14-tcc praticas integrativas complementares em saude-enfermagem
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ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÁS- AECG
FACULDADE PADRÃO
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
DAIANE APARECIDA DUARTE ARAÚJOELIANA CÂNDIDA DA SILVA
LORENA RAMOS FERNANDES
MARIA JOSÉ BORGES FÉLIX
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: PERSPECTIVAS
PARA A ENFERMAGEM
GOIÂNIA2014
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DAIANE APARECIDA DUARTE ARAÚJO
ELIANA CÂNDIDA DA SILVA
LORENA RAMOS FERNANDESMARIA JOSÉ BORGES FÉLIX
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: PERSPECTIVAS
PARA A ENFERMAGEM
ORIENTADOR: Prof a. MsC. MARGARIDA MARTINS COELHO
GOIÂNIA2014
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Departamento de Enfermagem, da
Faculdade Padrão como obtenção de nota
parcial para o título de Bacharel em
Enfermagem.
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FICHA CATALOGR FICA
Sociedade de Educação e Cultura de Goiás - SECGDepartamento de Graduação e Pós-Graduação
Curso de Enfermagem
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE AS COMPLICAÇÕES QUE LEVAM AOÓBITO MATERNO: REVISÃO DA LITERATURA
ANUNCIAÇÃO, Leomar da; LOPES, Clara Cristina de Paula; MOTA, ValériaAraújo; SILVA, Jakeline Nascimento
Coordenadora do Curso de Enfermagem: PARANAGUÁ, T.T.B.Orientadora: Profª. Ms. BARBOSA, Rosilmar Gomes P.
GOIÂNIA2014
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FOLHA DE APROVAÇÃO
DAIANE APARECIDA DUARTE ARAÚJO
ELIANA CÂNDIDA DA SILVA
LORENA RAMOS FERNANDES
MARIA JOSÉ BORGES FÉLIX
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: PERSPETIVAS PARA AENFERMAGEM
Aprovado em _______de___________________de ________________
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________Prof a Ms. Margarida Martins Coelho - Presidente/Orientadora
Faculdade Padrão
_____________________________________________________Prof a Ms. Thatianny Tanferri de Brito Paranaguá
Faculdade Padrão
______________________________________________________Esp. Ana Cecília Coelho Melo
Membro Externo
GOIÂNIA
2014
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Departamento de Enfermagem, da
Faculdade Padrão, como obtenção de nota
parcial para o título de Bacharel em
Enfermagem.
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DEDICATÓRIA
A nossa formação como profissional não poderia ter sido concretizada sem aajuda de nossos familiares que, no decorrer da nossa trajetória de vida, nos
proporcionaram, além de extenso carinho e amor, os conhecimentos da integridade,
da perseverança e de procurar sempre em Deus a força maior para o
desenvolvimento como ser humano. Por essa razão, gostaríamos de dedicar e
reconhecer a vocês, nossa imensa gratidão e sempre amor.
À Deus, dedicamos o nosso agradecimento maior, pois tem sido tudo em
nossas vidas.
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AGRADECIMENTOS
À Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse e еm todos оs momentos nos
proporcionou força, saúde e sabedoria, sendo o maior mestre qυе alguém pode
conhecer.
À Instituição, pelo ambiente acolhedor е amigável qυе proporciona, como também
aos professores do curso de enfermagem por todos esses anos de transmissão
segura e paciente de conhecimentos.
À nossa orientadora e Mestre Margarida pelo suporte nо pouco tempo qυе lhe
coube, pelas suas correções е incentivos.
Aos nossos familiares, pelo amor, incentivo е apoio incondicional, durante o tempo
despendido com o trabalho. À todos qυе de forma direta оυ indiretamente fazem parte da nossa formação, о
nosso muito obrigado.
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EPÍGRAFE
De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos serinterrompidos antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!
(Fernando Sabino).
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SUMÁRIO
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15
2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 15
2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 15
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 16
3.1.Paradigmas na saúde ....................................................................................... 16
3.2.Práticas/medicina alternativa, complementar ou integrativa ........................ 18
3.3.Enfermagem e as práticas integrativas e complementares ........................... 234 METODOLOGIA .................................................................................................... 28
5 RESULTADO E DISCUSSÃO ............................................................................... 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 34
REFERÊNCIAS .........................................................................................................35
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LISTA DE QUADRO
Quadro 1: Práticas Integrativas e Complementares em Saúde............21
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LISTA DE SIGLAS
COFEN – Conselho Federal de Enfermagem
MA – Medicina Antroposófica.
MS – Ministério da Saúde.
MTC - Medicina Tradicional Chinesa.
NCCAM – National Center Of Complementary And Alternative Medicine.
PIC - Práticas integrativas e complementares.
PUBMED - Pesquisa Bibliográfica em Publicações Médicas.
PNPIC - Política Nacional de Práticas Integrativas/Complementares.SUS- Sistema Único de Saúde.
TAC - Terapias alternativas e complementares.
USP – Universidade de São Paulo.
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RESUMO
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde propõem um modelo
efetivo de atenção integral à saúde, que passe a privilegiar a atenção a rede básica,
e adota a promoção da saúde como seu eixo estruturante, e o aumento pela busca e
adesão a estas práticas tem contribuído para a ampliação do campo de atuação da
enfermagem nessas modalidades. Uma vez que a enfermagem é uma profissão que
tem como essência o processo do cuidar, atuando na prevenção, promoção e
reabilitação da saúde. O estudo teve como objetivo refletir sobre a eficácia das
Práticas Integrativas e Complementares na promoção da saúde e no cuidado
assistencial ao indivíduo no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), e integraçãodestas práticas no processo de cuidar da enfermagem. Metodologia utilizada foi à
revisão literária. Apesar da utilização das terapias complementares serem
incipientes para a enfermagem, observa-se um campo amplo para atuação, pois o
enfermeiro está em constante contato com o paciente e tem um importante papel na
implementação dessas terapias, em instituições privadas e no SUS.
Palavras-chave: Terapias complementares, Medicina alternativa, Assistência de
Enfermagem.
