95574447 estudo e implementacao da metodologia de qualidade qsb em industria de autopecas
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Slvio Jos da Silveira
ESTUDO E IMPLEMENTAO DA METODOLOGIA DE QUALIDADE QSB EM INDSTRIA DE AUTOPEAS
Dissertao de Mestrado apresentada ao
Programa de Ps-Graduao em Engenharia
Mecnica da Pontifcia Universidade Catlica de
Minas Gerais, como requisito parcial para
obteno de ttulo de Mestre em Engenharia
Mecnica.
Orientador: Prof. Wisley Falco Sales
Co-orientador: Prof. Marcelo Becker
Belo Horizonte
2007
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FICHA CATALOGRFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais
Silveira, Slvio Jos da S587e Estudo e implementao da metodologia de qualidade QSB em indstria de autopeas / Slvio Jos da Silveira. Belo Horizonte, 2007. 150f.
Orientador: Wisley Falco Sales. Co-orientador: Marcelo Becker Dissertao (Mestrado) - Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais, Programa de Ps-Graduao em Engenharia Mecnica Bibliografia.
1. Qualidade total. 2. Indstria de autopeas. I. Sales, Wisley Falco. II. Becker, Marcelo. III. Pontifcia Universidade Catlicade Minas Gerais. Programa de Ps-Graduao em Engenharia Mecnica. III. Ttulo.
CDU: 658.562
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AGRADECIMENTOS
Aos Professores Wisley Falco Sales e Marcelo Becker pelo apoio sem o qual
esta etapa acadmica no teria sido concluda, pelo seu exemplo de postura
profissional, confiana e tranqilidade transmitidas.
FIAT AUTOMVEIS S.A., pela confiana, comprometimento e pela oportunidade, sem a qual, este estudo no teria sido concludo.
Aos meus filhos, Slvio Henrique e Ana Flvia, por todo carinho a mim
dedicado.
minha esposa Maria, amiga, me e amor que deu suporte e apoio total nas horas de dificuldade.
Aos meus pais, lvaro e Ana, pelo exemplo, carinho, perseverana, coragem e empreendedorismo que balizaram meu carter e com isto me impulsionaram para
o caminho certo.
Aos meus irmos, Wilson, Vilcilene, Silvana, Jackson e Anderson, sogros,
Dutra e Marlia e amigos, Lus Carlos, Marco Antnio, Flvio e Vnia, sempre
dispostos a me ajudar. s empresas que contriburam para a realizao deste trabalho que,
infelizmente, tiveram seus nomes em anonimato.
A todos que de alguma forma, direta ou indiretamente, contriburam para a
realizao deste trabalho.
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A Excelncia uma habilidade conquistada por
meio de treinamento e prtica. Ns somos
aquilo que fazemos repetidamente. Excelncia,
ento, no um ato, mas um hbito.
Aristteles, pensador grego a.c
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RESUMO
A indstria automotiva no mundo todo vem buscando a excelncia em suas
atividades com o objetivo de superar as expectativas de seus clientes. Uma das estratgias adotadas foi o desenvolvimento e implementao da metodologia Quality
System Basics (QSB) nas empresas fornecedoras de componentes para seus veculos. O QSB uma metodologia de qualidade desenvolvida, pela j desfeita, Joint venture dos setores de Compras da FIAT e General Motor (GM-FIAT World Wide Purchasing). O QSB baseia-se em nove estratgias e tem como objetivo principal a melhoria continua da qualidade dos processos produtivos por meio da
sua implementao. Este trabalho consiste no estudo de diversas metodologias de
qualidade, dentre elas o QSB, em sua implementao em duas empresas e na
demonstrao da evoluo da performance dos seus indicadores de qualidade.
Como resultado obteve-se melhoria nos principais indicadores de qualidade destas
empresas (reclamaes e rejeies no cliente e refugo e retrabalho internos).
Palavras-chaves: Qualidade Total; Quality System Basics; Indstria autopeas
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ABSTRACT
The automotive industry has searched the excellence in its activity as goal in
order to exceed the customers expectations and one of the strategies adopted was
the development and implementation of the Quality System Basics (QSB) methodology in its suppliers that provide components for its vehicles. The QSB is a
qualitys methodology developed, by just undone, joint venture of the FIAT and GM purchasing department (GM-FIAT Word Wide Purchasing). The QSB is based in nine processes and has as the main goal the continuous improvement of the quality of the
productive process through of the QSB implementation. This work consist of study
several quality methodology and implement the QSB in two suppliers and accompany
its quality index performance. As result, these two suppliers obtained improvement in
its main quality index (customers issue and rejects and internals rejects and repairs).
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Exemplo Reunio Resposta Rpida........................................................ 44
Figura 2 Exemplo de Q da Qualidade.................................................................. 46
Figura 3 Exemplo de etiqueta de Identificao...................................................... 48
Figura 4 Fluxograma para Reduo de RPN......................................................... 51
Figura 5 Grfico da Faixa de RPN......................................................................... 55
Figura 6 Processo para Padronizao das Operaes.......................................... 61
Figura 7 Dispositivo prova de erro fixao do Brao Oscilante Travessa........ 66
Figura 8 Dispositivo prova de erro teste de desmontagem da bucha do Brao
Oscilante................................................................................................................... 67
Figura 9 Dispositivo prova de erro P/ evitar liberao de tubos com dupla
estampagem da flange............................................................................................ 68
Figura 10 Dispositivo prova de erro p/ detectar presena de rebites................. 69
Figura 11 Dispositivo prova de erro p/ detectar a correta montagem da Alavanca
do Comando Cmbio................................................................................................ 70
Figura 12 Etapas do processo de implementao do QSB.................................... 79
Figura 13 Formulrio Mster Dot............................................................................ 85
Figura 14 Auditoria Interna na Empresa A em 22/ago/06...................................... 92
Figura 15 Auditoria do Cliente na Empresa A em 05/out/06.................................. 93
Figura 16 Auditoria do cliente na Empresa A em 07/mar/07.................................. 94
Figura 17 ndice de Refugo na operao de Usinagem das hastes empresa A.... 97 Figura 18 ndice de Refugo na operao de Usinagem de tubos empresa A....... 97 Figura 19 ndice de Refugo na operao de Montagem suspenso empresa A.. 98
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Figura 20 ndice de Refugo na operao de Pintura empresa A........................... 98 Figura 21 ndice de Retrabalho na operao de Usinagem Hastes empresa A.. 101 Figura 22 ndice de Retrabalho na Usinagem Tubos empresa A......................... 101 Figura 23 ndice de Retrabalho operao Montagem Suspenso empresa A..... 102 Figura 24 ndice de Retrabalho na operao de Pintura empresa A................... 102 Figura 25 ndice de IR/E (PPM) empresa A......................................................... 103 Figura 26 ndice de IPQE (PPM) empresa A........................................................ 104 Figura 27 Sumario mensal da faixa de RPN empresa A...................................... 106
Figura 28 Auditoria do Cliente Empresa B em 08/jul/05....................................... 109 Figura 29 Auditoria Interna na Empresa B em 25/ago/06.................................... 109
Figura 30 Auditoria Interna na Empresa B em 25/mai/07.................................... 110
Figura 31 Auditoria do cliente na Empresa B em 05/jun/07................................. 111 Figura 32 Auditoria do cliente na Empresa B em 25/ago/07................................ 112
Figura 33 ndice de Refugo empresa B................................................................ 113 Figura 34 ndice de Retrabalho empresa B.......................................................... 113 Figura 35 ndice de IR/E (PPM) empresa B......................................................... 114 Figura 36 ndice de IPQE (PPM) empresa B........................................................ 115 Figura 37 Acompanhamento Mensal da meta de RPN empresa B...................... 116
Figura 38 Acompanhamento mensal da faixa de RPN empresa B...................... 117
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 RPN Severidade................................................................................. 52
Tabela 2 RPN Ocorrncia................................................................................. 53
Tabela 3 RPN Deteco..................................................................................... 54
Tabela 4 Fluxograma para Reduo de RPN........................................................ 77
Tabela 5 Comparao Mensal de RPN empresa A............................................. 105
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LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E DEFINIES
ABIC Associao Brasileira das Indstrias de Caf.
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas.
AIAG Automotive Industry Action Group (Grupo de ao da Indstria Automotiva). ANFIA Associazione Nazionale Fra Industrie Automobilistiche (Associao Nacional da Industria Automobilistica Italia). APQP Advanced Product Quality Planning (Planejamento Avanado da Qualidade do Produto). ASQC American Society for Quality Control (Sociedade Americana para o Controle de Qualidade). AVSQ ANFIA Valutazione Sistemi Qualita (Avaliao do Sistema de Qualidade pela ANFIA). BENCHMARK Um marco ou ponto que serve como referncia ou padro para
avaliao, medies ou comparao.
Big Three Referncia s trs maiores montadoras de automveis dos Estados
Unidos (GM, Ford e Chrysler). BS British Standart.
CARE Costumer Acceptation Revision and Evaluation (Reviso e Avaliao da Aceitao do Cliente). CEP Controle Estatstico do Processo.
Cp ndice da capacidade de processo, definido como o intervalo da tolerncia dividido pela capacidade do processo, independente da centralizao do processo,
geralmente expresso por (LSE LIE)/3.
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Cpk ndice de capacidade de processo, que leva em conta a centralizao do processo e definido como o mnimo entre (LSE X)/3 e (X - LIE)/3. Ele relaciona a distncia entre a mdia do processo e o limite de especificao mais
prximo com a metade da disperso total do processo.
CQT Controle da Qualidade Total.
DFMEA Design Failure Mode and effects Analysis (Anlise do modo e efeito de falhas potenciais no projeto). DIN Deutsches Institut fr Normung
EAQF Evaluation Aptitude Qualite Fournisseur (Avaliao da Atitude da Qualidade do Fornecedor). ERROR PROFING Dispositivos prova de erro.
EQF Engenheiro de Qualidade Fornecedor Analista de qualidade responsvel
por acompanhar os desenvolvimentos de novos produtos e performance dos
produtos em produo.
FIEV Federation des Industries des Equipements pour Vehicules (Federao das Indstrias de Equipamentos para Veculos). Grfico de Pareto Consiste num histograma cujas freqncias encontram-se em ordem decrescente da esquerda para a direita, contendo no mesmo grfico uma
curva de freqncias acumuladas percentuais.
