9- 12 meses
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ÍNDICE
1- Introdução…………………………………………………………………...... 2
2- Desenvolvimento.…………………………………………………………….. 3
2.1- Conceito…………………………………………………………………. 3
3- Desenvolvimento motora……………………………………………………... 4
4- Desenvolvimento sócio emocional…………………………………………… 5
4.1- Desenvolvimento sócio emocional dos 9 aos 12 meses………………… 6
5- Motricidade oral e respiratória………………………………………………... 7
5.1- Motricidade oral e respiratória dos 9 aos 12 meses……………………... 8
6- Desenvolvimento sensorial…………………………………………………… 9
6.1- Desenvolvimento sensorial dos 9 aos 12 meses………………………… 10
7- Motricidade global……………………………………………………………. 12
7.1- Motricidade global dos 9 aos 12 meses…………………………………. 12
8- Motricidade fina………………………………………………………………. 13
8.1- Motricidade fina dos 9 aos 12 meses……………………………………. 13
9- Brincar………………………………………………………………………... 14
9.1- Brincar dos 9 aos 12 meses……………………………………………… 15
10- Conclusão………………………………………………………………….... 16
11- Referências bibliográficas……………………………………………….….. 18
12- Anexo A - O desenvolvimento do bebé entre os 9 e os 12 meses................... 21
1 – INTRODUÇÃO
A realização deste trabalho surge no âmbito da unidade curricular da
Disfunção do Desempenho Ocupacional I, integrado no segundo semestre do
primeiro ano do curso de Terapia Ocupacional da Escola Superior de Saúde do
Instituto Politécnico de Beja, sendo esta leccionada pela docente Guadalupe
Almeida.
Percebe-se um interesse cada vez maior acerca da compreensão sobre o bebé,
das suas habilidades iniciais e o aprimoramento dessas habilidades dada a crescente
constatação da importância das experiências iniciais do desenvolvimento.
De acordo com Lopes, Nascimento, Souza e Mallet (2010), sabe-se que a mãe
assume um papel importante no desenvolvimento do bebé e consequentemente nas
suas relações futuras.
De acordo com Willrich, Azevedo e Fernandes (2009), o desenvolvimento
motor é considerado como um processo sequencial, contínuo e relacionado à idade
cronológica, pelo qual o ser humano adquire uma enorme quantidade de habilidades
motoras, as quais progridem de movimentos simples e desorganizados para a
execução de habilidades motoras altamente organizadas e complexas. Inicialmente,
acreditava-se que as mudanças no comportamento motor reflectiam directamente as
alterações de maturação do sistema nervoso central. Hoje, porém, sabe-se que o
processo de desenvolvimento ocorre de maneira dinâmica e é susceptível a ser
moldado a partir de inúmeros estímulos externos. A inteiração entre aspectos
relativos ao indivíduo, como suas características físicas e estruturais, ao ambiente em
que está inserido e à tarefa a ser aprendida são determinantes na aquisição e
refinamento das diferentes habilidades motoras.
Os objectivos deste trabalho prendem-se em adquirir um conjunto de
conhecimentos mais aprofundado acerca do desenvolvimento motor da criança. De
igual modo, pretende-se também entender como este desenvolvimento poderá
influenciar o futuro, e como ele poderá influenciar o nosso desempenho ocupacional.
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2 - DESENVOLVIMENTO
2.1 - CONCEITO
Segundo Bower (1983), a primeira infância é aquele breve período da vida
humana que precede o uso da fala. A despeito da sua curta duração, a primeira
infância é considerada por muitos especialistas como a fase mais crítica da vida, o
período em que são traçados os caminhos básicos do desenvolvimento de todas as
capacidades humanas, de todos os processos mentais.
De acordo com Smith, Cowie & Blades (2001), o termo desenvolvimento
refere-se ao processo segundo o qual uma criança, um feto, um organismo humano
ou animal, cresce e se modifica ao longo do seu período de vida. Nos seres humanos
as alterações mais dramáticas a nível de desenvolvimento ocorrem durante o período
pré-natal e a primeira e a segunda infância, à medida que o recém nascido se
desenvolve até se transformar num jovem adulto capaz, por sua vez, de vir ele
próprio a tornar-se progenitor.
Para Piaget (1990), o desenvolvimento psíquico, que se inicia com o
nascimento e termina na idade adulta, é comparável ao crescimento orgânico. O
desenvolvimento psíquico bem como o desenvolvimento orgânico está em evolução
até um nível relativamente estável, caracterizado pelo termo do crescimento e pela
maturidade dos órgãos, também a vida mental pode ser concebida como evoluindo
em direcção a uma forma de equilíbrio final, representada pelo espírito adulto. O
desenvolvimento é portanto, de certa forma, um equilíbrio progressivo, a passagem
de um estado de menor equilíbrio a um estado de equilíbrio superior.
Segundo Papalia, Olds & Feldman (2006), o desenvolvimento humano
apresenta uma determinada complexidade pelo facto de que a mudança e a
estabilidade ocorrem em diversos aspectos da pessoa. Alguns cientistas falam de um
modo distinto sobre o desenvolvimento físico, desenvolvimento cognitivo e
desenvolvimento psicossocial, contudo estes aspectos ou domínios do
desenvolvimento estão interligados. Durante toda a vida, cada um deles influência os
outros. O crescimento do corpo do cérebro, das capacidades sensoriais, das
habilidades motoras e da saúde são parte do desenvolvimento físico e podem
influenciar outros aspectos de desenvolvimento.
