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1 _________________________________________ISSN 1983-4209 – Volume 08– Número 01 – 2012 ¹ Acadêmicos de Farmácia Generalista da Faculdade de Imperatriz (FACIMP) - Imperatriz (MA), Brasil. - [email protected] ; ² Mestranda em Doenças Tropicais Pelo Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará - Belém (PA), Brasil. - http://lattes.cnpq.br/1748392086009047 ³ Mestrado em Ciências da Educação, Universidade Estadual do Maranhão. – Imperatriz (MA), Brasil. - http://lattes.cnpq.br/3204054304021433 Recebido para publicação em 30/03/2012 Aceito para publicação em 06/05/2012 ANÁLISE PRELIMINAR DA AÇÃO REPELENTE DO NIM (Azadirachta indica A. Juss) EM ABELHA-AFRICANA (Apis mellifera L.) E MOSCA DOMÉSTICA (Musca domestica L.) ¹Brenner Castro Silva; ¹Jaqueline Vaz de Oliveira; ¹Aglaupy Raio-de-Luar Vital Ferreira Silva Souza Brasil; ¹Heverton Figueredo Matos; ²Marcia Guelma Belfort; ³Joaquim Paulo de Almeida Junior. RESUMO - A espécie Azadirachta indica A. Juss, popularmente conhecida como nim indiano e margosa, é uma árvore nativa da Índia, característica de clima tropical. Foi introduzida no Brasil oficialmente em 1984 e que, atualmente, pode ser encontrada em todas as regiões do País. O grande atrativo do nim é o seu elevado conteúdo de inseticidas, a planta possui mais de 50 terpenos, a maioria com ação sobre os insetos, porém, o composto mais eficaz dentre esses é a azadirachtina, um princípio ativo que vem demonstrando grande eficácia no combate a diversas pragas, pois afeta o desenvolvimento desses insetos. O efeito dos extratos de nim sobre insetos é bastante variável. Há registro de ação sobre mais de 300 espécies. Os inseticidas naturais de nim são biodegradáveis, portanto não deixam resíduos tóxicos nem contaminam o ambiente. Possuem ação repelente, inseticida, ovicida, larvicida, indutora de deformidades, anti-alimentar, reguladora de crescimento, redutora de fecundidade, entre outros. Em experimentos ficou demonstrada a ação inseticida de extratos formulados de folhas de nim (Azadiractha indica A. Juss), comprovando sua ação repelente e inseticida natural em Abelha-Africana (Apis mellifera L.) e Mosca Doméstica (Musca domestica L.) usando o extrato alcoólico, com teor de 80%, desta planta. Unitermos: 1. Inseticida, 2. Azadirachtina, 3. Extrato Alcóolico. PRELIMINARY ANALYSIS OF THE ACTION OF REPELLENT NEEM (AZADIRACHTA INDICA A. JUSS) IN AFRICAN BEE (APIS MELLIFERA L.) AND DOMESTIC FLY (MUSCA DOMESTICA L.). ABSTRACT - The Azadirachta indica A. Juss, species popularly known as neem Indian and marly, is a native tree of India, characteristic of tropical climate. It was introduced in Brazil officially in 1984 and that, currently, it can be found in all the regions of the Country. Great the attractive one of nim is its raised content of insecticides, the plant more than possess 50 terpenes, the majority with action on the insects, however, the composition most efficient amongst these is the azadirachtina, an active principle that comes demonstrating to great effectiveness in the combat the diverse plagues, therefore affects the development of these insects. The effect of extracts of neem on insects is sufficiently changeable. It more than has action register on 300 species. The natural insecticides of nim are biodegradable, therefore toxic residues do not leave nor contaminate the environment. They possess repellent, insecticidal, ovicida, larvicida, inductive action of deformities, anti-to feed, regulating of growth, reducing of fertility, among others. In experiments she was demonstrated the insecticidal formulated leaf extract action of neem (Azadiractha indica A. Juss), proving its natural repellent and insecticidal action in African Bee (Apis mellifera L.) and Domestic Fly (Musca domestica L.) using the alcoholic extract, with text of 80%, this plant. Uniterms: 1. Insecticide, 2. Azadirachtina, 3.Alcoholic extract.

