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Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho da Construção Civil Segurança e saúde do trabalho nos estaleiros temporários ou móveis Introdução Definição de estaleiros temporários ou móveis Princípios de acção Âmbito de actuação Sistema de coordenação de segurança Copyright 2005 CICCOPN / Teleformar. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia por escrito. http://e- cursos.ciccopn.pt

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SHSTCC Segurana e sade do trabalho nos estaleiros temporriosou mveis

Segurana, Higiene e Sade do Trabalho da Construo CivilSegurana e sade do trabalho nos estaleiros temporrios ou mveisIntroduo

Definio de estaleiros temporrios ou mveis

Princpios de aco

mbito de actuao

Sistema de coordenao de segurana

Instrumentos de coordenao

Responsabilidades dos diversos intervenientes

Factores fundamentais na implantao e organizao de estaleiros

Outras disposies

Bibliografiandice

Segurana e sade do trabalho nos estaleiros temporrios ou mveis31. Introduo

42. Definio de estaleiros temporrios ou mveis

53. Princpios de aco

64. mbito de actuao

75. Sistema de coordenao de segurana

75.1. Misso dos coordenadores de segurana

95.2. Nomeao dos coordenadores de segurana

95.3. Exerccio da coordenao de segurana

106. Instrumentos de coordenao

106.1. Comunicao prvia de abertura do estaleiro

106.2. Plano de segurana e sade

116.3. Ficha de procedimentos de segurana

116.4. Compilao tcnica da obra

127. Responsabilidades dos diversos intervenientes

127.1. Dono da obra

127.2. Autor do projecto

137.3. Entidade executante

147.4. Empregador

158. Factores fundamentais na implantao e organizao de estaleiros

158.1. Implantao

218.2. Organizao do estaleiro

439. Outras disposies

439.1. Queda de objectos

439.2. Quedas em altura

439.3. Utilizao de equipamentos e ferramentas

44Bibliografia

Captulo 101. Introduo

A

transposio da directiva europeia Estaleiros Temporrios ou Mveis foi efectuada por Portugal em 1995, atravs do Decreto-Lei n. 155/95, de 1 de Julho.

Passados quase oito anos de vigncia dessa normativa, entendeu-se que seria conveniente aprofundar-se alguns aspectos que a referida transposio no havia tratado de forma suficientemente explcita.

Neste contexto, o Decreto-Lei n. 273/2003, de 29 de Outubro, vem acautelar determinados aspectos referentes necessria aplicao efectiva junto do sector da construo, potenciando a sua eficcia enquanto instrumento de preveno fundamental num sector que, como se sabe, encerra em si, pela natureza, complexidade e dimenso das actividades inerentes aos processos construtivos, riscos profissionais que importa identificar e controlar.

2. Definio de estaleiros temporrios ou mveis

O

s estaleiros temporrios ou mveis, geralmente designados simplesmente por "estaleiros", so definidos como os locais onde se efectuam trabalhos de construo de edifcios e de engenharia civil, bem como aqueles onde se desenvolvem actividades de apoio directo aos mesmos trabalhos.

Exemplo de um estaleiro temporrio ou mvel.

3. Princpios de aco

O

Decreto-Lei n. 273/2003 tem como objectivo estabelecer regras gerais de planeamento, organizao e coordenao para promover a segurana, higiene a sade no trabalho em estaleiros da construo.

Para tanto, considera a realidade do empreendimento construtivo na sua globalidade, desde a concepo sua execuo e posterior utilizao, bem como o jogo de actores que a se desenvolve, seja em cada uma dessas fases, seja na transio entre fases.

As traves mestras da sua disciplina legal assentam em dois objectivos fundamentais:

levar a filosofia consagrada nos princpios gerais da preveno ao acto de projectar a edificao, designadamente quanto s operaes arquitectnicas e escolhas tcnicas a materializar (preveno de concepo), momento em que a aplicao dos princpios gerais de preveno permite maior eficcia na configurao da segurana e da sade do trabalho;

reforar a coordenao entre os diferentes intervenientes, desde a elaborao do projecto da obra at a realizao da obra, para dinamizar a articulao e a sucesso de intervenes, contemplando a diferente exigncia de planeamento da segurana e sade do trabalho no mbito de um empreendimento construtivo, por relao com o planeamento numa empresa, mesmo que ela seja do sector da construo.

4. mbito de actuao

O

Decreto-Lei n. 273/2003 aplica-se actividade de construo, empreendida por todos os ramos de actividade dos sectores privado, cooperativo e social, administrao pblica central, regional e local, aos institutos pblicos e demais pessoas colectivas de direito pblico, bem como a trabalhadores independentes, no que respeita, nomeadamente, aos seguintes trabalhos de construo de edifcios e de engenharia civil, relativos, quer a obras pblicas, quer a obras particulares:

escavaes;

terraplenagens;

construo, ampliao, alterao, reparao, restauro, conservao e limpeza de edifcios;

montagem e desmontagem de elementos pr-fabricados;

montagem e desmontagem de andaimes;

montagem e desmontagem de gruas e outros aparelhos elevatrios;

demolies;

construo, manuteno, conservao e alterao de vias de comunicao rodovirias, ferrovirias e aeroporturias, e suas infra-estruturas;

construo, manuteno, conservao e alterao de obras fluviais ou martimas;

construo, manuteno, conservao e alterao de tneis e obras de arte;

construo, manuteno, conservao e alterao de barragens;

trabalhos especializados no domnio da gua, tais como sistemas de irrigao, de drenagem, de abastecimento de gua e de guas residuais;

intervenes nas infra-estruturas de transportes e distribuio de electricidade, gs e telecomunicaes;

montagem e desmontagem de instalaes tcnicas e de equipamentos diversos;

isolamentos e impermeabilizaes.

As actividades de perfurao e extraco que tenham lugar no mbito das indstrias extractivas so excludas do mbito do Decreto-Lei n. 273/2003.

