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2º Semestre 2010/2011 1 Desemprego Direito Social Alexandra Palma, nº 001247 Edgar Rodrigues, nº 001137 Fátima Dias, nº 001211 Flávio Reis, nº 001080 Pedro Faustino, nº 001154 Professor Ricardo Gouvêa Pinto

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2º Semestre2010/2011

1

Desemprego

Direito Social

Alexandra Palma, nº 001247Edgar Rodrigues, nº 001137Fátima Dias, nº 001211Flávio Reis, nº 001080Pedro Faustino, nº 001154

Professor Ricardo Gouvêa Pinto

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Noções iniciais

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Desemprego – medida da parcela da força de trabalho disponível que se encontra sem emprego.

Segurança Social – conjunto de políticas sociais cujo fim é amparar e assistir o cidadão e a sua família nas situações como a velhice, a doença e o desemprego.

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Grupos específicos

3

• Trabalhadores do sector aduaneiroDecreto-Lei n.º 93/98, de 14 de Novembro

• Docentes nos estabelecimentos de educação e ensino público

Decreto-Lei n.º 67/2000, de 26 de Abril

• Ex-Militares em regime de contrato/voluntariado

Decreto-Lei n.º 320-A/2000, de 15 de DezembroDecreto-Lei n.º 118/2004, de 21 de Maio

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Plano

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I• Causas e consequências sociais do desemprego;• Resenha histórica da protecção legal do

desemprego;• O desemprego na Constituição da República

Portuguesa;• O contributo do Código do Trabalho;• O desemprego na Lei nº 4/2007 de 16 de Janeiro e

no Decreto – Lei nº 220/2006 de 3 de Novembro;• Dados estatísticos;• Futurologia;

II• Hipótese prática

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Causas sociais do desemprego

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Aumento da esperança média de vida

Crise financeira

Dificuldades nos despedimentos

Evolução tecnológica

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Consequências sociais do desemprego

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• Atrasos técnicos• Aumento das desigualdades sociais• Descrença nos valores estaduais• Diminuição das qualificações• Estigmatização• Exclusão social• Perda de autonomia• Redução da qualidade de vida• Sujeição a condições de emprego precárias

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Conclusão

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O desemprego é, assim, causado por factores económicos, demográficos e tecnológicos, sendo este último o responsável pela maior parte de desempregados do país.

É necessário encarar o desemprego como um cenário cada vez mais possível e previsível.

Um desempregado sente-se, em parte, como um elemento descontextualizado.

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O regime jurídico de protecção no desemprego foi instituído pelo D.L 169-D/75, de 31 de Março, a que sucedeu o D.L 183/ 77, de 05 Maio (alterado pelo D.L nº 297/83, de 24 de Junho), introduzindo alterações significativas. A protecção no desemprego, assim regulada, assentava numa lógica “assistencialista”, sendo as prestações designadas “subsídio de desemprego” e “subsídio social de desemprego”.

A Lei de Bases da Segurança Social – Lei nº 28/84, de 14 de Agosto

Em 1984, foi aprovada a Lei de Bases da Segurança Social, Lei nº 28/84, de 14 de Agosto, da qual se destaca nos objectivos:

- Garantir a protecção dos trabalhadores e das suas famílias nas situações de falta ou diminuição de capacidade para o trabalho, de desemprego e de morte, bem como compensar os encargos familiares;

- Proteger socialmente as pessoas que se encontram “em situação de falta ou diminuição de meios de subsistência”.

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Resenha histórica da protecção no desemprego (cont.)

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Iniciativas Posteriores à aprovação da Lei de Bases

Depois da publicação da Lei de Bases da Segurança Social, foi publicado o D.L 20/85, de 17 de Janeiro e o D.L 79-A/89, de 13 de Março, passando o desemprego a ser encarado por estes diplomas como um risco social, integrando-se o direito ao subsídio de desemprego no sistema da Segurança Social.

Como é possível aferir no preâmbulo do D.L 20/85, de 17 de Janeiro, o legislador teve o intuito de criar “um verdadeiro seguro de desemprego, como parte integrante do regime geral da Segurança Social…”

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Resenha histórica da protecção no desemprego (cont.)

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• Década de noventa:

Em 1993, verificou-se a revisão do regime de protecção social no desemprego - Lei nº 418/93, de 24/12.

Em 1999, efectuou-se a reformulação do regime jurídico da protecção no desemprego que teve como propósito fomentar medidas activas de emprego com vista à reintegração dos trabalhadores no mercado de trabalho e assegurar uma protecção social mais eficaz nos casos em que aquela reintegração se mostrasse inexequível, particularmente por se integrarem em grupos etários mais elevados, D.L. nº 119/99, de 14/04, (com a redacção dada

pelos D. L. nº 186-B/99, de 30/05).

