a alternativa, n.º3 - a arte de humanizar
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Projeto Percursos Alternativos Jornal Jovem - A Alternativa Julho a Setembro 2011TRANSCRIPT
Nº 3 Trimestral Preço: 1,50 € Julho a Setembro de 2011
Nesta edição:
Intercâmbio em Lagunas de Ruidera
Fitoterapia
Fábrica do Empresário
3ªs Férias Alternativas
Entrevista com Lurdes Silva Jornadas Mundiais da Juventude 2011 “Barafunda em Festa”
Retiro Baptista
alternativa
A arte de humanizar (ver notícia nas pp. 13 a 15)
Entrevista com Susanne E. da Silva
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Índice PENSAMENTO DO TRIMESTRE
“A guerra é a saída cobarde para os problemas da paz‖.
Thomas Mann
FOTOGRAFIAS DO TRIMESTRE
Fotografias seleccionadas do site ―Olhares‖ (www.olhares.aeiou.pt) pelos redac-
tores da ―Alternativa‖
Redacção e Editorial 03
Barafunda - AJCSS 04
Percursos Alternativos 09
Publicidade / Divulgação 16
Cultura 17
Religião 21
Saúde 25
Ambiente 26
Desporto 27
Lazer 29
Literatura / Jovens Escritores
30
Gastronomia 33
Caricatura 33
Horóscopo 34
Inquérito Local 35
Fotografia de ―Mico‖ Fotografia de ―Pessoa N Beat‖
Fotografia de ―Mário Pereira‖ Fotografia de ―António Leão‖
Pág.
3
alternativa
Nesta edição, entrevistámos duas
artistas, viajámos pela Península Ibérica à
procura de novos ideais e demos voz aos
nossos pensamentos. Vivemos estas férias
de forma alternativa, sempre sem abandonar
a escrita.
Decidimos tomar como ponto de
partida o tema da arte. Apesar de a sua defi-
nição ser subjectiva, a verdade é que ela está
presente no nosso quotidiano. A própria vida
pode ser encarada como uma peça de arte:
devemos moldá-la à nossa maneira e fazer
todos os ajustes necessários enquanto temos
tempo, porque depois estará exposta num
museu. Aí não poderemos alterar nada, visto
que é impossível regressar ao passado.
Embora ―o passado, dizia alguém, é aquele
que mais muda.‖ Assim sendo, podemos con-
cluir que praticámos a ―arte de humanizar‖
com os que nos rodeiam, construindo amiza-
des e divulgando a fraternidade. Tomámos
como nosso o seguinte lema de Vinicius de
Moraes: ―A vida é a arte do encontro, embora
haja tanto desencontro pela vida‖. Neste sen-
tido, segundo a máxima: ―A vida é a arte de
empreender‖ surge o Projecto Fábrica do
Empresário. Encontramo-nos na próxima
edição!
A Redacção
Daniela Fernandes Margarida Serralheiro
Sónia Felizardo Xavier Belo
Editorial Redacção
A Redacção no seu Melhor!
Em Lagunas de Ruidera, Carla tenta meter con-
versa:
- Martin, Martin, Martin!
- What?
- I Kilhio!
Beatriz Sousa
Rute Madaleno
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ADEB arranca com “Fábrica do Empresário”
na Benedita, um projecto de formação de empreen-
dedores inovador a nível nacional.
O colóquio no dia 1 de Outubro «Passado é
Presente», deu o arranque formal do projecto Fábrica do
Empresário, desenvolvido pela ADEB – Associação de
Desenvolvimento Empresarial da Benedita, a freguesia
mais industrializada do Oeste português, em parceria
com a Câmara Municipal de Alcobaça, a Associação
Barafunda AJCSS e a CEPSE – Cooperativa de Estu-
dos e Intervenção em Projectos Socioeconómicos.
A Fábrica do Empresário visa a mobilização
dos actores regionais na valorização do potencial de
sustentabilidade das empresas do Sistema Produtivo
Local da Benedita. Calçado, marroquinaria, cutelaria,
extracção e transformação de pedra são hoje a base
actual da economia da Freguesia. São cerca de 450 as
unidades empresariais existentes que empregam cerca
de 5.000 activos. A região contribui ainda com 25% de
toda a indústria transformadora do concelho de Alcoba-
ça. Este projecto pretende unir em rede empresários,
articulá-los e mobilizá-los para um fim comum, fabrican-
do outros empreendedores. Na base da sua metodolo-
gia estão os colóquios semestrais, com recurso a espe-
cialistas nacionais e internacionais, e os conselhos con-
sultivos que envolverão as pessoas no contacto com
este projecto em empreendedorismo. Materializa-se na
criação de um espaço de alojamento e incubação de
empresas, sito nas instalações da ADEB, na Benedita.
O espaço de cowork (partilha de trabalho) está desde já
disponível para receber empreendedores que terão
acesso a serviços partilhados, facilitadores do negócio,
como telefone, internet, fax e fotocopiadora – 70€ men-
sal para os primeiros candidatos.
Foi já criado um gabinete de atendimento físico e em
criação um espaço virtual (na internet), onde se disponi-
biliza informação como a criação de empresas na hora,
ofertas na internet, mercados globais, financiamentos e
apoios. Pretende-se ainda fomentar a criação do Centro
de Formação em Empreendedorismo, através de jogos
empreendedores a aplicar na região, e criar uma ligação
directa ao Gabinete de Empreendedorismo da Câmara
Municipal de Alcobaça.
Pretende-se com esta acção contribuir, sobre-
tudo, para renovar o espírito empreendedor da região,
assente no mercado de exportação e com este a redu-
ção do desemprego pela articulação das empresas em
rede.
Mais informações: http://fabricadoempresario.blogspot.com/ [email protected]
Barafunda AJCSS - Notícias
Colóquio “O Passado é Presente- Que Futuro”
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Barafunda AJCSS - Notícias
Jornadas “Histórias de, Vida, Portugal adentro” - na Barafunda Local: Casa da Vila - Junta de Freguesia da Benedita
Sete noites para sete temas Com convidados especialistas e três adultos certificados pelo CNO Barafunda
Programa Sexta-feira, 28 de Outubro, 20:30 horas
“O autodidacta é uma pessoa que se auto-instrui, auto-educa e que embarca num processo de auto-
aprendizagem.” *
“Putos electrónicos” e Autodidactas convictos Oradores: Almiro Lopes (Avaliador Externo CNO)
António Sales, Edgar Pina, Liliana Lopes
Sexta-feira, 04 de Novembro, 20:30 horas
“Começa então uma nova fase da minha existência...”
De um País de emigrantes a um País de…
emigrantes!
Oradores: Jorge Malheiros (Investigador, U. Lisboa)
Eugénia Ferreira, Francisco Ribeiro, José Pinto
Sexta-feira, 11 de Novembro, 20:30 horas
“…este filósofo grego advogava uma teoria que justificava a exclusão das mulheres dos assuntos públicos.”
No feminino: restrições e conquistas
Oradores: A confirmar Conceição Ascenso, Paulo Faustino, Ilda Figueiredo
Sexta-feira, 18 de Novembro, 20:30 horas
“Aos 12 anos decidi abandonar a escola.”
A Escola da Vida: Causas e consequências de uma escolha condicionada
Oradores: Ana Benavente (Ex. Sec. Est. Educação
José Luís Coelho, José Santos, Paulo Penas
A Equipa do CNO da Barafunda e Adultos CONVI-
DAM a participar nas presentes jornadas — fomentando a
resistência daqueles com quem trabalhamos — uma forma
de combater a crise. (Com a apresentação de excertos de
portefólios elaborados no processo de RVCC no CNO da
Barafunda)
Construir a partir da Benedita é o Lema;
Ligar aos pensadores, aos que buscam o conhecimento
para lá dos recursos disponíveis, é a afirmação da cora-
gem;
―Sabemos o que vivemos‖ é o mote que move para
empreender e dar a conhecer as modalidades de autofor-
mação, permanente e ao longo da vida, neste caso inscri-
tas nas histórias de vida constantes nos portefólios elabo-
rados em processo de reconhecimento, validação e certifi-
cação de competências pelos/as adultos/as que frequen-
tam o CNO Barafunda;
Mostrar e confrontar paradigmas alternativas de formação
- aprendizagem recorrendo ao expediente das pessoas
―simples‖ que marcaram e são marcas/marcos do Portu-
gal de hoje é o desafio a transferir para as novas gera-
ções, mobilizando energia e recursos para a edificação de
um Centro de Formação em Empreendedorismo na Bene-
dita.
A Equipa CNO Barafunda
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Barafunda AJCSS - Notícias
Barafunda em Festa
No passado dia 30 de Setembro, a Associação Bara-
funda comemorou os 5 anos de Centro Novas Oportunidades –
Pessoas e Profissões com a divulgação das empresas e dos
nomes dos 2 040 certificados/as.
A ―Barafunda em Festa‖, nome do evento, contou com
a participação de pessoas da nossa comunidade, sobretudo de
adultos/as que realizaram o processo RVCC no CNO. Expuse-
ram e demonstraram-se actividades profissionais. Importante
foram também as artes decorativas, escultura, costura, cozi-
nha/doçaria, apicultura e animação com fado e poesia.
Agradecimentos Mª de Jesus Rafael
Lurdes Silva Luís Jorge Almerinda Pereira Ana Maria Ramalho Cláudia Gabriel Mº Celeste Jorge Maria Manuela Ferreira Pureza Custóias Isabel Roxo Carlos Tomé Luís Pedro Ferreira Ana Maria Ramalho
Sábado, 19 de Novembro, 20:30 horas
“Ao longo da vida fui obtendo muitas competências sociais e culturais, resultantes de muitos anos como
dirigente associativo.”
Cidadãos pelo desenvolvimento local Oradores: A confirmar
Jorge Horta, José Domingos, António Frazão
Sexta-feira, 25 de Novembro, 20:30 horas
“Filho de pais humildes, nasci numa pequena aldeia…”
Rurais, Urbanos, Rurbanos – A paisagem em muta-ção
Oradores: Paulo Peixoto (Investigador, U. Coimbra)
Deolinda Policarpo, Rita Magalhães, , a confirmar
Sábado, 26 de Novembro, 20:30 horas
“Entreguei a carta de despedimento para seguir a minha vida por conta e risco.”
