4 ponto direito_brasil_colonia_paulo_dourado_gusmao
TRANSCRIPT
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M-2-74
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XXXIII
SISTEMAJURÍDICO
BRASILIEIRO_
FORMAÇÃOEEVOLUÇAO
174.VISÃOGERAL
Ahistória
dosistem
ajurídicobrasileiro
inicia-seantes
daHistória
doBrasil,
quandoaEuropa
faziaaHistória,pois
começa
muito
antesde
1500.De
modo
geral,podemos
dizerqueosistem
ajuridicobrasileiro
pertenceao
sistemaou
espaçosocialdo
direitocodificado.É,pois,sistem
ade
direitoescrito,de
direitocodificado,onde
aleié
afonte
supremado
direito.Quanto
aoconteúdo,odireito
brasileiro,atravésdo
direitoportuguês,sofreu
ainfluência
dodireito
romano,do
direitogerm
ânicoedo
direitocanônico.
Nossosistem
aconstitucional,desde
aproclamação
daRepública,foipresiden-
cialista,efederativa
éaform
ade
Estadoque
adotamos.Depois,em
razãode
gravecrise
político-militar,foi,em
1961,implantado
oparlam
entarismo,que
nãovingou,
poisem
1963,foirestabelecidoopresidencialism
o.NossaConstituição
teveporm
o-delo
anorte-americana;éescrita,inflexível,pois
sópodeserm
odificadaporleicons-
titucional(em
endaconstitucional),
comobservância
deprocedim
entoespecial
diversodo
previstopara
asleisordinárias
eparaascom
plementares.Nossascâm
araspolítico-legislativas
(Câmara
dosDeputados
eSenado
Federal)sãorepresentativas.
Nossodireito
privadoressente-se
aindada
influênciado
liberalismo
edoindi-
vidualismo,apesardas
limitações
impostas
aodireito
depropriedade,àautonom
iada
vontade,àliberdade
deem
presaeao
exerciciodo
direitosubjetivo.
Noque
dizrespeito
aosgrandes
campos
dodireito,estão,em
regra,contidosem
códigos.Eis
aí,comointrodução,ou
melhor,um
avisão
panorâmica
denosso
sistema
jurídico.Quecam
inhospercorrem
os?Quais
assuas
fonteshistóricas?
ÉOque
veremos
alargas
pinceladas.Tivem
osaépoca
colonial(1500-1822),aimperial(1822-1889)earepublica-
na.Aelascorrespondem
trêsfasesdenosso
sistemajurídico.A
primeira
emais
por-tuguesa
quepropriam
entebrasileira;a
segundase
caracterizapela
transiçãopara
o
-«-«%»¬-e‹`_L____
I1.I
330PAULO
DOURADODE
GUSMÃO
quese
poderiacham
arbrasileira,quesó
sedesabrocha,com
todadesenvoltura,no
fimdo
séculopassado
ena
faserepublicana
denossa
História.Mas,com
onão
podiadeixarde
ser,emqualquerum
adessasfasesestápresen-
teainfluência
dodireito
portuguêscontido
nasOrdenações
Reais(corresponde
aodecreto
da1”Era
Getuliana,de
1930a1934,ao
decreto-leidasegunda
fasede
1937edzditadurade19ó4).1175.LEGISLAÇÃO
DAMETRÓPOLE
EDACOLÔNIA
Éevidente
queosportugueses,com
suasnaus
eanrias,só
puderamtransferir
paraoBrasila
suaorganização
jurídicaadaptando-a
aonovo
meio
socialemque
deveriaviger,com
onão
poderiadeixarde
ser,poistoda
normajurídica
supõecon-
diçõessociais
possibilitadorasde
suaaplicação,para
asquaissedestina.Daínão
tersido
aplicadaaquitoda
alegislação
portuguesa.Tivemos,assim
,legislaçãocom
umaPortugale
aoBrasile
legislaçãoespecialdestinada
aoBrasil.
176.ORDENAÇÕESAordem
jurídicaportuguesa,que
seencontrava
nosForais(denom
inaçãoar-
caicada
legislaçãoportuguesa),foicodificada
nasOrdenações
doReino,que
com-
preendiam,prim
eiro,asOrdenaçõesAfonsinas,depois,asM
anuelinase,ao
tempo
doPeríodo
EspanholouFilipino
(1580-1640),asFilipínas.EssasOrdenações,isto
é,osistem
ajurídicoportuguês,teoricam
ente,eramaplicáveis
aoBrasil.Entretanto,
comovim
os,porfaltade
condiçõessociais,m
uitospreceitos
enorm
asdo
direitopoiftuguêserairrinaplicáveisaquie
outrosnecessitavam
deadaptação
paraOserem
.Surgiu,então,legislação
especialadaptadorado
direitoda
Metrópole
àColônia,
bemcom
olegislação
localouespecialdestinada
especificamente
aoBrasil.
