46227474 livro de musculacao terapeutica
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RICARDO WALLACE DAS CHAGAS LUCAS
O Método “STS – Strength Training Strategies” de:
MUSCULAÇÃO
TERAPÊUTICA
Aplicação de padrões de movimentos anatomo-funcionais, na
Saúde, na recuperação físico-funcional e no desporto
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© Ricardo Wallace das Chagas Lucas
Edição: Sistema Wallace Consultoria Ltda – CNPJ 06.370.184-0001-68
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
LUCAS, Ricardo Wallace das Chagas
Musculação Terapêutica - Aplicação de padrões de
movimentos anatomo-funcionais, na Saúde, na recuperação físico-
funcional e no desporto/Ricardo Wallace das Chagas Lucas. –
Florianópolis: Sistema Wallace Consultoria Ltda, SC, 2010.
1. Musculação. 2. Exercícios Físicos. 3. Treinamento com
Peso. 4. Periodização do Treinamento Físico. I. Título
CDD: 613.71
CDU: 613.71
Capa: Tchubi Design – 48 3304 5056
Revisão: Alessandra Chicalé
Impresso no Brasil
2010
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SUMÁRIO
Prefácio 07
Contexto 08
CONTEÚDO
1. Histórico do Método “STS – Strength Training Strategies” de Musculação Terapêutica 09
2. Em quem pode ser aplicado? 09
3. Quem pode aplicá-lo? 10
4. Como ele é aplicado? 10
5. Material Utilizado 11
6. Fundamentos: 21
6.1 Movimentos Funcionais 21
6.2 Controle Contínuo da Frequência Cardíaca 27
6.3 Estímulo Óculo Motor 33
6.4 Comando Verbal 35
6.5 Toque Manual 38
7. Padrões de Movimento: 39
7.1 Padrões Básicos 39
7.2 Padrões Variantes 54
7.3 Padrões Combinados (Duplos Normais, Duplos Variantes Ventrais, Triplos Variantes
Ventrais; Duplos Variantes Dorsais; Triplos Normais e Posturais)
57
7.4 Padrões Alternativos 68
8. A Sessão Personalizada: 68
8.1 Fases 70
8.2 O Cinesioalongamento 75
8.3 Gráficos de Periodização 108
8.4 Calculo de gasto calorico 113
8.5 O Teste Funcional 119
9. Glossário 121
10. Referencias Bibliográficas 126
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PREFÁCIO
Podemos definir exercícios resistidos, ou exercícios físicos resistidos, como atos motores que
se caracterizam por contrações musculares específicas contra uma resistência externa,
independentemente da técnica utilizada: pesos, borrachas, a mão, água, maquinário e etc..
Desta forma, qualquer exercício físico provoca uma musculação, ou “ação muscular”. Surge
então a nômina musculação, que quando aplicada com fins de melhora ou manutenção do
sistema músculo-esquelético é chamada de terapêutica. E é neste cenário que apresentamos
um Método, que diferentemente da musculação utilizada para fisiculturismo, não busca a
hipertrofia estética e sim o trofismo funcional, ou eutrofismo, que conseqüentemente
determina o parâmetro mínimo ideal de força, flexibilidade e capacidade aeróbia.
Estas valências físicas, quando em nível adequado, são imprescindíveis para a realização de
diferentes tarefas cotidianas, sendo que sua redução pode muitas vezes pode ocasionar
perda antecipada da autonomia funcional, afetando diretamente a qualidade de vida.
Percebe-se na literatura especializada, um consenso com relação à prescrição de
musculação para populações específicas, de modo que parece não haver mais dúvidas a
respeito aos benefícios que reduzem os fatores de risco ligados a doenças cardiovasculares
ao Diabetes Mellitus tipo 2, à Osteoporose, bem como para manutenção da massa magra,
melhora do equilíbrio e preservação da capacidade funcional. Dessa forma, tem aumentado
consideravelmente o número de praticantes de programas de exercícios resistidos em todas
as faixas etárias e em ambos os sexos.
Esta obra tem o objetivo de apresentar o Método STS – Strength Training Strategies de
Musculação Terapêutica, definindo suas modalidades técnicas, aplicações e controle. O leitor
perceberá que se utilizá-lo em consonância com o que prescreve as ciências relacionadas ao
movimento humano, tais como a biomecânica, a neurologia e a fisiologia, obterá com
facilidade reproduzível os resultados buscados sobre seus clientes. Desta forma, acreditamos
que a simplicidade do Método possa ser um fator contributivo ao tratamento dos diversos
males físico-funcionais da população moderna.
Ricardo Wallace das Chagas Lucas
CBO – 2236-05 / CREFITO 10 14404 - F
Coordenador da ABMT – Associação Brasileira de Musculação Terapêutica
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CONTEXTO
O ACSM – American College of Sports Medicine (Colégio Americano de Medicina Esportiva),
há muito tempo demonstra que a saúde está diretamente relacionada à capacidade aeróbia,
à flexibilidade e à força dos indivíduos. Desta forma, qualquer modalidade de exercício físico
que seja capaz de melhorar ou recuperar estes parâmetros, são úteis ao ser humano e pode
se considerado terapêutico. É sobre este pilar que é executada a modalidade de exercício
comumente chamada de “Musculação Terapêutica”.
O termo musculação, que na realidade é traduzido como “ação muscular” é confundido
muitas vezes somente como exercícios físicos com pesos. Isto induz a se pensar que a
musculação é exclusivamente realizada para fisiculturismo ou hipertrofia. Mas, qualquer
técnica de “ação muscular” que oferece resistência suficiente ao movimento, para a
recuperação físico-funcional, manutenção ou aprimoramento atlético, pode ser entendida
como musculação. Termos comuns citados pelo ACSM são Strength Training (Treinamento
de Força) e Resistive Training (Treinamento de Resistência), cujo segundo é na realidade é
uma modalidade de treinamento de força.
Vários são os estudos que demonstram os benefícios dos “exercícios resistidos” no
aprimoramento da composiçao corporal e no equilíbrio das relações hormonais/metabólicas
humanas.
O Método STS (Strength Training Strategies) é uma técnica de treinamento de força, e seus
fundamentos podem ser utilizados nos diversos campos de atuação das ciências que
norteiam o movimento humano.
Sendo assim, podemos destacar destas ciências a Fisioterapia e a Educação Física como
potenciais usuárias do método, pelo próprio fim que destina suas atuações profissionais.
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CONTEÚDO
1. HISTÓRICO DO MÉTODO “STS – STRENGTH TRAINING STRATEGIES” DE
MUSCULAÇÃO TERAPÊUTICA
A partir da década de 90, houve um aumento significativo de produções científicas que
comprovassem os benefícios dos exercícios resistidos (glicolíticos) sobre as populações
especiais, onde se enquadram os idosos, diabéticos, hipertensos e obesos. Já que a
referência de exercício físico para esta população seria a aplicação de exercícios aeróbios
(oxidativos), poucas eram os métodos ou técnicas que direcionavam seus focos para o
exercício resistido, ou musculação propriamente dita.
Aproveitando estes referenciais científicos, o CEBRAF – Centro Brasileiro de Fisioterapia,
sob a coordenação do Professor Ricardo Wallace das Chagas Lucas, iniciou a formatação do
Método STS (Strength Training Strategies) de Musculação Terapêutica.
O STS é a abreviação da aplicação de “estratégias para a aplicação de treinamentos e
tratamentos de força”, já que o termo “Strength Training” era (e ainda é) encontrado em
grande número de produções científicas relativas ao exercício resistido ou musculação.
2. EM QUEM PODE SER APLICADO?
Pesquisas têm mostrado que a musculação, ou exercícios físicos resistidos são seguros e
eficazes para as mulheres e homens de todas as idades, incluindo aqueles que não estão em
perfeita saúde. Na verdade, as pessoas com problemas de saúde, incluindo doenças
cardíacas ou auto-imunes, são muitas vezes os mais beneficiados por um programa de
exercícios que inclui manuseamento de pesos, algumas vezes por semana.
O treinamento de força, especialmente em conjunto com exercícios aeróbios (oxidativos)
regulares, também pode ter um profundo impacto sobre a saúde mental e emocional de uma
pessoa.
Há inúmeros benefícios ao treinamento de força regular. Ele pode ser muito poderoso na
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redução dos sinais e sintomas de várias doenças e condições crônicas, dentre elas: Artrite;
Diabetes; Osteoporose; Obesidade; Lombalgias; Depressão; Doenças Arteriais
Coronarianas; Acidentes Vasculares Encefálicos, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.
Produz benefícios ainda em transplantes de órgãos, em Programas de ginástica laboral e até
em disfunções físico-funcionais de crianças e adolescentes.
3. QUEM PODE APLICÁ-LO?
Profissionais formados (no Brasil) nas faculdades de Fisioterapia e Educação Física, pois
ambas são oriundas da Ciência do Movimento Humano, e como partes deste grande
universo de estudo, se caracterizam hoje como áreas de atuação do mesmo.
Assim, racionalmente, devemos entender que são vários os conceitos da Ciência do
Movimento Humano que podem ser aplicados nestas áreas de atuação, caracterizadas hoje
como profissões constituídas, cada uma com o seu respectivo Conselho.
Dentre estes conceitos podemos citar todas as bases anatomo-fisiológicas do movimento,
englobando aí a biomecânica e o metabolismo energético. Movimento este que pode estar
comprometido em situações de baixo rendimento físico (sedentarismo ou doença instalada)
ou de alto rendimento físico (desportistas e atletas).
Desta forma, a utilização de ferramentas ou recursos baseados nestes conceitos, que
podemos entender até como técnicas, devem e podem ser usadas por ambas as profissões,
cada uma no seu universo de atuação.
Não podemos então afirmar que o Método STS – Strength Training Strategies seja de uma
ou de outra profissão, devemos sim compreender que determinados conceitos podem ser
utilizados pela Fisioterapia ou pela Educação Física.
4. COMO ELE É APLICADO?
Os fundamentos do Método STS podem ser aplicados de 03 (três) formas:
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Completa – Quando a sessão é 100% personalizada. Oferece o maior controle
metabólico e periodização individual. É fundamental nas ações de emagrecimento
controlado, correção postural, controle de problemas metabólicos (diabetes, SIDA,
transplantes...) e melhora da performance esportiva.
Para Grupos Homogêneos – Quando as sessões objetivam atender grupos com
perfis físicos-funcionais semelhantes, ou clínicos semelhantes. Como exemplo,
podemos citar indivíduos com estratificação de riscos similares para Reabilitação
Cárdiopulmonar e Metabólica, Reabilitação Pulmonar, Grupos de ginástica laboral,
e Turmas de ginástica em academias.
Para recuperação ou potencialização de partes isoladas do corpo (segmentos) –
Quando necessitamos tratar ou treinar um determinado membro ou articulação,
como por exemplo, um pós operatório de ligamento cruzado anterior, ou
treinamento específico para melhora de performance em um ombro de nadador.
5. MATERIAL UTILIZADO
PREPARAÇÃO: Esteiras Ergométrica (mecânicas ou elétricas); Bicicletas
Estacionárias; Bicicletas Móveis (normais); Elípticos; Steps; Cicloergômetros e
qualquer equipamento apto a realizar o “aquecimento”.
Fig 01 – Esteira Ergométrica
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Fig 02 – Biclicleta Ergométrica
Fig 03 – Elíptico Ergométrico
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Fig 04 – Step
SESSÃO:
Pesos livres em forma de Halteres e Caneleiras, ou equipamentos de contra-
resistência tais como “Thera-band” ou outras modalidades de extensores elásticos.
Pode também ser realizada a contra-resistência pela mão do profissional ou pelo
meio líquido, adicionado ou não de outras formas adicionais de resistência para
este ambiente (pás, flutuadores ou nadadeiras).
Fig. 05 – Caneleiras de 1kg a 5 kg
Fig. 06 - Halteres de 1kg a 5 kg
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Fig. 07 - Flutuador
Fig. 08 – Tensor Elástico
Monitor de Frequência Cardíaca, para acompanhamento contínuo da intensidade
do treinamento/tratamento.
Fig. 09 – Monitor de Frequência Cardíaca: Cinta
Transmissora e Relógio Receptor
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Cronômetro, para monitorização dos intervalos entre as séries.
Fig. 10 – Cronômetro
Maquinário Específico - Poucos são os aparelhos de musculação no mercado
que permitem a aplicação completa do Método STS de Musculação Terapêutica. Desta
forma, sob a orientação do Dr Cristiano Dourado (Instrutor Sênior 005/2001), a equipe da
então inédita R3 Academia de Reabilitação Física, da Regional de Juiz de Fora,
empreendeu o desenvolvimento de equipamentos específicos para o Método. Fazendo assim
com que o perfil motivacional, mercadológico e de aumento de segurança aos Padrões do
Método STS de Musculação Terapêutica, fossem potencializados.
Fig. 11. Dr. Cristiano Dourado e Dr. Miguel Fam.
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Fig. 12. Aparelho MP (Múltiplos Padrões).
Fig. 13. Aparelho MP (Múltiplos Padrões).
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Fig. 14. Aparelho MP (Múltiplos Padrões).
Fig. 15. Aparelho para Padrão D2.
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Fig. 16. Aparelho para Padrões P1 e P2.
Fig. 17. Aparelho para Padrões T1 e T2.
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Fig. 18. Aparelho para Padrões Q1 e Q2.
Fig. 19. Aparelho para Padrões IT1 e IT2.
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Fig. 20. Aparelho para Padrões ABD 1, 2 e 3.
Planilha da Sessão, para controle metabólico e do micro-ciclo de treinamento tratamento.
Fig. 21 – Modelo de Planilha de Sessão Personalizada
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6. FUNDAMENTOS:
6.1 MOVIMENTOS FUNCIONAIS –
O Método STS (Strength Training Strategies) de Musculação Terapêutica tem como
especificidade, a aplicação de movimentos contra-resistência sob os perfis mais naturais
possíveis de ação, à luz de um metabolismo energético totalmente mensurável, e baseado na
capacidade de adaptação e variabilidade do sistema cardiorespiratório. Entendemos, que em
função de todas as bases neurológicas, fisiológicas e biomecânicas do Método STS, já
estarem descritas em extensa literatura, convém explicitarmos estas bases, correlacionando-
as com as fases e os padrões da Musculação Terapêutica..
A definição de Movimento Funcional evoluiu de “movimento fundamental” ou normal, e
esclarece o próprio objetivo da motricidade humana, isto é, o movimento realizado por uma
conseqüência anatômica, ou anatomo-funcional, que em função disso é provido de eficiência
e eficácia, e desprovido de grandes margens de erro causadoras de lesões.
Se analisarmos, em um indivíduo sadio, quais os tipos de movimento causadores (ou que
predispõe) de distúrbios osteomusculares, observaremos que estes movimentos possuem
características iatrogênicas à sua função. Isto quer dizer, que metabolicamente,
neurologicamente ou mecanicamente, estes movimentos não deveriam ser realizados,
levando em consideração o tempo ou a intensidade a esta exposição não favorável.
―.... por trás da variedade dos movimentos da pessoa normal, adaptados a cada
objeto e finalidade, podemos encontrar, inscrito na anatomia humana, um movimento
de base, independente do objeto e do meio externo, que chamamos de movimento
fundamental.‖ (Piret e Béziers, p.12, 1992).
Isto nos remete então a um pensamento conflitante, pois a maioria dos desportos instituídos
pelo homem é composta de movimentos “não funcionais”. Estaríamos então predispondo o
corpo do “desportista” às lesões ou doenças metabólicas tão comuns no nosso cotidiano?
Esta resposta é positiva, e muito mais agora em um mundo onde o sedentarismo apresenta-
se como algo “normal” para a maioria da população.
Os movimentos funcionais, e o substrato energético para a sua realização, estão intimamente
ligados, e o grande objetivo de ambos é conseguir agir perante uma perfeita sintonia
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econômica, isto é, gastar a menor quantidade de energia possível, com o máximo de
vantagem mecânica. Por isso a existência do torque, que nos induz às espirais de
movimento, por isso a coordenação intramuscular e intermuscular, e por isso um controle
neurológico central e periférico das ações motoras. Isto demonstra que falar em movimento
funcional não é simplesmente relacionar a ação do movimento com a biomecânica.
Mas, como a motricidade humana inicia realmente os seus estudos sob a égide da
arquitetura osteomuscular, hoje se demonstra que um movimento articular não se processa
isoladamente. Daí a nômina muito utilizada atualmente, para nortear um movimento
funcional, é “unidade de coordenação”, onde se verifica realmente a mobilidade sobre vários
planos e eixos de movimento, caracterizando o que seria o movimento “normal”. Esse
movimento fundamental está baseado nos seguintes princípios, de acordo com Piret e
Béziers (1992):
―É importante salientar que um osso vivo, muito diferente dos ossos mortos
utilizados nos estudos de anatomia, é plástico, maleável e deformável. É um tecido
conjuntivo densificado, com uma relativa elasticidade. Criam goteiras definitivas e
podem deformar-se de acordo com as tensões musculares que atuam sobre eles.
A densificação do tecido conjuntivo ocorre devido a uma maior interligação das
fibras colágenas, reticulares e elásticas, e ao espessamento da substância
fundamental amorfa — que tornam-se mais ―sol‖ do que ―gel‖.
Certos músculos pluriarticulares são organizadores do movimento porque
transmitem a contração aos músculos subseqüentes, monoarticulares,
assegurando o início do trabalho destes. Por conduzirem o movimento de intervalo
a intervalo, são chamados de músculos condutores. Cada um dos músculos
condutores do movimento realiza seu trabalho a partir do precedente e assegura o
trabalho do seguinte.
O estado de tensão do corpo se baseia no tônus muscular, na organização dos
músculos dois a dois (antagonistas) e na de todos os músculos entre si,
constituindo-se, assim, a coordenação motora. O estado de tensão é constituído de
unidades de coordenação que, ao reunirem-se, tensionam todo o corpo.
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Há cinco unidades de coordenação, sendo elas: as transacionais, representadas
pelos quatro membros, onde as três dimensões no espaço são indissociáveis, e a
de enrolamento, representada pelo tronco e pela cabeça, que tem duas formas,
uma vez que as três dimensões no espaço são dissociáveis.
Cada unidade de coordenação se relaciona com sua unidade de coordenação
vizinha por encaixe de um elemento esférico e pela ação dos músculos
pluriarticulares e monoarticulares que a envolvem. A forma das superfícies
articulares e a disposição dos músculos, em particular os pluriarticulares,
favorecem a torção dos segmentos ósseos, uns em relação aos outros, durante
seus deslocamentos. Essa torção gera uma tensão que dá ao segmento
considerado sua estrutura e sua forma.
