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7/23/2019 22 - CÉU http://slidepdf.com/reader/full/22-ceu 1/52 Cornelius a Lapide, sj (1597-1637) + CÉU Tradução por Uyrajá Lucas Mota Diniz A palavra Paraíso vem da expressão hebraica  PARD! " PARA, qe qer di!er #ardi$ dos Mirtos" #es$e voc%blo, os la$i&os $omaram Paradisus  (Paraíso)" '% $rs *s+ o * a$mos*rico, o * em qe ee$am sas evol.es dos as$ros, e o * dos bem-ave&$rados, o&de a descober$o habi$a a #ivi&dade" O Céu é a obra prima de Deus /a&$o 0om%s per&$a se poderia #es a!er coisas maiores, mais perei$as qe $odas aqelas qe e!, e es$e /a&$o #o$or respo&de airma$ivame&$e2 por*m, exce$a sem embaro $rs realidades+ ess ris$o, a 4irem aria e a bem- ave&$ra&a dos elei$os" A hma&idade de ess ris$o deve se achar exce$ada, di!- &os /a&$o 0om%s, porqe es$% &ida a #es de ma ma&eira hipos$%$ica2 $amb*m a  bem-ave&$rada 4irem aria, porqe * ãe de #es2 e a bem-ave&$ra&a criada,  porqe * o o!o de #es" A hma&idade de ess ris$o, a 4irem aria e a bem- ave&$ra&a, o o *, $omam do em i&i&i$o, qe * #es, cer$a pereião i&i&i$a" oo, &ada pode #es a!er melhor, assim como &ada pode, $ampoco, exis$ir melhor qe #es ( !% T&% 8, q" 2 a" 6)"

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7/23/2019 22 - CÉU

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Cornelius a Lapide, sj (1597-1637)

+

CÉU

Tradução por Uyrajá Lucas Mota Diniz

A palavra Paraíso vem da expressão hebraica  PARD! " PARA, qe qer 

di!er #ardi$ dos Mirtos" #es$e voc%blo, os la$i&os $omaram Paradisus (Paraíso)"

'% $rs *s+ o * a$mos*rico, o * em qe ee$am sas evol.es dos

as$ros, e o * dos bem-ave&$rados, o&de a descober$o habi$a a #ivi&dade"

O Céu é a obra prima de Deus

/a&$o 0om%s per&$a se poderia #es a!er coisas maiores, mais perei$as

qe $odas aqelas qe e!, e es$e /a&$o #o$or respo&de airma$ivame&$e2 por*m,

exce$a sem embaro $rs realidades+ ess ris$o, a 4irem aria e a bem-

ave&$ra&a dos elei$os" A hma&idade de ess ris$o deve se achar exce$ada, di!-

&os /a&$o 0om%s, porqe es$% &ida a #es de ma ma&eira hipos$%$ica2 $amb*m a

 bem-ave&$rada 4irem aria, porqe * ãe de #es2 e a bem-ave&$ra&a criada,

 porqe * o o!o de #es" A hma&idade de ess ris$o, a 4irem aria e a bem-

ave&$ra&a, o o *, $omam do em i&i&i$o, qe * #es, cer$a pereião i&i&i$a"oo, &ada pode #es a!er melhor, assim como &ada pode, $ampoco, exis$ir 

melhor qe #es (!% T&% 8, q" 2 a" 6)"

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#es, &es$as $rs coisas, di! /a&$o Aos$i&ho, eso$o sa ci&cia, se poder,

sas riqe!as e sa bo&dade+  Plus dare nesci'it, plus non potuit, plus dare non

&a(uit  ( Li(% de Ci'%)"

 Há uma diferença quase infinita entre o Céu e a terra.

Para ormarmos ma ideia do * e da elicidade dos elei$os, co&sideremos a

ime&sa diere&a qe h% e&$re a $erra e o *"

A vida &a $erra &ão * mais qe ma mor$e le&$a" /a&$o Aos$i&ho di!+ :ão sei

se hei de chamar es$a vida uma morte que vive, o uma vida que morre" ( Medit%, c"

;8;)"

 :ossos pais, di! /ão Palo aos 'ebres, co&essavam qe eram es$ra&hos e

 pereri&os &a $erra+ Con)itentes *uia pererini et &ospites sunt super terra$ ( e(%

;8, 13)"

<ão vil me parece a $erra qa&do olho o *= >xclamava /a&$o 8&%cio de

o?ola+ -ua$ sordet $i&i terra, cu$ coelu$ aspicios ( .ta Ri(aden, in ejus 'ita)"

<e qereis@ di! /a&$o Aos$i&ho, <ereis amar as coisas $emporais, e

 passar com o $empo2 o &ão amar o m&do, e viver e$er&ame&$e com #es@ -uid 

'is/ Utru$ a$are te$poralia, et transire cu$ te$pore0 aut $undu$ non a$are, et 

in aeternu$ 'i'ere cu$ Deo/ ( pist% ;;;48)"

0do o qe exis$e &a $erra * ex$raordi&ariame&$e vão, de poca draão,

vari%vel corrp$ível e e&a&oso" Ao co&$r%rio, o *, ao lado de #es, * $odo slido,

e$er&o, im$%vel, i&corrp$ível, verdadeiro e sero" A vaidade das coisas da $erra

es$% em oposião com a realidade das coisas celes$iais2 &aqelas s h% railidade2

&es$as, a solide!2 &aqelas, brevidade2 &es$as, e$er&idade2 &aqelas, mda&as2&es$as, im$abilidade2 &aqelas, mor$e2 &es$as, vida, e vida co&s$a&$e" :a $erra, es$%

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a me&$ira2 &o *, a verdade2 &a $erra, a ilsão2 &o *, a realidade2 aqi, os sores,

o $rabalho, a pe&a, a dor, o receio2 &o *, o reposo, a aleria, a cer$e!a e a pa!"

B verdade sprema, realidade qe &ão e&a&a, amor dradoro, preciosa e

qerida e$er&idade do *=

<e ceeira * essa qe &os embara@, per&$a /ão er&ardo+ $er sede de

amarras e pecado, males de ma vida qe oe, sbmerir-&os &o &ar%io do

m&do, bscar os males de ma vida qe oe, qerer es$ar e&ermos, e &ão &os

i&cli&armos mi$o mais C elicidade dos /a&$os, C sociedade dos a&Dos, Cs delícias

da vida co&$empla$iva, &a qal brilha o poder de #es e se revelam as riqe!as

sperab&da&$es de sa bo&dade i&i&i$a ( Medit%)

0oda a >scri$ra, di! /a&$o Aos$i&ho, exor$a-&os a despre&der-&os da $erra e

a diriir &ossos olhares ao *, o&de se acha a verdadeira e sprema elicidade+

Tota series !cripturaru$ nos a terrenis ad coelestia erii ad&ortatur, u(i 'er et 

 se$piterna est (eatitudo ( Li( De Ci'%)"

Aqi &a $erra, e&Doos, $ribla.es, ome, sede, mis*rias, e&ermidades,

l%rimas, $e&$a.es, perios e mil provas diere&$es2 &o *, saEde, aleria, lovor e

di$a"

 :a $erra, di! /a&$o Aos$i&ho, acha-se $riblaão2 &o *, possessão

$ra&qila2 &a $erra, amarras2 &o *, ma lria e m poder qe &ão e&a&am2

aqi, o $emor de qe o amio se co&ver$a em i&imio2 &o *, o amio &ão o deixa

de ser, porqe o * &ão co&hece i&imi!ade2 &a $er%, $eme-se perder o qe se qer 

 possir2 &o *, #es, qe * o a$or da recompe&sa e$er&a, d%-a para sempre aos

qe dela desr$am" :a $erra, somos desraados, vaamos sobre as o&das de m

mar borrascoso, expos$os Cs $empes$ades e aos &ar%ios, e &ão sabemos se

chearemos ao Por$o" :ossa vida * m des$erro, a&damos rodeados de perios, e &a

hora da mor$e, i&oramos se iremos ao *" :o *, &ão h% des$erro, &em perio,&em i&cer$e!a, &em $empes$ade, &em &ar%io ( Medit%, c" ;8;)"

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/e$e coisas são &ecess%rias para a elicidade do homem, di! o 4e&er%vel

eda, e es$as some&$e podem se e&co&$rar &o *+

1" ma vida a qe a mor$e &ão po&ha $ermo2

" ma Dve&$de &ão seida de velhice2

3" ma l! qe &ão deixe de brilhar2

F" ma aleria Damais al$erada pela $ris$e!a2

5" ma pa! &ão expos$a a $rbaão2

6" ma vo&$ade qe &ão experime&$e obs$%clo2

7" m rei&o qe &ão se possa perder"

A $erra, di! /a&$o Aos$i&ho, &ão * mais qe m c%rcere2 sem embaro, es$ec%rcere D% e belo, arada" <e ser%, pois, a P%$ria@ !i carcer ita pulc&er est, Patria

*ualis est/ ( De Con)iict% 'it%)"

O Céu é a verdadeira pátria

>xis$e, di! /ão Grerio :a!ia&!e&o, ma p%$ria para os ra&des home&s,

 para os home&s verdadeirame&$e vir$osos+ * aqela ersal*m qe some&$e se

compree&de com a i&$eli&cia, e &ão es$as cidades qe vemos comprimidas e&$re

es$rei$os mros, e habi$adas por cidadãos qe passam e desaparecem" >s$as ma&s.es

$erres$res, es$as pre$e&didas p%$rias parecem-se ao ce&%rio de m $ea$ro ( .n Distic&%)"

/ão Grerio de :issa di!ia, a respei$o de /ão asílio, o sei&$e+ amais

$eme o des$erro porqe es$ava co&ve&cido de qe $ão some&$e o paraíso * a p%$riada hma&idade2 olhava a $erra $oda como m des$erro, o * como a E&ica e

verdadeira p%$ria"

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Formosura e riquezas do Céu

<al &ão deve ser, di! /ão er&ardo, a ab&dH&cia de m lar o&de &ão h%

&ada o qe &ão se qeira e o&de &ão se e&co&$re $do o qe se deseDe@  -uae est 

copia u(i ni&il *uod nolis sit, et totu$ sit *uod 'elis/   ( De Tripl% 1en% 2onor%)" A

rem&eraão dos elei$os, di! em o$ra par$e es$e ra&de /a&$o, * m $orre&$e de

delícias, m rio impe$oso de o!os" I m rio qe corre ple&o de ma a o$ra par$e,

e qe Damais seca" >la * compar%vel a m rio, &ão porqe passe, se&ão porqe $em

sa pro&didade (!er$% in errores &uj saeculi)"

J olho &ão vi, o ovido &ão ovi, &em o coraão do homem Damais

co&cebe o qe #es preparo para aqeles qe J amam, di! /ão Palo aos

orí&$ios+ 3culos non 'idit, nec auris audi'it, nec in cor &o$inis ascendit, *uae

 praepara'it Deus iis *ui diliunt eu$ ( . Cor% 88, 9)" 3 ol&o do &o$e$ ja$ais 'iu2 e

sem embaro, o qe D% &ão vi o olho do homem@ A ormosra do irmame&$o, as

maravilhas da &a$re!a, a primavera, as ra&des cidades, as ra&des es$as e$c" 3

ou'ido ja$ais perce(eu2 e sem embaro, qe harmo&ias D% &ão lhe comoveram@Jvi ca&$os de p%ssaros, a eloq&cia dos oradores= 3 coração do &o$e$ ja$ais

conce(eu2 e, sem embaro, o qe ai&da &ão co&cebe o coraão do homem@

Gra&de e bem-ave&$rado Aps$olo, vs qe, arreba$ado a$* o $erceiro *,

haveis vis$o, ovido e co&cebido $a&$as maravilhas2 vs qe haveis ovido e o qe

haveis co&cebido" >sc$ai sa respos$a+  Audi'it arcana 'er(a *ue non licet &o$ini

lo*ui  ( .. Cor% ;88, F)+ 4i, ovi e co&cebi maravilhas qe m homem &ão pode

expressar"

4i m * &ovo e ma &ova $erra, di! /ão oão &o Apocalipse+ 4idi coelu$

no'u$, et terra$ no'a$  ( Apoc%  ;;8, 1)" Km dos se$e a&Dos, acresce&$a es$e

Aps$olo, veio e disse-me+ 4i&de e mos$rar-vos-ei a >sposa, &oiva do ordeiro" >

$ra&spor$o-me em espíri$o ao cme de ma al$a mo&$a&ha, e mos$ro-me a cidadesa&$a de ersal*m qe descia do *, e vi&ha de #es, a qal $i&ha a claridade de

#es2 e sa l! era semelha&$e a ma pedra preciosa, C pedra de Daspe $ra&spare&$e

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como o cris$al" 0i&ha ma mralha ra&de e al$a, e do!e por$as, e do!e a&Dos &as

 por$as" 0rs daqelas por$as ao Jrie&$e, $rs ao :or$e, $rs ao /l, e $rs ao

Jcide&$e" A mralha da cidade $i&ha do!e alicerces, e &ele os do!e &omes dos #o!e

Aps$olos do ordeiro" > aqele qe alava comio $i&ha ma ca&a de medir qe

era de m oro pro, semelha&$e a m cris$al mi$o límpido" > os alicerces da

mralha da cidade es$avam ador&ados com $oda a sor$e de pedras preciosas" J

 primeiro alicerce era de Daspe, o se&do de saira, o $erceiro de calcedL&ia, o

qar$o de esmeralda, o qi&$o de sard&ica, o sex$o de cor&ali&a, o s*$imo de

crisli$o, o oi$avo de berilo, o &o&o de $op%!io, o d*cimo de crispraso, o d*cimo

 primeiro de Daci&$o, o d*cimo se&do de ame$is$a" As do!e por$as são do!e p*rolas"

> cada ma das por$as era ei$a de ma des$as p*rolas" J pavime&$o da cidade era

de oro pro como o cris$al" > &ão vi &e&hm $emplo &a cidade, porqe o /e&hor 

#es o&ipo$e&$e e o ordeiro são se $emplo" > a cidade &ão &ecessi$a de sol o de

la para a ilmi&arem, porqe, de /a claridade, #es a ilmi&a, e o ordeiro * sa

lHmpada" :ão h% &oi$e &aqele lar, e &ada qe es$eDa ma&chado e&$rar% ali, &em

$ampoco &e&hm daqeles qe come$em a abomi&aão e a me&$ira, se&ão $ão

some&$e aqeles cDos &omes es$ão escri$os &o livro da vida do ordeiro ( Apoc%

;;8)" > o a&Do mos$ro-me m rio de %a viviicadora, clara como o cris$al, qesaia do $ro&o de #es e do ordeiro" >m meio da praa da cidade, &as mare&s do

rio, es$ava a %rvore da vida, qe prod! do!e r$os, da&do se r$o a cada ms, e

as olhas da %rvore servem para crar aos povos" Ali &ão mais haver% maldi.es,

se&ão qe #es e o ordeiro es$arão e&$ro&i!ados &ela, e ses servidores lhe

servirão" > verão se ros$o, e $erão o :ome dele escri$o em sa ro&$e" > ali &ão

haver% mais &oi$e, e &ão &ecessi$arão da l! da lHmpada, &em da l! do sol, porqe

o /e&hor #es lhes ilmi&ar% e rei&arão pelos s*clos dos s*clos ( Apoc% ;;88)" >

e, oão, so aqele qe ovi e vi es$as coisas+  t eo #oannes, *ui audi'i et 'idi

&aec% ( Apoc% ;;88, M)"

4ede as belas e ricas maravilhas qe /ão oão escreve a respei$o da idade

/a&$a+

1" * a &ova ersal*m em m &ovo * e ma &ova $erra2

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" * o $aber&%clo de #es com os home&s2 #es habi$ar% com eles2 eles serão

se povo, e >le ser% se #es2

3" #es e&xar% $odas as l%rimas2

F" #es re&ovar% $do+ cce no'a )acio o$nia"

5" a ersal*m celes$ial brilha com a claridade de #es2 ali Damais haver% &oi$e,

se&ão m dia qe dra e$er&ame&$e2 &ão se &ecessi$ar% &em do sol &em da

la, porqe o esple&dor da l! de #es a ilmi&a e o ordeiro * a sa

lHmpada"

6" $em ma mralha de Daspe2 es$a mralha si&iica a ora e a sera&a dos

elei$os2

7" sas do!e por$as i&dicam qe o * es$% aber$o em $odas as par$es e em $odos

os $empos e a $odas as horas, para os Ds$os e para os /a&$os, sem exceão de

 pessoas2

M" $em do!e alicerces" >s$es do!e alicerces si&iicam qe desca&sa sobre a

sa&$idade e sobre a do$ri&a co&$ida &o /ímbolo dos Aps$olos, qe $em do!e

ar$ios"

9" * qadrada+ o qe i&dica sa exa$a e perei$a arqi$e$ra, assim como a

admir%vel &ião de ses cidadãos2

1N"* vas$a e espaosa2 do&de se ded! sa ma&iic&cia e o ime&so &mero de

ses habi$a&$es"

11" /es ediícios e sas praas são de oro pro como o cris$al2 porqe &o *

$do * pro e precioso, e $do se ma&ies$a aos elei$os2

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1"#es * se $emplo2 porqe os elei$os veem, respei$am, ho&ram, adoram e

lovam a #es e ao ordeiro"