1Na
PenínsulaIbérica,vigiu
odireito
romano
vulgar,quedepois
dainvasão
dosvisigodos
foisubstituido
pelaLex
Romana
I/Wsigothorum
(§166),com
pilaçãodo
direitorom
anoede
costu-mes
observadospelos
invasores,aplicávelexclusivamente
aosibéricos,
poisos
germânicos
eramregidos
porseuscostum
es.Apartirde
654,foiintroduzidona
PenínsulaIbérica
oLiber
Iudiciorum(§
166),também
denominado
ForumIudicium
,compilação
queintegrou
Odireito
romano
comodireito
consuetudináriogeim
ânicoecom
odireito
canônico,compreendendo
di-reito
penal,direitocivil,
direitoprocessuale
direitoeclesiástico,que
setom
oulegislação
co-mum
agermanos
eIbéricos.Depois
dainvasão
dosmouros,essa
compilação,que
vigorouaté
Oséculo
XIII,perdeu
asua
eficácia,sendo,entretanto,restabelecidapela
compilação
decretadaporAfonso
X,denominada
FueroJuzgo,que,em
verdade,éoForum
ludíeíumcom
algumas
inovações.Compreendia
todoodireito:constitucional,penal,civil,processualeteoria
daapli-
caçãoda
lei.Foirecompilada
váriasvezes,sem
precom
inovações.Delas,datado
séculoXVI,a
mais
importante,de
autoriade
A.Villadiego,conhecidaporG
losade
Vílladiego,mas
oficial-mente
denominada
Forumantigusgothorum
regumHispaníae,olim
LiberIudicium:hodie
Ftz-ero
Juzgonuncupatus
(1600).Atitulo
deesclarecim
ento:“fuero”significalei.Posteriorm
ente,OCorpusIurís
Civilis
dosglosadorestom
ou-sedireito
comum
aPortugaleàEspanha.OFuero
Juzgoe0
Corpus[urísCivilis
serviramde
baseàLey
delasSiete
Partidas(1256),decretada
noséculo
XIII,porAfonso
X.Eis
asfonteshistóricas
dasOrdenações.
i.‹.ÍHas»-e~¬vi‹-‹‹‹-›,i
'““W-*›r‹*^ 'É'
I-«1,..-wi\=-›.~,¬.
¢›Jsm.-eúnvi-
~'r.v;z¡sr‹à~irà,~ƒ.wmz,‹
INTR
ODUÇÃO
AOESTU
DODODIREITO
331
Alegislação
portuguesa,quese
destinavaexclusivam
enteao
Brasil,era,deregra,decretada
emPortugale,em
certoscasos,aquiditada
pelosportugueses.
Deveserdito
queaspenalidades
previstanas
Ordenações,doponto
devista
atual,eramdesum
anas,variandocom
aclasse
socialdodelinqüente.O
nobretinha
tratamento
penaldiversodasdem
aispessoas.Esquartejamento,com
lançamento
departesdo
corpodo
delinqüentepelos
lugaresemque
viveu,comoocorreu
comTira-
dentes;morte
nafogueira,enforcam
ento,emfim
,sançõescruéis,destinadas
afazerpadecerO
delinqüente,principalmente
emse
tratandode
crimepolítico,ou
contraas
autoridadese
dogmas
daIgreja
Católica,eramprevistas
nessalegislação.Por
isso,haviajustiçasecularetribunalreligioso
(SantoOficio).No
mais,a
influênciapredom
inantedo
direitorom
anose
fazsentir.
177.ORDENAÇÕESAFONSINAS,M
ANUELIN
ASEFILIP
INAS.LE
ISEXTRAVAGANTES.D
IREITOBRASILE
IRO
Odireito
portuguêsvigente
noBrasilestava,
comodissem
os,contido
nas“Ordenações
Reais”.EssasOrdenaçõescom
preendiam:1°)OrdenaçõesAfonsinas,
datandodo
séculoXV,vigentes
de1500
a1514,
sendoseus
compiladores
JoãoMendes,Ruy
Femandes,Lopo
Vasques,LuizMartins
eFernão
Rodrigues.Foramelaboradas
sobos
reinadosde
JoãoI,D.Duarte
eAfonso
V.Como
0trabalho
foiconcluído
noreinado
deAfonso
V,recebeu
Onom
ede
OrdenaçõesAfonsinas
(1448).Compunham
-sede
cincolivros,com
preendendodireito
penal,direitocivil,
direitocom
ercial,organizaçãojudiciária,com
petências,relaçõesda
Igrejacom
oEstado,processo
civilecomercial.2°)O
rdenaçõesMariaelinas
(1514-1603),com-
pilaçãoexigida
pelagrande
massa
deleis
eatos
modificadores
dasOrdenações
Afonsinas.Segundo
CoelhoRodrigues,
revisãodas
Afonsinas.Foram
seuscom
-piladores:R
uiBotto,Luizda
Grã
eJoãoCotrim
.Iniciaramotrabalho
em1505,no
reinadode
D.ManuelI,e
terininaram-no,m
aisou
menos,em
1514.Contémas
mesm
asmatérias
dasanteriores
Ordenações.RevistaporDuarte
NunesLeão,cujo
trabalhoficou
conhecidoporCódigo
Sebastiânico.3°)Ordenações
Filipinas,que,juntam
entecom
asLeisExtravaganies(leis
quetratam
dequestões
nãodisciplinadas
nasOrdenações)tiveram
vigênciano
Brasilde1603
até1916.Essa
compilação
datado
periododo
dominio
espanhol,sendodevida
aosjuristasPaulo
Afonso,PedroBar-
bosa,Jorgede
Cabedo,Damião
Aguiar,Henriquede
Sousa,DiogodaFonsecaeM
el-chiordo
Amaral,que
começaram
seustrabalhos
noreinado
doreiespanholFelipe
I(1581-1598),terniinando-o
em1603,no
deFelipe
II(1598-1621).Devem
osesclarecerque
essasOrdenaçõesnão
eramcódigos
nosentido
atual,mas
compilações
deleis,de
atosede
costumes.
Eisasprincipais
fonteshistóricas
dodireito
portuguêsvigente
noBrasil.
