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ACOMPANHAMENTO À PUÉRPERA E AO RECÉM-NASCIDO POR MEIO DE PROTOCOLO BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS 2013

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Pré natal e puerpério

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  • ACOMPANHAMENTO PURPERA E AO RECM-NASCIDO POR MEIO DE

    PROTOCOLO

    BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

    2013

  • ACOMPANHAMENTO PURPERA E AO RECM-NASCIDO POR MEIO DE

    PROTOCOLO

    Relatrio tcnico-cientfico apresentado para

    concorrer ao I Prmio Inova BH, conforme

    Edital SMARH n 01/2013, na categoria

    servidor.

    BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

    2013

  • RESUMO

    A visita domiciliar na ateno primria sade se deu com a implantao da

    Estratgia Sade da Famlia (ESF), pois representa o principal instrumento de

    trabalho dos Agentes Comunitrios de Sade (ACS) que realizam, no mnimo, uma

    visita mensal a cada famlia residente em sua rea de atuao. Foi diagnosticada a

    falta de um protocolo que norteasse o trabalho das equipes das Unidades Bsicas

    de Sade (UBS) com relao ao cuidado das purperas e recm-nascidos nas

    visitas domiciliares sistematizada. O objetivo deste trabalho foi elaborar um protocolo

    que resolvesse o problema diagnosticado sob a tutela da equipe de sade das UBS,

    considerando que as purperas e recm-nascidos fazem parte de grupo prioritrio

    da ateno bsica sade. Para o embasamento terico do protocolo foram

    revisadas as publicaes na literatura cientfica sobre o assunto e publicaes

    governamentais que forneceram subsdios para uma confivel adequao para a

    enfermagem. Algumas intervenes sero sugeridas com mudanas significativas

    nos trs nveis de ateno sade e no olhar do profissional de sade em relao

    ao usurio do sistema. Espera-se que a elaborao do protocolo favorea a equipe

    de sade da UBS, quanto ao registro das purperas e dos recm-nascidos, por meio

    da busca ativa, tornando o registro mais confivel sobre a real situao dessa

    clientela.

    Palavras-chave: Ateno Primria Sade. Visita domiciliar. Purpera. Recm-

    nascido

  • LISTA DE ABREVIATURAS

    ACS ................... Agentes Comunitrios de Sade

    AE .................... Auxiliar de Enfermagem

    AME ................. Aleitamento Materno Exclusivo

    CAC .................. Centro de Apoio e Convivncia

    DP ..................... Depresso ps-parto

    ESF .................. Estratgia Sade da Famlia

    MS .................... Ministrio da Sade

    NASF ................ Ncleo de Apoio Sade da Famlia

    OMS ................. Organizao Mundial de Sade

    PACS ................ Programa de Agentes Comunitrio de Sade

    PSF ................... Programa de Sade da Famlia

    RN .................... Recm-nascido

    SF ..................... Sade da Famlia

    SUS ................... Sistema nico de Sade

    UBS ................... Unidade Bsica de Sade

    VD .................... Visita Domiciliar

  • SUMRIO

    1 CARACTERIZAO DA SITUAO ANTERIOR ..................................... 5

    2 DESCRIO DO TRABALHO .................................................................. 6

    2.1 Objetivos propostos e resultados visados ................................................. 10

    2.2 Pblico-alvo do trabalho ............................................................................ 11

    2.3 Aes e etapas da implementao ........................................................... 11

    3 RECURSOS UTILIZADOS ........................................................................ 12

    3.1 Descrio dos recursos humanos, financeiros, materiais, tecnolgicos

    etc. ............................................................................................................. 12

    4 CARACTERIZAO DA SITUAO ATUAL............................................. 13

    4.1 Mecanismos ou mtodos de monitoramento e avaliao de resultados e

    indicadores utilizados ........................................................................... 13

    4.2 Resultados quantitativos e qualitativos concretamente mensurados ......... 15

    5 LIES APRENDIDAS .............................................................................. 16

    5.1 Solues adotadas para a superao dos principais obstculos

    encontrados................................................................................................ 16

    REFERNCIAS ......................................................................................... 17

    APNDICE A1 - Formulrio de visita domiciliar ......................................... 19

    APNDICE A2 - Aes da enfermagem na visita domiciliar ...................... 21

    APNDICE B - Fluxograma da visita domiciliar s purperas e RN ......... 25

    APNDICE C - Protocolo de organizao de servio ................................ 26

    APNDICE D - Avaliao dos indicadores ................................................. 27

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 5

    1 CARACTERIZAO DA SITUAO ANTERIOR

    A visita domiciliar na ateno primria sade vem se consolidando com a

    implantao da Estratgia Sade da Famlia (ESF) e do Programa de Agentes

    Comunitrios de Sade (PACS). Representa o principal instrumento de trabalho dos

    Agentes Comunitrios de Sade (ACS) que realizam, no mnimo, uma visita mensal

    a cada famlia residente em sua rea de atuao. A quantidade de visitas por

    residncia varia em funo das condies de sade de seus habitantes e da

    existncia de crianas, gestantes, e purperas as quais recebem ateno especial,

    por comporem grupos prioritrios.

    Considerando ser a criana e a purpera grupos prioritrios para acompanhamento

    pelos servios de sade, pelas taxas de morbimortalidade que ainda acometem as

    mesmas priorizou-se trabalhar com o acompanhamento purpera e recm-nascido

    por meio da visita domiciliar sistematizada, por serem grupos vulnerveis dentro de

    uma classificao de risco.

