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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

1.º Seminário IAS/IFRS

Luanda, 9 de Setembro de 2015

DEPARTAMENTO DE REGULAÇÃO

E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA

FINANCEIRO

DEPARTAMENTO DE SUPERVISÃO

PRUDENCIAL

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

001

Índice

• Enquadramento

• IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS

• Método da taxa de juro efectiva

• Perdas por imparidade para a carteira de crédito

• Considerações finais

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

Enquadramento

O Banco Nacional de Angola (doravante “BNA”) está a promover, desde Outubro de 2013, o processo de adopção

plena das Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (doravante “IAS/IFRS”)

pelo sector bancário nacional.

002

Como passo prévio, procedeu-se ao levantamento das matérias mais relevantes para a actividade bancária (i) nas

quais se verificava uma maior divergência entre a actual versão do CONTIF e as IAS/IFRS, ou (ii) cujo ritmo de

crescimento leve a que tais matérias estejam a assumir uma importância crescente.

O processo de adopção plena das IAS/IFRS implica a revisão dos actuais normativos, incluindo a revisão do

CONTIF e a emissão de Guias de Implementação Prática (“GIP”), sob a forma de Instrutivo, para as matérias alvo

de convergência. Estes normativos foram sujeitos a consulta pública e encontram-se disponíveis no sítio de internet

do BNA, numa área específica sobre o processo de adopção plena das IAS/IFRS.

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

003

Desenvolver, tendo em conta o interesse público, um conjunto único de normas de relato financeiro de

elevada qualidade, compreensíveis, passíveis de ser implementadas/executadas e globalmente aceites, baseadas

em princípios claramente definidos;

Promover o uso e a aplicação rigorosa daquelas normas;

Tomar em consideração as necessidades de entidades de diferentes dimensões e tipologias, em ambientes

económicos diversos; e

Promover e facilitar a adopção das IAS/IFRS, através da convergência das normas contabilísticas locais e

das IAS/IFRS.

As IAS/IFRS são emitidas pelo IASB, que tem como principais objectivos:

O IASB não dispõe de poder legislativo para exigir a adopção das IAS/IFRS, sendo necessário requerer a utilização

dos normativos contabilísticos emitidos pelo IASB através de legislação específica ou de decisões tomadas por

agentes reguladores de cada jurisdição.

Enquadramento

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Normativos

IAS

SIC

IFRS

IFRIC

Definição

Normas

internacionais de

contabilidade e de

relato financeiro

Interpretações às

normas

internacionais de

contabilidade e de

relato financeiro

Órgão emissor

IASC - International

Accounting Standards

Committee

SIC - Standing

Interpretations

Committee

IASB - International

Accounting Standard

Board

IFRS Interpretations

Committee

Horizonte temporal

1973 até 2001

1997 até 2001

2001 até à data

2001 até à data

004

Apresentam-se de seguida os tipos de normativos existentes, conjuntamente com a indicação do órgão emissor e do

respectivo horizonte temporal1:

1 Quando da criação do IASB em 2001, foi estabelecido que as novas normas a serem publicadas posteriormente teriam a

designação de “IFRS”. De igual forma, as novas interpretações passaram a ter a designação de “IFRIC”.

Enquadramento

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

005

Norma com maior relevância Norma com menor relevância Legenda:

IAS 1 Apresentação

de demons. financeiras

IAS 10 Acontecimen. após a data do balanço

IAS 12 Impostos sobre o

rendimento

IAS 16 Activos

tangíveis

IAS 17 Locações

IAS 18

Rédito

IAS 36 Imparidade de activos

IAS 24 Divulgações

de partes relacionadas

IAS 28

Investimentos em associadas e empreend.

conjuntos IAS 32 Instrumentos financeiros:

Apresentação

IAS 34 Relato

financeiro intercalar

IAS 37 Provisões, passivos e

activos contingentes

IAS 40 Propriedades

de investimento

IFRS 1 Adopção pela primeira vez

das IFRS

IFRS 3 Concentra-

ções de actividades

empresariais IFRS 4

Contratos de seguro

IFRS 5 Activos não correntes

detidos para venda IFRS 7

Instrumentos financeiros: Divulgações

IFRS 8

Segmentos operacionais

IFRS 13

Mensuração pelo justo

valor IFRS 10 Demons.

financeiras consolidadas

IAS 38

Activos intangíveis

IAS 21 Efeitos de

alterações em taxas de câmbio

IFRS 2 Pagamento

com base em acções

Apesar de existirem múltiplos impactos decorrentes da adopção das IAS/IFRS no sistema financeiro nacional, importa

destacar as normas que se antecipa virem a ter uma maior relevância:

IAS 8 Políticas

contabilíst., alterações nas estimativas e

erros

IAS 7 Demons. de

fluxos de caixa

IAS 27 Demons.

financeiras separadas

IAS 19 Benefícios dos empregados IAS 391

Instrumentos financeiros: Reconheci-

mento e mensuração

Enquadramento

1 Esta norma será substituída pela IFRS 9 – Instrumentos financeiros,

a qual será de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2018.

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O BNA não irá emitir quaisquer normas que possam alterar de alguma forma as IAS/IFRS desenvolvidas e

aprovadas pelo IASB (International Accounting Standards Board ) e as interpretações desenvolvidas pelo IFRS

Interpretations Committee e emitidas igualmente pelo IASB.

A identificação das normas/áreas de maior relevância resultou na elaboração de GIP para as seguintes matérias:

Estas matérias serão abordadas nas próximas páginas da presente Apresentação.

Enquadramento

006

Adopção pela primeira vez

das IFRS

Títulos e valores

mobiliários

Método da taxa efectiva Perdas por imparidade do

crédito

Divulgações de

instrumentos financeiros

Benefícios dos

empregados Locações

Legenda:

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Enquadramento

A conversão para as IAS/IFRS não se resume a um mero exercício de cálculo e redenominação das demonstrações

financeiras e aplicação de um novo plano de contas.