Aolado
delas,comofontessubsidiárias,odireito
consuetudinário,odireitorom
anoeodireito
foralício,formadopelosƒoraisoucartasjbrais,dispondo
sobredireitocivil,di-
reitopenal,bem
comocontendo
concessãodeprivilégios
edeterras.Juntoaestasfontes,
asleisexiravagantes,isto
é,asleisavulsas,não
incorporadasnas
Ordenações.
tltr1
332PAU
LODOURAD
ODEGUSM
ÃO
Aotem
podo
Govem
o-Geral(1548-1581)tivem
os,emdireito
civileprocessocivil,O
CódigoSebastiânico,m
odificadoremgrande
partedasO
rdenaçõesManue-
linas,quedeu
grandeimportância
aodireito
canônicoeàs
resoluçõesdo
Concílio
deTrento.Deve-se
essecódigo
aDuarte
Nunesde
Leão.Concluído,em1569,no
reinadode
D.Sebastião.Daíoseu
nome,apesarde
sertambém
conhecidoporCÓ-
digode
D.Duarte.
Tivemos,
também
,nesseperíodo,
osregim
entos,investindo
funcionáriosportugueses,que
paracá
vieram,de
autoridadeecom
petência.Em
1581,osreis
deEspanha
passaramareinartam
bémem
Portugal.Éope-
ríododo
domínio
espanhol.Nessaépoca
eravigente
naEspanha
oCódigo
Filipinoou
OrdenaçõesFilipinas.M
as,naverdade,essa
legislaçãonão
alterouosentido
eatendência
daslegislações
anteriores,poisos
espanhóisreconheceram
avalidade
dodireito
portuguêsem
PortugalenoBrasil.Nesse
período,foidadamaiorim
portânciaaodireito
romano,aodireito
consuetudinárioeao
direitonaturalno
casode1acuna.Z
OCódigo
Filipino,com
oas
anterioresOrdenações,consta
decinco
livros,que
tratamdasm
esmasm
atériasreguladas
nasanterioresOrdenações.Esse
código,no
Brasil,noque
dizrespeito
aodireito
civil,vigorouaté
1°dejaneiro
de1917,
quandoentrou
emvigoro
CódigoCivil,projeto
deClóvis
Beviláqua.As
OrdenaçõesFilipinas
nãoatendiam
também
àsnecessidades
daColônia.
Daíapromulgação
devárias
leisextravagantes,dasquais
asmais
importantes,pela
suaoriginalidade,foram
asquedisciplinaram
matéria
comercial,com
o,porexem-
plo,asleissobre
letrade
câmbio
(1672-1688),sobrecâm
biomarítim
o(1609-1655)
¢.S9_brâxg1¿<â£1§§í:.1_69§)-__
.Aimportância
dodireito
romano,m
arcanteno
CódigoFilipino,acentuou-se
noperíodo
quevaide
1750a1808.Nessa
época,foipromulgada
aLeida
BoaRazão
(18.08.1769),queestabeleceu
regraspara
ainterpretação
dalegislação
vigenteeque
mandou
aplicar,nocaso
delacuna,o
direitorom
ano,desdequecom
pativelcoma“boa
razão”(confundívelcomodireito
natural).Com
avinda
deD.João
VIe
daCorte
portuguesapara
oBrasil,em
27de
no-vem
brode
1807,iniciou-seoperíodo
deferm
entaçãode
idéiasede
modificações
depadrões
ede
costumes
oriundosdo
períodocolonial.É
quandodesabrocha
odireito
brasileiro.Tivemos,então,a
CartaRégia,de
16de
dezembro
de1815,que
transfor-mou
oBrasilem
Reino(Reino
Unidode
Portugal,BrasileAlgarves)elhe
deucen-
tralizaçãopolítica,tendo
comocentro
deirradiação
acidade
doRio
deJaneiro.
2As
Ordenações
Filipinas,apósodom
ínioespanhol,foram
revalidadasporD.João
IVem
1643(Leida
Confirm
açãodas
Ordenações).V.Coelho
daRocha
(Ensaiosobre
aHistória
doGover-
noeLegislação
dePortugal,C
oimbra,Im
prensada
Universidade,1896,p.192,nota
2).Sobreopoderjudiciário
consultar:Carlos
Sussekindde
Mendonça,
“Ajustiça
cariocade
1500a
1822”,naRevista
deDireito
doMinistério
Públicodo
Estadoda
Guanabara,vol.IV,janei-
ro-abril,1968.
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AzaI..
INTR
ODUÇÃO
AOESTU
DODO
DIREITO
333
D.JoãoVI,aquino
Brasil,até1821,decretou
váriasleis,destinadas
aaten-
deràsnecessidadessociais,jurisdicionais,políticas
eeconômicas
doBrasil.Den-
treelas,em
10demaio
de1808,transferiu
paracá
aCasa
deSuplificação,sediadaem
Lisboa,queera
aúltimacorte
adardecisãodefinitiva
efinalaqualquerrecur-so.
Transformou-se,
anosdepois,
noSuprem
oTribunal
Federal.Antes
dessatransferência,aquihavia
aRelaçãoda
Bahia,amais
antiga,aRelaçãodo
Riode
Janeiroeado
Maranhão.Existiam
também
juízesnão
bacharéis;depoistivem
ososjuízes
comcursojuridico
feitoem
Coimbra
(JuízesdeFora),com
competência
emvilas;posteriorm
entemagistrados,com
cursoem
Coimbra,com
competência
emregiões
mais
amplas,ou
seja,emCom
arcas(Juízes
Ouvidores).Das
decisõesdessesjuízes
cabiarecurso
paraasreferidas
Relações(Tribunais),edos
delapara
aCasade
Suplificação.Oregresso
deD.João
VI.aPortugal,em
abrilde1821,não
alterouomovim
entode
emancipação
jurídicainiciado
comasua
vindapara
cá.Ficou
aquiopríncipe-regente
D.Pedro,quecontinuou
aobra
legislativado
pai,D.João
VI.Mas
oBrasil,naquele
tempo,apesarde
Reino,nãotinha
aindaConstituição.