A coordenação motora nos permite compreender o movimento como um
todo organizado, capaz de situar-se paralelamente ao psiquismo, com ele e
perante ele‖.
Complementando o entendimento de movimento funcional, normal, ou fundamental, Denys-
Struyf (1995) destaca três noções básicas advindas dos conceitos utilizados por Piret e
Béziers:
―As tensões e as torções presentes nas unidades de coordenação determinam a
estrutura e a forma do corpo;
A forma do corpo é influenciada pelo gesto; e
O gesto está ligado às estruturas psíquicas do indivíduo‖.
Para uma releitura mais moderna dos textos de Piret e Béziers, citamos Santos, que em seu
livro intitulado “Biomecânica da Coordenação Motora”, editado em 2002, apresenta
didaticamente as unidades de coordenação:
―Unidade de Coordenação é um segmento corporal constituído por dois elementos
rotatórios capazes de girarem simultaneamente em sentidos opostos graças à contração de
um músculo poli-articular denominado condutor, realizando uma torção que cria uma tensão
capaz de manifestar-se em uma articulação situada entre os dois elementos rotatórios sob
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forma de flexão. Em outras palavras, toda flexão é fruto de duas rotações, que ocorrem em
sentidos opostos de um lado e outro da articulação que se move.
Este segmento é capaz de um movimento reconhecível como humano, porque é um
movimento fluido, continuo, sem interrupções bruscas, um compromisso entre vários
movimentos. O movimento humano não é aquele descrito pelos livros de anatomia ou
cinesiologia tradicional com um segmento movendo-se em um único plano em torno de um
eixo situado em um plano perpendicular ao do movimento, descrito um a um. A unidade de
coordenação envolve várias articulações e vários pequenos movimentos concomitantes ao
movimento básico‖.
A unidade de coordenação braço
―A porção longa do bíceps parte da região superior da glenóide. Não se insere sobre o
úmero, dirige-se para fora, encaixa-se na goteira bicipital e desce para o antebraço.
Distalmente insere-se na região póstero-interna do rádio.
Ao se contrair, este músculo traciona o membro superior para fora, porque vai de uma
região medial, glenóide, para uma lateral, goteira bicipital; para frente, porque é um músculo
anterior e para dentro porque, ao contrair-se, apoia fortemente contra a tuberosidade interna
da goteira bicipital, rodando o osso internamente. Ao mesmo tempo flete o cotovelo e gira o
antebraço e mão para fora em supinação.
O bíceps longo não é capaz de realizar sozinho todo este movimento, mas é o único capaz
de fazer tudo isto concomitantemente com a ajuda de músculos mono articulares que reforçam
o movimento, contraindo-se na fase para a qual é mais adequado.
Assim, este músculo poli-articular é como um maestro, conhecedor e capaz de executar
cada porção de uma sinfonia e que a conduz solicitando a entrada de cada instrumento mono
articular no momento preciso.
O úmero realiza um movimento que é uma composição de flexão, abdução, rotação interna,
enquanto o antebraço realiza flexão e rotação externa - isto cria um estado de tensão
exatamente como quando uma peça de roupa é torcida girando-se uma extremidade para
cada lado. Em um dado momento, a peça torcida se dobra. O cotovelo é a estrutura situada no
centro do segmento para que ele se dobre sempre no mesmo local. A porção longa do bíceps
é o músculo que "conduz" a ação, por isso é denominado músculo condutor.
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Podemos generalizar este conceito dizendo que: Dois elementos rotatórios - cabeça umeral
e punho-mão, opõem suas rotações - interna no úmero, externa na mão, graças a um músculo
poli-articular dito "músculo condutor" - bíceps longo, criando um estado de tensão que se
manifesta em uma articulação intermediária - o cotovelo, cujo movimento principal é a flexo-
extensão.
Todo o corpo pode ser subdividido em segmentos que são unidades de coordenação:
Para cada uma destas unidades podemos descrever
(02) dois elementos esféricos rotatórios,
(01) um elemento intermediário de flexo-extensão,
(01) um sistema muscular condutor,
(01) um movimento básico, característico da unidade de coordenação.
Cada unidade de coordenação une-se à unidade vizinha através de encaixe de elementos
côncavos e convexos unidos por músculos mono articulares. Assim, o movimento de uma
unidade é indissociável daquele da unidade vizinha.
O músculo condutor é aquele capaz de realizar o movimento da unidade de coordenação a
partir do precedente e transmiti-lo para o segmento seguinte.
Mas se assim for, de onde vem o primeiro movimento e para onde vai? Qual o movimento
de origem?
Unidades transicionais e unidades de enrolamento
Conforme já definido, Unidade de Coordenação é o segmento corporal que contém dois
elementos rotatórios capazes de opor suas rotações graças à contração de um músculo
condutor, o que cria um estado de tensão que acaba por manifestar-se sob forma de flexão em
uma articulação intermediária.
Existem unidades que efetivamente só podem tensionar-se desta forma, através de duas
rotações opostas dos elementos rotatórios. Outras conseguem também tensionar-se por
enrolamento, isto é, pela aproximação dos dois elementos rotatórios.
Por exemplo: na unidade de coordenação tronco os dois elementos rotatórios: a abóboda
pélvica, para cima e a abóboda esfenoidiana, para baixo podem girar para lados opostos, o
que faz com que todo o tronco tensione, fletindo-se ligeiramente pela somatória de pequenos
movimentos ao longo das articulações vertebrais interapofisárias. No entanto, estes dois
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elementos podem também aproximar-se um do outro, tensionando esta mesma estrutura pelo
enrolamento, que também é uma flexão.
As unidades que têm a possibilidade de tensionar-se por torção, ou oposição das rotações,
e também por enrolamento são denominadas unidades de enrolamento. Aquelas que só se
tensionam por torção denominam-se unidades transicionais.
As unidades transicionais têm a função de transmitir movimento. As unidades de
enrolamento têm a função de originar ou recepcionar movimento.
Unidades de enrolamento são: tronco, mãos e pés.
Unidades transicionais são: escápula, braço, ilíaco e perna.
Assim, do tronco partem movimentos que têm o objetivo de chegar às mãos, para a função
de preensão, passando pela escápula e braço; ou aos pés, para a função de locomoção,
passando pelo ilíaco e perna. As unidades de origem e recepção dos movimentos são as de
enrolamento. As unidades intermediárias são transicionais, com função de transmitir o
movimento.
No tronco, o músculo condutor capaz de tensioná-lo por enrolamento não é um músculo,
mas um sistema muscular - o sistema reto. O músculo capaz de tensioná-lo por torção,
também é um sistema muscular - o sistema cruzado.
O aprofundamento desses conceitos, conhecendo cada uma dessas unidades de
coordenação, de que forma o movimento ocorre em cada uma, obtemos um vastíssimo
material para a construção do movimento ideal, coordenado, econômico. Formas de realizar
movimentos fluem a partir desse trabalho original.
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Fig. 22 – Unidades de Coordenação
6.2 CONTROLE CONTÍNUO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA –
A prática da atividade física, exercício físico, ou atividade laboral há muito já utiliza
parâmetros de freqüência cardíaca como preditor de carga e de evolução da performance.
Assim, se é capaz de verificar a importância dos dados de freqüência cardíaca, pois suas
respostas e adaptações são objeto de investigação científica, sendo inclusive apontada,
como a mais destacada informação extraída de um teste de exercício cardiopulmonar ou
teste ergoespirométrico.
Com o Método STS procuramos aproveitar o mínimo de tempo que o cliente/aluno/paciente
possui, para obtermos o máximo de adaptação neuromotora, e conseqüentemente
metabólica. Desta forma, considerando ainda as controvérsias, entendemos que um trabalho
físico com objetivos reais deve possuir uma média mínima de consumo de oxigênio por volta
de 55% do VO2 Máximo, ou por volta de 60 % da FC Máxima.
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A partir da década de 80, com a evolução tecnológica, inúmeros trabalhos científicos
baseados em evidências demonstraram o real valor deste sinal vital, verificando inclusive a
relação linear existente entre a elevação da freqüência cardíaca e a captação de oxigênio.
Fig. 23 – Relação linear do VO2 com a
FC. Fonte: Pini (1983); McArdle &
Katch & Katch (1986); Wallace (1993);
Powers & Howley (2000).
O controle da freqüência cardíaca também serve para análise clínica do indivíduo, onde os
parâmetros dor e variabilidade (VFC) podem servir de pilares para esta modalidade de
evolução, ou seja, o controle contínuo da freqüência cardíaca (realizada com monitor portátil
modelo cinta/relógio) potencializa as ações benéficas do exercício resistido, ou da
cinesioterapia contra-resistida.
Nas ciências do movimento humano verificamos que quando um determinado exercício físico
é aplicado, independentemente da modalidade, ele pode desenvolver efeitos agudos e
efeitos crônicos. Entende-se que se estes efeitos podem ter caráter temporário ou duradouro,
de acordo com sua interrupção ou continuidade. Desta forma, para potencializar as ações
benéficas do exercício resistido, (cinesioterapia contra-resistida ou musculação terapêutica),
é fundamental o controle contínuo da variável citada, pois ao menos não permitimos que o
praticante fique com valores de freqüência abaixo do limite mínimo estimado, ou que
ultrapasse o limite máximo predito, principalmente quando realizamos uma sessão
individualizada do Método STS.
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Mecanismos Viscerais de Controle da Frequência Cardíaca.
Existe grande responsabilidade do sistema nervoso visceral (vegetativo ou automático e
anteriormente conhecido como sistema nervoso autônomo), através dos seus ramos
simpático e parassimpático na modulação da freqüência cardíaca.
O nervo vago (décimo par craniano) principal condutor do sistema parassimpático predomina
sobre a ação cardíaca, por estarmos na maior parte do tempo em situações que não
caracterizam exercícios físicos, ou seja, utilizando um consumo de oxigênio abaixo de 40%
do VO2 Máx.
À luz da fisiologia, a aceleração da freqüência cardíaca acontece na realidade pela inibição
parcial ou completa da atividade vagal, pois ao começar um exercício, somente após alguns
segundos a participação adrenérgica, ou simpática, aumentará. A figura 14 demonstra
resumidamente a cascata de eventos que caracterizam o controle autonômico da freqüência
cardíaca.
Fig. 24. Controle autonômico da
freqüência cardíaca.
Observa-se que as etapas para o simpático e para o parassimpático são idênticas, onde o
diferencial entre ambos é determinado pela constituição química do neurotransmissor
hormonal, seus receptores e o tipo de proteína G. Existe uma oscilação constante nos
valores de freqüência cardíaca, já que ambas as estimulações acontecem ao mesmo tempo.
A esta oscilação constante, dá-se o nome de “variabilidade da freqüência cardíaca” (VFC).
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Desta forma admite-se que a variabilidade da freqüência cardíaca seja um marcador da
atividade autonômica, ou seja, quanto maior sua oscilação em repouso, maior a participação
parassimpática.
Quanto maior a variabilidade da freqüência cardíaca em repouso, menor o risco
cardiovascular, ou seja, quanto maior for o número de variações no domínio de tempo, entre
os intervalos dos batimentos cardíacos (intervalos de R a R na curva do eletrocardiograma),
maior é a capacidade do coração se ajustar autonomicamente. Funcionalmente, especula-se
que este perfil de variabilidade de freqüência cardíaca seria óbvio, em função até da grande
capacidade que o organismo humano possui, por intermédio da propriocepção, de se adaptar
aos mais diversos estímulos. Dando a entender que quanto maior a capacidade de
adaptação aos movimentos (que aqui chamamos de variabilidade proprioceptiva), maior a
variabilidade de frequência cardíaca. Podendo extrapolar então a mais um fator de elevação
de risco cardiovascular ao indivíduo sedentário. Em outras palavras, podemos dizer que a
“máquina cardíaca” está diretamente relacionada com a “máquina proprioceptiva”.
Comportamentos da Frequência Cardíaca no Exercício
No exercício continuado, levando em consideração que a intensidade do esforço se mantém
constante, a demanda energética também será constante, e por isso a oferta de oxigênio aos
músculos ativos será equivalente. Esta condição é fisiologicamente conhecida como steady
state. Durante a fase de equilíbrio energético, ao se conservarem as condições metabólicas,
não devemos esperar alterações dos valores de frequência cardíaca, mas, no exercício
intermitente, tal qual uma sessão personalizada do Método STS de Musculação Terapêutica,
a freqüência cardíaca responde às modulações da intensidade, sendo os maiores valores
referentes à maior intensidade de esforço.
Em uma sessão personalizada de Musculação Terapêutica, realizamos séries progressivas
até um padrão de pico (exercício quase máximo), e não permitimos que a freqüência
cardíaca após as séries nunca adquiram valores menores que a série anterior, e nem abaixo
de 60% da freqüência cardíaca máxima. Este procedimento da metodologia ocorre, porque
freqüência cardíaca após exercícios intermitentes não determina uma única relação temporal
entre os estímulos fortes e fracos, ou seja, não determina um estado estável. Isto pode ser
31
justificado pelo fato da presença de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) na corrente
sanguínea, exercendo forte influência sobre o ritmo cardíaco.
Desta forma, com a estratégia do micro-ciclo de sessão personalizada, acabamos por
conduzir o perfil do exercício intermitente para um perfil de exercício continuado. Podemos
dizer então, que a sessão personalizada e planilhada do Método STS, trabalha ao mesmo
tempo com exercícios intermitentes e contínuos, tal como um treinamento de circuito com
máquinas de musculação. Consideramos então que se desenvolve com exercícios aeróbios
(oxidativos) e anaeróbios (glicolíticos) concomitantemente, já que os parâmetros de
freqüência cardíaca são coerentes com sua relação linear com o VO2 Máx, e adquire um
desenho de periodização compatível à curva “preparação, pico, recuperação”, ou em dente
de serra, conforme figura 25.
Fig. 25. Demonstração da curva de oscilação da FC entre as
séries de uma sessão personalizada de Musculação
Terapêutica. Observa-se ainda como o micro e o mesociclo
das sessões respeitam o perfil da curva eletrocardiográfica.
32
Considerações a respeito dos Limites de Frequência Cardíaca
Para o Método STS, como se faz necessária a monitorização contínua da freqüência
cardíaca, é importante verificarmos qual o intervalo de trabalho cardíaco ao qual poderíamos
submeter o cliente/aluno/paciente. Pois, baseando o procedimento na relação de aumento
linear existente entre o consumo de oxigênio durante o exercício, e a freqüência cardíaca de
trabalho, sabemos que existe uma coincidência perante os seus limites máximos, ou seja, no
valor da freqüência cardíaca máxima, teremos o valor do VO2 máximo. E, para verificarmos
mudanças em composição corporal, desempenho e aspectos clínicos, estes parâmetros
precisam ser comparados sessão a sessão (avaliação seriada). Mas, existem algumas
discordâncias metodológicas em relação à determinação de valores máximos e mínimos de
freqüência cardíaca e VO2.
Citando os aspectos funcionais da motricidade humana, podemos qualificar a caminhada ou
a corrida, como as modalidades de exercícios físicos mais apropriados, se os tratarmos como
atos desportivos. Sendo assim, não nos causa estranheza, os estudos científicos
demonstrarem que as freqüências cardíacas máximas atingidas em testes
ergoespirométricos que se valem de protocolos de caminhada ou corrida, serem
relativamente mais altas que demais formas de testes de busca de freqüência cardíaca
máxima. Desta forma, em nossa base protocolar procuramos solicitar previamente à
aplicação do Método valores que demonstrem o VO2 Máximo e a Freqüência Cardíaca
Máxima conseguida através de teste ergoespirométrico.
Mas, não são raras as equações de predição de freqüência cardíaca máxima, e
eventualmente se faz necessário lançar mão de alguma delas para obter o procurado,
mesmo que permaneça maior a margem de erros em relação à ergoespirometria. A ABMT
(Associação Brasileira de Musculação Terapêutica), por análise retrógrada da bibliografia e
de dados de clientes já atendidos pelo método, resolveu padronizar uma modalidade de
equação de predição de freqüência cardíaca máxima para homens e para mulheres.
Utilizamos a equação de Tanaka et al, de 2001 (208 – [0,7 x idade]), para indivíduos do sexo
masculino, e a equação de Gulat de 2009 (206 – 88% da idade), para indivíduos do sexo
feminino.
33
6.3 ESTÍMULO ÓCULO-MOTOR –
O Método STS de Musculação Terapêutica lançou mão desta modalidade de estímulo para
este fundamento, baseada na sua longa utilização pela fisioterapia e das aulas de ginástica
de academia. Em ambas as atividades são utilizados espelhos, e os benefícios de sua
utilização para o aprendizado neuro-motor e correção postural são evidentes quando
comparados a grupos que não fazem uso dos mesmos.
Muito se especulava sobre a verdadeira ação deste reforço neuro-motor e estímulo de
aprendizagem. Recentemente, com a utilização de equipamentos sofisticados de análise de
funções cerebrais, confirmou-se a presença dos “Neurônios Espelhos”, e atribui-se aos
mesmos grande parte desta ação.
Acreditamos que ao se pôr um indivíduo perante um espelho, onde o mesmo possa ver a
execução dos padrões funcionais realizado pela sua própria imagem, estamos
potencializando a ativação ou reativação destes neurônios espelhos. E por se tratar de
funções também funcionais, ou seja, estes neurônios foram desenvolvidos para realizarem
esta função, estamos também retroalimentando a função cognitiva que desencadeia a
memória motora (ou a ativa).
Os neurônios espelho desempenham uma função crucial para o comportamento humano.
Eles são ativados quando alguém observa uma ação de outra pessoa. O mais
impressionante é o fato desse espelhamento não depender obrigatoriamente da nossa
memória. Se alguém faz um movimento corporal complexo que nunca realizamos antes, os
nossos neurônios-espelho identificam no nosso sistema corporal os mecanismos
proprioceptivos e musculares correspondentes e tendemos a imitar, inconscientemente,
aquilo que observamos, ouvimos ou percebemos de alguma forma. E no caso do Método
STS de Musculação Terapêutica, este alguém é o próprio indivíduo que recebe os padrões
de exercício.
