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Boletim Ambiental 30 de Janeiro de 2012 Alameda Campinas, n. o 728 - 6 o andar, Cj. 64 - Jardim Paulista CEP 01404-001 - São Paulo - SP - Brasil Tel.: +55 (11) 2985 1070 - www.tabet.com.br Poluição Atmosférica Brasil O Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA, por meio da Resolução CONAMA n. o 436, publicada em 26.12.2011, estabe- leceu os limites máximos de emissão de poluentes atmos- féricos por fontes fixas insta- ladas ou com licença de instalação requerida antes de 02.01.2007. Dentre as premissas adotadas para o estabelecimento de limites de emissão estão as seguintes: (i) o uso desses limites co- mo um dos instrumen- tos de controle ambien- tal, cuja aplicação de- verá ser associada a critérios de capacidade de su- porte do ambiente onde está localizado o empreendimento; (ii) a adoção de tecnologias de controle de emissões que sejam técnica e economicamente viá- veis, acessíveis e já desenvolvidas em escala que permita sua aplica- ção prática; (iii) a possibilidade da diferenciação dos limites de emissão, em função do porte, localização e especificidades das fontes de emissão, bem como das características, carga e efeitos dos poluentes liberados. Conforme o disposto na Resolu- ção, o lançamento de efluentes gasosos na atmosfera deverá ser realizado por meio de dutos ou chaminés, sendo ainda exigida a manutenção adequada dos siste- mas de exaustão de poluentes para evitar as emissões fugitivas desde a fonte geradora até a cha- miné. O órgão ambiental licenciador poderá estabelecer um limite de emissão mais restriti- vo, conforme as condi- ções locais da área de influência da fonte po- luidora. Considerando os tipos de poluentes e a tipologia das fontes poluidoras, são estabe- lecidos limites para os poluentes atmosféricos provenientes dos processos de geração de calor a partir de combustão externa de: (i) óleo combustível; (ii) gás natu- ral; (iii) biomassa de cana-de- açúcar; (iv) derivados da madei- ra. Também foram fixados limites para emissões provenientes dos seguintes equipamentos ou pro- cessos: (i) turbinas a gás para ge- ração de energia elétrica; (ii) refi- narias de petróleo; (iii) fabricação de celulose; (iv) fusão secundária de chumbo; (v) indústria de alu- mínio primário; (vi) fornos de fusão de vidro; (vii) indústria de cimento portland; (xiii) produção de fertilizantes, ácido sulfúrico, Nesta Edição: Poluição Atmosférica - limites de emissão de poluentes por fontes fixas Rio+20 - documento principal / seminá- rio internacional Resíduos Sólidos - lixo eletrônico / resíduos da construção civil / pneus inserví- veis em São Paulo / resíduos de serviços de saúde e coleta seletiva em Minas Gerais / embalagens vazias de agrotóxicos / sacolas plásticas descartáveis na cidade de São Paulo Áreas Especialmente Protegidas - Cadastro Ambiental Rural / vegetação de restinga / cadastro de famílias em unidades de conservação / unidade de conservação da Caatinga em Pernambuco / zoneamento ecológico-econômico da Baixada Santista / reserva particular do patrimônio natural em Curitiba Mudanças Climáticas - concessioná- rias de automóveis na Paraíba Recursos Florestais - certificação florestal / exploração no Mato Grosso do Sul Política Ambiental - alterações na legislação da Bahia Biodiversidade - patrimônio genético Marketing Verde - selo para eventos sustentáveis em Minas Gerais Produtos Perigosos - transporte de materiais radioativos Turismo Sustentável - ecoturismo / turismo rural e esportes de aventura no Ceará Áreas Contaminadas - lista em Minas Gerais Agronegócio - dispensa e inexigibili- dade de licenciamento em São Paulo Indústria Alimentícia - segurança alimentar no Pará Licenciamento Ambiental - cadastro de atividades no Ceará Recursos Hídricos - Plano Nacional / conservação e recuperação no Acre / declara- ção de carga poluidora no Mato Grosso do Sul Pesca - pirarucu em Rondônia Proteção à Fauna - anilhas para aves / experimentação animal / caranguejo Meio Ambiente Urbano - mobilida- de urbana / estacionamento de bicicletas no Rio de Janeiro Patrimônio Cultural - bairro do Leblon, Rio de Janeiro Conexões Globais - China / Moçambique

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Bo l e t im Amb i en t a l

30 de Janeiro de 2012

Alameda Campinas, n.o 728 ­ 6o andar, Cj. 64 ­ Jardim Paulista CEP 01404­001 ­ São Paulo ­ SP ­ Brasil

Tel.: +55 (11) 2985 1070 ­ www.tabet.com.br

Poluição Atmosférica

Brasil

O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, por meio da Resolução CONAMA n.o 436, publicada em 26.12.2011, estabe­leceu os limites máximos de emissão de poluentes atmos­féricos por fontes fixas insta­ladas ou com licença de instalação requerida antes de 02.01.2007. Dentre as premissas adotadas para o estabelecimento de limites de emissão estão as seguintes: (i) o uso desses limites co­mo um dos instrumen­tos de controle ambien­tal, cuja aplicação de­verá ser associada a critérios de capacidade de su­porte do ambiente onde está localizado o empreendimento; (ii) a adoção de tecnologias de controle de emissões que sejam técnica e economicamente viá­veis, acessíveis e já desenvolvidas em escala que permita sua aplica­ção prática; (iii) a possibilidade da diferenciação dos limites de emissão, em função do porte, localização e especificidades das fontes de emissão, bem como das características, carga e efeitos dos poluentes liberados.

Conforme o disposto na Resolu­ção, o lançamento de efluentes gasosos na atmosfera deverá ser

realizado por meio de dutos ou chaminés, sendo ainda exigida a manutenção adequada dos siste­mas de exaustão de poluentes para evitar as emissões fugitivas desde a fonte geradora até a cha­miné.

