20 07 galeria de zines e acontecimentos criativos · calendário 2020 de feiras de publicações...
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20 07
GALERIA DE ZINES E ACONTECIMENTOS CRIATIVOS
AAAHHrte é um zine-colagem de coisas interessantes encontradas por aí. O objetivo
é apenas divulgar e prestigiar obras criativas, sem qualquer finalidade comercial.
Distribuição gratuita.
Capa: O Passante, escultura de José Resende no Largo da Carioca (RJ).
Contato:
wagner nyhyhwh
http://partesforadotodo.blogspot.com
As edições do AAAHHrte podem ser vistas/baixadas/recebidas através dos meios
abaixo:
Para receber por mail é só pedir no [email protected] .
Ou acesse:
ZINETECA DIGITAL COLABORATIVA
(https://drive.google.com/folderview?id=1VOSRYuN_id71RG9ks00clzH9nSTGxyGE)
RECANTO DAS LETRAS
(https://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=196268&categoria=M)
Arquivos do grupo COLETIVO ZINE no facebook
(https://www.facebook.com/groups/333871386651933/files)
Biblioteca de Fanzin/ES da Daniela Dias
(https://sites.google.com/view/fanzinesdanieladiaspoetisa)
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AVISO FINAL 37
O tradicionalíssimo Aviso Final do Renato Donisete chega em sua edição 37. Esta é
inteiramente dedicada à banda clássica Armagedom, que já completou 35 anos de
história! Aviso Final contando a história e fazendo história!
Contato:
Renato Donisete
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CARTOGRAFIAS DO ESPÍRITO
Livro produzido a seis mãos e editado pela Rede Editorial Starling, tradicional editora
conduzida pelo Rodrigo Starling. A epopeia da circum-navegação liderada por Fernão
de Magalhães no século 16 serve como inspiração para poemas e ilustrações criados
por Elisa de Jesus, Jackson Abacatu e Rodrigo Starling.
Contato:
www.selostarling.com.br .
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MEGAROCK 71
O Megarock já é um fanzine clássico, com uma boa estrada. Já são 24 anos de
atividade e 71 edições. Este número traz entrevistas com Inocentes, Angra, resenhas
de sons e divulgação do rock e afins. Disponível em impresso e digital.
Contato:
Fernando Cardoso.
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SUPLEMENTO ACRE 16
organização: Editora AMEOPOEMA
https://www.facebook.com/ameopoema
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MORTE?
Texto: wagner nyhyhwh
Ilustrações: Rubens Mateus
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Calendário 2020 de Feiras de Publicações Independentes:
“Olá pessoal, atualizando nosso post fixo com o link para o calendário em 2020:
bit.ly/feiras-2020
Lembrando que este grupo foi criado para construirmos coletivamente um Calendário
de Feiras de Publicações Independentes, através da planilha excel aberta para que
qualquer pessoa possa incluir informações. Quanto mais informações tivermos,
melhor para todos, portanto se você conhece algum evento que se encaixe no
propósito, contribua, assim conseguiremos mapear as feiras e democratizar ainda
mais as informações.
Para mantermos nosso objetivo, não inclua eventos que não se encaixem no tópico
"feira de publicação independente", caso sejam incluídos, serão deletados. Isso
também vale para os posts: feiras do grande circuito ou bazares que não tratem
especificamente de publicações independentes, não devem ser compartilhados no
grupo.”
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http://maldohorror.com.br/j-a-de-nardo/devaneios/
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João da Silva :
http://netodestrovocanhota.blogspot.com
a verdade
então cê tá me dizendo a verdade?
e tá memo
a sua
porque são tantas
bicho, pense só
esse tanto de gente no mundo
é verdade pá porra
é uns bilhões de verdades
é verdade que não acaba mais
Seres pitorescos de planetas peculiares nº 14
Polivistus Monolito
Falastrórium. Habita
a galáxia de
Molengus Lengus.
Uma cabeçorrona
com um olho de
crustáceo e o outro
de jabaculeba
flutuando numa
gelatinona oceânica
- diria um
desavisado terrestre
de nossa era, mas
não é nada disso. O
cérebro humano de
nossa era não tem
vibrações suficientes
para compreender
esse tipo de vida. E
nosso idioma
português-brasileiro
não tem sonoridade,
sílabas, fonemas e
entonações para
explicá-lo através de
palavras.
