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  • 175Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    A GINSTICA ARTSTICA NO BRASIL:REFLEXES SOBRE A FORMAO

    PROFISSIONAL

    Dra MYRIAN NUNOMURAEscola de Educao Fsica e Esporte da Universidade de So Paulo

    E-mail: [email protected]

    Dra VILMA LENI NISTA-PICCOLOUniversidade So Judas Tadeu

    Financiamento: Faep Fundao de Amparo ao Ensino e Pesquisa da Unicamp

    RESUMO

    No Brasil, ginstica artstica (GA) ainda um esporte pouco praticado, sem grandes reper-cusses na mdia. uma prtica esportiva que ainda carece de muito incentivo, tanto dosetor pblico como do privado. Quando comparada s outras modalidades de esportes, ouainda o mesmo esporte em outros pases, principalmente nas categorias mais avanadas,percebe-se a sua grande defasagem. Entretanto, a maioria dos cursos superiores de educa-o fsica ou esporte inclui essa disciplina em seus programas curriculares. E, atualmente, possvel observar a presena desse esporte em algumas escolas de ensino fundamental. Essepanorama da GA no Brasil motivou o presente estudo a investigar e, possivelmente, levantaralgumas das razes do quadro precrio da modalidade. A investigao ocorreu no mbito daformao profissional, envolvendo 30 tcnicos de GA que participam das competies oficiaisda Federao Paulista de Ginstica. Eles relataram sobre a formao que obtiveram, suasexpectativas, frustraes e /ou satisfaes quanto disciplina de GA no curso de graduao.Os resultados revelaram que os tcnicos esperavam uma formao especfica, que no foicontemplada nesses cursos, e que faltam subsdios para progredir na carreira. Os dadossugerem a necessidade de reformulao dos cursos atuais que formam esses profissionais e, apartir de comparaes com outros pases, a criao de um sistema educacional de prepara-o tcnica que oferea o aprofundamento desejado e necessrio sua atuao.

    PALAVRAS-CHAVE: Ginstica artstica; formao profissional.

  • 176 Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    A GINSTICA ARTSTICA E A FORMAO PROFISSIONAL NO BRASIL

    Segundo Dianno (1988), apesar da ginstica artstica (GA) ter chegado ao

    pas no incio do sculo XIX, esse perodo no foi suficiente para que o Brasil acom-

    panhasse o desenvolvimento internacional dessa modalidade. Tal situao se deve a

    muitos problemas que geram a necessidade desse esporte passar por muitas mu-

    danas, tanto tcnicas como administrativas. Para o autor, as principais dificuldades

    que a GA, como modalidade esportiva, enfrenta estariam no mbito das questes

    de infra-estrutura e do material humano (ginastas). Ele discute a questo da forma-

    o inadequada ou insuficiente dos profissionais que orientam o treinamento como

    um fator que contribui para o inexpressivo desenvolvimento da modalidade em

    nosso pas.

    Percorrendo os cursos de graduao em educao fsica e esporte (Anexo I),

    observarmos que entre as 41 escolas consultadas, 35 oferecem a disciplina de GA,

    sendo que 7 delas ainda possibilitam um aprofundamento, o que nos leva a concluir

    que, provavelmente, quase todos os tcnicos de GA obtiveram alguma informao

    dessa modalidade nesses cursos. Quanto ao contedo, de acordo com as ementas

    das disciplinas, a maioria das escolas desenvolve os fundamentos bsicos da GA e,

    provavelmente, fornece subsdios para capacitar os futuros profissionais a orientar

    programas de iniciao modalidade. No entanto, nenhuma delas tem o objetivo de

    formar tcnicos para orientar o alto nvel, mesmo aquelas que oferecem a GA II em

    carter de aprofundamento. Assim, fica-nos uma indagao: se os cursos de gradua-

    o no oferecem possibilidades ao futuro tcnico de encontrar embasamentos para

    avanar nessa carreira, como isso seria possvel? Onde que ele poderia encontrar

    o conhecimento necessrio para fundamentar sua atuao prtica?

    OS CURSOS DE GRADUAO E AS PRINCIPAIS MUDANAS

    Os cursos de graduao em educao fsica do Brasil tm recebido ateno

    especial devido s mudanas curriculares que vm sofrendo nas ltimas dcadas.

    Entre 1967 e 1987, os currculos permaneceram praticamente inalterados, existin-

    do apenas a opo de licenciatura em educao fsica (Borges, 1998). Uma srie de

    discusses a respeito dos programas de currculo dos cursos foi iniciada por volta

    dos anos de 1980-1990.

    Com o aumento da demanda por profissionais que atuam na rea no-esco-

    lar, os cursos de educao fsica comeam a buscar mudanas para atender socie-

    dade. Essa situao culminou com a criao do curso de bacharelado em educao

    fsica em 1987 e, em 1992, o curso de bacharelado em esporte. Segundo Silva e

  • 177Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    Machado (1997), essa criao nasceu da deturpao dos objetivos da licenciatura

    em educao fsica. Na tentativa de abastecer o mercado de trabalho com profes-

    sores de educao fsica, a maioria dos cursos superiores passou a aumentar os

    seus currculos com a finalidade de formar profissionais que atuassem em todas as

    reas da atividade fsica. Assim, os cursos de licenciatura no estavam mais voltando

    seu enfoque para a escola, at ento seu principal objetivo, mas para qualquer lugar

    no qual o aluno pudesse encontrar um emprego, sem se preocupar com o que

    deveria ser ou no a licenciatura. Segundo Tani (1992), essa caracterstica ecltica

    na formao do professor de educao fsica, o faz de tudo um pouco, injetou no

    mercado de trabalho um profissional indefinido e desorientado em relao ao seu

    campo profissional.