O órgão ambiental licenciador poderá estabelecer um limite de

emissão mais restriti­vo, conforme as condi­ções locais da área de influência da fonte po­luidora. Considerando os tipos de poluentes e a tipologia das fontes poluidoras, são estabe­

lecidos limites para os poluentes atmosféricos provenientes dos processos de geração de calor a partir de combustão externa de: (i) óleo combustível; (ii) gás natu­ral; (iii) biomassa de cana­de­açúcar; (iv) derivados da madei­ra. Também foram fixados limites para emissões provenientes dos seguintes equipamentos ou pro­cessos: (i) turbinas a gás para ge­ração de energia elétrica; (ii) refi­narias de petróleo; (iii) fabricação de celulose; (iv) fusão secundária de chumbo; (v) indústria de alu­mínio primário; (vi) fornos de fusão de vidro; (vii) indústria de cimento portland; (xiii) produção

de fertilizantes, ácido sulfúrico,

Nes t a Ed i ç ão :

Poluição Atmosférica ­ limites de emissão de poluentes por fontes fixas

Rio+20 ­ documento principal / seminá­rio internacional

Resíduos Sólidos ­ lixo eletrônico / resíduos da construção civil / pneus inserví­veis em São Paulo / resíduos de serviços de saúde e coleta seletiva em Minas Gerais / embalagens vazias de agrotóxicos / sacolas plásticas descartáveis na cidade de São Paulo

Áreas Especialmente Protegidas ­ Cadastro Ambiental Rural / vegetação de restinga / cadastro de famílias em unidades de conservação / unidade de conservação da Caatinga em Pernambuco / zoneamento ecológico­econômico da Baixada Santista / reserva particular do patrimônio natural em Curitiba

Mudanças Climáticas ­ concessioná­rias de automóveis na Paraíba

Recursos Florestais ­ certificação florestal / exploração no Mato Grosso do Sul

Política Ambiental ­ alterações na legislação da Bahia

Biodiversidade ­ patrimônio genético

Marketing Verde ­ selo para eventos sustentáveis em Minas Gerais

Produtos Perigosos ­ transporte de materiais radioativos

Turismo Sustentável ­ ecoturismo / turismo rural e esportes de aventura no Ceará

Áreas Contaminadas ­ lista em Minas Gerais

Agronegócio ­ dispensa e inexigibili­dade de licenciamento em São Paulo

Indústria Alimentícia ­ segurança alimentar no Pará

Licenciamento Ambiental ­ cadastro de atividades no Ceará

Recursos Hídricos ­ Plano Nacional / conservação e recuperação no Acre / declara­ção de carga poluidora no Mato Grosso do Sul

Pesca ­ pirarucu em Rondônia

Proteção à Fauna ­ anilhas para aves / experimentação animal / caranguejo

Meio Ambiente Urbano ­ mobilida­de urbana / estacionamento de bicicletas no Rio de Janeiro

Patrimônio Cultural ­ bairro do Leblon, Rio de Janeiro

Conexões Globais ­ Ch ina /Moçambique

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2 Este Boletim destina­se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram­se à sua disposição.

ácido nítrico e ácido fosfórico; e (ix) indústrias siderúrgicas in­tegradas e semi­integradas e usi­nas de pelotização de minério de ferro.

A Resolução ainda dispõe sobre

mento sustentável e erradicação da pobreza”; (iv) “Quadro Institu­cional para o Desenvolvimento Sustentável”; e (v) “Quadro para ações e acompanhamento”. Ain­da não há consenso para a maior parte do documento, que ainda passará pelo crivo de duas reuni­ões preparatórias com poder de decisão até que seja firmado um posicionamento mais consistente antes da Conferência. No último parágrafo do documento, faz­se referência a um “compêndio de compromissos voluntários”, que poderá incluir metas adotadas pelo setor empresarial. O do­cumento encontra­se disponível no seguinte endereço eletrônico: http://bit.ly/zSx1mz.

Seminário Interna­cional. Em 31.05.2012, na cidade do Rio de Ja­

neiro, será realizado o Seminário Internacional de Direito Am­biental Empresarial, organiza­do pelo escritório Tabet Advoga­dos. O Seminário abordará os principais temas de interesse do setor empresarial no campo am­biental, contando com a partici­pação da equipe de profissionais do escritório Tabet Advogados e ainda de diversos advogados de escritórios estrangeiros com ex­pertise na área ambiental. Maio­res informações podem ser obti­das com Ana Paula da Silva, por meio do seguinte correio eletrôni­co: [email protected].

Documento Principal. Em 10.01.2012, foi disponibilizado pe­la Organização das Nações Unidas o primeiro rascunho do docu­mento principal que será discuti­do na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (“Rio+20”), que será realizada em junho/2012, na ci­dade do Rio de Janeiro. O docu­mento, denominado “O Futuro Que Queremos” (The Future We Want), está dividido nos cin­co seguintes capítulos: (i) “Preâmbulo/Delimitação do con­texto”; (ii) “Renovando o Compro­misso Político”; (iii) “Economia Verde no contexto do desenvolvi­

os requisitos a serem observados para a realização do monitora­mento das emissões atmosféricas e na elaboração de relatórios de monitoramento.

Para as fontes fixas de poluição at­

mosférica instaladas ou com licença de instalação requerida a partir de 02.01.2007, continuam valendo os limites estabelecidos na Resolução CONAMA n.o 382/2006.