13"As &a.es marcharão a sa l! e os reis da $erra levarão a sa lria ao se

seio, qer di!er, qe &o * es$arão re&idas a pompa e a lria de $odos os

reis, dos prí&cipes e dos po&$íices2

1F"J rio de vida si&iica a ab&dH&cia da sabedoria e de $odos os pra!eres

 pros" As %rvores, $ão belas e $ão *r$eis, assi&alam a imor$alidade e a

e$er&idade"

J * es$% co&s$rído pela mão do prprio #es+ qal &ão *, pois, sa

ormosra, se esple&dor e sas riqe!as@ #es * se i&compar%vel ador&o" J lar 

qe os elei$os ocpam ali * i&i&i$ame&$e ormoso, pos$o qe es$% preparado pelo

 prprio ess ris$o+ 4o preparar-vos m lar, di! a ses Aps$olos+ 4ado parare

'o(is locu$  ( #oann% ;84, )" om se /a&e e sa mor$e compro e pao a

#es, se Pai, o preo des$as moradias celes$iais2 compro-as para &o-las dar" > se

qereis co&hecer se valor, apreciai, se o podeis, o valor do /a&e de ess ris$o"

<ais serão, di! /a&$o Aos$i&ho, as riqe!as #aqele cDa pobre!a e!-&os

ricos@ -uid )acturae sunt di'itiae ejus, cujus paupertas nos di'ites )ecit/ ( .n pist%

88  ad Cor%)" om eei$o, o qe ess ris$o empreo para resa$ar-&os@ Km

 pres*pio e ma cr!""" o qe &ão $eremos, pois, &o *, o&de ele ma&ies$a $odos os

ses $esoros@

0odo o bem qe exis$e, di! /a&$o Aos$i&ho, es$% &o *, e &e&hma coisa

m% Damais pe&e$ra ali+ -uid*uid (oni est, i(i est0 et *uid*uid $ali est, i(i nus*ua$

est% ( Li(% ;;88, de Ci'it%, c% ;;;)" J *, di! em o$ra par$e, * ma cidade cDo rei

* ma verdade, cDa lei * a caridade, e cDa draão * a e$er&idade+ Coelu$ est 

ci'itas, u(i re5 est 'eritas, le5 c&aritas, $odus aeternitas ( Li(% de Ci'it%)" #e qais

 be&s, per&$a /a&$o >q*rio, #es &ão h% de cmlar a ses elei$os &o *, >leqe $a&$o d% aqi &a $erra aos i&ra$os@ -ua$ (ona rependet (onis, *ui ta$ $ana

laritur inratis/ ( pist as 4aler%)"

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J rei&o dos *s, di! /a&$o Aos$i&ho, sobrepDa em ra&de!a a $do o qe

se pode di!er2 * sperior a $odos os eloios e spera a $odas as lrias imai&%veis+

 Renu$ Dei o$ni )a$a $ajus est, o$ni laude $elius, o$ni l6ria putatur,

e5cellentus ( Li(% de Diliendo Deo)"

e&di$o seDa o #es e Pai de :osso /e&hor ess ris$o, qe se&do sa

ra&de misericrdia ree&ero-&os com ma viva espera&a para alca&ar alm

dia ma hera&a i&corrp$ível, e qe &ão se pode co&$ami&ar, e qe * imarcescível,

qe &os reservo &o *= ( . Pet% 8, 3-F)"

J /e&hor em /ião * ra&de+ elevado es$% sobre $odos os povos, di! o

/almis$a+  Do$inus in !ion $anus, et e5celsus super o$nes populos  ( Psal$%

;4888, )"

/e a lria do /e&hor e&chia o $emplo de /alomão, de qe lria &ão h% de

es$ar cheio o *, lar o&de >le habi$a@ Por isso, di!ia 8saías qe os elei$os verão

ao Oei em sa lria+ Ree$ in decore suo 'ide(unt  ( .sai% ;;;888, 17)"

Aqilo qe #es prepara para os qe J amam, di! /a&$o >q*rio, &ão pode

ser compree&dido pela *, &em pe&e$rado pela espera&a, &em co&hecido pela

caridade2 sobrepDa i&i&i$ame&$e a $odos os deseDos e a $odos os vo$os+ * ma coisa

qe se pode ob$er, por*m &ão se pode apreciar em se Ds$o valor 1"

4ol$a a vis$a a /ião, di! 8saías, cidade o&de se celebram &ossas sole&idades2

$es olhos verão ersal*m, es$a ma&são ople&$a, ma $e&da qe &ão poder% ser 

$ra&sladada para o$ra par$e+ Respice !ion, ci'itate$ sole$nitatis nostrae0 oculi tui

'ide(unt #erusale$, &a(itatione$ opulenta$, ta(ernaculu$ *uod ne*ua*ua$

tran)erri poterit ( .sai% ;;;888, N)" #esde qe o m&do * m&do, os home&s &ão

co&ceberam, o ovido &ão percebe, o olho &ão vi, se&ão some&$e 4s, #es, o

qe haveis preparado para aqeles qe 4os es$ão aarda&do, di! o mesmo proe$a+

1  .d *uod parat Deus dilienti(us, se )ide non co$pre&enditur, spe non attinitur, caritate non capitur,desideria et 'ota tranreditur0 ad*uiri potest, aesti$ari non potest  ( pist%)"

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 A saeculo non audierunt, ne*ue auri(us perceperunt, oculus non 'idit, Deus,

a(s*ue te, *uae praeparasti e5spectanti(us te ( .sai% ;84, F)"

B cidade de #es, loriosas coisas se disseram de $i, exclama o Oeal Proe$a+

1loriosa dicta sunt de te, ci'itas Dei ( Psal$% ;;;48, 3)"

 Brilho e esplendor dos eleitos, primeiro prin!pio de sua feliidade no Céu.

ala&do do brilho e da lria dos /a&$os &o *, /ão oão riss$omo di!

qe o El$imo dos elei$os possi &o * m esple&dor e ma lria maiores qe as

qe ess ris$o ma&ies$o em sa $ra&siraão, porqe modero ambas as

coisas para adeq%-las C vis$a de ses $rs Aps$olos" Por o$ro lado, os olhos do

corpo &ão spor$am sorer m brilho qe os olhos da alma sorem perei$ame&$e"

oo, os Aps$olos &ão viam mais qe a lria ex$erior, e &o * veremos, por sa

ve!, a lria ex$erior e i&$erior de #es e de cada m dos elei$os ( o$il% ad pop%)"

 :o *, di! /a&$o Aos$i&ho, os elei$os veem a #es sem i&$errpão+ o

co&hecime&$o qe eles $em #ele, &ão es$% sDei$o ao erro2 amam-he sem poder oe&der-he, e lovam-:o sem Damais se ca&sarem"

Aora &ão vemos a #es, di! /ão Palo, se&ão como em m espelho e por 

meio de imae&s obscras2 por*m, e&$ão, J veremos ace a ace" > &ão o co&heo

aora se&ão imperei$ame&$e2 por*m, e&$ão, o co&hecerei da ma&eira como e so

co&hecido+ 4ide$us nunc per speculu$ in aeni$ate0 tunc aute$ )acie ad )acie$%

 7unc conosco e5 parte0 tunc aute$ conosca$ sicut conitus su$  ( . Cor   ;888,

1)" #es ser% $do em $odos, di! o ra&de Aps$olo+  Deus o$nia in o$ni(us ( . Cor 

;4, M)"

<eridíssimos mes, di! o aps$olo /ão oão, aora mesmo somos ilhos de

#es, por*m, &ão aparece, $odavia, o qe alm dia seremos" /abemos, sim, qe

qa&do se ma&ies$ar clarame&$e #esus Cristo, seremos semelha&$es a >le por qe J

2  .(i si*uide$ 'idetur Deus sine inter$issione0 conoscitur sine errore0 a$atur sine o))ensione0 laudatur  sine )atiatione ( Li(% de Ci'it%)"

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veremos como >le *+ Carissi$i, nunc )ilii Dei su$us8 et nondu$ apparuit *uid 

eri$us, *uonia$ 'ide(i$us eu$ sicuti est  ( . #o&an% 888, 3)"

/e&hor, em vossa l!, veremos a l!, di! o /almis$a+ .n lu$ine tuo 'ide(i$us

lu$en ( Psal$% ;;;4, 1N)"

 :o *, a ra!ão es$% ple&ame&$e ilmi&ada, e a i&$eli&cia &ão $em qe

$emer o erro" :o *, os elei$os deseDam, a&seiam ver, e vem $do o qe deseDam2

vem a ess&cia de #es em si mesma, vem o mis$*rio da /a&$íssima 0ri&dade, o da

>&car&aão e o da Oede&ão+ veremos a #es $al como *+ 4ide(i$us u$ sicuti est "

0odos os divi&os a$rib$os de #es aparecem clarame&$e aos olhos dos

elei$os"

A divi&dade de ess ris$o, di! /a&$o Aos$i&ho, * como o ra&de sol qe

 preside ao dia da bem-ave&$ra&a celes$ial2 e sa hma&idade * como a la qe

 preside a &oi$e des$e m&do (ib" De Ci'itate Dei)"

/a&$a 0eresa co&$a qe m dia ess ris$o mos$ro-lhe /a mão loriicada"

Para dar-&os ma ideia do brilha&$e esple&dor des$a ão, e! a sei&$e

comparaão+ irai-vos, disse ela, m rio mi$o límpido, cDas %as correm

 bra&dame&$e por m ca&al do mais pro cris$al2 irai-vos ai&da qi&he&$os mil

sis, $ão brilha&$es e, co&$do, mais brilha&$es do qe aqele qe ilmi&a a $erra,

la&a&do e re&i&do &es$e rio $odos os ses raios rele$idos pelo cris$al sobre o qal

corre2 pois bem, es$a l! deslmbra&$e &ão * mais do qe ma &oi$e escra se a

comparasse com o esple&dor da mão de ess ris$o+ qal &ão ser%, pois, a l! e o

 brilho qe irradia sa 'ma&idade e sa #ivi&dade &idas" Acresce&$ai ao

esple&dor do ilho do Pai e do >spíri$o /a&$o, o da ãe de #es, o dos &ovos

oros A&*licos, o dos Pa$riarcas e dos Proe$as, dos Aps$olos e dos %r$ires, dos

o&essores e das 4ire&s, o de $odos os /a&$os"

Oespla&dea, di! o /almis$a, sobre &s a l! do /e&hor #es &osso+  t si

 splendor Dei nostri super nos ( Psal$% ;;;8;, 17)"

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 :o *, di! a /abedoria, os Ds$os brilharão como o /ol, e como ce&$elhas

qe discorrem por m ca&avial, assim voarão de mas par$es a o$ras ( Psal$% 888,

7)"

ersal*m, cidade de #es, brilhar%s com ma l! deslmbra&$e, exclama o

sa&$o homem 0obias+ #erusale$, ci'itas Dei, luce splendida )ule(is (To(% ;888, 11-

13)"

eli!es os habi$a&$es da cidade e$er&a, di! 8saías, D% &ão haver% &ecessidade

de sol qe d l! dra&$e do dia, &em $e ilmi&ar% o esple&dor da la, se&ão qe o

/e&hor mesmo ser% a $a l! sempi$er&a, e a $a lria o claridade ser% o $e

 prprio #es, e os dias de vosso l$o $erão acabado+  7on erit ti(i a$plius sol 

aslucendu$ per die$, nec splendor lunae illu$ina(it te0 sed erit ti(i Do$inus in

luce$ se$piterna$, et Deus tuus in loria$ tua$, et co$ple(e$tur dies luctus tui

( .saia% ;, 19-N)"

#arei a mes elei$os, di! o /e&hor, por meio de eremias, ma $erra qemerea ser o obDe$o de $odos os vo$os, ma brilha&$e hera&a+ Tri(ua$ ti(i terra$

desidera(ile$, &aereditate$ praeclara$ ( #er%  888, 19)" A p%$ria celes$ial, hera&a

&ossa, di! /a&$o 0om%s, es$% ilmi&ada pelo esple&dor da visão divi&a ( .n &is 'er(is

 #ere$%)"

Js Ds$os, di! ess ris$o, respla&decerão como o sol &o rei&o de se Pai+

 #ustis )ule(unt sucit sol i$ reno Patris eoru$ ( Matt&% ;888, F3)"

#e&$ro de poco, D% &ão me vereis2 mas poco depois, em resssci$a&do, me

$or&areis a ver, porqe vo para ao Pai, di! ess ris$o a ses Aps$olos ( #oan%

;48, 16)" #es, di! /a&$o Aos$i&ho, &ão re$arda mi$o o cmprime&$o de sa

 promessa2 poco depois o veremos em m lar o&de &ada $eremos qe pedir, o&de

&ada $eremos qe i&daar, porqe &ada &os al$ar% para deseDar &em co&hecer 

3

"

3  7on tardat Do$inus pro$issu$ $odicu$ et 'ide(i$us eu$, u(i ja$ ni&il roe$us, ni&il interroe$us,*uia ni&il desiderantur re$ane(it, ni&il *uaerendu$ late(it  ( Li(% De Ci'itate Dei)"

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Js elei$os veem sempre a #es, di! em o$ra par$e, es$e ra&de /a&$o, e

deseDam ver-he sempre+ $ão arad%vel * a vis$a de #es" :es$e delei$e, desca&sam

 ple&os de #es" :ão se separa&do da sobera&a bem-ave&$ra&a, são eli!es"

o&$empla&do sem cessar a e$er&idade, são e$er&os2 &idos C verdadeira l!,

co&ver$em-se $amb*m em l!" B bem-ave&$rada visão &a qal se co&$empla em

$oda a sa ormosra ao Oei dos A&Dos, ao /a&$o dos /a&$os, a qem $odos devem a

exis$&cia= s$os, reo!iDai-vos, es$remecei de aleria, porqe vedes Aqele a qem

amais, $e&des Aqele qe deseDais, possis Aqele qe, e&$ão, Damais $emereis

 perder2 >le * a salvaão, a vida, a pa! e $odos os be&sF"

 :o *, di! /ão er&ardo, veremos o brilho da lria, o esple&dor dos

/a&$os, a maDes$ade de m poder verdadeirame&$e real2 co&heceremos o poder do

Pai, a sabedoria do ilho, a bo&dade i&i&i$a do >spíri$o /a&$o" B bem-ave&$rada

visão, qe co&sis$e em ver a #es em si mesmo, em ver-he em &s, e em ver-&os

com >le, com ma eli! aleria, com ma i&explic%vel elicidade5"

Js elei$os são ilmi&ados pelo esple&dor de #es e por se prprio

esple&dor, qe * o relexo do de #es" #es, o e$er&o /ol de s$ia, e&che ao * eaos elei$os com se divi&o brilho" Js /a&$os são como o$ros $a&$os sis sbmersos

&os raios do /ol spremo do qal recebem $odo o se brilho, ao mesmo $empo qe

cada m deles par$icipa $amb*m do esple&dor de $odos os ses compa&heiros de

lria" 0odos veem a #es i&$eiro em si mesmo, $odos veem-se em #es, #es es$%

i&$eiro em $odos e em cada m+ Ut sit Deus o$nia in o$ni(us% B ormoso *,

di!em-se de $i coisas loriosas" 1loriosa dicta sunt de te, ci'itas Dei"

"ni#o dos eleitos om Deus, se$undo prin!pio de sua feliidade no Céu.

