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SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO DIRETORIA DE ORIENTAO TCNICA CRCULO DE LEITURA E ESCRITA

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAES DIDTICAS PARA O PROFESSOR DO 4O ANO - Ciclo I

LER E ESCREVER PRIORIDADE NA ESCOLA MUNICIPAL

PREFEITURA DO MUNICPIO DE SO PAULO Gilberto Kassab Prefeito SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO Alexandre Alves Schneider Secretrio Clia Regina Guidon Faltico Secretria Adjunta DIRETORIA DE ORIENTAO TCNICA Regina Clia Lico Suzuki ELABORAO E IMPLANTAO DO PROGRAMA LER E ESCREVER PRIORIDADE NA ESCOLA MUNICIPAL Iara Glria Areias Prado CONCEPO E ELABORAO DESTE VOLUME Angela Maria da Silva Figueredo Armando Traldi Jnior Aparecida Eliane de Moraes Carlos Bifi Dermeval Santos Cerqueira Ivani da Cunha Borges Berton Jayme do Carmo Macedo Leme Ktia Lomba Brkling Leika Watabe Mrcia Maioli Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro Silvia Moretti Rosa Ferrari Regina Clia dos Santos Cmara Rogrio Ferreira da Fonseca Rogrio Marques Ribeiro Rosanea Maria Mazzini Correa Suzete de Souza Borelli Tnia Nardi de Pdua CONSULTORIA PEDAGGICA Ktia Lomba Brkling Clia Maria Carolino Pires EDITORAO Teresa Lucinda Ferreira de Andrade EDITORAO, CTP, IMPRESSO E ACABAMENTO

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) So Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educao. Diretoria de Orientao Tcnica. Guia de planejamento e orientaes didticas para o professor do 4 ano do Ciclo 1 / Secretaria Municipal de Educao. So Paulo : SME / DOT, 2008. 360p. 1.Ensino Fundamental I 2.Lngua Portuguesa 3.Matemtica. I.Programa Ler e Escrever Prioridade na Escola Municipal CDD 372 Cdigo da Memria Tcnica: SME.DOT2/Sa.004/08

Secretaria Municipal de Educao So Paulo, maro de 2008

DaDos pessoais

NOME _____________________________________________________ ___________________________________________________________ ENDEREO RESIDENCIAL______________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ TELEFONE _____________________ E-MAIL ______________________ ESCOLA ____________________________________________________ ___________________________________________________________ ENDEREO DA ESCOLA _______________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ TELEFONE _____________________ E-MAIL ______________________ TIPO DE SANGUE ______________ FATOR Rh ____________________ ALRGICO A ________________________________________________ EM CASO DE ACIDENTE, AVISAR _______________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________

Caro Professor, Voc est recebendo este Guia de Planejamento e Orientaes Didticas, elaborado pela SME/Diretoria de Orientao Tcnica DOT especialmente para o trabalho dos professores do 4o ano do Ciclo I. Ele uma ferramenta que visa auxili-lo na organizao do trabalho dirio com a comunicao oral, a leitura, a escrita e a matemtica. A produo deste guia de apoio ao trabalho do professor do 4o ano mais uma ao de SME/DOT no mbito do Programa Ler e Escrever Prioridade na Escola Municipal, institudo no incio de 2006 e reorganizado no final do ano passado para atender todos os professores e alunos do Ciclo I da rede municipal. Nessa nova organizao, o programa passa a ser composto, em 2008, pelos seguintes projetos: - Toda Fora ao 1o ano TOF - Ler e Escrever no 2o ano - Ler e Escrever no 3o ano - Projeto Intensivo no Ciclo I 3o ano PIC - Ler e Escrever no 4o ano - Projeto Intensivo no Ciclo I 4o ano PIC - Projeto Compreenso e Produo da Linguagem Escrita por Alunos Surdos - Ler e Escrever em todas as reas do Ciclo II Este guia contm uma diversidade de propostas didticas e orientaes que, com certeza, contribuiro para o seu planejamento e o da escola. Entretanto, isoladamente ele no garante a eficcia da ao docente, por isso fundamental que se constitua em material de estudo, gerando produtivas discusses e reflexes nos horrios coletivos de trabalho na escola. Esperamos que este volume contribua para a organizao de um trabalho de qualidade e reafirmamos nossa crena no compromisso dos educadores e na disponibilidade para que os objetivos do projeto sejam alcanados. Alexandre Alves SchneiderSecretrio Municipal de Educao

introduo

Como voc sabe, durante o ano de 2007 propusemos a participao de todas as escolas da rede municipal na discusso sobre quais deveriam ser as expectativas de aprendizagem para os alunos de cada um dos anos dos ciclos do ensino fundamental. O resultado desse trabalho deu origem a uma publicao que est chegando s unidades escolares neste ano e, certamente, auxiliar na definio do que preciso ensinar e aprender em cada um dos anos dos Ciclos I e II. Este guia de orientaes que voc est recebendo foi produzido tomando-se como referncia as expectativas de aprendizagem para o 4o ano do Ciclo I e mais uma ferramenta que visa a auxili-lo no planejamento de situaes didticas de leitura, escrita e matemtica, de modo a favorecer um ensino eficaz e uma aprendizagem efetiva de todos os seus alunos. Conforme proposto pelo programa Ler e Escrever, a grande prioridade em nossa rede de ensino a aprendizagem da leitura e da escrita. Por esse motivo, todo o investimento que se tem feito relaciona-se formao de leitores e escritores competentes. Nesse sentido, as propostas que encontrar no material consideram tanto a aprendizagem de aspectos discursivos da linguagem e padres de escrita como o desenvolvimento da competncia leitora em suas diversas dimenses. As opes de organizao do tempo didtico, conforme tm sido observadas em outras publicaes do programa, so pelo trabalho com projetos e seqncias didticas e pela proposta de atividades permanentes de leitura, escrita e anlise e reflexo sobre a linguagem e a lngua. O primeiro projeto se organiza em torno das lendas, por ser um dos gneros o literrio previstos para o ano do ciclo e, ao realiz-lo, os alunos tero oportunidade de se dedicar a diferentes situaes de leitura, anlise e reflexo sobre a linguagem e a produo de textos nesse gnero. O segundo projeto aborda o tema Universo ao meu redor e abrange a leitura e a escrita de notcias, relatos pessoais, sinopses, mapas, resumos e exposio. Organizamos, tambm, duas seqncias didticas. A primeira, Lendo notcias para ler o mundo, tem como finalidade a constituio de

proficincia para ler notcias de jornais, compreendendo o que dizem e a forma como dizem, de maneira a realizar sua leitura para alm da superfcie do que relatado. Uma competncia fundamental quando se tem por objetivo a formao do aluno efetivamente cidado. Importante considerar que ler jornal cotidianamente no uma prtica que nasce de modo espontneo. Alm disso, ler notcias requer uma habilidade especfica, que considere as caractersticas particulares desse gnero. A segunda seqncia didtica, Caminhos do verde, visa auxiliar os alunos na construo da competncia para consultar materiais que tenham informaes sobre o planejamento de passeios. Trata-se de uma proficincia que implica a construo de procedimentos de busca de informaes em material de leitura de diversas naturezas, como artigos de divulgao cientfica, mapas e roteiros. Alm disso, requer do aluno a utilizao das informaes em um planejamento efetivo das atividades e, inclusive, uma avaliao da viabilidade da mesma considerando pertinncia, adequao e custos. Alm disso, tambm h uma seqncia didtica de estudo da pontuao de discurso direto e indireto em gneros literrios contos, crnicas, lendas e fbulas e uma seqncia didtica de estudo de ortografia, abrangendo as regularidades morfolgico-gramaticais, uso do ICE ou ISSE, ANA ou ANSA. Todas essas atividades foram propostas em torno dos gneros previstos nas expectativas de aprendizagem para o 4o ano do Ciclo I, conforme consta no documento Orientaes Curriculares e Proposio de Expectativas de Aprendizagem para o Ensino Fundamental: Ciclo I, produzido por SME/DOT, que permitiro aos alunos colocar em prtica comportamentos como: ler para apreciar uma obra literria, ler para aprender a escrever, ler para estudar, ler para se informar etc; e vrias capacidades de leitura: localizao de informaes, comparao de informaes em diferentes textos, generalizao, entre outras. Na segunda parte deste guia, voc ter as orientaes para o trabalho com a Matemtica, uma vez que os contedos dessa rea, juntamente aos de outras, devem ter como objetivo a busca de uma formao integral, dirigida para a CIDADANIA.

Este material foi elaborado seguindo a concepo de que ensinar matemtica criar situaes didticas que contribuam para os alunos colocarem em jogo os conhecimentos adquiridos, descobrindo que esses nem sempre sero suficientes para resolver as situaes propostas e, portanto, a necessidade de buscar novas estratgias e idias com a exposio das suas prprias hipteses, da escuta de outras opinies, do confronto destes, atingindo um novo patamar de conhecimento. Nesse sentido, o seu papel dever ser o de mediar as anlises e as discusses produzidas pelos alunos, intervindo de forma a colocar questes que transformem a sala da aula num espao investigativo. Para os alunos aprenderem, preciso que percebam um sentido nas atividades, pois assim haver maior envolvimento intelectual. Nesse processo necessrio que os alunos possam: explicar

os procedimentos pessoais que utilizou para solucionar os uma argumentao que justifique suas escolhas (por

problemas, de forma que os colegas possam entender; desenvolver

exemplo, para solucionar um problema, a organizao de um nmero, a representao do deslocamento de uma pessoa ou objeto no espao etc.); saber

ouvir a argumentao de um colega e as explicaes do colegas e do professor para manter

professor; saber questionar a opinio dos

ou no a sua opinio. Todas as atividades se estruturam para que os alunos possam atingir os seguintes objetivos:J

resolver situaes-problema, a partir da interpretao de enunciados escritos ou orais, desenvolvendo procedimentos de planejar, executar e verificar as solues encontradas, comunicando os resultados e comparando-as com a de outros colegas, validando ou no as respostas encontradas;

