95419323 reducao-de-danos

110
REDUÇÃO DE DANOS EM SAÚDE MENTAL E CLÍNICA AMPLIADA CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL Profª: Sandra Nunes

Upload: sergio-camara

Post on 05-Dec-2014

2.351 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: 95419323 reducao-de-danos

REDUÇÃO DE DANOS EM

SAÚDE MENTAL E CLÍNICA

AMPLIADA

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Profª: Sandra Nunes

Page 2: 95419323 reducao-de-danos

Plano de Curso

OBJETIVOS

Permitir ao aluno a apropriação de

conhecimentos atualizados acerca do

problema referente ao uso e abuso de drogas

e álcool no Brasil e levá-lo a familiarizar-se

com a o paradigma da Redução de Danos,

entendido como estratégia eficiente e

humanizada para lidar com o usuários de

substâncias psicoativas.

2

Page 3: 95419323 reducao-de-danos

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

I. DROGA E ÁLCOOL: CONDICIONANTES DO USO E ABUSO

Fatores individuais, bioquímicos e contextuais

Contexto do agravamento do problema com as drogas no cenário brasileiro

Drogas e álcool como produção de subjetividade na sociedade do consumo

Uso e abuso: Definições

II. CENÁRIO DO USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

Consumo de álcool no Brasil

Uso de drogas na população brasileira

III. PARADIGMAS DO ATENDIMENTO AO USUÁRIO DE DROGAS E ÁLCOOL

Paradigma da abstinência: O modelo de doença e o modelo de auto-ajuda

Redução de Danos: Novo paradigma ético, clínico e político da política

pública de saúde.

3

Page 4: 95419323 reducao-de-danos

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (continuação)

IV. REDUÇÃO DE DANOS

Definição, Princípios Universais e Contexto Histórico de surgimento

Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de

Álcool e Outras Drogas (MS, 2004)

Reforma Psiquiátrica no Brasil

CAPS e Rede Básica de Saúde: Rede de Atenção à Saúde Mental

Álcool e Crack: Redução de Danos

V. CLÍNICA AMPLIADA

Definição e premissas

Enfrentamento de uma clínica ainda hegemônica

Propostas da Clínica Ampliada

VI. RELATOS DE EXPERIÊNCIAS

4

Page 5: 95419323 reducao-de-danos

AVALIAÇÃO

Ao longo do processo: 8 Perguntas referentes

aos conteúdos ministrados serão lançadas

durante as aulas. Devem ser respondidas por

escrito e entregues à professora e

compartilhadas com os colegas. Valor: 4

pontos

Ao final do Curso: Apresentação de relatos de

experiências e descrição de impressões,

críticas e seus principais aprendizados em

relação à estratégia de redução de danos.

Valor: 6 pontos

5

Page 6: 95419323 reducao-de-danos

Drogas e Álcool

Que ideias e imagens lhe vêm à cabeça quando

você pensa em usuários de drogas?

De que drogas você mais lembra? Que histórias de

vidas aparecem associadas a essas drogas?

Você conhece(u) alguém que usa drogas que ilustra

essas histórias?

E quanto ao usuário de álcool?

6

Page 7: 95419323 reducao-de-danos

Será que este é um problema

individual??

7

Page 8: 95419323 reducao-de-danos

Condição de Vulnerabilidade

TODAS AS PESSOAS ESTÃO SOB O

MESMO RISCO DE CONSUMIR DROGAS E

TORNAREM-SE DEPENDENTES?

8

Idade, histórico

familiar, condições

genéticas, condições

concretas de vida,

acessibilidade aos

serviços de saúde,

educação, esporte,

justiça etc, etc…

Page 9: 95419323 reducao-de-danos

Vulnerabilidade e Risco

Social

Estão associados à condição de pobreza.

Linha da pobreza: renda per capita de até

meio salário mínimo.

A vulnerabilidade que coloca as pessoas em

risco social tem uma dimensão muito além

da carência econômica:

desnutrição, condições precárias de habitação e

saneamento, subemprego, subconsumo, falta de

integração e suporte familiar e baixos níveis

educacionais e culturais

Pessoas que vivem na rua!!

9

Page 10: 95419323 reducao-de-danos

CONTEXTO DO AGRAVAMENTO DO

PROBLEMA COM AS DROGAS NO CENÁRIO

BRASILEIRO

Década de 80: Herda os efeitos da Ditadura

(neoliberalismo e estado mínimo, multinacionais,

privatização dos serviços, incluindo o de saúde).

Fracasso do, então, “milagre econômico”:

alto índice da inflação,

a explosão demográfica nos grandes centros urbanos,

aumentando os cinturões de pobreza nas periferias e

favelas

desemprego conjuntural

sucateamento da educação pública

10

Propicia o mercado ilícito, incluindo o

de drogas

As favelas e periferias urbanas

passam a ocupar um lugar estratégico

para o forte mercado de drogas

Page 11: 95419323 reducao-de-danos

Mercado de drogas e

mercado de armas

As disputas por pontos de venda de drogas

entre facções inimigas e o enfrentamento

direto com a polícia agregaram ao mercado de

drogas, o mercado de armas, dando início a

uma verdadeira guerra civil que se encontra

inserida num ciclo global de guerras.

11

A guerra às drogas ocorre majoritariamente nas camadas mais

pobres da população e encobre a lógica de consumo que movimenta

o mercado mundial de drogas lícitas e ilícitas

Video: 8,15` a 13,15`

Page 12: 95419323 reducao-de-danos

Usar drogar é crime no Brasil!

