150 anos de paixão missionária miolo saÍda alta · stella alonso soares, mulher rara, esposa...

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150 anos de paixão missionária

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150 anos de paixão missionáriaO presbiterianismo no Brasil

Caleb Soares

150 Anos de paixão missionária © 2009, Caleb Soares. Todos os direitos são reservados.

1ª edição − 2009 − 3.000 exemplares

Apoios

Fundação Educacional “Reverendo José Manoel da Conceição”

Presbítero Paulo Rangel do Nascimento – presidente

Igreja Presbiteriana do Brasil

Reverendo Roberto Brasileiro – presidente do Supremo Concílio

Igreja Presbiteriana Independente do Brasil

Reverendo Assir Pereira – presidente

Casa Editora Presbiteriana

Presbítero Haveraldo Ferreira Vargas – superintendente

Editor

Cláudio Marra

Editor assistente

Marcelo Smeets

Revisão

Paulo Arantes

Wilton Vidal de Lima

Formatação

OM Designers Gráfi cos

CapaOsiris C. Rangel Rodrigues

150 anos de paixão missionária.i4 4 12/2/2010 07:15:40

PRIMEIRA PARTE

Fatores históricos

1. Introdução geral ...............................................................................152. Períodos do protestantismo no Brasil ..............................................193. Protestantismo e progresso ..............................................................494. Infantaria missionária ......................................................................575. Barreiras à missão ............................................................................716. Educação como estratégia missionária ............................................777. A força dos leigos ............................................................................878. Caldas e Campanha revisitadas .....................................................101

SEGUNDA PARTE

Igrejas centenárias

1. Introdução ......................................................................................1312. Desenvolvimento no Sudeste .........................................................133

6 Presbiterianismo no Rio de Janeiro ..........................................133 6 São Paulo: bandeirantes do evangelho na terra dos bandeirantes ...........................................................184 6 Minas Gerais recebe presbiterianos ..........................................364 6 Espírito Santo guia o Espírito Santo ..........................................414

3. Centro-Oeste: três centenárias em Goiás .......................................4234. A luta no Nordeste ........................................................................429 6 A boa nova na boa terra ...........................................................429

Sumário

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6 Pernambuco: igreja do Recife, a pioneira .................................449 6 Sergipe presbiteriano ................................................................483 6 Smith organiza igreja na Paraíba ..............................................4955. Norte: a Amazônia para Cristo ......................................................501 6 Farol presbiteriano em Belém do Pará .....................................501 6 A igreja missionária de Manaus ................................................507

TERCEIRA PARTE

1. Introdução ......................................................................................515

2. Lições sesquicentenárias ................................................................5176 A mão de Deus na história da igreja .........................................5176 O que não fazer e o que fazer ...................................................519

Referências bibliográfi cas .......................................................................523

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O título 150 anos de paixão missionária sugere não apenas que olhemos para trás, para a história da IPB, mas orienta-nos também quanto ao

modo de fazermos isso, destacando o esforço evangelístico presbiteriano em nosso país. Para alguns leitores poderá ser mesmo uma descoberta edifi -cante ou, como registra o autor, “Agradável realidade a ser compartilhada... a emoção sentida na constatação da tremenda luta de sacrifícios imensos dos obreiros nacionais e de valorosos missionários vindos desde os primei-ros tempos da semeadura protestante em solo brasileiro”.

A plantação das primeiras igrejas presbiterianas brasileiras exigiu completa dedicação daqueles primeiros obreiros, o que este livro resgata e registra. Começando com os missionários estrangeiros, que “deixando sua gente e afetos, sua terra e cultura, vieram para uma terra inóspita e enfrentaram e arrostaram terríveis difi culdades, muitos ceifados pela morte causada por doenças tropicais, perseguições ferozes, incredulidade, indiferentismo”. O primeiro desses mártires, Ashbel Green Simonton (1833-1867), perdeu aqui sua jovem esposa Helen e, pouco depois, a sua própria vida. Outros doaram aqui a vida no sentido de a terem gasto no serviço do Senhor e em nosso benefício, longas e abençoadas semeaduras em nossos campos. São inúmeras as ainda existentes igrejas fruto de seu ministério. Como registra neste livro o seu autor, “Vieram mesmo para serem testemunhas, no sentido etimológico da palavra, ou seja, mártires, dos quais, como na galeria dos heróis de Hebreus 11, o mundo não era digno! A gente fi ca com um estranho

Apresentação

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sentimento de saudade, de apego a essas pessoas, ainda que tão distantes de hoje; na verdade, por vezes dá vontade de tê-las conhecido pessoalmente, ouvido seus sermões e relatos, tê-las acompanhado na bravura de suas lutas. É um transporte ao passado que impulsiona para o futuro”.

