2ª versão revista - seduc.pi.gov.br · maria carmen silveira barbosa ufrgs maria eunice ribeiro...
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2 verso revista
Ministrio da Educao
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
PROPOSTA PRELIMINAR
SEGUNDA VERSO
REVISTA
abril | 2016
MINISTRIO DA EDUCAO
Ministro de Estado da Educao:
Aloizio Mercadante
Secretaria Executiva:
Luiz Cludio Costa
Secretaria de Educao Bsica:
Manuel Palacios da Cunha e Melo
Diretoria de Currculos e Educao Integral:
Italo Modesto Dutra
Coordenao-Geral de Ensino Mdio:
Ricardo Magalhes Dias Cardozo
Coordenao-Geral de Ensino Fundamental:
lsio Jos Cor
Coordenao-Geral de Educao Infantil:
Rita de Cssia Freitas Coelho
Coordenao-Geral de Educao Integral:
Leandro da Costa Fialho
CONSED
Presidente / Secretrio de Estado de Educao de Santa Catarina:
Eduardo Deschamps
Secretaria Executiva:
Nilce Rosa da Costa
Vice-Presidente / Secretrio de Estado da Educao da Bahia:
Osvaldo Barreto Filho
Vice-Presidente / Secretrio de Estado de Educao do Amazonas:
Rossieli Soares da Silva
Vice-Presidente / Secretria de Estado de Educao do Mato Grosso do Sul:
Maria Cecilia Amendola da Motta
Vice-Presidente / Secretrio de Estado da Educao do Rio de Janeiro:
Antonio Jos Vieira de Paiva Neto
Vice-Presidente / Secretria de Estado da Educao do Paran:
Ana Seres Trento Comin
UNDIME NACIONAL
Presidncia:
Alessio Costa Lima
Dirigente Municipal de Educao de Tabuleiro do Norte/ CE
Vice-Presidncia:
Secretaria de Articulao:
Adenilde Stein Silva
Dirigente Municipal de Educao de Marechal Floriano/ ES
Secretaria de Coordenao Tcnica:
Jorcirley de Oliveira
Dirigente Municipal de Educao de Araguana/ TO
Secretaria de Comunicao:
Rodolfo Joaquim Pinto da Luz
Dirigente Municipal de Educao de Florianpolis/ SC
Secretaria de Finanas:
Maria Edineide de Almeida Batista
Dirigente Municipal de Educao de Lagoa de Pedras/ RN
Secretaria de Assuntos Jurdicos:
Horcio Francisco dos Reis Filho
Dirigente Municipal de Educao de Goiana/ PE
Presidncia Regio Centro-Oeste:
Virgnia Maria Pereira de Melo (em exerccio)
Dirigente Municipal de Educao de Anpolis/ GO
Presidncia Regio Nordeste:
Gelcivnia Mota Silva
Dirigente Municipal de Educao de Serrinha/ BA
Presidncia Regio Norte:
Edelson Penaforth Pinto
Dirigente Municipal de Educao de Tonantins/ AM
Presidncia Regio Sudeste:
Priscilla Maria Bonini Ribeiro
Dirigente Municipal de Educao de Guaruj/ SP
Presidncia Regio Sul
Celso Augusto de Souza de Oliveira (em exerccio)
Dirigente Municipal de Educao de Telmaco Borba/ PR
EQUIPE DE ASSESSORES E ESPECIALISTAS
COORDENAO
Hilda Aparecida Linhares da Silva Micarello UFJF
Isabel Cristina Alves da Silva Frade UFMG
COMIT DE ASSESSORES
Alex Branco Fraga UFRGS
Begma Tavares Barbosa UFJF
Edenia Maria Ribeiro do Amaral UFRPE
Edgar de Brito Lyra Netto PUC/RIO
Gilberto Icle UFRGS
Luiz Carlos Menezes USP
Marcelo Camara dos Santos UFPE
Marcelo Tadeu Baumann Burgos PUC/RIO
Margarete Schlatter UFRGS
Maria Carmen Silveira Barbosa UFRGS
Maria Eunice Ribeiro Marcondes USP
Maria Zlia Versiani Machado UFMG
Rosane Moreira Silva Meirelles UERJ
Zilma de Moraes Ramos de Oliveira USP
COMISSO DE ESPECIALISTAS
EDUCAO INFANTIL
Silvia Helena Vieira Cruz UFC
Paulo Srgio Fochi UNISINOS
ENSINO FUNDAMENTAL E MDIO
REA DE LINGUAGENS
LNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)
Maria de Nazar Pereira Rodrigues AC/Consed
Iracilda da Silva Almeida AL/Undime
Dbora Baroudi Nascimento SP/Undime
Denise Maria de Carvalho Lopes UFRN
Tania Tuchtenhagen Clarindo RS/Undime
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)
Wirley Jatniel Pi1nheiro de Oliveira AP/Consed
Leila Soares de Souza Perussolo RR/Undime
Eliana Merlin Deganutti de Barros UENP
ENSINO MDIO
Vilma Lenir Calixto PR/Consed
Paulo Andr Alves Figueiredo PA/Consed
Micheline Madureira Lage IFG
Adair Bonini UFSC
Andra Walder Zanatti MS/Consed
LNGUA ESTRANGEIRA MODERNA
ENSINO FUNDAMENTAL
Ivo Maral Vieira Junior DF/Consed
Joseni Terezinha Frainer Pasqualini SC/Consed
Parmenio Camura Cit UFRR
Massilia Maria Lira Dias UFC
ENSINO MDIO
Monica Lemos de Matos RJ/Consed
Ricardo Luiz Teixeira de Almeida UFF
Maria del Carmen Ftima Gonzles Daher UFF
ARTE
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)
Ana Paula Gomes MA/Consed
Leila Cristina Mattei Cirino PR/Consed
Marcos Villela Pereira PUC/RS
Carla Andrea Silva Lima UFU
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)
Henrique Lima Assis GO/Consed
Gerson da Silva Rodrigues SP/Undime
ENSINO MDIO
Carlos Eduardo Povinha SP/Consed
Claudia Cavalcante Cedraz Carib de Oliveira BA/Consed
Andreia Veber UEM
EDUCAO FSICA
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)
Vagno Ferreira de Sousa PA/Undime
Elias Carvalho Pereira Junior ES/Consed
Marcos Garcia Neira USP
Admir Soares de Almeida Junior PUC/MG
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)
Luciana Pegoraro Penteado Gandara TO/Consed
Alarcio Guimares MS/Undime
Suraya Cristina Darido UNESP
Santiago Pich UFSC
ENSINO MDIO
Joo Manoel de Faro Neto SE/Consed
Marclio Souza Jnior UPE
Vitor Powaczruk RS/Consed
Fernando Jaime Gonzlez UNIJUI
REA DE MATEMTICA
MATEMTICA
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)
Amarildo Ferreira RO/Consed
Paulo Meireles Barguil CE/Consed
Sandra Arlinda Carioca MG/Undime
Monica Cerbella Freire Mandarino UNIRIO
Maria Tereza Carneiro Soares UFPR
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)
Eriberto Barroso Faanha Filho AM/Consed
Vania Fonseca Maia RJ/Undime
Abrao Juvencio de Araujo UFPE
Rony Claudio de Oliveira Freitas IFES
ENSINO MDIO
Reinaldo de Luna Freire PB/Consed
Antonio Cardoso do Amaral PI/Consed
Maria Isabel Ramalho Ortigo UERJ
Ruy Cesar Pietropaolo Universidade Anhanguera
REA DE CINCIAS DA NATUREZA
CINCIAS
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)
Joelma Bezerra da Silva RR/Consed
Giselly Rodrigues das Neves Silva Gomes MT/Consed
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)
Maria Oneide de Oliveira Enes Costa RO/Consed
Yassuko Hosoume IF/USP
Mauricio Compiani FE/UNICAMP
BIOLOGIA
ENSINO MDIO
Minancy Gomes de Oliveira PE/Consed
Gleyson Souza dos Santos SE/Consed
Claudia de Alencar Serra e Sepulveda UEFS
Danusa Munford UFMG
Marcelo Tadeu Motokane USP
FSICA
ENSINO MDIO
Andre Luiz Ribeiro Vianna BA/Consed
Suzana Maria de Castro Lins PE/Consed
Milton Antonio Auth FACIPI/UFU
Eduardo Adolfo Terrazzan UFSMS
Andr Ferrer Pinto Martins UFRN
QUMICA
ENSINO MDIO
Maurcio Brito da Silva AM/Consed
Maria Rosrio dos Santos PI/Consed
Ricardo Gauche UnB
Agustina Rosa Echeverra UFG
Eduardo Fleury Mortimer FaE/UFMG
REA DE CINCIAS HUMANAS
HISTRIA
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)
Tatiana Garglio Clark Xavier MG/Consed
Maria da Guia de Oliveira Medeiros RN/Undime
Margarida Maria Dias de Oliveira UFRN
Leila Soares de Souza Perussolo RR/Undime
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)
Marinelma Costa Meireles MA/Consed
Rilma Suely de Souza Melo PB/Undime
Giovani Jose da Silva UFAP
ENSINO MDIO
Reginaldo Gomes da Silva AP/Consed
Antonio Daniel Marinho Ribeiro AL/Consed
Leandro Mendes Rocha UFG
GEOGRAFIA
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)
Genildo Alves da Silva AC/Consed
Marcia Garcia Leal Pires DF/Consed
Gisele Girardi UFES