J fazer comunicaes matemticas: apresentando resultados precisos ou aproximados, fazendo uso da linguagem oral e de representaes matemticas, estabelecendo relaes entre elas. O material est organizado de modo que os contedos no percam

a natureza do saber matemtico produzido socialmente. As atividades esto distribudas por blocos de contedo: nmeros, operaes e resoluo de problemas (aditivos e multiplicativos), espao e forma, grandezas e medidas e tratamento da informao. Em cada exerccio apresentado voc encontrar: - Nome da atividade. bjetivos O que se pretende que os alunos aprendam com esta O atividade. lanejamento Apresenta informaes de como deve ser a orgaP nizao da atividade, qual material necessrio e o tempo aproximado de durao da mesma. ncaminhamento - Informa a seqncia de etapas que pode conE tribuir com o xito da atividade, alm de trazer elementos tericos para apoiar as suas discusses com os alunos. Existem, ainda, em algumas atividades, orientaes de: O que mais fazer? So sugestes que podem complementar o trabalho que est sendo desenvolvido com os alunos. que importante discutir com o aluno Nesse item fazemos O um destaque de alguns aspectos matemticos que so importantes e imprescindveis serem discutidos no decorrer da atividade. Por ltimo, deve-se destacar que este material contm sugestes de atividades e dos encaminhamentos. Voc poder reorganiz-las, recrilas a partir do levantamento do conhecimento de seus alunos. Como as atividades esto organizadas por blocos de contedo voc pode utilizar na mesma semana contedos de diferentes naturezas nmeros, operaes, grandezas e medidas, espao e forma e tratamento da informao , dependendo, portanto, do conhecimento e das necessidades do seu grupo classe, no havendo a necessidade de seguir ordenadamente as atividades na seqncia proposta. Este material tem como objetivo fundamental apoiar o seu trabalho na difcil tarefa que ensinar. Bom trabalho e sucesso nessa empreitada! Equipe responsvel pela concepo e elaborao do material Ttulo

sumrioExpectativas de aprendizagem Lngua Portuguesa (escuta / produo oral; leitura, produo escrita, anlise e reflexo sobre a lngua e a linguagem e padres de escrita) .................................................................... 17 Matemtica (nmeros, operaes, grandezas e medidas, tratamento da informao) ..........................................................20 Avaliao da aprendizagem Lngua Portuguesa A funo das pautas de observao na avaliao e no planejamento do professor ..........................................................23 Matemtica Dos instrumentos de acompanhamento dos avanos dos alunos ...24 Situaes que a rotina deve contemplar Lngua Portuguesa - Sugesto para a organizao da rotina semanal ..........................32 - Quadro da rotina .......................................................................33 Matemtica - Sugesto para a organizao da rotina semanal ..........................34 - Quadro da rotina .......................................................................36 Orientaes didticas gerais para o desenvolvimento de atividades de leitura e produo de textos Projeto didtico Uma lenda, duas lendas, tantas lendas... Atividade 1: Levantando conhecimentos prvios sobre o gnero .....38 Atividade 2: Compartilhando o projeto e organizando o trabalho .....41 Atividade 3: Conhecendo um pouco mais as lendas.......................43 Atividade 4: Ampliando o repertrio de lendas I .............................51 Atividade 5: Roda de Leitura I ......................................................55 Atividade 6: O que so as lendas, afinal?......................................58 Atividade 7: Ampliando o repertrio de lendas II ............................60

Guia de Planejamento e Orientaes Didticas para o Professor do 4O ano Ciclo I

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Atividade 8: Roda de Leitura II .....................................................64 Atividade 9: Ampliando o repertrio de lendas III ...........................65 Atividade 10: Roda de Leitura III...................................................69 Atividade 11: Analisando aspectos lingsticos das lendas ............70 Atividade 12: Selecionando as lendas para serem reescritas, planejando a reescrita e reescrevendo-as .....................................73 Atividade 13: Revisando as lendas e editorando-as .......................75 Atividade 14: Preparando a apresentao oral da lenda .................76 Atividade 15: Avaliao Final do Trabalho ......................................78 Projeto didtico Universo ao meu redor Atividade 1: Levantando conhecimentos prvios sobre o tema........82 Atividade 2: Compartilhando o projeto e organizando o trabalho .....87 Atividade 3: O desmatamento e sua influncia em diferentes problemas ambientais .................................................................89 Atividade 4: O desmatamento no Brasil e no mundo ......................93 Atividade 5: A mata atlntica e sua histria ..................................98 Atividade 6: Desmatamento e sustentabilidade ...........................103 Atividade 7: Planejando o seminrio ...........................................110 Atividade 8: Investigando saberes dos alunos a respeito de uma exposio oral ...................................................................112 Atividade 9: Analisando recursos da organizao interna de uma exposio oral ..............................................................114 Atividade 10: Planejando uma exposio oral ..............................117 Atividade 11: Avaliao final do trabalho .....................................121 Seqncia didtica de leitura Os caminhos do verde Atividade 1: Investigando portadores de recomendaes de atividades de lazer................................................................125 Atividade 2: Procurando indicaes de passeios que incluam conhecer a Mata a Atlntica ..........................................126 Atividade 3: Estudando o passeio ao Jardim Botnico ..................129 Atividade 4: Reinvestindo o conhecimento aprendido Produo de recomendaes para planejamento de passeios ......141

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Seqncia didtica Lendo notcias para ler o mundo Atividade 1: Identificando notcias ..............................................145 Atividade 2: Lendo e estudando uma notcia ...............................149 Atividade 3: Recuperando o contexto de produo de uma notcia..... 154 Atividade 4: As partes que compem uma notcia viso geral ....158 Atividade 5: As marcas do contexto de produo no ttulo e no texto das notcias ..............................................................160 Atividade 6: Caractersticas fundamentais dos ttulos das notcias .... 166 Atividade 7: As declaraes e os efeitos que provocam no leitor ..171 Atividade 8: O olho da notcia.....................................................177 Atividade 9: O lead e a sua funo na organizao da notcia .......181 Atividade 10: A ordem dos fatos em uma notcia .........................183 Seqncia didtica Estudo da Pontuao Discurso direto e discurso indireto em gneros da esfera literria: contos, crnicas, lendas, fbulas Atividade 1: Lendo uma crnica para contextualizar o estudo .......187 Atividade 2: Estudando maneiras de introduzir as falas dos personagens.............................................................................193 Atividade 3: As marcas lingsticas do discurso direto e indireto ..195 Atividade 4: Ampliando a reflexo sobre as marcas do discurso direto ..........................................................................197 Atividade 5: As aspas e mais uma possibilidade de uso ..............201 Atividade 6: Reinvestindo o conhecimento aprendido pontuando dilogos ...................................................................204 Seqncia didtica Estudo da Ortografia Palavras terminadas em ISSE e ICE Atividade 1: Lendo o poema e comentando .................................207 Atividade 2: Estudando palavras do poema e ampliando o repertrio ..............................................................................209 Atividade 3: Testando descobertas .............................................211 Atividade 4: Completando o quadro de descobertas ....................212

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Palavras terminadas em ANSA e ANA Atividade 1: Lendo o poema e comentando .................................215 Atividade 2: Estudando a ortografia das palavras selecionadas ....217 Atividade 3: Ampliando a anlise das palavras ............................220 Atividade 4: Testando as descobertas ........................................222 Orientaes didticas gerais para o desenvolvimento das atividades de Matemtica - Nmeros.................................................................................226 - Clculos e operaes ..............................................................248 Resoluo de problemas do campo aditivo ...............................248 Resoluo de problemas do campo multiplicativo .....................248 - Espao e forma .......................................................................275 - Grandezas e medidas ..............................................................305 - Tratamento da informao........................................................336 Atividades de Matemtica Nmeros naturais e racionais Atividade 1: Os nmeros na contagem das populaes ................228 Atividade 2: Escritas abreviadas .................................................231 Atividade 3: Os nmeros racionais no contexto dirio ..................235 Atividade 4: Dividindo figuras .....................................................237 Atividade 5: Usando a calculadora para fazer descobertas ...........242 Atividade 6: Comparando os nmeros racionais ..........................244 Atividade 7: Jogo das representaes decimais...........................246 Clculos e operaes nos campos aditivo e multiplicativo Atividade 8: Analisando dados populacionais ..............................250 Atividade 9: Qual a pergunta? (1) ............................................252 Atividade 10: Qual a pergunta? (2) ..........................................254 Atividade 11: Desafios para multiplicar .......................................256 Atividade 12: Estimando para no errar ......................................258 Atividade 13: Desafios para dividir..............................................260

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Atividade 14: Representaes decimais no cotidiano ...................263 Atividade 15: Calculando a porcentagem ....................................267 Atividade 16: Trabalhando com a probabilidade ...........................272 Espao e forma Atividade 17: Traando a rota .....................................................276 Atividade 18: Oriente-se! ...........................................................278 Atividade 19: As formas geomtricas ao nosso redor...................281 Atividade 20: Conhecendo os poliedros ......................................283 Atividade 21: Contando faces, arestas e vrtices ........................285 Atividade 22: Planificaes de slidos geomtricos .....................288 Atividade 23: Os polgonos: ngulos e lados ...............................292 Atividade 24: Contando vrtices e ngulos do polgono ................296 Atividade 25: Figuras planas parte e todo ................................298 Atividade 26: Aumentando e diminuindo figuras...........................302 Grandezas e Medidas Atividade 27: Observando a temperatura em diferentes lugares ...306 Atividade 28: Diferentes pases, diferentes moedas: quanto vale o Real? ..................................................................309 Atividade 29: Medidas do dia-a-dia: comprimento e massa...........312 Atividade 30: O contorno das figuras ..........................................317 Atividade 31: Qual a rea? ......................................................320 Atividade 32: rea ou permetro? ...............................................325 Atividade 33: Que horas so? ....................................................329 Atividade 34: Contando o tempo ................................................330 Atividade 35: Antes ou depois do meio-dia? ................................334 Tratamento de Informao Atividade 36: Leitura de tabelas .................................................337 Atividade 37: Leitura de grficos ................................................340

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Atividade 38: Traando grficos de linha .....................................344 Atividade 39: Grfico de setores (pizza) ......................................348 Atividade 40: Coletando informaes para a construo de grficos e tabelas .................................................................351 Bibliografia...............................................................................355

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expectativas de aprendizagem para o 4o ano do ciclo iDesde 2005, a Diretoria de Orientao Tcnica DOT / SME vem assumindo a importncia de estabelecer expectativas e metas de aprendizagem para os alunos, em cada um dos anos dos ciclos, a fim de orientar o planejamento didtico dos professores e, principalmente, nortear o currculo do ensino fundamental. As atividades que voc encontrar neste material esto organizadas de acordo com as expectativas de aprendizagem previstas para o 4o ano do Ciclo I, na sua nova verso e publicao, constituindo-se em mais uma ferramenta para o trabalho do professor, no sentido de favorecer a aprendizagem de seus alunos.

Lngua portuguesaAs expectativas de aprendizagem para o ensino da Lngua Portuguesa nos anos iniciais do Ensino Fundamental orientam-se em torno dos usos da linguagem oral fala e escuta; da linguagem escrita leitura e produo escrita de textos; e, ainda, em torno da anlise e reflexo sobre a lngua e a linguagem, nas quais se abordam, prioritariamente, os aspectos envolvidos na linguagem que se usa para escrever e os utilizados nos padres da escrita. A seguir, relacionamos, por esfera de circulao, algumas expectativas que podero ser alcanadas por meio das atividades propostas nos projetos, seqncias didticas e atividades permanentes constantes deste material.