    As crianas so aquelas que mais frequentam os servios de sade, seja para

    acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento ou para controle de

    algumas enfermidades comum da infncia. Quanto purpera esta no busca o

    servio com frequncia, s est presente quando o servio oferta alguma ao de

    planejamento familiar.

    Para a integrao desses grupos necessrio que o servio faa busca ativa na

    comunidade e oferea aes de sade que facilite a permanncia dos mesmos no

    servio.

    A visita domiciliar , portanto, a ferramenta de eleio para captar esses grupos para

    o servio e ainda fornecer equipe de sade subsdios sobre as condies

    socioeconmicas das famlias residentes em Belo Horizonte.

    Portanto, este trabalho traz a proposta de um protocolo de visita domiciliar para o

    recm-nascido (RN) e a purpera residentes na comunidade alvo.

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 6

    Pretende-se apresentar solues para regularizar o esquema de visitas domicilirias

    s purperas e RN e aperfeioar o controle. Para tal, foi elaborado um protocolo de

    visitas domicilirias, contendo todas as estratgias necessrias para o seu

    desenvolvimento, tendo em vista que o protocolo existente no atende demanda e

    no contm as orientaes necessrias para o bom atendimento a este grupo.

    O problema foi detectado quando a autora percebeu a inexistncia de um controle

    rgido e organizado com relao s visitas domiciliares, evidenciando-se assim a

    importncia do projeto proposto.

    2 DESCRIO DO TRABALHO

    O Programa de Agentes Comunitrios de Sade (PACS) foi regulamentado em 1997

    juntamente com o processo de consolidao e descentralizao do Sistema nico

    de Sade (SUS). Sua meta a contribuio para a reorganizao dos servios

    municipais de sade, promovendo a integrao dos vrios profissionais de sade e

    sua ligao com a comunidade. As principais funes do Agente Comunitrio de

    Sade (ACS) desenvolver, por meio de aes educativas, atividades de preveno

    de doenas, promoo de sade em domiclios e na comunidade, sob a superviso

    do enfermeiro (BRASIL, 2001).

    De acordo com a Poltica Nacional de Ateno Bsica a visita domiciliar uma

    atividade comum a todos os membros da equipe de sade da famlia, e para os ACS

    uma atribuio especfica e obrigatria, cujas atividades devem englobar:

    [...] cadastrar todas as pessoas de sua microrea e manter os cadastros atualizados; [...] desenvolver atividades de promoo da sade, de preveno das doenas e de agravos, e de vigilncia sade, por meio de visitas domiciliares e de aes educativas individuais e coletivas nos domiclios e na comunidade, mantendo a equipe informada, principalmente a respeito daquelas em situao de risco; [...] acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famlias e indivduos sob sua responsabilidade, de acordo com as necessidades definidas pela equipe; [...] (BRASIL, 2007, p.45).

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 7

    Ao enfermeiro cabe:

    [...] realizar assistncia integral (promoo e proteo da sade, preveno de agravos, diagnstico, tratamento, reabilitao e manuteno da sade) aos indivduos e famlias na USF e, quando indicado ou necessrio, no domiclio e/ou nos demais espaos comunitrios (escolas, associaes etc.), em todas as fases do desenvolvimento humano: infncia, adolescncia, idade adulta e terceira idade [...] (BRASIL, 2007, p.46).

    As visitas domiciliares realizadas atendem as diretrizes do Ministrio da Sade e so

    realizadas entre o quinto e o dcimo dia aps o parto.

    De acordo com o Ministrio da Sade, a assistncia no puerprio deve ser tratada

    com respeito e ateno por meio de avaliao clnica rigorosa e exame fsico

    completo da purpera e do RN. Durante a visita domiciliar deve-se informar

    purpera sobre a importncia do uso de suti para prevenir ingurgitamento das

    mamas, verificar a involuo uterina e a ferida cirrgica no caso de cesariana, e

    orientar sobre a deambulao mais precoce possvel, inspecionar os lquios (perdas

    de sangue, muco e tecidos do interior do tero durante o perodo puerperal),

    edemas, equimoses e hematomas (BRASIL, 2006).

    A visita puerperal tem como objetivos avaliar o estado de sade da mulher e do

    recm-nascido e sua interao; orientar a purpera e a famlia sobre a

    amamentao e cuidados bsicos com o RN; esclarecer sobre o planejamento

    familiar e identificar situaes de riscos ou possveis problemas, para que se

    possam adotar medidas adequadas (BRASIL, 2006; GUIMARES; PRATES, 2006).

    Tambm visa conhecer as condies socioeconmicas e a estrutura familiar da

    purpera, bem como, as prticas de cuidados e higiene de seu domiclio.

    fundamental deixar que a purpera expresse a sua vivncia sem medo de ser

    julgada obtendo-se assim o mximo de informaes que sejam relevantes para

    planejar e executar os cuidados de enfermagem (DRULLA et al., 2009).

    A visita domiciliar (VD) um importante instrumento para o processo de educao

    em sade (SOSSAI; PINTO, 2010). Nestas visitas a enfermeira procura levantar todo

    o histrico da purpera e do RN, bem como levar informaes importantes sobre os

    cuidados com o RN, a higiene pessoal e com o beb, seguindo um esquema

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 8

    predeterminado, em que preenchido um formulrio sobre os dados levantados

    durante as visitas permitindo que no se omita qualquer dado que necessite ser

    levantado (Apndice A). Procura conscientizar a purpera sobre a importncia do

    aleitamento materno exclusivo. As aes detalhadas da enfermagem na primeira

    visita domiciliar, segundo orientaes do Ministrio da Sade (BRASIL, 2005) esto

    relacionadas no Apndice A2.

