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    PODER JUDICIRIOTRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO^-____ ___TRIBUNAL DE JUSTIA DE SO PAULOA C ACRDO/DECISO MONOCRTICAACRDO REGISTRADO(A) SOB N

    *00794058*

    Vistos, relatados e discutidos estes autos deRECURSO EM SENTIDO ESTRITO n 386.091-3/1-00, da Comarca deSO PAULO, em que recorrente a JUSTIA PBLICA, sendorecorridos MARISA VACARI MARONI E OSCAR MARONI FILHO:

    ACORDAM, em Terceira Cmara Criminal "A" doTribunal de Justia do Estado de So Paulo, proferir aseguinte deciso: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO DO MINISTRIOPBLICO, MANTENDO, ASSIM, A DECISO QE REJEITOU A DENNCIA,CORRIGINDO-SE APENAS A SUA CAPITULAO PARA O ARTIGO 43, INCISOIII, DO CDIGO DE PROCESSO PENAL. V.U.", de conformidade com ovoto do Relator, que integra este acrdo.

    O julgamento teve a participao do DesembargadorSAMUEL JNIOR (Presidente, sem voto) e dos DESEMBARGADORESMOREIRA DA SILVA e ALEX ZILENOVSKI.

    So Paulo, 4 de maio de 2005.

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    Rec urso em S entido Es trito n" 386.091.3/1-00S o P a u l o - S PRecte.: Ministrio Pblico

    Recdos. :Oscar Maroni Filho e Marisa Vaccari MaroniVoto n 012

    Vistos.Oscar Maroni Filho e Marisa

    Vaccan Maroni foram denunciados como incursos nassanes do artigo 229, combinado com artigo 29, ambos doCdigo Penal (fls .2/3), tendo o MM. Juiz de Primeiro Graurejeitado a denncia com base na falta de provas(fls.190/191).

    Irres ignado, o Minis tr ioPblico interps recurso, pleiteando a reforma da deciso,a fim e que a denncia seja recebida (fls.196/198), tendo, osdenunciados sustentado a mantena da respeitvel deciso(fls.216/220).

    O recurso foi regularmenteprocessado e, mantida a deciso no Juzo de retratao(fls.222), a douta Procuradoria de Justia deu parecer nosentido do improvimento do recurso interposto,corrigindo-se apenas a fundamentao da rejeio para oinciso III do artigo 43 do Cdigo Penal (fls.225/228).

    E o relatr io.

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    Aps breve anlise das peasque instruram o inqurito policial , o M M .Juiz "a qu o" ,com muita propriedade, rejeitou a denncia, entendendoque os fatos criminosos nela narrados no estavamdevidamente provados, acrescentando, em outras palavras,que as notcias veiculadas pela imprensa e que instruramo inqurito policial so insuficientes para sustentar, por sis , a instaurao de uma ao penal.

    De fato, aps vriasdiligncias investigativas, tais como a inquirio de dezfuncionrios do estabelecimento conhecido pelo nome defantasia 'Bahamas ' , de propriedade dos Recorridos, no sedemonstrou que l funcionasse uma casa de prostituioou lugar destinado a encontros para fim libidinoso(fls.16/18, 25/27, 30/33, 74/76, 78/80, 82/84, 89/91, 99/100,109/110 e 111/113), o que somad o com a resposta dad a pelapercia tcnica a um dos quesitos formulados que "" noforam encontrados, quando dos exames, sinais ou vestgios,que pudessem estar confirmando efetiva e tecnicamente, aprtica dos delitos investigados "" (fls.137), de rigor era arejeio da denncia, no sendo mesmo plausvel que sesujeitasse os denunciados a um processo criminal, o quesem dvida lhes causariam danos mesmo se absolvidos aofinal.

    A respeito disso, diz ajur isprudncia: "" Para o recebimento da denncia, nobasta que ela se exiba escorreita na forma e contenha adescrio de um fato punvel. E necessrio mais, que estejaalicerada em dad os geradores de fundada suspeita contra odenunciado "" (RT 485/333).

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    Ora, ' in casu ' , no obstante asvrias diligncias investigativas, sequer indcios do crimeforam cons tatado s, no se pode ndo, ago ra, sujeitar osdenunciados carga de um processo criminal, com todosseus percalos, apenas com base nas notcias veiculadaspela imprensa, o que seria bastante desgastante para osdenunciados e, conseqentemente, para a prpria Just ia,pois estar-se-a causando-lhes um mal de difcil reparao.

    Assim, andou bem a decisoque rejeitou a denncia, evitando-se com isso, submeter osdenunciados a toda gama de conseqncias que umprocesso criminal possa causar, valendo nesse passosubl inhar , como d isse ADA PELEGRINI GRINOVER,que a ins taurao de """ um processo criminal representa,por si s, um dos maiores dramas para um a pessoa humana,""", exigindo desta """ um sacrifcio ingente dos direitos dapersonalidade, espoliando o indivduo na intimidade e,freqentemente, na dignidade da mesm a """ ( in 'AsCondies da Ao Penal' , So Paulo,1977, pg.127/128).

    Por outro lado, se certa est afundamentao da deciso que rejeitou a denncia, qualseja, a falta de prova do delito, por outro turno, como bemapontou a douta Procuradoria de Just ia em seu

    CQ respeitvel parecer (fls.225/228), a capitulao foiy erro nea m ente lan ada , j que o inciso I, do artigo 43 doCDO CP P, diz respeito a no existncia de cr ime , enq uanto que,^ a rejeio da den nc ia se deu com base na falta de pro vas^ do ilcito, que vem inserido no inciso II I do referido arti go ,^ isto , qu an do "fa ltar condi o exigida pela lei" .

    V Diante do exposto, negoprovimento ao recurso do Ministrio Pblico, mantendo.

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    assim, a deciso que rejeitou a denncia, corrigindo-seape nas a sua cap itula o pa ra o artig o 4 3, inciso 111, doCdigo de Processo Pe nal.

    P E DR O M E NI NRelator