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    v.2, n.2, p. 247-255, jan. dez. 2014

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    RevistaTeo

    lgicaDiscentedaMetodista

    A imagem do pastor e da pastorana sociedade miditica

    Marli Paupitz*

    RESUMO

    Trata das caractersticas de pastores e pastoras dentro da socie-

    dade miditica, como estes ou estas se apresentam, qual o foco de

    sua mensagem, bem como as estratgias utilizadas para alcanar

    o pblico alvo. O trabalho apresenta uma relexo sobre o novo

    modelo de pastores e pastoras que esto em evidncia nos meios

    miditicos e quais os desaios e crticas que este contexto traz a

    prtica pastoral.

    Palavras-chave:pastorado; mdia; desaios pastorais.

    Abstract

    This is an essay on pastors characteristics amid the media so-

    ciety. I intend to investigate their presentation, the focus of their

    message, as well as their strategies to reach their target audience.

    This paper presents a relection on the new model of pastors

    in evidence on media and the challenges and critiques that this

    contexts brings to the pastoral practice.Keywords:pastoral ministry, media, pastoral challenges.

    * Estudante do terceiro ano do curso de Teologia da Universidade Metodista de SoPaulo). E-mail: [email protected]

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    INTRODUO

    O presente trabalho traz uma relexo, baseado sobretudo na tesede doutorado do Prof. Dr. Luiz Carlos Ramos, Pregao na Idade Mdia,

    sobre o novo modelo de pastores e pastoras que esto em evidncia nosmeios miditicos e quais os desaios que este traz a prtica pastoral.

    O mesmo tem por objetivo conceituar o que e como se apresenta

    a sociedade miditica, mostrar como lderes religiosos tem se apro-

    priado de sua ideologia e por im trazer uma relexo se o pastoreio ea sociedade miditica tem alguma relao entre si.

    O trabalho em si no subdivide-se em captulos, uma dissertaona qual foi foram utilizadas alm de pesquisas bibliogricas, referncia

    a uma palestra disponibilizada em um site da internet.Ali so pontuadas algumas prticas que de certa forma so im-

    portantes para vida da igreja, porm no so essenciais, ou seja, a razode ser da igreja onde o pastoreio exercido no esto nelas centradas.O centro da prtica pastoral deve ser o Evangelho de Cristo, pautado

    pelo reconhecimento que sua suicincia vem nica e exclusivamente dagraa de Deus e que deve ser norteado pelo amor a Deus e ao prximo.

    IMAGEMDOPASTOREDAPASTORANASOCIEDADEMIDITICA

    Nos dias atuais nota-se um crescimento diversiicado nos meiosde comunicao. Se na primeira metade do sculo XX, dispunha-se daforma escrita como jornal, revistas e outros, e na mdia o principal

    meio utilizado era o rdio, hoje apresentam-se outras formas como a

    televiso, com canais livres e contratados, e a internet que disponibilizaum leque de informaes das mais variadas possveis, tanto em forma

    escrita como udio-visual, onde as redes sociais tornam-se o principaldisseminador de informaes.

    Contudo, nem todos esses meios de comunicao esto dispon-veis a toda populao. A mdia que mais se destaca alcanando todasas classes sociais a televiso. Esta tem sido o principal instrumentoutilizado para se debater questes de diversos temas como social, po-

    ltico, econmico, religioso e cultural.

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    No terceiro captulo da tese do Prof. Dr. Luiz Carlos Ramos, pu-

    blicada em livro com o ttulo A pregao na idade mdia, ele utiliza-se

    de diversas teses apresentadas por Guy Debord no livro A sociedade do

    espetculo, para fazer uma abordagem crtica a homiltica apresentada

    por pregadores cristos nos meios miditicos. Com base nessas mes-mas teses pode-se descrever como se apresenta a sociedade miditica.

    Primeiramente, faz necessrio entender que a mdia em si no seconstitui o problema da sociedade miditica, mas a maneira pela qual a

    sociedade dela se utiliza. perceptvel que a manipulao das massastem sido a principal forma de utilizao da mdia, estando presenteestratgias de marketing, formas variadas de entretenimento, as quais

    visam a inluenciar os valores e princpios do pblico em geral, o que evidenciado no comportamento da sociedade, que se apresenta cada

    vez mais consumista e individualista.

    Nesta sociedade miditica o que importa a mercantilizaodos produtos, onde esse produto no apenas um objeto em si, mas oprprio ser humano coisiicado, apresentando-se como produto deoferta ao mercado consumidor. Isto tudo, sem dvida, relexo de umsistema capitalista selvagem globalizado, inserido na sociedade atual

    em quase todas as esferas.

