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HISTÓRIAS DE PESSOAS NEGRAS: OUTRAS IDENTIDADES
Maria da Conceição dos Reis
Centro de Educação da UFPE
Edílson Fernandes de Souza
Programa de Pós Graduação em Educação da UFPE
INTRODUÇÃO
As histórias de pessoas negras são configuradas pela sociedade de exclusão das
diferenças, como outras identidades, muitas vezes irrelevantes para serem discutidas,
lidas, ouvidas ou inseridas em meios acadêmicos.
Este texto é fruto de um estudo que investigou, através da metodologia da história
oral, o processo de construção da identidade negra de pessoas que concluíram o curso
de doutorado e hoje são referências para as discussões étnico-raciais. Assim, buscamos
compreender o processo de construção da identidade negra através da educação e da
história de vida de pessoas negras doutoras do Brasil.
Um dos interesses pelo tema e por essas pessoas surge ao ser constatado que os
indicadores sociais apontam as desigualdades vividas pela população negra na
sociedade brasileira, destacando, para este estudo, o que se refere ao acesso,
permanência e resultado educacional das crianças negras desde a educação infantil ao
curso de doutorado. Em 2008, por exemplo, o Relatório Anual das Desigualdades
Raciais no Brasil, identificou 325.907 estudantes em cursos de mestrado e doutorado.
Destes, apenas 20,0% eram identificados como pretos e pardos (PAIXÃO e
CARVANO, 2008).
A teoria que guiou o estudo foi das configurações sociais do autor Norbert Elias
(1994a, 1994b) relacionando processo civilizador com a construção da identidade na
relação entre os indivíduos e a sociedade. Para discutir as categorias identidade negra e
educação recorremos aos autores Kabengele Munanga (2008) e Paulo Freire (2001,
2005, 2011). A metodologia da história oral favoreceu o contato com outras histórias e
outras identidades construídas pelas narrativas das histórias de vida de pessoas negras
doutoras do Brasil.
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A opção pela história oral segue orientações de Alberti (2005, p. 23), ao informar
que este caminho “privilegia a recuperação do vivido conforme concebido por quem
viveu”, em nosso estudo, a população negra.
Os Núcleos de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) e correlatos ajudaram na
definição das pessoas entrevistadas. Esses núcleos apontaram quais são as pessoas
negras doutoras do Brasil consideradas referências para os estudos e pesquisas
referentes à questão étnico-racial.
Para ajudar na construção, interpretação ou apenas para complementar as
narrativas, recorremos às fontes escritas, como o currículo Lattes, artigos, memoriais,
livros e teses produzidas pelas pessoas entrevistadas. A referida metodologia se
materializou, a partir da interpretação e publicação das narrativas das pessoas negras
doutoras sobre o processo de construção de sua identidade. É assim que, segundo Meihy
(2005), as fontes orais se transformam em documentos escritos.
Conclui-se que a configuração educacional dificilmente se relaciona de forma
satisfatória com pessoas negras, tendo dificuldade de contribuir com o processo de
construção de sua identidade. Assumir a identidade negra, ressignificar as diversas
relações conflituosas e superar a discriminação social e racial durante sua vida
educacional e ainda se tornar doutoras do Brasil, é uma conquista para as identidades
esquecidas pelo formato das estruturas presentes nas diversas configurações sociais.
1. ‘OUTRA IDENTIDADE’ NAS CONFIGURAÇÕES SOCIAIS
Configurações são estruturas sociais que vão sendo constituídas pela relação de
interdependência entre os indivíduos que necessitam do outro para constituírem tal
estrutura cujas relações, através de conflitos, tensões e relação de poder configuram o
individual e o social (ELIAS, 1994b).
Para Elias (1994a e 1994b), o processo civilizador é próprio da teia de
interdependência da vida social. Neste meio, o indivíduo cria formas de convivência e, a
partir de interesses de seu grupo, define valores e normas. A força que têm determinadas
imposições, normas, comportamentos e que se adentram na sociedade e nas pessoas é
resultado de um processo, de um desenvolvimento histórico (1994a, p. 189).
Identidade, portanto, é formada a partir das relações de interdependências
presentes na sociedade de diferenças e de exclusão. Tais diferenças marcam e
estimulam a construção de várias identidades.
