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16º Encontro Estadual da RENAST
Maria Dionísia do Amaral DiasDeptº de Saúde Pública
16º Encontro Estadual da RENASTAgosto de 2012São Paulo - SP
unesp
“Um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância
Saúde do Trabalhador Saúde do Trabalhador
através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteçãopromoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à
recuperação e reabilitaçãorecuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de
trabalho.” (Lei Orgânica de Saúde, art. 6º)
“Caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivoindividual e coletivo, que abrange a promoção e a proteçãopromoção e a proteção da saúde, abrange a promoção e a proteçãopromoção e a proteção da saúde, a prevençãoprevenção de agravos, o diagnósticodiagnóstico, o tratamentotratamento, a reabilitaçãoreabilitação, redução de redução de danosdanos e a manutençãomanutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção atenção
integral que impacte na situação de saúdeintegral que impacte na situação de saúde e integral que impacte na situação de saúdeintegral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoasautonomia das pessoas e nos determinantesdeterminantes
e condicionantescondicionantes de saúde das coletividades.”
(Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica)
�revolução no modelo �envolve pelo menos três dimensões: φ a do sujeito: o ser humano único e integral – nem cindido em corpo/mente ou em sistemas e aparelhos, nem visto como a doença;
φ a da atenção:diversas ações que devem abranger a promoção, a proteção e a recuperação da saúde;
φ a do sistema: para alcançar a atenção integral deve φ a do sistema: para alcançar a atenção integral deve estar organizado em rede na qual os diversos níveis de atenção se complementam.
Incorporação da dimensão trabalho no processo
de cuidado, considerando-o como:
Cuidado IntegralCuidado Integral
de cuidado, considerando-o como:
� elemento estruturante da vida das pessoas
� determinante do processo saúde-doença
�Desenvolver ações de Saúde do Trabalhador
na APS
O cuidado integral, numa prática de clínica
ampliada e gestão participativa, além de
favorecer a inclusão de aspectos importantes favorecer a inclusão de aspectos importantes
da Saúde do Trabalhador no cuidado,
também poderá ser fonte de maior
satisfação aos profissionais, portanto,
elemento protetor de suas saúdes.
Possibilidades técnico-científicas e também afetivas dos profissionais de
saúde, as quais se vinculam aos
Situação de TrabalhoSituação de Trabalho
também afetivas dos profissionais de saúde, as quais se vinculam aos
modelos e posturas da gestão local na Saúde e às condições de trabalho que
esta propicia.
�Condições coletivas para desenvolver o CUIDADO INTEGRAL.
φST responsabilidade do SUSφExige envolvimento de toda rede de saúde e ações intersetoriais
Concepções e Estratégias Concepções e Estratégias
ações intersetoriaisφDiversas e diversificadas estratégiasφValorização do saber e do fazer das equipes da APS
φParticipação dos trabalhadores φParticipação dos trabalhadores (usuários e saúde)φGestão Colegiada na SMS
φEducação Permanente em ST
φApoio Matricial φEducação em saúde, φEducação em saúde, visando levar à população e aos trabalhadores as informações e o debate da relação saúde-trabalho
φVigilância em saúde do trabalhador
φAssistência ao trabalhadorφAssistência ao trabalhador
Portaria 1823, 23 de agosto de 2012 Portaria 1823, 23 de agosto de 2012 Portaria 1823, 23 de agosto de 2012 Portaria 1823, 23 de agosto de 2012 Portaria 1823, 23 de agosto de 2012 Portaria 1823, 23 de agosto de 2012 Portaria 1823, 23 de agosto de 2012 Portaria 1823, 23 de agosto de 2012 –––––––– Política Nacional de STPolítica Nacional de STPolítica Nacional de STPolítica Nacional de STPolítica Nacional de STPolítica Nacional de STPolítica Nacional de STPolítica Nacional de ST
Art. 9º São estratégias da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Art. 9º São estratégias da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Art. 9º São estratégias da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Art. 9º São estratégias da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Art. 9º São estratégias da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Art. 9º São estratégias da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Art. 9º São estratégias da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Art. 9º São estratégias da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da TrabalhadoraTrabalhadoraTrabalhadoraTrabalhadoraTrabalhadoraTrabalhadoraTrabalhadoraTrabalhadora:
III – estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) no contexto da Rede de Atenção à SaúdeTrabalhador (RENAST) no contexto da Rede de Atenção à SaúdeTrabalhador (RENAST) no contexto da Rede de Atenção à SaúdeTrabalhador (RENAST) no contexto da Rede de Atenção à Saúde, o que pressupõe: pressupõe:
� a) ações de Saúde do Trabalhador junto à atenção primária em saúdea) ações de Saúde do Trabalhador junto à atenção primária em saúdea) ações de Saúde do Trabalhador junto à atenção primária em saúdea) ações de Saúde do Trabalhador junto à atenção primária em saúde:
� 1. reconhecimento e mapeamento das atividades produtivas no território;
� 2. reconhecimento e identificação da população trabalhadora e seu perfilsócio ocupacional no território;
� 3. reconhecimento e identificação dos potenciais riscos e impactos (perfil de morbi-mortalidade) à saúde dos trabalhadores, das comunidades e ao meio ambiente, advindos das atividades produtivas no território;
� 4. identificação da rede de apoio social aos trabalhadores no território;� 4. identificação da rede de apoio social aos trabalhadores no território;
� 5. inclusão, dentre as prioridades de maior vulnerabilidade em saúde do trabalhador, das seguintes situações: chefe da família desempregado ou subempregado, crianças e adolescentes trabalhando, gestantes ou nutrizes trabalhando, algum membro da família portador de algum agravo à saúde relacionado com o trabalho (acidente ou doença) e presença de atividades produtivas no domicílio;
� 6. identificação e registro da situação de trabalho, da ocupação e do ramo de atividade econômica dos usuários das unidades e serviços de atenção primária em saúde;
� 7. suspeita e ou identificação da relação entre o trabalho e o problema de saúdeapresentado pelo usuário, para fins de diagnóstico e notificação dos agravos relacionados ao trabalho;
� 8. notificação dos agravos relacionados ao trabalho no Sinan e no SIAB e, emissão de relatórios e atestados médicos, incluindo o laudo de exame médico emissão de relatórios e atestados médicos, incluindo o laudo de exame médico da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), nos casos pertinentes;
� 9. subsídio à definição da rede de referência e contra referência e estabelecimento dos fluxos e instrumentos para os encaminhamentos necessários;
� 10. articulação com as equipes técnicas e os CEREST sempre que necessário, para a prestação de retaguarda técnica especializada, considerando seu papel no apoio matricial a toda rede SUS;
� 11. definição e implantação de condutas e manejo assistenciais, de promoção e de vigilância em saúde do trabalhador, mediante a aplicação de protocolos, de de vigilância em saúde do trabalhador, mediante a aplicação de protocolos, de linhas de cuidado e de projetos terapêuticos para os agravos, e de linhas guias para a vigilância de situações de riscos relacionados ao trabalho;
� 12. incorporação de conteúdos de saúde do trabalhador nas estratégias de capacitação e de educação permanente para as equipes da atenção primária em saúde;
Tem que atuar como apoio permanente para a APS!
Centro de Referência Centro de Referência
permanente para a APS!
φEducação Permanente φEducação em Saúde – trabalhadores, conselheiros de saúde, dirigentes sindicais
φApoio matricial às equipes das USFφApoio matricial às equipes das USF
φApoio matricial às vigilâncias
relações de parcerias e coresponsabilidades entre as equipes de saúde
Integralidade do cuidado depende Integralidade do cuidado depende da integração do Sistemada integração do Sistema
entre as equipes de saúde
Mas... integração Cerest e APS não ocorre espontaneamente ou por medidas normativas:
φmuito trabalho, φ enfrentamento de resistências e conflitos, φ enfrentamento de resistências e conflitos, φ construção compartilhada do cuidado ao trabalhador, φ valorização dos vários saberes e sujeitos envolvidos na atenção à saúde
O protagonismo dos trabalhadores é decisivoO protagonismo dos trabalhadores é decisivo
A equipe de Atenção Primária, para cumprir o seu papel, necessita do apoio permanente de equipes
A experiência indica ...A experiência indica ...