Ao final do 4o ano do Ciclo I espera-se que os alunos sejam capazes de: NA ESCUTA E PRODUO ORAL DE TEXTOSDA ESFERA COTIDIANA - Roteiro / Mapa de localizao

Descrever itinerrio, ajustando-o ao gnero, aos propsitos, ao destinatrio e ao contexto de circulao previsto.DA ESFERA ESCOLAR - Artigo de divulgao cientfica para crianas

Expor o assunto do artigo, apoiando-se em ilustrao ou pequeno esquema.DA ESFERA JORNALSTICA - Notcia

Relatar acontecimentos, respeitando a seqncia temporal e causal.DA ESFERA LITERRIA (PROSA) - Lendas e mitos

Ouvir com ateno lendas e mitos de diferentes origens, lidos ou contados, estabelecendo conexes com os conhecimentos prvios, vivncias, crenas e valores. Recontar lendas e mitos, apropriando-se das caractersticas do texto-fonte. Ouvir leitura dramtica de lenda ou mito.

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DE TODAS AS ESFERAS ESTUDADAS

Participar de situaes de intercmbio oral, formulando perguntas ou estabelecendo conexes com os conhecimentos prvios, vivncias, crenas e valores.

NA LEITURA DE TEXTOSDA ESFERA COTIDIANA - Roteiro / Mapa de localizao

Relacionar o roteiro/mapa de localizao situao comunicativa e ao suporte em que circula originalmente.DA ESFERA ESCOLAR - Artigo de divulgao cientfica para crianas

Relacionar o artigo de divulgao cientfica situao comunicativa e ao suporte em que circula originalmente. Explicitar a idia principal (O que o texto fala do assunto tratado?). Levantar as idias principais do texto para organiz-las em seqncia lgica. Relacionar pronomes ou expresses usadas como sinnimos a seu referente para estabelecer a coeso textual.DA ESFERA JORNALSTICA - Notcia

Relacionar o gnero notcia situao comunicativa e ao suporte em que circula originalmente. Explicitar o assunto do texto. Correlacionar causa e efeito, problema e soluo, fato e opinio. Relacionar pronomes ou expresses usadas como sinnimos a seu referente para estabelecer a coeso textual.DA ESFERA LITERRIA (PROSA) - Lendas e mitos

Relacionar a lenda/mito situao comunicativa e ao suporte em que circula originalmente. Reconhecer os temas subjacentes s lendas e mitos (o Universo, o mundo, a vida). Descrever personagens e identificar o ponto de vista do narrador, reconhecendo suas funes na narrativa. Articular os episdios em seqncia temporal e caracterizar o espao onde se realizam os eventos narrados. Identificar o conflito gerador.DE TODAS AS ESFERAS ESTUDADAS

Recuperar informaes explcitas. Estabelecer conexes entre o texto e os conhecimentos prvios, vivncias, crenas e valores. Estabelecer a relao entre o ttulo e o corpo do texto ou entre as imagens (fotos, ilustraes) e o corpo do texto. Localizar informaes em grficos, tabelas, mapas etc. que acompanham o texto. Inferir o sentido de palavras ou expresses a partir do contexto ou selecionar a acepo mais adequada em verbete de dicionrio ou de enciclopdia.

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Guia de Planejamento e Orientaes Didticas para o Professor do 4O ano Ciclo I

NA PRODUO ESCRITA DE TEXTOSDA ESFERA COTIDIANA - Roteiro / Mapa de localizao

Produzir roteiro levando em conta o gnero e o seu contexto de produo.DA ESFERA ESCOLAR - Artigo de divulgao cientfica para crianas

Resumir artigo de divulgao cientfica.DA ESFERA LITERRIA (PROSA) - Lendas e mitos

Reescrever lendas e mitos conhecidos, levando em conta o gnero e o seu contexto de produo.DE TODOS OS GNEROS PRODUZIDOS

Revisar e editar o texto, focalizando os aspectos estudados na anlise e reflexo sobre a lngua e a linguagem. NAS SITUAES DE ANLISE E REFLEXO SOBRE A LNGUA E LINGUAGEM EM TEXTOSDA ESFERA COTIDIANA - Roteiro / Mapa de localizao

Identificar, com o auxlio do professor, possveis elementos da organizao interna do roteiro / mapa de localizao: ponto de partida, trajeto, ponto de chegada. Examinar o uso das formas verbais no infinitivo ou no imperativo para executar as instrues. Identificar marcadores espaciais (dentro / fora, em cima / embaixo, direita / esquerda etc.) para compreender alguns de seus usos. Identificar marcadores temporais (depois, logo aps, ento, em seguida etc.) para compreender alguns de seus usos. Examinar o uso dos verbos de ao / deslocamento: seguir, virar, passar, contornar etc.DA ESFERA ESCOLAR - Artigo de divulgao cientfica para crianas

Identificar, com o auxlio do professor, possveis elementos da organizao interna do artigo de divulgao cientfica: esquematizao inicial, expanso, concluso. Examinar o uso dos tempos verbais no eixo do presente. Explorar o emprego de vocabulrio tcnico de acordo com o assunto tratado. Examinar o uso de elementos paratextuais: box, grficos, tabelas, infogrficos.DA ESFERA JORNALSTICA - Notcia

Identificar, com o auxlio do professor, possveis elementos da organizao interna da notcia: manchete, pargrafo sntese (lide) e corpo do texto. Localizar palavras e expresses que marcam a progresso do tempo e as que estabelecem as relaes de causalidade entre os acontecimentos relatados para compreender alguns de seus usos. Examinar o uso dos tempos verbais no eixo do pretrito. Reconhecer, em relao finalidade e ao interlocutor, o nvel de linguagem em uso: formal / informal.

Guia de Planejamento e Orientaes Didticas para o Professor do 4O ano Ciclo I

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DA ESFERA LITERRIA (PROSA) - Lendas e mitos

Identificar, com o auxlio do professor, possveis elementos da organizao interna da lenda e do mito: situao inicial, desenvolvimento da ao, situao final. Distinguir fala de personagem do enunciado do narrador para compreender alguns de seus usos. Examinar o uso dos verbos do dizer para introduzir a fala das personagens. Examinar o uso dos tempos verbais no eixo do pretrito. PADRES DE ESCRITAEM TODOS GNEROS PRODUZIDOS

Segmentar o texto em pargrafos, em decorrncia das restries impostas pelos gneros. Pontuar corretamente os elementos de uma enumerao. Empregar a vrgula para isolar inverses e intercalaes no interior das frases. Pontuar corretamente passagens de discurso direto, em razo das restries impostas pelos gneros. Respeitar as regularidades contextuais e as regularidades morfolgicas. Acentuar corretamente as palavras, em vista da oposio entre oxtonas, paroxtonas e proparoxtonas. Aplicar a regra geral de concordncia verbal e nominal. Formatar graficamente o texto.

MatemticaAs expectativas de aprendizagem para o ensino da Matemtica esto agrupadas em cinco grandes blocos temticos (nmeros, operaes, espao e forma, grandezas e medidas, tratamento da informao), traduzidas nas atividades que devem ser distribudas e trabalhadas ao longo do ano. No entanto, importante ressaltar que se deve levar em conta qual a situao inicial de conhecimento que eles possuem, para se fazer os ajustes necessrios no planejamento.

NMeRos Compreender e utilizar as regras do sistema de numerao decimal, para leitura e escrita, comparao, ordenao e arredondamento de nmeros naturais de qualquer ordem de grandeza. Reconhecer e fazer leitura de nmeros racionais no contexto dirio nas representaes fracionria e decimal. Explorar diferentes significados das fraes em situaes-problema: parte e todo, quociente e razo.

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Guia de Planejamento e Orientaes Didticas para o Professor do 4O ano Ciclo I

Escrever nmeros racionais de uso freqente nas representaes fracionria e decimal e localizar alguns deles na reta numrica. Comparar e ordenar nmeros racionais de uso freqente nas representaes fracionria e decimal. Identificar e produzir fraes equivalentes, pela observao de representaes grficas e de regularidades nas escritas numricas.

opeRaes Analisar, interpretar, formular e resolver situaes-problema, compreendendo diferentes significados das operaes com nmeros naturais. Resolver adies com nmeros naturais, por meio de estratgias pessoais e do uso de tcnicas operatrias convencionais, do clculo mental e da calculadora, e usar mtodos de verificao e controle de resultados pelo uso do clculo mental ou da calculadora. Resolver subtraes com nmeros naturais, por meio de estratgias pessoais e do uso de tcnicas operatrias convencionais, do clculo mental e da calculadora, e usar estratgias de verificao e controle de resultados pelo uso do clculo mental ou da calculadora. Resolver multiplicaes com nmeros naturais, por meio de tcnicas operatrias convencionais, do clculo mental e da calculadora, e usar estratgias de verificao e controle de resultados pelo uso do clculo mental ou da calculadora. Resolver divises com nmeros naturais, por meio de tcnicas operatrias convencionais, do clculo mental e da calculadora, e usar estratgias de verificao e controle de resultados pelo uso do clculo mental ou da calculadora. Analisar, interpretar, formular e resolver situaes-problema, compreendendo diferentes significados da adio e subtrao envolvendo nmeros racionais escritos na forma decimal. Calcular o resultado da adio e subtrao de nmeros racionais na forma decimal, por meio de estratgias pessoais e pelo uso de tcnicas operatrias convencionais. Resolver problemas que envolvem o uso da porcentagem no contexto dirio, como 10%, 20%, 50%, 25%. Identificar as possveis maneiras de combinar elementos de uma coleo de objetos e de contabiliz-las usando estratgias pessoais. Explorar a idia de probabilidade em situaes-problema simples.

espao e FoRMa Descrever, interpretar e representar por meio de desenhos a localizao ou a movimentao de uma pessoa ou um objeto. Reconhecer semelhanas e diferenas entre poliedros (como os prismas, as pirmides e outros).

Guia de Planejamento e Orientaes Didticas para o Professor do 4O ano Ciclo I

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Identificar relaes entre o nmero de elementos como faces, vrtices e arestas de um poliedro. Explorar planificaes de alguns poliedros e corpos redondos. Identificar semelhanas e diferenas entre polgonos, considerando seu nmero de lados e de ngulos. Compor e decompor figuras planas e identificar que qualquer polgono pode ser composto a partir de figuras triangulares. Ampliar e reduzir figuras planas pelo uso de malhas quadriculadas.