Inovação na tradição, novas tecnologias e
oportunidades Oradores: Pedro Janela
(Director do WYgroup/Partner na Eggnest) Francisco Vale, Rui Sousa, Valter Luís,
* Excertos de portefólios de adultos que frequentaram o
processo de RVCC no CNO da Barafunda AJCSS.
A equipa CNO Barafunda
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Barafunda AJCSS - Notícias Paralelamente, este evento contou também com a
participação da Carla Pereira e da Bernardina Pereira (ambas
certificadas pelo CNO) que durante o jantar (caldo verde e
chouriço assado), presentearam os presentes com fado e poe-
sia.
Além das actividades acima referidas, foi realizada
também a entrega de certificados e diplomas às pessoas que
frequentaram o processo de RVCC e outras formações da Aca-
demia de Trabalho e Formação.
Rita Mendes
Bernardina Pereira
Declamar Poesia
Carla Pereira — Cantar Fado
Pessoas e Profissões
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Barafunda AJCSS - Notícias
ATL O Centro lúdico da Barafunda AJCSS, a funcionar
desde 1997, é um espaço de intervenção sociocultural educati-
va, que presta prolongamento do horário pré-escolar, para
crianças dos 5 aos 12 anos. Além do apoio ao estudo e do trei-
no de competências, os educandos têm ao seu dispor activida-
des como a informática, cinema, leitura e dança hip-hop.
Ana Luísa
Gerações e saberes
O projecto ―Encontro de Gerações e Saberes‖,
localiza-se na Vila de Benedita surgiu como forma de pro-
mover a relação intergeracional, envolvendo diversos
actores individuais (crianças, jovens, adultos – activos,
desempregados e idosos) e colectivos (associação de
empresários – ADEB, Associação IPSS – Barafunda e
Associação Cultural e Recreativa – Norte da Vila de Bene-
dita). Permitindo dessa forma, a relação interorganizacio-
nal e intergeracional, orientada para a conscientização da
transmissão e aquisição de saberes, por parte de todos/
as, em partilhas identitárias de saberes de trabalho e
lazer. Tendo em conta a finalidade do projecto - pôr em
prática as potencialidades dos sujeitos envolvidos. A cria-
ção dos subprojectos de cariz cultural, lazer, recreativo e
desportivo, vieram possibilitar a resposta à promoção /
construção do desenvolvimento pessoal, social e intelec-
tual de todos/as os/as envolventes - o empowerment , isto
é, o desenvolvimento comunitário. Como tal, surgem um
conjunto de subprojectos nomeadamente:
―Atelier de Artes e Ofícios‖
―Colóquios‖
Actividades na Quinta Pedagógica (Erva Daninha)
Márcia Zambumba
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Barafunda AJCSS - Notícias
Festa da criança 2011 Todos os anos, a Barafunda ACJSS e o Projecto
Percursos Alternativos colaboram na ―Festa da Criança‖
celebrada no MercoAlcobaça. Este ano não foi excepção.
Entre os dias 1 e 6 de Junho de 2011, os técnicos do
Projecto reuniram-se com crianças e jovens voluntários
para realizar várias actividades infantis relacionadas com
o tema ―A floresta e a música‖. Para proporcionar esta
comemoração foram montados seis módulos de minigolfe
e uma baliza de golfe, um stand de jogos tradicionais e
uma faixa de papel cenário para que as crianças pudes-
sem desenvolver a sua capacidade criativa através da
pintura.
O sucesso foi notório: quase todas as escolas do
Concelho de Alcobaça participaram, bem como um gran-
de número de famílias. Este tipo de actividades fornece
algum dinamismo à criança, fortalecendo a sua estabilida-
de física e emocional e melhorando a sua relação com a
sociedade. Ser criança é uma festa e para o ano há mais!
Margarida Serralheiro
As participantes das actividades
Notícia de última hora
Prémio Europeu de Prevenção da Criminalidade, atribuído
pela União Europeia.
―Em primeira mão: O Programa Escolhas foi
seleccionado como Boa Prática pelo MAI (Ministério da
Administração Interna), no âmbito do Prémio Europeu de
Prevenção da Criminalidade, atribuído pela União Euro-
peia. O tema deste ano é "Desporto, Ciência e Arte na
prevenção do crime com crianças e jovens" e o Escolhas
vê reconhecido o seu impacto pelo júri nacional. Em
Dezembro estaremos em Varsóvia a representar Portugal
na Conferência Europeia de Boas Práticas, organizada
pela Presidência da UE. Parabéns a toda a família Esco-
lhas! ‖
Coordenador do Programa Escolhas: Dr. Pedro Calado
Percursos Alternativos
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Era uma vez um Sábado que cheirava a verde.
Milhares de crianças, jovens e familiares preparavam a sua
viagem para Lisboa, mais precisamente para Alvalade. O
Programa Escolhas comemorava 10 anos nesse dia, 9 de
Abril de 2011, e decidiu oferecer bilhetes para um jogo de
futebol em vez de um jantar. Aliado ao ―Sporting Solidário‖,
o Escolhas quis criar um movimento cor-de-rosa, oferecen-
do cachecóis a todos os integrantes do programa. Além
disso, tinha também outro trunfo na manga: o projecto que
levasse as máscaras mais originais ganharia um prémio. A
partir das 20h, o Sporting iria disputar a vitória com a Aca-
démica de Coimbra, dando a oportunidade a milhares de
pessoas de visitar um estádio pela primeira vez.
O projecto Percursos Alternativos levou ao está-
dio cerca de 50 jovens e familiares. Até os benfiquistas
torceram pelos ―lagartos‖, os quais saíram vitoriosos no fim
da noite. Apesar de não ter aderido às máscaras, o projec-
to cumpriu a sua função: deu aos participantes um Sábado
feliz e um cheiro a verde. No entanto, espera pelo 20º ani-
versário do Escolhas. Pode ser que nessa altura a festa
seja outra!
Margarida Serralheiro
Alguns dos participantes do desafio “Todos ao Estádio”, oriundos do Projecto Percursos Alternativos
Um sábado feliz e verde
Percursos Alternativos
As 3.as férias Alternativas organizadas pelo
Projecto Percursos Alternativos da Benedita, decorre-
ram no mês de Julho e em média frequentaram por dia
cerca de 15 Jovens, sendo que era a própria equipa do
projecto a dinamizar as diversas actividades disponíveis.
Deste modo, as actividades gratuitas que estavam ao
dispor de todas as crianças e jovens da comunidade
eram as seguintes: actividades relacionadas com os
computadores, usualmente de manhã; visitas culturais,
nomeadamente a uma fábrica de calçado artesanal, à
fábrica de papel - OFIMPOR, aos Bombeiros Voluntários
da Benedita; ―Quinta Pedagógica - Erva Daninha‖, onde
era possível realizar Desporto Aventura, jogos tradicio-
nais, golfe, mini-golfe, landarte, escultura em barro e
manutenção da horta biológica; acção de sensibilização
com o comandante da GNR; artes plásticas; controlo e
observação dos espaços florestais com os Bombeiros
Voluntários da Benedita; Hip Hop e sessão de relaxa-
mento (Zen); hora do conto e visualização de filmes.
Uma profissão em vias de extinção
Sapateiro, uma profissão pouco exercida
actualmente, ―fazer sapatos à mão‖, poucas são as pes-
soas que hoje em dia o fazem, por essa razão, decidi-
mos um dia, visitar o Sr. Manuel, que vive nos Candeei-
ros e é sapateiro. Quando chegamos, a sua esposa,
recebeu-nos de braços abertos e guiou-nos até uma
pequena casa, a oficina, onde o Sr. Manuel nos espera-
va.
O Sr. Manuel, começou por nos explicar, que
primeiro o cliente tem de escolher o modelo/molde do
sapato, assim como a pele, esta compra-se em Alcane-
na.
3ªs Férias Alternativas
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Percursos Alternativos
Após o cliente ter realizado as suas escolhas o Sr.
Manuel desenha o molde na pele. Posteriormente e
como o calçado é todo feito à mão, corta-se a pele que
foi desenhada anteriormente, com uma faca de sapatei-
ro. De seguida, tem que se coser as peças que foram
cortadas para formar o sapato. Neste momento o sapato
está pronto para colocar na forma, objecto de madeira
com o formato do pé, que deve corresponder ao número
do cliente, depois de colocar o sapato na forma, prega-
se a palmilha à forma e o sapato à palmilha. De seguida
palmilha-se (coser uma vira ao sapato com fio de nylon)
para depois ―assentar‖ (pregar) a sola. O Sr. Manuel
explicou que antes de coser a sola à vira com fio de
linhol tem que se encher o espaço entre a sola e a pal-
milha com restos de pele, a isto, chama-se encher a
alma do sapato. Depois da sola estar cosida ao sapato
faz-se o tacão e o respectivo rasto e por fim pinta-se o
arranjado (o topo da sola), com cera, ou seja inicia-se a
última fase do processo de fabrico de calçado artesanal,
o acabamento. Para finalizar o sapato, deixa-se durante
algum tempo na forma, e depois tira-se com um ferro
apropriado (gancho). Normalmente cada par de sapatos
custa entre 80 e 300 euros.
Antes de finalizar a visita, o Sr. Manuel contou
que já teve outras visitas de escolas e que as crianças
mostram muito interesse em aprender o ofício e que ele
tem muito gosto em poder ensinar uma arte já esqueci-
da e que provavelmente no futu-
ro vai estar perdida. Informou,
também, que na época de verão
e portanto de festas, costuma
fazer mais sapatos para grupos
de Folclore, de vários sítios do
país.
Beatriz Sousa
Sr. Manuel na oficina
No dia 19 de Julho de 2011, as crianças e
jovens do Projecto Percursos Alternativos foram visitar os
Bombeiros Voluntários da Benedita.
Quando chegaram foram recebidos pelo Marco e
pelo Eurico, membros da Associação dos Bombeiros da
Benedita, que lhes falaram do início da construção das
infra-estruturas e da corporação dos Bombeiros. Começa-
ram por mostrar o Salão Nobre que continha: troféus;
fotografias dos Bombeiros com alguns presidentes, onde
figura a do actual presidente, e outras de falecidos mem-
bros, entre os quais apenas um que morreu em serviço;
medalhas; livros antigos; etc. De seguida, visitaram os
quartos que estavam equipados com camas e com uma
casa de banho. Depois apresentaram-lhes a ―Sala do
Bombeiro‖ que estava dividida em duas partes. A primeira
tinha uma televisão, um mini-balcão e uma mini-cozinha.
