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1. Como surge o desenvolvimento sustentável?
2. Por que o debate sobre o desenvolvimento sustentável tem repercussões diretas na redefinição da gestão?
3. Quais os principais instrumentos de gestão ambiental?
Carlos R. S. Milani, Cientista politicoEscola de Administração, Universidade Federal da Bahia
Email: [email protected]
Gestão ambiental e desenvolvimento sustentável
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Como surge o conceito?
• Histórico: de meio ambiente a DS• Estocolmo-72: atitude defensiva versus
catastrofismo• PNUMA em 1975• Retomada nos anos 1980: IUCN/World
Conservation Strategy, Convenção de Viena/Protocolo de Montreal, Relatório Brundtland
• Rio-92: no mainstream da Coop. Internatl.
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Como surge o conceito?
• Responsabilidade sincrônica e diacrônica entre as gerações no uso dos recursos naturais
• Princípio da precaução• Equilíbrio no triângulo: econômico, social e
ecológico• Critérios de sustentabilidade (Ignacy Sachs):
social, cultural, ecológico, ambiental, territorial, econômico, político (nacional), político (internacional)
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Seis questões em torno do desenvolvimento sustentável
1 – O individual e o coletivo…
2 - Caráter transnacional…
3 - Necessidade de rever modos de pensar e agir…
4 – A crise da razão…
5 - Necessidade de agir apesar das incertezas…
6 - Divisão das responsabilidades…
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1- O individual e o coletivo
• Tragedy of the Commons (Garret Hardin): a fábula das ovelhas e do pasto
• O comportamento de um tem repercussão sobre o todo
• O resultado destes comportamentos individuais é mais COMPLEXO que o seu simples somatório
• Aplicabilidade da idéia de bem comum?
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2 - Caráter transnacional e trans-escalar
• Fatores tempo e espaço• Espaço: fronteiras• Tempo: solidariedade diacrônica • Interdependência e interconexões• Duas advertências: Ignacy Sachs e o
maldéveloppement, Keneth Boulding e a crise de civilização (divórcio dos saberes solares e lunares)
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3 - Modos de pensar e agir
• Marcos históricos: Revolução do meio ambiente (anos 60), Silent Spring (Rachel Carlson, 1962), consciência política (Limits to Growth, 1972), Movimentos ecológicos, partidos verdes…
• Novos valores coincidem hoje com o limite dos recursos (FINITUDE): acesso a bens e serviços versus população, qualidade de vida versus auto-satisfação… Durning nos pergunta: How much is enough?
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4 – A razão em crise…
• A racionalidade ilimitada em questão: o ser humano como ser complexo (Edgar Morin)… A razão também foi instrumentalizada…
• A secularização enquanto fundamento do progresso é requestionada pelo ressurgimento do « espiritual » e do « religioso » (Héctor Leis)…
• A crise ambiental e ecológica como crise da modernidade (Bruno Latour)…
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5 – Gerir Incertezas
• Como compatibilizar global commons e interesses particulares de curto prazo?
• Que bens? Que mecanismos? Que meios?• Com base em que conhecimento?• Risco de imperialismo científico :
Expertise e Ciência• O consenso científico é fundamental ?• O que nos diz o princípio da precaução?
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6 - Dividir as responsabilidades
• Dividir entre Estados : que coerência no Norte? que coerência no Sul? AGIR globalmente, mas como?
• Algumas respostas : financiamentos adicionais e tecnologias « verdes » …
• Definir as responsabilidades na economia: internalizar custos…
• Propostas da sociedade civil: nova ética no comércio (fair trade), agendas locais de desenvolvimento, agir localmente…
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Desenvolvimento sustentável: como enfrentar os conflitos que surgem?
• A regulação pelo mercado: consumo verde, a responsabilidade ambiental das empresas, a internalização dos custos externos…
• Os Estados: regulamentação doméstica e internacional…
• O controle democrático e o monitoramento pela sociedade civil organizada…
• Perigo da ANOMIA diante do embate excludente e dicotômico entre: representação e participação, resultados (eficiência, produtividade) e processos (história, cultura, modus operandi)…
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Até os anos 70: ocupação lenta;
Anos 90: rápida expansão do turismo e crescimento da atuação de organizações comprometidas com a questão ambiental (LIGAMBIENTE, Ministério Público, etc);
1991: O Governo, através do PRODETUR-BAHIA, procura adotar uma concepção de turismo sustentável;
1992: Criação da APA-LN;
1995: Plano de manejo da APA-LN;
2000: Inauguração da primeira etapa do Projeto Costa do Sauípe com investimento de R$ 250 milhões.
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ATOR OBJETIVO LÓGICA
GOVERNO/EMBASA
Criação de infraestrutura necessária ao desenvolvimento da atividade produtiva do turismo
Geração de emprego e renda; arrecadação de tributos; melhoria da saúde pública da população atendida.
MPZelar pela defesa da ordem jurídica, dos interesses difusos e do regime democrático
Fiscalização do cumprimento da legislação que protege o meio ambiente e os interesses difusos
LIGAMBIENTE
Articular o movimento ambientalista na Bahia e representar os interesses da sociedade civil no CEPRAM
Denúncia e ações pró-ativas contra os danos/crimes ambientais
Atores e lógicas de ação
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ATOR OBJETIVO LÓGICA
CRAFiscalizar, criar ou alterar normas ambientais visando a defesa do meio ambiente.
Garantia do cumprimento, pelos empreendedores, da política de meio ambiente da Bahia através da definição de parâmetros legais.
