6º congresso estadual | josé roberto ferreira savóia
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Apresentação de José Roberto Ferreira Savóia no 6º Congresso Estadual da APEPREM - 12 a 14/ABR/2010 - Campinas, SPTRANSCRIPT
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JOSÉ ROBERTO FERREIRA SAVOIAAbril de 2010
Conjuntura Política e Econômica
O exagero das previsões
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Conteúdo Contexto internacional
• Como chegamos até aqui?• As respostas políticas• Recuperação• Após a retomada• EUA, Europa e China
Cenário nacional• Principais indicadores
Perspectivas• Reformas e Investimentos
Implicações para Previdência Conclusões
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A globalização está no âmago da história Grande convergência até 2006 entre os países
• O capitalismo triunfou em quase todos os países;• Os países de menor renda obtiveram crescimento mais rápido
A globalização levou a uma grande virada nos 80 e 90• Governo Thatcher: Privatização e menor regulação• Os EUA se tornaram o grande pólo receptor de investimentos
estrangeiros Avanço tecnológico e ganhos de produtividade ocorreram em larga
escala Crescimento do consumo americano e das importações foram
combustível para a expansão global e o rápido crescimento da China
• Os fluxos financeiros se tornaram globais e bastante sofisticados As crises da Ásia e da Rússia foram sinais de alerta de mudanças a
caminho
Como chegamos até aqui?
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Como chegamos até aqui? A economia americana reduz o ritmo em 2000
após uma década de forte expansão• Depois de 11 de setembro de 2001, as coisas se
transformam Uma bolha imobiliária fomentada por empréstimos imobiliários
com taxas muito baixas; Expansão do consumo alimentada pelo aumento da riqueza; Os EUA absorvem 70% dos investimentos do mundo e criam
forte demanda de importação; Alta dos preços de commodities, minérios e petróleo; Grande expansão das instituições financeiras;
• Criação de novos produtos, como CDOs, SIVs e CDS, e incerteza quanto aos riscos dos mesmos.
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Como chegamos até aqui?
O restante dos países embarcam no navio do crescimento• UE e Japão realizam manobras para elevar o crescimento• Ásia e BRICs apresentam expansão e tornam-se um pólo político
e econômico Sinais de problemas nos EUA começam a aumentar
• Redução dos investimentos imobiliários a partir de 2006• Fraca criação de novos empregos• Capacidade industrial pouco utilizada• Piora nos indicadores de distribuição de renda, assemelhando-se
à década de 30
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As respostas políticas
Bernanke e o Fed reagem a uma economia declinante• Taxas de juros são reduzidas após setembro de 2007 de 5,25%
para 2,00%• O mercado começa a aumentar as taxas de juros e
inadimplência cresce• Em março de 2008 o Bear Stearns é adquirido pelo JP Morgan
Grandes incentivos fiscais de US$ 167 bilhões são destinados aos contribuintes americanos
Freddie Mac e Fannie Mae são nacionalizados
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As respostas políticas
Setembro Negro se repete em 2008• Quebra do Lehman Brothers • Insolvência da AIG em centenas de bilhões de Credit
Derivative Swaps• Merrill Lynch é comprada pelo Bank of America• O Fed promove o redesconto para todos os bancos
americanos• As quedas de todos os mercados levam a perdas de
riqueza da ordem de US$ 11 trilhões• O Congresso aprova um pacote de ajuda de US$ 700
bilhões
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As respostas políticas: a reação do resto do mundo
Há uma grande e curta convergência de interesses políticos para produzir respostas à crise
Segue-se uma fase de queda dos preços das commodities, redução das taxas de juros e diminuição dos fluxos de comércio internacional
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Recuperação
Presidente Obama se empenha para produzir a recuperação da economia• Expansão monetária a partir da redução das taxas de juros
a zero• Nacionalização disfarçada de grandes instituições: Citibank
(34%), AIG(80%), GM(70%), GMAC(70%)• Apoio ao refinanciamento de hipotecas: US$ 275 bilhões de
ajuda• Política fiscal agressiva com US$ 787 bilhões de estímulos• Déficit americano projetado (2009/2010) chega aos dois
dígitos
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Recuperação
A ação do G-20 (Londres/Pittsburgh)• Os esforços de políticas coordenadas começam a se
reduzir Maior apoio ao FMI x concorrência ao FMI Eliminação de paraísos fiscais Estudos para regulação conjunta no nível nacional Redução do protecionismo
Declínio em 2010 está fortemente relacionado ao nível empenho da UE em realizar ajustes dos déficits
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Recuperação
Novo paradigma para o desenvolvimento do sistema capitalista: crescimento e poder político se deslocam do Oeste para o Leste• China, Índia e Rússia representando maior parcela de poder dentro
da esfera mundial Descolamento entre emergentes e desenvolvidos
(fortalecimento x enfraquecimento)• De 2000 a 2009, crescimento anual de 1,6% dos países
desenvolvidos e de 5,8% dos emergentes (FMI) Nos países emergentes, a manutenção de políticas públicas
voltadas para a área social, redistribuição de renda e investimentos em infraestrutura desencadearão expressivos aumentos de valor na massa salarial, uma vez que atualmente são os grandes pólos de atração do capital internacional
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Contexto internacionalOs desafios dos EUA
Estados Unidos: agenda de reformas do Presidente Obama surpreende a opinião pública e produz o embrião das reformas sociais.
