1º relatório do programa de desenvolvimento das comunidades quilombolas do estado de sergipe
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1º Relatório do Programa de Desenvolvimento das Comunidades Quilombolas do Estado de Sergipe, lançado em 20 de novembro de 2012.TRANSCRIPT
1º RELATÓRIO DO PROGRAMANOVEMBRO DE 2012
TRABALHANDO PRA VOCÊTRABALHANDO PRA VOCÊ
GOVERNO DEGOVERNO DE
INCRA
TRABALHANDO PRA VOCÊTRABALHANDO PRA VOCÊ
GOVERNO DEGOVERNO DE
INCRA
GOVERNO DE SERGIPE
GOVERNADOR DO DO ESTADOMARCELO DÉDA CHAGAS
VICE-GOVERNADOR DO DO ESTADOJACKSON BARRETO
COORDENAÇÃO
ELIANE AQUINO CUSTÓDIOSecretária De Estado Da Inclusão, Assistência E Do Desenvolvimento Social
SECRETARIAS
JOSÉ DE OLIVEIRA JUNIORSecretaria de Estado da Administração, Orçamento e Gestão
JOSÉ MACÊDO SOBRALSecretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural
JORGE ALBERTO TELES PRADOSecretaria de Estado da Casa Civil
ELOISA DA SILVA GALDINOSecretaria de Estado da Cultura
MARIA LÚCIA DE OLIVEIRA FALCÓNSecretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano
LUIZ EDUARDO ALVES DE OLIVASecretaria de Estado de Direitos Humanos
BELIVALDO CHAGAS SILVASecretaria de Estado da Educação
VALMOR BARBOSA BEZERRASecretaria de Estado da Infraestrutura e do Desenvolvimento Energético Sustentável
GENIVAL NUNES SILVASecretaria de estado do Meio ambiente e Recursos hídricos
SÍLVIO ALVES DOS SANTOSSecretaria de Estado da Saúde
JOÃO ELOY DE MENEZESSecretaria de Estado da Segurança Pública
JOÃO FRANCISCO DOS SANTOSSecretaria Especial da Articulação Política e das Relações Institucionais
MARIA TELES DOS SANTOSSecretaria Especial de Políticas para as Mulheres
JOSÉ LAURO SEIXAS LIMASecretário de Estado do Trabalho
“Além de garantir seu direito natural à terra, essas
comunidades querem garantir a preservação de valores como ancestralidade e a salvaguarda de suas tradições.”(INCRA)
TRABALHANDO PRA VOCÊTRABALHANDO PRA VOCÊ
GOVERNO DEGOVERNO DE
INCRA
ÍNDICE
Relação do Estado com as Comunidades Quilombolas ............................................ 04
Introdução........................................................................................................................... 07
1. Diagnóstico Global das Comunidades Quilombolas de Sergipe ......................... 09
1.1 Metodologia de Trabalho .......................................................................................... 09
1.2 Exposição do Diagnóstico ........................................................................................ 10
Aspectos Socioeconômicos ........................................................................................... 10
Infraestrutura e Serviços ................................................................................................. 15
2. O Programa .................................................................................................................. 16
Conceito ............................................................................................................................. 16
Objetivos ............................................................................................................................ 16
3. Eixos de Investimentos do Programa ....................................................................... 17
4. Critérios para Investimento.......................................................................................... 18
5. Proposta para Agenda 2013 ...................................................................................... 19
6. Sugestão de Temas para reuniões da UGP Quilombola....................................... 19
Referencias........................................................................................................................ 20
Agradecimentos ................................................................................................................ 21
Equipe Técnica ................................................................................................................. 22
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GOVERNO DEGOVERNO DE
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RELAÇÃO DO ESTADO COM AS COMUNIDADES QUILOMBOLAS
Desde antes da abolição da escravatura, os negros lutavam e reinvidicavam por seus direitos. Uma das formas encontradas para expressar a liberdade, foi a formação de quilombos. Estes perduraram e mantiveram-se em estrutura de comunidade mesmo após a promulgação da Lei Áurea. Após mais de 100 anos da abolição da escravatura, essas comunidades ainda existem. Algumas ainda vivem nos locais onde se instalaram os quilombos de origem. Seus descendentes carregam toda herança histórica, cultural, religiosa, além da culinária e costumes deste povo. Contudo, apesar do acervo herdado, a questão social ainda impera em muitas comunidades, tendo em vista que os conflitos sociais ainda existem, a exemplo do preconceito racial, a disputa de terras com os fazendeiros, exclusão social pela pobreza, dentre outras questões que são de suma importância no debate à cerca da Inclusão Racial e desenvolvimento destas comunidades tradicionais.