A segunda era destinada ao lazer, visto que continha uma
playstation 2, uma mesa de snooker, um alvo para o jogo
das setas e uma televisão. Logo depois foram ver um dos
balneários e lá encontraram vários cacifos numerados e
―fardas‖ que serviam para o combate a incêndios urbanos
e florestais (compostas por botas, calças, casacos apro-
priados que aguentavam cerca de 200 a 300 graus e
capacetes).
Para finalizar, o Marco e o Eurico mostraram-
lhes uma série de ambulâncias, veículos de combate a
incêndios e de armazenamento de água (cerca de 12 mil
litros a 18 mil litros), entre outros. Todos os jovens se
interessaram por esta
visita e pela história dos
Bombeiros, uma entida-
de muito importante na
zona e no país.
Beatriz Sousa
Visita aos Bombeiros
Visita aos Bombeiros
12
.
Percursos Alternativos
A Palestra do comandante No dia 21 de Julho, os jovens dos Percursos
Alternativos receberam na Barafunda o Comandante da
Guarda Nacional Republicana da Benedita, que vinha com
o objectivo de abordar alguns temas, como por exemplo,
drogas, tabagismo, álcool, furtos, entre outros…
O Comandante começou por falar de furtos, deu
alguns exemplos nomeadamente, de uma pessoa que
estava a passear a pé e viu uma bicicleta numa garagem
que estava aberta, já estando farto de andar, roubou a
bicicleta, sem pensar nas consequências, entretanto o
dono da bicicleta acabou por apresentar queixa ao posto
da G.N.R. e o culpado foi apanhado com a bicicleta que
não lhe pertencia. O Comandante explicou que nesta situa-
ção as consequências são graves e no caso de ser um
jovem entre os 14 e os 16 anos uma das medidas de puni-
ção é a integração num centro tutelar educativo.
De seguida abordou o tema do álcool, referindo
que os jovens menores de 16 anos embora não possam
por lei ser punidos directamente, ficam com graves seque-
las a nível físico e mental. No entanto, aos pais destes
jovens podem ser aplicadas várias medidas de sanção.
Após o tema ―álcool‖, falou-nos um pouco sobre
os estupefacientes e dos problemas que podem resultar do
seu consumo. Os estupefacientes abordados foram o
―haxixe‖ e a ― canabis, que no senso comum são conside-
radas drogas leves e por isso não fazem mal, mas tudo
isso é mentira porque, todas as pessoas que são toxicode-
pendentes, começaram dessa mesma maneira. Deste
modo, o comandante deixou a mensagem clara de que não
se deve mesmo nunca consumir qualquer tipo de drogas.
Para finalizar a pequena palestra, esclareceu
pequenas dúvidas, abordando vários temas.
Beatriz Sousa
HIP HOP No dia 18 de Julho, os jovens dos Percursos
Alternativos participaram em mais uma das muitas activida-
des organizadas pela equipa do Projecto nas 3as Férias
Alternativas. Desta vez, foi uma aula de Hip Hop que durou
duas horas (14:00 às 16:00), tendo tido uma grande afluên-
cia de Jovens.
O Hip Hop caracteriza-se por ser uma aula coreo-
grafada com novas ideias, que ajuda a desenvolver a coor-
denação motora, a criatividade, o ritmo, além de trabalhar
a frequência cardio-respiratória, através de música e de
energia. Deste modo, os jovens estiveram a aprender uma
coreografia, dada pela instrutora, que após uma hora esta-
va totalmente assimilada. Na outra hora, os jovens, em
grupos, estiveram a criar a sua própria coreografia que
apresentaram na última meia hora. Podemos concluir que
esta actividade foi um sucesso pelo feedback positivo que
foi transmitido.
É importante referir que esta actividade não é
apenas pontual, mas
existe durante todo o
ano, sendo que este
ano lectivo teve início
no dia 13 de Outubro
de 2011 e decorrerá à
quinta-feira das 18:30
às 20:30.
Beatriz Sousa
13
Percursos Alternativos
3ªs Férias Alternativas
Intercâmbio em Lagunas de Ruidera (Espanha) 2011 “Os 8 Objectivos do Milénio/ Senses for the Millenium”
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Percursos Alternativos
Intercâmbio em Espanha É no cora-
ção da Península
Ibérica que se locali-
za Lagunas de Rui-
dera (interior de
Espanha), um paraí-
so em terra. Este
fantástico parque
natural espanhol
recebeu nos dias 20
a 30 de Agosto de
2011 cerca de 30 pessoas vindas de cinco países euro-
peus: Lituânia, Eslováquia, Itália, Portugal e Espanha.
Estes reuniram-se para elaborar um intercâmbio assina-
lando o tema ―Os 8 objectivos do Milénio/ Senses for the
Millenium‖, organizado pela Associación Juvenile Trota-
mundos, uma associação espanhola. Para representar
Portugal, três integrantes do Projecto Percursos Alternati-
vos (Tamára Martins, Carla Sousa e Margarida Serralhei-
ro) e uma líder (Vânia Delgado) deslocaram-se a Espa-
nha. Já tinham em mente um radioso sol e um grande
lago com vista para o belo.
Antes de embarcarem no aeroporto de Lisboa,
às 13h20m, as três raparigas deram as mãos e guincha-
ram de ansiedade. ―Não é todos os dias que ando literal-
mente nas nuvens‖, pensei. A líder sentia-se feliz, um
pouco exausta, mas satisfeita por saber que ia voltar ao
topo. Afinal de contas, há quem goste de andar de avião.
Depois de 50 minutos no ar, as portuguesas
chegaram ao aeroporto de Madrid. Mal aterraram, corre-
ram para ir buscar as malas. Estiveram cerca de cinco
minutos à procura dos outros membros do grupo e depois
seguiram viagem para Lagunas de Ruidera num autocar-
ro alugado pela organização espanhola. Depois de três
horas e meia de caminho, chegaram finalmente ao desti-
no.
Juventude em Acção ―O Programa Juventude
em Acção é uma grande aposta
na emancipação dos jovens e
das suas organizações, com
resultados na expressão interna-
cional do movimento associativo
e num significativo aumento de
competências, não só no domínio
do multilinguismo, mas também
no desenvolvimento pessoal e social dos seus participan-
tes. A Comissão Europeia e o Governo disponibilizam com
o «Juventude em Acção» uma oportunidade de trabalho,
de reflexão e partilha que se reflectem num aumento signi-
ficativo da qualidade da prestação de todos quantos neste
sector operam, sendo responsáveis pela criação de novas
oportunidades e de novos cenários para uma cada vez
maior e mais diversificada expressão da emancipação
juvenil. (….) Por último, apostamos muito na formação dos
jovens. Tivemos em 2008, e temos em 2009, um calendá-
rio de formações europeias que tem sido uma clara mais-
valia para que se faça mais e melhor no nosso país neste
sector. Este ano, Portugal receberá o maior evento euro-
peu em matéria de ferramentas e de boas práticas em
Juventude. A Tool Fair IV, a ter lugar em Évora, no próximo
mês de Novembro, será o coroar de um ano intenso de
formações internacionais e uma demonstração de confian-
ça na capacidade de organização da Agência Portuguesa
por parte dos Centros de Recurso SALTO. Portugal tem,
hoje, uma Agência que os jovens conhecem e que conhe-
ce os jovens portugueses. ―
Pompeu Miguel Martins
In “www.juventude.pt”
(site oficial do programa Juventude em Açcão)
Lagunas de Ruidera, parque natural
Logótipo oficial do progra-ma Juventude em Acção
15
Percursos Alternativos
Nos primeiros dias, nem todos falavam, havia ain-
da muita vergonha. O inglês, língua utilizada para comuni-
carmos, era considerado por alguns uma barreira, visto que
não o dominavam. Apesar disso, todos se conseguiram
entender.
Antonio Dorado, o líder da organização espanhola,
explicou-nos o horário das actividades: depois do pequeno-
almoço às 9h da manhã, realizávamos um ou dois energi-
zers, discutíamos um objectivo do milénio através de jogos
ou actuações e um pouco antes do almoço tínhamos um
tempo livre (por vezes aproveitávamos e íamos à piscina da
pousada). Às 13h30m almoçávamos e de seguida podía-
mos ir nadar no lago, ficar no quarto ou simplesmente estar
na esplanada. Às 16h tínhamos de nos encontrar na Sala
de Actividades e voltar a debater o mesmo objectivo ou
outro assunto relacionado com o tema. Às 18h fazíamos
uma pausa para lanchar e depois agrupávamo-nos para
elaborar o ―See, listen & feel‖, uma actividade que decorria
durante a semana e que tinha como objectivo uma actua-
ção no último dia (tínhamos de preparar algo para represen-
tar dois objectivos do milénio, escolhidos por sorteio). Des-
de teatro de marionetas a vídeos, tudo nos era concedido.
Pouco antes das 20h, todos os países se reuniam e discu-
tiam entre si a avaliação do dia (o que mais gostaram, o
que menos gostaram, o que se podia mudar, etc.). Os líde-
res de cada país participavam numa posterior reunião e
representavam as ideias dos membros. Às 20h:30m servia-
se o jantar e cada noite pertencia a um país.
Uma perspectiva da pousada O grupo do Projecto Percur-sos Alternativos
Nessas noites, cada país tinha a liberdade de mostrar a
sua cultura através de vídeos, músicas, jogos, danças ou
comidas típicas (a capa desta edição refere-se a uma
das actividades realizadas com pinturas corporais). Este
foi o nosso horário durante oito dias, apesar de termos
sido surpreendidos com um passeio de bicicleta nos tri-
lhos do parque natural, uma volta de caiaque pelo lago e
ainda uma visita às minas de Dom Quixote.
Foi na viagem de regresso ao aeroporto de Lis-
boa que as imagens desta experiência me passaram
pela retina em câmara lenta: o lago às oito da noite,
quente, meio laranja devido ao pôr-do-sol; os pássaros a
voar bem por cima da minha cabeça; as árvores grandes
e robustas trajadas de um verde juvenil; a voz de peque-
nos pescadores, enfim, um espanhol ainda débil e vaga-
roso; uma cascata que jorra águas sem piedade e eu…
eu, viva e pequena, mais morena do que outrora, de
olhos fechados dentro de um avião a tentar voltar a essa
paisagem, a tentar comê-la como se ela fosse um postal,
a tentar retê-la para não se perder… eu, tão triste por
saber que as pessoas vão e vêm, mas tão feliz por lá ter
estado… eu, tão portuguesa, tão melancólica. É com
este bocado de literatura e descrição que me despeço
deste artigo, sorrindo por ter sido livre ao ponto de não
hesitar. Se tivesse hesitado, com certeza que teria perdi-
do toda esta riqueza que hoje possuo: a capacidade de
arriscar, as novas amizades que fiz e as boas memórias
que relembrarei no futuro.