Quem usa é criminoso… e quem fica

dependente…também!!

Mas, sempre foi assim?

Video: 1,56 a 5,30`

12

Page 13: 95419323 reducao-de-danos

Drogas como produção de

subjetividade 13

Produto

material

Drogas

“sensação

de bem

estar”

“sensação

de poder”

“sensação

de alegria”

Imaterial

Page 14: 95419323 reducao-de-danos

Compreendendo o Uso e o

Abuso: Natureza

biopsicossocial 14

Pessoa (momento atual + Histórico

de Vida + Motivações)

Bioquímica Contexto Sócio Cultural

(Sua ação no organismo + potencial de

dano/dependência

química/emocional/tolerância/abstinência)

Page 15: 95419323 reducao-de-danos

Pessoal: Motivações

- Obtenção de prazer, diversão;

- Modificação intencional do estado de

pessoal consciência;

- Alívio dos estados de angústia/ansiedade

diante das incertezas da vida.

15

Page 16: 95419323 reducao-de-danos

Contexto Sóciocultural :

Oferta e demanda;

Novas formas de consumo e de tipos de drogas.

Acesso e qualidade da educação;

Facilidade ao acesso: se consegue droga em

qualquer lugar e a qualquer hora.

Valores culturais: - O que é valorizado socialmente (status, desinibição, ser cool, não ser

careta, etc);

- Culto a individualidade

- Velocidade da informação (superficialidade na aquisição do

conhecimento, descarte na reflexão);

- Para que vive em situação de rua (ser aceito no grupo de rua)

16

Page 17: 95419323 reducao-de-danos

Cultura do consumo: Necessidades

descartáveis

Sensação de constante insatisfação, falsamente resolvida

pelo consumo.

Exclusão Social Concentração de Renda

Desemprego

Condições de moradia e alimentação

Vulnerabilidade das referências (éticas e morais) e dos

laços sócio-culturais

17

Contexto Socioeconômico

Page 18: 95419323 reducao-de-danos

Contexto Familiar

Desintegração da família

Violência intrafamiliar

Abandono

Violência sexual

Abuso de álcool e outras substâncias

Baixa escolaridade e subemprego

18

Page 19: 95419323 reducao-de-danos

Para quem vive em situação de

rua…

Os estudos evidenciam estréia na relação do

consumo de drogas pela população de rua

com uma estratégia de sobrevivência nestes

contextos. Seus efeitos fornecem uma

multiplicidade de sensações, não só

prazerosas, como euforia e poder, mas

alterações da percepção da realidade que

promovem uma proteção psíquica contra a

dolorosa realidade externa e interna.

19

Page 20: 95419323 reducao-de-danos

Estes fatores sociais, políticos e

econômicos 20

Exigem a mudança de uma postura restritiva de guerra às drogas para a composição e

compartilhamento entre as diversas áreas, para busca de uma pluralidade de

pressupostos, de interfaces e de ações integrais exigidas pela complexidade do

fenômeno (TOTUGUI et al., 2010).

Page 21: 95419323 reducao-de-danos

Esclarecendo os termos….

Uso

E

Abuso

Diferente níveis de relação com as

drogas e o álcool

21

Page 22: 95419323 reducao-de-danos

Uso experimental, uso recreativo, uso

controlado e uso social de drogas

► Uso Experimental

Os primeiros poucos episódios de uso de uma droga específica – algumas

vezes incluindo tabaco ou álcool -, extremamente infrequentes ou não

persistentes.

►Uso Recreativo

Uso de uma droga, em geral ilícita, em circunstâncias sociais ou

relaxantes, sem implicações com dependência e outros problemas

relacionados, embora haja os que discordem, opinando que, no caso de

droga ilícita, não seja possível este padrão devido às implicações legais

relacionadas.

► Uso Controlado

Refere-se à manutenção de um uso regular, não compulsivo e que não

interfere com o funcionamento habitual do indivíduo. Termo também

controverso, pois se questiona se determinadas substâncias permitem tal

padrão.

►Uso Social

Pode ser entendido, de forma literal, como uso em companhia de outras

pessoas e de maneira socialmente aceitável, mas também é usado de

forma imprecisa querendo indicar os padrões acima definidos.

22

Page 23: 95419323 reducao-de-danos

Abuso

A definição de abuso (DSM-IV) baseia-se na ocorrência de um ou mais dos

seguintes critérios no período de 12 meses:

1. Uso recorrente resultando em fracasso em cumprir obrigações importantes

relativas a seu papel no trabalho, na escola ou em casa;

2. Uso recorrente em situações nas quais isso representa perigo físico;

3. Problemas legais recorrentes relacionados à substância;

4. Uso continuado, apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou

recorrentes, causados ou exacerbados pelos efeitos da substância.

Já a definição de uso nocivo (CID-10) baseia-se nos seguintes critérios:

1. Evidência clara de que o uso foi responsável (ou contribuiu consideravelmente)

por dano físico ou psicológico, incluindo capacidade de julgamento comprometida

ou disfunção de comportamento;

2. A natureza do dano é claramente identificável;

3. O padrão de uso tem persistido por pelo menos um mês ou tem ocorrido

repetidamente dentro de um período de 12 meses;

4. Não satisfaz critérios para qualquer outro transtorno relacionado à mesma

substância no mesmo período (exceto intoxicação aguda).

23

Page 24: 95419323 reducao-de-danos

ATIVIDADE EM GRUPO

1) Por que o abuso de drogas deve ser

considerado um problema de natureza

biopsicossocial e não apenas individual?

