r i s t i anos de ls ig lo I no iban a pensa r según unos concep tos de ju r i sd icc ión osegún muchos o t ro s a spec to s que se han ido a soc iando a l papadoa t ravés de los s ig los . Ni los c r i s t ianos que v iv ían en t iempos dePed ro han a soc iado to ta lmen te a l após to l con Roma , ya que p ro -bab lemen te Ped ro l l egó a Roma só lo en lo s ú l t imos años de suv ida . Ni su venerac ión por la Ig les ia de Roma se deb ía a que a l l íhab ían rec ib ido e l ma r t i r io Ped ro y Pab lo n i a l a pos te r io r h i s -

to r ia de la p rese rvac ión de la fe por pa r te de la Ig les ia romanaf ren te a l a he re j í a .Q u i z á s l a m e j o r m a n e r a d e f o r m u l a r u n a p r e g u n t a p r o p i a d e

los años 60 y a la que pudie ra con tes ta rse no sea : «¿Los c r i s t ia -nos de aque l lo s t i empos cons ide raban a Ped ro como papa?» , s inoes ta o t ra : «¿Cons ide raban lo s c r i s t i anos de aque l lo s t i empos aPed ro como e l depos i t a r io de unos pode re s que iban a con t r ibu i re senc ia lmen te a l de sa r ro l lo de l pape l de l papado en l a Ig le s ia

fu tu ra?» . P ienso que l a con te s tac ión ha de se r a f i rma t iva , t a l co -mo t ra té de exp l i ca r en re spues ta a una p regun ta an te r io r en l aque comen taba l a s t a rea s que Ped ro l l evó a cabo du ran te su v ida ,a s í como a lo s s imbo l i smos que se l e a t r ibuyen inc lu so despuésde su mue r te . A mi en tende r fue ron e l lo s lo s que con t r ibuye ronde fo rma dec i s iva a que se v ie ra a l ob i spo de Roma , a l ob i spode l a c iudad en l a que Ped ro mur ió y donde Pab lo d io t e s t imon iode la ve rdad de Cr is to , como a l sucesor de Pedro a l f ren te de laIg le s ia un ive r sa l .

En e l l ib ro ecumén ico redac tado po r e spec ia l i s t a s de d i s t in ta sIg le s ia s c r i s t i anas , Pedro en el nuevo testamento ( R . E . B r o w ne t a l . ; Sa l Te r rae , San tande r 1976) , emp leamos e l l engua je de l a« t rayec to r i a» pe t r ina . Creo que se t r a t a de un t é rmino ap rop iado ,ya que t r ansmi te l a idea de un l a rgo camino de p rog re so que d iosus p r imeros pa sos en v ida de Ped ro y con t inuó en l a Ig le s ia que

vendr ía a con t inuac ión . A pa r t i r de Ped ro veo e l papado en unal ínea de de sa r ro l lo . Resu l t a in te re san te que e l evange l io r ecue rdea lgunos de lo s f a l lo s de Ped ro a s í como lo s pa sa je s en que sepone de re l i eve su au to r idad . No se ha omi t ido e l r ep roche deJe sús po r su incomprens ión (Me 8 , 31 -33 ) a s í como po r l a s nega -c iones de Je sús . Eso puede re su l t a rnos muy ú t i l a noso t ro s lo sc a t ó l i c o s q u e c r e e m o s f i r m e m e n t e e n e l p a p a c o m o v i c a r i o d eCris to a l f ren te de la Ig les ia de Cr is to . Al igua l que Pedro tuvo ,

a veces , su s f a l lo s , de l mismo modo ha hab ido qu ienes e je rc ie -



¿Hasta qué punto ha camb iado la Iglesia? 143

ron su re sponsab i l idad como papas con s ign i f i ca t ivos f a l lo s ei n c l u so e sc á n d a l o s . N a d a d e e l l o e l i m i n a e l s i m b o l i sm o e se n c i a la s ignado a l o f i c io pe t r ino , e l s imbo l i smo de l fo r t a lec imien to enla fe , e l de la roca fundac iona l que capac i ta a la Ig les ia pa ra ha -ce r f ren te a la s fue rzas de l mal , y e l de l pas to r que t ras te s t imo-n ia r su amor a Cr is to rec ibe e l encargo de pas to rea r a su rebaño .