De acordo com Rizzolatti e Craighero (2004), o que caracteriza e garante a sobrevivência dos
seres humanos é o fato de sermos capazes de nos organizar socialmente, e isso só é
possível porque somos seres capazes de entender a ação de outras pessoas. Além disso,
também somos capazes de aprender através da imitação e essa faculdade é a base da
cultura humana.
34
Os neurônios espelho foram descobertos na área pré-motora de macacos Rhesus na década
de 90. Onde se demonstrou que alguns neurônios da área F5, localizada no lobo frontal, que
eram ativados quando o animal realizava um movimento com uma finalidade específica (tipo
apanhar uma uva passa com os dedos) também eram ativados quando o animal observava
um outro indivíduo realizando a mesma tarefa.
De acordo com Lameira (2006): “A importância desta descoberta para a compreensão direta
da ação e/ou da intenção do outro animal ou ser humano foi imediatamente percebida). Ou
seja, os neurônios espelho, quando ativados pela observação de uma ação, permitem que o
significado da mesma seja compreendida automaticamente (de modo pré-atencional) que
pode ou não ser seguida por etapas conscientes que permitem uma compreensão mais
abrangente dos eventos através de mecanismos cognitivos mais sofisticados. Além de um
estímulo visual explícito (observação de uma ação), estes neurônios podem também ser
ativados por eventos que possuem apenas relação indireta com uma determinada ação:
1. A partir de um som habitualmente associado a uma ação, como por exemplo, o
barulho da quebra da casca de um amendoim (Kohler et al., 2002)
2. Pela dedução implícita da continuidade de uma ação, como, por exemplo, quando
um macaco observa o movimento de uma mão na direção de um objeto oculto por um
anteparo colocado posteriormente à apresentação do objeto ao animal (Umiltà et al.,
2001).
Da mesma forma, não é só a ação manual que é capaz de ativar os neurônios espelho. Por
exemplo, existem neurônios-espelho que são ativados quando o macaco executa e/ou
observa ações relacionadas com a boca, tais como lamber, morder ou mastigar alimentos.
Além disso, na mesma região onde são encontrados estes neurônios existe uma pequena
percentagem de células que dispara quando macaco observa o experimentador fazer ações
faciais comunicativas na sua frente (Ferrari, Gallese, Rizzolatti, & Fogassi, 2003).
Em outro estudo foram comparadas as regiões cerebrais ativadas pela observação de ações
comunicativas da região orofacial de cães (latir), macacos (movimentos labiais) e humanos
(fala em silêncio). Os resultados, em seres humanos, mostraram que a observação da fala
em silêncio ativa a área de Broca no hemisfério esquerdo e a observação dos movimentos
labiais de macacos ativam uma parte menor da mesma região cerebral em ambos os
35
hemisférios, mas que a observação do latir do cão só ativa áreas visuais extra-estriadas
(Buccino, Binkofski, & Riggio, 2004). Ou seja, quando a ação observada (o latir) não faz parte
do repertório de ações do ser humano, os neurônios espelho não são ativados.. Além disso,
considerando que a capacidade humana de abstrair intenção a partir da observação de
conspecíficos é considerada crucial na transmissão de cultura, a descoberta dos neurônios-
espelho é de importância fundamental para compreendermos o que nos faz diferente de
outros animais, em termos cognitivos‖.
Podemos suspeitar inclusive, a partir destas informações a respeito dos neurônios espelho,
que a fala nas crianças e até o mecanismo de aprendizado de sotaques, estejam
relacionados. A fala se utiliza do mecanismo visual e do auditivo para se desenvolver, pois a
criança visualiza o movimentar da boca das pessoas que falam para elas, e ouvem o som de
suas vozes, e por este mecanismo viso-auditivo-motor tenta reproduzir a fala. Já o sotaque
se vale somente do mecanismo auditivo para se desenvolver, e não é necessária nenhuma
consciência para tal, por isso a maioria das pessoas não chega nem a perceber que “pegou”
determinado sotaque. Aí estaria a ação dos neurônios espelho, que empresta suas
características não só para o aspecto visual mas também para o auditivo, relacionando-se
assim também com o fundamento de “Comando Verbal” do Método STS de Musculação
Terapêutica.
É importante levar em consideração que o estímulo visual também pode desencadear
mecanismos negativos à correta postura dinâmica e estática, em um indivíduo que não
possua uma boa relação com sua imagem corporal. Desta forma o profissional que aplica o
Método deve se preocupar com este detalhe, quando realizar a sua anamnese.
6.4 COMANDO VERBAL –
Quando se executa os Padrões de Movimento do Método STS de Musculação Terapêutica
em uma sessão segmentada, personalizada completa ou de grupo, o fundamento “Comando
Verbal” (ou estímulo vocal) tem o objetivo de estimular à coordenação intermuscular,
potencializar a concentração no exercício, motivar e reforçar a memória motora por
conseqüência.
36
Segundo Voss (1987), o comando verbal, ou estímulo vocal direcionado, seria a codificação
em palavras que deve ser compreendida por um sujeito sob a atuação de um profissional (de
reabilitação, exercício físico e até nas forças armadas), para a obtenção de uma determinada
expressão motora, ou mudança de comportamento.
Profissionais de Educação Física e Fisioterapeutas utilizam o comando verbal tanto no
trabalho individualizado ou em grupo, para diferentes atividades elaboradas e com diferentes
objetivos terapêuticos e de condicionamento físico. Assim como o Método STS de
Musculação Terapêutica, diferentes métodos de cinesioterapia (e exercícios físicos), como o
Método Kabat de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva, o Método de Reeducação
Postural Global, Ginásticas de Grupo em academias, e o Método de Godelieve Denys-Struyf,
fazem uso de diferentes modalidade de aplicação de comando verbal.
De acordo com Pardo (2005), são feitas as seguintes considerações em relação ao comando
verbal: ―..... no treinamento de exercícios cinesioterapêuticos, ao passo que o fisioterapeuta
fornece o comando verbal, o sujeito ouve e executa conforme o ordenado, sendo informado
da adequação do movimento ou, se necessário, seguindo correções determinadas verbal
e/ou gestualmente pelo fisioterapeuta.
Acredita-se que o comando verbal pode interferir no sucesso da tarefa a ser executada, bem
como na execução da técnica e nos resultados do tratamento como um todo. Pequenas
mudanças no comando verbal podem implicar diferenças significativas na resposta do
movimento realizado, podendo afetar, por exemplo, a velocidade da execução, a trajetória, o
recrutamento de grupos musculares, os grupos musculares estabilizadores do segmento em
movimento e do corpo. Os efeitos do treinamento também poderão variar na melhora da
coordenação motora, na amplitude de movimento ou em sua intensidade.
Skinner (1957), citado por Hübner (1999), introduziu a expressão comportamento verbal no
livro Verbal Behavior, em substituição ao termo linguagem, pois este permitia várias
interpretações, gerando distorções ao uso, à prática e à ação.
A introdução da expressão comportamento verbal determina um melhor uso e entendimento
da palavra, dando ênfase à ―linguagem como comportamento modelado‖ (Hübner, 1999), isto
é, a linguagem utilizada como instrumento consciente de reforço de uma prática, para que a
resposta seja a do aprendizado.
37
A Teoria da Aprendizagem por Meio de Reforço descrita por Skinner (1954) e citada por
Lysaught & Williams (1974) determina que ―o reforço ocupa uma posição central em qualquer
programa de aprendizagem‖.
Lysaught e Williams (1974) mencionam algumas generalizações derivadas da teoria da
aprendizagem por meio de reforço, que se relacionam com a aprendizagem programada:
1. Um indivíduo aprende, ou modifica sua maneira de agir, observando as
conseqüências de suas ações.
2. Conseqüências que fortalecem a possibilidade de repetição de um ato são
denominadas reforços.
3. Quanto mais prontamente o reforço sucede à execução desejada, tanto maior é a
probabilidade de que o comportamento se repita.
4. Quanto mais freqüentemente ocorre o reforço, tanto maior é a probabilidade de que
o ‗estudante‘ repita o ato.
5. A ausência e, até mesmo, o retardamento de reforço após uma ação, enfraquece a
probabilidade da repetição do ato.
6. O reforço intermitente de um ato aumenta a amplitude de tempo durante o qual o
estudante persistirá numa tarefa, sem a ocorrência de novo reforço.
7. O comportamento de aprendizado de um ‗estudante‘ pode ser desenvolvido ou
modelado gradualmente, por meio de reforço diferencial, isto é, reforçando-se os
comportamentos que devem ser repetidos e retirando-se o reforço no caso de atos
indesejáveis.
8. Além de fazer com que a repetição de um ato seja mais provável, o reforço aumenta
a atividade do ‗estudante‘, acelera seu ritmo e eleva seu interesse na aprendizagem. A
isto se pode denominar de efeitos motivacionais de reforço.
Hübner (1999) explica que ―a casuística definidora do comportamento verbal é a de que ele é
estabelecido e mantido por reforço mediado por outra pessoa‖.
Para que o sujeito seja adequadamente influenciado pela ação do comportamento verbal,
será necessário passar por um treinamento específico, aumentando seu aprendizado e
fortalecendo seu entendimento.
38
Para isso é preciso que o sujeito aja de acordo com o comportamento verbal operado
(Hübner, 1999).
De Rose (1999) afirma que a utilização de recursos verbais não se limita à Psicologia, mas
ocorre em praticamente todas as ciências que lidam com o homem, e está sujeita a
limitações de atenção, memória, acessibilidade e, ainda, às possibilidades de distorções
deliberadas por parte do ouvinte. No caso da Fisioterapia, o comportamento verbal utiliza o
reforço, na forma de feedback e de instrução verbal, geralmente associada ao modelo
gestual, como forma de ensino do comportamento motor a ser apreendido.
A avaliação dos efeitos de diferentes comportamentos verbais sobre um mesmo objetivo
terapêutico, como, por exemplo, a influência do comportamento verbal na condução da
prática de exercícios físicos, não é explorada na literatura.
Semelhantemente, não se encontram na literatura científica trabalhos que investiguem a
influência do comportamento verbal como instrumento de ensino e feedback (reforço positivo)
para obtenção de melhores resultados de ordem motora.‖
6.5 TOQUE MANUAL –
Os circuitos neurais de cada padrão de movimento são anatomicamente distintos, mas todos
eles estão física e funcionalmente integrados. O toque realizado no indivíduo que é
submetido às várias modalidades de cinesioterapia manual, também é responsável pela
potencialização dos mecanismos posturais. Lembrando que a postura pode ser referida à
situação estática ou dinâmica, e de forma segmentada ou global, e os mecanismos posturais
são desencadeados por vários “detectores” locais, aferência somatossensorial e eferência
motora.
Os circuitos proprioceptivos têm preferência no estudo do controle do movimento, e o Método
STS de Musculação Terapêutica usa o fundamento do toque, no ventre muscular do músculo
motor primário do movimento funcional (durante o movimento excêntrico principalmente).
Pois se acredita poder somar o estímulo tátil suave, que é conduzido por vias de grande
velocidade e calibre (fascículo grácil e cuneiforme), ao estímulo proprioceptivo.
Agora vejamos a seqüência de eventos neurais que podem ocorrer durante um padrão de
movimento do Método STS de Musculação Terapêutica: O indivíduo prepara-se interpretando
39
as informações visuais (utilizando o espelho de postura ou da sala de ginástica), auditivas
(comandos verbais do profissional) proprioceptivas (sua própria posição do corpo, da cabeça
e dos membros) e vestibulares (seu próprio movimento da cabeça). Todas essas informações
são enviadas para as áreas associativas, e o indivíduo obtém uma noção de posição do seu
corpo no espaço em relação ao movimento segmentar e a contra-resistência (integração
realizada no córtex parietal posterior). Com as experiências previamente acumuladas pela
memória motora e levando-se em consideração o grau de dificuldade do movimento, o peso
absoluto empregado, a velocidade do movimento, e as descargas aferentes, ele tem algumas
alternativas de como fixar realmente o padrão motor.
Esta soma de ações e fundamentos do Método STS de Musculação Terapêutica e seus
padrões de movimento são co-avaliados pelos núcleos da base e pelo cerebelo. O córtex
motor e o cerebelo elaboram a tática de execução do movimento (planejamento) e instruem
os neurônios motores do tronco encefálico e da medula que inervam os grupos de músculos
que serão recrutados. Desta forma, a execução no dia a dia de movimentos fundamentais
(funcionais, originais, naturais ou anatomo-funcionais), acaba por reforçar o resultado
neurológico e metabólico propiciado pelo exercício, ou cinesioterapia, contra-resistidos.
7. PADRÕES DE MOVIMENTO:
7.1 PADRÕES BÁSICOS -
O Método STS de Musculação Terapêutica determina 16 (dezesseis) Padrões Básicos de
movimentos, e estes movimentos são sempre caracterizados com uma contra-resistência. E
esta pode ser determinada por pesos livres (halteres e caneleiras), maquinário específico,
tensores elásticos, o meio líquido e a mão do profissional dentre outros meios. Estes padrões
podem ser feitos de forma individual ou combinados entre si, e a postura (posição) para suas
realizações podem ser diversas e normalmente relacionadas ao objetivo do tratamento ou do
treinamento, podendo variar então os graus de dificuldade para sua execução. Assim,
entendemos que os padroes não são fixos, isto é, os exercícios não são iguais, eles podem
40
aumentar ou diminuir o seu grau de dificuldade, e através das primeiras sessões, chamadas
experimentais, descobre-se quais são estes graus.
Com um grau de dificuldade mais baixo diminui-se a carga física de trabalho imposto, e um
grau de dificuldade mais alto aumenta-se a carga física de trabalho imposto. Um maior ou
menor grau de dificuldade é verificado pelo aumento ou diminuição da freqüência cardíaca
monitorada. Existem padrões de massa e padrões alternados. Alguns padrões de massa são
também excelentes corretores posturais.
Nos padrões de massa os membros movimentam-se juntos. São considerados padrões
"primitivos” de movimento, de acordo com o processo neuroevolutivo. Os padrões são
executados de forma seqüencial e progressiva, respeitando a forma de micro-ciclo em “dente
de serra”, cuja característica principal é a de corresponder à curva cardíaca de progressão e
recuperação. Assim, as freqüências cardíacas máximas atingidas pelos padrões
subseqüentes devem ser maiores que as anteriores, até se atingir o padrão de pico. A partir
deste, as freqüências cardíacas máximas devem ser regressivas.
Para a sessão de membros superiores, a freqüência cardíaca de pico ocorre no quarto
padrão de movimento, e na sessão de membros inferiores (que ocorre junto com a sessão de
abdominais), ocorre no quinto padrão.
Os padrões funcionais são assim descritos e nominados, em suas posturas de médio grau de
dificuldade:
B1 ou Bíceps 1 - Movimentação conjunta de ambos os MMSS, com flexo-extensão do
cotovelo concomitantemente à prono-supinação das mãos. Em função da mobilidade
conjunta dos MMSS é considerado um padrão de massa.
41
Figura 26 – Sequência do Padrão Bíceps 1, com baixo grau de dificuldade
B2 ou Bíceps 2 - Movimentação alternada de ambos os MMSS, com flexo-extensão do
cotovelo concomitantemente à prono-supinação das mãos.
Figura 27 – Sequência do Padrão Bíceps 2, com baixo grau de dificuldade
42
D1 ou Deltóide 1 – Movimentação conjunta de ambos os MMSS, com abdução do ombro
concomitantemente à sua rotação lateral ou externa. Em função da mobilidade conjunta dos
MMSS é considerado um padrão de massa do tipo postural.
Figura 28 – Sequência do Padrão Deltóide 1, com baixo grau de dificuldade
D2 ou Deltóide 2 – Movimentação conjunta de ambos os MMSS, com isometria de
rombóides e fibras superiores de trapézio, com inclinação anterior do tronco, com ambos
cotovelos a 135º de flexão em posição de Bíceps 1, promove-se abdução. Em função da
mobilidade conjunta dos MMSS também é considerado um padrão de massa do tipo postural.
43
Figura 27 – Sequência do Padrão Deltóide 2, com baixo grau de dificuldade
P1 ou Peitoral 1 - Movimentação conjunta de ambos os MMSS, a partir de decúbito dorsal,
com isometria de rombóides e fibras superiores de trapézio, partindo da posição de abdução
de ombros em rotação lateral, promove-se a adução. Em função da mobilidade conjunta dos
MMSS é considerado um padrão de massa.
44
Figura 28 – Sequência do Padrão Peitoral 1, com baixo grau de dificuldade
P2 ou Peitoral 2 - Movimentação alternada de ambos os MMSS, a partir de decúbito dorsal,
com isometria de rombóides e fibras superiores de trapézio, partindo da posição de abdução
de ombros em rotação lateral, promove-se a adução.
45
Figura 29 – Sequência do Padrão Peitoral 2, com baixo grau de dificuldade
T1 ou Tríceps 1 - Movimentação conjunta de ambos os MMSS, a partir de decúbito dorsal,
com isometria de rombóides e fibras superiores de trapézio, partindo da posição de flexão do
cotovelo e ombros a 90º em posição de B1, promove-se a extensão dos cotovelos. Em
função da mobilidade conjunta dos MMSS é considerado um padrão de massa.
46
Figura 30 – Sequência do Padrão Triceps 1, com baixo grau de dificuldade
T2 ou Tríceps 2 - Movimentação alternada de ambos os MMSS, a partir de decúbito dorsal,
com isometria de rombóides e fibras superiores de trapézio, partindo da posição de flexão
dos cotovelos e ombros a 90º em posição de B1, promove-se a extensão dos cotovelos.
47
Figura 31 – Sequência do Padrão Triceps 2, com baixo grau de dificuldade
Q1 ou Quadríceps 1 - Movimentação conjunta de ambos os MMII, a partir de decúbito
dorsal, com flexão a 90º das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com
leve inversão dos pés, promove-se a extensão do joelho. Em função da mobilidade conjunta
dos MMII é considerado um padrão de massa.
48
Figura 32 – Sequência do Padrão Quadríceps 1, com baixo grau de dificuldade
Q2 ou Quadríceps 2 - Movimentação alternada de ambos os MMII, a partir de decúbito
dorsal, com flexão a 90º das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com
leve inversão do pés, promove-se a extensão do joelho.
49
Figura 33 – Sequência do Padrão Quadríceps 2, com baixo grau de dificuldade
50
IT1 ou Ísquiotibial 1 - Movimentação conjunta de ambos os MMII, a partir de decúbito
ventral, com extensão das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com
leve inversão do pés, promove-se a flexão dos joelhos ao máximo de 45º. Em função da
mobilidade conjunta dos MMII é considerado um padrão de massa.