Parapreencheressa
lacuna,pordecretode
1821,promulgado
naCorte
portuguesa,nos
foiimposta
aConstituiçãoespanhola
de1812.Im
posiçãosob
condição:atéque
fossedecretada
aConstituição
paraoBrasil,a
serelaboradaem
Portugal.Efácilde
secompreendero
mal-estarcausado
poressedecretoaosnacionalis-
taseaos
defensoresde
nossaindependência.Com
oconseqüência
desseestado
decoisas,foirevogado
Oato
quemandava
aplicaraoBrasila
Constituiçãoespanhola
nodia
seguinteao
desua
decretação,bemcom
oforam
apresentadosostrabalhos
deredação
deum
aConstituição
paraoBrasil,tendo
poifonteasBasesda
Constitui-ção
Portuguesade
1821.Todavia,na
realidade,oque
ocorreu,em1821,foia
extensãodas
referidas“Bases”ao
Brasil,comvalorde
cartaconstitucional.Essedocum
entoconsiderava
aNação
afonte
dopoderconstituinte,m
anifestadoatravés
deseus
representantes.Com
oform
ade
governoestabeleceu
amonarquia
constitucional.Garantiasindivi-
duaisforam
asseguradas.Mas
eraainda
umaConstituição
elaboradaem
Portugal,quesó
teveomérito
detersubstituído
aespanhola.
Nãoestavam
satisfeitosainda
osque
aquiresidiameque
sonhavamcom
uma
organizaçãojuridico-política
correspondenteànossa
realidadepolitico-social.
Odecreto
de3dejunho
de1822
pareciaque
iaabrircam
inhopara
asolução
desejada:convocaçãoda
Assembléia
Constituinte,quejamais
sereuniu.
Ocorreu,então,retrocesso
emnossas
relaçõescom
aCoroa
Portuguesa,quetentou
nosimpornovam
enteoregim
ede
colônia.Foiagota
dӇguade
queprecisávam
os,paraque,em
7de
setembro
de1822,fi-
cássemosindependentes.Estava
instauradooImpério
(Primeiro
Império),que
durouaté
1831.ComodizEvaldo
CabraldeMello
(UmimensoPortugal),oBrasil“se
fezim-
:liLiÉtiIi¬i
1i1
-~
334PAULO
DOURADODE
GUSMÃO
périoantesde
sefazernação”.Alegislação
portuguesaaquiem
vigoreasOrdenaçõesforam
pelaLeide
20de
outubrode
1823revalidadas.
Nesseperiodo,foiconvocada
aAssembléia
Constituinte.Iristaladaem
3dejunho
de1822,discutiu
edecretouváriasleis,sem
contudoform
ularaLeiMaior.Pordecreto,
de13
denovem
brode
1823,foidissolvida.Essedecreto
instituiuoConselho
deEsta-
do,doqualfaziaparte
Cameiro
deCam
pos,comaincum
bênciade
elaboraraConstitui-ção.O
resultadonão
sefez
esperar:OConselho
aredigiueD.Pedro,em
25.03.1824,transform
ou-ana
primeira
Constituiçãodo
Brasil.Tivem
osassim
aConstituição
outorgadaporD.Pedro
I,instituindoogovem
ounitário,a
monarquia-constitucional-hereditária
eadivisão
depoderes
(Legislativo,Executivo
eJudiciário),coordenadosehannonizadospelo
PoderModeradorexercido
peloimperador.Assegurou
garantiasindividuais,definindo
aNaçãocom
ofonte
daso-berania
edopoderpolítico.InstituiuOsistem
arepresentativo,obicamaralism
o(Câm
a-ra
dosDeputadoseCâm
arados
Senadores),eleitososm
embros
daprim
eiraenom
ea-dos,pelo
Iinperador,osdasegunda,que
eramvitalícios.O
PoderModerador,exercido
peloImperador,era
a“chave
detoda
organizaçãopolítica”,cabendo-lhe
estabele-cero
equilíbrioeaharm
oniaentre
ospoderespolíticos.Estequarto
poderreduziaa
autonomiado
Parlamento,pois,com
basenele,o
imperadorpodia
dissolveraCâmara
dosDeputados.O
imperadornão
respondia,politicamente,pelo
govemo,ao
con-trário
deseus
Ministros,responsáveis
peranteasCâm
araspelos
atosdo
Executivo.OsM
inistroseram
delivre
escolhaedem
issãopelo
Imperador.Iritroduziu
oprincípiode
centra1ização_politiga,apesardedividiro
paísem
Províncias,cadaum
atendo
seuConselho-G
eral,cujasresoluções
dependiamde
aprovaçãodo
Governo
Central.Em
7deabrilde
1831abdicou
D.PedroIao
tronoem
favordeseufilho
Pedro,que,sendo
demenoridade,não
podiaexercero
poder.Porisso,foicriadaaRegên-
cia(1831-1840).Pelo
AtoAdicionalde
1834,noreinado
deD.Pedro
II,aConstituiçãode
1824foirefonnada
parcialmente
notocante
àorganização
político-administrativa
dasprovíncias,dando-lhesm
aiorautonomia.Além
disso,suprimiu
oConselho
deEsta-do,tom
ouunitária
aregênciaedeu
competência
àsassembléiasprovinciais
emma-
tériafiscal,judiciária,
administrativa
etc.,independente
decontrole
doGoverno
central.Entretanto,osgovernadores
provinciaisnão
erameleitos,m
asnom
eadospelo
imperador,fato
quedem
onstraterem
elasrelativa
autonomia.