A partir de 1988 com a Constituição Federal, a luta e a expressividade do movimento negro tomou corpo, ficando estabelecido que as terras ocupadas pelas comunidades tradicionais seriam definidas como territórios de detentores de direitos.
No Brasil, a questão quilombola começou a ter um tratamento diferenciado a partir de 2003, com a criação da Secretaria de Políticas da Inclusão Racial-SEPPIR,onde são desenvolvidos diversos programas e políticas voltada à população negra. Com isso, o debate e a preocupação com a questão racial inseriu na agenda política do Governo, temas importantes como promoção da igualdade racial, desenvolvimento sustentável nas comunidades tradicionais, combate ao racismo, dentre outras. No mesmo ano, iniciou-se o processo de reconhecimento das comunidades, e com isso a identificação, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por seus ancestrais.
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Em Sergipe, a relação de Estado e Comunidades se deu de forma tardia, visto que as primeiras comunidades só foram reconhecidas legitimamente
pela Fundação Palmares e Pelo INCRA a partir de 2004. De lá para cá, muitas comunidades vinham sendo acompanhadas por empresas estatais
como Emdagro e Pronese, porém, sem ter a ciência da importância quanto à questão quilombola, suas carências, vulnerabilidade e cultura, algo
específico deste povo.O Governo de Sergipe aplicou nas comunidades tradicionais, mais de
R$ 1,5 milhões de reais de 2009 até o ano vigente, seja em projetos produtivos, capacitações, assessoria técnica, construção de cisternas, passagens molhadas e, construção de unidades habitacionais. Para ilustrar, segue uma planilha de alguns dos investimentos aplicados, bem como as comunidades beneficiadas.
Japoatã/Povoado Ladeiras-SE
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Nesse sentido, para que o Governo possa ampliar a Política que está sendo desenvolvida, necessita da construção participativa de um plano de ação junto às principais lideranças quilombolas, para que a partir de 2013 Governo e Comunidades possam elaborar uma Política adequada à realidade, e justa, garantindo dignidade às famílias, bem como a melhoria da qualidade de vida.
Fonte
: P
RO
NE
SE
e S
EID
ES
MUNICÍPIO COMUNIDADE PROJETO/INTERVENÇÃO ORGÃO ANO INVESTIMENTO
Amparo do São
Francisco
Lagoa dos Campinhos/Pov
oado Pontal
PROSPERAR - Aquisição de Tratores e Implementos Agrícolas
PRONESE 2009 88.631,33
Laranjeiras
Mussuca
Núcleo de Inclusão Digital PRONESE 2010 51.784,10 Projeto "Toque, Canto e Dança" - Promoção de Atividades Culturais
PRONESE 2012 57.913,33
Frei Paulo
Catuabo
Construção de 20 cisternas PRONESE 2011 76.388,89 Construção de 18 cisternas PRONESE 2011 76.388,89 Construção de 14 unidades
habitacionais PRONESE 2012 197.777,78
Brejo Grande
Brejão
Aquisição de Equipamentos para apicultura
PRONESE 2011 74.482,67
Aquisição de Equipamentos de pesca
PRONESE 2012 47.826,67
Projeto de Resgate da Identidade do Povo do Brejão dos Negros – Perspectiva do Ser Quilombola Produto: Lançamento da cartilha e vídeo-documentário "Resgate da Identidade do Povo do Brejão dos Negros
Secretaria de Estado da Inclusão e
Desenvolvimento
Social/Ministério do
Desenvolvimento Agrário
2012
110.000,00
Canhoba
Caraíbas
Passagem Molhada PRONESE 2011 73.707,00 Construção de 18 cisternas PRONESE 2012 76.388,89
Construção do Núcleo de Inclusão Digital Comunitário
PRONESE 2012 69.292,08
Cumbe
Forte
Promoção de Atividades Culturais (Oficina de percussão, samba de
côco, dança afro, capoeira, material pedagógico)
PRONESE 2011 63.862,54
Ilha das Flores
Bongue Aquisição de Equipamentos para Pesca
PRONESE 2012 44.200,00
Estancia Porto D' Areia Aquisição de barco de Pesca Motorizado
PRONESE 2012 76.267,44
Japaratuba Patioba Projeto " Patioba Identidade Quilombola"
PRONESE 2012 70.726,80
Poço Redondo
Serra da Guia Promoção de Atividades Culturais PRONESE 2012 83.019,55
Todas as comunidades
Exame Eletroforese que identifica anemia falciforme na população
negra
Secretaria de Estado da
Saúde/Ministéri da Saúde
2011
¹Informação extraída do site da Fundação Cultural Palmares - http://www.palmares.gov.br/quilombola/²Luiz Bomfim – Presidente da Associação Estadual Quilombola, e Robério Manoel da Silva – Coordenador do Comitê Gestor Quilombola.