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_________________________________________ISSN 1983-4209 – Volume 08– Número 01 – 2012

¹ Acadêmicos de Farmácia Generalista da Faculdade de Imperatriz (FACIMP) - Imperatriz (MA), Brasil. - [email protected]; ² Mestranda em Doenças Tropicais Pelo Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará - Belém (PA), Brasil. - http://lattes.cnpq.br/1748392086009047 ³ Mestrado em Ciências da Educação, Universidade Estadual do Maranhão. – Imperatriz (MA), Brasil. - http://lattes.cnpq.br/3204054304021433

Recebido para publicação em 30/03/2012

Aceito para publicação em 06/05/2012

ANÁLISE PRELIMINAR DA AÇÃO REPELENTE DO NIM (Azadirachta indica A. Juss) EM ABELHA-AFRICANA (Apis mellifera L.) E MOSCA DOMÉSTICA (Musca domestica

L.)

¹Brenner Castro Silva; ¹Jaqueline Vaz de Oliveira; ¹Aglaupy Raio-de-Luar Vital Ferreira Silva

Souza Brasil; ¹Heverton Figueredo Matos; ²Marcia Guelma Belfort; ³Joaquim Paulo de Almeida

Junior.

RESUMO - A espécie Azadirachta indica A. Juss, popularmente conhecida como nim indiano e margosa, é uma árvore nativa da Índia, característica de clima tropical. Foi introduzida no Brasil oficialmente em 1984 e que, atualmente, pode ser encontrada em todas as regiões do País. O grande atrativo do nim é o seu elevado conteúdo de inseticidas, a planta possui mais de 50 terpenos, a maioria com ação sobre os insetos, porém, o composto mais eficaz dentre esses é a azadirachtina, um princípio ativo que vem demonstrando grande eficácia no combate a diversas pragas, pois afeta o desenvolvimento desses insetos. O efeito dos extratos de nim sobre insetos é bastante variável. Há registro de ação sobre mais de 300 espécies. Os inseticidas naturais de nim são biodegradáveis, portanto não deixam resíduos tóxicos nem contaminam o ambiente. Possuem ação repelente, inseticida, ovicida, larvicida, indutora de deformidades, anti-alimentar, reguladora de crescimento, redutora de fecundidade, entre outros. Em experimentos ficou demonstrada a ação inseticida de extratos formulados de folhas de nim (Azadiractha indica A. Juss), comprovando sua ação repelente e inseticida natural em Abelha-Africana (Apis mellifera L.) e Mosca Doméstica (Musca domestica

L.) usando o extrato alcoólico, com teor de 80%, desta planta. Unitermos: 1. Inseticida, 2. Azadirachtina, 3. Extrato Alcóolico. PRELIMINARY ANALYSIS OF THE ACTION OF REPELLENT NEEM (AZADIRACHTA

INDICA A. JUSS) IN AFRICAN BEE (APIS MELLIFERA L.) AND DOMESTIC FLY (MUSCA DOMESTICA L.).

ABSTRACT - The Azadirachta indica A. Juss, species popularly known as neem Indian and marly, is a native tree of India, characteristic of tropical climate. It was introduced in Brazil officially in 1984 and that, currently, it can be found in all the regions of the Country. Great the attractive one of nim is its raised content of insecticides, the plant more than possess 50 terpenes, the majority with action on the insects, however, the composition most efficient amongst these is the azadirachtina, an active principle that comes demonstrating to great effectiveness in the combat the diverse plagues, therefore affects the development of these insects. The effect of extracts of neem on insects is sufficiently changeable. It more than has action register on 300 species. The natural insecticides of nim are biodegradable, therefore toxic residues do not leave nor contaminate the environment. They possess repellent, insecticidal, ovicida, larvicida, inductive action of deformities, anti-to feed, regulating of growth, reducing of fertility, among others. In experiments she was demonstrated the insecticidal formulated leaf extract action of neem (Azadiractha indica A. Juss), proving its natural repellent and insecticidal action in African Bee (Apis mellifera L.) and Domestic Fly (Musca

domestica L.) using the alcoholic extract, with text of 80%, this plant.

Uniterms: 1. Insecticide, 2. Azadirachtina, 3.Alcoholic extract.

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INTRODUÇÃO

Os inseticidas naturais são ótimas alternativas, pois o seu custo de produção em relação aos agrotóxicos é bem mais baixo, são facilmente degradáveis e não deixam resíduo no meio ambiente. Dentre plantas com poder inseticida, temos a Azadirachta indica A. Juss (Nim). Essa espécie de planta vem sendo testada e observa-se que é eficaz no combate aos mais diversos tipos de pragas, não sendo agressivo aos animais e também a seres humanos (Brusadin, 2003).