    A partir de 1978, iniciaram-se vrios encontros para a discusso desse tema

    nas principais universidades do pas (Tojal, 1989). Em 1984, o Conselho Federal de

    Educao (CFE), por meio da portaria n. 10/84, constituiu um Grupo de Trabalho

    Consultivo que, com base nas discusses entre as escolas de educao fsica, apre-

    sentou um anteprojeto de reformulao curricular. O CFE aprovou esse projeto,

    que definia um mnimo de contedos para formar licenciados e bacharis, por meio

    da resoluo n. 03/871.

    A partir desta data, ficou estabelecido o prazo de 3 anos (at 1990) para que

    cada instituio fizesse seus devidos ajustes curriculares atendendo as definies

    apresentadas.

    Entretanto, segundo Borges (1998), essas reformas curriculares no repre-

    sentaram um grande avano para a rea. O que aconteceu foi um inchao dos

    currculos, principalmente nas reas esportiva e biomdica. Segundo Taffarel (1993),

    o currculo tornou-se compartimentalizado e distante da realidade. Foi exatamente

    isso que Barros (1998) constatou ao investigar, por meio da anlise de 23 currcu-

    los, como as instituies de ensino superior do estado de So Paulo estavam desen-

    volvendo seus cursos de graduao em educao fsica aps a resoluo CFE n. 03/

    87. Surpreendentemente o autor concluiu que essas escolas praticamente nada

    fizeram para adequar os currculos de seus cursos ao novo referencial proposto

    pelo parecer CFE n. 215/87 e aos novos perfis desse profissional gerado pelo mer-

    cado de trabalho.

    1. A resoluo n. 03/87, consubstanciada no parecer n. 215/87, do relator Mauro C. Rodrigues, trata doperfil profissiogrfico do licenciado, do bacharel e do tcnico desportivo, e adota uma proposta decurrculo mnimo que busca o perfil profissional; define as reas de abrangncia do currculo e a dura-o mnima do curso (4 anos); e indica como deve ser a parte de formao geral (humanstica etcnica) e a parte de aprofundamento de conhecimentos especficos (Borges, 1998).

  • 178 Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    Para Borges (1998) a influncia alem, via escola de colnia e, mais tarde, a

    influncia americana, por intermdio de profissionais brasileiros formados na Euro-

    pa e nos Estados Unidos, resultou na prevalncia da idia de formao diferenciada,

    em bacharis e licenciados, culminando com a resoluo n. 03/87, na gesto do

    Conselho Federal de Educao.

    Aps esta grande reformulao do curso de educao fsica, os currculos

    no pararam mais de receber alteraes, incluses e excluses, recheados de crti-

    cas, mas com poucas sugestes advindas dos estudiosos das prprias universidades.

    E essas discusses e mudanas curriculares, tanto da licenciatura como do

    bacharelado, no se esgotam por aqui. Em funo das diferenas econmicas, so-

    ciais e culturais, provocadas pela grande distncia fsica entre as regies do Brasil,

    no se pode esperar que uma mesma estrutura curricular atenda s necessidades

    de todas as escolas de educao fsica e da sociedade na qual elas esto inseridas.

    Podemos observar que a mudana da licenciatura para o bacharelado em educao

    fsica trouxe questionamentos quanto sua necessidade e adequao rea e

    sociedade.

    A FORMAO NA REA DO ESPORTE

    Uma outra diviso da educao fsica, o bacharelado em esporte, levantou

    outras questes e incertezas que podemos constatar a seguir.

    A criao do bacharelado em esporte, proposta defendida por Oliveira (1988),

    visava ampliar o mercado de trabalho que, segundo o autor, no poderia mais ser

    atendido pelo profissional que estava sendo formado em licenciatura, ou ainda nos

    bacharelados existentes na rea de educao fsica.

    Barros (1996) tambm defende a necessidade dos profissionais que prestam

    servios no campo da educao fsica e do esporte, de definirem um espao pr-

    prio para serem melhor identificados e garantirem sua credibilidade na sociedade.

    O autor diz que diversos servios exigidos pela sociedade evoluram de tal forma

    que requerem uma preparao especializada e de longa durao para atender sa-

    tisfatoriamente a demanda. Essa preparao especfica seria normalmente obtida

    em um curso de graduao que, para o mesmo autor, tem como um de seus

    principais objetivos preparar profissionais para o mercado de trabalho.

    Um curso de graduao que possa formar um tcnico em esporte foi criado

    em 1992 e em razo da sua recente criao, ainda carece de uma estrutura curricular

    mais completa quando pensamos nas vrias dimenses que abarcam a prtica dos

    esportes, por exemplo, as questes psicolgicas e nutricionais, fatores tcnicos e

    tticos das diferentes modalidades, e outros.