INTRODUÇÃO
No Brasil existem mais de 1.500 comunidades reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares. Em Sergipe, este quadro é reduzido, contabilizando a existência de 25 comunidades reconhecidas até agosto deste ano. Estas, estão distribuídas nos Territórios da Grande Aracaju (Pontal da Barra, Mussuca, Maloca e Bela Vista), Baixo São Francisco (Lagoa dos Campinhos, Ladeiras, Caraíbas, Bongue, Brejão dos Negros e Santo Antonio da Canafístula), Leste Sergipano (Patioba, Alagamar, Aningas, Pirangi, Terra Dura Coqueiral, Canta Galo), Centro Sul Sergipano (Lagoa do Junco), Sul Sergipano (Curuanhas, Porto d' Areia, Desterro, Luzienses), Médio Sertão Sergipano (Forte), Agreste Central (Catuabo), e Alto Sertão Sergipano (Serra da Guia e Mocambo).
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano – SEDURB teve seu primeiro contato com a questão Quilombola em Junho do ano vigente, quando algumas lideranças do movimento negro reivindicaram ao Governo do Estado um plano para que as Políticas Públicas chegassem de forma efetiva à estas famílias.
Dessa forma, a SEDURB e a SEIDES em parceria com o INCRA iniciou o trabalho de campo que consistiu no levantamento de dados através de entrevistas sociais com as lideranças comunitárias, bem como o levantamento das demandas.
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Através de grupos de trabalho (Planejamento Participativo). Após o levantamento, foram elaborados Diagnósticos Situacionais de cada área visitada, o que permitirá elaborar um plano de ação mais próximo da realidade.
Paralelo ao trabalho de campo realizado, foram articuladas várias reuniões entre Secretarias de Estado, Comunidades e outros Órgãos para firmar parceria para o desenvolvimento do Programa que está sendo elaborado. Abaixo segue um quadro demonstrativo das reuniões realizadas, e eventos dos quais a Secretaria participou:
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Q U A N D O Q U E M O N D E O B J E T IV O J u n h o L u iz B o m fim e
R o b é rio M a n o e l
G a b in e te S E D U R B P ro p o r a o E s ta d o u m p la n o p a ra q u e a s P o lít ic a s P ú b lic a s c h e g a s s e m d e fo rm a e fe tiva à a s fa m ília s Q u ilo m b o la s .
J u n h o T e re za , M a rc o s eE lvo c lé b io ( IN C R A )
C o m u n id a d e s q u ilo m b o la s
1 ª p a rte d a s v is ita s té c n ica s e le va n ta m e n to d e d a d o s ju n to à s c o m u n id a d e s q u ilo m b o la s .
J u lh o S e c re tá r ia L ú c ia F a lc ó n e e q u ip e
A u d itó r io d a S E A G R I E xp o s iç ã o d o D ia g n ó s tic o p re lim in a r d a s C o m u n id a d e s Q u ilo m b o la s , p a ra a s lid e ra n ça s c o m u n itá r ia s .
J u lh o e A g o s to
T e re za , M a rc o s e E lvo c lé b io ( IN C R A )
C o m u n id a d e s q u ilo m b o la s
2 ª p a rte d a s v is ita s té c n ica s e le va n ta m e n to d e d a d o s ju n to à s c o m u n id a d e s q u ilo m b o la s .