Ao trabalho dos consagrados pioneiros estrangeiros uniu-se o esforço dos obreiros nacionais, cuja história se estende aos nossos dias. Este livro vai apontar vários dos frutos de sua dedicação à pregação do evangelho, na forma de inúmeras famílias alcançadas e várias igrejas organizadas. Os nomes desses irmãos e irmãs ainda são lembrados e seus descendentes ainda servem entre nós em muitas igrejas presbiterianas.

Que é feito da nossa paixão missionária? Onde estão hoje os presbiterianos que se deixam gastar para que mais pessoas cheguem ao conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo como seu Salvador? Na verdade, graças a Deus, muitos estão em diferentes campos lançando a bendirá semente da Palavra, mas a nossa convicção é a de que este livro inspirará outros tantos a se dedicarem à mesma obra.

Leia este livro com muita curiosidade, mas também em oração, louvando a Deus por sua misericórdia. O notável esforço do autor terá sido amplamente compensado com os frutos colhidos pela dedicação dos leitores a continuar o trabalho dos pioneiros patente em nossas igrejas centenárias.

Rev. Cláudio Marra

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Este prefácio tem como fi nalidade principal relatar as lutas do autor para dar cabo da enorme e penosa tarefa de coletar informações, e para es-

crever uma obra sobre parte da história do protestantismo no Brasil e do presbiterianismo em particular. Diz-se penosa pela escassez de tempo, pois iniciada menos de dois anos antes de 12 de agosto de 2009, data magna do sesquicentenário da chegada de Simonton ao Brasil, deveria vir à lume nas comemorações promovidas pela IPB em todas as regiões brasileiras desde 2008. Depois, em que pese a boa bibliografi a, a pesquisa documental tem sido a mais complicada, pois além de espalhada em 16 Estados onde estão as igrejas mais antigas e os centros de documentação, muitas atas sumiram. Uma lástima! O desaparecimento dessa documentação e de outras foi cau-sado por diversas razões, como aconteceu numa igreja centenária do Sul de Minas, onde um pastor, pasmem os leitores, há tempos, resolveu fazer fogueira com documentos da igreja. Com a memória de muitas igrejas e concílios prejudicada, torna-se difi cílima a coleta de dados e a exposição dos fatos. Ainda assim, graças à cooperação de muitos, foi possível inves-tigar e narrar, como Lucas “...depois de acurada investigação de tudo desde a origem” (Lc 1.3) o fez. A difi culdade aumentou à medida que o autor não recebeu de muitas das mais de cento e vinte igrejas centenárias sequer uma linha em resposta ao questionário, que insistentemente lhes foi enviado por vários meios desde novembro de 2007, além de várias mídias e jornais ofi -ciais, contatos pessoais e telefonemas. Ainda que agora respondam, não há

Prefácio

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10 Prefácio

mais tempo para incluir suas histórias, a não ser em uma próxima edição. Em que pesem diversos percalços naturais e falhas, os quais não poderia deixar de relatar, o autor percebeu com muita clareza a tão solicitada di-reção e companhia de Deus nas jornadas e, assim, conseguiu muito bom volume de informações, de maneira a garantir a organização e a montagem dos relatos com a mais absoluta fi dedignidade. Um sinal da participação di-vina foram os recursos de toda a sorte, e as pessoas acolhedoras e operosas que o próprio Deus mobilizou e pôs à disposição para ajudar. Uma agradá-vel realidade a ser compartilhada com os leitores é a emoção causada pela constatação da luta e dos sacrifícios imensos, de obreiros nacionais e de va-lorosos missionários, desde os primeiros tempos da semeadura protestante em solo brasileiro. Estes últimos, deixando sua gente e afetos, sua terra e cultura, vieram para uma terra inóspita, enfrentaram terríveis difi culdades, muitos ceifados pela morte causada por doenças tropicais, incredulidade, indiferentismo e perseguições ferozes. Vieram para ser testemunhas, no sentido etimológico da palavra, ou seja, mártires dos quais, como na galeria dos heróis de Hebreus 11, o mundo não era digno! Fico com um estranho sentimento de saudade e de apego a essas pessoas, ainda que tão distantes; na verdade, por vezes dá vontade de tê-las conhecido pessoalmente, ouvido seus sermões e relatos, acompanhado a bravura das lutas. É um transporte ao passado que impulsiona para o futuro. A presente obra, feita por mãos humanas, está longe de esgotar o assunto e mais ainda de não ter falhas, embora involuntárias. Razão pela qual prestará enorme serviço à causa e especial obséquio ao autor alguém que aponte possíveis falhas e lacunas, desde que com fundamentos. Por fi m, imensa gratidão primeiramente ao eterno Deus, o Senhor da igreja e da missão da igreja, a quem o autor tri-buta toda a honra e a glória. Depois, às pessoas que Deus pôs no caminho do peregrino pesquisador, e foram muitas, com destaque às que se empe-nharam na pesquisa ou apoiaram de alguma maneira. São elas: professora Stella Alonso Soares, mulher rara, esposa ajudadora, retaguarda constante e fi el; aos que se dedicaram mais diretamente e participaram da pesquisa, como o rev. Dr. Alderi Souza de Matos, companheiro de viagens, orientador e apoiador; a sul-mineira de Botelhos, MG, Dra. Dulce Vieira Franco de Souza e seu esposo, Rev. Ablandino S. de Souza; Rev. Ronaldo Augusto de Luces Fortes, grande apoiador, seguro no volante; Rev. Neemias Araújo de Carvalho, companheiro nas estradas de Sergipe, fi rme na direção; os Revs. Marcos André Marques e José Roberto de Souza, respectivamente diretor e professor do Seminário Presbiteriano do Norte; presbítero Dr. Eudaldo Andrade Costa, pesquisador paciente e luminoso nas incursões pela história presbiteriana nos Estados de Sergipe e Bahia; a preciosa e acolhedora Nelly Boligger Lane, em Campinas, Almir R. Ferreira Lopes, de Campanha, MG,