Polivistus Monolito Falastrórium... pensa num bicho figura. Conta uns causo que tu
começa a rir na primeira sílaba e só para de rir na última. O time do humor deles só
existe na galáxia de Molengus Lengus, o que torna a experiência do convívio com eles
muito engraçada, mas tão engraçada que beira o insuportável. Nunca buscaram
expandir seu território, mas ganharam guerras contra invasores fazendo o exército
inimigo rir a ponto de não aguentar e ir embora. Ganharam todas as batalhas sem
matar ninguém, só na tática que batizaram jocosamente de riso-fuga. Dizem que o
território é gelatinoso pois até a superfície dos planetas da citada galáxia estão
sempre a gargalhar (e é óbvio que um planeta quando ri muito se torna gelatinoso).
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http://expressaoliberta.blogspot.com
Ótimas resenhas literárias é apenas um dos atrativos desse espaço de muita atitude e
cultura mantido pelo Winter Bastos:
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https://pandinhavicio.wordpress.com
Papel Mágico
https://pandinhavicio.wordpress.com/2018/03/02/papel-magico/
Fênix
https://pandinhavicio.wordpress.com/2017/12/10/fenix/
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TCHÊ, 30 ANOS
Período: De 14 de janeiro a 14 de fevereiro de 2020
Visitação: De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h
Encerramento: 13/02/20 - 14h30min: Oficina de Fanzines com Jorginho
16h: Projeção do Filme “Fanzine Tchê, 30 anos de resistência” e bate-papo com
Denilson Reis, Paulo Kobielski e Alex Racor.
Local: Quiosque da Cultura (Praça Leonel de Moura Brizola, s/nº -
(51)3600.7345)
Evento no Face: https://www.facebook.com/events/975092306223437/
O Quiosque da Cultura será um imenso Fanzine!
30 anos do Fanzine Tchê
ColetiveArts :
A Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (SMCEL), em parceria com o
ColetiveArts, irá transformar o Quiosque da Cultura em um enorme fanzine. A
proposta de exposição, que conta com a curadoria do Ilustrador e “agitador”
Cultural Jorginho, irá homenagear o Fanzine Tchê, o mais longevo do Brasil que
em 2020 completa 30 anos de atividade. Criação de Denilson Reis, ícone na edição
de publicações independentes, o Tchê ganhou no ano de 2018 o Oscar dos
quadrinhos brasileiros: Prêmio Ângelo Agostini na categoria Melhor Fanzine.
Poderão ser conferidas na mostra: histórias em quadrinhos, textos, editoriais e
ilustrações que fizeram a história da publicação. Passaram pelas páginas do Tchê
grandes artistas dos quadrinhos brasileiros: Júlio Shimamoto, Mozart Couto,
Laudo Ferreira Jr., Henry Jaepelt, Joacy Jamys, Edgar Franco, Gazy Andraus,
Daniel HDR, Jorginho e Adão Júnior entre outros.
Então se você gosta de quadrinhos, desenhos, poesias, rock e do underground
visite a Exposição “Tchê, 30 anos”, de 14 de janeiro a 14 de fevereiro de
2020, das 9h às 18h no Quiosque da Cultura. No dia 13 de fevereiro estão
programadas atividades abertas ao público e gratuitas, iniciando com uma oficina
de Fanzines às 14h30min, ministrada por Jorginho e às 16h a projeção do
documentário “Fanzine Tchê, 30 anos de resistência”. Para finalizar haverá um
bate-papo com Denilson Reis, Paulo Kobielski e Alex Racor, produtores do
documentário. Para estas atividades gratuitas, agende seu grupo pelo e-mail
[email protected] ou pelo telefone 3600.7345.
Contatos:
Jorginho: (51)989018431 - [email protected]
SMCEL (Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer)
Quiosque da Cultura
Praça Leonel Brizola, s/nº - Gravataí/ RS
https://www.facebook.com/QuiosqueDaCultura
(51)3600.7345
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“Do Lixo ao Samba”
https://vimeo.com/84898264
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Baixe gratuitamente http://bit.ly/rebulicodosfanzines-5ed
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Divulgação de Michael Meneses:
"Bom dia Amigos!
