24 a 26 março 2012
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XX 52 24 a 26/03/2012
* Casarão será vigiado - p.01
* Taxa de presos no Brasil quase triplica em 16 anos - p.28
* Oposição vence eleição para procurador-geral - p.33
Gustavo Werneck Um dos mais importantes patrimônios culturais de Minas
ganha, enfim, segurança para protegê-lo de arrombamento, furtos e depredações. O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artís-tico (Iepha/MG), vinculado à Secretaria de Estado da Cultura, con-tratou quatro vigias para trabalhar na Fazenda Boa Esperança, do século 18, localizada em Belo Vale, na Região Central de Minas.
A iniciativa foi tomada depois da ação proposta pelo Minis-tério Público estadual, que gerou liminar concedida pela juíza da comarca, Flávia Generoso de Mattos. Na ação, a promotora de Jus-tiça Fernanda Couto Garcia pediu que o bem, de propriedade do Iepha e tombado também pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), fizesse a implantação e manutenção permanente e ininterrupta de vigilância patrimonial, com vigias preferencialmente armados, tanto na sede da fazenda como no en-torno.
O MPE entendeu que a falta de vigilância no imóvel, “que está abandonado desde que o antigos zeladores se aposentaram no final de 2011”, expõe o patrimônio a risco iminente de danos, tais como furtos, depredações, incêndios. Além do pedido de liminar, a instituição requereu que os réus elaborem projeto de restaura-ção integral da sede da fazenda e executem plano de prevenção a furtos e roubos. Em 18 de fevereiro, o Estado de Minas mostrou a situação do casarão construído no fim do século 18, com influ-ências do Norte de Portugal, e inaugurado em 1822. A edificação colonial estava desde dezembro sem funcionário para tomar conta das dependências, já que o vigia havia se aposentado e não foi providenciado um substituto. Na época, vizinhos se mostraram preocupados com a situação.
O funcionário aposentado Antônio Gonçalves de Oliveira, o Toninho, que trabalhou quase quatro décadas no local, morava a 600 metros do casarão e passava o dia lá. “Ele e a mulher sempre retornavam à noite para ver se estava tudo bem. Toninho limpava o pátio e ela fazia faxina na casa e na capela. Tenho muito medo de assalto. Quando meu marido sai de casa e fico sozinha, tran-co tudo”, lamentou a moradora mais próxima, a dona de casa Zé-lia Teixeira Mendonça, de 66 anos.Quem chega à fazenda, a seis quilômetros do Centro de Belo Vale, não deixa de se impressio-nar com a grandiosidade do monumento histórico e paisagístico, considerado palácio rural desde os tempos do barão de Paraopeba (coronel Romualdo José Monteiro de Barros, 1773–1855), senhor de mais de 900 escravos que trabalhavam na mineração de ouro e agricultura.
Logo na entrada, no meio do extenso pátio gramado, duas frondosas sapucaias dão boas-vindas aos visitantes, convidando ao silêncio, comunhão com a natureza e contemplação do engenho de pedra (paiol) e da bela capela de Nosso Senhor dos Passos, na varanda comprida. A varanda dos fundos tem 36 metros de compri-mento e 2,5m de largura e esteiras coloridas de taquara no forro.
O sobrado de 45 portas do sobrado hospedou dom Pedro II e chamam atenção os muxarabis, janelas em treliça azul que permi-tem à pessoa que está dentro da casa ver a parte externa sem ser vista. De acordo com a direção do Iepha, uma equipe técnica este-ve no local, esta semana, para fazer uma limpeza das instalações. Além disso, foi pedido à Prefeitura de Belo Vale que faça a capina no terreno.
A expectativa é de que, em breve, as visitas monitoradas sejam retomadas. FILME E LIVRO Cenário do filme Vinho de Rosas, da cineasta mineira Elza Cataldo, a história da Boa Espe-rança também foi contada em livro do jornalista Tarcísio Martins,
ESTADO DE MINAS – P. 25 - 24.03.2012 FAZENDA BOA ESPERANÇA
Casarão será vigiado Por determinação da Justiça, Iepha contrata seguranças para evitar depredação e furto em
edificação colonial, em Belo Vale. Ministério Público pede restauração e plano de prevenção
Cenário de filme, fazenda colonial, que teve 900 escravos, foi responsável pelo abastecimento de alimentos de Ouro Preto, capital da província
nascido em Belo Vale. A obra conta que “a área original, si-tuada na antiga região do Rio Paraopeba, era formada por 25 mil alqueires e compreen-dia dezenas de fazendas com prósperas minas.