  • 179Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    Muitos estudiosos vem o esporte como uma rea promissora (Tubino, 1994),

    e que, num futuro prximo, tender a crescer em demanda por servios e, conse-

    qentemente, buscar profissionais cada vez mais qualificados para atender este

    mercado de trabalho. Apesar dessa expectativa, ainda no houve muita mobilizao,

    principalmente das instituies privadas, em acompanhar esta tendncia, o que nos

    causa certa surpresa. Esse fato pode ser confirmado ao analisarmos os programas

    curriculares dos cursos, que na verdade, ainda esto atrelados ao antigo modelo do

    curso de licenciatura em educao fsica.

    Portanto, so poucas alternativas, no que concerne aos cursos de gradua-

    o, para aqueles que pretendessem atuar no esporte, como o curso de bachare-

    lado em esporte oferecido pela USP em So Paulo, o curso de bacharelado em

    educao fsica com aprofundamento em treinamento esportivo da Unicamp em

    Campinas, o curso de bacharelado em educao fsica com concentrao em Es-

    portes da Unesp de Rio Claro e, mais recentemente, o curso de cincias do espor-

    te da UEL de Londrina. Numa anlise um pouco mais cuidadosa desses cursos, a

    partir dos discursos de seus participantes, possvel entender que tambm eles ne-

    cessitam de reestruturao. Com isso, podemos perceber as dificuldades que en-

    contram profissionais que desejam atuar em clubes, com a prtica do treinamento.

    CLUBES ESPORTIVOS, FEDERAO E CONFEDERAO

    Em relao modalidade GA, no houve, at o presente momento, nenhu-

    ma iniciativa por parte da confederao ou das federaes em criar cursos para a

    formao dos nossos tcnicos.

    A vinda de tcnicos de vrias partes do mundo tambm no resolveu o

    problema (Oliveira, 1997), uma vez que no houve inteno de disseminar o co-

    nhecimento e a experincia desses tcnicos, ficando restrito apenas quelas institui-

    es que podem custear a estada dos tcnicos no pas.

    Esporadicamente, tambm recebemos a visita de alguns tcnicos estrangei-

    ros que ministram cursos rpidos. O problema, no entanto, persiste, pois no h

    continuidade e superviso na formao do profissional.

    A Confederao Brasileira de Ginstica (CBG), tem como responsabilidade

    a administrao de eventos, competies e a formao e atualizao dos rbitros.

    Segundo relato do presidente da gesto atual, a CBG teria interesse em promo-

    ver um programa para a formao de tcnicos, mas no poderia arcar com os

    custos de sua implantao e manuteno. A CBG criou, ento, um centro de

    treinamento com a inteno de promover o desenvolvimento de atletas de elite

    da GA no pas. Esse centro vem incentivando e mediando tanto a vinda de tcni-

  • 180 Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    cos estrangeiros como a ida de ginastas brasileiros para estagiarem em outros

    pases. Se compararmos aos anos anteriores, houve um crescimento consider-

    vel da GA no contexto nacional incentivado por esta instituio. Mas ainda acredi-

    tamos que falta CBG proporcionar meios para o desenvolvimento na carreira

    de tcnico.

    No Brasil, ainda prevalece a experincia de ex-atleta para a seleo de tcni-

    cos desta modalidade, cuja formao no muito questionada. Este quadro vem

    mudando lentamente. Prova disto a exigncia de formao superior, que alguns

    clubes esportivos fazem, para a admisso de seus profissionais.

    Muito embora alguns clubes esportivos apresentem atualmente grande

    representatividade em diferentes esportes de alto nvel, em nosso pas, tambm

    no tm desenvolvido ou incentivado nenhum programa de formao para tcni-

    cos. Eles somente promovem encontros entre tcnicos e dirigentes, competies

    e eventos e, s vezes, patrocinam a vinda de tcnicos e atletas de outros pases. Por

    mais beneficiadas que essas instituies possam ser com o desenvolvimento de

    cursos de aprimoramento de seus tcnicos, at o momento no h registro de que

    elas tenham investido nessa capacitao.

    Em funo de todas essas razes aqui levantadas, no que se relaciona for-

    mao de tcnicos em ginstica, o nosso assunto em questo, sentimos a necessi-

    dade de investigar o que pensam os atuais tcnicos sobre os aspectos que envol-

    vem a sua formao. Para tanto, desenvolvemos uma pesquisa com o objetivo de

    declarar quais so as nossas reais condies de treinamento desse esporte, que

    atualmente no Brasil, tem demonstrado um certo destaque internacional. Uma

    pesquisa que pudesse expressar at que ponto os profissionais que estamos for-

    mando podem contribuir para o avano da modalidade.

    PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    A abordagem metodolgica adotada neste estudo foi a anlise de contedo

    proposta por Bardin (2000), que representa um conjunto de tcnicas de anlise das

    comunicaes, utilizado com freqncia na rea de psicologia e cincias humanas.

    A opo metodolgica teve o objetivo de confirmar as hipteses pautadas na

    literatura e na experincia no mbito da GA (atleta, rbitro, tcnico, docente uni-

    versitrio).

    (a) O instrumento

    Para a coleta dos dados foi utilizada a entrevista, semi-estruturada e funda-

    mentada nos princpios propostos por Alves (1991) e Marconi e Lakatos

  • 181Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    (1990), atentando para o rigor cientfico de um procedimento dessa natu-

    reza.