A adopção plena das IAS/IFRS acarreta alterações profundas em vários domínios:

007

Sistemas de

informação Fiscalidade

Procedimentos e actividades de controlo

Formação dos colaboradores

Estas alterações constituem um desafio relevante para o sector bancário nacional.

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Enquadramento

008

A adopção plena das IAS/IFRS pelo sector

bancário irá permitir que Angola esteja no

grupo de países que exigem ou permitem a

aplicação das IAS/IFRS

Legenda: Países que exigem ou permitem

a aplicação das IAS/IFRS

Países em convergência com o

IASB ou a iniciar a adopção das

IAS/IFRS

Países que não se encontram em processo de convergência para as IAS/IFRS

Fonte: Sítio da IFRS Foundation e do IASB

(www.ifrs.org/Documents/Qassimhandout.pdf), actualizado com a informação retirada do

sítio do IAS Plus (http://www.iasplus.com/en/jurisdictions), com referência a Dezembro de

2013, e a publicação do perfil de Angola em Setembro de 2014.

Em Setembro de 2014, a IFRS Foundation

publicou no seu sítio o perfil de Angola no que

concerne à adopção das IAS/IFRS, o qual foi

entretanto actualizado no início do presente mês.

A publicação do perfil de Angola trata-se de um

marco relevante no processo de reconhecimento

internacional da adopção plena das IAS/IFRS.

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009

Índice

• Enquadramento

• IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS

• Método da taxa de juro efectiva

• Perdas por imparidade para a carteira de crédito

• Considerações finais

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IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS Âmbito da norma

A IFRS 1 estabelece as regras para a preparação das primeiras demonstrações financeiras de uma entidade de acordo

com as IAS/IFRS, particularmente no que diz respeito à transição das políticas contabilísticas anteriormente aplicadas.

A IFRS 1 deve ser aplicada nas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IAS/IFRS, devendo a entidade

emitir uma declaração explícita e sem reservas de que as mesmas cumprem com os requisitos das normas.

Deve ser divulgada informação financeira pró-forma reportada a 1 de Janeiro e a 31 de Dezembro do ano N-1:

Assumindo que as primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IAS/IFRS reportam ao exercício de 2016,

teríamos:

Balanço de abertura de acordo

com as IFRS (pró-forma)

Demonstrações financeiras para o exercício

findo em 31 de Dezembro de N-1 (pró-forma)

Data de relato das primeiras demonstrações

financeiras anuais de acordo com as IFRS

Preparação de demonstrações financeiras

de acordo com as IAS/IFRS

Apresentação de comparativos

01.01.N-1 31.12.N-1 31.12.N

010

Preparação de demonstrações financeiras

de acordo com as IAS/IFRS

Apresentação de comparativos

01.01.2015 (Pró-forma)

31.12.2015 (Pró-forma)

31.12.2016

Exemplo

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IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS Âmbito da norma

011

As primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IAS/IFRS devem incluir, no mínimo:

Os relatos financeiros intercalares referentes a uma parte do período abrangido pelas primeiras demonstrações

financeiras de acordo com as IAS/IFRS podem ser elaborados de acordo com: (i) as IAS/IFRS ou (ii) o normativo

contabilístico em vigor.

Notas relacionadas, incluindo informação comparativa para todos os elementos apresentados.

Duas demonstrações dos fluxos de caixa.

Duas demonstrações de alterações nos capitais próprios.

Duas demonstrações dos resultados e do outro rendimento integral.

Duas demonstrações dos resultados.

Três balanços, incluindo o balanço de abertura de acordo com as IFRS.

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS Âmbito da norma

Os ajustamentos resultantes da transição do normativo contabilístico anteriormente em vigor para as IAS/IFRS devem

ser reconhecidos nos resultados transitados ou, se apropriado, noutra categoria de capital próprio na data de

transição para as IAS/IFRS. A título de exemplo, os ajustamentos de transição podem ser apresentados de acordo com o

seguinte modelo:

As reconciliações exigidas devem incluir uma descrição suficientemente detalhada dos ajustamentos efectuados pelas

instituições.

A aplicação retrospectiva apresenta um conjunto de excepções obrigatórias e facultativas. As estimativas constituem

uma das excepções obrigatórias previstas pela IFRS 1:

As estimativas efectuadas pela entidade de acordo com as IAS/IFRS na data de transição não devem utilizar

informação que não estivesse disponível quando da realização das estimativas subjacentes às Demonstrações

Financeiras elaboradas de acordo os Princípios Contabilísticos Geralmente Aceites (“PCGA”) anteriores.

012

Capitais próprios

31/12/n-1 01/01/n-1

Saldos de acordo com os PCGA anteriores - - -

Ajustamento 1 a)

Ajustamento 2 b)

Ajustamento 3 c)

Ajustamento n n)

Total dos ajustamentos - - -

Saldos de acordo com as IAS/IFRS - - -

Notas

Resultado

líquido do

exercício n-1

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013

IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS Aplicação prática

Divulgação dos ajustamentos decorrentes da adopção plena das IAS/IFRS:

AJU

ST

AM

EN

TO

S D

E T

RA

NS

IÇÃ

O

Exemplo

prático

Seguidamente apresentamos um exemplo de ajustamento resultante da transição do normativo contabilístico

anteriormente em vigor para as IAS/IFRS, considerando que o Banco ABC adoptou as IAS/IFRS em 2016:

31/12/2015 01/01/2015

200.000

1.000.000

180.000

800.000

Provisões

Capitais próprios

Resultados

transitados

Resultado líquido

em 2015

PCGA anteriores

175.000 75.000

100.000 n.a.