4  !e$per 'idente, et se$per 'idere desiderant8 ta$ desidera(ilis est ad 'idendu$% .n &ac delectationere*uiescunt pleni Dei8 as&aerentes se$per (eatitudini, (eati sunt0 conte$plantes se$per aeternitate$,aeterni sunt0 juncti 'ero la$ini, luz )acti sunt% 3 (eata 'isio, 'idere Ree$ aneloru$ in decore suo, 'idere!anctu$ !anctoru$, per *ue$ )acti sunt% 1audete et e5ultate, justi, *ui 'idetis *ue$ a$asti, &a(etis *ue$desiderastis diu, tenetis *ue$ a$ittere nu$*ua$ ti$etis ipse est salus, 'ita, pa5 et o$nia (ona ( De Ani$a et !piritu)"5  .(i 'ide(i$us loriae decoru$, !anctoru$ splendore$, et reiae potestatis &onore$0 cosnosce$us Patris potentia$, 9ilii sapientia$, !piritus !ancti (eniinissi$us cle$entiu$% 3 (eata 'isio, 'idere Deu$ in seipso,'idere in no(is et nos in o )elici jucunditate et jucundi )elicitate ( .n . Medit%, c% .4 )"

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 :o * cmpre-se a sEplica, o deseDo de ess ris$o qa&do di!ia a se Pai,

ala&do de ses discíplos, a!ei qe $odos seDam ma mesma coisa, e qe como $,

Pai, es$%s em mim e e em $i por identidade de natureza, assim seDam eles ma

mesma coisa em &s por união de a$or% > es$o &eles, e $ em mim, a im de qe

seDam co&smados &a &idade"  o in eis, et tu in $e, ut sint consu$$ati in unu$

( #oann% ;488, 3)" >is aqi, di! /ão er&ardo, o im, eis aqi a co&smaão, eis

aqi a pereião, eis aqi a pa!, a aleria &o >spíri$o /a&$o, es$e * o sil&cio de

arrobame&$o &o *+ ic est )inis, &aec est consu$$atio, &aec est per)ectio, &aec

est pa5, &oc est audiu$ in !piritu !ancto, &oc est silentiu$ in coel&o   ( .n &aec

'er(a #oann)"

#es es$% $odo em $odos os elei$os, a im de ma&ies$ar &eles $odo /e poder,

e ser ali a vida, a salvaão, a vir$de, a ab&dH&cia, a lria, a ho&ra, a pa! e $odos

os be&s" >s$as palavras do Aps$olo :Deus será tudo e$ todos; devem se e&$e&der,

di! /ão erL&imo, &o sei&$e se&$ido+ J /e&hor, /alvador &osso, &ão es$% $odo em

$odos aqi &a $erra, se&ão some&$e, em par$e, em cada m" Por exemplo, es$% em

/alomão pela sabedoria, em #avi pelo poder, em e em 0obias pela paci&cia, em

#a&iel pelo co&hecime&$o das coisas $ras, em Pedro pela *, em Palo pelo !elo,em oão pela viri&dade, e em o$ros, por o$ros avores" Por*m, qa&do hover 

cheado o im do mdo, e&$ão es$% $odo em $odos2 cada sa&$o $er% $odas as vir$des,

e ess ris$o es$ar% i&$eiro em cada m deles ( pist% Ad A$and%)

#es es$% $o$alme&$e em $odos+

1" Assim como o$as de %a se i&corporam ao ocea&o, assim $odos os bem-

ave&$rados se perdem em #es pela visão bea$íica e pelo amor2 es$ão

absor$os e &idos a #es qe * o sobera&o em e merece sobera&ame&$e

ser amado"

" >s$a &ião dos elei$os com #es * semelha&$e C l! do sol qe pe&e$ra a

a$mosera, de $al ma&eira, qe ela mesma parece ser a l!2 assim #es de$al ma&eira e&che aos bem-ave&$rados com se esple&dor e sa lria

qe eles parecem mi$o mais deses qe home&s"

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3" I semelha&$e C &ião do erro com o oo" /ob a aão do oo, o erro se

avermelha e parece qe se co&ver$e em oo2 assim os elei$os, ama&do e

 possi&do a #es, $or&am-se de $al ma&eira abrasados com o oo divi&o

qe cheam de cer$o modo a $ra&sormar-se em #es"

F" J mel mesclado com a %a co&ver$e-a em mel2 assim #es, com sa

dora, alime&$a e embriaa de $al ma&eira aos elei$os, qe parecem ser a

mesma dora2 porqe #es * m ocea&o i&i&i$o de delícias, de aleria e

de co&solo"

5" Js acordes harmo&iosos e&chem aradavelme&$e o ovido de $odos os

qe os ovem2 assim os elei$os es$ão cheios das divi&as harmo&ias de

#es2

6" Km espelho sem ma&cha recebe e rele$e $odas as iras qe es$ão dia&$e

dele, de modo qe paream viver e mover-se ali2 da mesma ma&eira $odos

os elei$os exis$em, vivem e se movem em #es"

<em compree&der%, di! /ão er&ardo, a ml$idão e a ex$e&são das delícias

co&$idas &es$as palavras+  Deus será tudo e$ todos/  I pelo e&$e&dime&$o da

 ple&i$de da l!2 pela vo&$ade, pela pa! perei$a" Pela memria, a e$er&idade" B

verdade, caridade, e$er&idade= /spira por vs, porqe desraadame&$e es$%

lo&e de vs" >sperai em #es+ $odo erro se aas$ar% de vosso e&$e&dime&$o, $oda

resis$&cia de vossa vo&$ade, $odo $error de vossa memria, e vir% loo ma l!

admir%vel, ma sere&idade comple$a, ma sera&a e$er&a, &ossa aleria e &ossa

espera&a" #es, como 4erdade, veriicar% a primeira maravilha2 como aridade,

veriicar% a se&da2 como Poder spremo, obrar% a $erceira (!er$% <.% in Cant%)"

>is a $e&da de #es erida e&$re os home&s, di! o Apocalipse, e

 perma&ecer% com eles, e eles serão o se povo, e o mesmo #es, habi$a&do &o meiodeles, ser% se #es+ cce ta(ernaculu$ Dei cu$ &o$ini(us, et &a(ita(it cu$ eis0

et ipsi populus ejus erunt, et ipse Deus cu$ eis erit eoru$ Deus ( Apoc% ;;8, 3)"

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#o mesmo modo qe al&s levam &as mãos lores odoríeras, a im de

respirar os saves permes de ema&am, assim #es $em em sa mão, o melhor,

em se coraão a $odos os elei$os, e se delei$a com o doce odor de sas vir$des"

Os eleitos estar#o unidos entre si% ada um deles partiipará dos bens de todos, e

todos dos bens de ada um& tereiro prin!pio de feliidade.

Js elei$os e&co&$rarão ma elicidade i&e%vel &o amor qe hão de

experime&$ar &s pelos o$ros em sa &ião, e &a com&icaão dos be&s de $odos a

cada m, e dos be&s de cada m a $odos"

>sc$ai a /a&$o Aos$i&ho+ :o *, &ão haver% ciEmes do qal prove&ha a

desialdade do amor2 $odos se amam da mesma ma&eira+  7on erit i(i ali*ua

in'idia disparis caritatis, u(i in i$ni(us renat unitas caritatis  ( De coelesti 'ita)"  J

*, acresce&$a o mesmo #o$or, ser% $es$em&ha de m ormoso espe$%clo+

&i&*m i&erior i&veDar% a sor$e dos qe es$eDam acima dele, como &o corpo

hma&o o dedo &ão $em ciEmes do olho, &em os ovidos da lí&a, &em os p*s dacabea" :ão deverão, sem embaro, os elei$os de m pos$o i&erior $er i&veDa dos

qe lhes sobressaem@ :ão, assim respo&de /a&$o Aos$i&ho" > o explica+ m

 peqe&o vaso qe es$% cheio es$% $ão ple&o como m ra&de2 m $a&qe cDa %a

$ra&sborda es$% $ão cheio como o mar2 &ada lhe i&veDar%, &em lhe pode i&veDar,

 pos$o qe &ão pode receber &em ma o$a a mais do qe co&$*m" Assim scede com

os elei$os" #es es$% ialme&$e em $odos+ some&$e aqele qe haDa $ra!ido mais,

&ão di&heiro, mas *, $em maior capacidade rela$ivame&$e a #es+  Deus o$ni(us

ae*ualiter adest0 sed apud Deu$ plus &a(et loci, *ui plus attulerit, non arenti, sed 

 )idei ( o$il% De Cent% 3'i()"

0al caridade &e $ão perei$ame&$e aos elei$os e&$re si, qe o bem qe m

elei$o &ão recebe dire$ame&$e, recebe-o em cer$o modo com a elicidade qe

experime&$a ve&do-o recebido por o$ro2 es$% $ão sa$isei$o do bem qe cabe a sescompa&heiros, como do se prprio+ Tanta 'is caritatis i(i o$nes associat, ut 

(onu$ *uod *uis*ue in se non accepit, in alio se audeat accepisse  ( Li(% 84

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 Moral%, c" ;;;8)" 0odos possem a #es, qe * a &idade perei$a, e &es$a &idade

&ão co&s$i$em mais qe m" Assim, mesmo &a $erra, os primeiros cris$ãos davam

m espe$%clo a&%loo+ $odos &ão $i&ham mais qe m coraão e ma alma2

&i&*m co&siderava como se &ada do qe possía, se&ão qe $do era comm+

 Multitudinis aute$ credentiu$ erat cor unu$, et ani$a u$a, nec *uis*ua$ eoru$,

*uae posside(at, ali*uid suu$ esse dice(at, sed erant illis o$nia co$unia  ( Act% 84,

3)"

Kma mãe $er&a alera-se das carícias e dos prese&$es qe co&cedem a se

ilho qerido2 olha-os como se os oerecessem a ela mesma+ da mesma ma&eira

cada m dos elei$os olha como dados a si mesmo os be&s qe #es e&$rea a ses

compa&heiros"

>s$a mE$a &ião e caridade * a aleria dos bem-ave&$rados2 ela co&s$i$i

se reo!iDo2 cada m deles se alera por co&$a de sa elicidade e da elicidade dos

o$ros2 cada m deles * eli! pela di$a de $odos, e $odos o são pela di$a de cada qal"

Assim, eles ml$iplicam sa elicidade" Kma o&$e i&eso$%vel apaa a sede $a&$o de

cem mil home&s qa&$o de m s, e &i&*m $em ciEmes da %a qe os demais bebem, pos$o qe ela * ab&da&$e, e &ão h% de eso$ar-se por maior qe seDa a

qa&$idade qe se co&sma+ o mesmo scede com os elei$os" >xis$e e&$re eles ma

&ião qe de $odos &ão a! mais qe m, &ião i&i&i$ame&$e í&$ima e perei$a qe

 Damais se al$erar% &em poder% se romper" >s$ão co&smados &a &idade, is$o *, em

#es+ Ut sint consu$$ati in unu$"

'% $ão ra&de amor, di! /a&$o A&selmo, por ma par$e, e&$re #es e os

elei$os, e, por o$ra, e&$re os mesmos elei$os, qe $odos os elei$os se amam

m$ame&$e, $a&$o como cada m deles se ama a si mesmo2 por*m, $odos amam a

#es mais qe a si mesmos+ Tanta erit dilectio inter Deu$ et eos *ui i(i erunt, et 

inter seipsu$, ut o$nes in'ice$ diliant sicut seipsos, sed plus o$nes a$ent Deu$

*ua$ seipsu$ ( psit% 88 ad uon)"

0odos, di! /ão er&ardo, $em a mesma aleria, o mesmo ae$o, os mesmos

o!os, a mesma vo&$ade, o mesmo pe&same&$o e m amor e$er&o ( Medit%, c% 84)"

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Js elei$os são os herdeiros de #es, di! /ão Palo+  oeredes Dei ( Ro$% 4888,

17)" >s$a hera&a, di! /a&$o Aos$i&ho, &ão * como as da $erra2 &ão dimi&i com o

&Emero dos qe $em direi$o a ela2 o mesmo $oca a mi$os e a al&s" '% a mesma

hera&a para $odos e para m s" ada qal recebe $oda a hera&a, pos$o qe $em a

#es i&$eiro2 e $odos o recebem i&$eralme&$e, es$a&do #es em $odos+  Deus o$nia

in o$ni(us" #es &ão co&s$i$i aos elei$os herdeiros de m bem qe se lhes e&$rea

 por mor$e do possidor" >le mesmo se d% em hera&a, e os des$i&a a viver 

e$er&ame&$e com >le" Aqi &a $erra, * &ecess%ria a mor$e do possidor para herdar2

&o *, * preciso qe o doador, qe * #es, viva sempre, a im de qe os qe es$ão

chamados a possí-o possam receber e ardar sempre sa 'era&a" :a $erra,

aqilo qe al*m $em m o$ro &ão o $em2 &o *, cada qal possi o qe os

demais possem, e $odos $em o bem dos demais, is$o *, #es" #es &ão coloco

limi$es em /i mesmo, &em ao se redor, e &i&*m os pode es$abelecer" >le di! a

cada elei$o do mesmo modo qe a $odos+ >is-me aqi, > qe so o ocea&o sem

limi$es e sem mare&s, e&$reo-me a vs, dele$ai-vos de mim ( .n Psal$% ;;;48,

;8;)"

0odos possem a hera&a por i&$eiro, sem qe dimi&am as riqe!as de

#es, di! /a&$o Ambrsio2 e a hera&a * $a&$o maior para cada m dos herdeiros,

qa&$o mais eles são &merosos ( .n Psal$% ;4888)"

B idade eles$ial= #i!em-se coisas loriosas de $i+ 1loriosa dicta sunt de

te, Ci'itas Dei" #es ar% e$er&ame&$e a vo&$ade dos elei$os, e eles arão

e$er&ame&$e a de #es"

>sc$ai a 'o de /ão 4í$or+ &o *, di!, h% $do o qe h% de se amar, $do

o qe pode se deseDar" /e a ormosra arada aos Ds$os, brilharão como o sol+ #usti

 )ule(unt sicut sol  ( Matt&% ;888, F3)"

#eseDam ser %eis e or$es@ /erão semelha&$es aos a&Dos"

#eseDam ma lo&a vida@ 0erão a e$er&idade"

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#eseDam a saEde@ /er% perei$a"

<erem ser saciados@ /e&hor, exclama o Oei Proe$a, e serei saciado

qa&do se me ma&ies$ar vossa lria+ !acia(or cu$ apperuerit loria tua ( Psal$%

;48, 15)"

0em sede de elicidade@ /e&hor, prossee o /almis$a, a ab&dH&cia de vossa

casa lhes embriaar%+ .ne(ria(untur a( u(ertate do$us tuae ( Psal$% ;;;4, 9)"

 <erem pra!eres a alerias@ 4s lhes areis beber, /e&hor, &a $orre&$e de

vossas delícias+ Torrente 'oluptatis tuae pota(is eos ( Psal$% ;;;4, 9)"

<erem sabedoria@ 0odos a possirão, $odos serão e&si&ados de #es, di!

ess ris$o+ runt o$nes doci(iles Deis ( #oann% 48, F5)"

 <erem m ra&de poder@ /erão i&$rod!idos &a co&sideraão das obras do

/e&hor+ .ntroi(o in potentias Do$ini  ( Psal$% ;;, 16)" /erão o&ipo$e&$es sobresa vo&$ade e sobre a vo&$ade de #es, como #es o ser% sobre a deles" Porqe da

mesma ma&eira qe #es pode por /i mesmo $do o qe qer, os elei$os podem,

 por #es, $do o qe eles qerem"

<em ho&ra e riqe!as@ #es lhes a! do&os de $odos os be&s+ !upra $ulta

te constitua$  ( Matt&% ;;4, 1)" A&imo, servidor bom e iel, di! ess ris$o, $

os$e iel $ra$a&do de coisas de poca impor$H&cia2 por isso $e arei do&o de ra&des

 be&s2 par$icipa da aleria de $e /e&hor+  ue, ser'e (one et )idelis, *uia super 

 pauca )uisti )idelis, super $ulta te constitua$8 intra in audiu$ Do$ini tui  ( Matt&%

;;4, 1)"

#eseDam a sera&a e o Damais achar-se sDei$os ao $emor@ >s$ão cer$íssimos

de &ão perder Damais o bem qe possem, como de &ão co&se&$ir eles mesmos em perd-lo" >s$ão seros de &ão se verem Damais privados de #es, a <em amam e

qe lhes ama"

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<erem ma recompe&sa@ >, di! o /e&hor, serei sa recompe&sa, e

recompe&sa sperab&da&$e" o erro $erces tua $ana ni$is (1en% ;4, 1)"

<erem a pa!@ >s$ão sbmeridos &o prprio rio de pa!, &o ocea&o divi&o"

#eseDam a aleria@ 0odo o *, di! 8saías, respirar% aleria e reo!iDo2 ali ovir-se-

ão os co&$í&os ecos das a.es de raas e os cH&$icos de lovores ( .sai% 8, 3)"

<erem a ailidade, a impassibilidade, a claridade, a s$ile!a@ /ão Palo lhes

assera qe ses corpos $erão $odas esses ormosos do$es ( . Cor  ;4, F-FF)" >les

 possem a #es, qe * a ormosra, a ora, a draão, a saEde, a sabedoria, o

 poder, a riqe!as, a pa!, a aleria em ra spremo"

<erem a pereião de $odos os be&s@ >les $em a #es"

<erem o aas$ame&$o de $odos os males@ :o * Damais haver% dores, di! o

Apocalipse+ 7e*ue dolor erit ultra ( Apoc% ;;8, F)" #es e&xar% $odas as l%rimas

de ses olhos2 D% &ão haver% mor$e, &em pra&$o, &em clamores, &em dor" 0dohaver% passado+ A(steret Deus o$ne$ lacry$a$ a( oculis eoru$0 et $ors ultra

nin erit, ne*ue luctus, ne*ue cla$or, ne*ue dolor erit ultra, *uia pri$a a(ierunt 

( Apoc% ;;8, F)" Para eles a mor$e es$% ve&cida, $ri&aram dela e ca&$a a derro$a e

sa vi$ria" U(i es, $ors, 'ictoria tua ( . Cor ;4, 55)"

'aver% $e&$a.es &o *@ :ão, o $e&$ador oi la&ado e exclído dali para

sempre"

Assim como #es pode a!er $do o qe qer por si mesmo, da mesma

ma&eira os bem-ave&$rados a!em $do o qe qerem por #es" :ão h% mais qe

ma lei &o *, e * a lei do amor de #es" ei C qal $odos os elei$os qerem e

qererão e$er&ame&$e co&ormar-se, porqe e&co&$ram &ela a sprema elicidade"

 :ão qerem mais do qe aqilo qe #es qer" J qe os lei$os qerem, #es oqer2 o qe #es qer, os elei$os qerem2 o qe m elei$o qer, $odos os elei$os o

qerem, e #es $amb*m o qer" 0odos qerem o mesmo+ amar a #es e ser amados

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 por >le" J qe qerem es$% co&orme ses deseDos, e ses deseDos es$ão co&ormes C

vo&$ade de #es" >les $em $do o qe qerem, $do o qe amam, $do o qe

deseDam2 e #es, por sa par$e, e&co&$ra &eles $do o qe qer, e $do o qe ama"