No dia 25/01 (sábado), a Alaúde Escola de Música em Belo Horizonte/MG recebe o
editor do Portal Rock Press, criador do Selo Cultural Parayba Records e fotojornalista
carioca Michael Meneses para uma palestra sobre Fotografia de Shows e
Espetáculos.
Ele fará projeções dos seus trabalhos ao longo dos anos, através de imagens que
contam um pouco da história da música e do rock independente no Brasil, e dará
dicas para fotógrafos e jornalistas que desejam trabalhar em editorias de cultura e
músicos independentes que queiram divulgar seus trabalhos na mídia.
Todos estão convidados!
MAIS INFORMAÇÕES:
(31)993515459 (WhatsApp).
FACEBOOK: https://bit.ly/36PXZ0s
INSTAGRAM: https://bit.ly/2ThF2QC
REALIZAÇÃO: @Alaúde Escola de Música
APOIO CULTURAL: @Portal Rock Press, @Parayba Records e @Célio Ferreira
Fotografia
Divulguem e prestigiem! "
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https://outraspalavras.net/outrasaude/de-que-forma-quem-tem-plano-de-saude-
procura-atendimento-no-sus/
Quando o SUS socorre os usuários de planos de
saúde
INTERSEÇÃO
‘Quem tem plano de saúde não usa o SUS.’ Com certeza você já ouviu essa frase ou
essa ideia circulando por aí. Desconstruí-la tem sido um esforço contínuo dos
sanitaristas no Brasil – e um dos argumentos mais frequentes se baseia no fato de o
SUS não ser um sistema limitado à assistência: tem vigilância sanitária,
epidemiológica, formação de profissionais, pesquisa & desenvolvimento… Mas há
muito mais entre o público e o privado quando se destrincha os dados assistenciais.
Foi justamente o que fez a pesquisadora Maíra Coube. Ela analisou no blog do
Instituto de Estudos para Políticas de Saúde algumas informações da última Pesquisa
Nacional de Saúde, realizada em 2013, para descobrir como os brasileiros com planos
de saúde usam o SUS – e também o contrário: de que forma quem não tem plano
recorre à compra de serviços no setor privado.
A conclusão é que, naquele ano, pessoas que tinham planos de saúde
representaram nada menos do que 10,9% dos atendimentos prestados pelo SUS, o
equivalente a dois milhões. Esse público realizou 940 mil internações no Sistema
Único, ou 11,6% do total de internações do SUS. Já a busca por atendimentos no
setor privado por aqueles sem plano foi ligeiramente maior. Foram 2,6 milhões de
atendimentos, ou 22,9% do total do setor privado. Em números absolutos, a busca por
internações foi menor – 854 mil – mas elas representaram 21,8% do total do setor
privado.
O tipo de atendimento mais utilizado no SUS por beneficiários foi a consulta médica
(77%). Em relação às internações hospitalares, cirurgia e tratamento clínico foram os
principais motivos para quem tem plano se internar no SUS (29% e 42% das
internações, respectivamente). Maíra Coube também complementa as informações da
PNS com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de ressarcimento
das operadoras ao SUS: em 2015, hormonioterapia e hemodiálise foram os
atendimentos ambulatoriais mais frequentes.
A busca pelo setor privado por quem não tem plano foi também principalmente para
realizar consulta médica (59%), seguido de consultas odontológicas (12%). Com
relação às internações, cirurgias e tratamentos clínicos também foram os motivos
mais utilizados (38% e 30% respectivamente). Aqui, o destaque vai para a alta
proporção de partos cesáreos procurados no setor privado por quem não tem plano
de saúde.