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Resenha histórica da protecção no desemprego (cont.)

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Início do séc. XXI

Em 2003, foi aprovado pelo D.L. nº 84/2003, de 24 de Abril um Programa de Emprego e Protecção Social. O diploma visava fazer face à desaceleração económica que conduziu a um significativo aumento no desemprego.

Este estabelece medidas de protecção social de natureza temporária para minimizar os efeitos decorrentes deste contexto, nomeadamente:

a) a redução do prazo de garantia para acesso ao subsídio de desemprego; b) a majoração do montante do subsídio de desemprego e do subsídio

social de desemprego; c) o acesso à pensão de velhice de desempregados com idade igual ou

superior a 58 anos (D.L. nº 168/2003, de 29 de Julho).

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Resenha histórica da protecção no desemprego (cont.)

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Em 2006, o D.L. nº 220/2006, de 3 de Novembro estabelece um novo quadro legal de reparação da eventualidade de desemprego dos trabalhadores por conta de outrem, com particular atenção nas medidas activas para o retorno ao mercado de trabalho.

São introduzidas regras com intuito de aumentar o prazo de suspensão das prestações de desemprego por exercício de actividade profissional e valoriza-se, na determinação do período de concessão, as carreiras mais longas.

São, também, alteradas as regras de acesso à pensão antecipada após desemprego, procurando incentivar a permanência dos trabalhadores na vida activa, tendo em conta o aumento da esperança média de vida.

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Resenha histórica da protecção no desemprego (cont.)

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O D.L. nº 220/2006, 03 de Novembro, relativo ao regime jurídico de protecção no desemprego, foi alvo de uma Declaração de Rectificação e de várias alterações, sendo estas:

- Declaração de Rectificação nº 85/2006, de 29 de Dezembro;

- D.L. nº 68/2009,de 20 de Março;

- Lei nº 5/2010, de 05 de Maio;

- D.L nº 72/2010, de 18 de Junho.

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O desemprego na Constituição da República Portuguesa

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Artigo 58º (Direito ao trabalho)1. Todos têm direito ao trabalho.2. Para assegurar o direito ao trabalho, incumbe ao

Estado promover:a) a execução de políticas de pleno emprego

• Artigo 59º (Direitos dos trabalhadores)1.Todos os trabalhadores, sem distinção de idade,

sexo, raça, cidadania, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas têm direito:e) À assistência material, quando involuntariamente se encontrem em situação de desemprego.

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• Artigo 63º (Segurança social e solidariedade)

1. Todos têm direito à segurança social.3.O sistema de segurança social protege os

cidadãos na doença, velhice, invalidez, viuvez e orfandade, bem como no desemprego e em todas as outras situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho.

A inscrição na CRP do direito ao trabalho e do direito à segurança social mostra, de forma inequívoca, a forte preocupação do legislador com estas matérias.

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O contributo do Código de Trabalho

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Consta do artigo 11º a definição de contrato de trabalho: “Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade a outra ou outras pessoas, no âmbito de organização e sob a autoridade destas”.

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Manutenção do vínculo laboral

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Para a protecção do trabalhador, o art. 12º tem um papel importantíssimo, pois visa evitar a fuga ao contrato de trabalho.

1 - Presume-se a existência de contrato de trabalho quando, na relação entre a pessoa que presta uma actividade e outra ou outras que dela beneficiam, se verifiquem algumas das seguintes características:

a) A actividade seja realizada em local pertencente ao seu beneficiário ou por ele determinado;

b) Os equipamentos e instrumentos de trabalho utilizados pertençam ao beneficiário da actividade;

c) O prestador de actividade observe horas de início e de termo da prestação, determinadas pelo beneficiário da mesma;

d) Seja paga, com determinada periodicidade, uma quantia certa ao prestador de actividade, como contrapartida da mesma;

e) O prestador de actividade desempenhe funções de direcção ou chefia na estrutura orgânica da empresa.

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Manutenção do vínculo laboral

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Outro exemplo de normas que visam proteger a posição do trabalhador são os regimes especiais do contrato de trabalho a termo, regulado nos artigos 139º a 149º, onde fica patente que estes regimes não devem ser a regra e que o contrato de trabalho típico é aquele que é celebrado por tempo indeterminado.

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Cessação do Vínculo laboral

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Apesar de várias normas que protegem o trabalhador, o vínculo laboral não é eterno e haverá sempre forma de este se quebrar.

O CT regula a cessação do contrato de trabalho no Capítulo VII, que abrange os artigos 338º a 403º.