IATF International Automotive Task Force (Fora Tarefa Internacional Automotiva). IEEE Institute of Electrical and Eletronics Engineers.
INMETRO Instituto de Normalizao, Metrologia e Qualidade Industrial.
IPQE ndice de Performance de Qualidade (Quantidade de reclamaes (I) multiplicada pelo peso (P) dividido pela quantidade de desenhos (diferentes componentes) fornecidos (E)).
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IR Quantidade de peas Rejeitadas. IR/E ndice de Rejeio (Quantidade de peas Rejeitadas multiplicada por Um milho e dividida pela quantidade de peas fornecidas). ISA International Federation of the National Standardizing Associations (Federao Internacional das Associaes Nacionais de Normalizao). ISO International Organization for Standartization (Organizao Internacional para Normalizao). LIE Limite Inferior de Especificao.
LSE Limite Superior de Especificao.
Master Dot Modelo de plano de ao.
MCE Mercado Comum Europeu.
MERCOSUL Mercado Comum do Cone Sul.
MSA Measurement Systems Analysis (Anlise dos sistemas de medies). NAFTA North American Free Trade Agreement (Acordo Norte Americano de Livre Comrcio). NAO North American Organization
NBR Normas Tcnicas Brasileiras.
OCC Organismo de Certificao Credenciado.
PFMEA Process Failure Mode and effects Analysis (Anlise do modo e efeito de falhas potenciais no processo de fabricao). PPAP Production Part Approval Process (Processo de Aprovao de Peas para Produo). PPM Partes Por Milho = Nmero de peas reprovadas, multiplicadas por um
milho e divididas pelo nmero de peas Produzidas e Fornecidas.
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Provider Prestador de servio de treinamento em metodologias ou ferramentas de
qualidade.
QS Quality System.
QSA Quality System Assessment (Avaliao Sistema de Qualidade). QSB Quality System Basics Fundamentos do Sistema de Qualidade.
Quality Gates Inspees de qualidade em 100% dos produtos.
RPN Risk Priority Number - ndice de prioridade de risco, utilizado para priorizar os
potenciais de falhas determinados durante PFMEA e para os quais devero ser
adotadas aes corretivas ou melhorias.
RH Recursos Humanos.
Set up Mudana ocorrida no processo de fabricao (troca de produto a ser fabricado, de ferramenta de corte, de dispositivos etc.). SIF Selo de Inspeo Federal.
SMMT Society of Motor Manufactures and Traders (Sociedade de Marcas e Fabricantes de Motores). SPC Statistical Process Control (Controle Estatstico do Processo). Takt Time Tempo ciclo do cliente.
Teardowns Sub-fornecedores.
TQC Total Quality Control (Controle da Qualidade Total). TQM Total Quality Management (Gerenciamento da Qualidade Total). Workshop Treinamento inicial.
TS Tecnical Specification.
VDA Verband Der Automobilindustrie (Associao de Fabricantes para a Indstria Automobilstica da Alemanha).
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SUMRIO 1 INTRODUO................................................................................. 16 1.1 JUSTIFICATIVAS........................................................................................... 16 1.2 OBJETIVOS.................................................................................................... 19 1.2.1 Gerais.......................................................................................................... 19 1.2.2 Objetivos Especficos................................................................................. 20
2 REVISO BIBLIOGRFICA.......................................................... 21 2.1 DEFINIES PARA QUALIDADE................................................................ 21 2.2 A EVOLUO DO CONCEITO DE QUALIDADE......................................... 25 2.3 A NECESSIDADE DE PADRONIZAO...................................................... 28 2.4 ASSOCIAES PARA NORMATIZAO.................................................... 29 2.4.1 ISO-9000...................................................................................................... 29 2.4.2 QS-9000........................................................................................................ 32 2.4.3 ISO / TS 16949: 2002............................................................................ 34 2.4.4 Principais Diferenas entre TS 16949: 2002 e QS-9000.......................... 36 2.5 QSB................................................................................................................. 41 2.5.1 Resposta Rpida........................................................................................ 43 2.5.2 Controle de Produto No Conforme......................................................... 46 2.5.3 Reduo de RPN......................................................................................... 49 2.5.3.1 Falha em Potencial Pr ativo............................................................... 50 2.5.3.2 Falhas Ocorridas Reativo................................................................... 56 2.5.4 Treinamento Padronizado do Operador................................................... 57 2.5.5 Trabalho Padronizado................................................................................ 59 2.5.6 Auditorias Escalonadas............................................................................. 62 2.5.7 Verificao dos Dispositivos a Prova de Erro........................................ 64 2.5.7.1 Definies................................................................................................ 64 2.5.7.1.1 Mtodo de Checagem.......................................................................... 65 2.5.7.1.2 Mtodo de Inspeo............................................................................. 66 2.5.7.1.3 Mtodo Corretivo.................................................................................. 68 2.5.7.2 Requisitos................................................................................................ 70 2.5.8 CARE............................................................................................................ 71 2.5.9 Lies Aprendidas..................................................................................... 73 2.6 OS INDICADORES DE QUALIDADE............................................................ 74 2.6.1 ndice de Refugo e Re-trabalho Interno................................................... 75 2.6.2 IR / E............................................................................................................. 76 2.6.3 IPQE............................................................................................................. 76 2.6.4 Reduo de RPN.......................................................................................... 77
3 METODOLOGIA............................................................................. 78 3.1 AS ETAPAS PARA A IMPLEMENTAO DO QSB..................................... 78 3.1.1 Realizao do Workshop........................................................................... 79 3.1.2 Pr Avaliao.............................................................................................. 82 3.1.3 Elaborao do Mster Dot Auditoria pr-avaliao............................. 83 3.1.4 Implementao das Aes........................................................................ 83 3.1.5 Avaliao pelo Auditor do Cliente............................................................ 84 3.1.6 Elaborao do Mster Dot Auditoria do cliente.................................... 86 3.1.7 Aprovao do Mster Dot.......................................................................... 86
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3.1.8 Implementao das Aes........................................................................ 87 3.1.9 Acompanhamento das aes Implementadas pelo Fornecedor........... 87 3.1.10 Emisso do Certificado........................................................................... 87 3.2 MONITORAMENTO DA IMPLEMENTAO DO QSB................................... 88
4 RESULTADOS E DISCUSSES.................................................... 90 4.1 IMPLEMENTAO DO QSB NA EMPRESA A............................................. 91 4.2 IMPLEMENTAO DO QSB NA EMPRESA B............................................ 108
5 COMENTRIOS GERAIS E CONCLUSES.............................. 119 5.1 PRINCIPAIS DIFICULDADES...................................................................... 119 5.2 COMENTRIOS GERAIS............................................................................. 120 5.3 CONCLUSES.............................................................................................. 123 5.4 SUGESTES PARA FUTUROS TRABALHOS.................................. ..... 124 5.4.1 DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA QUE ATENDA AOS DIVERSOS SEGMENTOS DA INDSTRIA.......................................................... 124 5.4.2 ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS FERRAMENTAS DA METODOLOGIA QSB E DA FILOSOFIA LEAN MANUFACTURE (PRODUO ENXUTA).......... 124 5.4.3 APLICAO DESTA METOLOGIA EM UMA QUANTIDADE MAIOR DE EMPRESAS........................................................................................................... 125
REFERNCIAS................................................................................... 126
ANEXOS.............................................................................................. 128
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1 INTRODUO
Mundialmente a indstria automotiva, desde a crise do petrleo na dcada de
70, vem buscando a excelncia em suas atividades com o objetivo de superar as expectativas de seus clientes e, conseqentemente, manterem-se viveis ao longo
do tempo. Para alcanar este objetivo uma das metodologias que est sendo utilizada na rea da qualidade, mais precisamente na rea de sistema da qualidade,
a implementao do Quality System Basic (QSB) (QSB Workshop GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03). A correta implementao das estratgias do QSB nas empresas promove o melhoramento contnuo dos processos de fabricao e
produtos.
1.1 JUSTIFICATIVAS
A busca por estratgias para se manterem viveis ao longo do tempo,
operando de forma eficaz e competitiva tem sido um constante desafio para as
empresas automotivas. Uma das formas encontradas foi a implementao dos
sistemas de gesto da qualidade para garantir a qualidade dos produtos produzidos
e fornecidos, a padronizao de processos e atividades e a satisfao do cliente
interno e externo.
Em levantamentos recentes realizados por duas montadoras de automveis,
25% dos problemas de qualidade graves, que geram a parada de produo, so
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causados por processos de fabricao de produtos novos ou modificados, o
restante, 75%, so causados por erros de set-up, ferramentas desgastadas ou
quebradas, montagem incorreta, identificao incorreta, processos de fabricao que
se tornaram incapazes (ndices de capacidade de processo Cp e Cpk inferiores a 1,33) ao longo do tempo e componentes recebidos de sub-fornecedores. Isto , processos de fabricao que foram aprovados e validados e que no se mantiveram
capazes ao longo do tempo. Portanto, uma das maneiras de se reduzir a ocorrncia
de problemas de qualidade graves garantir que os processos de fabricao
mantenham-se estveis ao longo do tempo.
A proposta do Quality System Basic (QSB) justamente atuar de forma a garantir a estabilidade dos processos de fabricao ao longo do tempo por meio de
monitoramento e controles de produtos e processos de fabricao, auditorias,
treinamento e melhoria continua dos processos de fabricao.
Atualmente, a FIAT Automveis est buscando a excelncia em seus
processos de fabricao e em produtos e de seus fornecedores. O QSB vem ao
encontro deste objetivo, pois busca a melhoria dos sistemas de qualidade que, por conseqncia, melhora continuamente a qualidade dos processos de fabricao e
produtos.
Assim, a empresa decidiu acrescentar, como um de seus requisitos
especficos do cliente, a implementao do QSB no sistema de qualidade dos seus
fornecedores. Sendo um requisito especfico do cliente, os fornecedores que se
submeterem a auditorias para obteno e manuteno da certificao do sistema de
qualidade ISO / TS16949: 2002 devero comprovar sua implementao, caso
contrrio, no a obtero, por parte do organismo certificador acreditado.
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O QSB uma metodologia suportada por 9 (nove) processos, tambm chamados de estratgias ou pilares, que so descritos abaixo com seus principais
objetivos, conforme citados no QSB Workshop GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03: 1. Resposta Rpida: Registrar e garantir o acompanhamento metodolgico dos
problemas significativos de qualidade ocorridos nos clientes e processos de
fabricao.