GRaNDeZas e MeDiDas Utilizar unidades usuais de tempo e temperatura em situaes-problema. Utilizar unidades usuais de temperatura em situaes-problema. Utilizar o sistema monetrio brasileiro em situaes-problema. Utilizar unidades usuais de comprimento, massa e capacidade em situaesproblema. Calcular permetro de figuras desenhadas em malhas quadriculadas ou no. Compreender a rea como a medida da superfcie de uma figura plana. Calcular rea de retngulos ou quadrados desenhados em malhas quadriculadas ou no. Resolver situaes-problema que envolva o significado de unidades de medidas de superfcie.

TRaTaMeNTo Da iNFoRMao Resolver situaes-problema utilizando dados apresentados de maneira organizada, por meio de tabelas simples ou tabelas de dupla entrada. Resolver situaes-problema em que os dados so apresentados por meio de grficos de colunas ou grficos de barras. Ler informaes apresentadas de maneira organizada por meio de grficos de linha. Ler informaes apresentadas de maneira organizada por meio de grficos de setor. Construir tabelas e grficos para apresentar dados coletados ou obtidos em textos jornalsticos.

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avaliao de aprendizagemLngua portuguesaA FUNO DAS PAUTAS DE OBSERVAO NA AVALIAO E NO PLANEJAMENTO DO PROFESSORNeste guia foram propostas pautas para a observao dos conhecimentos sobre os gneros estudados e sobre as convenes da escrita que podem ser encontradas no interior dos projetos e seqncias didticas. As pautas de observao podem se tornar importantes aliadas do professor para acompanhar o desenvolvimento das aprendizagens de seus alunos. A idia , periodicamente, diagnosticar os saberes dos alunos, quanto aos contedos propostos para o 4o ano e, com base nessas informaes, replanejar seu trabalho e suas intervenes. Mas o que uma pauta de observao? A pauta de observao consiste na organizao e registro sistemtico de informaes sobre os conhecimentos dos alunos, tanto inicial (antes do desenvolvimento de um projeto ou seqncia), quanto processual (durante o processo de ensino e aprendizagem) e final momento em que o professor pode avaliar o alcance dos objetivos de ensino atingidos com o trabalho realizado. De posse das pautas de observao (ortografia, pontuao, conhecimento sobre os gneros) e da comparao dos resultados, identifique as necessidades gerais do grupo e dos alunos que precisam de mais ajuda. Esse procedimento essencial. verdade que no dia-a-dia voc obtm muitas informaes acerca do que cada aluno sabe. As pautas de observao servem justamente para fortalecer essas impresses e, ao mesmo tempo, garantir um melhor acompanhamento do processo. Sempre h alunos que no chamam tanto a ateno e no costumam pedir ajuda (so tmidos ou preferem no se manifestar). Mostram, ao longo do ano, avanos menos significativos do que seria esperado, indicando que necessitam de um acompanhamento prximo. As pautas de observao so registros importantes para se organizar uma sntese das aprendizagens e das necessidades dos alunos, permitindo ao professor melhor planejar seu trabalho em sala de aula. De posse das pautas de observao, organize duplas de modo que os dois parceiros colaborem um com o outro, considerando os objetivos de cada uma das atividades. Aps ter orientado os alunos a realizar determinada atividade, caminhe entre eles e observe seus trabalhos, especialmente daqueles que tm mais dificuldades. importante circular pela classe enquanto os alunos trabalham, por diversos motivos: avaliar se compreenderam a proposta; observar como esto interagindo; garantir que as informaes circulem e que todos expressem o que sabem e no sabem. Quando necessrio, procure questionar e interferir, evitando criar a idia de que qualquer res-

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posta vlida. Observe tambm se o grau de dificuldade envolvido na proposta no est muito alm do que podem alguns alunos, se no est excessivamente difcil para eles. Cada atividade prope desafios destinados a favorecer a reflexo dos alunos. Muitas vezes voc dever fazer ajustes: questionar alguns para que reflitam um pouco mais, oferecer pistas para ajudar os inseguros.

MatemticaTambm em Matemtica a avaliao de aprendizagem tem o papel de informar ao professor o alcance dos objetivos previstos, onde e como fazer as mudanas necessrias para ajustar o processo do ensino aprendizagem por parte dos alunos. Com o procedimento de avaliao, a idia ir alm de uma simples verificao para saber se os alunos so capazes de utilizar tcnicas e algoritmos que solucionem as quatro operaes ou, ainda, escrever e interpretar nmeros em uma determinada seqncia. preciso que os objetivos de ensino possam prever aes que desenvolvam nos alunos a capacidade de: empenhar-se na realizao das atividades propostas, utilizando todo o conhecimento construdo quando se requer a resoluo de novas situaes-problema; expor as dvidas e reconhecer a necessidade de rever o que ainda no aprendeu; utilizar-se de estratgias pessoais para resolver determinado problema, dispondo-se a expor suas idias; interagir, estabelecendo uma postura de escuta atenta para entender as explicaes do professor e, ou, dos colegas; formular argumentos, expondo-os a fim de que sejam validados ou refutados pelos colegas, avanando cada vez mais na linguagem matemtica; reconhecer tanto os seus avanos quanto a necessidade de continuar aprendendo.

Dos instrumentos de acompanhamento dos avanos dos alunosEste guia, assim como os demais produzidos para o Programa Ler e Escrever, prope alguns instrumentos de acompanhamento dos avanos dos alunos, que permitiro planejar melhor as aes didticas que compem sua rotina de trabalho. Alm desses, voc professor poder dispor de um conjunto de atividades e outros instrumentos de observao de desempenho que ajude a ter um foco mais ajustado dos avanos e das dificuldades de cada aluno. Porm, importante lembrar que os instrumentos de avaliao utilizados precisam ser elaborados de forma bastante criteriosa, permitindo observar quais conhecimentos foram ou no apropriados pelos

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alunos, como organizam a linguagem matemtica para se comunicar, como resolvem os problemas apresentados etc. a) Para diagnosticar o conhecimento numrico dos alunos. Antes de prosseguir no planejamento em relao a nmeros, preciso que voc verifique qual o conhecimento numrico de todos os seus alunos, at que ordem de grandeza produzem e interpretam convencionalmente e em qual grandeza surgem as dificuldades. Se muitos alunos ainda no compreenderam as regularidades da formao do sistema de numerao decimal, muito provavelmente podero se deparar com dificuldades nos estudos de clculo e operaes. E, ainda, de nada adiantar introduzir o conceito dos nmeros racionais - previstos para o 4o ano do Ciclo I - sem antes os alunos terem descobertos as regularidades dos nmeros naturais. b) Sobre os conhecimentos referentes ao clculo e resoluo de problemas. Ao longo do ano, os alunos devero desenvolver habilidades referentes resoluo de problemas e clculo. Para isso necessrio trabalhar diferentes atividades relacionadas s operaes nos campos aditivo e multiplicativo. O ensino das operaes no se reduz ao ensino de tcnicas operatrias e ao seu treino mecnico. Experincias tm mostrado que muitos alunos conseguem realizar o clculo das quatro operaes utilizando-se de algoritmos convencionais, no entanto, no o suficiente para que as utilizem adequadamente na resoluo de situaes-problema, visto que essas no devem ser encaradas como simples pretextos para a aplicao da tcnica. Resolver problemas requer que os alunos aprendam a: ler e interpretar o que precisa ser resolvido; saber selecionar os dados imprescindveis para a sua resoluo; dispor a planejar estratgias mais adequadas, verificando qual a operao que o ajudar a chegar ao resultado; colocar em prtica as estratgias e a operao e verificar a adequao ou no da resposta a que chegou.

Do diagnstico ao planejamento das intervenes didticasDiante do exposto, para decidir qual a melhor situao didtica a ser apresentada, deve-se planejar intervenes no sentido de buscar que todos os alunos avancem em relao compreenso do sistema de numerao e na capacidade de resolver problemas propostos. preciso realizar uma avaliao peridica - as sondagens - para verificar: o que sabem a respeito da escrita dos nmeros; quais estruturas aditivas e multiplicativas costumam utilizar para resolver problemas; quais recursos utilizam para fazer os clculos.

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Nesse sentido, so propostas as seguintes sondagens: - nmeros - maro e setembro; - resoluo de problemas do campo aditivo - maio e outubro; - resoluo de problemas do campo multiplicativo - maio e outubro.

orientaes para a sondagem da escrita de nmerosPara essa sondagem, sugerimos que seja feito um ditado de nmeros, individualmente. Entregue meia folha de sulfite e pea que escrevam o nome e a data. Faa o ditado de nmeros de diferentes grandezas e de modo que no apaream na ordem crescente ou decrescente. Sugerimos os seguintes nmeros: J ms de maro: 95 905 - 1.005 5.000 9.523 10.001 31.435 67.308 - 159.002; J ms de setembro: 750 70.050 - 20.000 1.020 9.354 60.504 384.752 - 2.302.000. Recolha o ditado dos alunos e analise a escrita. Em seguida, registre suas observaes na Pauta de Observao de Nmeros no 1, na pgina XXXX. Faa o registro a cada sondagem realizada. Compare as informaes registradas, observando o percurso do avano do conhecimento numrico de cada um dos alunos, pois isso ajudar voc a reorganizar as aes didticas de interveno para que os alunos ampliem cada vez mais o conhecimento sobre os nmeros.

orientaes para a sondagem dos campos aditivo e multiplicativo e suas representaesPara realizar a sondagem sobre o conhecimento dos alunos a respeito das estruturas aditivas e multiplicativas e perceber quais fatores interferem em seu desempenho quanto natureza e representao, recomendamos que os alunos realizem a resoluo de problemas individualmente. Prepara-se com antecedncia, lendo e analisando a natureza de cada situaoproblema. Prepare a folha com os quatro enunciados dos problemas de cada campo para cada aluno. Explique a situao de diagnstico aos seus alunos, esclarecendo que essas atividades esto sendo realizadas para se ter um conhecimento do que eles sabem e do que precisam aprender, portanto, devero realiza-los sem ajuda dos colegas. Nesse sentido, recomende que cada um resolva-os da melhor forma que puderem.