Anos mais tarde, com o esgotamento do ouro, as fazendas dos Monteiro de Barros passaram a trabalhar o campo para cultivo da ter-ra. O que se produzia na Boa Esperança, além de atender ao consumo interno, abaste-cia a capital da Província de Minas, Ouro Preto. Os bons resultados do latifúndio pro-porcionaram ao lendário Ba-rão de Paraopeba poder eco-nômico e títulos”.
A fazenda adquiriu papel pioneiro na indústria metalúrgica do país, com o desenvolvimento de ativida-des precursoras da tecnologia industrial siderúrgica. “No tradicional casarão, foram to-madas importantes decisões políticas, além de ser resi-dência de um presidente da província de Minas (1850), o Barão de Paraopeba”, escre-veu Martins.
SAIBA MAIS: CAPELA É
OBRA-PRIMAA capela da Fazenda
Boa Esperança atrai todos os
olhares pela seu riqueza e aspecto singelo, trazendo à tona um costume dos tempos coloniais. Devido ao isolamento das fa-zendas nos séculos 18 e 19, então distan-tes das igrejas dos povoados, os proprietá-rios católicos se sentiam na obrigação de construir ermidas dentro de suas proprie-dades.
No interior do templo, se encontram os trabalhos de talha dourada e painéis atribuídos a Manoel da Costa Athayde, o mestre Athayde (1762-1830), expoente do barroco mineiro, e retábulo, ao que tudo indica, esculpido pelo português Francis-co Vieira Servas (1720-1811). Depois de se tornar propriedade do Iepha, a fazenda passou por três períodos de recuperação – a primeira de 1976 a 1979, a segunda em 1998 e em 2007.
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gAZETA DE MINAS - 1ª P. E P. 05 - OLIVEIRA - Mg - 18.03.2012
O valor de um tesouro ameaçado
GOVERNO DE MINAS TOMBA CENTRO HISTÓRICO DE OLIVEIRA
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gAZETA DE MINAS - P. 05 - OLIVEIRA - Mg - 18.03.2012O valor de um tesouro ameaçado
GOVERNO DE MINAS TOMBA CENTRO HISTÓRICO DE OLIVEIRA
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O TEMPO - P 06 - 24.03.2012
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JORNAL DA MANHã - Mg - CONAMP - 26.03.2012
Ministério Público vai intensificar fiscalização de medicamentos
Promotora de Justiça do Ministério Público em Ube-raba, Cláudia Alfredo Marques Carvalho, acaba de ins-taurar Inquérito Civil para apurar desobediência a normas constitucionais e administrativas quanto a pedidos de me-dicamentos não padronizados, ditos excepcionais, pela Secretaria Municipal de Saúde. Junto com a investigação aberta pela promotora foram enviadas recomendações para que seja possível restabelecer e colocar em prática os critérios técnicos para atendimento dos usuários do SUS.
A promotora revela que a população tem encontra-do inúmeros obstáculos para conseguir medicamentos especiais, ou seja, aqueles que não pertencem à lista dis-tribuída nas farmácias da Secretaria de Saúde. Cláudia Marques destaca que a Secretaria não aceita mais abrir processos com excepcionais e por isso a população tem entrado na Justiça para consegui-los. Porém, mesmo as li-minares não são devidamente cumpridas pela Secretaria.
Neste sentido, o ofício da promotora recomenda que “o prefeito municipal, Anderson Adauto; o secretário de Saúde, Valdemar Hial; a gerente de Assistência Farma-cêutica, Gabriela Vizzotto, e demais encarregados de fornecer gratuitamente os medicamentos, insumos e su-plementos alimentares não constantes da relação de me-
dicamentos do componente básico da assistência farma-cêutica, após ordem judicial, atuem de forma planejada e efetiva a fim de garantir o direito à saúde”, afirma.
A promotora informa que os citados deverão tomar as seguintes providências: estabelecer regras gerais para o procedimento e receber toda e qualquer solicitação de medicamentos e insumos; elaborar formulário de solici-tação, mantendo-o disponível ao alcance dos usuários; receber todas as solicitações pelo formulário ou outra forma de pedido escrito, em duas vias, com protocolo numerado, entregando uma via ao cidadão com identifi-cação completa do servidor; estabelecer prazo de até 10 dias para decidir o pedido e de até 30 dias para fornecer a decisão final após recurso, que deverão vir expressos no formulário, a contar a partir do primeiro protocolo; permitir acesso total do cidadão ao andamento do proce-dimento e fornecer cópias prontamente; se a decisão for favorável, o município terá até 10 dias para fornecer os insumos solicitados, de uma única vez, com retenção de apenas uma via da receita, sendo que a outra permanecerá com o usuário; sob pena de, caso haja omissão do muni-cípio, os citados respondam a medidas administrativas e judiciais cabíveis.