Inia Franco de Novaes ESEBA/UFU
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)
Paulo Gerson de Lima RN/Consed
Cleudemarcos Lopes Feitoza CE/Undime
Claudia Luisa Zeferino Pires UFRGS
Jussara Fraga Portugal UNEB
ENSINO MDIO
Maycon Silva de Oliveira TO/Consed
Samuel Silva Chaves MT/Consed
Edilza Laray de Jesus UEA
Flaviana Gasparotti Nunes UFGD
ENSINO RELIGIOSO
ENSINO FUNDAMENTAL
Adecir Pozzer SC/Consed
Simone Riske Koch SC/Consed
Leonel Piovezana UNOCHAPECO
Francisco Sales Bastos Palheta UFAM
FILOSOFIA
ENSINO MDIO
Emerson Costa SP/Consed
Jos Ailto Vargas da Rosa ES/Undime/SEDUC
Erico Andrade Marques de Oliveira UFPE
SOCIOLOGIA
ENSINO MDIO
Fabiano Farias de Souza RJ/Consed
Marcos Antonio Silva MG/Consed
Ileizi Luciana Fiorelli Silva UEL
Hayde Glria Cruz Caruso UnB
PROFESSORES QUE COLABORARAM COMO REVISORES DOS DOCUMENTOS DA BNCC
Rosangela Veiga Jlio Ferreira Colgio de Aplicao Joo XXIII / UFJF
Vania Fernandes Colgio de Aplicao Joo XXIII / UFJF
Simone da Silva Ribeiro Colgio de Aplicao Joo XXIII / UFJF
Luciene Ferreira da Silva Guedes Colgio de Aplicao Joo XXIII / UFJF
Mrcio Fagundes Alves Instituto Metodista Granbery
Orlando Ednei Ferretti Universidade Federal de Santa Catarina
Gabriela Pellegrino Soares Universidade de So Paulo
ASSESSORIA DE COMUNICAO SOCIAL AO PORTAL DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
Henrique Polidoro
Paula Habib
Daniela Mendes
EQUIPE DE ARQUITETURA DA INFORMAO DO PORTAL DA BNCC
Edna Rezende Silveira de Alcantara (UFJF Coordenadora)
Slvio Lucas Pereira Filho
Douglas Carvalho
Rafael Soares Vieira
EQUIPE DE SISTEMATIZAO DAS CONTRIBUIES AO PORTAL DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
PESQUISADORES
Thrse Hofmann Gatti Rodrigues da Costa (UnB Coordenadora)
Adriana Almeida Sales de Melo (UnB)
Alan Ricardo da Silva (UnB)
Claudete de Fatima Ruas (UnB)
Edgar de Brito Lyra Netto (PUC-Rio)
Edna Rezende Silveira de Alcantara (UFJF)
Gilberto Daisson Santos (UnB)
Gilberto Lacerda Santos (UnB)
Janana de Aquino Ferraz UnB)
Jos Angelo Belloni (UnB)
Loureine Raposo Oliveira Garcez (UnB)
Luiz Honorato da Silva Jnior (UnB)
Marcelo Tadeu Baumann Burgos (PUC-Rio)
Ricardo Barros Sampaio (UnB)
Rudi Henri van Els (UnB)
Valdir Adilson Steinke (UnB)
AUXILIARES DE PESQUISA
ACRE
Maria Gomes Cordeiro
Patrcia Maria de Souza Rgio
ALAGOAS
Ana Maria do Nascimento Silva
Edluza Maria Soares de Oliveira
Luiz Carlos Santos de Oliveira
AMAP
Fbio do Socorro Dias Brito
Jonas Loureiro Dias
AMAZONAS
Willas Dias da Costa
Soraya de Oliveira Lima
Regina Clia Moraes Vieira
BAHIA
Ana Cristina Silva de Oliveira Pereira
Alexsandro Rocha de Souza
Helaine Pereira de Souza
Anny Carneiro Santos
CEAR
Gilmar Dantas da Silva
Maria de Jesus Arajo Ribeiro
Nilson de Souza Cardoso
DISTRITO FEDERAL
Norma Lcia de Queiroz
Denise de Oliveira Alves
ESPRITO SANTO
Jomaira Ramos de Freitas Mariano
Joo Paulo Derocy Cpa
Elias Carvalho Pereira Junior
GOIS
Ivone Garcia Barbosa
Luciana Barbosa Candido Carniello
Regina Efigenia de Jesus Silva Rodrigues
MARANHO
Helyne Costa de Jesus
Ozana Guterres de Abreu
Elaine Arajo Gheysens
Maria Gorethi dos Santos Camelo
MATO GROSSO
Taciana Balth Jordo
Rosemai Maria Victorio
Otair Rodrigues Rondon Filho
MATO GROSSO DO SUL
Alfredo Souza de Oliveira
Adriano da Fonseca Melo
MINAS GERAIS
Eliane Nogueira de Azevedo
Elaine Maria de Camargos
Srgio Augusto Domingues
Sulamita Maria Comini Csar
PAR
Sandra Helena Atade de Lima
Silvia Sueli Santos da Silva
PARABA
Francio Xavier Santos Costa
Iara de Oliveira Barros Arajo
Tania Dantas Gama
PARAN
Andreliza Cristina de Souza
Edinia Aparecida Chaves de Oliveira
Fabiane Freire Frana
Tania Conceio Iglesias
PERNAMBUCO
Leocdia Maria da Hora Neta
Marxwell Jos Albuquerque Alves da Silva
Maria de Ftima de Andrade Bezerra
Claudinne Briano Canuto
PIAU
Antonio de Sousa Silva
Raimundo Araujo Costa Sobrinho
Rizalva dos Santos Cardoso Rablo
RIO DE JANEIRO
Leonardo Elydio da Silveira
Sabrina Machado Campos
Giselle Maria Sarti Leal Muniz Alves
Marcus Vinicius Silva de Oliveira
RIO GRANDE DO NORTE
Dbora Maria do Nascimento
Margarete Ferreira do Vale de Sousa
Maria Lcia Pessoa Sampaio
RIO GRANDE DO SUL
Rossana Padilha Negreira
Rudson Adriano Rossato da Luz
Maria Jose Fernandes dos Reis Fink
Isabel Letcia Pedroso de Medeiros
RONDNIA
Mariza Salvi
Janette de Ftima Reis
RORAIMA
Adriana Carla Oliveira de Morais Vale
Catarina Janira Padilha
SANTA CATARINA
Mrcia Ins Bernadt Wurzius
Suzy de Castro Alves
Rosa Cristina Cavalcanti de Albuquerque Pires
SO PAULO
Fabiana Granado Garcia Sampaio
Luana Serra Elias Tavares
Luiz Miguel Martins Garcia
Mara Suzany Romano Bergamo
SERGIPE
Gabriela Zelice de Queiroz da Cruz
Francileide Souza Alves
TOCANTINS
Maria Rita de Cssia Labanca
Robson Vila Nova Lopes
COORDENADORES INSTITUCIONAIS DAS COMISSES ESTADUAIS PARA A DISCUSSO DA BNCC
COORDENADORES INDICADOS PELAS PRESIDNCIAS ESTADUAIS DA UNDIME
Maria Izaunria Nunes da Silva UNDIME/AC
Josefa da Conceio UNDIME/AL
Silleti Lcia Sarubi de Lyra UNDIME/AM
Cleiberton Riullen Souza dos Santos UNDIME/AP
Rosilene Vila Nova Cavalcante UNDIME/BA
Regivaldo Freires da Silva UNDIME/CE
Jomaira Ramos de Freitas Mariano UNDIME/ES
Luciana Barbosa Candido Carniello UNDIME/GO
Maria Gorethi dos Santos Camelo UNDIME/MA
Maria Virgnia Morais Garcia UNDIME/MG
Marilda Fernandes de Oliveira Coelho UNDIME/MS
Lenir de Ftima Alves Ferreira Vronski UNDIME/MT
Nair Cristine da Silva Mascarenhas UNDIME/PA
Rosilda Maria Silva UNDIME/PB
Aderito Hilton do Nascimento UNDIME/PE
Antonio de Sousa UNDIME/PI
Alessandro Cristian Vin Linsingen UNDIME/PR
Andrea Machado Pereira de Carvalho UNDIME/RJ
Andrea Carla Pereira CAmpos Cunha UNDIME/RN
Maria Edineide de Almeda Batista UNDIME/RN
Mariza Salvi UNDIME/RO
Kennedy Leite da Silva UNDIME/RR
Mrcia Adriana de Carvalho UNDIME/RS
Mareni de Ftima Rosa da Silva UNDIME/SC
Paulo Roberto Caduda Santos UNDIME/SE
Maridalva Oliveira Amorim Bertacini UNDIME/SP
Cristiane Terezinha Vidotti UNDIME/TO
COORDENADORES INDICADOS PELAS SECRETARIAS ESTADUAIS DE EDUCAO
Rbia de Abreu Cavalcante CONSED/AC
Laura Cristiane de Souza CONSED/AL
Vera Lcia Lima da Silva CONSED/AM
Ailton Asdrubal Cardoso Guedes CONSED/AP
Valdirene Oliveira Souza CONSED/BA
Betania Maria Gomes Raquel CONSED/CE
Rita de Cacia V.M. de Sousa CONSED/DF
Joo Paulo Derocy Cpa CONSED/ES
Wisley Joo Pereira CONSED/GO
Silvana Maria Machado Bastos CONSED/MA
Augusta Aparecida Neves de Mendona CONSED/MG
Hlio Queiroz Daher CONSED/MS
Otair Rodrigues Rondon Filho CONSED/MT
Maria Beatriz Mandelert Padovani CONSED/PA
Aparecida de Ftima Uchoa Rangel CONSED/PB
Ana Coelho Vieira Selva CONSED/PE
Carlos Alberto Pereira da Silva CONSED/PI
Rosangela Bezerra de Melo CONSED/PR
Fabiano Farias de Souza CONSED/RJ
Alessandro Augusto de Azevedo CONSED/RN
Joel Domingos Pereira CONSED/RO
Mrcia Helena Maia de Lima CONSED/RR
Maria Jos Fernandes dos Reis Fink CONSED/RS
Jlia Siqueira da Rocha CONSED/SC
Gabriela Zelice de Queiroz da Cruz CONSED/SE
Ghisleine Trigo Silveira CONSED/SP
Divino Mariosan Rodrigues de Siqueira CONSED/TO
AGRADECIMENTOS
O Ministrio da Educao agradece a interlocuo estabelecida com as Associaes Profissionais e Cientficas
abaixo listadas pelas contribuies crticas na discusso pblica para a construo da Base Nacional Comum
Curricular.