Margarida Serralheiro
Os participantes nas minas de Dom Quixote
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Publicidade / Divulgação
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Cultura
Impressão Digital: As quatro mãos mágicas!
A arte é uma forma de expressão que nos
acompanha todos os dias. Enche as nossas vidas e dá-
lhes alguma emoção. No entanto, aqueles que dão vida
à arte, os chamados ―artistas‖, nem sempre são reco-
nhecidos na sociedade. A nossa missão é informar os
leitores da existência de pelo menos duas artistas na
nossa região. Como é que o faremos? Não será através
da escultura, mas sim da escrita, uma outra forma de
arte.
A designer gráfica e ilustradora Susanne Estevão da Silva
Susanne no ateliê das maravilhas
Susanne Estevão da Silva, designer gráfica e
ilustradora, foi outrora monitora dos ateliês criativos do
Projecto Percursos Alternativos. Licenciada em Artes
Plásticas e Design (ESAD - Caldas da Rainha) e em
Gráfica (IADE – Lisboa), Susanne tem vindo a desenvol-
ver alguns projectos relacionados com modelagem, exi-
bindo assim o gosto por aquilo que faz. As repórteres da
AAlternativa, que não quiseram perder a oportunidade de
saber mais sobre esta jovem artista, foram recebidas mui-
to amavelmente e a entrevista decorreu da maneira mais
doce: acompanhada de chá e bolinhos!
AAlternativa – Costumava ser responsável pelos ateliês
de arte no nosso Projecto. Quando é que nasceu essa
paixão?
Susanne da Silva – Desde pequenina que gosto de tudo
o que esteja relacionado com trabalhos manuais. Optei
pela área de artes visuais e ainda hoje lido com essa ver-
tente. Sempre me cativaram as aulas, os workshops e os
ateliês de arte. Acho importante existir a oportunidade de
qualquer pessoa poder participar e explorar o seu lado
criativo. Cada vez mais devemos investir nessa faceta,
nessa capacidade artística.
AAlternativa – Tomámos conhecimento de dois projectos
da sua autoria, ambos relacionados com a modelagem.
Poderia revelar-nos em que consistem?
Susanne da Silva – Ambos os projectos partem da minha
paixão pela ilustração. Há uns anos comecei por fazer
modelagem em pasta de açúcar, o que me levou a fre-
quentar diversos workshops de decoração de bolos e de
trabalho profissional em chocolate, tanto em Portugal
como na Inglaterra. Nessa altura criei um blog onde expus
os meus trabalhos (www.bolosbolinhosebiscoitinhos.blogs
pot.com) e a pedido de amigos e familiares comecei a
elaborar bolos criativos para diversas ocasiões. Passei
pela experiência de trabalhar nesta área em Londres e em
simultâneo desenvolvi um projecto de ilustração em pasta
de açúcar, a convite da escritora/professora Vanda Furta-
do Marques para o livro ―A Padeira de Aljubarrota‖.
18
A partir daí fui explorando outras técnicas de modela-
gem que deram início a um novo projecto: uma lojinha
(donde nasceu o blog ―Bonequitos Susanne da Silva‖ –
www.bonequitos.blogspot.com) localizada nas Salinas
de Rio Maior, onde exponho e vendo os meus trabalhos
de ilustração.
AAlternativa – Que materiais costuma utilizar nos seus
trabalhos? Porquê?
Susanne da Silva – Em relação a materiais, gosto mui-
to de trabalhar com pasta de açúcar (realização de
bolos), plasticina (elaboração de bonecos que são foto-
grafados, perfazendo assim os postais) e porcelana fria,
embora também trabalhe com aguarela, graffite, tinta
acrílica e desenho vectorial (através de programas de
computador próprios para o efeito). A modelagem permi-
te visualizar o objecto tridimensionalmente e conciliando
estas figuras com as novas tecnologias, criam-se resul-
tados muito interessantes.
AAlternativa – Foi difícil conseguir estes objectivos?
Que obstáculos teve de ultrapassar?
Bolo confeccionado por Susanne Silva
Susanne Silva – Todos os dias vamos encontrando
novos obstáculos, mas o gosto que se tem pelo trabalho
criativo transforma esses obstáculos em desafios. Para
compor um trabalho de ilustração é necessário fazer mui-
ta pesquisa e dedicar muitas horas a um só projecto. Em
relação aos materiais, alguns não foram fáceis de encon-
trar no início, mas hoje já se encontram com facilidade.
AAlternativa – Está satisfeita ou ainda tem desejos para
realizar no campo artístico?
Susanne da Silva – Temos sempre desejos por realizar!
Enquanto existir motivação, queremos sempre aprender
mais e mais e mais e melhorar a nossa técnica! Estou
neste momento empenhada em explorar a modelagem e
a ilustração dos costumes e tradições portuguesas, por
achar muito importante darmos ênfase à nossa cultura
que é tão rica e diversificada… Pretendo também comple-
mentar ―textos que estejam escondidos na gaveta‖ com
os meus trabalhos, incentivando as pessoas a escrever, e
organizar workshops nestas áreas para serem iniciados a
partir de Outubro.
Beatriz Sousa e Margarida Serralheiro
As repórteres Beatriz Sousa e Margarida Serralheiro com a artista Susanne da Silva.
Cultura
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Cultura
A Lurdes de todas as crianças
As repórteres da ―AAlternativa‖, Beatriz Sousa e
Margarida Serralheiro, decidiram saber mais sobre
Maria de Lurdes Silva, tão conhecida no ATL da Bara-
funda e nas actividades artísticas do Percursos Alternati-
vos. Explorar as capacidades da população da região é
um dos nossos objectivos, por isso entrevistámos esta
preciosa artista.
AAlternativa – Olá Lurdes Silva! Podemos começar a
entrevista?
Lurdes Silva – Claro!
AAlternativa – Poderia descrever-nos o seu percurso
profissional?
Lurdes Silva – Sobre o meu percurso profissional não há
muito a dizer: trabalhei numa fábrica de calçado, criei
animais, tive uma loja de artes decorativas e agora cola-
boro com a Barafunda.
AAlternativa – Quando é que reconheceu o seu gosto
pela arte?
Lurdes Silva – O gosto pela arte acompanha-me desde
que tenho memória. Na escola, as minhas colegas
pediam-me para lhes fazer desenhos para pintarem. Na
fábrica, pediam-me que fizesse retratos a carvão. Quando
estudava de noite participei num concurso organizado
pelo Dr. Sapinho, que na altura era o director do Externa-
to Cooperativo da Benedita (ECB). Era um concurso de
desenhos para assinalar o dia de Camões e das Comuni-
dades Portuguesas. Ganhei o primeiro prémio e isso mar-
cou-me para sempre! Nessa altura não existia o curso de
artes no ECB e eu sentia essa lacuna, essa falta de
conhecimentos, sentia a falta de algo mais.
AAlternativa – Em que se inspira na realização dessas
tarefas?
Lurdes Silva – Inspiro-me sempre na mensagem que
quero ou preciso de transmitir. Depois agarro nas ferra-
mentas de que disponho e meto mãos à obra. Trabalho
até que o resultado me satisfaça.
AAlternativa – Alguma vez pensou em tornar-se ape-
nas artista profissionalmente?
Lurdes Silva – Estou certa de que esse é o sonho de
qualquer amante das artes, mas acho que isto é comum
a qualquer outra área. Quem não sonha em fazer, um
dia, só aquilo que realmente gosta?
AAlternativa – Qual é a sensação de ter publicado o
livro ―A Raposa Amarela‖?
Lurdes Silva – ―A Raposa Amarela‖ foi outro marco
importante. Não consigo descrever a alegria que senti
quando a editora me deu o seu parecer sobre o conto e
se prontificou a publicá-lo! Foi uma grande dádiva e
sinto-me muito grata a Deus por essa grande alegria.
As repórteres Margarida Serralheiro e Beatriz Sousa com Lurdes Silva e algumas crianças do ATL da Barafunda
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Cultura
AAlternativa – Como é que surgiu o convite para ilustrar
o livro ―O Rei e a Estrela‖ de Vanda Furtado Marques?
Lurdes Silva – O convite surgiu muito naturalmente. A
Vanda gostou das ilustrações que fiz no meu livro e con-
vidou-me para ilustrar um dos seus.
AAlternativa – Segundo o seu ponto de vista, qual é o
papel que a arte desempenha nesta região? Acha que se
deveria investir mais nela?
Lurdes Silva – Acho que se deveria investir sempre mais
e mais na arte. A arte é uma forma de comunicação muito
abrangente, até se costuma dizer que ―uma imagem vale
mais do que mil palavras!‖… A arte é partilharmos com os
outros o nosso sentir, o que há de mais íntimo em nós.
Vivemos numa altura em que cada um tende a isolar-se
cada vez mais e a arte pode desempenhar aqui um papel
muito importante.
AAlternativa – Como trabalha com crianças e jovens,
qual é a relação entre eles e esta vertente actualmente?
Lurdes Silva – O que tenho observado é que as crianças
adoram fazer arte! O que os desmotiva muitas vezes é
aperceberem-se de que não o conseguem fazer! Existe
analfabetismo artístico! Tal como
se aprende a ler e a escrever
através do alfabeto de letras,
deveria também haver um alfabe-
to visual e assim poderíamos
atingir uma outra dimensão de
comunicação. Acredito que no
futuro isso irá acontecer, pois
presentemente já existem vários
investigadores debruçados
sobre este tema!
Beatriz Sousa e Margarida Serralheiro
Academia de Música de Alcobaça
Actualmente, a Academia de Música de Alco-
baça (AMA) conta com cerca de 400 alunos e 50 profes-
sores responsáveis pelos vários cursos do ensino artísti-
co especializado de Música. Nos últimos anos, a princi-
pal prioridade tem sido a formação através da Academia
de Música de Alcobaça, escola oficialmente reconhecida
pelo Ministério da Educação (a partir do ano lectivo de
2002-2003) como escola especializada no ensino da
música (vulgo conservatório).