2) Você acha que a estratégia de guerra às

drogas tem sido eficiente no mundo? Por

quê?

24

Page 25: 95419323 reducao-de-danos

Estatísticas sobre o uso de

substâncias psicoativas no

contexto brasileiro:

25

Page 26: 95419323 reducao-de-danos

Cenário do uso de substâncias

psicoativas

Cerca de 10% das populações dos centros

urbanos de todo o mundo consomem

abusivamente substâncias psicoativas (OMS,

2001)

Cigarro e álcool são as mais usadas e as que

causam maior malefício à saúde.

26

Page 27: 95419323 reducao-de-danos

CONSUMO DE ÁLCOOL NO

BRASIL

27

I LEVANTAMENTO NACIONAL SOBRE OS PADRÕES DE CONSUMO DE ÁLCOOL NA POPULAÇÃO BRASILEIRA (2007)

Page 28: 95419323 reducao-de-danos

Consumo por Gênero 28

Page 29: 95419323 reducao-de-danos

Consumo por Região 29

Page 30: 95419323 reducao-de-danos

Idade de início 30

Page 31: 95419323 reducao-de-danos

Bebida e Direção 31

Page 32: 95419323 reducao-de-danos

Uso de drogas na população

brasileira 32

Page 33: 95419323 reducao-de-danos

Prevalência por tipo de droga 33

Page 34: 95419323 reducao-de-danos

Prevalência por gênero 34

Page 35: 95419323 reducao-de-danos

Uso de Drogas Injetáveis

Cocaína injetável, é direta ou indiretamente,

responsável por cerca de 25% do total de casos

de AIDS notificados.

Taxas elevadas para hepatites virais, HTLV I / II,

(endêmica na Bahia e região nordeste do Brasil)

, alem de surtos de malária transmitidos por

equipamentos de injeção.

35

Page 36: 95419323 reducao-de-danos

INCIDÊNCIA

Cerca de 800.000 usuários de drogas injetáveis

(UDI) no país, com utilização desta via de consumo

ao menos uma vez nos últimos 12 meses, com as

seguintes características: São jovens, entre 18 a 30 anos, tendo iniciado o consumo de drogas

injetável por volta dos 16 anos;

A escolaridade é baixa, tendo a maioria o primeiro grau incompleto;

A média de injeção gira em torno de 10 a 25 vezes por sessão de uso;

Altas taxas de HIV = 36,5%, Hepatite C = 56,4 %;

5% dos UDIs relatam o uso de droga em grupo;

23% procuraram tratamento para a dependência química em algum

momento da vida

80 % já foram presos pelo menos uma vez.

36

Page 37: 95419323 reducao-de-danos

Danos Visíveis

Page 38: 95419323 reducao-de-danos

Em grupos:

3. No cenário do uso de álcool e drogas no

Brasil, que estatística lhe chamou mais a

atenção e por quê?

38

Page 39: 95419323 reducao-de-danos

PARADIGMAS DO

ATENDIMENTO AO

USUÁRIO DE DROGAS

E ÁLCOOL

Page 40: 95419323 reducao-de-danos

DIFERENTES PARADIGMAS

O PARADIGMA DA ABSTINÊNCIA (é melhor

não consumir álcool em nenhuma hipótese)

(1) O MODELO DE DOENÇA (alcoolismo como

uma doença crônica, onde os períodos de

sobriedade se alternam com períodos de

consumo compulsivo)

(2) O MODELO DE AUTO-AJUDA (sistema mundial

de grupos de auto-ajuda: Crença de que é

impotente diante do vício)

O PARADIGMA DA REDUÇÃO DE DANOS

(prevenção, redução de oferta, regulação de

disponibilidade física, tratamento para quem

quer parar, redução de danos para quem não

quer)

40

Page 41: 95419323 reducao-de-danos

Paradigma da abstinência

A única direção de tratamento possível,

submetendo o campo da saúde ao poder

jurídico, psiquiátrico e religioso.

Usuário = anormal, delinquente e pecador.

Qualquer nível de uso é prejudicial e deve ser

combatido

41

A produção de uma verdade científica sobre o anormal e o anti-social inseriu não somente o louco, como também o usuário de drogas no

regime do saber psiquiátrico.

Page 42: 95419323 reducao-de-danos

Paradigma de abstinência

Argumentos favoráveis:

Pode ser bastante útil para as pessoas que

perderam o controle de suas vidas.

Argumentos contrários :

Para a maioria das sociedades, o modelo da

abstinência não é uma opção viável como

política nacional. Nem todas as pessoas querem

parar.

No caso do álcool, ele está arraigado em muitos

eventos sociais e tem um papel importante na

socialização.

Nem todo consumo é prejudicial!

42

Page 43: 95419323 reducao-de-danos

Modelos que preconizam a

Abstinência

Modelo Médico ou de doença

Modelo da auto-ajuda

43

Page 44: 95419323 reducao-de-danos

Modelo de doença

Argumentos a favor deste modelo:

Pacientes - orientadas a não sentir culpa;

Abordagem sistemática e objetiva + bons cuidados médicos

(desintoxicação)+ atenção psicossocial (prevenção à

recaídas)

Argumentos contrários ao modelo:

difícil convencer os usuários a se tratarem e a taxa de

recaídas é alta;

No caso do alcoolismo, a atenção somente a bebedores

problemáticos ou alcoolistas (e não ao danos decorrentes

de embriaguez aguda, por ex.)

Subjugação do “paciente”.