INSTITUIO Presidente
ABE ASSOCIAO BRASILEIRA DE ESTATISTICA Vera Lucia Damasceno Tomazella
ABFHIB Associao Brasileira de Filosofia e Histria da Biologia Aldo Mellender de Arajo
ABH Associao Brasileira de Hispanistas Diana Araujo Pereira
ABRACE Associao Brasileira de Pesquisa e Ps-graduao em Artes Cnicas
Narciso Laranjeira Telles da Silva
ABRALIC Associao Brasileira de Literatura Comparada Joo Cezar de Castro Rocha
ABRALIN Associao Brasileira de Lingustica Mariangela Rios de Oliveira
ABRAPEC Associao Brasileira de Pesquisa em Educao em Cincias
Sandra Escovedo Selles
AGB NACIONAL Associao dos Gegrafos Brasileiros Mrcio Cataia
ALAB Associao de Lingustica Aplicada do Brasil Paula Tatianne Carrra Szundy
ANDA Associao Nacional de Pesquisadores em Dana Lenira Peral Rengel
ANPAP Associao Nacional de Pesquisadores em Artes Plsticas
Nara Cristina Santos
ANPED Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa em Educao
Andra Barbosa Gouveia
ANPEGE Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa em Geografia
Dirce Maria Antunes Suertegaray
ANPOCS Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa em Cincias Sociais
Jos Ricardo Ramalho
ANPOF Associao Nacional de Ps-Graduao em Filosofia Marcelo Carvalho
ANPOLL Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa em Letras e Lingustica
Fabio Akcelrud Duro
ANPUH Associao Nacional de Histria Maria Helena Rolim Capelato
Braz-TESOL Valria Frana
CBCE Colgio Brasileiro de Cincias do Esporte Simone Rechia
CEALE Centro de alfabetizao, leitura e escrita Isabel Cristina Alves da Silva Frade
CENPEC Centro de Estudos e Pesquisas em Educao, Cultura e Ao Comunitria
Maria Alice Setubal
CONEF - Comit Nacional de Educao Financeira Banco Central do Brasil
FAEB Federao de Arte/Educadores do Brasil Ana Luiza Ruschel Nunes
IMPA Instituto Nacional de Matemtica Pura e Aplicada Diretor Geral: Marcelo Viana
SBEM Sociedade Brasileira de Educao Matemtica Alessandro Jacques Ribeiro
SBEnBIO Associao Brasileira de Ensino de Biologia Ana Cla Braga Moreira Ayres
SBC Sociedade Brasileira de Computao Lisandro Zambenedetti Granville
SBF Sociedade Brasileira de Fsica Ricardo Magnus Osrio Galvo
SBM Sociedade Brasileira de Matemtica Hilrio Alencar
SBMAC Sociedade Brasileira de Matemtica Aplicada e Computacional
Antonio Jos da Silva Neto
SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia Helena B. Nader
SBQ Sociedade Brasileira de Qumica Adriano D. Andricopulo
O Ministrio da Educao agradece aos pesquisadores abaixo listados pela contribuio discusso pblica
na forma de pareceres crticos sobre a primeira verso preliminar da BNCC
reasComponentes
CurricularesNome do Especialista Indicado Instituio
LIN
Lngua
Portuguesa
Gilvan Mller de Oliveira Universidade Federal de Santa Catarina
Edleise Mendes Oliveira Santos Universidade Federal da Bahia
Terezinha da Conceio Costa-Hbes Universidade Estadual do Oeste do Paran
Ana Maria de Mattos Guimares Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Maria Cristina Rigoni Costa Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Marcos Arajo Bagno Universidade de Braslia
Sirio Possenti Universidade Estadual de Campinas
Delaine Cafiero Bicalho Universidade Federal de Minas Gerais
Lngua
Estrangeira
Alexandre do Nascimento Almeida Universidade Federal de Cincias da Sade de Porto Alegre
Silvana de Gaspari Universidade Federal de Santa Catarina
Rosa Maria de Oliveira Graa Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Clara Zeni Camargo Dornelles Universidade Federal do Pampa
Ins Kayon de Miller Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro
Marcia Paraquett Fernandes Universidade Federal da Bahia
Werner Heidermann Universidade Federal de Santa Catarina
Claudia Estevam Costa Colgio Pedro II
Arte
Aldo Victorio Filho Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Mirian Celeste Ferreira Dias Martins Universidade Presbiteriana Mackenzie
Alexandre Jos Molina Universidade Federal de Uberlandia
Cassia Navas Alves de Castro Universidade Estadual de Campinas
Luciana Marta Del-Bem Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Monica Torres Bonatto Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Carminda Mendes Andr Universidade Estadual Paulista
Educao
Fsica
Jos Angelo Gariglio Universidade Federal de Minas Gerais
Lvia Tenorio Brasileiro Universidade de Pernambuco
Marta Gen Soares Universidade do Estado do Par
Ricardo Rezer Universidade Comunitria da Regio de Chapec
Valter Bracht Universidade Federal do Esprito Santo
Vania de Ftima Matias de Souza Universidade Estadual de Maring
Anegleyce Teodoro Rodrigues Universidade Federal de Gois
Rodolfo Rozengardt Universidad Nacional de La Pampa /
Universidad Nacional de Avaellaneda
MAT Matemtica
Maria Alice Gravina Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Paulo Cezar Pinto Carvalho Instituto Nacional de Matemtica Pura e Aplicada / Fundao Getlio Vargas
Alcilea Augusto Universidade Federal do Rio de Janeiro
Airton Carrio Universidade Federal de Minas Gerais
Crmen Lcia Brancaglion Passos Universidade Federal de So Carlos
Adair Mendes Nacarato Universidade So Francisco
Cristiano Alberto Muniz Universidade de Braslia
Iole de Freitas Druck Universidade de So Paulo
CN
Qumica
Luiz Henrique Ferreira Universidade Federal de So Carlos
Flvia Maria Teixeira dos Santos Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Fsica
Maurcio Pietrocola Pinto de Oliveira Universidade de So Paulo
Cibelle Celestino Silva Universidade de So Paulo
Rosilia Oliveira de Almeida Universidade Federal da Bahia
Helenice Aparecida Bastos Rocha Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Renilson Rosa Ribeiro Universidade Federal de Mato Grosso
Luis Fernando Cerri Universidade Estadual de Ponta Grossa
Marieta de Moraes Ferreira Universidade Federal do Rio de Janeiro
Marcelo de Souza Magalhes Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Martha Campos Abreu Universidade Federal Fluminense
Sandra Regina Ferreira de Oliveira Universidade Estadual de Londrina
Pedro Paulo Abreu Funari Universidade Estadual de Campinas
Flavia Eloisa Caimi Universidade de Passo Fundo
CH
Geografia
Douglas Santos Universidade Federal da Grande Dourados / Universidade Pedaggica de Moambique
Jos Eustquio de Sene Universidade de So Paulo
Marcos Antonio Campos couto Universidade estadual do Rio de Janeiro
Maria Elena Ramos Simielli USP - Universidade de So Paulo
Vania Rubia Farias Vlach Universidade Federal de Uberlandia
Dirce Maria Antunes Suertegaray Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Amlia Regina Batista Nogueira Universidade Federal do Amazonas
Nestor Andr Kaercher Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Elcio Cecchetti FURB / UFSC
Filosofia
Eduardo Salles de Oliveira Barra Universidade Federal do Paran
Patrcia Del Nero Velasco Universidade Federal do ABC
Elisete Medianeira Tomazetti Universidade Federal de Santa Maria
Filipe Ceppas de Carvalho e Faria Universidade Federal do Rio de Janeiro
Carlos Benedito de Campos Martins Universidade de Braslia
Diogo Tourino de Sousa Universidade Federal de Santa Maria
Helena Maria Bomeny Garchet Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Educao
InfantilEducao Infantil
Eloisa Acires Candal Rocha Universidade Federal de Santa Catarina
Vania Carvalho de Arajo Universidade Federal do Esprito Santo
Tizuko Morchida Kishinoto Universidade de So Paulo
Sonia Kramer Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro
Temas da
Diversidade
Direitos Humanos
Dbora Diniz Universidade de BrasliaAnis Instituto de Biotica
Educao Inclusiva
Maria Teresa Egler Montoan Universidade Estadual de Campinas
Educao Ambiental
Marcos Sorrentino Universidade de So Paulo
Luis Donisete Benzi Grupioni Universidade de So Paulo e Secretrio-Executivo do Instituto de Pesquisa e Formao em Educao Indgena
Antonio Hilario Aguilera Urquiza Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Wilma de Nazar Baa Coelho Universidade Federal do Par
Educao IntegralClarice Salete Traversini Universidade Federal do Rio Grande do
Sul
Luiz Alexandre Oxley da Rocha Universidade Federal do Esprito Santo
SUMRIO
SOBRE A CONSTRUO DE UMA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR PARA O BRASIL ............................24
PRINCPIOS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E DIREITOS DE APRENDIZAGEM E
DESENVOLVIMENTO ..........................................................................................................................................33
A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR ........................................................................................................44
A ETAPA DA EDUCAO INFANTIL ....................................................................................................................53
AS REAS DO CONHECIMENTO E SEUS COMPONENTES CURRICULARES NA BASE NACIONAL COMUM
CURRICULAR .....................................................................................................................................................85
A REA DE LINGUAGENS ............................................................................................................................................................................... 86
Lngua Portuguesa .........................................................................................................................................................................................87
Educao Fsica ............................................................................................................................................................................................. 99
Arte .................................................................................................................................................................................................................112
Lngua Estrangeira Moderna ........................................................................................................................................................................119
A REA DE MATEMTICA ...............................................................................................................................................................................131
Matemtica ................................................................................................................................................................................................... 134
A REA DE CINCIAS DA NATUREZA ............................................................................................................................................................ 136
Cincias ........................................................................................................................................................................................................ 141
Fsica ............................................................................................................................................................................................................. 142
Qumica ......................................................................................................................................................................................................... 146
Biologia ......................................................................................................................................................................................................... 149
A REA DE CINCIAS HUMANAS .................................................................................................................................................................. 152
Histria .......................................................................................................................................................................................................... 154
Geografia ...................................................................................................................................................................................................... 157
Sociologia ..................................................................................................................................................................................................... 164
Filosofia ........................................................................................................................................................................................................166
A REA DE ENSINO RELIGIOSO .................................................................................................................................................................... 168
A ETAPA DO ENSINO FUNDAMENTAL ...............................................................................................................175
EIXOS DE FORMAO DO ENSINO FUNDAMENTAL .................................................................................................................................... 176
OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL .............................................................................................. 180
OS/AS ESTUDANTES E SUA RELAO COM O CONHECIMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ................................180
AS REAS DE CONHECIMENTO E OS COMPONENTES CURRICULARES NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ..................... 183