5. Sistema de coordenao de segurana

O

s coordenadores de segurana em projecto e em obra assumem um papel fulcral no mbito da gesto do sistema de segurana, higiene e sade prprio dos empreendimentos da construo, a coordenao de segurana, no qual se situam como animadores e garantes da sua coerncia durante todas as fases do processo e junto de todos os intervenientes.

5.1. Misso dos coordenadores de segurana

Os coordenadores de segurana e sade em projecto e em obra desempenham um papel fundamental de aconselhamento e apoio tcnico aos processos de deciso do dono de obra e de dinamizao da aco dos diversos intervenientes no que se refere observncia dos princpios gerais de preveno nas fases de elaborao do projecto, de contratualizao da empreitada, de execuo dos trabalhos de construo e, at, quanto considerao das intervenes subsequentes concluso da edificao.

Neste quadro, os coordenadores de segurana devem desenvolver, nomeadamente, as actividades enumeradas a seguir.

Em projecto:

assegurar que os autores do projecto tenham em ateno a integrao dos princpios gerais da preveno de riscos profissionais no respectivo projecto;

elaborar ou validar tecnicamente o PSS, quando este for elaborado por outra pessoa designada pelo dono de obra;

iniciar a organizao da compilao tcnica da obra e complet-la quando no existir coordenao de segurana em obra;

prestar informaes ao dono da obra no mbito da segurana, higiene e sade no trabalho e colaborar com ele na preparao do processo de contratualizao da empreitada e nos actos preparatrios da execuo da obra na parte respeitante segurana, higiene e sade no trabalho.

Em obra:

apoiar o dono de obra na elaborao e actualizao da comunicao prvia;

apreciar o desenvolvimento e as alteraes do PSS para a execuo da obra e, sendo caso disso, propor entidade a execuo das alteraes adequadas com vista sua validao tcnica;

analisar a adequao da ficha de procedimentos de segurana e, sendo caso disso, propor entidade executante as alteraes adequadas;

verificar a coordenao das actividades das empresas e dos trabalhadores independentes que intervm no estaleiro, tendo em vista a preveno dos riscos profissionais;

promover e verificar o comprimento do PSS, bem como das outras obrigaes da entidade executante, dos subempreiteiros e dos trabalhadores independentes, nomeadamente no que se refere organizao do estaleiro, ao sistema de emergncia, s condicionantes existentes no estaleiro e na rea envolvente, aos trabalhos que envolvam riscos especiais, aos processos construtivos especiais, s actividades que possam ser incompatveis no tempo ou no espao e ao sistema de comunicao entre os intervenientes na obra;

coordenar o controlo da correcta aplicao dos mtodos de trabalho, na medida em que daqui decorram influncias para a segurana e sade no trabalho;

promover a divulgao recproca, entre todos os intervenientes no estaleiro, de informaes sobre riscos profissionais e sua preveno;

registar as actividades de coordenao em matria de segurana e sade no livro de obra, nos termos do regime jurdico aplicvel ou, na falta deste, de acordo com um sistema de registos apropriado que deve ser estabelecido para cada obra;

assegurar que a entidade executante toma as medidas necessrias para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;

informar o dono da obra sobre o resultado da avaliao da segurana e sade existente no estaleiro, bem como sobre as suas responsabilidades no mbito do presente diploma;

analisar as causas de acidentes graves que ocorram no estaleiro;

integrar na compilao tcnica da obra os elementos decorrentes da execuo dos trabalhos que dela no constem.

5.2. Nomeao dos coordenadores de segurana

Os coordenadores de segurana, quer em projecto, quer em obra, so nomeados pelo dono da obra. Os coordenadores de segurana representam o dono da obra, em matria de segurana, higiene e sade no trabalho, devendo a sua interveno contribuir para a melhoria dos nveis de preveno dos riscos profissionais reportados a cada tipo de interveno.

5.3. Exerccio da coordenao de segurana

O exerccio da actividade de coordenador de segurana, quer em projecto, quer em obra, deve ser objecto de contratualizao, que se exprime sob a forma de declarao escrita do dono da obra.

As actividades inerentes ao exerccio da funo de coordenador de segurana, quer em projecto, quer em obra, devero ser exercidas por pessoa qualificada.

As actividades relativas coordenao de segurana e sade no empreendimento devero ser objecto de registo.

6. Instrumentos de coordenao6.1. Comunicao prvia de abertura do estaleiroA

comunicao prvia da abertura do estaleiro dever ser efectuada pelo dono da obra Inspeco-Geral do Trabalho e dirigida s respectivas delegaes que tenham sob sua responsabilidade a rea do territrio nacional onde a obra vai ser construda.

A obrigao de elaborar a comunicao prvia verifica-se sempre que seja previsvel que a execuo da obra envolva uma das seguintes situaes:

a) um prazo total superior a 30 dias e, em qualquer momento, a utilizao simultnea de mais de 20 trabalhadores;

ou

b) um total de mais de 500 dias de trabalho, correspondente ao somatrio dos dias de trabalho prestados por cada um dos trabalhadores.

A entidade executante dever afixar no estaleiro, em local bem visvel, uma cpia da comunicao prvia e das suas actualizaes.

6.2. Plano de segurana e sadeO PSS o instrumento de preveno de riscos profissionais de maior importncia, de acordo com os princpios da directiva Estaleiros Temporrios ou Mveis.

O dono da obra tem a obrigao de iniciar, durante a fase de projecto, a elaborao desse instrumento de preveno, cabendo ao adjudicatrio o seu desenvolvimento e especificao, nomeadamente quanto avaliao e hierarquizao dos riscos e implementao das respectivas medidas de preveno.

Quando o projecto se desenvolve em diversas fases e diferentes momentos, a elaborao do PSS deve adequar-se a esta especificidade e ter conta a evoluo do prprio projecto.

A elaborao do PSS obrigatria sempre que:

exista um projecto da obra;

ou

seja obrigatria a comunicao prvia.

Nos casos em que se no verifica nenhuma destas circunstncias, mas os trabalhos impliquem riscos especiais, obrigatrio um instrumento mais simplificado Fichas de procedimentos de segurana que mais adiante abordaremos.

