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7 UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – FHS CURSO DE PSICOLOGIA Onde dois ou três estiverem reunidos: O fenômeno de grupo no contexto religioso cristão Marcelo Petrucci da Silva Governador Valadares Novembro de 2009

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – FHS

CURSO DE PSICOLOGIA

Onde dois ou três estiverem reunidos: O fenômeno de grupo no contexto religioso cristão

Marcelo Petrucci da Silva

Governador Valadares

Novembro de 2009

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Marcelo Petrucci da Silva

Onde dois ou três estiverem reunidos: O fenômeno de grupo no contexto religioso cristão

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao curso de

Psicologia da Faculdade de

Ciências Humanas e Sociais da

Universidade Vale do Rio Doce,

como requisito parcial à

obtenção do título de Graduado

em Psicologia.

Orientador: Omar de Azevedo Ferreira

Governador Valadares

Novembro de 2009

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...............................................................................................................03

1 Introdução.................................................................................................................04

2 Religião numa perspectiva cristã..............................................................................06

3 Aspectos psicológicos dos grupos no contexto religioso .........................................09

4 Crenças, condutas e valores......................................................................................15

5 O indivíduo e os elementos motivacionais do senso de pertencimento ...................19

6 Conclusão .................................................................................................................22

Abstract: ......................................................................................................................24

Referências Bibliográficas...........................................................................................25

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Onde dois ou três estiverem reunidos: O fenômeno de grupo no contexto

religioso cristão

Marcelo Petrucci da Silva∗

Resumo A religião Cristã estabeleceu seu modo de existência a partir de experiência de grupo, isto provoca o entendimento de que as relações do grupo que professa tal fé obedecem aspectos que têm a propriedade de explicar o fenômeno de grupo aplicado ao referido contexto. Diante disto, o presente artigo tem a pretensão de promover o esclarecimento de como estas relações interpessoais se dão, tendo como meio para alcançar tal objetivo, a conceituação da Religião numa perspectiva cristã, a leitura dos aspectos psicológicos que identificam o grupo religioso cristão apresentando a liderança como um elemento de convergência, uma abordagem das crenças, da conduta e dos valores que regem o grupo, e por fim, diante disso, os elementos motivacionais que criam a dimensão de pertencimento a cada indivíduo. As relações interpessoais se dão no contexto religioso pela construção e influências exercidas sobre o indivíduo. Palavras-chave: Religião, Cristianismo, Grupo, indivíduo Crença.

∗ Teólogo graduado pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil – RJ e Graduando em Psicologia pela Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) E-mail: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

Pensar na dimensão religiosa para a humanidade é pensar em alguma medida nas

relações estabelecidas entre o homem e o mundo que o rodeia. Isto é, em se tratando da

cosmovisão, o homem se percebe a partir das concepções que tem a respeito das forças que

promovem a sustentação do mundo no qual está inserido. E nisto se aplica a concepção

religiosa que há muito se firma como um pilar de sustentação de crenças que fundamentam a

trajetória de vida dos homens, sendo, inclusive, um aspecto que merece atenção e cuidado

pelas ciências sociais e humanas. A este respeito preceitua Jung (1999), que a religião se

estabelece como fazendo parte da vida humana desde seus primórdios, sendo, portanto, um

elemento de fundamental importância na sua constituição como se percebe a seguir:

(...) a religião constitui, sem dúvida alguma, uma das expressões mais antigas e universais da alma humana, subtende-se que todo o tipo de psicologia que se ocupa da estrutura psicológica da personalidade humana deve pelo menos constatar que a religião, além de ser um fenômeno sociológico ou histórico, é também um assunto importante para grande número de indivíduos. (JUNG, 1999, p. 7).

A religião assumiu um aspecto importante na formação da sociedade e construiu uma

trajetória do ponto de vista seqüencial, capaz de se confundir com a forma do homem

conceber e apreender o mundo. Mas, uma questão que merece atenção é como o homem

estabelece a religião como elemento organizador da sociedade. O que promove uma

associação direta entre Religião e o Fenômeno de Grupo. Os grupos religiosos em sua gênese,

desenvolvimento e sustentação, funcionam a partir de configurações que se ocupam com

conceitos antropológicos, sociais, e, invariavelmente, psicológicos. Esta concepção é

corroborada pelo fato de que desde que as compreensões antropológicas começaram a ser

sistematizadas, percebeu-se que o homem por ser racional, vive em grupos organizados. Neste

sentido, não faz mais do que se submeter a uma lei geral biológica, confirmada e fortalecida

pela própria natureza, comprovada também pela Psicologia. Esta questão é considerada por

Harlow, McGaugh e Thompson, quando fica evidente que o homem se reconhece nas relações

com o outro, isto significa que as relações sociais revelam quem somos e do que somos

capazes.

Vivemos num ambiente social e a maior parte das nossas experiências e atividades, se é que não todas, tem significado social. Portanto, talvez não seja tão surpreendente o fato de que nossos maiores problemas são sociais. É verdade que nós fazemos amizades, nos casamos e participamos de grupos sociais, mas, por outro lado, também é verdade que nos voltamos contra os outros e realizamos outras formas de agressão tais como revoltas e guerras (HARLOW et al., 1978, p. 518).

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Na verdade, nossa auto-consideração depende de nossa avaliação das reações dos

outros com relação a nós. Inclusive, nossos sentimentos de segurança e realização, ou de

insegurança, imperfeição e culpa, originam-se das nossas avaliações a respeito das aprovações

e desaprovações que recebemos dos outros.

É possível diante de tais considerações, perceber que tomar como ocupação os

respectivos temas Religião e Fenômeno de Grupo, trata-se de estabelecer uma tarefa que está

para além de um diálogo. Na verdade é estabelecer uma relação entre os dois temas de

maneira que o sistema de crenças religiosas necessite de mecanismos sociais para se

sustentarem. Neste aspecto, trata-se de sanções e diretrizes que devem enquadrar os

indivíduos que fazem parte do grupo religioso. É o que se observa:

Precisamos respeitar as atitudes e as regras da comunidade religiosa a que pertencemos, se queremos fazer parte da mesma. E como é natural, também estamos obrigados por consciência, visto que o homem, por natureza, é um ser religioso. O homem tem forças dentro de si, que o forçam a assumir e a seguir certas idéias religiosas e éticas, embora ele não as compreenda muito bem, levando-o a pôr em ação essas imposições (CHAMPLIN e BENTES, 1997, v. 5, p. 637).

Tratar de qualquer abordagem que se proponha a articular um tema atrelado à religião

é algo que demanda imparcialidade e delimitação. O presente artigo trata de um tema que se

vale de uma expressão bíblica “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome”1, na

frase, Jesus Cristo afirma que a reunião de duas ou três pessoas em Seu nome tornaria

propício o seu aparecimento e manifestação. Portanto, trata-se de uma prerrogativa para o

cristianismo o contexto de grupo. Diante de tais considerações se faz necessário compreender

na literatura que aborda fenômenos de grupo como se dão as relações interpessoais dos

indivíduos que participam da confissão de fé cristã. A tarefa para alcançar tal objetivo

demanda conceituar Religião na perspectiva cristã, e apresentar os aspectos psicológicos

experimentados nos grupos dentro universo da religião cristã. O caminho da investigação

estabelece a necessidade de uma pesquisa cuidadosa.