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É partir de uma sociedade desigual que surge a necessidade de construções e
reivindicações de diversas identidades. Como ressalta Silva (2000, p. 75): “a afirmação
da identidade só faz sentido por causa das diferenças”.
Para Elias e Scotson (2000) há uma necessidade de buscar o entendimento da
relação de poder entre os estabelecidos e os que estão entre os outsiders. Pois, o
conceito de identidade é destacado, como atrelado a um conjunto de aspectos políticos e
sociais, dos indivíduos e da sociedade de indivíduos que uma determinada pessoa
assume e, por isto, vai sendo identificada, de forma diferenciada, a partir do seu grupo
de pertencimento.
Destacando a identidade negra como ‘outra identidade’, relegadas a indiferença,
por nem sempre ser legitimada pelos grupos estabelecidos, esta, apresenta-se com várias
peculiaridades: seu passado histórico, sua situação e exclusão das posições de comando
e seu pertencimento a um grupo étnico-racial que teve sua humanidade negada
(MUNANGA, 2008, p. 14).
Esta identidade advém da história de negação humana e cultural presente nas
diferenças sociais e raciais do processo civilizador brasileiro. Para Souza:
Saber-se negra é viver a experiência de ter sido massacrada em sua identidade, confundida em suas perspectivas, submetidas a exigências, compelida a expectativas alienadas. Mas é também, e sobretudo, a experiência de comprometer-se a resgatar sua história e recriar-se em suas potencialidades (1990, p. 17-18).
Ao se reconhecer, se assumir e, por isso, se orgulhar de seu pertencimento a
pessoa negra está mais propícia a contribuir com si mesma, com seu grupo e com a
sociedade, de forma geral.
2. HISTÓRIAS DE PESSOAS NEGRAS
Buscando compreender o processo de construção da identidade negra e a
influência da educação neste processo, situamos as pessoas negras nas várias
configurações sociais em que vivenciou experiências de vida que influenciaram na
constituição e consolidação de sua identidade.
Espera-se o tempo em que as configurações educacionais escolares sejam
percebidas como um dos espaços para construção e consolidação de identidades.
Partindo de uma concepção freireana, entendemos que a educação é ato político, por
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poder proporcionar o potencial de pensar e transformar as relações. Não dá para aceitar
uma educação que defenda a neutralidade diante as relações de interdependências que se
estabelece na sociedade, pois, “toda prática educativa implica uma concepção dos seres
humanos e do mundo” (FREIRE, 2001, p. 51). Assim, cabe a escolar construir
momentos de reflexão e ação, que venham repensar a prática educativa conservadora,
que beneficia e perpetua, aos estabelecidos opressores e oprimem os outsiders.
A seguir, são apresentadas e interpretadas as narrativas que revelam as memórias
e histórias das pessoas negras doutoras do Brasil forjadas na teia de interdependência
das configurações sociais.
2.1 Histórias de pessoas negras na configuração familiar
Durante a infância as crianças tem a possibilidade de pertencer a uma família,
qualquer que seja a configuração dessa família.
Considerando o processo de construção da identidade negra, as configurações
familiares têm dificuldade de ajudar suas crianças a reconhecerem sua identidade. O
silêncio, em muitas situações é o refugio para não fragilizá-las ou, mesmo, por não
saber como atuar em uma situação de conflito. Como diz a narrativa de SAS:
Nunca se falou nada sobre ser negro dentro da minha família. Meu pai não tinha tempo para movimentos sociais, só trabalhando, trabalhando. Minha mãe, muito menos. Mas esse era um assunto que também era evitado, não é? Evitado no sentido de querer proteger os filhos dessa discussão, que era uma discussão dolorosa.
A maioria das narrativas destaca essa ausência e/ou a dificuldade das famílias.
Mas, também podemos encontrar configurações familiares que discutem e ajudam suas
crianças a construírem identidades. Para PBGS e HACJ seu pertencimento étnico-racial
é influenciado pela família. Vejamos:
A construção do meu pertencimento étnico-racial foi incentivado no meio da minha família: todos nos sabíamos negros, dos mais escuros aos mais claros, e gostávamos de sê-lo (PBGS).
Meu pai e a minha mãe eram militantes do movimento negro e os meus avôs já eram militantes do movimento negro. Então, há um forte discurso interno em casa sobre o negro no Brasil. O meu pai foi presidente, quando eu era criança, da Associação Cultural do Negro em São Paulo (HACJ).