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ABSTRACT
Integrative and Complementary Practices in Health come up with an effectivemodel of comprehensive health care, which becomes a priority attention to basicnetwork, and adopts the promotion of health as its structural center line, andincreasing the search and adhesion to these practices has contributed for theexpansion of nursing playing field in that arrangement. Since nursing is a profession,whose gist is the process of care, working in prevention, promotion andrehabilitation. The study aimed to reflect on the effectiveness of Integrative andComplementary Practices in promoting health and welfare care for the individual in
the SUS, and integration of these practices in the care of nursing. The methodologyused was the literary review. Although the use of complementary therapies areincipient in nursing, there is a wide field for action because the nurse is in constantcontact with the patient and has an important role in the implementation of thesetherapies in private institutions and in the SUS.
Key words: Complementary therapies, Alternative medicine, health care.
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1. INTRODUÇÃO
As práticas voltadas apenas para a existência da doença e métodos
curativos passaram a abrir espaço para os meios preventivos, que visam promover a
qualidade de vida e a ausência do estado patológico, o que vêm ocupando cada vez
mais espaço na vida das pessoas.
No cenário atual observam-se duas vertentes na saúde. De um lado, os
avanços tecnológicos com novas descobertas no campo da genética; terapêuticas
medicamentosas avançadas; e diagnósticos através de exames sofisticados onde a
ênfase é dada à máquina e à investigação da doença. Do outro, o crescimento de
práticas ditas complementares, alternativas ou tradicionais, as quais, na grande
maioria, não requerem alta tecnologia, e a terapêutica e o diagnóstico buscamcompreender o doente (SOUZA, 2004).
As práticas integrativas e complementares se inserem e assumem um papel
cada vez mais importante, tendo em vista que, ao considerarem o indivíduo um ser
holístico, suas intervenções são baseadas na integralidade e são direcionadas para
a recuperação do equilíbrio mente-corpo-espírito e para a restauração da saúde e da
qualidade de vida perdida com a doença.
Como descreve Magalhães (2012), as práticas integrativas ecomplementares incluem uma forma mais ampla em relação ao cuidado e a cura,
por tratar de uma prática de caráter inovador, que demonstra efeitos benéficos,
considerando o indivíduo em sua integralidade nos aspectos: físico, psíquico,
emocional e social; exercendo a humanização e fortalecendo o vínculo, além de se
destacarem por dispensarem a utilização de meios de alta complexidade.
Em maio de 2006, o Ministério da Saúde publicou na Portaria n° 971 as
diretrizes e responsabilidades para implantação e implementação das ações eserviços relativo a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
(PNPIC), em âmbito nacional, no SUS. Esta portaria incentiva as Secretarias de
Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a readequarem seus
planos, programas, projetos e atividades, tendo em vista a inclusão da medicina
tradicional chinesa-acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia,
termalismo social/crenoterapia nos serviços oferecidos à população pelo SUS
(BRASIL, 2006).
As práticas integrativas e complementares têm consolidado seu espaço junto
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às práticas de saúde. Adotada de maneira individual ou articulada ao tratamento
alopático, essas práticas são um novo campo de atuação na assistência. As
terapias, que eram fruto das tradições culturais, passaram a serem validadas e
adquiriram cientificidade e reconhecimento pela biomedicina e pelos profissionais da
saúde, em especial os enfermeiros, como importante recurso terapêutico para a
população.
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no Parecer Informativo
004/95 (COFEN, 1995) reconhece a fundamentação da profissão de Enfermagem,
na visão holística do ser humano, o crescente interesse e utilização das práticas
naturais no cuidado ao cliente e os aspectos do Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem que permitem a utilização das terapias naturais. Finalmente, em19/3/1997, o COFEN, por meio da Resolução 197 "Estabelece e reconhece as
Terapias Alternativas como especialidade e/ou qualificação do profissional de
Enfermagem" (COFEN, 1997).
Dessa forma, a utilização de terapias integrativas e complementares na
prevenção e resolução de problemas de saúde é uma realidade que precisa ser
considerada no contexto saúde-doença (PARANAGUA; BEZERRA, 2008).
Nessa perspectiva a PNPIC atende a necessidade de conhecer, apoiar,incorporar e implementar experiências já desenvolvidas na rede pública de muitos
municípios e estados e, ainda, sugere que o desenvolvimento dessas práticas seja
em caráter multiprofissional e em consonância com o nível de atenção primária.
O enfermeiro possui o respaldo legal do Ministério da Saúde, quando em
premissa afirma que o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa-acupuntura
e de caráter multiprofissional, para as categorias profissionais presentes no SUS e
em consonância com o nível de atenção (LAPPIS, 2003).De acordo com Pennafort (2012) é possível pensar nesse encontro
progressivo entre as diversas formas de cuidar, e para isso é necessário discutir de
que forma os enfermeiros e os outros profissionais da saúde poderão incorporar as
práticas não convencionais de saúde as suas atividades com os pacientes e suas
comunidades.
O Ministério da Saúde (MS) recomenda o uso dessas práticas no âmbito do
SUS com porta de entrada na atenção básica, como uma nova alternativa para
promoção, manutenção e recuperação da saúde, já que estas práticas tem uma
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visão holística, o que tem exigido da equipe de saúde capacitação para o
conhecimento, preparo e compreensão de tais práticas (PARANAGUÁ et. al., 2009).
Como reporta Nuñez (2002) mais que qualquer profissional, a enfermeira
tem sua formação voltada para o atendimento integral do ser humano, nos níveis de
promoção, prevenção, recuperação e manutenção da saúde com uma visão
holística. A partir das práticas integrativas, ela adquire novos meios de auxiliar a si
mesma, a seus familiares, aos usuários, clientes e funcionários de uma unidade de
trabalho e aos outros que a procuram.
Os méritos das práticas complementares estão obtendo reconhecimento da
população, da sociedade formal e em parte da ciência biomédica particularmente no
que se refere à experiência com o processo adoecimento-cuidado-cura e aoestímulo do potencial de reequilíbrio e cura do próprio paciente, com uma relação de
maior solidariedade e proximidade entre curador-doente, maior satisfação com
abordagem filosófica cosmológica e de significação (holística) nos adoecimentos,
proporcionada no campo dessas práticas (TESSER, 2009).
Diante do exposto este estudo justifica-se pela importância da temática para
a enfermagem, já que a cada dia cresce a adesão a práticas integrativas e
complementares no tratamento de diversas enfermidades, na promoção da saúde,prevenção, tratamento e reabilitação, tendo em vista que o conhecimento profundo
de seus princípios resultará na ampliação do campo de atuação da enfermeira,
podendo esta conduzir efetivas intervenções terapêuticas.