Podemos agrupar as formas de cessação do contrato de trabalho em quatro categorias:

a)Caducidadeb) Por acordo das Partes: Revogaçãoc) Por iniciativa do trabalhador: Demissãod) Por iniciativa do empregador: Despedimento

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Caducidade e Revogação

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A caducidade está prevista no artigo 343º a 350º.

Ocorre pela verificação de certo evento superveniente a que a lei atribui esse efeito. São três as causas possíveis:

a) Verificando-se o seu termo; b) Por impossibilidade superveniente, absoluta e definitiva, de o trabalhador prestar o seu trabalho ou de o empregador o receber; c) Com a reforma do trabalhador, por velhice ou invalidez

A Revogação está prevista nos artigos 349º e 350º.Traduz-se na cessação do contrato de trabalho por mútuo acordo.

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Iniciativa do Trabalhador

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Está prevista nos artigos 394º a 403º.

Existem três sub - modalidades:

a) Resolução com justa causab) Denúncia do contrato de trabalho (400.º a 402.º)c) Abandono do Trabalho (403.º)

Exemplos de justa causa para resolução:

a)Falta culposa de pagamento pontual da retribuição;

b)Violação culposa de garantias legais ou convencionais do trabalhador;d)Falta culposa de condições de segurança e saúde no trabalho;

e)Lesão culposa de interesses patrimoniais sérios do trabalhador;

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Iniciativa do Empregador

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Previstas nos artigos 351º a 393º, estão divididas em dois grupos: as causas objectivas de despedimento e as causas subjectivas.

•Nas objectivas constam:

a)Despedimento colectivo b)Despedimento por extinção de posto de trabalhoc)Despedimento por inadaptação

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Iniciativa do Empregador

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•Na causa subjectiva só existe uma modalidade que é o despedimento com justa causa por facto imputável ao trabalhador.

Constitui justa causa o comportamento culposo do trabalhador que, pela sua gravidade e consequências, torne imediata e praticamente impossível a subsistência da relação de trabalho.

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Iniciativa do Empregador

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Alguns exemplos:

a)Desobediência ilegítima às ordens dadas por responsáveis hierarquicamente superiores

b) Lesão de interesses patrimoniais sérios da empresa

c) Prática, no âmbito da empresa, de violências físicas, injúrias ou outras ofensas punidas por lei sobre trabalhador da empresa, elemento dos corpos sociais ou empregador individual não pertencente a estes, seus delegados ou representantes

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O desemprego na Lei nº 4/2007, de 16 de Janeiro

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• Artigo 2º (Direito à segurança social)1.Todos têm direito à segurança social.

• Artigo 5º (Princípios gerais)Constituem princípios gerais do sistema o

princípio da universalidade, da igualdade, da solidariedade, da equidade social, da diferenciação positiva, da subsidiariedade, da inserção social, da coesão intergeracional, do primado da responsabilidade pública, da complementaridade, da unidade, da descentralização, da participação, da eficácia, da tutela dos direitos adquiridos e dos direitos em formação, da garantia judiciária e da informação.

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• Artigo 36º (Objectivos)

1. O subsistema de solidariedade destina-se a assegurar, com base na solidariedade de toda a comunidade, direitos essenciais por forma a prevenir e a erradicar situações de pobreza e de exclusão, bem como a garantir prestações em situações de comprovada necessidade pessoal ou familiar, não incluídas no sistema previdencial.

2. O subsistema de solidariedade pode abranger também, nos termos a definir por lei, situações de compensação social ou económica em virtude de insuficiências contributivas ou prestacionais do sistema previdencial.

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• Artigo 37º (Âmbito pessoal)2. O acesso às prestações obedece aos

princípios da equidade social e da diferenciação positiva e deve contribuir para promover a inserção social das pessoas e famílias beneficiárias.

Artigo 38º (Âmbito material)1-O subsistema de solidariedade abrange as

seguintes eventualidades:e) Insuficiência das prestações substitutivas dos

rendimentos do trabalho ou da carreira contributiva dos beneficiários.

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• Artigo 41º (Prestações)1. A protecção concedida no âmbito do

subsistema de solidariedade concretiza-se através da concessão das seguintes prestações:

c) Subsídio social de desemprego

• Artigo 50º (Objectivos)O sistema previdencial visa garantir, assente no

princípio de solidariedade de base profissional, prestações pecuniárias substitutivas de rendimentos de trabalho perdido em consequência da verificação das eventualidades legalmente definidas.

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• Artigo 51º (Âmbito pessoal)1.São abrangidos obrigatoriamente pelo sistema

previdencial, na qualidade de beneficiários, os trabalhadores por conta de outrem ou legalmente equiparados e os trabalhadores independentes.