44

Page 45: 95419323 reducao-de-danos

Modelo de auto-ajuda

Argumentos a favor:

É barato;

É disponível em horários não comerciais;

Os participantes falam aquilo que querem falar,

sem pressão;

Utiliza a mesma metodologia em todo o mundo.

45

Page 46: 95419323 reducao-de-danos

Modelo de auto-ajuda

Argumentos contrários:

A filosofia baseada em "eu sou impotente perante

meu vício e confio mais em uma entidade maior

(Deus) do que em mim”, confere ao AA um aspecto

religioso, que pode ser contraproducente, quando

as pessoas abandonarem o AA (sentimento de

impotência, fraqueza, isto é pode ter um viés

moralista)

O AA não reconhece plenamente a evidência

científica de que alguns usuários conseguem usar a

substância psicoativa apenas socialmente.

46

Page 47: 95419323 reducao-de-danos

Paradigma da Redução de

Danos

Aceita que há distintos níveis de relação com a

droga: Uso e abuso;

Aceita que a abstinência pode não ser uma

meta realista para todos os usuários;

Rejeita a marginalização e a exclusão social do

usuário de drogas e álcool;

Recoloca os usuários no lugar de cidadãos

com direito à vida e à saúde e incita

nessas pessoas práticas de cuidado de si

para que possam ter uma vida social

independentemente de conseguirem ou não a

abstinência do uso de drogas.

47

Page 48: 95419323 reducao-de-danos

EXEMPLOS DE REDUÇÃO DE DANOS

• Não dirigir sob efeito de álcool.

• Não compartilhar seringas para o uso de drogas

injetáveis.

• Diminuição do número de cigarros.

• Não levar bebidas em garrafas de vidro para eventos ou

espaços públicos.

• Usar protetor solar.

• Realizar coleta seletiva de lixo para diminuir danos ao

ecossistema.

• Substituir crack por maconha.

• Distribuir cartilhas aos usuários, orientando o uso.

48

Page 49: 95419323 reducao-de-danos

49

Page 50: 95419323 reducao-de-danos

O paradigma da Redução de

Danos

Artigo196 da Constituição de 88 prevê: “A

saúde é direito de todos e dever do Estado,

garantido mediante políticas sociais e

econômicas que visem à redução do risco de

doença e de outros agravos e ao acesso

universal e igualitário às ações e serviços

para sua promoção, proteção e

recuperação”.

50

Questiona a

criminalização e a

patologização do usuário

de drogas.

Aspectos sócio-

econômicos e

políticos

Exclusão

SUS , instituído pelas

Leis Federais

8.080/1990 e

8.142/1990

Page 51: 95419323 reducao-de-danos

SUS: PRINCÍPIOS

Acesso universal, público e gratuito às ações e serviços de

saúde;

Integralidade das ações, cuidando do indivíduo como um

todo e não como um amontoado de partes;

Equidade , como o dever de atender igualmente o direito

de cada um, respeitando suas diferenças;

Descentralização dos recursos de saúde, garantindo

cuidado de boa qualidade o mais próximo dos usuários que

dele necessitam;

Controle social exercido pelos Conselhos Municipais,

Estaduais e Nacional de Saúde com representação dos

usuários, trabalhadores, prestadores, organizações da

sociedade civil e instituições formadoras.

51

Page 52: 95419323 reducao-de-danos

Política do Ministério da Saúde de

Atenção Integral ao Usuário de Álcool e

outras Drogas (2004)

Elege a redução de danos como estratégia de

saúde pública, na qual é incentivada a criação

e sistematização de intervenções junto à

população usuária que, devido ao contexto de

vulnerabilidade, não querem ou não desejam

parar o uso da droga.

52

Page 53: 95419323 reducao-de-danos

53

A abstinência não pode ser, então, o único objetivo a ser alcançado. Aliás, quando se trata de cuidar de vidas humanas, temos de, necessariamente, lidar com as singularidades, com

as diferentes possibilidades e escolhas que são feitas. As práticas de saúde, em qualquer nível de ocorrência,devem

levar em conta esta diversidade. Devem acolher, sem julgamento, o que em cada situação, com cada usuário, é

possível,o que é necessário, o que está sendo demandado, o que pode ser ofertado, o que deve ser feito, sempre estimulando a sua participação e o seu engajamento.

(POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO

INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS, 2004)

Page 54: 95419323 reducao-de-danos

É uma estratégia fundamental para a promoção

dos princípios e diretrizes do Sistema Único de

Saúde.

Contribui para e efetivação da atenção integral

aos usuários de álcool e outras drogas, para o

controle da epidemia do HIV/Aids e das

hepatites virais e para o tratamento dos

transtornos associados ao consumo prejudicial

de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas.

O que é Redução de Danos

(RD)?

Page 55: 95419323 reducao-de-danos

EM SÍNTESE: RD 55

É um paradigma que constitui um outro olhar sobre a questão

das drogas e álcool, instituindo novas tecnologias de

intervenção, comprometidas com o respeito às diferentes

formas de ser e estar no mundo, promovendo saúde e

cidadania;

É um conjunto de estratégias de promoção de saúde e

cidadania, construídas PARA e POR pessoas que usam

drogas e alcool, e que buscam minimizar eventuais

conseqüências do uso de drogas lícitas ou ilícitas,sem colocar

a abstinência como único objetivo do trabalho em saúde;

Além disto, a Redução de Danos também pode designar uma

política pública igualmente centrada no sujeito, e constituída

com o foco na promoção de saúde e cidadania das pessoas

que usam drogas, respeitando a premissa de que saúde é um

direito de todos.

