6 hemorragia digestiva ue atu
TRANSCRIPT
HEMORRAGIA DIGESTIVA
Universidade Federal do TocantinsInternato de urgência e emergência
Hemorragia Digestiva
› Causa frequente de hospitalização
› Incidência: 48-160/ 100 mil hab.
› A incidência incidência anual de HDB é de 0,02% enquanto enquanto HDA apresenta incidência de 0,2%. • Assim temos uma prevalência 10 x maior de HDA •
Hemorragia digestiva baixa
Hemorragia digestiva alta
Definição: É qualquer sangramento que ocorra no trajeto que vai do esôfago ao
ânus
• Esôfago
• Estômago
• Duodeno
• Delgado
• Cólon, reto e ânus
Ângulo deTreitz
Hemorragia Digestiva aguda
Evidenciada clinicamente pela exteriorização de hematêmese, melena ou enterorragia
Ligamento de Treitz é a referência para classificar a hemorragia digestiva em alta ou baixa
Apresentações clínicas
H.D.B.
Enterorragia -
OcultaHematoquezia -
Evidente
H.D.A.
Hematêmese
Melena
Enterorragia Melena
Diagnóstico A história clinica deve ser detalhada
Procurar uso de drogas e doenças preexistentes
Diagnósticos diferenciais com outras patologias toracoabdominais
Cirurgia recente
Exame fisico acurado
Abordagem da Hemorragia Digestiva
1. Estabilização clínica é prioridade reposição volêmica ou hemoderivados
2. Buscar causa da hemorragia apenas quando paciente estiver estável› Cateter nasogástrico:
Sangue ou material em borra de café diagnostica HDA prosseguir investigação com EDA
Bile, sem sangue não há HDA ativa, podendo ser uma HDB
› Endoscopia digestiva alta: identifica o tipo de lesão sangrante varicosa ou não varicosa
Hemorragia Digestiva Alta
Causa frequente de hospitalização
Incidencia de 50 – 100 por 100.000 hab/ano
10% tem sangramento contínuo
80% autolimitada,20% resangramento
Mesma mortalidade que há 40 anos(8 a 10%)
Hemorragia Digestiva Alta
Não varicosa: Não associada a Hipertensão portal
Varicosa: Associada a Hipertensão portal(varizes esofágicas,gastropatia congestiva)
HDA Não Varicosa
Etiologia IncidênciaÚlcera péptica 30% a 50 %Mallory Weiss 15% a 20%Erosões gastroduedenais 10% a 15%Esofagite erosiva 5% q 10%Neoplasias 1% a 2%Má formações vasculares 5%Causas raras 5%
HDA Não Varicosa:Úlcera péptica
Forest Achado end oscópico Risco de ressangramento sem tratamento
IA Sangramento em jato Aprox. 100%IB Sangramento em “babação” 10 A 27%IIA Vasos visíveis sem
sangramento ativoMais de 50 %
IIB Coágulo aderido sem sangramento
30 a 35%
IIC Pontos vermelhos planos <8%III Ùlcera de base limpa <5%
HDA Não Varicosa Úlcera Péptica Tratamento de escolha: Clínico-
endoscópico› Clínico:
IBP, erradicação do H. pylori, suspensão de AINE
› Endoscópico: Terapia combinada (epinefrina +
termocoagulação) Somente se houver risco alto de ressangrar (FORREST I, IIa e IIb)
HDA Não Varicosa
Úlcera Péptica Tratamento cirúrgico:
› Casos refratários Instabilidade hemodinâmica apesar de
ressuscitação vigorosa (> 6 U de hemácias). Falha das técnicas endoscópicas no controle da
hemorragia ou recorrência da hemorragia após estabilização inicial
Choque associado à hemorragia recorrente Sangramento pequeno e contínuo com
necessidade de transfusão > 3 U/dia
HDA Não varicosa Lacerações de Mallory-Weiss
• Lacerações próximas a junção esofagogástrica por vômitos de repetição tratamento é suporte, resolução espontânea em 90% dos casos
• Outras lesões: lesão aguda de mucosa gastroduodenal, câncer gástrico, esofagites; causas mais raras como angiodisplasias, pólipos sangrantes, hemosucus pancreaticus