Questõespolíticas
levaramàantecipação
damaioridade
deD.Pedro
IIemju-
lhode
1840.Inicia-se,então,oSegundo
Império.
Posterionnente,tivemos
aLeide
Interpretação(Lein°
105,de12.05.1840),
que,apretextode
interpretaroAto
Adicional,Omodificou,restringindo
Opoderle-
gislativodas
Províncias.Decorrido
poucomais
deum
ano,pelaLein°234
(23.l1.1841),aConstitui-
çãoimperialsofreu
novareform
a:foirestabelecido,com
certasmodificações,
oConselho
deEstado.
11? ‹;zt'~.-li._-95'z1'1~.‹i¬›¿;~'‹§;;*fi:Er
-A.,''riat
ti,V4Z*Ii'_:
I.xrI11\
vrzI
iv;L.4i1.St'›~«...
INTRODUÇÃOAo
ESTUDODO
DIREITO335
Comessasalteraçõesvigorou
aConstituiçãodo
Império
atéaProclam
açãoda
República,istoé,até
15de
novembro
de1889.
fInstaurada
aRepublica,pelo
Decreton°I(l5.l1.1889),foidada
aoBrasila
orrnafederativa,constituida
pelauniao
dasProvíncias.A
centralizaçãopolítica,
previstana
Constituiçãoimperial,foi,então,substituída
peladescentralização
polí-tico-adm
inistrativa,tendoporm
odeloaorganização
políticanorte-am
ericana.Desdeaio
paisfoiconstituido
porEstados-mem
bros,cadaumcom
suaprópriaConstituição,
porelesmesm
oelaboradas.Rezava,ainda,esse
decretorepublicano
que,enquantonao
fosseeleita
aAssem
bléiaConstituinte
eprom
ulgadaaConstituição,a
Naçãoseria
governadapelo
Govem
oProvisório
daRepública.
.Em891foiprom
ulgadaaprim
eiraConstituição
republicanafqueimplantou
opresidencialism
o,ofederalism
o,aseparação
harmônica
dospoderes
(Legislativo,Executivoe
Judiciario),Obicam
aralismo(Câm
aradosDeputados
eSenado),osgraus
dejurisdiçao,aautonomiadosEstados-m
embros
eassegurouasgarantias
individuais.Assim
,_anaoserem
algunsperíodos
denossaHistória,com
o,porexemplo,oscom
-preendidos
entre1930
a1934
ede1937
a1945,atradição
constitucional,implanta-
dapela
Constituiçãode
1891,foirespeitada.Mas,em
agostode
1961,emrazão
degrave
crisepolítico-m
ilitar,foiinstaladoOparlam
entarísmono
Brasil,quenão
vin-gou,pois,em
janeirode
1963,foirestabelecidoopresidencialism
o.,
Notocante
alegislação,
asOrdenações
doReino
tiveramvigência,
entrenos,ate
16de
dezembro
de1830
emmateria
penal,quandofoitransform
adoem
leiO'projetode
CodigoCrim
inaldoImperio
deBernardo
PereiraVasconcelos
(haviatam
bemna
epocaprojeto
deJosé
Clemente
Pereira,nãoaproveitado,ape-
sardeelogiado
porpenalistasestrangeiros,tendo
servidode
modelo
paramuitos
codigoslatino-am
ericanos);emmateria
processualpenal,tiveramasO
rdenaçõesvigencia
ate29
denovem
brode
1832,comaprom
ulgaçãodo
CódigodeProcesso
Crim
inaldePrim
eiraInstância,de
autoriade
ManoelAlves
Brancoreforrnado
pelaLein°261
de3de
dezembro
de1841
(Código
deProcessoCrim
inab;emma-
teriacom
ercial,ate25
dejunhode
1850,comOadvento
doCódigo
Com
ercialdo
3OBrasilteve
Constituição
provisóriadecretada,pelo
Govem
oProvisório
(Deodoroda
Fonse-ca),em
1890(Decreto
n°510,de22
dejunho),elaboradaporRuy
BarbosaBenjam
inConstant,
EduardoWandenholck,Floriano
Peixoto,Quintino
Bocayuva,Campos
Salles,CesárioAlvim
eFrancisco
Glicerio,que
serviude
basepara
aConstituição
de1891.Nos
“considerando”dode-
cretolsupracitadoestá
ditoque:“Consiserando
asuprem
aurgencia
deaccelerara
organizaçãodefinitiva
daRepublica,e
entregarnomais
breveprazo
possiveláNaçãoogovem
ode
simes-
ma,resolveu
formularsob
asmais
amplas
basesdem
ocraticaseliberaes,de
accordocom
asli-ções
daexperiencia,as
nossasnecessidades
eos
principiosque
inspiraramaRevolução
de15
denovem
bro,origemactualde
todoonosso
direitopublico,aC
onstituiçãodos
EstadosUnidos
doBrazil,que
comeste
actosepublica,no
intuitode
sersubm
ettidaàrepresentação
dopaiz,
emsuaproxim
areunião,entrando
emvigordesdejá
nospontosabaixo
especificados.”