    (b) A amostra

    O critrio estabelecido para a escolha dos participantes da entrevista foi

    ser um tcnico atuante na GA de uma instituio filiada Federao Paulista

    de Ginstica (CBG, 2000), cuja instituio participe de competies em

    qualquer categoria: iniciao, pr-infantil, infantil, juvenil ou adulta.

    (c) O tratamento

    As informaes obtidas nas entrevistas com os 30 tcnicos de GA foram

    transcritas para uma matriz, em um processo de codificao, na qual os

    dados brutos so transformados sistematicamente e agregados em cate-

    gorias, que permitem uma descrio exata das caractersticas pertinentes

    do contedo (Bardin, 1977). A rigorosidade do trabalho fez com que

    atentssemos s regras atreladas s categorias de fragmentao da comu-

    nicao para que a anlise fosse vlida: homogeneidade, exausto, exclu-

    sividade, objetividade e adequao.

    Segundo Bardin (1977), a organizao da codificao compreende trs es-

    colhas:

    - o recorte: escolha das unidades de registro, que correspondem ao seg-

    mento de contedo a considerar como unidade base, palavras ou frases,

    visando a categorizao, e a contagem freqencial; descobrir os ncleos

    de sentido que compem a comunicao e cuja presena ou freqncia

    de apario podem significar alguma coisa para o objeto analtico escolhi-

    do

    - a enumerao: escolha das regras de contagem, no caso, a importncia

    de uma unidade de registro aumenta com a freqncia de sua apario;

    - a classificao e a agregao: escolha das categorias, por meio da investi-

    gao do que cada elemento ou unidade de registro tem em comum

    com os outros.

    Para a descrio das variveis independentes: tempo de atuao e tempo de

    formao, utilizou-se a estatstica descritiva: mdia, desvio-padro, freqncias ab-

    soluta e relativa.

  • 182 Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    RESULTADOS

    O perfil dos tcnicos est apresentado nos itens 1, 2, 3, 4, 5 e 6 a seguir:

    1. Tempo de atuao como tcnico:

    Categorias Freqncia absoluta Freqncia relativa

    (1) at 11 meses 1 3,33%

    (2) de 12 a 35 meses 2 6,66%

    (3) de 36 a 71 meses 7 23,33%

    (4) de 72 a 107 meses 9 30%

    (5) de 108 a 143 meses 7 23,33%

    (6) de 144 a 179 meses 2 6,66%

    (7) acima de 180 meses 2 6,66%

    Mdia: 91,87 meses; DP: 48,03; Mediana: 96; Moda: 96

    2. Natureza da instituio na qual cursou a graduao:

    Categorias Freqncia absoluta Freqncia relativa

    (1) pblica 3 10%

    (2) particular 26 86,66%

    (3) no obteve 1 3,33%

    3. Tempo de formao (nvel superior) do tcnico:

    Categorias Freqncia absoluta Freqncia relativa

    (1) at 12 meses 1 3,33%

    (2) de 13 a 35 meses 2 6,66%

    (3) de 36 a 71 meses 11 36,66%

    (4) de 72 a 107 meses 5 16,66%

    (5) de 108 a 143 meses 4 13,06%

    (6) de 144 a 179 meses 4 13,06%

    (7) incompleto 2 6,66%

    (8) no cursou 1 3,33%

    Mdia: 67,2 meses; DP: 45,6; Mediana: 60; Moda: 60

  • 183Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    4. Categorias de atletas que orienta:

    Categorias Freqncia absoluta Freqncia relativa

    (1) iniciao 10 33,33%

    (2) pr-infantil 19 63,33%

    (3) infantil 18 60%

    (4) juvenil 14 46,67%

    (5) adulta 8 26,67%

    * Em alguns casos, o mesmo tcnico orienta mais de uma categoria.

    5. Natureza da experincia do tcnico na modalidade (estgio, rbitro, atleta):

    Categorias Freqncia absoluta Freqncia relativa

    (1) estgio 14 46,67%

    (2) rbitro 24 80%

    (3) atleta 28 93,33%

    * Em alguns casos, o mesmo tcnico pode ter mais de uma experincia na GA.

    6. Razes que o levaram a trabalhar com GA:

    * Em alguns casos, o mesmo tcnico relatou mais de um item.

    As questes 7 e 8 permitiram analisar a formao dos tcnicos, tanto no

    curso de graduao como em cursos complementares. O pensamento dos tcni-

    cos, ou seja, a sua prpria avaliao quanto a qualidade e aproveitamento desses

    cursos, so apresentados nos resultados a seguir:

    Freqncia

    absoluta

    13

    2

    14

    5

    3

    2

    3

    2

    1

    Unidades de registro

    (1) gosto e admirao pelo esporte

    (2) experincia profissional (estgio)