Rio+20

RESERVE NA

AGENDA

Resíduos Sólidos

Logística Reversa. No dia 13.12.2011, foi apresentado na Co­missão de Desenvol­

vimento Econômico, Indústria e Comércio – CDEIC da Câmara dos Deputados o parecer do rela­tor Dep. Mandetta (DEM­MS) pela aprovação do Projeto de Lei (“PL”) n.o 2.045/2011, de autoria do Dep. Penna (PV­SP), que re­gulamenta a coleta e a destinação

ambientalmente adequada de resíduos tecnológicos. Além de vedar o descarte de resíduos tecnológicos junto com o lixo do­miciliar, comercial e industrial, o PL detalha as obrigações para todos que participam da cadeia de vida do resíduo tecnológico. O PL prevê que, em até sete anos, 95% de todo o volume de ‘lixo eletrônico’ gerado deverá ser re­colhido e destinado adequada­

mente. Atualmente, o PL aguar­da deliberação na CDEIC antes de seguir para a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvi­mento Sustentável.

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3 Este Boletim destina­se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram­se à sua disposição.

Construção Civil. Em 19.01.2012, foi publicada a Resolu­ção n.o 448 do Con­selho Nacional do

Meio Ambiente – CONAMA, al­terando a Resolução CONAMA n.o 307/2002, que estabelece di­retrizes, critérios e procedimen­tos para gestão dos resíduos da construção civil. As alterações incluem adequações pertinentes à Lei n.o 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos), notadamente no que tange às áreas de beneficiamento e re­servação de resíduos e de disposição final de rejeitos. Foi também instituído o prazo máximo de doze meses para que os municípios e o Distrito Fede­ral elaborem seus Planos Mu­nicipais de Gestão de Resí­duos de Construção Civil, os quais deverão ser implementa­dos em até seis meses após sua respectiva publicação.

São Paulo. A Lei n.o 14.691, publicada em 07.01.2012, estabe­leceu que na conservação das estradas estaduais será utiliza­do, sempre que possível, asfalto enriquecido com borracha pulve­rizada proveniente da recicla­gem de pneus inservíveis.

Minas Gerais I. Em 23.12.2011, foi publicada a Deli­beração Normati­va n.o 171 do Con­

selho Estadual de Política Ambi­ental – COPAM, que dispõe so­bre as diretrizes para sistemas de tratamento e disposição final

adequada dos resíduos de ser­viços de saúde. A Deliberação estabelece regras para a disposi­ção final desses resíduos confor­me sua classificação, sendo que a unidade de tratamento e disposi­ção final que recebe resíduos de serviços de saúde deverá apre­sentar à Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM, até 31.07.2012, a Declaração da Gestão de Resíduos, conforme modelo a ser definido e disponibilizado pela FEAM. A partir de 2013, a referida Declaração deverá ser apresentada anualmente, até 31 de março.

Minas Gerais II. Por meio da Deliberação Normativa n.o 172, publicada em 23.12.2011, o CO­PAM instituiu o Plano Estadu­al de Coletiva Seletiva – PECS, que estabelece normas para orientar a implantação ou ampliação da coleta seletiva nos municípios, incentivar a inclusão social dos catadores de materiais recicláveis e fortalecer instru­mentos estabelecidos pelas polí­ticas de resíduos sólidos.

inPEV. O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – inPEV, criado a partir de uma iniciativa voluntária de empresas do setor agroquímico, completou recentemente uma

década de atividades. O inPEV destaca­se por sua colaboração com o desenvolvimento sustentá­vel na agricultura. Seu sistema de destinação de embalagens vazias recolhidas por agricultores, dis­tribuidores e cooperativas, in­dústrias e poder público constitui uma bem­sucedida iniciativa de responsabilidade pós­consumo e logística reversa. O inPEV também participou da imple­mentação da Campanha de Le­vantamento de Agrotóxicos Ob­soletos no Estado de São Paulo, conforme noticiado na edição deste Boletim de 30.11.2011. O empreendedorismo do inPEV resultou, desde 2002, na retirada de 200.769 toneladas de emba­lagens vazias de agrotóxicos do meio ambiente.

São Paulo, SP. Em 15.01.2012, a Prefeitura do Município de São Paulo, por intermédio da Secre­taria Municipal do Verde e do Meio Ambiente – SVMA, e a As­sociação Paulista de Supermerca­dos – APAS assinaram um pro­tocolo de intenções que prevê o fim da distribuição das sa­colas plásticas descartáveis à base de petróleo (“SPPD”) em supermercados da cidade a partir de 25.01.2012. Embora alguns supermercados venham a dispo­nibilizar sacolas biodegradáveis como alternativa, o que se pre­tende é estimular o uso sacolas reutilizáveis e desestimular a cul­tura do descarte. A iniciativa faz parte da campanha “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco”, instituída pela própria APAS.

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4 Este Boletim destina­se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram­se à sua disposição.

Mudanças Climáticas Áreas Especialmente Protegidas

Paraíba. No dia 06.01.2012, foi publicada a Lei Estadual n.o 9.653, que dispõe sobre a obriga­toriedade das concessionárias de automóveis de plantarem árvores para mitigação dos im­pactos ambientais causados pelo produto, especialmente a emis­são de gases de efeito estufa. Conforme o disposto na Lei, a cada dois carros novos vendidos é obrigatório o plantio de uma árvore. O plantio deverá ser feito em áreas de preservação perma­nente, reservas florestais, par­ques e jardins, corredores ecoló­gicos, assim como outras áreas ecologicamente apropriadas para o plantio, dentro do Estado, con­forme designado pelo Poder Exe­cutivo e acompanhado por biólo­go. O não­cumprimento da obri­gação de plantio sujeitará o in­frator à penalidade de multa.

