2014 - curso a prática psicanalítica com lacan – aula 3: o inconsciente em freud e em lacan...
DESCRIPTION
CURSO A prática psicanalítica com Lacan (conduzido pelo psicanalista Alexandre Simoes – [email protected]) Proposta: buscaremos percorrer a interlocução que Jacques Lacan estabelece com Freud, enfatizando a prática cotidiana da psicanálise, especialmente no que se refere à condução das demandas contemporâneas que chegam ao analista. Para tal, neste momento, acompanharemos as lições iniciais do Seminário 11 de Lacan, onde são apresentados quatro conceitos fundamentais para a condução de uma análise: inconsciente, repetição, transferência e pulsão.TRANSCRIPT
![Page 1: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/1.jpg)
A prática psicanalítica com Lacan
Coordenação Alexandre Simões
Tema de hoje:
O inconsciente em Freud e em
Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso,
pp. 23- 32)
![Page 2: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/2.jpg)
Na lição inicial do Seminário 11, Lacan, recorrendo ao conceito de praxis, vai propor que
“... a praxis delimita um campo” (p. 15)
![Page 3: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/3.jpg)
Nesta segunda lição (22/01/1964), Lacan irá delinear este ‘campo’
![Page 4: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/4.jpg)
Para tal, ele explicita que o objeto mencionado
anteriormente...
lembremo-nos disto nestes 2 próximos slides:
![Page 5: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/5.jpg)
Lacan e a Verdade
“... A verdade do sujeito, mesmo quando ele está em posição de mestre, não está nele mesmo, mas, como a
análise o demonstra, num objeto, velado por natureza...” (p. 13)
![Page 6: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/6.jpg)
Quanto à concepção do que vem a ser a prática analítica, faz uma grande diferença:
a verdade do sujeito como aquilo que lhe é intrínseco
a verdade do sujeito como aquilo que se localiza em sua relação com o objeto (e, ademais: objeto que não é claro)
![Page 7: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/7.jpg)
O objeto velado por natureza é o
objeto a.
E Lacan nos adverte: ele tem diversas
formas (cf. p. 24)
![Page 8: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/8.jpg)
A menção inicial a este objeto é que possibilitará a Lacan falar não em um campo genérico, em se tratando da
Psicanálise como praxis, mas em algo bem específico:
o campo freudiano
![Page 9: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/9.jpg)
Lacan argumenta que os analistas deixaram de valorizar aquilo que estava no âmago da
experiência freudiana: a fala
“... foi preciso todo o meu esforço para revalorizar aos olhos deles [dos analistas] esse instrumento, a fala - para lhe devolver sua dignidade, e fazer com que ela não seja sempre, para eles, essas
palavras desvalorizadas de antemão que os forçavam a fixar os olhos em outra parte, para lhes encontrar um fiador.” (p. 24)
![Page 10: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/10.jpg)
A fala, deve ser revalorizada no campo analítico sob um fundo:
“o inconsciente é estruturado como uma linguagem” (p. 25)
![Page 11: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/11.jpg)
Este é o nível da estrutura:
“O importante, para nós, é que vemos aqui o nível em que - antes de qualquer formação do sujeito, de um sujeito que pensa, que se situa aí - isso conta, é contado, e no contado já está o contador. Só depois é que o sujeito tem que se reconhecer ali, reconhecer-se ali como contador.” (p. 26)
![Page 12: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/12.jpg)
Localizar o sujeito (e a experiência analítica) não exatamente a partir de uma estrutura fechada, porém, a
partir de uma falha
hiância “... o inconsciente freudiano, é nesse ponto
que eu tento fazer vocês visarem por aproximação que ele se situa nesse ponto
em que, entre a causa e o que ela afeta, há sempre claudicação.” (p. 27)
![Page 13: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/13.jpg)
Quais são as consequências práticas (por exemplo, para a condução de uma análise) ao se considerar seriamente que o ponto central de nossa experiência se refere a
uma
falha?
![Page 14: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/14.jpg)
“O inconsciente, primeiro, se manifesta para nós como algo que fica em espera na área, eu diria algo de não-nascido”
(p. 28)
buraco
hiância fenda
![Page 15: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/15.jpg)
Em meio a esta circunstância, Lacan é preciso:
na prática analítica, o que está em operação não é o inconsciente em geral, porém, o
INCONSCIENTE FREUDIANO (Unbewusste):
“O inconsciente freudiano nada tem a ver com as formas ditas do inconsciente que o precederam, mesmo as que o acompanhavam, mesmo as
que o cercam ainda. (...) O inconsciente de Freud não é de modo algum o inconsciente romântico da criação imaginante. Não é o lugar das divindades
da noite. (...) No sonho, no ato falho, no chiste - o que é que chama a atenção primeiro? É o modo de tropeço pelo qual eles aparecem.” (p. 29)
![Page 16: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/16.jpg)
buraco hiância
fenda
tropeço
dimensões esquecidas do inconsciente (cf. p. 28)
![Page 17: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/17.jpg)
rachadura
desfalecimento
surpresa
descontinuidade
dimensões esquecidas do inconsciente (cf. p. 28)
ruptura
traço de abertura
![Page 18: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/18.jpg)
“Vocês concordarão comigo em que o um que é introduzido pela experiência do inconsciente é o um da fenda, do traço, da ruptura” (p.30)
E isto repercute diretamente sobre a escuta do analista, o manejo da transferência, a direção do tratamento.
O Um da fenda, do não-todo ( -> Unbewusste)
![Page 19: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022042518/5588da6ed8b42a1c6e8b458f/html5/thumbnails/19.jpg)
Prosseguiremos com
O sujeito do inconsciente (referência Seminário 11 – Do sujeito da certeza, pp. 33- 44)
Até lá!
Acesso a este conteúdo:
www.alexandresimoes.com.br
ALEXANDRE
SIMÕES
® Todos os direitos
de autor reservados.