O desenvolvimento e a especificao do PS so submetidos aprovao do dono da obra, com base em parecer tcnico do coordenador de segurana em obra.

A IGT pode determinar a apresentao do PSS, quer ao dono de obra, quer entidade executante.

6.3. Ficha de procedimentos de seguranaO regime do actual Decreto-Lei n. 273/2003 procedeu a uma simplificao relativamente aos instrumentos de planeamento da preveno de riscos profissionais associados realizao de determinados trabalhos. Esta simplificao pretende assegurar uma efectiva aplicao prtica dos princpios da directiva Estaleiros Temporrios ou Mveis, sem contudo diminuir os nveis de segurana a observar na realizao dos trabalhos de construo.

6.4. Compilao tcnica da obraA compilao tcnica da obra constitui um registo de informaes relativas a diversos aspectos da estrutura edificada que permitir, durante o ciclo de vida til do edifcio, encarar as intervenes posteriores do acto de construir, possibilitando a preveno dos riscos profissionais associados a essas intervenes.

7. Responsabilidades dos diversos intervenientes7.1. Dono da obraO

papel do dono da obra, no que diz respeito preveno de riscos profissionais, assume expresso significativa no quadro das opes conceptuais, da programao e preparao da execuo e da execuo propriamente dita, nos seguintes aspectos:

nomear os coordenadores de segurana, quer em projecto, quer em obra, sempre que exista essa obrigatoriedade;

elaborar ou mandar elaborar o plano de segurana, quando tal for obrigatrio;

assegurar a divulgao do plano de segurana e sade;

aprovar o desenvolvimento e as alteraes do plano de segurana e sade para a execuo da obra;

comunicar previamente IGT a abertura do estaleiro, nas situaes em que exista essa obrigatoriedade, entregando cpia dessa comunicao entidade executante;

elaborar ou mandar elaborar a compilao tcnica da obra;

assegurar o cumprimento das regras de gesto e organizao geral do estaleiro includas no plano de segurana e sade.

7.2. Autor do projectoAo autor do projecto competir, em especial na elaborao do projecto da obra, ter em conta os princpios gerais de preveno de riscos profissionais, designadamente:

no que diz respeito s opes arquitectnicas;

no mbito das escolhas tcnicas equacionadas e desenvolvidas no projecto, incluindo as metodologias relativas aos processos e mtodos construtivos, bem como os materiais e equipamentos a incorporar na edificao;

no que diz respeito s solues organizativas que se destinem a planificar os trabalhos ou as suas fases, bem como a previso do prazo da sua realizao;

quanto aos riscos especiais para a segurana;

nas definies relativas utilizao, manuteno, conservao e demolio da edificao;

na colaborao para a elaborao da compilao tcnica da obra;

na elaborao do PSS em projecto, e no incio da compilao tcnica da obra nas situaes em que no haja coordenador de segurana em projecto.

7.3. Entidade executanteA entidade executante, habitualmente designada como adjudicatrio ou empreiteiro geral, deve fornecer os equipamentos de trabalho, seleccionar os mtodos de trabalho que entender mais adequados realizao da obra, decidir sobre a organizao do trabalho no estaleiro da obra, constituir e/ou definir a necessidade de constituio das equipas de trabalho. Nestas circunstncias, encontra-se em posio adequada para promover o desenvolvimento do planeamento da preveno de riscos profissionais. Assim, no que diz respeito ao planeamento da preveno de riscos profissionais, cabe entidade executante, nomeadamente:

avaliar os ricos associados execuo da obra e definir e implementar as medidas de preveno adequadas;

mobilizar os recursos adequados dos seus servios de preveno;

propor ao dono da obra o desenvolvimento e a adaptao do PSS, quando este for obrigatrio;

elaborar a ficha de procedimentos de segurana para os trabalhos que impliquem riscos especiais e assegurar que os subempreiteiros e trabalhadores independentes e os representantes dos trabalhadores para a segurana, higiene e sade no trabalho que trabalhem no estaleiro tenham conhecimento das mesmas;

assegurar a aplicao do PSS ou das FPS por parte dos seus trabalhadores, de subempreiteiros e trabalhadores independentes;

tomar medidas necessrias para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;

afixar uma cpia da comunicao prvia e das suas actualizaes, no estaleiro, em local bem visvel;

comunicar IGT e ao coordenador de segurana qualquer acidente de trabalho de que resulte a morte ou leso grave de trabalhador, ou de trabalhador independente colocado sob sua responsabilidade;

colaborar com o coordenador de segurana em obra, e cumprir e fazer respeitar por parte de subempreiteiros e trabalhadores independentes as directivas daquele;

fornecer os elementos necessrios elaborao da compilao tcnica.

7.4. EmpregadorTodos os intervenientes no estaleiro, nomeadamente as entidades que desenvolvam trabalhos com o recurso a trabalhadores a si vinculados, devero enquadrar-se e cumprir os aspectos relacionados com o planeamento da preveno de riscos profissionais e assegurar a esses trabalhadores condies de segurana, higiene e sade em todos os aspectos relacionados com o trabalho, tendo em ateno e observando as obrigaes gerais de empregador previstas no artigo 273 do Cdigo de Trabalho, nomeadamente:

comunicar, pela forma mais adequada, aos respectivos trabalhadores e aos trabalhadores independentes por si contratados o PSS ou a FPS, no que diz respeito aos trabalhos por si executados, e fazer cumprir as suas especificaes;

comunicar IGT e ao coordenador de segurana em obra qualquer acidente de trabalho de que resulte a morte ou leso grave de trabalhador, ou de trabalhador independente colocado sob sua responsabilidade;

informar e consultar os trabalhadores e seus representantes para a segurana, higiene e sade no trabalho sobre a aplicao das respectivas disposies legais;

manter o estaleiro em boa ordem e em estado de salubridade adequado;

garantir as condies de acesso, deslocao e circulao necessrias segurana em todos os pontos de trabalho no estaleiro;

garantir a correcta movimentao dos materiais e utilizao dos equipamentos de trabalho;

delimitar e organizar as zonas de armazenagem de materiais, em especial de substncias, preparaes e materiais perigosos;

armazenar, eliminar, reciclar ou evacuar resduos e escombros;

cooperar na articulao dos trabalhos por si desenvolvidos com outras actividades desenvolvidas no local ou no meio envolvente;

cumprir as indicaes do coordenador de segurana em obra e da entidade executante.