Alessandra MelloMais baixas na Secretaria de Defesa Social. O chefe da
Polícia Civil de Minas Gerais, delegado-geral Jairo Lellis Filho, foi exonerado do cargo ontem pelo governador Anto-nio Augusto Anastasia (PSDB). A saída de Lellis foi anun-ciada quatro dias depois da nomeação do novo secretário, o procurador de Justiça licenciado Rômulo Ferraz, para o lugar do deputado estadual Lafayette Andrada (PSDB). A troca no comando do primeiro escalão da área de seguran-ça pública do governo aconteceu depois da divulgação dos dados sobre o aumento dos crimes violentos no estado e de problemas na integração entre as polícias Civil e Militar. O corregedor-geral da Polícia Civil, Cylton Brandão da Matta, é o novo chefe da Corporação. Ele assumirá o cargo na se-gunda-feira.
Além de Lellis, também foi exonerado o chefe-adjun-to da Polícia Civil, Jésus Trindade Barreto Júnior. No lugar dele assume a delegada Maria de Lurdes Camilli, atualmen-te chefe do 5º Departamento de Polícia Civil, sediado em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Lellis disse que deixou o cargo por vontade própria para se dedicar aos negócios da família na área de transportes e segurança. Ele fez um ba-lanço de sua gestão e destacou as “dificuldades” que teve de enfrentar no comando da Corporação, cargo que assumiu em janeiro de 2011.
Um dos principais problemas, segundo ele, é a falta de recursos humanos da Polícia Civil. Segundo a Associação
dos Delegados de Polícia (Adepol), Minas Gerais tem um déficit de cerca de 3 mil vagas. Lellis não quis comentar esses números. Disse apenas que o governo do estado abriu um concurso em fevereiro de 2011, ainda não concluído, para contratar 350 delegados e 200 escrivães, mas que o dé-ficit continua.
“Enquanto estou dando essa entrevista, alguém está pe-dindo a aposentadoria”. Além disso, segundo ele, faltam cer-ca de mil investigadores, carreira que não foi contemplada pela abertura de concurso. Em relação ao aumento da crimi-nalidade – somente de assassinatos o aumento foi de 22,1% –, ele disse que o “crime caminha, não só em Minas, mas em todo o país” e que as duas corporações, com toda a equi-pe da secretaria, sempre trabalharam com disposição para enfrentar os desafios e garantir mais segurança para toda a população. “Quero saber onde é fácil”.
O novo chefe da Polícia Civil é delegado há 26 anos. Foi coordenador da Delegacia Adida ao Juizado Especial Crimi-nal de Belo Horizonte, subcorregedor de Polícia, delegado regional de Uberaba e diretor-geral da Academia de Polícia Civil de Minas Gerais, antes de virar corregedor-geral. O nome do novo corregedor deve ser anunciado por Cylton Brandão nos próximos dias. Novas mudanças no comando da Secretaria de Defesa Social devem ser anunciadas nos próximos dias. Antes da demissão de Andrada e da queda do primeiro escalão da Polícia Civil, o governador já havia trocado o comando da Polícia Militar.