    (3) foi atleta

    (4) realizao pessoal/sonho

    (5) facilidade em ensinar

    (6) identificao

    (1) tem campo de atuao

    (2) influncia de tcnico e/ou pais

    (3) convite para trabalhar

    Freqncia

    relativa

    43,33%

    6,66%

    46,66%

    16,66%

    10%

    6,66%

    10%

    6,66%

    3,33%

    Categorias

    Motivao

    intrnseca

    Motivao

    extrnseca

  • 184 Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    (1) no aprendeu quase nada, pouca GA(2) disciplina fraca, aprendeu pouco(3) disciplina incompleta(4) curso e disciplina fracos, sem docente e instalaoadequados(5) aprendeu pouco, faltou muita coisa(6) sem aprofundamento, no havia como evoluir(7) faltaram questes pedaggicas, muita nfase em fazerdos alunos atletas(8) disciplina fora do contexto, docente incompetente,curso sem estrutura(9) disciplina fraca e docente sem qualificao(10) docentes no atualizados e qualificados(11) teve que procurar complementao em outroscursos(12) os docentes no tinham interesse por GA

    (1) voltada para a escola(2) nfase nas questes escolares(3) suporte somente para iniciao(4) voltada para a iniciao(5) s noes bsicas para conhecer o esporte(6) curso regular, disciplina com pouca abrangncia(7) em geral, regular(8) nfase em escola, falta de interdisciplinaridade(9) transmitido somente o bsico(10) limitao de materiais

    (1) o3fereceu formao bsica geral(2) docente bom, suporte para iniciao

    (1) docente capaz e bom suporte para a atuao(2) boa faculdade e bons docentes

    (1) timo docente, curso completo para quem no tinhavivncia(2) ofereceu conhecimentos bsicos muito importantes

    para a atuao

    7. Opinio a respeito do curso de graduao e a disciplina de GA:

    Categorias Unidades de registro Freqncia Freqncia

    absoluta relativa

    40%

    33,33%

    6,66%

    6,66%

    6,66%

    6,66%

    12

    10

    2

    2

    2

    2

    Insatisfatrio

    Parcialmentesatisfatrio

    Satisfatrio

    Muito bom

    Excelente

    No cursou

  • 185Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    8. Cursos extracurriculares dos quais participou:

    Categorias Unidades de registro Freqncia Freqncia

    absoluta relativa

    (1a) no serviram para nada

    (2a) aproveitou pouco para a iniciao(2b) ofereceram apenas uma base(2c) voltado s para iniciao(2d) foram razoveis

    (3a) deu suporte para o alto nvel(3b) em geral, foram bons(3c) sempre trazem novidades(3d) o trabalho dirio o mais significativo(3e) foram proveitosos(3f) foi bom(3g) bons, mas muito curtos(3h) foi proveitoso para todas as categorias(3i) sempre traz alguma tcnica nova(3j) ajudou a mudar a forma de pensar sobre a GA(3k) complementaram-se

    (4a) aproveitou todos(4b) aprofundou conhecimentos especficos(4c) aproveitou bem para todos os nveis(4d) muito bons e de extrema importncia(4e) bastante interessante(4f) trouxe aprimoramento tcnico(4g) aproveitou bastante(4h) obteve conhecimento tcnico de alto nvelimportante

    1

    4

    11

    8

    4,17%

    16,67%

    45,83%

    33,33%

    Nvel deAproveitamento(1) Nenhum

    (2) Pouco

    (3) Parcial

    (4) Muito

    A questo 9 demonstrou os resultados de sua atuao apresentando os seguin-

    tes dados:

    9. Resultados mais significativos obtidos liderando equipes competitivas:

    Categorias Unidades de registro Freqncia Freqncia

    absoluta relativa

    Jogos Regionais e Abertos do interior de SP

    Campeonatos Estaduais interclubes, por aparelhos eindividuais, Taa SP, Copa SP

    Campeonato Brasileiro Interclubes

    Pan-Americano Interclubes

    15,63%

    40,63%

    34,37%

    9,38%

    5

    13

    11

    3

    Regionais

    Estaduais

    Nacionais

    Internacionais

    * Em alguns casos, o mesmo tcnico relatou mais de um item.

  • 186 Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    A questo 10 permitiu analisar as lacunas de sua formao e as necessidades

    que eles sentem para aprimorar a sua atuao, como mostram os dados a seguir:

    10. Componentes que poderiam melhorar a sua qualidade de tcnico:

    Categorias Unidades de registro Freqncia Freqncia

    absoluta relativa

    (1) conhecimento(2) experincia(3) profissionalismo

    (1) infra estrutura(2) apoio/ incentivo(3) intercmbio/convnios(4) cursos especficos/ complementao(5) material didtico

    983

    7610173

    14,29%12,7%4,76%

    11,11%9,52%15,87%26,98%4,76%

    Fatores internos

    Fatores externos

    * Em alguns casos, o mesmo tcnico relatou mais de um item.

    DISCUSSES E CONCLUSES

    Um dos pontos geradores de maior reflexo sobre a formao do tcnico

    revelado por dados numricos que mostram que a grande maioria j atuava nessa

    profisso antes mesmo de sua formao. Parece-nos que, na viso dos entrevista-

    dos, ter tido uma certa experincia com a ginstica, antes de sua graduao, fator

    primordial para o tcnico ensinar a modalidade. Basta observarmos as respostas

    obtidas em relao experincia anterior na modalidade, em cuja pergunta todos

    apontam alguma passagem pela GA, sendo que a unidade de registro com maior

    freqncia, em que se revelam as possveis razes que os encaminharam essa

    profisso, foi o fato de ter sido atleta, (93,33%), a de maior destaque. Provavel-

    mente, valendo-se de sua experincia como atleta, muitos vem na oportunidade

    de ensinar a modalidade que praticam uma possibilidade de emprego garantido.

