16 - combate a evasao escolar

8/3/2019 16 - Combate a Evasao Escolar

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Verso em formato PDF

Programa Gesto Pblicae Cidadania

Combatendo

a Evaso Escolar

finalistas do ciclo de

premiao 1998

Adalberto de Oliveira Brando


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Ficha Catalogrfica elaborada pela Bibli oteca Karl A. Boedecker daEscola de Administ rao de Empresas de So Paulo daFundao Getulio Vargas (FGV/EAESP)

20 Experincias de Gesto Pblica e Cidadania/

Luis Mario Fujiwara, Nelson Luiz Nouvel Alessio e Marta Ferreira SantosFarah (orgs.) / So Paulo:Programa Gesto Pblica e Cidadania 1999

240 p.

1. Projetos comunitrios Brasil. 2. Projetos de desenvolvimento Brasil.I. Fujiwara, Luis Mario, 1971 -. II. Alessio, Nelson Luiz Nouvel, 1958 -. III. Farah,Marta Ferreira Santos, 1952 -. IV. Programa Gesto Pblica e Cidadania

CDU-35(81)

Originalmente publicado em:20 Experincias de Gesto Pblica e Cidadania

Luis Mario Fujiwara, Nelson Luiz Nouvel Alessioe Marta Ferreira Santos Farah (orgs.)

Copyright Luis Mario Fujiwara, Nelson Luiz Nouvel Alessio eMarta Ferreira Santos Farah

Direitos da edio reservados aoPrograma Gesto Pblica e Cidadania

Av. 9 de Julho, 2029 2 andar da Biblioteca01313-902 So Paulo SPTel: (11) 3281-7904 / 3281-7905Fax: (11) 287-5095E-mail: [email protected]://inovando.fgvsp.br

Impresso no Brasil /Printed in Brazil

permitida a reproduo total ou parcial desta obra, desde quecitada a fonte.

1 edio 1999

Reviso dos originais: Nelson Luiz Nouvel AlessioReviso: Luis Mario FujiwaraConsultoria Grfica: Wilson Barros

Capa: Polo Editor

Verso grfica em formato PDF: Liria Okoda


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O municpio de Santa Maria, situado geograficamente no centrodo estado do Rio Grande do Sul, caracteriza-se como um plo regio-nal, em funo de ser um centro comercial e de prestao de servios,centro estudantil e centro militar.

Com aproximadamente 226.300 habitantes, Santa Maria vem apre-sentando, a cada ano letivo, aumento significativo de sua populaoestudantil, em funo do fluxo de estudantes procura do ensino emtodos os nveis de graduao.

A rede municipal composta de 72 escolas, das quais seis tm o

primeiro grau completo com turno noturno; 20 tm o primeiro graucompleto sem o turno noturno; 16 so escolas rurais isoladas; sete soescolas rurais-ncleos; 19, escolas com 1 grau incompleto, e quatroso escolas de modalidades especiais.

Em 1998, a rede municipal tinha 16.350 estudantes na zona urba-na e 1.603 na zona rural, como pode ser visto no quadro a seguir.

Adalberto de Oliveira Brando2

Combatendo aEvaso Escolar1SANTA MARIA (RS)

1. Agradecimento especial

ao Secretrio Municipal de

Educao Pedro Lecueder

Aguirre, aos

coordenadores do Projeto

Luci Beatriz Zelada

Duartes,Valmir Beltrame

pela acolhida e

receptividade. Tambm

agradeo a minha esposa

Andra de Oliveira Silva

pela reviso deste relatrio.

2. Professor do Curso de

Servio Social na

Universidade Vale do Rio

Doce UNIVALE(Governador Valadares/

MG), Assistente Social e

Mestrando em

Administrao Pblica no

Programa de Ps

Graduao em

Administrao PPGA, na

Universidade Federal do

Rio Grande do Sul.