    Parizotto et al. (2009) relatam que a amamentao exclusiva nos primeiros seis

    meses de vida indispensvel para a sade e o desenvolvimento da criana, pois a

    administrao de outros alimentos, alm do leite materno, intervm negativamente

    na assimilao de nutrientes e em sua biodisponibilidade, alm de aumentar o risco

    de infeces. Embora as evidncias cientficas comprovem o valor do aleitamento

    exclusivo, a interrupo precoce do aleitamento materno exclusivo (AME) ainda

    um dos mais importantes problemas de sade pblica no Brasil indicando a

    necessidade de um mtodo de monitoramento estvel dos indicadores e projetos de

    intervenes.

    Ateno ao recm-nascido

    muito importante programar consultas domiciliares para a ateno ao recm-

    nascido que devem ser realizadas at 28 dias depois do nascimento. Se a me e

    famlia manifestarem preocupao com o beb ou se houver algum problema, a

    visita dever ocorrer com mais frequncia. Durante essas consultas deve-se,

    segundo Beck et al. (2004):

    a. avaliar o beb e a me para ver se h problemas;

    b. elogiar a famlia pelo bom cuidado com o beb;

    c. continuar a instruir e a aconselhar a me e a famlia sobre os cuidados a ter

    com o beb.

    Beck et al. (2004) editaram um manual de cuidados para o RN que oferece

    informaes importantes sobre as necessidades de se manter o RN saudvel,

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 9

    incluindo cuidados de rotina e preveno. Neste manual so listadas as orientaes

    para os cuidados especiais com o beb na consulta domiciliar, a saber:

    a. deve mamar bem (8 a 12 vezes em 24 horas);

    b. deve dormir entre as mamadas;

    c. deve acordar para mamadas;

    d. deve urinar pelo menos seis vezes em 24 horas;

    e. ter fezes no aguadas;

    f. comear a ganhar peso constantemente depois de 7 a 10 dias;

    g. ter uma temperatura axilar entre 36C a 37C;

    h. respirar sem fazer barulho, entre 30 a 60 vezes por minuto;

    i. apresentar pele sem pstulas, exantemas, sem cor amarelada, azulada e

    plida;

    j. ter olhos livres de secreo;

    k. apresentar umbigo seco e limpo;

    l. j ter recebido as primeiras imunizaes.

    Beck et al. (2004), tambm, relatam sobre informaes para a me e os familiares

    quanto aos cuidados com o RN, e informam o porqu dos cuidados:

    a. lave as mos com sabo e gua antes e depois de tocar no recm-nascido;

    b. mantenha as unhas curtas (germes podem viver sob as unhas);

    c. no coloque coisa alguma (curativo, produtos herbais ou medicinais) no cordo

    umbilical;

    d. mantenha o cordo umbilical limpo e seco;

    e. lave tudo que estiver em casa que v estar em contacto com o beb: roupas,

    lenis, cobertores;

    f. mantenha crianas e adultos doentes longe do beb;

    g. proteja o recm-nascido contra fumaa no ar (de cigarros ou da cozinha), pois

    pode causar problemas respiratrios;

    h. coloque o recm-nascido para dormir sob um cortinado;

    i. alimente o recm-nascido com o leite materno exclusivamente;

    j. o leite materno oferece proteo contra infeco para o recm-nascido;

    k. certifique-se de que o beb recebe todas as imunizaes pontualmente.

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 10

    Planejamento familiar e tcnicas de controle da natalidade

    O planejamento familiar tem sido objeto de preocupao das entidades

    governamentais desde 1996 quando foi decretada a Lei n 9.263, e de 12 de janeiro

    deste mesmo ano quando regulamentando o 7 do art. 226 da Constituio

    Federal que trata do planejamento familiar, que estabelece penalidades e d outras

    providncias (BRASIL, 1996). Em seus artigos, a lei trata especificamente da

    conceituao sobre planejamento familiar, os direitos dos casais e a

    responsabilidade do Sistema nico de Sade em prestar programas de ateno

    integral sade incluindo o planejamento familiar e controle da natalidade.

    Segundo a Organizao Mundial de Sade, mais de 120 milhes de mulheres no

    mundo desejam evitar a gravidez, porm no esto fazendo o uso correto dos

    mtodos contraceptivos (OMS, 2007).

    Os mtodos anticoncepcionais so comportamentais, medicamentos, objetos e

    cirurgias usados para se evitar a gravidez. Existem mtodos femininos e masculinos

    e mtodos considerados reversveis, que capacitam novamente fecundao,

    quando terminado o uso. Os mtodos irreversveis, como a ligadura de trompas

    uterinas e a vasectomia impossibilitam a fecundao, por isso as pessoas precisam

    estar seguras de que no querem mais ter filhos (BRASIL, 2013).

    2.1 Objetivos propostos e resultados visados

    Este trabalho prope a construo de um modelo de assistncia sade tendo

    como eixo principal a visita domiciliar s purperas. Algumas intervenes sero

    sugeridas com mudanas significativas nos trs nveis de ateno sade e no

    olhar do profissional de sade em relao ao usurio do sistema.

    Espera-se que este protocolo seja um instrumento importante para uma nova

    dimenso em que se prope o acompanhamento humanizado purpera, com a

    certeza de que a participao de cada trabalhador da sade, no seu ambiente de

    trabalho, em especial no cuidado com cada mulher, ser o fator determinante para

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 11

    que se possa efetivamente contribuir para a melhoria de vida das usurias do

    sistema.