31/12/2015 01/01/2015

200.000

250.000

180.000

225.000

Provisões

(PCGA)

Imparidade

(IAS/IFRS)

Diferença

Adopção das IAS/IFRS

50.000 45.000

(Valores expressos em milhares de kwanzas)

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014

IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS Aplicação prática

Divulgação dos ajustamentos decorrentes da adopção plena das IAS/IFRS:

AJU

ST

AM

EN

TO

S D

E T

RA

NS

IÇÃ

O

Capitais próprios

31-12-2015 01-01-2015

Saldos de acordo com os PCGA anteriores 1.000.000 800.000 100.000

Imparidade do crédito (50.000) (45.000) (5.000)

Total dos ajustamentos (50.000) (45.000) (5.000)

Saldos de acordo com as IAS/IFRS 950.000 755.000 95.000

Resultado

líquido do

exercício

2015

(Valores expressos

em milhares de

kwanzas)

Exemplo

prático

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

015

IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS Aplicação prática

AJU

ST

AM

EN

TO

S D

E T

RA

NS

IÇÃ

O

(Valores expressos em milhares de kwanzas)

Registos contabilísticos do ajustamento de transição nas demonstrações financeiras pró-forma em

01.01.2015

Exemplo

prático

Resultados transitados

Si 75.000 Ajust. 45.000 1

30.000 Sf

Imparidade para crédito

Si 180.000

Ajust. 45.000

225.000

1

Sf

Capitais próprios

31-12-2015 01-01-2015

Saldos de acordo com os PCGA anteriores 1.000.000 800.000 100.000

Imparidade do crédito (50.000) (45.000) (5.000)

Total dos ajustamentos (50.000) (45.000) (5.000)

Saldos de acordo com as IAS/IFRS 950.000 755.000 95.000

Resultado

líquido do

exercício

2015

D C D C

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS Aplicação prática

No âmbito do processo de adopção plena das IAS/IFRS, foram disponibilizados às instituições os modelos de cada

demonstração financeira em base individual e em base consolidada, nomeadamente:

• De seguida, apresentamos os modelos

das demonstrações financeiras em

base consolidada respeitantes ao

Balanço e à Demonstração dos

resultados e do outro rendimento

integral.

Balanço

Demonstração dos

resultados

Demonstração dos resultados

e do outro rendimento

integral

Demonstração de alterações nos capitais

próprios

Demonstraçãodos fluxos de

caixa Modelos de

demonstrações financeiras IAS/IFRS

Esta demonstração financeira não é

aplicável na versão actual do CONTIF

016

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS Aplicação prática

Três balanços, incluindo o balanço de abertura de acordo com as IFRS (1/3):

BA

LA

O

DE

MO

NS

TR

ÃO

DE

ALT

ER

ÕE

S N

OS

CA

PIT

AIS

PR

ÓP

RIO

S

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S R

ES

ULT

AD

OS

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S

RE

SU

LT

AD

OS

E D

O O

UT

RO

RE

ND

IME

NT

O I

NT

EG

RA

L

Caixa e disponibilidades em bancos centrais

Disponibilidades em outras instituições de crédito

Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito

Activos financeiros ao justo valor através de resultados

Activos financeiros disponíveis para venda

Investimentos detidos até à maturidade

Derivados de cobertura

Crédito a clientes

Activos não correntes detidos para venda

Propriedades de investimento

Outros activos tangíveis

Activos intangíveis

Investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos

Activos por impostos correntes

Activos por impostos diferidos

Provisões técnicas de resseguro cedido

Outros activos

Total do activo - - -

Activo Notas 31/12/n31/12/n-1

(Pró-forma)

01/01/n-1

(Pró-forma)

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S F

LU

XO

S D

E

CA

IXA

017

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS Aplicação prática

BA

LA

O

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S R

ES

ULT

AD

OS

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S

RE

SU

LT

AD

OS

E D

O O

UT

RO

RE

ND

IME

NT

O I

NT

EG

RA

L

Três balanços, incluindo o balanço de abertura de acordo com as IFRS (2/3):

Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito

Recursos de clientes e outros empréstimos

Responsabilidades representadas por títulos

Passivos financeiros ao justo valor através de resultados

Derivados de cobertura

Passivos financeiros associados a activos transferidos

Passivos não correntes detidos para venda

Provisões

Provisões técnicas

Passivos por impostos correntes

Passivos por impostos diferidos

Passivos subordinados

Outros passivos

Total do passivo - - -

01/01/n-1

(Pró-forma)Passivo Notas 31/12/n

31/12/n-1

(Pró-forma)

DE

MO

NS

TR

ÃO

DE

ALT

ER

ÕE

S N

OS

CA

PIT

AIS

PR

ÓP

RIO

S

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S F

LU

XO

S D

E

CA

IXA

018

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS Aplicação prática

BA

LA

O

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S R

ES

ULT

AD

OS

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S

RE

SU

LT

AD

OS

E D

O O

UT

RO

RE

ND

IME

NT

O I

NT

EG

RA

L

Três balanços, incluindo o balanço de abertura de acordo com as IFRS (3/3):

Capital Social

Prémios de emissão

Acções próprias

Outros instrumentos de capital

Reservas de reavaliação

Outras reservas e resultados transitados

Dividendos antecipados

Resultado líquido consolidado do exercício atribuível aos accionistas do Banco

Capital próprio atribuível aos accionistas do Banco

Interesses que não controlam

Total do capital próprio - - -

Total do passivo e do capital próprio - - -

Capital próprio Notas 31/12/n31/12/n-1

(Pró-forma)

01/01/n-1

(Pró-forma)