“Os dados mostram que há uma intersecção considerável em termos de utilização
de serviços entre os setores público e privado. Por um lado, pode refletir a extensão
da cobertura dos planos de saúde, levando beneficiários a buscar o SUS em
situações de não cobertura ou cobertura parcial do plano (ex. vacinação, consulta
odontológica). Por outro lado, também pode significar uma percepção de melhor
qualidade no setor público para determinados serviços”, diz a pesquisadora. E reflete:
“Na situação em que o usuário não tem plano e utiliza o serviço privado, há uma
preocupação sobre o impacto do nível de gastos com despesas catastróficas como
proporção da renda familiar, que pode causar uma sobrecarga orçamentária,
particularmente para famílias de baixa renda. Será que as filas de espera do setor
público são muito elevadas para esses procedimentos e por serem de alta
complexidade e urgentes, fazem com que o usuário procure o setor privado?”.
O PAPEL DO ESTADO
Em uma entrevista bem didática, Carlos Ocké, do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), também aborda a interseção entre o setor público e o setor privado.
Estudioso do mercado de planos de saúde, o economista é um dos autores de uma
pesquisa de 2018 que demonstrou que a renúncia fiscal do governo federal destinada
ao setor saúde retirou nada menos do que R$ 331,5 bilhões dos cofres públicos entre
2003 e 2015. Ele relembra que esses subsídios foram disseminados no Brasil a partir
de 1968 e ajudaram a criar o mercado de planos de saúde no país. “Para começo de
conversa, é preciso distinguir o gasto direto – aquele aplicado no SUS – dos
subsídios, que são gastos indiretos que se destinam ao consumo das famílias, dos
trabalhadores e dos empregadores. De saída, esses gastos indiretos têm dois
problemas. Número um: o gasto público per capita fica distorcido, desigual porque
todos usam o SUS, todo mundo usa vigilância em saúde e vacinação, por exemplo. E
se eu tenho plano de saúde e você não tem, na média estou ganhando mais do que
você já que nós dois ganhamos o gasto direto, mas eu também ganho o gasto
indireto. Além disso, em tese, os subsídios retiram recursos do SUS porque o Estado
patrocina o consumo de serviços privados de saúde em detrimento do fortalecimento
do Sistema Único, indo de encontro aos preceitos constitucionais”, explicou.
Para ele, é uma falácia o discurso empresarial de que mais gente com plano de
saúde ajuda o SUS, desafogando o Sistema. “Pelo contrário, a experiência
internacional ensina que o fortalecimento da saúde suplementar fragiliza politicamente
a capacidade que o setor público tem de construir consenso na sociedade para
ampliar os recursos destinados à saúde”, diz. E completa: “Esse mercado não quer
dividir com o Estado os procedimentos de alto custo, as enfermidades de alto risco.
Nessa seara, ele quer socializar os custos, haja vista a figura emblemática do
ressarcimento [das operadoras ao SUS, motivo de disputa durante muito tempo]. (…)
Na verdade, o que existe é uma disputa ferrenha não só pelos subsídios, mas pelos
recursos públicos em geral. A luta é por abocanhar cada vez mais recursos públicos
porque isso faz parte da dinâmica desse setor na busca por aumentar sua escala e
reduzir sua ineficiência.”
Na entrevista publicada na revista Poli, da Fiocruz, Ocké também falou sobre a
confluência de agendas da gestão Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde,
com destaque para a atenção primária. Segundo ele, a criação da Agência para o
Desenvolvimento da Atenção Primária (Adaps) no bojo do programa Médicos Pelo
Brasil e o novo modelo de financiamento federal desse nível de atenção seriam parte
de uma proposta bem ampla de contrarreformas para privatizar o SUS por dentro. “É
importante, enquanto analistas de políticas de saúde, que façamos um esforço para
entender a convergência entre o desenho da Adaps e a nova proposta de
financiamento. Trabalhamos com a hipótese de que estamos vendo acontecer no
Brasil o mesmo movimento de contrarreformas que aconteceu no NHS [Serviço
Nacional de Saúde] inglês. Lá, as primeiras mudanças aconteceram em 1989, no
governo de Margaret Thatcher, com a introdução do mercado interno no NHS.”