8. Factores fundamentais na implantao e organizao de estaleirosN

o sentido de minimizar os riscos inerentes s actividades desenvolvidas nos estaleiros, apresentamos um conjunto de factores que, quando devidamente implementados, podero contribuir para uma melhoria significativa das condies de trabalho.

8.1. ImplantaoAntes de se iniciar o estudo da implantao, deve ir-se ao local do futuro estaleiro recolher informaes; os elementos obtidos desta forma sero um auxiliar imprescindvel para a realizao do referido estudo. H informaes importantes que interessa recolher neste reconhecimento.

Abastecimento de gua:

se existe no local (ou a que distncia) rede de distribuio de gua e qual a presso disponvel;

se ser necessrio abrir poos ou fazer furos e qual a pureza da gua.

Abastecimento de gua da rede pblica.

Abastecimento de energia elctrica:

se existe no local (ou a que distncia) rede de distribuio de energia elctrica;

se ser necessrio instalar um posto de transformao e qual a potncia previsvel a instalar;

qual a pessoa ou entidade a contactar em caso de emergncia ou acidente.

Abastecimento de energia elctrica.

Telefones:

se existe rede telefnica no local;

se a comunicao por rdio uma alternativa possvel.

Entulhos e drenagens:

se existe local onde se possa despejar o entulho;

se existe servio pblico de recolha de lixo;

qual a capacidade de armazenagem de lixos a instalar.

guas residuais e esgotos:

se existe no local rede de esgotos;

se possvel a ligao rede local de saneamento;

se no for possvel a ligao rede local de saneamento, ou se esta no existir, ver o melhor destino dos esgotos do estaleiro.

guas pluviais:

se existe nos terrenos do estaleiro alguma linha de gua a desviar;

se haver necessidade de se construir valas para desvio das guas, para proteco dos locais de trabalho, das instalaes provisrias, dos acessos, etc..

Desmatagem:

se h vegetao a arrancar, cortar ou proteger.

Desmatagem antes da construo.

Mo-de-obra local:

se possvel arranjar no local pessoal qualificado, no especializado, subempreiteiros.

Materiais:

a que distncia do estaleiro se encontram os fornecedores de materiais mais importantes.

Ocupao da via pblica:

se haver necessidade de ocupar passeios pblicos;

se haver necessidade de ocupar parte dos arruamentos.

Obstculos:

se existe nos terrenos do estaleiro alguma linha de alta tenso, ou edifcios vizinhos que possam interferir com o trabalho da grua.

Acessos:

se o local do estaleiro est servido por transportes pblicos nas proximidades;

se existem estradas de acesso obra compatveis com o tipo e intensidade de trfego previsto (piso, largura da via, capacidade de pontes, etc.);

se ser necessrio criar ou melhorar os acessos obra.

Estas e outras informaes permitem resolver uma srie de dvidas e partir para o estudo mais pormenorizado da implantao do estaleiro.

8.1.1. Dimensionamento do estaleiroO dimensionamento de um estaleiro est dependente da disposio das reas de operao de homens e mquinas directamente ligados produo e a todas as fases de desenvolvimento da obra.

Os objectivos bsicos do dimensionamento so:

a integrao total de todos os factores que intervm directa ou indirectamente na produo;

a movimentao de pessoas, materiais e mquinas em boas condies e por distncias mnimas;

a utilizao efectiva de todo o espao afectado;

a satisfao e segurana para todos os intervenientes;

a flexibilidade para reajustamentos s condies caractersticas de cada fase dos trabalhos.

Um bom dimensionamento possibilita a utilizao dos meios disponveis da maneira mais conveniente, de acordo com a importncia, os custos e os prazos estipulados para as tarefas a realizar, dispondo aqueles meios de tal forma a conseguir-se os maiores rendimentos.

Exemplo de um estaleiro com critrios de dimensionamento.

No dimensionamento do estaleiro tem de se ter em conta as Prescries mnimas de segurana e de sade nos locais e postos de trabalho dos estaleiros temporrios ou mveis.

8.1.2. Delimitao e sinalizaoNa implantao de um estaleiro deve prever-se uma vedao que circunde toda ou a parte necessria do terreno de construo; esta vedao dever ter a altura e a transparncia necessrias para garantir a privacidade pretendida.

Nos centros urbanos, h necessidade, por vezes, de ocupar passeios pblicos ou parte de arruamentos, pelo que se dever obter as respectivas licenas de ocupao junto dos organismos competentes.

Esta vedao, sobretudo em zonas de grande movimento de pees, dever ser provida de um corredor protegido superiormente; este orienta a circulao das pessoas e garante-lhes a devida segurana contra o risco de queda de qualquer ferramenta ou material.

Vedao e sinalizao do estaleiro.

A cor das vedaes dever ser suficientemente contrastante com o meio ambiente, de modo a, por si s, constituir aviso da existncia de um obstculo.

No que diz respeito aos portes, estes devero ter uma largura suficiente, de modo a no dificultarem ou impedirem a passagem de qualquer veculo (ter em ateno as viaturas com grandes cargas) e, assim como as portas, devem obedecer s caractersticas previstas na Portaria n. 101/96.

Quando for conveniente, deve colocar-se sinalizao nocturna indicadora da existncia da vedao, utilizando lanternins elctricos de cor alaranjada. Este procedimento aconselhado fundamentalmente para zonas urbanas.