    Este um ponto de importante anlise pois mostra-nos que, muitas vezes, isso

    acontece at mesmo em funo da repercusso que seu nome tem na sociedade.

    Muitas escolinhas de esporte se vangloriam de carregar em seu corpo docente um

    atleta famoso sem, contudo, avaliar at que ponto esse atleta tem conhecimentos

    didticos e pedaggicos para ensinar o esporte que o tornou um expert. Ser um

    grande talento esportivo no lhe garante ser um profissional competente. Mas esse

    no o conceito de quem vende esportes, e s vezes at mesmo de quem

    compra.

    Se entendermos que a maioria dos tcnicos foi atleta da modalidade, talvez

    isso aponte para uma tendncia geral do esporte. Em pesquisas anteriores, profes-

  • 187Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    sores declararam o medo de ensinar ginstica por nunca terem praticado (Nista-

    Piccolo, 1988). A experincia como atleta e o gosto e admirao pelo esporte

    foram os principais motivos que impulsionaram a entrada na carreira de tcnico,

    sendo que alguns (16,67%) foram influenciados pelo tcnico ou familiares.

    H tambm que se destacar uma observao importante que mostra que

    muitos deles no se fixaram apenas em suas experincias vividas, pois foram buscar

    uma formao acadmica em educao fsica. Em relao ao curso de graduao e

    disciplina de GA, percebemos que as expectativas dos tcnicos no foram con-

    templadas, uma vez que 40% deles se mostram insatisfeitos; 33,33% satisfeitos em

    parte, e o restante se mostra satisfeito. Ento, se nossos tcnicos no esto conten-

    tes com sua preparao, mesmo aqueles que trazem em sua bagagem a vivncia de

    ginasta, isso um indicativo de que a soma de experincias anteriores no esporte

    com os conhecimentos acadmicos de uma graduao especfica no preenchem

    as necessidades de maior aperfeioamento tcnico desportivo.

    Esses dados podem revelar a inconsistncia dos cursos de graduao e, mais

    especificamente, a disciplina de GA. Mas tambm h de se ressaltar que a maioria

    dos tcnicos buscava conhecimentos especficos da modalidade, muitas vezes con-

    trrios s propostas dos cursos de graduao que no esto voltados para a forma-

    o do tcnico desportivo.

    Analisando mais especificamente, temos que a maioria dos tcnicos (87,67%)

    formou-se em uma instituio privada e apenas 10% em pblica. Se as universida-

    des pblicas so as pioneiras na oferta de cursos bacharelados em treinamento

    esportivo, esse dado pode nos levar concluso de que a formao adquirida pela

    maioria dos tcnicos generalista, ou seja, pautada na licenciatura que visa formar o

    profissional de maneira generalizada, sem especificar um conhecimento mais

    aprofundado em determinado esporte.

    A maioria dos tcnicos participou de algum curso extracurricular, indicando a

    sua necessidade e busca por mais especializao, o que aponta os cursos de aper-

    feioamento como um fator imprescindvel para melhoria de sua qualidade como

    tcnico de ginstica. Se observarmos os resultados mais significativos que j tiveram

    em suas carreiras orientando equipes competitivas, podemos verificar que eles apre-

    sentam maior destaque no mbito estadual e nacional. Embora os resultados inter-

    nacionais somem apenas 9,38%, ainda assim podemos considerar surpreendente,

    se forem analisadas a sobrecarga de trabalho dos tcnicos e os poucos recursos

    disponveis. O mais importante que relatam que, para melhorar a sua atuao,

    sentem falta de cursos especficos que, conseqentemente, trariam mais conheci-

    mento para fundamentar a sua prtica. Isso poderia ser desenvolvido por meio de

    intercmbio e convnios, conforme declararam os tcnicos.

  • 188 Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    Atualmente, o intercmbio entre os tcnicos s ocorre nos perodos de com-

    peties ou em um eventual curso. A experincia adquirida com a atuao em

    campo, tanto dentro como fora do pas, mostrou-se tambm como um destaque

    importante para alguns tcnicos. Sobre esse aspecto, vale lembrar que, no Brasil

    h, muitas vezes, certa tendncia cultural em se valorizar em demasia produtos

    internacionais.

    As entrevistas revelam o interesse desses profissionais por mais conheci-

    mento. Apesar deles obterem resultados expressivos, mesmo assim parecem insa-

    tisfeitos por no encontrarem meios de aperfeioarem-se no prprio pas. Sair do

    pas e obter experincia em pases de destaque na GA no faz parte da realidade da

    maioria deles. Desta forma, alguns criticam a CBG e as federaes por no promo-

    verem mais cursos e intercmbios, alm de sentirem falta de uma unio entre os

    profissionais e as instituies envolvidas com a GA para troca de informaes e

    experincias positivas.

    Embora a vinda de tcnicos de outros pases ou a sada de nossos tcnicos

    seja importante, no podemos nos apoiar nessa nica opo como forma de atua-

    lizao e capacitao de nossos profissionais em razo da natureza pouco abrangente

    desse recurso.