*Extraído do folder institucional da ABORDA

Page 56: 95419323 reducao-de-danos

PRINCÍPIOS UNIVERSAIS

A estratégia de redução de danos é complementar às

estratégias de controle da demanda e da oferta;

Seu foco é nas consequências e não nos

comportamentos em si;

A estratégia é realista e reconhece que o consumo

substâncias não será interrompido em muitas

comunidades, e continuar a criar problemas para

indivíduos e comunidades;

A estratégia de redução de danos não julga o consumo

de drogas (lícitas ou ilícitas) e álcool e sim a redução

dos problemas advindos dele;

É uma estratégia pragmática – ela não busca políticas

ou estratégias que sejam inatingíveis ou que criem mais

danos que benefícios.

56

OS PRINCÍPIOS E ESTRATÉGIAS DE REDUÇÃO

DE DANOS SÃO LÓGICOS E

COMPROVADAMENTE EFICIENTES. Video 44,38´ a 46,09`

Page 57: 95419323 reducao-de-danos

Intersetorialidade

O uso de álcool e outras drogas, por tratar-se de

um tema transversal a outras áreas da saúde, da

justiça, da educação, social e de desenvolvimento,

requer cooperação intersetorial para a execução de

uma política de atenção integral ao consumidor de

álcool e outras drogas.

As articulações com a sociedade civil, movimentos

sindicais, associações e organizações comunitárias e

universidades, são fundamentais para a elaboração de

planos estratégicos, ampliando-se significativamente a

cobertura das ações dirigidas a populações de difícil

acesso.

Tais articulações constituem-se em instrumentos

fundamentais de defesa e promoção de direitos

(advocacy) e de controle social.

57

Page 58: 95419323 reducao-de-danos

Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao

Tratamento e Prevenção em Álcool e Outras Drogas

(PEAD 2009-2010, Portaria/MS nº 1.190, 04 de junho

de 2009)

Direito:

ao acesso ao tratamento, a redução da lacuna

assistencial, o enfrentamento do estigma,

da qualificação das redes de saúde, da

adoção da estratégia de redução de danos

e do reconhecimento de determinantes

sociais de vulnerabilidade, risco e padrões

de consumo.

Estratégias:

Consultório de Rua (2009)

Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack

(2010)

58

Page 59: 95419323 reducao-de-danos

Objetivos PEAD

Contribuir para a ampliação do acesso aos

cuidados de saúde da rede SUS para usuários

de álcool e outras drogas,

Implementar intervenções em contexto de

rua com a articulação de diferentes redes

de atenção em álcool e outras drogas.

Sua principal população-alvo são crianças,

adolescentes e jovens moradores de rua em

situação de vulnerabilidade e risco

59

Page 60: 95419323 reducao-de-danos

Atividade em grupos:

De acordo com o que você aprendeu, responda:

3) Em que difere o paradigma da abstinência e o

paradigma da Redução de Danos?

4) Você concorda com o Ministério da Saúde ter

assumido a estratégia de redução de Danos

como politica pública? Por quê?

60

Page 61: 95419323 reducao-de-danos

UM POUCO DE HISTÓRIA….

De movimento social a política

pública instituída pelo MS:

A trajetória da RD no mundo e no

Brasil

61

Page 62: 95419323 reducao-de-danos

História da Redução de Danos

Londres

Anos 20

Abstinência de morfina

Ambiente acadêmico

Amsterdã

Fim dos anos 70

Epidemia hepatites / Aids

Sociedade civil

Page 63: 95419323 reducao-de-danos

História da Redução de

Danos

1970 – Conselho Europeu, reconhece a necessidade de

abordagens mais flexíveis, realistas e pragmáticas no trato do uso e abuso de substâncias psicoativas, iniciando um movimento sistemático de questionamento dos modelos vigentes.

1980 - O Brasil faz seus primeiros pronunciamentos a favor de uma nova abordagem, pautada no respeito ao cidadão;

1989 – Primeira tentativa de troca de seringas, Santos-SP;

1990 – Centros de Referência para Drogas e Aids (Bahia);

(programa universitário para troca de agulhas e seringas, como

estratégia de contenção vírus HIV)

63

Page 64: 95419323 reducao-de-danos

1990: Lei 8.080 (SUS);

1994: 1º PRD do Brasil (Salvador – UFBA);

1995: Porto Alegre, Itajaí, São Paulo, Rio de Janeiro;

1997 – Ministério da Saúde – Programas de Redução

de Danos (troca de agulhas e seringas em parceria com

associações de redutores e programas de redução de

danos – São Paulo, Salvador e Porto Alegre)

1997: Surge a ABORDA;

2002: Lei 10.216/02 (marco legal da Reforma

Psiquiátrica)

64

História da Redução de

Danos (continuação)

Page 65: 95419323 reducao-de-danos

REDUÇÃO DE DANOS

NO CONTEXTO DA

REFORMA

PSIQUIÁTRICA

Page 66: 95419323 reducao-de-danos

Consiste no progressivo deslocamento do centro do

cuidado para fora do hospital, em direção à

comunidade;

Os CAPS são os dispositivos estratégicos desse

movimento. Entretanto, é a rede básica de saúde o

lugar privilegiado de construção de uma nova lógica

de atendimento e de relação com os transtornos

mentais.

66

REFORMA PSIQUIÁTRICA

Page 67: 95419323 reducao-de-danos

Atenção Primária à Saúde/Atenção

Básica:

Programa de Agente Comunitários de

Saúde(PACS, 1991)

Programa da Saúde da Família (PSF, 1994), virou

ESF (principal modalidade de atuação da atenção

básica).