>les deseDam, e ses deseDos icam sa$isei$os" icam saciados, e &ão deixam de

deseDar"

Para qe a a&siedade &ão acompa&he os ses deseDos, di! /ão Grerio,

recebem $do o qe deseDam ao po&$o qe deseDam2 e para qe o desos$o &ão

sceda C sa saciedade, ai&da qe saciados, &ão deixam de deseDar" #eseDam sem

ca&sar-se, porqe o ae$o coroa se deseDo2 e icam saciados sem experime&$ar 

desos$o, porqe o deseDo &asce de sa prpria saciedade" Assim, por ma par$e,

se&$em deseDo e$er&o de ser saciados e, por o$ra, cmprime&$o e$er&o de ses

e$er&os deseDos+  7e sit in Desiderio an5ietas, desiderantes satiantur0 et ne sit in

 satietate )astidiu$, satiati desiderant% t desiderant sine la(ore, *uia desideru$

 satietas co$iatur0 et satiantur sine )astidio, *uia ipsa sacietas e5 Desiderio se$per 

accenditur  ( Li(% ;4888 Moral%, c" ;;4888)"

>s$aremos ple&os dos be&s i&i&i$os da casa de #es, di! o /almis$a+ Reple(i$ur in (onis do$us tuae ( Psal$% ;84, 5)"

<e i&e%vel elicidade+ o!aremos &o *= #es ser% $do em $odos"  Deus

o$nia in o$ni(us" B cidade de #es= Gloriosas coisas são di$as de $i+ 1loriosa

dicta sunt de te= Ci'itas Dei=

 'o Céu os eleitos ser#o reis, quinto prin!pio de sua feliidade

elicidade i&e%vel dos elei$os+ serão reis" J qe cada elei$o qiser, seDa com

relaão a si mesmo, seDa com relaão a ses compa&heiros, seDa com relaão ao

mesmo #es, &o mesmo mome&$o se veriicar%" :ão * is$o ser m ra&de rei@

>xis$e alo compar%vel a isso &a $erra@ 0odos D&$os com #es serão reis e &ão

ormarão mais qe m s rei e como m s poder" ada elei$o ser% perei$ame&$erei, porqe se veriicar%, &o mesmo i&s$a&$e, $do qa&$o qeira" <ereis ser reis &o

*@ Amai a #es e ao prximo como deveis, e merecereis ser o qe deseDais"

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> vi, di! /ão oão &o Apocalipse, ma ra&de ml$idão qe &i&*m podia

co&$ar, de $odas as &a.es, de $odas as $ribos, de $odos os povos e de $odos os

idiomas2 es$avam de p* dia&$e do $ro&o e dia&$e do ordeiro leva&do ves$es bra&cas

com palmas &as mãos+ 4idi tur(a$ $ana$, *ua$ dinu$erare $eno poterat, e5

o$ni(us enti(us, et tri(u(us, et populis, et linuis, stantes ante t&ronu$, et in

conspectu Ani, a$icti stolis al(is, et pal$ae in $ani(us eoru$   ( Apoc%  488, 9)"

>s$as palmas i&dicam a vi$ria2 aos ve&cedores se lhes co&cede ho&ras reais"

Js elei$os verão a ace de #es2 se &ome es$ar% escri$o sobre sas ro&$es2

rei&arão pelos s*clos dos s*clos+ o!arão co&s$a&$eme&$e da vis$a de #es, como

amios e í&$imos ses, e serão me&os servidores qe prí&cipes e reis"

Oeceberão o rei&o da lria e ma brilha&$e coroa da mão do /e&hor, di! a

/abedoria+ Accipient renu$ decoris, et diade$a speciei de $anu Do$ini (!ap% 4,

17)" >s$a me&ão de ma coroa si&iica qe os elei$os serão reis &o *+ ob$erão o

rei&o de ess ris$o, e $oda a sa lria, como ve&cedores do m&do, de /a$a&%s e

da car&e" A coroa * a i&sí&ia $a&$o do rei, como do ve&cedor"

J /e&hor, ersal*m, $rar% de vol$a $es ilhos, co&d!idos com o decoro

de ilhos do rei&o, di! o proe$a arc+ Portatos in &onore sicut )ilios reni ( 2ar% 4,

6)"

B /e&hor, exclama /a&$o Aos$i&ho, qão lorioso ser% vosso rei&o, o&de

$odos os /a&$os rei&am co&vosco, reves$idos de l! como com m ma&$o, e $e&do

sobre sas cabeas ma coroa de pedras preciosas= J rei&o da e$er&a bem-

ave&$ra&a, o&de sois, /e&hor, a espera&a dos /a&$os e a coroa de sa lria6"

As palavras tronos e coroas, qe se aprese&$am $a&$as ve!es &a li&aem da

/arada >scri$ra, provam qe $odos os elei$os serão reis"

6  3 *ua$ loriosu$ est renu$, in *uo Do$inie, renant o$nes !ancti, a$ici, lu$ine, sicut 'esti$ento,&a(entes in capite suo corona$ de lapide pretioso= 3 renu$ (eatitudinis, se$piternae, u(i tu, Do$ine, spes!anctoru$, et diande$a loriae= (!olilo*%, c" ;;;4),

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B cidade de #es= Gloriosas coisas são di$as de $i+ 1loriosa dicta sunt de te=

Ci'itas Dei=

 'o Céu, os eleitos ser#o omo deuses, se(to prin!pio de sua feliidade

Js elei$os serão $ra&sormados em #es por sa visão e se amor2 es$arão

como i&corporados :ele2 #es e&cher% de $al ma&eira a ses elei$os com sa lria,

qe parecerão mi$o mais deses do qe simples cria$ras"

 :o *, $odos os elei$os são como deses, di! /a&$o Aos$i&ho+ -uot*uot i(i

 sunt, dii sunt  ( De spiritu et ani$a)"

A lria * a co&smaão da raa2 os elei$os, di! /ão Pedro, par$icipam da

&a$re!a de #es+ Di'inae consortes naturae ( .. Pet% 8, F)" Ali, par$icipam eles ple&a

e perei$ame&$e2 porqe #es, ma&ies$a&do-se clarame&$e aos bem-ave&$rados, os

$ra&sorma em si mesmo, a im de a!-los semelha&$es, is$o *, eli!es, loriosos, e

como deses" A i&alidade de $odas as a.es e de $odas as co&$empla.es dos elei$os

* a dei)icação+ co&ver$em-se em #es como o erro se co&ver$e em oo"

 :o *, a alma ilmi&ada pela l! i&criada, brilha com m esple&dor divi&o+

o amor de #es apodera-se dela de $al ma&eira, qe &ela &ada aparece se&ão #es2

 parece-se ao erro e&ca&decido em ma r%a, qe se co&ver$e em oo"

/abemos sim, di! o Aps$olo /ão oão, qe qa&do ess ris$o se

ma&ies$ar clarame&$e, seremos semelha&$es a ele &a lria, porqe o veremos como

>le *+ !ci$us *uonia$, cu$ apparuerit, s>$iles ei eri$us, *uinia$ eu$ sicuti est  ( . 

 #oann% 888, )"

>&$re #es e &s exis$em $rs pri&cípios de semelha&a+

1Q a natureza2 porqe, como #es, somos de ma &a$re!a i&$elie&$e2

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Q a graça, qe a! &ascer em &s as vir$des, como di! /ão er&ardo2 e

3Q a glória bea$iica $a&$o qe, &o *, aproxima-&os de #es $a&$o qa&$o

seDa possível"

 :o *, di! /a&$o Aos$i&ho, a alma hma&a es$ar% absor$a e perdida2 ar-se-

% divi&a+ A(sor(e(itur et perdetur $ens &u$ana, et )iet di'ina ( .n Psal$% ;;;4)"

/ão er&ardo assera qe #es, &es$a vida, $do prese&$eo com &Emero,

 peso, medida, por*m, &o *, $do es$% ali sem peso, sem &Emero, &em medida

(!er$% .n Cant%)"

Js elei$os vem #es :ele mesmo, veem-:o em si mesmos, e veem-se :ele"

 :o * cmpre-se, de alm modo, o di$o de /a$a&%s a &ossos primeiros

 pais+ sereis como deses+ ritis sicut dii (1en% 888, 5)"

B cidade de #es, loriosas coisas são di$as de $i+ 1loriosa dicta sunt de te,

ci'itas Dei ( Psal$% ;;;48, 3)"

 'o Céu, os eleitos ter#o a feliidade suprema,

 possuir#o todos os bens

 :o *, os elei$os medi$am a maDes$ade i&compree&sível de #es, saboreiam

sas doras2 admiram-he, amam-he e lovam-he"

Aqele a qem &ada lhe al$a, * verdadeirame&$e rico e eli!2 por*m some&$e

aos bem-ave&$rados &ão lhes al$a &ada" >les são, pois, os E&icos ricos e eli!es"

<ão ra&de * a elicidade dos elei$os, di! /a&$o Aos$i&ho" :o *,&e&hm bem a! al$a, &e&hm mal exis$e" ova-se ali Aqele qe * $do em

$odos" em-ave&$rados aqeles qe habi$am em vossa casa, /e&hor2 eles 4os

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lovam dra&$e os s*clos dos s*clos" 0odos os membros da assembleia dos elei$os

ocpam-se de celebrar a #es" /ome&$e a lria verdadeira es$% ali o&de &ão h%

liso&Da para aqele qe * lovado, &em erro da par$e daqele qe lova" :o *,

es$% a ho&ra verdadeira qe &ão se recsa a &e&hm daqeles qe a merecem, e

some&$e * co&cedida aos qe dela são di&os ( Li(% 8 de Ci'it% Dei, c" 488)"

 :o *, exis$e a pa! qe &ão $em $*rmi&o, a lria i&i&i$a, a e$er&a aleria, a

es$a e$er&a"

 :o *, di! /a&$o Aos$i&ho, brilha Aqele qe &ão pode es$ar co&$ido em

&e&hm lar2 ali, ove-se ma harmo&ia qe o $empo &ão limi$a2 ali respira-se m

 perme qe &ão * levado pelos ve&$os2 ali saboreia-se m pra!er qe &ão al$era a

saciedade" Ali, v-se a #es sem esoro2 ali, >le * co&hecido sem $emor de

eqivocaão2 ali, >le * amado2 ali, >le * lovado sem i&$errpão ( De !piritu et 

 Ani$a)"

omo, /e&hor, exclama /ão er&ardo, &ão haveis de embriaar aos elei$os

com ma $orre&$e de pra!eres, 4s qe haveis derramado sobre aqeles mesmosqe 4os crciicaram o b%lsamo de vossa isericrdia@ (!er$% .n Cant%)"

 :o *, di! /a&$o Aos$i&ho, es$% o cEmlo de elicidade, a lria sprema,

a aleria i&i&i$a, e, e&im, $odos os be&s+ .(i est cu$ulus )elicitatis, supere$inens

 loria, supera(undans laetitiae, et o$nia (ona ( Li(% Medit%, c% ;8;)"

Apressemo-&os, pois, a e&$rar &aqele reposo e$er&o, di! /ão Palo aos

'ebres+ 9estine$us ero inredi in illa$ re*uie$  ( e(% 84, 11)" om eei$o, di!

/ão oão riss$omo+ o desca&so7  es$% ali, o&de &ão h% &em solici$de, &em

7 :o$a do $rad$or+ /obre o se&$ido do descanso do$inical  aqi &a $erra, p%lido e impor$a&$e relexo dodesca&so e$er&o do *, h% qe se bscar o eqilíbrio e&$re o se&$ido reliioso e as exi&cias hma&as qese e&co&$ram &o dever do desca&so" /a&$o Aos$i&ho descreve o * com ma rase lapidar+ ?Alidescansare$os e 'ere$os% 4ere$os e a$are$os% A$are$os e lou'are$os, eis o *ue será nu$ )inal se$ )i$? ( .(i 'aca(i$us et 'ide(i$us% 4ide(i$us et a$a(i$us% A$a(i$us et lauda(i$us, ecce *uod erit in )ine sine )ine)" eiam-se es$as i&$eressa&$es palavras de m bispo brasileiro+ RO Céu será o lugar do descanso denossas fadigas" erece desca&so qem se aplica ao qe a!, evi$a&do a ociosidade e a preia" Aplicar-sesi&iica $er o se&$ido dos deveres do prprio es$ado, a$e&ão ao bem qe &os * possível a!er, si&iica &ãodesperdiar $empo &o $rabalho" hear ao i&al do dia &m arad%vel ca&sao, depois de $er pree&chido bem$odas as opor$&idades de e&co&$ro com as pessoas e $er co&$ribído para o bem da cole$ividade D% * o&$e dereposo" ais ai&da ser% &o ocaso de &ossa vida, qa&do &os aprese&$armos dia&$e do /e&hor" No Céu nós

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$rabalho, &em $ris$e!a, &em dores, &em emidos, sem ao&ia" :ão * des$a $erra, da

qal se $em di$o+ :Co$erás o pão co$ o suor do teu rosto;% 0do ali * pa!,

reo!iDo, elicidade e delícias" Ali &ão h% i&veDa, &em ciEmes, &em e&ermidades,

&em mor$e" Ali &ão h% $revas, se&ão m dia sere&o2 ali, &ão h% ca&sao &em

desos$o ( o$il% 84)"

 :o *, di! /ão Grerio, es$% a l! qe &ão se apaa, a aleria a qal &ão

i&$errompem os emidos, o deseDo qe &ão se ca&sa, o amor sem $ris$e!a, a

saciedade sem desos$o, a vida qe &ão se acaba com a mor$e, a saEde qe Damais se

al$era por e&ermidades" Kma caridade perei$a rei&a ali, ma mesma aleria e m

mesmo reo!iDo exis$em para $odosM"

 :o *, di! /ão er&ardo, a recompe&sa co&sis$e em ver a #es, viver com

#es, viver de #es, es$ar prximo de #es, e es$ar em #es, qe ser% $do em

$odos" > o&de e&co&$ra-se #es, em spremo, ali acha-se a elicidade sprema, o

spremo pra!er, a verdadeira liberdade, a caridade perei$a, a e$er&a sera&a e a

e$er&idade qe &ão e&a&a2 ali es$% a verdadeira aleria, a ci&cia perei$a, a

ormosra e a bem-ave&$ra&a i&i&i$as" Ali e&co&$ra-se a pa!, a piedade, a bo&dade, a l!, a vir$de, a ho&rade!, a aleria, a dora, a vida qe sempre dra, a

lria, o lovor, o reposo, o amor e a admir%vel co&crdia9"

veremos! >&co&$raremos $do o qe esperamos &a * dra&$e es$a vida, co&$emplaremos a ace do /e&hor"A$* l%, o desca&so do dia a dia o das *rias * ei$o $amb*m de $empo para co&$emplar a &a$re!a, as pessoas,ide&$iicar o crescime&$o dos ilhos e demais amiliares, e&xerar de$alhes qe &os passam despercebidos &oco$idia&o da lida da vida" No Céu nós amaremos! #epois da cami&hada &es$a $erra, s levaremos o amor,qe l$rapassa as ro&$eiras e&$re o $empo e a e$er&idade" #e a$o, ?3 a$or ja$ais aca(ará% Aora n6s 'e$osnu$ espel&o, con)usa$ente0 $as, então, 'ere$os )ace a )ace% Aora, con&eço apenas e$ parte, $as, então,con&ecerei co$pleta$ente, co$o sou con&ecido% Atual$ente per$anece$ estas tr@s8 a ), a esperança, oa$or% Mas a $aior delas o a$or? ( . Cor  13, M"1-13)" <em ama &ão se es$ressa, pois se se&$e eli! aoa!er o bem" <a&do reposamos, seDa para amar mais e melhor &o dia sei&$e" Ao a!er *rias, &ão seDa es$eo $empo de vícios e absos, mas $empo de relacio&ame&$o di&o e qaliicado com as pessoas, o qe ser%o&$e de sadio relaxame&$o" No Céu, nós louvaremos! J po&$o de par$ida da oraão * o lovor, a&$es da aãode raas, do pedido de perdão o da sEplica" > ser% $amb*m o se po&$o de cheada &a e$er&idade, o&de

 proclamaremos para sempre os lovores de #es" Aqi &a $erra, sabemos qe #es * loriicado &o ser hma&o vivo, e qe experime&$amos desde D% m a&$eo!o da e$er&idade, qa&do somos capa!es de elevar express.es de lovor a #es" Oe!ar lova&do, ca&$ar a lria de #es, ediicar as pessoas pela li$ria bemcelebrada e vivida" 0do isso * o&$e de reposo em #es= #ia de ola, #omi&o, *rias= 0do pode ser diere&$e olha&do para o *=8  .(i est luz sine de)ectu, audiu$ sine e$itu, desideriu$ sine poena, a$or sine tristitia, satietas sine )astidio, 'ita sine $erte, salus sine lanuore% Per)ecta 'iet in o$ni(us caritas, una o$niu$ laetitiae, u$a jucunditas ( .n Psal$% 488)"9  Prae$iu$ est 'idere Deu$, 'i'ere cu$ Deo, 'i'ere de Deo, esse cu$ Deo, esse in Deo, *ui erit o$nia ino$ni(us% t u(i est su$$u$ (onu$, i(i est su$$a )elicitas, su$$a jucunditas, 'er li(ertas, per)ecta caritas,aeterna securitas, er secura aeternitatis0 i(i est 'era laetitia, plena scientia, o$nis o$nis pulc&ritudo, et o$nia (eatitudo% .(i est pa5, pietatis, (onitas, luz, 'irtus, &onestus, audiu$, dulcedo, 'ita perennis, loria,laus, r*uiens, a$or, et dulcis concordia ( De Prae$io coelest% patriae)