2. Controle dos produtos no conforme: Garantir que produtos no conforme
produzidos pelos processos de fabricao sejam corretamente identificados e segregados.
3. Reduo de Risk Priority Number (RPN): Reduzir os ndices de risco de falha no processo obtidos durante a realizao da Process Failure Mode and
Effects Analysis (PFMEA) dos processos de fabricao. 4. Treinamento padronizado do Operador: Registrar e garantir o treinamento
mnimo necessrio aos colaboradores para a execuo correta de cada
operao.
5. Trabalho padronizado: Desenvolver mtodos e seqncias de trabalho
padronizado para todas as operaes.
6. Auditorias escalonadas: Garantir a conformidade do produto e processo
documentado por meio de auditorias peridicas realizadas por todos os nveis
da empresa.
7. Verificao da metodologia prova de erro: Garantir que dispositivos
prova de erros utilizados no processo de fabricao e montagem do produto
estejam funcionando adequadamente.
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8. CARE (Costumer Acceptation Revision and Evaluation Reviso e Avaliao da Aceitao do Cliente): Inspecionar o produto final visando garantir a conformidade de caractersticas importantes para o cliente.
9. Lies Aprendidas: Registrar informaes que iro dar suporte s melhorias
contnuas de todas as operaes e processos de fabricao.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Gerais
Mostrar a aplicabilidade da metodologia QSB em empresas do setor
automotivo por meio do emprego de suas estratgias.
1. Buscar o melhoramento contnuo da qualidade dos produtos e
processos de fabricao por meio da correta implementao do QSB.
2. Promover o comprometimento de todos os nveis e reas da empresa
com o melhoramento contnuo da qualidade dos produtos e processos
de fabricao.
3. Criar um banco de dados contendo histrico dos processos de
fabricao para serem utilizados como benchmark em novos processos
de fabricao ou similares.
4. Promover um correto acompanhamento dos distrbios qualitativos.
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1.2.2 Especficos
1. Demonstrar a reduo do nmero de produtos no conforme
produzidos pelos processos fabris aps a correta implantao do QSB.
2. Demonstrar a reduo de reclamaes pelo cliente devido ao
recebimento de produtos no conforme aps a correta implantao
do QSB.
3. Demonstrar a reduo de produtos no conforme devolvidos pelos
clientes aps a correta implantao do QSB.
4. Demonstrar a reduo da probabilidade dos processos fabris
produzirem produtos no conforme aps a correta implantao do
QSB.
No captulo 2 so apresentados os conceitos relevantes no estado da arte
abordando tpicos relacionados qualidade como as definies de qualidade, a
evoluo do conceito de qualidade, a necessidade de padronizao, as associaes
para normalizao: ISO-9000; QS-9000; ISO / TS16949: 2002, as principais
diferenas entre a ISO / TS16949: 2002 e QS-9000 e o QSB que composto pelas
estratgias: Resposta rpida, Controle de produtos no conforme, Reduo de
RPN, Treinamento padronizado do operador, Trabalho padronizado, Auditorias
escalonadas, Verificao da metodologia a prova de erro, CARE e Lies
aprendidas.
No captulo 3 so apresentados a metodologia utilizada contendo as etapas
para implementao do QSB e os indicadores de qualidade, no captulo 4 so
apresentados os resultados e discusses e no 5 as concluses.
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2 REVISO BIBLIOGRFICA
Neste captulo so abordadas as definies para a qualidade, a evoluo do
conceito de qualidade, a necessidade de padronizao, as associaes para
normatizao e o QSB.
2.1 DEFINIES PARA QUALIDADE
O termo qualidade - do latim, qualitate - designativo das propriedades,
atributos ou condies de um produto, capazes de distingui-lo por meio de
requisitos previamente estabelecidos pelo cliente e que permitem avali-lo, aprov-lo
ou recus-lo.
Algumas pessoas tentaram uma definio simples chegaram a frases como:
Qualidade estar em conformidade com os requisitos dos clientes.
Qualidade antecipar e satisfazer os desejos dos clientes.
Qualidade escrever tudo o que se deve fazer e fazer tudo o que foi escrito.
A evoluo do conceito de qualidade no meio industrial pode ser descrita
conforme abaixo:
Para Teboul (1991) a qualidade a conformidade s especificaes em consonncia utilizao que se tem em mente na hora da compra e no futuro
(SALAZAR FILHO, 2002).
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Para Garvin (1992) os sinnimos de qualidade vo desde luxo e mrito at excelncia e valor (SALAZAR FILHO, 2002).
Para Moller (1992) a qualidade composta por dois tipos, a tcnica que visa satisfazer expectativas concretas, tais como, tempo, durabilidade, segurana,
garantia, e a humana que visa satisfazer as expectativas emocionais, tais como
lealdade, credibilidade, ateno (SALAZAR FILHO, 2002). Para Juran (1993) fitness for use adequao ao uso, ou seja, o produto
deve possuir caractersticas que atendam s necessidades do cliente e que as
mesmas estejam conforme as especificaes (SALAZAR FILHO, 2002). Para Oakland (1994) a qualidade depende, fundamentalmente, da percepo
de cada um. O que tem qualidade para uns pode no atender s necessidades de
outros. Assim, o primeiro conceito a ser entendido que a qualidade depende da
percepo de cada indivduo (SALAZAR FILHO, 2002). Feigenbaum (1994) argumenta que a qualidade baseada na experincia
atual do cliente com o produto; ela medida por meio de confrontos com os
requisitos do cliente formalmente estabelecidos ou no, conscientes ou
superficiais, tecnicamente operacionais ou completamente subjetivos sempre representando um alvo mvel, num mercado competitivo (FUNDAMENTOS do Sistema de Gesto da Qualidade jan/04).
A qualidade uma determinao do cliente e no do engenheiro, do
marketing ou da administrao geral. Ela baseada na experincia atual do cliente
com o produto; ela medida por meio de confrontos com os requisitos do cliente
formalmente estabelecidos ou no, conscientes ou superficiais, tecnicamente
operacionais ou completamente subjetivos sempre representando um alvo mvel,
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num mercado competitivo (FUNDAMENTOS do Sistema de Gesto da Qualidade jan/04).
Segundo a atual norma brasileira sobre o assunto (NBR ISO-8402), qualidade : A totalidade dos aspectos e das caractersticas de uma entidade que lhe confere
a capacidade de satisfazer s necessidades explcitas e implcitas (SALAZAR FILHO, 2002).
Esta definio formal exige alguns complementos, principalmente para definir
o que so as entidades, as necessidades explcitas e as necessidades implcitas. A
entidade o produto do qual se fala pode ser um bem ou um servio.
As necessidades explcitas so as prprias condies e objetivos propostos pelo produtor. As necessidades implcitas incluem as diferenas entre os usurios, a
evoluo no tempo, as implicaes ticas, as questes de segurana e outras vises
subjetivas. Por exemplo, a qualidade de um veculo (a entidade ou o produto) est relacionada com a satisfao de necessidades (requisitos) tais como: aparncia, potncia, torque, consumo, confiabilidade, assistncia tcnica, etc.
Para avaliar a qualidade de um produto, deve-se fazer uma lista dessas
necessidades e analisar cada uma delas.
Um aspecto interessante da qualidade que no basta que ela exista. Ela
deve ser reconhecida pelo cliente. Por causa disso, necessrio que exista algum
tipo de certificao oficial, emitida com base em um padro. Alguns certificados mais
comuns so:
O selo do Selo de Inspeo Federal (SIF) de inspeo da carne;
O selo da Associao Brasileira das Indstrias do Caf (ABIC) nos pacotes de caf;
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O certificado da Secretaria de Sade para restaurantes (classe "A" so os melhores);
A classificao em estrelas dos hotis (hotis com cinco estrelas so timos);
Os certificados de qualidade da srie ISO-9000. Existem muitas propagandas
de empresas falando de sua certificao ISO-9000. Isto nada mais do que
um padro de qualidade (reconhecido mundialmente) pelo qual esta empresa foi avaliada e julgada; Para que seja possvel realizar uma avaliao e um julgamento, necessrio
haver um padro ou norma.
Existem alguns organismos de normalizao reconhecidos mundialmente:
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas;
DIN Deutsches Institut fr Normung;
IEEE Institute of Electrical and Eletronics Engineers;
ISO International Organization for Standardization;
A norma ISO-9000, por exemplo, foi criada pela ISO para permitir que todas
as empresas do mundo possam avaliar e julgar sua qualidade. Existindo um padro nico mundial, uma empresa do Brasil, mesmo no tendo nenhum contato com outra
empresa na Europa, pode garantir a ela a qualidade de seu trabalho.
A Certificao em uma norma ou padro a emisso de um documento oficial
indicando a conformidade com esta determinada norma ou padro. claro que, antes da emisso do certificado, preciso realizar todo um processo de avaliao e
julgamento de acordo com uma determinada norma. Embora uma empresa possa se auto-avaliar ou ser avaliada por seus prprios clientes, o termo Certificao costuma
ser aplicado apenas quando efetuado por uma empresa independente e idnea,
normalmente especializada neste tipo de trabalho. No Brasil, o Instituto de
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Normalizao, Metrologia e Qualidade Industrial (INMETRO) o rgo do governo responsvel pelo credenciamento das instituies que realizam a certificao de
sistemas de qualidade.
Uma das evolues mais importantes no estudo da qualidade est em notar
que a qualidade do produto algo bom, mas que qualidade do processo de
produo ainda mais importante. Esta descoberta aconteceu durante a prpria
evoluo dos conceitos de qualidade, ao longo dos anos.
Hoje em dia, pode-se consultar normas e padres tanto para produtos quanto para processos. Obviamente, os certificados mais valiosos so aqueles que
certificam o processo de produo de um produto e no aqueles que simplesmente
certificam o produto. Entretanto, comum encontrar empresas que perseguem os
dois tipos de padro de qualidade.
2.2 A EVOLUO DO CONCEITO DE QUALIDADE
No tpico anterior, explorou-se o conceito de qualidade. Mas de onde surgiu a
necessidade de uma preocupao com a qualidade?