Características botânicas da Azadirachta indica (A. Juss)

É uma árvore de crescimento rápido, podendo alcançar de 10 a 20m de altura, com tronco semi-ereto a reto, marrom-avermelhado, duro e resistente, de 30 a 80cm de diâmetro, e apresentando um sistema radicular que pode atingir profundidade de até 15m. Sua copa pode variar de 8 a 12m. Suas folhas são alternadas, com freqüência aglomerada nos extremos dos ramos simples e sem estípulas e com folíolos de coloração verde-clara intensa (Sodepaz, 2011).

A folha da Azadiractha indica A. Juss (Nim) tem a seguinte formação morfológica (Fig. 01):

Já a suas flores são brancas ou de cor creme e aromáticas, reunidas em inflorescências densas, de cerca de 25cm de comprimento, encontrando-se tanto flores masculinas como hermafroditas na mesma planta. Seu fruto é uma baga ovalada que apresenta cor verde-clara durante seu desenvolvimento inicial, e se tornando amarelado, com polpa macia e amarga quando madura (Sodepaz, 2011). Sua semente apresenta uma casca dura, porém fina, de coloração branca, contendo em seu interior a semente propriamente dita, de coloração marrom.

Propriedades da Azadirachta indica (A. Juss) A Azadirachta indica A. Juss (Nim), árvore pertencente à família Meliaceae, é conhecida há

mais de 2000 anos na Índia e em países da Ásia Meridional por suas propriedades medicinais (Martinez, 1999). Alguns dos principais componentes biologicamente ativos do nim são azadiractina, meliantriol, limoneno, odoratone e outros triterpenóides, entre os mais de 100 compostos já isolados (Sidiqui et al., 2003).

Fig. 01: Folha da Azadiractha indica A. Juss (Nim)

Margem Foliar: cerrada

Nervação Foliar: peninérvea

Ápice: acuminado

Base: oblíqua

Coloração: concolor

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A azadiractina, encontrada nas sementes, na casca e nas folhas do nim, é o principal composto responsável pelos efeitos tóxicos aos insetos (Schmutterer, 1990; Mordue & Nisbet, 2000). Os efeitos da azadiractina incluem repelência, deterrência alimentar, interrupção do crescimento, interferência na metamorfose, esterilidade e anormalidades anatômicas, nesses insetos (Schmutterer, 1990; Mordue & Nisbet, 2000; Martinez & Emden, 2001).

Baseado neste contexto motivou-se realizar uma revisão da utilização da Azadiractha indica

A. Juss (Nim) como fonte alternativa repelente e inseticida no controle de mosca doméstica (Musca

domestica L.) e realizar uma investigação e análise preliminar da ação repelente em abelhas-africanas (Apis mellifera L.).

MATERIAL E MÉTODO

Este trabalho foi realizado no município de Imperatriz - MA. A higienização e secagem das folhas, a extração do olho essencial, a produção dos extratos alcoólicos, tanto de folhas seca como das frescas, foram realizados no Laboratório da Faculdade de Imperatriz (FACIMP).

Coleta do material vegetal

As folhas da Azadirachta indica (A. Juss) (Fig. 02) foram coletadas em um estabelecimento comercial no Bairro Vila Nova na Cidade de Imperatriz-MA, ao anoitecer, mas precisamente às 18h45min, no final do mês de outubro/2011. Após coletadas, as amostras foram acondicionadas em uma sacola plástica umedecida com água (Fig. 02).

Após a coleta, foram feitas a separação das melhores folhas e higienização (Fig. 03). As folhas selecionadas foram armazenadas em uma bacia plástica e lavadas com água (Fig. 03), para que fossem removidas as partículas de poeiras.

A B

Fig. 02: A: Coleta das Folhas; B: Acondicionamento das Folhas.

A B C

Fig. 03: A: Seleção das Folhas; B: Folhas Selecionadas; C: Higienização das Folhas.

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Secagem das folhas

As folhas, depois de higienizadas, foram envolvidas por um jornal (Fig.04) e levadas a estufa a temperatura média de 40ºC (Fig. 04) durante quatro dias, até que secassem completamente.

Processo de Extração do óleo essencial

Após a pesagem, 300g das folhas ainda frescas, foram colocadas no balão de destilação (Fig. 05) com o volume de 2.000ml, em seguida adicionado 1.000ml de água destilada. O balão então foi acoplado à manta aquecedora, ligada ao Sistema de Clevenger (Fig. 05), para que fosse realizada a extração do óleo por meio da hidrodestilação, sendo mantida a temperatura de 90ºC.