Para o desenvolvimento deste, tem-se como questão norteadora: o
profissional enfermeiro é capaz de ampliar seu campo de atuação e assumir
algumas práticas integrativas e complementares como componentes do cuidado?
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Refletir sobre a eficácia das Práticas Integrativas e Complementares na
promoção da saúde e no cuidado assistencial ao indivíduo no âmbito do SUS, e
integração destas práticas no processo de cuidar da enfermagem.
2.2 Objetivos específicos
Relatar a diferença entre práticas integrativas e complementares e medicina
tradicional na assistência a saúde;
Descrever as práticas integrativas e complementares e suas finalidades;
Evidenciar a assistência integral ao indivíduo em práticas integrativas e
complementares na assistência á saúde;
Analisar o conhecimento do enfermeiro em relação à assistência em práticas
alternativas e complementares.
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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1. Paradigmas na saúde
Para Kuhn (2011) paradigma é um conjunto de princípios, teorias, conceitos e
metodologias que orientam toda a investigação e prática científica. Esse conjunto de
elementos é compartilhado pelos membros de uma comunidade científica, no qual
tem como objeto um problema a ser resolvido.
O paradigma convencional, ou positivista, baseia-se em uma ontologia
realista que pressupõe a existência de uma realidade independente do observador e
de seus interesses, imutável, regidas por leis naturais da qual será extraída a
verdade. A epistemologia, neste paradigma é dualista, baseada na objetividade e na
relação sujeito-objeto desprovida de influências mútuas, busca estabelecer como o
objeto realmente é supondo uma realidade não relativa com vistas a prever e
controlar (FURTADO, 2006).
De acordo com o autor supracitado o paradigma construtivista ou naturalista
baseia-se numa perspectiva ontológica relativista que considera a existência de
realidades múltiplas e socialmente construídas, não governadas por leis naturais. No
caso, a “verdade” é definida a partir de construções individuais ou coletivas. A
epistemologia, no referido paradigma, é subjetiva, considerando a interação e
reconstrução mútua entre objeto, investigador e realidade, envolvendo contínua e
dialética interação, análise, críticas e novas análises.
No contexto neoliberal em que a sociedade moderna se encontra, o sujeito
perde a sua subjetividade, sofrendo um processo de objetivação, passando a saúde
a ser considerada uma mercadoria. Com esse processo de objetivação do sujeito, aspolíticas públicas que visam à integralidade da atenção à saúde são consideradas
desnecessárias, pois prejudicam a “saúde da economia” (CARVALHO, 2005).
De forma contrária do contexto neoliberal as práticas integrativas e
complementares são formadas por vários sistemas e práticas que não são
considerados como constituintes da medicina consagrada. Tesser (2012, p. 251)
citado por Luz define “racionalidade médica”, sistemas médicos, como:
Um conjunto estruturado e coerente de cinco dimensões interligadas: umamorfológica do homem (anatomia), uma dimensão vital (fisiológica), um
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sistema de diagnose, um sistema terapêutico e uma doutrina médica(explicativa dos adoecimentos, sua origem e cura,) embasadas em umacosmologia implícita ou explicita (TESSER, 2012, P. 251).
A alopatia, ao estabelecer sua investigação diagnóstica nos sintomas físicos
(alterações corporais) e ao priorizar a sua ação terapêutica na medicalização, afasta
do sujeito humano na sua totalidade viva, deixando-o de ser o centro de seu estudo
e objetivo (LUZ, 1997).
Um dos principais fatores de transformação dessas medicinas e a inversão do
paradigma de doença para saúde buscando preservar a saúde, e não somente
combater a doença (MACHADO; PINHEIRO; GUIZARD, 2006).
Já a homeopatia possui o doente como objeto de intervenção, considerando
que esse sujeito sofre influência do meio ambiental e social que vive, deve ser,
portanto, analisado como um todo (SILVA, 2012).
As racionalidades médicas são aquelas que apresentam teorias próprias
sobre o processo saúde/doença, diagnóstico e terapêutica.
Com o propósito de garantir a integralidade na atenção à saúde, o Ministério
da Saúde estabeleceu no SUS a PNPIC como importante estratégia para a
construção de um modelo de atenção centrado na saúde (SILVA, 2012).
Nos dias atuais, há certa unanimidade quanto às limitações do modelo
biomédico de assistência à saúde, devido ao seu caráter reducionista,
descontextualizado, objetivo e racional, o qual privilegia o diagnóstico, e não o
cuidado, a promoção e prevenção de doenças.
Contrariando esta linha de pensamento Queiroz (2000) corrobora quando
infere que terapia complementar é uma terapêutica que foge da racionalidade do
modelo médico dominante da medicina especializada, tecnológica e mercantilizada,
no momento em que adota uma postura holística e naturalística diante da saúde eda doença.
Lima (2012) diz que da metade do século XVIII ao final da primeira metade do
século XIX, tem-se um processo de transformação que consolida uma das vertentes
da caracterização da doença não mais como fenômeno vital, mas como a expressão
de lesões, incorporada na racionalidade da medicina ocidental ou biomedicina.
Nessa racionalidade, a nova concepção de doença passa a ser a categoria central
do saber e da prática médica. Para o autor Luz (2005), a medicina ocidental torna-seuma ciência da doença, deixando de ser uma ciência da “arte de curar”. Desse
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modo, a medicina ocidental (ou biomedicina) estará sempre referida às doenças.
Assim, as doenças são objetos com existência autônoma, traduzidas pela ocorrência
de lesões a partir de uma causa ou de causas múltiplas. O diagnóstico é dirigido à
identificação de doenças, a partir das lesões; e a terapêutica é hierarquizada,
segundo sua capacidade de atingir as causas últimas das doenças. Na medicina
ocidental, a definição de saúde é assumida como ausência de doenças (CAMARGO
Jr, 2003).
Ainda neste contexto, Luz (2005) ressalta que no campo da saúde, o
surgimento de novos paradigmas está relacionado a diversos eventos e
acontecimentos socioeconômico, cultural e epidemiológico denominado como “crise
da saúde e da medicina” no final do século e milênio. Verifica -se que os elementosocasionados pelas crises motivam, mesmo que indiretamente, a busca por outras
racionalidades médicas, orientadas por um outro paradigma.
O novo paradigma, que ainda está se estabelecendo, gerou oportunidades
para a inserção de novos conhecimentos, que muitas vezes vão de encontro ao
modelo reducionista, objetivo, linear até então predominante. Abre espaço para um
novo cuidado da saúde mais humano, autônomo, focado na pessoa (LUZ, 2005).