Pernambuco. No dia 14.12.2011, a Secretaria de Estado de Meio Am­biente e Sustentabilidade – SEMAS, a Agência Estadual de Meio Am­biente – CPRH e a Prefeitura Municipal de Serra Talhada rea­lizaram consulta pública sobre a proposta de criação do Parque Estadual da Mata da Sementeira, para preservação e restauração da diversidade ecológica do bio­

ma Caatinga. Se a proposta

CAR. Desde o dia 12.12.2011, o Sistema de Adesão ao Programa Mais Ambiente está disponível, em caráter experimental, para os proprietários e posseiros que de­sejarem fazer a regularização ambiental de seus imóveis rurais por meio do preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (“CAR”), conforme formulário disponibilizado no seguinte en­dereço eletrônico: http://www.maisambiente.gov.br. O Programa foi instituído pelo Go­verno Federal por meio do De­creto n.o 7.029/2009 e visa apoi­ar a regularização ambiental por meio da concessão de benefícios que viabilizam a adequação das propriedades com a legislação ambiental, notadamente no que tange à reserva legal e às áreas de preservação per­manente. O Programa oferece, conforme o interesse do proprie­tário ou possuidor rural, assis­tência técnica, educação ambien­tal, capacitação e apoio para im­plementação de viveiros e auxílio para recuperação de áreas degra­dadas, inclusive áreas de preser­vação permanente e reserva le­gal. Com relação a multas aplica­das pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA

em decorrência de certas infra­ções contra a flora, o Programa possibilita a suspensão da co­brança e a conversão da multa em recuperação do dano ambien­tal. O prazo de adesão ao Progra­ma encerra­se em 10.12.2012.

Restinga. O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA aprovou a lista de espécies indi­cadoras dos estágios sucessio­nais de vegetação de restinga na Mata Atlântica para a Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Pernam­buco, Rio Grande do Sul, Ceará, Sergipe, Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte e Paraná. As listas encontram­se disponíveis, respectivamente, nas Resoluções CONAMA n.o 437 a 447, todas publicadas em 03.01.2012.

Unidades de Conservação. Por meio da Portaria n.o 104, pu­blicada em 15.12.2011, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio institu­iu o Formulário de Cadastro de Famílias em Unidades de Conservação Federais. O pre­enchimento do Formulário é obrigatório e visa identificar as famílias que moram, ocupam e utilizam recursos naturais nas unidades de conservação sob a gestão do ICMBio.

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Certificação Flo­restal. Nos dias 18 e

19.01.2012, foi realizada, na cida­de de São Paulo, a última oficina de revisão da proposta dos novos princípios e critérios da certifica­ção FSC (Forest Stewardship Council). O evento contou com a participação de representantes de membros brasileiros do FSC Internacional, do Comitê de De­senvolvimento de Padrões e das certificadoras atuantes no Brasil. Essa certificação atesta o manejo responsável das florestas a partir das quais se obtém matéria­prima florestal. Um dos pontos considerados mais críticos pelos

Este Boletim destina­se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram­se à sua disposição.

Recursos Florestais

participantes diz respeito à eli­minação ou redução do uso de fertilizantes no cultivo de florestas. Fernando Tabet acom­panhou e participou das discus­sões, a convite da empresa Stora Enso. Depois de três anos de tra­mitação, a proposta deverá ser votada mundialmente até o final do mês de janeiro/2012.

Mato Grosso do Sul. Em 03.01.2012, foi publicada a Lei Estadual n.o 4.163, que disciplina a exploração de florestas e demais formas de vegetação nati­va, a utilização de matéria­prima florestal e a obrigação de reposi­ção florestal. A Lei estabelece a

obrigatoriedade de obtenção de Autorização Ambiental para su­pressão, total ou parcial, de qual­quer floresta ou vegetação nativa do Estado. Além disso, será tam­bém necessário obter Autoriza­ção Ambiental para a exploração da vegetação nativa, bem como a utilização de matéria­prima flo­restal de acordo com os casos especificados na Lei. A Lei ainda prevê a imposição de condicio­nantes específicas, conforme o uso e a exploração da vegetação e recursos florestais (por exemplo, locais que possuam plano de ma­nejo ou que sejam florestas plan­tadas).

for concretizada, o Parque será a primeira unidade de con­servação estadual da Caatin­ga.

Baixada Santista, SP. O Con­selho Estadual do Meio Ambien­te – CONSEMA, por meio da De­liberação n.o 34, publicada em 20.12.2011, aprovou a minuta de Decreto sobre o Zoneamento Ecológico­Econômico (“ZEE”) da Baixada Santista, que tem por objetivo geral disciplinar e racionalizar a utilização dos re­cursos naturais da região, visan­do garantir a melhoria na quali­dade de vida da população, a sus­tentabilidade econômica e a pro­

teção dos ecossistemas. O ZEE define normas específicas para o zoneamento terrestre e marinho, bem como regras e restrições vol­tadas ao licenciamento ambien­tal nestas áreas.

Curitiba, PR. No dia 13.12.2011, foi publicada a Lei Municipal n.o

13.899, alterando a Lei n.o 12.080/2006, que disciplina a instituição da Reserva Parti­cular do Patrimônio Natural Municipal – RPPNM. As alte­rações ampliam as possibilidades de proprietários requererem que seu imóvel seja transformado em RPPNM. Além de outras obriga­ções previstas, uma vez deferido o requerimento de transforma­ção, o proprietário da área deve­rá apresentar, em até 180 dias, o Plano de Manejo da Reserva, prevendo as ações de recupera­ção ou manutenção consideradas necessárias.