A g o s to T e re za eM a rc o s
S E D U R B C o n s o lid a çã o d o s D ia g n ó s tic o s
A g o s to S E D U R B E S E ID E S
S E ID E S S e c re tá r ia e xp õ e o D ia g n ó s tic o p a ra P rim e ira -D a m a . M o m e n to e m q u e f irm a p a rc e ria c o m a S E ID E S p a ra d e se n vo lv im e n to d o P ro g ra m a Q u ilo m b o la s
A g o s to S E D U R B E S E ID E S
S E ID E S R e u n iã o co m S e c re ta r ia s d e G o ve rn o p a ra a p re se n ta çã o d o D ia g n ó s tic o e p ro p o s iç ã o d e p a rc e ria d e s ta s e n tid a d e s p a ra e la b o ra çã o d e p la n o d e a ç ã o p a ra a ç õ e s tra n s ve rs a is .
S e te m b ro S E D U R B E S E ID E S
S E ID E S R e u n iã o co m S e c re ta r ia s d e G o ve rn o p a ra a p re se n ta çã o d o s p la n o s d e tra b a lh o .
S e te m b ro e O u tu b ro
S e c re tá r ia e e q u ip e té cn ic a d a S E D U R B
S E D U R B D e f in iç ã o d e in te rve n ç õ e s e p ro je to s p o r D ire to r ia s /S E D U R B .
N o ve m b ro S E D U R B S E D U R B R e u n iã o co m a S E ID E S p a ra f irm a r a ç õ e s d o P ro g ra m a p a ra a s 5 c o m u n id a d e s Q u ilo m b o la s t itu la d a s .
Fonte: SEDURB
1. DIAGNÓSTICO DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS
1.1 METODOLOGIA DE TRABALHO
Os dados que serão expostos a seguir, são frutos do trabalho de campo realizado pela equipe técnica da SEDURB e do INCRA, de 21 de Junho a 03 de Agosto do ano em curso. A pesquisa foi realizada de forma participativa, de base quali-quantitativa utilizando os seguintes instrumentos:
• Visitas técnicas ‘‘in loco’’ as comunidades Quilombolas reconhecidas no Estado de Sergipe, com registro fotográfico de todas as áreas visitadas;• Aplicação de 52 entrevistas junto às lideranças locais e comunitárias;• Promoção de grupos de trabalho (Planejamento Participativo) objetivando a valorização da comunidade, e levantamento de demandas referentes às demais Políticas Públicas, nos âmbitos municipal, estadual e federal. Estiveram participando destas atividades, 1.079 comunitários quilombolas, que registraram no Planejamento Participativo realizado, as maiores demandas inerentes às suas comunidades.
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1.2 EXPOSIÇÃO DO DIAGNÓSTICO GLOBAL DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE SERGIPE
ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
O Estado de Sergipe apresenta em seu território 25 comunidades reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares, destas destacam-se em maior proporção populacional as comunidades Luzienses (Santa Luzia do Itanhi) com 856 famílias residentes, a Mussuca (Laranjeiras) com 503, o Brejão dos Negros (Brejo Grande) com 486 e a Ladeiras (Japoatã) com 272 famílias. Já as comunidades em menor número de famílias são o Santo Antonio da Canafístula (Propriá) com 12 famílias, Terra Dura Coqueiral (Capela) com 43, Curuanhas (Estância) com 53, e Pirangi (Capela) com 43 famílias.
Em geral, as comunidades Quilombolas em Sergipe estão situadas na zona rural, apresentando como principais atividades econômicas a agricultura, pecuária, extrativismo e pesca artesanal como fontes de subsistência, e em alguns casos o artesanato como fonte de renda e representação da cultura local. Em Sergipe só há duas comunidades situadas na zona urbana, que são a Maloca, em Aracaju, e Porto D'Areia, no município de Estância.
A renda média familiar de cerca de 70% destas famílias quilombolas é em torno de 1 a ½ salário mínimo, complementados muitas vezes com benefícios advindos do Governo Federal, como o Programa Bolsa Família. Para ilustrar estas informações, segue a planilha construída através de dados retirados do site do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome - MDS.
O INCRA oferta cestas básicas de forma eventual às famílias Quilombolas, cerca de 20% das comunidades recebem o benefício.
