2- trabalho - fenomeno de transporte experimental - bocais
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Universidade da Amazônia – UNAMAEngenharia Civil
Ender Farias Costa
BOCAIS
BELÉMJUNHO/2013
Ender Farias Costa
BOCAIS
Trabalho solicitado pela professora Elzelis de
Aguiar Muller; Disciplina: Fenômeno de
Transporte Experimental, como avaliação do
2º NI; Curso Engenharia Civil; turma: 3ENV1.
BELÉMJUNHO/2013
Sumário
1- Introdução......................................................................................................................4
2- Bocais............................................................................................................................5
2.1- Conceito.....................................................................................................................5
2.2- Classificação de bocais..............................................................................................5
2.2.1- Bocal cilíndrico...........................................................................................................5
2.2.1.1- Interior ou reentrante...............................................................................................5
2.2.1.2- Exterior....................................................................................................................6
2.2.2- Bocal Cônico..............................................................................................................6
2.2.2.1- Convergente.............................................................................................................7
2.2.2.2- Divergente...............................................................................................................7
2.2.3- Bocal agulheta............................................................................................................8
2.2.4- Experiências de Venturi..............................................................................................8
2.3- Vazão nos bocais...........................................................................................................8
2.4- Comparação entre perdas de carga................................................................................9
2.4.1- Com entrada normal...................................................................................................9
2.4.2- Com entrada arredondada...........................................................................................9
2.5- Exemplos.......................................................................................................................9
3- Conclusão....................................................................................................................12
4- Bibliografia Consultada...............................................................................................13
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1- Introdução
O presente trabalho é sobre Bocais, peças que são agregadas a orifício para
direcionar o jato de um determinado fluido. Esses bocais são do tipo cilíndrico, cônico e de
agulheta. Alem de mostrar a classificação, verificar-se-á experiência realizada por Venturi,
além da vazão dos bocais, bem como a comparação de perdas de cargas em entrada normal e
arredondada.
Para o desenvolvimento do referido trabalho se utilizou de pesquisas bibliográficas.
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2- Bocais
2.1- Conceito
Os bocais são peças tubulares que são adaptadas para ser agregadas aos orifícios
executados nas paredes ou no fundo de reservatórios, com o intuito de direcionar o jato de
fluidos que serão escoados de um determinado reservatório. O escoamento através desse
dispositivo tem o mesmo fundamento teórico do escoamento através de orifícios. O seu
comprimento deve ser de 1,5 e 3,0 vezes o seu diâmetro. Ele pode ser apresentado como um
meio termo entre a placa de orifícios e o tubo de Venturi.
2.2- Classificação de bocais
2.2.1- Bocal cilíndrico
2.2.1.1- Interior ou reentrante
É um tubo cilíndrico que se projeta para o interior da parede, conforme demonstra a
figura 2.1. Esse tipo de bocal corresponde a menor vazão, seu coeficiente de descarga é de
0,51. É utilizado para determinar o coeficiente de descarga, em laboratórios, com boa
aproximação. Mas seu jato é estável. Permite um tratamento analítico para determinar a
relação entre os coeficientes de contração velocidade. O H refere-se a linha média do bocal; o
A, a área geométrica e Ac, a área da seção contraída, referente a um reservatório de grande
dimensões. Neste caso a pressão hidrostática na seção a-a, é desprezível. Para um coeficiente
de velocidade C v=0,98,C c=0,52e Cd=Cv .Cc=0,51, neste caso a vazão do bocal se compreende por:
Q=0,51 A√2gH . Caso o comprimento do bocal for menos que 2D, o coeficiente de vazão
aumenta, sendo o valor de Cdreferente aos orifícios de parede espessa. Se ocorrer do tubo ser
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Figura 2.1 – Bocal interior
maior que 2,5D, a veia liquida preenche totalmente a seção do bocal, produz uma descarga
semelhante aos tubos adicionados.
2.2.1.2- Exterior
O bocal, neste caso, encontra-se fora do reservatório. Sua perda de descarga é maior
que um orifício de igual dimensão.