2 RELIGIÃO NUMA PERSPECTIVA CRISTÃ

Qualquer proposta que versa sobre religião precisa antes de mais nada, estabelecer sua

concepção delimitada do termo. A isto, logo de imediato é necessário destacar que a

perspectiva abordada neste artigo é de confissão cristã. Assim é necessário estabelecer o que

se entende por alguns termos correlatos que se apresentam. Segundo Champlin e Bentes

(1997, v. 5, p. 637) o termo religião “vem do latim, religare, ‘religar’, ‘atar’”. A aplicação

1 Mateus 18:20.

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básica dessa palavra é a idéia de que certos poderes sobrenaturais podem exercer autoridade

sobre os homens, exigindo que eles façam certas coisas e evitem outras, forçando-os a

cumprir ritos, sustentar crenças e seguir algum curso específico de ação.

Outro erudito da religião, Jung (1997), faz considerações importantes a esta

abordagem, uma vez que trabalha na direção de apontar o termo para uma atitude do espírito

humano, e ainda mais profundamente, estabelece o termo a partir de uma concepção que

designa a atitude particular de uma consciência transformada pela experiência do minucioso.

Religião é – como diz o vocábulo latino religere – uma acurada e conscienciosa observação daquilo que Rodolf Otto acertadamente chamou de “minucioso”, isto é, uma existência ou um efeito dinâmico não causados por um ato arbitrário. Pelo contrário, o efeito se apodera e domina o sujeito humano, mais sua vítima do que seu criador. Qualquer que seja a sua causa, o minucioso constitui uma condição do sujeito, e é independente de sua vontade. De qualquer modo, tal como o consensus gentium, a doutrina religiosa mostra-nos invariavelmente e em toda parte que esta condição deve estar ligada a uma causa externa ao indivíduo. O minucioso pode ser a propriedade de um objeto visível, ou o influxo de uma presença invisível, que produzem uma modificação especial na consciência. Tal é, pelo menos, a regra universal (JUNG, 1997, p. 9).

Mas, como o que se propõe é tratar o temo de forma delimitada ao contexto cristão,

antes de estreitar a concepção, definiremos o que se entende por cristianismo. O termo não

permite variações e se aplica a uma configuração bastante específica. Em contribuição

pertinente em aspecto glossário, os já citados Champlin e Bentes apresentam uma construção

histórica do termo apresentando seus elementos fundantes e nuances. Eles afirmam se

referindo à expressão “cristianismo”:

Essa palavra veio à existência no século II d.C., como designação da religião que se desenvolvera em torno da pessoa do Senhor Jesus Cristo. Esse vocábulo encontra-se, pela primeira vez, nos escritos de Inácio, quando ele falava sobre aquele sistema e sua prática religiosa, o qual é odiado pelo mundo. Em Magn. x e em Phila vi, Inácio usou a palavra para fazer contraste com o judaísmo. Em Magn. x ele a empregou para denotar aquele sistema de fé que incorpora a Verdade e requer uma vida que corresponda a essa verdade (CHAMPLIN e BENTES, 1997, v. 1, p. 973).

A definição não deve ser apreciada de uma forma simplória e reducionista. Pois,

segundo os autores acima, o Cristianismo se trata de um arcabouço teórico e prático que foi

construído em torno da pessoa de Jesus Cristo, que acaba por servir de base, em sua vida e

obra registradas na Bíblia Sagrada, para a concepção religiosa denominada: cristianismo. O

que já foi considerado até o presente momento permite seguramente fazer uma junção dos

dois termos, isto é, Religião e Cristianismo, e assim, identificar proposições feitas pela

Religião Cristã. Sendo assim, diante do conceito de Religião que se estabelece na perspectiva

de religar ou mesmo atar, pode-se compreender que a questão central da religião será sempre

estabelecer um vínculo, uma ponte entre duas partes que estão em estado primário

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distanciadas ou mesmo separadas. A proposta da religião Cristã apresenta o homem separado

de Deus após a queda. A fé cristã trata esta queda como sendo o pecado, que segundo

Champlin e Bentes (1997, v. 5, p. 145) “no grego é amartia. Esse termo é derivado de uma

raiz que indica ‘errar o alvo’, ‘fracassar’”. Trata-se do fracasso em não atingir um padrão

conhecido, mas, antes, desviando-se do mesmo. Essa palavra é vétero-testamentária,

apresentada no livro do Gênesis, no relato da introdução do pecado na história da humanidade

promovendo o que foi aqui classificado como queda. Se este homem errou o alvo, logo

rompeu o laço existente entre Deus e ele. Portanto, passou da condição de atado a divindade à

condição de separado dela. É então neste contexto de separação entre o homem e Deus que

surge a figura de Jesus Cristo, que aparece como pessoa capaz de restaurar este elo de ligação

rompido pelo pecado que foi responsável por separar o homem de Deus. A figura de Jesus

Cristo é apresentada com propriedade a partir da leitura feita por Coenen e Brown (2000):

O nome “Jesus Cristo” realmente se compõe de um nome próprio, “Jesus”, e um título “Cristo” que se ligam de uma maneira nova e sem igual. É, portanto, a fórmula que expressa a fé da parte dos cristãos mais antigos em Jesus de Nazaré como Mestre e Senhor deles, Rei-Salvador e Redentor Universal que Deus prometeu ao Seu povo, Israel. Esta fórmula galgou uma significância central permanente para todas as gerações subseqüentes de cristãos, como declaração apropriada do objeto da sua fé (COENEN e BROWN, 2000, p. 1075).

O fato de Jesus Cristo ser apresentado como o salvador que veio para buscar o que se

havia perdido, isto é, o homem que ficou por conta do pecado separado da divindade, faz dEle

a “ponte”, ou seja, a pessoa responsável por religar o homem a Deus. Compreender este

aspecto doutrinário da fé cristã permite invariavelmente promover sentido na junção dos

termos “Religião” e “Cristianismo”, levando-se à conclusão de que Religião Cristã apresenta

como foco a pessoa de Jesus Cristo como sendo o Salvador. Se o indivíduo participa da idéia

de salvação cristã estará religado a Deus. Isto serve de base para compreender que a união de

Deus e do homem se acha traduzida no símbolo de Cristo ou da Cruz:

A religião é uma relação com o valor supremo ou mais poderoso, seja ele positivo ou negativo, relação esta que pode ser voluntária ou involuntária; isto significa que alguém pode estar possuído inconscientemente por um “valor”, ou seja, por um fator psíquico cheio de energia, ou que pode adotá-lo conscientemente. O fator psicológico que dentro do homem, possui um poder supremo, age como “Deus”, porque é sempre ao valor psíquico avassalador que se dá o nome de Deus. Logo que um Deus deixa de ser um fator avassalador, converte-se num simples nome. Nele o essencial morreu, e seu poder dissipou-se. Porque os deuses do Olimpo perderam seu prestígio e sua influência sobre a alma humana? Porque cumpriram sua tarefa e porque um novo ministério se iniciava: o Deus que se fez homem (JUNG, 1999, pp. 85-86).