    A imagem vendida nos meios de comunicao a imagem doespelho, isto , a forma inversa da realidade, onde tudo maravilhoso,

    a padronizao da aparncia exclui os que no se adequam ao que apresentado, os problemas scio-econmicos quando evidenciados

    so mascarados.Enim, esta imagem tambm poderia ser comparadoa atores e atrizes, que na sua idade avanada escondem suas rugas,

    utilizando-se no s de maquiagem, mas tambm dos recursos tec-nolgicos que corrigem a imagem para esconder os defeitos. Essa

    estratgia utilizada para alienar a populao, vendendo um sonhoque no pode tornar-se concreto, ou seja, uma realidade inexistente.

    Na sociedade miditica a vida se torna um espetculo, onde

    tudo tem um inal feliz, o que denncia a caracterstica hedonista damensagem. O conceito de bom passa ser sinnimo de estar em evi-

    dncia, ento se o indivduo no tem sucesso na sua vida proissionale emocional, no sentido de retorno inanceiro e realizao de todosos desejos em nvel relacional, isso signiica que ele um fracassado.

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    Outro aspecto a ser considerado o poder pseudo-sagrado, onde

    o espectador tende a permanecer num estado de contemplao doespetculo que lhe apresentado. O objetivo na realidade torn-lo

    um ser passivo diante da realidade, alienado, isto , o indivduo no

    pode ter senso crtico para atuar como agente de transformao nasociedade, pois isto atrapalharia o exerccio do poder da classe domi-nante. Seu estado tem que ser esttico, levando-o substituir suas reais

    necessidades pelas pseudonecessidades que lhe so apresentados nomeio miditico.

    No campo da homiltica o iel ento recebe a mensagem nocomo matria-prima a ser utilizada para construo da vida nas maisdiversas situaes, mas como produto acabado, pronto para consumo,

    um bem perecvel, no-durvel, para que quando este acabe ele busqueadquiri-lo novamente, estabelecendo assim a relao de troca, onde af se transforma em produto e no mais um instrumento que capacitaas pessoas para enfrentar os desaios presentes da vida cotidiana.

    Assim na sociedade do espetculo miditico o verdadeiro evange-

    lho na realidade se transforma em religiosidade, pois pode ser vendido

    como uma simples mercadoria, tornando-se assim um pseudoevan-

    gelho. Como deine o Pr. Carlos Queiroz em uma de suas pregaes, o

    evangelho verdadeiro no se vende, o que se vende religio. O evan-gelho verdadeiro ningum quer comprar, pois no seu contedo est a

    renncia, o arrependimento que leva a reparao dos males cometidos,o perdo, o servir e no o ser servido. Realmente, estas coisas se co-locadas a venda no encontraro compradores.1

    No imprio da mercadoria tudo se inverte. No o reino quetem que ser buscado em primeiro lugar, mas as demais coisas. Essas

    demais coisas so apresentadas pelos telepregadores principalmente

    na cura sica e prosperidade inanceira. Deus tem que suprir as minhasnecessidades, realizar os meussonhos, se isso no acontecer porqueo que exige as bnos de Deus no tem f ou no um verdadeiroconvertido. Mas quando acontecem sinal de que ele ou ela Filho/

    Filha do Rei.

    1 Misso na ntegra Pastor: Porta-voz da Voz Carlinhos Queiroz 11/05/2012.

    Disponvel em http://vimeo.com/66115783 acesso em 23/05/2013.

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    Enim, constata-se que as igrejas tanto catlicas como evanglicastem abraado o modo de ser da sociedade miditica do espetculo.

    Os lderes religiosos se tornam dolos dos seus iis. As igrejas vose tornando uma espcie de franquias, onde a maneira de falar, de

    se vestir do lder em evidencia reproduzido. At os templos vo sepadronizando de acordo com cada denominao. Tudo banalizado,vira mercadoria. A cultura gospel com seus produtos apresentam-se

    de formas bastante variadas: msicas, livros, mensagens em udio e

    vdeo, roupas e at em cosmticos.

    O turismo religioso tambm uma realidade nas igrejas. Antes

    evanglicos que criticavam catlicos que faziam romarias at santurios

    consagrados a determinados santos, agora tambm construem seus

    templos faranicos, reproduzindo at a verso herodiana do templo deJerusalm. Ainda h as viagens terra santa de ambos os segmentos,

    que tem como principal objetivo explorar esse nicho mercadolgico. Altima novidade agora dentro do turismo so os cruzeiros martimoscom a presena de estrelas do mercado gospel.