101. A tenor de lo que nos ha venido contando , la Iglesia de los

inicios del nuevo testamento tuvo que ser bastante distinta de

la Iglesia de hoy, ¿verdad?

En gran medida as í e s . En verdad , la s casas pa r t icu la res dondese reun ían los p r imeros c r i s t ianos , ten ían que haber s ido bas tan ted is t in tas de nues t ras Ig les ias ac tua les , lo mismo que e l e s t i lo dela s r eun iones y lo que pod r íamos l l amar ac to s l i tú rg icos tuv ie ronque se r d i s t in to s , aun cuando se can ta ran h imnos y se r eza rano rac iones . Como ya d i j e , e l lo s ce leb raban e l bau t i smo y l a euca -

r i s t ía . Con todo , nues t ra teo log ía de l bau t i smo y de la eucar is t íasupondr ía un con jun to de idea s que b ien pod r ían habe r s ido muydis tan tes en los in ic ios de l nuevo tes tamento , en e l sen t ido deq u e n i n g u n a c o m u n i d a d d e t e r m i n a d a h a b í a t e n i d o t o d a s a q u e l l a sideas . Los p r imeros c r i s t i anos hab r ían t en ido d i s t in ta s fo rmas ded i recc ión ec le s ia l , que se i r í an de sa r ro l l ando ráp idamen te hac iaf ina les de l s ig lo I . Resu l ta in te resan te que a lgunas de las Ig les iashab la r ían ya de los ob ispos , aunque aque l los ob ispos fuesen com-

p le tamen te d i s t in to s , en muchos a spec to s , de lo s ob i spos de g ran -des d ióces i s que hoy conocemos . Y supongo que hay o t ra s mu-chas ca rac te r í s t i c a s que imp l ican o t ra s d i fe renc ia s que pod r íanmenc iona rse . Después de todo , l a Ig le s ia e s tá fo rmada po r se re shumanos que v iven en su t iempo y s i b ien der iva su iden t idadde Cr is to , la Ig les ia cambia con e l paso de los s ig los , de acuerdocon las neces idades y modos de v ida de las pe rsonas que la in te -gran . En Hebreos 13 , 8 se lee que «Jesucr is to es e l mismo ayer ,

hoy y s iempre» . En n ingún l ib ro de l nuevo tes tamento se aseguraque la Ig les ia sea la misma ayer , hoy y s iempre .

Cur io samen te , s in embargo , y t r a s dec i r lo an te r io r , in s i s toen que lo que me l lama la a tenc ión no es tan to e l cambio s inola con t inu idad ex is ten te en t re la p r imera Ig les ia y la Ig les ia ac -tua l . C reemos que e s e l mismo Esp í r i tu que Cr i s to r e suc i t ado d ioa sus d isc ípu los e l que v iv i f ica la Ig les ia de hoy . E l sac ramento

bás ico de l bau t i smo nos da la v ida de Dios y nos hace h i jos su-




yos de l mismo modo que ocu r r í a con lo s p r imeros c r i s t i anos . E lmismo cue rpo y sang re euca r í s t i cos a l imen tan e sa v ida de l a mis -ma mane ra que ocu r r í a con lo s p r imeros c r i s t i anos . Pueden habe rc a m b i a d o e l t i p o d e a d m i n i s t r a c i ó n y l a t e r m i n o l o g í a e m p l e a d apa ra de s igna r a qu ienes e je rcen una t a rea pa s to ra l pe ro con t inúaten iendo v igenc ia en la Ig les ia de hoy , pa ra hacer p resen te ene l mundo e l re ino de Dios y la ley que Cr is to t ransmit ió a laI g l e s i a , m e d i a n t e su s a p ó s t o l e s , a q u e l l a m i sm a a u t o r i d a d .