11lI1fl
-<-.z~L444.ff
336PAULO
DOURADODE
GUSMÃO
Império
doBrasil(Lein°556),cujo
projetoéde
JoséClem
entePereira;em
pro-cesso
civil,notocante
àmatéria
comercial,até
25de
novembro
de1850,porforça
do(Decreto
n°737),Esse
decreto,apartirde
19de
setembro
de1890
(Decreto763),foiestendido
àsaçõescivis.Na
República,entrouem
vigora11de
outubrode
1890,oCódigo
PenaldosEstadosUnidos
doBrasil(Decreto
n°847),fundadono
anteprojetodeJ.Baptista
Pereira,que,alteradoporvárias
leis,deulugaràCon-
solidaçãodasLeisPenais
(Decreton°22.213,de
14.12.1932),deautoria
dodesem
-bargadorVicente
Piragibe,contendotoda
alegislaçãopenal.Finalm
enteem
direitocivil,as
OrdenaçõesFilipinas
mantiveram
-seem
vigoraté1°de
janeirode
1917,quando
oprojeto
deCódigo
Civilde
Clóvis
Beviláquatransform
adoem
lei(Lein°3.071
de5dejaneiro
de1916),vigorando
apartirde
1917.A
elaboraçãodo
CódigoCivilfoium
aodisséia,com
eçandoem
1899,noGo-
vemoCam
posSalles,tem
iinandono
deWenceslau
Braz,em1916.Da
batalhaliterá-
ria,jurídicaelegislativa,travada
emlivros,em
pareceres,emjom
ais,emcom
issõesenosplenários,em
tomodo
trabalhode
Clóvis,resultaramquatroprojetos:Projeto
Be-viláqua,elaborado
porClóvisBeviláqua,professordo
Recife,emdezmeses,ou
seja,dejaneiro
aoutubrode
1899;ProjetoRevisto
daCom
issãodos
CincoDoutos,presi-
didaporEpitácio
Pessoa.Éode
Clóvis,emendado;Projeto
daCâm
ara(1902),rela-
tadona
Comissão
dosVinte
eUm
pelodeputado
SylvioRom
ero.Afom
ialiterária
lhefoidada
peloprof.Cam
eiroRibeiro;Projeto
doSenado
(1915),comem
endasliterá-
riasejurídicas
deRuyBarbosa
eoutrasdaComissão
doSenado.Todos
essesprojetostinham
porbase
ode
ClóvisBeviláqua.
Sancionado,pelo
PresidenteWenceslau
Braz,em1°deijaneirode
1916,foipublicadono
Diário
Oflcialde
cincodo
mesm
omês
(Lein°3.071),entrandoem
vigorem1°dejaneiro
de1917.Em
suaelaboração
ocorreucélebre
polêmica
acadêmica
entreCam
eiroRibeiro,que
lhedeu
aformalite-
rária,eRuy
Barbosa,queacriticou
veementem
enteem
suaRéplica
(1903)de955
laudas.Agestação
denosso
CódigoCivilfoi,assim
,laboriosaedificil,em
razãoda
preocupaçãocom
aperfeiçãoliterária
ejuridica.Essecódigo,inspirado
noCódigo
Civilalem
ão(BG
B),.marca
aindependência
denosso
direitodas
Ordenaçõespor-
tuguesas.Depois,apartirde
1930,tivemos
inflaçãolegista,m
asnenhum
adas
leisou
códigostem
aclareza
doCódigo
Civilde
1916.Com
oscitados
diplomas
legaisiniciam
osafase
nacionaldonosso
direito,tendo
porbase,comonão
podiadeixarde
ser,Odireito
português,odireito
romano,
odireito
canônicoeoscódigos
europeusdo
séculoXIX.Na
décadade
60do
séculoXX,elem
entosestranhos
começaram
ainfiltrar-se
emnosso
sistemajurídico
paraatender
àsnecessidades
denosso
desenvolvimento
econômico,
docom
ércioin-
temacionale
daam
pliaçãodo
mercado
decapitais.Esses
elementos
nãovieram
daEuropa,masdos
EstadosUnidos,eaté
doJapão,introduzindo-se
nodireito
comer-
cial,nodireito
econômico
e,principalmente,no
direitofinanceiro,com
o,porexem-
plo,“alienação
fiduciária”,leasing,
tradingcom
panies,estas
últimas
muito
desenvolvidasno
Japão.Onosso
sistemajurídico,que
tinhasuas
fontesexclusiva-
11J
-š"-.4
,.,
›.z
tlàs2l._
êtea›.ii?
'-34.
'1.;;t;-`I
'›rx'
.M-Eh.....i.,,
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ÀÍ.
~-
'S×\~z
f*-.