A sinalizao de segurana um meio de preveno muito importante e a sua utilizao deve obedecer s seguintes regras:

os sinais devero estar convenientemente localizados no estaleiro, de modo a orientarem e proibirem certos comportamentos dos trabalhadores, bem como avis-los dos respectivos perigos;

estes sinais, e os seus dizeres e smbolos, devero ter dimenses apropriadas, de modo a poderem ser observados e compreendidos pelas pessoas a distncias razoveis;

durante a noite, dever-se- garantir a visibilidade de alguns desses sinais, atravs de iluminao adequada.

O tipo de sinalizao a utilizar nos estaleiros o que est previsto na Portaria n. 1456-A/95.

8.2. Organizao do estaleiroA organizao de um estaleiro depende de um conjunto de factores que devem contribuir para o bom funcionamento deste.

A admisso dos trabalhadores no estaleiro, as condies das instalaes para o pessoal e as condies de trabalho na execuo das diferentes tarefas so aspectos importantes na orgnica de um estaleiro.

O estaleiro deve ser organizado de forma a responder inequivocamente a todas as situaes surgidas ou criadas com o desenvolvimento dos trabalhos.

8.2.1. Acolhimento

Sesso de acolhimento.

O acolhimento tem um papel fundamental na organizao de um estaleiro. o ponto de partida para o enquadramento dos diferentes intervenientes da obra e para a sensibilizao em termos de Segurana, Higiene e Sade do Trabalho.

Fazem parte do acolhimento aspectos como:

o conhecimento do recm-chegado: dar-se a conhecer (abordagem do lado pessoal e profissional, qualificaes, etc.);

a localizao da obra: situar a obra (designao e endereo da obra, acessos, alojamento, etc.);

os intervenientes e parceiros sociais: os agentes na obra (nome dos intervenientes, mdico do trabalho, organigrama da empresa, IGT, etc.);

os trabalhos: meios e mtodos: o posto de trabalho (tarefas a realizar, principais riscos na obra, zonas de armazenamento e de circulao a respeitar, materiais a utilizar, etc.);

a obra: conhecimento do local dos trabalhos (plantas, maqueta, prazo de execuo, dimenso da obra, etc.);

a organizao geral: regulamentao (horrios de trabalho, regras para o trabalho na obra, organizao dos meios de socorro, etc.);

os riscos na obra: preveno dos riscos (formao na rea da segurana, apresentao do Plano de Segurana, zonas de risco, conselhos particulares, proteces colectivas e fornecimento do equipamento de proteco individual, etc.).

8.2.2. Abastecimento de gua fundamental que cada estaleiro possua um sistema de abastecimento de gua eficaz, suficiente e salubre.

A gua destina-se aos seguintes fins:

a) limpeza geral das instalaes, urinis, retretes e fins industriais;

b) ingesto directa, confeco de alimentos e higiene corporal.

A gua destinada aos usos descritos na alnea b) dever satisfazer um critrio mnimo de pureza nos aspectos bacteriolgico e qumico, sendo necessrio exigncias de salubridade rigorosas e utilizando-se, se for preciso, mtodos de purificao da gua.

Em princpio, no h necessidade de se adoptar medidas especiais quando possvel dispor de gua canalizada fornecida pela entidade distribuidora local.

Rede interna de abastecimento de gua.

O fornecimento deve ser assegurado de modo a que todos os sectores da obra sejam abrangidos pelo traado da rede.

fundamental que seja fornecida gua quente s instalaes sanitrias.

8.2.3. Energia elctricaAs necessidades de energia elctrica num estaleiro so evidentes e no nos podemos esquecer de que ela que permite a iluminao de todas as instalaes do estaleiro (refeitrio, dormitrio, escritrios, etc.), bem como o funcionamento de todos os equipamentos (betoneira, vibradores, mquina de dobrar e cortar ao, etc.).

A implantao da rede elctrica dever atender a factores como:

a existncia ou no de uma rede local de energia elctrica (ou a que distncia da obra se situa);

a eventual necessidade de um posto de transformao;

a eventual necessidade de utilizao de geradores;

a potncia total a ser instalada;

a seco e comprimentos para os condutores, etc.

Quadro parcial pertencente rede interna de energia elctrica.

As instalaes de distribuio de energia no podem comportar risco de incndio ou exploso e devem assegurar que a respectiva utilizao no constitua factor de risco para os trabalhadores, por contacto directo ou indirecto.

8.2.4. Esgotos e drenagensNum estaleiro dever ficar assegurada a drenagem de todos os esgotos (provenientes de todos os equipamentos sanitrios, das bancas da cozinha, do refeitrio, etc.). Estes esgotos devero ser encaminhados para a rede local de saneamento, se esta existir e se tal ligao for possvel.

Se no houver rede local de drenagem, tero de ser encontradas outras solues para a evacuao dos esgotos da obra, como, por exemplo, fossas spticas, sistemas de drenagem e depurao privativos, etc.

Rede de esgotos.

A drenagem das guas pluviais e das resultantes das lavagens de equipamentos e de outras limpezas ou trabalhos dever ficar assegurada sempre que o terreno no as consiga absorver na totalidade.

Relativamente s guas provenientes das chuvas, lavagens ou limpezas, ao instalar-se o estaleiro deve estudar-se a melhor maneira de desvi-las das instalaes do pessoal, de outras instalaes do estaleiro (ferramentaria, armazns, escritrio, etc.), das zonas de trabalho (oficinas de cofragens, oficinas de preparao de armaduras, etc.), dos caminhos de circulao e dos acessos para que as movimentaes dos veculos, mquinas e pessoas no sejam prejudicadas. Todas essas guas devero ser conduzidas para a rede local de saneamento ou para uma linha de gua.

8.2.5. InstalaesNormalmente, um estaleiro rene um conjunto de instalaes que so fundamentais para o seu funcionamento. Deste modo, passamos a destacar algumas que fazem parte integrante dos estaleiros no dia-a-dia.

Escritrios

As instalaes para os escritrios dependero, evidentemente, da complexidade e do prazo de execuo da obra.

Num grande estaleiro funcionaro nessas instalaes os servios tcnicos (sala para a direco da obra, sala para encarregados, sala de reunies, sala de planeamento e controlo, sala de desenho, etc.) e os servios administrativos (expediente, compras, servio de pessoal, etc.).