    O protocolo tem por objetivo:

    a. esclarecer as purperas sobre a importncia do aleitamento materno

    exclusivo at seis meses de vida;

    b. orientar as purperas sobre as tcnicas de controle de natalidade no

    planejamento familiar;

    c. esclarecer as purperas sobre os cuidados com o RN, principalmente com

    relao higiene, as doenas e o calendrio de vacinas;

    d. verificar a realizao do teste do pezinho no quinto dia de vida;

    e. orientar a purpera a respeito de uma alimentao adequada e saudvel,

    principalmente, durante o perodo da amamentao;

    f. orientar sobre higiene pessoal, e cuidados com o corpo (por exemplo, manter

    manuteno do peso corporal, postura adequada ao carregar a criana e ao

    amamentar).

    A programao a ser implantada das visitas domiciliares s purperas e ao RN

    encontra-se esquematizado no Apndice B1.

    2.2 Pblico-alvo do trabalho

    O pblico alvo so todas as purperas que realizaram pr-natal pela equipe de

    sade da famlia e os recm-nascidos de Belo Horizonte cadastrados no Programa

    de Sade da Famlia (PSF).

    2.3 Aes e etapas da implementao

    A elaborao do protocolo favorecer a equipe de sade da Unidade Bsica de

    Sade (UBS), na captao das purperas, por meio da busca ativa, tornando o

    registro mais confivel sobre a real situao das equipes. A enfermagem poder,

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 12

    ento, oferecer esclarecimentos importantes s purperas sobre os cuidados

    necessrios com o RN e sobre o autocuidado.

    A representao grfica da implementao de organizao de servio, pode ser

    visualizada no Apndice C.

    Incentivo ao aleitamento materno exclusivo

    Verificar o nmero de crianas residentes que esto sendo alimentadas

    exclusivamente com leite materno aos 30, 120 e 180 dias de vida na rea de

    abrangncia de cada equipe.

    Os pontos de corte selecionados aos 30, 120 e 180 dias permitem identificar: (a)

    tendncias do ritmo de desmame, mediante a anlise da prevalncia por idade, no

    mesmo inqurito; e (b) tendncias da prevalncia de aleitamento em idades

    especficas.

    O conceito de aleitamento materno exclusivo pressupe que a criana receba

    apenas o leite materno, sem adio de gua, chs, sucos e outros lquidos ou

    slidos (exceto gotas ou xaropes de vitaminas, suplementos minerais ou outros

    medicamentos).

    Contribuir na anlise das condies de sade e nutrio dos lactentes e orientar

    medidas oportunas de interveno, para que a maioria das crianas seja mantida em

    aleitamento materno at completar seis meses de vida, segundo as normas

    nacionais (REDE, 2008).

    3 RECURSOS UTILIZADOS

    3.1 Descrio dos recursos humanos, financeiros, materiais, tecnolgicos etc.

    As ACS visitam as famlias para a identificao das purperas e comunica equipe.

    Em seguida a enfermeira faz o agendamento e realiza a visita domiciliar juntamente

    com a auxiliar de enfermagem efetivando a consulta em domiclio.

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 13

    Na primeira visita domiciliar a enfermeira agenda consulta da purpera com mdico

    generalista e do RN com o pediatra.

    Para a implantao do projeto no ser necessria alocao de recursos

    financeiros, materiais ou tecnolgicos, pois o mesmo utilizar os recursos j

    alocados pela prefeitura para as unidades.

    4 CARACTERIZAO DA SITUAO ATUAL

    4.1 Mecanismos ou mtodos de monitoramento e avaliao de resultados e

    indicadores utilizados

    Tendo em vista a escassez de publicaes referentes ao objetivo deste estudo,

    optou-se por fundamentar a construo dos indicadores em publicaes

    governamentais que fornecessem subsdios para uma confivel adequao.

    Fundamentado no exposto, possvel construir instrumentos reguladores da

    qualidade da assistncia de enfermagem, baseados nos componentes de estrutura,

    de processo e de resultado considerando-se os padres e critrios de uma dada

    realidade.

    A bibliografia selecionada apresentou elementos para a elaborao de indicadores

    capazes de mensurar a qualidade da assistncia de enfermagem na perspectiva da

    sade da mulher e do RN e avaliao nos servios de sade e permitiram a

    adaptao para a enfermagem.

    Indicadores so medidas que contm informaes relevantes sobre determinados

    atributos e dimenses do estado de sade e do desempenho do sistema de sade.

    A qualidade de um indicador depende das caractersticas dos elementos utilizados

    em sua formulao (frequncia de casos, tamanho da populao em risco) e da

    preciso dos sistemas de informao empregados (registro, coleta, transmisso dos

    dados). O grau de qualidade de um indicador deve ser definido por sua validade

    (capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os mesmos

    resultados quando aplicado em condies similares) (REDE, 2008).

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 14

    Em geral, a validade de um indicador determinada por sua sensibilidade (capacidade de detectar o fenmeno analisado) e especificidade (capacidade de detectar somente o fenmeno analisado). Outros atributos de um indicador so: mensurabilidade (basear-se em dados disponveis ou fceis de conseguir), relevncia (responder a prioridades de sade) e custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e recursos). Espera-se que os indicadores possam ser analisados e interpretados com facilidade, e que sejam compreensveis pelos usurios da informao, especialmente gerentes, gestores e os que atuam no controle social do sistema de sade (REDE, 2008, p.13).