No modo de produo anterior Revoluo Industrial, o arteso ocupava-se
de todas as tarefas: desde a escolha e aquisio da matria-prima at a fase de
acabamento e entrega do produto. O controle da qualidade era exercido pelo prprio
arteso. As caractersticas do modelo artesanal eram a baixa produo e o alto
padro de qualidade (ISRAELIAN, 1996).
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26
Com o advento da industrializao, surgiu o processo de diviso das tarefas
na confeco de um produto. O controle da qualidade passou s mos do mestre
industrial, que exercia a superviso desses grupos. Com o aumento das escalas de
produo e do nmero de trabalhadores, o sistema tornou-se invivel, pois no era
possvel um s mestre supervisionar todo o processo. A resposta para o problema
foi a padronizao dos produtos. Com a 2 Guerra Mundial, houve uma grande
evoluo tecnolgica acompanhada por uma complexidade tcnica de materiais,
processos de fabricao e produtos. Essa situao ameaava inviabilizar a inspeo
total da produo (ISRAELIAN, 1996). Surgiu ento uma evoluo do controle da qualidade: o controle estatstico
baseado em inspeo por amostragem e grficos de controle (timidamente comeava a despontar o conceito de preveno de falhas). Entretanto, as aes corretivas desencadeadas ainda eram de eficincia restrita. Esta ineficincia das
aes corretivas e a acirrada competio pelo mercado consumidor acabaram
contribuindo significativamente para que se adotasse um novo enfoque em termos
de controle de qualidade, o Controle da Qualidade Total (CQT), em ingls, Total Quality Control (TQC), tambm conhecido por Total Quality Management (TQM) (ISRAELIAN, 1996).
Pode-se dizer que o CQT foi um modelo para o sistema da garantia da
qualidade e apresentava certos aprimoramentos em relao ao sistema anterior
(controle estatstico), tais como (ISRAELIAN, 1996): 1. Preocupao com a satisfao do cliente;
2. Conceito de aperfeioamento contnuo (os japoneses diziam que o dia no poderia passar sem que alguma melhoria fosse feita em algum
lugar da empresa);
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3. Envolvimento e participao de todos os funcionrios (desde a alta gerncia at o escalo mais baixo da empresa);
4. Valorizao do respeito ao indivduo;
O CQT mais do que uma simples utilizao de metodologias, tcnicas,
sistemas ou ferramentas. O CQT uma filosofia organizacional, expressa por meio
de aes da gerncia, de cima para baixo, que focalizam o processo de organizao
como um todo e que buscam a vantagem competitiva em longo prazo tendo como
armas estratgicas: a qualidade, o respeito, a participao e a confiana de todos os
funcionrios (ISRAELIAN, 1996). A filosofia do CQT teve um grande impacto nas prticas de engenharia e
gerncia, o que serviu como base para a evoluo aos atuais sistemas da qualidade
(ISRAELIAN, 1996). Os sistemas da qualidade proporcionam os instrumentos necessrios para
assegurar que os requisitos e atividades especificados sejam acompanhados e verificados de forma planejada, sistematicamente e documentada. Desse modo, estabelecer um sistema da qualidade no significa aumentar ou reduzir a qualidade
dos servios ou produtos, mas sim, aumentar ou reduzir a certeza de que os
requisitos e atividades especificados sero cumpridos (ISRAELIAN, 1996). O ponto central nesta evoluo do conceito de qualidade foi a mudana do
enfoque tradicional (baseado no controle da qualidade e na garantia de qualidade) para o controle de gesto e melhoria de processos, que garante a produo da
qualidade especificada logo na primeira vez (ISRAELIAN, 1996). No contexto atual a qualidade no se refere mais qualidade de um produto
ou servio em particular, mas qualidade do processo como um todo, abrangendo
tudo o que ocorre na empresa (ISRAELIAN, 1996).
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2.3 A NECESSIDADE DE PADRONIZAO
Chegou-se ao ponto em que se torna necessrio, nos dias atuais, que as
empresas adotem um sistema de gesto da qualidade, pois a empresa que atua sob
um sistema deste tipo fornece aos seus clientes uma evidncia tangvel da sua
preocupao com a qualidade, principalmente no que diz respeito em manter a
qualidade alcanada (ISRAELIAN, 1996). Entretanto, com as atuais tendncias de globalizao da economia (p.e.:
queda de barreiras alfandegrias: Mercado Comum Europeu (MCE), Mercado Comum Sul americano (MERCOSUL), North American Free Trade Agreement (NAFTA)), torna-se necessrio que clientes e fornecedores, em nvel mundial, usem o mesmo vocabulrio no que diz respeito aos sistemas da qualidade, caso contrrio
ocorreriam problemas do tipo: uma empresa fornecedora do Mxico possui um
sistema de gesto da qualidade prprio que, alm disso, utiliza um vocabulrio
diferente do que utilizado pela empresa compradora inglesa e que tem
conhecimento somente das normas de gesto da qualidade britnicas British
Standart (BS) 5750. Portanto, o cliente ingls tem de certificar se o sistema de gesto da qualidade do fornecedor em questo adequado, o que significa uma
perda de tempo e dinheiro (ISRAELIAN, 1996). Para evitar conflitos dessa natureza, foram emitidas, pela ISO, normas
internacionais sobre sistemas de gesto da qualidade que so as normas ISO srie
9000 (ISRAELIAN, 1996).
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2.4 ASSOCIAES PARA NORMALIZAO
Existem diversas associaes para normalizao e nesta seo so
abordadas as associaes ISO-9000, QS-9000 e ISO / TS16949: 2002, em
seguida, faz-se uma comparao entre as normas ISO / TS16949: 2002 e a QS-
9000.
2.4.1 ISO-9000
O reconhecimento da importncia de uma colaborao mais ampla entre os
povos nas atividades econmicas, polticas e humanas, conduziram, aps a
fundao de uma srie de Associaes Nacionais, criao da International
Federation of the National Standardizing Associations (ISA), em 1926. Nos pases em vias de desenvolvimento, a data da criao de suas entidades de normalizao
aproxima-se da 2 Guerra Mundial como , por exemplo, o caso da Associao
Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), fundada em 28 de setembro de 1940. Em 14 de outubro de 1946, 64 delegados provenientes de 25 pases (dentre os quais o Brasil) reuniram-se em Londres para discutir a fundao de uma organizao internacional com o propsito de facilitar a coordenao internacional e
harmonizao de normas industriais. Estes propsitos levaram fundao da
International Organization for Standardization (ISO) com sede em Genebra, na Sua. A data oficial da fundao da ISO 23 de fevereiro de 1947.
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A primeira verso das normas ISO-9000 foi publicada em 1987 e sua
estrutura bsica apresentava muitas semelhanas com outras normas de garantia da
qualidade como, por exemplo, aquelas do setor nuclear. Essa norma sofreu uma
reviso em 1994 e em 2000 passou por uma reviso que modificou
substancialmente a estrutura e o foco da mesma, deixando-a profundamente voltada
para a satisfao do cliente.
Nesta ltima reviso, as normas da srie 9000 passaram a ser constitudas de
trs documentos bsicos: a norma ISO-9000: 2000 Sistemas de Gesto da
Qualidade Fundamentos e vocabulrio, a norma ISO-9001: 2000 Sistemas de
Gesto da Qualidade Requisitos e a norma ISO-9004: 2000 Sistemas de Gesto
da Qualidade Guia para Melhoria do Desempenho e as antigas normas ISO-9002:
1987 e ISO-9003: 1987 tornaram-se obsoletas.
A norma ISO-9001: 2000 Sistemas de Gesto da Qualidade Requisitos foi
desenvolvida pela ISO e forma um par consistente de normas para os sistemas de
gesto da qualidade com a norma ISO-9004: 2000 Sistemas de Gesto da
Qualidade Guia para Melhoria do Desempenho. Para facilitar o uso, as duas
normas tm estruturas semelhantes, mas objetivos distintos. A norma ISO-9001: 2000 apresenta os requisitos mnimos a serem seguidos em situaes contratuais ou
para fins de certificao. A norma ISO-9004: 2000, por seu lado, um guia para
permitir a uma organizao ir alm desses requisitos mnimos, permitindo uma
compreenso de todos os aspectos de um sistema de gesto da qualidade.
Segundo a prpria ISO, essa ltima norma no se destina, contudo, a se constituir
numa forma de se obter uma conformidade com a norma ISO-9001: 2000. Tanto
uma norma quanto a outra se aplica a todas as categorias de produtos ou servios.
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Deve-se observar tambm que a norma ISO-9001: 2000 apresenta uma
modificao no seu ttulo em relao edio anterior, tendo sido retirada a
expresso "garantia da qualidade". Isso se deve ao fato de que a nova verso, alm
de contemplar esses aspectos, inclui tambm requisitos para que uma organizao
demonstre a sua capacidade de proporcionar a plena satisfao de seus clientes,
conforme j citado anteriormente. Alguns estudiosos referem-se norma ISO-9001: 2000 como um passo
obrigatrio em busca da qualidade total, outros dizem que so atividades distintas,
sem elo entre elas. Porm, todos so unnimes em afirmar que a norma ISO-9001:
2000 uma importante ferramenta.
A certificao do sistema de qualidade pode ser de primeira parte quando a
prpria empresa atesta que seu sistema de qualidade atende aos requisitos da
norma. Pode ser de segunda parte quando a certificao concedida pelo
contratante dos servios da empresa que para tal realiza auditorias no sistema de
qualidade da empresa. E, de terceira parte quando o rgo independente,
denominado Organismo de Certificao Credenciado (OCC), reconhecido pelo INMETRO, realiza auditorias no sistema de gesto da qualidade da empresa e
comprova sua conformidade aos requisitos da norma ISO-9001: 2000. No Brasil
existem vrias entidades certificadoras de terceira parte operando no mercado, a
maioria delas de origem estrangeira.
O escopo de uma certificao pode ser uma tipologia de processo de
fabricao, por exemplo, o processo de fabricao do Palio, ou ter um escopo mais
amplo, por exemplo, o processo de fabricao de veculos automotores.
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2.4.2 QS-9000
Para garantir a qualidade de seus produtos, a indstria automobilstica
desenvolveu normas para seus fornecedores como, por exemplo, os procedimentos:
Chrysler's Supplier Quality Assurance Manual, Ford's Q-101 Quality System
Standards e General Motors' North American Organization (NAO) Target for Excellence. A existncia de inmeras normas gerava, para os fornecedores,
esforos desnecessrios para atender a todos os requisitos. Muitas vezes, duas
normas exigiam praticamente o mesmo documento, porm com diferente
formatao. Em outros casos algumas empresas exigiam procedimentos
extremamente burocrticos sendo que outras j utilizavam solues mais eficientes (ZANCUL, 1999).