Num estaleiro de menor importncia, alguns destes servios, devido ao seu menor volume, no justificam a reserva de reas significativas para eles, pelo que as instalaes para o escritrio sero de menores dimenses.

A localizao mais conveniente para o escritrio ser prximo da entrada do estaleiro. As portas devero abrir para o exterior e, se se utilizar contentores metlicos, dever-se- proceder sua ligao terra.

Escritrio de um estaleiro.

Junto do escritrio dever ser instalado um telefone de acesso permanente, junto do qual se dever afixar uma ficha de tipo semelhante que se apresenta a seguir, devidamente preenchida.

EM CASO DE ACIDENTE

NMERO NACIONAL DE SOCORO_________________ Telef. __________________

BOMBEIROS ___________________________________ Telef. __________________POLCIA _______________________________________ Telef. __________________HOPITAIS NOME ____________________________ Telef. __________________DA NOME _____________________________ ____________________

ZONA NOME _____________________________ ____________________

AMBULNCIAS _________________________________ Telef. __________________FARMCIAS MAIS PRXIMAS _____________________ Telef. __________________POSTO MDICO DA COMP DE SEGUROS___________ Telef. __________________Entidade distribuidora de Electricidade ________________ Telef. __________________Entidade distribuidora de gua ______________________ Telef. __________________SERVIO NACIONAL DE PROTECO CIVIL _________ Telef. __________________DELEGAO DO I.D.I.C.T.I. _______________________ Telef. __________________

IDENTIFICAO

OBRA: _________________________________________ Telef. __________________LOCALIZAO: _______________________________________________

CLIENTE: ______________________________________ Telef. __________________DIRECO DA OBRA: ____________________________ Telef. __________________

Os escritrios devero possuir quadro elctrico autnomo com separao de circuitos de iluminao e tomadas, protegidos com disjuntores trmicos e um ou mais disjuntores diferenciais de alta sensibilidade (0,03 A).

Quadro elctrico

Instalaes sociais

Entende-se por instalaes sociais as instalaes do estaleiro destinadas a apoiar os recursos humanos deslocados na obra. Estas devem responder s necessidades especficas do local da obra, da organizao do trabalho, do nmero de utentes, etc.Sempre que possvel, o estaleiro social dever situar-se em local geograficamente distinto do reservado ao estaleiro industrial.

Quanto quantificao e dimenses das instalaes, existe legislao apropriada, como se pode verificar na Portaria n. 101/96, de 3 de Abril, que regulamenta as Prescries mnimas de segurana e de sade nos locais e postos de trabalho dos estaleiros temporrios ou mveis.

Das instalaes sociais podemos destacar os dormitrios, que se justificam, de entre vrios factores, pela localizao das obras longe da residncia habitual dos trabalhadores da empresa, da ausncia de transportes at s proximidades do estaleiro, da dificuldade de recrutamento local de pessoal, etc.

Dormitrio de um estaleiro.

Estes dormitrios devero situar-se, de preferncia, numa zona onde possa existir o necessrio repouso, quer se descanse de dia ou de noite, e possuir instalaes sanitrias contguas.

Entre vrias caractersticas que devem reunir, podemos salientar as seguintes:

garantir um grau de isolamento trmico suficiente;

incluir camas metlicas e desmontveis;

possuir janelas que assegurem uma ventilao e iluminao naturais adequadas, protegidas com redes mosquiteiras e que incluam meios que permitam obscurecer o interior dos quartos;

ter portas de abrir para o exterior, com largura suficiente para permitirem uma rpida sada em caso de emergncia;

estar equipado com meios de extino de incndios (por exemplo, extintores);

manter-se em boas condies de higiene e limpeza.

As instalaes sanitrias, com um dimensionamento de equipamentos (retretes, urinis, chuveiros, etc.) em funo da quantidade de utentes, devero estar anexas aos dormitrios, que podem estar ligado a estas por um telheiro, de tal modo que a ligao dormitrio/sanitrios seja cmoda.

A instalao elctrica dever ser do tipo estanque, protegida com disjuntor de 30 mA.

Deve-se optar, sempre que possvel, por iluminao do tipo fluorescente, com lmpadas colocadas em armaduras estanques no tecto.

Instalaes sanitrias de um estaleiro.

O pavimento das instalaes sanitrias dever possibilitar uma boa lavagem e drenagem das guas e ser resistente aos produtos de desinfeco vulgarmente utilizados em instalaes colectivas.

As cabinas de duche devero ter antecmaras para a muda de roupa, equipadas com cabides. Por sua vez, os duches sero dotados de gua corrente, quente e fria, e de dispositivos de mistura que permitam regular a temperatura da gua.

Sempre que a natureza, localizao e durao das obras e o nmero de utentes que nelas trabalham o justifique, haver um refeitrio, onde os diversos intervenientes possam tomar as suas refeies. Este local dever ser acolhedor, funcional e higinico. entrada haver lavatrios em nmero adequado, providos de sabo e toalhas descartveis. A ventilao far-se- por janelas protegidas com redes mosquiteiras e as portas, suficientemente largas, devero abrir para o exterior. O pavimento dever ser constitudo por um material facilmente lavvel, que impea infiltraes e seja resistente aos detergentes fortes. A iluminao, para alm da natural (por janelas), dever ser elctrica atravs de armaduras no tecto.

Refeitrio de um estaleiro.

A cozinha, embora com entrada independente, dever fazer parte do mesmo edifcio onde est instalado o refeitrio, sendo separada deste por um balco corrido que permita a melhor distribuio das refeies. O revestimento das paredes com azulejo uma medida eficaz e proporciona uma limpeza fcil. Quanto ao pavimento, este deve ser sobretudo antiderrapante, devendo ser assegurada uma boa drenagem das guas de lavagens. A cozinha deve ser servida por gua potvel quente e fria.

Cozinha de um estaleiro.

Quer no refeitrio quer na cozinha, dever haver extintores para uma eventualidade de incndio.