    Aes que promovem a melhoria do indicador:

    a. anlise das condies de sade e nutrio dos lactentes e orientar medidas

    oportunas para que a maioria das crianas seja mantida em aleitamento

    materno exclusivo at completar seis meses de vida;

    b. realizao de atividades de grupo de gestantes com enfoque na orientao e

    preparao para o aleitamento materno;

    c. aes educativas para a gestante e sua famlia, tanto nas consultas como nas

    visitas domiciliares, orientaes sobre a importncia do aleitamento materno

    exclusivo e dar suporte s possveis dificuldades das mes em aleitamento;

    d. priorizao das famlias com crianas at 2 anos nas visitas domiciliares,

    enfatizando a importncia do aleitamento exclusivo at os seis meses de idade

    e a manuteno do aleitamento associado a outros alimentos at os dois anos

    de idade (BRASIL, 2012).

    Com o auxlio da literatura consultada foram definidas reas essenciais do processo

    de cuidado de enfermagem, no perodo puerperal, obtendo-se, dessa forma, alguns

    indicadores de processo e de resultado. As reas do processo de cuidado

    envolveram as abordagens: biolgica, psicossocial, educao em sade, cobertura

    de servio.

    A dimenso biolgica compreende os sistemas anatmicos e fisiolgicos e todos os

    procedimentos clnicos e cirrgicos realizados com as purperas. A dimenso

    psicossocial abrange uma fase especial na vida da mulher na qual as atenes

    esto voltadas para o recm-nascido (RN) gerando na famlia, expectativa de

    mudanas e alegrias. Os cuidados e as necessidades da criana exigem tempo e

    trabalho, seguidos de distrbios do sono, cansao e agitao, especialmente para a

    me. Essa sobrecarga fsica e os cuidados com o RN podem causar ansiedade e

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 15

    estresse psicolgico, que pode manifestar-se como um quadro de depresso. A

    depresso ps-parto (DP) foi definida como transtorno do humor que se inicia,

    normalmente, nas primeiras quatro semanas aps o parto e pode ser de intensidade

    leve e transitria, neurtica, at desordem psictica (MATTAR et al., 2007).

    A educao em sade objetiva envolver a purpera e sua famlia, promovendo

    melhor compreenso da sade. A educao para a participao em sade idealiza o

    homem como sujeito principal, e suas necessidades so solucionadas a partir de

    uma ao consciente e participante. Cabe ento a proposio de indicadores, pois

    retratam a processo de aes educativas condizentes ao perodo puerperal

    (TEIXEIRA, 2006).

    A dimenso cobertura de servio tem por objetivo articular as aes de promoo,

    preveno e recuperao da sade, por meio da vinculao dos diferentes

    estabelecimentos de sade, tornando-se imperativa a adequao do sistema de

    referncia e de contra-referncia, que surge como uma das principais ferramentas

    para assegurar o fluxo dos usurios e a acessibilidade aos servios (TEIXEIRA,

    2006).

    4.2 Resultados quantitativos e qualitativos concretamente mensurados

    Uma ao em sade um processo complexo, portanto, a opo de um nico

    indicador insuficiente para aprofundar o conhecimento acerca do fenmeno a ser

    estudado, mas por sua vez, escolher um grande nmero de variveis, tambm se

    torna uma dificuldade operacional (TEIXEIRA, 2006). Com base nesta afirmao,

    foram selecionadas algumas variveis consideradas significativas na ateno ao

    binmio me-filho, no perodo puerperal, conforme Apndice D.

    A elaborao do protocolo favorecer as equipes de sade das UBS, na captao

    das purperas, por meio da busca ativa, tornando o registro mais confivel sobre a

    real situao da equipe. A enfermagem poder, ento, oferecer esclarecimentos

    importantes s purperas sobre os cuidados necessrios com o RN e sobre o

    autocuidado.

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 16

    A enfermagem estar tambm em condies de fornecer informaes fundamentais

    sobre aleitamento materno e desmame precoce, tornando assim o trabalho da

    equipe mais atuante e favorecendo a qualidade de vida das mes e das crianas.

    Portanto, importante que a equipe de sade se organize e utilize o protocolo de

    visitas s purperas e RN de forma sistemtica, saudvel e humanizada.

    5 LIES APRENDIDAS

    5.1 Solues adotadas para a superao dos principais obstculos

    encontrados

    O maior obstculo encontrado foi a escassez de literatura especfica relacionada aos

    objetivos do projeto. Foram encontrados vrios trabalhos similares, porm nenhum

    deles abordou a visita domiciliar purpera e ao RN.

    O recurso utilizado para contornar o problema foi a utilizao de publicaes

    governamentais e artigos cientficos que pudessem oferecer subsdios para uma

    adequao enfermagem

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 17

    REFERNCIAS

    BECK, Diana, et al. Cuidados ao recm-nascido. Manual de Consulta. Washington: Editora Save the children. 2004.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica. Poltica Nacional de Ateno Bsica. 4.ed. Braslia: Ministrio da Sade, 2007. 68p.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Manual tcnico de pr-natal e puerprio. Braslia, 2006.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno Bsica (PMAQ). Manual instrutivo. Anexo. Ficha de qualificao dos indicadores. Braslia, DF, 2012.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Polticos de Sade. rea Tcnica de Sade da Mulher. Parto, aborto e puerprio: assistncia humanizada mulher. Braslia: Ministrio da Sade, 2001.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Aes Programticas Estratgicas. rea Tcnica de Sade da Mulher. Pr-natal e puerprio: ateno qualificada e humanizada manual tcnico. Braslia: Ministrio da Sade, 2006. p. 79-80.