Introduo


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4QUADRO N. 1

MODALIDADES ZONA RURAL ZONA URBANA TOTALpr-escola 111 1.055 1.1661 a 8 sries 1.492 12.460 13.952

educao especial - 27 27noturno supletivo - 787 787

noturno regular - 105 105noturno escola aberta - 257 257escola industrial - 60 60

SUB TOTAL 1.603 14.751 16.354*alunos conveniados - 1.200 1.200**alunos pr-escola - 399 399

atendidos pela SMBESTOTAL 1.603 16.350 17.953FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA

* Convnios com Escolas Particulares** Alunos atendidos pela SMBES, com professores da SMED.

O quadro funcional era composto por 1.052 professores na zonaurbana e 155 na zona rural. Incluam-se, ainda, 33 orientadores educa-cionais, nove educadores especiais e sete educadores tcnicos.

No ano de 1996, o ndice de evaso escolar estava em torno de4,02%, fazendo com que em janeiro de 1997 a Secretaria de Municpio

da Educao implantasse o Projeto Combatendo a Evaso Escolar. Noprimeiro ano de funcionamento desse projeto, o ndice de evaso di-minuiu em 66%, ficando em torno de 1,34%. Em 1998, a evaso esco-lar reduziu-se a zero.

O presente artigo visa descrever detalhadamente o Projeto Comba-tendo a Evaso Escolar e seus resultados na comunidade de Santa Maria.

Problema que o projet o visa solucionar

No Brasil, de acordo com o Ministrio da Educao e Cultura, a

reprovao e o abandono atingem 27% dos alunos. Esse ndice resul-tado de diversos fatores, como a incapacidade da escola de fazer comque o aluno progrida adequadamente; falta de estratgias para que oaluno permanea no sistema etc.

Na regio Sul do pas, o ndice de abandono fica em torno de 7% noensino fundamental e 15% no ensino mdio. J a taxa de reprovao est


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5em torno de 15% no ensino fundamental e 12% no ensino mdio.Em Santa Maria, at 1996, a situao era a retratada no quadroabaixo:

QUADRO N. 2

ANO MATRCULA N. DE ALUNOS PERCENTUALGERAL EVADIDOS DE EVASO

1992 16.939 992 5,85%1993 15.331 683 4,45%1994 18.482 907 4,90%1995 17.420 704 4,04%1996 16.480 640 4,02%

FONTE: SECRETARIA DE MUNI CPIO DA EDUCAO DE SANTA MARIA (RS)

Forma de enfrent amento do problema

No incio de 1997, quando era definida a equipe de supervisopedaggica da Secretaria Municipal de Educao, o Secretrio da Edu-cao apresentou ao grupo o objetivo central da secretaria: reduzir osaltos ndices de repetncia e de evaso escolar nas escolas da rede.

Primeiramente, lanou-se mo de estratgias que freassem, demodo rpido e eficaz, o processo de evaso escolar. Objetivava-se na-

quele momento detectar os casos de evaso e reintegrar o aluno co-munidade escolar. Nessa fase, teve incio um longo processo de refle-xo sobre o fazer pedaggico das escolas, focalizando-se a anlise nascausas do problema.

Admitida a relao diretamente proporcional entre evaso erepetncia, procedeu-se identificao junto s escolas das variveisdesencadeadoras do fracasso escolar, dentre as quais se destacou a re-lao professor-aluno- conhecimento na sala de aula.

No entanto, era necessrio resgatar urgentemente os alunos evadi-dos. Inicialmente, (a) verificou-se se as escolas estavam despertando ointeresse dos alunos no processo de ensino/aprendizagem e se seuseducadores ofereciam respostas s ansiedades e s dvidas de seus edu-candos; (b) passou-se a trazer s escolas, sempre que possvel, os paisou responsveis para sua conscientizao sobre a importncia dos es-tudos formais; (c) motivaram-se todos os educadores em torno doobjetivo combater a evaso escolar; (d) contataram-se os pais ou


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6 responsveis por alunos com mais de dez faltas, consecutivas ou no;(e) informaram-se pais ou responsveis sobre o nmero mximo defaltas permitidas durante o ano letivo; (f) alertaram-se pais ou res-ponsveis acerca das penalidades previstas em lei (Estatuto da Crianae do Adolescente) pela no-permanncia de seus filhos na escola (aban-dono intelectual), e (g) realizaram-se at trs tentativas de conversa-o com os pais ou responsveis pelos alunos em vias de evaso escolar.Nos casos em que se esgotaram os recursos anteriores, fez-se a devidacomunicao superviso de combate evaso escolar da SecretariaMunicipal da Educao.