Visualiza-se que a atuação nas práticas terapêuticas representa um campo dasaúde com característica interdisciplinar fruto da intercessão de núcleos
profissionais comuns. Esse elemento contribui para a superação do modelo
biomédico fortemente marcado pela organização das práticas em núcleos
profissionais específicos com pouco compartilhamento de saberes.
3.2. Práticas/Medicina Alternativa, Complementar ou Integrativa
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde propõem um modelo
efetivo de atenção integral à saúde, que passe a privilegiar a atenção básica, e
adota a promoção da saúde como seu eixo estruturante. As práticas compreendem
o universo de abordagens que a Organização Mundial da Saúde (OMS) denomina
Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa – MT/MCA (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2002).
Segundo Otani e Barros (2011) no campo da saúde, o modelo alternativo da
medicina é compreendido como o pólo oposto do modelo biomédico, pois enquanto
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a biomedicina investe para desenvolver a dimensão diagnóstica e aprofundar a
explicação biológica, principalmente com dados quantitativos, a medicina alternativa
volta-se para a dimensão da terapêutica, aprofundando-se nos problemas
explicados pelas teorias do estilo de vida e ambiental.
Apesar da maioria das práticas utilizadas em terapias complementares terem
surgido na antiguidade, elas foram redescobertas, somente nas últimas décadas,
devido ao movimento de mudança de paradigma de compreensão do mundo
contemporâneo trazendo novas concepções e modelos na assistência a saúde
(SALLES; KUREBAYASHI; SILVA, 2011).
Atualmente há um crescente interesse pelas práticas integrativas e
complementares (PIC), diante disso tem ocorrido muitas definições nas quais refere-se a essas práticas como sendo medidas diferenciadas daquelas convencionais do
modelo biomédico (BARROS; TOVEY, 2007).
Para Trovó e Silva (2002)
A denominação de Terapia Alternativa /complementares entendem-se astécnicas que visam a assistência de saúde do indivíduo, seja na prevenção,seja no tratamento, considerando-o como um todo-corpo/mente/espírito enão como um conjunto de órgãos ou partes isoladas, diferentemente da
assistência alopática ou medicina ocidental, cujo objetivo e a cura dadoença pela a intervenção direta no órgão ou parte doente (TROVÓ; SILVA,2002, p.81).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) as conceitua como:
[...] práticas, enfoques, conhecimentos e crenças sanitárias diversas que
incorporam medicinas baseadas em plantas, animais e/ou minerais, terapias
espirituais, técnicas manuais e exercícios aplicados de forma individual ou
em combinação para manter o bem-estar, além de tratar, diagnosticar eprevenir enfermidades (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002, p. 7).
Para o Centro Nacional de Medicinas Alternativas e Complementares do
Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (National Center of Complementary
and Alternative Medicine – NCCAM), as práticas integrativas (PICs) são definidas
como um grupo de diversos sistemas médicos e de cuidado à saúde que não estão
presentes na medicina convencional (HEBERLÊ, 2013).
O autor ainda retrata que para o NCCAM, o termo “complementar” significa
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que a prática é utilizada concomitante com a medicina convencional; o termo
“alternativo” aponta que, na prática, é utilizada em substituição à medicina
convencional; o termo “integrativo” significa que a prática combina a terapia médica
convencional com métodos complementares e/ou alternativos e, que existe alguma
evidência científica de alta qualidade quanto à segurança e à efetividade. Esta
também chamada de medicina “integrada”.
No Brasil, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
(PNPIC) foi aprovada em 2006 no Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2008), tendo
destaque para a acupuntura, a homeopatia, as plantas medicinais/fitoterapia, o
termalismo/crenoterapia e a medicina antroposófica. A referida política foi publicada
na forma das portarias nº 971, em 3 de maio de 2006, e nº 1.600, em 17 de julho de2006.
Segundo Metcalf, Berger e Negri Filho (2004) no Brasil, a atenção à saúde
possui três dimensões bem definidas: o sistema “formal” da medicina (sistema oficial
ou biomedicina); o sistema “informal” da medicina popular, tradicional; e as
medicinas “alternativas” e “complementares”.
No nível da atenção primária em saúde, a presença da medicina informal ou
popular se torna importante, pois muitas vezes é o primeiro acesso que as pessoasdispõem para tratar suas doenças mais simples. As terapias complementares são
procuradas por pessoas insatisfeitas com a medicina formal.
Nesta mesma linha de pensamento Wink (2006) corrobora quando infere
que os motivos pelos quais as pessoas buscam as prática Integrativas
complementares, os citados atualmente são: resultados não obtidos no tratamento
convencional; indicação de pessoas conhecidas ou familiares; opção por
tratamentos percebidos como holísticos e evitar efeitos negativos da medicaçãoalopática; utilizada como uma terapia adicional.
Spadacio et al . (2010) complementa que a utilização das práticas
Integrativas complementares (PICs) encontra-se diretamente ligada ao alívio físico
da dor, alívio emocional, diminuição dos efeitos colaterais de medicamentos
alopáticos, melhora no funcionamento do sistema imunológico, aumento na
qualidade de vida, e insatisfação com o tratamento médico convencional e busca por
práticas que aliviem os sintomas das doenças.
No Brasil a recomendação das PICs através da PNPIC, nos serviços
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públicos de saúde, o programa incentiva Estados e Municípios a elaborar suas
próprias diretrizes para tornar as práticas integrativas acessíveis aos usuários
(MELO, 2013).
De acordo com o Ministério da Saúde a apresentação da Política Nacional
de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, salienta que a
implementação envolve justificativas de natureza política, técnica, econômica, social
e cultural (BRASIL, 2008).
Essa política ajudará para se conhecer, apoiar, incorporar e implementar
experiências que já vêm sendo desenvolvidas na rede pública estadual e municipal
no país, principalmente nas áreas medicina tradicional chinesa/acupuntura,
homeopatia, fitoterapia, medicina antroposófica e termalismo/crenoterapia, comomostra o Quadro 1.
Quadro 1 – Práticas Integrativas e Complementares em Saúde
Principais Práticas Integrativas e Complementares em Saúde
Medicina tradicionalchinesa
AcupunturaPráticas corporaisPráticas mentaisPlantas medicinaisDietoterapia
Homeopatia Princípio da semelhançaExperimentação no homem sadio Ação de diluições infinitesimaisRemédio único
Fitoterapia e plantasmedicinais
Fitoterapia: plantas medicinais em diferentes formasfarmacêuticas.Plantas medicinais: espécie vegetal cultivada ou não,utilizada com propósitos terapêuticos.