DE

MO

NS

TR

ÃO

DE

ALT

ER

ÕE

S N

OS

CA

PIT

AIS

PR

ÓP

RIO

S

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S F

LU

XO

S D

E

CA

IXA

019

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Duas demonstrações dos resultados e do outro rendimento integral:

IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS Aplicação prática

BA

LA

O

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S R

ES

ULT

AD

OS

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S

RE

SU

LT

AD

OS

E D

O O

UT

RO

RE

ND

IME

NT

O I

NT

EG

RA

L

DE

MO

NS

TR

ÃO

DE

ALT

ER

ÕE

S N

OS

CA

PIT

AIS

PR

ÓP

RIO

S

1 As situações identificadas não constituem uma lista exaustiva. DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

S F

LU

XO

S D

E

CA

IXA

020

31/12/n 31/12/n-1 (Pró-forma)

Atribuíveis a Atribuíveis a

NotasAccionistas

do Banco

Interesses

que não

controlam

Accionistas

do Banco

Interesses

que não

controlam

Total

Resultado líquido consolidado do exercício - - - - -

Outro rendimento integral

Itens que não serão reclassificados subsequentemente para resultados

do exercício:1

Desvios actuariais e financeiros relativos a planos de pensões de

benefício definido: - - - - -

Valor bruto

Impacto fiscal

- - - - -

Itens que serão reclassificados subsequentemente para resultados do

exercício:1

Activos financeiros disponíveis para venda: - - - - -

Variações no justo valor

Transferência para resultados por alienação

Transferência para resultados por imparidade reconhecida no período

Impacto fiscal

- - - - -

Resultado não incluído na demonstração dos resultados - - - - -

Rendimento integral consolidado do exercício - - - - -

Total

Nova

demonstração

financeira

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021

Índice

• Enquadramento

• IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS

• Método da taxa de juro efectiva

• Perdas por imparidade para a carteira de crédito

• Considerações finais

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022

A taxa de juro efectiva corresponde à taxa de desconto que iguala o valor líquido de um determinado instrumento

financeiro ao valor actual dos seus fluxos de caixa futuros estimados.

A taxa de juro efectiva é calculada de acordo com a seguinte fórmula:

No cálculo do método da taxa de juro efectiva, é necessário:

(1 + TJE)1

FC1

+ (1 + TJE)2 (1 + TJE)3

+ + (1 + TJE)n

+ FC2 FC3

FCn FC0 =

Legenda:

FC - Fluxo de caixa atribuível a cada período

TJE - Taxa de juro efectiva

Método da taxa de juro efectiva Âmbito de aplicação e definições

Estimar os fluxos de caixa considerando a totalidade das condições contratuais do instrumento

financeiro, mas sem ter em consideração perdas de crédito futuras que não foram incorridas.

Incluir todas as comissões que são parte integrante da taxa de juro efectiva, custos de transacção e

todos os outros prémios ou descontos enquadráveis na taxa de juro efectiva.

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023

O método da taxa de juro efectiva deve ser aplicado aos seguintes instrumentos financeiros:

Empréstimos concedidos e contas a receber;

Investimentos detidos até à maturidade;

Activos financeiros disponíveis para venda, no que se refere aos rendimentos e/ou gastos a título de juros ou

similares;

Todos os passivos financeiros que não sejam:

• passivos financeiros ao justo valor através de resultados;

• Outras situações pontuais previstas na IAS 39.

Método da taxa de juro efectiva Âmbito de aplicação e definições

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024

Rendimentos e gastos a considerar no cálculo da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro

O reconhecimento de

rendimentos e gastos de

instrumentos financeiros

depende da finalidade/

objectivo subjacente a esses

rendimentos e gastos e da base

de contabilização do

instrumento financeiro em

causa.

Os rendimentos e gastos

referidos ao lado devem ser

considerados no cálculo da taxa

de juro efectiva de um

instrumento financeiro.

Comissões recebidas relativas à aquisição ou criação de

um activo financeiro que não seja classificado ao justo

valor através de resultados, de acordo com a IAS 39 (ex.:

comissões de dossier/ abertura de crédito e de montagem de

operações).

1

Comissões recebidas pelo compromisso de originar uma

operação de crédito (caso seja provável que ocorra aquela

operação de crédito). 2

Comissões recebidas/pagas na emissão de passivos

financeiros mensurados ao custo amortizado. 3

Comissões recebidas pela concessão de crédito a uma

taxa de juro inferior à taxa de juro observada no mercado. 4

Método da taxa de juro efectiva Rendimentos e gastos a considerar

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025

Comissões recebidas associadas

a serviços prestados

(As comissões são reconhecidas como proveito à

medida que os serviços são prestados)

Comissões associadas à execução

de um acto significativo

(As comissões são reconhecidas como proveito

quando o acto significativo tiver sido concluído)

Comissões pelo compromisso de originar uma

facilidade de crédito (caso não seja provável que

ocorra aquela originação).

Comissões pela gestão de investimentos.

Comissão sobre a atribuição de acções a um cliente.

Comissões de montagem de um financiamento

entre um mutuário e um investidor (em que a

entidade não assuma o papel de mutuário e/ou de

investidor).

Comissões de sindicação de um financiamento.