O início da extração do óleo das folhas ocorreu às 11h15min, sendo que a ebulição se iniciou às 11h32min. Poucos minutos após a ebulição, pudemos observar que o produto final (Fig.04) obtido, não continha óleo essencial.

Preparação do extrato alcoólico de folhas secas e frescas

Inicialmente foi realizada a pesagem das amostras em uma balança analítica de quatro dígitos (Fig. 06), onde obtivemos 110g de folhas secas e 600g de folhas frescas.

A B C

Fig. 05: A: Preparando o balão de destilação; B: Sistema de Clevenger; C: Produto final de hidrodestilação.

Fig. 04: A: Preparo das folhas para secagem; B: Colocando as folhas na estufa. Fonte: Pesquisa de Campo/2011

B A

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Após a pesagem as folhas foram colocadas em recipientes de vidro com tampa sendo adicionado em seguida o álcool a 80% (Fig. 07), até que as folhas ficassem completamente submersas. As folhas permaneceram durante cinco dias nestes frascos, sendo a mistura agitada diariamente (Fig. 07).

Após cinco dias, foi feita a filtração e o envasamento dessa mistura (Fig. 08) utilizando o funil de vidro que tinha em seu interior gazes que impediam a passagem das folhas. Os extratos obtidos foram acondicionados em diferentes borrifadores (Fig. 08), estando estes devidamente identificados.

A B

Fig. 06: A: Pesagem das folhas secas; B: Pesagem das folhas frescas.

Fig. 07: A: Adição de álcool a 80%; B: Agitando a mistura.

B A

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Teste Experimental

Este procedimento foi realizado na Praça de Alimentação da Faculdade de Imperatriz (FACIMP), no município de Imperatriz-MA, onde há uma quantidade significante de Apis mellifera

(L.) e também Musca domestica (L.).

Inicialmente foram espalhados sobre a mesa substâncias que servissem como atrativo para esses insetos, em poucos momentos, observou-se rapidamente uma proliferação destes (Fig. 09).

Em seguida, foi borrifado sobre a mesa amostras dos extratos, tanto o de folhas secas, quanto o de folhas frescas, durante alguns instantes foi observado o comportamento das moscas e das abelhas diante do extrato.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tentativa da extração do óleo essencial das folhas da Azadirachta indica A. Juss (Nim) não foi bem sucedida, pois durante o processo de extração foi descoberto que a mesma não possuía

B A

Fig. 08: A: Processo de filtração e envasamento; B: Extrato pronto para o teste; 1: Extrato de Folhas Secas. 2: Extrato de Folhas Frescas.

Fig. 09: A: Momentos antes de borrifar o Extrato; B: Borrifando o Extrato.

B A

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óleo essencial nas folhas. A partir desta confirmação, foi dado andamento a um novo processo, o extrato alcoólico a 80% das folhas frescas e secas.

As abelhas foram expostas ao extrato da Azadirachta indica A. Juss (Nim) aproximadamente por 30min, foi possível observar então, que as abelhas e moscas se sentiam irritadas com a presença do extrato, algumas nem pousavam sobre a mesa outras até pousavam, mas ao entrarem em contato com o extrato, passavam a apresentar comportamento diferente do normal, ou seja, elas ficavam agitadas.

Durante o teste obteve-se resultados positivos, onde confirmamos que as propriedades repelentes e inseticida apresentadas pela Azadirachta indica A. Juss (Nim) em Musca domestica

(L.) e também atuam sobre a Apis mellifera (L.). No decorrer dos testes também foi constatado que o extrato das folhas frescas age com a mesma eficácia só que de forma mais lenta que o extrato das folhas secas.

O nim contém um grupo variado de substâncias bioativas com alto efeito biológico; entre estas substâncias estão azadiractina, meliantrol e salanina (Naragnan et al., 1980), além de vilasinina (Kraus et al., 1991). O conjunto dessas substâncias e a ação específica de cada uma delas em separado produzem diferentes efeitos sobre os insetos, como repelência, esterilidade, desorientação na oviposição, efeito letal, regulador do crescimento, entre outros (Jacobson, 1987; Brechelt et al., 1995). Todavia, estudos têm sido enfocados principalmente em relação a azadiractina, por ser o ingrediente com maior atividade tóxica (Soon & Bottrell, 1994).