Seus princípios são: atuação no território através do

diagnóstico situacional, enfrentamento dos problemas

de saúde de maneira pactuada com a comunidade,

buscando o cuidado dos indivíduos e das famílias ao

longo do tempo; buscar a integração com instituições

e organizações sociais e ser espaço de construção

da cidadania

67

Page 68: 95419323 reducao-de-danos

Saúde Mental e Atenção

Básica Coordenação Geral da Saúde Mental (CGSM/MS- 2001

Documentos para a articulação entre a saúde mental e a

atenção básica. Principais diretrizes:

Apoio matricial (cuja função consiste nas ações de

supervisão, atendimento compartilhado e capacitação

em serviço, realizado por uma equipe de saúde mental

para equipes ou profissionais da atenção básica) de

saúde mental às equipes de PSF: aumento da capacidade

resolutiva das equipes;

Priorização da saúde mental na formação das equipes da

atenção básica;

Ações de acompanhamento e avaliação das ações de

saúde mental na atenção básica.

68

Page 69: 95419323 reducao-de-danos

CAPS

Instituições destinadas a acolher os pacientes

com transtornos mentais, estimular sua

integração social e familiar, apoiá-los em suas

iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes

atendimento médico e psicológico.

Sua característica principal é buscar integrá-

los a um ambiente social e cultural concreto,

designado como seu “território”, o espaço

da cidade onde se desenvolve a vida

quotidiana de usuários e familiares.

69

Page 70: 95419323 reducao-de-danos

TIPOS DE CAPS 70

Page 71: 95419323 reducao-de-danos

Novos dispositivos

de atenção integral (portaria GM 2841/2010)

CAPSad III – 24 horas

leitos de acolhimento noturno, nos feriados e finais de sema

na (po-dem ter no mínimo 8 e, no máximo, 12 leitos);

realizar intervenções a situações de crise (abstinência

e/ou desintoxicação), repouso e/ou observação.

permanência:

limitada a 10 dias corridos ou 14 dias intercalados em um p

eríodo de 30 dias.

Estão em processo de implantação 67 municípios

71

Page 72: 95419323 reducao-de-danos

Papel estratégico dos CAPs

Organização da rede comunitária de

cuidados, direcionamento local das políticas e

programas de Saúde Mental;

Desenvolvimento de projetos terapêuticos e

comunitários, dispensando medicamentos,

encaminhando e acompanhando usuários

que moram em residências terapêuticas,

Assessoria, acompanhamento e capacitação dos

Agentes Comunitários de Saúde e das Equipes

de Saúde da Família no cuidado domiciliar.

72

Page 73: 95419323 reducao-de-danos

Rede de Atenção à Saúde

Mental 73

Page 74: 95419323 reducao-de-danos

Nº de CAPS por tipo e ano 74

Page 75: 95419323 reducao-de-danos

75

Page 76: 95419323 reducao-de-danos

CAPSad por Região 76

Page 77: 95419323 reducao-de-danos

CAPS ad

A atenção psicossocial a pacientes que

apresentam uso abusivo/dependência de álcool

e outras drogas deve ocorrer em ambiente

comunitário, de forma integrada à cultura local,

e articulada com o restante das redes de

cuidados em álcool e drogas e saúde mental e

a rede de suporte social.

Desta forma, poderá organizar em seu território

de atuação os serviços e iniciativas que possam

atender às múltiplas necessidades dos usuários

de serviços, com ênfase na reabilitação e

reinserção social dos mesmos.

77

Page 78: 95419323 reducao-de-danos

ATIVIDADES CAPs Ad

Atenção ambulatorial: individual

(medicamentoso, psicoterápico, de orientação,

entre outros), atendimentos em grupo ou

oficinas terapêuticas e visitas domiciliares.

Repouso dos usuários de serviços, bem como

para a desintoxicação ambulatorial de

pacientes que necessitem deste tipo de

cuidados, e que não demandem por atenção

clínica hospitalar.

78

Page 79: 95419323 reducao-de-danos

ATENDIMENTO INTEGRADO

Dispositivos

assistenciais

em Saúde Mental

79

Ambulatórios,

Leitos em hospital-geral,

Hospitais-dia

Rede Básica de Saúde Unidades básicas de

saúde

Centros de Saúde

Estratégia de Saúde da

família (ESF)

Programa de agentes

comunitários da saúde

(PACS)

Rede de Suporte

Social CRASS

CAP

sad

Page 80: 95419323 reducao-de-danos

Atividade em grupo

6) O que significou a Reforma Psiquiátrica e

qual o papel dos CAPS neste contexto?

7) Você acha que os CAPS estão cumprindo

seu papel na sociedade? Por quê?

80

Page 81: 95419323 reducao-de-danos

ÁLCOOL E CRACK

REDUÇÃO DE DANOS

Page 82: 95419323 reducao-de-danos

Álcool

O álcool é a droga psicoativa mais usada na

maioria dos países, tanto para a celebração

como para o sofrimento, pois libera as

inibições.

As pessoas consomem álcool para relaxar e

se divertir. Para muitos, o álcool é uma

companhia nos eventos sociais e, na maior

parte das vezes, o consumo de álcool implica

riscos relativamente baixos, tanto para quem

bebe como para terceiros.

82

Page 83: 95419323 reducao-de-danos

PORÉM…

Para alguns, a depender do padrão de consumo e da

quantidade ingerida, pode provocar danos individuais e

sociais.