Se a Religião Cristã foi construída em torno da pessoa de Jesus Cristo, o seu

desenvolvimento se deu a partir da Instituição da Igreja. Sobrinho (1998, p.16) diz que “Igreja

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vem do grego ekklesia que aparece 114 vezes no Novo Testamento”. Essa expressão aparece

variada em sentido. Não obstante o termo aparecer na forma vernácula grega ekklesia,

apresentada em figuras bíblicas que são usadas para caracterizar a Igreja.

Corpo de Cristo – somatos tou Kristou (Ef 4.12). “O corpo é maior do que cada um de seus membros” (Taylor) e Cristo é a cabeça (Ef 5.23). Esse é um conceito novo, sem paralelo no VT. Kefalé não significa apenas a cabeça física, mas, também “cérebro”, “comando”, a autoridade suprema de um corpo jurídico, ou ainda, “pensamento”, exatamente como em português. Essa expressão abrange também as idéias de que é a através do corpo que se realizam os atos determinados pelo cérebro e é através do cérebro que se dá a unidade do corpo, havendo, portanto, uma associação completa entre a cabeça e os membros. Os membros do corpo não se comunicam entre si, mas, através do cérebro. É à Igreja – somatos – (corpo) que compete realizar na terra os propósitos de Cristo – Kefalé (cabeça) e só em Cristo, a cabeça, é que se torna possível a unidade da Igreja, o corpo. (...) Um corpo dividido é um corpo morto. Um corpo não pode ter duas cabeças e nem pode ter dois corpos (SOBRINHO, 1999, pp. 16-17)

A religião Cristã se fechou na perspectiva de que precisava estabelecer suas doutrinas

num arcabouço que lhe permitiu construir sua história. E todas as vezes que a doutrina foi

ameaçada pela introdução de um novo “cérebro”, a religião cristã representada pela Igreja, se

dividiu.

3 ASPECTOS PSICOLÓGICOS DOS GRUPOS NO CONTEXTO RELIGIOSO

Ações comportamentais de natureza religiosa assim como as apresentadas no

cristianismo, devem apresentar uma análise legitimadora da dimensão social nos aspectos

psicológicos. O homem não se torna egoísta sozinho, a religião é construída de forma

interpessoal. A religião é, portanto, aprendida e vivida socialmente:

O egoísta é uma unidade de oposição, em que a tensão e o conflito se originam da dualidade essencial da existência pessoal. Isso Martin Buber chama de Tu inato que, desde o nascimento, estará sempre contra meu isolamento. Entrar em uma relação é aceitar essa tensão de dualidade, como essencial para o meu ser e viver a vida de confrontação. O significado da relação é tão necessário, que o que se encontra em toda relação com o Tu, leva o homem a se encontrar com o eterno, com o revelado. Encontramos Deus, não pelo afastamento das pessoas humanas, mas, Deus nos encontra em todas as nossas relações interpessoais. ‘Cada Tu nos leva ao Tu eterno’ (JOHNSON, 1964, p. 45).

Tal nos conduz ao entendimento de que o comportamento religioso procura o mais

amplo ajustamento possível da vida, pois, está relacionado com a suprema relação. O limite

de ajustamento mede a vida, embora não o faça num sentido simplesmente quantitativo, pois,

o interesse religioso é a procura de uma qualidade de vida que possua significado, ao dar e

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receber afeição2. Quanto à dinâmica Eu e Tu, o que vai classificar de relações internas versus

relações externas pode ter poder de despedaçar e recompor. Na verdade nunca deve ser vista e

encarada como estática, pois, nada do que é atingido é definitivo, tanto para satisfazer o

presente quanto para assegurar o futuro. Ele ainda contribui: “No outro sentido essas relações

possuem o poder de realizar o que, de outro modo, não pode ser total, pois o indivíduo isolado

é fragmentado e solitário” (JOHNSON, 1964, p. 104). Isto promove a conclusão de que a sua

natureza exige a filiação com outras pessoas, em relações mais amplas.

A questão religiosa é motivada constantemente pela necessidade dilaceradora da

pessoa não realizada e o poder realizador da relação suprema. Pensar na experiência religiosa

cristã dentro de uma dinâmica construída nos moldes grupais é reconhecer o que a integração

da personalidade significa neste âmbito, a coordenação efetiva de interesse, emoções e

intenções, o que propõe transitar nos aspectos psicológicos dos grupos no contexto religioso

cristão.

De uma forma geral diante daquilo com o que a presente pesquisa se ocupou até este

dado momento, pode-se afirmar como Harlow et al (1978, p. 540) que “grupo é um conjunto

de indivíduos”. Todavia um aspecto importante a ser considerado num grupo é a liderança,

pois, a liderança estabelece uma forma de acontecer um determinado grupo, seja pela sua

presença, seja pela sua ausência, como os referidos autores mesmo observam:

Há muitas maneiras de classificar grupos – pode-se dividi-los em sem liderança, em contraposição aos que têm um líder designado, estruturados e não-estruturados, permanentes e temporários, dinâmicos e estáticos. A principal razão destas distinções é o fato de que variáveis que afetam o desempenho num tipo de grupo têm efeitos muito diferentes num outro tipo (HARLOW et al, 1978, p. 541).

Segundo Mata (1975), quando se trata de liderança, é preciso destacar as proposições

de Kurt Lewin que juntamente com colegas e colaboradores, sistematizou uma pesquisa sobre

os Estilos de Liderança, que contemplam o que ficou estabelecido como esquema lewiniano.

Trata-se de uma trilogia como demonstra a citação a seguir: “o autoritário, o democrático e o

laissezfaire (ou abdicrático, também considerado vacuum de liderança)” (MATA, 1975, p.

22). Mas seria injusto afirmar que Lewin figura como o único a tratar do tema liderança

quanto ao fenômeno de Grupo, uma vez que a experiência da guerra mundial (1939-1945)

representou o início e desenvolvimento imenso e cuidadoso acerca do tema (MATA, 1975).

A figura do líder eclode socialmente e pode aparecer em configurações variadas e

sempre em conformidade com o grupo, e sempre se coaduna com aspectos bem particulares.

2 JHONSON, 1964

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A figura do líder ainda precisa ser legitimada pelos que a ele se submetem, que neste contexto

são os liderados. Isto fica claro a seguir:

A liderança é um processo de influenciação social que ocorre em circunstâncias, momentos e níveis os mais diversos. São tão variados os fenômenos de liderança que se torna lícito indagar se de fato se trata de um fenômeno de um tipo de ocorrência. (...) Os psicólogos sociais, em particular, empenham-se no estudo das relações entre variáveis que podem ser alocadas em quatro grupos distintos: no das características de personalidade e comportamento dos líderes; no dos atributos psicológicos dos seguidores; no das situações em que se desenrola o processo de liderança; e no das tarefas cometidas ou assumidas pelos grupos (KRÜGER, 1986, p. 74).