Rendimentos e gastos a não considerar no cálculo da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro

Método da taxa de juro efectiva Rendimentos e gastos a não considerar

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A aplicação prática do método da taxa de juro efectiva apresenta um conjunto de desafios, de entre os quais se destacam:

Principais

desafios

Recolha de informação histórica sobre comissões recebidas e/ou pagas e análise da

fiabilidade dos dados recolhidos. 1

Associação das comissões recebidas e/ou pagas às operações a que respeitam. 2

Realização de desenvolvimentos necessários nos sistemas de informação. 3

Método da taxa de juro efectiva Principais desafios

026

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

Seguidamente apresentamos um exemplo de uma obrigação emitida a desconto e de taxa fixa:

• Investimento inicial = 74.000.000 AOA

• Reembolso = 75.000.000 AOA

• Data de aquisição: 31-12-2014

• Data de reembolso: 31-12-2019

• Taxa do cupão: 1%

• Periodicidade de pagamento de cupão: anual

• Pagamento do cupão: postecipado

Método da taxa de juro efectiva Aplicação prática

027

TJE = 1,28% (1 + TJE) 1

750.000 +

750.000

(1 + TJE) 2 (1 + TJE) 3

750.000 +

750.000

(1 + TJE) 4

+

75.750.000

(1 + TJE) 5

+ 74.000.000 =

(1 + TJE)1

FC1 +

(1 + TJE)2 (1 + TJE)3 + +

(1 + TJE)n +

FC2 FC3 …

FCn FC0 =

Legenda:

FC - Fluxo de caixa atribuível a cada período

TJE - Taxa de juro efectiva

Conforme referido anteriormente, taxa de juro efectiva é calculada de acordo com a seguinte fórmula:

Com base nos dados disponibilizados apuramos a taxa de juro efectiva da obrigação em causa:

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

Com base nos dados disponibilizados anteriormente efectuam-se os seguintes cálculos:

Método da taxa de juro efectiva Aplicação prática

028

Datas Valor

nominal

Taxa do

cupão

Fluxos de

caixa

Custo amortizado no

final do período (a)

Proveitos

reconhecidos

(b) = (a) x (TJE)

Variação no

custo

amortizado(1)

31-12-2014 75.000.000 - (74.000.000) 74.000.000 - -

31-12-2015 75.000.000 1,00% 750.000 74.194.957 944.957 194.957

31-12-2016 75.000.000 1,00% 750.000 74.392.403 947.446 197.446

31-12-2017 75.000.000 1,00% 750.000 74.592.371 949.968 199.968

31-12-2018 75.000.000 1,00% 750.000 74.794.893 952.521 202.521

31-12-2019 75.000.000 1,00% 75.750.000 - 955.107 205.107

(1) Decorrente do reconhecimento gradual do prémio/(desconto).

TJE = 1,28 %

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

Seguidamente apresentamos um exemplo de uma obrigação de taxa variável adquirida a desconto:

Com base nos dados disponibilizados:

Datas

Valor

nominal

Taxa de

juro

Fluxos de

caixa

Custo amortizado

no final do período

(a)

Proveitos

reconhecidos

(b) = (a) x (TJE)

Variação no

custo

amortizado(1)

31-12-2014 90.000.000 - (88.000.000) 88.000.000 - -

31-12-2015 90.000.000 10,00% 9.000.000 88.255.847 9.255.847 255.847

31-12-2016 90.000.000 10,00% 9.000.000 88.538.605 9.282.757 282.757

31-12-2017 90.000.000 10,00% 9.000.000 88.851.103 9.312.498 312.498

31-12-2018 90.000.000 10,00% 9.000.000 89.196.469 9.345.366 345.366

31-12-2019 90.000.000 10,00% 9.000.000 89.578.161 9.381.692 381.692

31-12-2020 90.000.000 10,00% 99.000.000 - 9.421.839 421.839

• Investimento inicial = 88.000.000 AOA

• Valor nominal = 90.000.000 AOA

• Data de aquisição: 31-12-2014

• Data de reembolso: 31-12-2020

• Taxa de juro: 10% (Luibor + spread)

• Periodicidade de pagamento de cupão: anual

• Pagamento do cupão: postecipado

Método da taxa de juro efectiva Aplicação prática

029

TJE = 10,52%

(1) Decorrente do reconhecimento gradual do prémio/(desconto).

Página actualizada

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

Em 31 de Dezembro de 2015, a Luibor aumenta e a taxa de juro do instrumento em causa passa para 11,75%. Face à

mudança na taxa de referência, de acordo com a IAS 39, existe a necessidade de re-estimar os fluxos de caixa.

Face à mudança ocorrida assiste-se então ao aumento da taxa de juro efectiva para o valor de 12,29%.

Datas Valor

Nominal

Taxa de

Juro

Fluxos de

caixa

Custo amortizado

no final do período

(a)

Proveitos

reconhecidos

(b) = (a) x (TJE)

Variação no

custo

amortizado(1)

31-12-2015 90.000.000 - - 88.255.847 - -

31-12-2016 90.000.000 11,75% 10.575.000 88.528.809 10.847.961 272.961

31-12-2017 90.000.000 11,75% 10.575.000 88.835.321 10.881.512 306.512

31-12-2018 90.000.000 11,75% 10.575.000 89.179.508 10.919.187 344.187

31-12-2019 90.000.000 11,75% 10.575.000 89.566.001 10.961.493 386.493

31-12-2020 90.000.000 11,75% 100.575.000 - 11.008.999 433.999

Método da taxa de juro efectiva Aplicação prática

030

(1) Decorrente do reconhecimento gradual do prémio/(desconto).