EmpresasOferecer equipamentos turístico-hoteleiros aos mercados nacional e internacional.
Maximização do retorno sobre o capital investido, repassando o custo da implantação para a sociedade.
Atores e lógicas de ação
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Instrumentos de Gestão Ambiental: Comando-controle, Auto-regulação e Econômicos
• Comando- requisitos ambientais (legislação, licenças, autorizações, padrões de emissão etc.) Controle- (inspeções, notificações, poder de polícia administrativa para garantir cumprimento);
• Auto-regulações: iniciativas voluntárias que não são objetos de regulação governamental. Ex. códigos, normas e outros mecanismos. Influenciadas por mercado, imagem etc.;
• Econômicos: questão ambiental resolvida através de mecanismos de mercado. Ex.: usuário-pagador (taxação sobre o uso dos recursos naturais); poluidor-pagador (encargos pela poluição gerada) e permissões comercializáveis;
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REGULAMENTAÇÃO AMBIENTAL: REGULAMENTAÇÃO AMBIENTAL: ameaça ou oportunidade?ameaça ou oportunidade?
• Ameaça: geradora, exclusivamente, de custos elevados; impactos negativos sobre a produtividade organizacional e o potencial de geração de emprego e riqueza locais.
X• Oportunidade: geradora de maior competitividade e retorno social,
vinculados à adoção de inovação para o seu cumprimento.
® Primeira Percepção: visão de curto prazo e estática sobre a relação entre controle ambiental, competitividade e bem-estar social, fundamentada na noção de vantagem comparativa;
® Segunda Percepção: visão de longo prazo e dinâmica, fundamentada na noção de vantagem competitiva, que depende permanentemente da capacidade de gerar e usar novos fatores produtivos (inovação de produtos, processos e gerenciais).
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REGULAMENTAÇÃO AMBIENTAL: por REGULAMENTAÇÃO AMBIENTAL: por que razão?que razão?
® Criar pressão para motivar as organizações inovarem;® Dotar as organizações de algum tipo de incentivo durante o
período no qual a inovação e os resultados de melhoria na produtividade de recursos ambientais não tenham ainda compensado completamente o custo de adequação;
® Alertar e educar as organizações sobre possíveis ineficiências de recursos e áreas potenciais para melhorias tecnológicas;
® Aumentar a probabilidade de que as inovações nos produtos/serviços e nos processos de produção/operação/gerenciais sejam ambientalmente adequadas;
® Criar demanda por melhorias ambientais até que as organizações sejam capazes de perceber e mensurar as ineficiências;
® Nivelar o campo de batalha, durante o período de transição de soluções ambientais baseadas em inovações, para assegurar que uma organização não possa galgar posições competitivas em relação às outras, sacrificando recursos ambientais.
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GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO AMBIENTALAMBIENTAL
Estratégias formuladas Estratégias formuladas para alcançar um para alcançar um determinado objetivo determinado objetivo organizacional (operacional, organizacional (operacional, negócio ou corporativo) negócio ou corporativo) passam a levar em passam a levar em consideração as demandas consideração as demandas sócio-ambientais dos sócio-ambientais dos stakeholdersstakeholders e vice-versa. e vice-versa.
OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS
DEMANDAS SÓCIO-AMBIENTAIS
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ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS ORGANIZACIONAISORGANIZACIONAIS
REATIVA OFENSIVA INOVATIVA
TIPOLOGIAS
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Cultura: Valores e princípios organizacionais
Estrutura Organizacional: foco na rede de relações de poder que constituem
e reproduzem a organização
Conscientização Sócio-ambiental
Habilidade de Internalizar Externalidades
Capacitação Técnica em Recursos Humanos nas áreas social e ambiental
Recursos Financeiros
Capacitação Tecnológica para Inovações
Percepção das demandas: oportunidades x ameaças
Legislação Ambiental
Custos Ambientais
Mudanças Tecnológicas
Rivalidades na Competição
Imperativo Ecológico
Responsabilidade Social
Reativa
Ofensiva
Inovativa
Guiada por Dispositivos
Legais
Ação Antecipatóri
a
Posição de Liderança e Assimetria
Competitiva
Sobrevivência
Competitividade
Sustentabilidade
ESTRATÉGIASESTRATÉGIASVARIÁVEIS VARIÁVEIS ORGANIZACIONAISORGANIZACIONAIS
DEMANDAS DEMANDAS EXTERNASEXTERNAS
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TIPOLOGIA HIERARQUIA NÍVEL DE INTEGRAÇÃO
PERCEPÇÃO ESTRATÉGIAS
Inovativa Corporativa Gerenciamento estratégico
Alta ameaça e alta oportunidade
Gerir o ciclo de vida do produto;
Adotar princípio da governança organizacional;
Internalizar a questão ambiental como função de toda a organização;
Privilegiar a redução na fonte;
Ofensiva Negócio Planejamento estratégico
Baixa ameaça e alta oportunidade
Cumprir além das leis; Realizar mudanças
incrementais nos processos e produtos;
Formalizar a questão sócio-ambiental como função eminentemente da produção.
Integrar as competências sócio-ambientais com a comercial;
Reativa Funcional “Ad hoc” (“fire fighter”)
Alta ameaça e baixa oportunidade
Cumprir minimamente e de forma relutante as leis;
Gerenciar minimamente os riscos;
Privilegiar o “end of pipe”.
Caracterização das Estratégias Sócio-Ambientais OrganizacionaisCaracterização das Estratégias Sócio-Ambientais Organizacionais