Levando-se em conta o que acima foi citado, é possível observar quanto ao líder

isolado do seu contexto histórico, que seria o meio físico, cultural, socioeconômico e

organizacional, que esta é apenas uma das dimensões do fenômeno de liderança, uma vez que

resta a situação e a presença dos liderados, com seus interesses, seus valores, suas atitudes e

suas esperanças.

No tocante à estrutura religiosa cristã à qual os fiéis se submetem, é latente a

convergência pressuposta em uma liderança. Isto é, um grupo se estabelece sempre em busca

de uma relação vinculada à figura de um líder. Freud atentou para esta dinâmica na formação

dos grupos e afirmou:

Um grupo é um rebanho obediente, que nunca poderia viver sem um senhor. Possui tal anseio de obediência, que se submete instintivamente a qualquer um que se indique a si próprio como chefe. Embora, dessa maneira, as necessidades de um grupo o conduzam até meio caminho ao encontro de um líder, este, contudo deve ajustar-se àquele em suas qualidades pessoais. Deve ser fascinado por uma intensa fé (numa idéia), a fim de despertar a fé do grupo; tem de possuir vontade forte e imponente, que o grupo, que não tem vontade própria, possa dele aceitar. (...) Além disso, atribui tanto quanto aos líderes um poder misterioso e irresistível, a que chama de ‘prestígio’. O prestígio é uma espécie de domínio exercido sobre nós por um indivíduo, um trabalho ou uma idéia (FREUD, 1996, p. 91).

O que se nota na citação acima é que a figura de um líder é essencial na formação de

um grupo. Trata-se de um líder que, embora, conte com aspectos facilitadores para emergir no

contexto grupal precisa contar com prerrogativas distintas e que estabelecem vínculos

psicológicos com os integrantes do grupo, neste caso, os liderados. Este líder precisa ter a

capacidade de despertar aqui a “fé” naqueles que à sua liderança se submetem. Diz-se

“submeter”, porque o processo é de autoridade. Se há autoridade, há relação de confiança e

entrega. Se há entrega, há realmente prestígio por parte da figura do líder.

Segundo Freud (1996), um grupo é extremamente crédulo e aberto à influência,

contando ainda com sentimentos muito simples e muito exagerados, não conhecendo,

portanto, nem a dúvida, nem a incerteza. O aspecto psicológico que sempre estará em jogo

11

numa relação de liderança em grupo é a supervalorização daquilo que se usa como

instrumento da relação. Se for a fé, quanto mais emblemática, mais força terá o líder junto aos

liderados. Quanto a isso preceitua:

Inclinado como é a todos os extremos, um grupo só pode ser excitado por um estímulo excessivo. Quem quer que deseje produzir efeito sobre ele, não necessita de nenhuma ordem lógica em seus argumentos; deve pintar nas cores mais fortes, deve exagerar e repetir a mesma coisa diversas vezes (FREUD, 1996, p. 89).

Uma questão importante é que isto se aplica à realidade grupal, mesmo quando se trata

da violência e absurdos que para quem está de fora do contexto grupal, fica até difícil de

acreditar. Freud (1996) afirma que o que o grupo exige de seus heróis é a força, desde que

esta seja veemente, pois, bondade, poderia ser confundida com fraqueza. O povo anseia por

direção, e se tem um toque de opressão, seria o ideal, pois, o povo quer mesmo é temer seus

senhores. Isto explica, porque no contexto religioso cristão, a palavra de um líder em muitos

momentos tem sido lei inquestionável, por mais absurda que pareça. Os liderados são capazes

de entregar todo o dinheiro, todo o patrimônio, e se for preciso, a própria vida em nome de

uma causa estabelecida pela forte liderança. Veja a seguir o que corrobora o acima exposto:

(...) sob a influência da sugestão, os grupos também são capazes de elevadas realizações sob forma de abnegação, desprendimento e devoção a um ideal. Ao passo que com indivíduos isolados o interesse pessoal é quase a única motivadora, nos grupos ele muito raramente é proeminente. É possível afirmar que um indivíduo tenha seus padrões morais elevados por um grupo. Ao passo que a capacidade intelectual de um grupo está sempre muito abaixo da de um indivíduo, sua conduta ética pode tanto elevar-se muito acima da conduta deste último, quanto cair muito abaixo dela (FREUD, 1996, pp. 89-90).

O que fica evidente é que a conduta do indivíduo no contexto grupal será melhor ou

pior, dependendo dos ideais que regem os liderados. Isto é, o líder precisa ter como ideal um

caminho que produza benefício para seus liderados, caso contrário os liderados serão

“vítimas” de um processo “perverso” e que produzirá prejuízos nos mais variados âmbitos, ou

seja, desde materiais até emocionais, e por que não dizer, vitais.

Se por um lado o que determina a conduta de um grupo se relaciona diretamente ao

ideal asseverado pelo líder, por outro, o exercício da liderança demanda compreensão que não

cause confusão quanto ao seu fundamento. Justamente neste ponto, faz-se necessário

estabelecer uma diferenciação entre liderança e dominação. A questão é resolvida em uma

linha tênue, mas, nem por isso, deixa de ser fidedigna. Segundo Krüger (1986), o conceito de

dominação se coaduna com a perspectiva de uma aplicação baseada na força física, sexo e

idade, ou seja, subjugando o grupo. O exercício é do poderio, enquanto liderança traz consigo

12

a idéia de relações interpessoais, isto se aplica verdadeiramente à seguinte idéia por ele

asseverada:

Basicamente, entende-se que ocorra liderança quando alguma pessoa se torna capaz de modificar as crenças, atitudes e comportamento de outros indivíduos, organizando-os e orientando suas ações para objetivos que passam a desejar atingir (KRÜGER, 1986, p. 74).

O que se identifica é que a figura do líder exerce de fato, bastante influência, caso

contrário pode haver de tudo, menos liderança. Por essa razão tal figura, isto é, o líder, no

contexto religioso cristão é de fundamental importância. Vale ressaltar que a Igreja Cristã

assumiu na figura do líder um aspecto representativo da própria divindade. Isto se notabiliza a

seguir naquilo que Freud (1996) classificou como grupos artificiais – “Igreja” e “Exército”:

“É de notar que nesses dois grupos artificiais, cada indivíduo está ligado por laços libidinais

por um lado ao líder (Cristo, o comandante-chefe) e por outro, aos demais membros do

grupo” (FREUD, 1996, p. 107). Lembrando que o conceito de libido em Freud é:

Expressão extraída da teoria das emoções. Damos esse nome à energia, considerada como uma magnitude quantitativa (embora na realidade não seja presentemente mensurável), daqueles instintos que têm a ver com tudo que pode ser abrangido sob a palavra ‘amor’ (FREUD, 1996, p.101).