    Dentro deste contexto o pastoreio nas comunidades de f enfrentainmeros desaios. Um dos principais gira em torno da concorrnciadesleal que o pastor de uma comunidade local tem com o pregador

    miditico. O que ocorre que muitas vezes o iel ouve mais a mensa-gem do pastor televisivo ou virtual, pois est disponvel todos os dias

    ou em qualquer hora, do que com a mensagem que levada a ele na

    sua comunidade local. O problema que aquele que est na mdia noconhece seu espectador, tampouco este conhece verdadeiramente o

    interlocutor da mensagem, pois a imagem passada no revela o car-ter da pessoa, pois isto s pode ser percebido numa esfera de relaopresencial. Assim as pessoas optam pelo pastoreio impessoal, ou seja,

    no querem ser pastoreadas, porque a mensagem que esto recebendolevam-nas a busca de seus prprios interesses na realizao dos seusdesejos pessoais, no querendo que ningum as confronte no seu estilode vida crist, que pode encontrar distorcido.

    A vocao pastoral na sociedade do espetculo foi seculariza-da. O pastor passa a ser um proissional que deve dominar tcnicasde um discurso sedutor, para atingir a emoo das pessoas. No hmais a necessidade de uma boa exegese, de conhecimento da teologia

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    sistemtica, tampouco de uma hermenutica do texto bblico, isso considerado entre muitos iis como carnal, para muitos, quem assimprocede no depende do Esprito. O pastor tambm necessita ser umestrategista mercadolgico, pois sua carreira proissional depende do

    crescimento numrico de seus iis. Esse crescimento resulta no au-mento da arrecadao, pois os iis so estimulados a contribuir pormeio da venda de bnos, ou ainda pela coero, isto , contribuemcom medo de serem amaldioados por Deus.

    O peril de pastoreio no mais do cuidado expresso pelo caminharjunto com as pessoas, mas feito de forma distante utilizando recursos

    de comunicao em massa. Nesta abordagem as pessoas no so maislevadas a relexo, so manipuladas a agirem de acordo com a cabeado seu lder, se algum discordar considerado rebelde e at herege.

    Este no o estilo de pastoreio ensinado pelo Bom Pastor JesusCristo. No encontramos em Jesus nenhuma aluso a comportamentosnarcisistas e hedonistas, tais quais os pastores da sociedade do espe-

    tculo. Seu ministrio estava voltado em revelar o amor do Pai pela

    humanidade. Assim tudo tinha por inalidade a promoo da glria deDeus. Exemplo disso so suas palavras quando cura um cego, quandoquestionado pelos discpulos se o estado de cegueira era causado pelo

    pecado do prprio cego ou era uma maldio hereditria, isto , a de-icincia visual vinha por conta dos pecados dos pais. Jesus respondeque ambas razes esto erradas. O estado daquele homem era paraque a glria de Deus fosse manifesta. Jesus em sua ao curativa traznovamente a viso do cego, mas tambm tira as escamas dos olhos dosseus discpulos, cegados pela religio que oprime gerando culpa noscoraes das pessoas, no deixando-os enxergar a verdadeira expressoda graa e do amor divino.

    Outra caracterstica do Bom Pastor a negao de si mesmo,mesmo que para isso seja necessrio enfrentar a cruz. Bem contrrioao narcisismo e ao hedonismo praticado pelos pastores miditicos. A

    negao dos interesses prprios, a renncia diante de determinadassituaes so vistas como atitudes de fracasso. Agora Deus tem porobrigao atender a vontade das pessoas. No se ora mais faa a Suavontade, mas agora a frase faa a minha vontade. O mais importante

    a minha felicidade, no importa a que preo. Os inimigos no precisam

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    ser abenoados pelos cristos, agora eles tm que ser estraalhadosquando nos prejudicam.

    Infelizmente a igreja brasileira tem contado com mais lderes do

    que pastores. Estes tem lidado com sua igreja como se ela fosse uma

    empresa, onde o nmero de rol de membros aponta para o lucro ou

    prejuzo desta. Dessa forma o que tem ocorrido um intenso trnsito

    religioso, pois as pessoas se encontram perdidas, buscando algum

    que as pastoreie. Se em um determinado momento elas negam-se ao

    pastoreio indo em busca das propagandas enganosas dos lderes midi-

    ticos, quando se decepcionam vo em busca de outras denominaes,cujo o foco central o crescimento numrico. No que este no sejaimportante, mas a vida deve vir antes dos nmeros, esses so as con-

    sequncias ou no do cuidado com a vida.O Pr. Ricardo Barbosa escreve sobre a proissionalizao do pas-

    torado, onde nesse contexto o pastor se torna um lder:

    O proissional tende tambm a ser um especialista. Sua vida orientada

    por projetos: crescimento de igrejas, avanos missionrios, educao

    teolgica, grupos familiares. So atividades necessrias na vida das

    igrejas. No entanto, o especialista procura envolver-se somente com

    aquilo que lhe especico e para o qual sente-se competente. No temtempo para o que considera pequeno e inexpressivo, como as visitas aos

    enfermos, orao com os idosos e aniversrio das crianas. Para estas

    atividades ele contrata auxiliares. Sua linguagem tcnica, gerencial,

    acadmica e o tempo medido pelas conquistas e realizaes.2

    O autor acima tambm diz que lder e pastor no so sinnimos,ou seja, um pastor acaba sendo um lder, mas nem todo o lder tem a

    vocao do pastor. Alerta tambm que o critrio de Deus no segue algica do mercado, basta recordarmos de onde saiu Davi, o mais novo

    da casa de seu pai; Jos, um presidirio; Moiss, prncipe no Egito mas

    necessitava da ajuda do seu irmo Aro para falar por ele.