A AMA organiza, desde 2002, o ―Cister música
- Festival de Música de Alcobaça‖, desejando com este
projecto proporcionar à população de Alcobaça e aos
seus alunos a oportunidade de ouvirem alguns dos
melhores intérpretes nacionais e internacionais. Para
além da audição dos grandes clássicos, também se
pode assistir à estreia de obras de compositores portu-
gueses. Este, considerado um dos melhores festivais de
música erudita realizados em Portugal, destina-se tam-
bém à participação de alunos em actividades que pos-
sam complementar os seus cursos.
Apresentação da Academia Lurdes Silva nas artes plásticas
21
Religião
A Poeira da Fé A poeira Alentejana, pelo menos em tempos de
calor, é abundante. Uma quinta situada em Lavre (onde
é praticada a agricultura biológica a mando dos proprie-
tários Jan e Helen, dois Cristãos Holandeses) recebeu
um grupo de jovens cristãos, maioritariamente Baptistas,
nas férias da Páscoa. Entre os dias 13 e 16 de Abril,
esta pequena comunidade integrou-se na vida rural e
explorou o tema ―Os Cristãos e o Ambiente‖. O principal
objectivo foi o fortalecimento da relação entre o Homem
e Deus através do contacto com a Natureza.
Este retiro, um retiro de paz e amizade decora-
do com queijo e leite quente pela manhã, ajudou na cria-
ção de laços entre os integrantes, bem como na verda-
deira aprendizagem do trabalho numa quinta. Os cris-
tãos voluntariaram-se para lavar iglos (pequenas caso-
tas que servem para albergar bezerrinhos), arrancar
ervas daninhas, limpar um pequeno lago (estava poluído
devido ao processo de eutrofização: processo responsá-
vel pelo nascimento de algas que sugam o oxigénio e
impedem a sobrevivência de seres aquáticos) e ainda
plantar algumas espécies. Além destas contribuições,
assistiram à ordenha das vacas e visitaram as instala-
ções próprias para a produção de produtos rurais. Os integrantes debateram temas muito interes-
santes, alguns ligados ao tema principal, dando a cada
um a oportunidade de expor a sua opinião. À noite, cos-
tumavam-se reunir numa pequena sala para cantarem
músicas de louvor a Deus com a ajuda de instrumentos
como a guitarra acústica e o jambé. Além de tudo isto,
os jovens também puderam desfrutar da mesa de ping-
pong, do campo de basquetebol e dos trilhos que rodea-
vam a casa, propícios para uma caminhada.
Da poeira Divina nasceu o Homem e da poeira
Alentejana cresceu a fé. O que o mundo precisa é de
um retiro de amor como este para se curar da loucura.
Margarida Serralheiro O grupo de jovens participantes e os donos da quinta,
Jan e Helen
Os jovens conviveram ao ar livre
O grupo ajudou na limpeza do lago
22
Religião
Jornada Mundial da Juventude em Madrid
De dois em dois anos a
Igreja organiza uma Jornada
Mundial da Juventude, um encon-
tro de jovens de todo o mundo
com a presença do Papa. Já
aconteceu em sítios tão diversos
como a Polónia, a França, o
Canadá, a Alemanha, a Austrá-
lia… e desta vez foi aqui perto de
nós, em Madrid, nos passados
dias 16 a 21 de Agosto de 2011.
Neste evento participaram bas-
tantes jovens dos quatro cantos
do mundo e não só. Viver uma
Jornada Mundial da Juventude foi viver uma experiência
única de aprofundamento da fé e de aproximação a Jesus
Cristo com a oração e os sacramentos, juntamente com
milhares de jovens que partilharam as mesmas inquieta-
ções e ambições. A JMJ é um acontecimento aberto a
todos os jovens, não só católicos, mas também de outras
vertentes que queiram partilhar um encontro à volta de
Jesus Cristo.
Logótipo oficial deste evento
As pessoas que participaram ficaram bastante
satisfeitas - ouviram-se com frequência os elogios à
equipa da cozinha e ao serviço desempenhado pelos
jovens: atencioso e rápido. Os jovens ocuparam-se da
maior parte dos trabalhos (preparativos, o serviço
durante o almoço, as arrumações e limpezas finais),
mas contaram também com a colaboração de vários
adultos. Além do almoço, os jovens aproveitaram a
ocasião para vender artigos realizados artesanalmente
por eles (colares, pregadeiras, etc). No final, o balanço
foi muito positivo: todos ficaram muito contentes com a
afluência de pessoas (encheram-se todas as mesas) e
a receita foi apurada, o que foi muito bom, pois corres-
pondeu às expectativas.
Este foi um dos ―projectos‖ organizados para
que se pudesse ir ao encontro do Papa nas JMJ. Foi
uma excelente oportunidade para os jovens partilharem
e manifestarem a sua Fé junto de outros jovens prove-
nientes de todo o mundo. E, à semelhança de JMJ
anteriores, os jovens ficaram bastante sensibilizados e
cresceram como cristãos pelo contacto com outros
jovens, pela proximidade com o Papa e pela escuta das
suas palavras durante toda a jornada.
Da Benedita foram 28 participantes. Jovens
que sem medo mostram, e mostraram ao irem a
Madrid, a sua fé em Deus. Antes da viagem houve
uma grande preparação de bagagem por parte de
todos os membros: algumas malas, algum peso. A
expectativa era elevada, apesar de não sabermos o
que poderíamos encontrar. Todos os jovens tinham
apenas como ponto de partida alguns vídeos da inter-
net sobre jornadas anteriores.
“Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”
Almoço organizado para angariação
Para conseguirmos ir a Madrid, tivemos de come-
çar a trabalhar desde muito cedo para angariar fundos.
Começámos por realizar actividades como: venda de fritos,
animação de casamentos (coro), quotização dos próprios
jovens (pagamento da viagem em prestações), etc. A 20
de Fevereiro de 2011 foi organizado um almoço, também
para angariação de fundos, em que o preço representou
um valor significativo. O almoço foi servido a mais de 140
pessoas no Salão do Centro Comunitário Pastoral.
Jovens da Benedita
23
Religião
A jornada
Em Portugal, começámos a Jornada em Lisboa
no dia 15 de Agosto. Neste dia, D. José Policarpo
(Cardeal Patriarca) celebrou, entre cerca de 2800 jovens
de Lisboa que iam partir para Madrid rumo à Jornada
Mundial da Juventude, os 50 anos da sua Ordenação no
Mosteiro dos Jerónimos. Não foram só os jovens a cami-
nho de Madrid que participaram nesta eucaristia, mas
também muitas outras pessoas. Depois, entre as 18h00 e
as 19h00, e no fim de um grande dia com temperaturas
altas, foi o regresso aos autocarros e a partida para Fáti-
ma, onde chegámos por volta das 20h30 para podermos
jantar antes da eucaristia. Em Fátima encontravam-se
peregrinos de outros países, que antes de partirem para a
Jornada Mundial da Juventude quiseram rezar um pouco
e pedir à Nossa Senhora que os protegesse durante a
viagem. Às 22h30m realizou-se a Celebração do Envio na
Igreja SS.ª Trindade e de seguida, por volta das 23h30 –
24h00 partimos para Madrid.
No dia 16 de Agosto chegámos ao alojamento
por volta das 09:00 e pudemos recolher as acreditações e
mochilas nos lugares indicados pela organização. Depois
de um dia de cansaço e de arrumações, fomos visitar o
centro da cidade de Madrid, onde mais tarde pudemos
almoçar, e de seguida dirigimo-nos para a Praça de Cibe-
les. Apesar de termos ficado um pouco longe, pudemos
assistir através de ecrãs gigantes ao início oficial da Jor-
nada Mundial da Juventude, presenteado com uma missa
de inauguração presidida pelo arcebispo de Madrid e
celebrada por Bispos e Sacerdotes presentes. A esta
missa juntaram-se bastantes peregrinos.
No segundo dia da JMJ, os participantes, organi-
zados por grupos linguísticos, tiveram sessões de cate-
queses com Bispos vindos de todo o mundo.
Todos os portugueses inscritos na JMJ receberam o Kit
Nacional: duas bandeiras de Portugal, uma grande e uma
mais pequena, o livro do peregrino, o guia para a cate-
quese dos bispos, um pólo verde, necessário para poder
entrar na catequese dos bispos e uma t-shirt vermelha
para ser usada na Vigília com o Papa no Aeródromo de
Cuatro Vientos (símbolo da presença de Portugal).
Catequese dos Bispos no Madrid Arena
O Bispo D. José Policarpo
Depois de muitas actividades para angariarmos
dinheiro para a Jornada Mundial da Juventude, final-
mente conseguimos os fundos necessários para a via-
gem. Eu ia com grandes expectativas e fazia a conta-
gem decrescente a cada dia que passava. Ao longo de
alguns meses fui seguindo no site oficial da JMJ Madrid
2011 as novidades (vídeos, informação, testemunhos,
etc).
Quando finalmente chegou o dia, comecei a
sentir o ―nervosismo da partida‖. Logo no início da via-
gem já se sentia o verdadeiro espírito de uma jornada
da fé: uma grande alegria por parte de todos.
Testemunho
24
Religião
Depois de um dia de calor e da eucaristia em
Lisboa, a viagem feita durante a madrugada serviu para
descansar. Quando chegámos a Madrid já se encontra-
vam alguns jovens, pois, no mesmo alojamento ficaram
cerca de 1000 jovens provenientes de todo o pais.
No primeiro dia da jornada utilizámos o metro
para visitar a cidade de Madrid e eu comecei logo a sentir
o espírito de ajuda e o constante convívio entre jovens
das mais diversas nacionalidades. Ao caminharmos pelas
ruas de Madrid podíamos ver o rosto de felicidade dos
peregrinos e dos participantes que se cruzavam connos-
co. Fizemos longos percursos para conseguirmos chegar
aos locais das actividades, suportámos muitas horas de
espera e um calor abrasador.
No dia do encontro com os bispos portugueses,
no Madrid Arena, pôde sentir-se o grande ―calor humano
português‖: cerca de 12 mil portugueses reunidos para
ouvir as boas-vindas do Patriarca de Lisboa, que também
viajou para Espanha para participar na JMJ.