Esta figura, que num primeiro momento pode ser apresentada como imanente,

invisível, como a pessoa de Jesus Cristo, como sendo o que foi apresentado aqui como

comandante-chefe não se estabelece como o único líder na estrutura Religiosa Cristã, como a

seguir é possível constatar:

Essa abstração ainda poderá achar-se mais ou menos completamente corporificada na figura do que poderíamos chamar de líder secundário, e interessantes variações surgiriam da relação entre a idéia e o líder. (...) Surgiria então a questão de saber se o líder é realmente indispensável à essência de um grupo, e outras ainda, além dessa (FREUD, 1996, p. 111).

Talvez a citação fique suspensa ao ar sem algumas amarrações que se fazem

necessárias ao entendimento. Por essa razão, é mister retomar a afirmação feita pelo referido

teórico de que num grupo cada indivíduo, está ligado ao líder por laços libidinais. Asseverar

esta tônica demanda mais uma afirmação freudiana: “A libido se liga à satisfação das grandes

necessidades vitais e escolhe como seus primeiros objetos as pessoas que têm uma parte nesse

processo” (FREUD, 1996, pp. 113-114). Isto conduz à conclusão de que o líder terá que se

apresentar como parte implicada no processo de satisfação das grandes necessidades do

sujeito. Um grupo demanda, portanto, de uma liderança, que esta promova apoio, facilitação

da interação do sujeito no grupo religioso no qual em processo se insere. Olhar a liderança

dentro de tal perspectiva provoca a pesquisa a assumir caráter hermenêutico, isto é,

13

interpretativo. Ponderando, portanto, as considerações acima, o líder incorpora praticamente,

uma figura com aspecto divino. Isto é o que se apresenta a seguir:

A religião serve para revelar o que há de mais profundo na alma do homem, associado ao que lhe é mais profundo no mundo que o cerca. Assim, lançando uma ponte entre as energias psíquicas subjetivas e objetivas, a maré corre nos dois sentidos, para dentro, e para fora. Na história primitiva das religiões o homem projetou suas imagens inconscientes e seus mais profundos desejos em símbolos objetivos e deuses exteriores. Os deuses encarnaram a princípio o poder sobre-humano, no cimo das montanhas. Então, transformaram-se todos num só Deus que impõe a ordem e a unidade ao mundo psíquico. (...) As projeções são afastadas e a energia divina se nos torna patente através de funções psíquicas (JHONSON, 1964, p. 216).

O grupo de modo geral quer se submeter ao líder. Note na análise destacada abaixo o

que se destaca a respeito da forma de ser de um grupo:

Respeita a força e só ligeiramente uma forma de fraqueza. O que exige de seus heróis, é a força ou mesmo a violência. Quer ser dirigido, oprimido e temer seus senhores. Fundamentalmente, é inteiramente conservador e tem profunda aversão por todas as inovações e progressos, e um respeito ilimitado pela tradição (FREUD, 1996, p. 89)

O líder que consegue conservar as tradições se faz cada vez mais líder e inquestionável

diante do grupo. Um grupo religioso, diga-se de passagem, estabelece e faz questão de

conservar tradições. São elas que dão sustentação e desenvolvimento à sua existência. Isto

pode ser chamado de confissão de fé por alguns, mas, esta pesquisa opta pela expressão

dogma que cuida de estabelecer os conceitos que regem a Igreja Cristã. Segundo Jung (1999)

a perspectiva dogmática é tão forte que seria feito um sonho que reflete a atividade

espontânea e autônoma da psique objetiva, isto é, propriamente do inconsciente. Ele afirma

“Esta expressão do inconsciente constitui um expediente defensivo contra novas experiências

imediatas e é muito mais eficaz do que uma teoria científica” (JUNG, 1999, p. 50). O que

corrobora o que Freud (1996), chamou de conservadora. Em sua obra citada acima, Jung

(1999) estabelece que a Ciência tende a desmerecer os valores emotivos da experiência, ao

passo que o dogma é por demais expressivo. É notável que uma teoria científica é tão

vulnerável que volta e meia é superada por outra, mas, isso não é percebido com o dogma.

Ele, ao contrário, perdura por longos séculos. Veja o que ainda deve ser considerado:

O dogma constitui uma expressão da alma muito mais completa do que uma teoria científica, pois esta última só é formulada pela consciência. Além disso, através de seus conceitos abstratos, uma teoria mal consegue exprimir o que é vivo, enquanto o dogma, utilizando-se da forma dramática do pecado, da penitência, do sacrifício e da redenção, logra exprimir adequadamente o processo vivo e inconsciente. Sob este aspecto, é realmente espantoso o fato de que não tenha podido evitar o cisma protestante (JUNG, 1999, p. 51).

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A opressão que pesa aos liderados, muitas vezes imputada à figura do líder, em certa

medida é injusta, uma vez que o líder nada mais faz do que atender aos anseios dos seus

liderados. Afinal, seja pelo dogma, seja, por outro instrumento de “manipulação”, o que os

liderados querem mesmo é servir aos seus senhores.

4 CRENÇAS, CONDUTA E VALORES

Levando em conta os aspectos psicológicos dos grupos no contexto religioso

contempla-se doravante a questão das crenças, conduta e valores. Crença deve ser preceituada

para além de uma interpretação ou perspectiva que se estabeleça em conjecturas e declaração

de fé. É o que se observa na afirmação de que “crenças são proposições que, na sua

formulação mais simples, afirmam ou negam uma relação entre dois objetos concretos ou

abstratos, ou entre um objeto e algum possível atributo” (KRÜGER, 1986, p. 32). Ter tal

compreensão permite ampliar horizontes.

Devemos nos ocupar com a seguinte perspectiva ao tratar das crenças, segundo

Jhonson (1964), a de que ao que parece, existe uma tendência natural para o ato de crer, isto é,

no íntimo, todo homem é um crente. Nem todos crêem nas mesmas coisas, mas, todos crêem

em algo.

Os fatores que condicionam a crença podem ser classificados em sociológicos e psicológicos. Embora esses fatores se sobreponham e se influenciem mutuamente, é necessário encarar sob esses dois aspectos a tendência que leva o homem a crer. As condições sociológicas incluem todas as influências determinantes de crença, provenientes da organização em grupos sociais. Atitudes e crenças, associadas a ações e palavras, tornam-se contagiosas (JHONSON, 1964, p. 186).

Com isso sentimos o que os outros sentem e pensamos como os outros pensam, porque

desejamos compartilhar de uma vida comum e tornamo-nos parte do grupo social:

A repetição dá origem a costumes e tradições que revestem a autoridade da sanção do grupo – deve haver alguma para que tantos creiam em certas coisas. Quando os mais sábios e melhores acreditam, além da sanção quantitativa, a qualitativa, e nos inclinamos a aceitar a autoridade do prestígio tanto quanto a do maior número (JHONSON, 1964, p. 186).