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Esclarea que as dvidas devero ser dirigidas a voc professor. Oriente-os para que faam os registros de cada soluo da forma mais clara possvel, seja utilizando a tcnica operatria ou outra forma de registro (desenhos, esquemas etc.) Se na sua turma ainda houver alunos que no conseguem ler com autonomia, faa uma leitura de cada enunciado em voz alta. Organize a classe em grupos de quatro crianas e acompanhe um grupo por vez, enquanto as demais faro outra atividade possvel de ser realizada de forma autnoma, e tambm, com a ajuda dos colegas. importante que o acompanhamento seja feito dessa forma, pois possvel que voc precise de maior esclarecimento sobre como o seu aluno chegou soluo do problema, uma vez que alguns podem fazer uso de um procedimento que no esteja suficientemente explcito para o preenchimento da pauta de observao. Aps o trmino da atividade, recolha as folhas e faa a anlise dos registros, tendo por base a pauta de observao para os campos aditivo (pgina 30) e multiplicativo. (pgina 31). Faa esse registro a cada sondagem realizada. Recomenda-se que realize as sondagens dos campos aditivo e multiplicativo em diferentes dias. Compare as informaes dessas pautas e de outros instrumentos dirios de observao, assim ser possvel voc avaliar os progressos de seus alunos e buscar outras propostas didticas. Sugerimos os seguintes problemas do campo aditivo para o:

Ms de maio1 O nmero de alunos matriculados nos 4os anos de uma escola era de 187 no ms de fevereiro. No final de maio esse nmero foi para 220. Em quanto alterou o nmero de alunos matriculados nessa escola, de fevereiro a maio? 2 Ftima foi contar a sua coleo de adesivos. No total so 95, sendo que 35 so do Garfield e 30 da Hello Kitty. Quantos so da Turma da Mnica? 3 - No jogo do bafo, Renato iniciou com 109 figurinhas. Ganhou 18 figurinhas na primeira partida. No final do jogo contou novamente e percebeu que estava com 87 figurinhas. O que aconteceu da 2a partida at o final do jogo? 4 - Marcela nasceu no ano de 1999 e Carla no ano de 1995. Quem a mais velha? Qual a diferena de idade entre as duas meninas?

Ms de outubro1 Em fevereiro e agosto um professor de Educao Fsica costuma pesar os alunos. Em agosto ele verificou que o seu aluno Edson tinha 48 quilos. Sabendo-se que ele engordou 3 quilos, quanto pesava Edson em fevereiro? 2 Beto e Andr fazem coleo de selos. Juntos tm 136. Sabendo que Beto tem

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49, quantos selos tem Andr? 3 - No comeo do ms de maio, Srgio tinha no banco 320 reais que recebeu no primeiro ms de trabalho. Toda semana ele vai ao banco verificar o saldo da sua conta. Na segunda semana guardou 45 reais que recebeu de um amigo. No final do ms foi verificar novamente o saldo e viu que estava com 135 reais. O que aconteceu entre a 3a e a 4a semana? 4 Ana e Paula resolveram competir nadando durante 30 minutos, sem nenhuma parada. Ana conseguiu nadar 565 metros e Paula 35 metros a mais. Quantos metros nadou Paula? Sugerimos os seguintes problemas do campo multiplicativo para o:

Ms de maio1 Joo vai passar alguns dias na praia e est levando 7 bermudas e 12 camisetas. Quantas combinaes de bermudas e camisetas ele poder fazer, sem haver repetio? 2 Pedro precisa azulejar uma parede e calculou que para cada fileira precisar de 12 azulejos e para cada coluna 15. Quantos azulejos ele precisar providenciar? 3 Na barraca de frutas de seu Pedro 12 laranjas custam 3 reais. Quanto Joana vai pagar por 36 laranjas? 4 Carlos tem 12 anos. Seu pai tem o triplo da idade dele. Quantos anos tem o pai de Carlos?

Ms de outubro1 Numa lanchonete os sucos podem ser vendidos em 3 tamanhos de copo: pequeno, mdio e grande. Sabendo-se que h 15 combinaes de suco e copos possveis, sem que se repitam., quantos tipos de frutas esto disponveis para fazer os sucos? 2 - Em uma malha quadriculada distribuda pela professora h 25 quadradinhos em cada fileira e 23 em cada coluna. Quantos quadradinhos h nessa malha quadriculada? 3 - Se uma caixa com 80 canetas custa 48 reais, quanto custar 20 canetas? 4 - No final de semana Mrcio e Andr verificam a quilometragem de seus carros. Andr fez o clculo e verificou que na semana andou a metade do que andou Mrcio. Sabendo-se que o Mrcio andou 210 quilmetros nessa semana, quantos quilmetros percorreu?

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paUTa De oBseRVao i

ESCRITA DE NMEROS - Data ____/____/____Turma: _____________ Observaes

EMEF _____________________________________________________________________________________________

Professor(a) __________________________________________________________________ Escreve nmeros Menores que 100 de 100 a 1000 maiores que 1000

Nome do aluno

Guia de Planejamento e Orientaes Didticas para o Professor do 4O ano Ciclo ILegendas: usando algaris1 mos sem relao com o nmero que foi ditado. fazendo uso de 2 coringas apoiando-se na 3 fala 4 convencionalmente

TOTAL

A realizao da sondagem far sentido apenas no contexto da leitura e discusso dos seguintes referenciais tericos:

Parra, Ceclia- Didtica da Matemtica: reflexes psicopedaggicas-Captulo 5- Porto Alegre: Artmed, 2006

Brizuela, Brbara M. Desenvolvimento matemtico na criana: explorando notaes - Captulo 2 - Porto Alegre, Artmed, 2006

Sem esta base terica, esta sondagem pode ser pouco til ou mesmo de difcil operacionalizao.

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301-Transformao Idia Resultado Idia Resultado Idia Result Idia 2-Composio com uma das partes conhecidas 3- Transformao composta 1a transf. 2a transf. Result 4-Comparao Idia Resultado Observaes

pauta de observao ii

RESOLUO DE PROBLEMAS DO CAMPO ADITIVO Data ___/___/___

EMEF: ________________________________________________________

Turma: _____ Professor(a): _ ________________ Ano do Ciclo I ______

Problemas

Nome

Legendas:

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A Acerto

NR No realizou

pauta de observao iii

RESOLUO DE PROBLEMAS DO CAMPO MULTIPLICATIVO Data ___/___/__ _________________________Ano do Ciclo I ______2 - Configurao Retangular Idia Resultado Idia Resultado Idia Resultado 3 - Proporcionalidade 4 -Comparao Observaes

EMEF: _______________________________________________________________

Turma: _____ Professor(a):1 - Combinatria Idia Resultado

Problemas

Nome dos alunos

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Legendas:

A Acerto

NR No realizou

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siTUaes QUe a RoTiNa DeVe CoNTeMpLaRLngua portuguesasugesto para organizao da Rotina semanalConsiderando-se os contedos tratados em cada uma das propostas e as possibilidades de articulao entre elas, assim como as necessidades de aprendizagem dos alunos, sugerimos a seguinte ordenao para as propostas de trabalho e organizao da rotina: a) projeto Uma lenda, duas lendas, tantas lendas... - trs vezes por semana no primeiro semestre; b) projeto O universo ao meu redor - trs vezes por semana no segundo semestre; c) seqncia didtica Os caminhos do verde - uma vez por semana no primeiro semestre; d) seqncia didtica Lendo notcia para ler o mundo -- uma vez por semana no segundo semestre; e) seqncia didtica de Estudo da pontuao - uma vez por semana; f) seqncia didtica de Estudo da ortografia: palavras terminadas em ISSE/ICE e palavras terminadas em ANSA/ANA uma vez por semana. Evidentemente, h outras possibilidades de organizao dessa rotina ao longo da semana e do ano, porm, preciso levar em conta os objetivos de cada um dos projetos e das seqncias didticas e os desafios que os alunos precisaram enfrentar diante de cada uma das propostas. Parece-nos mais coerente que as modalidades organizativas sejam distribudas ao longo da semana, de modo que os alunos tenham a oportunidade de conviver com a variedade de textos sugeridos. Alm do mais, no seria produtivo organizar o trabalho com os dois projetos em um nico semestre, pois so muitas as tarefas que tanto o professor quanto o aluno precisaro realizar. Considerando que o o projeto didtico O universo ao meu redor e a seqncia didtica Os caminhos do verde se organizam a partir de textos que tratam de questes ambientais, o mais adequado que sejam distribudos entre os dois semestres. Recomendamos iniciar pela seqncia Os caminhos do verde, pois permite ao professor dispor de mais tempo para planejar um passeio ao Jardim Botnico, opo interessante e um dos contedos tratados na seqncia. Tambm para lidar com a distribuio do tempo e melhor organizao do trabalho

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semanal, sugerimos que o professor intercale a seqncia de pontuao e ortografia. Uma semana se trabalha com a pontuao e a outra com a ortografia, ou o inverso.

QUADRO DA ROTINA SEMANAL

2a-feira

3a-feira

4a-feira

5a-feira

6a-feira

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MatemticaAo planejar a rotina de Matemtica, preciso prever situaes didticas em que se contemplem os cinco blocos de contedos, quais sejam: nmeros, operaes, grandezas e medidas, espao e forma e tratamento da informao. Reitera-se, assim, a necessidade de organizar situaes didticas em que os alunos: produzam e interpretem nmeros naturais e decimais presentes em situaes de uso; resolvam problemas dos campos aditivo e multiplicativo. tenham oportunidades de utilizar o clculo mental, a estimativa e, ainda, o clculo com algoritmos convencionais; possam refletir e utilizar diferentes unidades de medidas; precisem observar a localizao e o deslocamento de pessoas e objetos no espao real e virtual, descrever percursos utilizando-se de uma linguagem prpria para esse propsito, observar e explorar as caractersticas das formas dos objetos e das figuras geomtricas; produzam e interpretem tabelas e grficos sempre dentro de uma situao-problema. Na primeira semana de aula, importante fazer uma prvia do que os alunos sabem sobre cada um desses contedos. Organize, por exemplo, uma roda de conversa perguntando sobre que atividades matemticas gostam mais, quais tm mais dificuldades e, tambm, trazendo jornais, revistas ou qualquer material impresso em que precisem ler as informaes numricas, quer seja em uma manchete, um grfico, uma tabela. Ainda, pode propor fazer uma visita aos espaos da escola para que alunos novos a conheam e, para isso, poder solicitar aos que j conhecem o espao que escrevam em um papel orientaes de como chegar a um determinado lugar do prdio, algo semelhante brincadeira Caa ao tesouro. Tambm, em outro dia, pode-se planejar situaes de jogos para verificar como e quais procedimentos utilizam para realizar clculos e assim por diante. Dessa forma poder ter a primeira informao sobre os conhecimentos matemticos dos seus alunos. O planejamento da rotina deve ter como referncia as demandas de aprendizagem mapeadas por meio das sondagens propostas e do registro de observaes do desempenho dos alunos. Esse roteiro poder ser reorganizado ao longo do ano, dependendo dos avanos e dificuldades dos alunos. No entanto, segue uma sugesto inicial de distribuio das atividades contemplando os diferentes blocos de contedos durante a semana. Assim, inicialmente as atividades de interpretao e produo de nmeros podem ser realizadas duas vezes na semana. Alm das atividades com nmeros naturais, nesse volume est presente o trabalho com nmeros racionais nas formas fracionria e decimal. Desse modo, alm de continuar propondo atividades de reflexo sobre os nmeros naturais, preciso organizar situaes em que os alunos observem o uso cotidiano dos racionais e comecem a refletir