Foi designada uma profissional especializada, que passou a reali-zar visitas sistemticas s escolas com o objetivo de acompanhar a assi-duidade dos alunos, e s famlias de alunos que se encontravam emprocesso de evaso escolar. Buscou-se a integrao entre os ConselhosTutelares, o Poder Judicirio (Vara da Infncia e Juventude) e Secreta-ria de Educao do Municpio.

Concomitantemente, inmeras estratgias foram propostas e dis-cutidas pela equipe de superviso da Secretaria da Educao, dentre asquais se destacaram: (a) investimento no papel central do supervisor

pedaggico, como articulador privilegiado das relaes entre os mem-bros da comunidade escolar no trabalho de construo/concretizaoda proposta pedaggica da escola; e (b) incentivo formao continu-ada dos profissionais de cada rea de conhecimento, visando problematizao de sua prtica docente.

Assim, concretizou-se a proposta das Oficinas de Ensino. Concebidascomo um meio de transformao do trabalho didtico-pedaggico, as ofi-cinas consistem em vias de mo dupla, ao redimensionarem, por um lado,a relao teoria/prtica e, por outro, a relao professor/aluno. Estes espa-os foram privilegiados por configurar um contexto que favorece a com-

preenso dos mecanismos de construo do conhecimento.Est inserido nessa proposio o pressuposto de interdependncia e

de determinao mtua entre os fatores do processo interativo de cons-truo do conhecimento em sala de aula. Percebe-se que a dimenso afetiva(sobretudo a auto-estima, o auto-conhecimento) e a scio-cognitiva soaspectos firmemente considerados como facetas do ser humano, no pen-


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7sar e equacionar o problema da evaso escolar em Santa Maria.Destaca-se nesse processo o funcionamento do que se pode deno-minar de Rede Integrada de Atendimento Escolar, composta de vriosprojetos educacionais, ldicos, profissionalizantes, esportivos e artsti-cos, esta rede ser apresentada mais adiante.

Rede interligada de atendimento escolarPor entender que apenas resgatar crianas e adolescentes - em via de

evaso escolar ou evadidos - s escolas da rede municipal, sem apresentar

alternativas que despertassem o interesse dos jovens em estar vinculados escola formal, criou-se a Rede Integrada de Atendimento Escolar.

Essa rede de atendimento apresenta alternativas que garantem oapoio social aos adolescentes e s crianas em situao de risco atravsde atividades com cunho artstico, esportivo, profissionalizante e ldico,fomentadoras da auto-estima. Desta forma, pode-se afirmar que o Pro-

jeto de Combate Evaso Escolar de Santa Maria prev um acompa-nhamento que ultrapassa a simples ao de resgatar os discentespara dentro das escolas.

A rede composta dos seguintes projetos:Escolas Abertas : escolas que tm como objetivo oferecer ensino

fundamental s crianas e adolescentes em situao de risco, semlimite para data ou poca de ingresso, auxiliando assim retorno deevadidos. Um dos aspectos fundamentais das escolas abertas a edu-cao pelo trabalho, dando-se oportunidade s crianas e aos adoles-centes de criao e dinamizao de seu projeto de vida com serieda-de e dignidade. O aluno avaliado diariamente atravs da observa-o, que permite acompanhar seu desenvolvimento em diferentessituaes de aprendizagem, evidenciando mudana de comportamen-

to, atitudes, hbitos, respeito, valores, conhecimento, participao,organizao e contedos. O resultado da avaliao comunicado aospais ao final de cada trimestre, atravs de parecer descritivo. As esco-las abertas tm as seguintes atividades: tcnicas agrcolas (horta epomar), jardinagem, cultivo de ervas medicinais, artesanato, datilo-grafia e ingls.


