12. desigualdades sociais.2015
TRANSCRIPT
Origens da Desigualdade
• Processo de ocupação do território por Portugal
– Situação colonial de 1500 a 1822;
• Exploração de produtos e minérios para a Metrópole.
• 1822 – Independência de Portugal
– 1822-1889 - Brasil Império
• Único país das Américas a se tornar Império pós-colonização europeia;
• 1889 – Proclamação da República
– Economia continua dependente de exportações de produtos primários para a Europa
Formação da População• Indígenas
• Portugueses
• Africanos
Séculos XIX, XX e XXI
• Migrantes europeus
• Migrantes asiáticos
• Migrantes Latinos e Centro-Americanos
• Migrantes Africanos
Origens IndígenasNa época da chegada dos portugueses ao Brasil, calcula-se que haviam cerca de 5 milhões de indígenas em todo o território, e, em 100 anos, foram reduzidos a alguns milhares nas regiões litorâneas.Apesar da “quase extinção”, a cultura indígena tem grande influência, principalmente na língua portuguesa, onde se expressa.A Constituição de 1988 reconhece as línguas indígenas e o direito de sua preservação.
Origens Portuguesas
• A chegada dos portugueses ao Brasil é marcado pela expansão europeia pelo mundo em busca de novos produtos para o mercado europeu.
• Os interesses no território referiam-se a metais preciosos e produtos para esses mercados.
• Desde a chegada à terra, os portugueses trouxeram o religião cristã para “marcar o território”.
Origens Africanas• Entre 1501 e 1866, foram
trazidos para o Brasil cerca de 5 milhões de escravos. Calcula-se que 1 milhão tenha morrido no caminho para o Brasil.
• Em 1822, cerca de 85% da população era analfabeta, representada por escravos, ex-escravos e homens livres.
• As raízes culturais africanas são marcantes na cultura brasileira, como a utilização de diminutivos, muito utilizado em diversas regiões.
A mão-de-obra escrava visa realizar a produção colonial, ao mesmo tempo que se torna “um produto” de
comércio com as colônias africanas.
Abertura dos Portos às Nações Amigas• Antes mesmo da Independência, a Coroa Portuguesa
assina convênios para a vinda de imigrantes para o território:– 1818 – Suíços na região da atual Nova Friburgo/RJ;– 1824 – Alemães, no RS e SC; Ucranianos e Poloneses no PR;– 1829 – Finlandeses em Penedo/RJ;
• A vinda de imigrantes para o Sul do Brasil tem por objetivo ocupar territórios que se encontravam em disputa constante com os espanhóis e, depois, com Argentinos, Cisplatinos e Paraguaios. Esses imigrantes recebem terras para plantar e criar as suas colônias;
• Pela grande dimensão do território os portugueses não tem como realizar a tarefa com sua própria população.
Fim da Escravidão e Imigração em Massa para o Brasil
• A partir de 1850, diversas leis indicam que o fim da escravidão se aproxima;
• Assim, a necessidade de se substituir a mão-de-obra que vem desde o início da colonização é substituída pelos imigrantes europeus pobres e em busca de terras para plantar;
• O café em São Paulo é a grande riqueza da época e será o centro da imigração para o Brasil: italianos, espanhóis, portugueses, e outras nacionalidades em menor número.
Pobres Brasileiros• O processo de constituição do povo brasileiro, com a subs-
tituição da mão-de-obra escrava africana por imigrantes europeus e asiáticos, tornam os negros brasileiros indigen-tes na economia brasileira, da qual poucos conseguem se desvencilhar, tornando-se a maior parte dos “pobres e miseráveis” do país;
• Entretanto, não é sua exclusividade, entre os imigrantes, principalmente entre aqueles que vivem em áreas rurais, o processo se repete e se observa no Sul do país.
• Os indígenas, como não serviam nem como mão-de-obra, tornam-se marginais crônicos, desconsiderados pelas política públicas.
A Composição da População
47,73% - Brancos43,13% - Pardos7,61% - Pretos
1,09% - Amarelos0,43% - Indígenas
Políticas Públicas e Inclusão Social
• A Constituição de 1988, a chamada “Constituição Cidadã”, incentiva políticas públicas para a inclusão dos indígenas e negros na sociedade brasileira;
• Reconhece-se a exclusão histórica desses grupos e a necessidade de tirá-los da marginalidade;
• Políticas públicas são essenciais para valorização das culturas indígenas e negras no Brasil;
• Isso leva ao aumento da autoestima e aos sujeitos a se identificarem historicamente com o seu grupo de origem. Daí o aumento da autodeclaração.
Fim da Escravidão e Configuração do Brasil
• Ao final da escravidão, a região Sudeste concentra a mão-de-obra escrava.
• A política de “branqueamento” da população, com a chegada dos imigrantes europeus, a nova mão-de-obra, leva a população negra a ser “dispersar”, e se concentrar em “guetos”, nas favelas e periferias das cidades e no campo;
• No Nordeste, onde a atividade econômica não é tão dinâmica quanto o Sudeste, essa população predomina até a atualidade, mas as manifestações de “racismo regional”, persiste nos discursos dos “privilegiados” do desenvolvimento, que os veem como exemplo do “atraso e do fracasso social”.