Página actualizada

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

Seguidamente apresentamos um exemplo de uma operação de crédito de taxa fixa, com reembolso de capital

no vencimento e comissão de abertura de 1,5%:

Com base nos dados disponibilizados efectuam-se os seguintes cálculos:

TJE = 14,63%

Datas

Comissão

de

abertura

Fluxos de

caixa

Capital em

dívida

Juros do

Período

Capital

amortizado

Custo

amortizado

no final do

exercício (a)

Proveitos

reconhecidos

(b) = (a) x

(TJE)

Reconheci-

mento da

comissão de

abertura

31-12-2014 150.000 (9.850.000) 10.000.000 - - 9.850.000 - -

31-12-2015 - 2.912.835 8.487.165 1.400.000 1.512.835 8.378.400 1.441.235 41.235

31-12-2016 - 2.912.835 6.762.532 1.188.203 1.724.632 6.691.478 1.225.913 37.710

31-12-2017 - 2.912.835 4.796.451 946.754 1.966.081 4.757.728 979.086 32.331

31-12-2018 - 2.912.835 2.555.119 671.503 2.241.332 2.541.035 696.143 24.640

31-12-2019 - 2.912.835 0 357.717 2.555.119 - 371.800 14.083

Método da taxa de juro efectiva Aplicação prática

031

• Empréstimo concedido = 10.000.000 AOA

• Data de concessão: 31-12-2014

• Data de vencimento: 31-12-2019

• Taxa de juro nominal: 14%

• Periodicidade de pagamento de prestações de capital e juros:

anual

• Comissão de abertura: 1,5% (sobre o montante concedido)

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

Seguidamente apresentamos os diversos cenários para o reconhecimento em resultados do exercício da comissão

referente ao exemplo apresentado na página anterior:

Com base nos dados disponibilizados teremos:

Método da taxa de juro efectiva Aplicação prática

032

0

10

20

30

40

50

60

0 1 2 3 4 5

Anos

Em

mil

hare

s d

e K

wan

zas

… 150

Reconhecimento imediato no momento inicial Reconhecimento gradual linear Reconhecimento gradual pelo método da taxa de juro efectiva

Reconhecimento gradual pelo método da taxa de juro efectiva

Reconhecimento gradual linear

Reconhecimento imediato no momento inicial

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Índice

• Enquadramento

• IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS

• Método da taxa de juro efectiva

• Perdas por imparidade para a carteira de crédito

• Considerações finais

033

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

A IAS 39 define que em cada data de reporte financeiro deve-se avaliar a existência de evidência objectiva de que

um activo financeiro (ou um grupo de activos financeiros) está em imparidade.

No âmbito do apuramento de perdas por imparidade, a IAS 39 define que as perdas por imparidade devem:

Relativamente aos activos financeiros registados ao custo amortizado, nos quais está incluído o crédito a clientes,

temos que:

Imparidade Valor de Balanço Valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados

(descontados à taxa de juro efectiva do activo)

ser reconhecidas quando incorridas1;

ser consideradas como ocorridas se e só se existe evidência objectiva de imparidade como resultado

de um ou mais eventos que ocorreram após o reconhecimento inicial do activo; e

ter um impacto nos fluxos de caixa futuros esperados do activo, possível de ser estimado de forma

fiável.

1 A IAS 39 tem subjacente que a imparidade deve ser estimada através de um modelo de perda incorrida. A IFRS 9 (norma

que irá substituir a IAS 39) baseia o apuramento de perdas por imparidade no conceito de perda esperada. A IFRS 9 será de

aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2018.

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Âmbito da norma

034

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

De acordo com a IAS 39, a aferição de evidência objectiva de imparidade deverá ser efectuada:

Se um activo analisado individualmente não apresentar indícios objectivos de imparidade, é incluído

num grupo de activos com características de risco similares para efeitos de realização de uma análise

colectiva.

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Âmbito da norma

Individualmente, para activos financeiros significativos; e

Individual ou colectivamente, para activos financeiros que não são individualmente significativos.

035

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Os indícios objectivos de que um activo financeiro ou grupo de activos financeiros está em imparidade incluem dados

observáveis com que o detentor daquele activo ou grupo de activos se depara, e de que constituem exemplos:

Indícios de imparidade

Dificuldades financeiras significativas do devedor;

Incumprimento no pagamento de capital ou juros;

Dificuldades financeiras do devedor que resultam em condições de financiamento ao mesmo que de

outra forma não seriam oferecidas;

Probabilidade de o mutuário entrar em processo de insolvência ou reorganização financeira;

Desaparecimento de um mercado activo para o activo financeiro devido a dificuldades financeiras

do emitente; e

Dados observáveis indicando que há uma redução mensurável nos fluxos de caixa futuros

esperados de um grupo de activos financeiros, incluindo:

a) Alterações adversas na capacidade de pagamento dos devedores incluídos no grupo; ou

b) Condições económicas nacionais ou locais que se correlacionam com os incumprimentos

relativos aos activos do grupo.

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Indícios de imparidade

036

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Perdas por imparidade para a carteira de crédito Processo de apuramento de perdas por imparidade

O processo de apuramento de perdas por imparidade por análise individual e por análise colectiva pode ser sintetizado

da seguinte forma:

Montante total

de perdas por

imparidade

An

áli

se

ind

ivid

ual Realização de

ficha de análise

individual para

cada cliente/

contrato

Cálculo de

imparidade em

base individual

Segmentação da

carteira de

crédito

An

áli

se

cole

ctiv

a Consideração da

experiência de

perdas

históricas

Cálculo de

imparidade em

base colectiva

037

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Perdas por imparidade para a carteira de crédito Análise colectiva

A IAS 39 evidencia critérios que podem ser tidos em consideração no processo de determinação de grupos

homogéneos de risco da carteira de crédito (segmentação):

A norma define ainda várias indicações sobre o processo de análise colectiva, nomeadamente:

Tipologias

dos produtos Comportamento

actual e passado

das operações

Classificação

interna de risco

de crédito

Tipo de

contraparte

Localização

geográfica Tipo de

garantia

prestada

Dias de atraso no

pagamento das

responsabilidades

IAS 39

Análise

colectiva

O valor dos fluxos de caixa futuros estimados deve ser baseado em informação histórica

sobre a perda incorrida em activos com características de risco de crédito semelhantes. 1