    BRASIL. Presidncia da Repblica. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurdicos. Lei n 9.263, de 12 de janeiro de 1996. Regula o 7 do art. 226 da Constituio Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidades e d outras providncias. Publicado no DOU de 15.1.1996. Disponvel em: . Acesso em: 18.08.2013.

    DRULLA, A. G.; ALEXANDRE, A. M. C.; RUBEL, F. I.; MAZZA, V. A. A visita domiciliar como ferramenta ao cuidado familiar. Cogitare Enfermagem, v.14, n.4, p.667-674, 2009.

    GUIMARES, F. S.; PRATES, C. S. Consulta de enfermagem ao binmio me - beb. Revista Logos, Canoas, v.17, n.1, p.103-112, 2006.

    MATTAR, R. et al. A violncia domstica como indicador de risco no rastreamento da depresso ps-parto. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., v.29, n.9, p.470-477, 2007.

    ORGANIZAO MUNDIAL DE SADE. Planejamento familiar: um manual global para profissionais e servios de sade. 2007. Disponvel em: . Acesso em: 04.08.2013.

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 18

    PARIZOTO, G. M.; PARADA, C. M. G. L.; VENNCIO, S. I.; CARVALHAES, M. A. B. L. Tendncia e determinantes do aleitamento materno exclusivo em crianas menores de 6 meses. Jornal de Pediatria, v.85, n.3, p. 201-208, 2009.

    REDE Interagencial de Informao para a Sade (Ripsa). Indicadores bsicos para a sade no Brasil: conceitos e aplicaes. 2.ed. Braslia: Organizao Pan-Americana da Sade, 2008. 349 p.

    SOSSAI, L. C. F.; PINTO, I. C. A visita domiciliria do enfermeiro: fragilidades x potencialidades. Cincias & Cuidados da Sade, v.9, n.3, p.569-576, jul./set. 2010

    TEIXEIRA, J. D. R. A elaborao de indicadores de qualidade da assistncia de enfermagem nos perodos puerperal e neonatal. R. Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, v.14, n.2 p.271-278, abr./jun. 2006.

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 19

    APNDICE A1 - FORMULRIO DE VISITA DOMICILIAR

    IDENTIFICAO

    Data: _______/___________/________ Pronturio:

    Nome:

    Endereo:

    ACS:

    Telefone: Idade:

    PARTO

    Data: Local:

    Idade gestacional: ____________ Semanas

    Tipo de parto: Normal Frcipe

    Cesrea Plvico Ceflico

    nico Gemelar

    Episiotomia Sim No

    Lacerao Sim No

    Maternidade

    Interao me/filho - 1a. hora Sim No

    Intercorrncias parto:

    Medicaes:

    Relato de experincia do parto:

    Assistncia hospitalar:

    Alojamento conjunto Sim No

    CONSULTA DE PUERPRIO

    Queixas:

    PA: ________ mmHg __________ TAX

    Mamas: Normais Ingurgitadas Mastite

    Bico da mama: Invertido Normal

    Plano Fissuras

    Involuo uterina:

    Edema: Sim No

    Higiene pessoal: Adequada Inadequada

    Exame ginecolgico:

    Lquios: Vermelho (at 3 ou 4

    dia)

    Marrom claro (8 ao 10

    dia)

    Amarelo para lmpido

    (10 dia em diante)

    Sinais de hemorragia: Sim No

    Infeco em inciso

    cirrgica (abdominal ou

    perineal)

    Sim

    No

    Qualidade do sono Satisfatrio Insatisfatrio Insnia

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 20

    Orientao/Conduta

    Estimular a amamentao com esvaziamento completo da mama, antes de trocar

    de mama

    Orientar sobre a extrao manual de leite e sua conservao

    Uso de suti com sustentao adequada

    Higiene nos mamilos antes de amamentar

    Orientaes para o banho

    RECM-NASCIDO

    Sexo Masculino Feminino

    Data nascimento: / / Hora:

    Ictrico: Sim No

    Apgar 1 minuto 5 minuto

    Reanimao Sim No

    Ficou retido Sim No

    Exame fsico: Normal Anormal

    VDRL Positivo Negativo Tipagem sangunea

    Peso: Idade ao exame fsico ________ Semanas

    Estatura: ______ cm Permetro ceflico: ________ cm

    Intercorrncias ao

    nascer

    Sim No Qual?

    Sumrio de alta:

    Queda do coto

    umbilical:

    Sim No _______ Dias

    Teste do pezinho: Sim No

    Pega da mama: Correta Incorreta

    Interao me/filho: Sim No

    Achados anormais:

    Idade alta: __________ Dias Obs.:

    bito: Sim No

    Causa bito:

    Alimentao: Mama Mista Artificial

    OBSERVAES DO DOMICLIO

    Higiene: Satisfatria Razovel Insatisfatria

    Conduta dos

    familiares:

    Receptivo Insocivel Rejeio

    Acomodaes do RN: Satisfatria Razovel Inadequada

    Ventilao: Adequada Razovel Inadequada

    Iluminao: Adequada Razovel Inadequada

    Fonte: elaborado pela autora.

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 21

    APNDICE A2 - Aes da enfermagem na visita domiciliar

    EM RELAO PURPERA

    Anamnese

    Verificar o carto da gestante ou perguntar mulher sobre:

    a. Condies da gestao.

    b. Condies do atendimento ao parto e ao recm-nascido.

    c. Dados do parto (data; tipo de parto; se cesrea, qual a indicao).

    d. Se houve alguma intercorrncia na gestao, no parto ou no ps-parto. (febre,

    hemorragia, hipertenso, diabetes, convulses, sensibilizao Rh).

    e. Se recebeu aconselhamento e realizou testagem para sfilis ou HIV durante a

    gestao e/ou parto.

    f. Uso de medicamentos (ferro, cido flico, vitamina A, outros).