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11150 anos de paixão missionária

especialista em História e Construção Social; a dedicada irmã Heloísa Ar-chero, há 28 anos encarregada do Centro de Documentação e História “Rev. Vicente Themudo Lessa”, da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil; Rev. Gerson Correia de Lacerda, Secretário Geral da Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil e Diretor de O ESTANDARTE; Rev. Jonan Cruz, um apaixonado pela história presbiteriana, ministro jubi-lado na Igreja Presbiteriana Independente de Aracaju; Rev. Enos Moura, outro apaixonado por história da igreja, pelo trabalho com dezenas de fotos e fornecimento de outras; ao Sebastião Sérgio Bellini, de Caldas, e a todos os irmãos que em diversos cantos deste Brasil acolheram e ampararam o autor, gratidão.

Santos, agosto de 2009. CS.

SOLI DEO GLORIA

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150 anos de paixão missionária.i12 12 12/2/2010 07:15:41

Primeira parte

Fatores hi� óricos

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Organizar a história de cada igreja. Eis a luta de quem se põe a levar aos leitores, em forma de livro, fatos que assinalaram a vida dessas

centenárias igrejas. Como não se trata de imaginação, mas de pesquisa sobre o que realmente aconteceu, na maioria dos casos há falhas, em razão da ausência de documentos. Os próprios pastores de cada igreja, ao tentar levantar as informações, deparam-se com imensa difi culdade ante lamentáveis lacunas. Muitas informações são vagas e imprecisas, o que difi culta a montagem da história.

A tradição oral, por outro lado, nem sempre é confi ável, em que pese a boa vontade de quem informa. O natural é recorrer aos mais antigos, porém na maioria dos casos os depoimentos são inconsistentes e fragmentados, ainda assim servem como pistas. Na hora de conferir, onde encontrar os registros? Muitos fatos são contados, mas simplesmente não foram registrados.

O redator, então, baseia-se no material histórico posto em suas mãos, às vezes retalhos da história. De qualquer modo, é difícil esse resgate, pois o registro dos fatos não vem à tona por si mesmo. O resgate torna-se quase sempre impossível. Lembra a caixa-preta do Airbus, mergulhada nas profundezas abissais do oceano, no sinistro da aeronave francesa. Ainda assim, com a mão de Deus operando e a preciosa cooperação das igrejas é possível constatar uma igreja viva e operosa.

Explica-se o título PAIXÃO MISSIONÁRIA. Poder-se-ia dizer que sem paixão não há missão. Como diz Oswald Smith, em seu livro Paixão

Capítulo 1

Introdução geral

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16 Introdução geral

pelas almas, só os apaixonados fazem missão! Tem a ver com comunhão de sentidos. Paixão quer dizer sofrimento. Haja vista a Paixão de Cristo, que disse não ter vindo para ser servido, mas para servir e para dar a vida em resgate de muitos, ao derramar seu sangue no Calvário. O mesmo vale para seus seguidores, e tantos deles sofreram a ponto de serem torturados e assassinados, como aconteceu na história missionária no Brasil. Comove constatar tantos admiráveis exemplos de homens e mulheres que deram a vida pelo evangelho. Basta lembrar, como exemplo, de Antônio Pedro de Cerqueira Leite, advertido pelo médico para que não fosse à reunião do Presbitério no Rio de Janeiro, pois o coração já debilitado não suportaria a viagem e os debates. Ele teimou e deixou todo mundo desolado com sua morte por infarto fulminante, após uma das reuniões na Igreja Presbiteriana do Rio; que dizer de Miguel Torres, tísico, caquético, no lombo de cavalo, debaixo de temporais e friagem, na região do Sul de Minas para cumprir sua missão e responsabilidade para com as igrejas que pastoreava; e de Eduardo Lane, admirável exemplo de abnegação, que poderia ter ido com os companheiros para Lavras, mas preferiu fi car em Campinas a fi m de ajudar a socorrer os atacados de febre amarela. Foi vitimado pela fatal doença, que lhe ceifou em seis dias a preciosa existência.