Ta l vez pueda concre ta r todo lo d icho de una manera que para

m í t i e n e m u c h o s e n t i d o . E l d o c u m e n t o c r i s t i a n o m á s a n t i g u o q u ese conserva es la p r imera ca r ta de Pab lo a los te sa lon icenses . Fueescr i ta hac ia e l año 50 . Se t ra ta de un ex t raord inar io y fasc inan tee je rc ic io pa ra que nos hagamos l a s igu ien te r e f l ex ión : Vamos asupone r que noso t ro s , c r i s t i anos de l s ig lo XX, reg re samos a l pa -sado y nos encon t ramos en Tesa lón ica en t re lo s conve r t idos po rPab lo a l se r l e s l e ída , po r p r imera vez , aque l l a ca r t a . A med idaq u e l a v a m o s o y e n d o , ¿ r e c o n o c e r í a m o s q u e n o s e n c o n t r á b a m o sen t re unos c r i s t i anos que t en ían l a misma fe que noso t ro s t ene -m o s? ¿ N o s d a r í a m o s c u e n t a d e q u e n o e s t á b a m o s e n u n a s i n a g o -ga ju d í a o tom an do pa r te en una ce re m on ia pa gan a , s ino au tén t i -camen te en una Ig le s ia c r i s t i ana? No ta rda r íamos n i dos minu tosen da rnos cuen ta ya que en lo s c inco p r imeros ve r s ícu lo s de l do -cumento más an t iguo esc r i to por un c r i s t iano que ha l legado has-t a noso t ro s se hace menc ión de Dios Pad re , de l Seño r Je suc r i s to

y de l Esp í r i tu san to . Se hace menc ión a s imismo de l a ac t iv idadde la fe , de l e sfuerzo de l amor y de l te són de la esperanza . Ensu p regun ta se hac ía r e fe renc ia a l a s d i fe renc ia s que pud ie randarse en t re la Ig les ia de los in ic ios de l nuevo tes tamento y nues-t ra Ig les ia de hoy en d ía . Una igua ldad esenc ia l e s que p roc lama-mos a l mismo Pad re , a l mismo Je suc r i s to y a l mismo Esp í r i tusan to ; y que segu imos va lo rando , po r enc ima de todo , l a f e , l ae spe ranza y e l amor .



14 6 101 preguntas y respuestas sobre la Biblia

de que l a s c reenc ia s ca tó l i ca s son comple tamen te a jenas a l a B i -

b l ia . Ser ía una buena ayuda para los ca tó l icos que es tuv ie ran p re -parados para hab la r sobre es tas cues t iones empleando un lengua jeb íb l i co que pud ie ran en tende r lo s fundamen ta l i s t a s . En l a p regun-ta 33 ya puse en gua rd ia con t ra un in te rcambio de t ex to s demos-t ra t ivos o de a taque a lo s fundamen ta l i s t a s o un in ten to de log ra rsu c o n v e r s i ó n c o n d e m a s i a d a s p r i s a s o u n a e x c e s i v a s i m p l e z a ,pero aqu í se t ra ta de un tema d is t in to . Los ca tó l icos se sen t i r íanmás segu ros de s í mismos s i conoc ie ran cómo aque l l a doc t r ina

por la que le p reguntan guarda una es t recha re lac ión con la Bi-b l i a y a s í , con só lo que e sa misma doc t r ina se comen ta ra de ma-n e r a i n t e l i g i b l e d e n t r o d e u n a a t m ó s f e r a b í b l i c a , l o s f u n d a m e n -ta l i s tas b íb l icos podr ían l legar a da rse cuen ta de que su in te rpre -t ac ión de l a doc t r ina ca tó l i ca e s demas iado s imp l i s t a .

De ah í que haya redac tado a con t inuac ión en d iez pun tos lo st e m a s q u e m á s f r e c u e n t e m e n t e so n o b j e t o d e d i s c u s i ó n p o r p a r t e

de lo s fundamen ta l i s t a s , y dé una exp l i cac ión de cómo se puedep re sen ta r l a in te rp re tac ión ca tó l i ca de lo s mismos de acue rdo conla fe de la Bib l ia . In ic io cada uno de los pun tos des tacando encu rs iva e l t ema de su fe b íb l i ca , l a que lo s fundamen ta l i s t a s e s -t án d i spues to s a de fende r y , p reced ido de l a exp re s ión frente a,

inc luyo e l t ema de l a f e ca tó l i ca que mo le s ta a lo s fundamen ta -l i s tas ta l como e l los lo in te rpre tan . Quie ro de ja r c la ro que loscomenta r ios que hago en cada uno de los pun tos só lo son mi per -

sona l in ten to por ac la ra r la fe ca tó l ica con respec to a es tos pun-to s b íb l i cos , y a pe sa r de habe r comen tado con o t ra s pe r sonasm i s c o m e n t a r i o s p a r a e s t a r s e g u r o d e n o h a b e r m a l i n t e r p r e t a d ola doc t r ina ca tó l i ca , e s toy segu ro que todav ía pod r ían me jo ra r se .Y t a m b i é n c o n f í o e n q u e m i s p o b r e s e s f u e r z o s p u e d a n a n i m a ra o t ro s a segu i r e s t e mismo camino . Ta l como d i j e ya an te r io r -men te , de n inguna mane ra e s toy exp re sando l a to ta l idad de l afe ca tó l i ca sob re cada uno de lo s pun tos comen tados ; só lo e s toy

t ra tando a lgunos de lo s a spec to s de aque l lo s t emas que más l l a -man l a a t enc ión de lo s fundamen ta l i s t a s b íb l i cos .