No dia 19 de Agosto fizemos uma caminhada de
cerca de 3 quilómetros até chegarmos ao Aeródromo de
Cuatro Vientos para assistir à Vigília nocturna com o
Papa. Apesar de ter havido uma tempestade, isso não
conseguiu demover os 1,5 milhões de participantes que
se encontravam no aeródromo.
No seguinte e penúltimo dia (20 de Agosto) da
JMJ, celebrou-se uma eucaristia de despedida em Cuatro
Vientos.
JMJ 2013: Bento escolhe tema para o Rio de Janeiro
JMJ foi uma ―ocasião especial para reflectir, dialogar,
trocar experiências positivas e, sobretudo, rezar em
conjunto e renovar o empenho de radicar a vida em
Cristo‖.
A 26.ª JMJ constituiu para o Papa um ―dom
precioso, que dá esperança‖ para o futuro do catolicis-
mo, com os fiéis a expressarem ―o desejo firme e since-
ro de radicar a sua vida em Cristo, permanecerem uni-
dos na fé, caminharem juntos na Igreja‖.
O Papa pediu aos jovens que participaram na
Jornada que, ―‗Enraizados e edificados em Cristo, firmes
na fé‘ [lema da JMJ Madrid 2011], levem ao mundo intei-
ro a alegria do evangelho, com a palavra e uma vida
preenchida de obras de caridade‖.
Xavier Belo
O grupo de jovens da Benedita e Cela
O grupo da Benedita marcou presença no evento com bandeiras e cartazes
Bento XVI anunciou no dia 21 de Agosto que o
lema da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013,
na cidade brasileira do Rio de Janeiro, será ―Ide e fazei
discípulos de todos os povos‖, expressão baseada no
evangelho segundo São Mateus. ―O encontro de Madrid
foi uma magnífica manifestação de fé para a Espanha e
para o mundo‖, assinalou o Papa, acrescentando que a
25
Saúde
Fitoterapia - Porque a saúde é natural!
A Fitoterapia é uma ciência que estuda a utilização da parte activa das plantas com finalidade terapêutica para prevenir, atenuar ou curar um esta-
do doente.
A origem da Fitotera-
pia é conhecida desde longos
séculos e tem ocupado diferen-
tes posições na medicina.
A colheita de plantas
para uso medicinal tornou-se
impossível nos dias actuais,
não só pela extinção das mes-
mas mas também pela ampla
necessidade humana de obter
cura para tudo.
Assim, a fitoterapia
tornou-se um método saudável para a cura de doenças
sem recurso a químicos. Actualmente é considerada
uma terapêutica suave, não agressiva, útil no tratamento
de afecções leves, moderadas e crónicas.
A fitoterapia racional obedece a regras muito
rigorosas e as plantas utilizadas são avaliadas segundo
técnicas modernas. Os medicamentos à base de plantas
cumprem estes requisitos, sendo desta forma fundamen-
tados todos os princípios dos medicamentos, na evidên-
cia científica, na qualidade, na segurança, na eficácia, no
uso adequado, tendo em conta os riscos e possíveis
interacções a nível da saúde.
nando resistências como os antibióticos. Dai a procura
de um ―modo de vida‖ mais saudável e natural com res-
peito ao meio ambiente.
Assim, a fitoterapia apresenta-se como a res-
posta ideal aos ―males do século‖ tais como stress, obe-
sidade ou problemas de sono. A solução natural e alter-
nativa para proteger a saúde sem agredir o organismo.
Actualmente gozar de uma saúde de ferro é
algo cobiçado e difícil de obter. Assim, diariamente sofre-
mos de pequenos mal-estares que milagrosamente
podem ser apagados de uma forma cientificamente natu-
ral – o poder das infusões de plantas!
Exemplos de utilização de diversas plantas para
vários tipos de patologias actuais:
Próstata:
Óleo de pevides de abóbora – Rica em fitoesteróis, tem
acção anti-inflamatória e inibidora do crescimento da
próstata.
Reforçar o sistema Imunitário:
Equinácea – esta planta tem propriedades anti-virais e
ajuda a regular o sistema imunitário aquando de agres-
sões bacterianas devido a diversos constituintes na sua
raiz.
Valeriana – Graças à sua acção sedativa e relaxante,
fornece o adormecimento e melhora a qualidade do
sono, sem causar habituação.
A importância da Fitoterapia
O actual séc. XXI tem apostado incondicional-
mente no desenvolvimento da medicina química. Contu-
do estes medicamentos mostram limitações no que toca
a efeitos secundários causando problemas e origi-
A base da farmacologia moderna
26
Saúde
Enxaquecas:
Matricária – uma planta rigorosamente rica em partenóli-
dos, reduzindo a intensidade, duração e frequência das
enxaquecas.
Outras plantas usadas em fitoterapia:
Ginkgo Biloba – Tem propriedades antioxidantes e melho-
ra a circulação cerebral e periférica.
Ginseng – Ajuda o organismo a lutar contra o stress, com-
bate a fadiga e estimula o sistema imunitário.
Alcachofra – É indicada para facilitar a digestão e ajudar a
diminuir os níveis de colesterol.
Oliveira – É usada no controlo da hipertensão arterial e da
arteriosclerose.
Uva Ursina – Com propriedades anti-séptica e anti-
inflamatória. É utilizada no tratamento de infecções uriná-
rias.
Cenoura – Rica em betacaroteno, protege a pele e possi-
bilita um bronzeado duradouro.
Sónia Felizardo
Águia-real A biodiversidade é
um valor muito importante na
sociedade, pois é a base da
sobrevivência de todos os
seres. O ano de 2011, consa-
grado o Ano Internacional das
Florestas, é mais um dos anos
que apela à luta pela preserva-
ção do ambiente, incluindo o
respeito pelas espécies amea-
çadas. A águia-real é uma delas.
A Águia Real (Aquila chrysaetos), coberta de
penas castanhas, é uma das aves que está em vias de
extinção no território Nacional, já que o Homem está
constantemente a retirar-lhe o alimento e a caçar a sua
espécie, destruindo o seu habitat e tornando assim a
sua sobrevivência quase impossível. Esta ave é consi-
derada a rainha das montanhas, já que habita nelas, e
normalmente voa em círculos.
A Águia-real é um animal carnívoro: alimenta-
se de roedores, crias de coelhos e lebres, assim como
de outras aves de menor porte. Tem um método de
caça muito eficaz, pois quando escolhe uma presa é
quase sempre bem sucedida no ataque (fecha as asas
e lança-se em voo picado). Esta ave inicia a reprodu-
ção em meados de Janeiro e pode prolongar-se até
Maio – Setembro, podendo variar de acordo com a
região geográfica. Cada casal pode ter até 10 ninhos
mas só 2-3 são usados em rotação. Em cada postura,
normalmente, são colocados dois ovos que ficam à
responsabilidade da fêmea, fazendo o seu ninho com
ramos em rochedos ou no alto das árvores.
Beatriz Sousa
Águia-real (Aquila chry-saetos)
Ambiente
Equinácea Alcachofra
Matricária
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Ambiente
A poluição visual é baseada em cartazes, anúncios,
placas e propagandas (especialmente em sítios como cen-
tros comerciais, shoppings, hiper e super mercados) espa-
lhadas por todo o Mundo. Acredita-se que o problema,
porém, não é a existência da propaganda, mas o seu exage-
ro. Também é considerada poluição visual alguns comporta-
mentos humanos que não estão ligados necessariamente à
publicidade, tais como a arte urbana, os fios de electricidade
e telefónicos, as construções com falta de manutenção, o
lixo exposto não orgânico e outros resíduos urbanos. Hoje
em dia é impossível sair à rua sem nos depararmos com a
poluição visual, até porque esta afecta a vida de milhões de
pessoas, tendo em consideração o facto de nos encontrar-
mos numa sociedade maioritariamente consumista. A crise
actual não é uma surpresa, mas sim uma das consequên-
cias.
Beatriz Sousa
Poluição Visual
Poluição Hídrica A poluição Hídrica baseia-se na poluição das
águas, rios, mares, lagos… Este tipo de poluição normal-
mente é gerado em zonas industriais. Com o avanço da
tecnologia e da indústria aumenta o número de fábricas e
muitas delas trabalham com produtos químicos prejudi-
ciais. Estes, depois de utilizados, são geralmente deposita-
dos em sítios impróprios como rios e lagos.
A principal fonte de poluição hídrica é o Homem,
quer seja através de fábricas, quer seja através de simples
gestos como atirar lixos e colocar detritos na água, fazer
lavagens de barcos em alto mar ou causar derrames de
substâncias perigosas. O Homem é o principal responsável
pela sua condenação, visto que é ―o único animal que cos-
pe na sua água‖.
Beatriz Sousa
Desporto Aventura Hoje em dia a preocupação com a prática do
desporto tem vindo a aumentar na maioria dos portu-
gueses, uma vez que o desporto permite obter benefí-
cios ao nível físico (circulação sanguínea, crescimento
dos tecidos nos músculos e nos ossos) e mental (auto-
estima, alivio da fadiga provocada pela tensão nervosa
e pela vida sedentária). A forma como as pessoas prati-
cam exercício físico varia muito, pois a oferta também é
grande. Deste modo, a prática desportiva pode ser reali-
zada através de desporto indoor, no ginásio, e outdoor,
nomeadamente o Desporto Aventura. Este abrange
várias modalidades, entre as quais o slide, a escalada, a
ponte himalaia e o tiro com arco, que podem ser encon-
trados e praticados na nossa ―Quinta Pedagógica - Erva
Daninha‖. Segue a descrição de alguns destes despor-
tos, na próxima página.
Beatriz Sousa
Desporto
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Desporto
A história da escalada desportiva começou nos
anos 70, quando um ucraniano teve a ideia de durante o
inverno, pendurar pedras numa parede para que pudesse
treinar. A ideia foi tão boa que logo todos os outros escala-
dores locais fizeram o mesmo. Surgiu aí a escalada des-
portiva.
Em 1985, em Itália, foi efectuado o primeiro cam-
peonato mundial. Que teve como obstáculo uma parede
natural. Passados dois anos, foi realizado pela primeira vez
um campeonato numa parede artificial.