UM OUTRO SUS INTERROMPIDO
Você sabia que no Chile de Salvador Allende uma das principais propostas de
reformas era a criação do SUS? Pois é. Por lá, a sigla significaria Serviço Único de
Saúde. Mas mesmo antes do governo da Unidade Popular, existia um Sistema
Nacional de Saúde, espécie de Inamps criado para unificar os serviços oferecidos
pelas diversas caixas de previdência dos trabalhadores chilenos, e a assistência à
saúde era considerada um dever do Estado desde 1925 pela Constituição. Com a
ditadura, tudo isso foi por água abaixo e com a Constituição de 1980 – que ainda
vigora no país vizinho e agora, finalmente, está em xeque – a assistência à saúde
deixou de ser direito social e o papel do Estado passou a ser “garantir a execução das
ações de saúde, sejam elas prestadas através de instituições públicas ou privadas”.
Já falamos por aqui das distorções que isso provocou, com por renda da população
por renda. Essa história está detalhada na reportagem de André Antunes, publicada
também na revista Poli da Fiocruz, que examina ainda os problemas relacionados à
educação e previdência no Chile.
Para quem se interessa por educação, vale a pena também dar uma olhada na
íntegra da entrevista com Fabian Cabaluz, professor da Universidade Academia de
Humanismo Cristão do Chile. Ele explica os métodos da ditadura para desmontar a
mobilização de professores, estudantes e trabalhadores do setor – e qualquer
semelhança com a proposta de escolas cívico-militares e intervenção nas eleições de
universidades e institutos federais que se desenrola no Brasil de Jair Bolsonaro não é
mera coincidência. O autoritarismo do passado parece inspirar o presente, embora,
obviamente, por aqui hoje ainda haja travas institucionais. Por lá, naquela época, além
da privatização, houve uma série de medidas que ficaram conhecidas por “depuração
ideológica”. “Esse foi o conceito que utilizaram na época. Isso quer dizer retirar
qualquer tipo de presença do que denominavam de ‘câncer marxista’ dentro da
educação. Qualquer tipo de conceito que falasse de luta de classes, socialismo,
democratização da cultura, movimentos sociais, organização sindical: todos esses
conteúdos tinham que ser retirados do sistema educativo. Junto com isso, se interveio
nas instituições educacionais – e para isso foram colocados militares de carreira como
reitores das universidades e também como diretores das escolas públicas. De tal
maneira que as Forças Armadas passaram a ter controle direto sobre as instituições
educativas. Isso foi gravíssimo porque veio junto com uma repressão focalizada no
professorado. Os professores e trabalhadores da educação são o grupo de
profissionais com a maior quantidade de pessoas executadas e desaparecidas
durante a ditadura civil-militar.” Aliás, a criminalização dos movimentos estudantis feita
pelo atual presidente Sebastian Piñera com a aprovação de uma lei chamada ‘Aula
Segura’ foi, segundo Cabaluz, a base dos primeiros protestos de 2019, que se
adensaram com o anúncio do aumento das passagens.
SEGUNDO LUGAR
O Ministério da Saúde passou a exigir a notificação compulsória da dengue em 1990.
Pois 2019 passou a ocupar o segundo lugar no ranking dos anos com mais casos da
doença – e isso porque os dados vão só até 7 de dezembro, o que significa que ainda
pode ultrapassar o ‘campeão’ 2015. Ano passado foram registrados 1,53 milhão de
casos, e cinco anos atrás essa marca foi de 1,69 milhão.
MUITAS MORTES
Na Índia, é notícia um número enorme de mortes de crianças em um hospital do
governo na cidade de Kota, no norte do país. As primeiras manchetes deram conta de
104 óbitos entre dezembro e a primeira semana de janeiro. Mas a NPR contabilizou
impressionantes 940 mortes infantis na unidade ao longo de 2019. O hospital não
comenta as causas e se limita a informar que algumas das crianças nasceram abaixo
do peso – o que não explica o índice. E a questão virou arma política, já que a cidade
fica no Rajastão, onde está no poder o partido de oposição ao primeiro-ministro
indiano Narenda Modi. O estado acusa o governo central – e vice-versa. A Índia
responde por 20% da mortalidade infantil do mundo, com 1,5 milhão de óbitos de
crianças abaixo dos cinco anos registrados entre 2012 e 2015.
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Relembrando um clássico:
Manuel Bandeira
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num
barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
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