1957 - estudos de sociologia e história

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Texto de FHC de 1957. Resenha interessante,

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  • )24

    UMMQND - AUCUSTO BaAL - FERNANDO HENRIQUE CARDOSOFLORESTAN FtRNANDES

    --

    [' multo oportuna a reediAo dOIdoil ensaio. de i:mlle DuriUJelm. con-tidol nute volume. O primeiro fila-lei. "A Contrlbullo de Montes-quieu Constituilo d. Clencil So-cial" (01 redl.ldo e publlcldo em 1.-tim. em 1892. como a "pequena tele" de Durkheim. O se.undo. "OContrato Social de Rousseau", foi es-crito eom base em um cur.o que havi. dado e que foi publicado, POltU-mamente. em 1918. Armand CuvUllertflc1udu o texto latino do primeiroensaio e enriqueceu o. dali peque-nOI e'ludos com notai on.lnalCom \110. prestou enorme .ervloaoa e.tudlolOI da formalo da .0-eloio,I.. em particular aOl que leInteressam 'Pelas contrlbul6el donotavcl .oclologo franch. cuja obraexerceu Irande lnfluencla no de-.envolvlmento conlempoflneo deuadisciplina clentilica.

    Durkheim sempre COlUiderou Montesquleu como o principal precun-lor da sociolOA:la no pensamento mo-derno. O leu en.alo, no entanto.tinha em ..-lIta doia objetivo. eltra-te,icOI que. em leu entender, po-diam ier alcanados mediante areinterpretaio das idias do celebreinveltlgador I' pensador (rancl. Oprlmriro con'iatia em demon.trarque a lodologia couUtuia um pro-duto por lulm d..I%er natural do peD-I.mento fUoso[ico moderno. nas con-di6es em que ele se desen"olveu DaFrana. Isso tinba a lua importa0-d . para atenuJlr ou destruir as opo-.llSe. i IOclolo,la, que nuelam 'e-ja da conviAo de que ela leria umaciencla "a1eml" ou "inglela", .ejadas de.eollfianal 1JUl;_.do acentuadamente "fiIolofica"atra.la contra a 10eloloJia. por eau-la da pretenso dOI locloloea. deaplic.r o ponto de vl.rt. cientifico ,JnterpretaJo dOol aspectol aoclala davida human.. O ...,undo, escolherum autor. cuja obra possuJs:se IUn_ciente conlistencll empirlca a meto-dolo.ica, que permitisse p6r em re-levo OI princlpaLa earacterel di anaIIse clentlllca dOI (enomenos aoclaLa.No conjunto. em eonsequencla, o ensaio , menos Importante como ba-laDo ri.l"oro.amente conIJnado dopensamento de JoIontesquieu. qUI co-mo prlmelra verdo aistematica d..Idlu de Durkheim. a respeito do 01>jeto e dOI metodOI da lodolo.la co-mo c1encla. 1$10 lhe confere, natu-ralmente. uma slgnificalo excepio-nal, como in.trumento pari o eatu_do da formal0 das prlnclpall no-fliel que irilm ler defendidas ou Te-fundid.. em "A DlviaJo do TrabaI.hoSocial". ..AJ Re,ral do Mtodo So-clolollco" e em outra. obrai deDurkheim.

    O estudo loj)re "O Contrato 50-ti.I" , di,no ba mestria academica'lIe Durkhelm. P'rtindo diretamenteda constatalo de que "o lltado deniturnl nlo , como I. disse Ilgu-mu vezes, o eatado em que o ho-mem SI! encontra Intel da Institui_do du .ociedade.", procura demons-trar que a. rdlexl'iel de Rouueaucoloc.m problemal elpecllicamentepsicololllcos. Semelhante ('oioclllodo tema abria perspedlv.. constru-tlvllll tanto para o exame da .ilnifi_cao mctodologlca das IndagalSe.de Rousseau, quanto para a dilcu.a-do de impl1calSel essenclals da pro-prla teoria de Durkhehn lobre Icoe reJo locial, particularmente dOIproblem.. relativo. ao. requJaJ.to.biop.iqulcol di vida loclal orlanin-da e da Jnteralo entre a vontadeindividuai e .. expreu6e. dlnamic..do querer comum ou coletivo. E'deste an.ulo que o enlaio parece.preaentu maior intereue lO' eltu-dloao. de su. obra.

    Em 'uma. ambol o. ensalol POI-suem dupla aianlllcaio. Da um la-do. revelam como Durkheim .empl'.ll.e mantinlla Itento il ralze. Intelec-tll.ll de 'eu proprio pensamento. O-olltro. mdicam ('omo ele punha .....analiles sobre a formao d. aocio-loela a aervico da soluA0 dos pro-blemal nOVOI, que ele Unha de en_frentar seja na rea da inve'tiI'aloempirlca, seja na esferl da ajltema_t1uJo teorica. Por essas raz6el, OIdoia enllios pouuem plena atualida-de para o. eltudioSOI de lUas tec-mc.. de tr.balho e do. resultados aqlll elu o conduzir.m. F. F.

    la organ17.ou para a exportaeio e onde, portanto. o senhor e o coronelaparecem na. fonte. ('orno OI "in.-trumentol" da mltoria. Sem !legaro p.pel de tala pUlon.,.en.. a Ina-IIle da formado e da or,.anlsaloda e.trutura de poder noutr artUdo Br.sil levanOI a compreender Iitun6e. do poder central de manelra menOI mecanica, mesmo em 4Po-cal historilmente recuadal. e I con_ceber o proce550 de dominaAo e.ua organilao de forro.. m.L! com-plexa. F.H.C.