Na figura 2.2, é visualizado um bocal cilíndrico externo com comprimento L e
diâmetro D, carga H e área contraída AC, numa região de alta velocidade e baixa pressão,
pressão essa que contorna o jato após deixar o bocal seção S de área A.
A lei da descarga desse bocal pode ser determinada pela equação de Bernoulli e da
continuidade e das definições dos coeficientes dos orifícios. Usa-se então a equação:
H= V2
2g+∆h. Compreende-se que ∆ h é a perda de carga entre as seções. A maior perda
ocorre na fase de expansão do jato. Nesta expressão, alguns autores propõe adicionar uma
pequena fração K de energia cinética a vazante da contração, dada a impossibilidade de
determinar analiticamente todas as perdas de energia. Desta maneira a equação acima se
torna: H= V2
2g+¿¿¿ . O valor proposto por Bélanger para K é de
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, independente da relação
de áreas. Enquanto Hanocq propôs de maneira geral a seguinte equação para determinar K:
k=0,18.( AAc−1).
2.2.2- Bocal Cônico
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Figura 2.2 – Bocal exterior
Os bocais cônicos têm como objetivo aumentar a vazão.
2.2.2.1- Convergente
Os bocais convergentes, figura 2.3, a descarga é máxima para θ=13° 30 :Cd=0,94.
Levando em consideração esses dados, tem-se a seguinte equação para determinar a descarga:
Q=0,94. A0√2g h
2.2.2.2- Divergente
De acordo com as experiências de Venturi, um ângulo de divergências de 5º (figura
2.4) somado a um tubo com comprimento igual a nove vezes o diâmetro da seção
estrangulada permite os mais altos coeficientes de descarga, segundo Azevedo Neto. Para
determinar a descarga usa-se: Q=A0 √2 gh.
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Figura 2.3 – Bocal convergente
Figura 2.3 – Bocal divergente
2.2.3- Bocal agulheta
Este tipo de bocal tem várias finalidades, dentre elas temos o combate a incêndios, em
limpeza, nas aplicações agrícolas (figura 2.5), tratamento de água e muitos outros. O
coeficiente de descarga geralmente está entre 0,95 e 0,98.
2.2.4- Experiências de Venturi
De acordo com a Experiência de Venturi, percebeu-se que a vazão se eleva com a
adição de um bocal, com isso perdas de energia são criadas. A pressão existente na coroa de
depressão é menor que a pressão atmosférica. Para isso, Venturi introduziu, no bocal um tubo
de vidro e verificou que o valor de 0,75h tem um limite de 1 atm. Neste caso a descarga, com
a adição de um bocal é feita contra uma pressão menor, desta maneira elevando a vazão. Com
a existência do bocal permite a formação e manutenção da coroa de depressão.
2.3- Vazão nos bocais
A vazão nos bocais é aplicada através da formula geral, deduzida para orifícios
pequenos: Q=Cd A√2gh. O valor de Cd varia conforme a geometria do bocal.
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Figura 2.5 – Bocal agulheta
2.4- Comparação entre perdas de carga
2.4.1- Com entrada normal
Para bocais com entrada normal, o valor de Cv é de 0,82, ou seja, aplicando na formula
temos o seguinte resultado, h=( 1C2
v
−1) V2
2 g=( 1
0,822❑
−1) V2
2g=(1,5−1 ) V
2
2 g=(0,50−1 ) V
2
2 g ,
seria uma perda na entrada de apenas 50% .
2.4.2- Com entrada arredondada
Para bocais com entrada arredondada, o valor de Cv é de 0,98, ou seja, aplicando na
formula, temos o seguinte resultado,
h=( 1C2
v
−1) V2
2 g=( 1
0,982❑
−1) V2
2 g=(1,04−1 ) V
2
2g=(0,04−1 ) V
2
2 g , seria apenas 4% da carga de
velocidade.