,pé-fz.-nã1
._..\,ze;I'¬
INTR
ODUÇÃO
AOESTU
DODO
DIREITO
337
mente
nodireito
romanístico-continental,passou,no
finaldadécada
de60,a
obtersubsídios
emoutras
fontes.As
fontesrom
ano-continentaisforam
auferidasporbrasileiros
que,até1827,
estudaramna
Universidadede
Coimbra,fundada,em
1288,porD.Diniz,em
cujaFaculdade
deDireito
Civil,instalada
em1772,bacharelaram
-sebrasileiros
quedei-
xarammarcada
apresençaem
nossaHistória,tais
comoJosé
Bonifáciode
AndradaeSilva,O
Patriarcada
Independência,eJosé
daSilva
Lisboa,OVisconde
deCairu,
autordeimportante
obrasobre
odireito
comercialfl
Em11de
agostode
1827,porlei,foramcriados
osCursosJurídicos(Cursosde
CiênciasJurídicaseSociais),precisam
entedois,sendo
umem
Olinda
e,ooutro,em
SãoPaulo.O
deOlinda
instalou-se,em15dem
aiode
1828,noMosteiro
deSão
Ben-to,transferindo-se
depoisparaoRecife,em
1854,ondeoriginou-se
importante
movi-
mento
intelectual,denominado,porSylvio
Romero,Escola
doRecife,5
opondo-seàs
idéiasdom
inantesem
nossomeio
cultural,sejaem
Filosofia,sejaem
Literatura.De-vem
o-loao
espíritoirreverente
ebrilhantede
TobiasBarreto
(1839-1889)queam
o-delou
segundoacultura
germânica.°
Destacaram-se
nessemovim
ento,além
deTobias,Sylvio
Romero
(1851-1914),ClóvisBeviláqua
(1859-1944),grandecivilista
ecodificador,ePontesdeMiranda
(1859-1944),constitucionalista,civilistaeproces-
sualistade
escol.Bacharelaram
-se,ainda,no
Recife,AugustoTeixeira
deFreitas
(1816-1883),autordaConsolidação
dasLeis
Civis,(1858)e
deum
Esboçode
Códi-
goCivil,
encomendado
em1855
pelogovem
oimperial,não
aproveitado,mas
queserviu
debasepara
OCódigo
CívilArgentino,eJoão
Barbalho(1946-1909),autordo
clássicoCom
entáriosàConstituição
doImpério
de,1891,queacabou
Ministro
doSuprem
oTribunalFederal.O
CursoJurídico
paulistainstalou-se,em
1°demarço
de
4Ofundador,pode-se
dizerassim,da
culturajurídica
luso-brasileirafoiJoão
dasRegras,com
oera
conhecidoJoão
deAregas,cuja
datade
nascimento
éincerta,falecido
em3maio
de1404,
queestudou
naUniversidade
deBologna,aluno
dosglosadores
(§165).Foireitorda
Universi-
dadede
Lisboa,transferida.posteriormente,para
Coimbra.lntroduziu
emPortugalas
interpre-tações
dosglosadoresdo
direitorom
ano.5
Beviláqua(Clóvis),“O
centenárioda
criaçãodos
cursosjurídicos:aFaculdade
deDireito
doRecife”(Revista
deCritica
Judiciária,julho,1927);Chacon
(Vamireh),D
aEscola
doRecife
aoCódigo
Civil,
Rio
deJaneiro,
Simões,
1969;Pinto
Ferreira,“A
Faculdadede
Direito
ea
Escolado
Recife”
(Revistade
Informação
Legislativa,jul./set.,1977);
Saldanha(Nelson),A
Escolado
Recife,SãoPaulo,C
onvívio,1985;Veiga
(Glaucio),H
istóriadasIdéiasda
Faculda-de
deDireito
doRecife,Recife,Universidade
FederaldePem
ambuco,
1980.ARevista
deCriti-
caJudíciáriapode
serencontradanas
bibliotecasdos
Tribunaisde
Justiça.6
Dignos
denota
ostrabalhos
doprofessoritaliano
Mario
G.Losanosobre
TobiasBarreto,publi-
cadosna
Itáliaeaqui.Em
portuguêsdestaco:“O
Germ
anismode
TobiasBarreto”(Revista
Bra-sileira
deFilosofia,
n°154,
p.100,
1989;na
mesm
arevista,
1993,n°
172,p.335),e
“Os
correspondentesalem
ãesde
TobiasBarreto”,em
Direito,Política.Filosofia
ePoesia.Estudosem
homenagem
aoProfessorM
iguelReale,SãoPaulo,Saraiva,1992.
-W“-7-..`-.v._-re.-4.LA-zzzz.-z\..-_$_.-._-,_.~..z¬;_¬.z.\Í-
338PAU
LODOURAD
ODEGUSM
ÃO
1828,novelho
Conventode
SãoFrancisco
doséculo
XVII,dem
olido,em1936,por
forçade
planode
urbanizaçãode
então,fatoque
alevou
asetransferirpara
oprédio
emque
aindaseencontra,no
Largode
SãoFrancisco.Conhecida
comoAcadem
iade
SãoPaulo,7ou,então,Arcadas,nela
originaram-se
grandesmovim
entospoliticosna-
cionais,como,porexem
plo,odaAbolição
daEscravaturae,no
séculoXX,aRevolu-
çãoConstitucionalista
de1932.Da
Faculdadede
SãoPaulo
foiumde
seusprimeiros
professoresoConselheiro
JoaquimIgnácio
Ramalho,que
desempenhou
importante
papelnaform
açãodo
pensamento
processualbrasileiro,eJoséBonifácio
omoço,no
pensamento
emovim
entopolítico.
Delasaíram
estadistascom
oJoaquim
Nabuco(1849-1905),Ferreira
Viana(1832-1905),Rodrigues
Alves(1848-1919),Cam
posSalles
(1841-1913)ePrudente
deMoraes
(1841-1902),ejurisconsultos,comoRuy
Barbosa(1849-1923),Teixeira
deFreitas
(1816-1883),autordaConsolidação
dasLeis
Civis(1858),
Pimenta
Bueno(1803-1878),
cujoDireito
PúblicoBrasileiro
(1857)éaindaobraclássica,LafayetteRodriguesPereira
(1834-1917),lembrado
aindapelo
seuDireito
dasCoisas(1877),ePedroLessa(1859-1921),oum
elhoroMinistro
PedroLessado-Suprem
oTribunalFederal,conhecido
como“Marshallbrasileiro”,de
cujaexperiência
comojuiz
resultouOPoderJudiciário
(1915),ede
cujaatividade
acadêmica,EstudosdePhilosophia
doDireito
(1911).Aindano
séculoXIX,em
1854,porforça
doDecreto
n°1.836,
osCursos
acimareferidos
passaramase
denominar
Faculdadede
Direito.No
séculoXX,nos
anos40,na
Faculdadedo
Largode
SãoFrancisco,origi-
nou-sein1po_r_t_antem
ovimento
jurídico,motivado
peloprocessualista
italianoEnrico
Liebman,exilañrúfofça
ddFascismo,prim
eirono
RiodeJaneiro,depois,nacapi-
talpaulista,conhecidoporEscola
ProcessualdeSão
Paulo,formado
porFranciscoEulálio
deBueno
Vidigal,AlfredoBuzaid,M
oacyrAmaraldos
Santos,JoséFrederi-
coMarques,Bruno
Afonsode
André,BenvindoAyres
eSebastião
Soaresde
Faria.Deve
serditoque
foiojuizeprocessualista
cariocaEliezerRosaque
abriuocam
inhopara
Liebman
noBrasil,acolhendo-o,levando-o
aform
aroque
pensopoderserde-
nominado
porGrupo
daForense,,.constituido
porLuizMacedo
SoaresMachado
Guimarães,
HélioTom
aghi,Alfiedo
LamyFilho,
AguiarDias,
Martinho
GarcezNeto,G
uilhermeEstelita,Luiz
Antoniode
Andrade,e,inclusive,AlfiedoBuzaid,
quepara
oRio
vinhasem
analmente
participardogrupo
deestudos
processuais.Namesm
aFaculdade,a
partirdosanos
50,formou-se
ogrupo
realeano,em
tomode
MiguelReale,defendendo
aconcepção
tridimensionalista
dodireito
(§198).