Figura 34 – Sequência do Padrão Ísquiotibial 1, com baixo grau de dificuldade
51
IT2 ou Ísquiotibial 2 - Movimentação alternada de ambos os MMII, a partir de decúbito
ventral, com extensão das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com
leve inversão do pés, promove-se a flexão dos joelhos ao máximo de 45º.
Figura 35 – Sequência do Padrão Ísquiotibial 2, com baixo grau de dificuldade
G/S ou Gastrocnêmio e Sóleo – Movimentação conjunta de ambos os MMII, a partir da
postura bípede ostostática, com calcanhares elevados, posição final de D1, promove-se a
flexão dos joelhos ao máximo de 90º. Em função da mobilidade conjunta dos MMII é
considerado um padrão de massa, também do tipo postural.
52
Figura 36 – Sequência do Padrão Gastrocnêmio/Sóleo, com baixo grau de dificuldade
A1 ou Abdominal 1 – Isometria de abdominais, a partir de decúbito dorsal, com flexão a 90º
das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com leve inversão dos pés
sem contato com o solo.
Figura 37 – Padrão Abdominal 1, com baixo grau de dificuldade
53
A2 ou Abdominal 2 – Movimentação rotacional de abdominais, a partir de decúbito dorsal,
com flexão a 90º das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com leve
inversão do pés, apoiados.
Figura 38 – Sequência do Padrão Abdominal 2, com baixo grau de dificuldade
A3 ou Abdominal 3 – Movimentação flexora de abdominais, a partir de decúbito dorsal, com
flexão a 90º das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com leve inversão
dos pés apoiados.
Figura 39 – Sequência do Padrão Abdominal 3, com baixo grau de dificuldade
54
7.2 PADRÕES VARIANTES –
Posição Inicial Posição Final
Fig. 40 – 1VD1/Primeiro Padrão Variante de D1
Posição Inicial Posição Final
Fig. 41– 2VD1/Segundo Padrão Variante de D1
55
Posição Inicial Posição Final
Fig. 42– 3VD1/Terceiro Padrão Variante de D1
Posição Inicial Posição Final
Fig. 43– 4VD1/Quarto Padrão Variante de D1
56
Posição Inicial e Final Posição Intermediária Posição Intermediária
Fig. 44– 1VD2/Primeiro Padrão Variante de D2
O 2VD2 – Segundo Padrão Variante de D2 realiza-se o movimento com um membro superior
alternadamente ao outro.
Fig. 45– 3VD2/Terceiro Padrão Variante de D2
O 4VD2 – Quarto Padrão Variante de D2 realiza-se o movimento com um membro superior
alternadamente ao outro.
57
7.3 PADRÕES COMBINADOS –
DUPLOS NORMAIS
Posição Inicial Posição Final
Fig. 46 – P1/Q1
Posição Inicial Posição Final
Fig. 47 – P2/Q2
58
Posição Inicial Posição Final
Fig. 48 – T1/Q1
Posição Inicial Posição Final
Fig. 49 – T2/Q2
59
Posição Inicial Posição Final
Fig. 50 – P1/A1
Posição Inicial Posição Final
Fig. 51 – P2/A1
60
Posição Inicial Posição Final
Fig. 52 – T1/A1
Posição Inicial Posição Final
Fig. 53 – T2/A1
61
Posição Inicial Posição Final
Fig. 54 – P1/A3
Posição Inicial Posição Final
Fig. 55 – T1/A3
62
Posição Inicial Posição Final
Fig. 56 – A1/Q1
Posição Inicial Posição Final
Fig. 57 – A1/Q2
63
Posição Inicial Posição Final
Fig. 58 – A1/A3
DUPLOS VARIANTES VENTRAIS
Posição Inicial Posição Final
Fig. 59 – 1VD1/A1
64
Posição Inicial Posição Final
Fig. 60 – 2VD1/A1
Posição Inicial Posição Final
Fig. 61 – 3VD1/A1
65
Posição Inicial Posição Final
Fig. 62 – 4VD1/A1
Posição Inicial e Final Posição Intermediária Posição Intermediária
Fig. 63 – 1VD2/A1
O 2VD2 – Segundo Padrão Variante de D2 com A1 realiza-se o movimento com um membro
superior alternadamente ao outro.
Posição Inicial e Final Posição Intermediária Posição Intermediária
Fig. 64 – 3VD2/A1
66
O 4VD2 – Quarto Padrão Variante de D2 com A1 realiza-se o movimento com um membro
superior alternadamente ao outro.
TRIPLOS VARIANTES VENTRAIS
Posição Inicial Posição Final
Fig. 65 – 1VD1/Q1/A1
Posição Inicial Posição Final
Fig. 66 – 2VD1/Q1/A1
67
Posição Inicial Posição Final
Fig. 67 – 3VD1/Q1/A1
Posição Inicial Posição Final
Fig. 68 – 4VD1/Q2/A1
Posição Inicial e Final Posição Intermediária Posição Intermediária
Fig. 69 – 1VD2/Q1/A1
68
Posição Inicial e Final Posição Intermediária Posição Intermediária
Fig. 70 – 3VD2/Q1/A1
O 4VD2 – Quarto Padrão Variante de D2 com Q2 e A1 realiza-se o movimento com um
membro superior alternadamente ao outro, simetricamente ao membro inferior.
Vídeos de DUPLOS VARIANTES DORSAIS, TRIPLOS NORMAIS e POSTURAIS estão
incluídos no CD que acompanha este livro, assim como padrões alternativos.
7.4 PADRÕES ALTERNATIVOS –
São considerados os padrões de movimento do Método STS que diferem do tradicional
uso de halteres e caneleiras, podendo ser possível a aplicação em superfícies instáveis
tais como: bolas, plataformas vibratórias, pranchas de equilíbrio, dentre outras.
Os padrões onde também se utiliza também as mãos do profissional, e outros meios
contra-resistência também são considerados padrões alternativos. padrões alternativos.
8. A SESSÃO PERSONALIZADA:
No trabalho personalizado, todo o processo de execução do Método é registrado em uma
planilha diária, que gera um gráfico de periodização da sessão. Nesta planilha, procura-se
ressaltar os erros, ou situações fora do normal obtidas na sessão, em cor vermelha, com o
objetivo de corrigi-los na sessão subseqüente. As sessões são realizadas (normalmente) de
forma diária intercalada, sendo o ciclo composto de sessões de padrões diferentes, ou seja,
um dia de membros superiores por um dia de membros inferiores. O mais importante nesta
sessão é permitir uma construção de um gráfico dos padrões com o melhor perfil fisiológico
69
possível. Isto quer dizer que devemos nos preocupar com a progressão e a regressão de seu
desenho, de acordo com o menor ciclo de trabalho muscular possível, que é o de um
batimento cardíaco.
Por esta razão o desenho deste gráfico é caracterizado como a forma de uma onda
eletrocardiográfica, conforme apresentado na figura 25.
Não podemos esquecer que todo o histórico de saúde do cliente deve ser levantado, e seu
perfil físico-funcional deve ser definido, antes de se iniciar o trabalho com o Método STS.
Para tanto o Método utiliza também o questionário de prontidão para a atividade física
(exercício), e se vale da avaliação metabólica conseguida através do “Recordatório
Metabólico” e da primeira avaliação da série (avaliação seriada).
Para ser submetido aos padrões do Método STS personalizado, o indivíduo precisa possuir o
valor da sua freqüência cardíaca máxima e de seu VO2 Máximo (de pico) absoluto em litros
por minuto, que devem ser recalculados nas reavaliações sucessivas, pois por adaptações
crônicas uma vez existindo nova freqüência cardíaca máxima existirá nova freqüência
cardíaca de repouso, novo intervalo de treinamento e obviamente novo VO2.
O valor do VO2 Máximo pode ser obtido por várias fórmulas de predição, ou obtido através
de teste de esforço clinico (ergoespirometria). É importante ressaltar que caso o indivíduo
comprovadamente possua níveis de condicionamento bom ou acima da média, não convém
à aplicação de equações de predição, pois a margem de erros pode ser considerável,
subestimando assim a capacidade metabólica do indivíduo. Assim, as avaliações seriadas
para este tipo de indivíduo, em relação a este perfil metabólico, devem ser através do teste
ergoespirométrico também.
Para a determinação do nível de condicionamento do indivíduo, para fins da prescrição da
intensidade do treinamento/tratamento, quando o mesmo não possui o resultado do teste
ergoespirométrico (ou está impossibilitado de realizá-lo), pode-se realizar um Teste
Funcional, com a aplicação de alguns padrões de movimento com carga equivalente ao que
um indivíduo normal suportaria. E observando o comportamento da freqüência cardíaca
temos condições de predizer razoavelmente o nível de condicionamento do mesmo.
Ou, uma vez sabendo-se a freqüência cardíaca máxima a qual o indivíduo possa ser
submetido, calcula-se a freqüência mínima, para se caracterizar o início dos exercícios em
70
uma faixa leve de trabalho e ir evoluindo gradativamente. Desde que o indivíduo possua bom
nível de condicionamento, existe também a possibilidade da prescrição pela fórmula da
frequência cardíaca de reserva estipulada por Karvonen:
Limite Inferior = FCRep + [(FCM - FCRep) x 60% ]
Limite Superior = FCRep + [(FCM - FCRep) x 85%]
É importante não permitir que a freqüência cardíaca fique abaixo do limite inferior da
freqüência de treino no intervalo de repouso entre as series de exercício, caso isto esteja
prestes a acontecer deve-se iniciar nova série.
Os exercícios do Método STS podem ser realizados de pé, sentados ou deitados, e a
freqüência cardíaca máxima é estipulada para o trabalho de pé. Para se manter um nível
ideal de trabalho cardíaco sentado ou deitado, convém observar uma diminuição média de
20% no limite inferior para estas posturas. Assim, mantendo esta linha de raciocínio, para o
trabalho sentado ou deitado não podemos permitir que o paciente passe para freqüência
cardíaca abaixo deste limite, reiniciando a série.
8.1 FASES -
Considerando um indivíduo com baixíssimo nível de condicionamento físico, Método
completo é composto, em média, de 90 (noventa) sessões, que podem ser se divididas em
três grupos de 30 (trinta) sessões, nas referidas fases de CHOQUE, ADAPTAÇÃO e
CONDICIONAMENTO, e o acompanhamento nutricional é de fundamental importância no
processo da composição corporal do paciente ou aluno, pois esta deve ser feita seguindo as
regras de regressão e posterior adaptação calórica, para a manutenção ou elevação da taxa
metabólica de repouso, com o perfil global da atividade demonstrada pelo gráfico abaixo:
Gráfico 01 – Curva do STS na necessidade de regressão calórica para fins de
emagrecimento, quando o indivíduo possui baixo nível de condicionamento e possui maior
volume de ingestão calórica alimentar.
71
O número de séries do Método STS de Musculação Terapêutica é no mínimo de 03 (três) e o
máximo de 05 (cinco). O número de repetições é de no mínimo 08 (oito) e no máximo 12
(doze). Ainda existe o perfil de padrões em circuito onde o número de séries é de no máximo
02 (duas) e o número de repetições é de 24 (vinte e quatro) ou 36 (trinta e seis), que equivale
a três séries de oito sem intervalo, e três séries de doze sem intervalo.
Em se tratando de trabalho personalizado, onde se submete o cliente às planilhas, os
intervalos entre as séries devem ser baseados no cálculo da Faixa de Treinamento, isto é,
não devemos deixar a freqüência cardíaca no intervalo ficar em patamares menores que o
limite inferior. Para isto normalmente o intervalo não deve ser menor que 30 (trinta) segundos
e não deve ser maior que um minuto e trinta segundos. Por isso todo o trabalho é realizado
com monitoração cardíaca constante.
Ainda dentro do Método, quando realizado de forma completa, existem nuances de Sessões
Alternativas de alongamentos ativos (Cinesioalongamento), sessões de exercícios Aeróbios
Longos e sessões de Circuito de Abdominais. Estas sessões são consideradas intervalos
terapêuticos, e normalmente são realizadas nos dias de reavaliação seriada (sempre após).
72
FASE DE CHOQUE –
Nesta se encontram os indivíduos que possuem nível muito baixo de condicionamento, cuja
intensidade máxima do exercício físico deve ser de 70% de sua freqüência cardíaca máxima,
quando o exercício for contínuo (corrida, caminhada, natação, ciclismo...). Quando houver a
aplicação do Método STS, não convém que os padrões de pico (D2 e G/S) ultrapassem 85%
da freqüência cardíaca máxima.
Nesta fase se trabalha com o valor de 0 kg a 2 kg no máximo de pesos livres, e com médias
de 45 segundos de intervalos entre as séries, não havendo necessidade dos mesmos
ultrapassarem 90 segundos.
As séries nesta fase são chamadas de Séries Simples, e são em número máximo de 3 ou 5,
sendo que as repetições por série são em número de 8, 10 ou 12.
Então poderíamos compor a seguinte seqüência evolutiva para um indivíduo com baixísimo
nível de condicionamento: Com 0 (zero) quilograma, iniciando com 3 séries de oito
repetições, 3 séries de 10 repetições, 3 séries de 12 repetições, 5 séries de 8 repetições, 5
séries de 10 repetições, e 5 séries de 12 repetições. Com 01 (um) quilograma faria o mesmo,
e sequencialmente com 02 (dois) quilogramas. Existe a possibilidade, de acordo com a
evolução do indivíduo, de se saltar esta seqüência, ou até de se retornar para seqüência de
menor grau de intensidade.
Nesta fase normalmente iniciamos o trabalho com os padrões normais de moderados graus
de dificuldade em relação à posição a ser adotada, ou seja, nesta fase costuma-se evoluir o
valor do peso livre, a diminuição dos intervalos e o aumento das repetições por série.
Importante lembrar que por volta de cada 08 a 10 sessões convém realizar uma Sessão
Alternativa, e as eleitas para esta fase são as de Aeróbio Longo ou a de
Cinesioalongamento.
O Aeróbio Longo se caracteriza por uma sessão onde se dobra o tempo de preparação, que
como dito, nesta fase não deve ultrapassar 20 (minutos). Desta forma o máximo de tempo
que duraria uma sessão alternativa nesta fase seria de 40 (quarenta) minutos.
E o Cinesioalongamento, em função do grau de importância que adquiriu esta sessão
alternativa, sendo utilizada até fora do universo da Musculação Terapêutica, tendo destaque
73
principalmente na especialidade de Dermato-funcional da Fisioterapia será comentado neste
livro como um tópico à parte.
FASE DE ADAPTAÇÃO –
Nesta se encontram os indivíduos que possuem nível moderado ou normal de
condicionamento, e em função disto os exercícios para eles prescritos podem possuir uma
intensidade entre 70% e 80 % de sua freqüência cardíaca máxima, seguindo a mesma regra
para exercícios físicos contínuos, apresentada na fase de choque.
Nesta fase se trabalha com os valores de 2 kg a 4 kg no máximo de pesos livres, e com
médias de 30 segundos de intervalos entre as séries, não havendo necessidade dos mesmos
ultrapassarem 60 segundos.
As séries nesta fase são chamadas de Séries de Circuito, e são em número máximo de 2,
sendo que as repetições por série são em número de 24 ou 36. Então poderíamos compor a
seguinte seqüência evolutiva para um indivíduo com moderado nível de condicionamento:
uma série de 24 repetições (Circuito Simples); uma série de 36; duas séries de 24 repetiçoes,
sendo que primeiro se faria uma série completa e depois se começaria a outra (Circuito
Duplo Alternado); duas séries contínuas de 24 repetições (Circuito Duplo Contínuo); duas
séries de 36 repetiçoes, sendo que primeiro se faria uma série completa e depois se
começaria a outra (Circuito Duplo Alternado); duas séries contínuas de 36 repetições
(Circuito Duplo Contínuo).
Nesta fase normalmente iniciamos o trabalho com os padrões normais de moderados graus
de dificuldade em relação à posição a ser adotada, mas, costuma-se evoluir alem do valor do
peso livre e o aumento das repetições por série, com posturas de maior grau de dificuldade.
Ainda por volta de cada 08 a 10 sessões convém realizar uma Sessão Alternativa, e além
das de Aeróbio Longo ou de Cinesioalongamento, se inclui a sessão de Circuito de
Abdominais.
Os parâmetros desta fase servem de base para se analisar qual o perfil do condicionamento
físico do indivíduo (tanto de membros superiores quanto inferiores), pois o cliente que possui
condições de se exercitar inicialmente com os valores dos pesos e repetições desta fase, e
não elevar sua freqüência cardíaca além de 80% de sua máxima possui condicionamento
74
moderado, e o inverso é verdadeiro. Isto é, se ao submetê-lo, por exemplo, a um circuito
simples de 24 repetições, em uma posição intermediária (nem de alto e nem de baixo grau de
dificuldade), e a sua freqüência se elevar demasiadamente, entendemos que possui baixo
nível de condicionamento. Esta é a base do Teste Funcional no Método STS.
FASE DE CONDICIONAMENTO –
Nesta se encontram os indivíduos que possuem nível alto ou atletico de condicionamento, e
em função disto os exercícios para eles prescritos podem possuir uma intensidade entre 80%
e 90 % de sua freqüência cardíaca máxima.
Nesta fase se trabalha com os valores de 3 kg a 5 kg no máximo de pesos livres, e com
médias de 30 segundos de intervalos entre as séries, também não havendo necessidade dos
mesmos ultrapassarem 60 segundos. E, via de regra os intervalos entre as séries nesta fase
são na realidade baseados no valor de freqüência cardíaca que o profissional quer atingir,
pelo objetivo de periodização que se propõe.
Nesta fase se acumulam as Séries de Circuito, igualmente aos procedimentos da fase de
adaptação, mas também se inclui a Série de Circuito Completo, que compreende a aplicação
dos padrões de membros superiores, inferiores e abdominais na mesma sessão. Quando o
indivíduo possui este nível de condicionamento físico, existe a possibilidade da execução de
somente duas sessões de STS por semana para a manutenção da sua forma.
Nesta fase, caso o indivíduo continue realizando sessões três vezes por semana, os padrões
adquirem maiores graus de dificuldade, passando a ser chamados de Padrões Variantes
aos básicos, podendo cada sessão possuir diversos graus de combinações, além de se
poder trabalhar ainda com as Sessões Alternativas.
Desta forma, nesta fase a múltipla possibilidade de modalidades de sessões permite que o
profissional desenvolva estratégias aptas inclusive ao tratamento e treinamento de atletas de
alto rendimento.