    Perguntar como se sente e indagar sobre:

    a. aleitamento (frequncia das mamadas dia e noite , dificuldades na

    amamentao, satisfao do RN com as mamadas, condies das mamas);

    b. alimentao, sono, atividades;

    c. dor, fluxo vaginal, sangramento, queixas urinrias, febre;

    d. planejamento familiar (desejo de ter mais filhos, desejo de usar mtodo

    contraceptivo, mtodos j utilizados, mtodo de preferncia);

    e. condies psicoemocionais (estado de humor, preocupaes, desnimo,

    fadiga, outros);

    f. condies sociais (pessoas de apoio, enxoval do beb, condies para

    atendimento de necessidades bsicas).

    Avaliao clnico-ginecolgica:

    a. verificar dados vitais;

    b. avaliar o estado psquico da mulher;

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 22

    c. observar estado geral: pele, mucosas, presena de edema, cicatriz (parto

    normal com episiotomia ou lacerao/cesrea) e membros inferiores;

    d. examinar mamas, verificando a presena de ingurgitamento, sinais

    inflamatrios, infecciosos ou cicatrizes que dificultem a amamentao;

    e. examinar abdmen, verificando a condio do tero e se h dor palpao;

    f. examinar perneo e genitais externos (verificar sinais de infeco, presena e

    caractersticas de lquios);

    g. verificar possveis intercorrncias: alteraes emocionais, hipertenso, febre,

    dor embaixo ventre ou nas mamas, presena de corrimento com odor ftido,

    sangramentos intensos. No caso de deteco de alguma dessas alteraes,

    solicitar avaliao mdica imediata, caso o atendimento esteja sendo feito por

    outro profissional da equipe;

    h. observar formao do vnculo me-filho;

    i. observar e avaliar a mamada para garantia do adequado posicionamento e

    pega da arola. O posicionamento errado do beb, alm de dificultar a suco,

    comprometendo a quantidade de leite ingerido, uma das causas mais

    frequentes de problemas nos mamilos. Em caso de ingurgitamento mamrio,

    mais comum entre o terceiro e o quinto dia ps-parto, orientar quanto

    ordenha manual, armazenamento e doao do leite excedente a um Banco de

    Leite Humano (caso haja na regio);

    j. identificar problemas/necessidades da mulher e do recm-nascido, com base

    na avaliao realizada.

    Conduta / orientaes:

    a. higiene, alimentao, atividades fsicas;

    b. atividade sexual, informando sobre preveno de DST/Aids;

    c. cuidado com as mamas, reforando a orientao sobre o aleitamento

    (considerando a situao das mulheres que no puderem amamentar);

    d. cuidados com o recm-nascido;

    e. direitos da mulher (direitos reprodutivos, sociais e trabalhistas).

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 23

    Orientar sobre planejamento familiar:

    a. informao geral sobre os mtodos que podem ser utilizados no ps-parto;

    b. explicao de como funciona o mtodo da LAM (amenorreia da lactao);

    c. se a mulher no deseja, ou no pode, usar a LAM, ajudar na escolha de outro

    mtodo;

    d. disponibilizao do mtodo escolhido pela mulher com instrues para o uso, o

    que deve ser feito se esse apresentar efeitos adversos e instrues para o

    seguimento;

    e. agendar consulta de puerprio (BRASIL, 2005).

    EM RELAO AO RECM-NASCIDO

    a. Verificar a existncia do carto da criana e, caso no haja, providenciar

    abertura imediata.

    b. Verificar os dados do recm-nascido ao nascer (peso, estatura, apgar, capurro,

    condies de vitalidade).

    c. Observar as condies de alta da maternidade/unidade de assistncia do RN.

    d. Observar e orientar a mamada, reforando as orientaes dadas durante o pr-

    natal e na maternidade, destacando a necessidade do aleitamento materno

    exclusivo at o sexto ms de vida do beb.

    e. Observar e avaliar a mamada para garantia de adequado posicionamento e

    pega da arola.

    f. Observar a criana no geral: peso, postura, atividade espontnea, padro

    respiratrio, estado de hidratao, eliminaes e aleitamento materno,

    ectoscopia, caractersticas da pele (presena de palidez, ictercia e cianose),

    crnio, orelhas, olhos, nariz, boca, pescoo, trax, abdmen (condies do coto

    umbilical), genitlia, extremidades e coluna vertebral. Caso seja detectada

    alguma alterao, solicitar avaliao mdica imediatamente.

    g. Identificar o RN de risco ao nascer:

    residente em rea de risco;

    baixo peso ao nascer (menor que 2.500g);

    prematuro (menor que 37 semanas de idade gestacional);

    asfixia grave (apgar menor que sete no quinto minuto);

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 24

    crianas com intercorrncias ou internadas nas maternidades ou unidades

    de assistncia;

    orientaes especiais quando da alta da maternidade ou da unidade de

    assistncia;

    RN de me adolescente (< 18 anos);

    RN de me com baixa instruo (< que oito anos de estudo);

    histria de morte de crianas com menos de cinco anos na famlia.

    h. Realizar o teste do pezinho e registrar o resultado na caderneta da criana.

    i. Aplicar vacinas (BCG e contra hepatite B) e registr-las em pronturio.

    j. Agendar a consulta de puericultura com 15 dias.