Essasescolas,a
doRecife
eadas
Arcadas,eessesjuristas
revolucionarama
nossacultura
juridicaefilosófica
detalform
a,que
estamos
convencidosde
ser
7Vam
pré(Spencer)“A
Academiade
SãoPaulo
nahistória
intelectualdoBrasil”(Revista
deCrí-
ticaJudicíária,Jun.,1927);Venancio
Filho(Alberto),DasArcadas
aobacharelism
o:150anos
deensinojuridico
noBrasil,São
Paulo,Perspectiva,1977.
1.1 ›
st.-.1'.f,.í.a_ 'off..,'tz-.fz
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INTR
ODUÇÃO
AOESTU
DODO
DIREITO
339
grandeonosso
débitopara
comaEscola
doRecife
eparacom
aAcademia
deSão
Paulo.8A
elasacrescentam
os0Instituto
dosAdvogados
Brasileiros,fundadopor
atodo
Govem
oImperial,em
7de
agostode
1843,tendoFrancisco
G.A.deMonte-
zuma,com
oseu
primeiro
presidente.OInstituto
insurgiu-seem
fasescriticas
denossa
História
nadefesa
dodireito
edalegalidade.Ó
rgãode
classeaté
acriação
daOrdem
dosAdvogados
doBrasil(O
AB),peloDecreto
n°19.408,de
18.11.1930,que
tantodeve
àiniciativa
doentão
advogadoAndré
deFaria
Pereira(depois
de-sem
bargador),queteve
porprimeiro
presidenteLevy
Cameiro.
8Ainda
noséculo
XIX,foram
fundadasFaculdades
deDireito
particulares,noRio
deJaneiro,
emMinas
Gerais
enaBahia,que,pordecreto
dogovem
ofederal,após
inspecionadas,foramre-
conhecidascom
oFaculdades
Livres.Nesse
caso,livresignificava
faculdadeparticular,reco-
nhecidapelo
govemo.
Ado
Riode
Janeiro,Faculdadede
ScienciasJurídicas
eSociaes,foi
fundadaem
18de
abrilde1882,porFernando
Mendes
de'A1meida,João
BaptistaPereira,Ro-
drigoOctavio
deOliveira
Menezes,José
daSilva
Costa,J.E.Sayãode
BulhõesCarvalho
eCoe-lho
Rodrigues.OConselheiro
AntonioJoaquim
Ribasfigurava
comodecano
dosprofessores.
PeloDecreto
n°639,de31
deoutubro
de1891,foireconhecida,com
adenominação
FaculdadeLivre
deScienciasJurídicas
eSociaes.Aindano
Rio
deJaneiro,em
maio
de1891,foifundada
outraFaculdade
deDireito,estando
SylvioRom
eroeJosé
Higino
entreos
seusfundadores,re-
conhecidapelo
mesm
oDecreto
n°639,de1891,com
otítulo
deFaculdade
Livrede
Direito
doRio
deJaneiro.Ascongregações
dessasduas
faculdades,poriniciativado
CondeAffonso
Cel-so,decidiram
fundi-lasem
umsó
estabelecimento
deensino
jurídico.ODecreto
n°14.163,de
12de
maio
de1920,legalizou
afusão,dando-lhe
adenom
inaçãode
Faculdadede
Direito
doRio
deJaneiro.E
aque,incorporadaàantiga
Universidadedo
Brasil,passouaserdenom
inadaFaculdade
Nacionalde
Direito,hoje
Faculdadede
Direito.Na
Bahia,JoséMachado
deOlivei-
rafundou,em
15de
abrilde1891,a/lssociação
FaculdadedeDireito
daBahia,que,instalada
emSalvador,recebeu,pelo
DecretoFederaln°599,de
17de
outubrode
1891,otitulo
deFacul-
dadeLivre
deDireito
daBahia,hoje
Faculdadede
Direito
daUniversidade
daBahia.Em
Ouro
Preto,antigacapitalde
Minas
Gerais,em
4de
maio
de1892,o
entãoPresidente
deEstado
(erao
titulodos
govemadores),
ConselheiroAffonso
Perma,juntam
entecom
Virgilio
Martins
deMello
Franco,David
Campista,
LevindoFerreira
LopeseAffonso
Arinosde
Mello
Franco,fundaram
aEscoladeD
ireito,instaladaem
10de
dezembro
de1892,reconhecida,com
otitulo
deFaculdade
LivredeD
ireitodo
Estadode
Minas
Gerais.Foipelo
Decreton°
1.289,de21
defevereiro
de1893,transferida,em
1897,paraBelo
Horizonte,nova
capitaldoEstado,hoje
Fa-culdade
deDireito
daUniversidade
deMinas
Gerais.