2.4- Exemplos
- Você precisa analisar a situação de um reservatório em que a altura do fluido (água) é
de 11 m em relação ao eixo longitudinal de um bocal. Para tanto deve determinar a perda
de carga, a velocidade média na saída do bocal e a descarga.
Dados:
Bocal com entrada normal
D = 0,1 m (diâmetro do bocal)
Cd= 0,82
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A=π4D 2
A=π4
0,82,2
A=7,854 x10−3m ²
v=QA
v= 0,0955m ³ /s7,854 x10−3m ²
v=12,16m /s
Q=CdA √2 ghQ=0,82.7,854 x10−3m ²√2.10m /s ² .11mQ=0,0955m ³ /s
Hp=0,5v ²2g
Hp=0,5(12,16m/ s) ²
2.10m /sHp=3,696
- Em um reservatório é constituído de um bocal com entrada arredondada de diâmetro D =
0,05 m e com velocidade média de 10 m/s. Determine a descarga, a carga e a perda de carga.
Dados:
Bocal com entrada arredondada
Cd= 0,82
A=π4D 2
A=π4
(0,05m)2
A=1,963x 10−3m ²
Q=CdA √2 gh
( QCdA ) ²=(√2gh )²
( QCdA ) ²=2gh
h=( 1,963 x10−2m ³ /s0,82.1,963 x10−3m ² )
2
= 12.10m / s ²
h=7,44m
Q=v . AQ=10m / s .1,963 x10−3m ²Q=1,963 x 10−2m ³/s
Hp=0,04v ²2 g
Hp=0,04(10m /s ²) ²2.10m /s
Hp=0,2m
- Determine a velocidade média, a área e a perda de carga de um bocal cilíndrico exterior.
Com as informações a seguir, calcule o que se pede sabendo-se que o bocal cilíndrico tem
concordância arredondada e provoca a descarga de 4L/s, sob a carga de 3,50m.
Informações adicionais:
Cv=0,98Cd=0,82
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A= Q
Cd √2 gh
A= 4 x 10−3m /s0,82√2.10m /s ².3,5m
A=4 x10−3m/ s6,86m /s
A=5,8303x 10−4m/ s ²
V=QA
V= 4 x10−3m /s5,8303 x10−4m /s ²
V=6,86m /s
Hp=0,04v ²2 g
Hp=0,04(6,86m /s ²)²
2.10m /sHp=0,09m
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3- Conclusão
O estudo de bocais é de suma importância para a Construção Civil, pois o mesmo
serve para inúmeras aplicações conforme mencionando no desenvolvimento do trabalho.
Com as perdas de cargas observou-se que tais perdas ocorrem devido ao atrito do fluido com as paredes do conduto, ao longo de toda sua extensão, com área transversal constante.
Nas perdas de carga localizadas observou-se que tais perdas ocorrem devido a singularidades presentes nas tubulações continuas como, por exemplo, reduções, ampliações, válvulas com área transversal não constante e suas funcionalidades, assim como suas possíveis utilizações.
As características dos fluidos, quanto às tubulações, conexões, bocais podem influenciar sua velocidade, vazão e temperatura, dai a necessidade do estudo destes mecanismos e suas perdas.
Mediantes os fatos exposto, ressaltamos a importância deste trabalho para um melhor entendimento da disciplina de mecânica dos fluidos, uma vez que os conceitos teóricos podem ser aplicados a experimentos práticos, induzindo-nos a uma melhor reflexão e analise.
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4- Bibliografia Consultada
AZEVEDO NETTO, José M.; ALVAREZ, G. A. Manual de hidráulica. 7ª Ed. São Paulo:
Edigar Blucher Ltda, 1985.
PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica básica. 3ª Ed. São Carlos: EESC-USP, 2004.
"Bocais,Vertedouros e orifícios." TrabalhosFeitos.com. 05, 2012. Acessado 05,
2012.http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Bocais-Vertedouros-orificios/239005.html.
"Orificios e Bocais" TrabalhosFeitos.com. 05 2012. 05 2012 <http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Orificios-e-Bocais/239984.html>.
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