Um aspecto que não pode deixar de ser contemplado nessa discussão é o paradoxo

formado nesta dimensão. É como Freud (1996) destaca que um grupo é tão intolerante quanto

obediente à autoridade. Não há como negar que as palavras no fenômeno de grupo têm um

poder extraordinário. Perceba:

Um grupo, ainda está sujeito ao poder verdadeiramente mágico das palavras, que podem evocar as mais formidáveis tempestades na mente grupal, sendo até capazes de apaziguá-las. A razão e os argumentos são incapazes de combater certas palavras e fórmulas. Elas são proferidas com solenidade na presença dos grupos e, assim que

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foram pronunciadas, uma expressão de respeito se torna visível em todos os semblantes e todas as cabeças se curvam. Por muitos são consideradas como forças naturais ou como poderes sobrenaturais (FREUD, 1996, p. 90).

É, portanto, o poder da palavra que se torna um instrumento irresistível para a crença

de um grupo. Não é por acaso que os grupos religiosos de ordem cristã se utilizam da prédica

que tem a ver com o sermão. Vale à pena conferir alguns termos esclarecedores como

“Homilética”, que originalmente vem do vocábulo grego, οµλιαοµλιαοµλιαοµλια (homilia), que está

diretamente ligado à conversação, que com o passar do tempo, tomou corpo, com a conotação

de Discurso Religioso.

Neste aspecto, os primeiros conceitos estão relacionados a alguns outros vocábulos

gregos que valem à pena ser avaliados, como οµιλετικοζοµιλετικοζοµιλετικοζοµιλετικοζ omiletikós – “sociável”; Já na

forma verbal temos οµιλεινοµιλεινοµιλεινοµιλειν omileein – “estar em companhia de”; além do substantivo

οµιλοζοµιλοζοµιλοζοµιλοζ omilos – “assembléia”. Associando-se todos estes termos em suas mais variadas

formas, é possível compreender o conceito que se constrói, e uma vez que a sociabilidade está

intimamente ligada à linguagem, esse título homilética, veio a se referir àquele ramo da

retórica que trata da composição e entrega de sermões. Em outras palavras, a homilética é a

arte de compor e entregar sermões. Uma homilia por sua vez é um discurso ou sermão. As

homilias originais, dos pais da igreja, eram comentários sobre as Escrituras, ou mesmo

explanações a respeito das mesmas, envolvendo também os trechos bíblicos que eram lidos

durante os cultos religiosos (CHAMPLIN e BENTES, 1997).

De acordo com os concílios (Concílio vem da palavra grega σινεδριονσινεδριονσινεδριονσινεδριον synedrion –

estar sentado com... em discussão de uma questão; latim consillium – “assembléia”,

“ajuntamento”), especialmente o concílio Vaticano II, uma verdadeira homilia deveria ser

considerada parte da liturgia eclesiástica. Mas, em um sentido secundário, mesmo dentro da

Igreja Católica Romana, uma homilia é um sermão. Seja como for, torna-se óbvio, nas

páginas da história, que o sermão, tanto nas sinagogas quanto nas igrejas cristãs, sempre

ocupou um papel de destaque.

A Homilética tem sido ao longo da história um elemento importantíssimo na formação

da Teologia prática e formação ministerial dos líderes. É como se constata abaixo citado: Como uma disciplina a homilética é aquele ramo da teologia prática e das habilidades ministeriais que trata das regras relativas à preparação e entrega de sermões. O assunto tem sido considerado seriamente pelas igrejas e pelos seminários bíblicos. A obra de A. Vinet, Homiletics ou The Theoty of Preaching, publicada em 1853, tinha quase quinhentas páginas. (CHAMPLIN & BENTES, 1997, Vol. 3, p. 154).

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As condições psicológicas da crença surgem ao que indica até aqui, das influências

sociais da sugestão e da imitação. O interesse faz com que a atenção do indivíduo se volte

para outras pessoas, todo o organismo reage num sentido de exploração e de reações

perceptivas ao que observamos. Jhonson (1964) deixa claro em sua asseveração que a crença

é uma atitude social da crença de outrem. Isto de antemão explica porque pessoas tão

diferentes acabam por crer nas mesmas coisas. Isto é, há sempre uma influência social no

grupo que define a crença comum. Os cristãos chamam isso de testemunho, que se vale tanto

do exemplo, quanto da palavra, que como já se constatou aqui, tem poder “mágico”. Para ele

é natural que acreditemos no que os outros crêem, e assim, praticamente todas as nossas

crenças são socialmente condicionadas. Aprofundando, subtende-se que os pilares de

sustentação das crenças estão intimamente ligados aos interesses e necessidades, desejos e

aversões. Quanto a isso vale perceber:

A análise psicológica estabelece, freqüentemente, associação entre a crença religiosa e os equívocos irracionais do inconsciente: a) O interesse por Deus é apontado como manifestação do “complexo do pai”. É encarado como uma forma de nostalgia de saudade patética do lar, dos cuidados que os pais ministram aos filhos pequeninos. b) A esperança religiosa é considerada como uma supercompensação à inferioridade e à frustração do ego. A satisfação religiosa é um ópio ao qual o fraco fica escravizado, na tentativa de atenuar o sofrimento de uma existência trágica. c) As preces a Deus são consideradas uma projeção de carga de desalento e dependência para com ombros do Eterno. Confiamos em Deus , substituindo um crédito em dinheiro por um crédito em fé. d) A crença religiosa é qualificada de “sonho” que se compraz com as fantasias da crença, naquilo em que alguém deseja crer. A fé é sugestão sob o efeito hipnótico da música suave e dos vitrais coloridos, ou sob a pressão da aceitação do grupo (JHONSON, 1964, p. 188).

As crenças mexem invariavelmente com os indivíduos. Elas têm o poder de instaurar

dúvidas, receios, desconfianças, expectativas excessivas ou atitudes negativas, que certamente

exercerão influência sobre a conduta das pessoas engajadas em situações de ordem grupal. E

pensar nesta perspectiva negativa é estabelecer o problema da dúvida, que freqüentemente é

do ponto de vista consciente, temida e evitada. Ela pode ter nuances positivas, uma vez que

desperta a aquilo que Kant chamou de “sonolência do dogmatismo” (JHONSON, 1964).

Portanto, pode pressupor que a fé inabalável deve em sua estrutura excluir a dúvida.

Justamente, por isso, Freud destaca:

Os grupos nunca ansiaram pela verdade. Exigem ilusões e não podem passar sem elas. Constantemente dão ao que é irreal procedência sobre o real; são quase tão intensamente influenciados pelo que é falso quanto pelo que é verdadeiro. Possuem tendência evidente a não distinguir entre as duas coisas (FREUD, 1996, p. 91).

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Ao falar de crenças, invariavelmente, assume-se um caminho que culmina nas

atitudes, preconceitos e valores, que segundo Krüger (1986) são estruturas relativamente

estáveis, resultantes de experiências individuais, sendo a aprendizagem uma delas. E ainda em

seus escritos, observa-se sua preocupação em demonstrar que na formação de atitudes, assim

como na de preconceitos e valores, são de significativa importância as influências que

sofremos nos diversos grupos dos quais fazemos parte, que transitam da família aos grupos

institucionalizados. Na sua visão fica também evidente que ao longo dessas experiências de

interação social, multiplicadas à medida que novos papéis passam a ser desempenhados,

crescem as oportunidades de reforço e imitação.