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J rei&o de #es, di! /a&$o Aos$i&ho, es$% ple&o de l!, de pa!, de caridade,

de dora, de elicidade i&i&i$a, e de m bem i&e%vel sperior a $odo pe&same&$o e

a $oda expressão" A vida $ra * e$er&a e e$er&ame&$e eli!2 ali se o!a de ma

seridade i&al$er%vel, de ma $ra&qilidade sera, de ma aleria pacíica, de

ma eli! e$er&idade e de ma e$er&a di$a" J amor * ali perei$o, o $emor &lo, o dia

sem crepEsclo+ 9utura 'ita se$piterna et se$piterne (eata, u(i est certa securitas,

 secura tran*uillitas, tran*uila jucunditas, )eliz aeternitas, aeterna )elicitas0 u(i

a$or est per)ectus, ti$or nullus, dies aeternus ( Li(% Medit%, c% ;;88)"

J homem * eli!, di! em o$ra par$e o mesmo /a&$o Padre, chea&do C

 possessão do /er cDa elicidade * e$er&a" >is aqi a elicidade sem im, eis aqi

 para o homem o pri&cípio de ma vida qe &ão cessar% &&ca, de ma sabedoria

qe &ão co&hecer% $*rmi&o+ a l! qe lhe ilmi&a, * a l! e$er&a 1N"

Js elei$os, di! o Apocalipse, es$ão dia&$e do $ro&o de #es, e he servem dia

e &oi$e em se 0emplo2 e Aqele mesmo qe es$% se&$ado &o $ro&o habi$ar% &o meio

deles" :ão $erão mais ome, &em sede, D% &ão lhes i&comodar% mais o calor do sol&em o mormao, porqe o ordeiro, qe es$% &o meio do $ro&o, ser% se pas$or e

lhes levar% a o&$es de %as vivas, e #es e&xar% $oda l%rima de ses olhos

( Apoc% 488, 15-17)"

Oeo!iDemo-&os, $e&hamos aleria, di!em os elei$os, e $rib$emos lria a

#es, porqe as bodas do ordeiro chearam, e sa esposa es$% preparada+

1audea$us et e5ulte$os, et de$us loria$ ei0 *uia 'enerunt nuptiae Ani, et u5or 

ejus praepara'it se ( Apoc% ;8;, 7)" >s$a esposa de qe ala o Apocalipse, * a /a&$a

8reDa coroada por ess ris$o &o *" eli!es aqeles qe es$ão chamados para o

 ba&qe$e &pcial do ordeiro+  2eati *ui ad caena$ nuptiaru$ Ani 'ocati sunt 

( Apoc% ;8;, 9)"

10  o$o )it (eatus continendo illud *uod se$per (eatu$ $anet, et est illud ipse (eatitudo perpetua, et unde )it &o$o 'i'ens 'ita perpetua, unde )it &o$o sapientia perpetua, unde )it $odo illu$inatus, lu$en se$piternu$ (!er$% ;;;888, de 4er(is Do$ini in #oann%)"

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> so o Ala e o Smea, o pri&cípio e o im, di! o /e&hor &o Apocalipse"

> darei ra$i$ame&$e de beber da o&$e de %a da vida Cqele qe $e&ha sede"

Aqele qe ve&cer possir% es$es be&s, e e serei se #es e ele ser% me ilho+

 o su$ Al)&a et o$ea, initiu$ et )inis, o sitienti da(o de )onte a*uae 'itae

 rátis% -ui 'icerit, posside(it &aec, et erro illi Deus, et ille erit $i&i )ilius   ( Apoc%

;8;, 6-7)"

/e&hor, di! o /almis$a, e&si&as$es-me as se&das da vida+ cmlar-me-eis de

o!o com a vis$a de vosso divi&o ros$o+ C vossa des$ra se acham delícias e$er&as

( Psal$% ;4, 11)" Km rio cadaloso acresce&$a alera a cidade de #es2 o Al$íssimo

* loriicado em se 0aber&%clo+  9lu$inis i$petus laeti)icat ci'itate$ Dei%

!ancti)ica(it ta(ernaculu$ suu$ Altissi$us ( Psal$%  ;4, 5)" eli!, /e&hor,

exclama o /almis$a em o$ro lar, aqele a qem 4s elees$es e acheas$es a

4s+ ele habi$ar% em vosso 0aber&%clo" mlados seremos dos be&s de vossa

casa+ 2eatus *ue$ eleisti et assu$psisti8 in&a(ita(it in atriis tuis% Reple(i$ur in

(onis do$us tuae  ( Psal$% ;84, 5)" eli!es aqeles qe habi$am em vossa casa,

/e&hor, eles vos lovarão para sempre+ 2eati *ui &a(itant in do$o tua, Do$ine0 in

 saecula saeculoru$ lauda(unt te ( Psal$% ;;;888, 5)"

Ple&os de o!o es$ão, /ião, $odos qa&$os em $i habi$am ( Psal$%

;;;4888, 1)" Pla&$ados &a casa do /e&hor, os justos lorescerão &os %$rios da casa

de &osso #es ( Psal$% ;8, 13)" Go!arão os /a&$os &a lria, e reo!iDar-se-ão em

sas moradas ( Psal$% ;8;, 5)"

Aqele qe desr$e da bem-ave&$ra&a, di! /ão er&ardo, ver% a #es

$a&$o como qeira2 ar% #ele sas delícias, e he possir% para sa di$a" >s$ar%

 ple&o de ora &a e$er&idade2 brilhar% &a verdade, reo!iDar-se-% &a bo&dade" 0er% a

e$er&idade por $*rmi&o de sa exis$&cia, a acilidade de co&hecer, a di$a do

reposo" omo os a&Dos, ser% habi$a&$e daqela idade, cDo $emplo * #es, o Pai,

cDa l! * ess ris$o, e cDa caridade * o >spíri$o /a&$o 11" 

11 4ide(it (eatus Deu$ ad 'oluntate$, &a(e(it ad 'oluptate$, )ruetur ad jucunditate$% .n aeternitate 'ie(it,in 'eritate )ule(it, in (onitate aude(it% !icut &a(e(it per$anendi aeternitate$, sic conoscendi,re*uiescendi )elicitate$% Ci'is si*uide$ erit sanctae illius ci'itatis, cujus aneli ci'es sunt% Deus Pater te$plu$ est, 9ilius ejus splendor, !piritus !anctus caritas est  ( De Prae$io caelest% patriae)"

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 :o *, di! /a&$o Aos$i&ho, h% ma es$a sem im, ma e$er&idade sem

ma&cha, ma sere&idade sem &ve&s+ U(i )esti'itas sine )ine, aeternitas sine la(e,

 serenitas sine nu(es ( Li(% De Ci'it% Dei)"

#es ma&ies$a $odo bem a ses elei$os+  o ostenda$ o$ne (onu$ ti(i

( 5od% ;;;888, 19)"

J a&Do &o mome&$o de deixar 0obias, pai e ilho, disse-lhes+ Parecia qe

comia e bebia co&vosco, por*m e me ss$e&$o de m ma&Dar i&visível e ma

 bebida qe os home&s &ão podem ver+ 4ide(ar *uide$ 'o(iscu$ $anducare et 

(i(ire0 sed eo ci(o in'isi(ili, et potu, *ui a( &o$ini(us 'ideri non potest utor  (To(%

;88, 19)"

 :o *, di! /ão er&ardo, es$% a co&smaão da aleria e da elicidade2

 por*m, es$a co&smaão seria a co&smaão do deseDo@ I mais m a!ei$e qe

alime&$a2 porqe o deseDo pode se comparar com ma chama" J bem-ave&$rado

es$ar% ple&o de aleria, por*m &ão $er% im se deseDo2 e, por co&sei&$e, $ampoco

sa H&sia2 do&de provir% aqela saciedade &ão acompa&hada de desos$o2 do&deaqela i&saci%vel criosidade qe, sem embaro, &ão co&hece i&qie$de2 do&de

aqela sede e$er&a e i&explic%vel qe &ão * o resl$ado da &ecessidade2 do&de

aqela embriae!, ple&a de sobriedade, qe se sacia, &ão com vi&ho, se&ão com a

verdade, e qe sspira por #es1"

 :o mome&$o de sa mor$e, /a&$o 0om%s de Aqi&o respo&de aos qe lhe

 per&$avam se &ecessi$ava de alma coisa+ :ão &ecessi$o de &ada, porqe loo

$erei $do, e o!arei do em spremo e E&ico ( .n ejus 'ita)"

A e$er&idade orma a coroa dos elei$os &o *" A elicidade * sa ves$ime&$a,

ses discrsos são ma harmo&ia, eles abraam o bem i&i&i$o qe lhes sacia"

12  7un*uid consu$$atio audii, desiderii non erit )inis, ac per &oc, nec *uaerendi% inc illa satietas sine )astidio% inc insatia(ilis illa sine in*uietudine curiositas% inc aeternu$ illud at*ue ine5plica(iledesideriu$ nesciens eestate$% inc deni*ue s6(ria illa e(rietas, 'eru$, non $eru$, inuritans0 non$adens 'ino, sed ardens Deo ( De Prae$io caelest% patriae)"

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 :o *, di! /ão er&ardo, veremos qal doce * o /e&hor2 co&$emplaremos o

 brilho de sa lria, o esple&dor dos sa&$os e a ho&ra do poder do ra&de Oei"

o&heceremos o poder do Pai, a sabedoria do ilho, a admir%vel clem&cia do

>spíri$o /a&$o2 assim $eremos o co&hecime&$o des$a As$a 0ri&dade ( De Prae$io

caelest% patriae)"

As delícias celes$iais ame&$am o ape$i$e, ao mesmo $empo qe o saciam2

 porqe qa&$o mais se disr$a delas, mais se aprecia sa excel&cia, co&orme

aqelas palavras do >clesi%s$ico+ -ui edunt $e, ad&uc esurient0 et *ui (i(unt $e,

ad&uc sitient8 3s *ue $e co$e$, ainda terão )o$e, e os *ue $e (e(e$ terão ainda

 sede ( ccli% ;;84, 9)"

Assero o /e&hor o bem de cada ma de $odas as sas obras" Por*m, e a

lria #ele, qem se saciar% de co&$empl%-la@ Uniuscujus*ue con)ir$a'it nona/ t 

*uis satia(itur 'idens loria$ ejus/ ( ccli ;88, 6)"

o&$emplemos a admir%vel saciedade dos A&Dos e dos /a&$os" #e qe dora

&ão e&cher% os elei$os a e$er&a visão de #es= 0do o qe arada, $do o qe *va&$aDoso, $odas as riqe!as, $odas as delícias, o reposo e o co&solo es$ão &o *2

 porqe o qe poderia al$ar ali o&de se v e se possi a #es, a qem &ada al$a@ Js

elei$os veem a #es e deseDam &ão deixar de J ver+ $ão ormoso *2 amam-:o, e

deseDam &ão deixar de amar-he+ $ão di&o * de amor" Possi&do a #es, eles

desca&sam &es$a elicidade2 &idos C verdadeira bem-ave&$ra&a, são

sobera&ame&$e eli!es2 co&$empla&do ao /er e$er&o, eles $amb*m são e$er&os2

&idos C verdadeira l!, $or&am-se lmi&osos"

Alerai-vos, pois, bem-ave&$rados elei$os, porqe D% vedes Aqele a qem

amais, D% ob$ives$es Aqele qe deseD%veis por laro $empo= B mi&ha alma,

desper$a-$e, exci$a $a i&$eli&cia e medi$a, o qa&$o possas, qe bem e qe ra&de

 bem * #es2 porqe, se qalqer bem * arad%vel, qa&do mais arad%vel h% de ser 

o em qe e&cerra $odos os be&s, o em qe se diere&cia de $odos os be&s criados,como o riador * diere&$e da cria$ra= /e a vida criada * boa, qal deve ser a

excel&cia da vida criadora= /e a saEde * preciosa, qão preciosa * a saEde qe cra

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$odos os males= /e * admir%vel a sabedoria qe se descobre &o m&do visível, qão

admir%vel deve ser a sabedoria qe $do e! do &ada= >&im, se h% &merosos o!os

&os be&s da $erra, qe o!o i&i&i$o &ão h% de se experime&$ar ao possir aqele qe

 prod! $do o qe * arad%vel=

Go!ar de #es * ma )elicidade tão rande, qe o coraão do homem &ão

 poderia &a$ralme&$e co&$-la2 romper-se-ia e explodiria, se #es deixasse de o

or$iicar e co&servar" Js elei$os amam de $al ma&eira a #es com $oda a sa alma e

com $oda a sa ora, qe se coraão &ão bas$a para se amor2 são $ão eli!es, qe

se coraão &ão bas$a para co&$er a aleria de qe $ra&sborda" :a e$er&a e perei$a

elicidade, os elei$os o!am de #es de $rs modos+

1Q co&$empla&do-he &as demais cria$ras2

Q co&$empla&do-he em /i mesmo, qe * i&i&i$ame&$e mais doce2

3Q co&$empla&do C 0ri&dade em si mesma, o qe co&s$i$i a sprema

elicidade, porqe a vida e$er&a co&sis$e em ver a #es como >le *"

A pa! de #es, es$a pa! qe * sperior a $odo e&$e&dime&$o, e mais ai&da a

$odo merecime&$o, es$% &a doce morada do *" :i&*m bsqe, pois, o meio de

expressar o qe &ão lhe oi dado experime&$ar" /er% colocada em vosso colo ma

 boa medida, calcada, aper$ada, e bem cmlada, a$* qe se derrame, di! ess

ris$o+ Mensura$ (ona$, et con)erta$, et coitata$, et supere)luente$ da(unt in

 sinu$ 'estru$ ( Luc% 48, 3M)"

Assim como o homem com ses ci&co se&$idos, a vis$a, a adião, o paladar,

o ola$o e o $a$o, o!a das coisas $emporais ex$eriores, da mesma ma&eira qe o *

o!a i&eavelme&$e de #es de ci&co ma&eiras+ ele J v, ove-J, des$a-J, se&$e-

J e &e-se a >le com e$er&os abraos"

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4ol$a $a vis$a a /ião, cidade o&de se celebram &ossas sole&idades, di! 8saías2

$es olhos verão a ersal*m, ma&são ople&$a ( .sai% ;;;888, N)" 8saías chama C

8reDa $ri&a&$e+

1Q cidade das es$as, porqe o * ar% ma es$a perp*$a, ma aleria, m

lovor e ma harmo&ia qe drar% pelos s*clos dos s*clos2

Q chama-a ersal*m, palavra qe si&iica 'isão da paz,

3Q chama-a ma&são ople&$a, porqe ali se e&co&$ram, com ab&dH&cia,

$odos os esple&dores, $odas as raas, $odas as riqe!as, $odas as lrias"

B cidade sa&$a= :ão se ovir% mais alar de i&iqidade em $a $erra, &em de

es$raos, &em de praas de&$ro de $es co&i&s2 melhor ai&da, rei&ar% a elicidade

de&$ro de $es mros, e em $as por$as ressoarão cH&$icos de lovor+  7on audietur 

ultra ini*uitatis in terra tua, 'astitas et contritio in ter$inis tuis0 et occupa(it salus

$uros tuos, et portas tuas laudatio ( .sai% ;, 1M)"

 :o *, &ão haver% i&iqidade, des$rião, praas, se&ão qe, e&$re $odos os

elei$os, rei&arão a eqidade, a sa&$idade, a caridade spremas" Aqi &a $erra,

reqe&$eme&$e, o i&imio i&vade &ossos mros e apodera-se de &ossas por$as+

alie-&os a $riblaão, a ome, os desos$os, as e&ermidades e as l%rimas, e$c"

Por*m, &o *, rei&am a pa!, a aleria, a elicidade e o reo!iDo+ ovem-se ali

ressoar lovores e cH&$icos de amor e$c"

>sc$ai a /ão er&ardo+ #i!emos, /e&hor, 4s qe o sabeis o qe &os

 preparais" 0eremos em ab&dH&cia os be&s de vossa casa, por*m, qais be&s@ /er%

vi&ho, a!ei$e o $rio@ as &s co&hecemos es$es be&s, vemo-los e ca&sam-&os"

scamos o qe &ossos olhos &ão viram, o qe o ovido &ão percebe, o qe &ão

 passo em pe&same&$os hma&os" #es ser%, di!, $do para $odos" Aqi &a $erra, a

ra!ão e&a&a-se mi$as ve!es &os Dí!os qe orma, a vo&$ade * Doe$e de milai$a.es, a memria es$% aliida com &merosos esqecime&$os, vossa cria$ra $ão