Curto prazo (exagero de consumo ): acidentes de carro

traumáticos, violências e agressões, atividade sexual

não planejada ou não desejada, conflitos com a lei ou

com o patrão.

Longo prazo (consumo pesado, por um período maior

de tempo): Danos a órgãos físicos (coração, fígado,

sistema digestivo, sistema endócrino, disfunção sexual,

sistema imunológico, problemas de pele, DST, câncer),

perda de relacionamentos pessoais ou de emprego.

83

Page 84: 95419323 reducao-de-danos

84

Page 85: 95419323 reducao-de-danos

85

FATO: O ÁLCOOL É A SUBSTÂNCIA

PSICOATIVA QUE MAIS CAUSA

TRANSTORNOS MENTAIS E

COMPORTAMENTAIS.

É A MAIS CARA PARA OS COFRES PÚBLICOS.

É A MAIS CONSUMIDA DENTRE TODAS AS

SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS.

Muita gente tem preconceito contra os usuários

de drogas e é alcoolista!!

Page 86: 95419323 reducao-de-danos

Ações práticas: Quanto à

substância

Produção de produtos com baixo teor

alcoólico e sua disponibilidade imediata.

Muitas pessoas escolhem esses produtos

para que possam continuar consumindo

álcool, com uma possibilidade menor de

embriaguez, doenças e riscos.

Em alguns países, aditivos como tiamina

(vitamina B) são adicionados ao produto e

está comprovado que em alguns casos, os

riscos à saúde são realmente reduzidos.

86

Page 87: 95419323 reducao-de-danos

Quanto ao ambiente:

Bares barulhentos, lotados e inacessíveis

criam problemas.

Estabelecimentos que toleram a embriaguez

e permitem que os funcionários do bar sirvam

pessoas já embriagadas são propícios para

problemas.

Servir as bebidas em copos de plástico ou de

material mais resistente, QUE NÃO SEJAM

CORTANTES.

Não vender álcool para menores.

87

Page 88: 95419323 reducao-de-danos

Dicas para quem vai beber:

Planeje: O planejamento feito com antecedência é uma

medida sensível e eficiente de redução de danos. Além do

estabelecimento de limites para a bebida, outros planos

podem evitar problemas relacionados ao álcool:

não beber sozinho;

garantir carona com um motorista que não tenha bebido;

estabelecer um limite de gastos;

saber o que está sendo servido.

A divulgação de informações sobre como “manejar” o próprio

consumo de álcool e o de amigos é importante. Muitos jovens

são inexperientes e estão sujeitos à forte pressão dos colegas

para assumir os “riscos da adolescência”.

88

Page 89: 95419323 reducao-de-danos

Álcool e Redução de Danos 89

Page 90: 95419323 reducao-de-danos

PLANO CRACK

Em maio de 2010 o Governo Federal instituiu o

Plano Crack, pelo Decreto nº 7179.

O Plano Crack objetiva a prevenção do uso, o tr

ata-

mento e a reinserção social de usuários e o enfr

enta-

mento do tráfico de crack e outras drogas ilícitas.

90

Page 91: 95419323 reducao-de-danos

CRACK E REDUÇÃO DE

DANOS

CRACK, também conhecido como pedra,

é a forma de base livre da cocaína,

podendo ser obtido do cloridrato de

cocaína ou da pasta de coca. Muito pouco

solúvel em água.

91

Page 92: 95419323 reducao-de-danos

DANOS

Danos à saúde física e psíquica:

Problemas respiratórios.

Perda de apetite, falta de sono e agitação motora,

desnutrição, desidratação e gastrite.

Rachaduras nos lábios, cortes e queimaduras nos dedos das

mãos.

Paranóia, depressão, ansiedade, baixa autoestima.

Dificuldade no uso do preservativo (DST/Aids)

Hepatites virais,tuberculose, leptospirose, etc.

Danos Sociais:

Evasão escolar.

Perda de vinculo familiar e com amigos.

Troca de sexo por droga.

Marginalidade e exclusão social.

92

Page 93: 95419323 reducao-de-danos

É usado:

em latas

em cachimbo

93

em copos

em cigarros

Page 94: 95419323 reducao-de-danos

Estratégias para Redução de

Danos

Os cachimbos devem ser adequados a

realidade de cada projeto, atendendo a

diversidade dos usuários e construído

conjuntamente.

94

Quando possível, substituição por maconha

Page 95: 95419323 reducao-de-danos

Os protetores labiais exigem discussão prévia

com os usuários (batons, tubos, ou de

sachês)?

Evitar que sejam a base de vaselina.

95

Page 96: 95419323 reducao-de-danos

Poder ser disponibilizado tubos de silicone de

diferentes espessuras pois a equipe deve

atender aos diferentes cachimbos usados

pelos usuários.

96

Page 97: 95419323 reducao-de-danos

Criar espaços de sociabilidade para os

usuários com a finalidade de facilitar a

implementação de estratégias preventivas

entre eles.

Estabelecer um diálogo franco e respeitoso

com os usuários.

97

Page 98: 95419323 reducao-de-danos

Que trabalho fazer com os

usuários?

Adequação de serviços:

Atividades extra-muros

Estratégias de redução de danos à saúde

Internação???

Trabalho de rua

Atividades socioeducativas

Atividades de advocacy

Acompanhamento a serviços (testagem,

vacinação, etc.)