Em 1988, durante a conferncia da Diviso Automotiva da American Society
for Quality Control (ASQC), foi criada uma equipe de trabalho para discutir as preocupaes dos fornecedores com relao duplicao de esforos e de
documentao necessria para satisfazer s exigncias das trs maiores indstrias
automotivas norte-americanas. Este grupo trabalhou na harmonizao dos
procedimentos de qualidade das Big Three (Chrysler, Ford e GM) e desenvolveu a norma QS-9000 como uma interpretao das normas ISO srie 9000 para o setor
automotivo (ZANCUL, 1999). O objetivo da QS-9000 foi de definir os requisitos fundamentais de qualidade
dos fornecedores, internos ou externos, de peas, servios e materiais para a
Chrysler, Ford e General Motors, proporcionando melhoramento contnuo e
enfatizando a preveno de defeitos, a reduo de variaes, a diminuio de refugo
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33
e a reduo de custos. Portanto a QS-9000 objetiva a garantia da qualidade com o menor custo do produto (melhor relao custo - benefcio), homogeneizando os requisitos especficos das empresas (Big Three) e dividindo por toda a cadeia produtiva a responsabilidade sobre a documentao e garantia da qualidade. Na
uniformizao proposta por meio da QS-9000 foram editados manuais de referncia
para os fornecedores:
1. QS-9000 Quality System Requirements A QS-9000 dividida em
trs sees:
Seo 1 Requisitos Comuns: constituda do texto exato da
norma ISO-9001 com requisitos adicionais da indstria
automobilstica e dos fabricantes de caminhes;
Seo 2 Requisitos Adicionais: inclui requisitos alm do escopo
da ISO-9001 e especficos do setor automotivo como, por exemplo,
o Production Part Approval Process (PPAP) Processo de Aprovao de Produo de Pea;
Seo 3 Requisitos Especficos dos Clientes: contm requisitos
nicos de cada uma das trs montadoras que continuam existindo
num nvel inferior de informaes como, por exemplo, smbolos de
itens de segurana ou peas crticas.
2. Advanced Product Quality Planning (APQP) Estabelece as etapas, procedimentos e documentao necessrios, durante o
desenvolvimento do produto, para assegurar a qualidade exigida pelo
cliente;
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3. Failure Mode and Effects Analysis (FMEA) Define uma metodologia e um padro para a aplicao do FMEA, procurando diagnosticar
potenciais falhas que poderiam influenciar a performance do produto;
4. Measurement Systems Analysis (MSA) Determina os requisitos necessrios para a avaliao dos meios de medio;
5. Fundamental Statistical Process Control (SPC) Define procedimentos para o controle estatstico dos processos;
6. Production Part Approval Process (PPAP) Este manual contm os requisitos necessrios para a elaborao do Processo de Aprovao
de Produo de Pea;
7. Quality System Assessment (QSA) Contm os requisitos de conformidade da norma QS-9000;
2.4.3 ISO / TS16949: 2002
Em 1996, as Big Three juntaram foras com seus parceiros europeus para formar o Internacional Automotive Task Force (IATF). O objetivo era harmonizar os requisitos do sistema da qualidade de seus fornecedores, beneficiando globalmente
a indstria automobilstica.
Em junho de 1999, tendo trabalhado em conjunto o Comit Tcnico ISO / TC176 (o comit responsvel pelas normas da famlia ISO-9000), esses requisitos harmonizados foram formalmente publicados na forma da especificao tcnica
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sistemas da qualidade ISO / TS16949: 1999 Fornecedores Automobilsticos
Requisitos especficos para a aplicao da ISO-9001: 1994.
Associados a esses requisitos, a IATF tambm anunciou o acordo para um
programa comum de certificao de terceira parte para ISO / TS16949: 1999 que
inclui regras que devem ser seguidas pelos rgos competentes para fornecer
certificaes ISO / TS16949: 1999: linguagem contratual para acordos globais com
organismos de certificao e credenciamento, qualificaes de auditores de terceira
parte, requisitos de treinamento e anlise. Certificaes de terceira parte emitidas
por meio de qualquer outro esquema no sero reconhecidas pelas organizaes
que fazem parte da International Automotive Task Force (IATF). Enquanto no forem substitudos os padres existentes: AVSQ 94, EAQF 94, QS-9000 e VDA 6.1, de
acordo com ISO / TS16949: 1999, os requisitos especficos dos clientes associados
e os programas de certificao de terceira parte mencionados acima sero aceitos
como um equivalente internacional pelas organizaes participantes da IATF, sendo
assim eliminados os certificados mltiplos.
Fazem parte da IATF diversas montadoras, tanto de origem europia como
americana. Pode-se citar como exemplo a BMW, a Daimler, a Chrysler, a Fiat, a
Ford, a General Motors (incluindo Opel-Vauxhall), a PSA Peugeot-Citren, a Renault AS, a Volkswagen e seus associados, AIAG, ANFIA, FIEV, SMMT e VDA.
A especificao tcnica ISO / TS16949: 2002 Sistema da qualidade para
fornecedores da indstria automobilstica que contm os requisitos especficos
para a aplicao da ISO-9001: 1994 resultado do acordo entre empresas da
indstria automobilstica internacional. Desenvolvida pela IATF, representa a
harmonizao das seguintes normas e de seus requisitos: QS-9000 (EUA), VDA (Alemanha), EAQF (Frana) e AVSQ (Itlia). Em 23 de abril de 2002 foi lanada sua
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segunda edio, a ISO / TS16949: 2002. Alinhada com a norma ISO-9001: 2000,
ela incorpora os requisitos dessa norma em sua totalidade, acrescida de requisitos
adicionais especficos para a indstria automobilstica.
Nos seminrios coordenados pela Automotive Industry Action Group (AIAG) para o lanamento da ISO / TS16949: 2002, Daimler, Chrysler, Ford e General
Motors deixaram claro que pretendem que seus fornecedores migrem da QS-9000
para a ISO / TS16949: 2002 (ou para a ISO / TS16949: 1999 e, a seguir, para a ISO / TS16949: 2002).
Com a edio da ISO / TS16949: 2002 definiu-se um controle mais severo
sobre a aplicabilidade e o escopo dos certificados que somente podero incluir
produtos automotivos.
O desenvolvimento de produtos a nica excluso possvel para empresas
que no sejam responsveis pelo projeto. O desenvolvimento de processo, entretanto, no poder ser excludo.
2.4.4 Principais diferenas entre ISO / TS16949: 2002 e QS-9000
A seguir apresenta-se as principais diferenas entre as duas normas:
A ISO / TS16949: 2002 aplica-se s instalaes das organizaes onde so
fabricadas as peas especificadas pelos clientes para produo ou servios. As
funes de suporte, sejam nas prprias instalaes ou em local remoto (tais como centros de projeto, sedes corporativas, e centros de distribuio), fazem parte da auditoria das instalaes industriais, mas no podem obter certificao
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independente. Para QS-9000 No existe esta restrio. Qualquer empresa pode ser
certificada, incluindo certificaes de funes de suporte sem a vinculao com uma
instalao industrial.
A ISO / TS16949: 2002 aborda processos e requisitos especficos de todos
os clientes. A QS-9000 aborda elementos e requisitos especficos da GM, Ford e
Chrysler.
As nicas excluses permitidas pela ISO / TS16949: 2002 relacionam-se a
clausula 7.3 (Projeto e Desenvolvimento), nos casos em que a organizao no responsvel pelo projeto e desenvolvimento do produto. As excluses permitidas no se aplicam ao projeto do processo de manufatura. A QS-9000 permite a excluso da clausula 4.4 inteira (projeto e desenvolvimento).
A ISO / TS16949: 2002 exige apenas sete procedimentos documentados:
Controle de Documentos, Controle de Registros, Identificao da necessidade de
treinamento, Auditoria Interna, Controle de Produto no conforme, Ao Corretiva e
Ao Preventiva. A QS-9000 exige procedimentos documentados para todo o
sistema.
Para a ISO / TS16949: 2002 os processos devem ser identificados, suas
seqncias e interaes definidas, devem ser monitorados e melhorados
continuamente. A QS-9000 no exige a identificao dos processos.
Para a ISO / TS16949: 2002 A anlise crtica de todas as normas,
especificaes de engenharia do cliente e suas alteraes devem ser realizadas em
no mximo duas semanas. A QS-9000 exige a analise crtica, a distribuio e
implementao de alteraes solicitadas pelos clientes em dias teis inferior a uma
semana.
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A ISO / TS16949: 2002 criou uma clausula especfica sobre
responsabilidade da direo, onde a direo so os altos executivos da empresa.
Para a QS-9000 os assuntos de responsabilidade da Alta Direo podem ser
abordados com o representante da administrao.
Para a ISO / TS16949: 2002 a Alta Direo deve monitorar o processo de
realizao do produto e os processos de suporte para assegura sua eficincia e
eficcia, deve assegurar que os requisitos do cliente so determinados e atendidos
com o propsito de aumentar a sua satisfao e deve determinar um representante
do cliente, uma pessoa que tenha responsabilidade e autoridade para assegurar o
atendimento aos requisitos do cliente. A QS-9000 no tem estas exigncias.
Para a ISO / TS16949: 2002 as operaes de produo, em todos os turnos,
devem ser supervisionadas por pessoa responsvel pela qualidade do produto, parte
da anlise crtica deve ser o monitoramento dos objetivos da qualidade e o relato e a avaliao da m qualidade e nas entradas para se fazer a anlise crtica pela
administrao (item 5.6) deve-se incluir uma anlise de Atuais e Potenciais Falhas de Campo e seus impactos na qualidade, segurana e meio ambiente.. A
QS-9000 tambm no tem estas exigncias.
Para a ISO / TS16949: 2002 a organizao deve determinar e prover a
competncia necessria (educao, treinamento, habilidade e experincia) ao pessoal que executa trabalhos que afetam a qualidade. Deve ainda avaliar a eficcia
das aes executadas. Para a QS-9000 A organizao deve identificar a
necessidade de treinamento e prov-los. Deve ainda analisar a eficcia dos
treinamentos.