Política Ambiental

Bahia. A Lei Estadual n.o 12.377, publicada em 29.12.2011, alterou a Lei Estadual n.o 10.431/2006

(Política Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Bio­diversidade – PEMAPB) e a Lei

Estadual n.o 11.612/2009 (Po­lítica Estadual de Recursos Hídricos – PERH). Com

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6 Este Boletim destina­se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram­se à sua disposição.

para o monitoramento ambiental realizado pelo poder público, es­pecialmente com relação ao uso das informações; (iii) inclusão de novas regras para o processo de licenciamento ambiental (inclu­sive para empreendimentos que possam afetar unidades de con­servação e suas respectivas zonas de amortecimento) e casos de dispensa; (iv) estabelecimento de norma específica para compensa­ção de reserva legal. Com relação à PERH, merecem atenção as

relação à PEMAPB, destacam­se as seguintes alterações: (i) acréscimo de objetivos para os Planos Estaduais de Meio Ambi­ente, de Proteção da Biodiversi­dade (proposição de estratégias e mecanismos para recuperação de ecossistemas degradados, por exemplo) e de Unidades de Con­servação (incluindo, entre outros, a definição de critérios e procedi­mentos para a elaboração, revi­são e implementação de planos de manejo); (ii) criação de regras

Biodiversidade

Acesso ao Patrimônio Gené­tico. O Conselho de Gestão do Patrimônio Genético ­ CGEN, por meio da Resolução n.o 37, publi­cada em 09.01.2012, estabeleceu procedimentos para a solicitação de autorização de acesso e remessa de amostras de compo­nentes do patrimônio genético e/

ou conhecimento tradicional as­sociado. O protocolo da solicita­ção de autorização perante a Se­cretaria­Executiva do CGEN dará início a processo administrativo próprio, com prazo de resposta máximo de 90 dias, prorrogáveis mediante justificativa formal.

seguintes alterações: (i) criação de novos instrumentos de con­trole e planejamento das ações de gerenciamento dos recursos hídricos; (ii) acréscimo de novas atribuições aos órgãos de gestão dos recursos hídricos (incluindo, por exemplo, o enquadramento dos corpos d’água de domínio estadual em classes pelo Conse­lho Estadual de Recursos Hídri­cos).

Marketing Verde

Minas Gerais. O Decreto n.o 45.815, publicado em 16.12.2011, regulamentou procedimento para o reconhecimento da sustentabili­

dade ambiental, social e cultural de eventos artísticos, técnicos e comemorativos. Os eventos que se adequarem às exigências le­gais receberão um selo de reco­nhecimento, denominado “Selo Evento Sustentável”, o qual

poderá ser usado em campanhas de divulgação. O procedimento para solicitação do selo e os crité­rios de avaliação dos eventos en­contram­se detalhados no Decre­to.

Produtos Perigosos

Materiais Radio­ativos. A consulta pública promovida pela Comissão Na­

cional de Energia Nuclear – CNEN sobre o projeto de norma para Transporte de Materiais

Radioativos se encerrará em 07.02.2012. O projeto contempla requisitos básicos de segurança e proteção radiológica, a fim de garantir um nível adequado de controle da eventual exposição de pessoas, bens e do meio am­

biente a radiação ionizante. O projeto está disponível no se­guinte endereço eletrônico, que também inclui um cadastro para envio de sugestões: http://bit.ly/wdWCvg.

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Ecoturismo. No dia 14.12.2011, a Comissão de Educação e Cultu­ra da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (“PL”) n.o 868/2011, de autoria do Dep. Giovani Cherini (PDT­RS), que dispõe sobre a cria­ção da Política de Desenvolvimento do Ecoturismo e do Turismo Sus­tentável em âmbi­to nacional. Em linhas gerais, o PL estabelece re­gras, instrumentos de gestão e recursos para viabilizar a preser­vação da biodiversidade em locais onde são realizadas atividades turísticas. O PL será analisado na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável an­tes de seguir para a Comissão de Turismo e Desporto.

7 Este Boletim destina­se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram­se à sua disposição.

Ceará I. A Lei Estadual n.o 15.065, publicada em 26.12.2011, regulou o Turismo Rural na Agricultura Familiar, com o objetivo de promover o desenvol­vimento rural sustentável. Para tanto, deverão ser estimuladas atividades comerciais, de educa­ção ambiental, de serviços de la­zer e hospedagem e valorização do patrimônio histórico, dentre outras.

Ceará II. Em 29.12.2011, foi publicada a Lei Estadual n.o 15.071, que disciplina a prática de esportes de aventura no Esta­do do Ceará. A Lei reforça a idéia de que determinadas práticas esportivas também devem ser controladas para que sejam mini­mizados os impactos sobre o meio ambiente e comunidades locais.

Áreas Contaminadas

Minas Gerais. No dia 12.12.2011, a Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM divulgou o Inventário de Áreas Suspei­tas de Contaminação do Es­tado e a Lista de Áreas Conta­minadas e Reabilitadas de 2011. O Inventário identifica 490 áreas contaminadas e 66 áreas reabilitadas no Estado de Minas Gerais. Os documentos encon­tram­se disponíveis nos seguintes endereços eletrônicos, respectiva­mente: http://bit.ly/x4wEDW e http://bit.ly/AoR0GX.

Turismo Sustentável

São Paulo. As Secretarias de Estado do Meio Ambiente – SMA, de Agricultura e Abastecimento – SAA e da Justiça e da Defesa da Cidadania – SJDC, por meio da Resolução Conjunta SMA­SAA­SJDC n.o 01, publicada em 29.12.2011, definiram regras para a dispensa de licença ambiental para determinados empreendi­mentos e atividades agrope­cuários de reduzido potenci­al poluidor­degradador que preencham e apresentem a Decla­ração de Conformidade da Ativi­dade Agropecuária e que não im­pliquem intervenção em áreas de preservação permanente ou su­

pressão de vegetação nativa. Den­tre os empreendimentos benefici­ados com a dispensa estão os se­guintes: (i) apicultura em geral e ranicultura; (ii) reforma e limpe­za de pastagens, quando a vegeta­ção a ser removida seja constituí­da apenas por estágio pioneiro de regeneração; e (iii) projetos de irrigação.