A REA DE LINGUAGENS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL .............................................................................................. 183
A Lngua Portuguesa nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ............................................................................................................... 185
A Arte nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ....................................................................................................................................... 234
A Educao Fsica nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental................................................................................................................... 240
A REA DE MATEMTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................................. 252
A REA DE CINCIAS DA NATUREZA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ........................................................................... 282
A REA DE CINCIAS HUMANAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................................. 296
A Histria nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ................................................................................................................................. 298
A Geografia nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ..............................................................................................................................310
A REA DE ENSINO RELIGIOSO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ....................................................................................316
OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................................... 321
OS/AS ESTUDANTES E SUA RELAO COM O CONHECIMENTO NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL...................................321
A REA DE LINGUAGENS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................................................ 324
A Lngua Portuguesa nos Anos Finais do Ensino Fundamental ............................................................................................................... 327
A Lngua Estrangeira Moderna nos Anos Finais do Ensino Fundamental ................................................................................................ 368
A Educao Fsica nos Anos Finais do Ensino Fundamental ................................................................................................................... 382
A Arte nos Anos Finais do Ensino Fundamental ........................................................................................................................................ 394
A REA DE MATEMTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................................................400
A REA DE CINCIAS DA NATUREZA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................. 436
A REA DE CINCIAS HUMANAS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.................................................................................... 450
A Geografia nos Anos Finais do Ensino Fundamental............................................................................................................................... 452
A Histria nos Anos Finais do Ensino Fundamental .................................................................................................................................. 460
A REA DE ENSINO RELIGIOSO NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ......................................................................................478
A ETAPA DO ENSINO MDIO ............................................................................................................................487
OS/AS ESTUDANTES E SUA RELAO COM O CONHECIMENTO NO ENSINO MDIO .............................................................................. 488
FINALIDADES, DIMENSES E EIXOS DE FORMAO DO ENSINO MDIO ................................................................................................. 489
PROGRESSES E CAMINHOS DE FORMAO INTEGRADA NO ENSINO MDIO ....................................................................................... 494
AS POSSIBILIDADES DE INTEGRAO DO ENSINO MDIO EDUCAO PROFISSIONAL E TECNOLGICA ........................................... 495
AS REAS DE CONHECIMENTO E OS COMPONENTES CURRICULARES DO ENSINO MDIO ................................................................... 499
A REA DE LINGUAGENS NO ENSINO MDIO.............................................................................................................................................500
A Lngua Portuguesa no Ensino Mdio ....................................................................................................................................................... 504
A Lngua Estrangeira Moderna no Ensino Mdio ........................................................................................................................................ 514
A Arte no Ensino Mdio ................................................................................................................................................................................516
A Educao Fsica no Ensino Mdio ........................................................................................................................................................... 524
UNIDADES CURRICULARES DA REA DE LINGUAGENS PARA O ENSINO MDIO ..................................................................................... 528
A REA DE MATEMTICA NO ENSINO MDIO ............................................................................................................................................ 559
A Matemtica no Ensino Mdio ...................................................................................................................................................................561
AS UNIDADES CURRICULARES DE MATEMTICA ....................................................................................................................................... 562
A REA DE CINCIAS DA NATUREZA NO ENSINO MDIO .......................................................................................................................... 582
A Fsica no Ensino Mdio ............................................................................................................................................................................ 586
A Qumica no Ensino Mdio .........................................................................................................................................................................591
A Biologia no Ensino Mdio ........................................................................................................................................................................596
AS UNIDADES CURRICULARES DA REA DE CINCIAS DA NATUREZA PARA O ENSINO MDIO .............................................................. 604
A REA DAS CINCIAS HUMANAS NO ENSINO MDIO .............................................................................................................................. 628
A Histria no Ensino Mdio ..........................................................................................................................................................................631
A Geografia no Ensino Mdio ..................................................................................................................................................................... 632
A Sociologia no Ensino Mdio .................................................................................................................................................................... 634
A Filosofia no Ensino Mdio ........................................................................................................................................................................ 635
AS UNIDADES CURRICULARES DA REA DE CINCIAS HUMANAS NO ENSINO MDIO ........................................................................... 637
SOBRE A CONSTRUO DE UMA BASE NACIONAL CO-
MUM CURRICULAR PARA O BRASIL
O presente documento, fruto de amplo processo de debate e negocia-
o com diferentes atores do campo educacional e com a sociedade
brasileira em geral, apresenta os Direitos e Objetivos de Aprendiza-
gem e Desenvolvimento que devem orientar a elaborao de currcu-
los para as diferentes etapas de escolarizao. Apresenta-se, aqui, a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educao Bsica.
A Base Nacional Comum Curricular uma exigncia colocada para o
sistema educacional brasileiro pela Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cao Nacional (Brasil, 1996; 2013), pelas Diretrizes Curriculares Na-
cionais Gerais da Educao Bsica (Brasil, 2009) e pelo Plano Nacio-
nal de Educao (Brasil, 2014), e deve se constituir como um avano
na construo da qualidade da educao.
Para o Ministrio da Educao, o que deve nortear um projeto de na-
o a formao humana integral e uma educao de qualidade so-
cial. Em consonancia com seu papel de coordenar a poltica nacional
de Educao Bsica, o MEC desencadeou um amplo processo de dis-
cusso da Base Nacional Comum Curricular da Educao Bsica.
A BNCC, cuja finalidade orientar os sistemas na elaborao de suas
propostas curriculares, tem como fundamento o direito aprendiza-
gem e ao desenvolvimento, em conformidade com o que preceituam o
Plano Nacional de Educao (PNE) e a Conferncia Nacional de Edu-
cao (CONAE).
A concepo de educao como direito abarca as intencionalidades
do processo educacional, em direo garantia de acesso, pelos es-
tudantes e pelas estudantes, s condies para seu exerccio de cida-
1
24
dania. Os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento1, apresenta-
dos pelos componentes curriculares que integram a BNCC, referem-se
a essas intencionalidades educacionais.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Edu-
cao Bsica (DCNEB) e a prpria Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cao Nacional (LDB), entende-se a Base Nacional Comum Curricular
como
os conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente,
expressos nas polticas pblicas e que so gerados nas institui-
es produtoras do conhecimento cientfico e tecnolgico; no
mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas ati-
vidades desportivas e corporais; na produo artstica; nas for-
mas diversas de exerccio da cidadania; nos movimentos sociais
(Parecer CNE/CEB n 07/2010, p. 31).
Dado seu carter de construo participativa, espera-se que a BNCC
seja balizadora do direito dos/as estudantes da Educao Bsica,
numa perspectiva inclusiva, de aprender e de se desenvolver. Uma
base comum curricular, documento de carter normativo, referncia
para que as escolas e os sistemas de ensino elaborem seus currculos,
constituindo-se instrumento de gesto pedaggica das redes. Para tal,
precisa estar articulada a um conjunto de outras polticas e aes, em
ambito federal, estadual e municipal, que permitam a efetivao de
princpios, metas e objetivos em torno dos quais se organiza.
A Base Nacional Comum integra a Poltica Nacional de Educao B-
sica, conforme a figura a seguir.
1 De acordo com o Glossrio de Terminologia Curricular da UNESCO, objetivos de aprendizagem refe-rem-se especificao da aprendizagem a ser alcanada ao trmino de um programa ou de uma atividade educacional (Adaptado de: UNESCO-UIS,2012). Tambm possvel especificar objetivos de aprendizagem para uma lio, um tema, um ano ou todo um curso (UNESCO, 2016).
25
As quatro polticas que decorrem da BNCC Poltica Nacional de For-
mao de Professores, Poltica Nacional de Materiais e Tecnologias
Educacionais, Poltica Nacional de Avaliao da Educao Bsica e
Poltica Nacional de Infraestrutura Escolar articulam-se para garantir
as condies que geram a qualidade na Educao Bsica, ou seja, o
direito de aprender e de se desenvolver dos/das estudantes da Edu-
cao Bsica, acolhidos em sua diversidade e em uma perspectiva
inclusiva. Desse modo, a existncia de uma base comum para os cur-
rculos demandar aes articuladas das polticas dela decorrentes,
sem as quais ela no cumprir seu papel de contribuir para a melhoria
da qualidade da Educao Bsica brasileira e para a construo de
um Sistema Nacional de Educao.
A educao, compreendida como direito humano, individual e cole-
tivo, habilita para o exerccio de outros direitos, e capacita ao pleno
exerccio da cidadania. A educao , pois, processo e prtica que se
concretizam nas relaes sociais que transcendem o espao e o tem-
po escolares, tendo em vista os diferentes sujeitos que a demandam
(Parecer CNE/CEB n 07/2010, p. 16).
26
O PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA CONQUISTA DOS DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
Os movimentos sociais tm importante papel na definio dos direitos
de aprendizagem e desenvolvimento que fundamentam a elaborao
da BNCC. O Parecer CNE/CEB n 11/2010, elaborado pela Camara de
Educao Bsica (CEB) do Conselho Nacional de Educao, explicitou
a importancia dos movimentos sociais para o respeito e a conside-
rao s diferenas entre os sujeitos que fazem parte da sociedade,
assegurando lugar sua expresso. Na BNCC, o respeito e a conside-
rao a que alude o parecer se explicita na oferta de condies para
que todos os brasileiros e todas as brasileiras tenham acesso a conhe-
cimentos e a condies de aprendizagem e desenvolvimento que lhes
assegurem o pleno exerccio da cidadania.