Cada sessão desta fase, que não caracterizar um Circuito Completo, deve também possuir
no máximo 08 (oito) padrões, que igualmente devem seguir o desenho de Gráfico
metabolicamente ajustado.
75
8.2 O CINESIOALONGAMENTO
Da mesma forma que a metodologia STS, através de movimentos contra-resistência de perfis
funcionais, tem o objetivo de desenvolver a valência física força, mantém-se este
pensamento para a valência física flexibilidade. Parece redundante lembrar que se um
grupamento muscular já se encontra em um perfil trófico e de força de aspectos normais
(funcionais), a conseqüência disto é a manutenção também de um estado de flexibilidade
funcional. Isto quer dizer, que os mesmos mecanismos neurológicos e biomecânicos aptos a
desenvolver e manter a força, são aptos também a desenvolver e manter a flexibilidade.
No Método STS de Musculação Terapêutica, existem as sessões alternativas, que ocorrem a
intervalos programados entres as sessões do exercício resistido propriamente dito. Uma das
modalidades de sessão alternativa é o “Cinesioalongamento”, nome próprio da seqüência de
exercícios de flexibilidade imposta ao aluno/paciente/cliente, que por seguir todos os trâmites
neuroevolutivos e biomecânicos, desenvolve e mantém a amplitude de movimentos. Esta
seqüência de exercícios, também conhecida como alongamentos contra-resistência ou
alongamento proprioceptivo, tem a sua raiz voltada quase que exclusivamente para os
mecanismos de facilitação neuromuscular proprioceptiva.
O Cinesioalongamento pode ser aplicado como uma sessão personalizada de objetivos bem
definidos, e que segue uma estratégia diferenciada principalmente no que se refere a análise
inicial da amplitude de movimento da porçaao posterior. Mas, quando integrante do Método
STS, se trata de uma sessão alternativa, pois como dito, a execução de padrões de
movimentos funcionais já é suficiente para desenvolver níveis razoáveis de amplitude de
movimento, pois se considera que a flexibilidade tende a aumentar durante o treinamento
resistido provavelmente porque os limites dos movimentos são adequadamente solicitados
nas amplitudes articulares disponíveis.
Na vigência de processos patológicos, o ganho em flexibilidade pode ser limitado por dor ou
alterações anatômicas, independentemente do tipo de padrão realizado. Os graus de
flexibilidade que pessoas sem alterações patológicas conseguem por meio do treinamento
resistido funcional, são suficientes para uma boa qualidade de movimentos nas atividades de
vida diária.
Como definição, o Cinesioalongamento pode ser compreendido como:
76
“Técnica de desenvolvimento, manutenção ou recuperação de amplitude de
movimento articular, a partir de padrões físico-funcionais de movimento, com
sequência de ações proprioceptivas”.
A base para a compreensão desta modalidade de alongamento está inserida nos princípios
da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva, e da ciência do movimento humano
(cinesiologia) direcionada aos mecanismos planares da posição e do movimento
(osteocinemática). Desta forma, há a necessidade de se entender que o
Cinesioalongamento, também chamado de alongamento proprioceptivo, flexo-alongamento, e
alongamento contra-resistido, possui características quase que exclusivamente baseadas na
neurologia, com nuances da biomecânica e da fisiologia do exercício.
A técnica do Cinesioalongamento se divide,e se confunde, em 03 (três) momentos:
Momento Passivo,
Momento Ativo-assistido e
Momento ativo.
Estes momentos seguem o que prescreve o próprio estudo (metodologia) do STS, que é a
facilitação para o trabalho funcional, ou seja, o trabalho “osteomioarticular” normal. Por isso
entendemos que ele também se desenvolve sobre um perfil neuroevolutivo.
Partindo da observação que as valências físicas força e flexibilidade caminham juntas para a
manutenção de um perfil físico-funcional, e a que maioria da população mundial está
acometida de baixos índices nestas valências. Entendemos que o Cinesioalongamento, por
se tratar de uma modalidade de treino de flexibilidade que integra também o estímulo contra-
resistência indutor ao aumento de força, a partir de movimentos neurologicamente funcionais,
contribua de maneira significativa para o aumento do perfil físico-funcional da população.
É importante frisar, que apesar do Cinesiolaongamento poder ser aplicado como modalidade
para ganho e manutenção de flexibilidade em atividades não anatomo-funcionais
(determinadas modalidades esportivas), o seu principal objetivo é ser utilizado em pessoas
que possuam retração muscular (encurtamento), por déficit específico de força
(sedentarismo), ou por desequilíbrio postural (local e sistêmico), ocasionado por aplicações
conflitantes de vetores musculares. Em outras palavras, devemos aplicar o
cinesioalongamento somente em quem efetivamente possuir “retração” muscular.
77
O Cinesioalongamento foi idealizado a partir da observação que o ser humano sempre se
movimenta de forma tridimensional, tanto para movimentos isolados do esqueleto
apendicular (membros), como para a sua marcha. Isto nos remete ao pensamento que para
economia de energia, e para vantagem mecânica, se torna óbvio que o as ações musculares
em espiral sejam as neurologicamente mais aptas a uma boa função e qualidade de
movimento, conforme fundamentos de Kabat.
Benefícios do Cinesioalongamento
Os benefícios da aplicação desta modalidade de treinamento, ou técnica, de ganho de
flexibilidade, se confundem com os benefícios ocasionados pelo ganho de amplitude de
movimento comprovadas pela literatura:
Melhora a aparência (postura), a forma física e a saúde.
Pode reduzir a descarga neurológica eferente, diminuindo o grau de tensão
muscular, reduzindo assim as sensações negativas de estados emocionais como o
estresse e a ansiedade.
Estes altos níveis de tensão muscular têm vários efeitos negativos, que predispõem
para a fadiga, desta forma, o cinesioalongamento promove a redução da fadiga.
Permite um melhor conhecimento dos limites físico-funcionais do indivíduo.
A flexibilidade ajuda o individuo a criar autocontrole e total liberdade na execução
dos movimentos, e conseqüentemente ajuda na prevenção de lesões.
Auxilia na normalização do sistema arterial e do retorno veno-linfático, pela ação
neuroestimulante e biomecânica, reduzindo assim os prováveis edemas linfáticos.
Da mesma forma, a ausência de graus funcionais de mobilidade músculo-articular pode
desencadear algumas vertentes negativas:
Dificulta ou impede a aprendizagem de determinadas habilidades motoras.
Pode favorecer o aparecimento de lesões.
Dificulta o desenvolvimento de outras capacidades físicas ou a sua aplicação.
Limita a amplitude do movimento e conseqüentemente limita a rapidez da sua
execução.
78
Predispõe o indivíduo a estases veno-linfáticas, e a conseqüentes alterações
dermatofuncionais.
Bases Neurológicas para o Cinesioalongamento
Como referenciado anteriormente, podemos entender a propriocepção como um sistema
somato-sensorial, que nos permite conhecer a nossa postura global e segmentar, tanto em
movimento como de forma estática. Para o real funcionamento dos aspectos proprioceptivos
devemos incluir as seguintes estruturas:
Proprioceptores, ou receptores sensoriais que detectam e sinalizam as deformações
mecânicas, nos tecido muscular e conjuntivo;
Vias aferentes, responsáveis pela condução dos impulsos sensoriais até a medula;
Neurônios distribuidores, localizados em segmentos medulares e supramedulares,
dos quais partem os comandos excitatórios e inibitórios;
Vias eferentes, condutoras desses comandos (motores) até os músculos.
Estudando a ciência dos movimentos humanos, percebemos que a ação muscular integrada
e funcional (normal), permite que mantenhamos as amplitudes de movimento ótimas para o
desempenho. Isto significa que a grau de mobilidade músculo-articular, conhecido como
flexibilidade, está diretamente relacionado ao perfil proprioceptivo. Desta forma, qualquer
técnica de “alongamento” que procure restabelecer a amplitude de movimento, deve lançar
mãos das bases proprioceptivas.
Seguindo os estudos da Escola de Osteopatia de Madri, os proprioceptores são receptores
sensitivos que informam ao SNC sobre as modificações mecânicas dos tecidos músculo-
esqueléticos, e para a técnica de Cinesioalongamento, os seguintes “proprioceptores” são
considerados essenciais: Receptor de Ruffini, Orgão tendinoso de Golgi, Fuso Muscular e
TNL (terminações nervosas livres).
Os receptores intra-articulares de RUFFINI são localizados dentro e ao redor das
articulações (cápsula e ligamentos), e informam ao SNC e à medula sobre os
movimentos da articulação e a sua posição. As terminações localizadas nas
cápsulas indicam muito precisamente a direção e a velocidade do movimento,
assim como a posição dos elementos da articulação. O papel desses receptores é
79
essencialmente ligado ao controle da postura e da locomoção, sendo informadores
articulares para os centros superiores, mas não possuem influência direta sobre o
controle muscular.
Os ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI (OTG) são formados por delgadas
ramificações neurais em forma de ramalhete com pequenos botões, encontrado em
quase todos os feixes dos músculos esqueléticos, e são responsáveis pelo
“Reflexo de Alongamento Inverso”. Situam-se tipicamente nas junções
miotendinosas das fibras musculares. As terminações Ib de cada receptor estão
contidas dentro de uma cápsula fusiforme rodeada por feixes de colágeno.
Acredita-se que eles fornecem o feedback da tensão na regulagem reflexa da
contração muscular. Apesar de tal parâmetro ser monitorado por esses
mecanoceptores tendinosos, nem todas as fibras musculares os possui. Suas
formas de ativação apresentam maior sensibilidade às forças (tensões) ativas do
que às passivas. Os impulsos emitidos pelo OTG são direcionados à medula por
meio de axônios aferentes grossos (fibras Ib), de condução rápida. As informações
alcançam essa estrutura, excitando os interneurônios inibitórios que, por sua vez,
inibem os neurônios motores alfa do músculo homônimo, o qual se relaxa,
limitando a força desenvolvida em relação àquela que pode ser tolerada pelos
tecidos tensionados (reflexo de estiramento inverso ou tendinoso). Tal atividade
pode ser considerada como um mecanismo de proteção, limitante do excesso de
força exercido contra o tecido muscular. Durante a seqüência de movimentos
articulares, o reflexo tendinoso (Ib) atua em mecanismo combinatório com o reflexo
de estiramento (Ia), para a eficiência da atividade muscular.
O FUSO MUSCULAR, ou fuso neuromuscular, é um mecanoceptor de estrutura
em formato fusiforme, situado no perimísio muscular e que varia de 0,5 a 13 mm de
extensão, responsável pelo “Reflexo de Alongamento Miotático”, também
conhecido como reflexo de estiramento ou monosináptico. A terminação primária
do receptor sinaliza a velocidade do estiramento e a extensão de suas fibras,
enquanto a terminação secundária informa apenas a extensão fusal. Em relação à
sua sensibilidade, essa estrutura exibe tanto propriedades fásicas (terminação Ia),
80
quanto tônicas (terminações Ia e II). A estimulação das terminações fusais (input)
produz um efeito excitatório sobre os neurônios motores alfa na medula, os quais,
por sua vez, geram a retroalimentação do sistema, enviando comandos motores
(output) para que a contração muscular ocorra, reduzindo desta forma, o
comprimento do músculo estirado e a seqüência de descarga do receptor fusal.
Fig. 71. Esquema de apresentação do Fuso.
Fig. 72. Esquema de apresentação do OTG.
81
A FNP e o Cinesioalongamento
Como a técnica do Cinesioalongamento compreende ações sobre as bases da Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva, convém revisar suas nôminas relativas. Para entender quais
são os movimentos que sofrerão interferência da técnica, é necessário citar as Leis de
Sherrington, amplamente estudadas por Kabat:
Indução Sucessiva – É a contração isométrica ou isotônica de um músculo, seguida
imediatamente pela contração de seu antagonista.
Inervação Recíproca (ou Inibição) – É uma alça reflexa mediada pela célula
fusiforme muscular. Faz com que um músculo relaxe quando seu opositor se contrai.
Irradiação – Acontece quando a contração máxima de um músculo origina a
contração de outros músculos capazes de auxiliar ou estabilizar o movimento.
No estudo da flexibilidade e do alongamento, quando se trata da aplicação de mecanismos
fundamentados em perfis neurológicos, é interessante compreender como se classificam os
músculos em relação à sua contração, pois em FNP esta contração é um dos fatores
desencadeadores de amplitude de movimento.
Anatomicamente, os músculos esqueléticos podem ser classificados obedecendo a diversos
critérios, sempre levando em consideração que os músculos envolvidos em um movimento
qualquer não se contraem independentemente uns dos outros, e que na verdade eles estão
interligados pelo processo de inervação recíproca, onde cada músculo tem uma função
diferente.
Os músculos podem ser classificados em três categorias quanto à sua função:
1. Agonistas - São os agentes principais na execução de um movimento.
Geralmente são os músculos que se contraem ativamente, sendo que além
daqueles que produzem movimentos, também são considerados agonistas os que
se contraem para permitir a manutenção de uma postura. Um exemplo de músculo
agonista é o glúteo médio no movimento de abdução da coxa. Quando um músculo
sofre uma contração com encurtamento, ou retração, diz-se que ele é agonista
para as ações articulares resultantes. Por exemplo, o tríceps do braço é um
agonistas para a extensão do cotovelo. Alguns músculos são agonistas para mais
de uma ação numa dada articulação; muitos têm uma ou mais ações sobre cada
82
uma de duas ou mais articulações que eles por acaso atravessam. O bíceps do
braço, por exemplo, é agonista para a flexão do cotovelo e supinação rádio-ulnar,
e, além disso, é agonista para várias ações da articulação do ombro, devido a sua
inserção proximal por duas cabeças da escápula. O agonista causa um movimento,
algumas vezes, é denominado músculo principal do movimento, ou motor primário.
2. Antagonistas - São aqueles que possuem ação anatômica oposta à dos
agonistas, seja para regular a rapidez ou a potência desta ação. Usualmente os
antagonistas são músculos que não estão se contraindo e que nem auxiliam nem
resistem ao movimento, mas que passivamente, principalmente em atletas mais
experientes e habilidosos, se relaxam permitindo a maior facilidade do movimento.
Um exemplo de músculo antagonista é o adutor magno na abdução da coxa. Um
antagonista é um músculo cuja contração tende a produzir uma ação articular
exatamente oposta a uma ação articular dada de outro músculo especificado. Um
músculo extensor é, potencialmente, antagonista de um músculo flexor. Assim, o
bíceps do braço é antagonista do tríceps do braço com relação à extensão do
cotovelo, e do músculo pronador redondo com relação a pronação rádio-ulnar. O
bíceps do braço não é antagonista do músculo braquial, pois ele não se opõe a
nenhum movimento para o qual o braquial seja agonista. O antagonista tem o
potencial de se opor ao agonista, mas geralmente se relaxa enquanto o agonista
trabalha. Quando o agonista se contrai no mesmo tempo do antagonista, ocorre
uma co-contração.
As evidências sugerem que os músculos antagonistas se comportam de três maneiras
distintas:
1. Quando há resistência no agonista é tão grande que a articulação não consegue se
mover, os antagonistas se relaxam.
2. Quando os agonistas estão atuando contra uma resistência moderada, os
antagonistas tornam-se ativos para desacelera o movimento.
3. Quando não há resistência externa a ser superada e o membro deve move-se com
grande precisão, a tensão tende a ser mantida nos grupos agonistas e antagonistas,
com o primeiro predominando.
83
3. Sinergistas – Podem ser conceituados como músculos que se contraem ao
mesmo tempo dos agonistas, porém não são considerados os principais
responsáveis pelo movimento ou manutenção da postura. Normalmente os
músculos sinergistas sempre estão em número maior do que um.
A classificação anatômica das ações musculares ocorre quando o músculo atua sozinho, sua
fixação proximal é estabilizada (por outros músculos ou pelo peso corporal), e a fixação distal
move-se em movimento de cadeia aberta com uma contração concêntrica contra a gravidade
ou muito leve resistência.
Fig. 73. Classificações musculares no Padrão B1 do Método STS.
Padrões de Movimento do Cinesioalongamento
Os padrões de movimento do Cinesioalongamento seguem o que prescreve os estudos de
“cadeias” e podoposturologia, incentivando as correções posturais e estímulos neuromotores
na direção caudo-cranial (dos pés para a cabeça), em indivíduos que já possuem de padrões
de marcha definidos (estejam deambulando). Estes padrões procuram trabalhar o indivíduo
em seu aspecto global, dando ênfase ao ganho de amplitude da cadeia posterior. Esta
metodologia permite a conseqüente liberação das retrações do esqueleto apendicular
superior (membros superiores), assim como propicia aumento de todos os graus de liberdade
durante a marcha, perante a atuação sobre o seu perfil tridimensional. Isto quer dizer que em
84
todos os eixos de movimento presentes na marcha (aspecto tridimensional) acontecerão
aumentos de amplitude.
A sequência de movimentos foi elaborada buscando permitir coincidências neuromotoras
com os movimentos funcionais, por esta razão estes padrões também são em número de 16
(dezesseis), e assim como os padrões de movimento do Método STS, podem ser aplicados
em sua totalidade, ou de forma parcial. O conhecimento às contra-indicações de sua
aplicação deve ser considerado pelo profissional, após profunda análise do indivíduo, para
fins de reabilitação ou treinamento desportivo:
Nº MODALIDADE NOME
01 PASSIVO DISSOCIAÇÃO DE QUADRIL 01
02 ATIVO-ASSISTIDO IT INTERMÉDIO
03 PASSIVO DISSOCIAÇÃO DE QUADRIL 02
04 ATIVO-ASSISTIDO IT LATERAL
05 PASSIVO DISSOCIAÇÃO DE QUADRIL 03
06 ATIVO-ASSISTIDO IT MEDIAL
07 PASSIVO DISSOCIAÇÃO DE QUADRIL 04
08 ATIVO-ASSISTIDO LOMBAR
09 ATIVO-ASSISTIDO IT DOMINANTE
10 ATIVO-ASSISTIDO IT NÃO DOMINANTE
11 ATIVO-ASSISTIDO IT UNIDOS
12 ATIVO IT ALTERNADOS
13 ATIVO IT UNIDOS
14 ATIVO LESTE / OESTE DOMINANTE
15 ATIVO LESTE / OESTE NÃO DOMINANTE
16 ATIVO NORTE
Quando o Cinesioalongamento necessitar ser realizado fora de uma sessão alternativa da
Metodologia STS, alguns procedimentos deverão ser levados em consideração,
fundamentalmente ao iniciar a metodologia. O principal procedimento é a verificação da
positividade da limitação de movimento da cadeia posterior, e conseqüente mensuração do
85
déficit. Para a análise desta limitação, o profissional pode lançar mão de qualquer
procedimento que objetive este fim: Teste da inclinação anterior de pé, Teste de Schober,
Seat and Reach Test (sentar e alcançar)referencial, banco de Wells ou banco KR, enfim,
qualquer teste demonstrativo da positividade da retração, e que possibilite a sua mensuração
para posterior análise quali-quantitativa.