• Artigo 52º (Âmbito material)1. A protecção social regulada no presente

capítulo integra as seguintes eventualidades:c) Desemprego

Ao figurar na Lei de Bases da Segurança Social, o desemprego afirma-se como uma realidade cada vez mais presente no âmbito dos apoios sociais.

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O desemprego no Decreto – Lei nº 220/2006 de 3 de Novembro

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Definições

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A definição jurídica de desemprego consta do artigo 2º, sendo “toda a situação decorrente da perda involuntária de emprego do beneficiário com capacidade e disponibilidade para o trabalho, inscrito para emprego no centro de emprego.”

Esta definição remete-nos para outros três conceitos:a) Perda involuntária de empregob) Capacidade para o trabalhod) Disponiblidade para o trabalho.

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Perda Involuntária de Emprego

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Está prevista no art. 9º e pode ser definida como a cessação do contrato de trabalho por um motivo alheio à vontade do trabalhador, ou então, quando haja acordo entre trabalhador e empregador dentro dos limites estabelecidos neste diploma.

Abrange todas as causas objectivas por iniciativa do empregador, a caducidade quando esta não dê origem a atribuição de pensão, reforma por exemplo, e ainda a demissão com justa causa.

No caso de despedimento por justa causa, em princípio o trabalhador não terá direito ao subsídio, no entanto se o trabalhador impugnar judicialmente esta decisão da entidade patronal, e fizer prova perante o centro de emprego, já poderá receber o subsídio. Também terá de utilizar este procedimento, no caso da entidade patronal contestar a demissão com justa causa.

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Perda Involuntária de Emprego

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O art. 10º define o âmbito da cessação por acordo, a outra variante que compõe a noção de perda involuntária de emprego. Esta noção não corresponde à noção de revogação do art. 349º CT, sendo mais restrita, uma vez que o legislador quis taxar os motivos que podem dar origem ao subsídio. Na sua maioria reportam-se a situações de recuperação empresarial, reestruturação ou dificuldades económicas.

Alguns exemplos:

a)Empresa em situação económica difícil, aquela que assim seja declarada nos termos do disposto no D.L nº 353-H/77, de 29 de Agosto.

a)Empresa em situação de recuperação ou viabilização, aquela que se encontre em processo especial de recuperação, previsto no Código dos Processos Especiais de Recuperação da Empresa e Falência, bem como no código da Insolvência e Recuperação de Empresa, ou no procedimento extra-judicial de conciliação.

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Capacidade e Disponibilidade

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Estão ambas previstas no art. 11º.

A capacidade é definida como “a aptidão para ocupar um posto de trabalho”.

A disponibilidade é definida através de um conjunto de obrigações que demonstram a susceptibilidade do trabalhador em aceitar um trabalho.

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Critérios para se aferir a disponibilidade

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São 8 critérios e encontram-se desenvolvidos nos artigos 12º a 17º :

a) Procura activa de emprego pelos seus próprios meios;

b) Aceitação de emprego conveniente;

c) Aceitação de trabalho socialmente necessário;

d) Aceitação de formação profissional;

e) Aceitação de outras medidas activas de emprego em vigor que se revelem ajustadas ao perfil dos beneficiários, designadamente as previstas no PPE;

f) Aceitação do plano pessoal de emprego;

g) Cumprimento do PPE e das acções nele previstas;

h) Sujeição a medidas de acompanhamento, controlo e avaliação promovidas pelos centros de emprego.

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A reparação da situação de desemprego

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A reparação da situação de desemprego é feita através de medidas passivas e activas, efectivadas através da atribuição de prestações (artigos 1º e 5º, nº 1).

Essas prestações visam (art. 6º):

a) Compensar os beneficiários da falta de retribuição resultante da situação de desemprego ou de redução determinada pela aceitação de trabalho a tempo parcial.

b) Promover a criação de emprego, através, designadamente, do pagamento por uma só vez do montante global das prestações de desemprego com vista à criação do próprio emprego.