São Paulo. No dia 29.12.2011, foi publicada a Resolução n.0 74 da Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SMA, que dispõe so­bre a inexigibilidade de licen­ciamento ambiental para de­terminadas atividades que não se

Agronegócio

caracterizam como Projetos Agrí­colas e que tenham reduzido po­tencial poluidor­degradador. Des­de que não impliquem interven­ção em áreas de preservação per­manente ou supressão de vegeta­ção nativa, as atividades contem­pladas incluem, dentre outras: (i) limpeza de equipamentos de dre­nos artificiais; (ii) construção de reservatórios d’água para ativida­des agropecuárias; (iii) manuten­ção e recuperação de vertedouros e aterro de açude; (iv) manuten­ção de vias e limitadores de pro­priedade; (v) recuperação de pon­tes e travessias.

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8 Este Boletim destina­se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram­se à sua disposição.

Pará. A Lei Estadual n.o 7.580, publicada em 21.12.2011, institu­iu o Sistema Estadual de Se­gurança Alimentar e Nutri­cional Sustentável – SISANS­PA. Com o fim de garantir o di­reito à alimentação adequada e

saudável, a Lei prevê a adoção de políticas e ações públicas que le­vem em conta práticas alimenta­res ambientalmente sustentáveis, dentre outras. Nesse sentido, a segurança alimentar e nutricio­nal abrangerá a conservação e

Indústria Alimentícia

preservação da biodiversidade e a utilização sustentável dos re­cursos naturais.

Licenciamento Ambiental

Ceará. A Lei Estadual n.o 15.093, publicada em 29.12.2011, instituiu o Cadastro Técnico de Atividades Potencialmen­te Poluidoras ou Utilizado­ras de Recursos Ambientais e a Taxa de Controle e Fisca­lização Ambiental – TCFA no

âmbito do Estado do Ceará. A inscrição no Cadastro é obrigató­ria e abrange as atividades de extração, produção, transporte e comercialização de produtos po­tencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produ­tos e subprodutos da fauna e flo­

ra, dentre outras elencadas no Anexo I da Lei. O pagamento da TCFA é obrigatório e seu fato ge­rador é o exercício regular do po­der de polícia conferido à Supe­rintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE.

Recursos Hídricos

Plano Nacional. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos, por

meio da Resolução n.o 135, publi­cada em 05.01.2012, aprovou o documento “Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH: prioridades para 2012­2015”, como resultado da primeira revi­são do PNRH. O PNRH contem­pla 22 prioridades para os próximos qua­tro anos, que estão agrupadas nos seguin­tes tópicos principais: (i) a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos; (ii) o desenvolvimento institucional; (iii) a articulação institucio­nal; e (iv) o gerencia­mento do PNRH. A versão revi­sada do PNRH encontra­se dis­

ponível no seguinte endereço ele­trônico: http://bit.ly/zPOiGg.

Acre. O Decreto Estadual n.o 2.368, publicado em 15.12.2011, instituiu o Programa de Con­servação e Recuperação das Nascentes e Matas Ciliares para a Bacia Hidrográfica do Rio Acre, cuja implementação se es­tenderá pelas áreas urbanas e

rurais localizadas dentro dos limites da Bacia Hidrográfica do Rio Acre. O Programa traça princípios ori­entadores e, além dis­so, veda a supressão de qualquer espécie de cobertura vegetal nas áreas que especi­fica. A inobservância

do Decreto será considerada con­duta lesiva ao meio ambiente,

passível de sanção prevista em Lei.

Mato Grosso do Sul. A Secre­taria de Estado do Meio Ambien­te, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia – SEMAC, por meio da Resolução n.o 29, publicada em 29.12.2011, regulou a Decla­ração de Carga Poluidora de fontes potenciais ou efetivamen­te poluidoras de águas. De acor­do com a Resolução, todos os empreendimentos geradores de efluentes líquidos, efetiva ou po­tencialmente poluidores das águas ficam notificados a apre­sentar, até 31.03 de cada ano, a Declaração de Carga Poluidora do ano civil anterior. A Declara­ção, conforme modelo apresenta­do no Anexo Único da Resolução, deverá vir acompanhada de Anotação de Responsabilidade

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9 Este Boletim destina­se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram­se à sua disposição.

Técnica do profissional res­ponsável pela elaboração do do­cumento e de Boletins Analíticos sobre os efluentes. As atividades

consideradas efetiva ou potenci­almente causadoras de pequeno impacto ambiental, conforme Resolução SEMAC n.o 08/2011,

não são obrigadas a apresentar a Declaração.

Pesca

Rondônia. Em 22.12.2011, foi publicada a Instrução Normativa Conjunta n.o 1 do Ministério da Pesca e Aquicultura e do Institu­to Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová­veis – IBAMA, que estabelece critérios e procedimentos para cadastramento de plantéis de reprodutores de pirarucu

(Arapaima gigas) no Estado de Rondônia, para fins de regulari­zação dos em­preendimentos quanto ao ma­nejo, à reprodu­ção em cativei­ro, à engorda e à comercialização dos seus produ­tos. Para tanto, foi estabelecido o

prazo de 90 dias para apresenta­ção dos documentos especifica­

dos na Instru­ção Normativa. Com a efetiva­ção do cadastro, será emitido o respectivo Certi­

ficado, que permitirá a comercia­lização dos produtos.

Proteção à Fauna

Aves. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA regulamentou, por meio da Ins­trução Normativa n.o 16, publica­da em 16.12.2011, a fabricação e distribuição de anilhas para criadores de aves silvestres. A Instrução Normativa dispõe sobre o credenciamento das fá­bricas de anilhas e o procedi­mento de solicitação e entrega das anilhas.

Experimentação Animal. O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal –

CONCEA, por meio da Resolução Normativa n.o 03, publicada em 15.12.2011, instituiu o Credenci­amento Institucional para A­tividades com Animais em Ensino ou Pesquisa – CIAEP, além de estabelecer os critérios e procedimentos para requerimen­to, emissão, revisão, extensão, suspensão e cancelamento do credenciamento das instituições que criam, mantêm ou utilizam animais em ensino ou pesquisa científica. A Resolução permite a utilização de animais em ativida­des educacionais de ensino supe­rior e de educação técnica de ní­vel médio da área biomédica, ob­servados certos requisitos e con­dições. As instituições que criam, mantêm ou utilizam animais em ensino e pesquisa científica deve­rão requerer seu credenciamento dentro do prazo de um ano da

entrada em vigor da Resolução Normativa (30 dias após a data de publicação).