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MUNICÍPIO
TOTAL DE FAMÍLIAS CADASTRADAS NO
CADÚNICO1 QUE RECEBEM O
BENEFICIO DO BOLSA FAMÍLIA
QUE NÃO RECEBEM O BENEFICIO DO BOLSA FAMÍLIA
Amparo do São Francisco
114 65 49
Barras dos Coqueiros
77 72 5
Brejo Grande 121 83 38
Canhoba 178 121 57
Capela 35 10 20 Cumbe 82 46 36
Estância 1 1 0
Frei Paulo 94 76 18 Ilha das Flores 100 90 10
Indiaroba 16 16 0 Japaratuba 96 65 31
Japoatã 135 113 22
Laranjeiras 493 398 104
Pirambu 0 0 0 Poço Redondo 108 83 25
Poço Verde 67 48 19
Porto da Folha 62 56 6
Propriá 0 0 0 Riachuelo 0 0 0
Santa Luzia do Itanhi
828 663 165
Fonte: MDS 2012
Ao observar a planilha acima exposta, faz-se importante observar as comunidades que estão grifadas, tendo em vista que ao travar contato com as coordenadorias do Bolsa Família dos respectivos municípios, foi informado que não há registro de famílias quilombolas inseridas no Cadúnico até Agosto do ano vigente.
CADÚNICO – é um instrumento de coleta de dados e informações com o objetivo de identificar todas as famílias de baixa renda existentes no País. Devem ser cadastradas as famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa. Famílias com renda superior a esse critério poderão ser incluídas no CadÚnico, desde que sua inclusão esteja vinculada à seleção ou ao acompanhamento de programas sociais implementados pela União, estados ou municípios. Ref: http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2010/01/21/cadunico
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Porém, isto não quer dizer que as famílias de remanescentes de quilombos não são beneficiadas, pelo contrário, durante as visitas técnicas realizadas nas comunidades foi identificado um alto índice de famílias beneficiadas pelo Programa, logo, estas famílias que não constam como quilombolas para o Cadúnico podem estar cadastradas sem a denominação “Quilombola”, devendo por parte dos Centros de Referencia da Assistência Social de cada município corrigir no próximo cadastramento que houver, a questão da nomenclatura perante as Coordenações do Programa. Após consulta no site do MDS, os critérios para inserção de famílias quilombolas no Cadúnico não divergem do sistema para as demais famílias.
MUNICÍPIO RENDA PER CAPITA FAMILIAR
ATÉ 1/2 SALARIO MINIMO
DE 70,01 A 140,00 ATÉ 70,00
Barras dos Coqueiros 75 3 70
Laranjeiras 478 105 307
Riachuelo 0 0 0 Amparo do São Francisco 94 12 66
Propriá 0 0 0 Japoatã 135 20 105
Canhoba 175 17 143
Ilha das Flores 97 5 85
Brejo Grande 108 24 73
Japaratuba 92 17 62
Pirambu 0 0 0 Capela 33 11 14
Poço Verde 61 1 52
Estância 1 0 1 Santa Luzia do Itanhi 798 105 627
Indiaroba 16 4 12 Cumbe 74 8 51
Frei Paulo 90 9 73 Poço Redondo 104 4 96
Porto da Folha 60 3 54
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Fonte: MDS 2012
Dentre os equipamentos sociais que encontram-se presentes nas comunidades visitadas estão as escolas, centros comunitários, praças simples (sem nenhum equipamento de lazer) e postos de saúde. As escolas configuram-se como equipamento de suma importância no processo de formação dos jovens e adultos. Em 95% das comunidades foram identificadas escolas, destas 82% apresentam escolas de ensino fundamental, e 14% apresentam escolas de ensino médio. No que se refere às creches, foram apenas identificadas em três comunidades, e destas, uma encontra-e desativada. Faz-se importante destacar que a creches que encontra-se desativada é de propriedade privada.
Em 68% das comunidades existem posto de saúde, as demais utilizam os serviços dos povoados próximos, ou deslocam-se até a sede da cidade para ter acesso aos serviços ofertados pela Política de Saúde. O destino do lixo é uma questão de saúde pública e que causa impacto diretamente na qualidade de vida da população, quando jogado diretamente nas ruas, ou em locais que acarretem em prejuízos ao meio ambiente. É preocupante o alto índice de comunidades que não possuem o serviço de coleta de lixo, em 55% delas o lixo é queimado, 35% são recolhidos pelas prefeituras, 10% jogam a céu aberto deixando a população vulnerável a doenças.
No que se refere à organização formal ou comunitária, 96% das comunidades apresentam Associações de moradores e/ou Cooperativas, porém, a articulação social necessita ser fortalecida. A gestão de bens coletivos é deficitária e complexa. Nas comunidades mais organizadas, podemos perceber algumas conquistas alcançadas como por exemplo a aquisição de tratores/implementos e equipamentos para apicultura, passagens molhadas, construção de cisternas, equipamentos de pesca, construção de casas populares, centros culturais, casas de farinha.