De acordo com Frisancho, Gallahue & Ozmun, Malina et al., Papalia & Olds
e Rogoff, (cit. por Ré, 2011) o desenvolvimento é entendido como uma interacção
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entre as características biológicas individuais (crescimento e maturação) com o meio
ambiente ao qual o sujeito é exposto durante a vida.
De um modo geral, segundo Smith et al. (2001), os processos de
desenvolvimento têm sido relacionados com a idade, uma criança com 3 anos possui
um determinado domínio da expressão oral da sua língua, ao passo que uma outra
com 4 anos já evoluiu para uma fase mais avançada.
3 - DESENVOLVIMENTO MOTOR
Segundo Bower (1983), o desenvolvimento motor é o aspecto mais
facilmente observável da primeira infância. Transcorridas poucas semanas de vida, o
bebé adquire comportamentos e capacidades que, sem dúvida, não possuía ao nascer.
De acordo com Willrich et al. (2009), o desenvolvimento motor é considerado
como um processo sequencial, contínuo e relacionado à idade cronológica, pelo qual
o ser humano adquire uma enorme quantidade de habilidades motoras, as quais
progridem de movimentos simples e desorganizados para a execução de habilidades
motoras altamente organizadas e complexas.
Para Papalia et al. (2006), refere que os bebés não precisam aprender
habilidades motoras básicas como agarrar, engatinhar e andar. Eles só precisam de
espaço para se movimentar e liberdade para ver o que podem fazer. Quando o
sistema nervoso central, os músculos e os ossos estão preparados e o ambiente
oferece as devidas oportunidades de exploração e prática os bebes adquirem novas
capacidades
De acordo com Diamond, Malina et al., Tiemeier et al. (cit. por Ré, 2011) a
actividade motora do recém-nascido é bem activa, mas desordenada e sem finalidade
objectiva, movimentando de modo assimétrico tanto os membros superiores como os
inferiores. Alguns reflexos são próprios desta idade e ocorrem em praticamente todos
os bebés, sendo inibidos nos meses subsequentes devido principalmente ao
amadurecimento do cerebelo e do córtex frontal, iniciando-se assim o surgimento de
movimentos voluntários e melhor organizados, como a locomoção, manipulação de
objectos e controle postural. Por isso, é fundamental que o bebé seja exposto a
estímulos motores adequados ao seu nível de desenvolvimento.
Assim, desta forma e também para Gibson (cit. por Cole & Cole, 2003) um
dos desenvolvimentos mais dramáticos do primeiro ano de vida é o enorme aumento
na capacidade dos bebés para explorar o seu ambiente, olhando para ele,
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movimentando-se em torno dele, escutando o que se passa nele e manipulando o que
existe nele.
Também para Lopes et al. (2010), à medida que a criança se movimenta,
aumenta o seu campo de acção, e através das percepções visuais e tácteis ela vai
conhecer os objectos. Na apreensão, a maturidade ocorre devido ao desenvolvimento
dos músculos do ombro, braço, pulso, mão e dedos. Além desse desenvolvimento, é
necessário que haja também amadurecimento das áreas corticais, responsáveis pela
integração das sensações e pela coordenação das actividades motoras.
De acordo com Bonvicine et al. (cit. por Lopes et al., 2010) as habilidades
dos recém nascidos são precárias, eles não conseguem manter a cabeça erecta, rolar,
sentar ou alcançar as coisas que vêem. O primeiro desenvolvimento motor da criança
é quando ela consegue ficar de bruços puxando os joelhos para cima do abdómen, e
ficar com a pélvis erguida e a cabeça ao lado para respirar.
Papalia et al. (2006), descreve que o desenvolvimento motor é caracterizado
por uma série de marcos, capacidades que a criança adquire antes de avançar para
outras, mais difíceis. Esses marcos não são realizações isoladas, eles se desenvolvem
sistematicamente, e cada capacidade adquirida prepara o bebé para lidar com a
seguinte. Os bebés primeiramente adquirem habilidades simples e depois as
combinam em sistemas de acção cada vez mais complexos, os quais permitem uma
gama mais ampla ou mais precisa de movimentos e um controle mais eficiente do
ambiente.
4 - DESENVOLVIMENTO SÓCIO EMOCIONAL
De acordo com Berryman, Hargreaves, Herbert & Taylor (2001), o primeiro
contacto social que a criança realiza é com a mãe, ainda antes do nascimento, o bebé
consegue conhecer características do seu meio. A voz da mãe é familiar, os sons do
meio em que vive também são conhecidos e, logo após o nascimento, o bebé
consegue mostrar uma resposta preferencial à sua mãe, ao seu cheiro ou ao do seu
leite, à sua voz e possivelmente ao seu rosto.
Para Bower (1983), o aspecto mais significativo do desenvolvimento social
ocorre no primeiro ano de vida, e é através do sorrir, um agradável comportamento
social.
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Segundo Schaffer (1996), considera que o desenvolvimento social engloba os
padrões de comportamentos, os sentimentos, as atitudes e os conceitos da criança em
relação aos outros e ainda ao modo como estes aspectos se modificam com a idade.
Smith et al. (2001), refere que os bebés começam, logo a partir do seu
nascimento, a exprimir o seu estado emocional. A primeira distinção que podemos
provavelmente fazer no caso dos bebés é entre o afecto positivo e negativo, se estão
satisfeitos e felizes, indicado pelo sorriso, ou insatisfeitos e inquietos, indicado pelo
beicinho ou pelo choro.