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sobre a sua organizao e regularidade. Nesse sentido, eles utilizaro o conhecimento que tm para avanarem na ampliao do campo numrico. Para isso propomos o recurso da utilizao da calculadora como mais um instrumento para se colocar problemas e para anlise das produes escritas numricas. Quanto s atividades de clculo, podem ser organizadas duas ou trs vezes na semana. interessante que no incio do ano se privilegie as situaes de resoluo de problemas no campo aditivo e, medida que as crianas avancem na compreenso dessas idias, dever incluir as atividades do campo multiplicativo. Elas devem ser realizadas para que os alunos continuem ampliando a compreenso dos significados das operaes envolvidas (aditivas e multiplicativas). Para isso, as situaes sero organizadas de modo que eles faam conjecturas sobre as diferentes maneiras de se obter um resultado - usando clculo mental, estimativa, algoritmos convencionais e no-convencionais - e analisem as suas estratgias e a dos colegas, compartilhando, as diferentes idias e procedimentos. O trabalho com grandezas e medidas poder ser realizado uma vez por semana. Neste material so propostas, situaes-problema do cotidiano para que os alunos compreendam como se d a sucesso do tempo - como se organiza e se utiliza os instrumentos sociais de medida de tempo (calendrio, relgio) e em que situaes usamse as diferentes medidas (massa, comprimento, capacidade e temperatura), relacionando-os com os respectivos instrumentos de medio. E, obviamente, resolver problemas abrangendo as grandezas e medidas. Destacam-se ainda estudos sobre permetro e rea, to presentes no cotidiano, portanto, conhecimentos necessrios aos alunos. Geometria espao e forma um contedo possvel de trabalhar desde o incio do ano, como poder observar nas atividades propostas neste material. interessante que reserve uma aula por semana, alternando entre atividades de espao e forma. As atividades desse bloco visam a propor experincias de localizao e deslocamento de pessoas e objetos no espao, descrevendo-os com uma linguagem que corresponda s demandas para isso, alm de situaes em que os alunos tero a oportunidade de observar diferentes corpos geomtricos e refletir sobre suas propriedades. As atividades sobre o tratamento de informao tambm podero estar presentes uma vez por semana, com a finalidade de fazer os alunos construrem procedimentos para coletar, organizar, interpretar e comunicar dados, utilizando tabelas, grficos. Esse contedo, no entanto, estar presente de maneira transversal em diferentes situaesproblemas referentes aos demais contedos da rea de matemtica. importante ressaltar que h propostas que precisam seguir determinada seqncia. Outras atividades, por terem um carter que exige freqncia constante, so sugestes que podero ser propostas tais como esto e podero adotar nova verso, modificando-se, por exemplo, os dados, a complexidade dos nmeros etc. No se esquea de planejar atividades que podero ser propostas a ttulo de lio de casa. Essas tarefas podero ser de exercitao de clculos, realizao de situaes-problemas de complexidade menor, enfim, atividades que possam realizar com autonomia e que no precisem depender de um adulto para realiz-las.

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363a-feiraMatemtica Nmeros naturais Clculo e operaes no campo aditivo ou multiplicativo Nmeros naturais Matemtica Matemtica

Sugesto para a organizao da rotina semanal4a-feira 5a-feira 6a-feiraMatemtica Espao e forma

2a-feira

Matemtica

Clculo e operaes no campo aditivo ou multiplicativo Tratamento de Informao

Guia de Planejamento e Orientaes Didticas para o Professor do 4O ano Ciclo I Grandezas e medidas

Nmeros racionais

ORIENTAES DIDTICAS GERAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE LEITURA E PRODUO DE TEXTOSprojeto didtico uma lenda, duas lendas, tantas lendas...projeto Uma lenda, duas lendas, tantas lendas...As atividades sugeridas a seguir tm como finalidade a compreenso geral do que vem a ser o gnero, considerando algumas de suas caractersticas fundamentais, tematizadas nas atividades. As atividades sugeridas, organizadas como um projeto, tm como produto final a elaborao de uma coletnea das lendas preferidas da classe. Comporo o trabalho, atividades pontuais, como a de leitura em voz alta feita pelo professor, a de leitura de escolha pessoal e a Roda de Leitura. Estas atividades sero utilizadas para a ampliao de repertrio sobre lendas dos alunos. A leitura em voz alta do professor desencadear duas atividades de produo: a de reconto oral da lenda lida e a de reescrita da mesma. Alm disso, nessas atividades sero trabalhados ainda, comportamentos leitores, modelizados na leitura feita pelo professor e exercitados pelos alunos na Roda de Leitura. importante prever, ainda, um tempo entre a escolha de leitura pessoal ocasio em que os alunos iro sala de leitura para escolher material para leitura e a Roda de Leitura. Por isso, no planejamento a ser feito tal como consta, inclusive, no planejamento sugerido entre escolha e a Roda de Leitura h que ser previsto um tempo para que a leitura possa acontecer. Alm disso, sero realizadas atividades seqenciadas para tratar do estudo de algumas lendas, tanto da perspectiva temtica, quanto das suas caractersticas lingsticas e discursivas. No desenvolvimento das atividades, a discusso temtica das lendas articulando aos textos informaes sobre sua origem, regio de circulao, personagens fundamentais, que sero apresentadas nas orientaes para o professor e, ainda, em boxes das pginas de atividades exerccios destinados aos alunos fundamental para a recuperao do contexto de produo das mesmas e, em especial, dos sentidos que veiculam. Alm disso, fundamental que o planejamento das atividades fique claro para os alunos, de modo que eles possam compreender tanto todos os contedos com os quais vo lidar no projeto, quanto quais sero as suas responsabilidades em cada etapa do mesmo.

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oRGaNiZao GeRaL Da seQNCia De aTiViDaDesETAPA 1 Afinal, o que lenda mesmo? Compartilhando o projeto com os alunos e planejando o trabalho ATIVIDADE Atividade 1: Levantando conhecimentos prvios sobre o gnero Atividade 2: Compartilhando o projeto e organizando o trabalho Atividade 3: Conhecendo um pouco mais as lendas ,Atividade 4: Ampliando o repertrio de Lendas (Leitura, reconto e reescrita de lenda)I Atividade 5: Roda de Leitura I 3 Ampliando saberes sobre lendas Atividade 6: O que so as lendas, afinal? Atividade 7: Ampliando o repertrio de Lendas II Atividade 8: Roda de Leitura - II Atividade 9: Ampliando o repertrio de lendas III Atividade 10: Roda de leitura III Atividade 11: Analisando aspectos lingsticos das lendas 4 Selecionando as lendas e reescrevendo Preparao da finalizao do projeto Avaliao final do trabalho desenvolvido Atividade 12: Selecionando as lendas para serem reescritas, planejando a reescrita e reescrevendo-as .Atividade 13: Revisando as lendas e editorando-as Atividade 14: Preparando a apresentao oral da lenda .Atividade 15: Avaliao Final do Trabalho

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ETAPA 1: AFINAL, O QUE LENDA MESMO? ATIVIDADE 1: LEVANTANDO CONhECIMENTOS PRVIOS SObRE O GNEROobjetivos Recuperar conhecimentos prvios sobre lenda. Constituir repertrio inicial de lendas.

planejamento Como organizar os alunos? A atividade coletiva, inicialmente, mas haver um momento de trabalho em duplas.

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Quais os materiais necessrios? Texto que ser lido - cpia para todos os alunos da folha de Atividade 1. Qual a durao? Cerca de 40 minutos.

encaminhamento Converse com os alunos sobre a finalidade da atividade e sobre como estaro organizados para desenvolv-la. Pergunte aos alunos se sabem o que uma lenda, do que ela trata, se conhecem alguma lenda etc, procurando tanto levantar o que sabem os alunos a respeito do gnero, quanto identificar o seu repertrio inicial de textos. Organizar, na lousa, registro escrito das informaes iniciais que os alunos tm sobre o gnero, solicitando que eles registrem no caderno. Orientar para que, em duplas, elaborem uma pequena lista das lendas conhecidas pela dupla, solicitando que cada dupla escolha uma lenda das que elencou para contar para a classe. Solicitar que cada dupla apresente a sua lista para todos e registrar os ttulos apontados por ela em um cartaz a ser afixado na classe. Esse cartaz ser o repertrio-base, a partir do qual sero selecionadas as lendas que comporo a coletnea. A cada leitura que o professor fizer e a cada indicao que os alunos fizerem na Roda de Leitura, deve-se incluir o ttulo nesse cartaz. Organizar a apresentao da lenda de cada dupla para a classe toda. Nesse momento, voc poder solicitar que os alunos organizem uma roda para ouvirem as lendas que sero contadas. Oriente os alunos para dizerem o ttulo da lenda se souberem e como foi que a conheceram (por meio de leitura de livros, porque um parente contou, porque leu na Internet etc.). Oriente, ainda, para que decidam a maneira como contaro. Solicite aos alunos que realizem uma pesquisa junto aos seus familiares, vizinhos, colegas, sobre lendas que eles conhecem. Apresente o quadro organizador dos dados e oriente os alunos para que peam s pessoas para contarem as lendas, caso eles no a conheam, de maneira que possam apresent-las para a classe. As lendas dessa pesquisa tambm comporo o repertrio-base da classe e devero ser acrescentadas ao quadro, desde que ainda no constem dele. Os dados dessa pesquisa sero apresentados para a turma em data que voc deve combinar com a classe. Estabelea um prazo (dois ou trs dias, incluindo um final de semana para consulta dos familiares e parentes) e, na data combinada, recupere as informaes. Caso haja interesse, oriente os alunos para procurarem pelas lendas no acervo da sala de leitura, pois eles tero que selecionar uma das lendas coletadas para apresentar classe.

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Atividade do aluno

ATIVIDADE 1: LEVANTANDO CONhECIMENTOS PRVIOS SObRE O GNERONOME: __________________________________________________________________________ DATA: _____ /_______________ TURMA: ___________________________________________

A Converse com seu professor e demais colegas sobre a seguinte questo: Voc sabe o que uma lenda? J ouviu falar alguma vez?