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As medidas passivas constam do artigo 3º, sendo as seguintes:

a) A atribuição de subsídio de desemprego

b) A atribuição de subsídio social de desemprego inicial ou subsequente ao subsídio de desemprego

As medidas activas constam do artigo 4º, sendo as seguintes:

a) O pagamento, por uma só vez, do montante global das prestações de desemprego com vista à criaçãp do próprio emprego;

b) A possibilidade de acumular subsídio de desemprego parcial com trabalho por conta de outrem a tempo parcial ou com actividade profissional independente;

c) A suspensão total ou parcial das prestações de desemprego durante a frequência de curso de formação profissional com atribuição de compensação remuneratória;

d) A manutenção das prestações de desemprego durante o período de exercício de actividade ocupacional;

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Modalidades das Prestações

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As prestações de desemprego podem revestir três modalidades distintas (art. 7º):

a) Subsídio de Desempregob) Subsídio Social de Desempregoc) Subsídio de Desemprego Parcial

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Requisitos para auferir da prestação de desemprego

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A regra geral para se ser titular do subsídio de desemprego está contida no art. 8º, número 1: “é reconhecida aos beneficiários cujo contrato de trabalho tenha cessado nos termos do artigo 9º, reúnam as respectivas condições de atribuição à data do desemprego e residam em território nacional”.

O número 2 estende esta protecção a cidadãos estrangeiros que residam ou trabalhem em Portugal, tendo estes que fazer prova dessa mesma condição.

O número 3 estende também este regime a pensionistas de invalidez que tenham sido declarados aptos após exame de revisão de incapacidade.

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Condições de Atribuição de Prestações

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As condições de atribuição das prestações estão contidas nos artigos 18º a 27º. São três as condições: a) caracterização da situação laboral (art. 19º)b) situação de desemprego (art. 20º e 21º)c) verificação de Prazos de Garantia (art. 22º e 23º)

Para o subsídio social de desemprego é também necessário o preenchimento da condição de recursos, um critério financeiro para se medir os rendimentos do agregado familiar, que se encontra desenvolvido no D.L nº 70/2010, de 16 de Junho. Caso o subsídio social seja subsequente, é também necessário apresentar o termo do subsídio de desemprego.Para o subsídio parcial o requerente tem de provar que trabalha em regime de part-time.

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Prazos de Garantia

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Regulados no artigo 22º.

1 - O prazo de garantia para atribuição do subsídio de desemprego é de 450 dias de trabalho por conta de outrem, com o correspondente registo de remunerações, num período de 24 meses imediatamente anterior à data do desemprego.

2 - O prazo de garantia para atribuição do subsídio social de desemprego é de 180 dias de trabalho por conta de outrem, com o correspondente registo de remunerações, num período de 12 meses imediatamente anterior à data do desemprego.

Os artigos 24º a 27º tratam, respectivamente, das condições especiais para atribuição do subsídio social de desemprego, da atribuição a ex-pensionistas de invalidez e da atribuição do subsídio de desemprego parcial.

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Montante das Prestações

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Artigo 28.ºMontante do subsídio de desemprego

1—O montante diário do subsídio de desemprego é igual a 65% da remuneração de referência e calculado na base de 30 dias por mês.

2—A remuneração de referência corresponde à remuneração média diária definida por R/360, em que R representa o total das remunerações registadas nos primeiros 12 meses civis que precedem o 2.º mês anterior ao da data do desemprego.

3—Para efeitos do disposto no número anterior, só são consideradas as importâncias registadas relativas a subsídios de férias e de Natal devidos no período de referência.

- Regra geral

Exemplo:Carlos fica desempregado em Março, o total das remunerações registadas nos 12 primeiros meses civis (incluindo subsídio de férias e de Natal) que precedem o 2º mês corresponde aos meses de Janeiro a Dezembro.

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Montante das Prestações

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Limites ao montante do subsídio de desemprego, art. 29º

-Montante mínimo: o valor do IAS ou da remuneração de referência, se esta for inferior àquele valor (IAS);

-Valor máximo absoluto para o subsídio: três vezes o valor do IAS, ou seja, em 2011 não pode ultrapassar os 1257,66€.

Se a remuneração média do desempregado nos meses tidos em conta para o cálculo for inferior a este indexante, receberá como subsídio um valor igual ao da remuneração de referência.

Em qualquer caso, o montante não pode ser superior ao valor líquido da remuneração de referência que serviu de base de cálculo;

Este valor obtém-se pela dedução, ao valor ilíquido daquela remuneração, da taxa contributiva respeitante ao beneficiário e da taxa de retenção do IRS.

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Montante das Prestações

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Majoração do subsídio de desemprego

A Lei nº 5/2010, de 05 de Maio, estabelece que o montante diário do subsídio de desemprego previsto no art. 28º, nº1 e os limites ao montante do subsídio de desemprego previstos no art. 29º são majorados em 10% quando:

-no mesmo agregado familiar ambos os cônjuges ou pessoas que vivam em união de facto tenham direito ao subsídio de desemprego e filhos ou equiparados a cargo;

- no agregado monoparental, o parente único tenha direito ao subsídio de desemprego e não receba pensão de alimentos decretada ou homologada pelo tribunal.

