1.o sagrado 2.visão franciscana de mundo 3.paz em são francisco
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1. O sagrado
2. Visão Franciscana de Mundo
3. Paz em São Francisco
1. SAGRADOEm primeiro lugar não podemos falarem Sagrado na Perspectiva Franciscana
sem antes ter claro o que entendemos por Sagrado.
Todas as definições do fenômeno religioso mostram uma característica
comum: sagrado e vida religiosa se opõe a profano e vida secular.
Para definir o sagrado necessitamos de uma quantidade de “sacralidades”,
“fatos sagrados”, mas a quantidade existente e a heterogeneidade tornam
perturbante e paralizante.
“sacralidades”: ritos, mitos, formas divinas, objetos sagrados e venerados,
símbolos, cosmologias, homens consagrados, animais, plantas
e lugares sagrados.
Cada categoria pode ser considerada uma hierofania, quando exprime à sua
maneira uma experiência do sagrado.
Cada documento em dupla revelação:
1º revela uma experiência do sagrado enquanto hierofania
2º revela uma situação do homem em relação ao sagrado enquanto momento
histórico.
A hierofania por se manifestar numa situação histórica definida não significa
que seja um momento único, sem repetição possível na economia do espírito.
Algumas hierofanias tem um destino local, outras tem ou adquirem valências
universais.
Precisamos nos habituar a aceitar a existência das hierofanias onde quer que
seja, em qualquer setor da vida fisiológica, econômica, espiritual ou social.
Certo é que tudo quanto o homem manejou, sentiu, encontrou ou amou, pode
tornar-se uma hierofania.
Se qualquer coisa pode incorporar a sacralidade, onde fica a dicotomia
Sagrado-profano?
Esta contradição é aparente, mas sabemos que ao longo da história nenhuma
religião ou raça conseguiu acumular todas as hierofanias. Assim ao lado de
objetos ou seres profanos sempre existiram, em qualquer religião, objetos ou
seres sagrados.
Objetos ou seres da natureza quando ultrapassam a sua condição normal de
simples objetos ou seres tornam-se hierofanias, isto é, manifestam algo para
além de si mesmos.
Uma hierofania pressupõe uma escolha, isto é, uma separação do objeto
hierofânico dos demais. No momento da escolha deixa de ser um simples
Objeto profano e adquire uma nova dimensão: a sacralidade.
Tudo que é insólito, singular, novo, perfeito ou monstruoso, torna-se
receptáculo para as forças mágico-religiosas e, segundo as circunstâncias,
um objeto de veneração ou de temor, em virtude do sentimento
ambivalente que o sagrado provoca constantemente.
O sagrado ao mesmo tempo atrai e provoca afastamento-medo.
As hierofanias nem sempre são fechadas, podem ser desvalorizadas e
revalorizadas. A idolatria e o iconoclasmo são atitudes naturais do espírito
perante o fenômeno da hierofania.
SAGRADO E PROFANO.
Precisamos explicitar e esclarecer o que significa a aparente contradição
entre o sagrado e profano.
Sagrado e Profano constituem duas modalidades de ser no mundo,
duas situações existenciais assumidas pelo ser humano ao longo da sua
história. Os modos de ser sagrado e profano dependem das diferentes
posições que o ser humano conquistou no Cosmos.
Para o ser humano religioso o espaço e o tempo não são nem
homogêneos e nem contínuos.
Há porções espaços qualitativamente sagrados diferentes do
não-sagrados, como há intervalos de tempo das festas diferentes do
tempo ordinário sem significação religiosa.
Podemos dizer que temos espaços e tempos sagrados e profanos.
ESPAÇO SAGRADO
Para o ser humano religioso a não-homogeneidade espacial traduz-se
pela experiência de uma oposição entre o espaço sagrado – único
que é real, que existe realmente – e tudo o resto.
A experiência religiosa da não-homogeneidade do espaço
constitui uma experiência primordial, homologável a uma
“fundação do mundo”. A manifestação do sagrado funda
ontologicamente o mundo. Para viver no mundo é preciso fundá-lo e
nenhum mundo pode nascer no caos da homogeneidade e da
relatividade do espaço profano.
Para a experiência profana o espaço é homogêneo e neutro:
nenhuma separação diferencia qualitativamente as diversas partes
da sua massa. Não podemos confundir o conceito do espaço
geométrico homogêneo e neutro com a experiência do espaço
sagrado.
Uma existência profana jamais se encontra no estado puro. Seja qual
for o grau de dessacralização do mundo a que se tenha chegado, o ser
humano que optou por uma vida profana não consegue abolir
completamente o comportamento religioso.A revelação de um espaço
sagrado permite que se obtenha um “ponto fixo” e permite a
orientação na homogeneidade caótica. Ao contrário, a experiência
profana mantém a homogeneidade e portanto a relatividade do
espaço.
Para o ser humano religioso todo o mundo é um mundo sagrado.
TEMPO SAGRADO
Duas qualidades de tempo:• Tempo sagrado• Tempo profano
Tempo sagrado é pela sua natureza própria reversível, isto é, um tempo
mítico primordial tornado presente. Toda festa religiosa, todo tempo litúrgico
representa a reatualização de um evento sagrado que teve lugar num passado
mítico, “no começo” “naquele tempo”. Participar de uma festa implica a
saída da duração temporal ordinária e a reintegração do tempo mítico
reatualizado pela própria festa. O tempo sagrado é indefinidamente
recuperável, indefinidamente repetível. O tempo sagrado é um tempo
circular, reversível e recuperável, uma espécie de eterno presente mítico que
o ser humano reintegra periodicamente pela linguagem dos ritos.
O homem religioso recusa-se a viver unicamente no “presente
histórico”, esforça-se por tornar a unir-se a um tempo sagrado que
pode ser homologado à Eternidade. A duração temporal profana é
susceptível de ser parada periodicamente pela inserção, por meio dos
ritos, de um tempo sagrado, não histórico
O homem não-religioso reconhece uma certa descontinuidade e
heterogeneidade do tempo. Também para ele existe o tempo
predominantemente monótono do trabalho e o tempo dos regozijos e
dos espetáculos, numa palavra o “tempo festivo”. Mas a qualidade
trans-humana do tempo litúrgico é inacessível.
2. Visão Franciscana de Mundo
• Descoberta de Francisco
• O Deus de Francisco
• Jesus Cristo de Francisco
• Igreja de Francisco
• O ser humano em Francisco
3. Paz em São Francisco
• Saudação de Paz, no inicio das Cartas e a quem encontrasse
• Encontro com o Sultão LM 9,8
• Lobo de Gubio