Ainda acerca das atitudes, o que se pode considerar é que o comportamento social

experimenta mudanças. É sabido que quanto à socialização de uma pessoa, o processo de

torná-la socialmente aceitável, inicia-se no nascimento, sob controle dos pais. Porém, a

influência familiar não é a principal força socializadora. Pois, as atitudes e crenças são

alteradas e mantidas por outros fatores. Isto fica evidente a seguir:

A atitude de uma pessoa reflete sua maneira de perceber as coisas do mundo – outros indivíduos, objetos, opiniões, crenças. As pessoas não nascem com atitudes formadas. Ao contrário, as atitudes são aprendidas e, por isso, sem dúvida são influenciadas pela experiência subseqüente. Assim, elas podem mudar com o tempo, algumas mais fácil e prontamente que outras (HARLOW et al, 1978, p. 545).

Aplicada à Religião Cristã, a confiança cria o valor. Da confiança recíproca nos

valores intangíveis do intercâmbio comercial, surgem as estruturas de crédito. A civilização é

a soma dos valores humanos conquistados nas relações de confiança (JHONSON, 1964). Isto

determina um aspecto importante, que é o fato de que a conduta dos indivíduos num grupo

dependerá das referidas relações de confiança. Ainda nesta seqüência Jhonson (1964)

estabelece que toda união e cooperação social, surgem da comunidade de crenças. Isto é, se

não acreditarmos nos mesmos valores, não poderemos lutar juntos por eles. Daí surge a tensão

da busca e da luta por certos objetivos. E para ele a fé num modo religioso de vida que

transforma todos os valores, ajustando-se às suas normas, e os desejos são condenados ou

aprovados conforme atendam às exigências da vida religiosa.

Diante disso a conduta religiosa entra em voga. O indivíduo inserido num grupo

religioso de ordem cristã pode ver seus valores e crenças alterados e ajustados às normas

vigentes no referido grupo. Mas, e quanto a conduta religiosa? Como a religião afeta a

conduta? Não há como negar que o teste crucial da religião é o teste da conduta. De acordo

com Jhonson (1964) a conduta é o comportamento voluntário. Trata-se do campo da Ética, no

qual alguém é responsável pelo que é capaz de controlar, pela escolha consciente. Ele afirma:

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É o ponto de encontro da Ética e a religião, no qual alguém pratica o bem por motivos religiosos e os motivos religiosos produzem boas obras. Como saberemos qual é o comportamento religioso? Duas respostas são apresentadas: a) Por seus frutos os conhecereis. Este é o teste da ação, visando os fins ou conseqüências para verificar quais são os efeitos. Certamente estes não devem ser ignorados, mas, os atos religiosos são confundidos com a crença. Pois o ato não foi praticado em nome da religião? A variedade de atos religiosos é quase infinita, e as contradições são desconcertantes. Há atos que em outras circunstâncias são criminosos – por exemplo, assassínio ou prostituição – podem ser sancionados por autoridade religiosa. Ou o mesmo ato – por exemplo, dar esmolas – pode ser praticado tanto por motivos religiosos quanto seculares. Assim, nos voltamos para os motivos. (...) É o motivo que faz a diferença essencial e controla a qualidade da ação. E os efeitos da conduta são diferentes porque os motivos assim os dirigem (JHONSON, 1964, p. 219).

5 O INDIVÍDUO E OS ELEMENTOS MOTIVACIONAIS DO SENSO DE

PERTENCIMENTO

Os processos grupais se estabelecem invariavelmente se valendo de elementos

motivacionais. Segundo Harlow et al., (1978), a motivação é o impulso fundamental que gera

comportamento. Ele ainda destaca que existem muitas fontes de motivação. Quanto a isto as

fontes e o significado do comportamento motivado são sexo, amor e afeição, ambição,

agressões e guerra, exploração, realização e aprovação social.

É sabido que motivação deriva do termo motivo. Já que se conclui que os processos

motivacionais fazem parte da história dos grupos, considera-se importante conhecer o terreno

no qual se propõe caminhar. Por esta razão analisemos o termo motivo:

A expressão “motivo” deriva do latim movere, que significa “mover”. Está ligada a “emoção”, do latim ex-movere, isto é, “mover-se para fora de” ou “impelir”. A motivação é, portanto, o processo de despertamento das energias da personalidade, que levam à ação. (JOHNSON, 1964, p. 209)

A fim de compreender o comportamento religioso precisamos investigar sua

motivação, a saber, o que leva os homens a agir como agem e para quais objetivos se

orientam. Segundo Johnson (1964), a psicologia que explora os “motivos” é chamada

psicologia dinâmica. Tem alcance mais amplo do que a simples descrição de uma audaciosa

pesquisa de motivos. Vários conceitos foram utilizados como instinto, propensão, impulso,

anseio, pressão, necessidade, interesse, desejo, atitude, sentimento. Conceitos com os quais se

pretendeu explicar porque e como agimos.

Embora os motivos pareçam se estruturar numa dinâmica consciente, o que se tem

constatado é que os motivos são tão conscientes quanto inconscientes. Pensando nisso Jung

afirma:

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Podemos dizer que a personalidade humana é constituída de duas partes: a primeira é a consciência e tudo o que ela abrange; a segunda é o interior de amplidão indeterminada da psique inconsciente. A personalidade consciente é mais ou menos definível e determinável. Mas, em relação à personalidade humana, como um todo, temos de admitir a impossibilidade de uma descrição completa dela. Em toda personalidade existe inevitavelmente algo indelineável e de indefinível, uma vez que ela apresenta um lado consciente e observável, que não contém determinados fatores, cuja existência, no entanto, é forçoso admitir, se quisermos explicar a existência de certos fatos. Estes fatores desconhecidos constituem aquilo que designamos como lado inconsciente da personalidade. (...) A experiência psicológica me tem mostrado invariavelmente que certos conteúdos provêm de uma psique mais ampla do que a consciência (JUNG, 1999, pp. 45-46).

Quando aplica seu entendimento à questão da religião propriamente dita, ele destaca a

diferença da experiência religiosa da experiência dogmática:

Jung distingue essa experiência religiosa do dogma e do ritual, que são moldados pela invenção humana para explicar ou mesmo servir de proteção contra a experiência perturbadora. Embora as práticas religiosas possam ser voluntárias e exercidas para produzir efeitos desejados, a crença numa causa divina exterior precede sempre a tais cerimoniais. Cada experiência contém alguma coisa que é desconhecida, que vai além do domínio do conhecimento sistematizado (JOHNSON, 1964, p. 215).

Logo o que se pode concluir é que o indivíduo integrado ao grupo se vale de motivos

conscientes e de motivos inconscientes. É até possível que quanto aos motivos conscientes,

num primeiro momento este indivíduo tenha resistência para se integrar ao grupo de ordem

religiosa cristã. Mas, com o tempo o faça porque estão em jogo motivos que vão para além de

sua consciência.