1 . La suficiencia de la Biblia f ren te a l Ma gisterio de la igle-

sia. La Ig les ia ca tó l ica se considera una Ig les ia b íb l ica , en e lsen t ido de que reconoce y p roc lama que l a B ib l i a e s l a pa lab rade Dios . En las enseñanzas de Moisés y de los p rofe tas y en lasenseñanzas de Je sús p roc lamadas po r lo s após to le s , de l a s quela s Esc r i tu ra s dan t e s t imon io , l a Ig le s ia ca tó l i ca con f ie sa que



Apéndice 147

Dios se ha reve lado a l a human idad de mane ra ún ica . Reconocela suf ic ienc ia de esa reve lac ión , a tes t iguada por la Bib l ia , en e l

sen t ido de que n i hombres n i muje res t ienen neces idad de n ingúnnuevo reve lan te n i de n inguna nueva reve lac ión pa ra de scub r i rla vo lun tad de Dios y la g rac ia de la sa lvac ión . S i se ha p res tadogran a tenc ión a la enseñanza de la Ig les ia ac tua l en e l ca to l ic is -mo, esa enseñanza no ha s ido p resen tada en té rminos de una nue-va reve lac ión , s ino como e l resu l tado de la constan te ta rea dela Ig les ia en p roc lamar la reve lac ión b íb l ica a la luz de los nue-vos p r ob lem as de la s nue vas gen e rac ion es . A l l leva r a cab o e sa

ta rea , l a Ig le s ia se cons ide ra a s í misma como e l in s t rumen to de lEsp í r i tu de fenso r p rome t ido po r Cr i s to que tomar ía lo que l e ha -b ía dado y gu ia r ía a los c r i s t ianos por e l camino de la ve rdad enlos t iempos ven ideros (Jn 16 , 13) .

2 . Jesucristo el único med iador y la fe en él f r en te a las bue-

nas obras y las oraciones a los santos. La Ig les ia ca tó l ica p roc la -m a a sus f ie le s qu e la ju s t i f ic ac ió n y la red en c ión l legaro n a t ra -vés de la g rac ia o to rgada por Dios a causa de la muer te y resu-r recc ión de Je sús . Los hombres no pueden gana rse su redenc ióno sa lvac ión que t ampoco se pueden gana r med ian te l a s buenasobras . Las buenas obras se rea l izan por la g rac ia de Dios en res-pues ta a l a ob ra r eden to ra de Dios en Cr i s to . Po r cons igu ien te ,Cr is to es e l ún ico mediador en t re Dios y los hombres . S i e l ca to -l ic ismo acep ta la in te rces ión de los san tos , e l lo fo rma par te de l

manda to b íb l i co , según e l cua l noso t ro s debemos roga r unos po ro t ros , y ese «noso t ros» no só lo inc luye a los c reyen tes de la t ie -r ra , s ino también a qu ienes , an tes que noso t ros , como san tos , hancomparec ido an te la p resenc ia de Dios en e l c ie lo . Ta l in te rces iónes ú t i l y sa ludab le , pe ro de n inguna manera necesa r ia en e l sen t i -do en que e s necesa r i a l a med iac ión de Je sús . Cua lqu ie r in te rce -s ión por pa r te de los san tos debe se r acep tada por Dios y un i rsea la suprema in te rces ión de l ún ico sumo sacerdo te Jesucr is to . No

ex i s te n ingún o t ro nombre po r e l que podamos sa lva rnos , t a l co -mo se a f i rma en los Hech 4 , 12 .