    Doc.63

    tmill Durkhlim. MONTESQUIEU ETROUSSiAU. ,.ItICURSlURI Di LASOCIOL.OGIE. Introdul. de Geor-.el Du'''' Llbralrle Mareei RI"I.""et CII., "'rls, 19U, rudilo I car,.di Arm.nd Cuvlliier. 200 pall.

    delorganiundo a vida social dOI mo.radores locai I. Na se,unda parte.Eunice Ribeiro analisa o mecanil'mode difuso de uma nova crena no,rupo. o Adventl.mo da Prome....e 0$ componente, ticosreli..IOloldessa crenl face ao. ~o catoliciamo(antiga rellgllo dOI eonvenos). pro-curlndo ressaltar que havia nell al-guns "a10rel capazes de pollrlzar aconduta dos ~rentcs por ~au.a da si-militude ocasional entre as formasde comportamcnto par eles sugeri-das e as condiel reais de exiltencia social agora vi,cntes no grupo.Na terceira parte Carolinl MartUI-ce!li, utillzando'Ie de teenleu moder-nas de Ivaliaio da personalidade,faz o estudo pslcolo,lco dO' atore.do drama do Catul procurando mostrar: 1) como o delequl1ibrlo da or-.nniuo socloeconomlca se refletlu na or,anlzalo do campo p!JIco-lo.ico. e IS con.'lequenclu delle fatona percepo da litualo pelos agentes soclall; 2) quais .. caracterl.ticu pllcolo,leas Indlvldu.1s do. com-ponentes Ao ,rupo. PlrI concluir qUI"0 e.tudo pslcolo,Ico indica .er I!Iteum grupo de pessoll .em controleiadequadoa que. num campo pobre-mente eltruturado e diante da lor.te prcsslio do melo (no sentido dereajustamento). nAo conseguem ultra-paliar os fatorei derivados do campo e apresentam comportamentos queconsideramos completamente InormllIs" (pig. 117>.

    Apesar da base empiriell. re!lU"a-mente ampla lbre que f'e "'Ientam11' .eneraliza6ell e a. InaUae. delSapellQuisa, alguma. delu anumem ocarater exploratorio. como bem ad

    ver~ C. M.rtuselli Cp. 85) e filohlpoteses provi.orlas, enquanto queoutral lia hlpotesel Id hoc. eniopropriamente: ruult.dol cientlliCI-mente verilicado. Ao lado disso, osmeritol de lieriedade e IntellUnclacom Que a litualoproblema loi de.-crita liob~pujam as eventua Ja-cunas.

    O trabalho sobre TJlmbau , decarater IOciologico_ Permitiu, entre-unto, i propria autora levantar po..termrmentr(~lnU'Cdlleiod. Pl'e'-liente volume) hlpoteael maU. li.ni-ficaUvas .obre ai formal e ai fun-el do catollcllmo brasUeiro. emtermOl da eJ:iatencll de rell6e. decontinuidade entre .1 pratlCII reU-.1011. urbana. e .. rurais, havendoapenu dilerenas de ,.rau entre arelil"io concebida como devalo (con.cepJo urbana) e a reU,ilo eonce-bida como instrumento que o homemmanipula (concepl0 ru.Hca). Emdetennlnadol momentol de exarceb.-o di f coleUva, como em Tam-bau. coexlatem IS duas conceplSes darelil"io de W maneira que le tornaposslve1 que 01 eomponlnte. urbanole os ruuil d. f e do cerimonial'e orlanizem em arranjol especUIOIe historicamente variave!I, .em a.exduir mutuamente.

    Finalmente, o ultimo trabalho dovolume. tambm de autoria de M. J. P.Queiroz, um enlaio historlCO-loclalonde inventariado o procello deordenaJo das rel.6e. de poder noBrasil. AI formas de dominllo dovista. em cone:do com ai formud. erganlzaJo da locledade. rell.l-tando-se que numa locledade em que estrutura social tem como n\l.Cleobaslco a (amilla patriarcal. o Podcrse organiza como Je,ltlmalio do dominio faroUla!. e se articul. a partirda area na qual le inscrevem os ~_teressel economlcOI do grupo domes-tico: a comarca ou o munldplo. onde.Ire localiza. propriedade rural. Sobreesta base .e levanta plramlde doPoder, em cujo iplce (nas clpltai,e na sede nacional) OI fundonarlo."gero como mandatarlo. do chefe lo-caI. A autora hislorla a dln.mlcadeste siltema de doll polol- poderloa} e poder central _ que conl'tituem 11I peas (undamenlail do jo-110 da poliUca nacional. mostr'ndoque um deles. o poder local. tem li-do a fonte efetlva de preatl,io edominalo no BrulJ.

