1.petição.inicial - fila de banco

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2 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE SENADOR CANEDO - GOIÁS Z ÉLIA PEREIRA DA SILVA NASCIMENTO, brasileira, casada, do lar, Carteira de Identidade 4915460 - SSP/GO, inscrita no CPF sob o 223.852.822-91, residente e domiciliada na Rua Benjamin Santos, Qd.2D, Lt.28, Jardim Todos os Santos – Senador Canedo, CEP: 74740-520.., por meio de seus advogados, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em desfavor de BANCO ITAÚ UNIBANCO S/A , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 60.701.190/0001-04, situada na Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha, nº 100 - Torre Olavo

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Page 1: 1.Petição.Inicial - fila de banco

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE SENADOR CANEDO - GOIÁS

ZÉLIA PEREIRA DA SILVA NASCIMENTO, brasileira, casada, do lar, Carteira de Identidade nº 4915460 - SSP/GO, inscrita no CPF sob o nº 223.852.822-91, residente e domiciliada na Rua Benjamin Santos, Qd.2D, Lt.28, Jardim Todos os Santos – Senador Canedo, CEP: 74740-520.., por meio de seus advogados, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em desfavor de BANCO ITAÚ UNIBANCO S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 60.701.190/0001-04, situada na Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha, nº 100 - Torre Olavo Setubal, Bairro Jabaquara, São Paulo - SP, CEP: 04.344-902.

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DOS FATOS A requerente necessitou no dia 10 de março 2014, realizar o pagamento de um boleto bancário na Agência 4939 do Banco Requerido na Cidade de Senador Canedo, acima qualificado.

A requerente precisou retirar uma senha de atendimento, que foi retirada e registrada às 14 horas e 33 minutos, que é o horário inicial de realização do atendimento.

Porém, Excelência, a requerente, só foi atendido às 16 horas e 10 minutos (conforme declaração de atendimento abaixo),

totalizando uma espera na fila de 1 hora e 37 minutos, o

que mostra o total descaso do banco requerido para com a cliente que necessita utilizar de seus serviços bancários, conforme documento que foi assinado e carimbado pela funcionária do Banco do Itaú.(em anexo).

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A requerente aguardou todo esse tempo em pé com o seu neto de 1 ano no colo na fila preferencial, e AINDA nessa Agência não existe cadeiras disponíveis para o cliente que utiliza o caixa.

Aliado a isto Excelência, é sabido que na agência bancária do requerido não tem cadeiras disponíveis para os usuários possam se sentar, enquanto esperam o demorado e despreparado atendimento, pois não atende a demanda de seus clientes.

Portanto, não restou outra alternativa a requerente, senão buscar solução ao seu problema, neste nobre juízo, com a propositura da presente demanda, posto que, o requerente, está cansado com as constantes demoras em filas que enfrenta semanalmente na agência bancária do requerido, pois, o mesmo mostra total desrespeito para com seus usuários, principalmente para com o requerente, que teve de ficar todo esse período em pé em uma fila.

DO DIREITO O requerente ficou 1 horas e 37 minutos em tempo de espera para ser atendida na agência bancária do requerido, o que viola Lei Municipal de Senador Canedo 1.167/06, que dispõe em sua redação:

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Portanto, de acordo com o dispositivo legal acima mencionado, percebe-se claramente, que o principio constitucional da razoabilidade foi ferido em sua essência, pois, o tempo não deve exceder a 20 (vinte minutos) conforme preconiza o inciso I do artigo primeiro, porém, o requerente, ficou 55 minutos na fila, o que mostra o ato ilícito praticado pelo requerido.

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Conforme já foi demonstrado, o requerido violou dispositivo de lei, que determina o tempo máximo de espera na fila de banco para o devido atendimento.

Nesse sentido, necessário torna-se trazer a baila o disposto no artigo 186 do Código Civil de 2002, que dispõe em sua redação:

Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

O requerido além de violar dispositivo de lei, que garante o direito a requerente de ficar no máximo vinte minutos em espera para atendimento em fila bancária, causou-lhe danos morais, ante sua ilicitude, devendo, portanto, ser desde já condenado a indenizar a requerente pelos danos que lhe causou, pois deve ser reconhecido, o dever indisponível de zelar pela supremacia do interesse publico sobre o privado, pois, a requerente necessita de utilizar dos serviços bancários oferecidos pelo requerido, porém, é a parte mais frágil desta relação de consumo.

As instituições financeiras estão subordinadas, por desenvolverem em seus estabelecimentos, típicas relações de consumo, conforme o disposto no art. 3º, parágrafo 2º, do CDC, que dispõe em sua redação, sendo a mesma perfeitamente constitucional.

Art. 3° - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,

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montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

...

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Portanto, deve o requerido ser condenado ao pagamento a indenização a título de danos morais à requerente, em virtude do ato ilícito praticado em contrariedade à dispositivos legais acima citados e a falta de qualidade e de comprometimento em realizar atendimento adequado a requerente, no valor a ser arbitrado por Vossa Excelência, como medida certa e adequada de inteira justiça.

DO PEDIDO

Isto posto, requer-se:

a) A CITAÇÃO VIA CORREIO do Requerido (art. 221, I, c/c 222 do CPC), com a expedição de CARTA DE CITAÇÃO com aviso de recebimento – AR no endereço supra indicado, para querendo, vir contestar a presente, sob pena de revelia e confissão;

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b) a aplicação do Código de Defesa do Consumidor e a concessão do ônus da prova a favor do Consumidor por equiparação (artigo 17 CDC), haja vista se tratar da parte mais vulnerável e hipossuficiente da relação de consumo, conforme reza o artigo 6º, inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor;

c) A procedência total do pedido:

1.) para condenar o Banco requerido quanto ao pagamento da indenização por danos morais a ser arbitrada por este Douto Juízo, levando-se em consideração a extensão do dano causado ao requerente (vexame, angústia, aflição e desgaste sofrido) bem como o grau de culpa da requerida e sua imensurável possibilidade financeira;

e) a produção de todas as provas em direito permitidas; em especial a prova testemunhal para comprovar o dano moral e os lucros cessantes; f) pugna-se para que a correção monetária do quantum indenizatório arbitrado seja corrigida desde a data da ocorrência do evento danoso, conforme prescrição das Súmulas 43 e 54 do C. STJ;

Dá-se à causa o valor de R$ 28.960,00 (vinte e oito mil novecentos e sessenta reais). Senador Canedo, 12 de março de 2014.

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Nestes Termos,Pede deferimento.

PEDRO HENRIQUE SANTOS DE OLIVEIRAOAB/GO nº 33.871

THIAGO VICENTE DE ARAÚJO LEMESOAB/GO nº 36.417