Para a ISO / TS16949: 2002 a organizao deve proporcionar treinamento
no local de trabalho para o pessoal em qualquer atividade nova ou modificada que
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afete a qualidade do produto, deve ter um processo para motivar os funcionrios a
alcanar os objetivos da qualidade, fazer melhorias continuas e criar um ambiente que promova a inovao, deve medir o grau de conscientizao do pessoal,
determinar, promover e manter a infra-estrutura necessria para alcanar a
conformidade com os requisitos do produto, determinar e gerenciar as condies do
ambiente de trabalho necessrias para alcanar a conformidade com os requisitos
do produto, assegurar a confidencialidade dos produtos e dos projetos em desenvolvimento contratados pelo cliente, deve determinar e tomar providncias
eficazes para comunicar com os clientes deve verificar a eficcia de qualquer centro
de servio, qualquer ferramental ou equipamento para fins especiais, e o
treinamento do pessoal de servio, deve auditar cada processo de manufatura para
determinar sua eficcia e deve monitorar e medir os processos do sistema de gesto
da qualidade. A QS-9000 tambm no tem estas exigncias.
Para a ISO / TS16949: 2002 devem ser determinados os requisitos
especificados pelo cliente, requisitos no declarados, requisitos estatutrios e
regulamentares (inclui regulamentos governamentais de segurana e ambientais aplicveis a aquisio, armazenamento, manuseio, reciclagem, eliminao ou
disposio de materiais) inclui-se: Reciclagem e impacto no Meio Ambiente. A QS-9000 tambm no tem estas exigncias.
Para a ISO / TS16949: 2002 o projeto e desenvolvimento este requisito inclui projeto do produto e do processo. Para a QS-9000 somente projeto do produto.
Para a ISO / TS16949: 2002 todos os fornecedores de matrias primas e
servios relacionados ao produto devem ser certificados de terceira parte ISO-9001:
2000 por um organismo de 3 parte acreditado. Para a QS-9000 os fornecedores de
matrias primas e servios devem ser certificados ISO-9000.
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Para a ISO / TS16949: 2002 Os fornecedores devem ser monitorados por
meio dos seguintes indicadores: Desempenho da qualidade das peas entregues,
rupturas com clientes incluindo retorno de campo; Desempenho do cronograma de
entregas incluindo fretes especiais; Notificaes do cliente relacionadas qualidade
ou entrega. A organizao deve promover que os fornecedores monitorem o
desempenho dos seus processos de manufatura. Para a QS-9000 a organizao
pode definir a forma de monitoramento dos fornecedores. A organizao deve
requerer 100% do prazo de entrega do fornecedor e deve monitorar os fretes
especiais.
Para a ISO / TS16949: 2002 a validao dos processos deve ser aplicada a
todos os processos para a produo e fornecimento de servios. Para a QS-9000 a
validao de processos aplica-se a processos especiais.
Para a ISO / TS16949: 2002 a satisfao do cliente com a organizao deve
ser monitorada por meio de avaliao contnua do desempenho dos processos de
realizao. Indicadores de desempenho devem ser baseados em dados objetivos e inclui, mas no se limita a: Desempenho da qualidade das peas entregues;
Rupturas no cliente incluindo retorno de campo; Desempenho do programa de
entrega (incluindo incidentes de fretes excessivos); Notificaes do cliente relacionadas s preocupaes de qualidade ou entregas. A organizao deve
monitorar o desempenho dos processos de manufatura para demonstrar
conformidade com os requisitos do cliente para qualidade do produto e eficincia
dos processos. Para a QS-9000 a organizao deve definir um processo para
determinar a satisfao do cliente.
Para a ISO / TS16949: 2002 a produo deve ser programada para cumprir
os requisitos do cliente, tais como Just In Time e a melhoria continua deve focar
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controle e reduo das variaes em caractersticas dos produtos e parmetros do
processo de manufatura. A QS-9000 tambm no tem estas exigncias.
2.5 QSB
Em complementao certificao do sistema de qualidade por meio da ISO /
TS16949: 2002 / QS-9000, montadoras europia e americana exigem atualmente,
como requisito especfico do cliente em seu parque de fornecedores a
implementao da metodologia QSB que composta por 9 processos so listados a
seguir com seus principais objetivos conforme descritos no QSB Workshop GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03:
Resposta Rpida: Registrar e garantir o acompanhamento metodolgico dos
problemas significativos de qualidade ocorridos nos processos de fabricao;
Controle dos produtos no conforme: Garantir que produtos no conforme
produzidos pelos processos de fabricao sejam corretamente identificados e segregados;
Reduo de Risk Priority Number (RPN): Reduzir os ndices de risco de falha nos processos fabris obtidos durante a realizao da Process Failure Mode
and effects Analysis (PFMEA) de processo de fabricao;
Treinamento padronizado do Operador: Registrar e garantir o treinamento
mnimo necessrio aos colaboradores para a execuo correta de cada
operao;
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Trabalho padronizado: Desenvolver mtodos e seqncias de trabalho
padronizado para todas as operaes;
Auditorias escalonadas: Garantir a conformidade do produto e processo
documentado por meio de auditorias peridicas realizadas por todos os nveis
da empresa;
Verificao da metodologia prova de erro: Garantir que dispositivos
prova de erros utilizados no processo de fabricao e montagem do produto
estejam funcionando adequadamente;
Costumer Acceptation Revision and Evaluation (CARE) Reviso e Avaliao da Aceitao do Cliente: Inspecionar o produto final visando garantir a
conformidade de caractersticas importantes para o cliente;
Lies Aprendidas: Registrar informaes que iro dar suporte s melhorias
contnuas de todas as operaes e processos de fabricao;
Para o QSB ser considerado implementado necessrio que a organizao
demonstre claramente a gerao de valor obtida. Esta gerao de valor pode ser
demonstrada por meio da reduo do nmero de produtos no conforme
produzidos pelos processos de fabricao, do nmero de reclamaes pelo cliente
devido ao recebimento de produtos no conforme, da quantidade de produtos
no conforme devolvidos pelos clientes e da probabilidade do processo de
fabricao produzir produtos no conforme.
A seguir so descritas as nove estratgias que compem a metodologia QSB.
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2.5.1 Resposta Rpida
Visa enderear imediatamente as falhas de qualidade tanto interna quanto
externa, definir o processo a ser seguido, definir o mtodo de exibio das
informaes importantes, aplicar disciplina nas respostas s questes e abordar de
forma sistmica as falhas ocorridas.
Esta estratgia empregada nas reas de montagem, operaes de
manufatura, embarque, recebimento e funes de suporte.
A conduo da reunio de responsabilidade do gerente de produo e
quando no estiver disponvel dever ser representado por um colaborador
competente e previamente autorizado.
No incio do dia, o time da qualidade deve identificar aspectos significativos de
qualidade das ltimas 24 horas (ver figura 1) que devem incluir os problemas de qualidade ocorridos no cliente, os problemas de qualidade ocorridos no processo de
fabricao interno, nos Teardowns (Sub-fornecedores), no CARE (Inspeo do produto com viso do cliente), nas auditorias de ptio e auditoria de embarque, as paradas da Linha (Interna e Cliente) e outros aspectos de qualidade interna.
A liderana da reunio deve revisar tpicos significativos de qualidade com o
time, designar os respectivos responsveis pelos tpicos e nomear o responsvel
pelo relatrio da prxima reunio.
O responsvel pelo relatrio deve incluir atualizaes nos formulrios de
Rastreamento de Respostas Rpidas, na documentao sobre trabalho
padronizado, nos formulrios de Soluo de Problemas, no PFMEA, no plano de
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controle, na auditoria escalonada, na notificao aos operadores e outros
documentos de acordo com a necessidade.
FIGURA 1: Exemplo Reunio Resposta Rpida Fonte: QSB Workshop GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03
Os relatos gerncia devem ser programados por meio da Planilha de
Acompanhamento de Respostas Rpidas.
No anexo 1 tem-se um exemplo de um documento de Resposta Rpida, nos
campos de Status e de Critrio de sada que contempla as atividades de
conteno, correo, PFMEA, Trabalho padronizado, Auditoria Escalonada, Error
Proofing (dispositivo a prova de erro), CARE e Lies Aprendidas devem ser preenchidos com as cores vermelha R se a atividade for necessria e no foi
iniciada, com cor amarela Y se a atividade foi iniciada, mas no concluda, com cor
verde G se a atividade est concluda e NA se a atividade no for necessria. O
campo Nmero do item deve ser preenchido com um nmero seqencial, o campo
Descrio do item com a descrio da no conformidade, o campo de Aplicao
onde montado o componente (p.e.: modelo de veculo), o campo Data Abertura
ELEMENTO DA QUALIDADE: RESPOSTA RPIDA
7:30 h, Diariamente Reviso dos Sistemas de Qualidade
Reviso dos conceitos do dia anterior Problema do Cliente Externo
Reclamaes cliente, Paradas de linha, Etc.
Problema do Cliente Interno
No -conformidades encontradas nas auditorias escalonadas
Prepare a agenda das 8:30 h
Formulrio de Rastreamento
de Respostas Rpidas
8:30 h, Diariamente Reviso de Manufatura
12:15 h, DiariamenteRelatrio da Manufatura
8 Disciplinas de ResoluoTringulo da Qualidade/
Visual(Segurana #1, Qualidade 1.1)
Sistematizar Reduo de PFMEA/RPN
Planos de Controle Auditorias Escalonadas
Supervisor Auditorias Escalonadas/
Liderana
#1 Segurana#1.1 Qualidade
Problemas de Cliente Externo Reclamaes de cliente, Parada de
linha, Etc. Problema de Cliente Interno
No - conformidades encontradas nas auditorias escalonadas
Exemplo
-
45
com a data de insero do item na planilha, o campo Origem com o nome do
fornecedor do item ou local ou estratgia do QSB etc., o campo Responsvel com
o nome do responsvel pela adequao da no conformidade, o campo Prxima
data para reportar o item com a previso de concluso das atividades relativas a
este item, o campo Tempo de resposta referente ao intervalo entre a data de
abertura do item e sua concluso e o campo Comentrios com todo e qualquer
comentrio ou observao que se queira documentar.