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Montante das Prestações

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Montante do subsídio social de desemprego, art. 30º

Subsídio social:

Nem todos os desempregados que não tenham direito ao subsídio de desemprego ficam desprovidos de protecção. O subsídio social de desemprego é atribuído em dois casos:

1)A quem esteja numa situação de desemprego involuntário, mas não tenha descontado o tempo necessário para receber o subsídio de desemprego;

2)A quem tenha esgotado o prazo de atribuição do subsídio de desemprego sem conseguir arranjar um novo emprego.

Sendo de:-100% do IAS para os beneficiários com agregado familiar (419.22€);-80% do IAS para os beneficiários isolados(335.38€).

Se destas percentagens resultar um valor superior ao valor líquido da remuneração de referência, é atribuída esta remuneração.

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Montante do subsídio de desemprego parcial, art. 33º

1-O Montante do subsídio de desemprego parcial corresponde à diferença entre o montante do subsídio de desemprego acrescido de 35% do seu valor e a retribuição do trabalho por conta de outrem.

Exemplo:

António é desempregado e recebia 600€ de subsídio de desemprego. Irá auferir com o trabalho a tempo parcial 250€. Deste modo, aplicando a fórmula de cálculo este terá direito a receber 560€ de subsídio parcial de desemprego: (600€+600€.0,35)-250€=560€.

Terá então um rendimento mensal de 810€ (250€+560€), ao invés dos 600€ de subsídio de desemprego.

Montante das Prestações

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Montante das Prestações

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• Montante único das prestações de desemprego, art. 34º

As prestações de desemprego podem ser pagas de uma só vez quando o beneficiário do subsídio de desemprego ou do subsídio social de desemprego inicial apresenta ao Centro de Emprego um projecto de criação do próprio emprego considerado viável pelo Instituto de emprego e Formação Professional;

O montante único corresponde ao valor de todos os subsídios que normalmente seriam pagos durante todo o período de concessão, deduzido dos valores já auferidos, com a finalidade de possibilitar à pessoa que ficou sem emprego de tomar a iniciativa de criar o seu próprio emprego.

A regulamentação do pagamento do montante global das prestações de desemprego consta do Despacho nº 20871/2009 (2ª Série) publicado no D.R, 2ª Série, de 17 de Setembro.

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Duração máxima do Subsídio de Desemprego e do Subsídio Social de Desemprego Inicial

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Estabelecidos em função da idade do beneficiário e do número de meses com registo de remunerações, no período imediatamente anterior à data do desemprego, art. 37, nº1.

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Duração máxima do Subsídio de Desemprego e do Subsídio Social de Desemprego Inicial

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• Subsídio Social de Desemprego subsequente ao Subsídio de Desemprego, art. 38º

Concedido durante metade dos períodos supramencionados, tendo em conta a idade do beneficiário à data em que terminou a concessão do Subsídio de Desemprego.

• Subsídio de Desemprego Parcial, art. 39º

Concedido até ao limite do período de concessão do Subsídio de desemprego que se encontrava em curso.

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Deveres e consequências do seu incumprimento

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• Deveres dos beneficiários, art. 41º

Durante o período de concessão das prestações de desemprego, os beneficiários têm de cumprir determinados deveres. São estes:

a) aceitar emprego conveniente, trabalho socialmente necessário ou formação profissional;

b) procurar emprego pelos seus meios e efectuar a sua demonstração perante o Centro de Emprego;

c) Cumprir o dever de apresentação quinzenal, demonstrando-o perante o Centro de Emprego;

d) Sujeitar-se a medidas de avaliação, acompanhamento e controlo, nomeadamente comparecer nas datas e locais estabelecidos pelo Centro de Emprego.

Possibilidade de dispensa:

Em cada ano civil, o beneficiário pode estar dispensado destes deveres durante um período de 30 dias ininterruptos. Conquanto tem de dar conhecimento ao Centro de Emprego de quando vai aproveitar dessa dispensa com a antecedência mínima de 30 dias.

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Deveres e consequências do seu incumprimento

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Comunicações obrigatórias, art. 42º

1—Durante o período de concessão das prestações de desemprego, os beneficiários devem comunicar ao centro de emprego:a) A alteração de residência;b) O período anual de dispensa previsto no n.º 2 do artigo 41.o;c) O período de ausência do território nacional;d) O início e o termo do período de duração da protecção na maternidade;e) As situações de doença, nos termos do artigo 45.º.2—Os beneficiários das prestações de desemprego estão ainda obrigados, durante o período de concessão das prestações, a comunicar ao serviço da segurança social da área de residência ou instituição de segurança social competente qualquer facto susceptível de determinar:a) A suspensão ou a cessação das prestações;b) A redução dos montantes do subsídio social dedesemprego;c) A decisão judicial proferida no âmbito dos processos nas situações previstas nos n.os 2 e 5 do artigo 9.º3—A comunicação prevista nos números anteriores, salvo o disposto na alínea b) do n.º 1, deve ser efectuada no prazo de cinco dias úteis a contar da data do conhecimento do facto.4—A restituição das prestações indevidamente recebidas é efectuada nos termos estabelecidos no respectivo regime jurídico, sem prejuízo da responsabilidade contra-ordenacional ou criminal a que houver lugar.