Reforma da Saúde foi um marco histórico e deverá influenciar outros países desenvolvidos
Reforma Financeira e regulamentação de mercados é o próximo desafio
Mudança na política para a América Latina não é prioridade da atual administração.
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Contexto internacionalOs desafios dos EUA
Os EUA são a maior potência econômica, o maior receptor de poupanças e, paradoxalmente, o maior devedor no mundo
Há necessidade de aumento da poupança doméstica e redução das desigualdades de renda
O déficit terá de ser diminuído, em meio a dois grandes desafios: continuidade da guerra e uma população com elevado nível de idosos e fortes gastos de saúde.
O país deverá reduzir seu déficit em conta corrente
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Contexto internacional
Recuperação da demanda norte-americana• Indicadores apontam recuperação gradual da
econômica Retomada da produção industrial; Diminuição do desemprego; Aumento da riqueza das famílias
Indicadores Financeiros• Novo patamar para os preços das ações (volta ao
patamar de 4 anos atrás);
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Dow Jones – pré e pós-criseO limite dos 11.000 pontos
Dow Jones Industrial Index
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
jan
-06
ab
r-0
6
jul-
06
ou
t-0
6
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ab
r-0
7
jul-
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ou
t-0
7
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-08
ab
r-0
8
jul-
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ou
t-0
8
jan
-09
ab
r-0
9
jul-
09
ou
t-0
9
jan
-10
ab
r-1
0
Fonte: Dow Jones 16
0
2
4
6
8
10
12
jan/06 jul/06 jan/07 jul/07 jan/08 jul/08 jan/09 jul/09 jan/10
Taxa de desemprego mensalPico de 10% começa a ceder
Fonte: Bureau of Labor Statistics (EUA) 17
Produção industrialTrajetória de recuperação a partir do 2º.
Semestre de 2009Dados dessazonalisados
85
90
95
100
105
110
115
jan/06 jul/06 jan/07 jul/07 jan/08 jul/08 jan/09 jul/09 jan/10
Fonte: Federal Reserve
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Patrimônio líquido das famílias americanas
Crise gerou perdas de US$ 15 trilhões
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
dez/05 jun/06 dez/06 jun/07 dez/07 jun/08 dez/08 jun/09 dez/09
(em
US
$ b
i)
Fonte: Federal Reserve
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Contexto Internacional - China Forte crescimento em torno de 10,7% (2010)
• Retomada das exportações e crescimento do consumo interno• Acúmulo acentuado de estoques de commodities – eventual redução na
demanda pode provocar queda de preços maior do que o esperado • Ritmo de crescimento pode ser desacelerado nos próximos anos. A
principal conseqüência desta diminuição será a redução do preço das commodities.
PIB de US$ 4,3 tri (cerca de 7% do mundo)• Superou o Japão em 2009, tornando-se a 2ª. maior economia
Divisão das elites do país em relação ao futuro do yuan. O governo da China cedeu na discussão sobre a moeda e a mesma poderá ser desvalorizada, porém a habilidade para ajustá-la é muito restrita e causará grande aumento no desemprego (que, em 2010, é de 4,3%).
Atualmente, a China representa o maior mercado das exportações brasileiras , especialmente o minério de ferro (metade de todo o minério produzido no mundo é comprado pela China) 20
Contexto Internacional - China A desvalorização do yuan é questão de orgulho nacional
• O protecionismo cambial será abandonado frente à pressão das indústrias e dos EUA
Principais conseqüências: exportações serão valorizadas, porém as importações serão mais onerosas
China está puxando o crescimento do leste asiático• Crescimento, porém, estará cada vez mais atrelado à expansão
dos mercados externo e interno Em mar/2010, pela primeira vez em 6 anos, houve
déficit na balança comercial em US$ 7,2 bilhões
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Contexto internacional Crise reacende antagonismos na União Européia e produziu
desdobramentos para o déficit dos países Preocupações com Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e
Espanha – PIIGS Nouriel Roubini: “A Grécia é a crise fiscal do momento, mas
seus são problemas estão longe de serem únicos. No propósito de sua solução, encontra-se o destino dos vizinhos da Grécia, a Eurozona e talvez a União Européia por si mesma. A Grécia, como o restante dos PIIGS, tem uma excessiva dívida pública e seu déficit fiscal sem paralelos. Uma restruturação da dívida soberana que reduza o estoque e o serviço da dívida e uma real desvalorização cambial poderiam limpar o balanço de pagamentos, restaurar a competitividade e revigorar o crescimento.”