    A falta de infra-estrutura tambm parece influir na qualidade da atuao do

    tcnico, um fator bvio para o desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva,

    mas, se analisarmos mais especificamente as necessidades de alta qualidade dos

    equipamentos para aprendizagem dos exerccios acrobticos na GA, possvel de-

    tectar que esse aspecto pode afetar sensivelmente o rendimento dos ginastas. O

    pas carece de recursos materiais para o desenvolvimento da ginstica, o que dificul-

    ta a disseminao desse esporte em regies com poucas condies materiais e

    recursos humanos. Entretanto, nos locais em que ela est presente, deveramos

    procurar oferecer o mximo de subsdios para que a atuao do profissional seja

    coerente e efetiva.

    Entre outros dados significativos, poderamos citar a falta de apoio que os

    tcnicos sentem da Confederao e das federaes de ginstica, uma questo j

    comentada anteriormente, uma vez que essas instituies, no Brasil, se compro-

    metem basicamente com os eventos competitivos. Em geral os tcnicos orientam

    duas ou mais categorias simultaneamente, sendo as categorias pr-infantil e infantil

    as de maior nmero. Esses dados coincidiriam com o nmero de competidores nas

    distintas categorias, nas quais o nmero de participantes diminui medida que sobe

    a faixa etria.

    A falta de material didtico relatado pelos tcnicos seria uma conseqncia

    dos poucos estudos produzidos no mbito da GA. Isso demonstra que no h uma

  • 189Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    sincronizao de trabalhos produzidos pelas universidades com as equipes de alto

    nvel tcnico, e com as federaes e Confederao de Ginstica. Sabemos que no

    possvel mais pensar em uma evoluo de um esporte se no houver estudos

    cientficos que sustentem seu crescimento, que subsidiem seu aperfeioamento tc-

    nico. A produo do conhecimento cientfico, nas diferentes dimenses que abar-

    cam a prtica de uma modalidade esportiva, auxilia a sua prpria reestruturao, os

    seus avanos tecnolgicos no que concerne tcnica e ttica. Como por exem-

    plo, estudos sobre os aspectos psicolgicos que tratam do medo nos ginastas, da

    ansiedade provocada pelos momentos de competio, do stress que um treinamento

    de alto nvel pode causar alm das inovaes de um treinamento mental; estudos e

    pesquisas sobre aspectos biomecnicos podem alavancar o processo de aprendiza-

    gem de determinadas acrobacias; nenhuma outra rea cresceu e se modificou tan-

    to quanto a nutrio nos esportes; pesquisas na rea fisiolgicas podem responder

    s inmeras perguntas que surgem a partir dos impactos causados no organismo

    por um treinamento excessivo. Portanto, no h como negar a necessidade de um

    acompanhamento cientfico na preparao de atletas, pois, s assim nossos tcni-

    cos podero encontrar maior apoio didtico para suas fundamentaes.

    Os resultados deste estudo demonstram que os tcnicos vm tentando preen-

    cher as lacunas deixadas pelos cursos de graduao, participando de clnicas, cur-

    sos, alguns saindo do pas, entre outros recursos. Esses prprios dados j sugerem

    a necessidade de uma reformulao dos atuais cursos de graduao, em especial

    aqueles destinados formao do profissional do esporte. Mas a perspectiva de

    ascenso na carreira de tcnico exige ainda mais do que um curso de graduao

    pode oferecer. Seus conhecimentos poderiam ser contemplados na prpria univer-

    sidade, mas uma especializao talvez possa conseguir fundamentar melhor, se for

    de responsabilidade de uma associao destinada exclusivamente preparao e

    capacitao desses tcnicos, como ocorre em outros pases, como no Canad (3M

    National Coaching Certification Program, GCG, 1987), nos Estados Unidos da Am-

    rica (Professional Development Program of United States Gymnastics Federation,

    Moskovitz, 1991), na Austrlia (National Coaching Accreditation Scheme, AIS, 1998)

    e, mais recentemente, em Portugal (Escola Nacional de Ginstica, ENGYM, 1999).

    A GA no Brasil um esporte que tem grande possibilidade de evoluir e

    revelar muitos talentos. Alm disso, ela pode proporcionar prazer e muitos benef-

    cios aos praticantes como a melhora nos nveis de condicionamento fsico, o conv-

    vio social, o aumento do vocabulrio motor, bem como a elevao da auto-estima,

    entre outros. Entretanto, ainda pequeno o nmero de profissionais capazes de

    explorar esse potencial e orientar a prtica da GA fundamentada na experincia e

    nas pesquisas. E, infelizmente, existem aqueles que no tm a menor idia do que

  • 190 Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    fazem no ambiente da GA, pois so apenas reprodutores das atividades que tive-

    ram em seus treinamentos, desenvolvendo uma prtica irrefletida.