Termalismo e crenoterapia Termalismo: água mineral em tratamentos de saúde
Crenoterapia: indicação do uso de águas mineraispara fins terapêuticos, complementando os outrostratamentos.
Fonte: BRASIL, 2008
Um dos principias objetivos desta Política é incorporar e implementar a
PNPIC no SUS, na perspectiva da prevenção de agravos, da promoção e
recuperação da saúde, com ênfase na atenção básica, voltada para o cuidado
continuado, humanizado e integral em saúde (BRASIL, 2006), que serão delineadas
na sequência:
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A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) caracteriza-se por um sistema
médico integral, originado há milhares de anos na China. A MTC aponta a teoria do
Yin-Yang, divisão do mundo em duas forças ou princípios fundamentais, e a teoria
dos cinco movimentos, que atribui a todas as coisas e fenômenos, na natureza,
assim como no corpo, uma das cinco energias (madeira, fogo, terra, metal e água).
Os elementos que compõem a MTC são: anamnese, palpação de pulso,
observação da face e língua em suas várias modalidades de tratamento como
Acupuntura, Plantas Medicinais, Dietoterapia, Práticas corporais e mentais.
A Acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde que compreende
um conjunto de procedimentos capazes de possibilitar o estímulo preciso de locais
anatômicos definidos por meio da inserção de agulhas filiformes e metálicas parapromoção, manutenção e recuperação da saúde, bem como para prevenção de
agravos e doenças. A estimulação de pontos de Acupuntura provoca a liberação de
neurotransmissores e outras substâncias responsáveis pelas respostas de
analgesia, restauração de funções orgânicas e modulação imunitária.
A Homeopatia desenvolveu-se a partir do século XVIII foi iniciativa de
Samuel Hahnemann, após estudos e reflexões baseados na observação clínica e
experimentos realizados na época. Hahnemann sistematizou os princípios filosóficose doutrinários da homeopatia em suas obras Organon da Arte de Curar e Doenças
Crônicas.
A Fitoterapia é caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas
diferentes formas farmacêuticas. É uma maneira de tratamento de origens muito
antigas, relacionada aos primórdios da Medicina e fundamentada no acúmulo de
informações por sucessivas gerações.
O Termalismo compreende as diferentes formas de utilização da águamineral e sua aplicação em tratamentos de saúde, e a Crenoterapia consiste na
indicação e uso de águas minerais usadas também com finalidade terapêutica.
A Medicina Antroposófica (MA) foi introduzida no Brasil há aproximadamente
60 anos e apresenta-se como uma abordagem médico-terapêutica complementar,
cujo modelo de atenção está organizado de maneira interdisciplinar, buscando a
integralidade do cuidado em saúde. A proposta desta Política para a MA é de
implementação, com o objetivo de aprofundar os conhecimentos de suas práticas e
seu impacto na saúde (BRASIL, 2006).
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A Lei nº 8.080 (BRASIL, 1990) estabelece as diretrizes básicas do Sistema
Único de Saúde (SUS), as quais são: universalidade, equidade, controle social,
descentralização e integralidade. A PNPIC atua nos campos de prevenção e
promoção, manutenção e recuperação da saúde baseada em um modelo de
atenção humanizada e centrada na integralidade do indivíduo, contribuindo assim
para o fortalecimento dos princípios fundamentais do SUS.
A implantação ou implementação da PNPIC no SUS garante a possibilidade
de acesso a serviços antes restritos ao modelo privado, tornando-as mais acessíveis
à população brasileira, principalmente através da atenção básica em saúde
(BRASIL, 2008).
3.3. Enfermagem e as Práticas Integrativas e Complementares
A enfermagem deve atuar de forma holística, agindo de modo amplo,
integrado, relacionando a teoria à pratica determinando suas ações e intervindo, pois
é o próprio profissional que executa a técnica para solução do problema e ou
minimização.
A Resolução do Conselho Federal de Enfermagem, COFEN-197/97,
estabelece e reconhece as Terapias Complementares como especialidade ou qualifi
cação profissional de Enfermagem, desde que este profissional tenha concluído e
sido aprovado em curso reconhecido por instituição de ensino ou entidade
congênere, com carga horária mínima de 360 horas; todavia, mesmo reconhecida,
ainda há uma certa discriminação, por serem realizadas dentro de um paradigma
diferente daquele que norteia a prática de saúde (SILVA; LEÃO, 2004).
O autor supra citado infere que ainda há o desconhecimento dos benefícios
dos métodos de tratamento não farmacológico, registrado por um número expressivo
de Médicos, profissionais de Enfermagem e de Farmácia, bem como pouca
confiança em sua eficácia, mostrando a necessidade de maior divulgação, com base
científica desses métodos.
Uma grande dificuldade para efetivação da PNPIC é que no país existem
poucas instituições estabelecidas que formem profissionais praticantes de outras
formas de racionalidades médicas ou tradições de cura em sintonia com os
princípios do SUS e da Saúde Coletiva (TESSER, 2009).
Para Melo (2013) as chamadas práticas integrativas e complementares em
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saúde (PIC), são compostas por métodos eficazes e seguros para estimular os
mecanismos naturais que nosso corpo usa para prevenir danos e recuperar a saúde,
que a cada dia se consolidam como aliadas das práticas médicas convencionais e
como campo de trabalho em expansão para profissionais da saúde.
De acordo com Azevedo; Pelicionia (2011) a inclusão das Práticas
Integrativas e Complementares no SUS tem acontecido de forma gradual, como é
esperado, em virtude do pouco conhecimento sobre elas, pela falta de pesquisas na
área e pela ausência de formação de profissionais qualificados para realizá-las.
Médicos e enfermeiros são agentes fundamentais do cuidado no contexto da
Saúde Pública e importantes atores sociais na assistência, com grande
responsabilidade em ações diagnósticas e orientações preventivas e terapêuticas.Thiago e Tesser (2011) relatam que:
O desconhecimento dos profissionais da saúde sobre as terapiascomplementares pode ser responsável por conceitos equivocados, o quepode gerar dificuldades na relação medico-paciente e com colegaspraticantes dessas especialidades, fazendo com que os profissionais sejamfavoráveis a inserção das PICs nos cursos da área da saúde (THIAGO;TESSER,2011, P. 255)
Neste sentido Silva; Figueiredo; Ramos (2011) confirma a idéia dos autores
supracitados em que um dos principais motivos da demanda inexpressiva do serviço
se dá pela falta de conhecimento da própria equipe de saúde das Unidades Básicas
a respeito das PICs.