Varizes Esofagogástricas Fisiopatologia:• A hipertensão porta, geralmente por conta de
cirrose, gera dificuldade no fluxo pela veia porta; assim o sangue “pega atalhos” para chegar a veia cava inferior
Paciente cirrótico rastreio com EDA para varizes esofagogástricas:› A cada 2 anos se não tiver varizes› Anualmente se tiver varizes de pequeno
calibre
Varizes Esofagogástricas Abordagem:
- Paciente que nunca sangrou profilaxia primária com Betabloqueador OU ligadura elástica se varizes de médio/grosso calibre, ou pequeno calibre com sinais vermelhos, ou cirróticos Child-Pugh B/C
- Paciente que já sangrou profilaxia secundária com Betabloqueador E ligadura elástica
Varizes Esofagogástricas Abordagem:
- Paciente está sangrando1. Estabilização hemodinâmica (cristalóides
ou sangue ou até plasma se INR > 1,7)2. Terlipressina/Octeotríde3. Terapia endoscópica: ligadura elástica ou
escleroterapia4. Profilaxia da peritonite bacteriana:
ceftriaxona ou norfloxacina5. Omeprazol
Varizes Esofagogástricas Balão de Sengstaken-Blakemore usado
quando a terapia medicamentosa-endoscópica não resolveu a hemorragia
Permanece no máximo por 24-48h no paciente De 12/12h, deve-se desinflar o balão para observar se o sangramento cessou ou não
Varizes Esofagogástricas TIPS (Shunt portossistêmico intra-hepatico
transjugular ) realizado no insucesso do controle da hemorragia com o balão após 48h
Varizes Esofagogástricas Cirurgias de Urgência utilizados quando
não se dispõe do TIPS Shunts portossistêmicos não-seletivos
mesma ideia do TIPS: - desviar sangue da porta direto para a veia cava inferior
Varizes Esofagogástricas Cirurgias eletivas utilizadas na falha
da terapia combinada de bbloq + ligadura elástica na profilaxia secundária (ressangramento)
Cirurgia de Warren shunt portossistemico seletivo
Resumindo Profilaxia primária = bbloq ou ligadura Se sangrar = estabilização hemodinamica
+ terapia medicamentosa + endoscópica se falhou, balão se falhou, TIPS ou cirurgia de urgência
Profilaxia secundária = bbloq + ligadura se falhou, TIPS eletivo ou cirurgia eletiva (Warren)
Hemorragia Digestiva Baixa – HDB
- Qualquer sangramento com origem distal ao ângulo de Treitz (após transição duodenojejunal)
- Tipos de sangramento:Melena EnterorragiaHematoquezia
Hemorragia Digestiva Baixa – HDB
Hospitalização corresponde a 1/3 das HDA
Abordagem inicial é semelhante a HDA
Etiologia varia com a idade
Incidência maior em homem(Diverticulose e dç vascular)
Maioria das vezes auto - limitada
HDB – Etiologia
Crianças: Divertículo de Meckel
Adultos < 50 anos:
DII
Colite infecciosa
Doenças anorretais
Adultos > 50 anos:
Doença diverticular do cólonAngiodisplasiasNeoplasiasIsquemia mesentérica
HDB - Etiologia Doenças proctológicas/orificiais:
-Hemorróidas: sangramento é comum-Sangue rutilante-Pequena monta-Não misturado às fezes – sangue durante higiene ou no vaso-Dor evacuatória: fissura anal-Diagnóstico: retossigmoidoscopia
HDB - Etiologia Doenças do cólon
Descartado doenças orificiais ColonoscopiaDoença Diverticular:
-Predomina no cólon E -Sangramento > cólon D (hipotonia dos divertículos)-Hemorragia súbita e volumosa, pouca dor abdominal-Sangue amarronzado ou vermelho-claro->70 anos 2/3 possuem Diverticulose
HDB - Etiologia Neoplasias:
-Pólipos benignos e carcinomas-Perda sanguínea crônica oculta ou intermitente-Neoplasias malignas tem HDB em 10 a 15% dos casos
HDB - Etiologia Colite Isquêmica:
-Idosos com doença arteriosclerótica generalizada
-Redução da perfusão visceral com isquemia localizada
-Hematoquezia ou diarreia sanguinolenta
-Dores abdominais de intensidade variável
-Sangramento pequeno e limitado -> até repercussão hemodinâmica grave
HDB - Etiologia Doença inflamatória intestinal
-Diarréia com variável quantidade de hematoquezia
-Dores abdominais fortes tipo cólica
-Tenesmo retal
-Urgência evacuatória
HDB – Avaliação do paciente
-Perdas imperceptíveis a hemorragias maciças
-História de dispepsia ou uso de AINEs
- Uso de anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários, etilismo e tabagismo
HDB – Avaliação do paciente-Cor vermelho-vivo: sugere sangramento entre cólon E e reto baixo
-Cor vermelho-escuro ou marrom misturado às fezes: sugere cólon D
-EDA se repercussão hemodinâmica – 10% das HDA se manifestam com enterorragia
- Estabilização hemodinâmica
- Toque retal
- Retossigmoidoscopia flexível / Colonoscopia
- Cintilografia com Hemácia marcada – consegue detectarpequenos sangramentos de até 0,1ml / min - Arteriografia – detecta sangramentos de até 0,5 ml / min- Dieta e tratamento medicamentoso da doença de base
HDB – Avaliação do paciente
HDB – Avaliação do paciente
Colonoscopia:-Melhor método diagnóstico p/ HDB
-ID causa e local do sangramento
-Detecta o diagnóstico em 70-90%
-Melhores resultados quanto mais precoce for o exame
-Possibilidade terapêutica: injeção de vasoconstritores, eletrocoagulação, hemostasia por calor e polipectomia.
HDB - Tratamento cirúrgico› Na falha ou impossibilidade diagnóstica ou
terapêutica – LE como último recurso
› Indicação: sangramentos persistentes com mais de 4-6 unidades de CH nas ultimas 24h
› Melhor prognóstico quando há localização do foco no pré-operatório – menos ressecções intestinais
› Sem localização: Colectomia total
INDICAÇÕES DE CIRURGIA DEEMERGÊNCIA NOS PACIENTES COM
HDBMHipotensão e choque a despeito de ressuscitação volêmica e tratamento adequados
Sangramento contínuo (transfusão de> 6 concentrados de hemáciasem 24 horas) com ausência de diagnóstico (apesar de colonoscopia deurgência, enteroscopia, cintilografia e arteriografia)Sangramento ativo em um segmento gastrointestinal com lesãocurável por cirurgia
HEMORRAGIA DIGESTIVA: CONCLUSÃO
HDA:-Maior causa de HDA:Doença ulcerosa péptica-EDA deve ser realizada nas primeiras 24h-Alto risco de sangramento em úlceras: terapia endoscópica e IBP EVHDB-Pacientes com HDA podem se apresentar com sangramento retal vivo-História e exame físico pode sugerir a etiologia da HDB-Melhor método inicial p/ diagnóstico e tto é a colonoscopia
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. 1. Federação Brasileira de Gastroenterologia. Projeto Diretrizes: Hemorragias Digestivas,2008
2. 4. SPERANZINI, M. B.; DEUTSCH, C. R.; YAGI, O. K.Manual deDiagnóstico e Tratamento para o Residente de Cirurgia – ATHENEU — São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, 2013
3. 5. MARTINS, Herlon Saraiva; DAMASCENO, Maria Cecília de Toledo; OWADA, Soraia Barakat. Pronto socorro. Editora Manole, 2013, 1ª ed.
4. 6. TRATADO DE MEDICINA DE URGENCIA E EMERGENCIA:PRONTO SOCORRO E UTI.UNIFESP 2010
5. 7. Teixeira,J.C.G Unidade de emergência : condutas em medicina de urgência . -- 2. ed. -- São Paulo : Editora Atheneu, 2011.
6. 8. Cardoso L.’;Mattar, J.. Hemorragia digestiva alta Paciente Crítico diagnostico e tratramento: Hospital Sirio Libanes. Ed manonele ,2012