Colabore com seu professor na organizao das impresses da classe sobre o que uma lenda. Copie no caderno o registro que o professor far na lousa. B Agora, converse com um colega e elabore uma lista de lendas que vocs conhecem. Depois, apresente para os demais colegas da classe as lendas que vocs registraram. Colabore com o professor na elaborao da lista dos ttulos que a classe j conhece. Escolha uma das lendas da sua lista para contar para a classe. C Pesquise, junto aos seus familiares, vizinhos e amigos, lendas que eles conhecem. Elabore uma lista dessas lendas e, se for necessrio, anote informaes sobre a mesma, para que voc possa apresentar para a classe, posteriormente. Organize os dados da sua pesquisa a partir desse quadro: PESQUISA SOBRE LENDAS CONHECIDAS PESSOA LENDA COMO CONHECEU A LENDA ANOTAES SOBRE A LENDA

Anote a data combinada para apresentao da pesquisa para a classe. Lembre-se de que voc precisa selecionar, entre as lendas que coletou, uma delas a que voc mais tenha gostado, por exemplo para cont-la classe.

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ETAPA 2: COMPARTILhANDO O PROJETO ATIVIDADE 2: COMPARTILhANDO O PROjETO E ORGANIzANDO O TRAbALhOobjetivos Conhecer o projeto que ser desenvolvido na classe, bem como a maneira pela qual o trabalho ser desenvolvido. Planejar as aes que sero realizadas. Compartilhar a pesquisa realizada.

planejamento Como organizar os alunos? A atividade ser realizada coletivamente. Quais os materiais necessrios? Dados da pesquisa realizada pelos alunos. Qual a durao? Cerca de 40 minutos.

encaminhamento Retome com os alunos a pesquisa sobre lendas que eles realizaram e as conversas a esse respeito tidas at ento, procurando envolv-los no desenvolvimento do projeto. Pergunte se sabem por que foram propostas as atividades sobre lendas at o momento e explique que esto iniciando um estudo sobre esse gnero. Esse estudo se organizar na forma de um projeto de leitura e de reescrita de lendas. Apresente para os alunos o projeto que ser desenvolvido, indicando: JJ ttulo do projeto: Uma lenda, duas lendas, tantas lendas; JJ produto final: elaborao de uma coletnea de lendas que sero reescritas , escolhidas entre aquelas que a classe mais gostar. Depois de apresentar o projeto, pergunte a eles o que precisaro estudar para poder elaborar o produto final. Oriente-os para que cheguem a trs contedos fundamentais: JJ precisaro conhecer melhor as lendas para poder reescrev-las de modo que fiquem bem interessantes para o leitor; JJ precisaro conhecer muitas lendas para poder escolher as que a classe mais gostar; JJ precisaro estudar como um livro pode se organizar, para elaborarem um que todo mundo queira ler. Registre os aspectos principais da discusso na lousa. Pergunte a eles de que maneira acham que podem aprender sobre todos os aspectos que indicaram e anote as sugestes. Incorpore as sugestes na rotina programada para desenvolvimento do projeto. Explique, ainda, que esse projeto vai envolver atividades de vrios tipos: leitura de textos feita pelo professor; roda de leitura, na qual eles apresentaro lendas

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que escolherem do acervo pessoal ou da sala de leitura da escola; atividades para reescrita de lendas; atividades para aprender sobre a origem das lendas ao longo da histria. Sugerimos que reserve trs aulas na semana para desenvolver o projeto. Depois do compartilhamento do projeto, oriente os alunos para a prxima atividade: socializao da pesquisa realizada. Os alunos devero, um a um, apresentar uma sntese dos dados coletados, que deve conter os seguintes dados: quantas pessoas foram entrevistadas; JJ JJ sntese dos modos pelos quais elas conheceram as lendas; JJ nomes das lendas, para serem registrados no inventrio; JJ comentrios breves sobre as lendas; JJ indicao de lenda para compor a coletnea. Explique a atividade para os alunos e d um tempo para eles relerem os dados e se organizarem para a apresentao. Durante a apresentao, v registrando os ttulos das lendas e as indicaes para a coletnea.

Atividade do aluno

ATIVIDADE 2: COMPARTILhANDO O PROjETO E ORGANIzANDO O TRAbALhONOME: __________________________________________________________________________ DATA: _____ /_______________ TURMA: ___________________________________________

parte a Compartilhando o projetoConverse com seu professor sobre o projeto que ser desenvolvido, intitulado Uma lenda, duas lendas, tantas lendas... Esteja atento para as finalidades do estudo e para o desenvolvimento do trabalho. Colabore apresentando sugestes de aspectos que voc gostaria de aprender sobre as lendas.

parte B socializao da pesquisa realizadaAgora, voc apresentar para os demais colegas da classe os dados coletados na pesquisa que voc realizou. Esteja atento para as orientaes do professor, realizando a atividade a contento.

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ETAPA 3: AMPLIANDO SABERES SOBRE LENDAS ATIVIDADE 3: CONhECENDO UM POUCO MAIS AS LENDASobjetivos Ampliar conhecimento prvio sobre o gnero, discutindo sua definio e origem. Ampliar repertrio de lendas.

planejamento Como organizar os alunos? A atividade ser realizada em duplas, com socializao de discusses ao final, para sistematizao de conhecimentos. Quais os materiais necessrios? Textos a serem lidos, que constam da folha da Atividade 3. Qual a durao? Cerca de 60 minutos.

encaminhamento Converse com os alunos para apresentao das finalidades da atividade. Oriente-os para que se organizem em duplas para realizar as atividades. Leia a lenda Santo Toms e o boi que voava para os alunos. Solicite que acompanhem a leitura. Comente sobre o texto, pergunte se acham que o texto se parece com lenda. Depois, leia a lenda Beowulf e o drago. Solicite que os alunos acompanhem a leitura. Pergunte o que acharam e se esse texto se parece com uma lenda. Aproveite para estabelecer relaes com o filme (A lenda de Beowulf), lanado no comeo de 2008. Pesquise sobre os atores, tire cpias de propagandas de lanamento publicadas no jornal, por exemplo. Para terminar, leia A lenda da vitria-rgia. A cada leitura, recupere o contexto de produo das diferentes lendas, comentando com os alunos: a JJ que poca parece que essa lenda se refere; JJ qual povo a conta; JJ qual seria a finalidade da lenda. Informaes sobre as lendas: Santo Toms e o boi que voava: lenda que remonta aos primeiros sculos do Cristianismo, quando estas tinham a finalidade de relatar a vida dos santos ou mrtires, de modo a oferecer bons exemplos de vida para as pessoas. Sua origem latina (europia). Trata-se de uma lenda do tipo religioso.

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Beowulf e o drago: lenda do povo dinamarqus, na qual um heri Beowulf salva o povo de drages assassinos. uma lenda do tipo em que o heri pessoa da comunidade, bravo, corajoso, que enfrenta perigos para salvar esse povo, tornando-se heri nacional. diferena dos contos de fadas, o interesse do heri no o bem-estar da princesa, mas de um povo todo. Machado (1994) informa que Beowulf um heri tpico das culturas primitivas, daqueles que saam pelo mundo enfrentando perigos e matando monstros. A origem dessa lenda nrdica e do tipo extraordinrio ou sobrenatural. A lenda da vitria-rgia: trata-se de lenda indgena que explica o surgimento da vitria-rgia. As lendas indgenas, no geral, so muito prximas do mito, por explicarem aspectos da criao do mundo. Trata-se de uma lenda naturalista. A seguir, pea para que os alunos analisem o que todas as lendas apresentadas parecem ter em comum e o que tm de diferente. Sugesto de preenchimento do quadro:

QUADRO COMPARATIVO DAS TRS LENDAS O QUE AS LENDAS TM EM COMUM? Todas elas tm um ensinamento a passar para o leitor: o exemplo da crena contra a mentira; o exemplo da coragem e fidelidade a um povo; o exemplo da crena enganosa nas aparncias. Nenhuma delas tem autor. Todas explicam aspectos da cultura de um povo. Os protagonistas so seres humanos comuns. Os fatos narrados so tratados como episdios da vida real de um povo, e no como invenes. O QUE AS LENDAS TM DE DIFERENTE? Cada lenda tem uma origem diferente. Todas elas utilizam personagens como exemplos de referncia para os ensinamentos, mas so muito diferentes entre si: um santo, um heri guerreiro; uma pessoa comum da tribo. Em duas delas h a presena de elemento extraordinrio.

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NOME: __________________________________________________________________________ DATA: _____ /_______________ TURMA: ___________________________________________ A O seu professor ler, agora, uma lenda intitulada Santo Toms e o boi que voava. Sabendo que uma lenda e conhecendo o seu ttulo, de que voc acha que esse texto tratar? Converse com seu professor e demais colegas sobre isso.

Santo tomS e o boi que voavaContam os fastos da ordem de So Domingos que, achando-se Santo Toms de Aquino na sua cela, no convento de So Jacques, curvado sobre obscuros manuscritos medievais, ali entrou, de repente, um frade folgazo, que foi exclamando com escndalo: Vinde ver, irmo Toms, vinde ver um boi voando! Tranqilamente, o grande doutor da igreja ergueu-se do seu banco. Deixou a cela e, vindo para o trio do mosteiro, ps-se a olhar o cu, protegendo os olhos com as mos. Ao v-lo assim, o frade jovial desatou a rir com estrondo. Ora, irmo Toms, ento sois to crdulo a ponto de acreditardes que um boi pudesse voar? Por que no, meu amigo? tornou o santo. E com a mesma singeleza, flora da sabedoria: Eu preferi admitir que um boi voasse a acreditar que um religioso pudesse mentir.1 B Converse com seu professor e demais colegas sobre as seguintes questes: Essa lenda se parece com as lendas que voc conhecia? Em qu? Expli-

que. De que poca voc acha que essa lenda? Qual voc acha que a finalidade dessa lenda?1 Machado, Irene. Literatura e redao. So Paulo (SP): 1994, p. 97, Editora Scipione

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Atividade do aluno

ATIVIDADE 3A: CONhECENDO UM POUCO MAIS AS LENDAS

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Atividade do aluno

C Agora o seu professor ler a lenda Beowulf e o drago2. Comente com seus colegas: Voc j ouviu falar nessa lenda? Quando? Conhece a histria? Acompanhe a leitura, a partir de o texto apresentado a seguir.