    Nos limite. dessa resenha nJio se-ria possivel di$cutir o presente en.I;lio maJJ: amplamente como ele me-receria por cawa da importancla dostemas que dLacute e d' Jnte.ridade('ritlca que revel... Queremo. re,is-trar apenai que apesar de que noproprio texto eJ:iltam dado. que li-cariam me..lhor compreendidos, se aA. utillzasH OI recursos do metododialetico para I anal!!e do jo.o defor.. opa.tal em Inleral. na e.-trutura de domJnaio vil:ente noBrasil, parece-nOI que o trabalho se

    re~nte exatamente da falta de ul!_lizao delsa perlpectiva de inter-pretativa. Alm disso. o papel dopoder central fica minimlu.do peladocumentaio diacutlda que se rete-re s areas do Brasil cuja economia

    SOCIOLOGIA

    A edIlora Anhambi reuniu neltevofume tr! lrabaJhOI que haviam .ido dlvulladoa antel iloladamente.Doil deles referem-. a anaUaea diformu de comportamento rellllosoe a manlIeatalSe. de relJ.lol1dadaem determinado. momentos crlticoldas reIac;l'iel entre o homem a o .a-grado em comunidade. bra.llelras("A Aparh;lo do Demonlo no Catu-l" e "Tambau. Cldadl do. Mila-gres"). O outro analll'a a dlnamicado funcionamento e de allu1l1 ai-pecto. eltruturais di' 'formu dedominllJo vlgentel no Brasil desdeo periodo colonial at6 nOIlOI diasC"Mandonlamo Locai na Vida PoliU-ca Brasileira").

    No trabalho s6bre o CatuJ nUlmpllclta a hlpote5' levantada naIntrodulo de Maria I. P. Queiroz.cnde o. momento. de efenescenclado comportamento reUgloso sio visto. como (ante de reelabono dasforma. de Iju.tlmento .ocial, atravsdI! crises de rell.iosidade que de-If'neadei.m (orm.. de intentA0 tf-picas de cOndutu coletivu inovado-ras. O comportamento reIlJio60 ,analisado. pol.. elU interd4pendenciafuncionai com as formas de or,l[a-nizaclo .ocial vl..enle. no ,rupo In-clusivo.

    'E5t. trabalho ..ti expo5.illvamentedividido em lres partes: a primeln,de: autorIa de Carlo Cutaldi. estudaas anti.u form.. de or,anua1o s0-cial prevaleceDtes na regilo de Mi-na5. onde se localiza o Catulf, eu tran.forma6es que o impacto dapenetndo de (orm.. capltali.ta. ouparacapltalluu de or.anizatlo da vi-d. economica provoolL naquela arei.

    bm m~nireIU.f'. do ilUilnlo tea-tral.

    "A arte teatral f pr-eltetica",conclui Eyrelno\', "porque I Ir.ns-formllo. qUI IUI fJllencla, maiS primitiva. mais fleil de rrali-zar do que I formlcio. que e

    e5~nci. das arte. eSlelh~il$".De onde Juriliratn esse. conceilos

    de arte de form'Cio ou trln,farm.dos o proprlo E\'reinov poderia expllcaro la1ve'l num doi 40 volume. que11 Jntroduao afirma ter ele eur!-lO .sobre teoria e rcallulo dumaIIc3. Pan'ceme claro que toda arteCOI1.iSle nwna transformaco Ilmbo-liel da realidade !cl1sivel: esta

    tr~nsrormilda num simbola capaz derecriar no espectador emoco ori-linal sentlda pelo artisla diante darealidade. E creio lI('r Uln despropo-sito considcrar Inltintlva el!'a trans-formao Ilmbolica da realidade .ensivd que , a um tempo. a verdadelra eneneia da daboraAo "ftetica e do proee!!o do penlamento. eRundo Suuone Langer, que tio bemanallu o problema em seu livro"Phl1olophy in a New Key".

    Allb. qUlSe toelo. o. exemplo. ci-ladol por Evrelnov, e ,polado. porl'ientlltas como Charles Darwln, aAo,no entanto. Improprio. ou InapliclI'vell i lua tue. Quando OI .elva-j(en. d,nam em torno do fogo, tam-bm pintam o ro.to e executam mo-vimentol coreOjlrafiCOI. Seriam a dan-a e a pIntura duas artes Igualmcn-te pt'esteUc..~ E .e rldlculo h-IlIr da e.teUca de um lelva,em, CO-mo Imprudentemente afirma Evrei-nov, em relalo ao teatro. porqueno .erla i,ualmente rldlculo em re-lao i pintura ou i dana? E porque chama Evreinov de in.tlnto tea-tral a uma .infonla executada pormacaco.? Nlo le tntarla ante. deum instinto mUSical!

    O ",tUo literarlo de Evreinov padeceainda de um Irremediavel cabotinu_mo. Nio , dlficll encontur aIirma-", como ella: "A ultlfna ence-nao do Inspetor pelo Teatro deArle de Moscou. que antel maldiJ;iaa minha teoria da teatralidade. ins-pU'OW_ uel... L..