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Deveres e consequências do seu incumprimento

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Faltas, art. 44º

Existe uma remissão para o Código do Trabalho, já que é nessa sede que estão contidas as regras respeitantes às faltas.

Situação de doença, art. 45º

Estabelece o prazo de comunicabilidade das situações de doença, que é de cinco dias úteis a contar da data do seu início.

O legislador tem o intuito de prevenir situações de fraude no acesso e na atribuição indevida desta prestação.

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Incumprimento de deveres

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• Actuações injustificadas, Actuações injustificadas, art. 47ºart. 47º..

O incumprimento dos deveres do beneficiário para com o centro de emprego determina as seguintes consequências:a) Advertência escrita;b) Anulação da inscrição no centro de emprego.

• As consequências expostas estão vertidas nos artigos 48º e 49º, que tratam, respectivamente, dos casos em que haverá lugar a advertência escrita e dos casos em que estaremos perante situações passíveis de anulação da inscrição no centro de emprego;

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Suspensão das prestações

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Artigo 50.º Situações determinantes da suspensão

O pagamento das prestações tem três formas previstas para que ocorra a sua suspensão.

A primeira diz respeito à situação do beneficiário na Segurança Social (art.51º).

A segunda refere-se à situação profissional ou laboral do beneficiário desenvolvida no art. 52º.

Por último, resta referir a situação em que o subsidio de desemprego é suspenso, por força do cumprimento de decisões judiciais, nomeadamente: detenção em estabelecimento prisional ou outras medidas de coacção que impliquem privação da liberdade para o beneficiário.

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Cessação das prestações

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Artigo 54º - Situações determinantes da cessação

O direito às prestações do subsidio de desemprego cessa, à semelhança dos motivos que estão na base da sua suspensão, ou seja, devido à situação do beneficiário na Segurança Social (art.55º), devido à sua situação laboral ou profissional (art.56º). Acrescem ainda as situações em que o subsidio virá a cessar em consequência da anulação da inscrição de emprego e ainda devido ao facto de existir utilização de meios fraudulentos

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• O Artigo 60.º estabelece um princípio de não acumulação de prestações

de desemprego com outro tipo de prestações. Não pode haver acumulação

com:

• prestação compensatória de perda de emprego,

• pensões atribuídas por regimes de sistemas de segurança social,

• prestações de pré-reforma ou outras prestações pecuniárias regulares

pagas pelo empregador ao trabalhador.

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Acumulação das prestações

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• Segundo o Artigo 61.º, se o beneficiário realizar trabalho socialmente necessário é-lhe mantido o

direito às prestações de desemprego, pelo período de concessão inicialmente definido.

• Nos casos em ocorre a cessação do contrato de trabalho por mútuo acordo (nos termos do

Artigo 10.º, n.º4), o trabalhador terá direito ao pagamento da prestação de desemprego, mesmo

nos casos em que tal direito não lhe assistiria, caso demonstre que só acedeu em pôr termo ao

contrato porque o empregador o convenceu que teria direito à dita prestação; neste caso, deverá

ser o empregador a suportar o pagamento da prestação de desemprego – Artigo 63.º.

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• O Artigo 64.º estabelece que o incumprimento das obrigações para com os serviços da Segurança

Social constitui contra-ordenação punida por coima.

• Assim, os beneficiários estão obrigados a comunicar aos serviços da Segurança Social (Artigo

42.º n.º2) factos que possam alterar os seu direito a receber prestações sociais.

• Por outro lado, o empregador também está obrigado a entregar declarações comprovativas da

situação de desemprego do beneficiário.

• Quando o beneficiário de prestações sociais exercer actividade que seja normalmente,

remunerada, mesmo que não receba qualquer remuneração, incorre em contra-ordenação punida

por coima.

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Contra-ordenações

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•Procedimentos Administrativos – Segundo o Artigo 66.º, as decisões tomadas pelos Serviços

Sociais relativas às matérias da sua competência, não são passíveis de reclamação. Porém, as

decisões de anulação de inscrição proferidas pelos Centros de Emprego são recorríveis (Artigo 66.º

n.º3) para a comissão de Recurso, prevista no Artigo 67.º.