ESTADO DE MINAS – P. 04 - 24.03.2012 SEgURANÇA PÚBLICA
Polícia Civil sob novo comando
HOJE EM DIA - P . 17 E 18 - 24.03.2012
Reação contra a bandidagemDepois de mudar secretário, governo troca chefia da Polícia Civil na tentativa de conter violência
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O TEMPO - P. 22 - 24.03.2012
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Crise. Chefe da corporação, Jairo Lellis Filho entrega cargo sem resolver problemas como déficit de policiais
Trocas na cúpula da segurança chegam à chefia da Polícia Civil
CONT... HOJE EM DIA - P. 17 E 19 - 25.03.2012
O TEMPO - 1ª P. E P. 23 - 24.03.2012
Crime. Até março, foram 17 casos, contra 12 em todo o ano passado
Ataques a banco quintuplicam no Estado neste ano
Assalto a caixa eletrônico atinge a região metropolitana
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CONT... O TEMPO - P. 23 - 24.03.2012
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Zulmira FurbinoUm pedido de falência contra o grupo Promove, registrado original-
mente como Educação Infantil e Ensino Fundamental S/C, deu entrada na 1ª Vara Empresarial do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, no final de janeiro deste ano. A solicitação foi feita por um antigo credor da em-presa, a NRG Empreendimentos, depois que representantes do Promove assumiram em juízo que a organização não possui bens, faturamento ou rendimentos para fazer frente a uma dívida de
R$ 3,8 milhões por inadimplência no pagamento de aluguel do pré-dio onde funcionava o Colégio Promove, em Sete Lagoas. A situação de insolvência não se limita a essa dívida. Outros credores já entraram na Justiça contra a Sociedade Educativa do Brasil (Soebrás), que controla a Faculdade Promove em Belo Horizonte e Sete Lagoas, o colégio Promove da Pampulha e do Mangabeiras, o Pré-vestibular Promove e o Supletivo Promove. No fim do ano passado, a Justiça já tinha ordenado despejo da faculdade e do pré-vestibular, na Avenida João Pinheiro, no Centro da capital, por falta de pagamento de aluguel, uma dívida que ultrapassava R$ 1 milhão. Tiago Muniz, diretor da Soebrás, afirma que a empresa não foi citada na ação, mas que tomará as medidas necessárias para se prote-ger. Na ação homologada no fim de janeiro, a NRG pede seja decretada a falência da empresa e estendidos os efeitos dessa medida para o grupo econômico que hoje opera o sistema Promove.
No fim de 2006, a rede Promove se viu numa aguda crise financei-ra que envolveu atraso no pagamento dos professores, dívidas tributárias
calculadas à época em R$ 17 milhões e duas ações de despejo que corriam na Justiça. Ao mesmo tempo, o patrimônio e a marca Promove estavam devidamente protegidos numa sem grupo no Uruguai, a Keytex, que re-cebeu R$ 4 milhões. Desde 2003, o Colégio Promove, como foi origi-nalmente fundado, começou a desaparecer para fins judiciais a partir de uma série de mudanças societárias que afastaram os sócios, alterando sua razão social. Marcos Mello Ferreira Pinto, advogado da NRG, calcula que foram nada menos do que 79 mudanças.
“De 2003 para cá esvaziaram a sociedade. Aos poucos, o patrimônio líquido do contrato social, de R$ 16 milhões, desapareceu. Hoje a socieda-de falsa que eles criaram para se proteger tem patrimônio de R$ 1,2 mil”, diz. Segundo ele, essa série de mudanças no contrato social esvaziou a empresa a tal ponto que a falência teve que ser pedida pelo antigo locador do prédio em Sete Lagoas, onde funcionava o Promove. “Pedimos a fa-lência da sociedade original, que já não tem ativos, e a extensão para todas as empresas que operam a bandeira Promove hoje”. Em junho de 2008, o Promove foi intimado a pagar a dívida com a NRG ou a nomear bens de penhora com essa finalidade. A empresa buscou esses bens e não encon-trou. Diante disso, solicitou a penhora de 30% do faturamento do grupo.
“Não houve prestação de contas, conforme a ordem da Justiça”, diz a ação de pedido de falência. Intimados a prestar contas, os representantes informaram que não possuíam faturamento nem rendimento, que estavam “zerados”. Ainda segundo a ação, o fato é que a rede Promove continua a existir e a prestar serviços educacionais mediante pagamento.
ESTADO DE MINAS – P. 17 - 24.03.2012
JUSTIÇA - Pedida a falência do grupo Promove Acúmulo de dívidas e ordem de despejo de prédio em Sete Lagoas culminaram na solicitação do antigo credor
ESTADO DE MINAS - P. 02 - 26.03.2012E AINDA... Triângulo - Governo do Estado envia equipe de BH para
investigar mortes de três sem-terra e evita o aumento da tensão agrária
Reforço para apurar chacina
Landercy HemersonA recepcionista Jaisa Amorim de Queiroga, de 28 anos,
prestou ontem seu primeiro depoimento relacionado ao caso do empresário Djalma Brugnara Veloso, de 49 anos, cujo cor-po foi encontrado em 3 de fevereiro num dos quartos do mo-tel em que ela trabalha, na BR-356, Bairro Olhos D’água, no Barreiro, na capital. Jaisa, que estava na portaria por ocasião da chegada do empresário ao estabelecimento, não foi rela-cionada como testemunha no boletim de ocorrência policial. Ela já havia revelado ao Estado de Minas, no começo do mês passado, que Djalma Brugnara chegou sozinho ao motel em seu Peugeot branco.