Segundo Bower (1983), a ligação que se cria entre a mãe e o filho é, na
verdade, um rico canal de comunicação, uma forma de comunicação não verbal,
altamente específica destes dois seres humanos.
4.1 - DESENVOLVIMENTO SÓCIO EMOCIONAL DOS 9 AOS 12 MESES
De acordo com Bower (1983) e Brazelton (2007), a partir dos nove meses as
separações serão cada vez mais difíceis. Nesta idade, o bebé está a desenvolver o
conceito de independência e o de afastamento, mas á medida que o faz torna-se cada
vez mais dependente. Todas as transições são agora mais difíceis, porque estão
repletas de novas implicações.
Segundo Bower (1983), o medo de estranhos no sentido clássico surge por
volta desta idade, e atinge o auge durante o segundo ano e, depois, declina. A
ansiedade de separação aparece ligeiramente mais tarde do que o medo de estranhos,
esta ansiedade de separação refere-se à ansiedade que uma criança sente quando se
separa da mãe ou da pessoa que habitualmente trata dela.
É a partir dos 9 meses, segundo Brazelton & Sparrow (2004), que o bebé
espera encontrar no rosto de quem cuida dele informação sobre toda e qualquer
situação. Ele já “lê” as expressões faciais no sentido de descobrir o que estas têm a
dizer-lhe sobre o mundo. Está a perceber o quanto as pessoas são importantes para
ele.
De acordo com Debray-Ritzen, Bidault, Bursztejn, Caillard, Charlet, Debray,
Durning, Mattlinger & Vacola (1979), é nesta altura que o bebé sorri quando se olha
para ele e quando se brinca com ele. Aparecem os primeiros sinais de timidez,
tornando-se menos sorridente e o choro é mais frequente. Surgem as primeiras trocas
sociais, sob a forma de brincadeiras. O bebé recomeça uma acção ou um gesto que o
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fizera rir. Afasta-se dos desconhecidos, sabe fazer adeus e se lhe pedem ele dá o
objecto que tem. Nesta fase passa a exigir mais da mãe, mas também é mais gentil
com ela, gosta de dar abraços, é sociável.
Para Einon (2005), é nesta idade que o medo a estranhos e de locais
desconhecidos aumenta, perturba-se quando a mãe ou o cuidador se ausenta, tem
medo que o abandonem mesmo em locais conhecidos e fica ansioso pelo regresso da
mãe. Tenta agradar e serve-se da mãe como bóia de salvação quando não está em
casa, e pára quando lhe é dito “não” diz adeus e imita expressões e actos. Gosta de
fazer rir e puxa a roupa para atrair a atenção da mãe, reage à sua disposição e
consegue exprimir alegria, frustração e ser ciumenta. Gosta também de outras
crianças mas não brinca com elas, integra-se em actividades que se centrem à sua
volta. Nesta fase consegue também prever os actos da mãe, por exemplo, estende os
braços para lhe vestirem o casaco.
De acordo com o estudo levado a cabo por Lewis e Brooks-Gunn (cit. por
Smith et al. 2001), as crianças com idades compreendidas entre os 9 e os 12 meses
são capazes de distinguir uma representação pictórica de si próprias das
representações dos outros, uma vez que sorriam mais ou fixavam durante mais tempo
as fotografias delas que as de outros bebés da mesma idade, além de conseguirem
distinguir fotografias de rostos de bebés das de rostos de adultos.
5 - MOTRICIDADE ORAL E RESPIRATÓRIA
De acordo com Cavassani, Ribeiro, Nemr, Greco, Kohle & Lehn (2003), os
hábitos orais têm sido alvo de interesse dos profissionais de saúde ligados à área de
motricidade. A motricidade engloba os aspectos relacionados à acção de grupos
musculares nas movimentações, nas características morfológicas e na descrição de
processos funcionais como articulação de fonemas, sucção, mastigação e deglutição.
Eles estão ligados à postura, mobilidade, tonicidade e sensibilidade dos órgãos
fonoarticulatórios.
Marchesan (cit por Siqueira, 1998), refere que a boca cumpre muito
precocemente na vida extra uterina funções vitais para o recém nascido como a
respiração, alimentação por meio da amamentação e mecanismos reflexos de
protecção das vias aéreas, como o vomito ou tosse.
Segundo Neiva, Cattoni, Ramos & Issler (2003), o aleitamento materno, além
dos benefícios nutricionais, imunológicos, emocionais e económico sociais, também
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tem efeitos positivos na saúde foniatria, uma vez que está relacionado ao crescimento
e desenvolvimento craniofacial e motor oral do recém nascido.
A sucção durante o aleitamento natural, promove o desenvolvimento
adequado dos órgãos fonoarticulatórios, quanto à mobilidade, força, postura,
desenvolvimento das funções de respiração, mastigação, deglutição e articulação dos
sons e da fala.
No entanto Siqueira (1998), descreve que durante este período de
desenvolvimento, a mandíbula ainda apresenta pouco crescimento e que a língua fica
em contacto com o lábio inferior, numa postura rebaixada, levando à formação de um
espaço aéreo – faríngeo que permite a respiração nasal, comum no recém nascido.
Nesta fase os lábios não possuem um tónus adequado, o que será conseguido
lentamente com a movimentação realizada através da sucção.