As entidades que não dispõem de dados históricos de perda devem utilizar dados de

entidades equiparáveis para grupos de activos financeiros comparáveis. 2

A experiência de perdas históricas deve ser ajustada às condições actuais (“point-in-time”). 3

A metodologia e pressupostos utilizados para estimar fluxos de caixa futuros devem ser

revistos regularmente. 4

Existência de créditos reestruturados

038

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A aplicação prática das metodologias de perdas por imparidade apresenta um conjunto de desafios, de entre os quais se

destacam:

Principais

desafios

Identificação e marcação dos créditos reestruturados por dificuldades financeiras

dos clientes. 1

Recolha de informação histórica sobre o comportamento das carteiras de crédito e

análise da fiabilidade dos dados recolhidos. 2

Sistematização dos colaterais recebidos e sua correcta valorização. 3

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Principais desafios

Realização de desenvolvimentos necessários nos sistemas de informação. 4

039

Recolha de informação mais completa e sistematizada sobre os clientes e o seu

comportamento perante a instituição. 5

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O exemplo seguinte pretende ilustrar o cálculo de perdas por imparidade em base individual para um determinado

empréstimo:

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Aplicação prática – Apuramento de perdas por imparidade em base individual

O cliente não cumpre com as suas obrigações

creditícias desde Junho de 2014.

Condições da operação:

(Valores expressos em Kwanzas)

040

Valor do crédito contratado 100.000.000

Exposição a 31-12-2014 86.000.222

Taxa de juro nominal 13,5%

Data de início 01-01-2014

Data de reembolso 01-12-2016

Garantias prestadas:

• 1.ª Hipoteca sobre imóvel

situado na Samba

51.000.000

Taxa de juro efectiva 14,42%

Notas adicionais:

• Recuperação do crédito baseada apenas na

execução de garantias prestadas;

• De acordo com o relatório de avaliação de

Novembro de 2014, o valor de mercado do imóvel

é de 51.000.000 AOA (deduzido de custos de

venda); e

• Execução da hipoteca em Julho de 2015.

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Cálculo da imparidade :

Fluxos de caixa futuros

estimados1

Factor de actualização

1

(1+TJE)

Valor recuperável

51.000.000 92,47% 47.161.640 Hipoteca

Onde n se refere ao período temporal entre a data de reporte e o momento em que é expectável a recuperação (em anos).

1 Referente à execução da garantia prestada (1.ª Hipoteca de imóvel situado na Samba). Os fluxos de caixa

futuros estimados constituem a melhor expectativa de realização do valor do activo em causa.

041

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Aplicação prática – Apuramento de perdas por imparidade em base individual

Imparidade por análise individual = Valor de balanço – Valor recuperável

86.000.222 47.161.640 38.838.582 =

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Com base nas características descritas no exemplo anterior, de seguida procede-se ao cálculo das provisões que deveriam

ser constituídas, de acordo com o estabelecido no Instrutivo n.º 9/2015, de 4 de Junho:

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Aplicação prática – Provisões Vs Imparidade

O cliente não cumpre com as suas obrigações

creditícias desde Junho de 2014.

Condições da operação:

(Valores expressos em Kwanzas)

042

Valor do crédito contratado 100.000.000

Exposição a 31-12-2014 86.000.222

Taxa de juro nominal 13,5%

Data de início 01-01-2014

Data de reembolso 01-12-2016

Garantias prestadas:

• 1.ª Hipoteca sobre imóvel

situado na Samba

51.000.000

Taxa de juro efectiva 14,42% Atraso superior a 180 dias – Risco de Nível G

Taxa de provisão – 100%

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Dependendo do atraso verificado no cumprimento das responsabilidades associadas ao empréstimo tomado como

exemplo, os níveis de provisionamento de acordo com o Instrutivo n.º 9/2015, de 4 de Junho, e a respectiva comparação

com as perdas por imparidade anteriormente calculadas seriam conforme se apresenta de seguida:

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Aplicação prática – Provisões Vs Imparidade

043

Data de entrada

em atraso

Classificação da

posição em risco

Taxa de

provisionamento

Provisões a

constituir

Perdas por

imparidade

Diferencial

apurado

30-06-2014

31-07-2014

30-09-2014

Nível G

Nível F

Nível E

100%

60%

30%

86.000.222

51.600.133

25.800.067

38.838.582

47.161.640

12.761.551

-13.038.515

Para efeitos ilustrativos, foi assumido que a informação existente de suporte ao

apuramento de imparidade é equivalente nos diferentes cenários, resultando por

conseguinte na mesma estimativa de perda por imparidade para a operação de crédito.

O apuramento de perdas por imparidade para cada exposição creditícia pode levar ao apuramento de défices ou

excedentes, quando comparadas com os níveis de provisionamento estimados de acordo com o Instrutivo n.º 9/2015.

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Perdas por imparidade para a carteira de crédito Aplicação prática – Apuramento de perdas por imparidade em base colectiva Enquadramento

O apuramento dos factores de risco que suportam o cálculo de imparidade em base colectiva baseia-se na recolha de

informação histórica de comportamento das operações de crédito.

Tipicamente, são apurados dois factores de risco que suportam o cálculo de imparidade:

Perda por imparidade = Exposição × PD × LGD

044

Probabilidade de

incumprimento (“PD”)

Perda dado o

incumprimento (“LGD”)

Probabilidade de uma operação após a contratação observar o incumprimento

Perda associada após a observação do incumprimento

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O exemplo seguinte pretende ilustrar o cálculo da probabilidade de incumprimento, tomando por base um período

temporal de 12 meses:

Tempo desde o início da operação

Operaçao 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

A

B

C

D

E

F

G

H

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Aplicação prática – Apuramento de perdas por imparidade em base colectiva Factores de risco: Probabilidade de incumprimento

045

Sem Incumprimento

Com Incumprimento

A probabilidade de incumprimento apura-se pela

proporção de créditos, pertencentes a um determinado

segmento, que após a respectiva contratação registam

uma observação em situação de incumprimento.