O time da qualidade deve definir quais os aspectos significativos da qualidade
devero ser discutidos na reunio de Resposta Rpida. A reunio de Resposta
Rpida pode ser realizada com todos em p e por um perodo de 10-20 minutos no
cho de fbrica ou na sala de reunies da produo. Os problemas significativos de
qualidade devem ser comunicados aos empregados apropriados por meio do Q da
qualidade (figura 2). O Q da qualidade consiste em um quadro com um Q no centro e em seu centro existe um tringulo composto de 31 pequenos tringulos que
representam os dias do ms, estes tringulos devem ser preenchidos diariamente de
acordo com a legenda e o respectivo dia, p.e.: de verde se no ocorreram problemas
de qualidade, de amarelo se ocorreram problemas de qualidade internos e de
vermelho se ocorreram problemas de qualidade no cliente, neste quadro deve conter
tambm o ms e ano correntes. O Q da qualidade ou grfico equivalente deve
estar coerente com a Planilha de Acompanhamento da Reunio de Resposta Rpida
e estar exposto na rea produtiva para que possa ser visualizado por todos os
funcionrios da empresa. Deve existir uma reunio mensal da Alta Direo que
analisa a eficcia da Resposta Rpida incluindo anlise dos indicadores de
qualidade do cliente.
-
46
Sem Problemas de Qualidade
Problemas de Qualidade Internos
Problemas De Qualidade no Cliente
LEGENDA:
Ms Anonovembro 2006
Os Melhores Componentes do Mundo
31
2928 30
2122
2324
2526
27
1213
1415
1617
1819
20
23
45
67
89
10111
Green
Yellow
Red
Q da Qualidade
FIGURA 2: Exemplo de Q da Qualidade Fonte: QSB Workshop GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03
2.5.2 Controle Produto no conforme
So produtos que no se apresentam conforme as especificaes ou padres
de inspees, s vezes so denominados de discrepncias ou defeitos. Um produto
no conforme pode apresentar vrias caractersticas no conforme.
As principais fontes de no conformidades so mquinas, equipamentos,
pessoas, matrias primas, mtodo e ambiente.
-
47
O controle do produto no conforme tem como principais objetivos estabelecer um mtodo a ser utilizado para garantir que o produto que no esteja em conformidade com os requisitos especificados seja utilizado de maneira no intencional, instalado de maneira no intencional e identificado por meio de
etiquetagem consistente e estabelecer um processo de identificao e segregao
consistente, utilizando Mtodo de Gerenciamento Visual (cores do semforo figura 3) vermelho = Sucata ou Refugo, amarelo = Suspeito e verde = Conforme especificao.
Esta estratgia empregada nas reas de montagem, operaes de
manufatura, embarque, recebimento e funes de suporte.
O gerente de operaes responsvel pela gesto dos produtos no
conformes. O produto no conforme deve ser adequadamente segregado e as
reas de isolamento devem ter o piso pintado ou serem identificadas de outra
maneira. Devem existir caixas pintadas de vermelho especficas para peas
refugadas, reas especficas para re-trabalho, fluxograma dos produtos re-
trabalhados e definio das reas a serem verificadas conforme Planilha de reteno
que pode ser visualizada no anexo 2. A planilha de reteno deve ser preenchida e
utilizada para identificar todas as reas a serem inspecionadas quanto a produtos
no conforme e deve incluir recebimento, laboratrios, estoques Intermedirios,
processamentos externos (p.e.: Tratamento Trmico), reas de refugo ou re-trabalhos, em trnsito e peas em produo. O cabealho deve ser preenchido com
o setor responsvel pela reteno, a denominao do componente, o desenho, a
no conformidade, o responsvel pela reteno e a data. A planilha de reteno
deve conter tambm os mtodos e critrios de seleo utilizados, a identificao do
-
48
produto aprovado e do reprovado. E as assinaturas de quem elaborou a planilha e
de quem aprovou.
NO UTILIZARNO UTILIZARMATERIALMATERIALREJEITADOREJEITADO
MATERIAL MATERIAL APROVADOAPROVADO
PLT001
SUSPEITONO USE OK PARA USO
NECESSRIA PARA CONTAINERS / PRODUTOS ESCRAPEADOS(as caixas para escrape pintadas de vermelho nonecessitam de etiqueta)
NECESSRIA PARA CONTAINERS / PRODUTOS SUSPEITOS, RETRABALHOS, REINSPEES
QUALQUER COR DE ETIQUETA PARA PRODUTOS DE ACORDO COM AS ESPECIFICAES ACEITVEL (exceto vermelho ou amarelo)
AS ETIQUETAS PARA PRODUTOS FORA DE ESPECIFICAO VERMELHAS ou AMARELAS DEVEM SER UTILIZADAS PARA IDENTIFICAR PRODUTOS / CONTAINERS FORA DE ESPECIFICAO. A IDENTIFICAO DOS PRODUTOS QUE ESTEJAM DE ACORDO COM AS ESPECIFICAES SER REALIZADA ATRAVS DE UMA VARIEDADE DE MTODOS (por exemplo, PLACAS DE IDENTIFICAO, ETIQUETAS DE REMESSA, CODIFICAO DE COR DO PRODUTO, ETIQUETAS). QUALQUER IDENTIFICAO DE COR ACEITVEL PARA UM PRODUTO QUE ESTEJA DE ACORDO COM AS ESPECIFICAES (EXCETO VERMELHO OU AMARELO), ENTRETANTO O VERDE PREFERVEL..
REFUGO
PLT002 PLT003
NO UTILIZAR NO UTILIZAR MATERIAL MATERIAL
AGUARDANDO AGUARDANDO INSPEOINSPEO
FIGURA 3: Exemplo de Etiquetas de Identificao Fonte: QSB Workshop GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03
Se a quantidade potencial de falha no for igual encontrada, o cliente deve
ser comunicado imediatamente.
Para a validao da ao corretiva adotada deve-se utilizar uma inspeo de
100% dos produtos por um prazo especificado pela gerncia local e devem ser
liberados por colaborador autorizado.
O produto removido do fluxo de processo aprovado (p.e.: produto em reas de reteno, reas de reparao e re-trabalho) devem ser re-introduzidos no fluxo do
-
49
processo no ponto de remoo, ou antes, quando no for possvel o retorno no
ponto de remoo, ou antes, um procedimento de re-trabalho documentado deve
estar em vigor para assegurar a conformidade do processo e da pea, por meio da
garantia de que todas as inspees e testes previstos no Plano de Controle devem
ser realizados e que devem ser definidos o processo e a autoridade para a liberao
de produtos de re-trabalho, reparo e reas de contenes.
Os casos de conteno de produtos devem ser analisados criticamente pela
gerncia aps a concluso.
Deve existir uma reunio mensal da Alta Direo para analisar a eficcia do
controle de produto no conforme com evidncia de monitoramento dos
indicadores internos e externos da qualidade e o custo da qualidade (falhas internas, falhas externas, atividades de avaliao e atividades de preveno).
2.5.3 Reduo de RPN
RPN significa Nmero da Prioridade de Risco e consiste num indicador de
risco baseado nas classificaes de Deteco, Ocorrncia e Severidade do PFMEA,
e tem como principal objetivo reduzir o risco de falhas de qualidade potenciais em todos os processos de produo.
Esta estratgia empregada nas reas de montagem, operaes de
manufatura, embarque e recebimento.
O Engenheiro de Manufatura o responsvel pela conduo do processo
PFMEA e os times multifuncionais coordenam as atividades de reduo RPN.
-
50
No anexo 3 pode ser visualizado um PFMEA preenchido. Para a correta
elaborao do PFMEA necessria a participao dos integrantes da equipe em um
curso especfico e a participao, durante a elaborao do mesmo, de
colaboradores que tenham experincia no processo produtivo proposto.
Apesar do valor do RPN ideal ser diferente para cada tipo de processo de
fabricao, tecnologia ou Produto, adota-se o valor de RPN menor ou igual a 40
como sendo uma referncia a ser atingida.
2.5.3.1 Falha em potencial Pr-ativo
Os PFMEAs devem estar disponveis para todos os processos de fabricao.
O processo de reduo RPN deve ser implementado para estes processos de
fabricao.
De acordo com o Diagrama do Fluxo de Reduo RPN (figura 4), deve-se elaborar o PFMEA para todos os processos relacionando seus respectivos RPNs,
depois elaborar um grfico de Pareto dos mesmos classificando-os em faixas (p.e.: 0-40, 40-100 e acima de 100), para os RPNs inferiores a 40, valor considerado como ideal, no necessrio adotar aes de melhoria somente monitor-los para
assegurar que no se alterem e para os que esto acima de 40 dever ser
elaborada uma Lista dos 5 Mais (Anexo 4) que consiste na numerao seqencial dos itens, descrever as operaes, qual a funo e modo de falha, o valor de RPN,
qual o responsvel, quais as aes de melhoria no processo fabril foram
recomendadas e a data prevista para a concluso da mesma. As implementaes
-
51
destas aes devero ser acompanhadas pelo time de FMEA e devero ser
analisadas criticamente pela gerncia.
FIGURA 4: Fluxograma para reduo de RPN Fonte: QSB Workshop GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03
Ver, a seguir, um exemplo de como reduzir o valor do RPN.
Severidade = 7: Veculo ou Componente opervel com reduo da
performance, cliente muito insatisfeito ver tabela 1.
Ocorrncia = 3: Rejeio de 0,5 partes por milho (PPM) ver tabela 2.
Deteco = 10: No estava previsto controle desta caracterstica no processo
de fabricao ver tabela 3.
RPN = 7 x 3 x 10 = 210
Como o ndice muito alto, deve ser adotada ao para reduzi-lo.
REDUO RPN
PROCESSO DE PFMEAs
RELACIONAR TODOS RPNs
PARETO DOS RPNs
RPN INFERIOR A
40
RPN ENTRE
40 - 100
RPN SUPERIOR A
100
PARA CADA UNIDADE DE NEGCIOS OU FAMLIA DE PRODUTO
REVISES PERIDICAS PARA ASSEGURAR QUE
NO HAJAM ALTERAES
LISTA DOS 5 MAIS"
PLANOS DE AO
RASTREAR PROGRESSO
ANLISE CRTICA PELA GERNCIA
PLANO DE AO DE PRIORIDADES DESENVOLVIDO PELO
RESPONSVEL
-
52
Fonte: FMEA Anlise do e efeito da Falhas Potenciais. Rev. 3, Abril/03.