Instalaes de apoio construo

As instalaes de apoio construo so preponderantes para o bom desenvolvimento do processo construtivo. Delas fazem parte o armazm, a carpintaria e o estaleiro do ferro.

O armazm de estaleiro a zona da obra destinada ao depsito temporrio de materiais. Deve ser implantado num local estratgico, em virtude de ser necessria a carga e descarga dos diversos materiais.

Os materiais a depositar no armazm no devem estar em contacto com o cho, mas sim sobre paletes ou estrados de madeira. Um aspecto a ter em conta a diviso dos materiais por categorias e a organizao do seu armazenamento de modo a que a sua remoo se possa fazer sequencialmente e que fiquem corredores entre os diferentes materiais.

boa regra fazer a arrumao dos materiais em prateleiras de tal modo que estes sejam dispostos, em altura, na razo inversa do seu peso.

Armazm (ferramentaria) de um estaleiro.

Dada a diversidade de materiais no armazm, o risco de incndio sempre possvel; deste modo, dever ser proibido fumar ou foguear no seu interior. Em funo da dimenso do armazm, devero ser colocados extintores adequados em locais estratgicos.

A carpintaria a zona de fabrico de peas de madeira destinadas cofragem ou outros elementos necessrios construo. Esta dever ser dotada de dimenses em funo do tipo de trabalho a efectuar. O piso ter de ser perfeitamente regular e a arrumao dever ser um ponto chave deste local, onde existem mquinas de corte e bancadas que devero manter a envolvente o mais possvel desobstruda.

Carpintaria de um estaleiro.

Actualmente, as mquinas esto equipadas de origem com proteces, pelo que retirar estas proteces um acto incorrecto e perigoso. Como proteco individual, principalmente ao utilizar-se a serra circular, o operador dever munir-se de culos de proteco, dado que este tipo de serras no possui proteco bastante contra projeces.

Dever existir junto de cada mquina um manual onde esteja reunida toda a informao sobre o equipamento, nomeadamente procedimentos de trabalho, caractersticas tcnicas, manuteno, etc.Na rea referente carpintaria haver lugar ao armazenamento de madeiras, que no devero estar em contacto com o solo. No empilhamento das madeira evitar-se- ultrapassar os 2 metros de altura, sendo aconselhvel garantir a ventilao natural das vrias peas, interpondo espaadores entre elas.

A rea reservada ao parqueamento das cofragens j utilizadas e que iro ser beneficiadas dever ser separada da rea destinada s madeiras novas.

Dado que a carpintaria uma zona de risco de incndio, no deve ser permitido fumar nem foguear nestas instalaes. Como preveno, devem ser colocados extintores adequados (p qumico tipo ABC) junto s zonas de sada ou em locais estrategicamente escolhidos.

fundamental que estas instalaes se encontrem situadas dentro do alcance do raio de aco da grua.

Quanto ao estaleiro do ferro, este poder ser constitudo pelos seguintes sectores:

parque de armazenamento de ferro; sector de corte; sector de dobragem; sector de armao; sector de armazenamento dos elementos montados.A descarga e o empilhamento dos vares de ferro nas divisrias do parque de armazenamento podem ser efectuados atravs de gruas ou de outros dispositivos de elevao. A utilizao deste processo implica que se pondere com muito cuidado as questes relacionadas com a capacidade de carga e a localizao da grua, bem como com a segurana na elevao e transporte dos feixes de vares.

Parque de armazenamento de ferro.

Junto do parque de armazenamento de ferro dever ser instalada uma mquina para o corte dos vares. Esta mquina dever ser mvel, de modo a poder deslocar-se ao longo do armazenamento de ferro, facilitando assim o trabalho e garantindo melhores rendimentos na operao de corte.

Mquina de corte e dobragem do ao.

Aps o corte, os vares iro ser dobrados em bancadas (geralmente de madeira), de uma forma manual, onde o armador de ferro utiliza a chave de dobrar, ou na mquina elctrica, que permite a dobragem simultnea de vrios vares e, obviamente, melhores rendimentos do que o processo manual. Esta mquina dever estar equipada com um dispositivo de paragem de emergncia.

A armao do ferro executa-se normalmente com a ajuda de cavaletes ou outros dispositivos semelhantes, que suportam entre si os vares que esto a ser ligados conforme o estipulado no projecto. Nesta operao utiliza-se a chave de atar.

As armaduras montadas iro ser concentradas num local para posteriormente serem transportadas pela grua com destino aos locais definitivos de montagem.

Durante todo este processo, importante definir-se uma zona para a colocao dos desperdcios de ferro, manter limpa e arrumada toda a zona de laborao, em especial as zonas envolventes das mquinas de cortar e dobrar, e montar um telheiro para resguardar os trabalhadores e as mquinas dos agentes atmosfricos.

Posto de primeiros socorros

Dependendo da dimenso do estaleiro, poder-se- justificar a instalao de um posto de primeiros socorros onde se possam tratar algumas situaes de pequena gravidade e, caso seja necessrio, prestar assistncia a outras situaes de maior envergadura, com a colaborao de profissionais de sade ou de pessoal devidamente formado, devendo dispor do material e equipamentos indispensveis ao cumprimento das suas funes.

Placa indicativa do posto de primeiros socorros.

Circulao

A circulao num estaleiro muitas vezes descurada e importante ter em ateno que, pelos caminhos, circulam pessoas, mquinas e diversos veculos, transportando frequentemente cargas de materiais pesadas, motivo pelo qual h necessidade de um estudo cuidadoso sobre o traado e revestimento destas vias de circulao.

As dimenses das vias de circulao de pessoas, mercadorias ou ambas, incluindo as utilizadas em operaes de carga e descarga, devem ser calculadas em funo do nmero potencial de utilizadores e do tipo de actividades a que se destinam.

Vias de circulao de um estaleiro.

As vias de circulao devem estar claramente sinalizadas, ter o traado assinalado, se a segurana dos trabalhadores o exigir, e ser sujeitas a verificao e conservao adequadas. Estas vias devero passar pelas reas previstas para o armazenamento dos diversos materiais e pelos vrios sectores operacionais do estaleiro.