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Crasto/Santa Luzia do Itanhi-SE
Já a religiosidade é bem variada. Por serem comunidades de matriz africana espera-se que a população seja praticante da religião Candomblé, porém, a amostra coletada mostrou que cerca de 70% das comunidades são católicas, inclusive, participando na organização de festas dos padroeiros locais; Os 30% restante são praticantes da umbanda e do candomblé.
Em cerca de 85% das comunidades visitadas, percebeu-se a presença de jovens em bares fazendo uso de bebidas alcoólicas, ou ociosos. O alcoolismo, as drogas e a violência foram identificadas como as maiores problemáticas enfrentadas pelas comunidades.
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INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS
Como citado anteriormente, grande parte das comunidades são rurais, apresentando uma média de 148 famílias. As comunidades geralmente são pulverizadas e geminadas.
No levantamento realizado durante os meses de Junho à Agosto deste ano, foram identificados o quantitativo de 661 casas em situação precária, sejam de taipa, palha, palafita ou outros materiais. Existe a demanda de 773 casas a serem construídas e 65 unidades habitacionais a serem reformadas. O quantitativo global perfaz o total de 1.459 demandas para a Política de Habitação.
Quanto aos serviços disponíveis nas comunidades identificou-se que:
Ÿ 86% das famílias têm acesso à água. Destas 50% possuem sistema de abastecimento de água regular, 36% sistema de abastecimento de água irregular, gerando demandas para construção e poços artesianos, cisternas e chafarizes; e 14% são abastecidos por poços e cisternas.Ÿ 95% das comunidades possuem sistema de energia elétrica;Ÿ 68% das comunidades não são pavimentadas ou possuem acessos inadequados;Ÿ 10% das comunidades não possuem transporte coletivo, dificultando a locomoção dos usuários;Em poucas comunidades foram identificados equipamentos de esporte e lazer como praças, quadras de esporte e/ou campo de futebol
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2. O PROGRAMA
CONCEITOÉ uma agenda transversal ao PPA 2012-2015 que organiza e coordena ações governamentais, tendo como pilar principal a promoção do desenvolvimento das comunidades Quilombolas de forma articulada, integrada e participativa.
OBJETIVO
GERALPromover a inclusão social e produtiva das comunidades Quilombolas por meio da capacitação, da facilidade do acesso às políticas sociais e da disponibilização de infraestrutura social e produtiva.
ESPECÍFICOS
• Ampliar, melhorar e construir infraestrutura básica (abastecimento de água, energia elétrica, sistemas de esgotamentos sanitários, disposição final adequada dos resíduos sólidos);• Construir equipamentos urbanos (quadra de esporte, praça, etc);• Erradicar habitações precárias;• Reformar e construir unidades habitacionais;• Construir e/ou melhorar a infraestrutura produtiva;
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3. EIXOS DE INVESTIMENTODO PROGRAMA
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4. CRITÉRIOS PARA DISTRIBUIÇÃO DOS INVESTIMENTOS
Nesta primeira etapa do Programa os investimentos serão aplicados inicialmente nas comunidades que possuem titulação junto ao INCRA, sendo elas: Lagoa dos Campinhos (Amparo do São Francisco); Pirangi (Capela); Resina/Brejão dos Negros (Brejo Grande);Mocambo (Porto da Folha), Pontal da Barra (Barra dos Coqueiros).
Os principais investimentos serão em Habitação, com previsão para a construção de 363 casas. Destas, 150 no Pontal da Barra, 30 em Lagoa dos Campinhos, 50 no Povoado Resina/Brejão dos Negros, 50 no Pirangi, 40 no Mocambo, e 43 no Mussuca. Além da infraestrutura básica como água, energia, pavimentação de acessos e construção de praça integrada com os seguintes equipamentos: brinquedos, centro comunitário com inclusão digital, espaço ecumênico e área de lazer.
O investimento estimado a ser aplicado nas comunidades citadas é de R$25.823.856,43. Vale ressaltar que as fontes de recurso são do Orçamento Geral da União -OGU, para a viabilização do sistema de abastecimento de água no valor de R$5.000.000,00, e esgotamento sanitário no valor de R$7.996.663,58, ambas via emenda parlamentar. Pelo Programa Sergipe Cidades, está previsto a construção de equipamentos de esportes e lazer, bem como pavimentações de acesso com investimento de R$2.904.751,38; e Programa Nacional de Habitação Rural –PNHR financiado pela Caixa Econômica Federal e contrapartida do Fundo de Combate à Pobreza/SEIDES na construção das unidades habitacionais, perfazendo o total de R$9.075.000,00 em investimentos.