A polêmica em torno da morte do empresário, que na madrugada de 2 de fevereiro assassinou a facadas sua mulher, a procuradora federal Ana Alice Moreira Melo, de 35, reacen-deu esta semana. O promotor Francisco de Assis Santiago, do 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, afirmou que faria novas apurações do caso. De acordo com ele, surgiram algumas dúvidas em relação ao inquérito po-licial, que concluiu que Djalma se matou com uma faca. A informação de que ele teria entrado no motel em companhia de uma mulher loira chamou a atenção do promotor.
Jaisa Queiroga, que trabalhou na madrugada de ontem no motel, contou que foi surpreendida pela manhã com a in-timação para prestar declarações no Departamento de Inves-tigações. “Fui ao DI e reafirmei o que já havia dito: o cliente estava sozinho em seu carro quando deu entrada no motel.”
Segundo Jaisa, o corpo de Djalma foi encontrado quase 20 horas depois que ele se hospedou no estabelecimento. “Já ti-nha largado serviço e estava em casa, de folga. Quando acha-ram o corpo me ligaram para saber informações e queriam que eu retornasse ao local. Como não tinha condução, um policial ficou de ir me buscar, o que não ocorreu”, explicou a recepcionista que depois de 49 dias prestou um depoimento oficial.
O delegado Wagner Pinto, chefe da Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV), disse ontem à noite que desconhecia o depoimento da recepcionista. De acordo com ele, o caso está sob responsabilidade de seu colega da Delegacia de Homicí-dios do Barreiro, Felipe Sales, que não foi encontrado para fa-lar. Pinto acrescentou que não recebeu qualquer pedido oficial do Ministério Público para realizar apurações complementa-res. Além da questão relacionada à suposta loira, o promo-tor Francisco Santiago quer saber as circunstâncias em que o empresário teria quebrado um dos dentes da frente, conforme consta em foto do laudo da perícia.
Segundo as investigações policiais, Djalma Brugnara as-sassinou a mulher na mansão do casal, no Residencial Villa Alpina, em Nova Lima, na Grande BH. Durante a agressão, a babá que cuida dos dois filhos do casal, de 3 e 7 anos, levou as crianças para o banheiro. Djalma fugiu em direção ao motel, onde seu corpo foi encontrado na madrugada do dia seguinte com 28 perfurações feitas com a mesma faca usada para ma-tar a procuradora.
E AINDA... gERAIS - Só 49 dias depois MORTE NO MOTEL - Recepcionista depõe sobre chegada de empresário à casa, após matar a mulher dele a facadas
ESTADO DE MINAS – P P. 02 - 24.03.2012
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ESTADO DE MINAS - P. 19 - 26.03.2012
Renata Mariz
Brasília – Prestes a ser apresentado, o relatório da re-forma do Código Penal na Câmara dos Deputados vai re-visar o peso do martelo nos crimes de homicídios, criando mais uma qualificadora: o preconceito. Hoje punido com 6 a 20 anos de cadeia, o ato de matar alguém, se motivado por discriminação de qualquer natureza, passará a ser cas-tigado com 12 a 30 anos. Por outro lado, o documento que será apresentado em no máximo um mês, conforme previsão do relator, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), abranda a pena em outros delitos, como a falsificação de cosméticos, cuja punição começa em 10 anos.
Para o relator, agravar os assassinatos motivados por discriminação cumpre uma lacuna existente na legislação. “Não importa se preconceito racial, de orientação sexual ou
de gênero, entendemos que deve ser classificado como uma nova qualificadora, visto que o motivo torpe, atualmente, às vezes não alcança os crimes praticados por discriminação”, afirma Molon.
Já a comissão de juristas nomeada pelo Senado para elaborar mudanças no código sugeriu em audiência pública ontem a criação do crime de enriquecimento ilícito. A pro-posta, porém, não é consensual.
O relator, o procurador-regional da República Luiz Carlos Gonçalves, mostrou-se favorável: “Corrupção é um crime difícil de ser flagrado, pois acontece sempre às escu-ras. Se atacarmos o enriquecimento ilícito dos agentes, não será necessário surpreender o ato em si, mas a consequência dele, que é o acréscimo patrimonial indevido”, explicou. O próprio presidente da comissão, o ministro Gilson Dipp, do Superior tribunal de Justiça (STJ), contudo, é contra.