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8 Escolas-ncleo Rurais: tm por objetivo principal oferecer s co-munidades rurais o ensino bsico (educao infantil e ensino funda-mental) atravs do agrupamento de pequenas escolas unidocentes emuma escola-ncleo, que tem por finalidades proporcionar uma educa-o bsica de melhor qualidade, adequada realidade do meio rural;oferecer programa de educao pelo trabalho e para o trabalho; contri-buir para autopromoo do homem no campo a partir do seu contextoscio-cultural, incentivando sua fixao nesse meio; estimular a orga-nizao da populao rural e sua participao consciente no desenvol-vimento scio-econmico e cultural da comunidade, valorizando a

melhor utilizao dos recursos disponveis do meio.

Ensino Suplet ivo: oferecido por quatro escolas no turno da noite,tendo como objetivo oferecer oportunidades de estudo formal maisacelerado aos adolescentes e adultos, que se encontram fora da faixaetria do ensino regular.

Ensino Profissional: oferta para adolescentes, regularmente ma-triculados nas escolas municipais, a oportunidade de profissionalizao,

incentivando-se a permanncia do aluno na escola regular. Os cursosso os seguintes: eletricidade predial e industrial, serralheria, torneariae desenho industrial. Este projeto desenvolvido em parceria com oSENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial e Rede Ferro-viria Federal S/A.

Interveno de Educadores Especiais e Orientadores Educacio-

nais nas Sries Iniciais: os objetivos so ajudar a solucionar problemasde crianas com dificuldades de aprendizagem, socializao e disciplina,favorecendo a permanncia do educando na escola; realizar um trabalho

preventivo e alternativo nas escolas da rede municipal, prevenindo a re-provao e a evaso escolar; sensibilizar os professores do ensino regularpara atuarem na educao integradora, numa perspectiva de escola in-clusiva, proporcionando aos alunos uma escola moderna, democrtica everdadeiramente cidad. O trabalho proposto desenvolvido pelo edu-cador especial como servio de apoio, orientando o professor de classe


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9ou atuando diretamente com o aluno, quando necessrio. O atendi-mento realizado em parceria entre o educador especial, professor declasse regular, orientador educacional e supervisor pedaggico. Esta par-ceria aspecto relevante para a efetivao do trabalho, pois atravs daao profissional conjunta que se proporciona uma melhor compreen-so das caractersticas dos alunos, evitando que crianas com potencialnormal, tornem-se futuros deficientes funcionais.

Projet o Escola de Canoagem: realizado juntamente com o ClubeNutico Comercial, tem por objetivo dar aos alunos das escolas muni-

cipais oportunidades de prtica esportiva e conscientizao ambiental.Em julho de 1998, eram 16 adolescentes inscritos neste projeto. Essesadolescentes encontravam-se em rota de evaso escolar e alguns apre-sentavam problemas comportamentais.

Projeto Evaso X Mdia: trata-se do intercmbio entre os meios

de comunicao de Santa Maria e a Secretaria Municipal da Educa-o, com o fim de divulgar o trabalho de combate evaso escolar.Duas vezes ao ms, a coordenadora do Projeto Combatendo a Eva-

so Escolar participa do programa Espao Aberto da Rdio Imembu,atravs do qual divulga o projeto, esclarecendo a comunidade sobresua importncia.

Projeto Evaso Esporte: objetiva incentivar a criana e o adoles-cente a praticar atividades esportivas, integrando todas as escolas darede municipal atravs da realizao de campeonatos.

Projeto O Jud como Prtica Educativa: realizado em parceriacom a Universidade Federal de Santa Maria, tendo por objetivo intro-

duzir o estudo e a prtica do jud educativo nas escolas municipais.

Projet o Capoeira na Comunidade: objetiva propiciar maior co-nhecimento da cultura brasileira e estimular o esprito de grupo e acooperao, a lealdade e o r espeito pelos semelhantes. realizado emparceria com a Universidade Federal de Santa Maria.