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Déficit fiscal e dívida pública – Espanha, Portugal e Grécia
Fonte: Natixis e Datastream (Reuters)
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Contexto internacional Conjuntura econômica
• Spreads de empréstimos a níveis elevados, com perspectiva de ajuste
• Credit Default Swaps (CDS) indicam o recente e elevado prêmio de risco de não-pagamento da dívida.
Fonte: adaptado de www.bcb.gov.br, com dados do Datastream (Reuters)24
CDS (5 anos)
Fonte: adaptado de www.bcb.gov.br, com dados do Datastream (Reuters)
25
115,0%
159,0%169,0% 176,0%
187,0%
45,0%
0,0%
40,0%
80,0%
120,0%
160,0%
200,0%
Brasil Austrália Canadá Espanha Inglaterra EUA
Cenário Nacional Expansão do Crédito público e privado Sistema Financeiro: solidez
• Basiléia (8%), Brasil (11% - regulatório e 17% - efetivo)
Crédito como % do PIB
Valor do Brasil referente a fev/2010. Fonte: BCB e FMI
53%
Projeção
26
Cenário Nacional
Investment grade produziu uma melhora na percepção de risco do investidor estrangeiro
Houve migração dos papéis de curto prazo para os papéis de longo prazo
Aumento no número de investidores estrangeiros, especialmente fundos de pensão
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Risco-país: declínio consistentePercepção favorável pelo investidor estrangeiro
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Média do período: 9,00%a.a.Média do período:
2,85%a.a.
176 b.p.
Fonte: JP Morgan28
Cenário Nacional Política de metas de inflação
• Inflação dentro da meta desde 2005• Desequilíbrio momentâneo em 2010
Tendência de elevação da inflação no curto prazo
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Projeção de mercado p/ 2010: 5,18%
Fonte: BCB e IBGE
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Curva de Juros As taxas de juros no Brasil embutem um prêmio de risco
desproporcional aos fundamentos da economia;
“Se olharmos o resultado das projeções de inflação, a curva (de juros) embute um prêmio de risco em relação à previsão do BC, que talvez não seja adequado. De qualquer maneira, o importante é o mercado fazer sua precificação normalmente e a realidade vai prevalecer.” (H. Meirelles, 14/07/2009)
Os juros reais no Brasil ainda estão entre os mais altos do mundo;
Recente surto inflacionário alterou a trajetória de queda dos últimos meses;
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Taxas de juros reais de mercadoMenor nível desde o início da série
Fonte: BCB
0
2
4
6
8
10
12
14
16
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
31
Curva de juros futuroscalculada a partir de 8/4/10 (NTN-F)
Fonte: Tesouro Nacional
8,5
9
9,5
10
10,5
11
11,5
12
12,5
13
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
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Dívida públicaCrescimento da dívida pública bruta e queda
da dívida pública líquidaDiferença aumenta de 11% para 20% em 3 anos
Fonte: IPEADATA
0
10
20
30
40
50
60
70
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Dívida pública líquida
Dívida pública bruta (metodologia desde dez/2006)
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Cenário Nacional Política de metas de inflação
• Inflação dentro da meta desde 2005• Desequilíbrio momentâneo em 2010
Tendência de elevação da inflação no curto prazo (IGP-M projetado em 8,5% ao final de 2010)
0
1
2
3
4
5
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7
8
9
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Projeção de mercado p/ 2010: 5,18%
Fonte: BCB e IBGE
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Perspectivas Tendências de investimentos: antecipação no 1º. semestre Recursos do BNDES para aumento da capacidade produtiva Estímulo aos investimentos privados em infraestrutura Taxa de investimento da economia ainda está baixa (16,7%
em 2009 – meta de 20,9%) Desafio para os próximos anos: para um crescimento sem
inflação, é preciso que o investimento aumente de duas a três vezes a mais que o PIB. Taxa deverá ser de 22% a 25% para prover um crescimento da ordem de 7-7,5%.
Fonte: BNDES
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Volatilidade nos anos eleitoraisTende ao aumento até a definição do próximo
governante
Fonte: Ibovespa
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
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Perspectivas para próximos anos
Necessidade de reformas estruturais (agenda)• Tributária: inclusão de desenvolvimento
regional e redução da carga de impostos Discussão do fim da guerra fiscal
• Fiscal: Redução nos gastos públicos com aumento da arrecadação
• Previdência• Política• Administrativa nos governos
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EFPCs Evolução do patrimônio dos fundos de
pensão nos últimos 15 anosInvestimentos dos Fundos de Pensão
(em R$ mi)1994 46,4881995 57,4611996 71,6721997 86,8611998 90,7571999 115,1242000 130,0772001 154,5782002 168,4982003 216,1802004 255,7882005 295,2502006 352,1962007 435,7702008 419,2292009 492,134
Regimes Próprios em 2010
Fonte: ABRAPP38
Muito Obrigado!
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