De acordo com Xavier (cit por Siqueira, 1998), refere que a sucção ocorre
associada a outros aspectos, por isso a coordenação com a respiração, deglutição,
postura e movimento da mandíbula é imprescindível.
Neiva et al. (2003), refere que é através da sucção, as estruturas se
desenvolvem, de modo que ocorra a absorção das sucking pads, o crescimento da
mandíbula e posteriormente, o aumento do espaço intra oral, com maior
possibilidade de movimentação da língua.
Reflexão esta também partilhada por Proença (cit por Siqueira, 1998), onde
descreve que a exercitação da sucção natural contribui para o crescimento ósseo
mandibular, favorecendo o desenvolvimento facial, mobilidade da língua dentro da
cavidade oral e facilitação de um tónus muscular normal, o que influenciará na
articulação dos sons da fala.
Segundo Junqueira (cit por Siqueira 1998), a amamentação promove
estímulos adequados à musculatura da língua e consequentemente à produção
correcta dos sons e da fala, uma vez que as alterações da fala podem estar
relacionadas com o mau funcionamento das estruturas orais.
5.1 - MOTRICIDADE ORAL E RESPIRATÓRIA DOS 9 AOS 12 MESES
De acordo com Siqueira (1998), a partir de uma maturidade neurológica
maior e das experiências diárias de sucção, e do número elevado de movimentos
mandibulares que o bebé realizou, haverá uma modificação do crescimento da
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cavidade oral. É por volta do quarto e sexto mês de vida que essas modificações
começam e continuam ao longo do primeiro ano de vida.
O espaço intra-oral aumenta, a mandíbula cresce para a frente e para baixo.
As bolsas de gordura na região das bochechas começam a ser absorvidas e a cavidade
oral passa a ser mais alongada. A língua começa a movimentar-se para cima e para
baixo, com actividade evidente dos músculos intrínsecos, onde a mandíbula realiza
um movimento vertical menor e dissociado da língua. Passa a haver uma
aproximação mais firme dos lábios e juntamente com o novo padrão de movimentos
de língua, permite o aparecimento de uma pressão negativa intra-oral o que facilitará
a ingestão de líquidos e também uma alimentação mais pastosa.
Segundo Griffiths (cit. por Ferreira, Corrais, Boavida & Tiago 1996), o bebé
entre os 9 e 12 meses apresenta um conjunto de movimentos mais elaborados,
podendo destacar-se movimentos muito finos dos lábios e língua, uso do copo da
colher, o uso do biberão é menos frequente. Nesta altura dá-se o inicio da auto-
alimentação, e já usa uma palavra clara e com significado. Por volta do 9.º mês o
bebé consegue balbuciar 4 ou mais sílabas seguidas de uma só vez e ao 11.º mês tem
um vocabulário de 2 palavras claras e cada uma usada consistente e apropriadamente.
Ao 12.º mês o balbuciar do bebé é agora mais variado e mais comprido, já ultrapassa
as quatro sílabas.
6 - O DESENVOLVIMENTO SENSORIAL
Segundo Haywood & Getchell (2004) o desenvolvimento sensorial é um
processo de maturação dos sentidos e inclui a aquisição da capacidade da integração
e interpretação de estímulos, sob forma de perceções. Estudos das últimas décadas,
descobriram que além dos cinco sentidos especulados classicamente por Aristóteles,
como a visão, a audição, o tato, o paladar e o olfato, o ser humano possui mais dois
sentidos: o vestibular e o propriocetivo (ou cinestésico).
O sistema vestibular confere-nos a consciência sobre a posição da cabeça no
espaço, permite-nos manter o nosso corpo numa posição de equilíbrio e controlar a
coordenação do movimento ocular.
O sistema propriocetivo é importante para o desempenho das ocupações
humanas, porque dá-nos informação sobre: a posição das partes do corpo relativas
umas às outras, a posição do corpo no espaço, os movimentos corporais, a natureza
dos objetos com os quais o corpo estabelece contato.
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Nesse sentido, as investigações e a formulação da teoria da integração
sensorial pela psicóloga e terapeuta ocupacional Jean Ayres (1979) testemunham,
que a maturação sensorial inicial foca-se primeiramente nos sentidos vestibular, tátil
e propriocetivo. Do ponto de vista da integração sensorial, estes sentidos proximais
são enfatizados, por terem um papel extremamente dominante na capacidade precoce
da criança de interagir com o mundo. Os sistemas sensoriais distais, como a visão e a
audição, começam a ter uma função, somente a medida que a criança amadurece.
Ayers (1979) defende que as sensações são tão importantes para
funcionamento do cérebro, quanto a comida para o funcionamento do nosso
organismo. De acordo com a perspetiva ecológica Parham (2002), Spitzer & Roley
(2001), quanto maior for a variedade de experiências que um bebé vivência, maior é
a oportunidade de este integrar sensações e gerar respostas adaptativas. Em suma,
promover o desenvolvimento da integração sensorial, favorece o envolvimento não
somente no brincar, mas também na participação social.
Sempre de acordo com Parham (2002) a criança tem dentro de si uma espécie
de instinto de exploração, que faz com que ela consiga encontrar exatamente o tipo
de desafio que ela precisa para poder progredir no seu desenvolvimento. O desafio
escolhido nunca é tão difícil, ao ponto de desencorajar ou induzir a criança ao
fracasso, nem nunca tão fácil, de modo a cair no aborrecimento. É fascinante
observar, como um bebé de nove meses, já sabe escolher o brinquedo, que mais o
diverte e que mais se adapta às suas capacidades de percepção. A maioria das
crianças também não exige nenhuma orientação ou ensino de um adulto, para
conseguir adquirir as habilidades básicas do desenvolvimento motor, como o
manipular objetos, o sentar, o gatinhar, o andar e o descer uma escorrega.