Nesse sentido, para que a incluso social se efetive, fundamental a
incorporao, aos documentos curriculares, de narrativas dos grupos
historicamente excludos, de modo que se contemple, nas polticas
pblicas educacionais, a diversidade humana, social, cultural, econo-
mica da sociedade brasileira, tendo em vista a superao de discrimi-
naes.
A Conferncia Nacional de Educao exerce relevante papel nesse
processo, na medida em que se constitui como espao social de dis-
cusso da educao brasileira, articulando agentes institucionais, da
sociedade civil e dos governos, em prol da efetivao da educao
como direito social, com qualidade, para todos.
A BNCC E A CONSTRUO DE UM SISTEMA NACIONAL DE EDUCAO
No contexto da estrutura federativa brasileira, na qual convivem siste-
mas educacionais autonomos, fazem-se necessrias a regulamenta-
o e a institucionalizao de um regime de colaborao que efetive
o projeto de educao nacional via Sistema Nacional de Educao
(SNE). O Plano Nacional de Educao (PNE) determina que o poder
pblico, contados dois anos a partir da publicao da Lei n 13.005,
de 25 de junho de 2014, dever instituir, em lei especfica, o SNE, en-
tendido como um conjunto unificado que articula todas as dimenses
27
da educao, no intuito de promover a equidade, com qualidade, para
toda a populao do pas.
A BNCC, ao propor uma referncia nacional para a formulao de cur-
rculos, constitui-se como unidade na diversidade, reorientando o tra-
balho das instituies educacionais e sistemas de ensino em direo
a uma maior articulao. Trata-se, portanto, de referencial importante
do Sistema Nacional de Educao (SNE), responsvel pela articulao
entre os sistemas de ensino da Unio, dos estados, do Distrito Fede-
ral e dos municpios visando a superar a fragmentao das polticas
pblicas, fortalecer o regime de colaborao e efetivar as metas e as
estratgias do PNE.
O PROCESSO DE CONSTRUO DA BNCC
A elaborao de uma base comum para os currculos nacionais, na
perspectiva de um pacto interfederativo, teve incio com a constituio
de um Comit de Assessores e Especialistas2, com ampla representa-
tividade, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios. Compuse-
ram esse Comit professores universitrios, atuantes na pesquisa e no
ensino das diferentes reas de conhecimento da Educao Bsica, do-
centes da Educao Bsica e tcnicos das secretarias de educao,
esses dois ltimos indicados pelo Conselho Nacional de Secretrios de
Educao (CONSED) e pela Unio Nacional de Dirigentes Municipais
de Educao (UNDIME). Coube ao Comit a redao dos documentos
preliminares da BNCC, disponibilizados consulta pblica pela Secre-
taria de Educao Bsica do Ministrio da Educao (SEB/MEC) entre
setembro de 2015 e maro de 2016. Esses documentos estiveram dis-
ponveis no Portal da Base, espao criado na web para tornar pblica
a proposta da BNCC e, ao mesmo tempo, acolher contribuies para
sua crtica e reformulao pela sociedade. Essas contribuies foram
recebidas, mediante cadastramento dos participantes da consulta, a
partir de trs categorias: indivduos (estudante da Educao Bsica
ou Ensino Superior; professor da Educao Bsica ou Ensino Superior;
2 Os integrantes deste Comit que participaram da elaborao do presente documento esto citados em anexo.
28
pai ou responsvel por estudante da Educao Bsica; outro), orga-
nizaes (sociedades cientficas, associaes e demais organizaes
interessadas) e redes (escolas, redes de ensino). Cadastraram-se, no
Portal, 305.569 indivduos, 4.298 organizaes e 45.049 escolas em
todo o territrio nacional.
Com o intuito de mobilizar os estados, o Distrito Federal e os munic-
pios para a discusso dos documentos preliminares da BNCC, a Di-
retoria de Currculos e Educao Integral da Secretaria de Educao
Bsica (DICEI-SEB) promoveu e participou de reunies, seminrios e
fruns realizados em escolas, universidades, sindicatos, dentre outros
espaos. Entre julho de 2015 e maro de 2016, para apresentar a Base,
mobilizar as redes, promover debates, responder a questionamentos
e buscar elementos para aprimorar o processo de consulta pblica,
tcnicos do MEC e membros do Comit de Assessores e Especialistas
estiveram em, aproximadamente, 700 reunies, seminrios, debates,
fruns e outros eventos promovidos, nas cinco regies do pas, por
Secretarias Estaduais e Municipais de Educao, Universidades Pbli-
cas e Privadas, representaes de fruns de educao, organizaes
cientficas e acadmicas, sindicatos e diferentes atores envolvidos
com a Educao Bsica.
A grande maioria dos eventos, ocorridos em capitais e cidades do in-
terior, reuniu professores, profissionais da educao, estudantes da
Educao Bsica, em especial do Ensino Mdio, e pais.
Alm da consulta, por meio do Portal da Base Nacional Comum Curri-
cular, o debate pblico em torno dos documentos preliminares envol-
veu, ainda, a solicitao de relatrios analticos e pareceres de leitores
crticos a associaes cientficas e a professores pesquisadores das
universidades, externos ao Comit de Assessores e Especialistas3.
Os resultados da consulta pblica foram analisados por equipes de
pesquisadores da UnB Universidade de Braslia e da PUC Pontif-
cia Universidade Catlica do Rio de Janeiro e consolidados em rela-
trios enviados ao Comit que, com base nesses dados e, ainda, nos
relatrios analticos e pareceres de leitura crtica, elaboraram a segun-
da verso do documento.
3 A lista de leitores crticos que emitiram pareceres sobre os documentos preliminares da BNCC, assim como das Associaes Cientficas que participaram de reunies para a discusso dos referidos documentos se encontra anexa.
29
BNCC, PLANEJAMENTO, GESTO PEDAGGICA E CURRCULO
Ao deixar claros os conhecimentos essenciais, a que todos os estudan-
tes brasileiros tm o direito de acesso e de apropriao durante sua
trajetria na Educao Bsica, desde o ingresso na Creche at o final
do Ensino Mdio, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) constitui-
-se parte importante do Sistema Nacional de Educao. Configura-se
como parametro fundamental para a realizao do planejamento cur-
ricular, em todas as etapas e modalidades de ensino, a ser consolida-
do no Projeto Poltico Pedaggico (PPPs) das Unidades Educacionais
(UEs), de acordo com o inciso I, do artigo 12, da Lei 9.394 (LDB).
No processo de implementao da BNCC, como norma que deve sub-
sidiar a elaborao de currculos, e em consonancia com as Diretrizes
Curriculares Nacionais Gerais para a Educao Bsica, recomenda-se
estimular a reflexo crtica e propositiva, que deve subsidiar a formu-
lao, execuo e avaliao do projeto poltico-pedaggico da escola
de Educao Bsica face a esta norma.
E fundamental que cada unidade escolar se organize para a formula-
o do PPP, considerando: o Plano Nacional de Educao (PNE), bem
como os demais Planos Estaduais e Municipais; as Diretrizes Curricu-
lares Nacionais para a Educao Bsica; a BNCC e os documentos
orientadores das polticas educacionais, produzidos pelas secretarias
ou departamentos de educao; as avaliaes nacionais; as avalia-
es regionais realizadas pelos rgos dirigentes da educao e pe-
las UEs em relao aos processos e resultados de trabalho do ano
anterior. Vale destacar, nesse caso, a necessidade de que os professo-
res e professoras conversem, no incio do ano letivo, sobre o desenvol-
vimento e a aprendizagem dos alunos.
No ambito das escolas, os PPPs devero expressar as estratgias di-
dticas e metodolgicas, assim como as mediaes pedaggicas que
permitem mobilizar essas estratgias, a partir das caractersticas dos/
das estudantes e do que propem os documentos curriculares.
Tais mediaes devem proporcionar o estabelecimento de relaes
entre os conhecimentos a serem desenvolvidos no ambito do currculo
(base comum e parte diversificada) e as caractersticas e necessidades
cognitivas dos educandos.
30
O processo de implementao da BNCC deve subsidiar as UEs para
realizarem essas mediaes, a partir de polticas orientadas pelas se-
cretarias e rgos das instancias educacionais, que podem e devem
prever o planejamento e o acompanhamento da poltica pedaggica,
de maneira articulada s iniciativas de formao dos profissionais.
Com efeito, os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimen-
to sero tanto mais efetivos quanto estiverem indissociavelmente re-
lacionados s experincias culturais dos sujeitos, que no devem ser
tratados indistintamente, ou considerados apenas em funo das ca-
ractersticas gerais de sua faixa etria e condio social. Em outras
palavras: no h concretizao de objetivos de aprendizagem sem a
considerao dos reais sujeitos de aprendizagem.
Como afirma o Parecer CNE/CEB 7/2010:
Por essa razo, o processo de planejamento deve ter carter es-
tratgico e se desenvolver de forma sistemtica em etapas ar-
ticuladas nas UES. As dinmicas a serem estabelecidas devem
favorecer a investigao sobre o processo de desenvolvimento
dos alunos, a anlise e a elaborao por parte dos educadores,
sobre as mediaes pedaggicas necessrias para que, de fato,
a aprendizagem se realize. (BRASIL, 2010)
Trata-se de superar as orientaes que, ao longo da histria, tm
transferido aos/s estudantes toda a responsabilidade por suas di-
ficuldades. Para que sejam garantidos os direitos de aprendizagem
e desenvolvimento, o trabalho educativo no pode estar restrito s
prticas de cada professor, mas deve ser parte de um planejamen-
to mais amplo, de toda a UE. A complexidade do processo educativo
requer mais que a soma de aes individuais dos/das professores e
professoras. Requer investigao, anlise, elaborao, formulao e
a tomada de decises coletivas. Promover o trabalho coletivo pode
ser uma tarefa complexa, face s diferentes jornadas dos educado-
res, s distancias fsicas a percorrer em pequenos, mdios e grandes
municpios, em regies ribeirinhas, urbanas e no campo. No entanto,
o desafio das secretarias ou instituies responsveis pela educao,
em cada municpio e estado, buscar criar espaos e momentos de
reflexo e de elaborao, a partir das prticas dos professores e das
professoras. Tanto no plano das prticas individuais, como coletivas,
31
necessrio que os educadores se vejam e sejam vistos como intelec-
tuais que constroem o pensamento crtico sobre os diferentes campos
da cultura e da tecnologia.