Para no impedir a livre circulao no estaleiro, devem ser criados lugares para estacionamento de viaturas.

Como medida de preveno, as vias de circulao devem encontrar-se normalmente desimpedidas.

Deteco e combate a incndios

Os meios de deteco e combate a incndios devem ser definidos em funo das dimenses e do tipo de utilizao dos locais de trabalho, das caractersticas fsicas e qumicas dos materiais e das substncias neles existentes, bem como do nmero mximo de pessoas que possam encontrar-se no local.

Os sistemas de deteco e alarme e o material de combate a incndios devem encontrar-se em locais acessveis, em perfeito estado de funcionamento (para o que se proceder periodicamente a ensaios e exerccios adequados), e devem ainda ser regularmente verificados.

No estaleiro, deve haver trabalhadores em nmero suficiente, devidamente instrudos sobre o uso do material de combate a incndios. Este tipo de material deve estar sinalizado.

Para alm dos locais onde j foi referenciada a colocao de meios de combate a incndio, tambm junto dos postos de abastecimento de gs s diferentes instalaes do estaleiro deve ser providenciada a sua colocao.

Localizao do extintor junto de um estaleiro e do quadro elctrico de obra.

Equipamentos fixos

Grua que serve o estaleiro.

Os equipamentos fixos desempenham um papel importante na construo. De entre estes equipamentos destacamos o equipamento de elevao de cargas (grua) e o de produo de beto (central de beto).

A grua dever alcanar a maior rea possvel de um estaleiro, de modo a poder movimentar a maior parte dos materiais e coloc-los nos diversos sectores da obra onde sero necessrios. Para tal, importa definir genericamente as caractersticas da grua que melhor se adapte obra, nomeadamente no que diz respeito ao alcance da lana, altura da torre, ao diagrama de carga e ao comprimento do caminho de rolamento.

de grande importncia a verificao, para que no seja possvel qualquer coliso com estruturas j existentes, principalmente edifcios, linhas elctricas areas, outras gruas implantadas ou a implantar, etc.

No caso da existncia de linhas elctricas areas, deve garantir-se um afastamento de pelo menos 3 m entre qualquer elemento metlico da grua e as linhas com uma tenso at 60 KV. A distncia referida dever ser acrescida de 2 cm por cada 1000 V a mais.

O caminho de rolamento ou, na falta deste, as massas metlicas da grua devem ser ligadas a uma terra independente e com pouca resistividade.

Dever existir uma lista de verificaes e esta deve ser mantida actualizada e arquivada junto dos documentos da grua, de modo a garantir a reviso peridica dos elementos mais sensveis do equipamento, tais como cabos, roldanas, freios e electrofreios, cremalheira, etc., independentemente das revises realizadas por pessoal especializado.

O diagrama de cargas dever estar obrigatoriamente afixado, assim como, a cada 10 metros de lana, as placas indicativas da carga mxima admitida nesse alcance.

O manobrador da grua dever estar habilitado para a funo e possuir caractersticas fsicas e psicolgicas exigidas para o trabalho a desempenhar, sujeitando-se a exames mdicos peridicos que avaliem as capacidades necessrias para o desempenho da funo.

No final da montagem da grua, deve-se exigir da entidade instaladora um certificado de conformidade e exame de ensaio.

Quanto ao equipamento de produo de beto, a quantidade de betes e argamassas a produzir condicionar a escolha do equipamento. Se existirem consumos grandes e regulares, justifica-se a instalao de uma central de beto. Para tal, torna-se necessrio reservar-lhe um espao no estaleiro, o mais prximo possvel de uma via de circulao e com rea suficiente para a sua instalao, pois o espao para o funcionamento deste tipo de equipamento imensamente superior ao espao exigido para o funcionamento de uma simples betoneira.

A central de beto dever ficar localizada o mais perto possvel do centro da construo, de modo a reduzir-se ao mnimo os tempos gastos no transporte de beto e a consequente circulao de viaturas. Dever tambm ficar ao alcance da grua.

Central de beto do estaleiro.

importante a verificao da passagem de linhas elctricas areas na zona deste equipamento, de maneira a no haver coliso com a grua e, do mesmo modo, que no se verifique contacto com a caixa das viaturas quando estas basculam na descarga dos inertes.

Avisos

Quadro para avisos.

Dever existir no estaleiro um quadro para avisos, localizado na zona destinada aos escritrios ou instalaes sociais, onde se podero afixar avisos de importncia para os diversos intervenientes na obra: cartazes contendo mensagens de segurana, quadro com os nmeros de telefone de emergncia e outros, so exemplos de informao a afixar.

9. Outras disposiesH

um conjunto de medidas gerais de segurana que tm aplicao na generalidade dos estaleiros. Dessas medidas salientamos as que dizem respeito s quedas de objectos, quedas em altura e utilizao de equipamentos e ferramentas j anteriormente abordadas.

9.1. Queda de objectosOs trabalhadores devem dispor de proteco colectiva contra queda de objectos ou, se isso no for tecnicamente possvel, ter o acesso interdito s zonas perigosas. Torna-se necessrio empilhar ou dispor os materiais e os equipamentos de forma a evitar a sua queda.

9.2. Quedas em alturaA proteco colectiva indispensvel sempre que haja risco de quedas em altura. Na impossibilidade de a utilizar, de implementar a proteco individual, de acordo com a legislao aplicvel.

9.3. Utilizao de equipamentos e ferramentasOs andaimes, escadas, aparelhos de elevao, veculos e mquinas de terraplenagem, veculos e mquinas de movimentao de materiais, instalaes mecnicas, ferramentas e qualquer outro tipo de equipamentos utilizados no estaleiro devem obedecer s prescries da legislao aplicvel.

BibliografiaManual de Segurana, CICCOPN.

Portaria n. 101/96, de 3 de Abril.

Decreto-Lei n. 273/03, de 29 de Outubro.

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