Fig. 74. Teste de inclinação anterior de pé.
Fig. 75. Teste de sentar e alcançar referencial
86
Outro procedimento importante é a verificação do perfil da limitação. Deverá ser verificado se a
retração é de fonte mais neurológica ou mais osteomuscular isolada. Os testes eleitos para este fim
são os que possibilitam um aumento da descarga aferente postural, com seqüencial diminuição da
descarga eferente. O teste do calço molar, e o da abertura bucal forçada (respeitando as contra-
indicações), são exemplos de testes que possam gerar tais situações neurológicas.
Fig. 76. Teste de abertura bucal forçada em 60 segundos.
Para a verificação deste perfil de limitação procede-se da seguinte forma:
Realiza-se o teste de retração, e mensura-se a quantidade (normalmente em
centímetros) deficitária do indivíduo;
Aplica-se o teste de aumento de descarga aferente;
Mensura-se novamente a deficiência do indivíduo.
Caso o indivíduo venha a ultrapassar mais de 50% da limitação após o teste de aumento de
descarga aferente, isto pode sugerir que a sua limitação de flexibilidade e conseqüente
retração de cadeia posterior, se deve a critérios muito mais relacionados a desequilíbrios
neurológicos do que critérios osteomusculares, ou seja, a causa da retração pode ser
originada por desequilíbrios musculares (déficits biomecânicos) que desencadearam
87
alterações desenvolvedoras de desequilíbrios neurológicos. O exemplo mais simples a ser
citado, é o das mulheres que utilizam rotineiramente o salto alto.
Normalmente o indivíduo que possui a origem de sua limitação de cadeia posterior causada
por problemas “ortopédicos”, não chega a atingir 50% de ganho de mobilidade imediata pós-
teste. Isto pode ser explicado pela fixação muito mais local que os distúrbios “ortopédicos”
desencadeiam.
Fig. 77. Mensuração da frequência cardíaca de repouso deitada, por 60 segundos.
O Cinesioalongamento por ser caracterizado como uma técnica de FNP modificada e com
grandes momentos de contra-resistência, pode desencadear micro lesões musculares no
grupamento motor primário, ou agonista. Uma forma de se inibir esta conduta iatrogênica se
faz exatamente pela monitorização contínua da freqüência cardíaca, enquanto o indivíduo é
submetido aos padrões específicos do cinesioalongamento.
Para tanto, verifica-se antes do início da sessão, a freqüência cardíaca de repouso do cliente,
na posição deitada e na posição sentada. Durante as técnicas resistivas do
cinesioalongamento, mantêm-se o olhar no frequencímetro, e evita-se que a freqüência
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cardíaca ultrapasse o valor de repouso somado a um máximo de 30 (trinta) batimentos, tanto
para a posição deitada como sentada.
O embasamento para esta limitação encontra-se nos estudos da fisiologia do trabalho,
fundamentado por Astrand (1986), onde demonstram que em uma atividade laboral, onde
existem cargas desencadeadoras de movimentos isométricos ou isotônicos em posturas
forçadas, a carga de trabalho é limitada em 30 (trinta) batimentos por minuto acima da
freqüência cardíaca de repouso (na postura do trabalho), prévia à atividade. Para esta
limitação classifica-se o trabalho em leve, moderado e intenso, para aumento de 10 (dez)
batimentos, 20 (vinte) batimentos e 30 (trinta) batimentos respectivamente, na média de
batimentos na jornada de trabalho.
Os estudos do sistema nervoso visceral (autônomo) também demonstram que estímulos
adrenais elevam a freqüência cardíaca, assim, a monitorização contínua da freqüência
cardíaca também é capaz de parametrar o grau de desconforto sentido pelo cliente, que, se
for acima do esperado pode resultar em quebra da somação neurológica objetivada.
Para se iniciar uma sessão de cinesioalongamento dentro do programa personalizado do
Método STS de Musculação Terapêutica, onde se constrói a planilha da sessão, calcula-se o
gasto calórico mínimo e formata-se o gráfico de micro-ciclo, é necessário empreender
também a preparação (aquecimento). Para tanto, o parâmetro usado é o mesmo que o
cliente vem utilizando: Esteira, caminhada, step, corrida ou bicicleta. Assim, o tempo total de
atividade será composto da soma do tempo de aplicação dos padrões, com o tempo da
preparação.
Não existe a necessidade da análise do cálculo do gasto calórico mínimo nesta sessão, pois
invariavelmente, o valor da freqüência cardíaca média de treinamento adquire valores abaixo,
ou muito próximos, a 60% da freqüência cardíaca máxima. Apesar de saber que uma sessão
de Cinesioalongamento potencializa a diminuição do percentual de gordura do praticante, os
valores de freqüência cardíaca média não são compatíveis a formula de gasto calórico
mínimo no protocolo do Método STS de musculação terapêutica.
Os padrões de movimento do cinesioalongamento seguem a seguinte sequência, que podem
ser aplicadas em tatames, macas ou no solo:
89
A) “DISSOCIAÇÃO DO QUADRIL”, TRABALHO PASSIVO:
Fig. 78. Dissociação do quadril dominante A.
Fig. 79. Dissociação do quadril dominante B.
Este padrão ocupa a primeira, terceira, quinta e sétima posição na sequência de aplicação
da técnica completa do cinesioalongamento.
Dissociação de quadril – Propicia somação temporal e espacial em uma grande
articulação sinovial, com presença significante de receptores de Ruffini.
Inicia-se pelo lado dominante – Estes lados são possuidores de facilitações
neuromusculares, que induziram por irradiação a facilitação do contra-lateral.
90
Evita-se tocar a zona reflexa no antepé – O toque na referida zona reflexa induzirá o
segmento a tender a planti-flexão, que quebrará a facilitação induzida pela tríplice
flexão e tríplice extensão.
Executa-se o padrão de tríplice flexão por tríplice extensão – Trata-se de um padrão
sinérgico, semelhante ao padrão de marcha, que ativa a ação dos músculos dos
membros inferiores, sem a ação da gravidade na musculatura do dorso, facilitando o
engrama de marcha. Por ponto-chave no calcanhar, comanda-se a flexão do tornozelo
junto com a flexão do joelho e a flexão do quadril, e a extensão do tornozelo junto com
a extensão do joelho e a extensão do quadril.
Inicia-se sempre em direção ao perfil de joelho valgo – Favorece a memória medular
(inconsciente), por se tratar de uma postura fetal, que normalmente é associada a
relaxamento, por ―lembrança‖ do momento gestacional. Não há necessidade de se
executar flexão máxima, ou extensão máxima das articulações do segmento
trabalhado.
Um ciclo completando por volta de oito segundos – Para somar e adaptar o receptor
de Ruffini aplica-se o movimento relativo à sua especificidade, por se tratar de
receptor de adaptação lenta.
Devem ser realizados oito ciclos – Este número de ciclos, segue o mesmo critério
neurofisiológico do número mínimo de repetições para: chocar, adaptar e somar,
desencadeando a ação específica do principal receptor (Ruffini).
B) “CINESIOALONGAMENTO ÍSQUIOTIBIAL INTERMÉDIO”, TRABALHO ATIVO-
ASSISTIDO:
91
Fig. 80. Cinesioalongamento Ísquiotibial intermédio.
O profissional estabiliza no ângulo possível ao indivíduo, com a normal do membro
estimulado a 90° com a linha do solo, e este aplica força contra o anteparo profissional
durante 08 (oito) segundos – A ação isométrica favorece ao aumento da descarga
aferente em OTG, e ocasiona indução sucessiva, que permitiria a contração da
musculatura antagonista (quadríceps).
O indivíduo pára a aplicação da força, e o profissional ao sentir a diminuição da
tensão oferecida avança, e pára no próximo ponto por mais 08 (oito) segundos – Com
a tendência à contração do quadríceps, existe a facilitação para a inervação recíproca,
que permite que se avance ao próximo ponto sem a limitação fusal do ísquiotibial. Ao
se posicionar por 08 (oito) segundos nesta nova postura, facilita-se a estimulação do
receptor de Ruffini, que memoriza a nova posição. Se a força oferecida pelo indivíduo
for moderada (freqüência cardíaca por volta de vinte batimentos acima da freqüência
de repouso), promove-se a contração também da musculatura de quadríceps. Isto
promove o relaxamento conjunto de OTG e fuso, em função dos mesmos se
encontrarem em período refratário à contração.
Estas ações se repetem por 03 (três) vezes – A necessidade de realizar a somação
temporal e espacial nos receptores de Ruffini segue a sua especificidade, com a
92
primeira série sendo utilizada para chocar, a segunda para adaptar e a terceira para
condicionar à nova posição.
Ao término da terceira série, dissocia-se novamente o quadril – Com a cápsula
articular mobilizada e a articulação coxo-femoral mais irrigada, diminuição a descarga
eferente para a mesma, que entra em sintonia com a especificidade de Ruffini,
irradiando relaxamento para articulações proximais e distais. Isto favorece a regulação
da resposta vascular, determinando principalmente a melhor ação do sistema veno-
linfático, que funciona com limiares menores de cargas neurológicas.
C) “ÍSQUIOTIBIAL LATERAL”, TRABALHO ATIVO-ASSISTIDO:
Fig. 81. Cinesioalongamento Ísquiotibial lateral.
O profissional estabiliza no ângulo possível ao indivíduo, em adução, com o membro
estimulado a 45° com a linha do solo, considerando uma normal no quadril, e este
aplica força contra o anteparo profissional durante 08 (oito) segundos – Este ângulo
de trabalho favorece o trabalho no grupamento muscular lateral, induzindo aos
mesmos critérios neurológicos do padrão intermédio, mas atingindo unidades motoras
não participantes no referido padrão. Dentro dos padrões de marcha, o valgismo de
93
joelho é entidade comum ao ser humano, e a solicitação do grupamento isquitibial
lateral é parte integrante desta biomecânica.
O indivíduo pára a aplicação da força, e o profissional ao sentir a diminuição da
tensão oferecida avança, e pára no próximo ponto por mais 08 (oito) segundos.
Estas ações se repetem por 03 (três) vezes.
Ao término da terceira série, dissocia-se novamente o quadril.
D) “CINESIOALONGAMENTO ÍSQUIOTIBIAL MEDIAL”, TRABALHO ATIVO-
ASSISTIDO:
Fig. 82. Cinesioalongamento Ísquiotibial medial.
O profissional estabiliza no ângulo possível ao indivíduo, em abdução, com o membro
estimulado a 45° com a linha do solo, considerando uma normal no quadril, e este
aplica força contra o anteparo profissional durante 08 (oito) segundos – Este ângulo
de trabalho favorece o trabalho no grupamento muscular medial, induzindo aos
mesmos critérios neurológicos do padrão intermédio e lateral, mas atingindo unidades
motoras não participantes nos referidos padrões.
O indivíduo pára a aplicação da força, e o profissional ao sentir a diminuição da
tensão oferecida avança, e pára no próximo ponto por mais 08 (oito) segundos.
94
Estas ações se repetem por 03 (três) vezes.
Ao término da terceira série, dissocia-se novamente o quadril.
O trabalho neste grupamento muscular conclui a ação de estímulo de somação e
adaptação dos receptores de Ruffini, por completo nos isquiotibiais.
Conseqüentemente, o seu antagonista também será beneficiado, de acordo com as leis
de Sherrington.
E) “CINESIOALONGAMENTO LOMBAR”, TRABALHO ATIVO-ASSISTIDO:
Fig. 83. Cinesioalongamento Íombar.
Fig. 84. Cinesioalongamento Íombar.
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O indivíduo senta em tríplice flexão, apoiando a zona reflexa do antepé no profissional
– Esta postura desenvolve a facilitação neuromuscular estudada na pliometria (saltos
pliométricos), onde existe uma tendência à reversão da fase excêntrica para a fase
concêntrica em membros inferiores, potencializando a inervação recíproca não só de
membros inferiores, como também de membros superiores e dorso-lombar.
O profissional verifica se existe elevação de algum dos ombros, e ao cruzar os
segmentos (membros superiores) do indivíduo, inverte a posição, abaixando o ombro
mais alto, e elevando o mais baixo – O tracionamento realizado pelo profissional,
nesta postura funcional, é suficiente para induzir à correção postural, se a incorreção
não for por causas traumato-ortopédicas.
Primeiro tempo –
1. O profissional solicita ao indivíduo que realize uma inspiração nasal, e expire deslocando
o seu corpo para frente – O engrama neuro-funcional da expiração é compatível com
ato de relaxamento muscular, por diminuição da descarga de eferência. Isto permite
que se avance em amplitude de movimento na região lombar, torácica e cervical, e que
se fortaleça a musculatura profunda da coluna vertebral. Além disso, a postura em
flexão com carga permite que a musculatura abdominal desenvolva um equilíbrio na
coluna lombar, assim como os glúteos e a musculatura da coxa anterior e posterior.
2. Ao chegar a seu limite, o indivíduo permanece por 08 (oito) segundos, enquanto o
profissional somente o estabiliza nesta postura - Ao se posicionar por 08 (oito)
segundos nesta postura, facilita-se a estimulação do receptor de Ruffini, que memoriza
a nova posição.
3. O indivíduo retorna à posição anterior, e permanece por mais 08 (oito) segundos em
intervalo.
Segundo tempo –
1. O profissional solicita ao indivíduo que realize uma inspiração nasal, e expire deslocando
o seu corpo para frente.
96
2. Ao chegar próximo ao término do ato expiratório, o profissional traciona levemente o
indivíduo, e permanece nesta postura por 08 (oito) segundos.
3. O indivíduo retorna à posição anterior, e permanece por mais 08 (oito) segundos em
intervalo.
Terceiro tempo –
1. O profissional solicita ao indivíduo que realize uma inspiração nasal, e expire deslocando
o seu corpo para frente.
2. Ao chegar próximo ao término do ato expiratório, o profissional traciona levemente o
indivíduo, e permanece nesta postura por 08 (oito) segundos.
3. Ainda nesta postura, o profissional solicita ao indivíduo que tracione ativamente para
tentar retornar a postura inicial, durante também 08 (oito) segundos, sendo impedido
pelo profissional.
4. Ao término deste intervalo de tempo em tracionamento mútuo, o profissional solicita ao
indivíduo que pare de tracionar.
5. Ao perceber que o indivíduo “relaxou”, o profissional traciona levemente mais uma vez,
vencendo a posição de tracionamento mútuo, e permanecem assim mais 08 (oito)
segundos, antes de retornarem à posição inicial - Com a tendência à contração de toda
a musculatura de membros inferiores, abdominais e tronco, existe a facilitação para a
inervação recíproca global, e ao término do tracionamento mútuo, constrói-se um
período refratário também global, que permite que se ganhe amplitude de movimento, e
ao permanecer nesta por 08 (oito) segundos, soma-se estímulos nas terminações de
Ruffini sacroilíacas e lombares, principalmente.
Este terceiro tempo deste padrão de cinesioalongamento pode ser modificado a partir
do seu segundo ato, em indivíduos que já adquiriram o aprendizado em sessões
anteriores. Ao invés do profissional esperar 08 (oito) segundos para solicitar o
tracionamento mútuo, ele espera somente 04 (quatro) segundos, e o tracionamento
também será de 04 (quatro) segundos. A partir daí, são idênticos ao quarto e ao quinto
ato.
97
3. O indivíduo retorna à posição anterior, e permanece por mais 08 (oito) segundos em
intervalo.
F) “CINESIOALONGAMENTO ÍSQUIOTIBIAL DOMINANTE”, TRABALHO ATIVO-
ASSISTIDO:
Fig. 85. Cinesioalongamento ísquiotibial Dominante.
O indivíduo senta em extensão do membro inferior dominante, sem apoiar a zona
reflexa do antepé no profissional, com o membro contralateral fletido e com a
superfície plantar do pé apoiando a sua parte côncava na parte convexa medial da
panturrilha do membro em extensão – Esta postura já está facilitada pelos três
padrões iniciais de cinesioalongamento de isquiotibiais, onde se trabalhou as porções
intermédia, lateral e medial. Assim, este padrão de cinesioalongamento desencadeará
mais um estímulo de somação neuronal, que sofrerá reforço neuromotor pelos
movimentos realizados durante as atividades de vida diária, justificando a baixa
necessidade de mais exercícios de alongamento com este perfil.
O profissional solicita que o indivíduo apóie a mão do mesmo lado do membro em
extensão sobre o joelho estendido, e segura também em extensão, o membro
superior contra lateral – O apoio sobre o joelho estendido não possui a necessidade
de ser com força,pois somente o toque é suficiente para induzir um bloqueio à flexão
deste joelho. E, manter o membro superior contralateral estendido e em padrão de
98
torção contrária, potencializa o grau de amplitude de movimento em cintura pélvica e
escapular, quando o indivíduo estiver em marcha.
Primeiro tempo –
1. O profissional solicita ao indivíduo que realize uma inspiração nasal, e expire deslocando
o seu corpo para frente, ao mesmo tempo em que realiza dorsi-flexão tornozelo do
membro estendido e flexiona anteriormente a cabeça – O engrama neuro-funcional da
expiração é compatível com ato de relaxamento muscular, por diminuição da descarga
de eferência. Isto permite que se avance em amplitude de movimento na região lombar,
torácica e cervical, e que se fortaleça a musculatura profunda da coluna vertebral. Além
disso, a postura em flexão com carga permite que a musculatura abdominal desenvolva
um equilíbrio na coluna lombar, assim como os glúteos e a musculatura da coxa
anterior e posterior, de modo contralateral, exigindo um padrão de torção que é
funcional à marcha.
2. Ao chegar em seu limite, o indivíduo permanece por 08 (oito) segundos, enquanto o
profissional somente o estabiliza nesta postura - Ao se posicionar por 08 (oito)
segundos nesta postura, facilita-se a estimulação do receptor de Ruffini, que memoriza
(soma e adapta) a nova posição.