6.1 - O DESENVOLVIMENTO SENSORIAL DOS 9 AOS 12 MESES
As duas professoras americanas em terapia ocupacional pediátrica Case-
Smith & O´Brien (2010), constataram que, as habilidades de locomoção que a
criança adquire entre o 9º e o 12º mês, são o produto das muitas respostas
adaptativas. Por sua vez, estas últimas se desenvolvem numa integração cada vez
mais sofisticada dos inputs somatosensoriais, vestibulares e visuais.
As mesmas autoras testemunham que nesta idade, o bebé, como já se desloca
por distâncias maiores, explora cada vez mais ambientes, o que faz com que se criam
maiores oportunidades para a integração de uma variedade de sensações cada vez
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mais complexas. A integração de tal panóplia de sensações permite à criança
desenvolver o conhecimento do esquema corporal e a percepção espacial. Por outras
palavras, experiencias sensoriomotoras conferem uma aprendizagem cada vez mais
completa sobre o meio envolvente e sobre a relação do corpo com o espaço externo.
Sempre de acordo com Case- Smith & O´Brien (2010), a percepção tátil
torna-se mais refinada e desempenha um papel importante no desenvolvimento das
habilidades do movimento da mão. A criança necessita de respostas tátils muito
precisas, para poder desenvolver a preensão de pinça fina, para pegar pequenos
objetos.
Continuando de acordo com as mesmas autoras, a Informação propriocetiva
também exercita uma importante influência no desenvolvimento das habilidades
manipulativas, um único objeto serve ao bebé para a performance de uma variedade
de ações. Estas respostas adaptativas baseadas no processamento somatossensorial
contribuam para o desenvolvimento motor e da capacidade de planeamento. As
habilidades de manipulação de objetos progridem, até ao ponto que, a criança
descobre a capacidade de transferir objetos de uma mão para a outra.
O processamento auditivo também desempenha um papel importante na
percepção do meio envolvente, especialmente quando se trata do ambiente social. Ao
momento que a criança ensaia as suas primeiras vocalizações, as informações
auditivas integram-se às sensações táteis e propriocetivas centrando-se no interior da
boca e nos lábios. Gradualmente a criança tenta de reproduzir os sons da língua
utilizada pelos cuidadores. Vocalizações como repetições de consoante-vogal (baba,
mama) são comuns. Os pais muitas vezes anexam significados a tais vocalizações
infantis e encorajam os seus filhotes mostrando-se contentes. O bebé também acaba
por dar significados a esses sons. No fim do 12º mês as crianças já possuem um
pequeno vocabulário de palavras e sons. A estes a criança anexa significados de
modo poder comunicar os seus desejos aos cuidadores.
Outra importante etapa do desenvolvimento é alcançada na altura em que a
criança começa a querer fazer as atividades da vida diária de forma autónoma, como
por exemplo o comer sozinha. Esta ocupação é complexa e exige processamentos de
informações somatosensoriais muito refinados, do momento que requere o saber
guiar a colher para a boca, ao mesmo tempo de coordenar os movimentos orais na
mastigação e deglutição… E não é de esquecer, que as sensações gustativas e
olfativas também fazem parte de tal processo. O planeamento psicomotor ainda não
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progrediu o suficiente, para a criança alimentar-se mediante talheres, sem sujar-se a
roupa.
Empiricamente, podemos considerar que, pedacinhos de legumes cozidos e
fruta, bolachas e esparguetes sem molho, são muitas vezes comidas de eleição, pelo
fato de poderem ser conduzidas à boca mediante as mãozinhas. Deste modo a hora
dos pastos pode proporcionar à criança a exploração de novas texturas, de modo a
poder desenvolver uma cultura alimentícia saudável e encontrar novas respostas
adaptativas.
7 - MOTRICIDADE GLOBAL
Segundo Neto (2002), a motricidade global refere-se aos movimentos
dinâmicos corporais, envolvendo a habilidade de controlar as contracções de grandes
músculos corporais na geração de movimentos amplos.
De acordo com Willrich et. al (2006), a motricidade global envolve em sua
manifestação a mobilização de grandes grupos musculares produtores de força de
tronco, braços e pernas e inclui as reacções posturais, o equilíbrio da cabeça, o sentar,
o ficar em pé, o engatinhar e o andar.
Para Neto (2002), a motricidade global é a capacidade da criança, dos seus
gestos, atitudes, deslocamentos e do seu ritmo que nos permitem, por vezes, conhecê-
la e compreendê-la melhor. A criança brinca imitando cenas da vida quotidiana, ou
seja, fala movimentando-se, canta a dançar, ou ao contrário, primeiro começa a
dançar e só depois começa o cantar. Ela expressa, de forma simultânea, a sua
afectividade e exercita a sua inteligência.
7.1 - MOTRICIDADE GLOBAL DOS 9 AOS 12 MESES
Como se pode verificar anteriormente e segundo Willrich et al. (2006), a
motricidade global envolve grandes grupos musculares.