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10 A Dana na Const ruo de um Novo Amanh:projeto que obje-tiva dar oportunidade a crianas e adolescentes das camadas menosfavorecidas de vivenciar a arte do bal clssico. Projeto executado emparceria com a Royale Escola de Dana e Integrao Social, entidadecivil sem fins lucrativos. Atendia em julho de 1998 60 crianas e ado-lescentes de 5 escolas municipais, oferecendo, alm de aulas de bal,apoio psico-pedaggico e oficina de leitura, visando estimular o bomrendimento escolar atravs da msica, da literatura e da dana. A pr-tica do bal clssico a base para todas as outras danas, e alm doexerccio fsico promove o desenvolvimento do raciocnio, da discipli-

na, do ritmo musical, da postura correta e da socializao.

Projet o A Escola Canta : desenvolvido em 12 escolas. Para par-ticipar do projeto, os alunos devem estar matriculados e apresentarfreqncia regular nas respectivas escolas, onde um professor respon-svel coordena os ensaios sob a orientao de uma regente de corais.

Iniciou-se em maro de 1998, quando foram formados os trs primei-ros corais. Em junho de 1998, por ocasio do II Congresso Internaci-onal de Educao Infantil do Mercosul/OMEP, esses grupos tiveram

a oportunidade de realizar apresentao aberta comunidade de San-ta Maria. Objetiva resgatar a msica em sala de aula, bem como aformao de grupos de msica em cada escola, proporcionando ao edu-cando o desenvolvimento da cultura, a sensibilidade pela msica, bemcomo favorecer o desenvolvimento do senso rtmico, da sensibilidadeauditiva, estimulando a socializao e a auto-estima.

Grupos de Apoio Pedaggico nas Diferentes reas de Conhecimen-

t o: os grupos, formados por professores reunidos por rea de conhecimen-to, promovem reunies semanais ou quinzenais, de acordo com a disponi-

bilidade de horrios. Foram organizados em funo da necessidade departicipao direta dos professores na proposta de trabalho da secretaria.Os grupos estudam e discutem questes de cada rea; estabelecem estra-tgias de ao para os encontros com os demais professores da rede, eparticipam do assessoramento s escolas. Esses professores multiplicamexperincias e idias, atualizando e renovando os conhecimentos.


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11Convnio FUNDAE : convnio firmado entre Prefeitura de SantaMaria e Fundao Educacional e Cultural para o Desenvolvimento eAperfeioamento da Educao e Cultura, visando atender alunosdo primeiro grau incompleto com direcionamento para as atividadesdas reas agropecuria e agro-industrial.

Oramento anual, sustent abilidade e f orma degerenciamento do projeto

De acordo com informaes da Prefeitura de Santa Maria, o Pro-

jeto Combatendo a Evaso Escolar apresenta um gasto estimado emtorno de R$50.000,00 (cinqenta mil reais) anuais, incluindo gastoscom recursos humanos, combustvel, manuteno de veculo, deslo-camento de alunos e material de consumo, tais como: folhas de pa-pel, xerox etc.

O projeto basicamente mantido pela Prefeitura de Santa Maria,

com a participao das seguintes instituies: Universidade Federalde Santa Maria, Conselho Tutelar, Vara da Infncia e Juventude, Clu-be Nutico Comercial de Santa Maria, Royale Escola de Dana eIntegrao Social, SESI, FUNDAE etc. Por seu custo baixo e composi-

o da Rede de Atendimento em parceria com outras entidades, acre-dita-se que o Projeto Combatendo a Evaso Escolar sustentvel.

Verifica-se forte comprometimento do Executivo municipal como projeto, bem como do Conselho Tutelar e a Vara da Infncia e

Juventude de Santa Maria. As aes so articuladas e implementadasde forma coerente pelos diversos atores envolvidos, sendo que opapel principal foi assumido pela Secretaria da Educao, que exe-cuta as aes diretas de acompanhamento e resgate dos casos deevaso escolar.

Aspectos de inovao do projeto

O Projeto Combatendo a Evaso Escolar de Santa Maria apresen-ta como inovaes a designao de um profissional especializado, es-pecfico para acompanhar e combater a evaso escolar; a parceria comos Conselhos Tutelares e a Vara da Infncia e Juventude de Santa Ma-


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12 ria; ao junto s famlias, bem como a complementariedade da redede projetos educacionais voltados ao combate evaso escolar.Destaca-se a implantao e funcionamento da Rede Integrada de

Atendimento Escolar, que objetiva desenvolver o aluno em seus aspec-tos: cognitivo, esportivo, artstico, profissional e social.