98

Page 99: 95419323 reducao-de-danos

Trabalho nas comunidades

Oficinas (diversas)

Participação em atividades na comunidade

Articulação com outros equipamento sociais

(emprego, renda, escola, etc)

Reinserção social

Reinserção escolar

Reinserção familiar

99

Page 100: 95419323 reducao-de-danos

CLÍNICA AMPLIADA

Page 101: 95419323 reducao-de-danos

CLINICA AMPLIADA

Princípios do SUS = A universalidade do

acesso, a integralidade da rede de cuidado e

a equidade das ofertas em saúde.

Obrigam a modificação dos modelos de

atenção e de gestão dos processos de

trabalho em saúde.

Não só médicos fazem a clínica mas todos os

profissionais de saúde fazem cada um a sua

clínica!

101

Page 102: 95419323 reducao-de-danos

Ampliação da Clínica - Clínica Ampliada -

Clínica do

Sujeito : A Humanização da Atenção

Ampliada em quê? Considera a complexidade do sujeito e

do processo de adoecimento (nas conexões, muitas vezes

ocultas, entre o biológico, o subjetivo e o social);

Contra à redução dos usuários a um recorte diagnóstico ou

burocrático: o diabético, o alcoolista ou, pior ainda, o leito

número tal...).

Lidar com os usuários enquanto Sujeitos buscando sua

participação e autonomia no projeto terapêutico

Em oposição à clínica degradada, reduzida à tecnologia da

queixa-conduta.

Pressupõe trabalho em equipe: clínica interdisciplinar;

102

Page 103: 95419323 reducao-de-danos

Enfrentamento de uma

clínica ainda hegemônica

1) toma a doença e o sintoma como seu

objeto;

2) toma a remissão de sintoma e a cura como seu

objetivo;

3) realiza a avaliação diagnóstica reduzindo-a

à objetividade positivista clínica ou

epidemiológica;

4) define a intervenção terapêutica considerando

predominantemente ou exclusivamente os

aspectos orgânicos.

103

Page 104: 95419323 reducao-de-danos

Foco no trabalho em Equipe: 104

Ajudar usuários e trabalhadores a lidar com a complexidade dos Sujeitos e a multicausalidade dos problemas de

saúde na atualidade significa ajudá-los a trabalhar em equipe

É na interação entre os diferentes Sujeitos da equipe (justamente

valorizando essas diferenças) que se poderá mais facilmente fazer uma clínica

ampliada.

Page 105: 95419323 reducao-de-danos

Ampliar a clínica, portanto,

implica:

1) tomar a saúde como seu objeto de

investimento, considerando a vulnerabilidade,

o risco do sujeito em seu contexto;

2) ter como objetivo produzir saúde e ampliar o

grau de autonomia dos sujeitos;

3) realizar a avaliação diagnóstica considerando

não só o saber clínico e epidemiológico, como

também a história dos sujeitos e os saberes por

eles veiculados;

4) definir a intervenção terapêutica

considerando a complexidade biopsicossocial

das demandas de saúde.

105

Page 106: 95419323 reducao-de-danos

As propostas da clínica

ampliada:

Um compromisso radical com o sujeito doente, visto de

modo singular;

Assumir a CO-RESPONSABILIDADE no lugar da

culpabilização e da infantilização do paciente;

Buscar ajuda em outros setores, ao que se dá nome de

INTERSETORIALIDADE (Ex: anemia falciforme)

RECONHECER OS LIMITES DOS CONHECIMENTOS

dos profissionais de saúde e das TECNOLOGIAS por

eles empregadas e buscar outros conhecimentos em

diferentes setores,

Assumir um compromisso ÉTICO profundo.

106

Page 107: 95419323 reducao-de-danos

Orientações práticas úteis à

clínica ampliada: Refinar a escuta: mesmo quando possa parecer não interessar diretamente

para o diagnóstico e tratamento;

Perceber o fluxo entre VÍNCULO E AFETOS;

Evitar recomendações culpabilizantes;

Trabalhar com ofertas (individualizadas) e não apenas restrições;

Evitar questionar e julgar comportamentos;

Perguntar o que o usuário entendeu do que foi dito sobre sua condição e

seu tratamento;

Evitar assustar o usuário (gera hiponcondria ou desistência)

Equilibrar o problema com produção de vida. O usuário não se resume ao

problema.

Respeitar a diversidade cultural e negociar terapias alternativas,

condizentes com as crenças e os valores culturais do usuário.

107

Page 108: 95419323 reducao-de-danos

Atividade em Grupos

8) Em que aspectos a clínica ampliada difere da

clínica tradicional? Na sua opinião, quais os

avanços deste tipo de clínica no sentido de

atender aos objetivos de humanização da

atenção à saúde?

108

Page 109: 95419323 reducao-de-danos

Atividade de Avaliação final

Dividir a sala em seis grupos. Cada grupo ficará

responsável por estudar e apresentar um relato de

experiência. Além disso, os grupos deverão

descrever suas impressões, críticas e seus

principais aprendizados em relação à estratégia de

redução de danos.

109

Page 110: 95419323 reducao-de-danos

Relatos de Experiências

1)Redução de Danos no Contexto do Centro Histórico de

Salvador – BA. (6 p)

2)Relato de uma experiência com adolescentes sobre o

uso de drogas. (8 p)

3)Relato de Caso da Trajetória de um Usuário de Cola em

Serviço Especializado (6p)

4)Relato de experiência consultório de rua: estamos aqui...

e aí? (7 p)

5)Redução de Danos: estratégia de cuidado com

populações vulneráveis na cidade de Santo André – SP

(4 p)

6)“As Construções de Campos: Relato de uma experiência

com o Núcleo Londrinense de Redução de Danos” (10 p)

110