Assim, e de acordo com Einon (2005), estes grupos musculares são
responsáveis por um conjunto de actividades que a criança consegue realizar. Por
volta dos 9 meses o bebé consegue gatinhar ou rastejar, consegue sentar-se sozinha
sem apoio e em segurança. Segura-se de pé apoiada nas mãos e por vezes quando
deitada passa a sentada. Suspenso de barriga para baixo tem movimentos de
protecção esticando as mãos e braços para baixo. Aos 12 meses o bebé já engatinha,
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anda agarrado à mobilia ou apoiado pelas mãos e consegue sentar-se a partir da
posição de pé.
8 - MOTRICIDADE FINA
De acordo com Neto (2002), a motricidade fina refere-se à capacidade de
controlar um conjunto de actividades de movimento de certos segmentos do corpo,
com emprego de força mínima, a fim de atingir uma resposta precisa à tarefa. Refere-
se à actividade manual, guiada por meio da visão, ou seja, coordenação visuo-
manual.
A coordenação viso-manual representa a atividade mais frequente e mais
comum no homem, sendo esta usada para pegar em objetos e lançá-los assim como
para escrever, desenhar, pintar, recortar, etc. Esta coordenaçaõ inclui a fase de
transporte da mão, seguida de uma fase de apreensão e manipulação, tendo como
resultado um conjunto de três componentes principais, o objecto, a visão e a mão.
A actividade manual, guiada essencialmente pela visão, faz funcionar em
simultâneo o conjunto dos músculos que asseguram a manutenção dos ombros e dos
braços, do antebraço e da mão, sendo estes particularmente responsáveis pelo ato
manual de agarrar.
Segundo Thelen et al. e Hofsten (cit. por Cole & Cole, 2003), logo após o
nascimento, a percepção e a acção estão vinculadas, quando os bebés percebem um
objecto a mover-se diante deles, estendem a mão em sua direcção. No início as
percepções e as acções envolvidas no alcançar e no agarrar ainda não estão
coordenadas. Os bebés podem alcançar um objecto, mas não conseguem fechar as
mãos em torno dele, porque fecham as mãos muito cedo. Por volta dos dois meses os
bebés começam a adquirir controle voluntário sobre os seus movimentos quando
alcançam um objecto. Ao mesmo tempo, alcançar e agarrar começam a se tornar
acções coordenadas na sequência apropriada.
8.1 - MOTRICIDADE FINA DOS 9 AOS 12 MESES
De acordo com Mathew & Cook (cit. por Cole & Cole, 2003), por volta dos
nove meses de idade, a grande maioria dos bebés consegue guiar os seus movimentos
com um único olhar, e os movimentos que usam para alcançar e agarrar os objectos
parecem tão bem integrados e automáticos, quanto um reflexo.
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Connolly & Dalgleish (cit. por Cole & Cole, 2003), referem que entre os 7 e
os 12 meses de idade, os movimentos motores finos das mãos e dos dedos tornam-se
expressivamente mais subtis e melhor coordenados. Aos 12 meses conseguem mover
os seus polegares e outros dedos para posições adequadas ao tamanho do objecto que
estão tentando agarrar.
Segundo Neto (2002) e Einon (2005), os bebés com idades compreendidas
entre os 9 e os 12 meses, é possível verificar-se algumas alterações ao nível da
motricidade fina. Com 9 meses, o bebé tem a capacidade de pegar num objecto
suspenso ou numa bola que alguém lhe atire, serve-se das duas mãos ao mesmo
tempo para alcançar objectos grandes, passa brinquedos de uma mão para a outra. O
bebé começa a servir-se de dedos separadamente e pode empurrar ou servir-se da
mão espalmada para bater, agarra melhor os objectos com a palma da mão, e o
polegar funciona em oposição aos outros dedos. Consegue pegar nos objectos mais
pequenos, consegue empurrar e apanhar ervilhas ou outros pequenos objectos com o
polegar e o indicador, e consegue pegar num objecto de cima e não apenas de lado.
Por volta dos 12 meses, o bebé aprende a largar os objectos, e serve-se dos
mesmos de forma adequada para atingir os seus fins, e não como extensões da mão
para bater ou chupar.
9 - BRINCAR
De acordo com Ferreira (cit por Fantacholi, 2011) brincar é divertir-se,
recrear-se, entreter-se, distrair-se, ou seja brincar é algo muito presente nas nossas
vidas.
Do ponto de vista de Oliverira (cit por Fantacholi, 2011) brincar significa
desenvolver-se integralmente. É caracterizado como uma das formas mais complexas
que a criança tem de se comunicar consigo mesma e com o mundo, o
desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante
toda a vida. É através do brincar que a criança pode desenvolver capacidades
importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imiginação, proporcionando
ainda à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afectividade,
motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.
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Segundo Parham & Fazio (1997), existem várias razões para brincar, pois
sabe-se que é extremamente importante para o desenvolvimento cognitivo, motor,
afetivo e social da criança.
O brincar é a ocupação principal da criança e constitui um pré-requisito para
competências requeridas por papeis ocupacionais mais tarde na vida (Reilly, 1974).
De acordo com Freud (cit por Reis, 2009) o brincar para a criança assume um
importante papel no seu desenvolvimento. A actividade lúdica da criança cumpre
uma importante função, permite à criança elaborar os seus conflitos a partir do
brincar. Esta actividade permite à criança adpatar o mundo real ao mundo
imaginário. O brincar da criança é determinado por um desejo que contribui para o
seu desenvolvimento, um único desejo, o de ser adulta, assim ela reproduz em suas
brincadeiras aquilo que ela apreende do mundo dos adultos que ela conhece.