Caranguejo. O Ministério da Pesca e Aquicultura e o Ministé­rio do Meio Ambiente, por meio da Instrução Normativa Intermi­nisterial n.o 02, publicada em 10.01.2012, proibiram a captu­ra, transporte, beneficia­mento, industrialização e comercialização de qualquer indivíduo da espécie Ucides cor­datus, conhecido popularmente como caranguejo­uçá, nos Es­tados do Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pa­

raíba, Pernambuco, Alagoas,

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10 Este Boletim destina­se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram­se à sua disposição.

Sergipe e Bahia, em períodos especificados nos meses de janei­ro a março, para garantir a re­produção da espécie.

Curitiba, PR. A Lei Municipal n.o 13.908, publicada em 20.12.2011, prevê a imposição de

sanções administrativas àqueles que praticarem maus­tratos aos animais. A Lei traz um elenco de 16 condutas passíveis de sanção, sendo aplicável a todo ser pertencente ao Reino Animal, inclusive fauna urbana, domésti­ca, nativa ou exótica.

Meio Ambiente Urbano

Mobilidade Urbana. Em 04.01.2012, foi publicada a Lei n.o 12.587, que institui as

diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana – PNMU. A PNMU tem por objetivo a inte­gração entre os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas nos municípios. Tendo como base o princípio do desenvolvimento sustentá­vel das cidades, nas dimensões socioeconômicas e ambientais, dentre outros princípios, a PNMU será orientada por diretrizes que levem em consideração a mitiga­ção dos custos ambientais, soci­ais e econômicos dos desloca­mentos de pessoas e cargas na cidade. Além da prioridade dos modos de transportes não moto­rizados sobre os motorizados,

assim como dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motoriza­do, a PNMU também terá como diretrizes o incentivo ao desen­volvimento científico­tecnológico e o uso de energias renováveis e menos poluentes, dentre outras.

Rio de Janeiro, RJ. A Lei Mu­nicipal n.o 5.352, publicada em 30.12.2011, determinou a criação de áreas exclusivas para o esta­cionamento de bicicletas próximas às estações do metrô, estações ferroviárias e terminais rodoviários, bem como próximas às repartições públicas munici­pais e pontos turísticos. Com es­sa medida, o Município do Rio de Janeiro busca promover a inte­gração dos diferentes tipos de transporte na cidade.

Rio de Janeiro, RJ. O Decreto Estadual n.o 34.982, publicado em 19.12.2011, regulou o licencia­mento de atividades econômicas em Área de Proteção da Am­biência Cultural do Leblon. Com o fim de proteger o patrimô­nio cultural, material e imaterial do Leblon, o Decreto obriga que haja análise prévia da Secretaria de Patrimônio Cultural, Interven­ção Urbana, Arquitetura e Design – SUBPC sobre o licenciamento, mudança de uso e mudança de perfil de atividades econômicas realizadas no bairro. A SUBPC irá analisar o impacto da atividade econômica na qualidade da ambi­ência cultural do bairro do Leblon e poderá solicitar a opinião de outros órgãos municipais sobre análise de impacto de vizinhança, de tráfego ou ambiental. O Decre­to também prevê a criação de es­tímulos e isenções que fomentem a salvaguarda e a conservação do patrimônio cultural do bairro.

Patrimônio Cultural

Conexões Globais

China. Em 09.11.2011, por ocasião da Reu­nião Executiva do

Conselho de Estado da República Popular da China, foi aprovado o Esquema de Trabalho para o Controle de Gases de Efeito Es­tufa para o Décimo­Segundo

Plano Quinquenal. O Esquema determina o seguinte: (i) as emissões de CO2 por unidade de PIB em 2015 devem ser reduzi­das em 17%, em relação a 2010; (ii) o mercado de comerciali­zação de redução de emis­sões de carbono deverá ser

estabelecido gradualmente; (iii) uma série de províncias e cidades de baixo carbono deverão ser de­senvolvidas por meio de um pro­jeto piloto de baixo carbono; e (iv) a capacidade de controle de

emissões de gás de efeito

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Este Boletim destina­se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram­se à sua disposição.

estufa deverá ser totalmente aprimorada. Para alcançar esses objetivos, diversas medidas de controle deverão ser empregadas concomitantemente, promovendo o projeto piloto relativo ao desen­volvimento de baixo carbono e explorando o estabelecimento do mercado de comercialização de redução de emissões. Além disso, a construção de um sistema de estatística e contabilidade para emissão de gás de efeito estufa deverá ser acelerada, assim como atividades de baixo carbono e conservação de energia deverão ser promovidas por toda a socie­dade. Também deverão ser am­plamente implementados meca­nismos de cooperação inter­nacional, apoiando o aprimora­mento da capacitação técnica e o fortalecimento da pesquisa e po­pularização da tecnologia de bai­xo carbono.

No início de novembro/2011, o Escritório Geral da Comissão de Desenvolvimento Nacional e Re­forma da República Popular da China (“CDNR”) emitiu uma Por­taria sobre o Programa Piloto de Comercialização de Redução de Emissões de Carbono, que autori­za Chongqing, Beijing, Xangai, Hubei, Guangdong e Shenzhen a lançar o programa piloto de comercialização de redução de emissões de carbono. A Portaria reconhece que o lança­mento do programa de comercia­lização de redução de emissões de carbono é uma importante medi­da para alcançar o objetivo de re­dução de emissões de CO2 entre

40%­45% em 2020, com relação a 2005, com baixo custo econô­mico. A Portaria exige que todos os distritos pilotos valorizem o projeto, obtenham fundos espe­cíficos, elaborem o cronograma de implementação e o submetam à CDNR para aprovação.