Os achados deste estudo reafirmam eficácia da Azadirachta indica A. Juss (Nim) como um excelente repelente natural e inseticida, apresentando, de acordo com os testes, propriedades repelentes aos insetos, neste caso, Abelha-Africana (Apis mellifera L.) e Mosca Doméstica (Musca

domestica L.). CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente utilizam-se inúmeras substâncias químicas no combate a insetos, que por sua vez, podem contaminar o solo, a água, os animais e consequentemente os seres humanos. Essa questão faz com que haja o crescimento de novas pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de substâncias naturais com propriedades repelentes e também inseticidas, que por sua vez são facilmente degradados.

Os produtos naturais além de não oferecer riscos ao meio ambiente nem ao ser humano, ao serem utilizados, deixam poucos resíduos ou nenhum, podendo assim ser utilizados com segurança. Outro ponto bem interessante a ser levado em consideração é que estes podem ser produzidos de forma bastante simples e a baixo custo.

Nos últimos anos o plantio da Azadirachta indica A. Juss (Nim) vem crescendo rapidamente no Brasil, com o objetivo da exploração da madeira e também na produção de folhas e frutos, que são matérias primas utilizadas na produção de inseticidas, repelentes, uso veterinário, medicinal ou na indústria de cosméticos. Diversas empresas já estão no mercado cultivando, extraindo os princípios ativos e também produzindo produtos derivados da Azadirachta indica A. Juss (Nim), uma planta de origem indiana muito bem adaptada ao clima brasileiro.

Na análise preliminar do extrato alcoólico da Azadirachta indica A. Juss (Nim), observou-se que a mesma possui propriedades tanto repelente quanto inseticida, tornando esta uma fonte alternativa viável para diminuir a utilização de produtos químicos sintéticos, diminuído assim os danos atualmente causados ao meio ambiente.

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REFERÊNCIAS

Brechelt, A.; Fernandez, C. L. El Nim - Um arbol para la agricultura y el médio ambiente. Experiências em la Republica Domonicana. Fundación Agricultura y Médio Ambiente, Amigo Del Hogar, San Cristobal, Rep. Dom., 133p, 1995.

Brusadin M.B. 2003. Análise de Instrumentos Econômicos Relativos aos Serviços de Resíduos

Sólidos Urbanos. Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, SP, 2003.

Jacobson, M. Neem research and cultivation in the western hemisphere. In: International Neem Conference, 3., Nairobi. Natural pesticides from the neem tree (Azadirachta indica A. Juss) and other tropical plants. Eschborn, GTZ Press, p. 33-44, 1987.

Kraus, W.; Bokel, M.; Cramer, R.; Gutzeit, H.; Herr, B.; Kaufmann, I.; Pohnl, H. Natural products

as pesticides. In: International Plant Protection Congress, 12. Rio de Janeiro. Resumos. Brasília, MARA, n.p., 1991.

Martinez S.S. 1999. O nim, Azadirachta indica: um inseticida natural. Comunicado Técnico 21, Iapar, Londrina, PR. 5p.

Martinez, S.S.; Emden, H.F. van. Growth disruption, abnormalities and mortality of Spodoptera littoralis (Boisduval) (Lepidoptera: Noctuidae) caused by Azadirachtin. Neotropical

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Mordue, A.J.; Nisbet, A.J. Azadirachtin from the neem tree Azadirachata indica: its action against insects. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil. v.29, pp.615-632. 2000.

Naragnan, C.R.; Sing, R. P.; Sawainap, D.D. Phagodeterrency of various fractions of neem oil against Schistocerca gregaria Forsk. Indian Journal of Entomology, New Delhi, v.43, n.3, p. 469-72,

1980.

Saito M.L. 2004. As plantas praguicidas, alternativa para o controle de pragas na agricultura. Informativo Embrapa Meio Ambiente, Jaguari-una, SP, jul/ago, p.1-3.

Schmutterer, H. Properties and potential of natural pesticides from neem tree. Annual Review of

Entomology. v.35, pp.271-297. 1990.

Sidiqui B.S., Afshan F., Gulzar T., Sultana R., Naqvi S.N. & Tariq R.M. 2003. Tetracyclic triterpenoids from the leaves of Azadiractha indica and their insecticidal activities. Chem. Pharm.

Bull. 51(4):415-417

Soon, L.G.; Bottrell, D.G. Neem pesticides in rice; potencial and limitations. Manila, IRRI, 64p,

1994.

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Sodepaz – Solidaridad para el desarrollo y La Paz. http://www.sodepaz.org/nim/. Acesso em 25: de novembro de 2011.

Vidal, W. N.; Vidal, M. R. R.. Botânica Organografia. 4ª ed. Universidade Federal de Viçosa. Editora UFV, 2003. 124p.