A prática de escalada ajuda a desenvolver tanto
em adultos como em crianças, o raciocínio, a concentra-
ção, a coordenação motora, a resistência física e a cons-
ciência corporal. Somando-se a isso temos ainda o prazer
da conquista, cada vez que uma via é completada. O aces-
so a uma parede nem sempre é fácil. Exige muitas vezes
que o atleta faça trilhas de horas
para chegar até a base de uma
parede e iniciar a escalada.
Beatriz Sousa
O slide originalmente começou nos campos mili-
tares, consistia em ter de passar de um ponto a outro,
sabendo que se começava num ponto alto e acaba num
ponto baixo, através de um cabo de aço pelo qual se des-
ce com uma roldana, trata-se de uma descida rápida,
com sensações fortes e com imensa adrenalina.
Actualmente, todas as pessoas podem fazer
este desporto, sabendo que tem de ser praticado em
espaços amplos.
Beatriz Sousa
Slide
Nos dias de hoje este tipo de desporto pode ser
praticado como forma de superação a nível pessoal, no
sentido de conseguir atingir uma meta, uma vez que este
desporto consiste em passar de um ponto a outro através
de um apoio que está suspenso no ar, tornando a tarefa
difícil de concluir.
É importante realçar que normalmente no segui-
mento da ponte pode-se optar por realizar as paralelas,
cujo objectivo é progredir em altura num determinado
circuito com o corpo de forma paralela.
Beatriz Sousa
O tiro com arco, é uma prática onde se utiliza um
arco e flechas para atingir um alvo, surgiu como actividade
de caça e guerra no princípio da civilização, com os sinais
da sua prática ainda na pré-história. A partir dos séculos
XVI e XVII, a prática passou a ser cada vez mais tratada
como desporto, com torneios idênticos aos actuais surgin-
do cada vez mais na Inglaterra. O mais antigo torneio de
tiro com arco registado, foi disputado em 1673.
O tiro com arco actualmente é praticado como
forma lúdica em que o objectivo é sempre atingir o alvo, no
entanto existem diversas maneiras de o concretizar.
Beatriz Sousa
Ponte himalaia
Escalada
Tiro com arco
Slide na “Quinta Pedagógica‖
Parede escalada artificial
Ponte na “Quinta Pedagógica‖
29
Lazer
Influenciados pelos bons rumores, outros emigra-
ram para lá: Ludwig van Beethoven, Johannes Brahms e
Carl Maria von Weber.
Uma das razões porque escolhi aconselhar uma
visita à Áustria foi o facto de nela se localizar parte dos
Alpes, uma das cordilheiras mais famosas da zona Euro-
peia, bem como a presença dos rios Danúbio (o maior da
Europa) e Inn. Estes três dons naturais são mais uma das
causas de muito turismo. Além de trunfos naturais, existem
outros trunfos construídos pelo homem que vale a pena visi-
tar: a abadia de Melk (localizada na cidade de Melk, perto do
rio Danúbio, e considerada património da Humanidade pela
UNESCO); os palácios de Schwarzenberg, de Schönbrunn,
de Belvedere e de Hofburg (Viena); o centro histórico da
cidade de Salzburgo (património da Humanidade – UNES-
CO); a casa de Mozart (Linz); o Museu do Futuro (Linz); a
Ópera de Viena; a Fortaleza de Hohensalzburg (Salzburgo);
o palácio e os jardins Mirabell (Salzburgo); a igreja de São
Carlos (Viena); o parlamento Austríaco (Viena); o Palácio de
Linz; o Mosteiro de São Pedro (Salzburgo); etc. Devido a
todo este núcleo cultural, a Áustria é um país que deve estar
na nossa lista de preferências.
Margarida Serralheiro
Localizada no centro da Europa (faz fronteira
com a Alemanha, República Checa, Eslováquia, Hungria,
Eslovénia, Itália, Suiça e Liechenstein), a Áustria é um
país de grandes génios e de muita cultura. Partilha o idio-
ma oficial (o alemão) com a Alemanha e Liechtenstein e
ainda aceita outras línguas não oficiais: a croata, a eslove-
na e a húngara. Estima-se que albergue cerca de 8,40
milhões de pesso as num território de 83 879 km2.
Este país já foi palco de algumas guerras e con-
quistas, mas hoje é pacífico e desempenha uma democra-
cia representativa parlamentar (comemora o Dia da Inde-
pendência a 26 de Outubro). Pertence à União Europeia
desde 1995 (aderiu ao Euro em 1999) e é considerada um
dos países mais ricos da Europa, produzindo um PIB sig-
nificativo e mantendo um nível de vida razoavelmente alto.
Dividida em nove estados (Viena, Alta Áustria, Baixa Áus-
tria, Burgenland, Caríntia, Estíria, Salzburgo, Tirol e Voral-
berg), a Áustria apresenta três grandes focos turísticos:
Viena, a capital, Linz e Salzburgo.
A capital, Viena, é uma das mais belas cidades,
constituindo uma riqueza a nível cultural (é um centro de
inovação artística). Grandes génios como Wolfgang Ama-
deus Mozart, Franz Schubert, Anton Webert, a família
Strauss, Gustav Klimt, Oskar Kokokschka, Egon Schiel,
Otto Wagner, Victor Franz Hess, Karl Popper, Ludwig Witt-
genstein, Konrad Lorenz, Ferdinand Porsche, Sigmund
Freud, Alfred Adler, Karl Landsteiner, Franz Kafka, Elfried
Jelinek, etc., nasceram neste país, dando-lhe o prestígio
que ele ainda hoje mantém.
Áustria: o pote da genialidade
Sigmund Freud Mapa da localização da Áustria
A famosa Abadia de Melk
30
Lazer
“Contraluz”
O filme ―Contraluz‖ (―Backlight‖ em inglês),
escrito e realizado pelo português Fernando Fragata em
Hollywood (uma parceria nunca antes feita), estreou em
Portugal a 22 de Julho de 2010. Tendo como principais
personagens Joaquim de Almeida (Jay) e Evelina Perei-
ra (Helena), ambos lusos, ―Contraluz‖ é uma espécie de
drama que retrata a vida de várias personagens que se
cruzam e que acabam por partilhar preciosas ligações.
Este filme é fascinante, pois consegue cativar o
espectador logo no primeiro minuto. A intriga não é muito
usual e explora o conceito de destino, mostrando como
este é construído ao interligar várias personagens com
características diferentes mas com algo em comum: o
perigo da morte a qualquer momento.
É um filme português que tenta alcançar uma
nova meta: a internacionalização. Assim sendo, só nos
resta apreciar o enredo e desejar que mais parcerias
deste género se estabeleçam!
Margarida Serralheiro
Cartaz do filme “Contraluz”
Leitura: Jardins Proibidos?
O livro ― Tom e o Jardim da Meia-Noite‖, da auto-
ria de Philippa Pearce, conta a his-
tória de Tom, irmão de um rapaz
que teve sarampo e que foi obriga-
do a ficar de quarentena. Tom é
levado para morar com seus tios, a
Tia Gwen e o Tio Alan Kitson,
enquanto o seu irmão está doente.
Os tios trabalhavam no grande
casarão da Sra. Bartolomew e esta
possuía um grande Relógio de Pên-
dulo que estava exposto no hall de
entrada. O Relógio tinha um proble-
ma: mostrava sempre a hora errada.
Numa noite, o relógio badalou 13
horas (normalmente os relógios de
pêndulo, tal como os relógios antigos, tinham apenas 12
horas). Intrigado com este acontecimento, Tom desceu
para o hall e descobriu uma porta que dava acesso a um
jardim totalmente misterioso (ninguém sabia que ali havia
um jardim, pois de dia era apenas um estacionamento).
Tom passou a ir todas as noites ao jardim para estar com
Hatty, uma rapariga que conheceu nesse mundo oculto.
No entanto, os dias passaram, os segredos aumentaram e
o dia em que Tom deveria deixar para sempre o jardim
transformou-se numa verdadeira aventura.
Este livro é um dos livros que mais me cativou,
não só pela história, mas também pela fácil escrita de
Philippa Pearce. Aconselho-o a todos aqueles que gostam
de sonhar .
Beatriz Sousa
“Tom e o jardim da
Meia-noite” de Philippa
Pearce.
Literatura / Jovens Escritores
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“Soldado” -Que venha a dor! Rápido!
Sofrer? Isso é de valor!
Viver? Só sem maior pavor!
Arrepender? Já não há tempo!
Apressa o vir do que vem...
Insólita vida vitoriosa
Dona dos incríveis guerreiros
Que nossa luta, não seja harmoniosa!
No acto das armas armar, os meus
Morrem e morrem e morrem...
Mas será que foi a lutar
Ou a obedecer a inúteis ordens?
Mas eu luto porque amo
Ninguém agora me ordena
Nas trincheiras me ajoelho
Com desejo da minha glória.
Flávio Penas
Acreditas no amor? Perguntei-lhe. E ele respon-
deu, com aquele riso de místico, que não. Voltou a pegar
no cigarro, olhou em frente e centrou-se nos montes. De
vez em quando sorria. Eu gostava de lhe dizer muitas coi-
sas, mas como ele vinha de outro planeta, pensei que não
percebesse a minha linguagem. Porque é que não acredi-
tas no amor? Perguntei-lhe. O amor é uma ilusão. Está
nas tuas veias como se fosse o sangue, mas nada mais é
do que ciência. O único nome possível para aquilo a que
chamam ―amor‖ é atracção física. Corpo a corpo, desejo,
nada mais. Tudo o resto são miragens que o teu cérebro
cria, porque sabe que precisas, mesmo que não o admi-
tas. Enquanto pensava nisto, ele respondeu que não que-
ria falar, pois ia soar doido. Voltou a rir-se, desta vez com
mais força, e depois acariciou-me a cara. Parecia que
olhava para mim como se fosse tomar conta daquilo que
era seu. De facto, eu era sua, mas não o queria ser. Então
disse-lhe que pretendia ser livre, livre como o vento, e
quase que lhe gritei sílaba a sílaba numa outra realidade
paralela, porque queria que ele entendesse que estava
com fome de liberdade. Daí a pouco germinava uma garra
nos punhos. Mas ele não me deixava ir e cada vez que
pegava no cigarro e se ria misticamente, eu sentia uma
revolta no estômago como se estivesse a ser gozada.
Estou a falar a sério! Disse-lhe. Ele parou e deixou cair o
cigarro nas águas. Fechou os olhos. Não podes ser livre,
ninguém pode, disse ele. E depois levantou-se e deixou o
pedaço de madeira flutuante em que nos encontrávamos.