É a brincar que a criança expressa vontades e desejos construídos ao longo de
sua vida, e quanto mais oportunidades a criança tiver de brincar mais fácil será o seu
desenvolvimento. Segundo Carneiro & Dodge (2007, pág. 59), “... o movimento é,
sobretudo para a criança, uma forma de expressão e mostra a relação existente entre
ação, pensamento e linguagem”. A criança consegue lidar com situações novas e
inesperadas, e age de maneira independente, e consegue visualizar e entender o
mundo fora do seu quotidiano.
9.1 - BRINCAR DOS 9 AOS 12 MESES
Segundo Batllori & Escandell (2004) entre os 9 e os 12 meses a criança já
consegue realizar algumas atividades quer só ,quer acompanhada, tirando assim o
prazer que as mesmas lhes oferecem.
Existem várias atividades que a criança consegue desempenhar neste estádio e
das quais a ela mostra mais interesse, nesta idade já começam a usar objectos como
ferramentas, empurram uma bola com uma varinha ou caçar uma cenoura no prato
com o auxilio de uma colher. Elas também estão mais interessadas em jogos
interactivos, e todas as brincadeiras nesta fase acabam acontecendo repetidas vezes.
A sua habilidade está melhor, nesta fase a criança consegue abrir uma caixa e brincar
com o brinquedo que ela quiser.
Estas crianças nesta idade estão mais predispostas para brinquedos de
empurrar, encaixar, livros com texturas e figuras grandes.
15
10 – CONCLUSÃO
Na abordagem da idade compreendida entre os 9 e os 12 meses, aprofundou-
se os conhecimentos acerca dos domínios do desenvolvimento motor (motricidades
global, fina e oral-respiratória), sensorial, sócio-emocional e do brincar.
A motricidade global durante esta fase de crescimento, manifesta-se mediante
as ações circulares dos movimentos do rastejar, gatinhar, sentar sem apoio, segurar-
se de pé com apoio nas mãos, sentar a partir das posições de deitado e a partir da
posição de pé. Compreendeu-se, que todas estas aprendizagens motoras, somente são
possíveis, devido às maturações do sistema vestibular, que permite o equilíbrio, da
propricepção, que proporciona ao bebé a percepção da direção dos movimentos das
várias partes corporais, e do sistema nervoso central, que controla as contrações
musculares.
Tais maturações também se refletem no desenvolvimento da motricidade fina.
Em particular a visão, a propriocepção e a dosagem da contração muscular dos
dedos, permitem os movimentos da oponencia do polegar e da pinça fina.
As mesmas maturações exercem ainda um papel decisivo nas movimentações
de precisão dos lábios e da língua, que permitem à criança de começar a usar
autonomamente o copo e a colher e de executar balbucios cada vez mais refinados.
O início da alimentação autónoma coincide com o emergir do desejo de fazer
coisas sozinho. No entanto, a necessidade de autonomia faz com que o bebé, aos 9-
12 meses, se encontra emocionalmente num dilema: de um lado o instinto de
exploração leva-o à procura de novos contextos (o bebé gatinha por distâncias cada
vez maires) e à interação com estranhos, do outro lado ainda sente muita ânsia de
poder perder a mãe. Conclui-se que é mediante a interação com os pais, em forma de
brincadeiras e através da linguagem, (ainda maiormente gestual), que a criança
aprende a ler as expressões faciais. O elogio dos pais para a criança conseguir
desempenhar pequenas partes das atividades da vida diária sozinha, faz com que ela
ganhará a autoconfiança necessária para a pouco a pouco superar tal ânsia de
separação.
Concluiu-se ainda que, a ocupação principal do bebé entre os 9 e 12 meses é o
explorar, manipular e levar à boca todo o tipo de objetos que se apresentam ao seu
alcance. Sentindo as várias texturas e diferenciando entre várias cores e formas, o
bebé se apercebe das características de um determinado objeto, atribui-lhe um ou até
mais significados, ou usa-o como uma ferramenta para alcançar um determinado fim.
16
Nesse sentido, constata-se que, o explorar é sem dúvida um pré-requisito
indispensável para o saber brincar e para que o nosso objeto de estudo passa de bebé
à ser uma criança propriamente dita. Quer-se reforçar ainda, que o brincar é de facto
a oupação principal da criança (Reilly, 1974), e quanto mais oportunidades a criança
tiver de brincar mais completo será o seu desenvolvimento (Oliverira, cit por
Fantacholi, 2011).
Por fim, concluiu-se que todos os domínios de desenvolvimento abordados,
se encontram num continuum de interação biunívoca, que permite ao bebé de
alcançar a mudança e a adaptação aos vários contextos da vida ocupacional. Nesse
sentido, capacidades sensoriais, habilidades motoras e saúde promovem a maturação
física e influenciam também outros aspectos do desenvolvimento, como a esfera
socio-emocional e ocupacional do bebé.
17
11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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20
ANEXO A
12- O DESENVOLVIMENTO DO BEBÉ ENTRE OS 9 E OS 12 MESES
MOTRICIDADE GLOBAL
9 meses:
rasteja ou gatinha;
senta- se sozinha sem apoio e em segurança;
segura-se de pé apoiada nas mãos e por vezes quando deitada passa a sentada;
suspenso de barriga para baixo tem movimentos de protecção esticando as
mãos e braços para baixo.
até 12 meses
gatinha com destreza;
anda agarrado à mobilia ou apoiado pelas mãos;
consegue sentar-se a partir da posição de pé.