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É possível afirmar que participando de uma família que se reconhece negra,
filhos e filhas despertam a consciência de si mesmos, sabendo quem são, onde estão e
como enfrentar as exclusões frutos das diferenças que marcam a sociedade brasileira.
2 .2. Histórias de pessoas negras na configuração educacional
A educação é um processo resultante da relação de interdependência entre o social
e o individual, o mesmo que entendemos sobre o processo da civilização apresentada
por do Elias (1994a e 1994b). Esta educação, progressista ou conservadora, vai
determina o autocontrole dos seus educandos e suas futuras intervenções sociais e
pessoais.
As famílias da classe social menos favorecida economicamente creditam à escola
a ascensão social dos seus filhos para assim, ajudarem a família a superar problemas
que incidem na sua dignidade humana. As narrativas a seguir, comprovam essa
afirmação.
E eu me recordo que minha mãe ainda estava viva e eu comentei com ela: Ah, quando eu for para a universidade... Minha mãe me deu uma bronca... Você não vai fazer universidade! Isso não é pra você! Você vai fazer um curso técnico, porque é isso que vai te dar possibilidades de te colocar no mercado de trabalho! (DMB).
Existe a miséria e existe a possibilidade de sair da miséria, e o caminho é a educação. Ou como diria a minha mãe, o caminho é o estudo (JPFC).
A escola torna-se uma necessidade e aspiração de todas as classes sociais em
busca de ascensão social, por isso se espera tanto dela. Freire (2005, p. 53) ressalta que:
“é bem verdade que a educação não é a alavanca da transformação social, mas sem ela
essa transformação não se dá”. A educação por seu um direito, devem ser subsidiadas
por políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento de práticas de igualdade e
solidariedade que possibilitem a construção de identidade. Mas, a educação precisa
avançar diante uma concepção universal sobre a história, a cultura e a valorização da
identidade de todas as pessoas.
O silêncio e a indiferença da instituição escolar são marcantes para as histórias das
pessoas negras, como pode ser percebido:
Na minha trajetória escolar, que eu tenha consciência, nada marcou essa construção. Tinha uma coisa que é a aquela produção do silêncio na escola (MMS).
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Não tive nenhuma discussão na escola. Na universidade também não tive. Aliás, não se discutiam nada quanto à questão racial na universidade (SAS).
Nos estudos no Aplicação, o nosso povo negro somente aparecia quando se tratava de tráfico de escravizados e abolição da escravatura (PBGS). A escola era muito ruim! A escola era muito ruim! [...] Ela não conseguia impressionar. Ela era fraca para impressionar, perto desse outro universo que eu vivia fora de casa (HACJ).
As narrativas revelam a importância da aprovação de uma lei que venha estudar,
vivenciar proporcionar contato dos educandos com a história e cultura afro brasileira e
africana, o que é o caso da lei nº 10.639/2003, mesmo encontrando resistência para se
consolidar dentro do âmbito educacional.
Durante as histórias de vida, também se destacam os momentos vividos em
espaços culturais e movimentos sociais e políticos. São exemplos os espaços culturais
vividos pela família de HACJ e o movimento estudantil que PJFC participou, ajudando
a fortalecer sua autoimagem crítica. Percebe-se que são essas experiências de vida,
vividas de forma coletiva que dão unidade à população que busca a afirmação da
identidade negra.
3. AFIRMANDO OUTRA IDENTIDADE: NEGRA
As histórias das pessoas negras doutoras revelam a dificuldade da população
negra de assumir e de construir uma imagem crítica de si mesmas, pois o processo de
construção da identidade negra não é nada fácil. Essas dificuldades são refletidas e
compreendidas a partir das condições impostas pela sociedade dos indivíduos, que tem
o controle das emoções e do comportamento das pessoas. É preciso se perceber neste
processo através das experiências vividas e provocadas através da autoimagem, do
pertencimento étnico-racial e finalmente da afirmação política de sua identidade.
Para Halbwachs (2006), quando crianças, se adquirem imagens que ficam
presentes nas lembranças, que o tempo ajudar a localizar e entender o significado desta
imagem. As experiências vividas interferem hoje em sua vida adulta, profissional, de
militância política.