&obre, e&$re$a&$o, es$% sDei$a, com pesar Cs $rs vaidades e mis*rias qe acabo de

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i&dicar, ai&da qe $omado pela espera&a de ver-se livre delas" Por*m, &o *, o

qe sa$isa! os deseDos da alma ser% para a i&$eli&cia a ple&i$de da l!, para a

vo&$ade a pa! sobera&a, para a memria a recordaão e$er&a" B verdade, caridade,

e$er&idade= >m qe dores &ão se precipi$a aqele qe se aas$a de 4s@ >m qe

$emores &ão se sbmere@ #esraados= <e R$ri&dadeT $eremos colocado &o lar 

correspo&de&$e C 0ri&dade /a&$a= e coraão oi ai$ado por i&cli&a.es

co&$r%rias+ daqi veio mi&ha dor2 recordo-me de qe a ora me aba&do&o v%rias

ve!es+ daqi vem o me $emor2 de qe a l! me e! al$a+ daqi veio o me erro2 B

R$ri&dadeT de mi&ha alma, oe&des$es a 0ri&dade /prema= /em embaro, &ão $e

desa&imes, &ão $e per$rbes, espera em #es2 pois e J lovarei, $odavia, qa&do

mi&ha i&$eli&cia escapar para sempre do erro, mi&ha vo&$ade, da dor, e mi&ha

memria do $emor (!er$% 88, in Cant%)"

#isse o /e&hor+ es criados comerão, mes criados apaarão sa sede,

reo!iDar-se-ão, e&$oarão, sob os implsos de DEbilo de se coraão, hi&os de lovor"

As precede&$es a&Es$ias caíram &o esqecime&$o e desapareceram de mes olhos"

> vo criar &ovos *s e &ossa $erra, e das coisas o $ribla.es primeiras &ão se

ar% mais memria, &em recordaão alma, se&ão qe vos alerareis e reo!iDareise$er&ame&$e &aqelas coisas qe vo criar2 pois eis aqi qe e ormarei ersal*m,

cidade de DEbilo, e a se povo, povo de aleria" > colocarei mi&has delícias em

ersal*m, e e&co&$rarei me o!o em me povo+ Damais se ovir% &ela a vo! de

 pra&$o, &em de lame&$o ( .sai% ;4, 15-17)"

a!e&do o eloio de /a&$a Pala, di! /ão erL&imo+ Pala $ermi&o sa

carreira, co&servo a *, aora disr$a da coroa da Ds$ia, e acompa&ha o ordeiro

 por $odas as par$es" >s$% saciada, porqe $eve ome" Ple&a de aleria, ca&$a" 0do o

qe havíamos ovido di!er, vemo-lo reali!ado &a cidade de &osso #es"

8&$ercHmbio eli!= horo, para adqirir aleria e$er&a2 despre!o as %as

lamace&$as e ve&e&osas para apaar sa sede &as o&$es do /e&hor2 aplico-se o

cilício, para a!er credora de ci&ir o ves$ido sem ma&cha dos elei$os e poder di!er+

4s me despis$es os $rapos qe me cobriam, e me reves$is$es de reo!iDo" >la comiaci&!a com se pão" >la mesclava sas l%rimas com a bebida, repe$i&do+ #ia e

&oi$e, dessede&$ei-me com mi&has l%rimas, a im de &$rir-me dra&$e a

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e$er&idade com o pão dos A&Dos e poder ca&$ar :Pro'ai e 'ede *uão sua'e o

!en&or;%

 

o&ra$lai-vos, pois, di! 8saías, com a no'a ersal*m e reo!iDai-vos $odos

com ela $odos vs qe a amais+ $ra&sbordai com ela de o!o $odos qa&$os por ela

es$ais chora&do, a im de qe seis assim, de ses pei$os, o lei$e das co&sola.es

celes$iais a$* icar saciados, e possais ex$rair ab&da&$e ar$ra de delícias de sa

co&smada lria" Porqe is$o di! o /e&hor+ >is qe e derramarei sobre ela como

m rio de pa!, e como ma $orre&$e qe $do i&&da, a lria das &a.es2 vs

sareis se lei$e, sereis levados em sas a&cas, e acariciados sobre se colo, como

ma mãe acaricia a se ilho2 assim > vos co&solarei a vs, e e&co&$rareis vossa

 pa! e co&solaão em ersal*m" 4s o vereis e se reo!iDar% vosso coraão, e vossos

ossos reDve&escerão como a erva, e ser% visível a mão do /e&hor a avor de ses

servos, ao passo qe ar% experime&$ar sa i&di&aão os ses i&imios ( .sai% ;48,

1N-11)"

B qa&$os ilhos darei a $i= di! o /e&hor por boca de eremias+ e $e darei a

$erra deliciosa, ma hera&a esclarecida de ex*rci$os de e&$es" > acresce&$a+ 0 mechamar%s Pai e &ão cessareis de cami&har a$r%s de mim ( #er% 888, F9)"

A hera&a da p%$ria celes$ial, di! /a&$o 0om%s, * admir%vel+

1Q pelo esplendor da visão divina2 porqe di! o /almis$a+ >m vossa l!

'ere$os a l! ( Psal$% ;;;4, 1N)2

Q pela doçura do amor divino, se&do aqelas palavras de #avi+ -uão

e5celente o $eu cálice *ue santa$ente e$(riaa= ( Psal$% ;;88, 5)2

3Q pela amiliaridade do $ra$o com #es2 porqe, como &os di! a /abedoria+

 ncontraBse rande l6ria e$ participar de seus racioc>nios (!ap% 4888, 1M)2

FQ pela magnificncia das oras de "eus, se&do as palavras do

>clesi%s$ico ( ccli% ;888, 7)2

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5Q pela grandeza a #ue seremos elevados, como o a$es$a o proe$a Uacarias+

!al'áB'osBei, e sereis o(jeto de (enção ( ac% 4888, 15)2 e

6Q $ela doçura #ue se e%perimenta &a sociedade dos sa&$os" (/" 0h" 888, q"

ar$" 9)"

 :o *, di! /a&$o Aos$i&ho, $do * o smo da ra&de!a, $do * verdade,

$do sa&$idade, $do e$er&idade+ .n coel&o, o$nia su$$a sunt, 'era sunt, sancta

 sunt, aeterna sunt  ( .n Psal$% ;8;)"

1Q &o *, desr$aremos de ma elicidade e$er&a, e de ma aleria sem

medida e sem im" #espoDa-$e, ersal*m, da ves$e de l$o correspo&de&$e a

$a alião, di! o proe$a arc, e ves$e-$e de brilho e da ma&iic&cia

daqela lria e$er&a qe $e vem de #es+  5ue te, #erusale$, stola luctus, et 

'e5ationis tuae, et indue te decore, et &onore ejus *uae a Deus ti(i est 

 se$piternae loriae ( 2ar% 4, 1)2

Q os elei$os es$arão &o esple&dor da lria2

3Q $erão m &ome &ovo2

FQ &o * es$ão os ex*rci$os dos /a&$os"

<a&$as serão vossas delícias, 4s qe amais a #es=, exclama /a&$o

Aos$i&ho2 reo!iDar-vos-eis &a ab&dH&cia da pa!" 4osso oro ser% a pa!, vossa

 pra$a a pa!, $do o qe deseDais, ser% pa! para vs" Ali, vosso #es ser% $do para

vs2 alime&$ar-vos-eis #ele para &ão $er ome2 bebereis #ele para &ão $er sede2

sereis ilmi&ados por >le para &ão vos $or&ar ceos2 sereis ss$e&$ados por >le para

&ão cairdes" >le vos possir% i&$eirame&$e, e vs J possireis da mesma ma&eira,

 por #es e vs &ão ormareis mais qe ma s coisa por &ião de amor 

13

"13 -uae erunt, o a$ator Dei, delitiae tuae/ Delecta(untur in $ultitudine pacis% Auru$ tuu$ erit pa5,arentu$ tuu$ pa5, praedia tua pa5, 'ita tua pa5, Deus tuus pa5, *uid*uid desideras, pa5 ti(i erit% Deus tuustotu$ ti(i erit0 $anduca(is eu$, ne esurias0 (i(es eu$, ne sitias0 ilu$ina(eris a(e o, ne sis caecus0 )ulcierisa(e o, ne de)icias% Posside(it te totus0 inteer totu$ &a(e(is, totu$ et illo &a(e(it, *uia et tu, et ille unu$

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B vida, exclama o mesmo #o$or, vida qe #es preparo para aqeles

qe he amam, vida qe * realme&$e a vida, vida di$osa, vida sera, vida $ra&qila,

vida di&a de deseDar-se, vida pra, vida cas$a, vida sa&$a, vida qe &ão co&hece a

mor$e, vida sem $ris$e!a, vida sem ma&cha, sem dor, sem i&qie$de, sem al$eraão,

sem mda&a, sem $rbaão, vida ple&a de ormosra, de di&idade2 qa&$o mais

es$do-$e, mais desaleo de amor ( Medit%, ;;88)"

#es ser% &ossa morada, acresce&$a /a&$o Aos$i&ho, e &s seremos a

morada de #es+ a(ita(i$ur et &a(ita(i$us ( Li(% 84 de Ci'it%, c" 488)"

 :o *, e&co&$ra-se+

1Q ma aleria i&di!ível Damais debili$ada pelo as$io e$c"2

Q a i&$eridade de $odas as acldades da alma" A alma, em co&seq&cia do

 pecado de Adão, experime&$a em sa i&$eli&cia a obscridade e a

i&orH&cia2 em sa vo&$ade, ma i&cli&aão para coisas perecíveis2 &a par$eirascível, $emores e espa&$os diversos2 &a par$e co&cpiscível, a debilidade e

a i&cli&aão ao mal2 em sa memria, o esqecime&$o qe se ixa &o passado

como o moo e o erro" :o *, ess ris$o cra $odos os males, da&do C

i&$eli&cia a l! e a ci&cia2 C vo&$ade a co&s$H&cia e o bem2 ao irascível,

ma ora heroica2 ao co&cpiscível, a ho&es$idade e a re$idão qe a!em qe

some&$e se deseDe o bem2 C memria, a recordaão e$er&a do bem e o e$er&o

esqecime&$o do mal2

3Q a saEde da alma, qe ser% a lria, a visão e a possessão de #es"

 Depois da ressurreiç#o dos orpos os eleitos partiipar#o da $l)ria

J corpo, di! /ão Palo, C ma&eira de ma seme&$e * pos$o &a $erra em es$adode corrpão, e resssci$ar% i&corrp$ível+ * pos$o &a $erra disorme, e resssci$ar%

eritis ( .n Psal$% ;;;48)"

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lorioso" I pos$o &a $erra privado de movime&$o, e resssci$ar% ple&o de vior2 *

 pos$o em $erra co$o m corpo a&imal, e resssci$ar% como m corpo todo espiri$al,

is$o *, livre de $odas as al$era.es ma$eriais, e em perei$a co&cordH&cia com o

espíri$o+ !e$inatur in ino(ilitate0 suret in loria% !e$inatur in in)ir$itate0 suret 

in 'irtute% !e$inatur corpus ani$ale, suret corpus spiritale ( . Cor  ;4, F-FF)"

A l! $em qa$ro qalidades, qe $ra&smi$ir% aos corpos loriosos+ a

claridade, a i&corrp$ibilidade, a ailidade e pe&e$raão1F"

Js corpos dos elei$os, di! /a&$o Aos$i&ho, &ão es$arão sDei$os C

deormidade, ao peso, C e&ermidade, &em C corrpão" /a claridade o esple&dor 

 preservar-lhes-% de $oda deormidade2 escaparão do peso com sa ailidade2 das

debilidades, com a pe&e$raão o s$ile!a2 da corrpão, com a impassibilidade ( De

Ci'it% Dei)"

O Céu durará eternamente

Km rio cadaloso alera a cidade de #es" #es es$% em se meio, &ão ser%abalada2 #es a socorrer% D% desde o raiar da arora+  Deus in $edio ejus non

co$$o'e(itur  ( Psal$% ;4, 6)"

J /e&hor rei&ar% com os Ds$os para sempre, di! a /abedoria+  Rena(it 

 Do$inus illoru$ in perpetuu$ (!ap% 888, M)"

Js Ds$os viverão e$er&ame&$e, acresce&$a a /abedoria+ #usti in perpetuu$

'i'ent  (!ap% 4, 16)"

A vida e$er&a, di! /ão er&ardo, * a ple&i$de, * m dia qe &ão co&hece

ocaso2 * o sol sempre em se %pice2 * a verdadeira lria em $odo o se brilho, a

e$er&a verdade, a verdadeira e$er&idade, a e$er&a e verdadeira saciedade" /a

draão &ão $em $*rmi&o, se esple&dor &ão $em sombra2 aqeles qe o!em dela,&ão $emerão &&ca perd-la (!er$% in Psal$%)"

14  Penetração o  sutileza, is$o * a capacidade de e&$rar e sair de qalqer ambie&$e sem qaisqer esoros(:o$a do $rad$or)"

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/e bscamos be&s, di! /ão Grerio, amemos os qe $eremos por $oda a

e$er&idade2 e se $ememos al&s males, $emamos os cas$ios qe &ão hão de $er im+

!i (ona *uaeri$us, illa dilia$us *uae sine )ine &a(e(i$us0 si aute$ $ala

 perti$esci$us, illa ti$ea$us *uae a repro(is sine )ine tolerantur   ( pist% ad 

 Andraea$)"

0es olhos verão m $aber&%clo qe &ão poder% ser $ra&sladado a &e&hm

o$ro lar, di! 8saías+ 3culi tui 'ide(unt tra(ernaculu$ *uod ne*ua*ua$ trans)eri

 poterit  ( .sai% ;;;888, N)"

0erão a /ião, di! $amb*m 8saías, ca&$a&do lovores, coroados de o!o

sempi$er&o+ disr$am de m celestial  pra!er e co&$e&$ame&$o, e ir% deles para

 se$pre a dor e o pra&$o ( .sai% ;;;, 1N)"

A e$er&idade * a i&$eira, perei$a e i&i&i$a possessão da vida" A e$er&idade+

1Q &ão $em im2

Q Damais es$% i&$errompida2

3Q * i&$eira em cada i&s$a&$e de sa draão2

FQ * o perei$o o!o da vida e de $odos os be&s"

 :os be&s da $erra, h% mi$as imperei.es, e mi$as coisas &os a!em al$a"

Por exemplo, se se $em riqe!as, al$am ho&ras2 se se $em ho&ras, al$a a saEde2 se

se $em a saEde, al$a a ci&cia2 se $e&des ci&cia, vos al$a eloq&cia" /e assis$is a

m ba&qe$e, ao mome&$o qe vos achais sa$isei$os, D% desaparece vosso ape$i$e e o

 pra!er qe experime&$%veis2 o vior, a ora de alma e de corpo se desva&ecem

loo" :a vida e$er&a, ao co&$r%rio, os bem-ave&$rados disr$am de $odos os be&sde ma s ve!2 possem as riqe!as de #es, as ho&ras de #es, a ci&cia de #es,

a saEde de #es, a ora de #es, as elicidades de #es, $em $odos es$es be&s de

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ma s ve!, e os $erão $odos dra&$e a e$er&idade" :ão deixarão, pois, de ser eli!es+

 Laetitiae se$piterna super caput eoru$ ( .sai% ;;;4, 1N)"

Js Ds$os, di! ess ris$o, irão C vida e$er&a+  .(unt justi in 'ita$ aeterna$

( Matt&% ;;4, F6)"

J qe * a e$er&a bem-ave&$ra&a@ Per&$emo-lo aos qe chearam a ela e

a disr$am" Pedro, Palo, oão,""" os /a&$os Aps$olos, di!ei-&os+

 V J qe * a bem-ave&$ra&a@

  7ão i$poss>'el e5pressáBlo de $odo *ue se nos entenda, e se$ e$(aro,

 já )az $il e oitocentos anos *ue dis)ruta$os dela%

 V Perdes$es al&s dias de vossa elicidade e$er&a@

  7e$ u$a &ora, ne$ u$ $o$ento, co$o se co$eçasse a cada instante8

 se$pre no'a, se$pre deliciosa, se$pre a $es$a, e ainda nos resta u$a eternidade

 para ozar%

 V J qe vem a ser essa di$a $ão ra&de@

  E o a(is$o das alerias, o a(is$o dos te$pos, o a(is$o dos sculos,

alerias, te$pos e sculos *ue ja$ais terão tr$ino ne$ li$ite0 a lonitude, a

altura e a pro)undidade inco$ensurá'eis% Ainda *ue seja$os $uito prudentes e

$uito sá(ios, não poder$os apreciar nossa eternidade, ne$ $ediBla0 ela escapa a

todo di$ensiona$ento% #a$ais terá )i$ nosso reino, nossa aleria, nossa l6ria,

nossa )elicidade% Te$os o eterno peso de u$a su(li$e e inco$pará'el l6ria8

:Aeternu$ loriae pondus operatur in no(is; ( .. Cor, 84, 17)"

 V %r$ires, co&essores, vire&s e$c", di!ei-&os qa&$o dro o $empo de

vossa prova, qa&$o sores$es, e qal * aora vossa sor$e, e qa&do ela haver% de

drar"

  7ossas pro'as, nossos so)ri$entos não durara$ $ais *ue u$ instante0 e raça nos )ez encontrar o $odo de suplantáBlos, e nossa reco$pensa não terá )i$%