Para atender esta nova Política de Saúde no SUS, algumas universidades
estão inserindo as PICs, como relata Azevedo (2011) que desde março de 2006, um
grupo de Práticas Complementares de Saúde da Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo (USP) formado por docentes, enfermeiros, alunos e
variados profissionais de saúde realiza reuniões mensais nas quais ocorrem
exposições sobre as Práticas Complementares e desenvolvimento de pesquisas na
área de PICs.
Além dessas iniciativas, espera-se que os recém implantados ou autorizados
cursos de graduação em Saúde Pública/Coletiva em universidades públicas (como
no caso da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Rio de Janeiro)
possam amenizar essa carência de profissionais qualificados para trabalhar com as
PICs no sistema público de saúde, incluindo em seus currículos disciplinas
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introdutórias à temática de outras racionalidades médicas, de forma a estimular
futuros profissionais (AZEVEDO, 2011).
Na fala de Novaes (2007), fica evidente onde relata que há carência de
médicos homeopatas na rede pública da Prefeitura de Vitória, a assistência
disponibiliza dez médicos homeopatas para o atendimento municipal.
Spadacio et al. (2010, p.10):
Acreditam ser necessário: melhorar a qualidade de programas educacionaissobre medicina alternativa/complementares (MAC), elevar qualidade daspráticas desenvolver mais pesquisas sobre o tema e encontrar estratégiaspara deixar os vários grupos profissionais que compõe as MAC mais coesos(SPADACIO et al., 2010, p. 10).
Mesmo com a pouca demanda de profissionais na rede pública para estas
modalidades, Santos e Tesser (2012) mencionam que há uma parcela do
crescimento da procura pelas (PICs), e que deve-se a méritos adquiridos pelas
próprias modalidades como: mudanças no cuidado com o paciente no que se refere
ao modelo médico, relação humanizada entre o profissional e o paciente formando
vínculos fundamentais, uso de práticas e medidas terapêuticas simples, uso
reduzido de tecnologia científica agressivas, eficácia igual ou maior a métodosconvencionais, dando autonomia ao paciente no processo saúde doença.
Barros e Tovey (2007) descrevem que no Brasil, há vários problemas
envolvidos na temática sobre pesquisa quanto ao uso das PICs por profissionais de
enfermagem, as pesquisas são ainda reduzidas, ocorrendo uma pequena
concentração da assistência de enfermagem nas ações e práticas das PICs
Segundo Souza et al . (2010, p.474),
Diante deste contexto destaca-se a importância de o enfermeiro conhecer ouso das plantas e de outras terapias complementares, para que possaincorporar esse saber na realização do cuidado e das ações de educaçãoem saúde. Esse saber visa integrar-se no cuidado integral prestado peloenfermeiro ao indivíduo e a sua família com objetivo de aprender o cuidarcomo algo além do físico, entender o contexto cultural no qual estáinseridos, atuar na educação em saúde e estimular a autonomia no cuidadoá saúde (SOUZA et al ., 2010, p.474).
O profissional enfermeiro deve inserir-se nesse espaço e participar da
formação nessa área (PICs), e ainda acreditarem que estas práticas podem nortear
a assistência na melhoria da saúde, porém o desconhecimento da legislação e a
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falta de capacitação limita a atuação deste profissional na área (PENNAFORT et
al ., 2012).
Diante do exposto, fica claro que uma das ações para efetivar e ampliar a
implementação dessa política é incrementar a oferta de cursos de formação em
Práticas Integrativas e Complementares em sintonia com a proposta do Sistema
Único de Saúde brasileiro. Como afirma Azevedo (2011) não basta criar cursos de
formação nessa área, se os seus coordenadores e idealizadores não se
disponibilizarem a dialogar com os princípios e as diretrizes da Saúde Coletiva e da
Promoção de Saúde.
Há que salientar que a enfermeira exerce papel fundamental nesse contexto
já que é ela quem está em contato direto e mais profundo com a população, tendo aoportunidade de educá-la e esclarecê-la quanto ao uso (benéfico ou não) dessas
técnicas, seja em hospitais, em centros de saúde ou junto à comunidade (TROVÓ,
2003).
Completando esta linha de pensamento Wink (2006) relata que para realizar
a terapia natural é importante o enfermeiro lidar diretamente com o cliente, observar
a preocupação do todo, interagir mutuamente, até mesmo com o ambiente.
A enfermagem deve desempenhar uma assistência visando o atendimentodas necessidades e aperfeiçoamento de saúde através dos cuidados de
enfermagem, do compartilhamento do saber sobre o processo saúde-doença e da
busca conjunta de soluções alternativas complementares para atendimento dessas
necessidades (NASCIMENTO; OLCERENKO, 2009).
Rezende (2002) reporta que a fitoterapia tem sido paulatinamente
incorporado aos serviços públicos de saúde, é largamente utilizada na Estratégia da
Saúde da Família e os profissionais de enfermagem podem incentivar a utilizaçãodeste conhecimento em diferentes locais, inclusive nas áreas mais carentes de
recursos de saúde, associado ao saber da população local, na tentativa de
enriquecer o estudo da fitoterapia e ainda oferecer à população subsídios para uma
vida melhor, orientando quanto à forma mais adequada de utilização das plantas.
Diante esse contexto destaca-se a importância do enfermeiro conhecer o
uso das plantas como também de outras terapias complementares para que possa
usar esse saber na realização do cuidado e das ações de educação em saúde
(CEOLIN,2009).
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O Ministério da Saúde apresentou a Política Nacional de Práticas Integrativas
e Complementares (PNPIC) no sistema Único de Saúde (SUS) no qual se destaca
as necessidades de divulgar, apoiar, incorporar e implementar, Brasil (2006), porém
a enfermagem não faz parte integrante da área da saúde no qual faz uso desta
pratica pelo SUS, fazendo assim com que não haja a participação da nossa
categoria para execução desta como profissionais reconhecido nesta modalidade.