Escrever história é trazer à baila e à discussão crítica fatos passados, refl etir e tirar lições deles para os dias de hoje e para os vindouros. Embora o foco principal sejam as igrejas presbiterianas centenárias como prova da perenidade da obra do Senhor, não dá para isolar suas histórias e fechar suas fronteiras a antecedentes e a consequentes. Ou seja, há necessidade de colar o passado delas ao presente e ao futuro, observar os fatos que possibilitaram sua existência e o que as igrejas produziram, com todos os desdobramentos. Por isso, nesse aspecto, toda obra histórica sobre a igreja do Senhor é inacabada. Escrever história é, também, buscar e revelar fatos ainda desconhecidos. Não é, portanto, simplesmente copiar textos históri-cos. A base bibliográfi ca é indispensável, mas não esgota tudo. Quem o diz são os historiadores honestos, os quais são mencionados nas citações e nas referências bibliográfi cas.

Que propósitos, afi nal, tem este livro? Estão eles demoradamente expos-tos nos capítulos da Primeira parte e alguns nesta Introdução. Um deles é privilegiar o pouco ou nada conhecido, ou mesmo inédito. Por exemplo, é possível que a maioria dos presbiterianos saiba da história de Simonton, da notável obra realizada em poucos anos e da igreja fundada, que hoje se con-grega na Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro. Porém, será que a maio-ria dos presbiterianos sabe das histórias de John Boyle, em Minas e Goiás; de Eduardo Carlos Pereira, em Campanha, e de Miguel Torres, em Caldas? Ou quem sabe da existência mais que centenária da Igreja Presbiteriana em

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17150 anos de paixão missionária

Itapuí? Onde fi ca isso, meu Deus? Certamente haverá falhas e omissões nunca intencionais, o que pode até causar resmungos, murmúrios, descon-tentamentos, até mesmo reações adversas incompreensíveis. Mas pode o livro, de outra parte, suscitar debates, mudar rumos, instigar tomadas de po-sição e mesmo impulso missionário. Incluem-se igrejas derivadas da Igreja Presbiteriana do Brasil, de maneira que a narração e a análise dos fatos têm por objeto primordial o Presbiterianismo a partir de igrejas centenárias, in-cluídas as presbiterianas independentes que, somadas ao presbiterianismo original, chegam a cerca de cento e trinta.

Busca-se, ademais, ampliação de conceitos, sendo desde já necessário avisar que a linguagem tem mensagem a públicos diferentes, ou seja, pretende alcançar os diversos níveis culturais e operacionais das igrejas. Não visa, portanto, somente as elites ou os estudiosos; ao contrário, tendo em vista as propostas, pretende infl uenciar o maior número possível de pessoas. Por isso, com observação de regras da indispensável metodologia, não é excessivamente acadêmico. Especialmente a linguagem, a da comunicação, sem agressões à língua e à gramática, pode alcançar todos os níveis. Embora se apresente o texto num misto de narração, descrição e dissertação, há muito de crônica e de “conversa” com o leitor, para provocar, envolver e estimular as pessoas a tomarem posição em face dos desafi os que o livro apresenta. Por isso, há outras pretensões sadias, em que pese parecerem atrevidas.

Embora com pretensão pouco modesta de ser lido por grande parte do povo presbiteriano, o autor objetiva que as propostas do livro sejam, no mínimo, discutidas e, se possível, aplicadas. Há muitas indagações, umas sutis, outras diretas, como, por exemplo, por que, após cento e cinquenta anos, a Igreja Presbiteriana*1não está maior? Não vai embutida na pergunta qualquer indicação de numerolatria, como quer o Movimento de Cresci-mento de Igrejas. Ou por que há tantos pastores sem campo e tantos cam-pos sem pastor? Outra, por que cidades diferentes com o mesmo número aproximado de habitantes têm populações presbiterianas com números tão divergentes? Claro está que há características e circunstâncias peculiares a cada uma, mas as igrejas locais, em geral, e os responsáveis pela área mis-sionária, em particular, deveriam investigar a razão de tanta diferença. Há uma capital, no Nordeste, com uma população fi xa que beira três milhões de habitantes e com pouco mais de vinte igrejas presbiterianas.* Um muni-cípio na Grande Vitória, com população fi xa de menos de quatrocentos mil habitantes (em 2006), está perto de alcançar vinte igrejas.

* Refere-se à Igreja Presbiteriana do Brasil.

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