MOTRICIDADE FINA
9 meses
consegue guiar os seus movimentos com um único olhar;
os movimentos que usa para alcançar e agarrar os objectos parecem tão bem
integrados e automáticos, quanto um reflexo;
os movimentos motores finos das mãos e dos dedos tornam-se
expressivamente mais subtis e melhor coordenados;
tem a capacidade de pegar num objecto suspenso ou numa bola que alguém
lhe atire;
serve-se das duas mãos ao mesmo tempo para alcançar objectos grandes;
passa brinquedos de uma mão para a outra;
começa a servir-se dos dedos separadamente;
pode empurrar ou servir-se da mão espalmada para bater;
agarra melhor os objectos com a palma da mão;
o polegar funciona em oposição aos outros dedos;
21
consegue pegar nos objectos mais pequenos, como ervilhas ou outros
pequenos objectos com o polegar e o indicador;
consegue pegar num objecto de cima e não apenas de lado.
até 12 meses
consegue mover os seus polegares e outros dedos para posições adequadas ao
tamanho do objecto que está tentando agarrar;
aprende a largar os objectos, e serve-se dos mesmos de forma adequada para
atingir os seus fins, e não como extensões da mão para bater ou chupar.
MOTRICIDADE ORAL E RESPIRATÓRIA
9 meses
aperfeiçoamento dos movimentos finos dos lábios e da língua;
uso do copo da colher;
uso do biberão menos frequente;
inicio da auto-alimentação;
consegue balbuciar 4 ou mais sílabas seguidas de uma só vez.
11 meses
vocabulário de 2 palavras claras, usadas consistente e apropriadamente.
até 12 meses
o balbuciar torna-se mais variado e mais comprido;
ultrapassa as quatro sílabas.
DESENVOLVIMENTO SENSORIAL
22
9-12 meses
integração cada vez mais sofisticada dos inputs somatosensoriais, vestibulares
e visuais;
se desloca por distâncias maiores;
explora cada vez mais ambientes;
integração de uma variedade de sensações cada vez mais complexas;
melhora o conhecimento do esquema corporal;
melhora a percepção espacial, sobre a relação do seu corpo com o espaço
externo;
a percepção tátil torna-se mais refinada (pinça fina);
informação propriocetiva: um único objeto serve ao bebé para a performance
de uma variedade de ações;
processamento somatossensorial: capacidade de planeamento motor,
capacidade de transferir objetos de uma mão para a outra;
processamento auditivo: percepção do meio envolvente e do ambiente social;
informações auditivas integram-se às sensações táteis e propriocetivas
centrando-se no interior da boca e nos lábios;
tenta de reproduzir os sons da língua, como repetições de consoante-vogal
(ex: baba, mama);
anexa significados às vocalizações, de modo poder comunicar os seus desejos
aos cuidadores;
gosta comer com as mãos e sentir a textura da comida, aguçando o olfato e o
paladar.
DESENVOLVIMETO SÓCIO EMOCIONAL
9 meses
surge o medo de estranhos (auge aos 2 anos);
desenvolve o conceito de independência e o de afastamento;
a ansiedade sentida nas primeiras tentativas de separação da mãe fá-lo voltar à necessidade de sentir-se seguro (volta à dependência);
23
perturba-se quando a mãe ou o cuidador se ausenta;
tem medo que o abandonem mesmo em locais conhecidos;
fora de casa, serve-se da mãe como uma boia de salvação;
fica ansioso pelo regresso da mãe;
todas as transições são criticas;
espera encontrar no rosto de quem cuida dele informação sobre toda e
qualquer situação;
lê as expressões faciais no sentido de descobrir o que estas têm a dizer-lhe
sobre o mundo;
apercebe-se de quanto as pessoas são importantes para ele;
sorri quando se olha para ele e quando se brinca com ele;
aparecem os primeiros sinais de timidez, torna-se menos sorridente;
o choro é mais frequente;
surgem as primeiras trocas sociais, sob a forma de brincadeiras;
tenta de imitar os gestos ou ações que o fazem rir;
sabe fazer adeus;
se lhe for pedido, dá o objecto que tem, a outra pessoa;
exige mais atenção da mãe, mas também é mais gentil com ela;
puxa a roupa para atrair a atenção da mãe;
gosta de dar abraços aos familiares;
para a olhar, quando lhe é dito “não”;
consegue exprimir alegria, frustração e ser ciumenta;
gosta também de outras crianças mas não brinca com elas;
até aos 12 meses
integra-se em actividades que se centrem à sua volta;
consegue prever os actos da mãe, por exemplo, estende os braços para lhe
vestirem o casaco;
consegue distinguir uma representação pictórica de si próprias das fotografias
dos outros;
consegue distinguir fotografias de rostos de bebés das de rostos de adultos.
24
O BRINCAR
9-12 meses
consegue realizar algumas atividades quer só, quer acompanhada, tirando
assim o prazer que as mesmas lhes oferecem;
usa objectos como ferramentas, como empurrar uma bola com uma varinha
ou caçar uma cenoura no prato com o auxilio de uma colher;
interessa-se por jogos interactivos;
repete as brincadeiras por muitas vezes;
consegue abrir uma caixa e brincar com o brinquedo que ela quiser;
gosta de brinquedos de empurrar;
gosta de brinquedos do tipo encaixar;
entretem-se com livros com texturas e figuras grandes.
25