As ações de enfermagem são desenvolvidas pelo enfermeiro no que tange a
assistência e orientações em saúde, não como expansão da terapêutica junto a
equipe multiprofissional, tanto na rede privada como na rede pública.
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4. METODOLOGIA
A trajetória metodológica do estudo em questão consiste em uma pesquisa
descritiva/informativo, fundamentada no referencial literário e realizada no período
de fevereiro a novembro de 2014.
A pesquisa descritiva procura investigar a frequência com que um fenômeno
ocorre e sua relação com os outros, sua natureza e características, correlacionando
fatos (SILVA; CERVO; BERVIAN, 2007).
A busca do material foi por meio de pesquisas nas bases de dados
Ministério da Saúde (MS) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), e Acervos
Bibliográficos a respeito do tema em questão, a partir dos seguintes descritores:
enfermagem em modalidades terapêuticas, modalidades terapêuticas, medicina
alternativa. Utilizou-se o recorte 1997 a 2013, devido ao início e término dos
achados sobre o tema na referida base de dados.
Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos completos publicados em
português e MS que abordam o tema proposto e que tenha a data de publicação no
período de 1997 a 2013.
Foram excluídos os artigos publicados fora do período estipulado, e os que
não abordam o tema proposto nesse estudo.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Embora a visão especializada ou segmentada acerca do processo saúde
doença, tenha proporcionado significativos avanços nos estudos sobre a saúde
humana, não conseguiu alcançar a plenitude na solução de todas as enfermidades,
gerando, em alguns casos, mais perguntas do que respostas. O descontentamento
com o modelo biomédico ou com a medicina convencional leva muitas pessoas a
procurarem formas alternativas de tratamento, de modo que, atualmente a
sociedade vem resgatando de forma marcante os conhecimentos de culturas
tradicionais (LUZ; 2005; OTANI; BARROS, 2008).
De acordo com Luz (2005) o aumento dos custos com os tratamentos,
excessiva preocupação com a diagnose, distanciamento do paciente e, sobretudo,
valorização da doença provocou uma crise da saúde e da medicina.
A crise vivenciada pelas práticas médicas tradicionais desvela uma lacuna em
relação a integralidade da assistência prestada.
Os artigos estudados mostraram que vem ocorrendo um crescente interesse
pelas práticas integrativas e complementares, tanto no que se diz respeito aos
profissionais de saúde como também por parte da população. Apesar dos números
de adeptos dessas modalidades, ter aumentado o processo de expansão ainda se
depara com barreiras, sendo uma dessas o desconhecimento dos profissionais de
saúde a respeito dessas terapias.
Para Souza et al. (2012) um dos fatores que predispõe a essa falta de
conhecimento dos profissionais a respeito das PIC: pouco investimento em formação
profissional nas instituições de ensino e o explícito interesse das categorias
profissionais em tornar cada prática integrativa e complementar uma especialidade,“fica evidente a necessidade da capacitação desses profissionais, a fim de garantir
um atendimento de qualidade no âmbito das práticas integrativas nos diversos
cenários do sistema de saúde” (Brasil 2008).
No estudo de Baugniet, Bonn e Ostbye (2000) realizado no Canadá, junto a
alunos do último ano dos cursos de graduação em medicina, farmácia, fisioterapia,
terapia ocupacional e enfermagem sobre seu conhecimento e opinião a respeito das
TAC, os resultados mostram que são os futuros enfermeiros aqueles que maisfazem uso de tais técnicas (44,7%) e revelam, com relação ao conhecimento das
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técnicas, que o toque terapêutico é a mais conhecida pela Enfermagem naquele
país.
Gina (2012) reforça em seu estudo que a coordenação técnica da homeopatia
da Prefeitura de Vitória era exercida por um profissional com formação médica
homeopata, e para a prestação de serviço no município conta com três (3)
profissionais médicos, sendo um deles do sexo feminino e dois do sexo masculino.
Tal pesquisa também constatou que as informações que os profissionais de saúde
de Capixaba possuem a respeito da homeopatia, muitas vezes são equivocadas e
são vinculadas ao senso comum.
Fontanella et al . (2007) constatou-se que é comum a utilização das terapias
não convencionais sem o acompanhamento de um profissional especializado, o que, junto ao baixo acesso da população, demonstra a carência de profissionais de saúde
capacitados para atender esta demanda.
O autor supramencionado em seu estudo “Conhecimento, acesso e aceitação
das práticas integrativas e complementares em saúde por uma comunidade usuária
do Sistema Único de Saúde na cidade de Tubarão/SC”, relata que em relação ao
conhecimento das PIC incluídas no estudo, as porcentagens de afirmação, em
ordem decrescente, foram 94,4% para chás, 75% para cura espiritual, 71,6 parafitoterapia, 48,9% para ioga, 47,8% para acupuntura, 29,6% para homeopatia, 9,1%
para massoterapia, 6,8% para shiatsu, 4,6% para reflexologia, 1,2% para osteopatia
e 0,0% para xantala.
Azevedo (2004) justifica a grande utilização de ervas medicinais em diferentes
formas por serem de fácil acesso, de baixo custo e por serem consideradas
inofensivas por boa parte da população, confirmando os (94,4%) encontrados no
estudo de Fontanella e outros autores.Os resultados de uma pesquisa realizada por Simoni, Benevides e Barros
(2008) mostraram o nível de conhecimento, a institucionalização e a oferta das
Práticas Integrativas e Complementares nos municípios brasileiros. Segundo o
estudo, a grande maioria (72%) dos atendimentos com tais práticas encontrou-se na
Atenção Básica em Saúde, com forte inserção no Programa Saúde da Família. Com
relação ao tipo de prática adotada, o estudo mostra que dos 4.051 municípios
pesquisados, 9% adotaram a fitoterapia; 7% oferecem serviços de homeopatia e
4,5% de medicina tradicional chinesa (incluindo práticas corporais como tai chi
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chuan eliang gong ); 1,5% adotou a crenoterapia/termalismo; e 1% a medicina
antroposófica.
Com relação ao acesso da população estudada às PIC, Fontanella et al .
(2004) cita outras causas que podem incluir como: a falta de profissionais
habilitados, a baixa oferta de serviço especializado ou pouco conhecimento e
interesse dos profissionais de saúde para orientar os pacientes que procuram PIC.