3 . Jesucristo, Salvador personal, f r e n t e a la salvación por

la pertenencia a una Iglesia. Mien t ra s l a Ig le s ia ca tó l i ca p roc la -ma la suf ic ienc ia abso lu ta de la muer te y de la resurrecc ión re -den to ra s de Je suc r i s to , r e conoce que lo s c r i s t i anos deben re spon -de r con fe y comprome t idos con Cr i s to , de modo que l a g rac ia

reden tora de Dios pueda t ransformar los en h i jos suyos . Por consi -



Apéndice 151

in ten taba nues t ra sa lvac ión . E l a f i rmar l a ine r ranc ia b íb l i ca enese sen t ido , hace que supe re t amb ién lo s mode rnos in ten tos po rhacer que la Bib l ia resue lva unos p rob lemas en los que los au to-re s b íb l i cos j amás pensa ron . Hace que supe re lo s in ten tos po ru t i l iza r aque l los tex tos b íb l icos en los que e ran o t ras la s s i tua -c iones de sc r i t a s pa ra ap l i ca r lo s s in ma t izac iones a lo s t i emposac tua le s . A lgunos de lo s con f l i c to s en t re lo s háb i to s ca tó l i cos yla in te rpre tac ión « l i te ra l» de la Bib l ia , t ienen prec isamente suor igen en es te pun to . La Ig les ia ca tó l ica c ree que n inguna de sus

tomas de pos tu ra en t ra en con f l i c to con l a in te rp re tac ión l i t e ra lde las Escr i tu ras , s i por « l i te ra l» se en t iende lo que e l au tor in -t en taba en su t i empo como t ransmis ión de l a ve rdad que Diosque r ía pa ra nues t ra sa lvac ión . Se opone a una in te rp re tac ión b í -b l i c a en apoyo de unas man i fe s tac iones c ien t í f i c a s o h i s tó r i ca sque van más a l lá de la competenc ia de los au tores b íb l icos ensu t i e m p o .



Í N D I C E D E M A T E R I A S 1

A b r a h á n : 2 6A d á n y E v a : 2 4 , 2 5A n g e l / á n g e l e s : 5 8 , 5 9A n t i g u o t e s t a m e n t o :

a p ó c r i f o s : 7c o m p o s i c i ó n : 2 0l i b r o s d e u t e r o c a n ó n i c o s : 5 , 7

A p o c a l i p s i s : 1 1 , 2 9 , 3 0 , 3 4A p ó c r i f o s :

c r i s t i a n o s : 7 - 9

d e u t e r o c a n ó n i c o s d e l A T : 5 , 7e v a n g e l i o s : 7 , 9 , 6 0j u d í o s : 7

A p ó s t o l e s : 4 0 , 5 4 , 5 5 , 8 9 , 9 0 , 9 1s u c e s i ó n d e l o s : 9 1

A r q u e o l o g í a : 2 7A s u n c i ó n d e M a r í a : 6 2A u t o r e s : 3 5 , 3 6 , 4 0 , 4 2

d e l o s e v a n g e l i o s : 4 0 , 4 2

B a u t i s m o : 8 1 , 8 2 , 8 3 , 8 5c e l e b r a c i ó n p o r e l o b i s p o : 9 3i n s t i t u c i ó n ; 8 1s i g n i f i c a d o d e : 8 3

B i b l i a ( c f . B i b l i o t e c a ; P a l a b r a d eD i o s ) :c a t ó l i c a s y p r o t e s t a n t e s : 4c o m e n t a r i o s : 1 2 , 1 3c ómo l e e r : 11 , 13 .c r í t i c a : 28 , 31 , 34 , 35 , 39i n t e r p r e t a c i ó n c i e n t í f i c a : 1 2 - 1 6i n t e r p r e t a c i ó n p e r s o n a l : 1 5lingua franca de la religión: 31p or q u é l e e r la : 18t r a d u c c i o n e s : 1 - 4

B i b l i o t e c a : 1 9 - 2 1 , 2 8 , 3 4

C a r t a s d e l n u e v o t e s t a m e n t o : 3 4 , 3 5C a r t a s p a s t o r a l e s :

a u t o r e s : 3 5 - 3 7e s t r u c t u r a d e la Ig l e s ia : 90 , 91 , 96

C a t ó l i c o s / c a t o l i c i s m o ( c f . T r e n t o , V a -t i c an o I I , Pon t i c ia Comis ión B íb l . ) :c r í t i c a b íb l i c a : 3 , 9e n s e ñ a n z a s d e l a I g l e s i a :

s o b r e l a c o n c e p c i ó n v i r g i n a l : 6 4sob r e lo s e v . d e la in f an c ia : 54s o b r e la r e s u r r e c c i ó n : 5 2f u n d a m e n t a l i s m o : 3 1 - 3 3 , A p é n .