beoWuLF e o DRaGoHavia um rei dinamarqus que era valente na guerra e sbio nos tempos de paz. Vivia num castelo esplndido. Recebia muitos convites e dava festas maravilhosas. Mas tudo isso era bom demais para durar eternamente. Urn dia, no final de uma festa, todos ouviram um rudo estranho. Era o drago Grandel, que sara do lago e entrara no castelo. Engoliu o primeiro homem que encontrou e gostou tanto do sangue humano que atacou muitos outros. Deixou um rastro vermelho como marca de sua passagem. Desse dia em diante, a vida no castelo mudou completamente. O terrvel Grandel aparecia todas as noites, matava os homens, bebendo seu sangue, e carregava o corpo para o lago. Nem mesmo os guerreiros mais fortes conseguiam venc-lo, e o castelo acabou sendo abandonado. Depois de doze anos, esta histria chegou aos ouvidos de Beowulf, um cavaleiro jovem e corajoso, capaz de vencer trinta homens ao mesmo tempo. Quando soube da desgraa que tinha se abatido sobre os sditos do rei dinamarqus, ficou comovido e no pensou duas vezes. Escolheu catorze combatentes e partiu para a Dinamarca. Quem voc? perguntou-lhe o rei. Sou Beowulf, viemos libert-lo do terrvel Grandel. O rei sentiu o corao encher-se de esperanca. Deu uma grande festa. Enquanto todos celebravam, um estranho assobio atravessou o castelo. As portas de ferro caram por terra e o terrvel Grandel entrou pela sala. Os olhos brilhavam, a boca cuspia fogo e as garras eram espadas que rasgavam o cho. Mas antes que ele conseguisse engolir um guerreiro, sentiu uma dor insuportvel.2 Machado, Irene. Literatura e redao. So Paulo (SP): 1994, pp. 99-100, Editora Scipione

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O rei agradeceu ao heri e a vida voltou para o castelo. Mas no fundo do lago, uma velha feiticeira, a me de Grandel, resolveu vingar a morte de seu filho. Penetrou na grande sala do castelo e aprisionou o conselheiro do rei. - Caro Beowulf, disse o rei, preciso novamente de sua ajuda. Nesse mesmo dia, Beowulf e o rei montaram a cavalo e foram at o lago. Boiando sobre as guas, estava a cabea ensanguentada do conselheiro. Beowulf mergulhou imediatamente, at que chegou no antro dos monstros. Viu uma mulher horrorosa sentada em cima de ossadas humanas. Era a me de Grandel. A bruxa se atirou sobre ele. Beowulf foi mais rpido. Sua espada cortou a garganta da velha. Mas ela continuou a atac-lo. Nisso, o cavaleiro avistou uma espada gigantesca. Agarrou-a e arrancou a cabeca da velha. Foi s ento que ele viu, ao lado, o corpo monstruoso de Grandel. Beowulf tambm lhe cortou a cabeca e carregou-a at a superfcie. Mas depois que Beowulf libertou a Dinamarca desse monstro sinistro, sentiu muitas saudades de seu prprio pas. Seu tio havia acabado de morrer. E como ele era o nico herdeiro, foi coroado rei. Governou durante cinquenta anos com sabedoria e justia. Foi quando novamente recebeu notcias de que um drago incendiava a Dinamarca. No perdeu tempo. Convocou sua tropa e viajou para enfrentar o monstro. O animal o esperava. De sua garganta saam chamas envenenadas e uma fumaa verde. Os cavaleiros de Beowulf apavoraram-se e fugirarn, Beowulf viu-se s diante do monstro. Mas havia algum a seu lado: Wiglaf, o mais jovem dos homens de sua tropa. Esquecendo-se da espada, Beowulf atacou o drago com tanta fora que nem parecia que havia envelhecido. O mons-

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Atividade do aluno

Beowulf havia se lanado na direo do drago e apertava sua garganta com uma fora igual a de trinta homens. Grandel se retorceu, urrou, mas no conseguiu se soltar. Foi empurrado por Beowulf at o lago e morreu.

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Atividade do aluno

tro grunhiu e o sangue escorreu do ferimento de sua garganta. Mesmo assim Beowulf foi atingi-Io com o golpe mortal e percebeu que sua espada havia se partido ao meio. Estava condenado. Ento ouviu uma voz: Estou a seu lado, meu rei. Era Wiglaf, que imediatamente atacou o drago, ferindo-o mortalmente. O drago estendeu a pata e atingiu o rei com suas garras venenosas. Beowulf sentiu o veneno penetrar nas profundezas de seu corpo. Antes que a vida o deixasse, disse: Eu te nomeio rei, fiel Wiglaf. E como prova disso, aqui est o meu anel. Estas foram as ltimas palavras do clebre matador de drages, Beowulf. Ele morreu tranqilo, porque sabia que seu sucessor era o mais corajoso de todos os homens, o melhor de todos os guerreiros, e que reinaria com justia, trazendo felicidade a seu povo.

D Converse com seu professor e demais colegas sobre as seguintes questes: Essa lenda mais parecida com as que voc j conhecia? Em qu? Explique. Em qu essa lenda se parece com a que foi lida antes? De que poca voc acha que essa lenda? De onde vem essa lenda? De que povo? Qual voc acha que a finalidade dessa lenda?

E Agora, acompanhe a leitura da Lenda da Vitria Rgia3. Comente com seus colegas e professor: Voc j conhece essa lenda? De que se trata?

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Machado, Irene. Literatura e redao. So Paulo (SP): 1994, pp. 105-106, Editora Scipione

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A enorme folha boiava nas guas do rio. Era to grande que , se quisesse, o curumim que a contemplava poderia fazer dela urn barco. Ele era miudinho, nascera numa noite de grande temporal. A primeira luz que seus pequeninos olhos contemplaram foi o claro azul de um forte raio, aquele que derrubara a grande seringueira, cujo tronco dilacerado at hoje ainda l estava. Se algum deve cort-Ia, ento ser meu filho, que nasceu hoje, falou o cacique ao v-la tombada depois da procela. Ele ser forte e veloz como o raio e, como este, ele dever cort-Ia para fazer o ub com que Iutar e vencer a torrente dos grandes rios... Talvez, por isso, aquele curumim to pequenino j se sentisse to corajoso e capaz de enfrentar, sozinho, os perigos da selva amaznica. Ele caminhava horas, ao lu, cortando cips, caando pequenos mamferos e aves; porm, at hoje, nos seus sete anos, ainda no enfrentara a torrente do grande rio, que agora contemplava. Observando bem aquelas grandes folhas, imaginou navegar sobre uma delas, e no perdeu tempo. Pisou com muito cuidado os ndios so sempre muito cautelosos e, sentindo que ela suportava o seu peso, sentou-se devagar, e, com as mozinhas improvisou um remo. Desceu rio abaixo. verdade que a correnteza favorecia, mas, contudo, por duas vezes quase caiu. Nem por isso se intimidou. Navegou no seu barco vegetal at chegar a uma pequena enseada onde avistou a me e outras ndias que, ao sol, acariciavam os curu4 Machado, Irene. Literatura e redao. So Paulo (SP): 1994, pp. 105-106, Editora Scipione

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Atividade do aluno

a LenDa Da vitRia RGia 4

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mins quase recm-nascidos embalando-os com suas canes, que falam da lua, da me dgua do sol e de certas foras naturais que muito temem. Saltando em terra, correu para junto da me, muito feliz com a faanha que praticara: Me, tenho o barco. J posso pescar no grande rio? Um barco? Mas aquilo apenas um uap; uma formosa ndia que Tup transformou em planta. Como, Me? Ento no o meu barco? Voc sempre me disse que eu um dia haveria de ter meu ub... Meu filho, o teu barco, tu o fars; este apenas uma folha. Naia, que se apaixonou pela lua... Quem Naia? perguntou curioso o indiozinho. Vou contar-te... Um dia, uma formosa ndia, chamada Naia, apaixonou-se pela lua. Sentia-sa atrada por ela e, como quisesse alcan-la, correu, correu, por vales e montanhas atrs dela. Porm, quanto mais corriam, mais longe e alta ela ficava. Desistiu de alcan-la e voltou para a taba. A lua aparecia e fugia sempre, e Naia cada vez mais a desejava. Uma noite, andando pelas matas ao claro do luar, Naia se aproximou de um lago e viu, nele refletida, a imagem da lua. Sentiu-se feliz; julgou poder agora alcan-la e, atirandose nas guas calmas do lago, afundou. Nunca mais ningum a viu, mas Tup, com pena dela, transformou-a nesta linda planta, que floresce em todas as luas. Entretanto uap s abre suas petalas noite, para poder abraar a Iua, que se vem refletir na sua aveludada corola. Vs? No queiras, pois, tom-la para teu barco.Nela irs, por certo, para o fundo das guas. Meu filho, se se sentes bastante forte, toma o machado e vai cortar aquele tronco que foi vencido pelo raio. Ele teu desde que nasceste. Dele fars o teu ub, ento, navegars sem perigo. Deixa em paz a grande flor das guas... Eis a, como nasceu da imaginao frtil e criadora de nossos ndios, a histria da vitria-rgia, ou uap,ou iapunaqueuap, a maior flor do mundo. F Converse com seu professor e demais colegas sobre as seguintes questes: E essa lenda, mais parecida com as que voc j conhecia? Em qu? Explique.

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Atividade do aluno

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________________________________________________________________ O que elas tm de diferente? ________________________________________________________________ Para responder a essas duas ltimas questes, organize um quadro em seu caderno, conforme exemplo a seguir. QUADRO COMPARATIVO DAS TRS LENDASO QUE AS LENDAS TM EM COMUM? O QUE AS LENDAS TM DE DIFERENTE?

ATIVIDADE 4: AMPLIANDO O REPERTRIO DE LENDAS - Iobjetivos Ampliar o repertrio de lendas. Apropriar-se de procedimentos de planejamento de reescrita de lendas. Reescrever lendas, considerando as caractersticas do contexto de produo.

planejamento Como organizar os alunos? A atividade coletiva e os alunos podem permanecer em suas carteiras. Quais os materiais necessrios? Texto que ser lido, que consta da folha de atividade 4; quadro comparativo das trs lendas lidas anteriormente. Qual a durao? Duas aulas de 40 minutos.

encaminhamento Converse com os alunos para apresentao das finalidades da atividade. Oriente-os para que saibam que, no primeiro momento, trabalharo coletivamente e, depois, em duplas indicadas por voc. Planeje-as de modo que os alunos possam colaborar um com o outro na produo do texto; no se esquea, tambm, de analisar se a interao entre a dupla pode resultar efetivamente produtiva. Leia a lenda para os alunos, em voz alta, apresentando as indicaes fundamen-

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Atividade do aluno

O que as trs lendas possuem em comum?

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tais, apontadas no texto inicial das atividades dos alunos. Informe que a lenda de origem tupi, que era uma nao indgena que, depois, uniu-se aos guaranis, gerando a nao tupi-guarani. Pergunte a eles se entenderam a lenda, se tm algum aspecto para comentar e, em seguida, retome o quadro analtico que compara as trs lendas lidas na Ati