Percorreu descalço as areias negras e entrou no carro
sem olhar para trás. Nunca mais o vi, mas ainda hoje lhe
guardo os sapatos.
Ana Cardoso
“O místico”
Literatura / Jovens Escritores
32
Não pertenço a ninguém. Não sou um mero brin-
quedo teu. Não me digas o que fazer ou o que dizer. Não
vale a pena. Sou jovem e adoro ser jovem. Sou livre e
adoro ser livre.
Se eu quero e posso e se ninguém sai magoado,
quem és tu para me impedir de o fazer? Quero-me diver-
tir! Quero rir à gargalhada, quero saltar nas pequenas
poças de água, quero andar de baloiço e ir até ao céu,
quero ir à praia e dar um mergulho depois da meia-noite,
quero acampar num sítio completamente desconhecido e
sair de casa com apenas as roupas que tenho no meu
corpo.
Adoro ser rebelde à minha maneira! Escapulir-
me do meu quarto depois das duas da manhã, nem que
seja para ir à casa-de-banho, roubar umas bolachas da
cozinha e regressar à minha cama como se nada se pas-
sasse.
Gosto de fechar os olhos enquanto sinto vento a
deslizar pelos meus cabelos doirados e ondulados. Gosto
de abrir os braços e fingir que tenho asas. Gosto de atirar
coisas ao vento, sussurrar-lhe segredos e fazer com que
algo se transforme em belo. Gosto de ouvir os outros a
falar, as suas vozes acalmam-me a alma e fazem-me
sentir menos só.
Não tenho saudades da escola. Sou obrigada a
abdicar da minha rebeldia de escrever textos às cinco e
meia da manhã.
Rute Madaleno
“O corredor”
Andava lentamente por entre os corredores
macambúzios e sombrios da escola. Não tinha paciência.
Tirava o casaco de Inverno, pois a manhã apresentava um
sol brilhantemente vivo e empacotava a impaciência no
seu deambular repugnante de um lado para o outro à
espera do toque de entrada. A demora tornava-o incansá-
vel no seu balançar agoniante e já irritava observar aquele
indivíduo a pousar a sola dos sapatos, um tanto "cinzentos
amarelados", no chão. Um assento na pequena cadeira de
madeira suportada por uns pedaços de ferro sem cor era o
que mais desejava, aquilo porque à cinco minutos atrás
aguardava naquele corredor demoníaco com centenas de
histórias presentes nas paredes coloridas de um amarelo
literalmente deprimente.
Agora várias criaturas se juntavam em grupos e
abandalhavam à porta da sala. Era o segundo toque, e ao
fundo, nuns sapatos brancos rendados de preto, vinha
carregada de matéria a professora hedionda dos cabelos
em pé.
A Porta da Sala fora aberta e os corredores aban-
donados.
Sónia Felizardo
“Young”
Literatura / Jovens Escritores
33
Humor Alternativo
Caricatura de Amy Winehouse:
Amy Winehouse, uma das grandes revelações
da música soul, faleceu recentemente devido aos vícios
que sustentava: o álcool e as drogas. Para relembrar esta
artista, decidimos colocar neste número a caricatura de
Winehouse, focando os seus pontos característicos. Can-
ta em paz, Amy!
Daniela Fernandes
Caricatura Gastronomia
Ingredientes:
3 cebolas (pequenas) 3 dentes de alho 3 colh. (sopa) de azeite 2 alhos franceses (grandes) 1 pacote (grande) de batatas fritas (palha) 2 ovos sal q.b. salsa q.b. azeitonas q.b.
Execução:
Numa panela, coloque as cebolas cortadas às rode-las muito finas e os alhos muito picadinhos. Deite o azeite por cima e deixe cozer durante cerca de 20 minutos em lume brando (até a cebola ficar transparente); mexa de vez em quando.
Lave os alhos franceses e corte às rodelas muito fininhas (aproveite apenas a parte branca; retire as ramas verdes).
Acrescente os alhos franceses ao preparado das cebolas e azeite (envolva bem) e deixe cozer por mais 15 minutos. Adicione sal, se necessário.
Depois de cozidos, coloque as batatas fritas e envolva-as bem no preparado dos alhos e cebolas.
Bata os ovos numa tigela à parte e adicione à mistu-ra; mexa. Polvilhe com salsa picada e decore com azeitonas.
Diana Coelho
Alho Francês à Brás
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Carneiro Sente necessidade de organização na realização do seu
trabalho e actividades diárias. Terá vontade de agir, pelo que
deverá dar andamento a assuntos cujo fim tem vindo a ser
adiado. Para melhorar o seu bem–estar físico faça exercício
e corte com o que lhe pode prejudicar a saúde.
Balança
É tempo de descobrir quais são os seus verdadeiros ideais.
Olhando para o passado, verifique se conseguiu atingir as
metas pretendidas. Clarifique os seus objectivos, desfazendo
confusões e más interpretações. Seja mais claro e conciso e
verá que é melhor compreendido.
Horóscopo
Touro A forte colocação do Sol irá beneficiar os contactos com os
amigos, os trabalhos de grupo e dar-lhe maiores capacida-
des de convencer os outros para projectos ou ideias. Esta
fase irá trazer-lhe mais actividade, ânimo e segurança em si
para poder brilhar.
Leão Vai-se reconhecer a si próprio através dos bens materiais
que possui e da sua capacidade para os obter. O prazer e
bem-estar que estes lhe proporcionam, estão intensificados
pelo que terá tendência a exibi-los com alegria, proporcio-
nando festas ou oferecendo presentes aos seus amigos.
Escorpião Terá grande importância para si a sua relação com os ami-
gos, grupos de trabalhos ou vida social. A colaboração de
outras pessoas consigo poderá ser muito benéfica para o
desenvolvimento de um projecto. Nestes dias a sua atenção
estará centrada tanto nos seus ideais como nos do grupo.
Aquário Poderá aprender mais sobre si próprio através da relação
com os outros ou de uma relação amorosa. Poderá precisar
de conselhos ou da colaboração de outras pessoas para a
concretização dos seus planos. Pode também dar-se o caso
de haver pessoas que necessitem do seu apoio num
momento difícil.
Xavier Belo
Virgem Irá verificar em si uma maior energia e impulsividade. O seu
corpo reclama mais atenção, pelo que deve aproveitar e
fazer uma alimentação mais saudável ou um novo regime
alimentar. Dedique-se também mais à actividade física e
verá que depois se sentirá muito melhor.
Sagitário Poderá ter oportunidades de progresso e sucesso em
empreendimentos. Invista na sua carreira profissional e pre-
pare sucessos futuros. Este é o momento certo para pôr em
prática esse plano que já desenvolve há algum tempo. Pode-
rá ser convidado a chefiar um projecto.
Caranguejo Nesta semana você irá expressar-se de forma lógica e criati-
va, o que lhe trará capacidade para chegar a acordo com os
outros. Fase óptima para expor os seus pontos de vista, pois
a sua excelente capacidade comunicativa irá fazer com que
os outros aceitem as suas ideias e as sigam.
Capricórnio Deve fazer uma análise dos seus objectivos de vida. Se essa
análise for feita envolvendo outras pessoas, melhor. É a épo-
ca ideal para fazer uma viagem e alargar os horizontes. É
possível que sinta alguma curiosidade pelas ciências ocultas
ou tudo o que tenha a ver com o sobrenatural.
Peixes A Casa VII está relacionada com os amores e com as
uniões. Este poderá vir a ser um período em que a relação
com o cônjuge ou com um sócio se solidifica. É o momento
oportuno para analisar o seu relacionamento afectivo e amo-
roso e para descobrir aquilo que o cônjuge necessita para
evoluir como pessoa.
Gémeos Poderá sentir necessidade de proteger os outros ou de ser
protegido por eles. Vai sentir vontade de se dedicar mais à
sua vida familiar, íntima, e ao seu lar. Está mais sensível
neste momento. Situações não resolvidas da sua vida passa-
da podem surgir agora para serem analisadas e soluciona-
das.
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Inquérito Local
Inquérito Local Com a crise actual, não faz sentido fazer perguntas coerentes. Qual era o objectivo de sabermos se as pessoas con-
cordam com o novo governo? Ou se o Jorge Jesus é um bom treinador? Nenhum. É por isto que nesta edição a per-
gunta será: “Se pudesse ter super-poderes por um dia, qual deles é que escolhia? E porquê?”. Se a tolice não
paga imposto, então abusemos dela!
Nome: Ana Rodrigues
Idade: 27 anos
Profissão: Técnica Superior
Resposta: ―Escolhia o poder da transformação! Se
tivesse super-poderes transformava as pessoas más
em pessoas boas.‖
Nome: Patrícia Alexandra Almeida Catarino
Idade: 21 anos
Profissão: Técnica Administrativa
Resposta: ―Eu gostaria de ter o poder da força para pren-
der todos aqueles que assaltam e roubam, para podermos
andar com segurança e sem medos.‖
Nome: Ana Costa
Idade: 33 anos
Profissão: formadora
Resposta: ―Gostaria de ter o poder da transformação.
Transformava a sociedade numa sociedade mais igua-
litária, pois as desigualdades económicas, sociais, de
género, etc. ainda persistem nesta ―aldeia global‖ em
que vivemos.‖
Nome: Ana Cruz
Idade: 18 anos
Profissão: Estudante
Resposta: “Escolheria o teletransporte, ou seja, a capaci-
dade de me poder deslocar para onde quisesse, fazendo
com que os factores tempo e distância não existissem.
Seria ainda mais hilariante poder deslocar-me de continen-
te em continente, conhecendo novos países e novas cultu-
ras sem ter de me preocupar com a reserva de bilhetes e
cansaço das viagens!‖
Nome: Cláudia Sofia Grilo Belchior
Idade: 24 anos
Profissão: Empregada fabril
Resposta: ―Se pudesse ter algum super poder escolheria
poder rechear as contas de todos os pobres que necessi-
tam e dar mais saúde aos que estão doentes.‖
Nome: Rafael José Rodrigues dos Santos
Idade: 13 anos
Profissão: Estudante
Resposta: ―Se eu pudesse ter super-poderes eu esco-
lheria ter super força para poder levantar coisas muito
pesadas.‖
Margarida Serralheiro
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Consórcio: Financiado por: Co-financiado por:
Morada (Sede):
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2475-126 Benedita
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