Para reduzir o RPN uma boa prtica reduzir, na medida do possvel, na
seguinte ordem: Severidade, Ocorrncia e Deteco. A reduo do ndice de
Severidade muito difcil e implica, quase sempre, em modificao de produto (p.e.: adoo de um sistema alternativo que funciona quando o principal apresenta algum
Efeito
Critrio Gravidade de Efeito:
Estaclassificao o resultado de quando um modo de falha potencialresulta em um defeito no consumidor final e / ou na planta demontagem ou Processo Fabricao. O clientefinal deve sempre ser considerado em primeiro lugar. Caso ambos ocorram, utilizea mais alta das gravidades (Efeito noConsumidor)
Critrio Gravidade de Efeito:
Esta classificao o resultado de quando um modo de falha potencialresulta em um defeito no consumidor final e / ou na planta demontagem ou Processo Fabricao. O cliente final deve sempre ser considerado em primeiro lugar. Caso ambos ocorram, utilizea mais alta das gravidades (Efeito na Manufatura ou Montagem)
Pontuao
Perigoso sem alarme
Altssima - Quando o potencial do modo defalha afetar a segurana do condutor doveculo e / ou quando no atender legislao governamentais sem aviso
Ou pode colocar em risco o operador(Montagem / Processo Fabricao) sem aviso 10
Segurana com alarme
Altssima - Quando o potencial do modo defalha afetar a segurana do condutor doveculo e / ou quando no atender legislao governamentais com aviso
Ou pode colocar em risco o operador(Montagem / Processo Fabricao) com aviso 9
Muito Alta Veculo / Componente inoperante (perda das funes primrias) Ou 100% dos veculos / Componentespodero ter que ser rejeitados reparados em rea especfica gastando mais de uma hora.
8
Alta Veculo / Componente opervel porm com perda de performance, Cliente muito insatisfeito
Ou veculos / Componentes podero ter queser selecionados e uma parte (menos que100%) rejeitados ou reparados em rea especfica gastando entre meia e uma hora.
7
ModeradaVeculo / Componente opervel porm com item de conforto / convenincia inopervel, Cliente insatisfeito
Ou menos que 100% dos veculos / Componentes podero ter que ser rejeitadosou reparados em rea especfica gastandomenos que meia hora.
6
Baixa Veculo / Componente opervel porm com item de conforto / convenincia com performance reduzida.
Ou 100% dos veculos / Componentespodero ter que ser retrabalhados fora dalinha mas no em rea especfica.
5
Muito Baixaitem de ajuste, acabamento / chiado e barulho no conforme. Defeito notado pormais de 75% dos clientes
Ou os produtos podem ter que ser selecionados, sem rejeio, e uma parte (menor que 100%) ser retrabalhada
4
Menoritem de ajuste, acabamento / chiado e barulho no conforme. Defeito notado pormais de 50% dos clientes
Ou uma parte (menor que 100%) podem terque ser retrabalhada, sem rejeio, na linhademontagem mas fora da estao.
3
Muito Menor
item de ajuste, acabamento / chiado e barulho no conforme. Defeito notado pormais de 25% dos clientes
Ou uma parte (menor que 100%) podem terque ser retrabalhada, sem rejeio, na linhademontagem e na estao.
2
Nenhuma Sem efeito identificado Ou pequena inconveninciapara o operadorou para a operao ou sem efeito 1
RPN - SEVERIDADE TABELA 1 RPN SEVERIDADE
-
53
defeito). Normalmente para reduzir o ndice da Ocorrncia necessrio modificar o produto ou processo de fabricao tornando-os mais robustos.
Fonte: FMEA Anlise do e efeito da Falhas Potenciais. Rev. 3, Abril/03.
Por isso, a reduo do ndice de Deteco mais fcil de ser implementado.
Ele requer aes de controle de processo de fabricao ou produto sendo a adoo
de dispositivos error proofing ( prova de erros), um dos mais eficazes. Veja os novos ndices aps adoo de controle de processo para esta
caracterstica:
Severidade = 7: Veculo ou Componente opervel com reduo da
performance, cliente muito insatisfeito Sem ao, continua o mesmo ndice.
Ocorrncia = 3: Rejeio de 2 PPM Sem ao, continua o mesmo ndice.
Deteco = 5: No estava previsto controle desta caracterstica no processo
de fabricao.
RPN = 7 x 3 x 5 = 105
Probabilidade Taxas de falha possveis Ppk Pontuao> / = 100 por mil peas / = 0,55 9 20 por mil peas > / = 0,78 8 10 por mil peas > / = 0,86 7 5 por mil peas > / = 0,94 6 2 por mil peas > / = 1,00 5 1 por mil peas > / = 1,10 4 0,5 por mil peas > / = 1,20 3 0,1 por mil peas > / = 1,30 2 < / = 0,010 por mil peas > / = 1,67 1
Muito Alta: Falhas Muito Alta: Falhas Muito Alta: Falhas Muito Alta: Falhas Muito Alta: Falhas
RPN - OCORRNCIA TABELA 2 RPN - OCORRNCIA
-
54
Fonte: FMEA Anlise do e efeito da Falhas Potenciais. Rev. 3, Abril/03.
A B C
Quase Remota Certeza absoluta da nodeteco X No pode detectar ou no verificado 10
Muito Remota Controles provavelmente no iro detectar X
Controle somente com verificao aleatria ouindireta
9
Remota Controles tero poucachance de deteco X
Controle somente com Inspeo Visual 8
Muito Baixa Controles tero poucachance de deteco X
Controle somente com DuplaInspeo Visual 7
Baixa Controles podero detectar X X Controle com mtodosgrficos como CEP (ControleEstatstico Processo)
6
Moderada Controles podero detectar X
Controle baseado em medies por variveis depois que as peas deixam a estao ou em medies passa / no passa em 100%das peas depois que deixam a estao.
5
Moderadamente Alta
Controles tero boas chance de deteco X X
Deteco de erros em operaes subseqentes oumedies feitas na preparao de mquina e na verificao da primeira pea (somente para os casos depreparao de mquinas)
4
Alta Controles tero boas chance de deteco X X
Deteco de erros em operaes subseqentes pormltiplos nveis de aceitao: fornecer, selecionar, instalar,verificar. No pode aceitar pea discrepante.
3
Muito Alta Controles quase certamente detectaro X X
Deteco de erros na estao (medio automtica com dispositivo de paradaautomtica). No pode passar pea discrepante.
2
Muito Alta Controles certamente detectaro X
Peas discrepantes nopodem ser feitas por que o item foi feito a prova de erros pelo projeto do processo / produto
1
C = Inspeo Manual
TABELA 3 RPN DETECO
Deteco
Tipos de Inspeo A = prova de erros B = Medio
RPN - DETECOTipos de Inspeo Critrio Faixas Sugeridas para os
mtodos de deteco Pontuao
-
55
Os grficos da faixa de RPN (figura 5) so preenchidos colocando-se no eixo horizontal as faixas de RPN e no eixo vertical o somatrio das quantidades de
modos de falhas contidos nesta faixa, devem ser atualizados mensalmente, a fim de
refletir a situao atual em relao condio ideal e devem ser revisados pela
liderana da rea de manufatura com uma freqncia determinada no local.
No anexo 5 tem-se um exemplo de uma planilha que resume as aes
necessrias para se acompanhar a performance dos principais indicadores do
FMEA.
412 416
205 208
39 40 45 42
9 9 5 4 5 3 5 3
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
TOTA
IS
0-20 21-40 41-60 61-80 81-100 101-120 121-140 >140FAIXAS RPN
ESQUERDO - MS ANTERIORDIREITO - MS ATUAL
GRFICO DA FAIXA RPN
FIGURA 5: Grfico da faixa de RPN Fonte: QSB Workshop GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03
A seguir detalha-se a planilha do anexo 5. No quadro Resumo da Operao
tem-se o numero das operaes relativas ao produto, o valor do RPN combinado
que o valor total de todos os modos de falhas relativos operao, o nmero total
-
56
de modos de falha que a quantidade de modos de falha relativos operao a
quantidade modos de falha com RPN maior que 40 e qual o valor do RPN mais alto.
No quadro Comparaes Mensais das Operaes Totais tem-se o nmero
das operaes relativas ao produto, uma coluna linha base que preenchida com o
valor do RPN do ms inicial (referncia) e as trs prximas colunas que devem ser preenchidas com os valores de RPN dos trs ltimos meses.
No Quadro Plano de Reduo RPN Dez mais tem-se o nmero das
operaes relativas ao produto, o nome da operao, o valor do RPN, qual o modo
de falha, qual ao recomendada para reduzir o RPN, qual a data prevista para a
concluso da ao e quem o responsvel.
No quadro Nmero Total de Modos de Falha Resumo p Faixa O grfico
deve ser preenchido colocando-se no eixo horizontal os meses e no eixo vertical o
somatrio das quantidades de RPNs, devem ser atualizados mensalmente.
2.5.3.2 Falhas ocorridas Reativo
Os times multifuncionais, conforme identificado na Responsabilidade pela
Reduo RPN, devem tambm identificar as falhas de qualidade anteriores tanto
externas quanto internas e montar um Grfico de Pareto. Os times multifuncionais
devem relacionar as principais falhas e determinar uma Classificao de Deteco
precisa para cada RPN, desenvolver um plano de ao para as principais falhas
utilizando a metodologia prova de erros. Onde a Prova de Erros no for possvel,
deve ser estabelecido um plano de ao para melhorar a deteco de falhas,
-
57
monitorar o desempenho da qualidade para as falhas principais, a fim de evitar
novas ocorrncias. Deve-se priorizar a adoo de dispositivo prova de erros que
deve ser verificado por meio do Processo de Verificao Prova de Erros
(estratgia-chave ver item 2.5.7). Deve existir uma reunio mensal da Alta Direo que analisa a eficcia das
aes adotadas para a correo das falhas de qualidade anteriores.
As falhas ocorridas, aps a implementao do QSB, devem ser analisadas e
acompanhadas por meio da estratgia Resposta Rpida e o time da qualidade
deve adotar as aes que julgarem necessrias.
2.5.4 Treinamento Padronizado do Operador
Tem como objetivo definir o contedo de treinamento mnimo para cada operao, identificar a pessoa dentro da organizao que conduzir o treinamento e
estabelecer a documentao necessria e os mtodos de rastreamento.
Esta estratgia aplicada nas reas de montagem, ope