Para tanto preciso que o trabalho coletivo tenha continuidade e sis-
tematicidade, o que requer planejamento, organizao e rigor, visando
a favorecer o debate democrtico e criativo. Os processos de imple-
mentao da BNCC devem provocar, ainda, a reflexo sobre as condi-
es de realizao da avaliao interna escola. As vrias dimenses
da avaliao e sua natureza contnua e cumulativa, tal qual previsto
na LDB, so indissociveis do planejamento e do desenvolvimento do
trabalho pedaggico.
32
PRINCPIOS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
E DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
Em conformidade com o PNE (2014-2024), Base Nacional Comum
Curricular cabe definir direitos e objetivos de aprendizagem e desen-
volvimento que orientaro a elaborao dos currculos nacionais. Na
BNCC, as concepes de direito de aprendizagem e desenvolvimento
so, portanto, balizadoras da proposio dos objetivos de aprendiza-
gem para cada componente curricular.
Aprendizagem e desenvolvimento so processos contnuos que se re-
ferem a mudanas que se do ao longo da vida, integrando aspectos
fsicos, emocionais, afetivos, sociais e cognitivos. Ao tratar do direito
de aprender e de se desenvolver, busca-se colocar em perspectiva as
oportunidades de desenvolvimento do/a estudante e os meios para
garantir-lhe a formao comum, imprescindvel ao exerccio da cidada-
nia. Nesse sentido, no ambito da BNCC, so definidos alguns direitos
fundamentais aprendizagem e ao desenvolvimento com os quais o
trabalho que se realiza em todas as etapas da Educao Bsica deve
se comprometer. Esses direitos se explicitam em relao aos princpios
ticos, polticos e estticos, nos quais se fundamentam as Diretrizes
Curriculares Nacionais, e que devem orientar uma Educao Bsica
que vise formao humana integral, construo de uma sociedade
mais justa, na qual todas as formas de discriminao, preconceito e
excluso sejam combatidas. So eles:
2
33
DIREITOS APRENDIZAGEM E AO DESENVOLVIMENTO QUE SE AFIRMAM EM RELAO A PRINCPIOS TICOS
As crianas, adolescentes, jovens e adultos, sujeitos da Educao Bsica, tm direito:
ao respeito e ao acolhimento na sua diversidade, sem preconceitos de origem, etnia, gnero, orientao sexual, idade, convico religiosa ou quaisquer outras formas
de discriminao, bem como terem valorizados seus saberes, identidades, culturas
e potencialidades, reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual
devem se comprometer;
apropriao de conhecimentos referentes rea socioambiental que afetam a vida e a dignidade humanas em ambito local, regional e global, de modo que pos-
sam assumir posicionamento tico em relao ao cuidado de si mesmos, dos outros
e do planeta.
DIREITOS APRENDIZAGEM E AO DESENVOLVIMENTO QUE SE AFIRMAM EM RELAO A PRINCPIOS POLTICOS
As crianas, adolescentes, jovens e adultos, sujeitos da Educao Bsica, tm direito:
s oportunidades de se constiturem como indivduos bem informados, capazes de exercitar o dilogo, analisar posies divergentes, respeitar decises comuns para
a soluo de conflitos, fazer valer suas reivindicaes, a fim de se inserirem plena-
mente nos processos decisrios que ocorrem nas diferentes esferas da vida pblica.
apropriao de conhecimentos historicamente constitudos que lhes permitam re-alizar leitura crtica do mundo natural e social, por meio da investigao, reflexo,
interpretao, elaborao de hipteses e argumentao, com base em evidncias,
colaborando para a construo de uma sociedade solidria, na qual a liberdade, a
autonomia e a responsabilidade sejam exercidas.
apropriao de conhecimentos e experincias que possibilitem o entendimento da centralidade do trabalho, no ambito das relaes sociais e economicas, permitindo
fazer escolhas autonomas, alinhadas ao seu projeto de vida pessoal, profissional e
social.
34
DIREITOS APRENDIZAGEM E AO DESENVOLVIMENTO QUE SE AFIRMAM EM RELAO A PRINCPIOS ESTTICOS
As crianas, adolescentes, jovens e adultos, sujeitos da Educao Bsica, tm direito:
participao em prticas e fruies de bens culturais diversificados, valorizando-os e reconhecendo-se como parte da cultura universal e local;
ao desenvolvimento do potencial criativo para formular perguntas, resolver proble-mas, partilhar ideias e sentimentos, bem como expressar-se em contextos diversos
daqueles de sua vivncia imediata, a partir de mltiplas linguagens: cientficas, tec-
nolgicas, corporais, verbais, gestuais, grficas e artsticas.
Em conformidade com os princpios ticos, polticos e estticos; an-
teriormente referidos e para que os direitos de aprendizagem e de-
senvolvimento, decorrentes desses princpios, sejam garantidos, so
definidos os objetivos gerais de formao para cada etapa de escola-
rizao e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento relaciona-
dos aos componentes curriculares. Em cada uma das etapas da Edu-
cao Bsica, esses princpios e direitos so retomados, considerando
as peculiaridades dos sujeitos e da prpria etapa de escolarizao.
A BNCC E AS MODALIDADES DA EDUCAO BSICA
A BNCC contempla, nas diferentes reas de conhecimentos, temticas
referentes interculturalidade, sustentabilidade socioambiental, as-
sim como s causas histricas, polticas, economicas e sociais das di-
ferentes formas de discriminao e excluso, contribuindo para a iden-
tificao e a superao das desigualdades socialmente construdas.
Para alm do tratamento dado, na BNCC, s temticas afins s moda-
lidades da Educao Bsica, a existncia de uma base comum para os
currculos demandar, posteriormente sua aprovao, a produo
de documentos que tratem de como essa base se coloca em relao
s especificidades das modalidades da Educao Bsica, vez que es-
sas modalidades tm diretrizes prprias, que as regulamentam.
35
Assim, a legislao brasileira e as diretrizes institudas pelo Conselho
Nacional de Educao para as etapas e modalidades da Educao
Bsica preveem as seguintes orientaes, no que tange s modalida-
des:
A Educao de Jovens e Adultos (EJA), assegurada a todos os que
no tiveram acesso Educao Bsica na idade adequada, incluindo
aqueles em situao de privao de liberdade nos estabelecimentos
penais, contempla as determinaes curriculares previstas no Art. 26
da Lei n 9.394/1996 LDB, prevendo outras estratgias no desenvol-
vimento de experincias escolares e no escolares necessrias para
tratar as informaes e construir conhecimentos.
A Educao Especial na Perspectiva Inclusiva contempla a iden-
tificao e a eliminao das barreiras, principalmente as de acesso
aos conhecimentos, deslocando o foco da condio de deficincia de
estudantes para a organizao e a promoo da acessibilidade aos
ambientes escolares (arquitetonica) e comunicao (oral, escrita, si-
nalizada, digital), em todos os nveis, etapas e modalidades, visando
a autonomia e a independncia dos educandos. A educao especial
integra a educao regular, devendo ser prevista no Projeto Poltico
Pedaggico para a garantia da oferta do Atendimento Educacional
Especializado (AEE) aos educandos com deficincia, com transtornos
globais do desenvolvimento, com altas habilidades/superdotao, por
meio do ensino do uso de equipamentos, recursos de tecnologia e ma-
teriais pedaggicos acessveis, da oferta de traduo e interpretao
da Libras, entre outros.
A Educao do Campo fundamenta suas aes de acordo com a LDB,
mas contempla adequaes necessrias s peculiaridades da vida no
campo e de cada regio, definindo componentes curriculares e meto-
dologias apropriadas s necessidades e interesses dos educandos,
incluindo a adequao do calendrio escolar s fases do ciclo agrco-
la, s condies climticas e s caractersticas do trabalho do campo,
retratando as lutas e a resistncia dos povos do campo pelo acesso e
a permanncia na terra.
A Educao Escolar Indgena compreende o direito a uma educao
diferenciada para os povos indgenas, assegurado pela Constituio
Federal de 1988 e outros documentos nacionais e internacionais, ob-
36
servados os princpios legais que orientam a Educao Bsica brasi-
leira. A educao escolar indgena, organizada em territrios etnoedu-
cacionais, oferecida em instituies prprias e pautada nos princpios
da igualdade social, da diferena, da especificidade, do bilinguismo e
da interculturalidade, permite uma pedagogia prpria em respeito
especificidade tnico-cultural de cada povo ou comunidade. A BNCC,
para garantir a educao escolar com qualidade social e pertinncia
pedaggica, cultural, lingustica, ambiental e territorial, respeitando as
lgicas, saberes e perspectivas dos povos indgenas, deve possibilitar
currculos flexveis e construdos a partir dos valores e interesses etno-
polticos das comunidades indgenas em relao aos seus projetos de
sociedade e de escola, ancorados em materiais didticos especficos,
escritos na lngua portuguesa e nas lnguas indgenas.
A Educao Escolar Quilombola, desenvolvida em unidades educa-
cionais situadas dentro ou fora do territrio quilombola, observados
os princpios legais que orientam a Educao Bsica brasileira, requer
uma concepo e uma prtica pedaggica que reconhea e valorize
a especificidade tnico-cultural de cada comunidade bem como a for-
mao especfica do quadro docente. A estruturao e o funcionamen-
to das escolas quilombolas, reconhecida e valorizada sua diversidade
cultural, pressupe um cur r culo cons trudo com a comunidade esco-
lar, ba seado nos sa beres, co nhe ci mentos e res peito s suas ma trizes
cul tu rais, assegurando uma edu cao que permite melhor compreen-
der a re a li dade a partir da his tria de luta e re sis tncia desses povos,
bem como dos seus va lores ci vi li za t rios.