Quanto à motivação religiosa, o que se tem é que ela se estabelece como aquela que

incita a conduta religiosa. Isto fica claro no fato de que todo motivo acaba focalizado em

ação. Os temores e esperanças apontam atos de punição e recompensa. A aprovação social a

um programa mútuo de ação é reconhecido como desejável. Os motivos se originam de

necessidades como a afiliativa de relações interpessoais.

Os motivos eclodem dos desejos. São tensões voltadas para a meta, que liberam energias em ação direta. (...) As pessoas humanas são incompletas e procuram encontrar uma vida mais ampla no encontro de uma com a outra. É certo que existem limites para a liberdade de escolha. Ninguém pode ter tudo o que deseja. Não obstante, dentro dos limites em que estamos escolhendo a todo tempo, nenhuma psicologia pode abranger a noção do comportamento humano ou seguir motivos, sem observar as preferências e escolhas (JHONSON, 1964, p. 221).

Pensando nisso, em níveis religiosos primitivos o temor da punição e a esperança de

recompensa são provavelmente os motivos dominantes. Isto se aplica a questões que estão

relacionadas ao plano terreno e ao plano espiritual. E na verdade o que se observa é que além

das questões envolvendo esta vida, ainda se considera o mistério da morte, com as

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perspectivas de tortura do inferno e de recompensa no céu. Quanto à questão da punição,

obviamente dentro de uma perspectiva não-Behaviorista, a punição traz consigo um aspecto

negativo. E quanto a esta questão uma contradição se apresenta na citação a seguir: “É

paradoxal que a integração social seja em parte determinada por motivos anti-sociais de medo

e de cólera” (HARLOW et al., 1978, p. 143). Esta é uma questão que parece preceituar a

visão da provação. Se o sujeito é provado, pode ser aprovado. Caso aprovado pela divindade,

se torna pertencente a um grupo seleto de “servos autênticos” e “aperfeiçoados”. Isto fica

claro nas palavras a seguir: “Os males naturais, tais como incêndios, dilúvios, infecundidade,

moléstia, desgraça ou fracasso em empreendimentos são vistos como impulsionados por

espíritos irados para punição corretiva” (JHONSON, 1964, p. 220).

Ainda, é possível estabelecer outros motivos como a aprovação social, imperativos

ideais e devoção humana (JHONSON, 1964). As influências sociais operam constantemente

nas relações humanas. É difícil e penoso ser diferente e solitário, permanecer arredio. O

homem anseia pela unidade e solidariedade da associação. E quanto a isto a aprovação da

comunidade religiosa consegue obter bastante resultado. Na esfera grupal religiosa cristã o

indivíduo se sente “gente”. Ele é filho de Deus e irmão de seus pares. A respeito da relação do

indivíduo com a igreja e a figura de seu Cristo:

Todas as exigências feitas ao indivíduo derivam desse amor de Cristo. Um traço democrático perpassa pela Igreja, pela própria razão de que, perante Cristo, todos são iguais e todos possuem parte igual de seu amor. Não é sem profunda razão que se invoca a semelhança entre a comunidade cristã e uma família, e que os crentes chamam-se a si mesmos de irmãos em Cristo, isto é, irmãos através do amor que Cristo tem por eles (FREUD, 1996, p. 106).

Uma questão que vale ressaltar é que nem sempre na família o indivíduo é considerado

“gente”, trazendo consigo um histórico de rejeição. Mas, na Igreja ele se torna irmão dos

demais integrantes do grupo religioso cristão e filho de Deus. Este é um motivo mais do que

suficiente para pertencer ao grupo religioso cristão.

6 CONCLUSÃO

Tendo em vista as considerações apresentadas acima, ficam da pesquisa não apenas

impressões, mas, conclui-se a respeito do que foi proposto que a religião dentro do que foi

apresentado neste artigo, ou seja, uma religião cristã, se estabelece como um processo que

reúne aspectos psicológicos e sociológicos. Isto dá a ela o status de elemento norteador da

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visão existencial daqueles indivíduos que integram o grupo neste contexto, ou seja, religioso

cristão.

Diante do fenômeno de grupo no referido contexto, a liderança se estabelece como um

elemento determinante para que o grupo religioso na pessoa de cada fiel, ainda que vindo de

contexto sócio-histórico tão diferente de seus pares, se submeta de forma convergente na

mesma confissão de fé daqueles a quem chama de “irmãos”. O artigo apresentou quanto ao

elemento “liderança”, já como foi preceituado, que os grupos são inclinados a todos os

extremos, logo quanto mais emblemática for a fé que o líder imprimir nos fiéis, mais força

terá junto aos membros. Isto contribui em parte para compreender o problema referente ao

artigo.

Também ficou claro que o líder é legitimado à medida que consegue modificar as

crenças, atitudes e comportamento de outros indivíduos. Isto implica no fato de que liderança

é fundamental no processo grupal cristão provocando a vivência do que no cristianismo se

chama uma “nova vida”. Literalmente o que se espera dos fiéis é que passem a desejar atingir

os objetivos aos quais são incentivados neste contexto. Isto também contribui para a

construção da resposta ao problema.

Pensar nas crenças e valores é pensar no envolvimento que um indivíduo tem com a

vida. Pode-se diante disso ir além, pois, é pensar no posicionamento que este indivíduo terá

em relação à vida. Quanto a isto o presente artigo demonstrou que o discurso no poder mágico

que as palavras têm pode evocar influência na mente grupal, chegando no contexto religioso

cristão a vias de poder sobrenatural. Isto é um indicativo de que as pessoas ao se submeterem

ao grupo religioso vivenciam experiências que trazem a elas um efeito norteador do

comportamento. A prática ou conduta dos membros passa, portanto, a ser dirigida por motivos

religiosos. A autoridade religiosa sanciona os atos do grupo.

Ainda se constatou que os motivos que dão identidade ao comportamento grupal

religioso cristão estão sempre se valendo de elementos motivacionais que criarão a idéia de

senso de pertencimento no indivíduo ao grupo no qual ele está inserido.

Diante desta presente conclusão, concebemos que os objetivos da pesquisa foram

alcançados, embora, ainda haja muito o que pesquisar acerca do tema. Também se entende

que o presente artigo nunca pretendeu trabalhar exaustivamente a temática e muito menos

esgotá-la. Embora tenhamos consciência de que as conclusões a que a pesquisa permitiu que

fossem feitas são relevantes e contribuem para preencher lacunas existentes na perspectiva ora

adotada.

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Where two or three are gathered: The phenomenon of group in religiuos context

Abstract The Christian religion has established its mode of existence from the group experience, this causes the understanding that the relations of the group who profess faith obey such aspects are the property of explaining the phenomenon of group applies to this context. Given this, the article's claim to promote clarification of how these interpersonal relations are given and as a means to achieve this goal the concept of religion in a Christian perspective, the reading of the psychological aspects that identify the Christian religious group, with leadership as an element of convergence, an approach to belief, behavior and values that govern the group, and finally, before, the elements that create the motivational dimension of belonging to each individual. Interpersonal relationships take place in the religious context for the construction and influence exercised to each individual. Keywords: Religion, Christianity, group, individual, Belief.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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