Neste mesmo estudo o autor descreve a relação ao acesso indireto da população às
PIC e constatou índices maiores de afirmação, sendo estes de 96,5% para os chás,
43,2% para cura espiritual, 25,0% para a massoterapia, 22,7% para a fitoterapia,
17,0% para a homeopatia e de 11,3% para a ioga.
No estudo de Thiago e Tesser (2011) foi constatado que município deFlorianópolis-SC, tem dezessete centros de saúde ofereciam práticas integrativas e
complementares; 12,4% dos profissionais possuíam especialização em homeopatia
ou acupuntura; 43,5% dos médicos eram especialistas em medicina de família e
comunidade/saúde da família. Dos participantes, 88,7% desconheciam as diretrizes
nacionais para a área, embora 81,4% concordassem com sua inclusão no Sistema
Único de Saúde. A maioria (59,9%) mostrou interesse em capacitações e todos
concordaram que essas práticas deveriam ser abordadas na graduação.Na cidade de Campinas SP, nos estudo de Nagai, Queiroz (2008) o dados
observados mostram que, dessas unidades, 52, ou seja, 76,47%, desenvolviam pelo
menos uma prática complementar ou alternativa. Nessas unidades, as práticas
terapêuticas alternativas oferecidas, na ocasião deste levantamento, foram as
seguintes: acupuntura (oito unidades); ginástica (11 unidades); homeopatia (11
unidades); caminhadas (16 unidades); fitoterapia (vinte unidades); Lian Gong (23
unidades). A enfermeira com a visão holística associada às práticas complementares
exerce um papel fundamental seja no hospital, postos de saúde ou mesmo na
comunidade. Os enfermeiros poderiam desejar dispor de práticas não biomédicas
para melhor atender seus pacientes, tanto na rede privada quanto na rede pública.
Tal achado é coerente com pesquisas que salientam a maior receptividade dos
enfermeiros para as PIC (CEOLIN et al., 2009).
Em relação aos métodos não-farmacológicos utilizados pelos Enfermeiros
Guimarães e Vieira (2008) descreve para o alívio da dor do RN, os seguintes
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métodos: intervenções no meio ambiente (controle de ruídos, temperatura e
luminosidade), posicionamento e conforto, toque e massagem, mudanças de
condutas e rotina com relação aos procedimentos dolorosos. Medeiros e Madeira
(2006) afirmam que as medidas não-farmacológicas possibilitam que a equipe de
enfermagem realize intervenções para prevenção e controle da dor, baseada em sua
contínua observação do recém-nascido.
A ação da enfermagem faz com que o sofrimento e a dor sejam minimizados,
através do cuidado e do conforto, revela-se uma prática impregnada de idéias e
altruísmo, de amor ao próximo, identificando os princípios, os valores e as atitudes
do cuidado que fazem da vida um bem-viver, e das ações um reto agir (TROVO;
SILVA, 2002).O Toque Terapêutico (TT) é uma terapia complementar que tem se revelado
um excelente meio não-invasivo que o enfermeiro dispõe para promover
relaxamento, reduzir a ansiedade e controlar a dor, servindo de força restauradora e
regeneradora e outros (IGNATTI, S/D). No estudo de Eler, Jaques (2006) o
enfermeiro tem competências relacionadas ao uso de outras terapias além das
farmacológicas para minimizar a dor dos pacientes e contribuir para a expectativa de
restabelecimento, dentre estas terapias, destacam-se a musicoterapia, a massagemterapêutica, a estimulação de pensamentos que aliviem a dor, a aromaterapia e o
posicionamento para conforto.
Em estudo realizado município de Jataí – Go, as autoras Barbosa et al.,
(2011) descreve a freqüência de terapias utilizadas nos atendimentos do projeto
Práticas integrativas e complementares realizada por enfermeiros e acadêmicos de
enfermagem onde obtiveram os seguintes resultados: toque terapêutico 43,02%,
acupressura 37,63%, ventosa 19,35%, (prática constituinte da Medicina TradicionalChinesa, foi realizada pela coordenadora do projeto, que possui registro profissional
como acupunturista junto ao Conselho Federal de Enfermagem).
Em uma pesquisa brasileira realizada por Marta et al., (2010) foi descrito que
após 8 (oito) sessões de TT em pacientes com dor crônica não-neoplásica, foi
verificada a diminuição da intensidade da dor, diminuição do escore de auto-
avaliação de depressão e melhora da qualidade do sono.
Dentre os benefícios da acupuntura, em termos de melhoria da qualidade de
vida, destacam-se os bons resultados em casos de dor, espasmo e rigidez
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musculares, cefaléia, doenças psicossomáticas, ansiedade, estresse e depressão
leve (PAI, 2005).
Reconhecendo que atualmente as Práticas Integrativas e Complementares
são muito divulgadas, porém, pouco reconhecidas e ainda minimamente praticadas
pelos enfermeiros especialistas nesta modalidade (TSUCHIYA; NASCIMENTO,
2002).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A literatura evidencia que as PICs vêm crescendo e adquirindo assim adeptos
e consequentemente ocorrendo um aumento significativo em sua procura nas redes
de saúde pública, sendo sua porta de entrada a atenção básica.
No Brasil tais práticas foram aprovadas e implementadas em 2006 no Sistema
Único de Saúde tendo como base o exercício dessas práticas em caráter
multiprofissional. Essas práticas possui uma visão holística nos campos da
prevenção, promoção, manutenção e recuperação da saúde do indivíduo,
abordando um modelo diferenciado da medicina convencional.
Considerando que o profissional de enfermagem tem sua formação voltada
para o atendimento integral, as PICs vêm fornecer possibilidades de ampliação do
campo de atuação da enfermagem, por ter respaldo do Ministério da Saúde.
Mesmo com respaldo do MS o número de profissionais enfermeiros
responsáveis por desenvolver as PICs ainda é incipiente, e seu conhecimento é bem
restrito, começando do curso de graduação onde os acadêmicos da atualidade têm
o mínimo conhecimento destas modalidades terapêuticas, tão pouco sua
regulamentação pelo SUS e suas práticas de cuidados.
Diante do fato exposto podemos evidenciar que esse campo requer uma
formação específica dos enfermeiros nessa área, com capacitação, a fim de
promover assistência integralizada, garantir atendimento de qualidade e, assim,
dispor de conhecimentos necessários para orientar os pacientes em terapias
alternativas, que venham ser coadjuvantes ao tratamento medicamentoso, trazendo
resultados satisfatórios para a clientela demonstrando autonomia profissional e
competência na Atenção básica.
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