in t e r p r e t ac ión d e la B ib l ia : 15 , 16t r a d u c c i o n e s d e l a B i b l i a : 4t r a t amie n t o d e lo s b ib l i s t a s : 16 , 17v i s ión d e Mar ía : 61 , 62 , 66

C le m e n t e , I Car t a d e : 91C o l o s e n s e s , C a r ta a l o s : 3 5 , 3 6C o n c e p c i ó n v i r g i n a l d e J e s ú s : 6 3 , 6 4C o n c i l i o s ( c f . T r e n t o , V a t i c a n o I I )C r e a c i ó n : 1 6

Cr í t i c a b íb l i c a : 28 , 31 , 34 , 35 , 39C r í t i c a c a n ó n i c a : 2 8Cr í t i c a h i s t ór ic a : 28 , 31

Dan ie l , l ib r o d e : 30 , 42 , 59D a v i d : 2 6D i a b l o s ( d e m o n i o s ) : 4 9 , 5 0 , 5 1

h i s t or ia d e la v i s ión b íb l i c a : 51D i d a j é : 9 0 , 9 1 , 9 3D o c e ( a p ó s t o l e s ) : 5 4 , 8 9 - 9 1 , 9 8

E f e s io s , Car t a a lo s : 35 , 36E u c ar i s t ía : 80 , 84 , 85 , 92

c e l e b r a c i ó n d e : 9 3 , 9 4i n s t i t u c i ó n : 8 0 , 9 2 , 9 3

1 . L os n ú m e r os se r e f i e r e n a la s p r e g u n t a s , n o a la s p ág in a s .



Indice de materias ¡5 5

P a b l o :c a r t a s d e : 3 4 - 3 6

r e l a c i ó n c o n P e d r o : 9 7 , 9 8Pa lab r a d e D ios : 18 , 19 , 31P a p a , P e d r o c o m o : 1 0 0P e c a d o o r i g i n a l : 2 4 , 6 2P e d r o :

c ar t as d e : 35 , 83e v a n g e l i o d e : 7¿ o b i s p o d e R o m a ? : 9 9¿ p a p a ? : 1 0 0

p a p e l e n l a I g l e s i a : 9 7r e l a c i ó n c o n P a b l o : 9 7 , 9 8P o l i g e n i s m o : 2 4P o n t i f i c i a C o m i s i ó n B í b l i c a : 1 7 , 2 4 ,

3 9 , 4 0 , 4 2 , 4 4 , 4 6 , 5 4P r e s b í t e r o s ( - o b i s p o s ) : 3 6 , 3 7 , 9 0 - 9 2

c o n s i d e r a d o s c o m o s a c e r d o t e s : 9 6P r e s e n t a c i ó n d e M a r í a : 1 0P r o t e s t a n t e s / p r o t e s t a n t i s m o :

c r í t i c a b í b l i c a : 3 1 , 3 9f u n d a m e n t a l i s m o : 3 1 , 3 3 , A p é n .r e f o r m a d o r e s : 4 , 5

t r a d u c c i o n e s d e l a B i b l i a : 2 - 4c o n t e n i d o d e : 5 , 6

v i s i ó n d e M a r í a : 6 1 , 6 2 , 6 5 , 6 6v i s i ó n d e l s a c e r d o c i o : 9 5P r o t o e v a n g e l i o d e S a n t i a g o : 7 , 1 0 ,

6 7 , 6 8

R e s u r r e c c i ó n ( c f . J e s ú s )R o m a , o b i s p o d e : 9 9

S a c e r d o t e ( s a c e r d o c i o ) : 9 5 , 9 6

S a c r a m e n t o s :in s t i t u id os p or Cr i s t o : 79 , 80 , 92Sirác ida, l ibro de l : 5 , 6

T omás , e v . d e la in f an c ia d e : 60T o m á s , e v a n g e l i o d e : 7 , 9T r a d u c c i o n e s d e l a B i b l i a : 1 - 4T r aye c t or ia p e t r in a : 100T i e n t o , c o n c i l i o d e : 4 , 6 , 8

Vat icano II : 17 , 39 , 63Vid as d e Cr i s t o : 39

101 preguntas a la biblia brown raymond

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