A Educao para as Relaes tnico-Raciais, prevista no art. 26A da
Lei n 9.394/1996 (LDB), objetiva a ampliao de conhecimentos acer-
ca da educao para as relaes tnico-raciais e, consequentemente,
para a eliminao do racismo e do etnocentrismo no ambiente escolar
e na sociedade brasileira. O estudo de Histria e Cultura Afro-Brasilei-
ra e Indgena (Leis n 10.639/2003 e n 11.645/2008) ministrado no
ambito de todo o currculo escolar, em especial nas reas de educa-
o artstica e de literatura e histria brasileiras, em todas as etapas
da Educao Bsica, compreendendo a histria e a cultura que carac-
terizam a formao da populao brasileira.
A Educao Ambiental uma dimenso da educao escolar, uma
atividade intencional da prtica social que deve imprimir, ao desenvol-
37
vimento individual, um carter social, em sua relao com a natureza e
com os outros seres humanos. Objetiva a construo de conhecimen-
tos, o desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores, o cuidado
com a comunidade de vida, a justia e a equidade socioambiental e
a proteo do meio ambiente natural e construdo. Para potencializar
essa atividade, com a finalidade de torn-la plena de prtica social e
de tica ambiental, a educao construda com responsabilidade
cidad, na reciprocidade das relaes dos seres humanos entre si e
com a natureza. As prticas pedaggicas de educao ambiental de-
vem adotar uma abordagem crtica, que considere a interface entre a
natureza, a sociocultura, a produo, o trabalho e o consumo, supe-
rando a viso naturalista.
A Educao em Direitos Humanos, fundamentada nas diretrizes do
Conselho Nacional de Educao e em outros documentos nacionais e
internacionais, integra o direito educao e diz respeito a uma pers-
pectiva a ser incorporada na prtica educativa. Os Direitos Humanos,
como um conjunto de direitos civis, polticos, sociais, economicos, cul-
turais e ambientais, sejam eles individuais, coletivos, transindividuais
ou difusos, referem-se necessidade de igualdade e de defesa da
dignidade humana, tendo como princpios: o reconhecimento e valo-
rizao das diferenas e das diversidades; a laicidade do Estado; a
democracia na educao; a transversalidade, vivncia e globalidade;
e a sustentabilidade socioambiental. Na perspectiva da educao em
direitos humanos, a BNCC deve contemplar a apreenso de conhe-
cimentos historicamente construdos sobre direitos humanos e a sua
relao com os contextos internacional, nacional e com o contexto lo-
cal; a afirmao de valores, atitudes e prticas sociais que expressem
a cultura dos direitos humanos em todos os espaos da sociedade; a
formao de uma conscincia cidad, que se faa presente nos nveis
cognitivo, social, cultural e poltico; o desenvolvimento de processos
metodolgicos participativos e de construo coletiva; o fortalecimen-
to de prticas individuais e sociais que gerem aes e instrumentos
em favor da promoo, da proteo e da defesa dos direitos humanos,
bem como da reparao das diferentes formas de violao de direitos.
38
A EDUCAO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA E A BASE NACIONAL COMUM CURRI-CULAR
O direito das pessoas com deficincia educao efetiva-se mediante
a adoo de medidas necessrias para sua plena participao, em
igualdade de condies com as demais pessoas, na comunidade em
que vivem, promovendo oportunidades de desenvolvimento pessoal,
social e profissional, sem restringir sua participao em determinados
ambientes e atividades com base na condio de deficincia.
Para efetivar esse direito sem discriminao e com base na igualdade
de oportunidades, assegura-se um sistema educacional inclusivo em
todos os nveis, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida.
Na perspectiva inclusiva, a concepo curricular contempla o reco-
nhecimento e valorizao da diversidade humana. Neste sentido, so
identificadas e eliminadas as barreiras, deslocando o foco da condi-
o de deficincia para a organizao do ambiente. Ao promover a
acessibilidade, os estabelecimentos de ensino superam o modelo de
deficincia como sinonimo de invalidez, passando a investir em medi-
das de apoio necessrias conquista da autonomia e da independn-
cia pelas pessoas com deficincia, por meio do seu desenvolvimento
integral.
Assim, os sistemas de ensino devem assegurar em todos os nveis, eta-
pas e modalidades, a organizao e oferta de medidas de apoio espe-
cficas para a promoo das condies de acessibilidade necessrias
plena participao e autonomia dos estudantes com deficincia, em
ambientes que maximizem seu desenvolvimento integral, com vistas a
atender meta de incluso plena.
A acessibilidade arquitetonica em todos os ambientes deve ser asse-
gurada a fim de que os estudantes e demais membros da comunidade
escolar e sociedade em geral tenham garantido o direito de ir e vir
com segurana e autonomia.
A acessibilidade comunicao e informao deve contemplar a co-
municao oral, escrita e sinalizada. Sua efetividade d-se mediante a
disponibilizao de equipamentos e recursos de tecnologia assistiva,
tais como materiais pedaggicos acessveis, traduo e interpretao
39
da Libras, software e hardware com funcionalidades que atendam a
tais requisitos de comunicao alternativa, entre outros recursos e ser-
vios, previstos no PPP da escola.
Considerando que a educao especial transversal a cada etapa,
modalidade e segmento da Educao Bsica, de carter complemen-
tar, deve integrar o currculo como rea de conhecimento responsvel
pela organizao e oferta de servios e recursos de acessibilidade.
Dentre os servios inerentes educao especial, destinados ga-
rantia do acesso ao currculo, vinculados atuao de profissional
especfico, destacam-se:
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO AEE
O Atendimento Educacional Especializado AEE um servio da Edu-
cao Especial que organiza atividades, recursos pedaggicos e de
acessibilidade, de forma complementar ou suplementar escolariza-
o dos estudantes com deficincia, transtornos globais do desenvol-
vimento e altas habilidades/superdotao, matriculados nas classes
comuns do ensino regular.
Consideram-se Atividades do Atendimento Educacional Especializado
AEE:
Estudo de caso
Caracteriza-se pelo estudo prvio das condies individuais do estu-
dante, bem como das condies ambientais, sociais e pedaggicas
que envolvem o processo de ensino e aprendizagem, com a finalidade
de subsidiar a elaborao do plano de AEE.
Plano de AEE
Consiste no planejamento das aes a serem desenvolvidas para
atender s especificidades educacionais do estudante, a fim de pro-
mover condies de pleno acesso, participao e aprendizagem em
igualdade de oportunidades.
Ensino do Sistema Braille
Consiste na definio e utilizao de mtodos e estratgias para que o
estudante se aproprie desse sistema ttil de leitura e escrita.
40
Ensino do uso do Soroban
O ensino do uso do Soroban, calculadora mecanico manual, consiste
na utilizao de estratgias que possibilitem ao estudante o desen-
volvimento de habilidades mentais e do raciocnio lgico matemtico.
Estratgias para autonomia no ambiente escolar
Consiste no desenvolvimento de atividades, realizadas ou no com o
apoio de recursos de tecnologia assistiva, visando fruio, pelos es-
tudantes, de todos os bens sociais, culturais, recreativos, esportivos,
entre outros servios e espaos disponveis no ambiente escolar,
com autonomia, independncia e segurana.
Orientao e mobilidade
Consiste no ensino de tcnicas e desenvolvimento de atividades para
a orientao e mobilidade, proporcionando o conhecimento dos dife-
rentes espaos e ambientes a fim de promover o ir e vir com segurana
e autonomia. Tais atividades devem considerar as condies fsicas,
intelectuais e sensoriais de cada estudante.
Ensino do uso de recursos de tecnologia assistiva
Consiste na identificao das funcionalidades dos diversos recursos
de tecnologia assistiva, aplicveis s atividades pedaggicas, assim
como ao ensino de sua usabilidade.
So exemplos de recursos de tecnologia assistiva de uso pedaggico:
leitores de tela e sintetizadores de voz, ponteiras de cabea, teclados
alternativos, acionadores, softwares de comunicao alternativa, es-
caner com voz, sistema de frequncia modulada, lupas manuais ou di-
gitais, plano inclinado, cadernos de pauta ampliada, caneta de escrita
grossa, dentre outros.
Ensino do uso da comunicao alternativa e aumentativa CAA
Consistem na realizao de atividades que ampliem os canais de co-
municao com o objetivo de atender s necessidades comunicativas
de fala, leitura ou escrita dos estudantes. Alguns exemplos de CAA
so cartes de comunicao, pranchas de comunicao com smbo-
los, pranchas alfabticas e de palavras, vocalizadores ou o prprio
computador, quando utilizado como ferramenta de voz e comunicao
alternativa.
41
Estratgias para o desenvolvimento de processos cognitivos
Consistem na promoo de atividades que ampliem as estruturas cog-
nitivas facilitadoras da aprendizagem nos mais diversos campos do
conhecimento para desenvolvimento da autonomia e independncia
do estudante frente s diferentes situaes no contexto escolar. A
ampliao dessas estratgias para o desenvolvimento dos processos
cognitivos possibilita maior interao entre os estudantes, o que pro-
move a construo coletiva de novos saberes na sala de aula comum.
Estratgias para enriquecimento curricular
Consiste na organizao de prticas pedaggicas exploratrias suple-
mentares ao currculo comum, que objetivam o aprofundamento e ex-
panso nas diversas reas do conhecimento. Tais estratgias podem
ser efetivadas por meio do desenvolvimento de habilidades, da articu-
lao dos servios realizados na escola, na comunidade, nas institui-
es de educao superior, da prtica da pesquisa e desenvolvimen-
to de produtos; da proposio e do desenvolvimento de projetos no
ambito da escola, com temticas diversificadas, como artes, esporte,
cincias e outras.
Profissional de apoio
O conceito de adaptao razovel compreendido como modifica-
es e ajustes necessrios e adequados que no acarretem onus des-
proporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de
assegurar que as pessoas com deficincia possam gozar ou exercer,
em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, todos os di-
reitos humanos e liberdades fundamentais.
O servio do profissional de apoio, como uma medida a ser adotada
pelos sistemas de ensino no contexto escolar, deve ser disponibiliza-
do sempre que identificada a necessidade individual do estudante, vi-
sando aos cuidados pessoais de alimentao, higiene e locomoo.