    2 NOVA liderana: paradigmas de liderana em tempos de crise. Edio de RicardoBarbosa, Valdir R. Steuernagel. Curitiba: Encontro, 2003. p. 76.

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    Por fim o grande desafio dos que hoje so chamados a pasto-rear no deixar-se seduzir por esta sociedade miditica. precisovoltar-se para a essncia do Evangelho de Cristo, a vida em comuni-dade, onde a busca de um relacionamento pessoal mais ntimo com

    Deus, leva a prtica da solidariedade e do amor ao prximo. Se nofor assim, talvez essa intimidade que muitos dizem ter no com oDeus Pai, Filho e Esprito Santo.

    CONCLUSO

    Neste trabalho foi abordado o assunto sobre as caractersticas de

    um pastor e pastora dentro da sociedade miditica, como estes ou estas

    se apresentam, qual o foco de sua mensagem, bem como as estratgiasutilizadas para alcanar o pblico alvo.

    A primeira abordagem se deteve em conceituar a sociedade mi-

    ditica do ponto de vista crtico, tentando identiicar qual a ideologiaque est por trs do discurso daqueles que esto na mdia. Observou--se que inmeros lderes religiosos esto seguindo este modelo comoestratgia de crescimento para suas igrejas, no s numrico, massobretudo inanceiro. O narcisismo do lder notvel, bem como sua

    mensagem de cunho hedonista, prontamente aceita por quase todosseus ouvintes, pois a satisfao pessoal e plena o que importa.

    No inal feita uma relao entre o pastoreio e a sociedade mi -ditica. Ali so pontuadas algumas prticas que de certa forma so im-portantes para vida da igreja, porm no so essenciais, ou seja, a razode ser da igreja onde o pastoreio exercido no esto nelas centradas.O centro da prtica pastoral deve ser o Evangelho de Cristo, pautado

    pelo reconhecimento que sua suicincia vem nica e exclusivamente da

    graa de Deus e que deve ser norteado pelo amor a Deus e ao prximo.A elaborao deste trabalho faz com que se perceba que a inlu-ncia da sociedade miditica, tambm se faz presente no apenas nasgrandes igrejas detentoras de meios de comunicao, mas est presenteem nossa comunidade local. Ao fazer parte de uma comunidade que

    no se faz presente na mdia, no quer dizer que no somos por elainluenciados. Muitos de ns gostamos de adquirir CDs, DVDs, acessarsites na internet onde os pregadores/as e cantores miditicos esto

    presentes e temos sim, sido inluenciados por eles/as.

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    As igrejas tem se voltado intensamente para estratgias de cres-

    cimento utilizando para isso inmeras estratgias comuns nas reas

    de administrao, marketing e propaganda, vestindo nelas uma roupaparecida com a do evangelho.

    Conclumos ser de extrema urgncia parar e reletir qual a nossainteno em ingressar no ministrio pastoral. Ser que temos sido real-mente vocacionados ou temos achado que esta rea um mero campo

    proissional no qual queremos trilhar uma carreira de sucesso, quedentro da ideologia da sociedade miditica o resultado demonstrado

    na fama, no poder e em resultados inanceiros?

    REFERNCIAS

    CUNHA, Magali do Nascimento.A exploso gospel:um olhar das cincias humanas sobreo cenrio evanglico no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad X : Mysterium, 2007.

    RAMOS, Luiz Carlos. A pregao na idade mdia:os desaios da sociedade do espetculopara a prtica homiltica contempornea. So Bernardo do Campo: EDITEO, 2012.

    SOUZA, Jos Carlos de (Org.).Educao teolgica no sculo 21: rumos, perspectivas e

    vises. So Bernardo do Campo: EDITEO, 2011.

    MELO, Jos Marques de; GOBBI, Maria Cristina; ENDO, Ana Claudia Braun (Org.).Mdiae religio na sociedade do espetculo. So Bernardo do Campo: Universidade Metodistade So Paulo, 2007.

    NOVA liderana: paradigmas de liderana em tempos de crise. Edio de Ricardo Bar-bosa, Valdir R. Steuernagel. Curitiba: Encontro, 2003.

    Misso na ntegra Pastor: Porta-voz da Voz Carlinhos Queiroz 11/05/2012. Dis -ponvel em http://vimeo.com/66115783 . Acesso em: 23 maio 2013.