Neste caso específico, a proporção de créditos, de forma

simples, é de 25%.

Total de operações: 8

Total de operações com incumprimento: 2

Probabilidade de incumprimento = = 25% 2

8

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

Para o cálculo da LGD, são consideradas todas as recuperações após a data de incumprimento (t0), descontadas para o

momento de análise à taxa de juro efectiva do contrato.

O seguinte exemplo ilustra a forma de cálculo da perda dado o incumprimento, assumindo uma conjunto de empréstimos com

uma taxa efectiva de 10% e uma exposição global de 1.000 u.m. no momento do incumprimento:

1 2 3 4 5 6 7 8

150 110 90 70 50 50 40 30

Valor recuperável

(Valor Actual

Líquido)

N.º meses após o incumprimento

Recuperações

%55,42000.1/

%101

30

%101

40

%101

50

%101

50

%101

70

%101

90

%101

110

%101

1501LGD

128

127

126

125

124

123

122

121

046

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Aplicação prática – Apuramento de perdas por imparidade em base colectiva Factores de risco: Perda dado o incumprimento

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

Apresentamos de seguida dois exemplos adicionais de cálculo da perda dado o incumprimento:

047

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Aplicação prática – Apuramento de perdas por imparidade em base colectiva Factores de risco: Perda dado o incumprimento

Considerando os seguintes pressupostos para a operação A:

Taxa de juro efectiva de 10%;

Montante em dívida de 10.000 AOA; e

Execução de garantia que cobre 95% do montante em dívida, sendo expectável o

recebimento deste valor decorridos 5 anos.

A LGD da operação A será igual a:

Considerando os seguintes pressupostos para a operação B:

Taxa de juro efectiva de 12%;

Montante em dívida de 10.000 AOA; e

Recuperação de 2.500 AOA no primeiro ano e de 1.500 AOA no segundo ano.

A LGD da operação B será igual a:

𝑳𝑮𝑫 = 𝟏 −𝟗. 𝟓𝟎𝟎

𝟏 + 𝟏𝟎% 𝟓𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎 = 𝟒𝟏, 𝟎%

𝑳𝑮𝑫 = 𝟏 −𝟐. 𝟓𝟎𝟎

𝟏 + 𝟏𝟐% 𝟏+

𝟏. 𝟓𝟎𝟎

𝟏 + 𝟏𝟐% 𝟐𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎 = 𝟔𝟓, 𝟕%

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

Uma vez apresentada a metodologia de cálculo dos factores de risco, procede-se à apresentação de um exemplo para cálculo de perdas

por imparidade em base colectiva. Considerando as seguintes operações:

Operação A:

1.000.000 AOA com reembolso no final de um prazo de

cinco anos;

Garantia hipotecária associada.

Operação B:

1.000.000 AOA com reembolso no final de um prazo de

cinco anos;

Sem nenhuma garantia associada.

Operação sem

incumprimento

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐸𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 × 𝑃𝐷 × 𝐿𝐺𝐷

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 1.000.000 × 25% × 41%

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 102.500

Operação em

incumprimento

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐸𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 × 𝐿𝐺𝐷

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 1.000.000 × 41%

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 410.000

PD 12 meses = 25%, LGD oper. com garantia = 41%

Operação sem

incumprimento

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐸𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 × 𝑃𝐷 × 𝐿𝐺𝐷

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 1.000.000 × 25% × 65,7%

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 164.250

Operação em

incumprimento

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐸𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 × 𝐿𝐺𝐷

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 1.000.000 × 65,7%

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 657.000

PD 12 meses = 25%, LGD oper. sem garantia = 65,7%

% 𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 10,25%

% 𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 41%

% 𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 16,43%

% 𝐼𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 65,7%

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Aplicação prática – Apuramento de perdas por imparidade em base colectiva

048

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Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro e Departamento de Supervisão Prudencial – 1.º Seminário IAS/IFRS

O apuramento da probabilidade de incumprimento deverá atender à evolução histórica do estado de uma determinada

operação de crédito (i.e., aos seus comportamentos actual e passado).

Desta forma, poderemos ter, a título exemplificativo, os seguintes cenários:

Nunca teve indícios

Já teve indícios

Já esteve em incumprimento

Comportamento

Actual

Comportamento

Anterior

Sem indícios

Probabilidade de

incumprimento

25%

40%

50%

Perda dado o

incumprimento

60%

Perda por

imparidade (%)

15%

24%

30%

Perdas por imparidade para a carteira de crédito Aplicação prática – Apuramento de perdas por imparidade em base colectiva

049

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050

Índice

• Enquadramento

• IFRS 1 - Adopção pela primeira vez das IFRS

• Método da taxa de juro efectiva

• Perdas por imparidade para a carteira de crédito

• Considerações finais

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Considerações finais

051

É essencial que as instituições financeiras bancárias assegurem o cumprimento das

datas reportadas nos planos de acção globais para a adopção plena das IAS/IFRS,

remetidos para o BNA.

As instituições financeiras bancárias que cumpram com os critérios definidos pelo BNA deverão

proceder à adopção plena das IAS/IFRS a partir de 1 de Janeiro de 2016, devendo as restantes

instituições proceder à adopção plena das IAS/IFRS até 1 de Janeiro de 2017.

O processo de adopção plena constitui um desafio relevante para o sector bancário nacional.

Este processo acarretará alterações profundas em vários domínios, nomeadamente (i) normativo

contabilístico e prudencial, (ii) sistemas de informação, (iii) procedimentos e processos,

(iv) formação dos quadros bancários e (v) fiscalidade.

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Obrigado.