A oferta desse servio educacional justifica-se quando a necessidade
especfica do estudante no for atendida no contexto geral dos cui-
dados disponibilizados aos demais estudantes. Ele no substitutivo
escolarizao ou ao Atendimento Educacional Especializado, mas
articula-se s atividades da sala de aula comum e demais atividades
42
escolares, devendo ser periodicamente avaliado pela escola, junta-
mente com a famlia, quanto sua efetividade e necessidade de con-
tinuidade.
Tradutor/intrprete da lngua brasileira de sinais/lngua portuguesa
Esse servio deve ser assegurado sempre que houver matrcula de es-
tudante usurio da Libras, de acordo com a regulamentao prpria.
Este servio alia-se a meios tecnolgicos, utilizados na traduo e in-
terpretao da Libras/Lngua Portuguesa, tais como, textos em formato
digital acessvel bilngue, avatares tridimensionais, dentre outros.
Guia intrprete
Esse servio caracteriza-se pela disponibilizao de profissional habi-
litado para a traduo e interpretao ttil da Libras ou para o uso da
dactilologia, como tambm para mediao de comunicao alternati-
va, como tadoma. O tadoma consiste em um sistema de comunicao,
que reproduz a fala por meio do posicionamento da mo do usurio do
tadoma no queixo e nas faces do seu interlocutor.
43
A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) referncia para a formu-
lao e implementao de currculos para a Educao Bsica por es-
tados, Distrito Federal e municpios, e para a formulao dos Projetos
Pedaggicos das escolas. Avana em relao a documentos normati-
vos anteriores ao definir direitos e objetivos de aprendizagem e desen-
volvimento aos quais todas as crianas, adolescentes e jovens brasi-
leiros devem ter acesso ao longo de seu processo de escolarizao.
A BNCC se fundamenta em princpios ticos, polticos e estticos para
estabelecer os Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento, que
devem ser o mote de toda a escolarizao bsica. Em cada etapa de
escolarizao Educao Infantil, Ensino Fundamental e Ensino M-
dio esses Direitos subsidiam a definio dos objetivos de aprendiza-
gem e desenvolvimento dos componentes curriculares.
A ORGANIZAO DAS ETAPAS DE ESCOLARIZAO NA BNCC
Na organizao da Base, consideram-se as subdivises etrias no in-
terior de uma mesma etapa de escolarizao. Assim, na EDUCAO
INFANTIL, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento so apre-
sentados em relao a trs faixas etrias:
bebs (0 a 18 meses),
crianas bem pequenas (19 meses a 3 anos e 11 meses),
crianas pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses).
Na BNCC, a Educao Infantil apresenta Direitos de Aprendizagem
e Desenvolvimento para a etapa, referidos s cinco principais aes
que orientam os processos de aprendizagem e desenvolvimento, da-
das as caractersticas dos bebs e crianas e as orientaes das Dire-
trizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil: conviver, brin-
car, participar, explorar, expressar, conhecer-se.
3
44
Com base nesses direitos, so definidos os eixos dos currculos para a
Educao Infantil, os cinco campos de experincias:
O eu, o outro e o ns;
Corpo, gestos e movimentos;
Traos, sons, cores e imagens;
Escuta, fala, linguagem e pensamento;
Espaos, tempos, quantidades, relaes e transformaes.
Esses campos de experincias, que guardam relaes com as reas
de conhecimento que organizam as etapas posteriores de escolariza-
o, do origem aos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
para cada uma das trs fases da Educao Infantil: objetivos de apren-
dizagem e desenvolvimento para os bebs; objetivos de aprendiza-
gem e desenvolvimento para as crianas bem pequenas; objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento para as crianas pequenas.
Os campos de experincias da Educao Infantil se traduzem, no En-
sino Fundamental e Mdio, em reas de conhecimento. Essa diferen-
ciao se deve sistematizao dos conhecimentos, que se amplia
medida que avana o processo de escolarizao, pela incluso de
componentes curriculares diversos no currculo da Educao Bsica.
No Ensino Fundamental h duas fases:
Anos Iniciais (1 ao 5 ano de escolarizao);
Anos Finais (6 ao 9 ano de escolarizao).
45
Inicialmente, apresenta-se uma caracterizao da etapa e dos obje-
tivos estabelecidos para ela pelas Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino Fundamental de nove anos. Referidos a esses objetivos,
so definidos, na BNCC, quatro eixos de formao, que articulam o
currculo ao longo de toda a etapa. So eles:
Letramentos e capacidade de aprender;
Leitura do mundo natural e social;
tica e pensamento crtico;
Solidariedade e sociabilidade.
Para cada fase do Ensino Fundamental, so caracterizados os/as es-
tudantes, suas relaes com os conhecimentos e, em funo dessas
caractersticas, o papel das reas de conhecimento e de seus respec-
tivos componentes no processo de escolarizao. A articulao entre
as reas se faz pela definio de objetivos gerais de formao, referi-
dos aos quatro eixos de formao anteriormente citados.
No interior das reas so apresentados os componentes curriculares
que as constituem e, finalmente, os objetivos de aprendizagem e de-
senvolvimento de cada componente. Esses objetivos apresentam for-
mas de organizao diferenciadas, a depender do componente curri-
cular e de suas especificidades.
No Ensino Mdio, como no Ensino Fundamental, feita uma apresen-
tao inicial da etapa, seus estudantes, e das dimenses de formao
apontadas para ela pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o En-
sino Mdio:
Trabalho;
Cincia;
Tecnologia;
Cultura.
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Referidos a essas dimenses, so definidos, na BNCC, quatro eixos
de formao, que articulam o currculo ao longo de toda a etapa. So
eles:
Letramentos e capacidade de aprender;
Solidariedade e sociabilidade;
Pensamento crtico e projeto de vida;
Interveno no mundo natural e social.
Esses dois ltimos eixos apresentam diferenciaes em relao que-
les do Ensino Fundamental, dadas as especificidades do Ensino M-
dio, quando se espera dos jovens um maior protagonismo e autonomia
frente s questes da vida social e na relao com os conhecimentos.
Na apresentao da etapa do Ensino Mdio, h, ainda, uma referncia
s possibilidades de integrao da etapa Educao Profissionali-
zante e Tecnolgica.
O PAPEL DOS TEMAS ESPECIAIS NA ESTRUTURA DA BNCC
Os Temas Especiais permitem estabelecer a integrao entre os com-
ponentes curriculares de uma mesma rea do conhecimento e entre
as diferentes reas que organizam a Educao Bsica, no contexto
da BNCC. Esses temas dizem respeito a questes que atravessam as
experincias dos sujeitos em seus contextos de vida e atuao e que,
portanto, intervm em seus processos de construo de identidade e
no modo como interagem com outros sujeitos e com o ambiente, posi-
cionando-se tica e criticamente sobre e no mundo. Trata-se, portanto,
de temas sociais contemporaneos que contemplam, para alm da di-
menso cognitiva, as dimenses poltica, tica e esttica da formao
dos sujeitos, na perspectiva de uma educao humana integral. Dessa
forma sua abordagem nas propostas curriculares objetiva superar a
lgica da mera transversalidade, ao se colocarem como estruturantes
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e contextualizadores dos objetivos de aprendizagem. Os Temas Espe-
ciais, de natureza multidisciplinar, perpassam os objetivos de aprendi-
zagem de diversos componentes curriculares, nas diferentes etapas
da Educao Bsica.
Esses temas derivam de um ordenamento legal que implica em altera-
es nas orientaes curriculares emanadas da LDB ou que agregam
responsabilidades aos sistemas de ensino em relao a temticas
a serem abordadas no currculo. Dentre essas modificaes, desta-
cam-se: a Lei n 9.475/1997, que alterou o artigo 33 da LDB, preven-
do a obrigatoriedade do respeito diversidade cultural e religiosa
do Brasil; a Lei 11.645/2008, que alterou o artigo 26-a da LDB, para
incluir no currculo a obrigatoriedade de histria e cultura afro-bra-
sileira e indgena, a Lei n 9.795/99, que dispe sobre a Educao
Ambiental e institui a Poltica Nacional de Educao Ambiental; a Lei
n 10.741/2003, que dispe sobre o Estatuto do Idoso; o Decreto n
6.949/2009, que promulga a Conveno Internacional sobre os Di-
reitos das Pessoas com Deficincia e o Decreto n 7.397/2010, que
institui a Estratgia Nacional de Educao Financeira.
Todos esses marcos legais apontam para uma necessria reorga-
nizao do currculo, ampliando a possibilidade de os estudantes
compreenderem que esses temas se relacionam a todas as reas do
conhecimento e tm relevancia social porque contribuem para a re-
flexo sobre a organizao da sociedade brasileira e para o debate
sobre direitos inerentes ao exerccio da cidadania.
Considerando critrios de relevancia e pertinncia sociais, bem como
os marcos legais vigentes, a Base Nacional Comum Curricular trata, no
ambito dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos diferen-
tes componentes curriculares, dos seguintes Temas Especiais:
Economia, educao financeira e sustentabilidade;
Culturas indgenas e africanas;
Culturas digitais e computao;
Direitos humanos e cidadania;
Educao ambiental.
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Economia, educao financeira e sustentabilidade
A globalizao economica, que tem rompido as fronteiras entre pa-
ses, o significativo alcance da informao por meio das novas tecnolo-
gias e o apelo desenfreado ao consumo global e padronizado exigem
que a escola pense no seu papel em relao formao de crianas e
adolescentes para enfrentar essa realidade em permanente transfor-
mao, frente ao iminente esgotamento de recursos naturais do pla-
neta.
E importante considerar que esse contexto padroniza identidades e
comportamentos pelo reconhecimento social ligado sensao de
pertencimento a uma sociedade global e pela construo de uma vi-
so de mundo fragmentada que conduz banalizao e indiferena
em relao aos problemas humanos e sociais.
O Tema Especial economia, educao financeira e sustentabilidade
contribui para que a escola assuma a responsabilidade de formar ci-
dados conscientes e comprometidos com a construo de relaes
mais sustentveis dos sujeitos entre si e com o planeta.
Esse tema relaciona-se, ainda, Estratgia Nacional