    Caso sejam identificados alguns desses critrios, solicitar avaliao mdica

    imediatamente e agendamento para o ambulatrio para RN de alto risco (BRASIL,

    2005).

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 25

    APNDICE B - Fluxograma da visita domiciliar s purperas e RN

    Fonte: elaborado pela autora.

    Purperas / RN

    ACS visita as famlias, identifica a purpera e

    comunica a equipe.

    Agendar visita

    domiciliar

    Consulta de enfermagem

    purpera e RN

    Apresentou

    intercorrncia?

    Encaminhar maternidade

    de referncia

    No Sim

    Orientar sobre carto de

    vacina e teste do pezinho.

    Agendar 1a. consulta

    para RN e purpera

    Aps alta hospitalar nova visita ACS.

    Encaminha para enfermagem da

    equipe

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 26

    APNDICE C Protocolo de organizao de servio

    Equipe de Sade da Famlia Atividades 1 a 11: clnicas

    Md. Enf AE ACS UBS Acompanhamento

    1. Captao e registro das purperas.

    X X Registro e controle das purperas e RN.

    2. Realizar busca ativa para o atendimento na unidade de sade se o RN ou parturiente apresentarem algum problema.

    X X Identificar e encaminhar ao mdico e/ou enfermeiro da equipe (se necessrio) os problemas encontrados.

    3. Esclarecimentos para a me sobre aleitamento materno e cuidado com o beb nos primeiros meses de vida, principalmente sobre o curativo do coto umbilical.

    X X X X

    Verificao das mamas para evitar mastite, verificar os cuidados com o curativo umbilical e a data da queda do coto umbilical.

    4. Agendar primeira consulta do RN com o pediatra.

    X X X Comunicar agendamento purpera.

    5. Esclarecer dvidas e passar informaes para a purpera a respeito de alimentao adequada, higiene e cuidados necessrios com o seu corpo e com o domiclio.

    X X Fornecer informativos ilustra- dos e conferir mudana de hbitos de higiene pessoal e da residncia.

    6. Agendar primeira consulta com o generalista para a parturiente.

    X X Comunicar agendamento purpera.

    7. Encaminhar para a maternidade, me e/ou RN em caso de alguma anormalidade.

    X X Guia de referncia e contra referncia.

    8. Realizar teste do pezinho e carto de vacina.

    X Registro do resultado do exame e acompanhamento do carto de vacina.

    9. Promover aes educativas sobre a amamentao e riscos de desmame precoce.

    X X X Investigar casos de desmame precoce.

    10. Orientar as purperas sobre tcnicas de amamentao e a ordenha manual do leite, a conservao e administrao ao lactente.

    X Conferir se a purpera segue as orientaes.

    11. Orientar as purperas sobre os recursos do banco de leite.

    X X Conferir se a purpera segue as orientaes.

    Legenda: Md.: mdico; AE: Auxiliar de enfermagem; ACS: Agente comunitrio de sade; USB:

    Unidade bsica de sade.

    Fonte: elaborado pela autora.

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 27

    APNDICE D - Avaliao dos indicadores

    Biolgicos

    Varivel Processo Resultado

    Me

    Mamas / bicos Orientaes sobre: uso adequado do suti, ordenha manual, estimulao do bico invertido.

    Purperas com menor incidncia de mastite e RN com suco eficiente.

    Involuo uterina

    Verificao da involuo adequada e encaminhamento no caso de no involuo

    Retomada das funes reprodutivas

    Lquios Verificar colorao e fluxo Preveno de infeco

    Inciso cirrgica Observao da ferida operatria

    Preveno de infeco

    RN

    Colorao da pele

    Verificao de ictercia Preveno da hiperbilirrubinemia e reduo da fototerapia

    Amamentao Verificar pega correta Evitar sequelas

    Coto umbilical Verificar possveis anormalidades

    Evitar infeces

    Vacinas Administrar vacinas de acordo com protocolo municipal

    Preveno de doenas

    Psicossociais

    Varivel Processo Resultado

    Interao me/filho Relao simbitica me /

    filho Desenvolvimento do RN em padres esperados

    Qualidade do sono Averiguar ciclo regular do sono

    Manuteno das funes vitais da me

    Interao me/RN/famlia Observar comportamento familiar com relao ao

    RN (receptivo, insocivel, rejeio)

    Clima familiar saudvel

    Depresso ps-parto Avaliar nvel de energia fsica e psquica da

    purpera

    Boa interao me/filho, presena de autoestima

  • Acompanhamento purpera e ao recm-nascido por meio de protocolo 28

    Educao em sade

    Varivel Processo Resultado

    Higiene pessoal Verificar e orientar cuidados pessoais e do

    RN

    Purpera e RN mais saudveis

    Higiene domiciliar Orientar sobre a importncia da higiene do

    domicilio

    Evitar contaminao

    Acomodaes do RN Verificar e orientar condies do ambiente

    Ambiente mais favorvel

    Alimentao Instruir sobre a importncia de dieta apropriada para a

    purpera

    Purpera mais saudvel, evitar perda de peso

    excessivo

    Promover aes educativas sobre a amamentao e riscos de desmame precoce

    Orientar sobre aleitamento exclusivo at o 6 ms

    Evitar desmame precoce

    Cobertura de servio

    Varivel Processo Resultado

    Consulta de enfermagem em visita domiciliar

    Orientar cuidados com a me e RN

    Purpera bem informadas e esclarecidas, evitar

    desmame precoce

    Consulta de puericultura em Unidades Bsicas de Sade

    Orientar a me sobre a importncia da primeira

    consulta do RN

    RN com controle de desenvolvimento saudvel