As crianas e os adolescentes que apresentam risco de evaso esco-lar so prontamente acompanhados por todos os educadores envolvi-dos e comprometidos com o ensino-aprendizagem. O discente inse-rido imediatamente em um dos projetos da rede, conforme as caracte-rsticas da deficincia cognitiva ou social apresentada.

Existe interao constante entre os diversos projetos da rede, comtrocas de informaes a respeito da evoluo do aluno com o intuitode um acompanhamento integral.

Resultados obser vados

No ano de sua implantao (1997), o projeto conseguiu reduzir ondice de evaso escolar de 4,02% para 1,35%, e no ano de 1998, de1,35% para zero, conforme o seguinte quadro:

QUADRO N. 3

ANO MATRCULA N. DE ALUNOS PERCENTUALGERAL EVADIDOS DE EVASO

1992 16.939 992 5,85%

1993 15.331 683 4,45%

1994 18.482 907 4,90%

1995 17.420 704 4,04%

1996 16.480 640 4,02%

1997 17.471 235 1,35%1998 16.748 0 0%

FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA

Assim, os objetivos iniciais do projeto foram alcanados, buscan-do-se agora a manuteno do ndice zero de evaso escolar, atravs doacompanhamento constante dos alunos utilizando um sistema de in-formao eficiente.

O interesse dos alunos significativo nas atividades oferecidaspela rede de atendimento. Destaca-se o depoimento de um aluno


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13que estava em vias de tornar-se um adolescente evadido e foi inse-rido no Projeto Escola de Canoagem: antes de entrar na escola decanoagem, eu andava em ms companhias, e faltava muito na escola,

mas agora, s penso em treinar, e como no posso treinar aqui se no

for escola, no falto mais.

Na escola da FUNDAE, em conversa com um adolescente, esteafirmou: venho todos os dias a essa escola e fico muito triste nos finaisde semana e frias porque no posso vir. Aqui, eu cuido da horta e apren-

do marcenaria. Sinto-me importante como um trabalhador.

ConclusesO Projeto Combatendo a Evaso Escolar impressiona pelo impac-

to que gerou na questo da evaso escolar em curto espao de tempo.Os resultados deixam claro que sua eficcia se deve principalmente aoempenho da Secretaria de Educao em equacionar o problema.

Em menos de dois anos, a evaso escolar baixou de cerca de 4,02%a 0, com um gasto anual que pode ser considerado baixo diante doretorno social alcanado.

Ressalta-se a importncia da rede de atendimento proporcionada

aos adolescentes com atividades voltadas ao esporte, lazer, preparaoao trabalho, contato com a natureza, competio sadia e educativa eacima tudo incentivadoras da auto-estima dos educandos.

O Projeto Combatendo a Evaso Escolar revela que um projetoefetivo necessita ser inovador, ter comprometimento, ter ousadia ecredibilidade da comunidade.

Esse projeto demonstra que possvel alcanar resultados alta-mente positivos, com recursos bem utilizados, que refletem melhoriasefetivas na qualidade de vida de uma sociedade.

Demonstra que, com a parceria entre o poder pblico e a socieda-de civil, possvel transformar qualitativamente a vida de indivduosque j estavam sem expectativas de ter um direito bsico garantido, odireito educao.

Acima de tudo, esse projeto privilegia a modificao da relaohomem / conhecimento, como um meio de modificar as relaes en-


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14 tre os seres humanos. Iniciando-se pela conseqncia (a evaso), bus-ca-se agora a ruptura com todos os fatores que desencadearam o pro-blema. A proposta uma verdadeira opo poltico-pedaggica, e noapenas didtica, dentro de uma concepo de educao como um pro-cesso em que o sujeito constri a histria ao construir sua prpria iden-tidade. Percebe-se que para isso a escola foi convertida em um espaoprivilegiado para o exerccio da cidadania. E cidadania justamenteuma insero concreta, verdadeira, fundamentada do sujeito no mun-do. o prprio direito de participar da construo do mundo.

16 - combate a evasao escolar

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