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J * $em ma Dve&$de e$er&a, ma ormosra e$er&a, ma vida e$er&a,

ma pa! e$er&a, ma amor e$er&o" /ome&$e qa&do #es veDa o im de /a

e$er&idade, os elei$os deixarão de ser eli!es"

B cidade de #es, loriosas coisas se disse de $i+ 1loriosa dicta sunt de te,

ci'itas Dei ( Psal$% ;;;48, 3)"

 * fáil ir ao Céu

As ali.es $ão cr$as e $ão lieiras da vida prese&$e, di! /ão Palo,

 prod!em-&os m e$er&o peso de ma sblime e i&compar%vel lria+  .d eni$ *uod 

in praesenti est $o$entaneu$ et le'e tri(ulationis nostrae, supra $odu$ in

 su(li$itate aeternu$ loriae pondus operatur in no(is ( .. Cor  84, 17)"

>sc$ai a /ão er&ardo explica&do aqelas palavras co&soladoras do ra&de

Aps$olo" 4s seis, mrmra&do e di!e&do+ As pe&as são demasiado laras e

$erríveis2 e &ão posso sorer $a&$o $empo ma cara $ão pesada" J Aps$olo di! qe

o se sore * mome&$H&eo e passaeiro2 e, sem embaro, vs &ão haveis cer$ame&$erecebido, como ele, por ci&co ve!es, qare&$a aoi$es me&os m2 &ão haveis

$rabalhado mais qe $odos os o$ros2 &ão haveis resis$ido a$* ao derramame&$o de

sa&e" o&siderai qe os $rabalhos &ão são &ada comparados C lria" Porqe,

 primeirame&$e, &a i&cer$e!a em qe viveis, com qe i&alidade co&$ais os dias e as

horas@ Passam as horas, e o sorime&$o com elas2 as pe&as &ão es$ão liadas e&$re si

de $al modo qe se co&s$i$am &m $odo2 scedem e desaparecem" :ão ocorre o

mesmo C lria e C recompe&sa des$i&adas ao prmio do $rabalho2 &ão co&hecem

&em dimi&ião &em im, e exis$em i&$eiras a cada i&s$a&$e, porqe são e$er&as"

>m se&do lar, a pe&a se apra o$a a o$a, soremo-la poco a poco,

 passa e &ão dra mais qe m i&s$a&$e" Por*m, &a rem&eraão, h% ma $orre&$e de

delícias, m rio impe$oso qe i&&da de aleria2 h% m rio de lria, m rio de pa!,

m rio de elicidade"

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>m $erceiro lar, &ão &os es$ão prome$idas ricas ves$ime&$as e ma casa

ormosa, mas a prpria lria" Porqe, &a realidade, os Ds$os &ão esperam aleria

alma, se&ão qe possam a prpria aleria" Js home&s bscam sa elicidade em

meios dos ba&qe$es, das pompas, das riqe!as, dos pra!erem e&a&osos2 por*m,

amaras e i&eso$%veis l%rimas são o $*rmi&o des$as pre$e&didas alerias,

e&$re$a&$o, $ão cr$as" #es, ao co&$r%rio, reserva aos elei$os, &ão ma o$a, se&ão

m avo de mel pro e dlcíssimo2 reserva-lhes a prpria aleria, a vida, a lria, a

 pa! e a ra&de!a2 e is$o $do de ma s ve!, por $oda a e$er&idade" >s$a * a

recompe&sa, es$a * a coroa qe podemos ob$er com lab$as lieiras e de poca

draão (!er$% 1)"

A lria qe espero, di! /ão ra&cisco de Assis, * $ão ra&de, qe qalqer 

e&ermidade, qalqer mor$iicaão, qalqer hmilhaão, qalqer pe&a, reo!iDa-

me+ Tanta est loria *ua$ e5specto, ut $e o$nis $or(us, o$nis $ori)icatio, o$nis

&i$uliatio, o$nis poena $e delectet  (/ão oave&$ra , in ejus 'ita)"

J rei&o dos *s ve&de, di! /a&$o Aos$i&ho+ 4s o qereis@ omprai-o"

 :ão h% mo$ivos para es$ardes a&siosos em cole$ar ra&des somas por medo doame&$o de preos" /e valor * ial ao qe vs $e&des" :ão exami&eis o qe

$e&des, mas o qe sois" J * vale o qe vs valeis" #ai-vos a vs mesmos e o

$ereis" Por*m, dir-me-eis, e so mal, e $alve! #es &ão me qeira" #a&do-vos a

>le, sereis bo&s" > qa&do o seDais, sereis o preo da mesma coisa qe comprareis+

 Renu$ Dei 'enale est0 e$e, si 'is% 7ec $ultu$ e5aestues de re $ana propter 

 pretii $anitudine$% Tantu$ 'alet *uantu$ &a(es% 7oli *uaerere *uid &a(eas, sed 

*ualis sis% Res ista tanti 'alet, *uanti es tu% Ta da, et &a(e(is illa$% !ed $alus su$,

in*uies, et )orte ne non accipiet% Dando te illi, (onus eris0 cu$ aute$ (onus )ueris,

 pretiu$ ipsius rei eris (!er$% ;84, in 'an% !% #oann%)"

Amar &ão * mi$o diícil2 o coraão oi ei$o para amar" > &s merecemos o

* pelo amor" J amor de #es * a moeda com a qal podemos comprar a coroa da

lria"

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Porqe somos es$Epidos@, per&$a-o /ão Pedro risloo" J&de es$amos@

<e so&ho * es$e qe &os e&$orpece@ <e esqecime&$o mor$al * es$e qe se

apodero de &s@ Porqe &ão $rocamos a $erra pelo *@ Porqe &ão compramos as

riqe!as e$er&as com aqela qe se dissipa $ão rapidame&$e@ Porqe &ão &os

 procramos os be&s imperecedoros por meio dos be&s cadcos da $erra@ (!er$%

;;84)"

4ivei para a verdade, para a imor$alidade, para a e$er&idade, e $ereis a #es

 por recompe&sa"

>sc$ai ai&da ao admir%vel e i&compar%vel /a&$o Aos$i&ho, po&do &a boca

do /e&hor as sei&$es palavras+ WJ qe posso es$% C ve&da2 comprai-o= J qe

#es ve&de@, prossee es$e Padre da 8reDa, o reposo, o Paraíso" #e qe ma&eira

se a! paar@ om $rabalho" om qe $rabalho@ Km reposo e$er&o deveria ser 

comprado com m $rabalho e$er&o2 por*m, qão ra&de e a misericrdia de #es=

#es &ão di!+ $rabalhai dra&$e m milhão de a&os2 &ão di!+ $rabalhai mil a&os2 &em

seqer di!+ $rabalhai dra&$e ci&qe&$a a&os, se&ão+ $rabalhai dra&$e o poco

$empo qe viveis &a $erra, e assim alca&areis o reposo qe &ão $er% im ( .n Psal$%;888)"

As pe&as a$ais, di! /ão er&ardo, &ão são &ada, em comparaão dos

 pecados qe &os são perdoados, da raa e dos co&solos qe aora se &os

co&cedem, e da lria sem im qe se &os prome$e+ 7on sunt condnae passiones

&ujus te$poris ad praeterita$ culpa$ *uae re$ittitur0 ad paesente$ consolationis

 ratia$ *uae $ittitur0 ad )utura$ loria$ *uae pro$ittitur no(is (!er$% in Cant%)"

Per&$ai aos elei$os se o * lhes cs$o mi$o, e se os $rabalhos qe

soreram es$ão em proporão de sa di$a, de sa lria, de sa coroa e$er&a"

Per&$ai aos r*probos se, caso osse de qe #es lhes permi$isse vol$ar C

$erra para a!er pe&i$&cia e a&har o *, achariam mi$o dra essa permissão"

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&'(O) "' *+N+- O CÉU

+ é preiso dese-álo

J primeiro meio para chear ao * * deseD%-lo" <a&do ser% qe e

chearei, di! /a&$o Aos$i&ho, se&do o /almis$a, e me aprese&$arei a&$e a ace de

#es, para ver-he &a bo&dade de ses elei$os, para reo!iDar-me &a aleria de se

 povo, e para qe >le seDa lovado com sa hera&a" <a&do verei aqela idade da

qal se di!+ 0as praas, ersal*m, es$ão caladas de oro pro, e em $odos os

 bairros se ovem ca&$ares de Alelia= B cidade sa&$a, cidade bela, e $e saEdo de

lo&e e clamo a $i, e $e bsco2 porqe deseDo ver-$e e desca&sar em $i2 por*m, me

de$*m os laos da car&e" B idade di&a de ser deseDada= 0es mros es$ão

ormados com ma E&ica pedra, $a arda * o prprio #es, $es cidadãos sempre

aleres, porqe se co&ra$lam sempre &a visão de #es15"

omba$i com valor, di! o ra&de Aps$olo, co&cli a carreira, ardei a *"

/ome&$e res$a-me esperar a coroa da Ds$ia qe me es$% reservada, e qe o /e&hor,

qe * o Ds$o Di!, me h% de dar &aqele dia2 e &ão some&$e a mim, se&ão $amb*m a$odos aqeles qe deseDam sa vi&da16"

omo deveis ser vs &a sa&$idade de vossa vida e piedade de costu$es,

aarda&do co$ Fnsia, e corre&do a esperar a vi&da do dia do /e&hor, dia em qe

os *s i&ce&diados se dissolverão, e derre$er-se-ão os eleme&$os com o ardor do

oo@ em qe esperamos, co&orme sa promessa, &ovos *s e &ova $erra, o&de

habi$arão eterna$ente a Ds$ia17"

15  -uando 'enia$, et appare(o ante )acie$ Do$ini, ad 'i'endu$ eu$ in (onitate electoru$ suoru$, ad laetandu$ in laetitia entis suae, ut laudetur cu$ &aereditate sua/ -uando 'ide(o ci'itate$ illa$ de *uadictu$ est8 Plateae tuae, #erusale$, sternentur auto $undo, et in te canta(itur canticu$ laetitiae, et per o$nes 'icos tuos a( uni'ersis dicetur aleluia/ 3 ci'itas sancta, ci'itas speciosa, de lon>n*uo te saluto, ad te cla$o, te re*uiro0 desidero eni$ 'idere te, er re*uiescere in te8 sed non sinor, carne retentus= " ci'itasdesidera(ilis= Muti tui lapi unus, custos tuus ipse Deus, ci'es tui se$pe laeti, se$pre eni$ ratulantur in'isione Dei ( Li(% De !piritu et Ani$a, c% ;88)"16  2onu$ certa$en certa'i, cursu$ consu$$a'i, )ide$ ser'a'i% .n reli*uo reposita est $i&i iustitiae, *ua$reddet $i&i Do$inus in illa die, justus #ude5% 7on solu$ aute$ $i&i, sed et &is *ui diliunt ad'entu$ eius ( .. T$ 84, 7-M)"17  5spectantes et properantes ad'entu$ diei Do$ini X"""Y 7o'os 'ero caelos et terra$ no'a$ secundu$ pro$issu$ ipsius e5specta$us, in *ui(us iustitia &a(itat% Propter *uod, carissi$i, &aec e5spectantes, sataite i$$aculati et in'iolati ei in'eniri in pace ( .. Pet% 888, 1-1F)"

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Ah= exclama o Oeal Proe$a, qem me dar% asas como as da pomba@ > voarei

e desca&sarei@+ -uis da(it $i&i penas sicut co$u$(ae/ t 'ola(o, et re*uiesca$/

( Psal$% 84, 7)" > cer$ame&$e qal coisa posso ape$ecer e e&$re as do *, &em o

qe hei de deseDar sobre a $erra ora de 4s, #es me@ Ah, mi&ha car&e e me

coraão desalecem" B #es de me coraão, #es qe sois a mi&ha hera&a por 

$oda a e$er&idade1M"

B qão am%veis são vossas moradas, /e&hor dos >x*rci$os= i&ha alma

sspira e padece x$ases, a&sia&do es$ar &os %$rios do /e&hor" 0ra&spor$a&do-se de

o!o me coraão e me corpo, co&$empla&do ao #es vivo" J passari&ho acho

ma e&da o&de se abriar, e a rola, m &i&ho o&de colocar ses ilho$es" 4osso

al$ares, /e&hor dos >x*rci$os, Oei me e #es me""" seDam mi&ha casa e me

&i&ho" em-ave&$rados, /e&hor, os qe moram em vossa casa, lovar-4os-ão pelos

s*clos dos s*clos19"

/e * $ão doce esperar o *, qa&$o mais &ão ser% possí-lo=, exclama /a&$o

Aos$i&ho+ !i spes dulcis est, *uanto res dulcior erit= ( Li(%de Ci'it% Dei)"

<e os deseDos $erre&ais, di! /ão eão, &ão de$e&ham &ossas almas

chamadas C elevaão2 qe as coisas perecíveis &ão ocpem aos qe es$ão des$i&ados

Cs coisas e$er&as+ !ursu$ 'ocatus Fni$os desideria terrena non depri$ant0 ad 

aeterna praeelectos peritura non occupent  (!er$% de -uadra%)"

/ é preiso pratiar a pureza

J se&do meio para chear ao * * pra$icar a pre!a"

18 -uid $i&i est in caelo, et a te 'olui super terra$/ De)icit caro $ea et cor $eu$, Deus cordis $ei, et pars$ea Deus in aeternu$ GPsal$% L<<.., HIBHJK%19 -ua$ dilecta ta(ernacula tua Do$ine 'irtutu$= Concupiscit et de)ecit ani$a $ea in atria Do$ini% Cor $eu$ et caro $ea e5ulta'erunt in Deu$ 'i'u$% teni$ passer in'enit si(i0 do$u$ et turtur nidu$ suu$, u(i ponat pullos suos% Altaria tua, Do$ine 'irtutu$8 Re5 $eus et Deus $eus= 2eati *ui &a(itant in do$o tua, Do$ine= .n saecula saeculoru$ lauda(unt te ( Psal$% ;;;888, -5)"

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Js ilhos des$e s*clo, di! ess ris$o, co&$raem ma$rimL&io

reciprocame&$e" Por*m, e&$re aqeles qe serão Dlados di&os de o$ro s*clo, e

da di$osa ressrreião de&$re os mor$os, &em os home&s $omarão mlheres, &em as

mlheres, maridos, porqe &ão poderão D% morrer, o$ra ve!, se&do iais aos a&Dos

de #es, pelo es$ado da ressrreião a qe chearão ( Luc% ;;, 3F-36)"

A mor$e rei&a aqi &a $erra2 eis por qe $odos $ra$am de $er desce&de&$es2 o

 pai qer perpe$ar sa vida &a de ses ilhos2 por*m, &o *, di! /ão oão

riss$omo, &ão exis$e a mor$e e, por co&sei&$e, $ampoco casame&$o+  .llic

aute$ $ors non erit, et conse*uenter nec nuptiae ( o$il% ;;8, 7)"

<em sbir% ao mo&$e do /e&hor@, per&$a o Oei Proe$a" B, qem poder%

es$ar &o /a&$%rio@ I aqele qe $em pras as mãos e limpo o coraão+ aqele qe

&ão recebe em vão sa alma, &em e! Drame&$os e&a&osos a se prximo" >s$e *

aqele qe ob$er% a be&ão do /e&hor, e a misericrdia de #es, se /alvador 

( Psal$% ;;888, 3-5)"

em-ave&$rados aqeles qe ma&$m pro se coraão, di! ess ris$o, porqe eles verão a #es=  2eati $undo corde, *uoania$ ipse Deu$ 'ide(unt 

( Matt&% 4, 9)"

amais possirão o * os impdicos, di! /ão Palo+ 7e*ue inpudici renu$

 Dei cons*uentur  (1al% 4, 1)" amais a corrpão possir% a hera&a i&corrp$ível+

 7e*ue corruptio incorruptela$ posside(it  ( . Cor  ;4, 5N)"

>, vi, di! /ão oão &o Apocalipse, qe o ordeiro es$ava sobre o o&$e /ião,

e com ce&$o e qare&$a e qa$ro mil pessoas qe $i&ham escri$o em sas re&$es o

&ome #ele e o :ome de se Pai" Ao mesmo $empo, ovia ma vo! do *,

semelha&$e ao rído de mi$as %as e ao es$ampido de m ra&de $rovão+ e a vo!

qe ovi, era como de ci$aris$as qe $a&iam sas cí$aras" > ca&$avam como m

cH&$ico &ovo a&$e o 0ro&o, e dia&$e dos qa$ro a&imais e dos a&ciãos+ e &i&*m podia ca&$ar &em e&$e&der aqele cH&$ico al*m daqeles ce&$o e qare&$a e qa$ro

mil qe oram resa$ados da $erra" >s$es são os qe &ão se proa&aram com

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mlheres, porqe são vire&s" >s$es seem ao ordeiro o&de qer qe >le v%

( Apoc% ;48, 1-F)"

0 é neessário fazerse viol1nia

J rei&o dos *s se alca&a C viva ora, e os viole&$os são os qe lhe

arreba$am, di! ess ris$o+ Renu$ caeloru$ 'i$ patitur, et 'iolenti rapiunt illud 

( Matt&% ;8, 1)"