    Coaching education and artistic gymnastics in Brazil: reflecting over the

    professional preparation

    ABSTRACT: Artistic gymnastics is not a widespread sport in Brazil. It also lacks of support bothfrom public and private institutions. However, this discipline is included in most of the curriculaof physical education at colleges, in universities or schools. Nevertheless we will find littlepractitioners of Artistic Gymnastics if compared to the others sports. In Brazil, this artisticgymnastics scenario has motivated the present study to investigate the main problemsconcerning to this sport. The focus of the study was the coaching education and it involved 30coaches that take part of official events promoted by So Paulo Gymnastics Federation. Thecoaches reported on their expectations, frustrations and/or satisfactions concerning to theprofessional preparation course and how the discipline of artistic gymnastics was conducted.The results revealed that coaches need specific knowledge about this sport, which was notemphasised in those courses. Also, the coaches complain that there are no incentives toimprove in this career. These results suggest the need for a change in those courses or theestablishment of an educational system that could offer the necessary tools for the bettermentof coaches performance.KEY-WORDS: Artistic gymnastics; coaching education;

    La gimnasia artstica en Brasil: reflexin sobre la formacin profesional

    RESUMEN: En Brasil, la gimnasia artstica (GA) todavia es un deporte poco practicado, singrandes repercusiones en la midia. Es una practica deportiva que carece de mucho incentivo,tanto en el sector pblico como en el privado. Quando comparada a otras modalidadesdeportivas, o en el mismo deporte en otros pases, principalmente en categorias mas avanzadas,se nota la deficiencia. No entanto, la mayoria de los cursos superiores de educacin fsica oDeporte incluye esta disciplina en sus programas curriculares. Y, actualmente, es posible obser-var la presencia de este deporte en algunos colgios. Este panorama de la GA en Brasil a mo-tivado el presente estudio a investigar y, posivelmente, levantar algumas razones de la situacinprecaria de la modalidad. La investigacin ocurre en el mbito de la formacin profesional,envolviendo 30 tcnicos de GA que participan de competiciones oficiales de la FederacionPaulista de Gimnsia. Ellos relataram la formacin que tuvieran, sus expectativas, frustracionesy/o satisfaciones quanto a la asignatura de GA en el curso de graduacin. Los resultados reve-laram que los tcnicos (entrenadores) esperaban una formacin especfica, que no fu con-templada en estos cursos, y que faltan subsdios para progredir en la carrera. Los datos sugierenla necesidad de reformulacin de los cursos actuales que forman estos professionales y, a partirde comparaciones con otros pases, la creacin de un sistema educacional de preparacin tc-nica que ofrece el aprofundamiento deseado y necessrio a su actuacion.PALABRAS CLAVES: Gimnasia artstica; formacin profesional.

  • 191Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

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    TUBINO, M. O que esporte? So Paulo: Brasiliense, 1994.

    Recebido: 24 out. 2002Aprovado: 10 jan. 2003

    Endereo para correspondnciaMyrian Nunomura

    Escola de Educao Fsica e Esporte da Universidade de So PauloEquipe Universitria de Estudos em Ginstica Eunegi

    Av. Prof. Mello Moraes, 65 ButantSo Paulo - SP

    CEP 05508-900

  • 193Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    Instituio isiin st oo o i

    ni si stu ins o io so t

    in nto

    o s st

    ttio

    stio

    ni si o uo I

    II

    o s st

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    o s st ttio

    stio

    ni si stu io o un ntos

    stuo s no s

    o s st

    o i t io

    o s st o ttio

    ni si o u s u I

    II

    o I

    II

    ni si u ist I I

    II

    o s st

    s st

    ni si u uo s I

    II

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    ni si I i u insti inuino o o o

    ni si o o s no o

    ni si i o uo I

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    o s st

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    II

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    I o i ti to o o i

    o no

    ni si o o o s st s

    u sInt s u o tti

    so u io u o si

    o iiit

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    ntos

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    u s Int s i io

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    ni si u io o u s st s

    u s to o itns ni s

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    ni si n i nts s st s

    un o uion

    o tuo n

    so tsIni iuiso

    o un nto

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    ito s

    un o ni si o

    no o

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    so ti

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    ni si n i so o

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    in nto

    o o

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    o o

    un o ni si

    io s

    I

    II

    o o

    o o

    un o ni si si to o o i o o ito s

    QUADRO ICURSOS DE EDUCAO FSICA E A DISCIPLINA DE GA (CEV, 2000).

    (continua)

    ANEXO I

  • 194 Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003

    Universidade Gama Filho G

    G ele iva

    h

    h

    Fndao Universidade Federal do

    aranho

    G emesre h

    Fndao Universidade Federal do

    ia

    no o eree

    Universidade Federal de Go is G no o eree

    Fndao Universidade Federal de

    ao Grosso

    no o eree

    Universidade sadal da araa Fndameno s sio s e

    nio s da G

    emesre h

    Universidade Federal da araa e odo lo ia do nsino da G

    G

    er odo

    aiva

    h

    h

    Universidade Federal do ao

    Grosso do l

    G

    r ie h

    Universidade de asso Fndo Fndamenos e odo l io s

    de G

    vel r dio s

    Universidade Federal de ana aria no o eree

    Universidade sadal de arin G h

    Universidade sadal de ondrina G aslina e Feminina

    G aslina o Feminina

    o aiva

    srie

    srie

    h ada

    h

    Universidade Federal do aran so r es Ginsio s h

    (continuao)

    Instituio isiin stoo o i

    Universidade Federal do io de

    aneiro

    odalidades eso r ivas

    ndividuais eso ler

    Universidade Federal ural do io de

    aneiro

    aivas a ar ir do

    erodo

    r dio s

    r dio s