Então, é esse processo no qual eu ainda estou e vou continuar a escrever, a pensar e aprofundar até morrer. Porque cada vez que a gente escreve a gente aprende mais, a gente se dar conta que tem ainda muita coisa para aprender, muita coisa para passar para os outros (KM).
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Como diz Freire: “Minha presença no mundo, com o mundo e com os outros
implica o meu conhecimento inteiro de mim mesmo”. (2005, p. 72). Com esta
afirmação o autor recomenda a reflexão sobre si e sobre seu estar no mundo.
São as experiências coletivas que dão unidade à população negra que a fazem
seguir em busca de liberdade, “que é uma conquista, e não uma doação, exige uma
permanente busca. Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz”
(FREIRE, 2011, p. 46).
Muitas pessoas negras conseguem se libertar da condição de outsiders a partir do
momento em que se organizaram individualmente e coletivamente. Através de tudo o
que se vive, ao longo da história, é possível ressignificar, e se libertar da condição de
inferioridade imposta pelo processo civilizador. E, assim, valorizar e têm orgulho de sua
identidade, provocando mudanças no percurso de suas histórias. As narrativas
expressam:
Quando eu participei da militância eu adquiri ali o que eu chamo de ética da política anti-racismo. Ao adquirir essa ética eu fui fazer meu mestrado e ali adquiri o conhecimento acadêmico. Eu disse para mim mesmo que só tem sentido estudar, discutindo a questão racial, porque ela não vai sair mais da minha vida (SAS).
Nós devemos estar sempre ao lado daqueles que lutam pela vida: uma vida com dignidade para todo mundo. E que esse é o sentido da nossa existência: poder deixar para os nossos filhos um país melhor do que o que nós encontramos (PJFC).
Para essas pessoas, há uma importante missão: a luta para que outras pessoas
também se libertem.
CONSIDERAÇÕES
O processo de construção da identidade é comparado ao processo civilizador da
sociedade brasileira, que, através de seus costumes, tempos e conflitos segue por
caminhos de construção histórica.
Assim, entende-se que o processo de construção da identidade negra está
relacionado com toda a história de vida dessas pessoas, ao longo de suas experiências
sociais, culturais, econômicas, familiares e educacionais.
As histórias apresentadas nos leva à compreensão que a configuração educacional
brasileira ainda não influencia satisfatoriamente o processo de construção da identidade
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negra das pessoas. Este processo é positivamente construído em outros grupos sociais
frequentados por estas pessoas, diferente da educação formal.
A configuração educacional brasileira não tem considerado a história e cultura da
população negra, não consegue influenciar satisfatoriamente o processo de construção
da identidade das pessoas, por ignorar esta identidade. Mas, é neste ambiente, através
das aprendizagens proporcionadas, que as pessoas negras podem ter condições de
articular e refletir sobre suas vivências, seus conflitos, e quiçá, ressignificar e construir
politicamente sua identidade negra.
As pessoas negras constroem sua identidade quando, conscientes da sua condição
de outsiders e de se perceberem inacabadas, identificaram possibilidades e condições de
avançar, de transformar a si, à sua realidade e aos outros.
Nessa teia de interdependência as pessoas conseguem ressignificar e redescobrir
suas histórias individuais e coletivas e, com isto, tornarem-se negras, o que não é uma
possibilidade para todas as pessoas negras que não conseguem se libertar da opressão e
humilhação que sofrem durante sua história de vida.
REFERÊNCIAS
ALBERTI, Verena. Manual de História Oral. 3. ed. RJ: Fundação Getúlio Vargas, 2005.
ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Tradução: Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994a. v. 1.
______. O processo civilizador: formação do estado e civilização. Tradução: Ruy Jungmann. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994b. v. 2.
______; SCOTSON, Johan L. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000.
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. SP: Paz e Terra, 2001.
______. Professora sim tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d’água, 2005.
______. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História oral. São Paulo: Loyola, 2005.
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MUNANGA Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
PAIXÃO, Marcelo; CARVANO, Luiz Marcelo (org.). Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil: 2007-2008. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2008.
SILVA, Tomaz Tadeu (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. 2. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1990.
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MUNANGA Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
PAIXÃO, Marcelo; CARVANO, Luiz Marcelo (org.). Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil: 2007-2008. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2008.
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