1Q $e&demos ao * e a!emo-&os do&os dele por meio da ora2

Q chea-se ao * a!e&do viol&cia Cs paix.es com a pr%$ica das vir$des2

3Q chea-se por meio do comba$e seido da vi$ria2

FQ chea-se, vive&do como a&Do, pois o * * a casa dos A&Dos2 some&$e o

alca&aremos a!e&do-&os semelha&$es a eles"

aamos viol&cia ao /e&hor, di! /a&$o Ambrsio, &ão J obria&do, mas

chora&do2 &ão provoca&do-he com i&DErias, se&ão pros$er&a&do-&os hmilhados e

eme&do a /es p*s" B eli! viol&cia qe &ão exci$a a i&di&aão de #es, se&ão

qe a$rai sa misericrdia, arra&ca provas de bo&dade #aqele a qem a a!emos, e

&os proporcio&a a salvaão= Porqe aqele qe assim a! viol&cia a ess ris$o,

ser% vis$o por >le com complac&cia" /ei&do &osso cami&ho, apoderemo-&os do

/e&hor, porqe ele * a vida2 esorcemo-&os, como ladr.es, em despoDar-he de ses

 be&s2 apressemo-&os a $omar de se Oei&o os $esoros, a vida e$er&a" >le * $ão rico

e e&eroso, qe &ão op.e &ea$iva &em resis$&cia, e depois de haver dado $do,

&em por isso deixa de possir $do" I preciso a$acar-he viorosame&$e, &ão com

espada o pas, &em a pedradas, se&ão com dora, com boas obras, com cas$idade"

0ais são as armas qe deve emprear &ossa *" Por*m, a im de podermos servir-&os

delas &es$a l$a, comecemos por a!er viol&cia a &osso corpo, comba$amos sesvícios+ assim receberemos a recompe&sa de &ossas vir$des2 porqe devemos

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comear por rei&ar sobre &s mesmos, se qeremos apoderar-&os do rei&o do

/alvador e do mesmo /alvador N"

 Renu$ coeloru$ 'i$ patitur, et 'iolenti rapiunt illud + o Oei&o dos *s

qer ser $omado de assal$o, e some&$e aqeles qe assim o $omam, chearão a

asse&horar-se dele" J * es$% al$o2 o cami&ho * es$rei$o, espi&hoso, cheio de

 perios e de i&imios2 es$% escarpado2 e$c" Jlhai aqilo qe i!eram os m%r$ires"""

4iolenti rapiunt illud% I preciso imi$ar o valor do soldado qe $oma de assal$o" /e

 por m poco de ambião, de lria o de ho&ra, o soldado d% provas de ma

e&eria e de m valor heroicos2 se para co&qis$ar ma coroa perecível exp.ea-se a

mil pe&as, a mil priva.es, a mil &eros de mor$e" <a&$o !elo, qa&$a ora e

co&s$H&cia &ão deva despre&der o cris$ão para ob$er ma lria e$er&a, ma coroa

qe drar% sempre=

A eles$ial ersal*m * chamada idade or$e+ Ur(s 9ortitudinis  ( .sai%

;;48, 1)2 porqe, primeiro, * &ecess%rio )orça  e 'alor  para e&$rar &ela+ &i&*m

 pode pe&e$rar ali sem es$as das vir$des+ o * * a p%$ria dos home&s or$es e

robs$os2 se&do, porqe a ersal*m eles$ial * $amb*m mi$o or$e" <ereissaber como es$% dee&dida@ >sc$ai o proe$a 8saías+ J mesmo /alvador * se mro

e a&$emro ( .sai% ;;48, 1)" >s$% com a $orre de #avi, ci&ida de balar$es, da qal

 pe&dem mil escdos, $odos os escdos dos vale&$es (Cant% 84, F)" Ava&a&do, pois,

com valor, * como se pode dar em assal$o e pe&e$rar em se reci&$o sarado"

>sorai-vos, di! ess ris$o, para e&$rar pela por$a es$rei$a+ Contendite

intrare per anustia$ porta$ ( Luc% ;888, F)" >sorai-vos, is$o *, armai-vos, correi,

apoderai-vos da cidade e$er&a, &ão deixeis de l$ar a$* qe $e&hais cheado ao por$o,

C sprema elicidade"

20 4i$ )acia$us Do$ino, nu$ co$pellendo, sed )lendo0 non pro'ocando injurii, sed lacry$is e5orando0 non(lasp&e$ando per super(ia$, sed per &u$ilitate$ $oerendo% 3 (eata 'iolentia, *uae non indinatione percutitur, sed $iseric6rdia condonatur= 2eata, ini*ua$, *uae 'i$ patienti (onitate elicit, et utilitate$ tri(uiin)erente% -uo *uis eni$ 'iolentior C&risto )uerit, eo reliiosior &a(e(itur a C&risto% Aredi$ur in intinere Do$inu$, si*uide$ ipse est 'ia, et $ore latronu$, suis eu$ spoliare 'iti$ur, cuppi$us illi au)erre renu$,t&esaurus et 'ita$% !ed ille ta$ di'es et larus est, ut non a(nuat , non resistat0 et cu$ o$nia dederit,ni&ilo$inus o$nia possideat% Aredi$us illu$, non )erro, non )uste, non sa5o, sed $ansuetudine, (onisoperi(us castitate% aec sunt ar$a )idei nostrae, *ui(us in conressione certa$us% Ut aute$ &is ar$is uti in'i in)erenda possi$us, ante corpori(us nostris*uada$$odo 9acia$us 'i$, e5pune$us $e$(roru$ 'itia, ut 'irtutu$ prae$ia conse*ua$ur0 prius eni$ ipsi renare de(e$us in no(is, ut renu$ possi$us diripere!al'atoris (!er$% 4)"

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 :ão se podem ob$er ra&des recompe&sas, di! /ão Grerio, sem ra&des

$rabalhos+ por essa ra!ão, /ão Palo, aqele valoroso a$le$a, di!ia+ :ão ser% coroado

se&ão aqele qe comba$er se&do as leis" Alere-se, pois, &ossa alma, com a

ra&de!a das recompe&sas, e &ão se asss$e pelos $rabalhos e pelo comba$e 1"

0 * preiso vener e perseverar 

/ iel a$* a mor$e, e $e darei a coroa da vida eterna, di! o /e&hor &o

Apocalipse+ sto )idelis us*ue ad $orte$, et da(o ti(i corona$ 'itae  ( Apoc%  11,

1N)" Ao ve&cedor, > o arei se&$ar comio &o me $ro&o+ -ui 'icerit, da(o ei

 sedere $ecu$ in tr&ono $eo8 sicut et eo 'ici, et sedi cu$ Patre $eo in t&rono ejus

( Apoc% 888, 1)"

ess ris$o oerece-&os a coroa da lria celes$ial2 p.e-&a C &ossa vis$a2 e

 para exci$ar-&os a qe a alca&cemos, d%-lhe diversos &omes e dis$i&$os $í$los+ ora a

chama de ár'ore da 'ida, ora $aná oculto, o$ras ve!es pedra preciosa, aqi m

no$e no'o, ali 'este (ranca, em o$ra par$e estrela da $an&ã, coluna, trono, e$c"

Z&imo, pois, a$le$as de ess ris$o, comba$ei com valor, apoderai-vos do

*" omo e! o ra&de Aps$olo, esqecei as coisas passadas, e ide corre&do a$* o

 po&$o i&al de vossa carreira, para a&har o prmio a qe #es chama desde o al$o

 por ess ris$o" I &ecess%rio qe &e&hm $rabalho vos parea demasiado laro,

qe &e&hma dor seDa para i&sorível por vs, pos$o qe se vos oi prome$ido o *,

a coroa celes$ial, a e$er&idade bem-ave&$rada"

ess ris$o, di! o Apocalipse, $i&ha m arco, e oi-lhe dada ma coroa, e

sai vi$orioso para co&$i&ar as vi$rias+ a(e(at arcu$, et data est ei corona, et 

e5i'it 'incens ut 'inceret  ( Apoc% 48, )" >s$e * o qe deve a!er $odo cris$ão se qer 

ob$er o *"

21  Ad $ana prae$ia per'eniri non potest nisi per $anos la(ores8 unde et Paulus ereius dice(at8 7oncorona(itur nisi leiti$e certa'erit% Delectet iitur $ente$ $anitudo prae$ioru$, sed non deterreat certa$en la(oru$ ( o$il% ;;;4888, in 'an%)

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2 é mister ser paiente

edia&$e vossa paci&cia, di! ess ris$o, salvareis vossas almas ( Luc%

;;8, 19)"  .n patientia 'estra posside(itis ani$as 'estras%  #i!em as A$as dos

Aps$olos, qe /ão Palo or$iicava aos discíplos e exor$ava-lhes C persevera&a2

 porqe di!ia, devemos e&$rar &o rei&o de #es por meio de mi$as ali.es+  Per 

$ultas tri(ulationes oportet nos intratre in renu$ Dei  ( At ;84, )"

3 é preiso estudar os e(emplos que nos deram os 4antos e, sobretudo, os

mártires.

<e $ão ra&de bem * o * qe a espera&a &os assera= #i! /a&$o

Aos$i&ho" I lorioso merec-lo, e doce possí-lo, pos$o qe, para merec-lo, os

m%r$ires despre!am as orde&s i&Ds$as de ses perseidores, e &ão $emem &em a

espada, &em o oo, &em a mor$e mais crel ( Li(% de Ci'it%)"

>s$es, l-se &o Apocalipse, qe es$ão cober$os de bra&cas ves$es, qem são e

de o&de vieram@ > lhe disse+ e se&hor, vs o sabeis" >&$ão, me disse+ >s$es sãoaqeles qe vieram de ma ra&de $riblaão, e lavaram sas ves$es e as

 bra&qearam &o sa&e do ordeiro" Por isso, es$ão dia&$e do $ro&o de #es+ i *ui

a$icti sunt stolis al(is, *ui sunt et unde 'enerunt/ i sunt *ui 'enerunt de

tri(ulatione $ana, et la'erunt stolas suas, et deal(a'erunt eas in sanuines Ani0

ideo sunt ante t&ronu$ Dei ( Apoc% 488, 13-15)"

Padecemos por ess ris$o, di!em os m%r$ires+ erem-&os as &has de erro,

despedaam-&os os de&$es das eras, e&chem-&os de chaas os aoi$es ar&ecidos

de po&$as adas, &ossos membros são deslocados, ma$a-&os a espada o qeimam-

&os vivos2 por*m, pro&$ame&$e vir% o /ol de Ds$ia, o i! ple&o de eqidade para

leva&$ar-&os, para crar e ador&ar com ma lria e$er&a &ossos membros

desarrados, ro$os, m$ilados, qeimados, devorados+ de&$ro de m i&s$a&$e &ossa

alma o!ar% a lria de #es" 0al era vosso pe&same&$o, /ão ore&o, qa&does$e&dido em ma relha i&ca&desce&$e, e recheadas de sal vossas eridas, vs ríeis

de vossos verdos" Pe&savas &o *, /ão 4ice&$e, qa&do &ão some&$e

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ve&ces$es os $orme&$os, se&ão $amb*m ao mesmo crel #acia&o, $ira&o e verdo

vosso, com a paci&cia, a dora e a e&erosidade" /obre a lria e$er&a medi$%veis,

/a&$a ris$i&a, qa&do a$orme&$ada por vosso idla$ra pai, e di!ia-lhe, la&a&do-

lhe pedaos de vossa car&e+ Oecobra, $ira&o, recobra a car&e qe eras$es"

scamos os DeD&s, as viílias, os cilícios, a discipli&a, para 4s, ess,

di!em os pe&i$e&$es2 mor$iicamo-&os dia e &oi$e, porqe esperamos a ressrreião

da car&e, e es$a car&e, hoDe macile&$a lívida, mal$ra$ada e qase mor$a, ser-&os-%

devolvida viorosa, ormosa, loresce&$e e radia&$e" >&$ão reormareis, /e&hor, os

corpos qe hmilhamos, e os areis semelha&$es ao vosso corpo lmi&oso" > direis a

&ossas almas+ pos$o qe os$es i*is em pocas coisas, vo a!er-vos do&os de

ra&des be&s+ e&$rai &a aleria de vosso /e&hor+ -uia super pauca )uisti )idelis,

 super $ulta te constitua$0 intra in audiu$ Do$ini tui ( Matt&% ;;4, 1)"

 :ão choremos aqi &a $erra, di!em os verdadeiros ieis, expos$os Cs

$ribla.es, comba$e&do e co&qis$a&do a vi$ria2 es$amos em $empo de alião e de

 prova2 sspiramos e ememos2 &ossa car&e, o m&do e o demL&io &os arão erra"

Ah, a!ei, /e&hor, qe a arora da salvaão e$er&a brilhe, por im, sobre &s2 qees$as e&ermidades, qe &ão são mais qe sombras, desapaream2 qe o sol da

e$er&idade leva&$e-se &o hori!o&$e2 e qe a &oi$e da mor$alidade cesse, a im de qe

es$eDamos para sempre ao abrio dos escrEplos, dos $emores, dos pesares, das

$e&$a.es, das debilidades, das dores, e qe a sere&idade, a pa!, a ora, a aleria, a

elicidade scedam-lhe dra&$e os s*clos dos s*clos"

5 * preiso usar do mundo omo se n#o usássemos dele

Palo Jrsio, amio de /a&$o Aos$i&ho, di!ia+ > me sirvo &es$e mome&$o

da $erra, por*m como se osse mi&ha p%$ria2 porqe a verdadeira p%$ria, a qe e

es$imo, &ão es$% aqi" :ão me apeei a &ada, e creio possir $do, qa&do Aqele a

qem amo es$% comio2 >le sempre * o mesmo ao lado de $odos e &ão aba&do&a a

&i&*m, es$% em $odas as par$es e $do he per$e&ce ( in ejus 'ita)"

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I preciso morrer para $odas as coisas prese&$es, viver de #es, despre!ar 

$do o qe * vão, deseDar o real e o slido, &ão a!er &e&hm caso dos be&s da $erra,

amar os do *, morrer para o m&do e viver para #es, morrer &o $empo e viver 

 para a e$er&idade"

B home&s, di! /ão Pedro risloo, se haveis de viver &a $erra, co&sarai-

he vossos $rabalhos2 por*m se haveis de aba&do&%-la, porqe, e&$ão, deseDais &ela

o qe vos per$e&ce, vosso coraão, vossa alma, vossa vo&$ade, vossa memria e$c@

(!er$% ;;84)"

6 é neessário meditar o que se-a o Céu

>levemos &ossa alma a$* as coisas e$er&as, admiremos o qe *

verdadeirame&$e sblime, disse /&eca+  Mitta$us ani$u$ ad illa *uae aeterna

 sunt, $ire$ur in su(li$e ( .n Pro'%)"

eva&$ai os olhos ao *, di! /ão irilo, vivei de sa recordaão, como

 pereri&o qe para l% se dirie2 seDam vossos a$os e vossos pe&same&$os di&os do*2 seDa es$e o im de vossos esoros, de vossos olhares e de vossos deseDos"

<a&do se aprese&$e alma coisa pe&osa, qa&do a $e&$aão vos mor$iiqe,

qa&do ma cr! pesada vos sobrecarree, la&ai m olhar C cidade celes$ial, e

di!ei+ /orerei $oda es$as provas, e sairei vi$orioso delas por maiores qe possam ser"

Assim se vai ao * (Catec&% 888, F)"

J pe&same&$o do * rea&ima o H&imo aba$ido, a! perseverar aos bo&s e

leva o arrepe&dime&$o ao coraão do pecador, e$c"

7 é preiso santifiarse

aríssimos mes, di! o Aps$olo /ão oão, aora somos ilhos de #es,

 por*m &ão aparece ai&da o qe seremos alm dia" /abemos, sim, qe qa&do ess

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ris$o se ma&ies$ar clarame&$e, seremos semelha&$es a >le+ porqe J veremos $al

como >le *" >&$re$a&$o, qem $em $al espera&a :ele, sa&$iica-se a si mesmo, assim

como >le $amb*m * sa&$o ( . #oann% 888, -3)"

Para ser semelha&$es a ess ris$o &a lria, devemos esorar-&os em

 parecer-&os a >le em sa&$idade, em vir$de, em amor"

/a&$o Aos$i&ho disse mi$o acer$adame&$e+ os Ds$os cheam ao bem

spremo por meio de ma cadeia compos$a de vir$des do sei&$e modo+

 primeirame&$e, a alma se acha rodeada de * como de m precioso a&el2 a * se &e

C espera&a2 a espera&a, C caridade2 a caridade, Cs obras2 as obras, ao sobera&o

em com a boa i&$e&ão2 a boa i&$e&ão se comple$a com a persevera&a, qe, por 

sa ve!, chea a #es, ma&a&cial de $odos os be&s+  Ad &oc su$$u$ (onun justi

*uada$ catena tra&untur% -uae de 'irtuti(us &oc $odo connectitur8 in pri$is )ides

ani$a$, *uase *uida$ circulus, co$pectitur0 )ides spe nutritur, spes dilectione

tenetur, dilectio operatione e5pletur, operatio ad su$$u$ (onu$ intentione

tra&itur0 intentio (oni perse'erantia clauditur0 perse'erantia, Deus )ons o$niu$

(onoru$ da(itur  ( De Conit% 4erae 4itae)"