População “branca/amarela” e “preta/parda” – cidade SP, ano 2000Média de anos de estudo na população acima de 15 anos
A comporaçãoentre os rendi-mentos nos anos 2003 e 2011, mostra o crescimento maior da renda de “pretos” e “pardos”, mas ainda muito abaixo da renda dos “brancos”.
Veja a imagem: duas crianças, uma nascida do lado direito da imagem e outra do lado esquerdo. Teriam elas as mesmas condições de “vencer na vida” e chegar à Universidade de
qualidade e a empregos bem remunerados?
Crescimento popula-cional do Brasil entre 2000 e 2010.
As regiões com menor crescimento são o Sul e Sudeste, enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste apresen-tam o dobro do cresci-mento dessas regiões.
Essas regiões caracte-rizam-se pela expan-são das atividades econômicas, atraindo correntes migratórias.
Diferença entre “pobreza” e “miséria”
• No Brasil o governo trabalha com o seguinte parâmetro:
• Pobreza – família com renda per capita abaixo de ½ Salário Mínimo.
• Miséria – a classificação utilizada pela ONU, que considera “abaixo da linha de pobreza” toda família/pessoa com renda abaixo de US$ 2,00 por dia, aqui no Brasil utiliza-se como valor de referência, R$ 70,00.
Salário-Mínimo – Brasil – 1994-2004
VIGÊNCIA VALOR MENSAL VALOR DIÁRIO VALOR HORA Valor de US$ 1,00
01.05.2004 R$ 260,00 R$ 8,67 R$ 1,18 2,851
01.04.2003 R$ 240,00 R$ 8,00 R$ 1,09 3,435
01.04.2002 R$ 200,00 R$ 6,67 R$ 0,91 2,378
01.04.2001 R$ 180,00 R$ 6,00 R$ 0,82 1,938
03.04.2000 R$ 151,00 R$ 5,03 R$ 0,69 1,801
01.05.1999 R$ 136,00 R$ 4,53 R$ 0,62 1,207
01.05.1998 R$ 130,00 R$ 4,33 R$ 0,59 1,1472
01.05.1997 R$ 120,00 R$ 4,00 R$ 0,54 1,0678
01.05.1996 R$ 112,00 R$ 3,73 R$ 0,51 0,9957
01.05.1995 R$ 100,00 R$ 3,33 R$ 0,45 0,891
01.07.1994 R$ 64,79 R$ 1,94 R$ 0,27 0,925
Salário-Mínimo – Brasil – 2005-2015VIGÊNCIA VALOR MENSAL VALOR DIÁRIO VALOR HORA Valor de
US$ 1,00
01.01.2015 R$ 788,00 R$ 26,26 R$ 3,58 2,612
01.01.2014 R$ 724,00 R$ 24,13 R$ 3,29 2,382
01.01.2013 R$ 678,00 R$ 22,60 R$ 3,08 2,031
01.01.2012 R$ 622,00 R$ 20,73 R$ 2,83 1,791
01.03.2011 R$ 545,00 R$ 18,17 R$ 2,48 1,659
01.01.2011 R$ 540,00 R$ 18,00 R$ 2,45 1,675
01.01.2010 R$ 510,00 R$ 17,00 R$ 2,32 1,778
01.02.2009 R$ 465,00 R$ 15,50 R$ 2,11 2,307
01.03.2008 R$ 415,00 R$ 13,83 R$ 1,89 1,774
01.04.2007 R$ 380,00 R$ 12,67 R$ 1,73 2,139
01.04.2006 R$ 350,00 R$ 11,67 R$ 1,59 2,274
01.05.2005 R$ 300,00 R$ 10,00 R$ 1,36 2,693
Índice GINIVaria de “0” a “1”. Quanto mais próximo de “1”, maior a
desigualdade. Quando mais próximo de “0”, melhor distribuição de renda e menor desigualdade
Gráfico do índice GINI
• A diminuição do índice a partir do final da década de 70 está relacionado ao enfraquecimento do Regime Militar e as greves que aumentam o poder aquisitivo da população;
• As rápidas variações do índice GINI no período de 1986 e 1994, representa a instabilidade econômica do período, com índices de inflação e planos econômicos que geravam ganhos e perdas de renda para a população;
• A “Plano Real” em 1994 gera a estabilização da moeda e condições para o melhor planejamento da economia e redução das perdas salariais.
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
• Comparando-se os mapas do Brasil (1991, 2000 e 2010), percebe-se claramente as melhorias das condições de vida dos brasileiros nesse período;
• Combinado com a melhor distribuição de renda, a elevação número dos anos de estudo, observamos uma clara redução das desigualdades sociais no país;
• Entretanto, ainda há muito a se caminhar para termos uma país equilibrado e justo. A eliminação da miséria é mais um passo para isso.