• O Artigo 68.º define que compete ao Instituto da Segurança Social, I.P. a gestão das prestações

de desemprego.

• Segundo o Artigo 69.º, compete aos Serviços e Instituições da Segurança Social,

nomeadamente:

• qualificar o desemprego como involuntário;

• averiguar o direito às prestações e controlar eventuais irregularidades;

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• Segundo o Artigo 70.º compete aos Centros de Emprego, nomeadamente:

• avaliar as capacidades e disponibilidade dos trabalhadores, para o trabalho;

• contratualizar com o beneficiário um PPE que estabeleça o seu percurso de inserção no

mercado de trabalho e, também, os seus deveres de procura activa de emprego;

• devem acompanhar, avaliar e controlar, isoladamente, cada trabalhador desempregado;

• proceder à qualificação do emprego como conveniente e do trabalho como socialmente

necessário e avaliar a justeza da recusa destes;

• escrutinar o cumprimento dos deveres do beneficiário e decidir da anulação da inscrição no

centro de emprego, por seu incumprimento.

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• Relativamente à Organização de processo, o Artigo 72.º regula a atribuição das prestações de

desemprego; os beneficiários para poderem usufruir destas prestações devem inscrever-se no

centro de emprego e requerer as prestações de desemprego em 90 dias a contar da data de

desemprego.

• Segundo o Artigo 75.º, quando o empregador não entrega ao trabalhador (por impossibilidade

ou recusa) as declarações referidas no n.º1 do artigo 43.º (que remete para os Artigos 73.º e

74.º), cabe à Inspecção Geral do Trabalho a sua emissão.

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• O Artigo 76.º define os meios de prova específicos para atribuição do subsídio social de desemprego

e do subsídio de desemprego parcial. Constituem meios de prova:

• declaração de composição de agregado familiar;

• documentos fiscais, cópias dos recibos das retribuições auferidas ou outros meios comprovativos

dos rendimentos do agregado familiar.

• O Artigo 77.º enumera as condições de suspensão do prazo (do artigo 72.º) para requerer as

prestações de desemprego.

• a incapacidade por doença e a protecção na maternidade, paternidade ou adopção são, entre

outros, motivos para a suspensão do prazo.

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• O Artigo 78.º enumera os casos em que há dispensa de requerimento (artigo 72.º):

• quando há atribuição do subsídio social de desemprego subsequente, ou atribuição de

subsídio de desemprego parcial, no decurso do prazo de atribuição do subsídio de

desemprego;

• no entanto, os interessados são obrigados a apresentar os meios de prova específicos das

condições que justificam a sua atribuição (esta prova deve ser apresentada num prazo de 90

dias a contar respectivamente da data de cessação do subsídio de desemprego, ou desde

início de nova actividade (n.º2 do Artigo 78.º));

• também nos casos em que a prestação social do desemprego está suspensa, não há

necessidade de requerimento para o seu reinício;

• exige-se, porém, a inscrição para emprego, no centro de emprego e, no caso de exercício de

actividade profissional por conta de outrem, a apresentação da declaração do empregador

comprovativa da situação de desemprego.

 

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Dispensa de requerimento

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• O Artigo 81.º determina o modo de contagem do prazo de prescrição das prestações de

desemprego. Este conta-se a partir do dia seguinte àquele em que foi posta a pagamento com o

conhecimento do beneficiário.

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Contagem do prazo de prescrição

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Dados Estatísticos

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4,7% 4,1%

7,3%

5,0%

4,0%

6,8%8,1%

9,2%

10,6%*

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

Taxa

Ano

Taxa de desemprego em Portugal (1990-2010)fonte: Eurostat

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Taxa de desemprego em Abril de 2009 na UE-27fonte: Eurostat

69

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Taxa de desemprego por sexosFonte INE

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Taxa de emprego por grupo etárioFonte INE

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Taxa de desemprego por nível de escolaridade completo

Fonte INE

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Futurologia

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O apoio a quem perdeu o emprego será mais curto e o valor mais baixo. A prestação máxima passa a 1.048 euros;

Subsídio de desemprego cortado para 18 meses;

Montante máximo da prestação mais baixo;Apoio reduz 10% passados seis meses;Serão necessários 12 meses de trabalho

para ter subsídio;Indemnizações por despedimento cortadas;

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Hipótese prática

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• João tem 43 anos, está desempregado e pretende saber se tem direito a algum tipo de ajuda financeira por parte do Estado. De realçar que no contrato de trabalho que assinou com a sua antiga entidade patronal, João renunciou ao direito à segurança social.

Se João o consultasse, que resposta (s) lhe daria?

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