especializadas, que atuem não somente como serviço de referência que recebe o doente e o trata isoladamente, mas que operem de forma articulada, partilhando o cuidado ao usuário e dando subsídios para a ampliação do repertório dando subsídios para a ampliação do repertório de cuidados das equipes de atenção básica.
Uma Pesquisa
Resultados iniciais de pesquisa realizada com Resultados iniciais de pesquisa realizada com
profissionais de todas as unidades de saúde
da APS em município de médio porte do
estado de São Paulo.estado de São Paulo.
Questionário respondido por 168 profissionais
(50% total de funcionários da AB) das diversas
categorias de todas as unidades de Atenção
Primária: ◦ 8 UBS
◦ 10 USF ◦ 10 USF
� Percepção da relação saúde-trabalho◦ identificação de queixas/sintomas como
relacionados ao trabalho (92%)
◦ interesse no tipo de ocupação do usuário (79%)
� Nas USF revelaram maior conhecimento
do território e população de sua área de
abrangência
� Ações desenvolvidas:
◦Assistência ao trabalhador ����
◦Notificação epidemiológica ����◦Notificação epidemiológica ����
◦ Educação e promoção da saúde ����
◦ Prevenção de AT e Doenças do
trabalho ����trabalho ����
◦ Vigilância em ambientes do trabalho����
... profissionais da saúde na APS
percebem o trabalho como
determinante do processo determinante do processo
saúde/doença e desenvolvem algumas
atividades de ST nas unidades de
saúde do município. saúde do município.
Dificuldades / necessidades para implantar ações de ST na unidade:ações de ST na unidade:◦ Dificuldades
• 42% questões do Sistema de Saúde/Gestão• 32% a formação/capacidade técnica individual• 7,6% a característica específicas da área de ST◦ Necessidades (classificadas a partir do âmbito de ação)
57% - no Sistema/Gestão• 57% - no Sistema/Gestão• 19% - no Cerest• 6,5% - no próprio serviço
As maiores dificuldades dos trabalhadores da APS quanto ao desenvolvimento de ações de APS quanto ao desenvolvimento de ações de ST não estão vinculadas à falta de percepção da relação existente entre trabalho e saúde. Referem-se a questões das condições de trabalho que eles próprios tenham para trabalho que eles próprios tenham para desenvolver suas atividades de modo mais
abrangente.
A implantação da Saúde do Trabalhador na A implantação da Saúde do Trabalhador na APS deverá considerar os trabalhadores de APS deverá considerar os trabalhadores de
saúde e seu trabalho:saúde e seu trabalho:φCompreender os processos e organização do φCompreender os processos e organização do
seu trabalhoφContribuir para o desenvolvimento da
emancipação desses sujeitosφContribuir para transformações nas φContribuir para transformações nas condições objetivas e subjetivas de
trabalho.
Contribuir para transformações processos de trabalho na SAÚDE
φDa gestão na saúde
O grande desafioO grande desafio
φDa gestão na saúde φDa atenção na APS
φDas vigilâncias φDa ST
para além de modelos, protocolos e conceitos para além de modelos, protocolos e conceitos preconcebidos, que operam como trabalho prescrito, mas não bastam para melhorar a qualidade do cuidado, rumo à integralidade.
"Há um tempo em que é preciso abandonar as
roupas usadas que já têm a forma do nosso
Fernando PessoaFernando Pessoa
roupas usadas que já têm a forma do nosso
corpo e esquecer os nossos caminhos, que nos
levam sempre aos mesmos lugares...
É o tempo da travessia; e se não ousarmos
fazê-la, teremos ficado, para sempre, à fazê-la, teremos ficado, para sempre, à
margem de nós mesmos."