3. O indivíduo retorna à posição anterior, e permanece por mais 08 (oito) segundos em
intervalo.
Segundo tempo –
1. O profissional solicita ao indivíduo que realize uma inspiração nasal, e expire deslocando
o seu corpo para frente.
2. Ao chegar próximo ao término do ato expiratório, o profissional traciona levemente o
indivíduo, e permanece nesta postura por 08 (oito) segundos.
3. O indivíduo retorna à posição anterior, e permanece por mais 08 (oito) segundos em
intervalo.
Terceiro tempo –
1. O profissional solicita ao indivíduo que realize uma inspiração nasal, e expire deslocando
o seu corpo para frente.
99
2. Ao chegar próximo ao término do ato expiratório, o profissional traciona levemente o
indivíduo, e permanece nesta postura por 08 (oito) segundos.
3. Ainda nesta postura, o profissional solicita ao indivíduo que tracione ativamente para
tentar retornar a postura inicial, durante também 08 (oito) segundos, sendo impedido
pelo profissional.
4. Ao término deste intervalo de tempo em tracionamento mútuo, o profissional solicita ao
indivíduo que pare de tracionar.
5. Ao perceber que o indivíduo “relaxou”, o profissional traciona levemente mais uma vez,
vencendo a posição de tracionamento mútuo, e permanecem assim mais 08 (oito)
segundos, antes de retornarem à posição inicial -
6. O indivíduo retorna à posição anterior, e permanece por mais 08 (oito) segundos em
intervalo.
Na sequência dos padrões de cinesioalongamento, vem o “CINESIOALONGAMENTO
ÍSQUIOTIBIAL NÃO DOMINANTE”, trabalho ativo-assistido. Este padrão é idêntico ao
anterior, sofrendo todas as nuances proprioceptivas, potenciais desencadeadoras de uma
amplitude de movimento funcional.
G) “CINESIOALONGAMENTO ÍSQUIOTIBIAIS UNIDOS”, TRABALHO ATIVO-
ASSISTIDO:
Este padrão segue a mesma postura básica do cinesioalongamento lombar, com a
única diferença para a extensão funcional dos membros inferiores.
O indivíduo senta com ambas as pernas estendidas funcionalmente, evitando o apoio
da zona reflexa do antepé no profissional – Esta postura desenvolve a facilitação
neuromuscular estudada na pliometria, onde existe uma tendência à reversão da fase
excêntrica para a fase concêntrica em membros inferiores, potencializando a
inervação recíproca não só de membros inferiores, como também de membros
superiores e dorso-lombar.
O profissional verifica se existe elevação de algum dos ombros, e ao cruzar os
segmentos (membros superiores) do indivíduo, inverte a posição, abaixando o ombro
mais alto, e elevando o mais baixo – O tracionamento realizado pelo profissional,
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nesta postura funcional, é suficiente para induzir à correção postural, se a incorreção
não for por causas traumato-ortopédicas.
Primeiro tempo –
1. O profissional solicita ao indivíduo que realize uma inspiração nasal, e expire deslocando
o seu corpo para frente – O engrama neuro-funcional da expiração é compatível com
ato de relaxamento muscular, por diminuição da descarga de eferência. Isto permite
que se avance em amplitude de movimento na região lombar, torácica e cervical, e que
se fortaleça a musculatura profunda da coluna vertebral. Além disso, a postura em
flexão com carga permite que a musculatura abdominal desenvolva um equilíbrio na
coluna lombar, assim como os glúteos e a musculatura da coxa anterior e posterior.
2. Ao chegar a seu limite, o indivíduo permanece por 08 (oito) segundos, enquanto o
profissional somente o estabiliza nesta postura - Ao se posicionar por 08 (oito)
segundos nesta postura, facilita-se a estimulação do receptor de Ruffini, que memoriza
a nova posição.
3. O indivíduo retorna à posição anterior, e permanece por mais 08 (oito) segundos em
intervalo.
Segundo tempo –
1. O profissional solicita ao indivíduo que realize uma inspiração nasal, e expire deslocando
o seu corpo para frente.
2. Ao chegar próximo ao término do ato expiratório, o profissional traciona levemente o
indivíduo, e permanece nesta postura por 08 (oito) segundos.
3. O indivíduo retorna à posição anterior, e permanece por mais 08 (oito) segundos em
intervalo.
Terceiro tempo –
1. O profissional solicita ao indivíduo que realize uma inspiração nasal, e expire deslocando
o seu corpo para frente.
2. Ao chegar próximo ao término do ato expiratório, o profissional traciona levemente o
indivíduo, e permanece nesta postura por 08 (oito) segundos.
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3. Ainda nesta postura, o profissional solicita ao indivíduo que tracione ativamente para
tentar retornar a postura inicial, durante também 08 (oito) segundos, sendo impedido
pelo profissional.
4. Ao término deste intervalo de tempo em tracionamento mútuo, o profissional solicita ao
indivíduo que pare de tracionar.
5. Ao perceber que o indivíduo “relaxou”, o profissional traciona levemente mais uma vez,
vencendo a posição de tracionamento mútuo, e permanecem assim mais 08 (oito)
segundos, antes de retornarem à posição inicial - Com a tendência à contração de toda
a musculatura de membros inferiores, abdominais e tronco, existe a facilitação para a
inervação recíproca global, e ao término do tracionamento mútuo, constrói-se um
período refratário também global, que permite que se ganhe amplitude de movimento, e
ao permanecer nesta por 08 (oito) segundos, soma-se estímulos nas terminações de
Ruffini sacroilíacas e lombares, principalmente.
Este terceiro tempo deste padrão de cinesioalongamento, também pode ser modificado a
partir do seu segundo ato, em indivíduos que já adquiriram o aprendizado em sessões
anteriores. Ao invés do profissional esperar 08 (oito) segundos para solicitar o
tracionamento mútuo, ele espera somente 04 (quatro) segundos, e o tracionamento
também será de 04 (quatro) segundos. A partir daí, são idênticos ao quarto e ao quinto
ato.
6. O indivíduo retorna à posição anterior, e permanece por mais 08 (oito) segundos em
intervalo.
Ao término deste padrão de cinesioalongamento, iniciam-se os padrões ativos,onde o
profissional lança mão do comando verbal, e aplicação de pontos-chave para facilitação do
processo e segurança do indivíduo.
H) “CINESIOALONGAMENTO ÍSQUIOTIBIAIS ALTERNADOS”, TRABALHO ATIVO:
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Fig. 86. Cinesioalongamento isquiotibial
alternado.
Fig. 87. Cinesioalongamento isquiotibial
alternado.
Este padrão de movimento é realizado de forma intercalada entre os membros inferiores,
devendo sempre começar pelo lado dominante, sendo realizado 03 (três) vezes com cada
segmento. Cada movimento ativo deve durar 08 (oito) segundos, por 08 (oito) segundos de
intervalo, antes de começar com o outro segmento. O perfil neurológico para a realização
destes padrões encontra-se facilitado pelos trabalhos passivos e ativos antecedentes.
Desta forma o trabalho ativo desencadeará uma consciência corporal efetiva, resultando
em fixação da amplitude de movimento desenvolvida.
Posição inicial
103
1. Indivíduo sentado com o membro inferior dominante em extensão funcional,
2. O membro contralateral fletido e com a superfície plantar do pé apoiando a sua parte
côncava na parte convexa medial da panturrilha do membro em extensão,
3. Membros superiores relaxados ao lado do tronco,
4. Em relaxamento do tornozelo dominante.
O profissional comanda que o indivíduo realize uma inspiração nasal, e faça uma
expiração oral lenta, enquanto realiza flexão anterior do tronco, se direcionando para a
posição final.
Posição final
1. Indivíduo sentado com o membro inferior dominante em extensão funcional,
2. O membro contralateral fletido e com a superfície plantar do pé apoiando a sua parte
côncava na parte convexa medial da panturrilha do membro em extensão,
3. Membros superiores estendidos horizontalmente em relação ao solo,
4. Mão do membro superior do mesmo lado do membro estendido permanece
por cima;
5. Flexão anterior da cabeça,
6. Tornozelo do membro em extensão permanece em dorsi-flexão, evitando tracionar as
extremidades dos membros inferiores
I) “CINESIOALONGAMENTO ÍSQUIOTIBIAIS UNIDOS”, TRABALHO ATIVO:
Fig. 88. Cinesioalongamento isquiotibiais unidos.
104
Fig. 89. Cinesioalongamento isquiotibiais
unidos.
Este padrão de movimento é realizado 03 (três) vezes. Cada movimento ativo deve durar
08 (oito) segundos, por 08 (oito) segundos de intervalo. O perfil neurológico para a
realização destes padrões encontra-se facilitado pelos trabalhos passivos e ativos
antecedentes. Desta forma o trabalho ativo desencadeará uma consciência corporal
efetiva, resultando em fixação da amplitude de movimento desenvolvida.
Posição inicial
1. Indivíduo sentado com os membros inferiores em extensão funcional,
2. Membros superiores relaxados ao lado do tronco,
3. Em relaxamento do tornozelo dominante.
O profissional comanda que o indivíduo realize uma inspiração nasal, e faça uma expiração
oral lenta, enquanto realiza flexão anterior do tronco, se direcionando para a posição final.
Posição final
1. Indivíduo sentado com o os membros inferiores em extensão funcional,
2. Membros superiores estendidos horizontalmente em relação ao solo,
3. Mão acompanhando a alinhamento dos membros inferiores homolaterais,
4. Flexão anterior da cabeça, com tornozelo dos membros inferiores permanecendo em
dorsi-flexão, evitando tracionar as extremidades dos membros inferiores.
105
J) “CINESIOALONGAMENTOS LESTE E OESTE”, TRABALHO ATIVO:
Fig. 90. Cinesioalongamento leste e oeste.
Fig. 91. Cinesioalongamento leste e oeste.
106
Fig. 92. Cinesioalongamento leste e oeste.
Este padrão de movimento é realizado de forma intercalada entre os membros inferiores,
devendo sempre começar pelo lado dominante, sendo realizado 03 (três) vezes com cada
segmento. Cada movimento ativo deve durar 08 (oito) segundos, por 08 (oito) segundos de
intervalo, antes de começar com o outro segmento. O perfil neurológico para a realização
destes padrões encontra-se facilitado pelos trabalhos passivos e ativos antecedentes. Desta
forma o trabalho ativo desencadeará uma consciência corporal efetiva, resultando em fixação
da amplitude de movimento desenvolvida. Outra característica deste padrão de
cinesioalongamento, é que o mesmo promove um padrão contorcional ativo, de grande
amplitude de movimento, desenvolvendo um vetor de distração sacroilíaco lento, para
potencializar também as terminações de Ruffini.
Procedimentos -
4. Indivíduo deitado com os membros inferiores em extensão funcional,
5. Membros superiores relaxados em posição de crucifixo,
O profissional comanda ao indivíduo que realize flexão do quadril, estenda a perna, deixe a
perna estendida virar para o lado contrário, enquanto a cabeça gira para o lado contrário à
perna. O objetivo é aproximar a ponta dos pés às mãos do mesmo lado.
107
K) “CINESIOALONGAMENTOS NORTE”, TRABALHO ATIVO:
Fig. 93. Cinesioalongamento norte.
Fig. 94. Cinesioalongamento norte.
Este padrão de movimento é realizado 03 (três) vezes, e deve durar 08 (oito) segundos, por
08 (oito) segundos de intervalo, e objetiva aumentar amplitude de movimento nas últimas
unidades vertebrais tóraco-cervicais. O toque do solo, maca ou tatame com a região dorsal,
potencializa a capacidade de memorização destes ganhos de amplitude de movimento.
Procedimentos -
1. Indivíduo deitado com os quadris e joelhos fletidos, e pés apoiados no solo,
2. Membros superiores relaxados e apoiados ao lado do corpo.
O profissional comanda ao indivíduo que realize inspiração nasal e faça expiração oral lenta
enquanto projeta os membros inferiores unidos em direção à cabeça. Para o retorno,
108
convém que o indivíduo mantenha o controle sobre a musculatura abdominal, não permitindo
que os membros inferiores desçam bruscamente.
É muito importante observar a capacidade do indivíduo em realizar os padrões de movimento
das técnicas de cinesiolaongamento. Por isso torna-se imprescindível uma anamnese
detalhada, e uma avaliação bem objetiva, para que seja possível traçar parâmetros do que
seria contra-indicação absoluta ou contra-indicação relativa. Os pacientes, clientes ou alunos
que não tenham indicação para a aplicação completa das técnicas de cinesioalongamento
podem realizar parciais dos padrões, pois todos possuem características de indução
neurológica para o aumento e manutenção da amplitude de movimento
8.3 GRÁFICO DE PERIODIZAÇÃO
Uma sessão personalizada do Método STS de Musculação Terapêutica obrigatoriamente
necessita ser transportada para um gráfico de micro ciclo. E este deve ter a forma do menor
ciclo possível de trabalho muscular que corresponde a idêntica curva do eletrocardiograma
(conforme demonstrado na figura 25).
Fig. 95 – Gráfico de Periodização de Sessão de Membros Superiores
109
Para cada padrão executado a partir do inicio da sessão, devemos progredir até o padrão de
pico, e após este devemos regredir até o ultimo padrão. E como cada sessão possui 08 (oito)
padrões, o padrão de pico será o quarto ou o quinto, quando sendo uma sessão de membros
superiores ou de membros inferiores respectivamente.
Como demonstrado na figura 95, para o exemplo de uma sessão onde o primeiro padrão
obteve o valor 121 batimentos, houve a progressão até o padrão de pico em 135 batimentos.
E como se trata de uma sessão de membros superiores este padrão foi o quarto a ser
executado.
Fig. 96 - Gráfico de Periodização de Sessão de Membros Inferiores/Abdominais
Como demonstrado na figura 95, para o exemplo de uma sessão onde o primeiro padrão
obteve o valor 121 batimentos, houve a progressão até o padrão de pico em 139 batimentos.
E como se trata de uma sessão membros inferiores este padrão foi o quinto a ser executado.
É importante frisar que quando houver um erro em um dos padrões executados, o
profissional deverá identificar este erro preenchendo a coluna do gráfico na cor vermelha.
110
Fig. 97 – Erro em um gráfico de Periodização de Sessão de Membros Inferiores/Abdominais
Se em uma sessão o profissional não conseguir controlar adequadamente a freqüência
cardíaca em mais de 02 (dois) padrões, a sessão poderá ser desconsiderada como
periodizada.
Existe uma relação direta entre as repetições das series da planilha (figura 21) e a
construção do gráfico de periodização. Não necessariamente o número de repetições
estipuladas para a sessão deverá ser executado na íntegra. Pois se necessitarmos construir
o gráfico de forma adequada pode ser que voluntariamente tenhamos que pedir ao individuo
que interrompa a serie antes de concluir as repetições.
111
Fig. 98 - Gráfico de Periodização de Sessão de Circuito Completo
O padrão desta sessão é idêntico às sessões anteriores, com a diferença que ambas são
realizadas no mesmo período, e caso existam erro na construção do gráfico estes não devem
ser em numero superior a 04 (quatro).
112
Fig. 99 - Gráfico de Periodização de Sessão de Circuito de Abdominais
Este gráfico representa uma sessão de circuito duplo de abdominais. Perceba que até o
sexto padrão o desenho deste gráfico segue o que prescreve a periodização dos gráficos de
membros superiores e membros inferiores com abdominais. É feito um intervalo significativo
(noventa segundos) entre este ultimo padrão e o inicio dos padrões de APRONTO. Na
realidade estes são exercícios de caráter glicolítico que normalmente são aplicados quando o
individuo possui um nível de condicionamento elevado.
Quando dentro de uma sessão personalizada o individuo não possui condições ainda de se
trabalhar com uma sessão dupla, devemos aplicar a sessão de circuito de abdominais
simples e o formato gráfico será proporcional ao primeiro, segundo e terceiro padrões
normais.
113
8.4 CALCULO DE GASTO CALORICO
O primeiro objetivo do cálculo do gasto energético é permitir que o indivíduo permaneça em
uma faixa de exercícios totalmente compatível com a sua capacidade física. Pois, a
monitorização contínua da freqüência cardíaca no exercício, e os parâmetros de composição
corporal do indivíduo, nos permitem ter uma noção do grau de intensidade da atividade.
O segundo objetivo seria exatamente a construção de um plano de tratamento ou
treinamento subseqüente, baseado nestas respostas de intensidade. Pois a construção de
uma periodização personalizada, está fundamentada nos fatores observáveis e mensurais
em relação às variáveis fisiológicas.
O terceiro objetivo tem relação direta com o suporte nutricional que deve ser ofertado, ou
não, ao indivíduo. Pois, somente sabendo a magnitude do gasto energético relacionado à sua
atividade, é que se pode traçar metas de controle alimentar, tanto para fins de
emagrecimento como para reposição, e conseqüentemente o ganho muscular ou melhora de
desempenho.
É importante observar que o Método STS procura trabalhar com uma margem de segurança
que possibilita a realização de seus cálculos, de modo a nunca extrapolá-los. Por isso que
para estas mensurações de gasto energético na sessão, o cálculo realizado é de gasto
calórico mínimo. Desta forma não corremos o risco de estarmos ultrapassando o limite em
relação a exercícios propriamente dito, ou a gradientes calóricos ofertados no que diz
respeito à alimentação.
De uma maneira mais precisa e segura, qualquer indivíduo que necessitasse ser submetido
a análises de seu consumo calórico de exercício, deveria analisar qual seria a sua
capacidade máxima de utilizar oxigênio. Como o cálculo utilizado no Método STS, se baseia
na relação linear da freqüência cardíaca com o consumo de oxigênio (figura 23), quando
estes valores já são apresentados através de teste ergoespirométrico, a precisão para o
cálculo é maior.
Porém como na realidade o resultado que buscamos compreende o gasto calórico mínimo,
aceitamos a aplicação de algumas equações de predição de capacidade cardiorrespiratória
(VO2 Máx ou de pico). A eleita pelo Método STS foi a equação do Human Performance Lab,
114
do campus Davis, da Universidade da Califórnia, que foi validada por LUCAS (2006), para
população brasileira:
VO2 MÁX PREDITIVO
(Quanto à idade e % de gordura corporal)
VO2 máx = 57,50 - 0,31(X1) - 0,37(X2)
X1= idade em anos X2=% de gordura corporal
(fonte: Universidade da Califórnia Davis- Human Performance Lab)
Exemplo: Um indivíduo do sexo masculino, de 1,70 m, 70 Kg de Massa Corporal Total
(conhecido erroneamente como Peso Corporal), de 25 anos de idade e possuidor de
percentual de gordura de 15% (determinado através de qualquer modalidade válida), realizou
uma sessão de Musculação Terapêutica durante 55 minutos, com uma média de freqüência
cardíaca de 138 batimentos por minuto. Qual seria o gasto calórico mínimo desta sessão?