Para identificar o mecanismo de comercialização de Redução Vo­luntária de Emissões (“RVE”) assim como os produtos comer­cializados, o local de comerciali­zação, novos procedimentos pa­ra aplicação e certificação de metodologia e os procedimentos para ratificação de instituições certificadoras, assim como para solucionar o problema da falta de credibilidade do mercado RVE, serão em breve promulga­das Medidas Administrativas para Atividades de Comercialização de Redução Voluntária de Emissões de Gás de Efeito Estufa da Repú­blica Popular da China. De acordo com Sun Cuihua, Vice­Presidente do Departamento de Mudanças Climáticas da CDNR, o texto da Medida Administrativa já foi concluído. Nesse momento, está caminhando para o estágio de coleta de pareceres e aprovações devidas junto às autoridades le­gislativas competentes.

Anteriormente, a China já tinha desenvolvido dois padrões de RVE, que são a Versão 1.0 do Padrão Panda, emitido em 16.12.2009, e o Padrão RVE Chi­na, emitido em 19.10.2010. Am­bos os padrões estabeleceram um sistema com mecanismos que incluem requisitos para tec­

nologia de redução de emissões, procedimentos de registro e can­celamento de registro e normas para mediação e arbitragem, en­tre outros.

(por Kong Wei, Zou Danli e Lu Jianwei, do escritório Zhong Lun – Xangai, China)

Moçambique. Em Moçambique, o Es­tudo do Impacto

Ambiental (“EIA”), como uma das componentes do processo de Ava­liação do Impacto Ambiental (“AIA”), e a participação pública (“PP”) são dois aspectos a levar em con­sideração no licenciamento ambiental de atividades suscetí­veis de causar impactos negativos sobre o ambiente. O EIA tem por objetivo analisar, técnica e cienti­ficamente, as consequências que podem decorrer da implantação de uma atividade proposta sobre o ambiente. Por sua vez, a PP consiste num processo de infor­mação e oitiva, durante a realiza­ção do processo de AIA, das par­tes interessadas e afetadas, direta ou indiretamente, pela atividade a desenvolver.

Porém, na prática, a realização de AIA, concretamente no que diz respeito ao EIA e à PP, revelou­se difícil e heterogênea, pelo que urgia a necessidade de, por um lado, normalizar os procedimen­tos e dotar os vários intervenien­tes de linhas mestras que orien­tassem a realização dos EIA e, por outro lado, definir e harmonizar as normas e procedimentos ine­

rentes ao processo de PP.

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Este Boletim destina­se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram­se à sua disposição.

Assim, o Ministério para a Coor­denação da Ação Ambiental (“MICOA”) aprovou dois instru­mentos legais complementares, especificamente, a “Diretiva Geral para Estudos do Impacto Ambien­tal” (“DGEIA”) e a “Diretiva Geral para o Processo de Participação Pública no Processo de Avaliação do Impacto Ambiental” (“DGPP”), por meio do Diploma Ministerial n.º 129/2006, de 19 de Julho e do Diploma Ministerial n.º 130/2006, de 19 de Julho, respectivamente.

Tal como foram concebidos, os dois instrumentos legais acima referidos destinam­se não só a serem utiliza­dos pelo MICOA, mas também por entidades públicas e privadas di­reta ou indiretamente afetadas pelo projeto, os proponentes da atividade, os consultores ambien­tais, organizações de defesa do meio ambiente, entre outros.

De acordo com o DGEIA, um Re­latório de EIA deverá integrar três conjuntos de documentos, a saber: o sumário executivo (escrito

em linguagem acessível para um leitor não especializado), o relató­rio principal (que inclui o Plano de Gestão Ambiental e seus ane­xos) e o relatório da PP.

No que se refere à PP no proces­so de AIA, o DGPP estabelece os seguintes procedimentos a se­rem observados na sua realiza­ção: identificação das partes in­teressadas e afetadas, dissemi­nação da informação, realização da consulta pública, coleta das contribuições e elaboração do relatório final da consulta públi­ca. Estes procedimentos são, igualmente, aplicáveis à audiên­cia pública, caso haja necessida­de de se fazer ou seja solicitada pelos cidadãos, associações e organizações ambientais legal­mente constituídas ou entidades públicas e privadas.

A aprovação da DGEIA teve co­mo objetivo conferir uma nova dinâmica na avaliação do impac­to ambiental das atividades pro­postas, melhorando­se a quali­

dade dos estudos e a sua compre­ensão pela sua padronização, o que por sua vez se repercutirá na maior e melhor proteção do meio ambiente.

Por seu turno, a DGPP teve como mote permitir uma efetiva parti­cipação dos interessados e dos vários segmentos da socieda­de civil afetados pela atividade proposta, traduzida na apresenta­ção e incorporação no EIA dos seus anseios e opiniões, os quais deverão ser levados em conta no momento da decisão final sobre o licenciamento ambiental da ativi­dade em questão.

Além disso, a regulamentação da forma e conteúdo do EIA e dos procedimentos para a realização da PP permite aos investidores ter maior conhecimento, partici­pação e confiança no processo de AIA.

(por Eduardo Calú, do escritório Sal & Caldeira Advogados – Maputo, Moçambique)

Contato: Fernando Tabet [email protected] Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 4)

Lucas Baruzzi [email protected] Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 6)

Eduardo Leme [email protected] Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 5)

André Marchesin [email protected] Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 7)

Colaboração especial

(legislação chinesa): Kong Wei / Zou Danli / Lu Jianwei ZHONG LUN [email protected] [email protected] [email protected] Tel. +86 (21) 6061 3666

(legislação moçambicana): Eduardo Calú SAL & CALDEIRA ADVOGADOS [email protected] Tel. + 258 (21) 24 1400

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