FIM DE MISTÉRIODepois de dois anos investigando um desaparecimento ocorrido em 2009, Polícia Civil chega a um cabo da
PM lotado em Montes Claros, considerado um matador em série
Policial suspeito de 21 homicídios
ESTADO DE MINAS – P. 09 - 24.03.2012CRIMES POR PRECONCEITO
Novo Código Penal traz penas maiores Relatório de reforma do conjunto de leis prevê mínimo de 12 anos de cadeia nos casos de assassinatos motivados por discriminação. Juristas querem fechar o cerco aos corruptos
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A Associação Nacional dos Membros do Mi-nistério Público (Conamp) e a Associação Goiana do Ministério Público (AGMP) divulgaram, nes-ta sexta-feira (23/3), nota de repúdio ao atentado contra o promotor de Justiça em Goiás Douglas Roberto Ribeiro de Magalhães Chegury. Na nota, as entidades ressaltam que o ataque a Douglas atinge não só o promotor, mas todo o Ministério Público brasileiro.
O membro do MP-GO, que atua na comarca de São Domingos, teve o carro atingido por vários tiros na última quinta-feira (22/3) quando dirigia na rodovia entre Campos Belos e São Domingos, próximo à divisa de Goiás com o Tocantins. Ele conseguiu fugir do veículo e ficou escondido na mata até encontrar apoio, mais de sete horas após a emboscada. O promotor teve ferimentos leves e passa bem.
Douglas viajava para uma reunião na Regio-nal de Saúde de Campos Belos, por volta das 12h, quando foi surpreendido pelos disparos. Policiais encontraram o carro e informaram dois promoto-res que o aguardavam para o encontro. O grupo deu início às buscas na região. No final da tarde, ele foi encontrado com ferimentos leves, quilô-metros depois do local da emboscada. O promo-tor de 39 anos integra o MP de Goiás há um ano.
Na comarca em que atua, Douglas desenvol-ve um trabalho de combate aos crimes ambientais na região, com diversas medidas relacionadas a desmatamento ilegal e carvoarias. O promotor também integra a articulação para criar um proje-to especial do Ministério Público para o nordeste goiano.
O procurador-geral da Justiça de Goiás Bene-dito Torres, o chefe de gabinete da Procuradoria-Geral, Lauro Machado Nogueira, e dois promoto-res de Goiânia foram, na manhã desta sexta, para Campos Belos, onde visitaram Douglas e partici-param de uma reunião com representantes do MP e policiais militares. No encontro, foi discutido o trabalho pela busca dos suspeitos do atentado. Policiais militares de Goiânia também foram até a cidade para reforçar o trabalho na região. Sete delegados da Polícia Civil se reuniram com o co-
mando da Polícia Militar e o superintendente da Polícia Judiciária de Goiás. O carro em que o pro-motor estava quando sofreu o atentado foi levado para o município de Formosa, onde deve passar por uma perícia. Com informações da Assessoria de Imprensa da Conamp.
Leia a nota.
A Associação Nacional dos Membros do Mi-nistério Público (Conamp), entidade de classe que congrega os membros do Ministério Público dos estados, do Distrito Federal e do ramo mili-tar, e a Associação Goiana do Ministério Públi-co (AGMP), entidade de classe que congrega os Promotores e Procuradores de Justiça do Estado de Goiás, vêm a público REPUDIAR o atenta-do contra a vida do Promotor de Justiça Douglas Roberto Ribeiro de Magalhães Chegury, ocorrido na manhã desta quinta-feira, dia 22 de março de 2012, nas proximidades da cidade de São Domin-gos-GO.
A agressão praticada contra o membro do Ministério Público afronta o profissional e seus familiares, bem como a Instituição e a própria so-ciedade, destinatária de sua atuação firme e des-temida em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais.
Fatos como este não abalam nem intimidam os membros do Ministério Público no exercício de sua missão constitucional. Ao contrário, refor-çam o ideal de intransigente busca por Justiça.
A Conamp e a AGMP acompanham a eluci-dação do crime e a responsabilização rigorosa de todos os envolvidos. Ao Promotor de Justiça ata-cado, as entidades de classe iteram irrestrito apoio e solidariedade.
César Mattar Jr.Presidente Conamp
Alencar José VitalPresidente AGMP
Revista Consultor Jurídico, 24 de março de 2012
CONSULTOR JURíDICO - SP - CONAMP - P. 26.03.2012
Conamp e AGMP repudiam atentado contra promotor
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