Primeiro Passo – Determina-se o VO2 de Pico:
VO2 = 57,50 – (0,31 x 25) – (0,37 x 15)
VO2 = 57,5 – (7,75) – (5,55)
VO2 Pico = 44,2 mlO2 / kg / min
Segundo Passo – Determina-se a Massa Magra:
Para chegarmos até a “Massa Magra”, necessitamos inicialmente achar qual a massa de
gordura (em quilogramas) do indivíduo, conhecida como “Massa Isenta de Gordura”. Isto é
possível através da análise do percentual de gordura:
100% do Indivíduo ----------------------------------- 70 kg
15% de Gordura do Indivíduo ----------------------- X kg
(15 x 70) / 100 -------------------------------------------X = 10,5 kg de Gordura
115
Então, se diminuirmos este valor da Massa Corporal Total teremos uma massa corpórea sem
gordura, conhecida como Massa Isenta de Gordura: (70 kg – 10,5 kg) = 59,5 kg de Gordura
(que na realidade é reserva de trialigliceróis no interior do tecido adiposo)
Para chegarmos ao número em quilogramas correspondente à Massa Magra corporal, temos
que adicionar um valor de massa de gordura equivalente ao percentual mínimo de gordura
que o indivíduo deve possuir, conhecida como “Gordura Essencial”. Para a faixa etária, e o
sexo deste indivíduo, o valor percentual desta gordura seria de 4% de acordo com a tabela
de composição corporal de Pollock (1993).
Fig. 100 – Tabela de Composição corporal
100% do Indivíduo ----------------------------------- 70 kg
4% de Gordura do Indivíduo ------------------------- X kg
(4 x 70) / 100 -------------------------------------------X = 2,8 kg de Gordura
116
Então a massa de gordura mínima que o indivíduo deve manter no corpo, para a Massa
Corporal Total que possui atualmente é de 2,8 kg de Gordura.
Desta forma, a Massa Magra será a composição da Massa Isenta de Gordura com a Massa
de Gordura Essencial.
Massa Magra = Massa Isenta de Gordura + Gordura Essencial
Massa Magra = 59,5 Kg + 2,8 Kg
Massa Magra = 62,3 Kg
Terceiro Passo – Acha-se o valor máximo em litros de oxigênio que este paciente é capaz
de consumir durante 01 (um) minuto estando em sua freqüência cardíaca máxima:
Volume de Oxigênio Máx/min = VO2 Pico x Massa Magra
Volume de Oxigênio Máx/min = 44,2 x 62,3
Volume de Oxigênio Máx/min = 2754 ml/min
Dividindo este valor por 1000 para se obter o dado em litros
Volume de Oxigênio Máx/min = 2,754 l/min
Quarto Passo – Determina-se a freqüência cardíaca máxima:
FCMáx = 208 – (0,7 x idade)
FCMáx = 191 bpm
Obs. Caso o cliente fosse do sexo feminino, a formula a ser utilizada para a predição da
freqüência cardíaca máxima seria 206 – (88% da idade).
Quinto passo - Descobre-se o limite inferior e superior de sua média percentual de
batimentos cardíacos:
100% ------------- 191
X ---------------138 x = 72%
117
Assim o limite inferior do percentual de freqüência cardíaca é 70% e limite superior é 80%
Sexto Passo – Descobre-se o limite inferior e superior de sua média percentual do Volume
de Oxigênio Máx/min e calcula-se o percentual de consumo de oxigênio do total, relativo ao
exercício, por minuto:
Freqüência Cardíaca 70% 72% 80%
____ │_____│ ________________________│ _____
Volume de O2 Máx 56% x% 70%
Podemos utilizar o método de correlação por regressão de intervalos múltiplos para se
determinar o percentual do VO2 de treino. Como nesta faixa da Relação VO2/FC existem 14
intervalos (70% -56%) de consumo de oxigênio para 10 intervalos (80% -70%) freqüência
cardíaca, cada intervalo de percentual de freqüência cardíaca equivale a 1,4 intervalos de
Volume de VO2 (14 dividido por 10). Assim, como existem 02 (dois) intervalos de freqüência
cardíaca (70% – 72%), soma-se ao limite inferior do Volume de O2 Máx (56%) 2,8 intervalos
percentuais (1,4 x 2), resultando em um valor de VO2 de treinamento de 58,8% (56% +
2,8%). Assim o indivíduo consumiu um volume médio de 58,8% de 2,754 litros de oxigênio
por minuto, em média.
VO2 de Treino/min = 1,454 litros/min
Obs. Utilizando-se o coeficiente de correlação de Pearson, poderia também ser aplicada a
seguinte formula para se determinar o percentual do VO2 de treino:
% VO2 treino = (% FC treino x 1,42) – 43,33
Sétimo Passo – Transformam-se os valores de litros por minuto para quilocalorias por
minuto, tomando como referencial a tabela de Zunts (1901) da relação de equivalentes litros
de oxigênio por calorias para uma dieta baseada relativamente adequada entre os nutrientes
carboidrato e gordura:
118
Em repouso (de 50 a 60% da freqüência cardíaca máxima) 01 (um) litro de oxigênio tem um
valor equivalente ao consumo de 4,686 quilocalorias, e em situações de utilização da
máxima freqüência cardíaca (100%), 01 (um) litro de oxigênio equivale a 5,047 quilocalorias.
Como o intervalo entre esta variação equivale a 0,361 (5,047 – 4,686), cada intervalo de
consumo de oxigênio equivale a por volta de 0,005 (0,361 dividido por 72 intervalos – 100% a
28% do VO2 máximo). Assim, a 58,8% do VO2 máximo de treino teríamos um equivalente
oxigênio/quilocalorias de 4,826 (100 – 72 = 28; multiplicado por 0,005 = 0,14; somado ao
limite inferior 4,686).
Desta forma, na média de freqüência cardíaca trabalhada o indivíduo consumiria uma média
de:
Kcal / min = VO2 de Treino/min x Equivalente em Quilocalorias
Kcal / min = = 1,454 x 4,826
Kcal / min = 7,017
Obs. Utilizando-se o coeficiente de correlação de Pearson, poderia também ser aplicada a
seguinte formula para se determinar o valor em quilocalorias de um litro de oxigênio na
posição do VO2 máximo de treino:
1 litro por minuto vale = (% VO2 de treino x 0,005) + 4,5472
Oitavo Passo – Calcula-se o gasto calórico mínimo da atividade:
Gasto Calórico Mínimo = K/Cal Mínimo x tempo Total
Gasto Calórico Mínimo = 7,017 x 55
GASTO CALÓRICO MÍNIMO = 385 Kcal
119
EQUAÇÃO DE WALLACE -
Para executar o calculo de uma maneira direta pode-se também aplicar a EQUAÇÃO DE
WALLACE (1996), onde a legenda seria:
A = Percentual do VO2 máximo de treino.
Li = Limite Inferior do VO2 Máx.
Ls = Limite Superior do VO2 Máx.
TT = Tempo de Atividade.
Ω = Número de Intervalos entre a faixa limite de percentual de freqüência cardíaca.
8.5 - TESTE FUNCIONAL
Como o Método STS – Strength Training Strategies de Musculação Terapêutica é dividida em
três fases (Choque, Adaptação e Condicionamento), sabemos que o indivíduo que possui
capacidade de se exercitar na fase de adaptação, reúne condições suficientes para suportar
atividades ora mais intensas no seu dia-a-dia.
E nesta fase os pesos livres utilizados são normalmente os de 2 kg e os de 3 kg, com séries
compatíveis aos circuitos, com intervalos em média de 30s. Desta forma, se quisermos testar
120
o nível de condicionamento de um indivíduo, podemos realizar um teste onde aplicamos uma
série que seria equivalente ao início da fase de adaptação, e verificamos como se
comportaria a sua freqüência cardíaca. (Circuito simples de 24x48, com 2 kg, intervalo de
30s).
Na realidade não é necessário nem realizar a série completa. Basta realizar o padrão Q1 e
Q2 nas posições intermediárias de dificuldade que já podemos compreender o nível de
condicionamento do indivíduo. Estes padrões foram eleitos para o teste por terem como
motor primário o quadríceps, que por sua importância de força e funcionalidade pode ser
referência para o restante dos músculos do corpo, a exemplo de vários protocolos que
utilizam os MMII.
Interpretando este TESTE FUNCIONAL, entenderemos que um indivíduo cuja freqüência
cardíaca começou a subir demais imediatamente ao início do teste (não se faz nenhum tipo
de aquecimento, exceto repouso pré-teste para verificar a FC de repouso e Duplo Produto), e
ultrapassou 75% da FC Máx antes de completar a primeira serie de 24 com Q1, com certeza
possui um nível de condicionamento físico baixo, e desta forma se tiver que começar uma
atividade de Musculação Terapêutica deverá utilizar parâmetros da fase de CHOQUE (Grau
de dificuldade 60/70).
Se um indivíduo conseguiu realizar Q1 e Q2 (24x48) e suas freqüências cardíacas se
mantiveram abaixo de 75% da FC Máx, podemos concluir que ele se encontra em condições
de trabalhar com os parâmetros da fase da ADAPTAÇÃO (Grau de dificuldade 70/80).
E se o indivíduo realizou Q1 e Q2 (24x48) e suas freqüências cardíacas nem chegaram a
atingir 60% da FC Máx, podemos concluir que o nível de condicionamento dele permite que
trabalhe com parâmetros da fase de CONDICIONAMENTO (Grau de dificuldade 80/90), ou
seja, pesos livres de por volta de 4 kg, padrões variantes e combinados, e circuito completo.
121
9 GLOSSÁRIO
1. Academia Credenciada - São as academias ou centros de atividade física
especial, que possuem em seu quadro de profissionais Instrutores ou Monitores
de Musculação Terapêutica e que queiram formar Studio ou Aplicar Sessões
Circuito de STS.
2. Aeróbio Longo - Sessão alternativa de STS com modalidade de exercícios
ausentes de padrões, e utilizando os exercícios aeróbios clássicos, tais como:
caminhada, corrida, esteira, bicicleta ou natação. O aeróbio Longo, na Fase de
Choque de STS, deve preferencialmente, ser o mesmo eleito para a preparação
(exceto para o caso de Step), e o seu tempo o dobro do utilizado na preparação.
3. Boa base - Comando verbal, por parte do profissional, de melhora do
posicionamento do paciente para executar padrões em postura bípede.
4. Boa série - Comando verbal, por parte do profissional, incentivando a perfeita
execução por parte do paciente.
5. Cinesioalongamento - Também chamado de alongamento ativo, flexo-
alongamento ou alongamento proprioceptivo. Uma sessão de STS alternativa
que possua alongamento, deve ser composta de manuseio inicial do profissional
seguido do alongamento ativo do paciente, em padrões funcionais e controle
contínuo da frequência cardíaca.
6. Circuito - São séries de movimentos com número elevado de repetições. Os
circuitos são realizados quando o paciente já terminou a fase inicial de
Musculação Terapêutica. Os circuitos podem ser de 24(vinte e quatro) ou
36(trinta e seis) repetições.
7. Circuito Completo - Sessões de circuito que utiliza na mesma sessão Padrões
de Membros Superiores e Membros Inferiores com Abdominais. Só deve ser
utilizada a partir da 60a sessão.
8. Circuito Duplo - São circuitos com execução duplicada por padrão de
movimento, isto é, dois circuitos simples. A execução destes Circuitos duplos só
acontecerá após o paciente ter completado a maior série de circuito simples,
122
que é a de 36x72. O Circuito Duplo possui duas modalidades de execução, que
possui graus de dificuldade progressivos: O Circuito Duplo Alternado e o
Circuito Duplo Contínuo.
9. Circuito Duplo Alternado - É o circuito duplo onde a sessão de STS é
executada de forma a se realizar um circuito simples, e logo em seguida se
realizar outro circuito simples.
10. Circuito Duplo Contínuo - É a modalidade de aplicação de circuito simples, de
forma duplicada por padrão de movimento, isto é, repete-se duas vezes o
padrão de movimento até o final da sessão. O Circuito Duplo Contínuo possui
grau de dificuldade maior que o Circuito Duplo Alternado
11. Circuito Simples - São circuitos com execução única por padrão de movimento.
O menor valor do circuito simples é de 24 (vinte e quatro) repetições. Nos
padrões de movimento alternados (um segmento em alternância de movimento
com o outro) a contagem de um circuito simples é de 48 (quarenta e oito)
repetições. Nos circuitos simples de 36 (trinta e seis) repetições, os padrões de
movimentos alternados possuem contagem de 72 (setenta e dois) movimentos.
12. Empresa Credenciada - Unidade Fabril ou Administrativa onde ocorra a
aplicação de Musculação Terapêutica Empresarial.
13. Fase de Adaptação - Fase que dura da 30ª a 60ª sessão do Método STS de
Musculação Terapêutica.
14. Fase de Choque - Fase que dura a aplicação das 30 (trinta) sessões iniciais do
Método STS de Musculação Terapêutica.
15. Fase de Condicionamento - Também chamada de Fase de Desmame, e que
vai da 60a a 90a sessão do Método STS de Musculação Terapêutica.
16. Grau de Dificuldade - Alterar o grau de dificuldade para mais ou menos implica
em gerar mudança na posição para a execução do movimento do padrão. A
mudança nos braços de alavanca e posições indutoras a maior ou menor grau
de isometria muscular, caracterizam o grau de dificuldade.
123
17. Instrutor Máster - Profissionais Fisioterapeutas, Médicos ou Educadores
Físicos com certificação de Instrutores Plenos, com mais de 03(três) anos de
atuação aprovados em Prova de Suficiência do IBRATE.
18. Instrutor Pleno - Profissionais Fisioterapeutas, Médicos ou Educadores Físicos
que realizaram as 20 horas do Curso Básico, 20 horas do Curso avançado e 20
horas do Estágio de Capacitação ou que possuam o Curso de Extensão ou
Especialização (Pós-graduação).
19. Instrutor Sênior - Profissionais Fisioterapeutas, Médicos ou Educadores
Físicos com certificação de Instrutores Master, com mais de 03 (três) anos de
atuação, ou Instrutores Plenos com mais de 06 (seis) anos de atuação,
aprovados em Prova de Suficiência da ABMT (Associação Brasileira de
Musculação Terapêutica). Os Instrutores Sêniors podem ministrar curso de
Formação em Musculação Terapêutica;
20. Intensidade Forte da Sessão - A sessão de STS pode ser considerada forte
quando o somatório das Freqüências Cardíacas Máximas (FCM), resguardando
a compensação para os padrões executados em posição sentada ou deitada,
produz um valor acima da freqüência cardíaca média de tratamento.
21. Intensidade Fraca da Sessão - A sessão de STS pode ser considerada fraca
quando o somatório das Freqüências Cardíacas Máximas (FCM), resguardando
a compensação para os padrões executados em posição sentada ou deitada,
produz uma média abaixo da freqüência cardíaca média de tratamento.
22. Movimento - Comando verbal de início imediato de nova série após o comando
de posição.
23. Movimentos Funcionais - Movimentos que respeitam a formação dos sistemas
articular e muscular para a execução dos planos de movimento, permitindo que
durante a sua atividade normal se reestimule a musculatura trabalhada, ou seja,
são movimentos que trabalham os músculos com os movimentos a eles
destinados cinesiologicamente.
24. Musculação Terapêutica - Trabalho físico que objetiva o ganho de trofismo
funcional.
124
25. Musculação Terapêutica Empresarial - Cinesioterapia Contra-resistida
aplicada a contingente de funcionários, após avaliação físico-funcional de
unidades fabris ou administrativas.
26. Padrão Alternado - Padrão de movimento onde os dois segmentos realizam os
movimentos de forma alternada, corresponde a uma escala mais evoluída no
desenvolvimento do sistema nervoso, com inervação recíproca e cruzada já
desenvolvidas.
27. Padrão Combinado – Padrão de movimento que une outros padrões para a
formatação de uma sessão personalizada. Normalmente é aplicada a indivíduos
portadores de moderado à alto nível de condicionamento.
28. Padrão de Massa - Padrão de Movimento onde os dois segmentos realizam o
movimento de forma não alternada, corresponde a uma escala mais primitiva no
sistema neuroevolutivo, com descarga eferente equivalente para os dois
segmentos.
29. Padrão de Movimento - É realização do movimento dentro da utilização do
principal grupamento muscular a ser trabalhado na funcionalidade. Os padrões
de movimento do Método STS podem possuir diversos exercícios, com maior ou
menor grau de dificuldade para a sua execução, mas, todos possuem
necessariamente perfis funcionais.
30. Padrões Variantes - São modalidades de padrões de movimento que são
empregados de acordo com a utilização específica de determinado grupamento
muscular nas atividades de vida diária dos pacientes (ou empregados de uma
empresa). Os padrões variantes só devem ser utilizados a partir da 60ª sessão.
31. Posição - Comando verbal para iniciar nova série após o comando de
interrupção de intervalo.
32. Prepara - Comando verbal de interrupção de Intervalo.
33. Preparação - É a modalidade de atividade inicial utilizada no Método STS para
se elevar a freqüência cardíaca do paciente até a faixa de freqüência cardíaca
estipulada.
125
34. Sessão Circuito - Sessão de Musculação Terapêutica aplicada a grupos
homogêneos de condicionamento físico.
35. Sessão de Abdominais - Sessão alternativa de STS, que só deve ser utilizada
à partir da 30ª sessão.
36. STS - Strength Training Strategies - Estratégia de Treinamento de Força, ou
Estratégia de Treinamento com Cargas.
37. Studio de STS - Consultório, ou Centro de Atividade Física Especial preparado
especificamente para o atendimento personalizado de Musculação Terapêutica.
38. Trofismo Funcional – Desenvolvimento de força e volume muscular a níveis de
normalidade de funcionamento ideais para não comprometimento da saúde e
qualidade de vida.
126
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CDD: 613.71
CDU: 613.71
Capa: Tchubi Design – 48 3304 5056
Revisão: Alessandra Chicalé
Impresso no Brasil
2010