Faz importantes destacar que outras ações planejadas não implicam em despesas para Estado.
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5. PROPOSTA PARA AGENDA 2013
1. Designar membros da Unidade Gestora do Programa - UGP Quilombola;2. Elaboração da Carta Consulta do Programa de Desenvolvimento das Comunidades Quilombolas de Sergipe, para captação de recursos;3. Agenda temática mensal para definir próximos investimentos e ações junto às comunidades Quilombolas.
6. SUGESTÃO DE TEMAS PARA REUNIÕES DA UGP QUILOMBOLAS
T E M A D A T A
M Ê S 1 D E S IG N A R M E M B R O S D A U G P
M Ê S 2 H A B IT A Ç Ã O
M Ê S 3 IN C L U S Ã O S O C IA L E A C E S S IB IL ID A D E
M Ê S 4 A S S IS T E N C IA S O C IA L : B O L S A F A M ÍL IA
M Ê S 5 S E G U R A N Ç A A L IM E N T A R
M Ê S 6 M E IO A M B IE N T E
M Ê S 7 S A Ú D E N A S C O M U N ID A D E S
Q U IL O M B O L A S
M Ê S 8 T R A N S P O R T E
M Ê S 9 E D U C A Ç Ã O Q U IL O M B O L A
M Ê S 1 0 R E S G A T E D A C U L T U R A Q U IL O M B O L A
M Ê S 1 1 D IR E IT O S H U M A N O S E IN C L U S Ã O
R A C IA L
M Ê S 1 2 S E G U R A N Ç A P Ú B L IC A
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REFERÊNCIAS
Projeto alfabetizará comunidades quilombolas de Sergipe a partir de 2013. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/10/26/projeto-alfabetizara-comunidades-quilombolas-de-sergipe-a-partir-de-2013 Acesso em: 09/11/12.
:Governo de Sergipe assegura dignidade aos quilombos negros. Diponível em: http://www.e-sergipe.com/noticias/governo-de-sergipe-assegura-dignidade-a-comunidade-quilombola-brejao-dos-negros/ Acesso: em 09/11/212
Março traz boas notícias para mulheres quilombolas e suas comunidades. Disponível em: http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=leitura&codigo=6181 Acesso em 09/11/12
Saúde da População Negra é tema de Seminário. Disponível em: http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=leitura&codigo=5626 Acesso em: 09/11/12
Jovens do quilombo Maloca e da AMO participam de oficinas educativas no Projeto Golfinho Disponível em: http://www.ssp.se.gov.br/index.php/noticias/7860 Acesso em: 09/11/12
Relatório de Informações Sociais: RI Bolsa Família Cadúnico – Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Disponível em: http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/index.php Acesso em: 09/11/12
TRABALHANDO PRA VOCÊTRABALHANDO PRA VOCÊ
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AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de agradecer às famílias quilombolas pela receptividade, apoio e incentivo na elaboração dos Diagnósticos realizados. Na oportunidade agradecemos também pelo estímulo, críticas construtivas e sugestões durante todo o planejamento do Programa.
Agradecemos também à todas as lideranças, pela articulação de suas comunidades para realização deste trabalho, em especial ao Comitê Gestor Quilombola e à Associação Estadual das Comunidades Quilombolas, uma vez que este trabalho teve início a partir das reivindicações trazidas por vocês ao Governo do Estado.
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EQUIPE TÉCNICA SEDURB
MANOEL MESSIAS DE MENESES FREIREAssessor Técnico
MARCOS CÉSAR DE OLIVEIRAAssessor Técnico
TEREZA CRISTINA L. DE OLIVEIRA SANTANAAssistente Social CRESS/1989-SE
EQUIPE/ASCOM
AMANDA MELOAssessora de Comunicação DRT/1492-SE
EVANDRO HARDMANCoordenador de Eventos e Marketing
ALEX REIS SANTIAGORevisão
EDUARDO ALMEIDAFotojornalista DRT/1051-se
IAGO SIMÕES DE SOUZA MENDESDesign Gráfico
EQUIPE TÉCNICA/INCRA
ELVOCLEBIO LIMAAntropólogo
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